1. 16OPINIO SBADO, 30 DE AGOSTO DE 2014 A GAZETA Matheus
Albergaria de Magalhes professor de Economia e coordenador da
Fucape Business School Apesar da aparentemente mnima influncia de
atos individuais, o voto do cidado pode vir a afetar resultados
polticos em nvel agregado FOTO: PROJETO ACERVO DIGITAL /
WWW.AGENCIAAG.COM.BR NOSSA OPINIO O delegado Fabiano Contarato age
corretamente ao requerer informaes sobre os motoristas com carteira
suspensa ou cassada Odelegado Fabiano Contarato, SEGURANA NO
TRNSITO responsvel pela investigao de delitos de trnsito, viu-se
nomeiodeumimbrgliocom oDetran,apsrequerer osno-mes dos motoristas
com car-teirahabilitaosuspensaoucassadaequeno devolveram o
documento. Tudo por conta da negativa do rgo de responder ao
requeri-mento que pedia, basicamente, o acesso auma informao
pblica, que no est sob segredo deJustia.
Noentanto,aalegaodoDetranfoiadequeo pedido seriaumaviolaoda
intimidade dos envolvidos. Argumento um tanto polmico, que foi
desmontado pelo professor de Direito Constitucional Adriano Santana
Pedra, ouvi-do em reportagem divulgada nesta semana. Ele explicou
que, por se tratar de uma questo administrativa,eno judicial, os
dados sop-blicos. A requisio do delegado foi feita no final do ano
passado, e a resposta s veio na ltima se-mana.
Orgo,emnotaaAGAZETA,informou que no se tratou de uma negativa
genrica ela s teriaocorridoporqueContaratonofez indicao de que
havia nenhuma investigao criminalemcurso. Ora, por queumdelegado
requisitariaumainformao, seno para algu-ma investigao? Como bem
disse o prprio Contarato, o Estado pede essas informaes quando h
interesse, no por curiosidade. E ele est certo ao defender que essa
lista seja pblica, uma vez que quem temacarteira
sus-pensaprecisaentregarodocumentoaoDetran, oque muitas
vezesnoocorre. Em todo o Esprito Santo, so 54 mil condu-tores nessa
situao, o que crime, e o moto-ristaautuado se for flagrado
conduzindoum veculo.OMinistrio Pblico podemoverao por desobedincia
requisio, casooDetran continue no atendendo solicitao. O De-tran
deveria rever a sua postura inicial,emno-me da transparncia e da
segurana no trn-sito. Afinal, estamos falando de vidas que
po-demestar sob risco. EU DIGO QUE... Meu advogado me mostrou por
que no consigo assistir sozinha, sou cardaca. Mas posso dizer que
revelador, esclarecedor, terrvel Jussara Uglione Av materna de
Bernardo Boldrini, morto em abril deste ano, comentando sobre o
vdeo da briga entre o menino, a madrasta e o pai, acusados de
assassinar o garoto Di muito, mas tive de fazer minha parte e
reagir. Sou preto sim, e se isso insultar, no sei mais nada Aranha
Goleiro do Santos, comentando os insultos racistas sofridos durante
a partida contra o Grmio, em Porto Alegre, pela Copa do Brasil Vale
a pena votar? Com as eleies se aproximando, muitas pessoas se
perguntam: vale a pena vo-tar? Afinal, cada voto apenas um dentre
milhes. Se voc fizer uma an-lise custo-benefcio, a probabilidade de
que seu voto defina o resultado de uma eleio extremamente pequena.
Olhando sob este prisma, realmente parece no valer a pena.
interessante notar que este raciocnio faz sentido, primeira vista.
Afinal, se o impacto de um voto individual parece pequeno, por que
votar? Um problema decorrente deste raciocnio inicial que, se cada
indivduo pensar assim, ningum votar, o que tornar impossvel o ato
de eleger representantes polticos. Alternativamente, a ausncia de
alguns votos pode fazer com que determinados candidatos venam as
eleies, mesmo quando no so os favoritos da maioria. Esta situao
semelhante chamada Tragdia dos Comuns, onde pequenas aes
individuais, aparentemente ino-fensivas, podem levar a resultados
so-cialmente indesejados. Mesmo levando esta ltima possibi-lidade
em conta, observamos que as pessoas continuam votando durante
eleies. Na verdade, esta situao soa como um enigma para diversos
eco-nomistas, tendo recebido o nome de paradoxo da votao. Para
ilustrar melhor este paradoxo, vale lembrar que existem pases onde
o voto no obri-gatrio. Estes so os casos de Estados Unidos e Sua,
por exemplo. Ironi-camente, as taxas de participao elei-toral
nestes pases so altas. Uma pos-sibilidade seria que as pessoas
votam devido a outros fatores, alm de uma estrita comparao entre
custos e be-nefcios associados ao ato de votar. Um caso
relativamente pouco conhe-cido diz respeito implantao de um esquema
de votao alternativo na Su-a, onde cada eleitor podia votar pelo
correio. Este acontecimento permitiu uma detalhada anlise do
comporta-mento das pessoas em uma situao onde votava apenas quem
realmente quisesse. Aps analisar os dados dis-ponveis, a economista
Patricia Funk, da Universidade Pompeu Fabra, con-cluiu que a
participao de eleitores, apesar de no obrigatria, foi extre-mamente
significativa no perodo em anlise. Ou seja, as pessoas optavam por
votar mesmo quando o custo de no faz-lo era extremamente pequeno.
importante lembrar que, apesar da aparentemente mnima influncia de
atos individuais, seu voto pode vir a afetar resultados polticos em
nvel agregado. Afinal, um voto melhor que nenhum. E, se isto
ocorrer, voc certamente estar afetando resultados no campo poltico.
No final, pode valer a pena votar. H 50 ANOS agazeta.com.br
Movimento quer mais cinco anos de mandato para Castelo Branco
Articulado pelo governador de Pernambuco, Paulo Guerra, toma corpo
o movimento que visa a dar mais cinco anos de mandato ao presidente
Castelo Branco. O movimento argumenta que, s assim, o chefe do
governo brasileiro ter tempo suficiente para a obra de recuperao
econmica e financeira do pas, obra que comeou e j est dando
resultados. Mas h setores que no aprovam essa ideia. Presidente do
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