Universidade Federal do Espírito SantoCentro de Ciências Exatas – Departamento de Química
Turma 04
VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO
Vitória, Espírito Santo
2. INTRODUÇÃO TEÓRICA
Muitas aminas terciárias que contém grupos ácidos carboxílicos formam
quelatos muito estáveis com diversos íons metálicos. O ácido etilenodiaminotetracético
(EDTA) é o titulante masi versátil. A molécula tem 6 potenciais locais para formar uma
ligação com um íon metálico: os 4 grupos carboxílicos e os 2 grupos aminas. Por isso,
dizemos que o EDTA é hexadentado. Em sua forma completamente protonada, tem a
seguinte estrutura (figura 1) :
FIGURA 1
Esse composto é um valioso titulante pois ele se combina com íons metálicos
em uma proporção de 1:1 (metal:EDTA) independente da carga do cátion. A
importância do EDTA não é proveninete apenas da sua capacidade de formar quelatos
com todos os cátions, mas também porque estes quelatos são estáveis durante a
titulação. Tal estabilidade se deve aos distintos sítios de complexação que existem
dentro da molécula, o que lhe confere uma estrutura em forma de jaula que engloba o
cátion e o separa das moléculas do solvente (Figura 2)
FIGURA 2
Muitos cátions formam precipitados de hidróxido no pH necessário para
titulações com EDTA. Para evitar esse problema é necessário adicionar um agente
complexante auxiliar que vai manter o cátion em solução com os íons metálicos e,
como conseqüência, competem com a reação básica da titulação.
Há cerca de 200 compostos que podem atuar como indicadores do ponto final
nas titulações complemometricas do EDTA com os íons metálicos. A maioria destes
são compstos orgânicos que formam quelatos coloridos com os íons metálicos em um
intervalo de pM (- log [M]) característico do cátion e do indicador
O comportamento de tais indicadores é tanto complicado pelo fato de que a
sua cor depende do pH da solução. Eles podem reagir com os íons H+, assim como o
fazem com o cátion, apresentando um comportamento análogo ao de um indicador
ácido-base. Para que o indicador aja eficientemente na prática, é necessário que a
estabilidade do complexo metal-indicador seja menor do que a estabilidade do
complexo metal-EDTA. Se isso não ocorrer, o EDTA não conseguirá deslocar o metal
do complexo com o indicador.
Um dos indicadores típicos das análises complexiométricas é o negro de
eriocromo T (figura3). Seu comportamento como ácido fraco é descrito pelas seguintes
reações:
H2O + H2In- ↔ HIn2- + H+ K1 = 5.10-7
Vermelho Azul
H2O + HIn2- ↔ In3- + H+ K2 = 2,8.10-12
Azul Alaranjado
ERIO-T
FIGURA 3
O EDTA decompõe-se na presença de agentes oxidantes fortes, como
soluções de Cr (VI) e de Ce (IV) a quente, mas seus complexos metálicos são mais
resistentes. O EDTA pode ser obtido com alta pureza, na forma do ácido propriamente
dito ou na forma do sal dissódico dihidratado. As duas formas possuem alta massa
molar, mas o sal dissódico tem a vantagem de ser mais facilmente solúvel em água.
3. PROCEDIMENTOS [1/3]
3.1. Preparo da solução padrão de EDTA
Pesou-se em um béquer 3,7224g do sal de EDTA suficiente para preparar
1,00 L de solução 0,01mol/L. Transferiu-se quantitativamente a massa de EDTA para
um balão volumétrico de 1,00 L, completou-se com água destilada e fez-se a
homogeneização da solução. Em função da massa pesada de EDTA, calculou-se a
concentração exata da solução.
3.2. Preparo da solução tampão pH=10
Pesou-se 17,040 g de Cloreto de Amônio e, com auxílio de uma proveta,
cerca de 143 mL de Hidróxido de Amônio foram recolhidos. Transferiu-se
quantitativamente essas duas substâncias para um balão volumétrico de 250,00 mL e
completou-se o volume com água destilada e fez-se a homogeneização.
3.3. Preparo e padronização de sulfato de zinco
Pesou-se 1,4377 g de Sulfato de Zinco suficiente para preparar 500,00mL de
solução 0,01mol/L. Dissolveu-se a massa pesada com água destilada, efetuou-se a
transferência para um balão volumétrico e completou-se o volume até a marca do
menisco. Com uma pipeta, transferiu-se 25,00mL desta solução preparada para um
erlenmeyer, adicionou-se 10,00mL do tampão e o indicador Eriocromo-T. Em seguida,
efetuou-se a titulação com o EDTA preparado anteriormente, obtendo-se uma média
de volumes correspondente a 24,95 mL. Com os dados obtidos, efetuou-se os cálculos
e encontrou-se a molaridade da solução de Sulfato de Zinco preparada.
3.4. Determinação do teor de magnésio em amostra desconhecida
Pipetou-se 25,00 mL de uma amostra de concentração desconhecida e
transferiu-a para um erlenmeyer, ao qual adicionou-se 10,00 mL da solução tampão e
uma pequena quantidade de indicador Eriocromo-T. Efetuou-se a titulação com o
EDTA padronizado, obtendo uma média de 23,79 mL gastos do titulante. Com os
dados obtidos, efetuou-se os cálculos e encontrou-se a molaridade da solução em
estudo
3. PROCEDIMENTOS [2/3]
3.5. Determinação de Cálcio e Magnésio em Calcário
3.5.1. Preparo da amostra
Com o auxílio de um béquer, pesou-se diretamente 0,9676 g da amostra de
calcário já triturada e seca a 100 – 110°C por duas horas. Com uma proveta
adicionou-se 10mL de água destilada e a seguir com um conta-gotas e, na capela,
adicionou-se lentamente gota-a-gota 10 mL de ácido clorídrico concentrado. Aqueceu-
se a solução na chapa elétrica até completa dissolução da amostra e evaporação do
HCl.
Transferiu-se quantitativamente a solução para um balão volumétrico de
250,00 mL, completou-se com água destilada até a marca de aferição e fez-se a
homogeneização da solução.
3.5.2. Determinação do cálcio
Pipetou-se 10,00 mL da solução da amostra para um erlenmeyer. Com o auxílio de
uma proveta, adicionou-se 2 mL de solução a 10% de cloreto de
hidroxilamônio. Colocou-se a solução em repouso por cerca de 5 minutos. Em
seguida, adicionou-se 5,00mL de solução 50% de trietanolamina e 4,00 mL de solução
a 20% de hidróxido de potássio. Verificou-se o pH. Com uma espátula, adicionaram-se
alguns cristais do indicador murexida. Fez-se a titulação com a solução padrão de
EDTA. Esse procedimento foi repetido mais duas vezes e, em seguida, calculou-se a
% P/ P de carbonato de cálcio na amostra. A média do volume do titulante gasto foi
de 25,90 mL. Efetuou-se os cálculos e determinou-se a concentração de cálcio.
3.5.3. Determinação do cálcio + magnésio
Pipetou-se 10,00 mL da solução da amostra para um erlenmeyer. Com o
auxílio de uma proveta, adicionou-se 2 mL de solução a 10% de cloreto de
hidroxilamônio. A solução foi colocada em repouso por cerca de 5 minutos. Em
seguida, adicionou-se 5 mL de solução 50% de trietanolamina.
Com o auxílio de uma proveta adicionou-se 8 mL da solução tampão pH=10,
Com uma espátula, adicionaram-se alguns cristais do indicador ERIO-T. Fez-se a
titulação com a solução padrão de EDTA. Repetiu-se esse procedimento mais duas
vezes e, em seguida, calculou-se a % P/ P de carbonato de magnésio na amostra. A
média do volume de titulante gasto foi de 37,00 mL.
3.6. Determinação do cálcio no leite em pó
Utilizando erlenmeyers, fez-se três pesagens da amostra com massa
aproximada de 1,0000 g. Dissolveu-se o leite em pó num pequeno volume de água
(cerca de 20,00 mL) e aqueceu-se brandamente. Adicionou-se com uma bureta
volumétrica 50,00 mL de solução padrão de EDTA; 10,00 mL de soução tampão pH
10; 3,00 mL de trietanolamina e indicador Erio-T. Titulou-se com solução padronizada
de sulfato de zinco, obtendo-se uma concentração média de 1,42% m/m de cálcio na
amostra.
3. PROCEDIMENTOS [3/3]
3.7. Determinação de cádmio (+2) e mercúrio (+2) em amostra desconhecida
Pipetou-se 10,00 mL da amostra desconhecida e tranferiu-a para um
erlenmeyer. Utilizando uma bureta, adicionou-se 30,00 mL de solução de EDTA
padrão e deixou-se o sistema em repouso por 5 minutos. Posteriormente, adicionou-se
10,00 mL de solução tampão pH 10 e uma pequena quantidade de indicador Erio-T.
Titulou-se o excesso de EDTA com solução de sulfato de zinco padronizada
até que a viragem do indicador pudesse ser observada, que ocorreu quando gastou-se
em média 20,72 mL deste titulante.
Adicionou-se 0,2 g de iodeto de potássio e submeteu-se o erlenmeyer a uma
ligeira agitação para a ocorrência da dissolução do sal. Continuou-se a titulação com o
sulfato de zinco e a média dos novos volumes obtidos foi de 24,25 mL.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Preparo da solução padrão de EDTA
Cálculo massa do sal de EDTA necessária para preparar 1,00 L de solução de 0,01
mol/L:
1 mol de EDTA ----- 372,24 gramas
0,01 mol de EDTA ----- Mteórica
Mteórica = 3,7224 gramas
Cálculo da concentração de EDTA:
Mpesada = 3,7541 gramas
1 mol de EDTA ----- 372,24 gramas
X ----- 3,7541 gramas
X = 0,0100 mol
4.2. Preparo da solução tampão pH=10
De acordo com a literatura, o preparo deste tampão pode ser realizado a partir
de 17,00 g de cloreto de amônio e 143,00 mL de hidróxido de amônio. Os dados
obtidos foram:
Massa do NH4Cl = 17,040g
Volume do NH4OH = 143,00 mL
Para averiguar se o pH encontrava-se na faixa desejada (pH = 10) utilizou-se
papel indicador.
4.3. Preparo e padronização de sulfato de zinco
Cálculo massa de ZnSO4 necessária para preparar 500,00 mL de solução de 0,01
mol/L:
1 mol de ZnSO4 ----- 287,54 gramas
0,05 mol de EDTA ----- Mteórica
Mteórica = 1,4317 gramas
Mpesada = 1,4377 gramas
Foram realizados três ensaios na titulação da solução de ZnSO4.7H2O, com
EDTA padrão, conforme a tabela a seguir:
Titulação VEDTA (mL)
1 25,18
2 24,89
3 24,79
Média 24,95
Na complexação do zinco com EDTA, temos a seguinte reação:
De acordo com o volume de EDTA adicionado podemos saber o número de
mols de EDTA utilizados. Logo,
nEDTA = 0,02495L x 0,0100 mol/L = 2,49.10-4mol
Como a proporção é de 1:1 (Zn2+: EDTA) então o número de mols médio de
Zn2+ presente em 25,00mL de solução é 2,49.10-4 mol. Assim, a concentração de Zn2+
em solução é:
[Zn2+] = 2,49.10-4mol ÷ 0,025L = 0,0100 mol/L
4.4. Determinação do teor de magnésio em amostra desconhecida
Foram realizados três ensaios na titulação da amostra desconhecida, com
EDTA padrão, conforme a tabela a seguir:
Titulação VEDTA (mL)
1 24,90
2 23,20
3 23,28
Média 23,79
De acordo com o volume de EDTA adicionado podemos saber o número de
mols de EDTA utilizados. Logo,
nEDTA = 0,02379 L x 0,0100 mol/L = 2,38.10-4mol
Como a proporção é de 1:1 (Mg2+: EDTA) então o número de mols médio de
Mg2+ presente em 25,00mL de solução é 2,38.10-4 mol. Assim, a concentração de Mg2+
em solução é:
[Mg2+] = 2,38.10-4mol ÷ 0,025L = 0,0095 mol/L
4.5. Determinação de Cálcio e Magnésio em Calcário
4.5.1. Determinação do cálcio
A adição de cloreto de hidroxilamônio 10% à amostra é necessária para que
houvesse a redução de possiveis cátion interferentes {(Fe3+ Fe2+) e Mn4+ Mn2+)}.
A trietanolamina foi adicionada por atuar como um agente complexante e o
hidróxido de potássio elevou o pH da solução a 12.
Após três repetições de titulação da amostra com EDTA 0,0100 mol/L, conforme
procedimento descrito, os volumes de EDTA foram anotados e feito os cálculos
determinou-se o conteúdo de cálcio na amostra.
Titulação VEDTA (mL)
1 25,95
2 25,90
3 25,85
Média 25,90
Cálculo do número de mols de cálcio:
0,0100 mol de EDTA ----- 1000,00 mL de solução
nEDTA ----- 25,90 mL de EDTA
nEDTA = 2,59 x 10-4 mol
Como a reação é 1:1, temos que nEDTA = nCaCO3, logo: nCaCO3 = 2,59 x 10-4 mol
Cálculo da quantidade de cálcio na amostra em uma alíquota de 10,00 mL
1 mol de Ca2+ ----- 40,078 g
2,59 x 10-4 mol ----- mCa
mCa = 1,0380 x 10-2 g de Ca2+
1,0380 x 10-2 g de Ca2+ ----- 10,00 mL da amostra
m’Ca ----- 250,00 mL da amostra
m’Ca = 0,2595 g de Ca2+
Observando a seguinte reação, observamos que Ca2+ + CO32- → CaCO3 a relação
cálcio - carbonato de cálcio é de 1:1. Portanto a % p/p de CaCO3 amostra será:
40,078 g de Ca2+ ----- 100,09 g CaCO3
0,2595 g de Ca2+ ----- mCaCO3
mCaCO3 = 0,6480 g
0,9676 g amostra ----- 0,6480 g de CaCo3
100,0 g da amostra ----- Y
Y = 66,98 g de CaCO3
Então temos 66,98 g de CaCO3 em 100 g de amostra.
4.5.2. Determinação do cálcio + magnésio
De forma semelhante à determinação do cálcio, foram feitas três titulaçôes
utilizando 10,00 mL da amotra. Nesse passo, foi acrescentado 8,00 mL de tampão
pH=10.
Os volumes de EDTA foram anotados e feito os cálculos determinou-se o
conteúdo de cálcio + magnésio na amostra.
Titulação VEDTA (mL)
1 36,95
2 37,05
3 36,90
Média 37,00
Cálculo do número de mols de cálcio + magnésio:
0,0100 mol de EDTA ----- 1000,00 mL de solução
nEDTA ----- 37,00 mL de EDTA
nEDTA = 3,70 x 10-4 mol
Neste caso temos 3,70 x 10-4 de mols de EDTA e 2,59 x 10-4 mols de Ca2+
(calculado anteriormente) e, portanto 1,11 x 10-4 mol de magnésio.
Cálculo da quantidade de magnésio na amostra
1,11 x 10-4 mol de Mg2+ ----- 10,00 mL da amostra
X ----- 250,00 mL
X = 2,775 x 10-3 mol de Mg 2+
Cálculo do número de mols de magnésio:
1 mol de MgCO3 ----- 84,313 g
2,775 x 10-3 ----- mMg
MMg = 0, 2339 g de Mg2+
0,9676 g amostra ----- 0,2339 g de CaCo3
100,0 g da amostra ----- Y
Y = 24,18 g de MgCO3
Então, temos 24,18 g de CaCO3 em 100 g de amostra.
4.6. Determinação do cálcio no leite em pó
Para que tal experimeto pudesse ser feito, baseou-se no método indireto onde a
quantidade de cálcio é determinada pelo excesso de EDTA, que é titulado com ZnSO4,
encontrando o ponto final da titulação com o indicador Eriocromo.
O tampão foi adicionado antes do indicador para que, caso tivesse pequenas
quantidades de ferro, ele precipitasse na forma de hidróxido. Adicionou-se cloridrato
de trietanolamina para reduzir, caso estiver presente, Cu(II) para Cu(I).
EDTA + Ca2+ CaEDTA + EDTAexcesso
Zn2+ + EDTA ZnEDTA
Ind- + Zn2+ ZnInd
Quantidade de EDTA = Quantidade de Ca2+ + Quantidade de Zn2+
Quantidade de Ca2+ = Quantidade de EDTA - Quantidade de Zn2+
Cálculo do número de mols de EDTA:
0,0100 mol de EDTA ----- 1000,00 mL de solução
nEDTA ----- 50,00 mL de EDTA
nEDTA = 5,00 x 10-4 mol
Como descrito no procedimento, foram realizadas três pesagens e os valores
encontrados estão tabelados a seguir, junto com o volume de sulfato de zinco gasto na
titulação:
Ensaio Massa da amostra(g) VZnSO4(mL)
1 1,0109 13,80
2 1,0000 14,20
3 1,0054 15,10
Cálculo do número de mols de Zinco (solução padrão)
0,0100 mol ----- 1000 mL
X ----- 13,80 mL
X = 1,38 x 10-4 mol de Zn2+
Cálculo do número de mols de cálcio
Quantidade de Ca2+ = (5,00 - 1,38) = 3,62 x 10-4 mols de Ca2+
1 mol de Ca2+ ----- 40,078 g
3,62 x 10-4 mol ----- mCa
mCa = 0,01451 g de Ca2+
Cálculo da porcentagem de cálcio na amostra
1,0109 g amostra ----- 0,01451 g de Ca2+
100 g ----- % P/P
% P/P = 1,43
O mesmo cálculo foi feito para os outros dois ensaios, sendo possivel montar a
seguinte tabela:
Ensaio Massa da amostra(g) % P/P
1 1,0109 1,43
2 1,0000 1,43
3 1,0054 1,39
Fazendo a média das porcentagens, temos que no leite em pó há 1,42% de Ca2+.
4.7. Determinação de cádmio (+2) e mercúrio (+2) em amostra desconhecida
Para determinarmos desses dois íons, primeiramente colocamos um excesso
de EDTA e titulamos com sulfato de zinco padronizado, este volume corresponderá a
V1. Depois de adicionar iodeto de potássio, a titulação prossegue e obtemos um
volume V2. O iodeto promove a liberação do EDTA que estava complexado com o
mercurio devido a formação de um complexo [HgI42-]. Nas duas titulções, o volume de
sulfato de zinco gasto é o volume de EDTA em excesso e consequentemente o
volume de mercurio presente na amostra.
Com os dados obtidos nas três titulações, montou-se uma tabela e utilizou-se
para os cálculos a média.
Ensaio V1 (mL) V2 (mL) V2 – V1(mL)
1 20,81 24,78 3,97
2 20,85 24,70 3,85
3 20,49 23,27 2,78
Média 20,72 24,25 3,53
Cálculo do número de mols de EDTA
0,0100 mol de EDTA ----- 1000,00 mL de solução
nEDTA ----- 30,00 mL de EDTA
nEDTA = 3,00 x 10-4 mol
Cálculo do número de mols de EDTA em excesso
nEDTA = V1 x Concentração do sulfato de zinco
nEDTA = 20,72 .10-3 x 0,0100 mol/L
nEDTA = 2,072 x 10-4 mol
Cálculo do número de mols de mercúrio
nHg = (V2 – V1) x Concentração do sulfato de zinco
nEDTA = 3,53 .10-3 x 0,0100 mol/L
nEDTA = 3,53 x 10-5 mol
Cálculo do número de mols de cádmio
nCd = n° de mols de EDTA total – n° de mols de EDTAexcesso – n° de mols de mercúrio
nCd = (3,00 – 2,072 – 0,353) x 10-4 mol
nCd = 5,75 x 10-5 mol
Cálculo da concentração de mercúrio
3,53 x 10-5 mol ----- 10,00 mL
X ----- 1000 mL
Hg = 0,0035 mol/L
Cálculo da concentração de cádmio
5,75 x 10-5 mol ----- 10,00 mL
X ----- 1000 mL
Cd = 0,0057 mol/L
5. CONCLUSÃO
A análise de íons metálicos pode ser feito, com sucesso, mediante o uso da
complexometria. O EDTA é o complexante mais utilizado, principalmente devido suas
caracteristicas como: ser hexadentado, formar complexos em proporção conhecida e
gerar compostos estáveis. Um dos indicador, o que foi utilizado amplamente, é o
eriocromo-T. Algumas observações minunciosas devem ser feitas ao querer submeter
uma amostra a esse tipo de análise; é necessario ter um conhecimento prévio dos
componentes que a contituem, para que possa ser feita adequadamente a redução
dos interferentes e o ajuste do pH, qe é um fator determinante no sucesso da
complexometria.
Foi possivel perceber que soluções padrão de EDTA e sulfato de zinco podem
ser feitas sem grandes problemas e pode-se obter concentrações satisfatórias e
compatíveis com o esperado.
Todas as análises feitas mostraram resultados bons quando levados em
consideração a facilidade do métdodo e a não necessidade de utilizar recursos
demasiadamente elevados para efetuar as análises, sendo utilizados apenas vidrarias
básicas de laboratório.
A análise do calcário permite que aprofundemos um pouco mais na volumetria
de complexação, pois mostra claramente a importancia do controle adequado do pH. A
análise do leite em pó mostra os outros métodos que estão envolvidos, como a titução
indireta. Os resultados obtidos estão simplificados abaixo:
Amostra desconhecida: 0,0095 mol/L de Mg2+
Calcário = 24,18 g de MgCO3
Calcário = 66,98 g de CaCO3
Porcentagem de cálcio no leite em pó = 1,43 % p/p
Amostra desconhecida: 0,0035 mol/L de Hg e 0,0057 mol/L de Cd.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACCAN, N.; ANDRADE, J. C. de; GODINHO, O. E. S.; BARONE, J. S.;
“Química Analítica Quantitativa Elementar”, 2ª edição, Editora Edgard Blücher
LTDA, Campinas, 1979
SKOOG, D.A.; wets, D.M. and Holler, F.J. Analytical Chemistry, an Introduction,
Ed. Saundersa College Publishing. Philadelfia, 6ªed.,1993.
QUESTIONÁRIO
1. Por que na titulação do magnésio é preciso manter o pH igual a 10?
Existe um gráfico (abaixo) que mostra qual é pH mínimo necessário para que a
titulação de diversos íons metálicos tenha um ponto final satisfatório na ausência de
agentes comlexantes. Ao observá-lo, vemos que o meio ácido é satisfatório para
muitos cátions divalentes de metais pesados. Quando o pH = 10, pode-se garantir que
todo o magnésio presente vai estar complexado. [PS: aparentemente é necessário adicionar
duas unidades a todos os pontos na escala de pH desse gráfico]
2. Por que o pH na titulação do magnésio não pode ser 12?
Caso o pH esteja em um ponto tão elevado asism, poderá ocorrer a formação
de hidróxido de magnésio, que irá precipitar e não será possivel fazer a análise
complexometrica adequadamente.
3. Como ocorre a detecção do ponto final na titulação de complexação com EDTA?
Assim como numa volumetria ácido-base, a detecção do ponto final pode ser
observada mediante uso de indicadores. Na complexometria, utilizamos o negro de
eriocromo. A coloração caracteristica da viragem está ligada ao metal em que o EDTA
vai se ligar, pH e ions que ficarão na solução.
4. Por que o indicador Negro de Eriocromo T (Ërio T) não pode ser usado na
titulação de cálcio na ausência de magnésio?
Para que o ponto final da titução para complexar cálcio seja satisfatório, o pH
do meio deve estra acima de 8. Mas, a constante de formação do cálcio é maior do
que a constante de formção do magnésio e ele precipitaria melhor em meio ácido.
Logo, é necessário que a titulação do cálcio se faça em presença de magnésio pois
assim é um meio de garantir a total complexação dos ions cálcio.
5. Qual a função de tampões e agentes mascarantes?
Os tampões são substâncias que limitam a variação do pH em faixa estreitas
ao adiconarmos ácido ou base à solução. É necessário acrescentar estes compostos
na complexometria pois – conforme pode ser observado no grafico anterior – os
cátions complexam em uma faixa de pH bem definada.
Já os agentes mascarantes são necessários quando pode ocorrer interferência
de um outro íon, que não é o que queremos analisar, pois ele também reage com o
complexante. Também são utilizados para evitar a precipitação de alguns cátions com
seus hidróxidos.
6. O que é efeito quelante?
Quelato é um composto químico formado por um íon metálico ligado por
várias ligações covalentes a uma estrutura heterocíclica de compostos
orgânicos como aminoácidos, peptídeos ou polissacarídeos. O nome quelato
provém da palavra grega chele, que significa garra ou pinça, referindo-se à
forma pela qual os íons metálicos são “aprisionados” no composto. O efeito
quelante, como o nome sugere, provem da utilização de um composto afim de
remover ions metalicos de uma solução.
7. Quais as principais técnicas de titulação com EDTA?
Titulação direta: a solução do analito é tamponada e titulada diretamente com
solução padrão de EDTA.
Titulação de retorno: adiciona-se um excesso de EDTA, tampona-se a solução e
titula-se o excesso de EDTA com solução padrão de um íon metálico.
Titulação de substituição: adiciona-se um excesso de EDTA complexado com
magnésio: M+n + MgY2- ↔ MY(n-4) + Mg2+. Titula-se o Mg2+ liberado com solução
padrão de EDTA.
Titulação alcalimétrica: titula-se o H+ liberado na reação entre o metal e o Na2H2Y
com solução padrão de
NaOH.
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