UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
USO DE REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA DE
APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA
CÁSSIA FERNANDES ROCHA REIS
CUIABÁ – MT
2011
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
USO DE REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA DE
APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA
CÁSSIA FERNANDES ROCHA REIS
Orientador: Prof. Dr. Mauricio Fernando Lima Pereira
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Informática na Educação –
Modalidade a Distância – do Instituto de
Computação da Universidade Federal de Mato
Grosso, em parceria com a Universidade
Aberta do Brasil, como requisito para
conclusão do Curso de Pós-graduação Lato
Sensu em Informática na Educação.
CUIABÁ – MT
2011
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
3
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
TÍTULO: USO DE REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA
DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA
AUTOR: CÁSSIA FERNANDES ROCHA REIS
Aprovada em 14/07/2011
______________________________________
Prof. Dr. Mauricio Fernando Lima Pereira
IC/UFMT
(Orientador)
______________________________________
Prof. Dr. Jesus Franco Bueno
IC/UFMT
______________________________________
Prof. Msc. Nielsen Cassiano Simões
IC/UFMT
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta a meus filhos Pedro Henrique, Gabriela e Isabella que se fazem
presentes em todos os momentos de minha vida, são eles que me compreenderam
quando achei que tudo daria errado e sempre me fizeram saber levantar e acreditar que
tudo da certo, é por eles que faço o que faço. Quero também lembrar aqui as mulheres
mais presentes em minha vida, minha mãe que do seu modo sabe expressar que confia
em mim e sempre me apoiou e minha querida avó paterna que sempre está dizendo que
o estudo é a herança perpétua em nossa vida. Ao meu eterno enamorado Marcos
Vinicius qual tem me compreendido e apoiado nessa profissão de educadora, a qual nos
faz transitar por várias faces.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus sobre todas as coisas, o qual tem iluminado meu caminho por
todas as esferas da vida.
Agradeço a minha querida tutora presencial deste curso Jacqueline Cruz que se
fez presente nos momentos de fúria e desistências, onde nesta a mesma não me
permitiu. Além de tutora foi amiga e orientadora na finalização deste.
Agradeço a Escola Estadual Arlindo Estilac Leal, enfim a todos os
funcionários que contribuíram para a reflexão e realização do projeto em especial ao
técnico de laboratório João Vitor Andrade, qual auxiliou e se fez presente em todas as
aulas do projeto. Aos amigos quais sempre estão do meu lado, Diacui, Chero, Olivia,
Gê, Jô, Ni, entre outros que agora no momento de redação posso ter esquecido.
6
RESUMO
Este trabalho visa contribuir para a educação de língua estrangeira com o uso e a
exploração do software busuu.com introduzido nas redes sociais da Internet. Através
dele, pode-se facilitar o aprendizado da língua inglesa através da socialização de saberes
que, em virtude do ciberespaço potencializar os atos de interação lúdica, verbal, oral e
escrita como tecnologia intelectual nas redes sociais. Com isso busca-se lançar um olhar
sobre estas redes virtuais como espaços de construção, produção e educação no campo
das TICs. Para a operacionalização do trabalho foi realizada a inserção dos educandos
da Escola Estadual Arlindo Estilac Leal no meio tecnológico e no software explorado
como modo de aprendizagem com o objetivo de analisar as redes sociais e suas
possibilidades de uso em educação.
Palavras-chave: redes sociais, busuu.com, aprendizagem
7
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA .......................................................................................................................................... 4
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................ 5
RESUMO .................................................................................................................................................... 6
SUMÁRIO ................................................................................................................................................... 7
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................. 8
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................ 13
2.1. USO DO COMPUTADOR NO ENSINO DE LÍNGUAS ....................................................... 13
2.2. O SITE BUSUU .......................................................................................................................... 16
3 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................. 19
3.1 O MÉTODO EXERCITADO ........................................................................................................ 19
3.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................................... 20
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO ............................................................................................................ 22
5 CONCLUSÕES .............................................................................................................................. 30
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 31
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Aluna participante da pesquisa. Nova Xavantina, 2011. .............................. 22
Figura 2 – Gráfico com a relação de alunos pesquisados que possuíam e não possuíam
e-mail. Nova Xavantina, 2011. ....................................................................................... 23
Figura 3 – Gráfico apresentando a porcentagem de alunos pesquisados que possuem ou
não acesso à internet. Nova Xavantina, 2011. ................................................................ 24
Figura 4 – Página que apresenta o site Busuu. ............................................................... 25
Figura 5 - Vocábulos a serem aprendidos no site busuu. ............................................... 26
Figura 6 – Apresentação dos vocábulos representados por frutas. ................................. 26
Figura 7 – Representação do nível de aprendizagem da aluna Fernanda ....................... 27
Figura 8 – Representação do nível de aprendizagem do aluno Gino ............................. 28
Figura 9 – Atividades realizadas do aluno Gino Tsereuo ............................................... 28
Figura 10- Atividades realizadas da aluna Fernanda ...................................................... 29
9
1 INTRODUÇÃO
É difícil prever o futuro, porque ele não se desenvolve linearmente. Na
educação, contudo, é mais fácil antecipar algumas perspectivas. A educação será cada
vez mais importante para as pessoas, corporações, países e para o mundo como um
todo. Com as tecnologias cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e
distância se altera profundamente e as formas de ensinar e aprender também. (MORAN,
2003)
A expressão comunidade virtual passa a ser popularizada através do trabalho do
jornalista americano Rheingold (1996) e serve para designar grupos de pessoas que se
relacionam no ciberespaço através de laços sociais, onde hajam interesses
compartilhados, sentimento de comunidade e perenidade nas relações. O autor espanhol
Castells (1999) diz que a comunidade virtual é como uma rede eletrônica de
comunicação interativa autodefinida, organizada em torno de um interesse ou finalidade
compartilhado, embora algumas vezes a própria comunicação se transforme no
objetivo.
A formação de redes de interação vem atingindo as mais diversas esferas e
campos de conhecimento, desde o plano econômico, científico, cultural em especial a
educação de crianças e jovens. Apesar de uma grande massa não fazer parte desse
mundo digital, o número de conectados cresce a cada dia e a participação em
comunidades virtuais tem se tornado um hábito no cotidiano dos internautas.
No ritmo da mudança tecnológica e científica em que vivemos ninguém pode
prever quais os conhecimentos específicos que os cidadãos precisarão dominar dentro
de 10 ou 15 anos para poder enfrentar as demandas sociais que lhes sejam colocadas.
(Pozo e Postigo, 2000). Nesse aspecto, a experiência pedagógica do professor é
fundamental. Conhecendo as técnicas de informática para a realização dessas atividades
e sabendo o que significa construir conhecimento, o professor deve indagar se o uso do
computador está ou não contribuindo para a construção de novos conhecimentos
10
(BRASIL, 2005). Roberto Macedo utiliza uma metáfora para descrever a nova realidade
profissional: "no mundo do trabalho navegamos, como um surfista, com a nossa
competência como tal, mais a prancha, diploma ou profissão que escolhemos. Não
temos, contudo, controle sobre as ondas de oportunidades que surgirão, nem mesmo se
elas virão na praia profissional escolhida. Especular sobre as profissões do futuro é
como teorizar sobre as ondas que virão. O correto é estar preparado para enfrentá-las,
independentemente de suas características”.
Segundo Araújo (2007), as práticas de linguagens desenvolvidas na Web,
deve ser vista como um elemento ampliador das possibilidades de uso da língua, e não
como uma ameaça à própria língua ou aos professores. As facilidades técnicas
oferecidas pelos computadores possibilitam a exploração de um leque ilimitado de
ações pedagógicas, permitindo uma ampla diversidade de atividades que professores e
alunos podem realizar (BRASIL, 1999). Possenti (2006) afirma que “escrever „no
computador‟, especialmente se online, é certamente um fator que induz a inovações,
seja pela velocidade que deseja imprimir à escrita, seja por eventuais limitações do
teclado”.
Onde atualmente se vê a possibilidade de trabalhar com os educandos prendendo
a atenção dos mesmos, uma vez que eles “adoram‟ as novas tecnologias incluindo as de
rede sociais. Gouvêa (1999) relata que o educador “precisa apropriar-se desta tecnologia
e introduzi-la na sala de aula, no seu dia-a-dia, da mesma forma que um professor, que
um dia, introduziu o primeiro livro numa escola e teve de começar a lidar de modo
diferente com o conhecimento – sem deixar as outras tecnologias de comunicação de
lado. “Continuaremos a ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela
afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora também pelo
computador...”.
Se uma nova cultura se faz presente, novas possibilidades de se comunicar e
interagir também surgem e é a comunicação, a interação que é buscada intensamente,
pois “o maior uso da internet é para a busca efetiva de conexão social...” sendo assim, a
internet incubadora de instrumentos de comunicação” impulsionou modos diferentes de
se relacionar, pois “novas ferramentas de comunicação geram efetivamente novas
formas de relacionamento social”. (LEMOS, 2003).
Segundo Penteado (2000), professores devem ser parceiros na concepção e
condução das atividades com TI (Tecnologias Informáticas) e não meros espectadores e
executores de tarefas. O importante é que o professor se sinta como uma peça
11
participativa do processo e que a sala de aula virtual passe a ser uma extensão de sua
sala presencial. Nesse momento, ele observa as ferramentas do ambiente como um novo
instrumento, um giz diferente. De acordo com Piñol (2002) há uma quantidade muito
representativa de sites dedicados ao ensino e a aprendizagem da língua espanhola, cabe
ao professor que deseja utilizar-se deste recurso escolher o que melhor se adapte a suas
necessidades e aos interesses dos alunos. O uso da Internet na escola pode exemplificar
a multiplicidade de recursos que podem ser utilizados em situações de aprendizagem.
BRASIL(2005).
Lévy (1999) enfatiza que os mundos virtuais podem eventualmente ser
enriquecidos e percorridos coletivamente. Tornam-se, nesse caso, um lugar de encontro
e um meio de comunicação entre seus participantes. As novas gerações estão inseridas
num contexto em que as TICs tornam-se cada vez mais presentes em seu cotidiano. À
medida que as crianças familiarizam-se com essas tecnologias e se apropriam delas, é
preciso compreender quais as implicações desse novo cenário. (BRASIL, 2010). A
importância da linguagem na interação com as pessoas, não só do discurso como
também dos signos e dos símbolos. Para esse estudioso, é por meio da linguagem que se
transmite a cultura, desenvolve-se o pensamento e se realiza a aprendizagem.
(Vygotsky, 1984)
Afirmando que para os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino
de línguas estrangeiras modernas, um dos objetivos do ensino de idioma na escola é
conduzir o aluno à percepção e à compreensão de outras culturas. Os recursos
disponibilizados por redes sociais que trabalha o idioma estrangeiro oferecem através da
internet, uma forma de aprendizagem inovadora para serem trabalhados no cotidiano
escolar. Tais metodologias são motivadoras para desenvolver o interesse do aluno
mediante as disciplinas de língua estrangeira. Neste contexto, tem-se o site busuu.com o
qual é uma ferramenta para o aprendizado de diversos idiomas criado por um austríaco
e um súdito do Principado de Liechtenstein, um minúsculo reino encravado nos Alpes,
entre a Suíça e a Áustria. Busuu.com é uma rede social onde o maior foco está no
aprendizado de novas linguagens por seu usuário.
A internet disponibiliza uma variedade de softwares que facilita o processo de
aprendizagem do educando. Em relação ao idioma da língua espanhola existem
diferentes formas de aperfeiçoar a linguagem falada e escrita. Porém falta aos
educadores conhecimento destes recursos que podem ser utilizados em suas aulas com
os alunos.
12
Atualmente é comum os professores receberem alunos nas aulas de idioma
estrangeiro e estes, não compreender os conceitos básicos. Muitos profissionais
desconhecem a existência de tais ferramentas disponibilizadas na web ou não sabem
utilizar seja por falta de planejamento, seja por não buscarem novas metodologias de
ensino. Acredita-se que as redes sociais, como ferramentas de aprendizagem na área de
linguagens em relação à disciplina de língua espanhola, podem se tornar um importante
instrumento no desenvolvimento da aprendizagem, tornando-se um meio para a
interação do indivíduo com novas culturas e o mundo que o cerca.
Enfim além de motivar o educando com o recuso audio visual, o software
busuu.com atualmente apresenta-se como uma ferramenta que pode auxiliar a
aprendizagem, seja dentro ou fora da escola, ampliando os horizontes dos alunos para a
seu aprimoramento educacional.
13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. USO DO COMPUTADOR NO ENSINO DE LÍNGUAS
O retrato do ensino da língua inglesa nas escolas públicas é negativo,
confirmamos por relatos como o de Perin (2005), no qual dizem que apesar dos alunos
saberem a importância de se aprender e de se saber inglês, os alunos da escola pública
tratam o ensino da língua inglesa com desprezo ora com indiferença [...] o Professor
trabalha com a sensação de que o aluno não crê no que aprende. Para Lima (2009),
partimos de um retrato do ensino da língua inglesa no âmbito da escola pública como
deficiente e precário, apontando não só a falta de compromisso de grande parte do
alunato, mas também o fato de não exigir na disciplina o mesmo rigor do que nas
outras.
Assim para Freire & Macedo (1990) deve se usar uma pedagogia humanizadora,
qual enfatiza a linguagem do aprendiz onde o uso bem sucedido do universo cultural
requer respeito e legitimação dos recursos dos estudantes, isto é, de seus próprios
códigos lingüísticos, que são diferentes, mas não inferiores.
Segundo Boldarine (2007), é necessário que a língua seja trabalhada como
instrumento de comunicação. Por mais estranha que esta afirmação pareça por sua
obviedade, não é assim que ela é tratada nas escolas públicas. Os alunos presos às
formas estruturais, não tem noção de como utilizá-la. Assim, é preciso que a língua seja
usada para transmitir opiniões, expressar desejos e críticas.
O envolvimento do aluno no processo de aprendizagem é fundamental. Para
isso, a escola deve propiciar ao aluno encontrar sentido e funcionalidade
naquilo que constitui o foco dos estudos em cada situação da sala de aula. De
igual maneira, propiciar a observação e a interpretação dos aspectos da
natureza, sociais e humanos, instigando a curiosidade do aluno para
compreender as relações entre os fatores que podem intervir nos fenômenos e
no desenvolvimento humano. Essa forma de aprender contextualizada é que
permite ao aluno relacionar aspectos presentes da vida pessoal, social e
cultural, mobilizando as competências cognitivas e emocionais já adquiridas
para novas possibilidades de reconstrução do conhecimento. (PCN, 1999)
14
.
Segundo Costa (2005), os recursos disponibilizados pela internet, se bem
utilizados, podem ser excelentes ferramentas para o ensino-aprendizagem de línguas.
Ela afirma que as redes digitais representam hoje um fator determinante para a
compreensão da expansão de novas formas de redes sociais e da ampliação de capital
social em nossa sociedade. As diversas formas de comunidades virtuais funcionam
como a estratégia, de ensino aprendizagem onde essas comunidades móveis chamam a
atenção dos educandos; a explosão dos blogs e wikis e a febre do Orkut provam que o
ciberespaço constitui fator crucial no incremento do capital social e cultural disponíveis.
(...) processo que reúne o eu e o outro na sua relação: dialética de
reconhecimento ou conjuntura da interlocução. Como a apropriação da
linguagem é social, os sujeitos da linguagem não são abstratos e ideais, mas
estão mergulhados no social que os envolve, de onde deriva a contradição
que os define. Cada um sendo, ao mesmo tempo, o seu “próprio” e o
“complemento” do outro, os interlocutores constituem-se na bipolaridade
contraditória daquilo que, por sua vez, constituem: o texto (o discurso)
enquanto sua unidade. (ORLANDI, 2006)
Para Vygotsky (1988), a aprendizagem sempre inclui relações entre pessoas. Ele
defende a ideia de que não há um desenvolvimento pronto e previsto dentro de nós, que
vai se atualizando conforme o tempo passa. Assim sendo, o desenvolvimento é pensado
como um processo, em que estão presentes a maturação do organismo, o contato com a
cultura produzida pela humanidade e as relações sociais que permitem a aprendizagem.
Como acusa Paulo Freire (1996), que neste cenário de supervalorização do
aluno, o professor virou mero observador ou, no máximo , facilitador,e é pouco para
uma função tão complexa. Facilitar é na verdade baratear o trabalho intelectual de
aprender o que é complexo que exige presença continua, compreensão dos processos
internos do aprendiz, provocação desequilíbrio, colocação de novas questões e de
conteúdo inacessíveis espontaneamente pelos alunos.
As tecnologias, dentro de um projeto pedagógico inovador, facilitam o
processo de ensino-aprendizagem: sensibilizam para novos assuntos, trazem
informações novas, diminuem a rotina, nos ligam com o mundo, com as
outras escolas, aumentam a interação (redes eletrônicas), permitem a
personalização (adaptação ao ritmo de trabalho de cada aluno) e se
comunicam facilmente com o aluno, porque trazem para a sala de aula as
linguagens e meios de comunicação do dia-a-dia. (MORAN, 1994)
O computador no ensino de uma língua estrangeira pode e é usado, atualmente,
como ferramenta para explorar novos conhecimentos, serve como veículo de conteúdos
15
significativos, culturais, e dá suporte à aprendizagem individualizada e cooperativa e
permite aprender o idioma através de um processo reflexivo. (BARBOSA, 2005).
Assim sendo, o estudo de língua estrangeira, e mais especificamente o de Língua
Espanhola, tendo como ferramenta a utilização de recursos informatizados, tem
potencial de contribuição para o enriquecimento do conhecimento cultural e
tecnológico. Através do conhecimento cultural, a Língua Espanhola além de oportunizar
o domínio de outro idioma pode proporcionar a ampliação de informações universais e
permitir a interação com outros cenários que não o idioma espanhol, além de modificar
as atitudes em relação ao computador (ROJAS GORDILLO, 2001).
Segundo Moran (1994) os meios audiovisuais têm a possibilidade de “[...]
articular, combinar, integrar a lógica convencional (mais organizada e seqüencial) com
a paralela, associadora, uma lógica “puntilhista”, multidimensional, repleta de pontos
fortes, reforçada pelos efeitos sonoros e pela inserção de trilhas musicais“
Pierre Lévy (2002), também tem defendido a participação em comunidades
virtuais como um estímulo à formação de inteligências coletivas, às quais os indivíduos
podem recorrer para trocar informações e conhecimentos.
Portanto, partindo do pressuposto de que a Internet hoje se constitui como um
lugar de interação, que acontece de várias formas, acredita-se que no momento em que
um estudante entra em contato com novas culturas e pessoas que falam uma linguagem
diferente da sua, através de uma rede social online, ele passa a assimilar novas
informações de forma autêntica, uma vez que estará em contato direto com um falante
nativo, podendo, então, relacionar-se com ele e colocar em prática e aprimorar seu
conhecimento da língua inglesa, anteriormente construído. Além disso, ele é exposto a
um leque de possibilidades culturais, estando, assim, inserido no contexto lingüístico do
idioma pretendido, o que pode vir a ser uma contribuição para a aquisição espontânea e
natural dessa segunda língua (KRASHEN, 2009).
A simples convivência com os computadores nem sempre resulta em melhores
desempenhos dos seus usuários. Isto significa que o trabalho com o computador na
escola deve ser bem planejado e desenvolvido, de modo que só torne oportunas
experiências válidas e gratificantes dos alunos. Experiências devem ultrapassar um
caráter meramente recreativo, ilustrativo, ou, então, de uma máquina de escrever
eletrônica (HASSE, 1999, p. 138). Isso fica explícito em Pavani (2010), o qual diz que
na internet desenvolvemos novas formas de comunicação, de escrita da fala e da
imagem, em sites de relacionamentos como o Orkut, em blogs, fotoblogs ou videoblogs,
onde escrevemos, teclamos e digitamos usando ora a linguagem formal, ora a
linguagem coloquial.
Neste momento o professor redesenha sua função e sai um pouco do foco das
ações, deixando o espaço para o aluno no papel de aprendiz. (ALMEIDA, 2006) Esse
16
movimento foi reforçado pela contribuição de Vygotsky(1998), que traz à cena a função
social e coletiva da aprendizagem, onde se aprende com a cultura,com o coletivo, com a
economia, com a história[...] tornando-se novos os componentes no ato de aprender.
Tori (2010), confirma qua a produção de conteúdo pelos próprios usuários, como
é o caso da Wikipédia, Youtube, Flickr, Google Docs, Google Maps, entre outros
serviços da chamada Web 2.0, vem ganhando volume e relevância cada vez maior
abalando paradigmas e abrindo novas perspectivas à aprendizagem.
Todavia, a continuação de um empíreo educacional não está associada apenas a
um comportamento idealizado de alunos e professores também esta surgindo a idéia de
que no ciberespaço seria possível encontrar um modo de organizar a educação que daria
mais flexibilidade ao processo de formação qual esta emergindo a idéia de que o
ciberespaço seria possível a formação de um grande ambiente de
aprendizagem.(SOMMER,2006)
2.2. O SITE BUSUU
Busuu.com é um serviço online de rede social que serve como uma plataforma
comunitária de aprendizagem de línguas, onde os usuários podem ajudar uns aos outros
para melhorar suas habilidades de linguagem, indicado para as pessoas interessadas em
aprender ou aprimorar suas habilidades de línguas.
O site possui uma grande comunidade online de falantes nativos, para que
possam dar um passo além dos métodos tradicionais de aprendizagem através do uso de
material busuu de software multimídia, startup Web 2.0 e intercâmbio de línguas, onde
os usuários podem melhorar suas habilidades de conversação, ligando diretamente com
outros falantes da língua estrangeira a ser estudada, pois podem se comunicarem com o
mundo através do vídeo-chat integrado do busuu.
Os cursos baseiam-se no Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas
(QECR), abrangendo os níveis A1, A2, B1 e B2. Cada curso é dividido em unidades de
aprendizagem que cobrem mais de 150 temas do dia-a-dia. Para cada unidade, os
utilizadores beneficiam de vários tipos de materiais, tais como palavras e frases do
vocabulário, diálogos, áudio, podcasts e PDFs, nos quais os dois últimos são apenas
para participantes Premium, ou seja, para à aqueles que pagam . Ao longo de seus
17
estudos, os usuários podem testar os seus progressos, graças a pequenas revisões
interativas.
No software cada usuário não é apenas "aluno" de uma língua estrangeira, mas
também um "tutor" da língua mãe dele. No busuu.com são bem-vindos usuários que
falam qualquer língua, assim toda a comunidade tem o potencial para aprender qualquer
número de idiomas. No software, o aluno inclui seus dados e seu nível de conhecimento
da língua inglesa para que possa se comunicar online com outros falantes da mesma
através de mensagens instantâneas.
Dessa forma é possível concordar com a afirmação de Lévy (1996), onde diz que
estamos na direção de uma potencialização da sensibilidade, da percepção, do
pensamento,da imaginação, e tudo isso graças a essas novas formas de cooperação e
coordenação em tempo real.
Muitos comparam o software bussu.com com o Orkut, pois os alunos podem
fazer grupos de interesses em comum e se comunicarem através do software, onde a
linguagem é um fenômeno social que se processa na interação qual o software permite.
Infere-se que por detrás dessa ação despretenciosa dos cibernautas ao
usarem a palavra escrita no ciberespaço há uma inquietação no sentido de
afirmar que existe uma nova prática de se produzir lingua(gem), posto que os
cibernautas, por meio do uso das tecnologias intelectuais disponíveis na web
assumem diferentes posições no ato comunicativo, isso significa que usam
códigos variados visando a comunicação e a interlocução com os
ciberleitores. (BARRETO, 2009, p. 04)
Nas palavras de Araujo (2009), postula-se que o sujeito navegador se encontra
em relação com o ambiente internetiano, ele precisa arregimentar e manter relações com
os outros sujeitos que também estão no mesmo ambiente. Além dessas, o internauta
mantém relações consigo mesmo e com uma escrita que lhe exige um nível sofisticado
de letramento digital para compreender seus pares e se fazer entender por eles.
Dessa maneira, o contexto social imediato determina quais serão os ouvintes
possíveis, amigos ou inimigos para os quais serão orientados a algum tipo de
consciência individual ou coletiva, quando da interação de ambos. Cumpre-se, então, o
círculo ideológico da interação verbal. O qual, segundo Bakhtin, ocorre por que "a
enunciação enquanto tal é um puro produto da interação social, quer se trate de um ato
de fala determinado pela situação imediata ou pelo contexto mais amplo que constitui o
conjunto das condições de vida de uma determina comunidade lingüística." (Bakhtin,
2000).
18
É possível desta forma, comparar o software busuu.com com outros sites de
interatividade e aprendizado de línguas como o livemocha.com e o portal educação.
Na educação, a participação em comunidades virtuais de debate e
argumentação encontra um campo fértil a ser explorado. Através dessa
complexidade de funções, percebe-se que as redes sociais virtuais são canais
de grande fluxo na circulação de informação, vínculos, valores e discursos
sociais, que vem ampliando,delimitando e mesclando territórios. Entre
desconfiados e entusiásticos, o fato é que as redes sociais virtuais são
convites para se repensar as relações em tempo pós-
modernos.(Machado,2003)
A internet fez com que as informações chegassem até nós e isso permitiu que o
ensino de idiomas ultrapassasse as fronteiras das aulas presenciais, pois além de você
poder criar seu horário conforme seu ritmo de aprendizagem, isso faz com que o ensino
on-line seja o mais pessoal possível, afirma João Marcus de Oliveira, tutor do portal
educação.
Segundo Cíntia Borher, pedagoga e especialista em educação a distância da
organização, projetos pedagógicos dinâmicos desse tipo de aprendizado não são apenas
eficazes, como também são uma melhor forma de conhecer outra língua na internet
através da comunicação via rede, onde se cria vínculos afetivos, atiça-se a curiosidade e
motiva-se o aluno constantemente.
19
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 O MÉTODO EXERCITADO
A escolha da pesquisa qualitativa é justificada pelo fato de se trabalhar com o ser
humano (entendido como um ser histórico, social e cultural), o que requer uma
multiplicidade de métodos e/ou técnicas para que a pesquisa atinja seus objetivos.
Neuman (2006) ao tratar dos tipos de pesquisa considera três dimensões: quanto
à audiência, a proposta, a dimensão e a coleta dos dados. A primeira subdivide em
pesquisa básica, quando o conhecimento trata de refutar ou dar suporte a teorias e,
aplicada, quando tem como meta sugerir soluções práticas para um problema específico.
O autor subdivide a pesquisa aplicada em avaliativa, usada por organizações para
encontrar novas formas de desempenho; pesquisa ação, que focaliza sobre o poder com
o objetivo de empoderamento de grupos e de impacto social, que pode ser parte de um
impacto ambiental mais amplo solicitado por agências governamentais e/ou outras.
Conforme estas definições, a presente pesquisa caracteriza-se por ser pesquisa básica.
Numa segunda dimensão o autor escreve que as pesquisas se diferenciam
segundo seus propósitos: exploratória, quando um assunto é novo e o pesquisador
objetiva formular questões mais precisas para pesquisa futura; descritiva, quando já se
sabe sobre um fenômeno e se quer descrevê-lo com maior detalhamento, e explicativa,
quando já se sabe e tem uma descrição sobre o fenômeno e deseja explicar por que ele
acontece. Nestas classificações esta pesquisa sobre etnoornitologia1 tem caráter
exploratório.
Na terceira dimensão analisada por Neuman (2006) a pesquisa pode ser:
seccional, quando observa um único tópico no tempo e não pretende apreender o
1 Etnoornitologia: descreve e analisa os conhecimentos e as práticas das populações locais.
20
processo social; pesquisa longitudinal, quando examina a informação de muitas
unidades ou casos cruzados em mais de um ponto no tempo e estudo de caso, quando o
pesquisador examina em profundidade um conjunto de características comuns de
poucos casos. Pode tomar para estudo indivíduos, grupos, organizações, movimentos,
eventos ou unidades geográficas. Pode levar meses ou anos.
Esta pesquisa caracteriza-se por ser um estudo de caso referido a unidades
geográficas, ou seja, partiu-se do referencial do município de Nova Xavantina para que
a partir da análise desta localidade, fosse possível, inferir sobre demais populações em
seu entorno. Quanto à construção dos dados essa pesquisa, se utiliza da abordagem
qualitativa, conforme mencionado anteriormente. O trabalho de campo, como posto por
Neuman (2006), é parte essencial da pesquisa qualitativa. No trabalho de campo pode-
se utilizar do trabalho etnográfico, observação participante, comparação histórica ou a
abordagem recentemente denominada de etnopesquisa crítica (MACEDO, 2006). Nesta
pesquisa utilizou-se de observações e avaliações individuais e observação participante.
A observação participante consiste na participação do pesquisador junto à
comunidade, inserindo-se nas atividades cotidianas dos grupos pesquisados a fim de
obter uma descrição mais aprofundada do seu tema. Porém, não deve participar do
grupo de pessoas locais que toma decisões na comunidade, por isso é chamada de
passiva. Essa técnica se faz importante, pois segundo Malinowski (1975), através dela é
possível obter elementos importantes que não são identificáveis por meio de perguntas
ou documentos quantitativos, mas adquiridos através da observação minuciosa da
realidade do outro.
3.2 COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados, analisados e apresentados de forma qualitativa. De
acordo com Richardson (1999 p.80) os estudos que empregam uma metodologia
qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a
interação de certas variáreis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por
grupos sociais.
Os alunos foram observados tanto nas aulas práticas, ministradas no laboratório
de informática, quanto nas aulas convencionais dadas em sala de aula. Em ambas, o
conteúdo focava a interação entre os alunos e a língua inglesa. Nesta fase foi possível
21
verificar que os alunos inseridos no projeto tiveram um interesse maior nas aulas de
inglês, sendo possível ajudá-los com as dificuldades encontradas mediante ao processo
de aprendizagem podendo assim fazer uma avaliação da interação humana, presencial e
virtual. Assim se faz entender uma parte dessa totalidade a partir da comunicação
enquanto organização de trocas tanto ao nível interpessoal como coletivo. Os alunos se
ajudavam sala de aula nas dificuldades encontradas em todos os aspectos, interagindo
de forma humana, virtual e social.
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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO
4.1 PERFIL E INSERÇÃO DOS EDUCANDOS NO AMBIENTE
TECNOLÓGICO
O perfil dos educandos compreende os 130 alunos do 3° ciclo da Escola
Estadual Arlindo Estilac Leal com faixa etária entre 11 anos e 16 anos (Figura 1), na
qual a primeira etapa do projeto os alunos foram orientados a criarem um correio
eletrônico para se cadastrarem no “mundo virtual”, pois 95% destes não possuíam e-
mail.
Figura 1 – Aluna participante da pesquisa. Nova Xavantina, 2011.
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Figura 2 – Gráfico com a relação de alunos pesquisados que possuíam e não possuíam
e-mail. Nova Xavantina, 2011.
Verificado comportamento dos alunos com a máquina, notou-se dificuldades na
maioria deles. Esta situação era em parte previsível, dado que os alunos assistidos pela
escola, pertencem à famílias de baixa renda e indígenas, as quais em geral não tem
acesso a computadores em suas casas o que dificulta o aprendizado das crianças.
Após a inserção dos mesmos no ambiente tecnológico, foi feita a primeira etapa,
onde os alunos se comunicaram de forma assíncrona e síncrona, ou seja, por e-mail e
por sala de bate-papo. O e-mail facilitou a conversação síncrona no Google talk (Orkut)
e MSN entre os alunos envolvidos no projeto, quais se envolveram com outras redes
sociais. Notou-se, porém que muitos tinham dificuldades com o manuseio do mouse,
teclado e fone de ouvido assim com o software do e-mail utilizado, constatando na
Figura 3 que 97% dos mesmos não têm acesso a computadores.
O software busuu.com não é um software livre, mas tem uma parte gratuita, na
qual os educandos foram inseridos para aprenderem a língua inglesa, que é a língua
estrangeira do currículo da escola. No início do projeto, a medida que foram
encontradas dificuldades relacionadas ao uso do teclado, do mouse e suas funções,
houve alguma dispersão dos alunos. Entretanto, após algumas aulas, estas dificuldades
aparentemente deixaram de existir. Eles se familiarizaram de forma rápida e proveitosa.
Uma grande prova dessa mudança de postura dos alunos e que o ambiente do software
utilizado como ferramenta de aprendizado colaborativo passou a ser encarado de outra
forma. As aulas de inglês passaram a ser “esperadas”, pois para os alunos virou espaço
de inovação, de experimentação saudável de novos caminhos.
24
Figura 3 – Gráfico apresentando a porcentagem de alunos pesquisados que possuem ou
não acesso à internet. Nova Xavantina, 2011.
O busuu.com apresenta os materiais de aprendizagem, quais citados no capítulo
do software. Em cada tema de cada unidade usamos vocabulário, qual se apresenta em
forma lúdica com figuras e áudio dos mesmos; diálogos, qual se apresenta em forma de
texto, possuindo uma tradução para conferencia e por algumas vezes possui áudio;
escrita, nesta fase o exercício pedido pelo software faz com que o aluno use o
vocabulário do tema estudado; conversação, ou bussu talk como conhecem os alunos,
nesta faze por muitas vezes eles vão orientar os falantes de outras línguas quanto à
língua portuguesa e serão orientados quanto a língua estudada no caso o inglês; revisão,
aqui é o ultimo passo do tema, onde é apresentado diversos exercícios de escrita,
diálogo e vocabulário para avaliar e fixar o conteúdo do tema.
Vale destacar que o aprendizado dos discentes foi realizado de forma rápida, ou
seja, os educandos após cumprirem um tema da unidade estudada, usam os vocabulários
aprendido, sendo assim em uma semana de aula conseguem adquirir vocábulos de
forma intensa e utilizá-los principalmente pela motivação, interação e uso dos mesmos
com outros componentes ou falantes do busuu.com.
No software os alunos puderam interagir com todas as possibilidades gratuitas,
quais são os vocabulários, os diálogos, a escrita, busuu talk (conversação online) e
25
revisão. O que facilita o aprendizado do educando de forma ampla, pois eles usam o que
aprendem.
Figura 4 – Página que apresenta o site Busuu.
Por exemplo, eles usaram o fone de ouvido para escutarem os vocabulários; nos
diálogos os alunos tem acesso aos textos, mas não aos áudios dos mesmos, sendo assim
pude fazer a leitura a eles, pois os mesmos são bloqueados. A escrita é feita sempre com
o vocabulário aprendido e posteriormente é submetida a correção por outros membros
do busuu.com, os quais são fluentes na língua inglesa. A conversação ocorre de forma
online, feita com os usuários escolhido pelo aluno. A revisão é a parte avaliativa na qual
os educandos participam de um ranque em números de berries (amoras), estrelas e
emotions para o jardim. Cada aula possui os links que na visualização inicial se
apresentam em vermelho após serem cumpridos ficam na cor verde como se pode notar
na Figura 5, qual o vocabulário se apresenta verde e os demais em vermelho.
26
Figura 5 - Vocábulos a serem aprendidos no site busuu.
Na Figura 6 podemos ver a sessão de vocabulário de uma das aulas, onde
mostra todos os vocábulos a serem aprendido.
Figura 6 – Apresentação dos vocábulos representados por frutas.
Quando se inicia o vocabulário, cada vocábulo se apresenta em figura, nome e
áudio em inglês, a tradução e frases de exemplo como podem visualizar na figura.
27
Dessa forma os alunos podem de forma lúdica e de forma convencional, aprenderem
com o software.
Os alunos foram avaliados de forma qualitativa, a avaliação foi constante, pois o
site permite verificar se os mesmos fazem as aulas propostas e de que forma estão se
saindo nas atividades. De forma que nas aulas o objetivo proposto deve ser cumprido e
assim na área de curso do software pode-se visualizar o link das aulas, onde quando se
apresentam em cor verde, se entende que o objetivo foi alcançado, podendo assim
permitir saber se foi ou não feito o proposto em aula.
A Figura 7 e a Figura 8 mostram o oposto entre dois alunos com diferentes
níveis de aprendizado. Na Figura 7 pode-se visualizar o jardim de idiomas da aluna
Fernanda do 9° ano, onde a mesma já tem uma árvore em desenvolvimento, um regador
e um sol. Esses emoticons só são ganhos mediante as aulas cumpridas. Já na Figura 8
visualiza-se um jardim de um aluno indígena Gino Tsereuo do 9° ano, o qual tem
dificuldades com a língua portuguesa e a mesma situação com a língua inglesa. Este
aluno, no princípio do projeto apresentava dificuldades com o manuseio dos
equipamentos tais como mouse, teclado e fone de ouvido. Atualmente, aluno já tem
uma maior facilidade com os mesmos.
Figura 7 – Representação do nível de aprendizagem da aluna Fernanda
28
Figura 8 – Representação do nível de aprendizagem do aluno Gino
Na Figura 9 e 10 pode-se ver a área de curso dos dois alunos (Gino e Fernanda).
É possível perceber as diferenças extremas quanto ao aproveitamento do curso, sabendo
que o aluno Gino a pouco tempo que aprendeu a lidar com o software e com os
hardwares utilizados e o mesmo reside na aldeia, qual não tem acesso a internet.
Contudo a aluna Fernanda possui internet em casa, tem vários temas marcados em
verde, pois cada retângulo compreende um tema desta unidade A1.
Figura 9 – Atividades realizadas do aluno Gino Tsereuo
29
Figura 10- Atividades realizadas da aluna Fernanda
30
5
CONCLUSÕES
Através do trabalho foi possível observar que mesmo com grande parte dos
estudantes excluídos do mundo digital, que o número de alunos conectados a Internet
cresce a cada dia. Neste trabalho, os educandos da Escola Estadual Arlindo Estilac Leal
foram integrados a este mundo por meio da autodidaxia, utilizando as novas tecnologias
para o melhor aprendizado dos alunos, fazendo-se construir uma nova maneira de se
realizar a absorção do conhecimento, onde se percebeu que através da interação virtual
entre as pessoas quais têm algo em comum, ou seja, se entendem por meio da
“descontração linguística” que se revela pelo uso dos softwares sociais e educacionais
como o busuu.com.
Pode-se também afirmar que a rapidez na comunicação e na linguagem
representativa da oralidade que aparece no meio digital com o caráter interativo e como
grau de intimidade da linguagem é um fenômeno eminentemente social, que se processa
pela interação entre dois ou mais interlocutores.
Contudo é importante ressaltar que e as tecnologias são apoio, as quais nos
permitem realizar atividades de aprendizagem de formas diferentes, mas a utilização
desta só será significativa se for um complemento as situações de atividades presencias,
no qual o encontro real precisa e deve acontecer a fim de favorecer a sociabilização,
pois a falta de contato direto quebraria o grupo, onde essa faixa etária ainda não tem
maturidade para a realização de um curso somente à distância. Assim pode se buscar
um ensino de relações coletiva, sociais e tecnológicas para o aprendizado visando à
construção do conhecimento.
31
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