UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Carlos Eduardo Vieira
AVALlA<;AO PSICOMOTORA EM CRIAN<;AS DE OITO ANOS
Curitiba
2007
SETORIALCHAFFER __
CONSULTAIINTER~\lA I
Carlos Eduardo Vieira
AVALIACAO PSICOMOTORA EM CRIANCAS DE OITO ANOS
Trabalho de conclusao de curso apresentado aoCurso de Educac;ao Fisica da Faculdade deCi~ncias Biol6gicas e da Saude da UniversidadeTuiuti do Parana, como requisito parcial para aobtenc;ao do grau de professor.Orientadora: Prof' Alessandra Dal Lin Nadolny
Curitiba
2007
TERMO DE APROVACAo
Carlos Eduardo Vieira
AVALIACAo PSICOMOTORA EM CRIAANCAS DE OITO ANOS
Este trabalho de Conclusao de Curso loi julgado e aprovado para a obten9ao do titulo de
Licenciado Pleno em Educa980 Fisica, da Universidade Tuiuti do Parana.
Curitiba, 12 de novembro de 2007
UNIVERSIOAOE TUIUTI DO PARANA
Orientadora: Professora Ooutora Alessandra Oal Lin Nadolny
Professor Ooutor Eduardo Mendonya Scheren - Cadeira de TCC
Professora Ooutora Eliane Regina Wos - Cadeira de TCC
AGRADECIMENTOS
Agradeyo a lodos que me
acompanharam nessa longa caminhada,
colegas, amigos e professores. E
agradeyo em especial minha familia por
apoiar, ajudar e acredilar em mim.
RESUMO
AVALlACAo PSICOMOTORA EM CRIANCAS DE OITO ANOS
Autor: Carlos Eduardo VieiraOrientadora: Alessandra
Curso de Educa<;:ao FisicaUniversidade Tuiuti do Parana
Este trabalho valeu-se de uma pesquisa descritiva, objetivando verificar osresultados de uma avalia<;:ao psicomotora em crian<;:as, com a idade de oito anos,estudantes da segunda serie. A pesquisa foi realizada no Colegio Estadual SenadorMarechal Alencar Guimaraes, da cidade de Curitiba no estado do Parana. Comoinstrumento de avalia<;:ao foi utilizado os fatores psicomotores retirados da BateriaPsicomotora (BPM) de Da Fonseca (1975). A amostra foi de 20 individuos, sendo 10meninos e 10 meninas. 0 resultado da pesquisa nos mostra que 0 nivel entre osalunos e muito semelhante, onde praticamente todos, apresentam uma dificuldadeno fator Estrutura<;:ao Ritmica.
Palavras-chave: Psicomotricidade, Evolu<;:ao Psicomotora, Bateria Psicomotora.
SUMARIO
1 INTRODU~AO 72 FUNDAMENTA~AO TEORICA 102.1 Conceito de Psicomotricidade . 102.2 Evoluc;:ao Psicomotora. . 112.3 Bateria Psicomotora... . 132.3.1 Classificac;:ao Psicomotora segundo BPM......... . 143 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 184 RESUL TADO E DISCUSSOES 205 CONSIDERA~OES FINAIS 31REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 32ANEXOS 34
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1 INTRODUt;AO
AVALIACAO PSCOMOTORA EM CRIANCAS DE OITO AN OS
1.1 JUSTIFICATIVA
o objetivo do presente trabalho consiste em ver a crianya como um ser que
fala, pula, anda, corre, salta, enfim, que esta constantemente interagindo no
processo do seu pr6prio desenvolvimento tanto fisico como mental.
Psicomotricidade e a ciencia da educa!(ao que realiza 0 enfoque integral do
desenvolvimento nos tres aspectos: fisico, psiquico e intelectual, de maneira a
estimular harmoniosamente 0 casamento desses tres areas em diferentes etapas do
crescimento.
Segundo JEAN-CLAUDE COSTE, a no!(ao de esquema corporal e 0 fruto de
uma longa progressao que levou neurologistas, psiquiatras e psic610gos a se
interrogarem sobre as percep!(oes do corpo, a integra!(ao do corpo como modele e a
forma da personalidade.
A estrutura!(ao espa!(o-temporal e um dado importante para uma adapta!(ao
favoravel ao individuo. Ela Ihe permite nao s6 movimentar-se ou reconhecer-se no
espayo, mas tambem conectar e dar sequencia aos seus gestos, localizar as partes
de seu corpo e situa-Ias no espa!(o, coordenar sua atividade e organizar sua vida
cotidiana.
lE BOUlCH considera a lateralidade como tradu9ao de uma assimetria
funcional, onde os espa!(os motores do lado direito e do lade esquerdo nao sao
7
homogemeos. Esta desigualdade vai se tomar mais precisa durante 0
desenvolvimento e vai manifestar-se durante os reajustes praticos de natureza
intencional.
Em vista desses significados, relatarei um pouco sobre psicomotricidade,
aplicando a segunda unidade da Bateria Psicomotora (BPM) DE FONSECA (1975),
sendo que essa unidade consiste em lateralizag80, nog80 do corpo e estruturag80
espaco-temporal.
8
1.2 PROBLEMA
Como estao os aspectos psicomotores das crianyas da 2° serie do ensino
fundamental?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Avaliar os aspectos psicomotores em crianyas da 2° serie do ensino
fundamental.
1.3.2 Objetivos Especificos
• Trayar 0 perfil das crianyas;
• Avaliar os aspectos psicomotores, 1- lateralidade, 2- no<;:aodo corpo (sentido
cinestesico), 3- no<;:aodo corpo (imitayao de gestos), 4- estruturayao espayo-
temporal (estrutura<;:ao dinamica) e 5- estruturayao espayo-temporal
(estruturayao ritmica), a partir da BPM;
• Comparar os aspectos psicomotores entre os meninos e as meninas.
9
2 FUNDAMENTACAO TEO RICA
2.1 Conceito de Psicomotricidade
E uma ciEmcia relativamente nova que envolve 0 desenvolvimento global e
harmonico do individuo desde 0 nascimento. Eo a ligac;ao entre 0 psiquismo e a
motricidade. (BUENO, 1998).
A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (1982 citando BUENO 1998)
define a psicomotricidade como "uma ciencia que tem por objetivo 0 estudo do
homem por meio do seu corpo em movimento, nas relac;oes com seu mundo interno
e externo".
Motor, intelectual, emocional e expressivo sao os aspectos que acontecem
nurn processo conjunto para 0 desenvolvimento psicomotor. (LAPIERRE &
AUCOUTURIER,1984).
Segundo MEUR & STAES (1989):
"0 estudo da psicomotricidade abrange cinco capitulos bem distintos:-A forma9aO do "eu", da personalidade da crian9a, isto e, 0 desenvolvimento do esquema corporal[ ..]-A crian9a perce be que seus membros nao reagem da mesma forma: e a dominancia lateral.-A maneira como a crian9a se localiza no espa90 que circunda: trata-se da estrutura9ao espacial.-A orienta9ao temporal diz respeito a maneira como a crian9a se situa no tempo (ontem, amanha[ ...]).-Como crian9a se expressa tambem atraves do desenho, completa-se 0 estudo com 0 dom inioprogressivo do desenho e do grafico[ ...]"
Todos os capitulos sao apresentados simultaneamente e nao sequencial, no
entanto deve-se respeitar a ordem de apresentac;ao dos elernentos do estudo, nao
se pode trabalhar a estruturac;ao espacial sem ter atingido uma determinada fase do
esquema corporal. (MEUR & STAES, 1989).
10
2.2 Evoluc;:ao Psicomotora
as movimentos reflexos sao involuntarios e portanto servem como elemento
fundamental no desenvolvimento motor. a amadurecimento neuro-muscular e 0
desenvolvimento postural sao estagios basicos que precedem a ac;:ao motora de
andar e outros movimentos fundamentais.
A crianc;:a em fase de educac;:ao infantil desenvolve movimentos basicos que
serao necessarios para 0 desenvolvimento posterior e de outras habilidades
motoras. Essa fase e 0 periodo mais critico para que as formas motoras basicas
sejam desenvolvidas corretamente. As crianc;:as em sua maioria, desenvolvem os
movimentos por conta propria, uma forma motora natural desenvolvem-se a medida
que a crianc;:a explora ou a pratica continuamente.
Segundo GHUM (1981) um ambiente planejado adequadamente, seja no lar,
num centro de aprendizagem ou num jardim de infancia, pode assegurar 0 dominic
das formas motoras basicas num estagio otimo.
Para FREIRE (1989) nivel de desenvolvimento perceptivo motor tem origem
na aprendizagem dos estagios anteriores e acrescenta a percepc;:ao, que antecede a
resposta motora. Nesse nivel motor recebe a informac;:ao sensorial aferente e a
interpreta antes de responder com um movimento.
As habilidades fisicas sao movimentos que tornam possivel a execuc;:ao de
movimentos especializados complexos. Sao elementos que determinam a
adequac;:ao do desempenho de uma crianc;:a ou distinc;:6es entre os desempenhos
das crianc;:as.
Segundo LE BOUCH (1986) um movimento especializado exige capacidade
de executar uma ac;:ao complexa ou uma forma motora com alto grau de eficiencia,
11
combina varios elementos de movimento e incorpora todos os fatores relativos ao
desenvolvimento motor previamente aprendidos.
Segundo FERREIRA NETO (1995) 0 estagio dos 3 aos 6 anos e um periodo
de mudan9as tanto na estrutura9ao espa90-temporal quanto do esquema corporal. A
evolu9ao psicomotora deve iniciar a crian9a no universe onde reina uma
organiza9ao e estrutura sem ter uma ruptura com 0 mundo magico no qual se
projete sua subjetividade.
LOPEZ (1993) enfatiza que aos 3 anos a crian9a tem necessidade de
interioriza9ao, entao come9a a reconhecer 0 proprio "eu", que ira permitir deslocar
sua aten9ao para seu proprio corpo e descobrir suas respectivas caracteristicas.
Come9a 0 periodo de estrutura9ao do esquema corporal, etapa importante na
evolu9ao da imagem do corpo, sendo esse instrumento na inser9ao da realidade.
Segundo FREIRE (1989) nessa idade a crian9a tem espontaneidade e
naturalidade, todo gesto contra rio: inibi9ao, rigidez, tensoes desnecessarias,
incoordena9ao, arritmia, sincinesias sao expressoes de dificuldades de organiza9ao
da personalidade. Espontaneo nao quer dizer cego. Ja tem certo controle cortical
sobre seus movimentos, nao sendo impulsivos. 0 equilibrio entre 0 nivel energetico
e a inibi9ao ativa e fun9ao da ajuda que 0 meio familiar tem dado a crian9a, em
particular na forma de propor e mantendo um certo numero de interdi90es.
A evolu9ao dos gestos das crian9as incide no ajustamento da sua postura,
beneficiando-se de uma regula9ao muito mais precisa, a evolu9ao do controle
tonico, gra9as a inibi9ao cortical, permite eliminar movimentos parasitas e
sincinesias, sobretudo se a crian9a nao e exigida pelo adulto.
12
2.3 Bateria Psicomotora (BPM)
"A BPM e um dispositivo diferente da escala de desenvolvimento motor. Trata-se de um instrumentobaseado num conjunto de tarefas que permite detectar deficits funcionais em termos psicomotores,cobrindo a intera9ao sensorial e perceptiva que se relaciona com 0 potencial de aprendizagem [...J"(OA FONSECA, 1995).
Para DA FONSECA (1995) a BPM procura analisar qualitativamente a
disfungao psicomotora ou a integridade psicomotora, comparando-os com fungoes
dos sistemas basicos do cerebro, subtraindo da sua aplicagao clinica,
conseqOentemente, significagoes funcionais que possam explicar 0 potencial de
aprendizagem.
"Esta qualificagao da disfungao estabelece uma relagao detalhada entre os
fatores psicomotores e as unidades funcionais de Luria ." (DA FONSECA, 1995).
A BPM se baseia no modele de A. R. Luria sobre a organizagao funcional do
cerebro humano. Modelo esse que mostra que 0 cerebro humane e composto por
unidades funcionais basicas, cada uma com uma fungao particular e peculiar, no
todo, constituindo a atividade mental humana nas suas multiplas e variadas formas.
As tres unidades apresentam uma atividade estruturada em termos
hierarquizados, mas dialeticamente reciproca, pondo em pratica a atividade de uma
unidade em interagao com as outras.
Segundo Luria (1972 citado DA FONSECA, 1995), as tres unidades
funcionais sao:
Primeira unidade funcional - regula 0 tonus cortical e a fungao de vigilancia.
Compreende os fatores tonicidade e 0 equilibrio. Sao fatores de grande
complexibilidade intra estrutural e com inumeras conexoes interestruturais, ambos
participando nas primeiras conquistas antigraviticas do desenvolvimento humane e
nas formas basicas de integragao sensorial.
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Segunda unidade funcional - obtem, capta, processa e armazena informayoes
vindas do mundo exterior, assegurando 0 processo de informayao proprioceptiva e
extraceptica. Compreendem os fatores lateralizal(ao, nOl(ao do corpo e estruturayao
espacio-temporal.
Terceira unidade funcional - programa regula e verifica a atividade mental. Integra
os dois ultimos fatores, a praxia global e apraxia fina. Envolvendo as regioes pre-
frontais e posteriormente 0 cortex motor.
o resultado total da BPM e obtido cotando em quatro parametros, 1 -
realizayao imperfeita, incompleta e descoordenada (fraco),. 2 - realizayao com
dificuldades de controle (satisfatorio), 3 - realizayao controlada e adequada (bom) e
4 - realizal(ao perfeita, economica, harmoniosa e bem controlada (excelente), sendo
a cotayao media de cad a fator arredondada. A cotal(ao assim obtida traduz de forma
global cada fator.
2.3.1 Classificayao Psicomotora segundo BPM
Conforme MELLO (1987 citado ARCHER, 1998), "os estudiosos da
Psicomotricidade nao empregam uma classifical(ao unica e tampouco fazem uso de
uma terminologia comum [...j". Mas essas terminologias nao indicam uma diferenya
significativa entre os autores.
DA FONSECA (1995) compoe a BPM em sete fatores: tonicidade,
equilibral(ao, lateralizal(ao, nOl(ao do corpo, estrutural(ao espacio-temporal, praxia
global e praxia fina, subdivididos em 26 subfatores. Sao elas:
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Fator Tonicidade. A tonicidade tem um papel fundamental no
desenvolvimento motor, garantindo as atitudes, as posturas, as mimicas, as
emogoes, entre outras.
Tem caracteristica essencial 0 seu baixo nivel energetico, podendo manter 0
ser humane em pe par um longo tempo sem a manifestagao de sinais de fadiga.
Fator Equilibragao. "0 equillbrio e a base de toda a coordenagao diniimica
global. Eo a nogao de distribuigao de peso em relagao a um espago e a um tempo, e
em relagao ao eixo de gravidade." (BUENO, 1998).
A equilibragao reune um conjunto de aptidoes estaticas e diniimicas,
abrangendo 0 controle postural e 0 desenvolvimento das aquisigoes de locomogao.
o equilibrio estatico caracteriza-se pelo tipo de equilibrio conseguido em
determinada posigao, ou de apresentar a capacidade de manter certa postura sobre
uma base. 0 equilibrio diniimico e aquele conseguido com 0 corpo em movimento,
determinando sucessivas alteragoes da base de sustentagao.
Fator Lateralizagao. A laterizagao traduz-se pelo estabelecimento da
dominimcia lateral da mao, olho e pe, do mesmo lade do corpo.
A lateralidade corporal se refere ao espago interne do individuo, capacitando-
o a utilizar um lade do corpo com maior desembarago.
o desenvolvimento da lateralidade manual ocorre primeiro, depois vem a
pedal e a ocular.
De um modo geral e importante na evolugao da crianga porque auxilia na
formagao de uma auto-imagem e na estruturagao dentro do meio ambiente.
Fator Nogao Corporal. A formagao do "eu", isto e, da personalidade,
compreende 0 desenvolvimento da nogao ou esquema corporal, atraves do qual a
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crian<;a toma consci€mcia de seu corpo e das possibilidades de expressar-se por seu
intermedio.
A AJURIAGUERRA (1972 citado DA FONSECA, 1995), relata que a
evqlu<;ao da crian<;a e sin6nimo de conscientiza<;ao e conhecimento cada vez mais
profundo do seu corpo, e atraves dele que esta elabora todas as experiencias vitais
e organiza toda a sua personalidade.
A no<;ao do corpo da ao ser humano a capacidade de reconhecer-se como
objeto mo seu proprio campo perceptivo, de onde resulta a sua auto-confian<;a, auto-
estima e auto-controle.
Fator Estrutura<;ao espa<;o-temporal. A estrutura<;ao espa<;o-temporal decorre
como organiza<;ao funcional da lateralidade e da no<;ao corporal, uma vez que e
necessario desenvolver a conscientiza<;ao espacial interna do corpo antes de
projetar 0 referencial somatognosico no espa<;o exterior.
Transformamos 0 conhecimento do corpo em conhecimento do espa<;o,
primeiro intuitivamente, de po is logica e conceitualmente.
NEGRINI (1986) ressalta que a orienta<;ao espacial ou a direcionalidade, vai
se estabelecer em fun<;ao dos estimulos extereoceptivos, isto e, aqueles vindos do
meio no qual a crian<;a esta inserida, diferenciando-se da lateraliza<;ao, visto que, os
estimulos sao internos, nascem do corpo, sendo portanto, proprioceptivos.
Fator Praxia Global. Praxia tem por defini<;ao a capacidade de realizar a
movimenta<;ao voluntaria pre-estabelecida com forma de alcan<;a um objetivo. A
praxia global esta relacionada com a realiza<;ao e a automa<;ao dos movimentos
globais complexos, que se desenrolam num determinado tempo e que exigem a
atividade conjunta de varios grupos musculares.
16
Fator Praxia Fina. Apraxia fina compreende todas as tarefas motoras finas,
onde associa a fungao de coordenagao dos movimentos dos olhos durante a fixagao
da atengao, e durante a fixagao da atengao e manipulagao de objetos que exigem
controle visual, alem de abranger as fungoes de programagao, regulagao e
verificagao das atividades preensivas e manipulativas mais finas e complexas.
Criangas que tem transtomos na coordenagao dinamica manual geralmente
tem problemas visomotores, apresentando inumeras dificuldades de desenhar,
recortar, escrever, ou seja, em todos os movimentos que exijam precisao na
coordenagao olho/mao.
A relagao que apraxia fina tem com a percepgao visual e de grande
importancia para 0 desenvolvimento psicomotor e para 0 desenvolvimento da
aprendizagem
17
3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
3.1 DESCRI<;:AO DO UNIVERSO
Esse trabalho se caracteriza como sendo pesquisa descritiva. Segundo
Thomas e Nelson (2002), pesquisa descritiva e aquela que descreve e aborda
quatro aspectos: descric;:ao, registro, analise e interpretac;:ao de fenomenos atuais.
A populac;:ao deste trabalho foram crianc;:as de oito anos, estudantes do
Colegio Estadual Senador Manoel Alencar Guimaraes, da cidade de Curitiba, Estado
do Parana.
A amostra desse trabalho foi de 20 crianc;:as de ambos as sexos, sendo 10
meninos e 10 meninas, esses escolhidos aleatoriamente.
3.2 MATERIAL E INSTRUMENTO PARA COlETAS DE DADOS
Para a desenvolvimento do estudo, foi utilizado como instrumento de
avaliac;:ao as fatores psicomotores da bate ria psicomotora (BPM) elaborado par DA
FONSECA, (1975)
Os fatores psicomotores escolhidos foram: lateralidade, dentre ele as
subfatores: lateralizac;:ao ocular, lateralizac;:ao auditiva, lateralizac;:ao manual e
lateralizac;:ao pedal, noc;:ao do corpo e as subfatores: sentido cinestesico e imitac;:ao
de gestos e estruturac;:ao espacio-temporal e seus subfatores: estruturac;:ao dinamica
e estruturac;:ao ritmica.
18
Para esses fatores psicomotores foram utilizados os seguintes materiais: tubo
de papel, papel com um furo no meio, rel6gio, uma calya, lapis.
A coleta de dados foi realizada em do is dias, sendo no primeiro avaliado dez
crianyas e no outro dia mais dez. A avaliayao durou aproximadamente 20 minutos
com cada aluno.
3.3 ANALISE DOS DADOS
Para analise dos dados foi tirada a media dos resultados da avaliayao em
carater qualitativo, tanto para 0 sexo masculino quanto para 0 sexo feminino.
3.4 LlMITA<;OES
A limitayao encontrada foi a durayao da BPM completa ser longa, por esse
motive foi escolhido apenas alguns fatores.
19
4 RESULTADOS E DISCUSSOES
4.1 GRAFICOS SOBRE DADOS DOS FATORES PSICOMOTORES DO SEXO
MASCULINO E DO SEXO FEMININO
4.1.1 Grciticos de lateralidade.
Este grcitico apresenta a cota9ao total dos alunos do sexo masculino no fator
lateraliza9ao, mostrando que 80% deles, a cota9ao atribuida foi de valor 4, isto e,
realizaram as tarefas sem hesita9ao e com proficiencia, e apenas 20% a cota9ao foi
de valor 3, onde os alunos apresentaram ligeiras hesita90es.
GRAFICO 1 - LATERALIDADE DO SEXO MASCULINO
2 3 4
20
Este gratico apresenta a cotayao total das alunas do sexo feminino no fator
lateralizayao, mostrando que 70% delas, a cotayao atribufda foi de valor 4, isto e,
realizaram as tarefas sem hesitayao e com proficiemcia, e 30% a cotayao foi de valor
3, onde as alunas apresentaram ligeiras hesitayoes.
GRAFICO 2 - LATERALIDADE DO SEXO FEMININO
2 3 4
21
4.1.2 Graticos do fator noyao do corpo ( subfator sentido cinestesico )
Este grafico apresenta a cotayao total dos alunos do sexo masculino no fatornoyao do corpo e seu subfator sentido cinestesico, mostrando que 90% deles, acotayao atribuida foi de valor 4, isto e, eles nomearam corretamente os 16 pontostateis sem evidenciar sinais difusos, e apenas 10% a cotayao foi de valor 3, onde osalunos apresentaram ligeiros sinais difusos.
GRAFICO 3 - SENTIDO CINESTESICO DO SEXO MASCULINO
2 3 4
22
Este gratico apresenta a cota9ao total das alunas do sexo feminino no fatorn09ao do corpo e seu subfator sentido cinestesico, mostrando que 80% delas, acota9ao atribuida foi de valor 4, isto e, elas nomearam corretamente os 16 pontostate is sem evidenciar sinais difusos, e apenas 20% a cota9ao foi de valor 3, onde asalunas apresentaram ligeiros sinais difusos.
GRAFICO 4 - SENTIDO CINESTESICO DO SEXO FEMININO
2 3 4
4.1.3 Graticos do fator n09ao do corpo ( subfator imita9ao de gestos )
23
Este gratico apresenta a cotayao total dos alunos do sexo masculino no fatornoyao do corpo e seu subfator imitayao de gestos, mostrando que apenas 10%deles apresentaram cotayao de valor 4, onde a crianya reproduziu os gestos comprecisao e acabamento, suavidade e coordenayao; 40% dos alunos apresentaramligeiras distoryoes de forma e foram atribuidos a cotayao de valor 3 e 50%apresentaram sinais de dismetria, hesitayao distoryao de formas e a cotayao foi devalor 2.
GRAFICO 5 -IMITA<;AO DE GESTOS D SEXO MASCULINO
2 3 4
24
Este grafico apresenta a cotayao total das alunas do sexo feminino no fator nOyaodo corpo e seu subfator imitayao de gestos, mostrando que 50% delasapresentaram ligeiras distoryoes de forma e foram atribuidos a cotayao de valor 3 e50% apresentaram sinais de dismetria, hesitayao distoryao de formas e a cotayao foide valor 2.
GRAFICO 6 - IMITAC;:AO DE GESTOS DO SEXO FEMININO
2 3 4
25
4. 1.4 Graticos do fator estruturayao espayo - temporal (subfator estruturayaodinamica)
Este gratico apresenta a cotayao total dos alunos do sexo masculino no fatorestruturayao espayo - temporal e seu subfator estruturayao dinamica , mostrandoque 90% deles, a cotayao atribuida foi de valor 4, isto e, realizaram as seis tarefascorretamente sem hesitayao e com profici€mcia, e apenas 10% a cotayao foi de valor3, onde 0 aluno realizou quatro das seis tarefas e apresentou ligeiras hesitayoes.
GRAFICO 7 - ESTRUTURAC;:AO DINAMICA DO SEXO MASCULINO
2 3 4
26
Este grafico apresenta a cotayao total das alunas do sexo feminino no fatorestruturayao espayo - temporal e seu subfator estruturayao dinamica , mostrandoque 90% delas, a cotayao atribuida foi de valor 4, isto e, realizaram as seis tarefascorretamente sem hesitayao e com profici{mcia, e apenas 10% a cotayao foi de valor3, onde a aluna realizou quatro das seis tarefas e apresentou ligeiras hesitayoes.
GRAFICO 8 - ESTRUTURA<;AO DINAMICA DO SEXO FEMININO
2 3 4
27
4.1.5 Gr,Hicos do fator estrutura9ao espa90 - temporal (subfator estrutura9ao ritmica)
Este grilfico apresenta a cota9ao total dos alunos do sexo masculino no fatorestrutura9ao espa90 - temporal e seu subfator estrutura9ao ritmica , mostrando que70% deles, a cota9ao atribuida foi de valor 1 , isto e, reproduziram apenas duas dascinco estruturas ou foram incapaz de realizar qualquer uma delas, apresentandonitidas distor90es perceptivo-auditivas e 30% a cota9ao foi de valor 2, onde osalunos reproduziram tres das cinco estruturas, revelando irregularidade edificuldades de integra9ao ritmica.
GRAFICO 9 - ESTRUTURAC;;AO RITMICA DO SEXO MASCULINO
2 3 4
28
Este grilfico apresenta a cota98o total das alunas do sexo feminino no fatorestrutura980 espa90 - temporal e seu subfator estrutura980 ritmica , mostrando que60% delas, a cota98o atribuida foi de valor 1 , isto e, reproduziram apenas duas dascinco estruturas ou foram incapaz de realizar qualquer uma delas, apresentandonitidas distor90es perceptivo-auditivas e 30% a cota98o foi de valor 2, onde asalunas reproduziram tres das cinco estruturas, revelando irregularidade edificuldades de integra980 ritmica.
GRAFICO 10- ESTRUTURA<;Ao RITMICA DO SEXO FEMININO
2 3 4
29
5 CONCLUSAO
Em uma populac;:ao de 20 alunos, sendo 10 meninos e 10 meninas, todos com
oito anos de idade, submetidos a testes, retirados da bateria psicomotora (BPM) de
FONSECA (1975), os resultados obtidos atraves dessa avaliac;:ao nos apresenta
uma grande semelhanc;:a nos resultados entre os sexos.
No quesito lateralidade, a maioria dos alunos alcanc;:aram a cotac;:ao de valor 4
e apenas alguns apresentaram alguma hesitac;:ao em realizar as tarefas, mantendo
uma media boa entre todos. Nesse teste 2 alunos, do sexo masculino apresentavam
dominancia lateral do lado esquerdo. No quesito noc;:ao do corpo, sobretudo no
subfator sentido cinestesico mantiveram 0 mesmo padrao, ja no subfator imitac;:ao de
gestos a media foi semelhante, mas media para baixa, onde os alunos
apresentavam algum tipo de distorc;:ao de formas e sinais de dismetria. No ultimo
quesito que foi estruturac;:ao espac;:o - temporal, no subfator estruturac;:ao dinamica,
os resultados foram identicos e uma media muito boa, e no subfator estruturac;:ao
ritmica a cotac;:ao foi muito baixa, onde os alunos apresentavam nitidas distorc;:6es
perceptivo-auditivas, hesitac;:6es e demonstrando dificuldades de integrac;:ao ritmica.
Dessa forma verificamos que 0 trabalho dos fatores psicomotores e essencial
para 0 desenvolvimento psicomotor de uma crianc;:a. Por isso sugerimos que os
professores procurem a entender essa importancia e comecem aplicar em suas
aulas.
30
REFERENCIAS
BUENO, J. M. Psicomotricidade: Teoria & Pratica: Estirnulayao, educayao e
reeducayao psicomotora com atividades aquaticas. Sao Paulo: Losive, 1998.
CHUM, B.M.F. Desenvolvimento motor da crianya. Rio de Janeiro:
Interamericana,1992.
FERREIRA NETO, CA Motricidade e jogo na infancia. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.
FONSECA, V. Manual de observac;ao psicomotora: significayao psiconeurol6gica
dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artmed, 1995.
FREIRE, Joao Batista. Educayao de corpo inteiro: Teoria e pratica da Educayao
Fisica, Sao Paulo: Scipione, 1989.
LAPIERRE, A. & AUCOUTURIER, B. Fantasmas corporais e pratica psicomotora.
Sao Paulo: Manole, 1984.
LE BOUCH, J. ° desenvolvimento Psicomotor. Do nascimento ate os 6 anos. Porto
Alegre: Artes Medicas, 1986
LOPEZ, R.E. Introduyao a psicologia evolutiva de Jean Piaget, Sao Paulo: Cultrix,
1992-1993
MEUR, A & STAES, L. Psicomotricidade: educayao e reeducayao: niveis maternal e
infantil. Sao Paulo: Manole, 1989.
31
ANEXO
32
Nome
Sexo -- Data de nascimento -'-'- Idade -- Anos --- Meses --Fases de Aprendizagem
Observador Data da Observa"ao
PERFIL
CONCLUSOES E4 3 2 1
INTERPRETA<;:OESTONICIDADEw0<{gz
EQUILlBRA<;:AO::J~
LATERALlZA<;:AOw
NO<;:AO DO CORPO0<{g
ESTRUTURA<;:Ao ESPACIO-z::JN TEMPORAL ..w PRAXIA GLOBAL0<{0Z::J PRAXIA FINA~ .
Escala de pontua<;iio:l. Realiza<;ao imperfeita, incompleta e descoordenada (fraco) - perfil apnixico
2. Realiza<;iio com ditkuldades de controle (satisfat6rio) - perfil dispnixico
3. Realiza<;1io control ada e adequada (bom) - perfil eupnlxico
4. Realiza<;1io perfeita, economica, hamlOniosa e bem controlada (excelente) - perfil hiperpnixi
Recomenda<;:oes (Projeto terapeutico-pedag6gico):
Aspecto somatico I ECTO I I MESO I I ENDO IDesvios posturais:
Controle respirat6rio: inspira<;ao 4 3 2 1
33
Expira~ao
AplH!ia
432432
DURA~AO: _
FATIGABILIDADE 432
TONICIDADE
Hip tonicidade Hipertonicidade
Extensi bilidade,:
Membros inferiores .4 3 2
Membros superiores .4 3 2
Passividade .4 3 2
Paratonia:
Membros inferiores .4 3 2
Membros superiores .4 3 2
Diadococinesias:
Mao direita .4 3 2
Mao esquerda .4 3 2
Sincin<!sias:
Bucais .4 3 2
Contralaterais .4 3 2
EQUILIBRA<;:AO
Imobilidade .4 2
Equilibrio estatico
Apoio retilineo .4 J 2
34
Ponta dos pes .........•................................. .4 3 2
Apoio num pe ·1 F. 1 n 1 .4 3 2
Equilibrio dinilmico
Marcha controlada .4 3 2
Evoluyao no banco:
I) Para frente 4 3 2
2) Para tnIS .4 3 2
3) Do lado direito 4 3 2
4) Do lado esquerdo 4 3 2
Pe cochinho esquerdo 4 3 2
Pe cochinho direito 4 3 2
Pes juntos para frente 4 3 2
Pes juntos para tnIS .4 3 2
Pes juntos com olhos fechados .4 3 2
LATERALIZACAO 4 3 2
• Ocular. . E D
E D
E D
E DF. nE D
• Auditiva .
• Manual.. .
• Pedal .
• Inata .
• Adiquirida .
OBSERVACAO: _
NOCAO DO CORPO
Sentido cinestesico 4 3 2
Reconhecimento (D-E) .4 3 2
Auto-imagem (face) 4 3 2
Imitayao de gestos " " " .4 3 2
Desenho do corpo .4 3 2
35
ESTRUTURA<;:Ao EspACIO-TEMPORAL
Organizayao .4 3 2
Estruturayao dinamica .4 3 2
Representayao topogrMica .4 3 2
Estruturayao rftmica .4 3 2
4 3 22
4 3 23
4 3 24
4 3 2 54 3 2
PRAXlA GLOBAL
Coordenayiio oculomanual.. .4 3 2
Coordenayao oculopedal 4 3 2
Disl11etria .4 3 2
Dissociayao:
Membros superiores 4 3 2
Membros inferiores 4 3 2
Agilidade 4 3 2
PRAXIA FINA
Coordenayao dinamica manual. 4 3 2
Tempo _
Tamborilar. .4 3 2
36
Velocidade-precisao .4 3 2
• Numero de pontos .4 3 2
Nllmero de cruzes ............ .4 3 2
ANALISE DO PERFIL PSICOMOTOR
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