UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
ÁREA DE CONCENTRAÇAO EM ODONTOLOGIA
MARCÍLIA RIBEIRO PAULINO
SATISFAÇÃO E IMPACTO DA SAÚDE ORAL NA QUALIDADE DE VIDA EM
PACIENTES REABILITADOS COM PRÓTESE TOTAL DUPLA
NATAL
2015
MARCÍLIA RIBEIRO PAULINO
SATISFAÇÃO E IMPACTO DA SAÚDE ORAL NA QUALIDADE DE VIDA EM
PACIENTES REABILITADOS COM PRÓTESE TOTAL DUPLA
Trabalho apresentado à Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, em defesa de
dissertação , como parte integrante dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Saúde Coletiva, com área de Concentração
em Odontologia no Programa de Pós-
graduação em Saúde Coletiva - PPGSCol.
Orientador: Profa. Dra. Patrícia dos Santos
Calderon
NATAL
2015
Paulino, Marcília Ribeiro. Satisfação e impacto da saúde oral na qualidade de vida em pacientes
reabilitados com prótese total dupla / Marcília Ribeiro Paulino. – Natal, RN, 2015.
51 f. : il.
Orientadora: Profa. Drª. Patrícia dos Santos Calderon.
Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em
Saúde Coletiva. Área de Concentração em Odontologia.
1. Edentulismo – Dissertação. 2. Prótese total – Dissertação. 3. Qualidade de
vida – Dissertação. 4. Satisfação – Dissertação. I. Calderon, Patrícia dos Santos. II.
Título.
RN/UF/BSO Black D32
RN/UF/BSO Black D74
Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia
Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.
MARCÍLIA RIBEIRO PAULINO
SATISFAÇÃO E IMPACTO DA SAÚDE ORAL NA QUALIDADE DE VIDA EM
PACIENTES REABILITADOS COM PRÓTESE TOTAL DUPLA
Trabalho apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
em banca de defesa de qualificação, como parte integrante dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva, com
área de Concentração em Odontologia.
Dissertação aprovada em ____ / ____ / ____
_____________________________________
Profª. Patrícia dos Santos Calderon
(Orientadora- UFRN)
_____________________________________
Profª Adriana da Fonte Porto Carreiro
(Examinador interno– UFRN)
_____________________________________
Profº André Ulisses Batista Dantas
(Examinador externo– UFPB)
Dedicatória
Primeiro ao meu Bom Jesus, guia e protetor em todas as minhas caminhadas, sem o qual nada seria possível;
Aos meus pais por todo amor, carinho e apoio a mim destinados, pelos ensinamentos a mim repassados e pela
confiança em mim depositada;
À minha querida irmãzinha Priscilla por acreditar em meu potencial e me estimular sempre.
Agradecimentos
Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida, por me permitir alcançar a graça de cursar um mestrado,
guiando meus passos no enfrentamento de todas as dificuldades ao longo dessa jornada.
Aos meus amados pais Emmanoel Paulino da Silva e Maria de Lourdes Ribeiro da Silva, meu eterno
MUTIO OBRIGADO, pelas orações em meu favor, pelos valores morais a mim repassados com tanto amor ,
pelo incansável estímulo ao estudo, enfatizando sempre a importância do conhecimento, por me apoiarem
incondicionalmente em minhas decisões, dentre elas o desejo pela docência, caminho iniciado através do
mestrado: obrigado pelo apoio, estímulo e confiança, vocês são meus pilares e minha fortaleza!
À minha amada irmã Priscilla Ribeiro Paulino pela paciência e solidariedade com meu mestrado.
A minha querida orientadora, Patrícia Calderon, que antes de ser professora e orientadora excepcional, foi
amiga e “psicóloga”, me mantendo tranquila desde dificuldades iniciais do projeto até sua finalização:
Aprendi muito com a Srª, obrigada pela acessibilidade, pelas oportunidades, por todos os ensinamentos e
principalmente pela confiança em mim depositada.
Aos demais professores do setor de prótese da UFRN, especialmente profª Adriana, excepcional professora
sempre solicita aos alunos: Sou Grata por aceitar participar primeiro em minha Banca de Qualificação e
agora na Defesa, suas contribuições são sempre edificantes.
Aos professores de estatística da UFRN, profº Kênio, Ângelo e Ângela: Seus ensinamentos acrescentam
importante valor à minha formação. Em especial meu muito obrigado ao prof. Ângelo pelo auxílio prestado
na análise de dados desse trabalho.
Ao meu querido professor André Ulisses que ainda na graduação na UFPB me oportunizou a experiência da
Pesquisa de Iniciação Científica. O Sr. estimulou ainda mais meu desejo pela docência sendo um exemplo de
docente a ser seguido. Muito obrigada por todos os ensinamentos e por aceitar participar dessa etapa final
do meu mestrado.
Ao Técnico em Prótese dentária da UFRN, Sr. Nelson, pela confecção de todas as Próteses Totais dos
pacientes reabilitados neste trabalho: o Sr. é sinônimo de perfeccionismo e foi fundamental para a realização
desse estudo.
Aos funcionários da Clínica de Prótese Edson e Jaquelma, por manterem a organização do nosso ambiente
de trabalho: Obrigada pela atenção, paciência, e principalmente pela amizade e compreensão todas as vezes
que ultrapassei o horário de vocês.
Aos pacientes que se disponibilizaram a participar desta pesquisa meu muito obrigado: sem vocês esse estudo
não seria possível.
A todos os meus queridos colegas do mestrado, pela união e cumplicidade nos estudos e produções científicas:
crescemos juntos, vocês fazem parte da minha caminhada!
Agradeço especialmente a todos os alunos da graduação e pós-graduação que generosamente contribuíram na
reabilitação dos pacientes deste projeto: Ana Luísa, Gerlayne, Odmarckssimara, Leonardo, Tauã, Silvia,
Bruno, Flávio, Raull, Vitória, Vanessa e Paulo - sem as reabilitações realizadas por cada um nada seria
possível.
Em especial agradeço à minha querida amiga Ana Luisa Pascoal, que antes mesmo de está inserida no
mestrado já me auxiliava voluntariamente na coleta de dados dessa pesquisa, e que se tornando mestranda
ajudou-me ainda mais nas responsabilidades diárias exigidas: a amizade fortalece na luta cotidiana exigida.
“Não há lugar para a sabedoria
onde não há paciência”.
Santo Agostinho
RESUMO
Introdução: A reabilitação de pacientes desdentados totais é um dos principais desafios da
Odontologia. Objetivo: Avaliar a satisfação e o impacto da saúde oral na qualidade de vida
de pacientes reabilitados com próteses totais duplas convencionais. Método: Realizou-se um
ensaio clínico com 25 pacientes reabilitados com PT duplas convencionais. Avaliou-se o
impacto da saúde oral na qualidade de vida dos indivíduos através da versão brasileira do
OHIP-EDENT e a satisfação do paciente com as próteses através de questionário específico.
Os instrumentos foram aplicados antes e 3 meses após a reabilitação. Resultados: Houve uma
melhora estatisticamente significante (p<0,001) do impacto na qualidade de vida dos usuários
de prótese total dupla após a nova reabilitação. A análise dos 4 domínios do OHIP também
apresentaram melhora estatisticamente significativa (p<0,001). A satisfação geral final com as
próteses foi estatisticamente superior à satisfação inicial (p<0,001). Quando analisados os
aspectos específicos de satisfação com a PT após 3 meses da reabilitação também observamos
resultados importantes de melhoria em todos os aspectos. Conclusão: Pacientes usuários de
prótese total dupla, insatisfeitos com suas próteses, após nova reabilitação convencional
melhoraram a qualidade de vida, com diminuição do impacto negativo das próteses na saúde
oral, e melhoraram a satisfação.
Palavras chaves: Edentulismo. Prótese total. Qualidade de vida. Satisfação.
.
ABSTRACT
Introduction: The rehabilitation of edentulous patients is one of the main challenges of
Dentistry. Objective: To assess the satisfaction and the impact of oral health on quality of life
of patients rehabilitated with conventional complete dentures in both arcades. Method: A
clinical trial with 25 patients rehabilitated with CCD was conducted. The impact of oral health
in individuals quality of life was evaluated through the Brazilian version of the OHIP-Edent
and the patient satisfaction was evaluated using a specific questionnaire. The instruments
were applied before and 3 months after rehabilitation. Results: There was a statistically
significant improvement (p <0.001) on the impact of the quality of life of the denture users
after the new rehabilitation. The analysis of 4 OHIP domains also showed statistically
significant improvement (p <0.001). The final overall satisfaction with the dentures was
statistically superior to initial satisfaction (p <0.001). The analysis of the specific aspects of
satisfaction with CCD after 3 months of rehabilitation also showed significant results in the
improvement of every aspect. Conclusion: Patients disappointed with their dentures, have
their quality of life improved after the new rehabilitation, reducing the negative impact of the
prostheses on oral health, and improving their satisfaction with the rehabilitation.
Key-words: Edentulous patients. Dentures. Quality of life. Patient satisfaction.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Molde inicial com alginato......................................................................... 23
Figura 2. Molde Funcional com godiva em bastão e pasta zinco enólica.................. 23
Figura 3. Ajuste dos planos de orientação, registro interoclusal, tomada do arco
facial, e montagem em ASA.......................................................................
24
Figura 4. Prova dos dentes em cera............................................................................ 25
Figura 5. Instalação das próteses totais: fotos com as próteses antigas e novas........ 26
Figura 6. Fluxograma de participação dos pacientes reabilitados com próteses
totais duplas................................................................................................
29
Quadro 1 Questões do OHIP Edent de acordo com as suas subescalas (domínios).
Natal-RN, 2014...........................................................................................
27
Quadro 2 Detalhamento das variáveis dependentes e independentes analisadas no
estudo e os testes estatísticos envolvidos. Natal-RN, 2014........................
28
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Características gerais da amostra inicial..................................................... 30
Tabela 2. Resultados do OHIP Edent geral e por domínios: momento baseline e
após reabilitação.........................................................................................
31
Tabela 3. Resultados da satisfação geral: momento baseline e após reabilitação...... 31
Tabela 4. Respostas ao questionário de satisfação com as próteses: Avaliação
antes e depois..............................................................................................
32
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
OMS: Organização Mundial de Saúde
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
OHIP-EDENT: Oral Helth Impact Profile ou Perfil do Impacto da Saúde Bucal para pacientes
edêntulos
QVSB: Qualidade de Vida associada à Saúde Bucal
ASA: Articulador Semi-Ajustável
PT: Prótese Total
SPSS: Statistical Package for the Social Sciences
p: valor de probabilidade
N ou n: números absolutos
nº: número
%: percentual
±: mais ou menos
= : igual
< : menor que
>: maior que
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 13
2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................. 15
2.1 QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL E
SATISFAÇÃO..............................................................................................
15
2.2 ENSAIOS ENVOLVENDO SATISFAÇÃO E QVSB DE
REABILITADOS COM PRÓTESE TOTAL DUPLA................................
17
3 OBJETIVOS................................................................................................ 20
4 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................... 21
4.1 TIPO DO ESTUDO...................................................................................... 21
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO....................................... 21
4.3 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS...................................................................... 21
4.4 UNIVERSO E AMOSTRA.......................................................................... 21
4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO........................................... 21
4.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS........................................... 22
4.7 ETAPAS PARA CONFECÇÃO DAS PRÓTESES TOTAIS..................... 22
4.8 COLETA DOS DADOS............................................................................... 26
4.9 ANÁLISE DOS DADOS.............................................................................. 27
5 RESULTADOS............................................................................................ 29
5.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA AVALIADA................................ 29
5.2 QUALIDADE DE VIDA ASSOCIADA À SAÚDE BUCAL (QVSB).... 30
5.3 SATISFAÇÃO DOS PACIENTES COM AS PRÓTESES......................... 31
6 DISCUSSÃO................................................................................................ 33
7 CONCLUSÃO............................................................................................. 38
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 39
APÊNDICES............................................................................................... 44
APÊNDICE A. FICHA CLÍNICA................................................................ 44
APÊNDICE B. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO (TCLE)..............................................................................
46
ANEXOS...................................................................................................... 48
ANEXO A. PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA...................................... 48
ANEXO B. QUESTIONÁRIO OHIP-EDENT............................................ 49
ANEXO C. AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO PACIENTE COM AS
PRÓTESES...................................................................................................
51
13
1 INTRODUÇÃO
A perda dentária se configura como um reconhecido e grave problema de saúde
pública (MUSACCHIO et al., 2007) principalmente para os idosos (FELTON, 2009), o qual,
segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é resultado de um sistema de saúde pobre.
Apesar de relatos na literatura odontológica de declínio na prevalência dessa condição
em alguns países desenvolvidos, existe ainda um grande número de indivíduos que necessitam
tratamento protético em todo o mundo (CUNHA et al., 2013). Estudos têm demonstrado que o
edentulismo acomete mais aqueles indivíduos com piores condições socio-econômicas, sendo
a renda fortemente associada com essa condição (PETERSEN et al., 2005).
No Brasil é alta a necessidade do uso de próteses totais, conforme dados do SB Brasil
2010, o qual afirma que entre idosos de 65 a 74 anos, 23,9% necessitam de prótese total em
pelo menos um maxilar e 15,4% necessitam de prótese total dupla (BRASIL, 2011).
Acrescentam-se ainda os dados referentes aos já usuários de próteses na faixa etária de 65 a
74 anos, onde 63,1% da população é usuária de prótese total superior e 37,5% de prótese total
inferior (BRASIL, 2012).
A reabilitação de pacientes desdentados é um dos principais desafios da odontologia,
especialmente para o arco mandibular. Por mais de cem anos, dentaduras convencionais
foram o melhor tratamento disponível para esta condição (POCZTARUK et al., 2009).
Atualmente a odontologia dispõe das opções de reabilitação protética convencional e sobre
implantes para pacientes desdentados totais. Apesar da crescente evidência que as próteses
retidas por implantes dentários são superiores às dentaduras convencionais em melhorar a
capacidade de mastigação, conforto e qualidade de vida, a grande maioria dos pacientes
continuarão a usar dentaduras convencionais por várias razões, particularmente custo e falta
de acesso ao tratamento. Assim a necessidade de próteses totais convencionais permanecerá
para o futuro previsível (KAWAI et al., 2005).
Além disso, pacientes geriátricos com doença sistêmica, restrições econômicas,
possuem relutância para uma longa duração do processo de tratamento com implantes e
indisposição para qualquer tipo de procedimento cirúrgico. Por isso, o melhor caminho é a
reabilitá-los com a maneira convencional (GUNDAWAR; ZAMAD; GUNDAWAR, 2014).
As próteses totais convencionais possibilitam a recuperação das funções normais em
um curto espaço de tempo, entretanto, mesmo produzidas com a melhor qualidade, possuem
limitações funcionais nas pessoas (ALBAKER, 2013).
14
Embora a grande maioria dos pacientes reabilitados com técnicas convencionais de
confecção de próteses totais esteja satisfeita com suas próteses, cerca de 10% a 20% destes
pacientes estão insatisfeitos, até mesmo quando as dentaduras estão adequadas (CARLSSON,
2006).
Tratamentos protéticos também são conhecidos por afetar a percepção do paciente
sobre seu estado de saúde oral, o que é geralmente caracterizado utilizando o conceito de
qualidade de vida associada com saúde bucal (QVSB). A mensuração dessa relação é cada
vez mais aceita como um componente essencial das investigações em saúde bucal
(KOMAGAMINE et al., 2012).
Nesse contexto, compreende-se que evidencias científicas adicionais sobre o impacto
da saúde oral na qualidade de vida e satisfação de indivíduos reabilitados com próteses totais
duplas, são necessárias para contribuir na tomada de decisão na prática clínica odontológica
baseada em evidência científica.
15
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL E SATISFAÇÃO
A qualidade de vida foi definida em 1948 pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
como “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social”. Sabe-se que a perda
dentária e o comprometimento da função bucal possui forte efeito sobre a qualidade de vida
das pessoas (MUSACCHIO et al. 2007; CARLSSON, 2010). Seus impactos podem ser
expressos pela diminuição das capacidades funcionais de mastigação e fonação, bem como
por prejuízos de ordem nutricional, estética e psicológica, com reduções da autoestima e da
integração social (MUSACCHIO et al. 2007), sendo possível entender o quanto o uso do
aparelho protético pode melhorar a vida do indivíduo (JOHN et al., 2007).
Na odontologia, indicadores sócio-odontológicos têm sido propostos para medir com
que magnitude as alterações bucais comprometem a qualidade de vida e bem estar, e incluem
medidas subjetivas como dor, incômodo, problemas estéticos, restrições na alimentação, na
comunicação, nas relações afetivas, nas atividades diárias e no bem-estar psicológico dos
indivíduos (HAIKAL et al., 2011). Entre eles, destacam-se o Oral Health Impact Profile
(OHIP) ou Perfil do Impacto da Saúde Bucal, cuja intenção é quantificar o que é subjetivo
utilizando de questionários respondidos pelo próprio paciente e indicando através de escores o
grau do impacto da saúde bucal em sua qualidade de vida, contemplando aspectos físicos,
sociais e psicológicos (HAIKAl et al., 2011; BIANCO et al., 2010; SLADE; SPENCER,
1994; ATCHISON; DOLAN, 1990).
O OHIP é um instrumento criado por Slade e Spencer, em 1994, e mundialmente
aceito como ferramenta científica para avaliar o impacto da condição de saúde bucal na
qualidade de vida do indivíduo. Tem sido amplamente utilizado na clínica e em estudos
epidemiológicos por causa de sua satisfatória propriedade psicométrica. A versão original
OHIP é um instrumento composto por 49 questões, sua versão reduzida por 14 itens (OHIP-
14) e demonstram satisfatória confiabilidade e validade. Uma versão específica do OHIP-14 é
o OHIP-Edent, adaptado como um instrumento específico para indivíduos desdentados
(SOUZA et al., 2010).
Essa versão específica para indivíduos edêntulos, o OHIP-EDENT, é um
questionário com 19 perguntas, um instrumento subjetivo que julga a percepção do indivíduo
em relação à sua saúde bucal, levando em consideração expectativa na qualidade de vida,
sendo considerado adequado para avaliar os impactos no estilo de vida provindos da situação
16
bucal em desdentados antes e/ou depois do tratamento. A somatória das pontuações de todas
as perguntas gera o índice OHIP e pode variar de 0 a 38, sendo que quanto maior o índice,
maior a percepção de impacto negativo da saúde bucal na qualidade de vida do indivíduo
(SOUZA et al., 2007; FUJIMORI; HIRANO; HAYAKAWA, 2002; ALLEN; LOCKER,
2002)
Livros didáticos e o ensino de graduação têm fortemente enfatizado que a melhor
maneira de conseguir um bom resultado do tratamento com próteses totais é seguir
estritamente o protocolo tradicional de produção protética. A justificativa para substituir
próteses mal ajustadas é melhorar a qualidade da dentadura, e a maioria dos pacientes
experimentam uma melhora (CARLSSON, 2009; CARLSSON, 2006). Entretanto, o sucesso
da reabilitação não depende exclusivamente da acurácia técnica, mas de processos adaptativos
individuais que interferem na aceitação da prótese pelo usuário, o que justifica a não
adaptação e a insatisfação com próteses novas e tecnicamente aceitáveis por alguns pacientes,
isto realça a fraca correlação entre a qualidade da dentadura e satisfação do paciente (COSTA
et al., 2013; CARLSSON, 2009; CARLSSON, 2006).
O resultado de qualquer tratamento protético pode ser mensurado clinicamente ou
através da satisfação do paciente. Protesistas e pacientes mostram baixa concordância quando
se trata da avaliação pessoal das próteses. Para capturar os aspectos funcionais e psicossociais,
os indicadores clínicos sozinhos podem não ser suficientes, uma vez que não incluem a
percepção das necessidades ou preferências dos pacientes (ALBAKER, 2013). Com o
conhecimento atual enfatizando a importância e influencia de fatores psicossociais sobre os
resultados clínicos, o papel de avaliações mensuradas pelos pacientes torna-se claramente
importante na avaliação do impacto do tratamento com próteses totais (OMAR et al., 2013).
Ellis, Pelekis e Thomason (2007) afirmam que quando se considera um tratamento
eletivo é de particular importância o uso de resultados centrados no paciente; no caso de
reabilitações odontológicas, a satisfação dos pacientes com suas próteses é susceptível de ser
afetada pela sua capacidade de executar determinadas tarefas com elas, nestes casos o uso de
satisfação do paciente como resultado primário é apropriado.
A satisfação do paciente nem sempre está relacionada à confecção de próteses
tecnicamente satisfatórias (BERG, 1993). A satisfação do paciente em relação às próteses
dentárias está relacionada ao conforto, estética, mastigação e fonética (CELEBIC;
KNEZOVIC-ZLATARIC, 2003). Por outro lado, um tratamento com próteses totais é
17
considerado bem sucedido quando, além de promover satisfação ao paciente, alcança
requisitos técnicos como estética, oclusão, retenção e estabilidade (SATO et al., 1998).
Diversos fatores podem influenciar a satisfação do paciente com o tratamento
protético. Entre esses fatores podemos citar aspectos gerais de saúde, estética, fonética,
experiências com dentaduras anteriores e expectativas do paciente em relação ao tratamento,
além de fatores pscicológicos (GASPAR et al., 2013).
2.2 ENSAIOS ENVOLVENDO SATISFAÇÃO E QVSB DE REABILITADOS COM
PRÓTESE TOTAL DUPLA
Viola et al. (2013) realizaram um estudo , na faculdade de odontologia de Araçatuba,
em São Paulo, visando avaliar a satisfação e o impacto do tratamento com novas próteses
totais duplas sobre qualidade de vida de 70 indivíduos de 37-86 anos, tratados pelos alunos da
graduação. O questionário OHIP-Edent foi aplicado para coletar as informações referentes à
QVSB e questões relacionadas com a satisfação pessoal dos pacientes desdentados também
foram coletados através das perguntas “Você está satisfeito com sua prótese superior” e
“Você está satisfeito com sua prótese inferior” cujas respostas poderiam ser “muito
satisfeito”, “satisfeito”, “insatisfeito”, “muito insatisfeito” ou “sem resposta”. Ambos foram
aplicados nos momento pré-tratamento e 3 meses após a reabilitação. Os resultados
mostraram que após a reabilitação houve melhorias estatisticamente significativas (p<0,05)
em todos os domínios do OHIP-Edent e na satisfação após reabilitação protética.
Ellis, Pelekis e Thomason (2007) analisaram a satisfação e os impactos da saúde
bucal relacionados à qualidade de vida (QVSB) em 40 pacientes de 55 a 85 anos reabilitados
com próteses totais duplas confeccionadas por técnica convencional ou em duplicação (sem
ramdomização) de acordo com a necessidade clinica. A satisfação foi coletada através de uma
escala visual analógica (EVA) de 100mm antes do tratamento e um mês após a entrega de
suas novas próteses e a qualidade de vida coletada através do OHIP-20 no mesmo intervalo de
tempo. Melhorias estatisticamente significativas (p<0,05) ocorreram nos domínios deficiência
funcional, limitação física e psicológica do OHIP. A satisfação geral melhorou de forma
estatisticamente significativa, bem como todas as variáveis específicas analisadas (conforto,
estética, estabilidade e capacidade de mastigação), exceto a facilidade de limpeza e
capacidade de falar.
Na Coréia Ha et al. (2012).realizaram um estudo para avaliar a satisfação e os efeitos
na qualidade de vida (QVSB) da reabilitação com prótese realizada pelo serviço nacional em
18
439 idosos carentes necessitando de prótese totais. O OHIP-14 foi o instrumento de escolha
aplicado antes e após 3 meses da reabilitação. Do total da amostra 178 usuários foram
reabilitados com prótese total dupla e verificou-se melhoria significativa (p<0,001) no OHIP
geral e em todos os seus domínios (p<0,001), bem como melhorias na satisfação final referida
dos idosos carentes beneficiados.
Sivakumar et al. (2014) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar o impacto do
tratamento com prótese total na QVSB em pacientes desdentados idosos e a correlação com a
expectativa inicial do paciente com o tratamento. O instrumento utilizado para avaliar a
QVSB dos 56 pacientes desdentados totais reabilitados com próteses convencionais foi o
OHIP-Edent, foi aplicado em 3 momentos: no pré-tratamento, após 1 mês e após 6 meses da
reabilitação. Os resultados específicos do OHIP-Edent revelaram melhoria estatisticamente
significativa (p<0,05) na QVSB depois do tratamento protético tanto no 1º mês quanto no 6º
mês pós-reabilitação, assim como os pacientes do sexo feminino tiveram resultados melhores
que os do gênero masculino.
Goiato et al. (2012) realizou um estudo com objetivo de relacionar a avaliação da
QVSB com as percepções do usuário antes e após o novo tratamento reabilitador. Um total de
60 pacientes foram reabilitados com prótese total dupla e o OHIP-Edent foi aplicado antes e
após 3 meses da reabilitação. Quanto aos resultados isolados do OHIP-Edent observou-se que
resultados estatisticamente significativos de impacto das novas próteses na saúde bucal
estiveram presentes em 13 dos 19 itens do questionário.
No estudo de Komagamine et al. (2012) objetivou-se determinar quais os fatores
relacionados à auto-avaliação do paciente em relação às suas dentaduras estariam associadas a
mudanças na QVSB entre os pacientes desdentados após a substituição das próteses totais.
Foram reabilitados 93 pacientes com prótese total dupla e avaliados através do OHIP- Edent
antes e após a substituição das mesmas, sendo os resultados especificamente de melhora na
qualidade da saúde oral estatisticamente significativo (p<0,001).
Diversos estudos têm avaliado a satisfação e impacto da saúde oral na qualidade de
vida de pacientes reabilitados com novas próteses totais duplas. Entretanto, alguns aspectos
importantes de desenho dos estudos não ficaram claros ou não ocorreram por limitações dos
estudos analisados. Dentre eles podemos citar: a falta de informação sobre o cegamento dos
estudos, a realização da reabilitação protética em várias clínicas e a falta de informações
quanto aos aspectos laboratoriais de confecção das próteses. Assim, propomos sanar essas
lacunas, através de um ensaio clínico cego, com reabilitações realizadas em uma mesma
19
instituição, sob o mesmo protocolo e filosofia, cujas próteses sejam confeccionadas por um
único técnico em prótese dentária.
20
3 OBJETIVOS
Avaliar os efeitos da instalação de novas próteses totais duplas convencionais na
Satisfação e no Impacto da Saúde Oral na Qualidade de Vida de pacientes reabilitados.
21
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 TIPO DO ESTUDO
Realizou-se um ensaio clínico prospectivo, comparativo, do tipo antes e depois, foi
utilizada técnica de pesquisa por documentação direta, através de pesquisa de campo do tipo
experimental, conforme Lakatos e Marconi (2003). Todos os indivíduos foram avaliados antes
e após 3 meses da reabilitação através da aplicação de dois questionários.
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O estudo foi realizado no Departamento de Odontologia da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), no setor de Prótese.
4.3 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
O projeto da presente pesquisa faz parte do projeto submetido e aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob o protocolo nº
(326/2011-Anexo A), atendendo às Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa
Envolvendo Seres Humanos do Conselho Nacional de Saúde (Resolução 466/12).
4.4 UNIVERSO E AMOSTRA
O universo foi composto pelos indivíduos que buscaram o Departamento de
Odontologia da UFRN com o objetivo de confeccionar próteses totais bimaxilares.
A amostra foi definida em 25 pacientes, sendo considerado o erro de 5,0%, para mais
ou para menos, e confiabilidade de 95,0% de que o erro não fosse ultrapassado.
4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Foram considerados critérios de inclusão para essa pesquisa: indivíduos totalmente
edêntulos e usuários de próteses totais bimaxilares há mais de 1 ano, os quais necessitavam
receber um novo par de próteses totais. Foram considerados critérios de exclusão: alterações
patológicas dos rebordos alveolares, problemas motores e doenças sistêmicas que pudessem
22
influenciar na adaptação do indivíduo à prótese ou problemas neurológicos que
impossibilitassem respostas aos questionários propostos.
4.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Para a coleta dos dados foi utilizada uma ficha clínica (Apêndice A) na qual foram
registrados os dados de identificação do paciente, indicadores socioeconômicos, anamnese,
histórico das próteses totais atuais, exames extras e intra orais; além dos questionários
aplicados inicialmente e após 3 meses da instalação das novas próteses totais: o OHIP-Edent
(Anexo1) e o questionário de Satisfação com as Próteses (Anexo 2).
4.7 ETAPAS PARA CONFECÇÃO DAS PRÓTESES TOTAIS
Em relação às etapas necessárias à confecção das próteses, os pacientes foram
reabilitados com próteses totais produzidas pela técnica tradicional. Todos os procedimentos
clínicos foram realizados por operadores seguidores da mesma filosofia para confecção de
prótese total convencional e todos os procedimentos laboratoriais foram realizados por um
único técnico em prótese dentária.
A técnica foi realizada através de um protocolo utilizado pela maioria das escolas de
Odontologia do Brasil e descrita em alguns ensaios clínicos como técnica convencional de
confecção de próteses totais (Kawai et al., 2005, 2010; Heydecke et al., 2008; Nuñes, 2011;
Regis, 2012). Tal técnica consiste em 6 etapas clínicas e 4 etapas laboratoriais, como descrito
a seguir:
- 1ª etapa clínica: moldagem de estudo com alginato por meio de moldeiras de estoque
individualizadas com cera utilidade para obtenção de moldes (Fotografia 1);
- 1ª etapa laboratorial: a partir dos moldes, obtemos os modelos de estudo com gesso pedra
tipo III, delimitamos a área chapeável com o auxílio de grafite, realizamos alívio nas áreas de
retenção, mucosa flácida, papila, rafe e rugosidades palatinas e regiões de rebordo em lâmina
de faca e confeccionamos as moldeiras individuais de resina acrílica autopolimerizável.
23
Figura 1- Molde Inicial com alginato. (arquivo pessoal)
- 2ª etapa clínica: Ajuste das moldeiras individuais na boca do paciente com o auxílio de
brocas de tungstênio acopladas a um micro motor, moldagem funcional com godiva em
bastão para obtenção do selado periférico e pasta zinco enólica para a moldagem
propriamente dita (Fotografia 2).
- 2ª etapa laboratorial: Encaixamento dos moldes, obtenção dos modelos de trabalho em gesso
pedra tipo III, confecção de base de prova em resina acrílica autopolimerizável e plano de
cera em cera 7.
Figura 2- Molde Funcional com godiva em bastão e pasta zinco enólica (arquivo pessoal)
24
- 3ª etapa clínica: Ajuste dos planos de orientação iniciado pela arcada superior (suporte
labial; altura anterior com determinação da porção visível dos dentes com os lábios em
repouso; inclinação do plano oclusal posterior e anterior com auxílio da régua de Fox;
corredor bucal, demarcação das linhas de orientação: linha alta do sorriso, linha média e linha
dos caninos) e em seguida ajuste inferior de acordo com o registro da dimensão vertical de
oclusão, com auxílio de um compasso de Willis, utilizando o método métrico de medida,
complementado pelos métodos estético e fonético.
Continua-se com o registro interoclusal, por encaixes macho e fêmea confeccionados
na superfície oclusal dos planos de cera: 2 encaixes negativos superiores são confeccionados
por desgaste em forma de “V” com um Lecron, na região posterior bilateralmente e ranhuras
são criadas com lecron no plano inferior; vaselina-se a superfície oclusal superior para isola-la
e uma camada de pasta zincoenólica é posicionada sobre a superfície oclusal do plano
inferior, então guia-se a mandíbula do paciente a fim de obter a posição de oclusão mais
posterior reproduzível pelo paciente, a relação cêntrica (RC).
Realiza-se em seguida a tomada do arco facial, que permite a montagem do modelo
superior no articulador semi-ajustável (ASA), e com o registro interoclusal obtido monta-se o
modelo inferior em ASA (Fotografia 3). Nessa mesma sessão, seleciona-se a cor e o formato
dos dentes (marcas comerciais: biotone, tritone ou trilux, a ser escolhida pelo paciente).
- 3ª etapa laboratorial: Montagem dos dentes em cera (realizada até 1º molar)
Figura 3- Ajuste dos planos de orientação, registro interoclusal, tomada do arco facial, e montagem em ASA.
(arquivo pessoal)
25
- 4ª etapa clínica: Prova dos dentes em cera e seleção da cor da gengiva de acordo com a
escala de cores do sistema Tomaz Gomes de caracterização (STG) (Fotografia 4).
- 4ª etapa laboratorial: Inclusão dos modelos em mufla para microondas, prensagem em
prensa hidráulica, polimerização da resina termopolimerizável em microondas, desinclusão
das próteses, acabamento com pedras montadas e tiras de lixa e polimento com pedra pomes,
água e discos de feltro, remontagem em articulador e ajuste oclusal em ASA.
Figura 4- Prova dos dentes em cera. (arquivo pessoal).
- 5ª etapa clínica: Instalação das próteses totais (Fotografia 5). O processo de instalação
consistui em observar e remover irregularidades na base da prótese antes de leva-la à boca do
paciente. Depois leva-se a PT à boca do paciente: avalia-se a correta relação com os tecidos
moles, checa-se a dimensão vertical de oclusão (com auxílio de um compasso de Willis) e
testa-se a oclusão com auxílio de papel carbono. Realizam-se os ajustes oclusais, se
necessário, com brocas esféricas até obter contatos oclusais efetivos, bilaterais, bem
distribuídos e simutâneos. Os desgastes para correções são realizados com as próteses fora da
cavidade oral. Após checar todos esses aspectos, mostra-se o resultado final ao paciente para
sua avaliação e são feitas as instruções de uso e conservação das próteses, bem como as
orientações para retornos de controle pós-instalação das próteses.
26
Figura 5 - Instalação das Próteses totais: fotos com as próteses antigas e novas (arquivo pessoal).
- 6ª etapa clínica: Controle posterior para ajustes com 24 horas, 7, 14 e 30 dias e 3 meses. Nas
sessões até 30 dias realizaram-se quando necessários ajustes para refinamento da oclusão e
desgastes em áreas da base protética que representassem áreas compressão excessiva
(normalmente visualizado pela presença de ulceras traumáticas). O registro preciso da região
a ser desgastada foi realizado com uso de lápis cópia e/ou pastas evidenciadoras.
4.8 COLETA DOS DADOS
Após triagem e verificação da possibilidade de inclusão do indivíduo na pesquisa, o
paciente foi informado acerca dos detalhes da pesquisa através da leitura de um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE - Apêndice B), e somente após concordar na
participação e assinar o TCLE foi iniciada a coleta dos dados, em conformidade com a
Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Para a avaliação do impacto da saúde bucal na qualidade de vida dos indivíduos foi
utilizada a versão brasileira do Oral Helth Impact Profile para pacientes edêntulos (OHIP-
EDENT), validado por Souza, et al (2007). Trata-se de um inventário composto por 19
questões, agrupadas em 4 subescalas/domínios, conforme quadro 1, capaz de detectar
mudanças na qualidade de vida associada a saúde bucal do indivíduo usuário de prótese total.
27
A cada pergunta era possível uma das 3 respostas: “nunca”, “às vezes” e “quase sempre”,
cujos escores são “0”, “1” e “2” respectivamente (Anexo B). Escores maiores representaram
pior Qualidade de Vida associada à Saúde Bucal (QVSB). O inventário foi aplicado pelo
cirurgião dentista responsável pela reabilitação do paciente no momento inicial (Baseline) e
após 3 meses da instalação das próteses foi aplicado por examinador mascarado.
Quadro 1 - Questões do OHIP Edent de acordo com as suas subescalas (domínios). Natal-RN, 2014.
Subescalas (domínios) Questões
Dor e desconforto orofacial 2-4, 6, 7
Desconforto e incapacidade mastigatória 1, 5, 10, 12
Desconforto e incapacidade pscicológica 8, 9, 11, 13, 14
Incapacidade Social 15-19
Para a avaliação da satisfação do paciente foi utilizado um questionário baseado no
questionário idealizado por Sato et al. (2000) e validado por Cunha
(2004), onde a satisfação
era avaliada em relação aos seguintes critérios: mastigação, gustação, fonética, sintomatologia
dolorosa, estética, adaptação, retenção e conforto (Anexo C). Trata-se de uma escala de zero a
cem (0-100), transformada em escores e ancoradas por adjetivos da seguinte forma:
“insatisfeito” (escore 1 = 0 a 25 pontos na escala), “pouco satisfeito” (escore 2 = 26-50 pontos
na escala), “satisfeito” (escore 3 = 51 a 75 pontos na escala), ou “muito satisfeito” (escore 4 =
76 a 100 pontos na escala), o qual foi simplificado com propósito de comparação estatística
para insatisfeito (pacientes que responderam 1 ou 2) e satisfeito (pacientes que responderam 3
ou 4). O inventário foi aplicado pelo cirurgião dentista responsável pela reabilitação do
paciente no momento inicial (Baseline) e após 3 meses da instalação das próteses foi aplicado
por examinador mascarado.
4.9 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram registrados na forma de banco de dados no programa SPSS (Statistical
Package for Social Sciences) para Windows®, versão 20.0, e analisados por meio de
estatística descritiva e inferencial. Para os procedimentos descritivos, foram apresentadas
frequências em valores absolutos e percetuais, ao passo que para os procedimentos de
inferência estatística, foram realizados testes paramétricos, conforme Quadro 2. Ressalta-se
que para a interpretação das informações, foi adotado um intervalo de confiança de 95%, e
nível de significância de 5% (p<0,05).
28
Quadro 2 – Detalhamento das variáveis dependentes e independentes analisadas no estudo e os testes
estatísticos envolvidos. Natal-RN, 2014.
Variáveis dependentes
Nome da variável Descrição Classificação Categoria/escala Testes estatísticos
Qualidade de Vida
(Comparação inicial
e final)
Escores do OHIP-
Edent
Quantitativa
discreta
Nº de pontos
somados
Test T para
amostras
dependentes
(pareadas)
Satisfação Geral
com a PT
(Comparação inicial
e final)
Escores do
questionário de
satisfação
Quantitativa
discreta
Nº de pontos
somados
Test T para
amostras
dependentes
(pareadas)
Satisfação com a PT
(Comparação inicial
e final)
Relato quanto à
satisfação com as
próteses totais
antigas e novas, de
acordo com as
categorias
propostas.
Categórica nominal -Insatisfeito
-Satisfeito Não se aplica
Variáveis independentes de confusão
Nome da variável Descrição Classificação Categoria/escala Valores estatísticos
Idade (anos)
Tempo de vida em
anos no memento
do estudo
Quantitativa
discreta Nº de anos
Média ± desvio
padrão
Gênero Distinção natural
dos sexos. Categórica nominal
Feminino
Masculino
Valores absolutos e
percentuais
Edentulismo Total
(anos)
Tempo em anos do
edentulismo total.
Quantitativa
discreta Nº de anos
Média ± desvio
padrão
Uso prévio da
última PT (anos)
Tempo em anos de
uso da última
prótese total.
Quantitativa
discreta Nº de anos
Média ± desvio
padrão
29
5 RESULTADOS
5.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA AVALIADA
Na presente pesquisa foram incluídos 25 pacientes reabilitados com próteses totais
duplas, cujo processo de triagem, inclusão e participação é representado através de
fluxograma, na Figura 1.
Figura 6- Fluxograma de participação dos pacientes reabilitados com próteses totais duplas
No decorrer da pesquisa 5 pacientes foram perdidos pelos seguinte motivos: 1 paciente
passou por reabilitação implantossuportada da arcada inferior em serviço particular antes do
período de avaliação final do estudo; 1 paciente passou por processo de reembasamento da
Prótese total inferior; 1 paciente não compareceu aos acompanhamentos pós-instalação por
problemas de saúde; 1 paciente não foi encontrado por contato telefônico e residencial; 1
paciente não retornou por insatisfação com os serviços prestados. Assim, a amostra final do
estudo foi de 20 pacientes, um percentual de retorno de 80%.
A faixa etária dos voluntários variou de 50 a 82 anos, com média de idade de 64.32 ±
8.745 anos. O tempo de edentulismo total variou de 3 a 48 anos, com média de 30.68 ±
11.220 anos. O tempo de uso das próteses total superior variou de 1 a 30 anos, com média de
30
9.28±8.008. Já o tempo de uso da prótese total inferior variou de 1 a 25 anos com média de
9.64±7.432 anos, conforme exposto na Tabela 1.
Tabela 1- Características gerais da amostra inicial
Variáveis
Valores
Mínimo
(anos)
Máximo
(anos)
Média ± desvio
padrão
Idade (anos) 50 82 64.32 ± 8.745
Edentulismo Total (anos) 3 48 30.68 ± 11.220
Uso prévio da última PT(anos)
Maxilar
Mandibular
1
1
30
25
9.28±8.008
9.64±7.432
Valores expressos anos; Média ± desvio padrão
Quanto ao gênero, a amostra inicial foi de 22 (88%) pacientes do sexo feminino e 3
(12%) pacientes do sexo masculino. A amostra final foi de 18 (90%) mulheres e 2 (10%)
homens. Os pacientes reabilitados apresentavam características homogêneas quanto à renda
mensal familiar, profissão e escolaridade.
Quanto ao serviço de confecção da prótese antiga, dos 25 pacientes da amostra inicial,
14 (56%) haviam confeccionado as próteses diretamente com um técnico em prótese dentária
(TPD), 8 (32%) em dentistas particulares e 3(12%) haviam sido reabilitados em alguma
instituição de ensino de odontologia. Na amostra final, dos 20 que compareceram à avaliação
de 3 meses, 11 (55%) tinham prótese antiga confeccionada em TPD, 6 (30%) em dentistas
particulares e 3(15%) de instituições de ensino de odontologia.
5.2 QUALIDADE DE VIDA ASSOCIADA À SAÚDE BUCAL (QVSB)
No que diz respeito à influencia do uso das próteses na qualidade de vida dos
participantes, na avaliação prévia ao início da reabilitação protética, a média geral obtida
através no questionário OHIP-Edent foi de 14.76 ± 6.654. Já na avaliação da QVSB realizada
após 3 meses da intervenção a média geral foi de 4.25 ± 3.567, ou seja, houve uma melhoria
estatisticamente significante (p<0,001) representada pela diminuição do impacto negativo na
qualidade de vida dos usuários de prótese total dupla após a nova reabilitação. A análise dos 4
domínios do OHIP também foram realizadas e todos apresentaram melhoria estatisticamente
significativa do impacto na qualidade de vida dos indivíduos após a reabilitação, conforme
observa-se na Tabela 2.
31
Tabela 2- Resultados do OHIP Edent geral e por domínios: momento baseline e após reabilitação
OHIP geral e seus domínios
Antes Depois Test t
Media±desvio padrão Media±desvio padrão t gl p
Desconforto e incapacidade
mastigatória 4.12 ± 2.186 1.55 ± 1.317 5.040 19 <0,001
Desconforto e incapacidade
psicológica 3.52 ± 2.502 0.55 ± 1.234 7.279 19 <0,001
Incapacidade Social 1.36 ± 1.604 0.15 ± 0.489 3.756 19 0,001
Dor e desconforto orofacial 5.76 ± 2.26 2.00 ± 1.864 7.303 19 <0,001
OHIP-Geral 14.76 ± 6.654 4.25 ± 3.567 8.784 19 <0,001
Valores expressos em Média ± desvio padrão Teste estatístico: Test t para amostras pareadas
Estatisticamente significativo p<0,05
5.3 SATISFAÇÃO DOS PACIENTES COM AS PRÓTESES
A satisfação dos pacientes com suas próteses foi obtida por questionário específico, o
qual possibilitou a avaliação da satisfação geral e da satisfação com os seguintes aspectos
isoladamente: Mastigação, Gustação, Fonação, Dor- arco superior, Dor- no arco inferior,
Estética, Adaptação- arco superior, Adaptação- arco inferior, Retenção- arco superior,
Retenção- arco inferior, Conforto- arco superior e Conforto- arco inferior.
Na avaliação da satisfação geral com as próteses consideramos o escore geral do
instrumento de coleta, sendo a média final de satisfação com as próteses estatisticamente
superior à satisfação inicial (p<0,001), conforme tabela 3.
Tabela 3- Resultados da satisfação geral: momento baseline e após reabilitação
Variável
Antes Depois Test t
Media±desvio padrão Media±desvio padrão t gl p
Satisfação Geral 26.56± 6.526 40.10±4.756 -8.619 19 <0,001
Valores expressos em Média ± desvio padrão Teste estatístico: Test t para amostras pareadas
Estatisticamente significativo p<0,05
Quando analisamos os aspectos específicos avaliados antes e após 3 meses da
reabilitação, obtemos resultados importantes de melhoria em todos os aspectos (Tabela 4).
32
Tabela 4 – Respostas ao questionário de satisfação com as próteses: Avaliação antes e depois
Aspectos de satisfação
com a PT Variáveis
Comparação valores Iniciais e Finais
Baseline Final
n % n %
Mastigação Insatisfeito
Satisfeito
18
7
72
28
3
17
15
85
Gustação Insatisfeito
Satisfeito
8
17
32
68
0
20
0
100
Fonação Insatisfeito
Satisfeito
9
16
36
64
1
19
5
95
Dor- arco superior Insatisfeito
Satisfeito
6
19
24
76
0
20
0
100
Dor- no arco inferior Insatisfeito
Satisfeito
15
10
60
40
4
16
20
80
Estética Insatisfeito
Satisfeito
18
7
72
28
2
18
10
90
Adaptação- arco superior Insatisfeito
Satisfeito
7
18
28
72
0
20
0
100
Adaptação- arco inferior Insatisfeito
Satisfeito
19
6
76
24
2
18
10
90
Retenção- arco superior Insatisfeito
Satisfeito
8
17
32
68
1
19
5
95
Retenção- arco inferior Insatisfeito
Satisfeito
21
4
84
16
2
18
10
90
Conforto- arco superior Insatisfeito
Satisfeito
10
15
40
60
0
20
0
100
Conforto- arco inferior Insatisfeito
Satisfeito
20
5
80
20
3
17
15
85
Expressão de valores absolutos e percentuais, momento baseline e final.
33
6 DISCUSSÃO
Os resultados do atual estudo demonstraram que a reabilitação oral com novas
próteses foi responsável por uma melhora significativa da satisfação e impacto da saúde oral
na qualidade de vida dos indivíduos.
A versão brasileira do OHIP-Edent possibilitou avaliar os efeitos sobre a qualidade de
vida dos pacientes reabilitados com próteses totais duplas indicando que os efeitos negativos
sobre a qualidade de vida foram significativamente reduzidos com as novas próteses totais.
Corroboram com os achados Sivakumar et al. (2014), que avaliaram 56 pacientes reabilitados
com PT dupla obtiveram média do OHIP-Geral pré-tratamento protético de 15.55 ± 10.12,
após 1º mês da reabilitação 5.71± 6.97 e no 6º mês 2.70± 5.32, mostrando uma tendência à
gradativa, e estatisticamente significante (p<0,001) melhoria na qualidade de vida dos
pacientes em ambos os momentos pós-instalação protética. Assim como corrobora a avaliação
de Komagamine et al. (2012) com 93 pacientes reabilitados com prótese total dupla e
avaliados através do OHIP-Edent, cujas médias do OHIP-Geral pré-tratamento foi de 26.27 ±
14.40 e pós- tratamento de 16.20 ± 11.99, resultados específicos de melhora na qualidade da
saúde oral e estatisticamente significativo (p<0,001).
Quando observamos os domínios do OHIP-Edent, nosso estudo revelou diferenças
estatisticamente significativas de melhorias entre o momento baseline e 3 meses após o
tratamento protético para todos os 4 domínios do OHIP. Corroboram, Sivakumar et al. (2014),
que observaram que sob todos os aspectos houve melhorias estatisticamente significantes
entre os resultados pré-tratamento e após 1 e 6 meses de reabilitação, com p<0,001 para todos
os domínios no 1º e no 6º mês, exceto para dor física com p=0,014 no 1º mês.
Viola et al. (2013) também avaliou o impacto da saúde oral na qualidade de vida de 70
indivíduos reabilitados com prótese total dupla e seus resultados corroboram os nossos. Seus
resultados foram estatisticamente significativos em todos os domínios do OHIP-Edent, com
p<0,001, após 3 meses da reabilitação, sendo apenas o domínio incapacidade social com p =
0,0113.
Goiato et al. 2012 encontrou resultados estatisticamente significativos de melhorias na
qualidade de vida através do OHIP-Edent após 3 meses de reabilitação, ele descreveu os
resultados para cada um dos 19 itens do OHIP sendo que apenas as questões relacionadas com
dor oral e desconforto queixas relacionadas com a mastigação e incapacidade social não
diferiram significativamente entre os pontos de tempo avaliados, pois os resultados
34
permaneceram semelhantes em ambos os períodos analisados, com predomínio da resposta
"nunca”.
A melhora do impacto da saúde oral na qualidade de vida dos indivíduos encontrada
em nossa pesquisa e nas acima citadas pode ser relacionada às melhorias na retenção, na
estabilidade, oclusão e mastigação obtida com as novas próteses totais, uma vez que próteses
totais antigas geralmente estão mal ajustadas, instáveis ou desconfortáveis, comprometendo a
mastigação, fala, sono, estabilidade emocional e social do paciente (VIOLA et al. 2013).
Komagamine et al. (2012) concluíram que a auto avaliação dos pacientes em relação
às próteses inferiores afetavam significativamente o grau de melhoria da QRSB entre os
pacientes desdentados.
A análise da satisfação dos pacientes com próteses e/ou o impacto que a reabilitação
tem na saúde oral relacionados com qualidade de vida talvez esteja mais relacionada com a
aceitação dos pacientes às limitações de suas próteses do que com a correção técnica das suas
dentaduras. O que um paciente aceita como nível normal de desconforto ou deficiência, pode
para outro paciente ser insuportável (ELLIS; PELEKIS; THOMASON, 2007). A capacidade
adaptativa inerente a cada paciente é ponto importante nos resultados de tratamentos
protéticos, e pode ter tido influência em nosso estudo. O período de avaliação de três meses
parece ter sido o suficiente para que os pacientes se adaptassem às mudanças de
características das novas próteses (VIOLA et al. 2013; GOIATO et al. 2012).
Quando avaliada a satisfação geral com as próteses, foi observada uma melhora
estatisticamente significativa entre os dois momentos da atual pesquisa (p<0,001).
Corroboram o estudo de Viola et al. (2013) que avaliou a satisfação geral com as próteses
totais superiores e inferiores de 70 pacientes antes e após 3 meses de reabilitação, e também
observou melhorias da satisfação geral em ambas as próteses após a nova reabilitação.
Ellis, Pelekis e Thomason (2007) também observaram resultados estatisticamente
superiores da satisfação geral final nos 40 pacientes reabilitados por técnica convencional ou
duplicata, bem como nas variáveis conforto, estética, estabilidade e capacidade de mastigação
(p<0,05), exceto a facilidade de limpeza (p=0,58) e capacidade de falar (p=0,165).
Corroboram também os resultados de Ha et al. (2012), que ao avaliar a satisfação 178
usuários reabilitados com prótese total dupla antes e após 3 meses da reabilitação observou
melhorias significativas (p<0,05) na satisfação final referida dos idosos reabilitados.
A insatisfação dos pacientes com suas próteses antigas pode ter origem em vários
fatores, entre eles a má adaptação, fundamental à base das próteses, o desgaste de resina das
cúspides e alterações na dimensão vertical. Esses fatores são conhecidos por afetar
35
negativamente a retenção de prótese, mastigação e fonética, resultando em níveis mais
elevados de insatisfação (GOIATO et al., 2012). Evolução nesses aspectos podem explicar as
melhorias na satisfação final dos pacientes desse estudo.
Quando avaliamos a variável satisfação e analisamos os resultados iniciais de
satisfação dos pacientes percebemos que os aspectos mais críticos, de pior satisfação, foram a
retenção, o conforto, a adaptação e os sintomas de dor referentes ao uso da PT inferior,
seguidos das dificuldades de mastigação e da insatisfação com a estética. Após 3 meses de
instalação da nova prótese, observamos melhorias consideráveis sob todos os aspectos,
observando-se que 100% dos pacientes relataram satisfação com a gustação, com a adaptação
e conforto do arco superior e sem dor no mesmo; 95% estavam satisfeitos com a fonação e
retenção do arco superior; 90% estavam satisfeitos com a estética e com adaptação e retenção
da PT inferior e 85% com o conforto da mesma, mas 20% ainda relataram dor no arco
inferior, embora esse valor final seja inferior as queixas iniciais de 60% da amostra. Quando
observamos os resultados relacionados ao uso da PT inferior percebemos sua participação
substancial na insatisfação dos pacientes com as próteses.
Alfadda (2014) encontrou correlações estatisticamente significativas entre a
satisfação geral analisada em 32 pacientes com as próteses totais e a estabilidade e retenção da
prótese mandibular (p= 0,039 e p= 0,005, respectivamente) avaliadas tecnicamente por 3
investigadores independentes calibrados.
Se observarmos qual a condição de satisfação inicial dos pacientes avaliados, podemos
deduzir quanto aos motivos de busca do tratamento e maior expectativa deles em relação ao
tratamento. Bilhan et al. (2013) discute que os idosos estão propensos a considerar que o
tratamento com novas próteses é necessário quando eles vivenciam dor, dificuldade para
mastigar, ou há uma deterioração da aparência oral (estética), ou as próteses forem quebradas
ou perdidas.
Em nosso estudo, o grau de satisfação inicial é maior para a PT superior do que para a
PT inferior, o que demonstra que a maior insatisfação do paciente e a busca pelo serviço
reabilitador pode ter sido mais influenciada pela insatisfação ou problemas com a PT inferior,
e, portanto, a maior expectativa em relação ao tratamento estivesse na PT do arco inferior.
Bem como, também podemos perceber a maior insatisfação inicial com a estética e
mastigação, outros fatores determinantes na satisfação final, e citados por Bilhan como
motivadores de busca de tratamento.
Zou e Zhan (2014) afirmam que pacientes desdentados geralmente esperam que o
novo par de próteses ajuste-se e funcionem igualmente ou até melhor do que os seus dentes
36
naturais iniciais, apesar de rebordos ósseos reabsorvidos, perdas musculares e outras
alterações físicas terem ocorrido em suas cavidades orais. Avaliando a situação inicial, novas
próteses podem proporcionar uma adequada solução para a situação do paciente do ponto de
vista do dentista. No entanto, os pacientes não têm em conta a sua própria situação inicial real
e à medida que as próteses totais completas não correspondem às expectativas, eles não estão
mais dispostos a usa-las.
No nosso estudo, foi alta a média de tempo de uso das próteses maxilar (9.28±8.008) e
mandibular (9.64±7.432), o que pode nos induzir a pensar em piores condições técnicas das
próteses antigas, baixa satisfação e qualidade de vida pré-tratamento. Além disso, 55% dos
pacientes da amostra final utilizavam próteses antigas confeccionadas diretamente em TPD, o
que nos faz refletir quanto à existência de desajustes das próteses às condições orais do
paciente. Assim, a melhoria das próteses refletiria em grandes alterações de satisfação e
qualidade de vida, conforme observamos em nosso estudo, mesmo com as limitações
conhecidas da reabilitação convencional.
Estudos também tem correlacionado a satisfação dos pacientes reabilitados com
prótese total dupla com as alterações na avaliação do impacto na qualidade de vida, foi o caso
do estudo de Veyrune et al. (2005) que avaliou a satisfação e o impacto da instalação de
próteses totais na qualidade de vida de 26 participantes franceses, e concluiu que houve uma
relação entre a satisfação dos participantes com as novas dentaduras e mudanças na pontuação
Índice Global de Avaliação da Saúde Oral-GOHAI (p <0,05), o instrumento utilizado para
avaliar a QVSB. Em nosso estudo não avaliamos estatisticamente a correlação entre as
alterações do OHIP e a satisfação dos pacientes reabilitados com próteses totais dupla, pois
não fazia parte dos nossos objetivos específicos, entretanto podemos perceber que houve um
percentual de alteração do OHIP muito significativo, assim como da satisfação, ambos para
melhoria dos indivíduos e esses dados podem sim ter influencia mútua, ou seja , maior
satisfação influenciar melhorias no OHIP, e melhor OHIP determinar maior nível de
satisfação.
Zou e Zhan (2014) sugerem que os pacientes devem ser ajudados por aconselhamento
pscicológico a compreender seu comprometimento oral, não se deve apenas explicar as
limitações e possibilidades da terapia com prótese total convencional, mas sim ajudar os
adultos desdentados a aprender a lidar com próteses totais e ajustar as suas expectativas mais
elevadas conforme a função oral, aumentando assim o índice de satisfação, melhorando o
nível da recuperação clínica e qualidade de vida do paciente.
37
Se ainda assim houver insatisfeitos com algum aspecto relacionado à reabilitação
convencional, conforme ocorreu em nosso estudo com cerca de 10 à 15% da amostra em
relação à reabilitação da arcada inferior, AlBaker (2013) sugere que um plano de tratamento
alternativo ao tratamento convencional, as overdentures, podem ser bem aceitos entre esses
pacientes, melhorando suas limitações funcionais, caso a indicação e a avaliação clínica assim
permitam.
O atual estudo tem como limitação o tamanho da amostra, inferior aos demais estudos
da área analisados na literatura, porém isso ocorreu uma vez que se tratou de uma amostra
selecionada para ter o máximo de características basais semelhantes e isso consequentemente
diminui o número de indivíduos aptos à participação voluntária. Também não houve
possibilidade de avaliar as variáveis quanto às diferenças de gênero, comum nos estudos
clínicos, uma vez que a amostra inicial foi predominantemente feminina (n=22).
38
7 CONCLUSÃO
Pacientes usuários de prótese total dupla, insatisfeitos com suas próteses, após nova
reabilitação convencional melhoraram significativamente a qualidade de vida (com a
diminuição do impacto negativo das próteses na saúde oral) e a satisfação geral com as
próteses, bem como apresentam importantes melhorias quanto a aspectos específicos das
próteses, destacando-se mastigação e estética.
39
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44
APÊNDICES
APÊNDECE A
FICHA CLÍNICA
PESQUISA: SATISFAÇÃO E IMPACTO DA SAÚDE ORAL NA QUALIDADE DE VIDA
EM PACIENTES REABILITADOS COM PRÓTESE TOTAL DUPLA
IDENTIFICAÇÃO
NOME COMPLETO TELEFONE
DATA DE NASCIMENTO / IDADE GÊNERO
ENDEREÇO/ BAIRRO
ESTADO CIVIL PROFISSÃO
INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS
ESCOLARIDADE
RENDA FAMILIAR
ANAMNESE
1. Está sob tratamento médico? Sim Não
2. Está tomando alguma medicação no momento? Sim Não
Em caso afirmativo, qual? __________________________________________
3. Já teve alguma doença grave? Sim Não
Em caso afirmativo, qual? ___________________________________________
4. Já foi operado alguma vez? Sim Não
Em caso afirmativo, de quê _________________________________________
5. Existe algum caso de diabetes ou câncer na família? Sim Não
Em caso afirmativo, qual doença e grau de parentesco? __________________________________
6. Já tomou anestesia local para tratar ou extrair dentes? Sim Não
Em caso afirmativo, teve alguma reação? Sim Não
7. Alguma vez tomou penicilina ou outro antibiótico? Sim Não
Em caso afirmativo, teve alguma reação? Sim Não
8. Apresenta alguma alteração de pressão arterial ou distúrbio cardíaco? Sim Não
9. Tem ou teve algum tipo de sangramento oral? Sim Não
Em que região? _____________________________________________________
10. Está grávida? Sim Não
11. Consome bebida alcoólica? Tipo____________ Frequência_____________ Sim Não
12. É fumante? Há quanto tempo? __________________________________ Sim Não
13. Sente sensação de boca seca, dificuldade de engolir alimentos secos ou necessidade de beber líquidos nas refeições? Sim
Não
HISTÓRICO DAS PRÓTESES ATUAIS
Desde quando é totalmente edêntulo? ( ) anos
Há quanto tempo usa as próteses totais atuais?
Prótese superior ( ) anos
Prótese inferior ( ) anos
Reação às próteses: FAVORÁVEL ( ) DESFAVORÁVEL ( )
Grau de Higiene das próteses atuais: BOM ( ) MÉDIO ( ) RUIM ( )
Como limpa a(s) prótese(s)? _________________________________________________________
Como limpa a boca?_______________________________________________________________
Dorme com a(s) prótese(s)? SIM ( ) NÃO ( )
Motivo para o tratamento: FUNCIONAL ( ) ESTÉTICO ( )
Qual o serviço que procurou para confecção da prótese?
( ) Serviço Público de Saúde (Unidades Básicas de Saúde)
( ) Instituições públicas ou privadas de ensino (Faculdades ; Associações)
( ) Serviço privado de um dentista
45
( ) Serviço de um Técnico em prótese odontológica
Outro: _____________________________________
EXAME EXTRA ORAL
1 – Classificação de perfil mole: CONVEXO ( ) CÔNCAVO ( )
2 – Perfil do terço inferior da face: NORMAL ( ) PROGNÁTICO ( ) RETROGNÁTICO ( )
3 – Forma do Rosto: OVÓIDE ( ) RETANGULAR ( ) TRIANGULAR ( )
4 – Função Labial: NORMAL ( ) HIPERATIVOS ( ) HIPOATIVOS ( )
5 – Volume labial: VOLUMOSO ( ) MÉDIO ( ) FINO ( )
6 – Curva do sorriso: NORMAL( ) ALTA( ) BAIXA( ) INVERTIDA( )
7 – DV INICIAL : ________________mm
EXAME INTRA ORAL
Espaço Maxilo-Mandibular: FAVORÁVEL 2cm ( ) LIMITADO <2cm ( ) EXCESSIVO >2cm ( )
MAXILA:
1 – REBORDO ALVEOLAR:
a) Altura do Rebordo Residual: Alto ( ) Médio ( ) Raso ( )
b) Conformação do Rebordo Residual: “U” ( ) “V” ( ) Laminar ( )
2 – FIBROMUCOSA:
a) Aspecto: NORMAL ( ) PATOLÓGICA ( )
b) Consistência: RÍGIDA ( ) RESILIENTE ( ) FLÁCIDA ( ) MISTA ( )
3 – FORMA DO ARCO: TRIANGULAR ( ) OVÓIDE ( ) QUADRADO ( )
4 – INSERÇÕES MUSCULARES: PRÓXIMAS AO ( ) DISTANTES AO ( ) INTERMEDIÁRIA AO ( )
REBORDO REBORDO REBORDO
5 – TORUS PALATINO: INEXISTENTE ( ) DISCRETO ( ) VOLUMOSO ( )
6 – TUBEROSIDADE direta: NORMAL ( ) REABSORVIDA ( ) VOLUMOSA ( )
esquerda: NORMAL ( ) REABSORVIDA ( ) VOLUMOSA ( )
MANDÍBULA:
1 – REBORDO ALVEOLAR:
a) Altura do Rebordo Residual: Alto ( ) Médio ( ) Baixo ( )
b) Conformação do Rebordo Residual: “U” ( ) “V” ( ) Laminar ( )
2 – FIBROMUCOSA:
a) Aspecto: NORMAL ( ) PATOLÓGICA ( )
b) Consistência: RÍGIDA ( ) RESILIENTE ( ) FLÁCIDA ( ) MISTA ( )
3 – FORMA DO ARCO: TRIANGULAR ( ) OVÓIDE ( ) QUADRADO ( )
4 – INSERÇÕES MUSCULARES: PRÓXIMAS AO ( ) DISTANTES AO ( ) INTERMEDIÁRIA AO ( )
REBORDO REBORDO REBORDO
5 – TORUS MANDIBULAR: INEXISTENTE ( ) DISCRETO ( ) VOLUMOSO ( )
6 – P. PIRIFORME direta: NORMAL ( ) REABSORVIDA ( ) VOLUMOSA ( )
esquerda: NORMAL ( ) REABSORVIDA ( ) VOLUMOSA ( )
POSIÇÃO DA LÍNGUA: NORMAL ( ) RETRAÇAO CLASSE I( ) RETRAÇÃO CLASSE II ( )
SALIVA
a)Quantidade: NORMAL ( ) XEROSTOMIA ( ) b) Qualidade: MUCOSA ( ) SEROSA ( )
46
APÊNDICE B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Este é um convite para você participar da pesquisa: “SATISFAÇÃO E IMPACTO DA
SAÚDE ORAL NA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES REABILITADOS COM
PRÓTESE TOTAL DUPLA” que tem como pesquisador responsável Patrícia dos Santos Calderon.
Esta pesquisa pretende avaliar a satisfação e a influencia na qualidade de vida de
pacientes reabilitados com próteses totais duplas convencionais
O motivo que nos leva a fazer este estudo é para contribuir para o avanço da política nacional
de saúde bucal; os resultados podem ratificar a importância do acesso da população aos serviços de
reabilitação protética.
Caso você decida participar, você deverá assinar este TCLE, e será submetido a exames,
questionários e instalação de próteses. Três meses após iniciar o uso das próteses será realizada nova
avaliação.
Durante a realização das consultas clínicas para confecção das próteses totais removíveis a
previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é sentir náuseas durante os procedimentos
de moldagem, porém tal procedimento é rápido e o profissional que o realizará esta preparado para
lidar com tal situação.
Além disso, pode acontecer um desconforto nos primeiros dias após instalação das próteses
decorrentes do processo da adaptação que será minimizado pelas consultas de controle para ajustes
após instalação e você terá como benefício a reabilitação oral com as próteses totais removíveis.
Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você terá direito
a assistência gratuita que será prestada pelo departamento de odontologia na UFRN.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Patrícia dos
Santos Calderon, telefone: 3215-4104.
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da
pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe
identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e
por um período de 5 anos.
Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.
47
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador
responsável Patrícia dos Santos Calderon.
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão
coletados nessa pesquisa, conhecendo os riscos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente
de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “SATISFAÇÃO E IMPACTO DA
SAÚDE ORAL NA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES REABILITADOS COM PRÓTESE
TOTAL DUPLA”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou
publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.
Natal _____ de ___________________ de 20___.
Assinatura do participante da pesquisa
______________________________________
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo “SATISFAÇÃO E IMPACTO DA SAÚDE ORAL
NA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES REABILITADOS COM PRÓTESE TOTAL
DUPLA”, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos
metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo,
assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei
infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde –
CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal _____ de ___________________ de 20___.
Assinatura do pesquisador responsável
______________________________________
Impressão datiloscópica do participante
48
ANEXOS
ANEXO A
PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA
49
ANEXO B
QUESTIONÁRIO OHIP - EDENT
OHIP – EDENT – BASELINE
LIMITAÇÃO FUNCIONAL
1. Você sentiu dificuldade para mastigar algum alimento devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
2. Você percebeu que seus dentes ou dentaduras retinham alimento?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
3.Você sentiu que suas dentaduras não estavam corretamente assentadas?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
DOR FÍSICA
4. Você sentiu sua boca dolorida?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
5. Você sentiu desconforto ao comer devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
6. Você teve pontos doloridos na boca?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
7. Suas dentaduras estavam desconfortáveis?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
DESCONFORTO PSICOLÓGICO
8. Você se sentiu preocupado(a) devido a problemas dentários?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
9. Você se sentiu constrangido por causa de seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
DISFUNÇÃO FÍSICA
10. Você teve que evitar comer alguma coisa devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
11. Você se sentiu impossibilitado(a) de comer com suas dentaduras devido a problemas com elas?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
12. Você teve que interromper suas refeições devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
DISFUNÇÃO PSICOLÓGICA
13. Você se sentiu perturbado(a) com problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
14. Você esteve em alguma situação embaraçosa devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
DISFUNÇÃO SOCIAL
15. Você evitou sair de casa devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
16. Você foi menos tolerante com seu cônjuge ou família devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
17. Você esteve um pouco irritado(a) com outras pessoas devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
INCAPACIDADE
18. Você foi incapaz de aproveitar totalmente a companhia de outras pessoas devido a problemas com seus dentes, boca ou
dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
19. Você sentiu que a vida em geral foi menos satisfatória devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
50
OHIP – EDENT – 3 MESES
LIMITAÇÃO FUNCIONAL
1. Você sentiu dificuldade para mastigar algum alimento devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
2. Você percebeu que seus dentes ou dentaduras retinham alimento?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
3.Você sentiu que suas dentaduras não estavam corretamente assentadas?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
DOR FÍSICA
4. Você sentiu sua boca dolorida?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
5. Você sentiu desconforto ao comer devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
6. Você teve pontos doloridos na boca?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
7. Suas dentaduras estavam desconfortáveis?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
DESCONFORTO PSICOLÓGICO
8. Você se sentiu preocupado(a) devido a problemas dentários?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
9. Você se sentiu constrangido por causa de seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
DISFUNÇÃO FÍSICA
10. Você teve que evitar comer alguma coisa devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
11. Você se sentiu impossibilitado(a) de comer com suas dentaduras devido a problemas com elas?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
12. Você teve que interromper suas refeições devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
DISFUNÇÃO PSICOLÓGICA
13. Você se sentiu perturbado(a) com problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
14. Você esteve em alguma situação embaraçosa devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
DISFUNÇÃO SOCIAL
15. Você evitou sair de casa devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
16. Você foi menos tolerante com seu cônjuge ou família devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
17. Você esteve um pouco irritado(a) com outras pessoas devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
INCAPACIDADE
18. Você foi incapaz de aproveitar totalmente a companhia de outras pessoas devido a problemas com seus dentes, boca ou
dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
19. Você sentiu que a vida em geral foi menos satisfatória devido a problemas com seus dentes, boca ou dentaduras?
( ) Nunca ( ) Às Vezes ( ) Quase sempre
51
ANEXO C
AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO PACIENTE COM AS PRÓTESES
SATISFAÇÃO COM A PRÓTESE - BASELINE
Como vc classifica sua satisfação em relação a sua dentadura?
0-25% (1) 26-50% (2) 51-75% (3) 76-100% (4)
Mastigação
Gustação
Fonação
Dor no arco superior
Dor no arco inferior
Estética
Adaptação - arco superior
Adaptação - Arco inferior
Retenção- Arco superior
Retenção- Arco inferior
Conforto- Arco superior
Conforto - Arco inferior
SATISFAÇÃO COM A PRÓTESE – 3 meses
Como vc classifica sua satisfação em relação a sua dentadura?
0-25% (1) 26-50% (2) 51-75% (3) 76-100% (4)
Mastigação
Gustação
Fonação
Dor no arco superior
Dor no arco inferior
Estética
Adaptação - arco superior
Adaptação - Arco inferior
Retenção- Arco superior
Retenção- Arco inferior
Conforto- Arco superior
Conforto - Arco inferior
1- 0 a 25: Insatisfeito
2- 26 a 50: Pouco satisfeito
3- 51 a 75: Satisfeito
4- 76 a 100: Muito satisfeito
1- Sem retenção
2- Com mínima retenção
3- Com moderada retenção
4- Com boa retenção
1- 0 a 25: Insatisfeito
2- 26 a 50: Pouco satisfeito
3- 51 a 75: Satisfeito
4- 76 a 100: Muito satisfeito
1- Sem retenção
2- Com mínima retenção
3- Com moderada retenção
4- Com boa retenção
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