UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
EM CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE MULHERES USUÁRIAS DE UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE MORADORAS DO BAIRRO RINCÃO - PERIFERIA DE
SÃO PAULO
BRUNO HOLANDA FERREIRA
SÃO PAULO 2017
BRUNO HOLANDA FERREIRA
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE MULHERES USUÁRIAS DE UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE MORADORAS DO BAIRRO RINCÃO - PERIFERIA DE
SÃO PAULO
Dissertação apresentada ao programa
de Mestrado Stricto Sensu em Ciências
do Envelhecimento sob orientação da
Prof.ª Dra. Graciele Massoli Rodrigues.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da
Universidade São Judas Tadeu
Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237
Ferreira, Bruno Holanda
F383p Perfil Sociodemográfico de mulheres usuárias de Unidade Básica de Saúde
moradoras do bairro Rincão / Bruno Holanda Ferreira. - São Paulo, 2017.
f.136: il.; 30 cm.
Orientadora: Graciele Massoli Rodrigues.
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2017.
1. Envelhecimento. 2. Mulheres. 3. Promoção da saúde. I. Rodrigues, Graciele
Massoli. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto
Sensu em Ciências do Envelhecimento. III. Título
AGRADECIMENTOS
À toda minha família, que constantemente me incentivou a quebrar barreiras
em todas as etapas da minha vida. Em especial, gostaria de agradecer aos meus
pais, Flavia Holanda Ferreira e Manoel Borges Ferreira, que desde criança sempre
me proporcionaram palavras tanto de consolo como de incentivo para poder traçar
uma vida digna e honesta. Aos meus irmãos, Manoel Holanda Ferreira e Gabriela
Holanda Ferreira, pela constante demonstração de carinho e compaixão.
Aos meus avós maternos Maria da Conceição e José Belarmino de Holanda e
avós paternos Otacílio Ferreira (in memoria) e Benedita Ferreira (in memoria) pelo
constante apoio e ternura que todo neto gostaria de ter.
Ao meu sobrinho, Gustavo Maruyama, nascido com 24 semanas, por
demonstrar que merecemos viver com garra, cada momento da vida, como se fosse
o único.
Agradeço à Alessandra Biazin, por tolerar, entender, incentivar, ler e reler
esse trabalho (inúmeras vezes) sem deixar abalar o respeito, carinho e afeto, que ao
longo desses 8 anos de convivência, nunca deixou faltar.
Em especial, agradeço à minha colega, amiga, mãe acadêmica e orientadora
Graciele Massoli Rodrigues, que me acolheu na Universidade e demonstrou total
confiança e paciência, apesar dos “puxões de orelha” ao longo do curso. Além disso,
agradeço a ela por apresentar os considero hoje meus amigos e conselheiros:
Milena Pedro de Moraes, Janísio Xavier de Souza, Uirá de Siqueira Farias, Renata
Chagas, Paulo Clepard Silva Januário e Gilberto Martins Freire, e com quem tive
contato ao longo dos 24 meses de curso.
Às professoras Maria Luiza de Jesus Miranda e Bruna Gabriela Marques pela
oportunidade e confiança depositadas sobre a análise deste trabalho para o
desenvolvimento desta dissertação.
À todos os professores da USJT, por dividirem seus conhecimentos nas
disciplinas oferecidas, sempre dispostos a me auxiliar no trabalho acadêmico. Em
especial agradeço o apoio e carinho à professora Claudia Borim, que além de se
colocar a disposição em diversos momentos no decorrer deste projeto, se
apresentava sempre disposta e com bom humor para nossos encontros, mesmo
diante de uma agenda conturbada e apertada.
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................................. 10
ABSTRACT ......................................................................................................................................... 11
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 12
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 14
2. OBJETIVO ................................................................................................................................... 18
2.1 Geral ......................................................................................................................................... 18
2.2 Específicos .............................................................................................................................. 18
3. QUADRO TEÓRICO .................................................................................................................. 19
3.1 Processo de envelhecimento populacional ........................................................................ 19
3.2 Transição epidemiológica e demográfica da população idosa brasileira. ..................... 23
3.3 O progresso da Mulher no Brasil ......................................................................................... 26
3.4 Considerações acerca da Qualidade de Vida .................................................................... 34
3.5 Reflexões acerca da criação do sistema único de saúde ................................................ 43
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................... 49
4.1 Delineamento do Estudo ....................................................................................................... 49
4.2 Local do Estudo ...................................................................................................................... 49
4.2.1 Aspecto situacional do Jardim Rincão ............................................................................ 49
4.2.2 Trajetória para coleta dos dados e amostra ................................................................... 50
4.3 Instrumentos ............................................................................................................................ 52
4.3.1 Anamnese ............................................................................................................................ 52
4.3.2 Perfil Sociodemográfico ..................................................................................................... 53
4.3.3 Questionário Baecke de Atividade Física Habitual ....................................................... 53
4.3.4 Autoavaliação da capacidade funcional .......................................................................... 54
4.3.5 Escala de Satisfação Global com a Vida ........................................................................ 55
4.4 Analise Estatística .................................................................................................................. 55
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................... 57
5.1 Características sociodemográfica das usuárias das pesquisadas ................................. 58
5.2 Características dos agravos à saúde das usuárias do sistema único de saúde .......... 62
5.3 O comportamento das variáveis: grupos de faixa etária, quedas, doenças,
características do estilo de vida e a capacidade funcional sob o olhar da Análise de
Correspondência Múltipla. ................................................................................................................ 79
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 91
7. LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................................... 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 13
Anexo 1 - Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento .................................................... 110
Anexo 2 - Parecer consubstanciado do CEP (1) ......................................................................... 112
Anexo 3 - Parecer consubstanciado do CEP (2) ......................................................................... 116
Anexo 4 - Parecer Coordenadoria regional da saúde norte ...................................................... 119
Anexo 6 - Questionário de Classificação Econômica Brasil ...................................................... 124
Anexo 7 - Autoavaliação da Capacidade Funcional ................................................................... 126
Anexo 8 - Escala de Satisfação Global Com a Vida ................................................................... 128
Anexo 9 - Questionário de Atividade Física Habitual .................................................................. 129
Anexo 10 - Breve explicação da Análise da Correspondência Múltipla .................................. 132
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Descrição das variáveis sociodemográficas da população, Jd. Rincão-SP, 2016.
59
Tabela 2 - Distribuição da amostra por faixa etária segundo relato de doença,
Jd. Rincão-SP, 2016. 63
Tabela 3 - Distribuição da amostra por faixa etária das doenças segundo Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, Jd. Rincão-SP, 2016.
65
Tabela 4 - Média e desvio padrão sobre a quantidade de medicamento por faixa etária, Jd. Rincão, 2016.
67
Tabela 5 - Distribuição de quedas por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016. 70
Tabela 6 - Análise estatística da SGV de acordo com faixa etária, classe social, escolaridade e capacidade funcional, Jd. Rincão-SP, 2016.
71
Tabela 7 - Distribuição da Capacidade Funcional por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.
74
Tabela 8 - Distribuição quanto ao hábito de fumar e consumo de bebida alcoólica por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.
75
Tabela 9 - Distribuição dos escores da AFO, EFL e AFLL por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.
76
Tabela 10 - Distribuição dos escores de AFH por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.
77
Tabela 11 - Distribuição da AFH categorizado por Faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.
78
Tabela 12 - Descrição das variáveis incluídas na ACM. 79
Tabela 13 – Descrição da inércia por dimensão. 81
Tabela 14 - Medidas de discriminação.
82
Tabela 15 - Quantificação da coordenada de centroides nas dimensões 1 e 2.
84
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Declive dos valores de inércia. 81
Figura 2 - Medidas de discriminação. 83
Figura 3 - Dimensão1: Doenças, Capacidade Funcional e Quedas. 86
Figura 4 - Dimensão 2 : Faixa etária, AFH e Hábitos. 87
Figura 5 - Mapa de associações entre agravos à saúde por grupo de faixa etária.
88
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABVD - Atividade Básica de Vida Diária
AIS - Ações Integradas de Saúde
CEBES - Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
CF – Capacidade Funcional
ESF - Estratégia Saúde da Família
INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família
OMS – Organização Mundial da Saúde
PNAB - Politica Nacional de Atenção Básica
QV – Qualidade de Vida
SABE - Saúde, Bem-estar e Envelhecimento
SGV – Satisfação Global com a Vida
SPS - Serviços Públicos de Saúde
SUDS - Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde
UBS – Unidade Básica de Saúde
RESUMO
As alterações demográficas populacionais e o elevado número de mulheres no mundo têm estimulado profissionais da saúde a buscarem ações para a melhoria da qualidade de vida da população. Para isso, cada vez mais, mostram-se necessárias mudanças e inovações nos programas de atenção à saúde, especialmente para as mulheres. Essa pesquisa caracteriza-se como exploratória descritiva transversal com abordagem quantitativa cujo objetivo geral é delinear os fatores associados ao processo de envelhecimento em mulheres de uma comunidade de São Paulo. Foram utilizados questionários que levantaram informações acerca das participantes, sendo: Anamnese, Classe Social (CS), Atividade Física Habitual (AFH); Escala de Satisfação Global com a Vida (SGV), Capacidade Funcional (CF). O estudo contou com 190 mulheres acima de 50 anos usuárias de uma Unidade Básica de Saúde do Jardim Rincão, zona norte de São Paulo. Os dados foram tabulados no programa SPSS versão 20.0 para: obter a frequência absoluta, porcentagem para as variáveis categórica e para as variáveis quantitativas: média, desvio padrão, valores mínimos e máximos, intervalo interquartil. Foi usada a ANOVA fator único para avaliar as diferenças entre (1) quantidade de medicamentos pela faixa etária (FE), (2) SGV nos diferentes níveis CF, (3) SGV de nos diferentes níveis de CS e (4) SGV nos diferentes níveis escolares (ES). Os resultados foram considerados estatisticamente significativos para valores de p ≤ 0,05. Para traçar o perfil dos diferentes grupos de faixas etárias foi realizada a Análise de Correspondência Múltipla com as variáveis: faixa etária, doenças, capacidade funcional, AFH, quedas e hábitos saudáveis. A média de idade foi de 67,3 anos (DP = 7,2) sendo, 53,7% composta na faixa etária de 60 a 69 anos. O perfil sociodemográfico predominante das participantes é de casadas; não alfabetizadas com ensino fundamental I incompleto; possuem filhos; são aposentadas e pertencentes a classe média baixa. Quanto às doenças, identificou-se que o grupo possui, em sua maioria, problemas no aparelho circulatório (73,7%) e sistema endócrino e metabólico (63,7%). As condições mais frequentes são de hipertensão, diabetes, enfermidades na coluna, osteoporose e labirintite. Não foi evidenciada diferença na quantidade usual de medicamentos entre FE (M=3,16 a 3,75, p=0,581). O nível de SGV foi considerado elevado (M=8,67 DP=1,88), assim como na relação entre o nível de SGV com FE (F=0,300 p=0,825), ES (F=1,137 p=0,498) e CS (F=0,520 p=0,721). No entanto, foi evidenciado nível de SGV inferior para o grupo que possui baixa CF (F=6,05 p=0,005). Em relação à análise conjugada, o estudo caracterizou 4 grupos: G1 com faixa etária de 50 a 59 anos, livre de doenças, independente fisicamente e com nível elevado de AFH, porém com um pior estilo de vida. O G2 (60 a 69 anos) foi associado a um perfil de ex-fumantes, dependência física, média AFH, diversos tipos de doenças crônicas e elevada quantidade de quedas. O G3 (70 a 79 anos) associou-se com dependência moderada, poucas quedas, hábitos saudáveis, baixo nível de AFH e sem doenças. O G4 (> 80 anos) com dependência física, baixo nível de AFH, doenças metabólicas e do aparelho respiratório. Ao delinear o perfil da população estudada, a pesquisa evidenciou a importância da caracterização psicofisicosociais de grupos para o planejamento de ações multidisciplinares em comunidades periféricas que visam ampliar a qualidade de vida dessas pessoas.
Palavras chave: Envelhecimento; Mulheres; Promoção da Saúde.
ABSTRACT
The population demographic changes and the high number of women in the world
have stimulated health professionals to seek actions to improve the quality of life of
the population. For this, more and more changes and innovations in health care
programs, especially for women. This research is characterized as a descriptive
cross-sectional exploratory study with a quantitative approach whose general
objective is to delineate the factors associated with the aging process in women from
a community of São Paulo. Questionnaires were used to gather information about
participants, such as: Anamnesis, Social Class (SC), Habitual Physical Activity
(HPA); Global Satisfaction with Life Scale (GSL), Functional Capacity (FC). The
study had 190 women over 50 years old who were using a Basic Health Unit in
Jardim Rincão, in the north of São Paulo. The data were tabulated in SPSS version
20.0 to obtain the absolute frequency, percentage for categorical variables and for
quantitative variables: mean, standard deviation, minimum and maximum values,
interquartile range. One-way ANOVA was used to evaluate the differences between
(1) quantity of drugs by age group (AG), (2) GSL in different FC levels, (3) GSL of
different levels of SC, and (4) GSL in different School levels (SL). The results were
considered statistically significant for p ≤ 0.05 values. To analyze the profile of the
different groups of age groups, Multiple Correspondence Analysis was performed
with the variables: age group, diseases, functional capacity, HPA, falls and healthy
habits. The mean age was 67.3 years (SD = 7.2), being 53.7% composed in the age
group of 60 to 69 years. The predominant sociodemographic profile of the
participants is married; Not literate with elementary school I incomplete; Have
children; Are retired and belonging to the lower middle class. As for diseases, it was
identified that the group has, in most cases, problems in the circulatory system
(73.7%) and endocrine and metabolic system (63.7%). The most frequent conditions
are hypertension, diabetes, spinal diseases, osteoporosis and labyrinthitis. There
was no difference in the usual amount of medication among AG (M = 3.16 to 3.75, p
= 0.581). The GSL level was considered high (M = 8.67 SD = 1.88), as well as in the
relationship between the level of GSL with AG (F = 0.300 p = 0.825), SL (F = 1,137 p
= 0,498) and SC (F = 0.520 p = 0.721). However, lower SGV level was evidenced for
the group that has low FC (F = 6.05 p = 0.005). In relation to the conjugated analysis,
the study characterized 4 groups: G1, 50- to 59-year-old, disease-free, physically
independent and with a high level of HPA, but with a worse lifestyle. G2 (60-69
years) was associated with a profile of ex-smokers, physical dependence, mean
HPA, various types of chronic diseases and high number of falls. G3 (70-79 years)
was associated with moderate dependence, few falls, healthy habits, low HPA and
no disease. G4 (> 80 years) with physical dependence, low level of HPA, metabolic
and respiratory diseases. In outlining the profile of the studied population, the
research highlighted the importance of the psychophysiological and social
characterization of groups for the planning of multidisciplinary actions in peripheral
communities that aim to increase the quality of life of these people.
Keywords: Aging; Wome; Health Promotion
12
APRESENTAÇÃO
“Paciência e perseverança tem o efeito mágico de fazer as dificuldades desaparecerem e os obstáculos sumirem”.
John Quincy Adams
A reflexão pelos desafios em investigar os idosos foi sendo desenvolvida no
decorrer da minha graduação em Educação Física realizada no Centro Universitário
Adventista de São Paulo concluída no ano de 2008. No primeiro ano letivo do curso
me foi oferecida uma bolsa integral pela própria universidade, em paralelo a vários
incentivos dos professores para iniciar trabalhos de Iniciação Cientifica e cursos
voltados para a prática de atividade física com idosos. Parte dos questionamentos
que afloraram na fase inicial da graduação a cerca da prescrição de exercícios, ficou
ainda mais evidente quando fui transferido para atuar como auxiliar dos professores
nas atividades aquáticas, despertando ainda mais o interesse em aprofundar os
estudos.
Neste contexto, o emaranhado de experiências advindas dos cursos e dos
estágios não foi suficiente para responder aos meus questionamentos sobre a
maneira ideal de prescrever exercícios para idosos. Com isso, mesmo sabendo de
algumas condutas e posturas políticas adotadas para identificar e combater agravos
à saúde na população mais velha, optei por iniciar o curso de Pós-Graduação Latu-
Sensu em Atividade Física para Grupos Especiais e Reabilitação Cardíaca oferecido
na Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU com duração de 2 anos.
À medida que percebia a importância de estar sempre baseado nas
evidências cientificas, oferecidas no curso de especialização e as experiências
compartilhadas com o Prof. Dr. José Antônio Aguilar Cortez coordenador do curso e
diretor do Programa de reabilitação Cardíovascular e Metabólica - FITCOR, fui
percebendo e desenvolvendo novas condutas e posturas em prol do beneficio do
idoso.
13
A aproximação junto ao coordenador do curso de especialização despertou-
me o interesse em auxiliá-lo em pesquisas com os frequentadores do programa de
Reabilitação Cardíaca oferecido no Hospital Sírio Libanês, a frequentar o Laboratório
de Psicossociologia do Esporte-USP e a participar de Congressos na área de
Reabilitação Cardíaca. A oportunidade acadêmica gerou a profissional, pois
passados alguns meses, fui convidado a trabalhar na FITCOR “empresa que
prestava serviços para o Hospital Sírio Libanês”, isso me levou ao contato direto
com os pesquisados.
O cenário da pesquisa e experiência profissional relatado anteriormente, me
deu a base para poder estruturar um projeto de pesquisa voltado para a Promoção
da Saúde e apresentar ao programa de mestrado acadêmico em Ciências do
Envelhecimento na Universidade São Judas Tadeu.
Ao iniciar a disciplina “Autocuidado com a Saúde na Velhice” oferecida pela
Professora Drª Maria Luiza de Jesus Miranda, houve a oportunidade de conhecer o
projeto de tese que estava em processo de coleta, sob a orientação da Profa.
Miranda, para a defesa de Tese de Doutorado em Educação Física da Professora
Ms. Bruna Gabriela Marques, que tinha algumas particularidades semelhantes ao
meu projeto como Promoção da Saúde e a Atividade Física.
Após a análise e discussão com a minha orientadora Professora Drª Graciele
Massoli Rodrigues, identificamos a oportunidade de analisar a coleta partindo do
pressuposto de que os dados já haviam sido coletados. Vale lembrar, que na medida
em que participava desta nova pesquisa acadêmica fui convidado pelas professoras
Graciele e Miranda a participar do Projeto Sênior para a Vida Ativa. Este projeto
abrange tanto a área de Pesquisa como de Extensão que vem sendo ofertada pela
própria universidade à comunidade em torno, sempre com profundas reflexões sobre
o processo de envelhecimento, já que seu princípio norteador se destaca como
sendo o de “educar para a autonomia” baseada na educação dialógica de Paulo
Freire e os ideais filosóficos da Promoção da Saúde. Durante este projeto foram
realizados testes e pesquisas que nos permitem acompanhar como forma de
ferramenta seus respectivos desenvolvimentos, que me levaram a refletir sobre
algumas decisões desta pesquisa relacionadas à qualidade de vida e conquistas
adquiridas pelas mulheres.
14
1. INTRODUÇÃO
As discussões sobre as práticas em saúde vêm sendo constantemente
tratadas e reformuladas desde suas bases conceituais no final do século XX e início
do século XXI. Neste período, apesar de ser reconhecida como uma área da saúde
desde 1998, a questão sobre a prática de atividades físicas vem sendo colocada em
nossa sociedade, de modo geral, principalmente a partir dos benefícios que de
maneira regular, produz.
No entanto, a busca incessante por melhorias da qualidade de vida (QV) da
população vai além de um estilo de vida saudável e investimentos com cobertura
assistencial. São necessários pré-requisitos básicos que estejam presentes para
viabilizar o incremento das condições de saúde entre os quais estão a participação
no controle do processo de promoção da saúde e o desenvolvimento de
capacidades pessoais, que tem por iniciativa mais importante, a atenção para saúde,
valorização e autocuidado (FREITAS, 2006).
Destacamos Almeida, Gutierrez e Marques (2012) que trata a QV como sendo
um conhecimento multidisciplinar, englobando diversos modos e conceitos
científicos, assim como inúmeras linhas de abordagem. Os autores ainda comentam
que atrelado a um tratamento do senso comum e mercadológico, diferentes autores
ou sujeitos, dentro ou fora das margens científicas, abordam esse tema sob
perspectiva diferentes.
Como parte das ações de políticas de saúde públicas, a partir da década de
60, vem sendo incentivada a prática de atividades físicas, com o intuito de mobilizar
indíviduos sedentários a participar de programas a fim de obter a melhora da QV e
ampliarem a participação na sociedade (OKUMA, 2012).
A cada novo estudo divulgado, surgem quadros alarmantes de sedentarismo
na população brasileira, cerca de 45,4% do conjunto da população brasileira não
alcançou o nível suficiente de atividade física, e ainda, as mulheres são
representadas como sendo a maior parcela com 53,4% comparada com os homens
35,3% e este percentual tende a aumentar com o avanço da idade e baixa
escolaridade (BRASIL, 2017).
15
Ao comparar as capitais do Brasil e Distrito Federal, podemos observar no
estudo de Brasil (2017) que Brasília e Boa Vista possuem o maior contingente de
pessoas com o nível suficiente de atividade física com 60,7% e 47,6%
respectivamente. Os dados ainda apontam que São Paulo está classificado como o
estado que possui 47,7% de adultos insuficientemente ativos. Através disso,
necessitamos intensificar a sociedade a praticar não apenas para as questões
medicalizadas “prevenção e tratamento de doenças”, mas também na construção e
reflexão dos aspectos relacionados à melhoria da saúde e da QV em seu cotidiano e
da comunidade.
A medida que estamos percebendo a inversão do perfil epidemiológico e
demográfico da população brasileira, valorizamos cada vez mais as necessidades
de mudanças e inovações nos paradigmas de atenção a saúde da população. A
visão de Ramos (2003) deixa claro esta atualização, com o desenvolvimento em
atividade multiprofissionais, treinamentos mediante a abertura de disciplinas nas
universidades, residências médicas e de linhas de financiamento a pesquisa.
Mesmo assim, Sousa (2010) relata a dificuldade de encontrar dados que
envolvam mulheres idosas residentes em localidades de baixa renda. Assim,
delinear fatores associados ao processo de envelhecimento, pode subsidiar
propostas e estratégias à população com vistas à adoção de um estilo de vida
saudável.
Nesse sentido, Lima (2003) apresenta algumas estratégias que vem sendo
incorporadas para atender a população brasileira como: Saúde da Família,
Programa de Saúde, Universidade da Terceira Idade e Movimentos Sociais. E
dentre estes programas Mendes et al (2011), destacam o Programa de Estratégia
Saúde da Família (ESF) que foi inspirado na promoção de saúde e prevenção de
doenças realizado em países como Cuba, Inglaterra e Canadá.
A ESF é um programa de Atenção Básica criada pelo Ministério da Saúde em
2001 e tem como objetivo acompanhar de perto a saúde da população, com o
objetivo de atender às suas necessidades específicas, descobertas através de
pesquisas realizadas nas áreas de abrangência do programa.
16
O grande diferencial da ESF é que o serviço de saúde não espera que o
usuário o procure, e sim vai até ele com as informações e orientações que têm como
finalidade evitar que determinados problemas se agravem.
A expansão e consolidação da ESF por todo o país têm garantido importantes
conquistas, que possibilitaram a ampliação de suas ações com a inserção de
diversos profissionais envolvidos na promoção da saúde, e que pode ser confirmado
com a criação e implantação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF)
(BRASIL, 2008).
Vale lembrar, que somos seres únicos e com maneiras diferentes de se
cuidar, com características individuais, tanto físicas quanto emocionais e
intelectuais, exigindo um aprendizado especial para aperfeiçoar ações a favor da
saúde e superar as mudanças produzidas por doenças ou pelo processo de
envelhecimento. Sobre essas considerações, Correa (2003) refere-se ao
autocuidado como a obtenção de um melhor conhecimento de si mesmo como
pessoa mais objetiva, com qualidades e limitações gerando como consequência, o
efeito positivo na autoaceitação, autocontrole, autoestima, autovalorização,
autoimagem, autoeficácia e resiliência.
Segundo Neri (2001), as intervenções, tais como, nos programas de
promoção da saúde estimulam a consciência de que é importante identificar e
promover condições que permitam a ocorrência de uma velhice longa e saudável,
com uma relação custo-beneficio favorável para indivíduos e instituições sociais.
No entanto, alguns anos se passaram desde os primeiros estudos
multidimensionais sobre a população feminina no país, em diferentes regiões,
estados e municípios. Não obstante, ainda é necessária e pertinente a busca por
informações em estudos de base populacional sobre quem são e como vivem as
mulheres acima de 50 anos em uma zona periférica da maior metrópole do Brasil. E
além disso, devemos levar em consideração o tamanho do território, a diversidade
cultural e as iniquidades sociais e de saúde, características do processo de
envelhecimento populacional do país, para que seja levado a necessidade de
ampliar o universo de conhecimento no que diz respeito a QV de determinada
população tendo como base alguns estudos de referência para comparações com os
17
achados aqui apresentados, enquadradas as diferenças metodológicas de cada
uma.
Diante disso, qual a atual situação das mulheres nascidas no século XX,
moradoras de uma área urbana e periférica do estado de São Paulo? Esta
indagação é o ponto de partida do qual concebemos e desenvolvemos o presente
estudo objetivando delinear fatores associados ao processo de envelhecimento de
mulheres moradoras do Jardim Rincão e frequentadoras da Unidade Básica de
Saúde (UBS).
18
2. OBJETIVO
2.1 Geral
Delinear fatores associados ao envelhecimento de usuárias da Unidade
Básica de Saúde (UBS) moradoras do Jardim Rincão, zona norte de São Paulo.
2.2 Específicos
1. Identificar o perfil sócio demográfico da população estudada;
2. Identificar a prevalência de doenças por faixa etária;
3. Identificar o nível de capacidade funcional por faixa etária;
4. Identificar o perfil de satisfação com a vida e comparar com: faixa etária, nível
de dependência funcional, escolaridade e a classe social;
5. Identificar os diferentes domínios da atividade física habitual e comparar com
faixa etária;
6. Identificar a associação entre agravos de saúde, hábitos e condição física por
grupos de faixa etária.
19
3. QUADRO TEÓRICO
3.1 Processo de envelhecimento populacional
Em meados do século XX, com o surgimento das teorias sociológicas do
envelhecimento, o processo de envelhecimento era visto pela dimensão biológica
como um período que não evoluía caracterizado por perdas biológicas irreversíveis
(PY, 2004). E, nos dias de hoje, em todo o mundo o processo de envelhecimento
vem sendo moldado e discutido por diversas áreas de conhecimento.
Neste contexto, Bassit e Witter (2010) complementa que a visão
interdisciplinar sobre o fenômeno do processo de envelhecimento no mundo é
atribuída ao maior conhecimento da população de idosos, possibilitando ser
estudada de forma ampla resultando em diversos fatores como as taxas de
fecundidade, fertilidade, natalidade, mortalidade infantil e a melhora das condições
de infraestrutura e saneamento básicos.
Apesar de ser um fator discutido e muito comum nos seres vivos, o termo
envelhecimento não é uma tarefa fácil de ser conceituada, e alguns autores como
Brito e Litvoc (2004) declaram apresentar algumas lacunas e controvérsias quanto à
natureza e dinâmica de seu processo, além das dificuldades de sua caracterização e
definição do ponto de vista científico.
No entanto, Brito e Litvoc (2004), em sua investigação cientifica fazem uma
tentativa de explicar e declaram que o envelhecimento é um processo dinâmico,
progressivo e irreversível, ligados intimamente a fatores biológicos, psíquicos e
sociais. Já para Filho (2009) o termo se refere a um processo que se estende a
todos os humanos de forma inevitável e de evolução contínua, com características
de perda progressiva da reserva funcional de cada órgão responsável pela nossa
homeostasia, reconhecido como alterações da senescência, envelhecimento
primário ou eugeria.
Para Spirduso (2005), o envelhecimento é considerado como o conjunto de
processos que ocorrem em organismos vivos apresentando perda de
20
adaptabilidade, deficiência funcional e morte com o passar do tempo. E ainda faz
parte do envelhecimento a extensão fisiológica do crescimento e desenvolvimento
dos seres humanos (IBDEM).
Taylor e Johnson (2015) caracteriza o envelhecimento em dois tipos: o
eugérico que são alterações funcionais não produzidas por doenças, acarretando no
ser humano a máxima expectativa de vida. O segundo tipo é o envelhecimento
patogérico, que sofre alterações através das influências de perturbações ambientais,
mutações genéticas e acidentes da natureza ou do ambiente humano.
Com base na existência de inúmeros conceitos e de mecanismos propostos
para a definição do envelhecimento, que tende a evoluir com o avanço do
conhecimento da área, o presente estudo se baseou em Spirduso (2005) que define
o envelhecimento como uma ação que ocorre em organismos vivos apresentando
perda de adaptabilidade, deficiência funcional e morte com o passar do tempo.
Neste contexto de degradação progressiva e diferencial, Lustri e Morelli
(2007) e Fries e Pereira (2011), nos chama a atenção ao tentar explicar a influência
dos fatores intrínsecos dentre eles a genética que é responsável pela longevidade
máxima e os fatores extrínsecos como o estilo de vida externo, as exposições
ambientais a quais o indivíduo foi exposto como a poluição, alimentação, presença
de radicais livres e as doenças crônicas. A interação destes fatores pode influenciar
significativamente o modo em que ocorre o processo de envelhecimento.
Já para Silva e Ferrari (2011), o passar dos anos e o estilo de vida vulnerável
como o estresse, má alimentação, poluição, qualidade da água, má higiene, pouco
sono, inatividade física e sexo, alteram negativamente a quantidade de antioxidantes
naturais fazendo com que o organismo fique mais vulnerável à ação dos radicais
livres. Parte destas alterações químicas que ocorrem nas células acarreta uma série
de alterações nas funções que são responsáveis para a manutenção da vida celular,
como a respiração e a produção de energia, e acabam destruindo enzimas e
atacando as células e, caso esses radicais livres não sejam eliminados ou detidos,
podem levar à destruição de componentes vitais das células, podendo chegar aos
seus núcleos e promover defeitos nas cadeias de DNA, modificando o código
genético e dando origem a células diferentes, que podem tornar-se perigosas se não
21
contidas pelo sistema de defesa, favorecendo a aceleração do processo de
envelhecimento.
Embora o processo de envelhecimento seja um fenomeno universal, as
alterações biológicas que ocorrem nas células tornam-se menos capazes de manter
a homeostase quando submetido a um estresse fisiológico. Tais modificações,
principalmente quando associadas à idade cronológica avançada, determinam maior
suscetibilidade à ação de multiplas doenças, crescente vulnerabilidade e maior
probabilidade de morte.
Neste caso, algumas alterações geram doenças crônicas como a hipertensão
arterial, diabetes, câncer e patologias cardiovasculares que eram tidas como
exclusivas das faixas etárias mais avançadas, mas tem se observado uma maior
predominância na população de idade cronológica mais avançada.
Nesse contexto, Farinatti (2008) comenta que inúmeras alterações estruturais
podem ocorrer nos indivíduos, sendo considerado como um fator heterogêneo,
apresentando degradações biológicas nas estruturas, funções dos sistemas
orgânicos e das células. Com isso, à medida que o tempo passa, falhas poderão
ocorrer na regeneração, causando problemas principalmente nas funções orgânicas
por conta das variações do meio interno. Assim, a Organização Mundial da Saúde -
OMS (2005) conclui que as doenças crônicas parecem ter uma interação entre
fatores genéticos predisponentes, alterações fisiológicas do envelhecimento e
fatores de risco modificáveis como tabagismo, ingesta calórica excessiva,
sedentarismo, consumo de alimentos não saudáveis e obesidade.
Dessa maneira, quando relacionamos as modificações biológicas e
fisiológicas sobre o processo de envelhecimento, Spirduso (2005) e Farinatti (2008)
concluem que é um processo multifatorial que evolui de forma contínua de acordo
com as características intrínsecas, o que teria início bem antes da velhice. A
característica mais evidente do envelhecimento é a diminuição da capacidade de
adaptação do organismo face às alterações do meio ambiente, alterando
principalmente com a idade e a instalação de afecções crônicas ocasionando um
aumento gradual de determinadas doenças crônicas-degenerativas que podem
precipitar a incapacidade ou o fim da vida.
22
Assim, os possíveis efeitos marcadores do processo de envelhecimento são
dependentes de fatores externos como: o estilo de vida, condições sócio
econômicas e doenças crônicas, já para os internos que são relacionados aos
fatores biológicos como: os planos moleculares, celulares, tecidual e orgânico do
individuo (FECHINE e TROMPIERI, 2012).
Com isso, nos últimos tempos a questão “saúde” durante o processo de
desenvolvimento da vida adulta, principalmente no que diz respeito à meia-idade e o
idoso tem crescido, principalmente por conta dos avanços da medicina e da
tecnologia pois, ambos têm levado ao aumento da expectativa de vida da população
mundial, gerando desafios no convívio com esta população de idosos, pois se sabe
que a idade máxima do ser humano está entre 110 e 120 anos (FARINATTI, 2008).
Além da medicina, a melhoria na condição da vida na sociedade como
moradia e ações sanitária, informações nutricionais, iniciativas educativas para a
redução do tabagismo, melhora dos hábitos alimentares, controle do estresse e
estímulo à adoção de atividade física regular no Brasil, fizeram com que a esperança
de vida ao nascer aumentasse 30 anos entre 1940 e 1996. Entre os homens a
expectativa de vida aos 60 anos entre os anos de 1980 e 1996 passou de 14,2 para
16,3 anos, e entre as mulheres passou de 17,6 em 1980 para 20,4 anos em 1996
(CAMARANO et al 1999; PNAD, 2000).
Quando comparamos por sexo, as características da expectativa de vida da
população brasileira, demonstram uma superioridade feminina. Segundo últimos
dados do IBGE (2010b), a esperança de vida dos brasileiros foi de 74,5 anos, sendo
que para as mulheres a estimativa foi de 78,2 anos e para os homens de 70,9 anos.
Com isso, torna-se significativamente superior a proporção de mulheres em relação
aos homens. Nos dados do PNAD (2000) no ano de 1991 as mulheres
correspondiam a 54% da população de idosos e passou a ser de 55,1% (8,11
milhões) no ano de 2000. Um século depois, a fatia de mulheres idosas passou a ser
composta por 55,5% (BRASIL, 2012).
Compreender o processo de envelhecimento é entender de forma holística os
aspectos individuais e coletivos da vida e, uma conscientização de que as pessoas
não envelhecem todas da mesma maneira. Mesmo assim, a maioria das instituições
que procuram dar atenção a saúde física, psicológica e social procuram adotar um
23
critério cronológico devido a dificuldade de definir a idade biológica, causando visões
contraditórias sobre o início do processo de envelhecimento (FREITAS e PY, 2013).
Para Mazo et al (2004), a idade cronológica do idoso delimita o marco inicial
da velhice, mas na maior parte das vezes, não corresponde à idade biológica do
indivíduo. Embora Jardim (2007) citando Paschoal (1996) destaque que o critério
cronológico é menos preciso, ele é o mais utilizado sempre que for exigida a
necessidade de delimitar a população em estudo, ou para fazer uma análise
epidemiológica ou para fins de planejamento e oferta de serviços.
Mesmo assim, no Brasil a divisão populacional conforme faixa etária se
encontra da seguinte forma: os jovens, do nascimento até aos 19 anos de idade, o
adulto corresponde à população que possui entre 20 a 59 anos de idade; e do ponto
de vista legal, o idoso é toda a pessoa com mais de 60 anos de idade, segundo a Lei
8.8842 (BRASIL, 1994) e o Estatuto do Idoso, Lei 10.741 (BRASIL, 2003). Vale
lembrar que para a OMS (2009) o envelhecimento é inevitavel e comumente medido
por idade cronológica assim, uma pessoas com 65 anos ou mais é referida como
idoso, sendo que essa diferença na idade cronológica está alicerçada em fatores
socioeconômicos e correspondente, nos países desenvovidos.
O Brasil passou por mudanças significativas na estrutura populacional entre
os anos de 1950 e 2010. Nos dados disponibilizados pelo IBGE (2010) a população
de jovens passou de 41,8% para 24,1%; a população adulta era de 53,9% para
65,1% e os idosos que eram 4,3% da população, ampliaram para 10,8%. Bodstein,
Lima e Barros (2014) apontaram que, a população acima de 60 anos estava entorno
de 810 milhões o que representa 11,5% da população global no ano referência do
estudo.
3.2 Transição epidemiológica e demográfica da população idosa brasileira.
As repercussões no âmbito epidemiológico e demográfico da população ao
longo dos anos vem trazendo repercussões na econômia, no meio social e cultural,
tanto nos países desenvolvidos como nos que estão em desenvolvimento (PEREIRA
et al 2015; Albuquerque, 2003).
24
No Brasil, essas repercussões incentivaram a criação de programas para
idosos. Os movimentos sociais e lutas pelos direitos sociais dos aposentados em
1992, contribuíram para o aumento de pesquisas envolvendo o envelhecimento em
meados de 1996, que para Lima (2003), passou a ser promovido nas ultimas
década do século XXI, uma mudança na esfera de cuidados sob a responsabilidade
da família privada para a pública. Além disso, Lima (2003) citando Lima (1996) nos
alerta sobre a ameaça na reprodução da vida social como por exemplo, os custos de
aposentadoria e a cobertura médico assistencial, uma vez que em menos de 30
anos, o Brasil passou de um perfil de morbimortalidade típico de uma população
jovem para um quadro caracterizado por enfermidades complexas e onerosas,
próprias das faixas etárias mais avançadas.
A consequência destas mudanças epidemiológicas contribui para o
comprometimento da saúde do grupo de população com idade avançada,
necessitando dar importância nas pesquisas para poder compreender a distribuição,
os determinantes e as consequências da perda da Capacidade Funcional (CF) nas
populações idosas (VERAS, 2011).
A presença de doenças, associadas a características de maior vulnerabilidade
e necessidades de saúde especificas da população idosa, é acompanhada no
relatório divulgado pelo IBGE (2010), revelando que na faixa etária acima de 65
anos, 77,6% dos entrevistados referiram ter ao menos uma doença crônica.
Além disso, o resultado da pesquisa do grupo Saúde, Bem-estar e
Envelhecimento (SABE) divulgado por Duarte et al (2010), ditam os estudos de
Duarte (2001) e Lebrão; Duarte (2003) onde revela um período crítico de transição.
No ano de 2000, 19,2% dos idosos participantes apresentavam alguma dificuldade
na realização das Atividade Básicas de Vida Diaria (ABVDs) e que, após o período
de seis anos, esse índice aumentou para 26,6% e a proporção de idosos que
declarou ter três ou mais dessas dificuladades passou de 5,6% para 12%, e 67%
não recebiam nenhuma ajuda para realizar as ABVDs.
Desse modo, torna-se muito importante a identificação do tamanho absoluto
da população idosa, sua proporção e os correspondentes índices, principalmente
nos que demonstram a existência de países distintos no que tange a esta
população. Segundo dados do IBGE (2010b) a região latino-americana vem
25
apresentando crescimento e diversidade na proporção de idosos, com destaque de
6,4% para a Venezuela, 7,0% para o Peru, 8,6% para o Brasil, 10,1% o Chile e
17,1% o Uruguai.
Veras (2007), comenta que por conta desta transição demográfica, o Brasil é
um país “jovem de cabelos brancos”, pois estima-se que a cada ano 650 mil idosos
são incorporados à população brasileira, devido ao número de pessoas com idade
igual e superior a 60 anos que passou de 3 milhões em 1960 para 7 milhões em
1975. No ano de 2000 a população idosa era composta de 14,5 milhões e passou
para 17 milhões em 2006; e por fim, em 2010 a população idosa ocupou 20,6
milhões do território nacional (IBGE, 2010a).
Boa parte desta população idosa que vivia nas zonas rurais em 1991 era
composta por 23,3%, e em 2000 passou para 18,9%. Já em 2010 passou a ocupar
11,0% IBGE (2010b). Parte desta população está localizada nos municípios das
capitais do Brasil onde destacamos o Rio de Janeiro com 13% e região de São
Paulo com 11,6% do total da população de idosos (IBGE, 2010a).
Com relação à escolaridade, o IBGE (2010b) nos apresenta a proporção de
idosos que declaram saber ler e escrever pelo menos um bilhete simples passou de
55,8% no ano de 1991 para 65,8% em 2000 e estes 10,5% haviam concluído o
ensino médio. No entanto os homens continuam sendo mais alfabetizados em
relação às mulheres com 67,7% contra 62,6% respectivamente.
É por meio das atividades de trabalho e da rotina que os idosos estabelecem
metas, planos, laços afetivos, garantindo sua independência e produtividade.
Segundo Medina (1993), as dificuldades enfrentadas por idosos não alfabetizados
e/ou com incapacidade funcional para realizar as atividades da vida diária, como
usar transportes coletivos é um exemplo da inadequação das grandes cidades para
atender mais amplamente as necessidades cotidianas dos que envelheceram.
Quanto à renda, segundo dados do Censo retirado da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicilio (PNAD) no ano de 2013, o rendimento de aposentadoria de
maneira geral representava 54,1% do principal componente da renda familiar,
enquanto o rendimento do trabalho respondeu por apenas 36%. Já para as idosas,
quase 80% da renda se referiu aos rendimentos de pensão e aposentadoria.
26
Desta maneira, a assistência oferecida para idosos nos serviços de saúde,
em particular nos serviços públicos de saúde, ainda representa, um recurso limitado
para atender a sofisticada necessidade de saúde e especialmente para promover a
saúde dos que estão em processo de envelhecimento. Além disso, os programas de
saúde específicos para idosos oferecidos nesses serviços definem, em grande parte,
suas ações a partir da estratégia de controle de risco, para doenças crônicas
degenerativas, experimentando restrições na possibilidade de intervir nos
determinantes relacionados ao contexto social mais ampliado, posto que o aspecto
das ações se centra nos indivíduos (LIMA, 2003).
Lima (2003), ainda comenta que as estratégias para promover a atenção aos
cuidados a toda população, foram iniciadas principalmente pelos padrões de
morbimortalidade relacionados ao processo de transição demográfica tanto nacional
como internacional. Segundo a autora, a Carta de Ottawa divulgada pela OMS em
1986, é considerada uma iniciativa importante no movimento internacional na busca
de estratégias e concepções consideradas mais promissoras e abrangentes para
enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações humanas e
seus entornos. Esse documento sintetiza a primeira conferência internacional de
promoção da saúde e tem como objetivo alcançar a saúde para todos no ano de
2000.
Segundo Lima (2003), as dificuldades econômicas dos países periféricos em
enfrentar a complexidade dos seus quadros sanitários e ao pouco desenvolvimento
de modelos assistenciais e tecnologias de atenção mais adequadas às pessoas,
fizeram com que até o início do século XXI a meta de saúde para todos, no ano de
2000, não se concretizasse. Com isso, vê-se que o envelhecimento humano não se
resume a um problema demográfico, mas, sobretudo a um fenômeno complexo que
envolve aspectos socioculturais, políticos e econômicos que possui uma interação
dinâmica e permanente com a dimensão biológica e subjetiva dos indivíduos.
3.3 O progresso da Mulher no Brasil
A história nos conta que entre os séculos XIX e XX houve uma agitação por
inúmeras tensões e extrema mobilidade no destino do ser humano. Parte destas
27
transformações, conquistas e visibilidade se deu para mais da metade da população
mundial as mulheres.
Dentre as principais conquistas femininas em todo o mundo, destacam-se os
movimentos sociais iniciados em 1859, na cidade de São Petersburgo localizada na
Rússia, com o movimento de luta pelos direitos das mulheres. Depois disso, as
mulheres conquistaram o poder de votar pela primeira vez nas eleições municipais
da Suécia em 1862 (PIGATTO e PIGATTO, 2010).
Pingatto e Pingatto (2010), nos conta que em 1865 uma alemã chamada
Louise Otto, criou a primeira Associação Geral das Mulheres Alemãs. Era uma
organização de classe média que exigia oportunidades iguais de educação, o direito
de ingressar nas profissões liberais e melhorias nos direitos da família, o direito ao
voto.
Em seguida, as mulheres do Reino Unido passaram a ter mais espaço
através de um economista chamado John S. Mill que em 1866 escreve uma carta
sobre o direito de voto para as mulheres inglesas. Assim, a chamada “primeira onda”
feminina ocorrida em meados do século XIX, agitou países como os Estados Unidos,
França, Japão e Brasil em prol dos direitos civis e políticos buscando igualar
juridicamente homens e mulheres (PIGATTO e PIGATTO, 2010).
O movimento feminista, quase que no mundo todo, perdeu forças nas
atividades devido às prioridades da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). E
somente após o choque da guerra, o feminismo retomou suas atividades sufragistas
pelo mundo, conquistando não só o direito de eleger, mas de serem eleitas. Entre o
período de 1910 e 1940, destacamos o dia 24 de fevereiro de 1932, um marco na
história da mulher brasileira com voto feminino, além de dar o direito de serem
eleitas para os cargos no executivo e no legislativo, inicia-se o lento processo de
emancipação (MESTRE, 2004).
Com o advento da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as atividades
feministas foram novamente interrompidas e colocadas em “segundo plano”. Com as
forças renovadas após a guerra, os movimentos se deram a grandes conotações
libertárias e igualitaristas no final de 1960. Neste período, a situação social das
mulheres passa por mudanças importantes, com a ampliação da mão de obra
feminina no trabalho assalariado, aumento da escolaridade e a possibilidade de
28
diminuição do número de filhos (FARIAS, 2013). Torna-se mais clara e objetiva a
luta pela divisão dos papéis entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
Contudo, a percepção das diferenças expressas pelas discrepâncias salariais assim
como a força do trabalho industrial, acabou por intensificar fortemente os
movimentos pró-feminino, que advogavam por direitos iguais (MESTRE, 2004).
Não diferente de outros países, no Brasil quem discutia as ideias feministas
era a elite “econômica e cultural”, e nas décadas de 1920 e 1940 com a inserção de
imigrantes nos espaços sociais, as questões foram acessíveis à camada
trabalhadora, dando início a diversas agremiações (PIGATTO e PIGATTO, 2010).
Neri (2001), comenta que nas décadas de 70 e 80 a literatura era abarrotada
de discussões sobre o conceito de gênero que menosprezavam as mulheres e
demonstravam a superioridade masculina em domínios socialmente mais
valorizados, tais como a política, as ciências exatas, a administração e as finanças.
Esta superioridade masculina dominada na década passada, veio a ser
superada com mobilizações e mudanças paradigmáticas no momento em que a
própria mulher descobre a identidade de “guerreira” que não existia, percebendo
assim que poderia se tornar protagonista, reger sua vida e obter um espaço na
sociedade através da superação dos modelos e dos preconceitos (COSTA e
D'OLIVEIRA, 2012).
Costa e D'Oliveira (2012) citando Giulani (2010) comenta que para alcançar
os direitos sociais no trabalho, as mulheres questionaram sua marginalização na
definição dos direitos e a igualdade com os maridos no exercício das
responsabilidades familiares, a fim de tentar abolir a discriminação de gênero nas
relações econômicas, culturais e sociais, com isso, essas ações nas dimensões
culturais na divisão sexual do trabalho buscaram superar as incertezas e as tensões
no interior dos estatutos sociais.
Assim, as mudanças nas normas etárias e de gêneros que regulam o
comportamento e suas expectativas, as relações intergeracionais e os intercâmbios
de apoio material, instrumental e efetivo entre gerações das mulheres, contribuiu
com mudanças no âmbito sociodemográfico em boa parte do mundo. E hoje, a
mulher possui muito mais flexibilidade do que no passado em relação a aspectos
sociais e familiares, comportamento sexual e a liberdade (NERI, 2007).
29
Diante destas melhorias, o estudo de Costa (2013) evidenciou o elevado grau
de satisfação com a condição feminina em relação a 20 ou 30 anos vem crescendo
ao longo dos anos, e ainda, vai paulatinamente continuar a melhorar. Este
julgamento pode estar relacionado na independência da classe social, que as
mulheres vêm conquistando para um novo estilo de vida a partir da participação em
programas, movimentos sociais, religiosos e da aquisição de autonomia financeira
conquistada pelo beneficio da aposentadoria, além de determinada liberdade de
gênero decorrente da redução das tarefas domésticas (CARVALHO et al. 2009).
Costa (2013) considera inegável o avanço das mulheres no século XX e ainda,
considera como a década das mulheres.
Parte das alterações ocorridas no século XX no Brasil, foi obtida por
importantes transformações educacionais, econômicas, culturais e demográficas,
não esquecendo da progressão escolar da população em geral. A escolaridade é um
dos eventos mais marcantes desta nova era feminina. Cerca de 64,8% dos homens
e 64,4% das mulheres tinham menos de 4 anos de estudo enquanto 15,6% dos
homens e 17,1% das mulheres apresentava escolaridade de nível médio completo
ou superior incompleto no final do século XX. Já no início do século XXI as mulheres
passaram para 47,8% com menos de 4 anos de estudo e 25% apresentaram ter até
9 anos de estudo, em comparação aos homens com 24,1% (IBGE, 2010a).
Outra característica recorrente da escolaridade feminina e ao reconhecimento
dos direitos das mulheres no Brasil, são as oportunidades de inclusão no mercado
de trabalho que vem crescendo exponencialmente. Segundo Lameiras (2013), o
crescimento da População Economicamente Ativa (PEA) feminina passou de 13,6%
em 1950 para 48,9% em 2010.
Isso pode ser explicado com o avanço da taxa de atividade feminina, que até
o final dos anos de 1970 em sua maioria eram jovens, solteiras e sem filhos, e
passaram a ser mais velhas, casadas e mães. Em 2009, a mais alta taxa de
atividade feminina está entre as mulheres de 30 a 39 anos com 75% e 71% das
mulheres de 40 a 49 anos (BRUSCHINI et al 2011).
Para Costa (2013), o mundo do trabalho é um importante parâmetro de
avaliação da sensação de bem-estar. Esta sensação cresce de 63% entre as que
vivem com rendimentos de um salário-mínimo para 70% daquelas que vivem entre
30
um e dois salários-mínimos, 79% das que se situam entre dois e cinco e, chega a
86% as que vivem com mais de cinco salários-mínimos.
Vale lembrar que além da luta pela igualdade salarial, o acesso e a
permanência no mercado de trabalho, as mulheres são sobrecarregadas com a
invisível estrutura do mercado de trabalho, popularmente conhecido como a dupla
jornada. Segundo dados divulgados pelo IBGE (2010a) há um longo caminho pela
busca da igualdade entre os sexos, pois os afazeres domésticos atingem 88% das
mulheres com 16 anos ou mais de idade enquanto entre os homens este percentual
era 46%.
Graças aos avanços conquistados anteriormente citados, as mulheres vêm
obtendo status de referência no domicílio ou sendo considerada a pessoa
responsável pelos seus membros. Segundo PNAD (2013) entre as famílias com
pessoa de referência do sexo feminino, 42,7% eram compostas por mulheres sem
cônjuge com filhas/os; 22,9% era composta por casais com filhas/os e 17,8% das
famílias com pessoa de referência do sexo feminino eram formadas por mulheres
vivendo sozinhas.
Costa (2013), nos mostra que mesmo com todas estas alterações ocorridas
na era feminina, as principais vantagens de ser mulher estão na esfera privada como
a alegria da maternidade, a criação de filhos, o casamento e família, sobretudo, nas
expressivas conquistas e valorização da arena social, com maior liberdade,
independência e ampliação do terreno conquistado no mercado de trabalho.
No mundo, já se tem um consenso sobre a superioridade das mulheres em
termos epidemiológicos, e segundo a OMS (2009) a maioria vive em países de baixa
ou média renda. No Brasil, segundo dados do PNAD (2013), a população que reside
nas cidades urbanas corresponde a 85%, e destes 52% são mulheres.
A razão de sexo é de 94,8 pessoas do sexo masculino para cada grupo de
100 pessoas do sexo feminino obtendo uma composição de 48,7% e 51,3% (PNAD,
2013). Essa superioridade feminina em termos demográficos aumenta
proporcionalmente a sua faixa etária, resultando em um processo de feminização da
população idosa (RASEAM, 2014). Além disso, diferentemente dos homens, as
mulheres são as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) e ainda,
31
acompanham crianças e outros familiares, pessoas idosas, deficiência, vizinhos e
amigos (BRASIL, 2004).
Parte desta feminização, se deu com a expectativa de vida nos dias atuais,
onde constatamos pessoas com uma esperança de vida acima dos 80 anos em mais
de 35 paises, porém, a situação não é uniformemente positiva (OMS, 2011), já que
os últimos levantamentos do IBGE (2010a) nos alertam sobre o comprometimento
por incapacidade funcional com a longevidade.
No Brasil a expectativa de vida da população feminina acima de 60 anos de
idade passou de 9,3% em 2000 para 11,8% em 2010, e como consequência, a
população feminina idosa é mais predominante entre os idosos constituida por
55,5%. Essa proporção está irregularmente distribuida em nosso território sendo que
a região norte e sul do país concentra 13,1% cada, enquanto a região nordeste
possui 11,1%, Centro-Oeste 9,1% e Norte com 6,7% (IBGE, 2010a).
Por viverem mais que os homens, as mulheres representam uma proporção
crescente mas não necessariamente mais saudável fisica e socialmente, acumulam
no decorrer da vida desvantagens como violência, discriminação, salários inferiores
aos homens, dupla jornada, baixa escolaridade, solidão pela viuvez, além de
apresentarem maior probabilidade de serem mais pobres do que os homens,
dependendo assim de mais recursos externos (NICODEMO e GODOI, 2010).
Assim, Veras (2011), comenta que a ampliação do tempo de vida foi uma das
maiores conquistas da humanidade mas exige dos gestores da área da saúde,
mudanças nos modelos assistenciais, principalmente pelo aumento dos custos, pelo
número de incapacidades e aumento do uso serviços de saúde, internações
frequentes e o tempo no leito são próprias do envelhecimento e ganham uma maior
expressão no conjunto da socidade.
Com isso, Freitas et al (2013), fala sobre a necessidade de providenciar
ações políticas públicas e maiores investimentos em pesquisa para garantir uma
melhor ação preventiva e terapêutica com relação a saúde da mulher.
Hoje em dia, a vida das mulheres de todas as idades e em todos os países
está sendo moldada por uma série de fatores epidemiológicos, sociais, culturais,
econômicos e ambientais. Estes mesmos fatores influenciam a vida dos homens,
porém algumas adversidades afetam particularmente as mulheres.
32
O aumento da expectativa de vida traz a possibilidade de que um número
cada vez maior de mulheres vivencie o climatério e a menopausa. Esta fase é
caracterizada pela transição do período reprodutivo para o não reprodutivo
denominado fase de declínio funcional dos ovários. Freitas et al (2013), comentam
que parte das alterações fisiológicas que ocorre na mulher e em especial entre 35 e
65 anos de idade. O metabolismo ao longo dos anos sofre algumas alterações,
especialmente relacionadas com funções do sistema endócrino e diminuição da
atividade ovariana, podendo paralizar o próprio fluxo vital e consequentemente a
demonsttração de sinais de envelhecimento.
A diminuição hormonal e o aumento da expectativa de vida da mulher
brasileira contribuem com os elevados custos hospitalares por conta de tratamentos
hormonais decorrentes da fase do envelhecimento ovariano (Nams, 2010; Freitas et
al 2013), falta de informações ou de condições financeiras (Freitas et al, 2013),
mudanças significativas na composição corporal como aumento de adiposidade
corporal em especial a central (Abdulnour et al 2012), afligem as mulheres
contribuindo para uma má QV.
Embora seja um processo fisiológico, a menopausa resulta em profundas
modificações e alterações de ordem morfológica, funcional e hormonal no organismo
da mulher, determinado quase sempre por diversos sintomas clínicos como os
vasomotores, além de torná-la suscetível ao aparecimento de doenças entre elas a
osteoporose, cardiovascular, atrofia urogenital, declínio cognitivo, depressão e
Alzheimer (FREITAS, 2013).
Contudo, muitas mulheres passam esta fase da vida sem queixas ou
necessidade de medicamentos, sendo necessário um acompanhamento sistemático
visando à promoção da saúde, diagnóstico precoce, tratamento imediato dos
agravos e a prevenção de danos decorrentes deste processo. Assim, Neri (2001)
nos mostra através de uma reflexão de que a maior longevidade das mulheres
idosas significa mais risco do que vantagem, uma vez que um terço de sua vida no
período de climatério é após este período, que muitas vezes tem sua condição de
saúde agravada.
Sabe-se que à medida que se avança no conhecimento, conquistas sociais e
tecnológicas, surgem meios de diagnósticos eficazes na detecção precoce de
33
doenças, transplantes de órgãos e maior acesso à saúde. Neste sentido, os
resultados divulgados pela OMS (2009) detectam que dentre as principais causas de
óbitos entre as mulheres acima de 60 anos estão: doença cardíaca isquêmica,
acidente vascular cerebral e doença pulmonar obstrutiva crônica, que juntas
representam 45% dos óbitos em mulheres acima de 60 anos de idade no mundo e
15% é referente a câncer, principalmente câncer de mama, pulmão e cólon. O
mesmo estudo aponta que anualmente a doença vascular causa maior número de
morte em mulheres mais velhas do que em homens mais velhos. Também a
proporção de doenças crônico-degenerativas é maior entre as mulheres (75%) do
que entre os homens (62%) (LIMA-COSTA, 2003a). Parte destas alterações,
segundo Lobo et al (2014), podem ser minimizadas através de mudanças no estilo
de vida através da dieta e exercício e com a cessação do tabagismo e do consumo
excessivo de álcool.
No entanto, quando relacionamos as condições socioeconômicas com as
mulheres idosas, o estudo publicado pelo PNAD (2013) aponta que a previdência
social é considerada como um grande desafio na atualidade, pois do total de idosos
no Brasil, apenas 76,1% recebia algum tipo de beneficio, sendo que 59,8% eram
idosas que recebiam aposentadorias.
As idosas de todas as classes sociais formam um segmento cada vez mais
visível e diferenciado, que responde a variadas exigências da sociedade e do
envelhecimento em um mundo crescente e globalizado (NERI, 2001). Elas
desempenham papéis chave em suas famílias e comunidade como em países com
grave epidemia de HIV, as idosas têm papel crucial no cuidado ao grande número
de órfãos (OMS, 2009).
Com isso, a predominância da população idosa feminina em nosso país vem
tendo repercussões importantes nas demandas por politicas públicas em termos
epidemiológicos, principalmente por coincidir com o aumento do número de
mulheres idosas com taxas mais altas de doenças crônicas, incapacidade física,
déficit cognitivo, dor, depressão, fadiga, estresse crônico, consumo de
medicamentos, quedas, hospitalização e manifestações psiquiátricas (NERI, 2007).
Como vimos as evidências científicas que colaboraram para profundas
modificações na estrutura do progresso das mulheres nas últimas décadas,
34
destacamos também, a importância em vislumbrar os fatores acerca da qualidade de
vida desta população.
3.4 Considerações acerca da Qualidade de Vida
Pode-se inferir que o envelhecimento populacional provoca profundas
mudanças em todos os setores da sociedade. Neste sentido, é de fundamental
importância investigar a QV para melhor compreender a temática de conhecimento
para que sejam adotadas algumas esferas de percepção deste conceito, a fim de
adotar uma perspectiva e associá-la.
No entanto, ao iniciar a leitura acerca da (QV), deparo-me com a reflexão
sobre o conceito da palavra Qualidade. Ao investigar o termo, Santin (2002) recorre
para sua etimologia que deriva de “qualis” [latim] que significa o modo de ser
característico de alguma coisa, tanto considerado para si mesmo, como relacionado
a outro objeto, podendo assumir características tanto positivas como negativas.
Nesta mesma visão, Almeida, Gutierrez e Marques (2012), trazem uma
análise semântica em um sentido filosófico do termo Qualidade realizada por Betti
em 2002. O autor refere-se a palavra como um caráter objetivo que nada diz sobre
ele, sem propriedades ou possibilidades, obtendo uma forma boa ou ruim,
caracterizando o que é uma boa qualidade para alguém não é necessariamente para
outra pessoa. A natureza abstrata do termo qualidade explica por que a boa
qualidade tem significados diferentes para diferentes pessoas, lugares e ocasiões
(FREITAS et al 2013).
Ao analisar a inserção do termo QV, presenciamos um sentido comum na
sociedade contemporânea e percebida como um senso comum, principalmente
devido a colonização por parte dos meios comerciais e de comunicação, com um
jargão útil para promessas fáceis e propagandas enganosas manipulando a opinião
da população (ALMEIDA, GUTIERREZ e MARQUES, 2012).
Wood-dauphinee (1999) comenta que a primeira vez que o termo foi
mencionado foi em 1920 por Pingou, que escreveu um livro “The economics of
35
Welfare” que falava sobre o impacto da vida de indivíduos menos favorecidos
através do apoio do governo.
Percebendo constantes transformações sobre o termo, Faquhar (1995)
citando o estudo de Alexander e Willems (1981) faz uma referência cronológica,
onde afirmam que o termo foi comumente utilizado após a Segunda Guerra Mundial
e os Americanos passaram a utilizar a QV em referência a bens materiais como:
casa, carro, quantidade e qualidade dos aparelhos, dinheiro para viagens e
aposentadoria.
Com isso, Pereira, Teixeira e Santos (2012) comentaram que devido a
utilização do termo como indicadores econômicos e sociais para avaliar a QV, os
Estados Unidos eram considerados uma referência devido à ascensão econômica
do país, mesmo com os problemas da violência e criminalidade que emergiram
apesar da riqueza econômica, eles passaram a influenciar cientificamente os
economistas e sociólogos a buscar índices positivos como riqueza econômica e
índices negativos como a quantidade da população como fatores para avaliar a QV
dos indivíduos e sociedades.
Minayo, Hartz e Buss (2000), falam que a área das ciências da saúde está
relacionada com a QV a fim de evitar ambiguidades e tentar distinguir a QV em seu
senso comum e possivelmente devido aos agravos pela deterioração funcional,
percepção e condições sociais que são induzidas pelas doenças, agravos e
tratamentos. Já na sociologia e na política, os conceitos sobre o termo, são
utilizados em um enfoque populacional e não individual.
No campo da psicologia social, a referência mais forte é a experiência
subjetiva de QV com o conceito de satisfação (NERI, 2000). Já no campo da
economia Farquhar (1995); Group (1995) e Neri (2000), comentaram que no
decorrer dos anos o termo QV apresentou diferentes enfoques sendo na melhoria do
padrão de vida, na aquisição de bens materiais (casa própria, carro, salários e
outros), ao desenvolvimento social, como educação, saúde e lazer até chegar à
compreensão no aspecto subjetivo, valorizando a opinião do individuo.
Almeida, Gutierrez e Marques (2012) e Diniz (2013), atribuem a
compreensão da QV a inúmeros campos do conhecimento humano, biológico,
social, político, econômico, médico, entre outros, numa constante inter-relação. E
36
ainda, por ser uma área de pesquisa recente, encontra-se em processo de
afirmação de fronteiras e conceitos por isso, a existência de várias definições e
amplitudes sobre o termo e nem sempre concordantes (ALMEIDA; GUTIERREZ;
MARQUES, 2012).
Vale destacar que diversos autores Paschoal (2000), Diogo (2003), Kimura e
Silva (2009); Chachamovich, Trentini e Fleck (2011) e Freitas et al (2013),
concordam com as diversas definições atribuidas a cada área com multiplos fatores
que nem sempre são faceis de serem cientificamente avaliados e discutidos. Além
disso, Paschoal (2000) comenta que a QV pode acarretar vários significados para as
pessoas, culturas, tempos e nas áreas de aplicação, causando para o indivíduo uma
provável percepção de sua própria QV e por este motivo que é difícil obter uma
única definição. Podendo ser atribuido por Freitas et al (2013) a cada individuo de
maneira particular.
Para um grupo de pesquisadores, o Group (1995), a QV é a capacidade de
perceber a sua posição na própria vida, no conjunto de circunstâncias que ocorre de
acordo com os valores da sociedade em que vive, estabelecendo relações aos seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações. O grupo ainda atribui três
caracteristicas em seu constructo: subjetividade, multidimensionalidade e
bipolaridade. A subjetividade é o aspecto que o individuo avalia sua percepção em
níveis diferentes de questionamentos, obtendo uma distinção entre condições
objetivas, por exemplo, os recursos materiais, e os aspectos subjetivos com
questões envolvendo desempenho e avaliação global do desempenho. A
Multidimensionalidade refere-se ao relacionamento de que o construto é composto
por pelo menos três diferentes dimensões básicas: Física, Psicológica e a Social, já
a Bipolaridade, está relacionada aos aspectos positivos e negativos da QV, e podem
ser aplicadas a condições tão diversas como o desempenho de papéis sociais, a
mobilidade, a autonomia, a dor, a fadiga e a dependência (GROUP, 1995).
Já para Minayo, Hartz e Buss (2000) o conceito da QV possui três fóruns de
referência: o histórico, cultural e estratificações ou classes sociais. Em um
determinado tempo histórico de seu desenvolvimento econômico, social e
tecnológico, uma sociedade especifica tem um parâmetro de QV diferente da mesma
sociedade em outra etapa histórica. Os valores e necessidades culturais são
37
construídos e hierarquizados diferentemente dos povos, revelando suas tradições. E
por fim, os estudos que analisam as desigualdades e heterogeneidades são muito
fortes e mostram que os padrões e as concepções de bem-estar são também
estratificados tendo a ideia de QV relacionada ao bem-estar.
Além disso, Minayo, Hartz e Buss ainda comentam que podemos atribuir a
composição da QV por origem subjetiva e objetiva, uma vez identificando que sua
abordagem com valores não materiais como amor, liberdade, solidariedade,
participação social, realização pessoal e felicidade afetam subjetivamente e quanto
ao desemprego, exclusão social, violência são fatores que implicam de maneira
objetiva na QV (MINAYO, HARTZ e BUSS, 2000).
Por outro lado, Santos et al (2002) relacionam a QV com a autoestima e ao
bem-estar pessoal e passaram a identificar uma série de aspectos como a CF, o
nível sócio econômico, o estado emocional, a interação social, a atividade
intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores
culturais, éticos e religiosos como parte do conceito de QV.
Já Chachamovich, Trentini e Fleck (2011), indicam que no campo da saúde a
QV pode ser considerada por parâmetros objetivos, que implicam em avaliações que
levem em conta os parâmetros externos de natureza biológica, clínica e
epidemiológica, e os parâmetros subjetivos, que consideram as avaliações de
indivíduos e grupos, que baseiam em parâmetros internos, embora referenciados por
normas e a expectativa social e do bem-estar.
Com isso, fica evidente que na análise sobre a QV na visão destes autores
mencionados anteriormente, existem várias dimensões, múltiplos pontos de vista e
váriações de compreensão em diferentes momentos, países, culturas, classe social
e até mesmo, de individuo para individuo. Mais que isso, varia para um mesmo
indivíduo conforme o decorrer do tempo, função de estados emocionais e ocorrencia
de eventos cotidianos, sócio-históricos e ecológicos. Essa multiplicidade de
possibilidades nos leva refletir sobre a multiplicidade de percepções sobre o
assunto, dificultando possiveis comparações.
Mesmo assim, endendemos que de maneira geral a QV é um conjunto
multimensional, subjetivo e condicionado ao tempo, uma vez que as aspirações e
percepções do mesmo sujeito pode variar ao longo da vida, ou modificar em
38
determinadas mundanças, podendo ser internas e/ou externas. Por exemplo, as
sucessivas crises pelas perdas de papéis sociais, lutos e mudanças de vida, que
esgotam os recursos psicológicos e no esforço de adaptação, acarretam problemas
de depressão, ansiedade, baixa autoestima afetando a QV.
No entanto, Neri (2002) comenta que sua promoção excede os limites da
responsabilidade pessoal e deve ser vista como um empreendimento de caráter
sociocultural, e como forma de identificar uma avaliação das caracteristicas de seus
dominios, a autora tem como referência critérios biológicos, sociais, e psicológicos
aplicados às relações atuais, passadas e prospectivas, de individuos, grupos
humanos e sociedades com o ambiente físico e social. Nesta avaliação são levados
em conta os valores individuais e sociais a respeito do que é normal e do que é tido
como desejavel ou ideal quanto ao bem-estar objetivo e subjetivo.
Vale lembrar as pesquisas envolvendo a QV do idoso vêm tendo repercussão,
devido principalmente a relevância que a longevidade trouxe à vida humana,
principalmente quando levada em conta as sequelas e complicações crônicas como
a dependência e a incapacidade (PASCHOAl, 2000). Vale lembrar, que devido o
acelerado processo cronológico do envelhecimento populacional, fez com que a QV
estivesse em evidência, principalmente porque há um fortalecimento da ideia de que
velhice patológica demanda altos custos para o indivíduo e a sociedade (NERI,
2004).
Neste direcionamento Fleck, Chachamovich e Trentini (2003), comentaram
que as investigações sobre as condições que permitem uma boa QV na velhice,
bem como as variações que a idade comporta e reveste são de grande importância
científica e social.
Mas entendemos também que haveria a necessidade de estar atento aos
critérios psicológicos e socioestruturais. Pensando nisso, constatamos nos dados da
OMS (2010) informando que a medida que um indivíduo envelhece, sua QV é
fortemente determinada por sua habilidade de manter autonomia e independência.
Neste ponto de vista, Almeida (2008) deixa claro que nas sociedades atuais há um
desnível cultural entre jovens e idosos os que interferem nos juízos e valores.
Além disso, Paschoal (2000) comenta que com a chegada da velhice ocorrem
alterações e debilidade física, dependência, perda de papéis, estereótipos e
39
preconceitos, estipulados como perdas inevitáveis decorrentes do processo de
envelhecimento que podem levar à diminuição da QV dos idosos. Surge então a
preocupação em transformar a sobrevida aumentada do ser humano numa etapa
significativa da vida.
Pensando nisso, Spidurso (2005) comenta que existem onze fatores que
afetam a QV do idoso, sendo elas: função emocional, função cognitiva, sensação de
bem-estar, satisfação pessoal, condição financeira, atividade recreativa, função
social, condição de saúde, energia e vitalidade, função física e função sexual.
Já para Neri (1993) a QV na velhice depende das condições físicas do
ambiente, das condições oferecidas pela sociedade relativas à renda, saúde,
educação formal e informal, existência de redes de relações de amizade e
parentesco, do grau de urbanização e das condições de trabalho, das condições
biológicas propiciadas pela genética, pela maturação, pelo estilo de vida e pelo
ambiente físico.
Freitas e PY (2013), tentam definir a QV na velhice apresentando o modelo
de Lawton (1983) com diversos aspectos e influências construído e representado por
quatro dimensões inter-relacionadas. A primeira relaciona-se às condições
ambientais que diz respeito ao contexto físico, ecológico e ao construído pelo
homem, que influi na competência adaptativa (emocional, cognitiva e
comportamental) e lhe dá as bases, ou seja, o ambiente deve oferecer condições
adequadas à vida das pessoas. A segunda se refere à competência comportamental
que traduz o desempenho dos indivíduos frente às diferentes situações de sua vida
e, portanto, depende do potencial de cada um, de suas experiências e condições de
vida, dos valores agregados durante seu curso e do desenvolvimento pessoal, que
por sua vez, é influenciado pelo contexto histórico-cultural. A terceira é a QV
percebida que reflete a avaliação da própria vida, influenciada pelos valores que o
indivíduo foi agregando e pelas expectativas pessoais e sociais. Igualmente, a
pessoa avalia as condições de seu ambiente, físico e social, e a eficácia de suas
ações nesse ambiente. A quarta é o bem-estar subjetivo, que significa a satisfação
com a própria vida, a satisfação global e a satisfação específica em relação a
determinados aspectos da vida o que refletem nas relações entre condições
objetivas (ambientais), competência adaptativa e percepção da própria QV. As três
40
dimensões precedentes são mediadas pelos antecedentes pessoais (históricos,
genéticos e socioeconômico-culturais), pela estrutura de traços de personalidade e
pelos seus mecanismos de autorregulação (senso de significado pessoal, sentido da
vida, religiosidade/transcendência, senso de controle, senso de eficácia pessoal e
adaptabilidade).
Pensando na promoção da boa QV na velhice, Neri (1993) comenta que os
limites de responsabilidade pessoal devem ser vistos como um empreendimento de
caráter sociocultural. Uma velhice satisfatória não depende apenas do indivíduo
biológico, psicológico ou social, resultando na interação entre pessoas que vivem
numa sociedade onde ocorrem constantes mudanças, é evidente que deve ser
levado em conta à preocupação em promover modos de viver mais saudável em
todas as etapas da vida.
Levando em conta de que a melhora da QV não é considerada apenas devido
à evolução da tecnologia e medicina, mas também as condições socioeconômicas, a
vivência em grupos de idosos a realização de atividade física e de lazer (SERBIM E
FIGUEIREDO, 2011). Destacamos a influência da prática de atividades físicas no
cotidiano e no lazer, o acesso a alimentos saudáveis, e a redução do consumo de
tabaco e bebida alcoólica, que podem exercer sobre as questões do envelhecimento
saudável, o que significa também um ganho substancial em QV e saúde (WHO,
2005).
No entanto, desde 2001, Neri nos alerta sobre a falta de trabalhos que
relacionam a QV entre homens e mulheres, provavelmente devido a outras
categorias que são agregadas contextualizando a experiência evolutiva do ser
humano. A mesma autora ainda fala que, por ser idosa e do sexo feminino, a mulher
acarreta riscos em parte por fatores biológicos, estilo de vida, histórico de saúde e
doença, pobreza, baixa escolaridade e isolamento social com o passar dos anos.
Levando em conta os problemas que podem vir acarretar as mulheres,
destacamos a investigação de Barreto, Giatti e Kalache (2004) com uma população
de ambos os sexos e com idade igual ou superior a 60 anos, em que compararam a
relação de diversas características e fatores associados as suas condições de vida,
estado de saúde e padrão de utilização de serviços de saúde. O estudo indicou que
as mulheres idosas apresentam desvantagens claras no que concerne à saúde,
41
independência e mobilidade física quando comparadas com os homens, bem como,
maior dependência, e ainda, observaram que as mulheres referem sofrer de mais
doenças que os homens.
Já no estudo de Azevedo et al (2013), que analisaram 920 sujeitos do Rio
Grande do Sul dos quais 72,6% são mulheres frequentadoras de UBS e com idade
variando de 14 a 96 anos, destacamos a percepção da QV inferior nas mulheres, em
pessoas mais velhas, que possui classe social baixa, que não viviam com o
companheiro e com alguma doença crônica.
Na tentativa de minimizar os problemas que acarretam o envelhecimento,
Matsudo, Matsudo e Neto (2001) apontaram que a relação entre atividade física,
saúde, QV e envelhecimento pode ser a perfeita combinação para obter benefícios
ao longo da vida. Os autores ainda relatam a relação da longevidade com a prática
da atividade física na redução de doenças cardiovasculares, acidente vascular
cerebral e câncer e a diminuição de todas as causas de mortalidade, ainda não é
adotada em boa parte da população.
Mesmo sabendo dos benefícios que a prática da atividade física proporciona
para a QV, Bernstein, Morabia e Sloutskis (1999), em pesquisa realizada na Suíça
com 1176 pessoas de ambos os sexos, identificaram sedentarismo em 87,3% da
população urbana feminina. E após quase um século, Filho (2006) relata as
consequências deste grande paradoxo que vem acontecendo na sociedade, pois ao
mesmo tempo em que justificamos a prática de atividade física pelo maior número
de pessoas possíveis, os grandes centros urbanos tendem a limitar ao máximo as
suas possibilidades de movimentação. E ainda conclui que o atual modelo do
envelhecimento nos é condenado a viver em meio a uma grande comunidade de
idosos dependentes e mal assistidos (FILHO, 2006)
Neste sentido, Spirduso (2005) afirma que a atividade física pode melhorar a
QV em consequência da melhoria da função física, levando o indivíduo a continuar
participando de atividades. Tal fato é justificado pela referida autora, pelos
benefícios que a prática da atividade física exerce na melhora da manutenção do
desempenho das atividades diárias do individuo, em especial para a pessoa idosa,
reduzindo o impacto do déficit funcional natural causado pelo seu processo de
envelhecimento. Filho (2006) ainda comenta que a prática de atividade física em
42
contraposição ao sedentarismo constitui a um fator importante que contribui a
Promoção da Saúde dos Idosos, que segundo a OMS consiste no conjunto de ações
que se manifestam por alterações no estilo de vida e que resultam numa redução do
risco de adoecer e de morrer.
Já para Matsudo, Matsudo e Neto (2000), há grandes evidências
epidemiológicas que sustentam a prática de atividade física na prevenção ou
minimização de efeitos deletérios do envelhecimento. Este fator torna-se relevante
para que seja incluída dentro dos programas mundiais de promoção da saúde para
adoção de um estilo de vida saudável e melhora da QV (OMS, 2005). A exemplo
disso, Carmo, Mendes e Brito (2008) identificaram em seu estudo, a tendência em
apresentar maior grau de autonomia funcional com as idosas ativas em relação a
idosas sedentárias. Assim, o incentivo diante dos beneficios da atividade física deve
ser ofertado aos idosos a fim de manter sua CF, para prolongar a sua autonomia
funcional e consequentemente uma melhor QV.
Além disso, o estudo de Civinski, Montibeller e Braz (2011) promove os
hábitos saudáveis de não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas, ter uma alimentação
balanceada, repouso diário entre 7 e 8 horas, controle de estrese, vida social ativa,
entre outros, como fatores que auxiliam na promoção e na manutenção da QV.
Dentre os benefícios cruciais associados a atividade física estão a diminuição de
quedas e fraturas, problemas de saúde como hipertensão arterial, osteoporose,
artrite e depressão, taxa de gordura corporal e aumento da força muscular.
Para a OMS (2005), a probabilidade de um indivíduo e/ou comunidade ser
fisicamente ativa está relacionado à influência da análise de fatores individuais,
micro e macro ambiental. Segundo essa instituição, os fatores macro ambientais
incluem as condições gerais socioeconômicas, culturais e ambientais. As influências
resultantes dos micros ambientes incluem a ligação do ambiente onde se vive e se
trabalha, bem como o suporte das normas sociais e das comunidades locais. Nos
fatores individuais, as atitudes em relação à atividade física, o acreditar na sua
própria possibilidade de ser ativo ou o conhecimento de oportunidades no dia-a-dia,
pode influenciar a probabilidade de ser ativo ou de alguém tentar novas atividades.
Destacamos também Felix (2015) citando dados de Jackson (2004), onde
comenta que hábitos passados do indivíduo também pode ser uma barreira na
43
adoção de um programa de atividade física. As experiências passadas podem fazer
com que o individuo tenha adquirido gostos e conhecimentos sobre o
comportamento-alvo, facilitando sua prática no futuro (DUMITH, 2008).
Carvalho e Carvalho (2009), apontam que algumas propostas de programas
de atividade física para idosos visam o ganho ou melhoria cardiovascular e
muscular, interação social com outras idosas, uma nova visão de presente e futuro
em relação às atividades de vida diária, e uma busca de lazer com prazer.
Segundo esses autores supracitados, estes fatores podem causar uma
melhora da percepção de QV destas idosas devido ao aumento da autoestima e da
capacidade muscular, contribuindo nas realizações de atividades prazerosas e da
capacidade de realização de atividades de vida diária (AVD), o que muda a visão de
QV e saúde enquanto praticantes destas atividades.
Contudo, é possível que as mulheres idosas continuem a ser mais enérgicas
e envolvidas socialmente do que os homens, por causa de fatores sociais e de
aprendizagem social. Neri (2001) considera que as mulheres de todas as idades são
menos agressivas, mais solidárias, mais sugestionáveis, mais envolvidas e mais
relacionadas socialmente do que os homens. Estas características estão
positivamente relacionadas com a Satisfação Global com a Vida - SGV e com
satisfação relativa às relações sociais. Porém, na meia-idade e na velhice são as
mulheres as mais afetadas pelas consequências negativas do prestar cuidados a
pessoas da mesma idade ou mais velhas, geralmente o cônjuge, pais e sogros.
Mesmo assim, dados divulgados pelo VIGITEL (2010) revelam que São Paulo
está entre as cidades que possui maior nível de inatividade física no tempo livre
(lazer) em ambos os sexos. E ainda concluiu que pessoas com 60 anos ou mais de
idade de ambos os sexos, 37,1%, dos homens e 37,2% das mulheres não praticam
atividade física no tempo livre.
3.5 Reflexões acerca da criação do sistema único de saúde
Em um contexto histórico, os cuidados com a saúde no Brasil percorrem
desde ações filantrópicas oferecidas por instituições e médicos que atendiam
prioritariamente as zonas urbanas destinadas à classe trabalhadora formal, até as
44
ações sob o comando do Ministério Público que foi marcada inicialmente no
combate a epidemias em caráter preventivo na população de baixa renda, como
ações de vacinação e/ou saneamento básico ocorridas no final do século XIX e
início do XX (PAIVA e TEIXEIRA, 2014).
Martins (2011) nos conta que no início do século XX, a Saúde Pública
vinculada ao Ministério da Saúde era voltada ao atendimento de doenças
específicas. E a assistência médica era vinculada ao sistema previdenciário,
orientada para o atendimento médico individual aos contribuintes do sistema.
Em meados da Segunda Guerra Mundial, a saúde era apresentada como uma
expressão setorial e não tinha importância econômica. Somente após esse período
sua consolidação como política se deu principalmente dos sistemas de saúde
disponibilizados na Europa e nos Estados Unidos. Assim, a saúde começou a ser
observada como um dos problemas centrais de alocação, devido à necessidade de
melhoria no atendimento, demanda nos quadros técnico-científicos e diminuição de
recursos (PAIVA e TEIXEIRA, 2014).
Além disso, Westphal (2014) nos conta que a década de 70 foi marcada pela
crise do Estado de Bem-Estar Social, em função do esgotamento dos recursos do
Estado em atender às necessidades da população devido à alteração do perfil
demográfico e da saúde da população.
Em contrapartida, Paiva e Teixeira (2014), menciona que nesta mesma
década de reforma sanitarista brasileira nasceu o Centro Brasileiro de Estudos de
Saúde (CEBES), cujo objetivo era gerar mudanças progressivas nas bases da
organização do Sistema de Saúde do país. Dentre as ações realizadas destaca-se o
Programa de Interiorização de Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), que tinha
em vista a expansão da rede de atenção primária de saúde em municípios do
interior. Seus dois grandes propósitos foram (1) aumentar o alcance da cobertura
dos serviços médicos, especialmente nas áreas rurais; (2) e viabilizar, com foco nos
cuidados primários em saúde, a regionalização da atenção e da assistência médica,
de forma descentralizada e hierarquizada. No entanto, nos padrões da ditadura o
Sistema de Saúde tinha como objetivo o direito e dever de disponibilizar atendimento
a todos os cidadãos. Com o passar do tempo, tornou-se insustentável a
permanência do PIASS por parte pública, obrigando o governo a reposicionar
45
institucionalmente em sentido contrário ao que se buscavam os projetos de reformas
de base promovidas por atividades centralizadas e concentradas impulsionadas pela
crise da previdência na década de 80 (PAIVA E TEIXEIRA, 2014).
Devido a essa crise, Carvalho (2013) comenta que a criação das Ações
Integradas de Saúde (AIS) em parceria entre o Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS) e os Serviços Públicos de Saúde (SPS),
procurou realizar ações pelos Estados e Municípios.
No geral, os debates e discussões ocorridos entre os anos 70 e 80 originaram
uma nova concepção de saúde, baseada no homem como um ser integral, cujo
bem-estar físico, mental, social e espiritual não só é afetado por fatores
biogenéticos, mas também pelo ambiente físico, social, econômico, político e cultural
(Westphal, 2014), impulsionando o aprimoramento da AIS a partir de 1987,
modificando para os Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS).
Nota-se que a melhora da saúde da população vem sendo alvo de debate por
vários anos e em vários países, ofertando experiências e modelos práticos para o
Brasil e afora, auxiliando o Sistema Público de Saúde brasileiro. No mesmo ano em
que ocorria a I Conferência Internacional de Promoção da Saúde e a VIII
Conferência Nacional da Saúde em 1986, os profissionais reconheceram que a
saúde não é somente a ausência de doença, mas o resultante de condições de vida
no trabalho (WESTPHAL, 2014).
Assim várias Universidades, escolas e institutos de pesquisa tem sido alvo
para ofertar informações relacionadas à saúde para a maioria dos habitantes do
planeta, contribuindo para que a área da saúde seja disponibilizada para a
sociedade e obtendo o reconhecimento do completo bem-estar físico, mental e
social e não apenas a ausência de doença, passando a reconhecer a saúde como
uma proposta de viver com mais qualidade (PAIM, 2015).
Neste aspecto, o movimento sanitário brasileiro procurou inovar com um
movimento de Reforma Sanitária, instituída pela Constituição Federal em 1988 e
consolidada pelas Leis 8.080 e 8.142 denominando de Sistema Único de Saúde
(SUS) (CARVALHO, 2013). Sua missão era que a saúde é direito de todos e dever
do Estado, garantia mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do
46
risco de doenças e de outros agravos, além do acesso universal, proteção e
recuperação (BRASIL, 1988).
Esta relação de proximidade com a sociedade e ciência, está vinculada a uma
ideia central do SUS onde todas as pessoas têm direito à saúde, e este direito está
ligado à condição de cidadania, independentemente de pagar previdência social, de
provar condição de pobreza, de poder aquisitivo muito menos da caridade
(filantropia). Com base na concepção de seguridade social, o SUS supõe uma
sociedade solidária e democrática, movida por valores de igualdade e de equidade,
sem discriminações ou privilégios (PAIM, 2015).
Baseados nos preceitos constitucionais, o SUS é um projeto que assume e
consagra os princípios da Atenção à Saúde a todos e qualquer cidadão,
independentemente da complexidade, local onde reside, sem privilégios ou
barreiras, e com a capacidade de prestar assistência integral. Neste sentido, o SUS
é um projeto vinculado a universalidade, integralidade e equidade de atenção à
saúde da população brasileira, controle social, descentralização e a regionalização
(MARTINS, 2011).
O principio da universalidade consiste em garantir a saúde como um direito de
todos e o Estado tem a obrigação de prove-la, ofertando-a em todos os níveis de
assistência. No entanto, o SUS constitucional universal convive com o SUS real e
segmentado, ao permitir à iniciativa privada atuar na prestação de serviços de forma
complementar. Sendo assim, o SUS comporta dois outros subsistemas em sua
estrutura: o sistema de saúde suplementar com os planos de saúde e o desembolso
direto (MARTINS, 2011).
O principio da integralidade destaca que todas as pessoas, grupos e classes
sociais encontram-se expostos a diversos riscos a oferta de ações de saúde deve
ser integral e simultânea, incluindo ações simples. Dentre as atenções à saúde inclui
a promoção, prevenção e recuperação da saúde, tanto individual quanto
coletivamente (MARTINS, 2011).
O principio da equidade significa tratar todo o cidadão de forma igual,
respeitando o direito de cada um. Este princípio assegura a justiça, no sentido de
ambiguidade marcada pelo direito de acesso de forma igualitária (MARTINS, 2011).
47
O principio do controle social, consiste na participação dos usuários na gestão
do SUS por meio de conferências e conselhos de saúde, que são meios para a
participação efetiva da população no sentido de promover as mudanças necessárias
para seu bem-estar e qualidade de vida (MARTINS, 2011).
A descentralização encaminha o processo de redistribuição das
responsabilidades e atribuições das ações e serviços de saúde entre os governos
federal, estadual e municipal. Uma das características deste processo é a estratégia
de reconhecer o município como principal responsável pela saúde de sua população
partindo da ideia de que está mais próximo, influenciando fortemente na tomada de
decisão do gestor.
A regionalização orienta e organiza as ações dos serviços de saúde tendo em
vista as condições demográficas, territoriais e epidemiológicas de cada região de
nosso país.
O modelo atual de organização da atenção à saúde encontra-se estruturado
em três níveis hierárquicos complementares:
(1) Atenção Primária que é oferecida diretamente à população nas
unidades de atenção primárias, na UBS ou no domicílio, priorizando ações de
promoção e prevenção da saúde tais como campanhas de vacinação, programas de
controle de hipertensão, controle de câncer de colo de útero e outros.
(2) Atenção Secundária consiste no atendimento ambulatorial, cuja
assistência na prática clínica precisa de profissionais especializados e com recursos
tecnológicos, para um bom apoio ao diagnóstico e tratamento.
(3) Atenção Terciária é o conjunto de procedimentos que, no contexto do
SUS, envolve tecnologia de ponta e alto custo, propiciando à população acesso a
serviços de maior complexidade, integrando os demais níveis de atenção a saúde.
Sendo assim, o SUS é um processo em construção permanente e será
sempre um desafio constante a atingir, em todo o território nacional. A experiência
acumulada de vários fatores envolvidos historicamente com movimentos sociais,
usuários, trabalhadores e gestores dos governos deu origem à Politica Nacional de
Atenção Básica (PNAB). O programa possui uma consolidação do SUS, que é
desenvolvida com alto grau de descentralização, capilaridade e proximidade da vida
das pessoas (BRASIL, 2014). Neste contexto, surge o Núcleo de Atenção à Saúde
48
da Família (NASF) um novo programa estratégico para a melhoria da qualidade de
Atenção Básica, por meio do compartilhamento de saberes, ampliando também a
capacidade de resolutividade clínica (BRASIL, 2014).
O NASF é uma equipe com profissionais de diferentes áreas de conhecimento
e atua com os profissionais da Saúde da Família, compartilhando e apoiando as
práticas em saúde nos territórios sob a responsabilidade das equipes de Atenção
Básica. O grupo deve ser definido pelos próprios gestores municipais e as equipes
de Atenção Básica, mediante critérios de prioridades, identificadas a partir das
necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das
diferentes ocupações (BRASIL, 2014).
Conforme a PNAB (BRASIL, 2014), os NAFS são equipes multiprofissionais
que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das equipes de
Saúde da Família e das equipes de Atenção Básica.
Esta integração deve se dar a partir das necessidades, das dificuldades ou
dos limites das equipes de Atenção Básica diante das demandas e das
necessidades de saúde, buscando ao mesmo tempo, contribuir para o aumento da
capacidade de cuidado das equipes apoiadas, para ampliar o escopo de ofertas das
UBS, bem como para auxiliar a articulação com outros pontos de atenção da rede,
quando isso for necessário, para garantir a continuidade do cuidado dos usuários.
As transformações sociais e econômicas ocorridas no Brasil, como já
mencionado anteriormente, provocaram mudanças importantes no perfil de
ocorrência de doenças. Esta transição vem tendo impacto na área da saúde pública
local, e o desenvolvimento de estratégias para o controle das doenças tornou-se
prioridade para o SUS.
49
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Delineamento do Estudo
A pesquisa caracteriza-se como um estudo descritivo transversal de
abordagem quantitativa que segundo Thomas e Nelson (2012) visa descrever as
características, fatos e os problemas relacionados à população. Almeida (2014)
complementa que este método busca utilizar ferramentas estatísticas para o
tratamento dos dados, visando medir as relações existentes entre as variáveis.
O presente estudo envolve dados coletados por ocasião do levantamento das
características da população do Jardim Rincão envolvidos na investigação do
Doutorado de Bruna Gabriela Marques, cujo título: Saúde, autocuidado, atividade
física e envelhecer: saberes construídos na alteridade dos olhares e das vozes do
jardim rincão que está sob a orientação da Dra. Maria Luiza de Jesus Miranda
conforme já mencionado na apresentação da Dissertação.
4.2 Local do Estudo
4.2.1 Aspecto situacional do Jardim Rincão
O Jardim Rincão é um bairro localizado na zona norte da região metropolitana
de São Paulo, Brasil. A Associação de Bairro Cantareira (2013), nos apresenta o
perfil histórico do bairro que se estruturou no início do século XX, como bairro
chamado na época de Jardim Alvina após um loteamento de 4 alqueires de terra,
que era povoado pelos descendentes de escravos. Os relatos sobre o povoamento
da região, ressaltam que em meados do século XX não havia energia elétrica e água
encanada na fazenda, apenas uma linha de ônibus conhecida como o ônibus dos
professores, que fazia quatro viagens por dia de Perus à Pirituba (CANTAREIRA,
2013).
50
Acredita-se que na época, o crescimento da população local fez com que a
prefeitura regulamentasse 20% da área dos loteamentos que pertencia a uma
família fazendeira para a criação de ruas, creches, escolas e postos de saúde dando
início ao Bairro Jardim Rincão (CANTAREIRA, 2013). Ainda com base em
Cantareira (2013), registra-se que a alteração do nome para Rincão foi devido à
expressão dos tropeiros que partiam de Campinas com destino ao Coreto de Taipas.
No entanto, diante do levantamento histórico até os dias atuais, observa-se
que parte das necessidades pré-estabelecidas pela subprefeitura de Pirituba/
Jaraguá, localizada na região noroeste de São Paulo não se concluiu. O cenário
atual é de um processo de ocupação da região do Jardim Rincão, com diversas
invasões, como muitas da região suburbana de São Paulo, oriundas da explosão
demográfica e urbana, resultando em um processo de crescimento horizontal
(periferização). O assentamento densamente povoado pelas famílias urbana e
informal é constituído por uma população de baixa renda e 80% de origem
nordestina, sendo a sua maioria por baianos, piauienses, pernambucanos, mineiros
e paulistas (CANTAREIRA, 2013)
Segundo último levantamento do Sistema de Informação da Atenção Básica -
SIAB (2014) demonstrou que o bairro possui 11.789 moradores dos quais, 52% dos
moradores são do sexo feminino, 33,5% estão na faixa de 20 a 39 anos, 17,%
possui plano de saúde, 16,3% são cadastradas no programa bolsa familia, 97,4% da
população acima de 15 anos é alfabetizada e 95,3% das crianças de 4 a 14 anos
estão matriculadas na escola.
E essa região possui 3.431 famílias cadastradas e destas, 99% tem acesso à
energia elétrica; 99,6% possui abastecimento de água através da rede pública; 98%
possui casa de tijolo e alvenaria; 99,5% das famílias cadastradas têm como destino
do lixo a coleta pública e 90,9% possuem o sistema de esgoto (SIAB, 2014).
4.2.2 Trajetória para coleta dos dados e amostra
O projeto foi apresentado ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da
Universidade São Judas Tadeu e após cumprir com as exigências de todas as
51
considerações éticas com relação a pesquisa com seres humanos, inclusive o direito
de privacidade e anonimato, obteve o parecer favorável sob o número CAAE:
32009014.9.3001.0086, em 05 de março de 2015 com o Parecer nº 973.011 (Anexos
2, 3 e 4).
Durante os encontros com a equipe técnica e a gerente da unidade, passou-
se estipular a quantidade de entrevistadas, e para não comprometer o andamento
dos serviços oferecidos pela unidade, decidiu-se da técnica de probalística por
amostragem aleatória simples com 18,7% do total de 1.347 cadastros de mulheres
acima de 50 anos e usuárias do Sistema Único de Saúde da UBS do Jardim Rincão.
Assim, a amostra inicial foi composta por 252 mulheres. Foram excluídas da
pesquisa as mulheres que não apresentaram pré-disposição para colaboração com
a pesquisa e/ou que apresentaram dificuldades de compreensão com relação aos
procedimentos.
Em seguida, tendo como principio inserir os colaboradores da pesquisa com a
total compreensão do universo do presente estudo, foram estabelecidos pela
pesquisadora seis (6) encontros com os Auxiliares de Enfermagem (AE) e os
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) previamente agendados pelos
coordenadores da Unidade Básica. E em seguida, estabeleceu-se que o número de
pessoas para cada Agente seria de ±14 sendo: os AE foram os responsáveis por
aplicar a anamnese e o questionário Baecke de Atividade Física Habitual e os ACS,
com os questionários sociodemográfico, a autoavaliação da Capacidade Funcional e
a escala de satisfação com a vida.
E a fim de desenvolver um trabalho minucioso de aproximação, acolhimento e
escuta com os pesquisadores, foi estipulado que cada agente fosse acompanhado
pela pesquisadora responsável durante 2 (duas) coletas e somente após estas
coletas “modelos” os AE e ACS seriam autorizados a fazer a coleta logo após
explicitar o objetivo do estudo e a leitura e assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO 1), foi realizada a coleta de informações.
Assim, A coleta o inquérito domiciliar ocorreu no período entre agosto a
dezembro de 2015 que resultou em 252 cadastradas e sorteadas na UBS. No
entanto, 20 recusaram-se a participar do estudo, 37 não se encontravam no
domicílio na ocasião da coleta das informações e 2 (dois) foram excluídos pela
52
incapacidade de se comunicar, resultando em 193 participantes. Além disso,
durante a análise dos dados foram identificadas 3 (três) mulheres com idade >50
anos. Com isso, a amostra final do presente estudo foi composta por 190 mulheres
usuárias da UBS e pertencentes a diferentes classes sociais, econômicas e étnicas
da periferia da zona norte de São Paulo, moradoras do bairro Jardim Rincão.
4.3 Instrumentos
O presente estudo utilizou-se dos instrumentos aplicados no Projeto Sênior
para a Vida Ativa, que desde sua criação em 2001 diversas pesquisas vem sendo
divulgados como trabalhos de conclusão de curso de Educação Física,
Dissertações, artigos e livros produzidos por Costa, 2002; Gerez, 2002; Salvador,
2002; Gerez, Miranda, 2002; Miranda, Velardi, 2002; Miranda et al., 2002; Souza,
Velardi, 2002; Câmara, 2005; Gerez, 2006; Matsuo, 2007; Gerez et al, 2005; Gerez
et al, 2007; Matsuo et al, 1364 2007; Miranda, 2003; Ribeiro et al, 2006; Silva Junior
et al, 2006a; Silva Junior et al, 2006b; Velardi; Silva Junior, 2007; Miranda; Gerez;
Velardi, 2004) além de vários trabalhos que foram apresentados em eventos
científicos nacionais e internacionais contribuindo para o conhecimento do Grupo de
Estudo e Pesquisa Sênior (GREPES) e para a população idosa em nosso País.
4.3.1 Anamnese
Contendo dados do meio de locomoção mais utilizado, hábitos sociais, tais
como o consumo de bebidas alcoólicas e fumo (atual e pregresso independente da
quantidade), informações sobre problemas médicos (hipertensão arterial, pressão
baixa, angina, marca passo, sopro cardíaco, dificuldade de respirar, falta de ar,
asma, bronquite, enfisema pulmonar, diabetes, colesterol elevado, triglicérides
elevado, tireoide, labirintite, osteoporose, artrose, artrite, hérnia, desvio na coluna,
rigidez muscular, fraqueza muscular, tendinite, aparelho digestivo, aparelho genito-
urinário e principais dores no corpo).
Além disso, este questionário contém: 1) sintomas gerais como fôlego curto,
falta de energia, insônia, cansaço, fraqueza generalizada, tontura e vertigens; 2)
53
medicamentos utilizados; 3) histórico de cirurgias; 4) histórico de fratura óssea; 5)
lesão musculo-articular; 6) histórico de quedas e, 7) tipo e frequência de atividade
física pregressa e atual, Anexo 5.
4.3.2 Perfil Sociodemográfico
Nesta seção encontram-se as questões referentes às informações pessoais
da população estudada como: nome, endereço, data de nascimento, estado civil,
possui filhos, com quem reside, principal ocupação e grau de instrução.
A fim de determinar a classe econômica em que a população estudada está
inserida, foi utilizado a classificação proposta pela Associação Brasileira de
Empresas de Pesquisa – critério 2008 (ABEP, 2009). Para estabelecer os diferentes
extratos econômicos, o questionário ABEP se baseia no poder de consumo (bens
materiais e serviços), além da escolaridade do chefe da família. A partir dos escores
alcançados onde a pontuação mínima é zero e a máxima é 46 pontos, as famílias
são distribuídas nas classes A1, A2, B1, B2, C1, C2, D e E. A classe (A) representa
a melhor situação; as classes B, C e D são consideradas como intermediárias e a
classe E, representa a pior situação econômica, Anexo 6.
4.3.3 Questionário Baecke de Atividade Física Habitual
O questionário de Atividade Física Habitual (AFH) de Baecke e cols (1982)
validado no Brasil por Florindo et al (2003) para aplicação em jovens, adultos e
idosos, possui um recordatório de atividade física dos últimos 12 meses composto
por 16 questões que abrangem três componentes da atividade física:
A) As Atividades Físicas Ocupacionais (AFO) que abrange as questões de 1 a
8. A primeira questão leva em conta o tipo de ocupação, classificada em três níveis
de gasto energético: leve, moderado e vigoroso. Para essa classificação, Florindo et
al (2003), recomenda a utilização do compêndio de atividades físicas de Ainsworth
et al (2000), as questões 2 a 8 se referem às atividades durante o trabalho e são
54
bem objetivas: ficar sentado, ficar em pé, andar, carregar carga pesada, se sentir
cansado após o trabalho e comparar fisicamente o trabalho com pessoas da mesma
idade;
B) Os Exercícios Físicos no Lazer (EFL) – São abordadas pelas questões de
9 a 12, que abrange os exercícios físicos praticados durante o tempo de lazer (EFL);
C) as Atividades de Lazer e Locomoção (ALL) – São as questões 13 a 16,
estas questões se referem à atividade de assistir televisão (atividade sedentária),
caminhar, andar de bicicleta e uma última questão sobre os minutos por dia em
atividades de locomoção (caminhar ou uso de bicicleta para ir e voltar do trabalho,
escola ou compras).
Todas as respostas são codificadas mediante uma escala de Lickert de 5
pontos, com exceção da ocupacional profissional e da modalidade de esporte que
prática. Florindo et al (2004) comenta que para o calculo do Escore Total de ATH
(ET), são somados os escores de AFO, EFL e ALL. E ainda, para as questões que
ficarem sem resposta nas escalas, recomenda-se adotar o valor médio de todas as
questões do respectivo escore. Dados os escores finais para toda a amostra, a
mesma foi subdividida em quartil, assim como Fonseca (2009), Cazoto (2010),
Valério (2011), Codogno (2012) e Codogno (2015) onde os valores inferiores ao
primeiro quartil foram classificados como baixo índice, os valores entre o primeiro e
terceiro quartil foram classificados como índice mediano e por fim, os valores acima
do terceiro quartil foram tratados como alto índice, Anexo 9.
4.3.4 Autoavaliação da capacidade funcional
Em relação ao questionário de autoavaliação da Capacidade Funcional
segundo Matsudo, Matsudo e Araujo (2001) visou-se oferecer informações dos
problemas funcionais dentro da população, facilitando nas decisões em relação ao
tipo de serviços e cuidados necessários.
Sua estrutura é constituída em uma ordem crescente de dificuldades que
melhor expresse a capacidade de realizar essas atividades independentemente do
individuo realiza-las ou não. Os critérios preconizados para as dificuldades foram
55
classificados como: A) Realizar sem ajuda e com facilidade B) Realizar sem ajuda
mas com algum grau de dificuldade C) Realiza com ajuda ou depende de outros
para realizar.
O teste é composto por 18 tipos diferentes de perguntas sobre as atividades
da vida diária divididas em: A) Atividades da vida Diária como: comer e beber,
lavar o rosto e as mãos, ir ao banheiro, levantar da cadeira entrar e sair da cama,
movimentar-se dentro de casa, vestir-se, mover-se fora da casa em terreno plano,
subir e descer escadas, arrumar a cama e fazer compras B) Atividades
instrumentais da Vida Diária como: tomar banho, cuidar dos pés e das unhas,
atividades leves de limpeza da casa, preparar o jantar, preparar o café da manhã e o
almoço, atividades pesadas de limpeza, lavar e passar roupa.
A classificação foi realizada segundo proposta por Spirduso (2005), onde se
baseia pelo número de atividades que a pessoa consegue fazer sem ajuda e com
facilidade considerando (0-9) Capacidade Funcional Baixa; (10-17) Capacidade
Funcional Moderada; (18) Capacidade Funcional Avançada, Anexo 7.
4.3.5 Escala de Satisfação Global com a Vida
A escala de SGV é um instrumento composto por uma única interrogativa:
“Qual é o ponto desta escada que melhor reflete a sua satisfação com sua própria
vida no momento? ” A proposta é fazer com que o avaliado reflita em que ponto da
escada ele se encontra. Na expressão em forma de escala, o último degrau (valor
10) representa o maior grau de satisfação com a vida enquanto que o degrau mais
baixo (valor 1) representa o menor grau de satisfação com a vida (NERI,2001). Varia
de 1 a 10, onde 1 corresponde a informação de pior satisfação com a vida e 10, a
percepção de melhor satisfação com a própria vida no momento. Deve-se marcar
com um “X” o valor escolhido; considera-se assim o grau de satisfação com a vida
do avaliado, Anexo 8.
4.4 Analise Estatística
56
Inicialmente os dados foram digitados em planilha do pacote Microsoft Office
2015 Software Excel 2015 e em seguida os resultados foram exportados e
analisados pelo programa SPSS (Statistical Package for Social Science), versão
21.0
Para descrever os resultados, foram utilizadas frequência absoluta e
porcentagem para as variáveis categórica e média, desvio padrão, valores mínimos
e máximos, intervalo interquartílico para as variáveis quantitativas. Foi feito o teste
da normalidade de Kolmogorov Smirnov e Shapiro-Wilk para todas as variáveis
quantitativas divididas em grupos. Foi também utilizado o teste de Levene
(homogeneidade de variâncias) para avaliar a utilização (ou não) da Anova fator
único.
Foi usada a ANOVA fator único para avaliar a diferença da (1) quantidade de
medicamentos pela faixa etária, (2) Nível de Satisfação Global com a Vida por faixa
etária; (3) Nível de Satisfação Global com a Vida nos diferentes níveis de
dependência funcional, (4) Nível de Satisfação Global de nos diferentes níveis
econômicos da amostra e (5) Nível de SGV nos diferentes níveis escolares.
Para identificar as associações em cada grupo de faixa etária foi realizada a
Análise de Correspondência Múltipla (ACM) com as variáveis: doenças, capacidade
funcional, AFH, quedas e hábitos de fumar e beber ou por apresentam importância
teórica, vide Anexo 10 uma breve explicação da ACM.
57
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observamos de uma maneira geral, alguns estudos que evidenciaram
determinadas regiões quanto ao envelhecimento no cenário mundial e, entre eles,
destacamos a cidade de São Paulo nos resultados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE (2010), que apresenta a variação da composição
demográfica envelhecida nos núcleos da metrópole do município de São Paulo com
8,13% e da periferia dos outros municípios com 5,78%. O estudo ainda nos
apresenta que o índice de envelhecimento está em 39,16% na capital e em 24,60%
na periferia (IBGE, 2010).
Outra característica observada pelo IBGE (2010) sobre a quantidade de
homens e mulheres que vivem na capital paulistana mostra que a proporção de
homens é de 89,93 para cada 100 mulheres vivendo fora da periferia, enquanto que
na periferia a proporção de homens sobe para 94,90. Em 2010, o instituto apontou
que no Bairro Jd. Rincão, a população era composta por 10414 habitantes. Nesse
montante, 1182 eram mulheres e 1108 homens que possuíam idade igual ou acima
de 50 anos. Passados 6 anos, o mesmo instituto divulgou que o bairro passou a ter
10801 habitantes, o que reforçou a necessidade de investigação para se tomar
medidas condizentes a uma realidade em constante desenvolvimento (IBGE, 2016).
Por essa razão, buscou-se reforçar algumas características do contexto
feminino através da busca literária para traçar um perfil e compor em nossa
discussão. No geral, demonstramos certa similaridade na posição de Sousa (2010)
onde relata a dificuldade de encontrar dados que envolvam mulheres idosas
residentes em localidades de baixa renda. Tal fato aflora um desafio para a
comunidade científica no sentido de produzir conhecimento que possa subsidiar o
poder público e a sociedade civil.
Os estudos brasileiros que tratam da saúde de uma maneira geral foram
incluídos para compor nossa discussão, a fim de tornar ainda mais importante o
conhecimento do perfil dos usuários que recebem o atendimento no SUS, em
especial das mulheres, favorecendo um cuidado particularizado e possibilitando
intervenção por meio de Promoção da Saúde afim de prevenir acometimentos.
58
Durante a análise dos resultados, ficou claro o número expressivo de
mulheres de diferentes regiões brasileiras e de usuárias do SUS em relação aos
homens, entre eles destacamos Victor et al (2009) em Fortaleza-CE; Menegazzo et
al (2010) em Campinas-SP, Ferreira et al (2010) em Goiania-GO, Clares (2011) em
Fortaleza-CE, Sousa (2011) em Ananindeua-PA, Dantas et al (2012) e Araújo (2012)
em João Pessoa-PB, Cruz et al (2012) em Juiz de Fora – MG, Monteiro (2013) em
Belém-PA, Santos e GrIep (2013), Azevedo et al (2013) me Rio Grande do Sul-RS,
Turi et al (2014) em São Paulo-SP, Barbosa et al (2014) em Montes Claros-MG,
Goulart et al (2014) em Rondonópolis-MT, Felchilcher et al (2015) em Meio-Oeste
Catarinense-SC, Santos et al (2015) em Natal – RN, Codogno et al (2015) em Bauru
– SP, Bezerra et al (2016) em Ejuçuoca-CE e Lago et al (2016) no Município de
Criciúma- SC.
5.1 Características sociodemográfica das usuárias das pesquisadas
Dos resultados obtidos do perfil sociodemográfico de 190 mulheres
disponibilizado na Tabela 1. Evidenciamos que a faixa etária das mulheres variou
entre 50 e 90 anos, com o valor médio de 67,3 anos (DP = 7,2 anos). Na distribuição
das faixas etárias constatamos que o grupo feminino de 60 a 69 anos representa
53,7%, do total de entrevistados. Estas evidências corrobora com outros estudos
envolvendo usuários do Sistema Público de Saúde, como Sousa et al (2010) que
menciona a média de idade 69 anos (DP=6,73 anos). O estudo de Monteiro et al
(2013) com a prevalência de mulheres na faixa etária entre 60 a 69 anos atendidos
no programa de Atenção à Saúde do Idoso em Belém-PA. Na pesquisa de Ferreira
et al (2010) observou que dentre os 418 pesquisados, a faixa etária predominante
era de 60 a 74 anos atendidos no SUS em Goiania-GO. Já no estudo de Turi et al
(2014) houve a prevalência de 73,4% de mulheres acima de 50 anos de idade com
média das participantes de 65 anos (DP = 9 anos) atendidos no SUS em São Paulo-
SP. Estas características evidencia a predominância de uma população feminina
idosa jovem.
Algumas características desse público podem ser visualizadas na Tabela 1.
59
Tabela 1 – Descrição das variáveis sociodemográficas da população, Jd. Rincão-SP, 2016.
(Continua)
Variável Categoria n %
Faixa etária
50-59 16 8,4
60-69 102 53,7
70-79 59 31,1
>80 13 6,8
Analfabeto/Fund. 1 incompleto 86 45,3
Fund. Completo/ Fundamental 2 incompleto 68 35,8
Escolaridade Fundamental 2 completo/ médio incompleto 20 10,5
Médio completo/ Superior Incompleto 14 7,4
Superior Completo 2 1,1
Possui filhos
Sim 170 89,5
Não 10 5,3
Não Respondeu 10 5,3
Classificação Econômica Familiar
E 1 0,5
D 34 17,9
C2 59 31,1
C1 56 29,5
B2 34 17,9
B1 5 2,6
Não respondeu 1 0,5
60
Em relação ao nível de escolaridade, nota-se diante da Tabela 1 o predomínio
entre os que não possuem instrução ou o ensino fundamental 1 incompleto, com
45,3%, seguido do ensino fundamental 1 completo ao ensino fundamental 2
incompleto apresentado na Tabela 1. Estas evidências corroboram com dados do
IBGE (2010) que indicam que a população feminina de uma maneira geral e
nacional, prevalece o número de mulheres que não tem instrução e/ou não
completaram o ensino fundamental com 41,3%, apenas 15,8% possuem o ensino
fundamental completo e/ou o ensino médio inclompleto, 26,6% possuem o ensino
médio completo e ensino superior incompleto e 15,8% possuem o ensino superior
completo. Além disso, identificamos no estudo de Ferreira et al (2010), Santos e
Tabela 1 – Descrição das variáveis sociodemográficas da população, Jd. Rincão-SP, 2016.
(Continuação)
Relação Conjugal Atual
Casada 82 43,2
União Estável 2 1,1
Separada 19 10
Solteira 12 6,3
Viúva 60 31,6
Outros 2 1,1
Não Respondeu 13 6,8
Ocupação
Empregada 16 8,4
Desempregada 3 1,6
Aposentada 70 36,8
Aposentada e continua trabalhando 6 3,2
Aposentada por ordem médica 5 2,6
Dona de casa 64 33,7
Dona de casa/pensionista 24 12,6
Autônoma 2 1,1
TOTAL 190 100
61
Griep (2013), Turi et al (2014) e Goulart et al (2014) onde apontaram que a maioria
das mulheres cursaram somente até o ensino fundamental. Tal evidência pode ter
sido pelas dificuldades de acesso às escolas tanto na época que as mulheres do
nosso estudo nasceram e cresceram, como nas condições de vida atual.
Outra caracteristica marcante relacionada ao nível de escolaridade, se dá ao
perceber que ao mesmo tempo em que dados do IBGE (2010) apontavam uma
melhora do perfil educacional feminino, Silva et al (2011) em um levantamento que
engloba boa parte do território brasileiro sobre os aspectos do perfil
sociodemográfico de utilização de serviços de saúde no âmbito do SUS nos anos de
2003 e 2008, também demonstrou sinais de melhora do perfil educacional das
mulheres que buscam assistência a saúde.
E ainda, destacamos o perfil de mulheres acima de 60 anos nos dados do
IBGE (2010), que apontou queda na proporção de pessoas analfabetas acima desta
idade no Brasil, passando de 34,2% em 2000 para 26,3% em 2010. Já no municipio
de São Paulo, passou de 13,1% em 2000 para 9% em 2010 (IBGE, 2010). Assim,
concluímos de uma maneira geral que ocorreram avanços significativos na
escolaridade feminina contribuindo de uma maneira geral para a qualidade de vida,
pois a capacidade de saber ler e escrever promove o acesso à informação, abre
espaço em termos de oportunidade de emprego e possibilita uma integração social
mais ampla (ALMEIDA, GUTIERREZ E MARQUES, 2012).
Outra característica marcante no que diz respeito a aspectos culturais se dá
por conta da maternidade. Segundo Costa (2013), dentre as principais vantagens de
ser mulher está a alegria de ser mãe. E esta relação da mulher com a maternidade é
evidenciada em nosso estudo, pois 89,5% delas possui filhos. O IBGE (2010)
destaca que há uma transformação social no país, com diminuição da quantidade de
filhos e crescimento dos níveis de instrução das mulheres. Nosso estudo ainda não
reflete essa condição.
Observamos na Tabela 1 o estado conjugal atual, onde 43,2% das
entrevistadas declararam ser casadas e 31,6% viúvas. Evidenciamos este perfil de
mulheres no estudo de Santos e Griep (2013) na região de Belém (PA) e Victor et al
(2009) na região de Fortaleza (CE), que apontam a maioria ser casadas e viúvas.
Um aspecto importante a ser ressaltado no estudo de Victor et al (2009) é que
62
89,5% das mulheres entrevistadas possuem filhos, o que pode levar ao
questionamento: parte desse grupo cria seus filhos sozinha?
Além disso, podemos perceber na Tabela 1 a classe econômica das
pesquisadas, que apontam 78,5% como pertencentes às classes C1, C2 e D. Tal
achado corrobora com os estudos de Ferreira et al (2010), Azevedo et al (2013),
Codogno et al (2015), Turi et al (2014) e Lago et al (2016), evidenciando a
prevalência desta classe econômica como a maior usuária dos serviços públicos de
saúde. E ainda, segundo dados da ABEP (2014) no Brasil, a soma dos percentuais
dos indivíduos classificados nas classes econômicas C1, C2, D e E, totalizaram
74,1% da população total.
Quanto à atividade ocupacional, nota-se que entre as usuárias do SUS a
maioria declarou ser dona de casa 36,8% e aposentadas 33,7%, vide Tabela 1. Esta
característica foi também evidenciada no estudo de Goulart et al (2014), com 238
pessoas acima de 60 anos, predominantemente feminino. Segundo Louvison e Rosa
(2010), características como viuvez e dependência econômica inferior eram sinais
de uma população idosa e, ainda, associada a aspectos negativos. No entanto,
graças a um sistema previdenciário consolidado no país, a proporção de idosos
pobres tem diminuído sensivelmente, sendo que em 2005 a proporção da população
idosa pobre foi 4,7 vezes inferior à da população não idosa.
No entanto, Costa (2013) comenta que graças ao declínio da pobreza no país,
ao aumento da expectativa de vida, à diminuição da mortalidade infantil, à redução
do analfabetismo e aumento da escolaridade, ocasionou mudanças no perfil social
das mulheres na segunda metade do século XX. Assim, essas características
sociodemográficas reforçam a importância de uma investigação quanto aos agravos
que podem levar a diminuição da QV.
5.2 Características dos agravos à saúde das usuárias do sistema único de
saúde
Além do perfil socioeconômico e demográfico, procuramos também identificar
algumas características quanto aos agravos à saúde que podem nos auxiliar no
entendimento de modo geral no quadro de usuárias de serviços públicos de saúde.
63
Dentre elas, destacamos a frequência do número de problemas com hipertensão
seguida de diabetes, enfermidades da coluna, artrose e labirintite. Além disso, outra
característica que podemos notar em relação as doença é a predominância que
existe nas faixas etárias entre 60 e 79 anos, dados encontrados na Tabela 2.
Tabela 2 - Distribuição da amostra por faixa etária segundo relato de doença, Jd. Rincão-SP, 2016.
(Continua)
Doença
50-5
9
60-6
9
70-7
9
>80
TO
TA
L
n % n % n % n % N %
Hipertensão Sim 11 7,9 73 52,5 44 31,7 11 7,9 139 73,2
Não 5 9,8 29 56,9 15 29,4 2 3,9 51 26,8
Angina Sim 1 5,9 11 64,7 2 11,8 3 17,6 17 8,9
Não 15 8,7 91 52,6 57 32,9 10 5,8 173 91,1
Sopro Cardíaco
Sim * * * * 1 50 1 50 2 1,1
Não 16 8,5 102 54,3 58 30,9 12 6,4 188 98,9
Dificuldade de Respirar
Sim * * 9 52,9 6 35,3 2 11,8 17 8,9
Não 16 9,2 93 53,8 53 30,6 11 6,4 173 91,1
Falta de ar Sim 3 14,3 12 57,1 4 19 2 9,5 21 11,1
Não 13 7,7 90 53,3 55 32,5 11 6,5 169 88,9
Asma Sim 2 22,2 7 77,8 * * * * 9 4,7
Não 14 7,7 95 52,5 59 32,6 13 7,2 181 95,3
Bronquite Sim 3 23,1 8 61,5 2 15,4 * * 13 6,8 Não 13 7,3 94 53,1 57 32,2 13 7,3 177 93,2
Enfisema Pulmonar
Sim * * 2 100 * * * * 2 1,1 Não 16 8,5 100 53,2 59 31,4 13 6,9 188 98,9
Diabete Sim 6 9.2 29 44,6 22 33,8 8 12,3 65 34,2 Não 10 8 73 58,4 37 29,6 5 4 125 65,8
Colesterol Sim 4 6,2 39 60,9 17 26,6 4 6,2 22 33,7
Não 12 9,5 63 50 42 33,3 9 7,1 168 66,3
Triglicérides Sim 2 9,1 13 59,1 6 27,3 1 4,5 33 11,6
Não 14 8,3 89 53 53 31,5 12 7,1 157 88,4
Problemas com a Tireoide
Sim 1 3 19 57,6 11 33,3 2 6,1 41 17,4
Não 15 9,6 83 52,9 48 30,6 11 7 149 82,6
Labirintite Sim 1 2,4 26 63,4 9 22 5 12,2 45 21,6
Não 15 10,1 76 51 50 33,6 8 5,4 145 78,4
Osteoporose Sim 2 4,4 25 55,6 11 24,4 7 15,6 45 23,7
Não 14 9,7 77 53,1 48 33,1 6 4,1 142 76,3
Artrose Sim 2 4,2 29 60,4 13 27,1 4 8,3 48 25,3
Não 14 9,9 73 51,4 46 32,4 9 6,3 142 74,7
64
Considerando o perfil de doenças no presente estudo, notamos semelhanças
no estudo descritivo utilizando os dados do PNAD 1998 da população brasileira
investigado por Lima-Costa et al (2003a) , que detectou um perfil feminino com
quantidades elevadas de hipertensão, reumatismo, doenças do coração, diabete e
asma/bronquite, e ainda com grande incidência no uso de serviços de saúde, a
presença destas comorbidades e nesta faixa etária merece atenção, devido a maior
vulnerabilidade frente às possíveis complicações inocorrentes.
Após a identificação do perfil de doenças, o presente estudo visou classificá-
las segundo Classificação Internacional da Saúde (CID-10), e foram organizados
com os dados encontrados, 4 grupos predominantes de doenças: Aparelho
Circulatório (73,7%) seguidas pelas Endócrinas e Metabólicas (63,7%), Sistema
Osteomuscular e Tecido Conjuntivo (55,8%), Outras Doenças (30%) e por fim as
Doenças do Aparelho Respiratório (17,9%), disponibilizadas na Tabela 3.
Tabela 2 - Distribuição da amostra por faixa etária segundo relato de doença, Jd. Rincão-SP, 2016.
(Continuação)
Doença
50
-59
60
-69
70
-79
>8
0
TO
TA
L
n % n % n % n % n %
Artrite Sim * * 13 68,4 4 21,1 2 10,5 19 10 Não 16 9,4 89 52 55 32,2 11 6,4 171 90
Hérnia Sim * * 9 69,2 1 7,7 3 23,1 13 6,8 Não 16 9 93 52,5 58 32,8 10 5,6 177 93,2
Enfermidade na coluna
Sim 4 7,4 32 60,4 14 26,4 3 5,7 53 27,9 Não 12 8,8 70 51,1 45 32,8 10 7,3 137 72,1
Rigidez Muscular
Sim * * 2 66,7 1 33,3 * * 3 1,6 Não 16 8,6 100 53,5 58 31 13 7 187 98,4
Fraqueza Muscular
Sim 1 12,5 5 97 2 25 * * 8 4,2 Não 15 8,2 62,5 53,3 57 31,3 13 7,1 182 95,8
Tendinite Sim 3 18,8 10 62,5 3 18,8 0 0 16 8,4 Não 13 7,5 92 52,9 56 32,2 13 7,5 174 91,6
Aparelho Digestivo
Sim 2 9,1 11 50 7 31,8 2 9,1 22 11,6 Não 14 8,3 91 54,2 52 31 11 6,5 168 88,4
Aparelho Geniturinário
Sim 1 25 2 50 1 58 * * 4 2,1 Não 15 8,1 100 53,8 25 31,2 13 7 186 97,9
65
As evidências de saúde segundo o autorrelato das pesquisadas,
demonstraram semelhanças com outros estudos epidemiológicos brasileiros, como
Victor et al (2009), Clares et al (2011), IBGE (2013), Felchilcher et al (2015) que
destacaram o este perfil prevalente no sexo feminino, contribuindo para uma má QV.
No que diz respeito às doenças do aparelho circulatório, Marques e Confortin (2015)
comentam que mesmo apresentando diminuição entre os anos de 2003 e 2012, esta
doença crônica ainda é a principal causa de internação, sobretudo entre mulheres,
que exibiram maior taxa de internações em 2012.
Assim, nossos dados juntamente com os da literatura existente, reforçam o
peso das doenças crônicas o que nos remete a uma atenção voltada à população
em estudo, pois a tendência dos próximos anos, provavelmente, é de seu aumento
expressivo e como consequência, maiores internações demandando maiores gastos
públicos.
Tabela 3 – Distribuição da amostra por faixa etária das doenças segundo Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, Jd. Rincão-SP, 2016.
VARIÁVEL CODIGO CATEGORIA
50
-59
60
-69
70
-79
>8
0
TO
TA
L
n % n % n % n % n %
Doença do Aparelho
Circulatório DAC
Sim 12 75 74 72,5 43 72,9 11 84,6 140 73,7
Não 4 25 28 27,5 16 27,1 2 15,4 50 26,3
Endócrinas e metabólicas
DEM Sim 10 62,5 63 61,8 39 66,1 9 69,2 121 63,7
Não 6 37,5 39 38,2 20 33,9 4 30,8 69 36,3
Doença do Sistema
Osteomuscular e tecido
Conjuntivo
DSOC
Sim 8 50 63 61,8 26 44,1 9 69,2 106 55,8
Não 8 50 39 38,2 33 55,9 4 30,8 84 44,2
Outras Doenças
OD Sim 3 18,8 32 31,4 16 27,1 6 46,2 57 30
Não 13 81,2 70 68,6 43 72,9 7 53,8 133 70
Doença no Aparelho
Respiratório DAR
Sim 4 25 19 18,6 9 15,3 2 15,4 34 17,9
Não 12 75 83 81,4 50 84,7 11 84,6 156 82,1
66
No entanto, não bastassem os problemas relacionados anteriormente,
Ferreira et al (2010) além de identificar doenças circulatórias mais prevalente nas
mulheres em seu estudo, apontaram ainda a prevalência de tabagismo, consumo de
álcool e sedentarismo. Esta observação nos alerta sobre os cuidados e orientação
não só sobre a recomendação, acompanhamento das doenças, mas a promoção de
hábitos saudáveis para a população.
Segundo Secoli (2010) a decorrência de doenças crônicas constitui-se em
uma epidemia medicamentosa entre a população que possui idade cronológica
avançada. Sua consequência tem impacto no âmbito clínico e econômico no que
repercute na segurança dos que consomem.
Diante da lei de nº 9,080, de 1990, o SUS prevê a execução de ações de
assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica, tendo como diretriz a
universalização do acesso com equidade e integralidade das ações e serviços de
saúde (BRASIL, 1990). Entretanto, apenas em 1998 foi aprovada a Política Nacional
de Medicamentos (PNM) que mais tarde em 2004 foi substituída pela Política
Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) que busca garantir a segurança,
eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e acesso a
população aqueles considerados essenciais (BRASIL, 2002).
Essa regulamentação contribui para o tratamento de doenças crônico-
degenerativas e saúde mental, morbidades estas que apresentam prevalência
crescente no Brasil em decorrência das alterações causadas pelo envelhecimento
da população. Parte destas alterações, Secoli (2010) comenta em sua revisão
literária que é devido à vulnerabilidade das mulheres aos eventos adversos
relacionados ao uso de medicamentos. Embora o uso de medicamento seja
essencial para a manutenção e sobrevivência do ser humano, Secoli (2010) nos
alerta sobre os prejuízos e desfechos negativos quanto ao acúmulo de
medicamentos utilizados pelos idosos.
Nessa linha de raciocínio, podemos inferir sobre a possível complicação
advinda da quantidade de medicamentos utilizada pelas mulheres, acarretando
possíveis reincidências de consultas aos serviços de saúde. Mesmo assim, Murray e
Callahan (2003) ressaltam que o uso de medicamento está entre as intervenções
67
mais utilizadas e de grande valor no tratamento de doenças em idosos, oferecendo
sobrevida e melhorando a qualidade de vida.
Considerando a análise por faixa etária, observamos nesta investigação que
as pesquisadas consomem entre em média 3 a 4 tipos diferentes de medicamentos.
Além disso, após a análise estatística da Anova Fator Único, não houve diferença
estatisticamente significativa entre as faixas etárias (p=0,581) apresentando uma
homogeneidade neste aspecto (Tabela 4).
Diante dos dados encontrados durante a busca na literatura, evidenciamos
diferenças sobre a quantidade de medicamentos de acordo com a faixa etária, sexo,
local e área de residência. E entre eles destacamos o estudo de Costa et al (2011)
realizado em Campinas-SP, que além de constatar o maior consumo médio de
medicamentos entre as mulheres, os autores detectaram que o consumo médio
aumenta com o avanço da idade cronológica. Destacamos a faixa etária acima de 70
anos, que apresentou valor médio de 3,55 tipos de medicamentos, próximos ao
nosso estudo.
Já nos estudos de Simões e Falvo (2000) e Lago et al (2016), identificaram o
valor médio de 2,6 e 2,53 tipos diferentes de medicamentos consumidos por idosos
em Araraquara-SP e Distrito Sanitário Santa Luzia-MG respectivamente. Pereira et
al (2010), evidenciou que as mulheres com uma idade média de 64,7 anos são as
principais usuárias farmacológicas com 4 tipos de medicamentos na cidade de Ijuí-
RS. Já o estudo de Filho et al (2004) composto pela predominância feminina (64%)
detectou entre os pesquisados acima de 65 anos de idade, uma proporção de 60,7%
de idosos usando pelo menos um tipo de medicamentos prescrito em áreas
Tabela 4 – Média e desvio padrão sobre a quantidade de medicamento por faixa etária, Jd. Rincão, 2016.
Categoria M DP F P
50-59 3,75 1,69
0,655 0,581 60-69 3,16 1,62
70-79 3,28 1,7
>80 3,46 1,33
68
periféricas, 67,5% em áreas intermediárias e 80,3% áreas central. Quanto à
quantidade de medicamentos prescritos por idosos foi de 1,3 medicamentos em
áreas periféricas, 2,3 em áreas centrais e 1,5 em áreas intermediárias no município
de Fortaleza-CE.
Pizzol et al (2012) ao avaliar o uso de medicamentos entre 811 pessoas
acima de 60 anos moradores de áreas urbanas e rurais no município de Carlos
Barbosa – RS, encontrou o valor médio de uso contínuo de medicamentos maior
entre mulheres e em ambas as áreas e ainda, este consumo aumenta para aquelas
que possui mais idade, sem companheiro, com maior escolaridade, e no geral, para
a população que vivia nas áreas urbana.
É interessante observar no presente estudo, a presença de uso de
medicamento em todas as faixas etárias e ainda, ao tecermos comparações entre os
grupos observa-se que não foi evidenciada diferença estatisticamente significativa.
Identificamos no estudo de Codogno et al (2012) uma reflexão e alerta sobre
interesse da área científica em relacionar diversos custos à saúde com a prática de
atividade física somente a partir de 2006. Neste sentido, o estudo de Codogno et al
(2012) na região de Bauru-SP com usuários de medicamentos com idade média de
60±9 anos de duas UBS’s: Vila Cardia e Otávio Rasi, utilizando características
retrospectivas através do questionário de Atividade Física Habitual de Baecke e
Anamnese, apontou que os pacientes ativos apresentaram menores gastos com o
tratamento farmacológico em relação aos sedentários. Vê-se que é necessário
estimular todas as faixas etárias da população de ambos os sexos à prática regular
de atividade física (LAGO et al 2016).
Outro fato marcante relacionado ao uso concomitante de medicamentos, se
dá pelo possíveis problemas decorrentes. Segundo Secoli (2010) a administração
concomitante de medicamentos possui uma probabilidade aumentada de três a
quatro vezes o risco de quedas, sendo de 13% quando estão associados a dois
medicamentos e de 82% para sete ou mais. Além disso, Gawryszewski et al (2010),
comentaram que dentre os fatores de risco associados às quedas estão os fatores
extrínsecos associados à qualidade e intensidade da iluminação, superfícies
irregulares, tapetes soltos, condições e riscos associados às próprias atividades que
o individuo realiza. Já os fatores intrínsecos podem ser adjuntos a redução da força
69
muscular, alterações de equilíbrio, modificações no padrão da marcha, déficit visual,
perdas funcionais e cognitivas são decorrentes do processo de envelhecimento e/ou
doenças.
Ao avaliar 1667 pessoas acima de 65 anos residentes em uma comunidade
no município de São Paulo em um estudo dividido em dois cortes transversais com
intervalo de 1 ano, Perracini e Ramos (2002) identificaram que 30% dos idosos
afirmaram ter caído no primeiro inquérito e 29,1% no segundo inquérito. Além disso,
o estudo revelou que as chances de queda recorrente aumentaram entre as
mulheres, os que são viúvos, solteiros ou desquitados, histórico prévio de fratura,
grau de comprometimento nas atividades de vida diária e os que não possuíam a
leitura como atividade de lazer.
Além disso, os estudos de Cruz et al (2012), Dantas et al (2012) e Fhon et al
(2012) apontaram elevada frequência de quedas entre as mulheres e ainda, entre as
idosas com idade maior ou igual a ≥60 anos. Destacamos o estudo de Fhon et al
(2012) que indicam os locais mais frequentes, dentre eles, o pátio, cozinha, quarto e
banheiro.
Assim, a investigação sobre as quedas torna-se de grande relevância devido
à preocupação em sua frequência e consequências em relação à QV. Em nosso
estudo foi evidenciado a predominância de 1-2 quedas na vida, para a faixa etária de
70-79 anos. Em relação às mulheres que relataram nunca ter caído, identificamos
nas faixas etárias entre 50 a 69 e >80 anos concentram as mais frequentes (Tabela
5).
Pensando nas repercussões psicológicas da queda, o estudo de Santos et al
(2013), revelaram que o medo de cair novamente repercute em ser a problemática
mais frequente entre os indivíduos fragilizados e com redução da CF. Destacamos
também o aspecto vulnerável atribuído aos familiares perante às quedas como o ato
de sentar, levantar, tropeçar e descer do ônibus.
Chaimowicz (2013) comenta que aproximadamente 3 a 5% das quedas
originam ferimentos graves, como lesões corto-contusas, hematomas e fraturas.
Vale lembrar que a fratura do fêmur é considerada uma das mais temidas devido a
sua elevada letalidade. Diante disso, devemos estar atentos aos efeitos
70
devastadores na QV das mulheres quando relacionamos a queda, mesmos para
aquelas que não sofreram fraturas (CHAIMOWICZ, 2013).
Assim como Perracini e Ramos (2002), identificamos a necessidade de ações
multidimensionais no que diz respeito às consequências e agravos à saúde para o
individuo, familiares e o Sistema de Saúde, representando maiores custos sociais e
econômicos.
Dentre estas abordagens multidimensionais destacamos o bem-estar
psicológico. A SGV pode ser definida como o bem-estar psicológico que as pessoas
têm em relação a sua própria vida e é afetada mais diretamente pelo nível
socioeconômico, educação, estado civil, atividade da vida diária, interação social,
condições de residência e principalmente pelo nível de saúde percebida
(SPIRDUSO, 1995).
Em nosso estudo, podemos notar que o valor médio da SGV foi de 8,67
(DP=1,88) da SGV. Ao comparar o nível de SGV pelas variáveis: faixa etária
(p=0,825), classe econômica (p=0,721) e pelo nível de escolaridade (p=0,186)
utilizando a análise de variância da ANOVA fator único, foi registrado inexistência de
diferenças estatisticamente significativa entre as categorias de cada variável exceto
na capacidade funcional (Tabela 6). Este valor médio vai ao encontro com os
resultados obtidos no estudo de Santos (2003); Egito et al (2005); Ordonez et al
(2011); Vieira et al (2015); Vieira et al (2015a) que se referem a nível alto de
satisfação com a vida em seus pesquisados.
Tabela 5 – Distribuição de quedas por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.
QUEDAS
Nunca 1-2 3-6 ≥7
IDADE N % N % N % N %
50 a 59 anos 6 37,5 4 25 5 31,2 1 6,2
60 a 69 anos 37 36,3 36 35,3 22 21,6 7 6,9
70 a 79 anos 19 32,2 29 49,2 10 16,9 1 1,7
> 80 anos 6 46,2 2 15,4 2 15,4 3 23,1
TOTAL 68 71 39 12
71
No que diz respeito à faixa etária, destacamos o estudo de Santos (2003) que
avaliou o escore da SGV em 3 grupos com faixas etárias: 20-29, 40-49 e 60 a 69
anos. Nesse estudo não foi observado diferenças entre as faixas etárias. Assim
como o estudo de Egito et al (2005) com faixas etárias divididos em décadas acima
de 50 anos de idade. No entanto, Ordonez et al (2011) revelaram valores médio da
SGV inferior entre os idosos mais velhos quando comparado com os idosos jovens.
Esses autores concluíram que a idade cronológica é um fator determinante para
reduzir o escore médio da SGV. Assim, diante destas características evidenciadas,
notamos que entre as pessoas pertencentes a grupos da mesma faixa etária que
identificam principalmente, as desigualdades em relação a costumes, valores,
experiências sócio-históricas e educacionais podem ocorrer em pessoas vividas em
situações diferentes. Outra característica que nos remete a interpretação se refere
Tabela 6 - Análise estatística da SGV de acordo com faixa etária, classe
social, escolaridade e capacidade funcional, Jd. Rincão-SP, 2016.
Variável Categorias SGV
Média DP F P
Faixa Etária
50-59 8,31 1,77
0,300 0,825 60-69 8,70 1,89
70-79 8,76 1,63
≥80 8,46 2,90
Classificação econômica
D e E 8,3 2,2
0,520 0,721
C2 8,6 1,8
C1 8,6 2,0
B2 9,0 1,3
B1 9,0 2,2
Escolaridade
Analf/E.F. 1 inc. 8,4 2,1
1,137 0,186
EF1 comp./EF2 inc 8,8 1,8
EF2 comp./EM inc 9,3 1,1
EM comp. /ES inc 9,2 1,2
ES 7,5 3,5
Capacidade Funcional
Alta 8,8ᵃ 1,7
6,05 0,005 Média 8,9ᵃ 1,6
Baixa 7,1ᵇ 2,7
Média seguida da mesma letra não diferem entre si.
72
às novas gerações que são mais exigentes e possuem elevada capacidade de
autoajuste, o que facilita a busca de suas metas, recursos e desenvolvimento de
competências interferindo no resultado da sua satisfação com a vida (FREIRE, 2001;
ORDONEZ, 2011).
Em relação à escolaridade, a pesquisa realizada por Vieira et al (2015a)
identificou diferenças no escore médio entre as que possuíam o ensino superior,
ensino fundamental e médio em 111 idosas de 60 a 79 anos da Universidade
Estadual do Piauí.
Neri (2001) citando Diener e Suh (1998) mostra que mesmo com o avanço da
idade e com os problemas de saúde associados à idade, status conjugal e a renda,
o bem-estar subjetivo não declina. Cabe ressaltar que os estudos de Batistoni et al
(2013) e de Ordonez et al (2011) revelaram que indivíduos ingressantes e
frequentadores da Universidade Aberta da Terceira Idade demonstraram ser
altamente satisfeitos com a vida. Assim, podemos inferir que o programa pode ser
um indicador de contribuição para a melhora do bem-estar subjetivo dos idosos.
Além disso, identificamos no estudo de Joia (2007) que a satisfação com a
vida pode refletir as experiências de vida de maneira positiva estabelecidas, em
partes, pelo bem-estar subjetivo individual. E ainda, no estudo de Kinoshita (2012)
identificou uma correlação positiva sobre as doenças crônicas em relação a idade e
negativa com a SGV.
Diante destes achados, resgatamos a visão de Neri (2001) que declara que a
satisfação com a vida parece ser uma variável extrínseca, determinada por
condições da vida pessoal, mas pode ser fortemente influenciada por fatores
internos (sensações). E ainda Daig et al (2009), complementa isso, se
considerarmos que a satisfação com a vida é um balanço entre as expectativas e
desejos e a percepção do estado atual.
Em relação a presente pesquisa, a semelhança evidenciada estatísticamente
dos valores médios identificados na faixa etária, nível de escolaridade e classe
social, possivelmente está atrelada ao fato de que todas as mulheres pertencem à
mesma comunidade, o que as tornam com certa semelhança nas adversidades
sociais, favorecendo o nível de relacionamento social e autonomia, contribuindo para
uma melhor percepção do bem-estar subjetivo.
73
Na análise dos valores médios da SGV em relação às variáveis atribuídas a
capacidade funcional (Tabela 6) foi constatada que não houve diferença significativa
da SGV entre os grupos de CF alta e média. Mas o grupo com a capacidade
funcional baixa mostrou a nota média de SGV inferior ao grupo com capacidade
funcional alta e média. Assim, a perspectiva de perda da capacidade física
apresenta-se como um fator agravante, pois indivíduos que possuem idade
cronológica mais avançada podem ser mais vulneráveis e temerem necessitar de
auxilio para manter suas atividades.
Segundo Freire (2001) as alterações mentais e físicas podem diminuir
dependendo da concepção que o idoso tem do envelhecimento, das suas alterações
e de si e da satisfação com a vida. Assim, podemos concluir que as alterações
mentais e físicas, influenciam a qualidade de vida dos idosos, no qual depende de
uma inter-relação de múltiplos fatores, sendo fortes influências dos hábitos de vida
de cada pessoa, da atividade física, da dieta, do comportamento preventivo, da
percepção de bem-estar, das condições físicas e ambientais, da renda, da
percepção subjetiva de saúde, do relacionamento familiar, das amizades e dos
aspectos espirituais religiosos (CONDE, 2004).
E nesse contexto, cabe-nos ressaltar que alguns estudiosos vêm de fato
contribuindo na identificação de danos funcionais em decorrência do processo de
envelhecimento e sua consequência natural como os altos índices de processos
patológicos, fato evidenciado devido às alterações implicadas na vulnerabilidade.
Segundo Netto (1996), a precária condição socioeconômica exposta associa-
se as múltiplas afecções concomitantes, as perdas não raras de autonomia e
independência, dificuldade de adaptação do idoso às exigências do mundo
moderno, que levam o velho ao isolamento social. Nos dias atuais estamos
vivenciando a problemática de que um quarto dos idosos é afetado pela
incapacidade funcional.
Os dados de Lima-Costa et al (2003) corroboram com esta afirmação ao
identificar a incapacidade dos idosos em poder alimentar-se, tomar banho ou ir ao
banheiro. Já o estudo de Chaimowicz (2013) citando o estudo do grupo SABE,
mostrou que praticamente um quinto dos idosos necessitava de auxilio para realizar
74
pelo menos uma ABVDs, afetando a sobrevivência e QV. E ainda, estudo citou que
a necessidade era maior entre as mulheres e os mais idosos.
Bispo et al (2012) e Barbosa et al (2014) verificaram que 61,9% dos 286
idosos pesquisados eram mulheres cadastradas no programa de Estratégia de
Saúde da Família- ESF e independentes. Em nosso estudo, foi identificada a
prevalência de mulheres capazes de realizar ABVD e AIVD de forma moderada nas
faixas etárias entre 50 e 79 anos. No entanto, nota-se declínio físico mais presente
nas faixas etárias mais avançadas (>80 anos), visto na Tabela 7.
Levando em consideração a mesma aplicação metodológica, foi observado
que nossos achados corroboram com o estudo de Cavalcante et al (2014). Os
autores identificaram em um grupo de 30 pessoas acima de 60 anos cadastradas
em um Sistema Único de Assistência Social - SUAS e com predominância do sexo
feminino, a prevalência de mulheres com a capacidade funcional moderada e ainda,
com índices baixos ao comparar com os dos homens.
Além das questões mencionadas até o momento, outros fatores precisam ser
considerados, tais como os hábitos saudáveis. Em nossa casuística observamos em
nosso estudo a frequência elevada de mulheres que nunca fumaram e consumiram
bebida alcóolica. Contudo, destacamos a faixa etária de 60-69 anos que dentre o
grupo de ex-fumante é a que se destaca com (57,8%) e fumante (55%). Isto pode
ser visto na Tabela 8.
Tabela 7 – Distribuição da Capacidade Funcional por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016
Capacidade Funcional
Baixa Moderada Alta
IDADE N % N % N %
50 a 59 anos 0 0 10 62,5 6 37,5
60 a 69 anos 9 8,8 72 70,6 21 20,6
70 a 79 anos 6 10,2 42 71,2 11 18,6
≥ 80 anos 6 46,2 6 46,2 1 7,7
TOTAL 21 11,1 130 68,4 39 20,5
75
Segundo Edwards (2004) o uso do tabaco é um dos principais causadores
evitáveis de morte e incapacidade, e é considerada uma das maiores ameaças à
saúde atual e futura. Cerca de 80% dos fumantes vivem em países de baixa e média
renda. Contudo, o autor ainda menciona que o consumo de tabaco vem diminuindo
na população em geral. No entanto, Edwards (2004) em seu estudo de revisão já
vinha apontando o aumento da adoção de consumo de tabaco entre as mulheres. E
tal fato, se igualou perante os sexos na pesquisa evidenciada por Chaimowicz
(2013), que apontou diminuição do hábito de consumir tabaco nos homens, mas não
entre as mulheres e se igualou dentre os adolescentes.
Assim, Chaimowicz (2013) prevê um novo perfil de doenças que são
relacionadas ao tabagismo para as próximas gerações como vem ocorrendo nos
países da Europa. Observa-se que nos últimos 25 anos as taxas de mortalidade por
neoplasias da traqueia, brônquios e pulmões já vêm declinando acentuadamente
dentre os homens de 30 a 70 anos, mas aumentando nas mulheres da mesma faixa
etária (CHAIMOWICZ, 2013).
Em outro estudo de revisão coordenado por Warburton et al (2006) foi
mostrado que a hipertensão arterial, obesidade, colesterol, consumo de álcool, de
tabaco e o sedentarismo são fatores contribuintes para o agravo das doenças
crônicas. Mas, a prática de atividade física de maneira regular é capaz de prevenir e
Tabela 8 – Distribuição quanto ao hábito de fumar e consumo de bebida alcoólica por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.
Variável Categoria
50
-59
60
-69
70
-79
≥80
TO
TA
L
n % n % n % n % n %
Tabagismo
Fuma 4 2,1 11 5,8 3 1,6 2 1,1 20 10,5
Ex-Fumante 4 2,1 26 13,7 11 5,8 4 2,1 45 23,7
Nunca fumou 7 3,7 63 33,2 44 23,2 7 3,7 121 63,7
Não respondeu
1 0,5 2 1,1 1 0,5 0 0 4 2,1
Álcool
Sim 6 3,2 13 6,8 3 1,6 0 0 22 11,6
Não 10 5,3 89 46,8 65 29,5 13 6,8 168 88,4
76
interagir de maneira positiva sobre os fatores de risco (WARBURTON et al, 2006).
Além disso, segundo WHO (2015) dentre os benefícios proporcionados à prática de
atividade física estão capacidade física e mental com a preservação da força
muscular, função cognitiva, redução da ansiedade, da depressão e melhorar a
autoestima, redução dos riscos de enfermidades como cardiopatia, diabetes e
acidentes cerebrovasculares e ainda, melhora a resposta social contribuindo como
facilitador na participação da comunidade, redes sociais e vínculos intergeracionais.
Apesar dos claros benefícios da prática de atividade física, a proporção de
pessoas que pratica diminui com a idade (WHO, 2015). Em nosso, mesmo
apresentando perda de 1 (um) pesquisado devido ao preenchimento inadequado do
questionário de Atividade Física Habitual, observamos que entre as diferentes
categorias disponibilizadas pelo questionário, podemos perceber que não houve
uma diferença estatística significativa entre as diferentes faixas etárias nos domínios
AFO (p=0,073), EFL (p=0,545) e AFLL (p=0,079).
No entanto, ao correlacionar os escores do presente estudo com a literatura,
observamos no estudo de Garcia et al (2013) valores inferiores apenas no domínio
AFLL e valores superiores no domínio de AFH com escore médio 7,85 na AFH. Vale
lembrar, que a pesquisa de Garcia et al (2013) foi desenvolvida com uma população
predominantemente feminina (69%) com idade mínima de 19 e máxima 73 anos,
com participantes da pesquisa “Ambiente Ativo” que visa avaliar intervenções para a
Tabela 9 – Distribuição dos escores da AFO, EFL e AFLL por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.
AFO EFL AFLL
Idade N Mín. Média Máx. F P Mín. Média Máx. F P Mín. Média Máx. F P
50 a 59 15 2,50 3,04 3,38
2,326 0,073
1,50 1,85 2,25
0,714 0,545
2,25 3,08 3,75
2,297 0,079
60 a 69 100 2,25 2,94 4,13 1,00 1,73 4,00 1,50 2,89 4,00
70 a 79 58 2,13 2,82 3,75 1,00 1,75 3,25 2,00 2,87 3,75
≥ 80 13 2,25 2,89 3,25 1,00 1,61 2,50 2,00 2,69 3,25
AFO-Atividades físicas ocupacionais; AFL - Exercícios físicos no lazer; AFLL - Atividades físicas no lazer e
locomoção; *Análise realizada a partir da média.
77
promoção da atividade física no Sistema Único de Saúde pela Estratégia de Saúde
da Família na comunidade de Ermelino Matarazzo.
Em relação aos aspectos culturais disponibilizado pelo domínio AFO, o estudo
de Codogno et al (2015) observou que mesmo tendo conquistado espaço no
mercado de trabalho, as mulheres com idade acima de 50 anos continuam a ser as
principais responsáveis por tarefas domésticas, justificada pelo escore superior nas
atividades ocupacionais.
Na tabela 10 podemos observar os valores mínimos, médio e máximo, dados
a partir da soma das categorias atribuídas a AFH por faixa etária. Após a análise
estatística, concluímos que os valores médios do Índice de AFH por faixas etárias
não possuem diferenças estatísticas (p=0,051) e com assim, podemos observar uma
homogeneidade entre as pesquisadas de diferentes faixas etárias.
Embora não tenha havido diferença significativa o Índice de AFH quando
comparada pela idade em todos os domínios de AFH, o presente estudo optou por
classificar os pesquisados divididos em percentil de acordo com seus respectivos
escores de AFH sendo: baixo índice (≤P25), índice mediano (≥P25 e ≤P75) e alto
índice (≥P75), por faixa etária (GARCIA et al, 2013) (CODOGNO et al 2015a).
Na Tabela 11 apresentamos a classificação, quantidade de participantes e
percentuais por faixa etária. Após a caracterização, nota-se a prevalência da
população estudada no índice mediano.
Tabela 10 – Distribuição dos escores de AFH por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.
Atividade Física Habitual (AFH)
Idade N Mínimo Média Máximo F* P*
50 a 59 anos 15 7,13 7,97 8,75
2,636 0,051 60 a 69 anos 100 5,75 7,57 11,0
70 a 79 anos 58 5,63 7,46 9,63
≥ 80 anos 13 6,5 7,20 7,75
*Análise realizada a partir da média
78
Florindo (2000) comenta que as atividades físicas e os exercícios físicos
estão entre as melhores estratégias de intervenção em Saúde Pública,
principalmente por atuarem diretamente na prevenção e tratamento das quedas,
doenças endócrinas e metabólicas, aparelho respiratório, aparelho circulatório e no
Sistema Osteomuscular e Tecido Conjuntivo, contribuindo para a melhora da QV.
Além disso, indivíduos com escore baixo de atividade física habitual possui maior
Tabela 11 – Distribuição da AFH categorizado por Faixa etária,
Jd. Rincão-SP, 2016.
Idade Categoria N %
50 a 59 anos
Baixo índice (< 7,50) 4 26,7
Índice Mediano (7,51 – 8,62) 7 46,7
Alto Índice (> 8,63) 4 26,7
60 a 69 anos
Baixo índice (< 7,03) 25 25
Índice Mediano (7,04 à 8,09) 50 50
Alto Índice (>8,10) 25 25
70 a 79 anos
Baixo índice (<7,09) 14 24,1
Índice Mediano (7,10 à 7,87) 30 51,7
Alto Índice (>7,88) 14 24,1
≥ 80 anos
Baixo índice (<6,87) 2 15,4
Índice Mediano (6,88 à 7,62) 7 53,8
Alto Índice (>7,63) 4 30,8
79
probabilidade de ser inseridas em grupos com despesas mais elevado de saúde
(CODOGNO et al, 2015).
Em se tratando de indivíduos ativos e sedentários, acima de 50 anos, ambos
os sexos e que passaram por uma intervenção invasiva de revascularização do
miocárdio (RM), Nery e Barbisan (2010) identificaram que nos escores superiores de
AFH (Ativos), os indivíduos apresentaram quadro de menor incidência de eventos
em decorrência das complicações circulatórias e tempo de internação hospitalar
através da prática de exercícios. Além disso, o estudo de Santos et al (2016)
constataram que quanto menos o escore de AFH, maiores foram as chances dos
pesquisados de ambos os sexos de possuírem pouca força muscular.
Desta maneira, além de visualizar um contexto geral entre as gerações
definidas por faixas etárias nos diferentes domínios da AFH, podemos verificar os
desdobramentos gerados para aqueles que possuem baixo, médios e elevados nível
de atividade física.
5.3 O comportamento das variáveis: grupos de faixa etária, quedas,
doenças, características do estilo de vida e a capacidade funcional sob o olhar
da Análise de Correspondência Múltipla.
Diante dos resultados obtidos até o momento, passamos a analisar as
variáveis que apresentam características de agravos à saúde relevantes na literatura
com sua frequência elevada e diferença estatisticamente significativa entre as faixas
etárias, e selecioná-las para compor à ACM. A partir disso, identificamos 11
variáveis que juntas somam 30 categorias que podem ser observadas na tabela 12.
Tabela 12 - Descrição das variáveis incluídas na ACM
(Continua)
Variáveis Categorias Codificação Total de
Categorias
Faixa Etária
50-59 G1
4 60-69 G2
70-79 G3
≥80 G4
Doenças
Endócrinas e metabólicas Possui s
2 Não n
80
Tabela 12 - Descrição das variáveis incluídas na ACM (Continuação)
Variáveis Categorias Codificação Total de
Categorias
Doença no aparelho
Respiratório
Possui s 2
Não n
Doença do aparelho
Circulatório
Possui s 2
Não n
Doença do sistema
osteomuscular e tecido
conjuntivo
Possui s
2 Não n
Outras doenças Possui s
2 Não n
Capacidade Funcional
Baixa b
3 Moderada m
Alta a
Atividade Física Habitual
Baixo Índice b
3 Índice Mediano m
Alto Índice a
Tabagismo
Fuma s
4 Ex-fumante ef
Nunca fumou n
Não respondeu nrd
Consumo de bebidas Álcool s
2 Não consome n
Quedas
Nunca n
4 Quedas 1-2 1-2x
Quedas 3-6 3-6x
Quedas ≥7 ≥7x
Identificadas a quantidade de variáveis e categorias, passa-se a analisar os
dados através de orientações estatísticas que será apresentada em 4 etapas. Na
primeira etapa, consiste em selecionar as dimensões e construir as representações
gráficas que irá compor nosso estudo, e para auxiliar a seleção, são disponibilizados
dois indicadores: a inércia e as medidas de discriminação das variáveis
(CARVALHO, 2008).
Vale lembrar que o conjunto dessas dimensões, é definido como espaço
multidimensional e, apesar de serem habituais duas ou três dimensões, torna-se
necessário validar a sua escolha. Para isso, passamos a analisar seus respectivos
valores de inércia que pode variar entre 0 e 1, sendo quanto mais próximo do limite
superior mais variância é explicada por dimensão (CARVALHO, 2008).
81
Assim, Carvalho (2008) nos orienta que para visualizar e analisar os valores
de inércia decrescentes disponibilizados por cada dimensão convém solicitar o
número máximo de dimensões através do total de variáveis que possui dados
completo (V) subtraída pelo total de categorias (C). Assim, identificamos em nosso
estudo V= 30 com nenhuma das variáveis registrando não respostas e C=11,
obtemos um total de 19 dimensões na análise. Para ilustrar e obter uma melhor
compreensão, o presente estudo identificou através do Gráfico 1 e Tabela 13, e
podemos concluir um decréscimo mais acentuado a partir da dimensão 2. Assim, as
duas primeiras dimensões são as mais representativas em termos de inércia.
Figura 1 – Declive dos valores de inércia.
Com isso, podemos inferir que a dimensão 1 é de 18,3% (0,183) e a
dimensão 2 é de 15,7% (0,157) e juntas formam 34% da distribuição das variáveis
no espaço.
Na segunda etapa, passa-se a analisar as medidas de discriminação.
Carvalho (2008) recomenda visualizar os valores de cada variável em cada
dimensão para identificar os valores elevados e baixos, sendo: quanto mais alto
representa ser de características distintas, e os valores baixos ser de grupos
homogêneos. Assim, com as características apresentadas em negrito na Tabela 14
e com as destacadas através de formato geométrico na Figura 2, foi possível
Dimensão Inércia
1 0,183
2 0,157
3 0,147
4 0,117
5 0,115
6 0,105
7 0,098
8 0,089
9 0,088
10 0,084
11 0,081
12 0,076
13 0,071
14 0,069
15 0,058
16 0,055
17 0,053
18 0,042
19 0,041
Total 1,727
Média 0,091 Número de Dimensões
Tabela 13 – Descrição da Inércia por
dimensão
82
identificar que as variáveis capacidade funcional, as doenças do aparelho
circulatório, respiratório, endócrinas e metabólicas, do tecido osteomuscular e tecido
conjuntivo, outras doenças e quedas é melhor explicada na Dimensão 1. Já a faixa
etária, características dos hábitos e atividade física habitual é melhor explicado na
Dimensão 2.
Na perspectiva de sustentar as variáveis em suas respectivas dimensões,
passamos a analisar as pontuações de cada variável, e podemos identificar por meio
da Tabela 14, que a capacidade funcional, doenças do aparelho respiratório,
endócrinas e metabólicas, outras doenças e quedas, possuem valores de
discriminação superior ao valor da inércia da dimensão 1 (0,183), e para a dimensão
2 as variáreis faixa etária, fumo e álcool com valores de discriminação superiores a
0,157.
Tabela 14 - Medidas de discriminação
Variável Dimensão
1 2
Faixa etária 0,154 0,406
Autoavaliação da capacidade funcional 0,203 0,143
Fuma 0,260 0,414
Álcool 0,006 0,482
Doença do Aparelho Circulatório 0,202 0,003
Doença no Aparelho Respiratório 0,176 0,001
Doenças Endócrinas e/ou metabólicas 0,176 0,012
Doença do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo 0,392 0,017
Outras doenças 0,242 0,007
Quedas 0,195 0,095
Atividade física habitual 0,006 0,146
Total ativo 2,012 1,728
% de variação 18,295 15,71
Valores de referência: Dimensão 1=0,183 / Dimensão 2 =0,157
83
Figura 2 – Medidas de discriminação
Em relação às variáveis com valores de discriminação baixa, Carvalho (2008)
recomenda que ao mesmo tempo em que se deva dar importância à consistência
numérica das variáveis, deve-se levar em conta a explicação teórica por cada item.
Assim, passou-se a considerar as doenças respiratórias, endócrinas e metabólicas
devido à proximidade de sua pontuação com o valor da dimensão 1, além disso, a
sua permanência se dá pelas evidências apontadas pelo PNS (2013) como uma das
DCNT mais impactantes da população que está com idade cronológica avançada,
consideramos pertinente a permanência destas variáveis na análise.
Em relação a Dimensão 2, destacamos duas importantes características para
que permaneça a variável atividade física habitual. A primeira se dá pela
proximidade de pontuação, e a segunda, por conta da importância de pesquisas
sobre o “estilo de vida”, que além do tabaco, passou a incluir o consumo de bebidas
alcoólicas e atividade física como forma sistemática do controle de comorbidades
(IBGE, 2014).
Após examinar os valores das variáveis a partir das medidas de
discriminação, passa-se para a 3ª etapa caracterizada como observação das
coordenadas de centroide.
Para Carvalho (2008) o processo de quantificação das categorias de cada
variável “Coordenadas de Centroide” se dá pelo valor da medida de discriminação
84
da sua respectiva variável. Seu valor quantifica a variância de cada variável. Vale
lembrar, que os resultados podem registrar valores de dispersão semelhantes,
ocasionando semelhanças entre si, além disso, a leitura das quantificações pode
aferir a especificidade das relações e oposições através dos sinais (CARVALHO,
2008).
Assim, para facilitar a apresentação das dimensões via categorias, interpretá-
las e classificá-las, passou-se a observar na Tabela 15 suas quantificações, e em
seguida, tomando como referência os sinais para que sejam organizadas de forma
hierárquica as Figuras 2 e 3.
Tabela 15 – Quantificação da coordenada de centroides nas dimensões 1 e 2
(Continua)
VARIÁVEIS
CC
1 2
Faixa etária
G1 0,452 1,726
G2 -0,053 0,160
G3 0,255 -0,596
G4 -1,296 -0,674
Doenças Endócrinas e metabólicas
p -0,317 -0,083
np 0,556 0,145
Doença no Aparelho Respiratório
p -0,900 0,061
np 0,196 -0,013
Doença do Aparelho Circulatório
p -0,269 -0,035
np 0,752 0,099
Doença do Sistema Osteomuscular e tecido Conjuntivo
p -0,558 0,118
np 0,704 -0,148
Outras Doenças
p -0,751 0,131
np 0,322 -0,056
Capacidade Funcional
b -1,258 -0,439
m. 0,111 -0,146
a. 0,306 0,724
85
Tabela 15 – Medidas das coordenadas de
Centroides nas dimensões 1 e 2 (Continuação)
VARIÁVEIS CC
1 2
Atividade Física Habitual
b -0,020 -0,505
m -0,114 -0,181
a 0,077 0,384
Hábitos Saudáveis
Fumo
s 0,217 1,723
n 0,044 -0,335
ex -0,488 0,220
nrd 3,065 -0,947
Álcool
c 0,217 1,919
nc -0,028 -0,251
Quedas
nc 0,364 -0,186
1-2 0,141 -0,186
3-6 -0,548 0,526
>7 -1,115 0,447
CC - Coordenadas de Centroides nas dimensões
Durante a análise da Figura 3 podemos observar que a dimensão 1 diferencia
para os que não possuem doença, independência física e poucas quedas com suas
quantificações positivas, e em oposição, observa-se a presença de vários tipos de
doenças, dependência física e elevada quantidade de quedas com as quantificações
negativas. Assim, com as características apresentadas no sinal positivo
classificamos de baixa vulnerabilidade, e o lado oposto sinal negativo como alta
vulnerabilidade.
86
Ao analisar as posições relativas das categorias dos múltiplos indicadores da
Figura 4, podemos observar que o lado positivo foi composto pelos grupos G1 e G2,
possuir hábitos de fumar, ser ex-fumante e consumo de bebidas alcoólicas e
elevada nível de AFH. Em oposição observamos os grupos G3 e G4, não fumar, não
beber, nível baixo e mediano de AFH. Diante destas características apresentadas na
dimensão 2 optamos por classificá-las características do estilo de vida.
+
Figura 3 - Dimensão 1 composto por Doenças, Capacidade Funcional e Quedas.
Livre
Independente
Possui
Dependente
Alto
Doenças
Capacidade Funcional
Quedas
+
+
=
Baixa Alta Vulnerabilidade
+
Baixo
=
(Não possui doenças); (CFm; CFa); (nunca
caiu; 1-2 quedas)
NEGATIVO POSITIVO
(Possui doenças);
(CFb); (3-6 quedas;
>7 quedas)
87
Após estas verificações, é possível partir para a etapa 4 para analisar as
possíveis associações entre as variáveis através da interpretação gráfica.
Inicialmente, podemos perceber que o lado esquerdo da Dimensão 1 possui apenas
as categorias negativas classificada como: alta vulnerabilidade, e o lado direito, as
positivas classifica como baixa vulnerabilidade. Já na Dimensão 2 podemos notar
que os valores negativos estão na porção inferior do gráfico e em oposição a
superior ambas classificadas como características do estilo de vida. Assim, foi
possível identificar 4 grupos da nossa amostra com características diferentes.
Ao analisar o perfil da faixa etária de 50 a 59 anos de idade identificada como
G1, podemos perceber uma associação com a ausência de doenças, alta
capacidade funcional, nível elevado de Atividade física habitual, porém, com hábitos
de fumar e beber.
Figura 4 – Dimensão2composto por Faixa etária, AFH
e Hábitos Saudáveis 1
Gru
po
AFH
Esti
lo d
e V
ida
Baix
a e
Mé
dia
E
levada
Hábitos n
ão
saudáveis
G3;
G4
G1;
G2
Hábitos
saudáveis
POSITIVO
NEGATIVO
(G1; G2;); (AFHa); (Fuma, Ex-Fumante);
(Consome Álcool)
(G3; G4); (AFHb; AFHm); (Não fuma; Não
respondeu); não consome bebida alcoólica)
88
Figura 5 – Mapa de associações entre agravos à saúde por grupo de faixa etária
Legenda: Álcool (c - consumidor / nc-não consumidor) Fumo (s – sim / n – não /ex - ex_fumante);
Doenças Endócrinas e Metabólicas (p – possui / np - não possui); Doenças Respiratórias (p - possui /np -
não possui); Doenças Circulatórias (p – possui / np - não possui); Doenças do Sistema Osteomuscular e
Tecido Conjuntivo (p – possui / np - não possui); Outras Doenças (p – possui / np - não possui); Capacidade
Funcional (b – baixa / m – média / a - alta); Atividade Física Habitual (b – baixa / m – mediano / a - alto);
Quedas (nc - nunca caiu/ 1-2 -histórico de 1 à 2 quedas / 3-6 - Histórico de 3 à 6 quedas / >7 - histórico de ≥7
quedas); Grupos (G1 – 50 a 59 anos / G2 – 60 a 69 anos/G3 – 70 a 79 anos / G4 - ≥80 anos); Associação
1; Associação 2; Associação 3; Associação 4.
Em relação aos hábitos (fumar e beber) encontrados neste grupo, condiz com
a literatura disponibilizada pela IBGE (2013), que identifica como sendo uma
realidade atual vivenciada de forma mais frequente nas faixas etária jovem, entre 40
a 59 anos. Assim lembramos que o conhecimento sobre o período de menopausa
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Características do Estilo de Vida
Características do Estilo de Vida
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5,7
%
Dimensão 1 – 18,3%
89
ocorre no período de 45 a 50 anos, fato que se torna imprescindível a adoção de
medidas visando obter uma melhor qualidade de vida durante e após o climatério
BRASIL (2004). Acreditamos que esta evidência se caracteriza em ser um grande
desafio para gestores, profissionais e pesquisadores do campo, principalmente por
apresentar uma característica de hábitos não saudáveis de intensa modificação no
ser humano, influenciando os sobrerriscos de morbimortalidade ao completarem
outra década de vida.
Já no grupo G2, observamos uma associação com ex-fumantes, elevada
quantidade de quedas, baixa capacidade funcional, nível mediano de atividade física
habitual, possuir doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo, do aparelho
respiratório e de outras doenças. Este perfil nos remete a refletir sobre uma geração
que possivelmente aderiu a hábitos saudáveis pelo fato do surgimento de diversas
doenças crônicas que podem estar relacionadas ao tabagismo e, além disso,
destacamos as ações do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT)
liderada pelo Ministério da Saúde, que visa reduzir a prevalência em até 30% de
fumantes no país, e consequentemente as morbimortalidades causadas por doenças
relacionadas ao uso do tabaco.
Em relação às quedas, índice mediano de AFH e baixa capacidade funcional,
revelou ser um panorama preocupante, ilustrado principalmente pela elevada
quantidade de quedas. Pensando nas possíveis consequências em decorrência a
queda, Decullier et al (2010) propõem uma ação baseada em abordagens
interdisciplinar com destaque para prática regular de atividade física. Esta
característica vem sendo alvo de diversas ações entre a população idosa como
Agita São Paulo, Agita Mundo e Projeto Sênior para a Vida Ativa.
Já para o grupo G3 possui uma associação com a capacidade funcional
média, nunca caiu, 1 – 2 quedas, hábitos saudáveis (não fumar e beber), baixo nível
de Atividade Física Habitual e livre de doenças. A associação para um perfil de
Capacidade Física Média nesta faixa etária, corrobora com as características de
uma população acima de 75 anos segundo estudo de Barbosa et al (2014). Tal fato,
Flechine e Trompieri (2012) declaram como marcador do processo de
envelhecimento. Com isso, reforçamos a extrema necessidade de não apenas
90
observar as alterações voltadas a CF junto às enfermidades, mas também a
manutenção das condições de funcionalidade sobre as faixas etárias.
Além disso, notamos que o nível de Atividade Física Habitual pode ser um
grande indicador de limitações físicas, pois nota-se no mapa, que conforme ocorre
queda na classificação da atividade física habitual observa-se queda nos níveis de
Capacidade Funcional acompanhada com a crescente evolução da idade
cronológica. Esta relação vem sendo percebida e destacada em algumas pesquisas
científicas, o que nos permite relacionar as grandes repercussões nas demandas por
politicas públicas para que se proporcione um envelhecimento mais satisfatório em
termos quantitativo e qualitativo. Neste sentido, segundo dados do OMS (2005) a
quantidade de pessoas acima de 80 anos no mundo deve quadruplicar nos próximos
33 anos. Segundo dados do IBGE (2011) a população brasileira acima de 80 anos é
composta por 2.935.585, destes 61,4% são mulheres que estão em maior número
na maioria dos Estados do Brasil.
Mesmo sendo representada por 6,8% em nosso estudo. O grupo com idade
>80 anos (G4) está associado com baixa capacidade funcional, nível mediano de
Atividade física habitual, doenças metabólicas, circulatórias e endócrinas
metabólicas. Filho (2006) relatou que o acúmulo de agravos à saúde como a
dependência física e as doenças crônicas, é um marcador para faixa etária mais
avançada. Outro fator importante mencionado por Costa (2010) é a diminuição
parcial ou total da capacidade de realizar atividades da vida diária conforme a
evolução da idade cronológica.
No entanto, segundo Mazo (2003) parte desta relação entre faixa etária e
dependência funcional, se dá por conta da inatividade física e mental dos idosos,
pois, à medida que a idade cronológica aumenta, as pessoas tendem a se tornarem
menos ativas gerando um possível “potencializador” de fator de risco, que pode
aumentar o declínio funcional e os custos com tratamentos (MOSCHNY, 2011).
Neste sentido, o incremento não só de diferentes programas de atividade física, mas
de conscientização sobre a prática de atividade física, pode ser empregado com
estratégia eficaz nos efeitos da dor, no aumento da energia, vitalidade, CF, dentre
outros aspectos físicos (TOSCANO e OLIVEIRA, 2009). Para que se promova o
91
bem-estar, saúde física e emocional, autonomia, autoestima e interação social
contribuindo na QV dos mais idosos.
Destacamos ainda em nosso estudo, a relação de maior vulnerabilidade para
os grupos G2 e G4 associados à presença de doenças crônicas, baixa capacidade
funcional e elevada quantidade de quedas. Para estes fatos as observações de
Alves et al (2007) e Barbosa et al (2014) ao evidenciar forte influência das doenças
crônicas com a capacidade funcional e, ainda, o estudo de Rocha-Brischiliari et al
(2014) que relataram a presença de DCNT está associada a adultos mais velhos,
evidencia o significativo número de agravos a saúde. Alves et al (2007) ainda
destacam em seu estudo que a hipertensão arterial aumenta em 39% de chances de
o idoso ser dependente nas Atividade Instrumentais da Vida Diária (AIVDs), doença
cardíaca aumenta em 82%, artropatia em 59% e a doença pulmonar em 50%.
Segundo Duarte et al (2010) quando não controlada adequadamente, as
doenças crônicas ou agudas podem afetar a funcionalidade dos idosos e, como
consequência, o desempenho de suas atividades cotidianas conhecidas como as
ABVD e AIVD. Já no estudo de Pilger et al (2013) com mulheres acima de 60 anos,
evidenciou que as faixas etárias de 60 a 79 foram as que apresentaram mais
frequente um quadro de dependência moderada ou grave. Assim, devemos explorar
simultaneamente os fatores que agravam as doenças já estabelecidas e as ações
referentes à manutenção ou aumento da capacidade funcional.
Assim percebemos o processo de envelhecimento pode ser afetado pelos
determinantes sociais, nos quais se nasce, cresce, vive e trabalha, alterando a
saúde e a longevidade (Azambuja et al 2011).
6. CONCLUSÃO
O presente trabalho nos leva a concluir que as ações e desenvolvimentos que
cercam indivíduos que estão em processo de envelhecimento e principalmente para
aqueles que já estão com a idade cronológica mais avançada é considerado uma
tarefa de múltiplas interfaces para os gestores de politicas publicas. Além disso,
algumas características de perfil podem comprometer de forma significativa a saúde
92
e QV das mulheres, tornando imprescindível o olhar atento da equipe interdisciplinar
para poder captar e entender as necessidades de diferentes grupos vivendo na
comunidade periférica.
Neste sentido, entender algumas características dos principais usuários do
Sistema de Saúde no Brasil deve ser constantemente pesquisado e, ao estudar 190
mulheres com idade de 50 anos a mais, usuárias de uma UBS localizada no Jardim
Rincão notam-se algumas peculiaridades sociodemográficas, hábitos e patologias. A
faixa etária de 60-69 anos foi à população mais frequente neste estudo. No geral a
maioria relatou ter uma relação conjugal atual casada e em seguida viúvas, como
principal ocupação encontra-se a aposentada seguida de dona de casa; possuem
baixa escolaridade, com filhos e são de maioria pertencentes a classe social C1 e
C2.
Quanto às condições clínicas, observou-se que as doenças crônicas mais
frequentes encontram-se entre a faixa etária de 60 a 70 anos. Em relação à CF, os
resultados do presente estudo coincidem com a problemática observada em outros
estudos relacionados, pois com o avançar da idade cronológica os problemas com a
dependência física são mais frequentes. Assim, é de suma importância não só para
a comunidade do Jardim Rincão, mas para toda sociedade a manutenção da
Capacidade Funcional. Contudo, a população estudada está satisfeita com a vida
independente da idade, escolaridade e classe social, mas, quando comparada com
um quadro de dependência funcional observou-se diminuição no que diz respeito à
satisfação com a vida.
No que diz respeito aos domínios de AFH, os resultados evidenciaram uma
homogeneidade entre as mulheres de diferentes faixas etárias. Quando comparado
com a literatura, o domínio AFLL foi considerado mais elevado que de outras
regiões.
A identificação de associação entre o perfil de saúde, estilo de vida e
condição física, verificadas através da ACM, possibilitou perceber que as mulheres
mais jovens (G1) possuem um pior estilo de vida e as condições físicas estão
preservadas pelo elevado índice de AFH e possuem hábitos de beber e fumar.
Quanto ao grupo de faixa etária de 60 a 69 anos (G2), identificamos ser um grupo
com a maior associação com as doenças crônicas do aparelho respiratório, sistema
93
osteomuscular e tecido conjuntivo, mas sinalizam mudanças positivas quanto aos
hábitos de tabagismo e álcool, quedas nos índices de AFH, CF e alta incidência de
quedas.
Já para o grupo de 70 a 79 anos de idade (G3), notamos ser de um perfil com
dependência moderada, baixa incidência de quedas e hábitos saudáveis; não foi
identificada uma associação com as doenças. No entanto, foi possível observar
queda no nível de AFH. Para a população com idade cronológica mais avançada
(>80 anos/G4), podemos perceber associação entre as doenças do aparelho
circulatório, endócrino e metabólico, baixa capacidade funcional e índice de AFH.
Diante dos 4 grupos observados pelas associações disponibilizadas através
da ACM, destacamos a identificação de determinadas comorbidades que estão
relacionadas ao perfil de moradoras usuárias de uma UBS. Diante disso, a
elaboração de uma intervenção e acompanhamento das ações em prol da
Promoção da Saúde, deve incluir diversos profissionais independente do tipo de
serviço de saúde a fim de obter benefícios psicofisicosociais e como consequência o
aumento da Qualidade de vida nos diferentes grupos de Faixas Etárias.
No que se refere aos profissionais de educação física, consideramos ser
fundamental investigar as características de alta e baixa vulnerabilidade, bem como
a participação nas discussões em comunidades periféricas a fim de auxiliar no
planejamento das ações que propiciem a promoção da saúde dessa população e
impactam na qualidade de vida dessas pessoas.
7. LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES
O presente trabalho apresentou algumas limitações e recomendações ao
buscar identificar e analisar a atual situação das mulheres com idade igual ou
superior a 50 anos e usuárias de uma UBS com o uso de uma análise de natureza
inovadora, que serão apresentadas a seguir.
Uma das lacunas encontradas diz respeito ao preenchimento incompleto ou
em branco dos questionários, favorecendo para diminuir a população de estudo.
Outro ponto importante, especialmente para a elaboração da discussão, se dá
pela escassez de trabalhos que apontam a situação atual somente das mulheres
94
usuárias do SUS com características de baixa renda. Desse modo, sugerimos que
os acadêmicos e profissionais de diversas áreas, inspirem-se neste material e
busquem contribuir com as discussões ampliando a literatura nacional.
Além disso, recomendamos futura investigação com ações e levantamentos
com caráter longitudinal para que se possa utilizar a ACM e acompanhar os
desdobramentos das ações multidisciplinares. Para inferir o impacto dos fatores que
podem alterar o processo de envelhecimento nas mulheres, recomendamos a
aplicação deste instrumento de medida a um maior número de usuárias das UBS na
tentativa de obter resultados mais expressivos e conclusivos.
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110
Anexo 1 - Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento
Este é um convite para você participar da pesquisa: “Saberes femininos em foco:
conversas sobre saúde e hábitos saudáveis”, sob a responsabilidade da professora Bruna
Gabriela Marques.
Esta pesquisa pretende ouvir sua opinião sobre como é envelhecer em seu bairro, e
compreender como você identifica as necessidades que envolvem a saúde em sua
comunidade. Você poderá falar abertamente, dos pontos positivos e negativos além de
expressar sua opinião, sobre o que você gostaria que fosse feito em seu bairro para
contribuir com a sua saúde e seu envelhecimento.
Ao participar desta pesquisa não são esperados quaisquer riscos significativos a
você, além da expressão da sua opinião. Mas caso ocorra algum constrangimento durante
a pesquisa de ordem emocional ou psicológica, você será encaminhada para o
departamento de psicologia da Universidade São Judas Tadeu e seu atendimento será
gratuito.
Serão oito encontros distribuídos uma vez na semana, durante dois meses com
mulheres acima de 60 anos, de sua comunidade e usuárias da unidade básica de saúde
(UBS) Jardim Rincão, como também a Profa. Bruna Gabriela Marques e caso o grupo
achar necessário, outras pessoas poderão participar da roda de conversa. Os encontros
acontecerão na unidade básica de saúde, podendo ser ampliadas para outros espaços
comunitários.
Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em
nenhum momento. Os dados serão guardados por cinco anos em local seguro e a
divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar sua participação.
Você não terá benefícios pessoais diretos ao participar da pesquisa, mas contribuirá
para o melhor entendimento das necessidades de saúde de quem está envelhecendo em
seu bairro, podendo, ao participar expor sua opinião e, contribuir para o possível
desenvolvimento de programas direcionados para os idosos na comunidade. Assim você
poderá ser beneficiado indiretamente. O pesquisador não terá nenhum benefício
pessoal/financeiro com esta pesquisa.
Lembramos que, você tem total liberdade para interromper a qualquer momento sua
participação na pesquisa, é importante esclarecer que o seu atendimento na unidade
111
básica de saúde (UBS- Jardim Rincão) não será prejudicado, caso você prefira deixar de
participar da pesquisa.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas através do e-
mail do pesquisador responsável: [email protected]. ou pelo telefone (11)
965592922. Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa também poderão ser
questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da USJT no telefone (11) 2799- 1944, como
também no Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde no telefone
(11) 33972464, e-mail [email protected].
Após ter sido devidamente esclarecido (a), concordo em participar do estudo.
São Paulo,_____de ____________ de 201__.
______________________________
Participante
_____________________________
Pesquisadora
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PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
Elaborado pela Instituição Coparticipante
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Título da Pesquisa:A prática de atividade física e o autocuidado: possibilidades de representar e fortalecer
a comunidade em projeto Photovoice. Pesquisador: Maria Luiza de Jesus Miranda Área Temática:
Versão: 2
CAAE: 32009014.9.3001.0086 Instituição Proponente: AMC Serviços Educacionais S/C Ltda Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 973.011 Data da Relatoria: 05/03/2015
Apresentação do Projeto: Projeto já aprovado por este CEP em 24 de Novembro de 2014, parecer nº 882.353 Trata esta relatoria da avaliação ética da seguinte emenda: “A solicitação desta emenda tem como objetivo ampliar o número de participantes da Fase 1 do estudo, a fim
de caracterizar as moradoras idosas do jardim rincão e contribuir para o melhor entendimento das
necessidades de saúde das idosas da comunidade. Para isso, foram incluídos dois novos documentos: TCLE
(fase de caracterização) e a escala de avaliação da capacidade funcional do idoso. '' Tendo em vista as
alterações propostas na presente emenda, o projeto se apresenta da seguinte forma: Metodologia Proposta:
A perspectiva adotada para o desenvolvimento desta pesquisa inscreve-se na Pesquisa-Ação Participativa
(PAR), compreendida como um processo participativo e democrático, preocupado com o desenvolvimento do
saber prático na busca de valiosos propósitos humanos, baseada em uma visão de mundo colaborativa
(RAZÃO E BRADBURY, 2001). Levando em conta essa visão de construção social do conhecimento, esta
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Anexo 2 - Parecer consubstanciado do CEP (1)
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pesquisa será organizada em dois momentos a Fase 1- Estudo da realidade e a Fase 2- Desenvolvimento do projeto Photovoice. Fase 1- Estudo da realidade: a) caracterização da população idosa do Jardim Rincão; b) oferta de um canal de comunicação, por meio de rodas de conversa, destinado a mulheres em processo de envelhecimento, com o slogan: “Saberes femininos em foco: conversas sobre saúde e hábitos saudáveis” dentro da UBS Jardim Rincão, onde mulheres usuárias do serviço possam expressar suas opiniões e saberes, com relação a sua saúde e como identificam na comunidade as possibilidades do cuidado integral para a manutenção e promoção de comportamentos saudáveis. A caracterização será estabelecida nas visitas das Agentes Comunitárias de Saúde e das equipes de enfermagem, quando serão aplicados instrumentos para caracterizar o perfil dos integrantes da comunidade Jardim Rincão. Desta maneira utilizar-se-á os seguintes instrumentos: Anamnese; Questionário de Classificação Econômica Brasil (ABEPE, 2008); Questionário Baecke de Atividade Física Habitual (AFH) (FLORINDO et al., 2004), Escala de Satisfação Global com a Vida (NERI, 2001a), Escala de Auto-avaliação da Capacidade funcional. Para estabelecer um amplo canal de comunicação com a comunidade serão realizadas entrevista semiestruturada com informantes chave. Fase 2: A metodologia Photovoice: Desenvolvimento do projeto: “O que é Saúde! Câmeras! Ação”. Para tanto, será desenvolvido o método Photovoice, o qual é compreendido como uma estratégia metodológica desenvolvida por Wang e Burris em 1997, que tem como princípios, promover a participação e conscientização dos indivíduos sobre os problemas de sua comunidade. Este método provê câmeras às mãos das pessoas que serão capacitadas a atuarem como fotógrafos e, assim, refletirem sobre as realidades que são expostas, tornando-se catalisadores de mudanças políticas e sociais em suas próprias comunidades (WANG, BURRIS, 1997). Nesta perspectiva, Wang e Burris, (1997) enfatizam a estrutura metodologia orientada por três etapas, as quais perpassam procedimentos Teóricos e metodológicos que serão desenvolvidos durante o processo de pesquisa: I- Etapa de Preparação: formação do grupo de colaboradoras e capacitação dos demais investigadores que auxiliarão no decorrer da pesquisa; II- Etapa Ação: Momento em que se iniciam as sessões de intervenção com o grupo, ressalta-se que o(s) objetivo (s), específicos deste trabalho serão construídos e eleitos coletivamente com os colaboradores durante esta etapa bem como, o treinamento teórico prático
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sobre como fotografar e, posteriormente inicia-se as sessões em que será empregada uma técnica de
questionamento, a fim de propiciar o diálogo crítico dos registros escolhidos coletivamente; III- Etapa de
Finalização: Momento em que os resultado(s) da pesquisa serão compartilhados com a comunidade por
meio da exposição das fotografias. Critério de Inclusão: Ressalta-se que apesar de compreender que a idade cronológica por si só não é suficiente para explicar o
envelhecimento, bem como é difícil precisar quando uma pessoa começa a envelhecer, optamos em
estabelecer para fins de organização, mulheres acima de 50 anos e usuárias do Sistema Único de Saúde da UBS Jardim Rincão. Na Fase II será composta uma amostra de 10 das
colaboradoras na Fase I sendo, cinco mulheres idosas socialmente ativas, ou seja, mulheres que tenham
algum grau de participação na comunidade, por exemplo, nos grupos de terceira idade, nos grupos religiosos, trabalhos voluntários, associação de bairro entre outros. Como também, cinco
mulheres que não participam de nenhuma atividade comunitária e dois agentes externos: um agente
comunitário de saúde e um membro do conselho gestor da unidade básica de saúde do Jardim Rincão. As
especificidades propostas para a composição da amostra, pretendem privilegiar os vários olhares e
significados ao mesmo fenômeno. Critério de Exclusão: Não apresentar pré-disposição para colaboração na pesquisa, ter dificuldade de compreensão com relação
aos procedimentos da pesquisa e não ser usuária da Unidade Básica de saúde do Jardim Rincão.
Objetivo da Pesquisa: Os objetivos estabelecidos para este trabalho são: (1) compreender os significados de envelhecer na comunidade Jardim Rincão, (2) investigar as questões que envolvem o autocuidado e o acesso à prática de atividade física na referida
comunidade e (3) possibilitar o fortalecimento da autonomia e o protagonismo de mulheres idosas, em contextos de
participação comunitária.
Avaliação dos Riscos e Benefícios: idem parecer anterior.
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Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Do ponto de vista ético, esta emenda não muda a essência do estudo que continua a mesma, estando de acordo com a Res 644/12 e suas complementares. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: - Recomendações: - Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Sem pendências ou inadequações. Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não
SAO PAULO, 04 de março de 2015
Assinado por: SIMONE MONGELLI DE FANTINI
(Coordenador)
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Elaborado pela Instituição Coparticipante
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Título da Pesquisa: A prática de atividade física e o autocuidado: possibilidades de representar e
fortalecer a comunidade em projeto Photovoice. Pesquisador: Maria Luiza de Jesus Miranda Área
Temática:
Versão: 2
CAAE: 32009014.9.3001.0086 Instituição Proponente: AMC Serviços Educacionais S/C Ltda Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 882.353 Data da Relatoria: 03/12/2014 Apresentação do Projeto: Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa participativa exploratória. Haverá dois momentos: Fase 1- Estudo da realidade Participarão da primeira fase deste estudo 150 Idosos usuários da Unidade Básica de Saúde da zona norte de São Paulo (UBS) Jardim Rincão, dos quais, serão selecionadas dez mulheres Idosas para a realização da segunda fase deste trabalho. Fase 2- Desenvolvimento do projeto Photovoice. A metodologia Photovoice: Desenvolvimento do projeto: “O que é Saúde! Câmeras! Ação”. Para tanto, será desenvolvido o método Photovoice, o qual é compreendido como uma estratégia metodológica desenvolvida por Wang e Burris em 1997, que tem como princípios, promover a participação e conscientização dos indivíduos sobre os problemas de sua comunidade. Este método provê câmeras às mãos das pessoas que serão capacitadas a atuarem como fotógrafos e, assim, refletirem sobre as realidades que são expostas, tornando-se catalisadores de mudanças políticas e sociais em suas próprias comunidades.
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Anexo 3 - Parecer consubstanciado do CEP (2)
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Continuação do Parecer: 882.353
Objetivo da Pesquisa: Os objetivos estabelecidos para este trabalho são: (2) Compreender os significados de envelhecer na comunidade Jardim Rincão, (2) Investigar as questões que envolvem o autocuidado e o acesso à prática de atividade física na referida
comunidade e (4) Possibilitar o fortalecimento da autonomia e o protagonismo de mulheres idosas, em contextos de
participação comunitária.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Riscos: Considera-se que não serão esperados prejuízos físicos e emocionais para as pessoas participantes da pesquisa, nem tampouco gastos de ordem financeira. Entretanto, há um risco mínimo de ocorrer, por exemplo, algum constrangimento durante a pesquisa, seja de ordem emocional ou psicológica. Caso ocorra algum constrangimento ao participante, o mesmo será encaminhado ao departamento de psicologia da Universidade São Judas Tadeu. Benefícios: Consideram-se possíveis benefícios ao participar desta pesquisa, por exemplo, refletir sobre os significados de envelhecer em sua comunidade, bem como opinar sobre os aspectos que envolvem a elaboração de programas direcionados as idosas em sua comunidade, participar de grupos de conversa sobre a saúde e comunidade. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: A metodologia é adequada aos objetivos; a condição de risco/desconforto ao sujeito da pesquisa foi analisada, tal condição encontra-se devidamente justificada no desenho da pesquisa. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: A Folha de Rosto está corretamente preenchida, foram identificadas instituição proponente e coparticipante, autorização para realização da pesquisa foi adequadamente apresentada. Cronograma foi atualizado. Orçamento foi apresentado, a fonte financiadora é o próprio pesquisador. Foram apresentados TCLE para fases 1 e 2, considerados adequados. Recomendações: - Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Sem pendências ou inadequações.
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SMS/SP Continuação do Parecer: 882.353
Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não Considerações Finais a critério do CEP: Para início da coleta dos dados, o pesquisador deverá se apresentar na mesma instância que autorizou a realização do estudo (Coordenadoria, Supervisão, SMS/Gab, etc). Se o projeto prever aplicação de TCLE, todas as páginas do documento deverão ser rubricadas pelo pesquisador e pelo voluntário e a última página assinada por ambos, conforme Carta Circular no 003/2011 da CONEP/CNS. Salientamos que o pesquisador deve desenvolver a pesquisa conforme delineada no protocolo aprovado. Eventuais modificações ou emendas ao protocolo devem ser apresentadas ao CEP de forma clara e sucinta, identificando a parte do protocolo a ser modificada e suas justificativas. Lembramos que esta modificação necessitará de aprovação ética do CEP antes de ser implementada. De acordo com a Res. CNS 466/12, o pesquisador deve apresentar a este CEP/SMS os relatórios semestrais. O relatório final deverá ser enviado através da Plataforma Brasil, ícone Notificação. Uma cópia digital (CD/DVD) do projeto finalizado deverá ser enviada à instância que autorizou a realização do estudo, via correio ou entregue pessoalmente, logo que o mesmo estiver concluído.
SAO PAULO, 24 de novembro de 2014
____________________________________
Assinado por: SIMONE MONGELLI DE FANTINI
(Coordenador)
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Anexo 4 - Parecer Coordenadoria regional da saúde norte
120
Anexo 5 - Anamnese
Data _____________
Nome ______________________________________________________
Habitualmente quais as formas de locomoção que você mais utiliza?
( ) a pé ( ) ônibus ( ) outros
( ) carro ( ) metrô
Bebidas alcoólicas:
( ) não bebe nunca ( ) bebe _____ copo(s) por dia
( ) bebe ___ copo(s) eventualmente
Fumo:
( ) nunca fumou ( ) fuma _____ cigarros/dia, há _____ anos
( ) fuma eventualmente ( ) parou de fumar há _____ anos
Tem algum problema médico?
Sim Não
Hipertensão
Pressão Baixa
Angina no peito
Marca passo
Sopro cardíaco
Dificuldade para respirar
Falta de ar
121
Asma
Bronquite
Enfisema pulmonar
Diabetes
Colesterol elevado
Triglicérides elevado
Tireóide
Labirintite
Osteoporose
Artrose
Artrite
Hérnia
Desvio na coluna (região)
Rigidez muscular
Fraqueza muscular
Tendinite
Aparelho digestivo
Aparelho genito-urinário
Dores (quais, região)
Sintomas gerais:
( ) fôlego curto ( ) falta de energia ( ) insônia ( ) cansaço
( ) fraqueza generalizada ( ) tontura ( ) vertigens
Usa medicamentos regularmente?
122
Nome Indicação Posologia Horário Tempo de uso
de mg
de mg
de mg
de mg
de mg
de mg
Cirurgias importantes realizadas ao longo da vida: Não ( ) Sim ( )
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_____________________________________________
Você já fraturou algum osso? Não ( ) Sim ( )
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_____________________________________________
Para mulheres: essa fratura foi após a menopausa? Sim ( ) Não ( )
Apresentou alguma lesão músculo-articular importante? Sim ( ) Não ( )
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_____________________________________________
Caiu alguma vez nos últimos cinco anos?
Sim ( ) Não ( ) Quantas vezes? 1-2 ( ) 3-6 ( ) 7 ou + ( )
Explique a razão da queda, em cada caso (ex: superfície irregular, ao descer escada,
tropeçou na rua, etc)
123
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_____________________________________________
Fazia algum tipo de Atividade Física (dança, caminhada, ginástica, esportes, brincadeiras
infantis) nas fases da vida:
Sim Não Tipo Frequência
Infância
Adolesc.
20 – 30 anos
31 – 40 anos
41 – 50 anos
51 – 60 anos
Atualmente pratica:
AF 1 ____________________ (____) horas (____) vezes/sem há (_____)anos
AF 2 ____________________ (____) horas (____) vezes/sem há (_____)anos
AF 3 ____________________ (____) horas (____) vezes/sem há (_____)anos
124
Anexo 6 - Questionário de Classificação Econômica Brasil
Data _____________
QUESTIONÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA BRASIL
Nome __________________________________________________________
Data de Nascimento __________________ Local _______________________
Endereço _______________________________________________________
Bairro ________________________ CEP ___________________________
Fone _________________________
Estado Civil _______________________
Tem filhos SIM ( ) NÃO ( )
Você mora sozinho ? SIM ( ) NÃO ( ) Com quem? ____________________
Você se encontra:
Empregado ( )
Desempregado ( )
Aposentado ( )
Aposentado por ordem médica ( )
Dona de casa ( )
Qual o seu grau de instrução
Não fui à escola ( )
Primário – cursado até ______________ série
Ginásio – cursado até ______________ série
Colegial – cursado até _____________ série
125
Faculdade – cursado até ___________ série
Pós graduação – nível _______________
Você tem em sua casa Não tem Tem
(quantos)
Televisores em cores
Rádios
Banheiros
Automóveis
Empregadas Mensalistas
Máquinas de lavar roupa
Vídeos cassete / DVD
Geladeiras
Freezer (independente ou 2ª porta da geladeira)
total
Instrução do chefe da família
Analfabeto / Fundamental 1 Incompleto ( )
Fundamental 1 Completo / Fundamental 2 Incompleto ( )
Fundamental 2 Completo / Médio Incompleto ( )
Médio Completo / Superior Incompleto ( )
Superior Completo ( )
Renda familiar
Até 05 salários mínimos
De 05 a 10 salários mínimos
Mais de 10 salários mínimos
126
Anexo 7 - Autoavaliação da Capacidade Funcional
Nome____________________________________________________
Idade___________Sexo_______________Data____________________
Para as seguintes atividades assinale o número (1,2, ou 3) que melhor expressa a
sua CAPACIDADE de realizar essa atividade independente de você realiza-la ou não.
Numere conforme os critérios a sua capacidade de realizar essas atividades:
(1): Realiza sem ajuda e com facilidade.
(2) Realiza sem ajuda mas com algum grau de dificuldade.
(3) Realiza com ajuda ou depende de outros para realizar.
ATIVIDADES 1 2 3
1. Comer e beber
2. Lavar o rosto e as mãos
3. Ir ao banheiro
4. Levantar da cadeira
5. Entrar e sair da cama
6. Movimentar-se dentro de casa
7. Vestir-se
8. Tomar banho
9. Mover-se fora da casa em terreno plano
10. Subir e descer escadas
11. Cuidar dos pés e das unhas
12. Atividades LEVES de limpeza de casa
13. Preparar o jantar
14. Preparar casa da manhã e almoço
15. Arrumar a casa
127
16. Lavar e passar roupas
17. Fazer compras
18. Atividades PESADAS de limpeza da casa
128
Anexo 8 - Escala de Satisfação Global Com a Vida
DATA
NOME
IDADE
SEXO
Qual é o ponto desta escada que melhor reflete a sua satisfação
com a sua própria vida no momento?
Marcar com um X.
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
129
Anexo 9 - Questionário de Atividade Física Habitual
Por favor, circule a resposta apropriada para cada questão:
Nos últimos 12 meses:
1) Qual tem sido sua principal
ocupação? 1 3 5
2) No trabalho eu sento: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / sempre
3) No trabalho eu fico em pé: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / sempre
4) No trabalho eu ando: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / sempre
5) No trabalho eu carrego carga
pesada: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / sempre
6) Após o trabalho eu estou
cansado: 5 4 3 2 1
muito frequentemente / frequentemente / algumas vezes / raramente / nunca
7) No trabalho eu suo: 5 4 3 2 1
muito frequentemente / frequentemente / algumas vezes / raramente / nunca
8) Em comparação com outros
da minha idade eu penso que meu trabalho é fisicamente:
5 4 3 2 1
muito mais pesado/ mais pesado / tão pesado quanto / mais leve / muito mais leve
130
9) Você pratica ou praticou
esporte ou exercício físico nos últimos 12 meses:
sim / não
a) Qual esporte ou exercício físico você pratica ou praticou mais frequentemente?
1 3 5
b) quantas horas por semana? <1 1 a 2 3 a 4 > 4
c) quantos meses por ano? <1 1 a 3 4 a 6 7 a 9 >9
d) Se você faz um fez segundo
esporte ou exercício físico, qual o tipo?:
1 3 5
quantas horas por semana? <1 1 a 2 2 a 3 3 a 4 >4
quantos meses por ano?
<1 1 a 3 4 a 6 7 a 9 >9
10) Em comparação com outros
da minha idade eu penso que minha atividade física durante as horas de lazer é:
1 2 3 4 5
muito maior / maior / a mesma / menor / muito menor
11) Durante as horas de lazer
eu suo: 5 4 3 2 1
muito frequentemente / frequentemente / algumas vezes / raramente / nunca
12) Durante as horas de lazer
eu pratico esporte ou exercício físico:
1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / muito frequentemente
13) Durante as horas de lazer eu vejo televisão:
1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / muito frequentemente
14) Durante as horas de lazer
eu ando: 1 2 3 4 5
131
nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / muito frequentemente
15) Durante as horas de lazer
eu ando de bicicleta: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / muito frequentemente
16) Durante quantos minutos
por dia você anda a pé ou de bicicleta voltando do trabalho, escola ou compras?
1 2 3 4 5
<5 / 5-15 / 16-30 / 31-45 / >45
132
Anexo 10 - Breve explicação da Análise da Correspondência Múltipla
Segundo Knop (2008) as considerações matemáticas a respeito da Análise de
Correspondência (AC) foram feitas por Hirschfeld, em 1935. A partir daí os
procedimentos numéricos e algébricos foram aplicadas em diferentes contextos, em
destaque as áreas da ecologia e psicologia. No inicio da década de 60, a técnica foi
redescoberta na França e, desde então, tem sido utilizada pelos franceses de forma
extensiva com um método gráfico de análise de dados (Knop, 2008; Carvalho, 2008),
e somente e a partir de 1975, essa técnica passou a ser utilizada em diversas áreas
do conhecimento (KNOP, 2008).
Vele lembrar que a base da técnica da AC foi desenvolvida através das
tabelas de contingência, quadros de dupla entrada cruzando duas variáveis
qualitativas contendo as frequências absolutas da co-ocorrência das respectivas
modalidades. Mesmo em sua versão inicial, a AC permitia estabelecer relações no
interior de cada conjunto de modalidades e isso fez com que novos rumos da técnica
fossem desenvolvidos, abrindo porta para a modernização das variáveis qualitativas
com a versão da Correspondência Múltipla (ACM).
Com isso, a versão atual segundo Carvalho (2008) é especialmente adaptada
à interpretação de inquéritos por questionários que permite analisar a relação das
variáveis nominais, ordinais ou quantitativas após a classificação.
Embora seja considerada uma técnica multivariada exploratória, com
conjuntos de dados com mais de duas variáveis categóricas, Knop (2008) comenta
que a ACM é uma ferramenta flexível e útil para análise de dados com visualização
de associações entre linhas e colunas, ou seja, associações ou similaridades entre
variáveis qualitativas, permitindo uma visualização das relações entre categorias de
variáveis, podendo ser possível a associação de indivíduos e/ou grupos de
indivíduos, ou até mesmo propriedades projetadas e relacionadas no mesmo gráfico
(SILVA et al. 2015).
Assim, a exibição destas relações pode ser representada graficamente como
pontos formando um mapa, permitindo identificar as associações estabelecidas entre
as categorias dos diferentes indicadores de análise, contribuindo na exibição de
133
subconjuntos (grupos tendenciosamente homogêneos) com padrões específicos
(CARVALHO, 2008; GREENACRE, 2010).
Estas relações entre as variáveis são analisadas na ACM por meio de gráfico
e medidas tais como inércia, discriminação e coordenadas de centroide. A inércia
(Eigenvalue) indica a variação explicada por cada dimensão do gráfico. “A inércia
varia entre 0 e 1 e quanto mais perto do limite superior mais variância é explicada,
por dimensão” (CARVALHO, 2008, p. 62), com isso, tende-se a reter para análise
um subconjunto inicial de dimensões, cuja variância explicada se destaque das
restantes (CARVALHO, 2008).
A escolha das variáveis em cada dimensão se dá pela medida de
discriminação das variáveis (discrimination measures), que representa a contribuição
de cada variável na definição das dimensões (CARVALHO, 2008).
A autora ainda comenta que
“Se a medida de discriminação apresenta valor baixo isso significa que os pontos que representam as categorias dessa variável tendem a estar próximos da origem e, por consequência, essa variável não discrimina bem os objetos; Se a medida de discriminação for elevada, então está-se perante uma variável na qual as suas categorias tendem a ter projeções distantes entre si e, como tal, existe maior garantia de serem
definidos grupos de objetos distintos” (Carvalho, 2008, p. 75).
Carvalho (2008) propõe um critério para a análise da medida de
discriminação: em cada dimensão a medida de discriminação da variável deve ser
superior ao valor da inércia de sua respectiva dimensão. A autora explica:
“Ao mesmo tempo que se reconhece a pertinência analítica das medidas de discriminação, é-se confrontado com a inexistência de critérios de índole quantitativa que, de alguma forma, auxiliem essa tarefa selectiva. (...) começar-se-ia assim por privilegiar, em cada uma das dimensões já destacadas pela sua inércia, as variáveis cuja discriminação seja pelo menos idêntica a esse limiar da inércia” (p.79).
Além de selecionar a variável pela importância numérica da medida de
discriminação, Carvalho (2008) nos alerta sobre a possibilidade de escolha de uma
variável com baixo valor de discriminação, mas com importância teórica para
dimensão.
134
Após escolhidas as variáveis pela medida de discriminação e pela sua
importância teórica, deve-se proceder novamente a análise da ACM. Carvalho
(2008) ainda explica que
“Em face de situações nas quais se constata que existem indicadores
que não diferenciam os objetos – o que equivale a terem medidas de
discriminação próximas de zero – pode equacionar-se a hipótese de
realizar novo ensaio excluindo essas variáveis. Nesse caso pode
então admitir-se dois momentos:
1. Procede-se à seleção dos indicadores que mais contribuem
para discriminar os objetos em análise. Ao mesmo tempo faz-se a
validação da consistência do sistema de indicadores;
2. E investe-se na caracterização das configurações decorrentes
da interdependência entre essas múltiplas variáveis. “ (p. 88)
A coordenada de centroide irá indicar as associações e oposições por meio
da análise dos sinais positivo e negativo respectivamente. Para isso, Carvalho
comenta que “[...] as oposições correspondem a quantificações de sinais contrários
e, por sua vez, as associações são traduzidas por quantificações com o mesmo
sinal”, quanto mais elevada for, maior será a dispersão entre as categorias da
variável, fazendo com que seja identificado com mais facilidade (CARVALHO, 2008,
p. 96).
Além dos sinais de oposição que identifica a diferença entre categorias, é
preciso concretizar a interpretação através da análise das quantificações dadas a
cada categoria. Esta análise nos possibilita visualizar as categorias que efetivamente
possuem um maior nível de diferenciação entre os objetos, o que nos permite
relacionar alguns aspectos para a interpretação (CARVALHO, 2008).
No entanto, Carvalho (2008) explica ainda que não é pelo fato de que uma
variável possuir medida de discriminação elevada que todas as suas categorias são
necessárias e igualmente diferenciadoras.
Carvalho ainda nos alerta que
“Podem ocorrer situações nas quais certas categorias com frequências mais residuais (menor peso) venham a registrar quantificações elevadas (independentemente do seu sinal). Mas, neste caso, é a sua residualidade que provoca o afastamento face ao perfil médio e isso deve ser tido em conta na interpretação” (CARVALHO, 2008, p. 95).
135
Ao passar para visualização gráfica, onde pretende escolher trabalhar com 2
dimensões a análise das relações entre as variáveis e suas respectivas categorias é
simplificada em um único gráfico. Carvalho (2008) explica que a identificação de
grupos homogêneos se dá a partir da análise do espaço onde estão representadas
as propriedades que os caracterizam.
Em resumo, com base nas recomendações de Carvalho (2008) os critérios
para a tomada de decisão na ACM neste estudo foram os índices de inércia,
discriminação e coordenadas de centroide orientadas através das quantificações das
categorias.
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