Performances Interacionais e Mediações Sociotécnicas Salvador - 10 e 11 de outubro de 2013
UTILIZAÇÃO DO APLICATIVO INSTAGRAM COMO DISPOSITIVO
JORNALÍSTICO PARTICIPATIVO NO CONTEMPORÂNEO: MOSTRA DE UM
CASO.1
MARTINS, Antoniela Rodriguez2
GOMES, Marcela Lorea3
BANDEIRA, Mônica Oliveira Ramos4
CASTRO, Rodrigo Inacio5
Universidade Federal de Pelotas
Resumo: O trabalho objetiva problematizar o possível emprego do Instagram como um
dispositivo de produção de informações jornalísticas. Com base nos aportes teóricos do
jornalismo participativo e conceituações acerca dos Sites de Redes Sociais (SRS) foram
analisadas algumas imagens coletadas através de duas hashtags, posteriormente reunidas na
categoria/caso “alagamento da cidade de Pelotas” (Rio Grande do Sul - Brasil). O processo
metodológico é inspirado na Teoria Fundamentada (Grounded Theory), dividindo-se em três
etapas, com a utilização do site Statigram como Crawler. Os resultados indicam que ocorre a
produção de conteúdo jornalístico, porém os autores não possuem uma intenção jornalística
de captura das imagens, assim, observou-se que os instagrammers não desejavam informar
sobre o fenômeno, mas sim registrar o fato.
Palavras-chave: Jornalismo participativo; Sites de Redes Sociais (SRS); Instagram; Imagem.
Abstract: The paper aims to problematize the possible use of the Instagram app as a device
for the production of journalistic information. Based on the theoretical support of
participatory journalism and conceptualizations about Social Networking Sites (SNS) were
analyzed some images collected through two hashtags, subsequently assembled in the case
"water logging the city of Pelotas" (Rio Grande do Sul - Brazil). The methodological process
is inspired by Grounded Theory and broken into three stages of research, using the site
Statigram as a Crawler. The results indicate that there is the production of journalistic content,
but this productivity has no journalistic intention of information dissemination by the authors,
that way, it was observed that instagramers when capture the images did not wish to inform
about the phenomenon, but rather record the fact.
1 Artigo submetido ao NT 5 – Sociabilidade, novas tecnologias e práticas colaborativas de produção de conteúdo do
simpósio em tecnologias digitais e sociabilidade 2013 (SIMSOCIAL). Trabalho orientado pela Prof. Dra. Rosária Ilgenfritz
Sperotto, integrante do Programa de Pós-Graduação em Educação e Programa de Pós-Graduação em Ciências e Matemática,
Faculdade de Educação/FaE - UFPEL e líder do Grupo de pesquisa Comunicação, Cultura, Tecnologias e Modos de
Subjetivação (CoCTec) 2 Bolsista CNPq do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), integrante do Grupo de pesquisa
CoCTec e acadêmica do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas. 3 Bolsista FAPERGS do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PROBIC), integrante do Grupo de
pesquisa CoCTec e acadêmica do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas. 4 Bolsista CNPq do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI),
integrante do Grupo de pesquisa CoCTec e acadêmica do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas. 5 Bolsista CNPq, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação, Universidade Federal
de Pelotas. Integrante do Grupo de pesquisa CoCTec.
Keywords: Participatory Journalism; Social Networking Sites (SNS); Instagram; Image.
1 INTRODUÇÃO
A internet desencadeou algumas transformações, proporcionando a utilização do
contexto online como acionador de novos modos de aprendizagens e diferentes formas de
produção de informações e de conhecimento. Tais mudanças têm causado impacto
significativo nas sociabilidades dos indivíduos, uma vez que possibilita outras formas de
conexão e interações entre as pessoas. Dentro dessas modificações, o Jornalismo adaptou-se
às velocidades do fluxo informacional e aos novos meios de divulgação de noticias.
Uma das possibilidades contemporânea de propagação de notícias está na utilização
dos smartphones, os usuários desses gadgets6, através de diferentes aplicativos como, por
exemplo, o Instagram, podem capturar imagens e vídeos e postá-las na internet de forma
síncrona em diferentes Sites de Redes Sociais (SRS). Sendo assim, no momento em que o
instagramer7 publica uma foto, ocorre a divulgação da mesma e ele se torna um autor que
pode disseminar uma informação podendo vir, também, a conter caráter jornalístico,
consequentemente, o jornalismo passa a ser participativo. Entendemos a prática participativa,
segundo a ideia de Bowman e Willis (2003, p. 9), os quais definem o jornalismo participativo
como “o ato de uma pessoa, ou grupo de pessoas, atuar ativamente no processo de coletar,
reportar, analisar e disseminar notícias e informação”.
O presente trabalho problematiza o emprego do Instagram como um dispositivo de
produção de informações em uma cultura participativa dos ofícios do jornalismo.
Conceituamos dispositivo através da teorização de Peraya (1999), pois no contexto do qual
nos referimos o mesmo aparece como uma tecnologia, um sistema de relações sociais e um
sistema de representações (KLEIN, 2007). Para tanto analisaremos, através da prática de
lurking8, algumas imagens do caso “alagamento da cidade de Pelotas” (Rio Grande do Sul-
Brasil) que ocorreu no dia 20 de fevereiro de 2013. As imagens foram produzidas e postadas
pelos autores que utilizam o aplicativo, não sendo esses funcionários de qualquer equipe
jornalística da região.
6 Dispositivos tecnológicos 7 Usuário do Instagram. 8 Participação apenas como observados, sem nenhuma intervenção ativa.
2 CONCEITUAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÕES ACERCA DOS SITES DE REDES
SOCIAIS (SRS)
A hipermodernidade9 possibilita outras formas de vida e hábitos aos sujeitos, um
exemplo são as relações através dos SRS, nesses surgem novas práticas que disseminam
discursos produtores de “verdades”. Segundo Henning (2013, p.40), “na contemporaneidade,
engendramos verdades e somos engendrados por elas”, pois vivemos em uma sociedade
marcada pelas tecnologias da comunicação. Dessa forma um SRS fornece estrutura para a
propagação desses discursos, além de mapear estilos, comportamentos e intercâmbios. Sendo
assim, “ao estudar as estruturas decorrentes das ações e interações entre os atores sociais é
possível compreender elementos a respeito desses grupos e, igualmente, generalizações a seu
respeito” (FRAGOSO, RECUERO E AMARAL 2011).
Recuero (2009) indica a possibilidade de expressão e socialização através da
Comunicação Mediada por Computador (CMC), não obstante, sabe-se que atualmente a
comunicação (re)configurou-se, sendo a internet o “trilho” que serve de meio para as
conexões entre os indivíduos. O próprio computador, na forma convencional como
conhecíamos, também vem se reconfigurando em diferentes gadgets, esses sincronizados aos
nossos SRS vinte e quatro horas por dia.
Mas o que seria uma rede social? Ou um SRS propriamente dito? Segundo Recuero
(2009), o próprio conceito de rede social é uma metáfora proposta na teoria das pontes de
Konigsberg por Leonard Euler;
Euler, em seu trabalho, demonstrou que cruzar as sete pontes sem jamais repetir um
caminho era impossível. Para tanto ele conectou as quatro partes terrestres (nós ou
pontos) com as sete pontes (arestas ou conexão), mostrando a inexistência da
referida rota e criando o primeiro teorema da teoria dos grafos. (RECUERO, 2009,
p.19).
Entendendo a metáfora da rede social é possível compreender metodologias que
estudam à Análise de Redes Sociais (ARS) na internet, pois estamos tratando de um modo de
interação presente em uma sociedade que se encontra cada vez mais estruturada como rede
(FRAGOSO, RECUERO E AMARAL, 2011).
Rodeghiero (2012) indica que ao entender a sociedade como rede (estruturas e
dinâmicas) consegue-se compreender as dinâmicas dos softwares e sites que priorizam as
9 Lipovetsky, 2011.
interações interpessoais através de perfis online presentes no ciberespaço. Wellman et al.
(1996), demonstram que um site ou software é caracterizado como um ambiente social
quando as redes de computadores conectam pessoas e máquinas. Já Boyd & Ellison (2007)
elencaram três requisitos que certificam um ambiente online como um SRS.
(1) Construir um perfil público ou semi-público dentro de um sistema limitado, (2)
articular uma lista de outros usuários com quem se compartilha uma conexão, e (3)
ver e percorrer a sua lista de conexões e aquelas feitas por outros dentro do sistema.
A natureza e nomenclatura dessas conexões podem variar de site para site. (BOYD
& ELLISON, 2007, p.1).
Atualmente o Brasil é o país que mais cresce em número de usuários do Facebook,
mais popular SRS do mundo. “Segundo números do site de consultoria Social Bakers, 3,6
milhões de brasileiros se cadastraram na rede social durante os últimos três meses –
crescimento de 5,4% em relação ao total de 66 milhões de usuários”10
Com base nesses dados
consegue-se visualizar que os brasileiros participam de forma ativa no contexto das redes
sociais online.
Cabe ressaltar que cada SRS possui suas ferramentas, finalidades e peculiaridades.
Dois exemplos de SRS com finalidades distintas são o Twitter e o Pinterest. O primeiro
possui semelhanças com as ferramentas presentes nos Blogs11
, porém com uma configuração
diferenciada. Dentro do microblog são permitidas postagens de apenas 140 caracteres
(atualmente ocorre à possibilidade de adição de fotos e localização do usuário) que respondem
a pergunta “o que está acontecendo?”, tornando assim as publicações mais dinâmicas e
instantâneas. Já o segundo é um SRS de compartilhamento de fotos e vídeos, semelhante a um
painel onde os usuários podem fixar (pins) imagens. Mesmo que cada SRS se diferencie uns
dos outros por suas dinâmicas, todos possuem uma delimitação dos objetos, bem como dados
de composição, estruturais e dinâmicos conceituados de forma comum, denominados dentro
do Estudo de Redes Sociais de propriedades dos dados (FRAGOSO, RECUERO E
AMARAL, 2011).
Para uma melhor compreensão das dinâmicas que serão apresentadas na análise do
trabalho faz-se necessário conceituar alguns elementos presentes no Estudo de Redes Sociais.
Dentro da delimitação dos elementos possuímos dois conceitos: Ator (nó) e conexão (aresta).
O primeiro pode ser representado por um perfil ou mesmo um dispositivo, neste caso “não são
10 http://goo.gl/ajhdb (acesso em 05 de março de 2013) 11 O Blog permite ao usuário postar textos, vídeos, imagens e links, bem como os sujeitos podem postar comentários sobre o
conteúdo, configurando assim o intercâmbio de opiniões.
atores sociais, mas representações dos atores sociais” (RECUERO, 2009, p.30). Segundo a
autora os nós presentes na rede social atuam “modelando” as estruturas sociais através das
interações.
Quando se trabalha com redes sociais na internet, no entanto, os atores são
constituídos de maneira um pouco diferenciada. Por causa do distanciamento entre
os envolvidos na interação social, principal característica da comunicação mediada
por computador, os atores não são imediatamente discerníveis. Assim, neste caso,
trabalha-se com representações dos atores sociais, ou com construções identitárias
do ciberespaço. (RECUERO, 2009. p.25).
Já o segundo pode ser “um link, uma quantidade de comentários, comentários
recíprocos, ‘amigos’ do sistema etc.” (FRAGOSO, RECUERO E AMARAL, 2011, p.119).
De forma geral as conexões são trocas sociais (comunicações/interações) que dão o
movimento a rede, sendo o principal foco de estudos dos SRS, pois caracterizam-se como o
processo comunicacional propriamente dito, do mesmo modo que são as matérias primas das
relações e laços sociais (RECUERO, 2009). A escolha dos elementos é muito importante,
devendo ser realizada com “cuidado pelo pesquisador diante de sua problemática de pesquisa
e sua abordagem do objeto” (FRAGOSO, RECUERO E AMARAL, 2011, p.119).
Nota-se que até a própria comunicação entre os sujeitos reconfigura-se no ciberespaço,
podendo ser síncrona, como se estivéssemos conversando com alguém em tempo real em
ambientes offline, ou ainda assíncrona, quando mandamos um e-mail ou deixamos uma
mensagem para alguém que irá verificar após algum tempo.
Quanto aos dados de composição, os mesmos tendem a ser utilizados por
pesquisadores que priorizem os estudos qualitativos. Dentre eles temos os laços sociais; são as
conexões estabelecidas entre dois ou mais nós, podendo ser classificados como fortes ou
fracos, variando conforme a magnitude e intimidade entre os atores. Mesmo a maioria das
pesquisas, principalmente as ligada ao consumo, deterem suas investigações nas relações
presente nos laços fortes, Recuero (2009, p.41) destaca o valor dos laços fracos, pois “são eles
que conectam os grupos, constituídos de laços fortes, entre si”.
Também temos, ainda dentro da qualidade da conexão, o capital social; Segundo
Fragoso, Recuero e Amaral (2011), pode ser entendido como o conjunto de valores criado por
um grupo. As autoras denominam como os recursos de um determinado grupo, usufruídos por
todos e baseado na reciprocidade. É importante se ter em mente que o capital social se da
através das interações, porém, não é a interação em si (RECUERO, 2009).
Recuero (2009) no traz três pilares problematizados sobre o capital social; Relações
sociais, reciprocidade e conteúdo. Sendo assim, é necessário estudar as relações que envolvem
esse capital, e igualmente, o conteúdo dessas.
Podemos, assim, perceber que a construção de capital social não é inteiramente
emergente, mas também uma consequência da apropriação social das ferramentas de
comunicação na internet. Essa apropriação é capaz de gerar tipos de capital social de
primeiro nível, o mais básico e mais voltado aos indivíduos, o que é típico das redes
de filiação12
. Já o capital social de segundo nível, mais característico de redes
emergentes13
, demanda maior investimento e maior contato entre os atores sociais.
Por conta disso, nem sempre é encontrado nos sites de redes sociais. (RECUERO,
2009. p.115).
A autora salienta o caráter multiplexo da rede, definindo a multiplexidade como a
“medida dos diferentes tipos de relação social que existem em uma determinada rede”
Recuero (2009, p.77). Também pode ser definida como os diversos tipos de capital social nas
interações entre os atores de uma rede. “Imaginemos, por exemplo, que um determinado ator
A utiliza o Orkut, o Google Talk e o Twitter para manter uma conexão com outro ator B. Essa
variedade de plataformas poderia indicar uma multiplexidade do laço” (RECUERO, 2009,
p.77).
Outro aspecto das interações presentes nos SRS são as apropriações feitas pelos atores
sociais constituintes do contexto online. Recuero (2009), destaca o aparecimento frequente de
comportamentos emergentes nesses ambientes, tais como a construção de identidades nas
comunidades do Orkut, sendo assim uma “forma de construir uma perspectiva de quem se é
no sistema” (RECUERO, 2009, p.91).
Dessa forma as redes sociais online “são quase sempre, mutantes e tendem a
apresentar comportamentos criativos, inesperados e emergentes” (RECUERO, 2009, p.92).
Cabe resaltar a existência de muitas subdivisões dos conceitos descritos, da mesma maneira,
existe inúmeros outros que não foram expostos no presente trabalho.
3 INSTAGRAM
O Instagram é um aplicativo desenvolvido por Kevin Systrom e Mike Krieger em
outubro de 2010, ambos formados pela universidade de Stanford. Dentre as características
marcantes do aplicativos estão; Layout simples, dinâmicas intuitivas, edições rápidas de
fotografias e vídeos, possibilidade de uso de imagens capturas diretamente com a câmera,
12 A autora define como rede de filiação as redes das quais o sistema mantém o laço (normalmente fraco) entre os atores,
onde as interações são reativas como, por exemplo, o ato de adicionar um amigo no Facebook. 13 As redes emergentes são mantidas por relações dialógicas, constantes e duradouras entre os atores/nós (RECUERO, 2009).
bem como de imagens presentes na galeria, captura e postagem de vídeos curtos (15
segundos), sistema de “tagueamento”14
(hashtag), adição de localização nas imagens e
compartilhamento do material publicado em outros SRS.
O aplicativo Instagram foi desenvolvido especificamente para smartphones e tablets
com o sistema operacional iOS, desenvolvido pela Apple Inc15
. Posteriormente, em abril de
2012, o uso do aplicativo foi estendido para outro sistema operacional; Android, desenvolvido
pela Open Handset Allience, conduzida pela empresa Google16
. No primeiro dia em que o
aplicativo foi disponibilizado para o Android já alcançou a marca do primeiro milhão, sendo
atualmente, metade dos usuários ativos do Instagram utilizadores desse sistema17
.
O instagram encontra-se entre os aplicativos com maior número de downloads da lista
de conteúdos gratuitos da Google Play18
, bem como na App Store19
. No ano de 2013, em
cerca de um mês, dez milhões de usuários ativos ingressaram no serviço totalizando
atualmente mais de 130 milhões de usuários20
. São aproximadamente 16 bilhões de fotos
compartilhadas, um bilhão de curtidas e 45 milhões foto por dia21
. O site Marketo22
disponibilizou um infográfico contendo alguns dados demográficos sobre o perfil dos
usuários do aplicativo Instagram. Esses sendo 55% do sexo feminino e 45% do sexo
masculino, a maioria entre 18 e 24 anos (34%) e a minoria entre 45 e 55 anos (5%)23
.
Em abril de 2012 o Facebook anunciou a compra do Instagram pela quantia de um
bilhão de dólares, logo, o Instagram passou a fazer parte da equipe da empresa, entretanto a
coordenação do aplicativo manteve-se com os fundadores e equipe originais. Apesar do
Instagram ser direcionado em primeira instancia para smartphones e tablets, ou seja, a cultura
14 Neologismo advindo da palavra “tag” do inglês etiqueta, ou seja, marcações. Dessa forma as hashtags caracterizam-se
como um sistema que cria hiperlinks por tematicas dentro de alguns SRS. 15 Empresa norte-americana que produz e comercializar produtos eletrônicos de consumo, softwares, computadores
smartphones e tablets (www.apple.com). 16 Empresa com foco em mecanismos de busca online de informações. Atualmente a empresa Google possui diversos web-
softwares, serviço de e-mail e rede social própria. (www.google.com). https://www.google.com.br/about/company/products/
(acesso em 30 de abril de 2013). 17http://tecnologia.terra.com.br/internet/apos-um-ano-instagram-tem-metade-dos-usuarios-
usandoandroid,47d4b1a7925dd310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html (acesso em 08 de abril de 2013). 18 Loja de aplicativos do sistema operacional Android. https://play.google.com/store (acesso em 23 de março de 2013). 19 Loja de aplicativos para aparelhos com o sistema operacional IOS. https://itunes.apple.com/br/genre/ios/id36?mt=8 (acesso
em 23 de março de 2013) 20 http://www.tecmundo.com.br/instagram/41078-instagram-tem-130-milhoes-de-usuarios-ativos-todos-os-meses.htm (acesso
em 27 de junho de 2013) 21 Cabe lembrar que esses valores crescem diariamente, sendo impossível registrar em um trabalho acadêmico o numero
exato, pois a poucas horas esses já são outros. Pode-se realizar o acompanhamento desses dados no site oficial do aplicativo.
http://instagram.com/press (acesso em 2 de julho de 2013) 22 http://www.marketo.com 23 http://blog.marketo.com/blog/2013/03/what-your-instagram-filter-says-about-you-infographic.html (acesso em 8 de abril
de 2013).
mobile24
, muitos sites possibilitam a visualização do perfil dos usuários (quando públicos)
através da web desktop25
, entre eles; Instagrid, Printstagram e Statigram26
. Além da
visualização do perfil os instagramers contam com uma série de outros serviços que não
encontram no próprio aplicativo como, por exemplo, o acompanhamento estatístico de suas
postagens.
No dia 5 de novembro de 2012 a equipe do Instagram anunciou a criação de sua
página oficial no formato web27
. Nessa página é visível a Bio dos usuários (pequena descrição
dos mesmos), fotos, número de seguidores/seguindo e capa onde são mostradas de forma
sequencial as imagens recentes. As possibilidades de interações são; curtir, comentar e seguir
outros perfis. O feed de notícias (página inicial) foi liberado em 5 de fevereiro de 2013. As
postagens de fotos são feitas exclusivamente pelos smartphones e tablets.
Verifica-se que mesmo se o aplicativo tivesse sido desenvolvido para desempenhar
uma tafera especifica, fotografar, filmar e editar essas imagens com a adição de filtros28
, hoje
ele comporta-se como um SRS, quer dizer, um “espaço de expressão e de construção de
impressões” (RECUERO, 2009, p.29). Muitos “gurus” das tecnologias justificam o grande
sucesso do Instagram devido a essas características sociais, uma vez que a captura de imagens
e posterior edição não foi algo inovador no contexto mobile. São apropriações do caráter
social do aplicativo Instagram o foco do presente trabalho, no próximo tópico abordaremos as
mesmas, linkando com algumas práticas jornalísticas presente no contexto online.
4 JORNALISMO PARTICIPATIVO
No aplicativo Instagram o material publicado pode ser interpretado de diversas formas,
sendo que os usuários desse serviço têm a possibilidade de registrar um fato no instante em
que ocorre, muitas vezes tornando-se o principal nó transmissor de uma notícia. No
jornalismo Participativo os conteúdos, que normalmente não possuem edição, mostram a
realidade, denunciam ou expõem o que muitas vezes a mídia não reproduz. Conforme Primo e
Cassol, 1999, através da interatividade, um dos pilares do Jornalismo Participativo, os
24 Cultura mobile neste trabalho refere-se às sociabilidades presentes entre os usuários de dispositivos móveis (smartphones e
tablets). 25 Internet acessada através dos computadores de mesa. 26 Respectivamente: http://new.instagrid.me , http://printstagr.am e statigr.am 27 http://blog.instagram.com/post/35068144047/announcing-instagram-profiles-on-the-web (acesso em 25 de março de 2013). 28 Os filtros são alterações de luz e cores que podem ser aplicados nas imagens de forma pré-programada em busca de um
efeito, ou mesmo o resgate da qualidade de uma câmera fotográfica.
usuários dos SRS tem a oportunidade de transmitir as notícias de outro modo. Ao postarem e
compartilharem fatos dos acontecimentos cotidianos, retratados através de imagens e vídeos
dos problemas ou necessidades da comunidade na qual vivem, esses mostram uma visão
alternativa que traz a possibilidade de diferir da visão dada as notícias divulgadas pelas fontes
oficiais de informação.
Existem muitos termos para designar o formato de transmissão de informações
caracterizado pela interação de pessoas que não possuem formação jornalística. Alguns dos
termos mais utilizados são: jornalismo cidadão (citizen journalism), jornalismo participativo,
grassroots journalism, e jornalismo open source (fonte aberta). O termo citizen journalism é o
mais utilizado para a versão web. Entretanto, nos estudos acadêmicos o termo mais utilizado é
participatory journalismo (jornalismo participativo).
Como afirma Träsel (2007, p.6), o jornalismo participativo assume “papel
complementar ao jornalismo profissional”. Sendo assim, mesmo nos casos em que é
constituído inteiramente por amadores, forma composições que coexistem com o
território jornalístico. Elas não eliminam ou superam a sua importância e as suas
fronteiras, mas podem modificá-las. Nos sistemas colaborativos se desenvolve um
trabalho em comum entre interagentes, que atuam juntos para dar sentido a um todo.
Assim, ocorre a mobilização da coletividade, que se mantém apoiada no auxílio
mútuo. (BELOCHIO, 2009, p.57)
Dessa forma, através do Jornalismo Participativo os sujeitos encontram ferramentas e
a oportunidade de atuar de forma ativa na produção de informações, essas contendo caráter
jornalístico, ou seja, a noticia propriamente dita. Pode-se interagir com uma matéria por meio
de comentários, acessar hiperlinks sugeridos pelo autor e ainda divulgar em SRS através da
prática de postagem e compartilhamento, produzindo ele mesmo a notícia ou atuando como
um nó propagador da mesma. A participação dos usuários em Sites, SRS, Blogs, aplicativos e
outros veículos de informações alterou a rotina de produção das notícias nos meios de
comunicação, hoje esses encontram-se abertos a opiniões e intervenções, realizam enquetes e
convidam o leitor a prática de construção das notícias.
Primo e Träsel (2006) destacam que os primeiros periódicos a percorrerem a Web
mantinham demarcada a barreira entre a redação/edição de notícias e os internautas (leitores).
A abertura de sites noticiosos à construção participativa de notícias e ao debate das mesmas
levanta novas questões, não apenas sobre o webjornalismo, mas também exige discussões em
torno do sistema de produção e dos próprios ideais jornalísticos:
Novas formas de participação vêm sendo oferecidas no webjornalismo, chegando ao
limite de ampla e irrestrita redação e edição por parte de qualquer pessoa com acesso
à rede. Abre-se, assim, espaço para a interação mútua (Primo, 2004), na qual o
desenvolvimento do processo interativo é negociado entre os participantes. Neste
caso, o relacionamento desenvolvido entre os interagentes têm um impacto recursivo
sobre a interação, seus participantes e produtos. (PRIMO e TRASEL, 2006: 9).
Como dito anteriormente, um dos pilares do jornalismo participativo, é a
interatividade, segundo Steuer (APUD PRIMO E CASSOL, 1999) é a extensão em que os
usuários podem participar, fazendo modificações na forma e no conteúdo de um ambiente
mediado em tempo real. Através da interatividade os sujeitos têm a oportunidade de estarem
mais próximos das rotinas de produção da mídia. Logo, “em vez de falar sobre produtores e
consumidores de mídia como ocupantes de papeis separados, podemos agora considerá-los
como participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras, que nenhum de
nós entende por completo”. (JENKINS, 2009, p.30). À vista disso, o presente trabalho, além
da análise de um caso de Jornalismo Participativo, objetiva problematizar parte desse
conjunto de regras descrito pelo autor. Com esse movimento de ideias pretende-se fomentar
as discussões acerca dos modos contemporâneos de produção e propagação de notícias.
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Devido ao fato do Instagram se tratar de um dispositivo relativamente novo, encontra-
se algumas dificuldades quanto aos processos metodológico de pesquisa, tendo em vista que
não existe uma metodologia especifica para o mesmo, ou qualquer outro aplicativo. Sendo
assim, a teorização presente nos Estudos de Redes Sociais, aliada aos conceitos advindos da
Teoria Fundamentada ou Grounded Theory (FRAGOSO; RECUERO; AMARAL, 2011),
trouxeram elementos para a criação de um desenho metodológico para o trabalho. Realizou-se
três etapas de pesquisa com a utilização do site Statigram, uma das formas possíveis de
visualização dos perfis presentes no Instagram através da web desktop. O site funcionou como
um Crawler29
, onde no sistema de busca do Statigram foi digitada a palavra “Pelotas” (Nome
da cidade a qual estamos investigando), nesse sistema são fornecidos os nomes de usuários e
hashtags30
que contenham a palavra ou derivados da mesma.
O foco de pesquisa foram as hashtags, pois por meio delas seriam expostos os
hiperlinks contendo a seleção de imagens. A primeira busca gerou um total de vinte hashtags
29 “Também chamados de spiders e bots, os crawlers são programas que rastreiam hipertextos como a web, passando de um
documento a outro através dos hiperlinks e armazenando dados sobre os nós percorridos e suas conexões.” (FRAGOSO;
RECUERO; AMARAL, 2011). 30 Hashtags tem origem na palavra “tag” do inglês etiqueta, ou seja, marcações online. Normalmente nos SRS as mesmas
vêm acompanhadas da cerquilha (#).
(Tabela 1). De posse desses hiperlinks iniciou-se a segunda etapa de pesquisa. Foram
revisados todos os links e selecionadas de forma qualitativa as imagens para a análise. Com
base nos dados fornecidos pela segunda etapa optou-se por direcionar o foco da investigação
para duas hashtags: #Pelotas e #PelotasPic, pois com as demais não obteve-se imagens que se
enquadrassem dentro do conceito presente no Jornalismo Participativo.
Na terceira etapa de pesquisa realizou-se a categorização das imagens selecionadas na
segunda etapa. Trabalhou-se com a formação de grupos devido à diversidade de temas
presentes nas diferentes imagens. Partiu-se de um desenho inicial do processo metodológico
de pesquisa, porém o mesmo foi se reconfigurando ao longo da própria investigação com base
nos dados surgidos nas buscas.
Tabela 1: Hashtags encontradas na primeira etapa de pesquisa.
Hashtags Número de imagens por hashtag
#Pelotas 4287
#PelotasPic 301
#pelotas200anos 105
#pelotasrs 78
#pelotaso 25
#pelotasuiza 11
#pelotaseuteamo 7
#pelotassilenciosa 6
#peloras_rs; #pelotasso 5
#pelotasdetennis 4
#pelotascolonial; #pelotasboii;
#pelotasdegoma; #pelotass;
#pelotasdecolores; #pelotasdeplaya.
3
#pelotasaltarina; #pelotasss;
#pelotasuave
2
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Partindo da palavra “Pelotas” foram encontradas vinte hashtags totalizando 4.855
imagens, sendo as selecionadas para o trabalho categorizadas nas seguintes temáticas:
campanhas eleitorais, passeata em prol dos familiares das vitimas do incêndio na boate Kiss
ocorrido na cidade de Santa Maria, condições climáticas, atividades esportivas e imagens
relacionadas ao alagamento que ocorreu na cidade de Pelotas no dia 20 de fevereiro de 2013.
Devido aos limites de um artigo realizou-se uma análise das onze imagens referentes à última
categoria citada, deste modo, uma mostra de um dos casos. Todas as imagens são
provenientes das hashtags #Pelotas e #PelotasPic, sendo a primeira com um total de 4.278
fotos e a segunda com 301 fotos31
. O número de imagens na primeira hashtag deu-se devido à
multiplicidade de sentido da palavra, uma vez que a mesmo encontra-se também no idioma
espanhol.
O caso do qual vamos nos aprofundar no presente trabalho, segundo o site do Jornal
Diário Popular (online32
), causou transtornos à população devido ao alagamento da cidade de
Pelotas, onde vários pontos da região registraram problemas no escoamento da água. De
acordo com o pronunciamento do Corpo de Bombeiros, a chuva registrada chegou a 32
milímetros entre as 8h e às 17h, segundo informações da Defesa Civil, durante as 48 horas de
ocorrência do fenômeno já havia chovido 82 milímetros, o que equivale a 63% do total
previsto para todo o mês de agosto de 2013. A chuva atingiu seu ápice entre as 12h30min e às
14h30min, intervalo no qual várias ruas e avenidas ficaram completamente alagadas. A
situação ganhou repercussão nos SRS, fotos e vídeos capturados por moradores circularam
mostrando a dimensão dos problemas ocasionados pela chuva.
Dentre os SRS, o aplicativo Instagram já está sendo utilizado por alguns veículos
jornalísticos, como exemplifica Teixeira (2012) ao relatar algumas práticas da equipe de
imagem na criação de missões e publicação de conteúdos colaborativos nas redes sociais
online no Jornal do Comércio:
O aplicativo Instagram funciona como uma ferramenta para agrupar o material
jornalístico enviado pelos internautas/leitores, servindo ainda como base noticiosa.
As peculiaridades de múltiplos olhares em relação a um fato, o registro do inusitado,
a notícia, fazem parte do material publicado via Instagram. Um aspecto a ser
considerado é o estímulo à prática do jornalismo cidadão, por meio do qual os
conteúdos compartilhados mostram aspectos da realidade cotidiana, na produção de
imagens sobre eventos, problemas ou necessidades da comunidade na qual vivem os
usuários da rede social. (TEIXEIRA, 2012. p.6)
31 Coleta em fevereiro de 2013. 32 Jornal mais antigo do Rio Grande do Sul e o terceiro do Brasil com circulação diária ininterrupta na Pelotas – Rio Grande
do Sul. http://www.diariopopular.com.br (acesso em 20 de julho de 2013).
As imagens coletadas no caso do alagamento da cidade de Pelotas fazem parte do
conceito de cultura participativa descrito pela autora, pois está vinculada “a produção de
conteúdos próprios e a incorporação desses na difusão de informações.” (TEIXEIRA, 2012,
p.7). Porém, tal produção de conteúdo não possui uma intenção jornalística de difusão das
informações, isto é, os instagrammers ao capturarem as imagens não desejam informar sobre
o fenômeno, contudo demostram uma intencionalidade de registro dos mesmos, nesse caso as
situações de alagamento na região. Evidencia-se esse fato através das legendas presentes nas
imagens, por exemplo, quando o autor cita: “Barquinhos navegando pela cidade!” (Figura 4).
O teor jornalístico da informação veiculada pela imagem acaba sendo secundário ao próprio
ato de fotografar o fenômeno.
Ratifica-se em outras legendas que os autores não possuem a intenção de noticiar um
fato. Na legenda “Pra variar” (Figura 1) percebe-se que o fenômeno não é inédito na cidade.
Em contrapartida, observa-se na descrição: “10 anos aqui e nunca vi disso...” (Figura 5) o
espanto de outro autor com o ocorrido. Apesar de todas as imagens tratarem do mesmo fato,
encontra-se diferentes pontos de vista e intensidades na transmissão da informação através das
postagens no Instagram. Sendo assim, os autores além da publicação visual, ou seja, das
imagens, também imprimem suas opiniões ao postarem uma foto no SRS. As imagens
postadas, quando aliadas a uma legenda ou a uma hashtag, assumem outros significados.
Ainda dentro da análise de algumas legendas, observa-se na Figura 2, caracterizada
pela grande quantidade de água acumulada nas vias de um bairro da cidade, a forma irônica
de escrita: “Nem choveu em Pelotas II”. Essa figura de linguagem, que consiste em dizer o
contrário daquilo que se pensa, é utilizada muitas vezes pelos autores com a finalidade de
denunciar, criticar, ou mesmo censurar algo de maneira a convidar o leitor a refletir sobre o
tema presente na imagem. Caso semelhante ocorre na Figura 3, nessa revela-se um cenário
parecido com o presente na Figura 2, entretanto a legenda “A rua virou um lago gigantesco”
pode caracterizar-se como outra figura de linguagem, a hipérbole, sendo essa expressada por
uma ideia exagerada de uma fato, com o objetivo de chamar a atenção do leitor para a
informação que deseja-se transmitir, porém ainda sem a intenção jornalística do autor.
Na Figura 6 o autor utilizou o recurso de fotocolagem, no entanto o Instagram não
possui esse processo de edição, contudo pode-se postar fotos diretamente da galeria dos
gadgets, essas já editadas em diferentes aplicativos. A fotocolagem pode ser uma forma de
mostrar diferentes ângulos ou uma sequência dos fenômenos capturados. Observa-se que
nessa imagem o autor optou por não adicionar legenda, mas faz uso de diversas hashtags. No
jornalismo participativo é comum o uso de hashtags no chamado crowdsourcing, segundo
Nieles (2012);
Em jornalismo o crowdsourcing compreende a utilização de um grande grupo
de leitores para narrar um fato jornalístico. “Tal prática difere do tradicional
processo de reportagem no sentido de que a informação obtida não é coletada
manualmente, por um repórter ou uma equipe jornalística, mas através de
algum agente automatizado, como um website”. (NILES, 2012, APUD
TEIXEIRA, 2012, p.6).
Desta forma, a formação de hiperlinks, através da adição de diferentes hashtags nas
legendas das imagens postadas no aplicativo Instagram, caracteriza-se como um agente
automatizado de informações organizado por temáticas especificas.
Figura 1: Pra variar #pelotas Figura 2: Nem choveu em Pelotas II #pelotaspic
Figura 3: A rua virou um lago gigantesco! Figura 4: Barquinhos navegando pela cidade!
Performances Interacionais e Mediações Sociotécnicas Salvador - 10 e 11 de outubro de 2013
Figura 5: 10 anos aqui e nunca vi disso… #pelotas Figura 6: #instacollage#pelotas
#chuva#help#muita_agua#u
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se, com base na mostra do caso “alagamento na cidade de Pelotas” ocorrido
no dia 20 de fevereiro de 2013, a produção de conteúdo jornalístico, porém essa produtividade
ocorre sem uma intenção jornalística de difusão das informações por parte dos autores das
imagens. Observou-se que os instagrammers ao capturarem as imagens não desejavam
informar sobre o fenômeno, mas sim registrar o fato. Dessa forma, a informação existe, porém
toma um caráter secundário quanto ao registro fotográfico e a descrição das legendas. Essas
pistas nos remetem a importância da participação dos sujeitos, através dos SRS, na construção
da noticia no contemporâneo, pois com esses dispositivos indexadores...
Permite que seja colocado em prática o jornalismo cidadão, colaborativo, no qual o
internauta mostra os problemas de sua comunidade, por exemplo, em uma relação
com o valor da notícia que difere da normalmente adotada pelas grandes redações
jornalísticas. Aproxima-se da realidade vivida, do cotidiano, das necessidades de
indivíduos, comunidades, bairros, cidades. (TEIXEIRA, 2012. p.12).
Por fim, ratifica-se a importância das legendas para o sentido que se pretende dar as
imagens postadas no aplicativo Instagram, uma vez que o conteúdo presente nessas, bem
como as marcações por meio das hashtags, podem modificar o sentido das imagens nos SRS.
Citamos alguns estudos problematizando o uso do Instagram pelos veículos jornalísticos,
porém conclui-se o trabalho com a indicação da necessidade de maior apropriação dessas
empresas sobre as sociabilidades e os fluxos informacionais presentes nesse, uma vez
observado que os modos de transmissão das informações vêm se reconfigurando no
contemporâneo.
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