UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOCTENIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS
USO DA FITASE NA ALIMENTAÇÃO DE SUINOS E SUA INFLUÊNCIA NA
REDUÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL
Luiz Alberto Garcia de Oliveira
Orientador: Prof. Dr. Romão da Cunha Nunes
GOIÂNIA
2011
ii
LUIZ ALBERTO GARCIA DE OLIVEIRA
USO DA FITASE NA ALIMENTAÇÃO DE SUINOS E SUA
INFLUÊNCIA NA REDUÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL
Seminário apresentado junto à
Disciplina Seminários Aplicados do
Programa de Pós-graduação em
Ciência Animal da Escola Veterinária
da Universidade Federal de Goiás.
Nível: Doutorado
Área de Concentração:
Produção Animal
Linha de Pesquisa:
Metabolismo nutricional. alimentação e
forragicultura na produção animal
Orientador:
Prof. Dr. Romão da Cunha Nunes – UFG
Comitê de Orientação:
Prof. Dr. Miguel Joaquim Dias – UFG
Profa.Dra. Alessandra Gimenez Mascarenhas - UFG
GOIÂNIA
2011
iii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 3
2.1. Enzimas ............................................................................................................ 3
2.2. Fitase ................................................................................................................ 5
2.3. Fatores que afetam a atividade da fitase .......................................................... 8
2.4. Utilização de enzimas fitase em ração para suínos ........................................ 10
2.5. Níveis de fitase X excreção de nitrogênio, cálcio e fósforo ............................. 13
2.6. Meio ambiente ................................................................................................ 25
2.7. Poluição ambiental ......................................................................................... 26
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 28
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Liberação de fósforo do ácido fítico pela ação da fitase 6
Figura 2 Efeito dos níveis de fitase sobre o teor de nitrogênio excretado nas fezes 13
Figura 3 Efeito dos níveis de fitase sobre o teor de cálcio excretado nas fezes 14
Figura 4 Efeito dos níveis de fitase sobre o teor de fósforo excretado nas fezes 14
Figura 5 Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre o GP(g/d) 18
Figura 6 Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre o CA(g/g) 18
Figura 7 Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre DMS (%) 19
Figura 8 Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre DN (%) 20
Figura 9 Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre RN (%) 20
Figura 10 Efeito dos níveis da fitase nas dietas sobre a DP (%) 21
Figura 11 Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre a RP (%) 22
Figura 12 Efeito dos níveis da fitase nas dietas sobre a DCa (%) 22
Figura 13 Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre a RCa(%) 23
Figura 14 Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre a ED(Kcal/kg) 24
Figura 15 Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre a EM(Kcal/kg) 24
v
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Efeito da fitase no aproveitamento do fósforo da dieta de suínos 15
Tabela 2 Médias ajustadas e erro padrão das médias do consumo da dieta (CD -
g/kg0,75x d), ganho de peso (GP - g/d) e conversão alimentar (CA - g/g)
dos animais1 17
Tabela 3 Médias ajustadas e erro padrão da média da digestibilidade da
matéria seca (DMS -%), digestibilidade do nitrogênio (DN - %), e
retenção do nitrogênio (RN - %). 19
Tabela 4 Médias ajustadas e erro-padrão da digestibilidade do fósforo (DP - %),
retenção do fósforo (RP - %), digestibilidade do cálcio (DCa - %) e
retenção do cálcio dos animais (RCa - %) 21
Tabela 5 Médias ajustadas e erro-padrão da média da energia digestível (ED –
Kca/kg) e energia metabolizável (EM – kca/kg) dos animais1 23
Tabela 6 Proporção de Nitrogênio (N) e fósforo (P), consumidos e excretados nas
fezes 23
1. INTRODUÇÃO
A nutrição constitui-se em um dos pilares que sustenta a produção de
suínos, tendo reflexos relevantes na boa qualidade do produto final pela
racionalização no uso dos nutrientes, considerando as necessidades dos animais e
o conhecimento da composição nutricional dos alimentos. Nesse contexto, o uso
adequado dos nutrientes pode também contribuir na redução dos custos de
produção e no controle da poluição ambiental pela redução nos dejetos de
compostos nitrogenados e fosforado.
De acordo com LEHNINGER et al. (1993), a maioria do fósforo nos grãos
de cereais está na forma do complexo orgânico fitato. Devido ao grupo ortofosfato
do fitato ser altamente ionizado, este complexa com uma variedade de cátions (Ca,
Fe, Zn, Mn, etc) e o grupo amina de alguns aminoácidos básicos. Para O'DELL &
DEBOLLAND (1976), o fitato forma um complexo com outros nutrientes, sendo
caracterizado como fator anti-nutricional por diminuir a disponibilidade de minerais e
de proteínas.
O fósforo fítico, por ser de baixa disponibilidade para os não-ruminantes,
juntamente com o excesso de fosfato inorgânico adicionado às rações é eliminado
nas fezes dos animais. Isso é motivo de um alto índice de poluição ambiental em
áreas de alta concentração de suínos, devido à grande quantidade não apenas de
fósforo, mas também de nitrogênio excretados pelos animais (PINNOT, 1990).
Segundo COFFEY (1992), o potencial do fósforo para contaminar a terra
e a água é menor que do nitrogênio, em função do fósforo aderir às partículas do
solo, tornando-se assim, um contaminante parcial de rios e lagos, pela sua
translocação limitada. No entanto, em contato com a superfície das águas, o fosfato
estimula o crescimento das algas pelo processo de eutrofização, resultando em
decréscimo na qualidade desta água pela diminuição da quantidade de oxigênio,
conseqüência da morte e deterioração destas algas, criando um meio inadequado
para os peixes e outros animais aquáticos (CROMWELL et al., 1995).
O nitrogênio possui maior translocação quando comparado com o fósforo,
ao entrar em contato com o solo, sendo transformado em nitrato, nitrito e amônia
(nitrificação), que representam as principais substâncias poluentes das águas e
também do ar. Segundo STILBORN (1998), existem diferentes estratégias para a
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redução na excreção do fósforo e nitrogênio pelos não-ruminantes. Uma delas é
suplementar as dietas com a enzima fitase.
Com o avanço da tecnologia, há necessidade de valorizar as matérias-
alternativas, pois aparecem, cada vez mais, restrições no mercado em questão de
preços/nutrientes e nesse cenário a utilização de enzimas (fitase) está avançando,
se tornando parte do dia-a-dia nos sistemas de produção de suínos. Nos
ruminantes, existe uma fitase natural sintetizada pelos próprios microorganismos;
mas em monogástricos, é necessário adicioná-la às rações para que haja
aproveitamento do ácido fítico e do fósforo para que ele seja absorvido pelos
animais.
Além de aumentar o valor nutricional das rações, existem outros fatores
de interesse na implementação da enzima e, dentre eles, o fator econômico, uma
vez que o fósforo torna-se cada dia mais caro para o custo das rações, além da
preocupação por parte dos ecologistas, nutricionistas e até mesmo da comunidade
de haver menor contaminação do solo. No momento em que se disponibiliza o
fósforo na ração, adicionando a fitase, melhora-se a retenção desse fósforo por
parte do animal, reduzindo sua eliminação e, conseqüentemente, a contaminação do
solo.
Objetivou-se, com este seminário, estudar o papel da enzima fitase, tendo
como perspectiva melhorar o aproveitamento de nutrientes da alimentação de
suínos, bem como a redução da quantidade de macro-minerais excretados, de forma
a minimizar os impactos ambientais.
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2. REVISÃO DA LITERATURA
Atualmente, sabe-se que os maiores avanços tecnológicos na nutrição
animal são obtidos pelas opções de uso de novos ingredientes ajustados às
exigências nutricionais. A utilização de enzimas na alimentação de suínos e aves
aumentou significativamente nos últimos anos, principalmente pela elevação dos
custos das matérias primas tradicionais e a busca por ingredientes alternativos como
a cevada, aveia, arroz, trigo e seus subprodutos, entre outros.
Nos grãos de cereais, o fósforo encontra-se em média 66% ou mais na
forma de fitato, e os animais monogástricos não dispõem de fitase endógena para
liberar o fósforo e outros compostos dessa molécula. Segundo ZANELLA (2001),
enzimas são proteínas que catalisam as reações químicas nos sistemas biológicos,
podendo conter outras substâncias tais como vitaminas e minerais, estando
envolvidas em todo o processo metabólico do organismo animal. Nesse sentido,
CHAMPE & HARVEY (1989) ressaltam, ainda, que enzimas são proteínas
globulares, de estrutura terciária ou quaternária que agem como catalisadores
biológicos, aumentando a velocidade das reações químicas no organismo, sem
serem, elas próprias, alteradas neste processo.
As enzimas, normalmente, comercializadas são produzidas a partir de
bactérias do gênero Baccilus sp. ou fungos do gênero Aspergillus sp. No trato
digestivo, a enzima adicionada à ração é ativada quando se mistura aos fluidos
digestivos e sob a temperatura do organismo (ROTTER, 1990).
2.1. Enzimas
Partindo da abordagem conceitual de ROTTER (1990), torna-se
compreensível a noção de que as enzimas digestivas promovem a hidrólise dos
componentes dos alimentos, tornando os nutrientes mais disponíveis para a
absorção. Vale ressaltar que as enzimas para atuarem dependem de pH, substrato
específico e temperatura. São altamente especificas para os substratos e dirigem
todos os eventos metabólicos.
FERNANDES & MALAGUIDO (2004) destacaram que idade, saúde,
fisiologia da espécie animal. dentre outros, são alguns aspectos relevantes que
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podem interferir no processo de produção de enzimas pelo animal. Proporção de
Nitrogênio (N) e fósforo (P), consumidos e excretados nas fezes Assim, a utilização de
enzimas exógenas nas rações pode se constituir em ferramenta eficiente para
melhorar a eficiência de utilização dos alimentos pelos animais.
Tem sido pesquisada a utilização de enzimas exógenas na alimentação
de suínos e aves com o objetivo de não somente aumentar o aproveitamento dos
alimentos, favorecendo assim a hidrólise de fatores antinutricionais e
polissacarídeos não amiláceos, mas também reduzir a viscosidade da digesta
(CHESSON, 1987; FURLAN et al., 1997; GRAHAM, 1996).
De acordo com o decreto vigente nº 76.986/1976, aditivo alimentar é toda
substância que acrescentada ao alimento pode conservar, modificar ou intensificar
suas propriedades sem prejuízo nutricional. No caso das enzimas, não ocorre uma
função nutricional direta, e sim, um auxílio ao processo digestivo (MAPA, 2009). As
dietas de milho e soja, inicialmente, foram consideradas como não ideais para
suplementação enzimática, mas no decorrer dos últimos anos verificou-se que,
especialmente, para a soja há interesse na suplementação enzimática.
Segundo ZANELA (2001), a suplementação de amilase e protease na
dieta a base de milho e soja, reduz a síntese do processo enzimático endógeno. No
caso da soja in natura, o consumo fica limitado pela presença de fatores
antinutricionais em sua composição. Esses fatores são representados pelos
inibidores de proteases que diminuem a digestibilidade, as hemoglutininas e
antígenos que provocam reações alérgicas e destroem células da mucosa intestinal
em leitões, as lipoxigenases que são responsáveis pela rancificação do óleo e os
polissacarídeos não amídicos solúveis e insolúveis que diminuem a energia
metabolizável para frangos de corte.
Mesmo que estes fatores antinutricionais não sejam tóxicos para os
animais, sua presença no alimento resulta em crescimento reduzido, conversão
alimentar piorada, alterações hormonais e esporádicas lesões nos órgãos. Todos
esses fatores são destruídos ou minimizados pela ação do processamento pelo
calor. Em frangos, a presença de polissacarídeos não amídicos reduz a utilização da
energia dietética e a melhoria parcial da digestão pode ocorrer com a
suplementação exógena de enzimas específicas (DALE, 2000; VIEIRA 2003;
FERNANDES & MALAGUIDO, 2004).
5
A utilização de determinadas enzimas adicionadas à suplementação de
fitase pode melhorar a utilização do fósforo fítico. De acordo com sua finalidade, as
enzimas adicionadas em rações de suínos e aves podem se dividir em dois tipos:
enzimas destinadas a complementar quantitativamente as próprias enzimas
digestórias endógenas dos animais (proteases, amilases, fitases) e enzimas que
esses animais não podem sintetizar (β-glucanases, pentosanas e α-galatosidases)
(DALE, 2000; VIEIRA, 2003; FERNANDES; MALAGUIDO, 2004).
Para GUENTER (2002), introduzir suplemento enzimático nas dietas de
aves e suínos implica esperar pelos seguintes resultados: eliminar aspectos
antinutricionais dos grãos; aumentar o potencial digestivo da ração; enriquecer as
enzimas endógenas e reduzir a poluição ambiental causada pelos nutrientes
eliminados pelas fezes dos animais. Quanto às enzimas endógenas utilizadas nas
dietas de suínos, estes apresentam certas deficiências na produção de enzimas nas
primeiras semanas de vida.
Após o desmame, o sistema enzimático do suíno, ainda, não se encontra
plenamente desenvolvido, necessitando assim de determinado tempo para constituí-
las naturalmente pelo próprio organismo. Desta forma, as enzimas amilase, maltase
e sacarose podem ser introduzidas com eficácia na alimentação de leitões. A adição
de enzimas permitirá, simultaneamente, o desenvolvimento do animal. evitando o
desgaste do organismo animal ao tentar produzir as enzimas ausentes, que são
necessárias (GUENTER, 2002).
FERKET (2004), verificou que o uso de enzimas altera a população da
microflora intestinal e do ceco e de acordo com ROSEN (2004), o uso das enzimas
reduz a mortalidade. Esses benefícios tornam-se possíveis devido à melhora no
processo de digestão do amido, da proteína e da gordura No intestino delgado, que
acontece mais rápido e melhor, limitando assim o substrato para a flora patogênica,
eventualmente existente.
2.2. Fitase
A enzima fitase (mio-inositol hexafosfato fosfohidrolase) é uma fosfatase
que catalisa a hidrólise do ácido fítico a fosfato de inositol, myo-inositol e fósforo
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inorgânico (JONGBLOED et al., 1994; VATS & BANERJEE, 2004), conforme pode
se visto na Figura 1.
Figura 1 - Liberação de fósforo do ácido fítico pela ação da fitase Fonte: (PETERSEN, 2001)
Baseado na comprovação de que a fitase tem sido largamente estudada
em dietas de suínos e aves, vale frisar que nos vegetais cerca de dois terços do P
encontram-se ligados aos fitatos e em geral. essa quantidade seria suficiente para
atender as funções essenciais dos suínos, não fosse sua baixa disponibilidade,
variando de 15 a 50%, dependendo do vegetal. Para LUDKE et al. (2000a), isso
ocorre devido ao fósforo estar presente na forma de fitato, o qual é praticamente
indigestível, sendo eliminado nas fezes. Entretanto, “discutir um cenário de eficiência
e produtividade na produção animal. exige a discussão e a inclusão deste
macromineral. fundamental e estratégico, na alimentação de ruminantes e não
ruminantes.
Assim, há necessidade de suplementar fósforo através de fontes
inorgânicas para atender as exigências visando o máximo desempenho dos animais.
Obviamente, se os suínos são alimentados com quantidades de fósforo acima das
necessidades, o excesso é eliminado através dos dejetos, agravando-se o problema
de contaminação ambiental. Em relação ao meio ambiente, deve ser considerado,
nesse caso, o meio natural formado pelos seus elementos específicos como fauna,
flora, água, solo, ar; a fim de promover a melhoria da qualidade da saúde humana e
o bem-estar da população.
A fitase usada na quantidade de 466 FTU/kg de dieta proporcionou
redução nas excreções de N, P e Ca em dietas de suínos (LUDKE et al., 2000a). O
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efeito da fitase na melhoria da digestibilidade da matéria seca, proteína e energia foi
estudado por LUDKE et al. (2000b) e FIALHO et al. (2000). Confirmando nestes
trabalhos que a adição de fitases exógenas às dietas serve para disponibilizar o P
orgânico presente nos vegetais.
Fitases são enzimas que possuem a propriedade de romper a ligação do
fósforo orgânico ligado aos sais de ácido fítico, tornando-o disponível biologicamente
nas formas de inositol e ortofosfato. Mede-se a atividade das fitases (FTU) pela
quantidade de micromoles de P inorgânico liberado pelo fitato de sódio 0,0015 mol.L-1,
em um minuto, na temperatura de 37ºC e em pH de 5,5 (1 FTU = 1 µmol P
inorgânico) (LUDKE, 2000a).
Além disso, a fitase é uma enzima que tem uma boa relação com o meio
natural, além de ser comumente encontrada em grande quantidade nas sementes
de plantas, nos fungos, nas bactérias, nas leveduras e nos microorganismos do
rúmen. A fitase quando incubada com fitato de sódio (substrato sintético), hidrolisa o
fósforo do fitato presente nos grãos de cereais, liberando fósforo inorgânico. A mio-
inositol hexafosfato fosfohidrolase (EC3.1.3.8) é o nome sistemático da enzima fitase
cuja função específica é hidrolisar o fitato do inositol removendo o ortofosfato
inorgânico (SILVA, 2003).
A presença e a atividade da fitase variam dentro de uma mesma ordem
botânica e espécie, podendo esta perder atividade em pH ácido ou pelo
processamento (BORGES, 1997). A atividade da fitase pode variar em diferentes
grãos de cereais; por exemplo, aveia, cevada trigo e centeio possuem maior
atividade quando comparadas ao milho e sorgo (NELSON et al., 1968).
VIEIRA (1999) afirma que o fitato pode ser degradado pela ação de
fitases presentes nos ingredientes, sintetizadas nas microvilosidades intestinais ou
originadas de uma bactéria resistente. No entanto, existem controvérsias quanto à
possibilidade da presença de atividade de fitase na secreção intestinal e/ou de
bactérias intestinais. Para SELLE (1997), alimentos como trigo, cevada, farelo de
trigo e arroz são ricos em atividade de fitase. Entretanto, o milho e o farelo de soja,
ingredientes mais utilizados na fabricação de rações, contêm pouca ou nenhuma
atividade.
A fitase é produzida por muitos fungos, bactérias e leveduras e catalisa a
clivagem hidrolítica dos ésteres de ácido fosfórico do inositol, liberando fósforo, que
pode então ser absorvido. Assim, outros minerais e aminoácidos que estão ligados
8
também podem tornar-se disponíveis para absorção. Em escala comercial. a fitase é
produzida por microorganismos, principalmente fungos do gênero Aspergillus
(Aspergillus niger e Aspergillus ficuum), por intermédio de técnicas de recombinação
de DNA (BORGES, 1997).
Os passos para o desenvolvimento de uma enzima consistem em
selecionar a enzima, o organismo produtor e o melhoramento das cepas,
assegurando a estabilidade apropriada no processo de fabricação e compatibilidade
com outras enzimas e substâncias químicas presentes no alimento e/ou animal
(BORGES, 1997).
A fitase presente no trato digestivo dos animais pode ser originada de
diferentes fontes, como fitase das secreções do intestino, fitase produzida por
microorganismos residentes no trato digestivo, fitase endógena presente no alimento
e fitase exógena produzida por micro-organismos. Nos animais, há controvérsia
quanto à capacidade de produção da fitase endógena. Em contrapartida, outras
pesquisas não a confirmam. Os dados disponíveis sugerem que a presença de fitase
endógena nas secreções intestinais de não ruminantes não é conclusiva e é
extremamente baixa, principalmente em aves jovens (SEBASTIAN et al. 1998).
Para CAMPBELL & BEDFORD (1992), em pesquisas com rações
suplementadas com fitase mostraram que esta é uma alternativa ao uso de fontes
de fósforo inorgânico em regiões com densas populações e intensiva produção de
animais domésticos.
O fósforo inorgânico é um macromineral e, por isso, de grande
importância para as funções vitais como digestão, respiração, locomoção e
circulação. O fósforo inorgânico evita carências minerais que quando presentes
interferem negativamente no desenvolvimento, no crescimento e no ganho de peso
do animal. além da presença de doenças e prejuízos à fertilidade (SILVA, 2003).
2.3. Fatores que afetam a atividade da fitase
A capacidade de hidrolisar o fitato no trato digestivo dos animais
monogástricos pode ser influenciada por vários fatores, entre os quais se destacam
a variação do pH, da umidade, da temperatura, a presença de certos minerais como
o cálcio e de outras enzimas, além do tempo de passagem na digestão.
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KORNEGAY & YI (1966) observaram que a acidificação da ração com ácido
orgânico, bem como a capacidade tamponante dos ingredientes diminuem a
atividade da fitase. A presença de certos minerais como flúor, cobre, mercúrio e ferro
também inibe a atividade da fitase (LEESON, 1999); entretanto, o cálcio parece ser
o fator chave que influencia a atividade da fitase no trato gastrintestinal de
monogástricos (WISE, 1983).
A habilidade da fitase em melhorar a disponibilidade do fósforo fítico é
reduzida em rações que apresentam níveis normais de cálcio, comparadas às dietas
com baixo teor de cálcio. LEI et al. (1994), comprovaram esta afirmativa ao fornecer,
para leitões desmamados, rações à base de milho e farelo de soja com níveis baixos
(0,4) e normal (0,8%) de Ca e suplementadas com fitase (750 e 1200 FTU/kg)
derivada do Aspergillus ficuum. Os autores observaram efeito depressivo no
desempenho dos animais que consumiram rações com níveis normais de cálcio
suplementadas com fitase, comparadas às com baixo nível de cálcio. Adicionando
1000 FTU/kg (Aspergillus niger) em rações de suínos em crescimento, efeitos
semelhantes também foram encontrados por LUDKE (2000b), que observaram
redução na absorção aparente do fósforo quando os níveis de cálcio aumentaram de
5 para 8 g/kg.
Segundo MCKNIGHT (1997), níveis de cálcio acima de 0,70% em pH 6,0
permitem a reação do cálcio e ácido fítico, formando o fitato de cálcio, que é um
complexo inacessível à fitase, pela competição do cálcio pelos sítios ativos da
enzima (WISE, 1983). Assim, para o desarranjo máximo do fitato, é necessário que
os níveis de cálcio mantenham uma relação de Ca : P total entre 1,7:1 e 3:1 (BEERS
& JONGBLOED 1992), embora KORNEGAY & YI (1966) mencionem que não é
conhecido se o fósforo disponível influencia a atividade da fitase.
A capacidade da fitase de hidrolisar o fitato nos animais monogástricos
diminui com o aumento da velocidade de passagem da digesta, enquanto seu uso
combinado com outra enzima pode apresentar efeito sinérgico ou negativo. WENK
(1993) verificou que a atividade da fitase na mesma dieta com carboidrase foi menor
do que quando esta foi usada separadamente. O tipo do alimento (quantidade e
origem do fitato) a dose de fitase empregada e a idade do animal também
influenciam a atuação da fitase (JONGBLOED et al., 1997).
10
2.4. Utilização de enzimas fitase em ração para suínos
A utilização de fitase em rações de suínos aumenta a liberação do fósforo
presente no ácido fítico e reduz a ação antinutricional do fitato, possibilitando reduzir
o uso de fontes inorgânicas de fósforo ou ainda de produtos de origem animal. como
farinha de carne e ossos, para alcançar o nível exigido por cada fase de produção.
Essa utilização apresenta duas vantagens: a questão econômica, que propicia a
produção de uma ração com um custo inferior à ração sem adição de fitase
mantendo o mesmo desempenho zootécnico e a questão ambiental. pois o aumento
da disponibilidade de fósforo traz redução na excreção deste elemento para o meio
ambiente.
A suinocultura é, simultaneamente, uma atividade bastante rentável
economicamente e uma grande fonte poluidora. Vale destacar que a eficiência da
agropecuária depende essencialmente do grau de tecnologia utilizado, da infra-
estrutura, do mercado, da qualidade dos recursos aplicados, humanos ou materiais,
das políticas públicas voltadas ao setor e, fundamentalmente do meio ambiente
onde se realiza essa atividade. No meio ambiente, a fertilidade do solo é certamente,
uma das variáveis de maior impacto sobre a produtividade. Inclusive, a preocupação
com o meio ambiente tem sido um fator ameaçador à sobrevivência e expansão da
atividade suinícola em alguns dos grandes centros produtores. Trata-se da biomassa
de suíno, um grave poluente ambiental.
Vários trabalhos de pesquisa relatam que a fitase melhora a
digestibilidade e a disponibilidade de minerais dos vegetais, diminuindo a excreção
de minerais nas fezes (NELSON et al., 1971; SIMONS & VERSTEEGH, 1990;
LESKE & COON, 1999).
MROZ et al. (1994), trabalhando com suínos fistulados submetidos a
rações suplementadas com diferentes níveis de fitase proveniente do Aspergillus
niger (0, 300, 600, FTU/kg de ração), verificaram que os níveis crescentes de
suplementação melhoraram a digestibilidade da matéria seca, matéria orgânica e
disponibilidade de minerais, principalmente cálcio e fósforo total.
Concentrações menores de fósforo total no íleo e nas fezes de suínos,
também foram verificadas por JONGBLOED et al. (1992), ao suplementarem rações
com 1500 FTU/kg, proveniente do Aspergillus niger. A disponibilidade de fósforo no
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íleo com e sem fitase foi de 18,5 e 29,7%, respectivamente, enquanto, em todo o
trato digestivo, foi de 27 e 29%, respectivamente, para as rações sem e com fitase.
Da mesma forma, BRUCE & SUNDSFL (1995), ao suplementarem rações
com 487 FTU/kg em suínos canulados, verificaram que a absorção do fósforo na
digesta ileal aumentou de 19,4 para 26,8% em virtude da suplementação, o mesmo
ocorrendo para a absorção nas fezes que foi de 18,3 para 23,6 respectivamente.
A adição de fitase em ração de suínos possibilita reduzir a adição de
fontes de fósforo na ração, uma vez que libera o fósforo ligado à molécula de fitato
(CROMWELL et al. 1991), tornando-a disponível para ser utilizada pelo animal
(CROMWELL, 1993; CROMWELL et al., 1995; LEI et al., 1993; JENDZA et al.,
2004). Além de disponibilizar fósforo, a adição de fitase em ração de suínos interfere
no fluxo biológico deste ingrediente do trato gastrintestinal para os ossos e dos
ossos e tecidos moles para o trato intestinal de suínos e pode interferir na absorção
de outros minerais como o zinco (AO et al., 2007).
A intensidade de ação desta enzima, entretanto, depende também de
outros fatores, dentre os quais a relação entre cálcio e fósforo da ração, quanto
maior a relação, ou seja, maior a quantidade de fósforo, menor a quantidade de
fósforo liberada (BEAULIEU et al. 2005; ADEOLA, et al., 2006). A adição de fitase e
a redução de cálcio e fósforo aumentam a digestibilidade ileal aparente de
aminoácidos, nitrogênio, amido, matéria seca, cálcio, fósforo e energia bruta, sendo
estas respostas sustentadas pelo aumento da glicemia e insulina plasmática após o
consumo da ração em relação aos animais consumindo ração sem adição de fitase.
Com a maior disponibilidade de cálcio e fósforo para a absorção pelo
animal. a quantidade destes nutrientes é reduzida no trato intestinal. o que pode
ainda modular o crescimento bacteriano. METZELEER et al. (2008), observaram que
a adição de fitase em dietas de baixo fósforo reduz a incorporação de fósforo pelas
bactérias e parece reduzir a atividade das mesmas no trato intestinal.
Outra questão importante quando da utilização de fitase em ração para
suínos é a redução da excreção de fósforo para o meio ambiente pelas fezes e o
impacto ambiental que esse mineral pode causar. As fezes dos animais, se não
corretamente tratadas seguem para os cursos d'água onde a poluição por fósforo é
um perigo para a qualidade da água (SELLE & RAVIDRAN, 2007).
Concentrações altas de fósforo são causas comuns de eutrofização de
rios, lagos e reservas (CORRELL, 1999). A lixiviação de solos com alta
12
concentração de fósforo acelera a eutrofização, podendo causar crescimento de
algas tóxicas e mortalidade de peixes (SHARPLEY, 1999). LORA et al. (2007),
citaram que a redução do teor de fósforo da dieta e a adição de fitase possibilitou a
manutenção do resultado zootécnico dos animais, com redução da excreção de
fósforo nas fezes. No entanto, segundo SELLE & RAVIDRAN (2007), a preocupação
não deveria ser apenas quanto ao fósforo total nas excretas, mas sim a quantidade
de fósforo solúvel presente, por ser este o principal causador da eutrofização.
Segundo MILES et al. (2003), houve aumento na quantidade de fósforo
solúvel na excreta de frangos alimentados com fitase em relação às aves controle,
enquanto APPLEGATE et al. (2003), observaram redução deste teor. A principal
diferença entre ambos experimentos é que no experimento de APPLEGATE et al.
(2003), a concentração de fósforo era mais baixa, o que pode ter influenciado no
resultado final. Segundo BEAULIEU et al (2005), em suínos em fase inicial. a
excreção de fósforo solúvel depende não apenas do teor de fósforo, mas da relação
cálcio-fósforo da dieta, sendo que a adição de fitase reduz a excreção de fósforo
total e solúvel em rações iniciais à base de milho e soja, mas esse efeito se reduz
quando a relação entre cálcio e fósforo é superior a 1,7.
LEI et al. (1993a), trabalhando com leitões desmamados submetidos a
rações suplementadas com 627 e 750 FTU/kg de ração, concluíram que os níveis de
fitase elevaram a digestibilidade aparente e a porcentagem de retenção de fósforo
em 24%. Estes mesmos autores também observaram que a excreção nas fezes foi
reduzida em 24%. Em outro experimento, LEI et al. (1993b) constataram redução de
42% na quantidade de fósforo excretado nas fezes dos animais ao consumirem
dietas suplementadas com fitase nos níveis de 0, 250, 500 e 750 FTU/kg de ração
proveniente do Aspergillus ficuum. Os autores observaram, também, resposta no
ganho de peso e conversão alimentar.
Dois experimentos para determinar os efeitos da suplementação de fitase
(Aspergillus ficuum) de 1350 FTU/kg de ração, na utilização de zinco para suínos em
crescimento, foram conduzidos por LEI et al. (1993c). Em ambos os experimentos,
os autores observaram que a suplementação com fitase proporcionou aumento na
disponibilidade do zinco, além de melhor desempenho e retenção de fósforo e
cálcio.
MURRAY et al. (1997) observaram aumento no ganho de peso dos leitões
que consumiram rações suplementadas com 700 e 1000 FTU/kg (Aspergillus niger)
13
e com baixo nível de fósforo disponível. Aumento linear sobre o ganho de peso
diário e eficiência alimentar de suínos em crescimento foi constatado por LIU et al.
(1997) ao suplementarem rações com fitase nos níveis de 0, 250 e 500 FTU/kg,
proveniente do Aspergillus niger.
2.5. Níveis de fitase e a excreção de nitrogênio, cálcio e fósforo
SILVA (2003), trabalhando com fitase em ração para suínos em
crescimento, evidenciou efeito positivo quanto a melhor absorção de
macromoléculas em dietas, com níveis crescentes de fitase. Estes resultados podem
ser observados nas Figuras 2, 3, e 4, as quais relacionam níveis de fitase às
macromoléculas excretadas nas fezes: nitrogênio, cálcio e fósforo, respectivamente,
em função da ação da fitase, sendo os níveis de 800 à 880 FTU/kg de fitase os que
proporcionaram os menores teores destes nutrientes nas fezes.
Figura 2 – Efeito dos níveis de fitase sobre o teor de nitrogênio excretado nas fezes. Fonte: SILVA (2003)
X = 1200
14
Figura 3 – Efeito dos níveis de fitase sobre o teor de cálcio excretado nas fezes. Fonte: SILVA (2003).
Figura 4 – Efeito dos níveis de fitase sobre o teor de fósforo excretado nas fezes e urina. Fonte: SILVA (2003).
X = 1250
15
Alguns resultados semelhantes aos descritos por SILVA (2003), também
foram verificados por BRUCE & SUNDST (1995), que observaram menor excreção
de nitrogênio em dietas suplementadas com 375 e 750 FTU/kg de fitase com a
mesma relação Ca : P. MURRAY et al. (1997), encontraram redução na quantidade
de nitrogênio excretado e também tendências em aumentar a retenção de nitrogênio
ao adicionarem 700 e 1000 FTU/kg de fitase em rações de suínos em crescimento.
FIALHO et al. (2000), também, encontraram resultados semelhantes e constataram
redução na excreção de nitrogênio ao adicionarem fitase (400 e 800 FTU/kg) para
suínos em crescimento. GRANDHI (2001), ao verificar o efeito da fitase (500
FTU/kg) sobre a excreção N em suínos na fase de terminação submetidos a rações
à base de cevada e farelo de trigo, constatou que a suplementação com fitase
diminuiu em 44% a excreção de N nas fezes.
Trabalhando com suínos, CROMWELL et al. (1995) citados por PENZ
JÚNIOR et al. (1999), avaliaram a eficiência da adição de fitase (1250 UFA/Kg) em
dois experimentos de digestibilidade, com níveis de fósforo total das dietas
subestimadas. Conforme dados apresentados na Tabela 1, a redução do fósforo
total com a inclusão de fitase reduziu a excreção fecal. urinária e total de fósforo,
sem interferência na retenção do mineral. Os autores observaram redução total de
fósforo excretado nas duas fases estudadas e um aumento da eficiência de retenção
de fósforo. Na fase de crescimento a enzima promoveu um aumento na eficiência de
retenção de 50% e na fase de terminação de 72%.
Tabela 1 - Efeito da fitase no aproveitamento do fósforo da dieta de suínos.
Parâmetros
Experimento 1 Experimento 2
34 kg peso corporal 115 kg peso corporal
0,6% P 0,4% P + Fitase 0,5% P 0,4% P + Fitase
Consumo de P g/d 9,5 6,7 15,3 9,1
P nas fezes g/d 4,5 2,7 8,3 4,2
P na urina g/d 1,6 0,4 2,7 0,5
P excretado g/d 6,1 3,1 11,0 4,7
Retenção de P g/d 3,4 3,6 4,3 4,4
Retenção de P % 35,8 53,7 28,1 48,4
Adaptado de CROMWELL et al. (1995)
16
Avaliando níveis de fitase, CROMWELL et al. (1995) observaram que a
absorção diária de fósforo aumentou linearmente com o aumento dos níveis de
fitase (250, 500, 1000 FTU/kg) para suínos em crescimento. A excreção fecal de
fósforo com relação ao fósforo consumido diminuiu linearmente com o aumento de
fitase e com a diminuição de fósforo na ração, reduzindo em 31% em comparação
com a ração com nível adequado de fósforo. Semelhantemente aos tratamentos
utilizados nesse experimento, os autores também utilizaram rações com níveis de
fósforo disponível abaixo dos níveis de exigência.
MROZ et al. (1994), trabalhando com suínos submetidos a rações
suplementadas com diferentes níveis de fitase proveniente do Aspergillus niger (
300, 600, FTU/kg de ração), verificaram que os níveis crescentes de suplementação
melhoraram a disponibilidade de minerais, principalmente o cálcio e o fósforo total.
Estes autores também observaram que adição de fitase melhorou a retenção (g/dia)
de cálcio e fósforo, diminuindo sua excreção para 2,2 e 1,9 g/dia, respectivamente.
JONGBLOED et al. (1992) obtiveram concentrações menores de fósforo total nas
fezes de suínos em crescimento ao suplementarem rações com 1500 FTU/kg
proveniente do Aspergillus niger.
Em outro trabalho, SELLE et al. (1997) verificaram maior retenção de
nitrogênio ao utilizarem 625 FTU/kg de fitase em rações de suínos em crescimento.
LUDKE et al. (2000b) estudaram suínos em crescimento, alimentados
com rações compostas por milho, farelo de soja e dois níveis de proteína bruta (16%
e 18%), suplementadas com diferentes níveis de fitase (0, 300, 600 e 900 UF/kg da
dieta). Foram avaliados os parâmetros de desempenho dos animais (Tabela 2,
Figuras 5 e 6), a digestibilidade da matéria seca (DMS), do nitrogênio (DN), a
retenção de nitrogênio (RN) (Tabela 3, Figuras 7, 8 e 9) , a digestibilidade do fósforo
(DP), a retenção do fósforo (RP), a digestibilidade do cálcio (DCa), a retenção do
cálcio (RCa) (Tabela 4, Figuras 10,11,12 e 13) , a energia digestível (ED) e a energia
metabolizável (EM) (Tabela 5, Figuras 14 e 15). Foi observado aumento na
biodisponibilidade dos nutrientes, ao ser adicionada fitase a 220 e 508 UF/kg da
dieta, exceto no desempenho dos animais, que aumentou linearmente. A eficiência
da enzima foi melhor quando adicionada em dietas contendo nível de proteína
marginal (16% PB) comparado às dietas com 18% de proteína bruta, ao avaliar a
energia.
17
Foi observado efeito quadrático (P=0,003) dos níveis de fitase (X) para
DMS (Y), (Tabela 3) em que 533 UF/kg foi o nível de maior DMS (Figura 7). A DMS
aumentou em 1,1% no nível de 600 UF/kg da dieta. O melhor aproveitamento do
nitrogênio foi avaliado por meio da digestibilidade (DN) e retenção do nitrogênio
(RN), em que encontrou-se efeito da fitase linear platô e quadrático (P=0,035),
respectivamente (Tabela 3).
Tabela 2 - Médias ajustadas e erro padrão das médias do consumo da dieta (CD - g/kg0,75x d), ganho de peso (GP - g/d) e conversão alimentar (CA - g/g) dos animais1
PB Fitase Parâmetros avaliados
CD(EP)2
GP(EP)3 CA(EP)3
Efeito da Proteína (P=0,247) (P=0,021) (P=0,013)
16 99,6±0,8a 482±0,8b 2,3±0,03a
18 - 98,2±0,8a 513±0,8a 2,15±0,03b
Efeito da Fitase - (P=0527) (P=0,10) (P=0,117)
- 0 100,2±1,2 480±12 2,34±0,05
- 300 98,6±1,3 495±13 2,19±0,06
- 600 97,7±1,2 494±12 2,20±0,05
- 900 99,2±1,0 522±10 2,18±0,04
Regressão linear (P=0,527) (P=0,029) (P=0,047)
Regressão quadrática (P=0,224) (P=0,596) (P=0,176)
Regressão cúbica (P=0,735) (P=0,455) (P=0,434)
EP - Erro-padrão da média. 1 Não houve interação proteína x fitase (P>0,10), de acordo com o teste F. 2 Não houve efeito de proteína (P>0,10) e fitase (P>0,10), de acordo com o teste F. 3 Houve efeito de proteína (P=0,021) e fitase (P<0,12).
18
Figura 5 – Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre o GP(g/d).
Figura 6 – Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre o CA(g/g).
19
Tabela 3 - Médias ajustadas e erro padrão da média da digestibilidade da matéria seca
(DMS -%), digestibilidade do nitrogênio (DN - %), e retenção do nitrogênio (RN - %).
Figura 7 – Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre DMS (%).
20
Figura 8 – Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre DN (%).
Figura 9 – Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre RN (%).
Os mesmos autores ao avaliarem os macrominerais, verificaram efeito da
fitase (P<0,01), independente do nível de proteína da dieta, sobre a digestibilidade
do fósforo (DP), retenção do fósforo (RP), digestibilidade do cálcio (DCa) e retenção
do cálcio (RCa) (Tabela 5).
21
Tabela 4 - Médias ajustadas e erro-padrão da digestiblidade do fósforo (DP - %),
retenção do fósforo (RP - %), digestibilidade do cálcio (DCa - %) e retenção do
cálcio dos animais (RCa - %)
Figura 10 - Efeito dos níveis da fitase nas dietas sobre a DP (%).
22
Figura 11 - Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre a RP (%).
Figura 12 - Efeito dos níveis da fitase nas dietas sobre a DCa (%).
23
Figura 13 - Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre a RCa(%).
Tabela 5 – Médias ajustadas e erro-padrão da média da energia digestível (ED –
Kca/kg) e energia metabolizável (EM – kca/kg) dos animais1
PB Fitase
Parâmetros avaliados
ED (EP) EM (EP)
Proteína x Fitase (P=0,001) (P=0,003)
16 0 3884±23 3793±26
16 300 4030±23 3937±26
16 600 3999±18 3916±21
16 900 4056±18 3963±21
Regressão linear (P<0,001) (P<0,001)
Regressão quadrática (P=0,059) (P=0,069)
Regressão cúbica (P=0,019) (P=0,054)
18 0 3775±18 3659±21
18 300 4065±23 3968±26
18 600 4047±23 3948±26
18 900 3894±18 3809±21
Regressão linear (P=0,003) (P=0,001)
Regressão quadrática (P<0,001) (P<0,001)
Regressão cúbica (P=0,125) (P=0,102)
EP – Erro-padrão da média 1 Houve interação proteína x fitase na ED (P≤0,001) e na EM (P≤0,003), de acordo com o teste F
24
Figura 14 - Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre a ED(Kcal/kg).
Figura 15 - Efeito dos níveis de fitase nas dietas sobre a EM(Kcal/kg).
25
2.6. Meio ambiente
Antes de se estabelecer uma relação entre o uso de enzimas e o meio
ambiente, é interessante fazer a abordagem sobre determinadas questões
ambientais, sobretudo, às políticas públicas por meio da legislação Federal e
Estadual ligadas à problemática ambiental. Nesse sentido, primeiramente, há o
licenciamento ambiental. meio pelo qual o Estado examina e avalia a atividade
sujeita a ser causadora de degradação ambiental antes mesmo de seu começo. Isso
está previsto na lei 6.938 de 31 de agosto de 1981.
Art.10 – a construção, instalação, ampliação e funcionamento de atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma de causar degradação ambiental. dependerão de prévio licenciamento do órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – Ibama, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis.
Importante destacar que existe relação legal entre o uso de enzimas em
termos ambientais que visa a liberação do licenciamento para funcionamento do
empreendimento. E, também existe disponível uma relação dos benefícios do uso de
enzimas, pois em qualquer processo, os resíduos em excesso tornam-se poluentes,
mesmo que sejam eles provenientes de um nutriente não aproveitado plenamente
no processo de digestão pelos animais. Assim, com a utilização das enzimas ocorre
melhor aproveitamento dos nutrientes contidos nos ingredientes, e redução na
excreção dos nutrientes nos dejetos pelos animais, reduzindo o potencial poluente,
aspecto importante para o meio ambiente (CORRELL, 1999; SELLE & RAVIRAN,
2007).
A preocupação atual em relação ao meio ambiente tem levado todas as
pessoas envolvidas com os setores produtivos a buscar alternativas que possibilitem
um menor impacto ambiental proveniente dos dejetos de animais. O modo
inadequado do destino dos dejetos líquidos de suínos tem se caracterizado como a
causa de sérios prejuízos ao meio ambiente. Estima-se que somente 45 a 60% do
nitrogênio protéico consumido pelos suínos sejam aproveitados, evidenciando,
assim, uma ineficiência no processo de transformação da proteína fornecida em
proteína metabolizada (perdas endógenas) ou da qualidade da proteína fornecida,
as perdas exógenas (BEAULIEU et al. 2005). Além disso, tem sido citado que outros
26
nutrientes ingeridos pelos suínos tais como potássio, sódio, magnésio, cobre, zinco,
manganês e ferro que são considerados de alto potencial poluidor ambiental. são
excretados em percentuais variáveis entre 50-95% do ingerido.
Em vários países, a legislação ambiental tem forçado as indústrias de
rações buscarem alternativas que tornem o fósforo fítico mais disponível aos
animais, levando-as ao uso da enzima fitase, o que pode reduzir a suplementação
com fósforo inorgânico, reduzindo custo e melhorando a utilização do fósforo e
outros nutrientes presentes nos alimentos. Tem sido relatado que a fitase pode
melhorar a disponibilidade de minerais, contribuindo para a redução da excreção de
nutrientes nas fezes (ADEOLA, 1995; ASHIDA et al. 1999).
2.7. Poluição ambiental
Cada vez mais, o uso de determinados recursos naturais deixa de ser
visto de modo secundário e passa a ser encarado como uma vantagem econômica
e/ ou competitiva. Nesse sentido, há que se preocupar com os impactos negativos
ao meio ambiente causados pelos dejetos dos animais, em que a fitase tem
demonstrado importante alternativa para minimizar esses efeitos.
Suínos e aves excretam mais da metade do fósforo e do nitrogênio
consumido pelas suas dietas, conforme demonstrado na Tabela 6. Os problemas
encontrados no manejo dos dejetos constituem um dos mais graves problemas
ambientais ocorridos em função das transformações tecnológicas (SCHWARZ &
BOYD, 1994).
Tabela 6 – Proporção de Nitrogênio (N) e fósforo (P), consumidos e excretados nas fezes
Espécie Animal Taxa de Excreta (% do consumo)
N P
Frangos de corte 57 57
Poedeiras 67 85
Suínos em crescimento e terminação 71 67
Porcas em lactação (excluindo os leitões) 81 84
Leitões (até 25 kg de peso vivo) 55 58
Fonte: SCHWARZ & BOYD (1994)
27
Ao se considerar a questão da poluição ambiental causada pelo manejo
inadequado dos dejetos suínos verifica-se que existem várias etapas ou pontos
críticos de controle no processo, envolvendo a geração, o armazenamento, o
processamento e tratamento, o condicionamento para uso adequado com diferentes
objetivos.
O principal destino do dejeto ainda é a sua utilização como fonte de
nutrientes para o solo e, desta forma, o manejo adequado da adubação torna-se a
etapa final do processo de produção dos suínos e uma das fases iniciais da
produção de grãos em que a concentração nutricional do dejeto determina a
quantidade que pode ser aplicada ao solo de forma sustentável. Nesse aspecto, a
concentração de fósforo no dejeto, ao invés do nitrogênio, assume maior importância
(LUDKE et al. 2000b).
Um melhor aproveitamento do fósforo e do nitrogênio contidos na dieta
representa menor excreção destes nutrientes pelas fezes e urina. O resultado disso
é uma redução dos índices de poluição ambiental devido à contribuição do fósforo e
do nitrogênio como dois nutrientes que exercem influência direta no crescimento das
algas, evidenciando a poluição da água quando estes nutrientes alcançam os
mananciais hídricos, provocando, dessa forma, o aceleramento da eutrofização
(BEAULIEU et al. 2005; AO et al., 2007). Este fato é especialmente importante para
regiões com grandes concentrações de criatórios de suínos e aves.
28
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso da fitase não é somente uma forte tendência empírica, mas uma
realidade para a suinocultura, em função dos benefícios econômicos, nutricionais e
ambientais esperados.
As enzimas promovem melhor aproveitamento dos nutrientes contidos
nos ingredientes, tendo como conseqüência, redução na excreção de fósforo e
nitrogênio nos dejetos de suínos e contribui para melhorar a atividade das enzimas
proteolíticas, tripsina e pepsina.
A fitase é um exemplo de enzima que pode contribuir favorecendo o
aproveitamento desses elementos, reduzindo a descarga para o meio ambiente.
Por meio desse estudo, foi possível conhecer alternativas eficazes para
reduzir os problemas decorrentes da criação de suínos, que podem favorecer
economicamente os produtores, atenderem às exigências da legislação ambiental e
contribuir para a melhoria da qualidade de vida do homem.
29
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