Universidade Federal de São Carlos
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócioeconomia Rural
JOSÉ ALEXANDRE BODO
A LOGÍSTICA DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
SERTÃOZINHO - 2010
Universidade Federal de São Carlos
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócioeconomia Rural
JOSÉ ALEXANDRE BODO
A LOGÍSTICA DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
Monografia apresentada ao curso MTA
(Máster of Technology Administration)
do Programa de Pós-Graduação em
Gestão de Tecnologia Industrial
Sucroenergética do Departamento
de Tecnologia Agroindustrial e
Sócioeconomia Rural do Centro de
Ciências Agrárias da Universidade
Federal de São Carlos.
Orientadora: Profª Dra Marta Cristina
Marjotta Maistro
SERTÃOZINHO – 2010
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus
Por ter permitido superar todos os obstáculos para alcançar esse
objetivo.
Aos professores do curso
Pelos ensinamentos que socializaram contribuindo para o meu crescimento pessoal e profissional.
À minha família
Pela compreensão e força para mais essa conquista.
Em especial a minha esposa Gerceley pelo apoio, sem ela seria
muito difícil concluir este trabalho
“ Os únicos ideais que vale a pena ter são os que
podem ser aplicados ao cotidiano e ao mundo”
Paul David Hewson
RESUMO
Esse estudo refere-se ao setor sucroalcooleiro e tem por objetivo explorar a cadeia
logística do Sistema agroindustrial da cana-de-açúcar no Brasil e os avanços em
infra-estrutura pelas instituições envolvidas na comercialização do açúcar e do
etanol para exportação. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, exploratória e
descritiva, desenvolvida no período de agosto de 2009 à março de 2010, no curso
de MTA, UFSCAR Araras/ São Paulo, tendo como universo o setor sucroalcooleiro
do Brasil. Dentro desse contexto, o questionamento levantado é como se dá a
cadeia logística do setor sucroalcooleiro no Brasil e quais os avanços em
infraestrutura para a comercialização do açúcar e do etanol no Brasil. Conclui-se que
a cadeia logística do setor sucroalcooleiro tem capacidade de gerenciar estratégias
de competição global, porém ainda há muito a crescer para atender com eficiência e
eficácia a demanda, quando se trata do escoamento da produção, seja ela do
açúcar como do etanol, para tanto necessita de investimentos altos, em portos e
ferrovias.
Palavras-chave: Cana de açúcar; Açúcar; Etanol; Logística.
.
ABSTRACT
The present study concerns the sugar and ethanol sector and aims at
investigating the Brazilian sugar cane agro-industrial logistic chain and its
advances in terms of infra-structure made by institutions related to sugar and
ethanol export trading. It is structured as investigating and descriptive
bibliographic research, developed from August, 2009 to March, 2010 in the MTA
course, held by UFSCAR Araras / São Paulo, with a field of study defined by the
Brazilian sugar and ethanol sector. Within such context, the question raised is the
means by which the logistic chain in the sector mentioned is made and which are
the infrastructural advances for trading Brazilian sugar and ethanol. The
conclusion reached was that the Brazilian sugar and ethanol sector is able to
manage global strategies of competition, however, there are many areas for
further improvement in order to cover efficiently and hanoleffectively the
demands. When the problem is production outflow, whether of sugar or high
investments in harbors or railways are still required.
Keywords: Sugar Cane; Sugar; Ethanol ; Logistics.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................09 2 METODOLOGIA DA PESQUISA.................................................................12 3 A CANA DE AÇÚCAR NO BRASIL E SUA LOGÍSTICA.........................15 3.1 Caminhos da cana de açúcar..................................................................16 3.2 A origem da logística e a sua organização no ramo sucroalcooleiro.21 3.2.1 Cadeia logística: fluxos de movimentação do etanol...........................27 4 CONCLUSÃO.............................................................................................33 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................35
9
1 INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento do capitalismo mundial, sobretudo a partir da
Revolução Industrial, a logística tornou-se cada vez mais importante para as
empresas num mercado competitivo em decorrência do aumento da quantidade de
mercadorias produzidas e consumidas, consequentemente aumentando muito o
comércio mundial.
Com isso torna-se imprescindível criar um ramo da gestão cujas atividades
estariam voltadas para o planejamento da armazenagem, circulação (terra, ar e mar)
e distribuição dos produtos, denominada então de logística dos produtos (BALLOU,
93).
Um dos objetivos mais importantes da logística é conseguir criar mecanismos para
entregar os produtos ao destino final num tempo mais curto possível, reduzindo os
custos. Para isso, os especialistas em logística estudam rotas de circulação, meios
de transportes, locais de armazenagens (depósitos) entre outros fatores que
influencia na área, pois com a globalização da economia, os conhecimentos de
logística são de fundamental importância para as empresas. Considerando que a cana de açúcar, historicamente é um dos principais produtos agrícolas do Brasil, cultivada desde a época da colonização e que da sua industrialização obtém-se vários produtos
Considerando que a cana de açúcar, historicamente é um dos principais produtos
agrícolas do Brasil, cultivada desde a época da colonização e que da sua
industrialização obtém-se vários produtos dentre eles o açúcar e o etanol (anidro e
hidratado).
Esse estudo trata especificamente da logística do açúcar e do etanol pelo fato
de que hoje os custos do corte, carregamento e transporte da cana de açúcar
representam 30% do custo total da produção e que apenas o transporte representa
12% desse total (VIAN e MARIN , 2.009).
Destaque-se que a logística a ser analisada nesse sistema deverá estar focada
tanto no transporte de cana-de-açúcar até a usina quanto no transporte do etanol até
o destino. Ademais, o ganho social de melhorias no transporte deverá ser
significativo, especialmente naqueles casos em que os custos de transporte
constituem-se numa grande parcela do custo total, como é o caso dos produtos
agrícolas.
10
Trata-se de uma pesquisa bibliográficasobre a logística do açúcar e do etanol,
cujo objetivo geral é:explorara a cadeia logística do setor sucroalcoleiro no Brasil e os
avanços em infra-estrutura pelas instituições envolvidas na comercialização do
produto doméstico, apontando para: identificar os principais fluxos de movimentação
do produto brasileiro; evidenciar os possíveis investimentos para tornar a logística de
movimentação do açúcar e etanol no Brasil mais eficiente.
Para responder o questionamento levantado: como se dá a cadeia logística do
setor sucroalcooleiro no Brasil e quais os avanços em infra-estrutura para a
comercialização do açúcar e do etanol no Brasil.
O interesse pelo estudo se dá pelo fato do pesquisador ser colaborador de
uma unidade produtora de açúcar e etanol e derivados há trinta anos, obviamente
tendo desempenhado diferentes funções em diferentes setores, o que possibilitou ter
uma visão de totalidade da empresa, ou seja, ter acompanhado o crescimento e
desenvolvimento da empresa, bem com todos os seus percalços próprios de todo
setor econômico.
Vale ressaltar que essa trajetória sempre foi acompanhada de uma
capacitação continuada, o que acabou levando o pesquisador para a área de
logística da empresa e também para uma pós-graduação (MBA) Marketing, em
2001, para ser ter uma visão mais totalista do processo.
Com isso, certamente, esse estudo será de grande valia ao setor
sucroalcooleiro por tratar a cana-de-açúcar, não apenas como mais um produto, mas
sim como o principal tipo de biomassa energética de todo o agronegócio
sucroalcooleiro, representado tanto pelas indústrias de açúcar e etanol como pelos
milhões de empregos diretos e indiretos que gera em todo o Brasil.
As questões que norteiam esse estudo são: os principais fluxos de
movimentação desses produtos brasileiros; os possíveis investimentos que tornam a
logística de movimentação da matéria prima ao produto final que é o açúcar e etanol
no Brasil mais eficiente.
Vale ressaltar que para melhor compreender o objeto de estudo
primeiramente perpassa-se pelo processo histórico da cana de açúcar por se tratar
11
da origem da matéria prima do produto, facilitando assim, a compreensão dos fluxos
de movimentação e os investimentos em logística desses produtos.
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2 METODOLOGIA DA PESQUISA
Esse estudo trata da cadeia logística entre o Sistema agroindustrial da cana-
de-açúcar no Brasil e seus avanços em infra-estrutura pelas instituições envolvidas
na comercialização do açúcar e etanol para exportação. Refere-se a um estudo
bibliográfico, pois o tema escolhido para a pesquisa contempla indagações também
de outros pesquisadores como ressalta Martinelli (1999, p. 36) quando esclarece
que:
A pesquisa em ciências sociais é um processo de conhecimento que se dá em continuum, a qual através das construções da própria interpretação procura compreender as
coisas, a realidade e o mundo.
Minayo (1994, p. 16) em seus estudos afirma que: “entendemos por
metodologia o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da
realidade. Neste sentido, a metodologia ocupa um lugar central no interior das
teorias e está sempre referida a elas.”
Barros (1.990, p.34) esclarece que:
A pesquisa bibliográfica é de grande valia e eficácia ao pesquisador porque ela permite obter conhecimento já catalogados em bibliotecas, editoras, Internet, videotecas, etc. A pesquisa bibliográfica se realiza comumente em três fases: identificação, localização e reunião sistemática dos materiais ou
dos fatos.
Enquanto que para Andrade (2005, p.126): “a pesquisa bibliográfica tanto
pode ser um trabalho independente como constituir-se no passo inicial de outra
pesquisa.”
13
Partindo da realidade a ser pesquisada, levantou-se o seguinte
questionamento:
Esta pesquisa utilizou-se o Método Dialético, pois segundo Marconi e
Lacatosl (2004, p. 82) para a dialética:
... as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos mas em
movimento: nenhuma coisa está “acabada”, encontrando-se sempre em via de se transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo.
A pesquisa bibliográfica é exploratória e descritiva, para melhor se
desenvolver e esclarecer conceitos, idéias e caracterizar o fenômeno, como pontua
Andrade (2005, p. 124) quando define:
A pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo trabalho científico. São finalidades de uma pesquisa exploratória, sobretudo quando bibliográfica, proporcionar maiores informações sobre determinado assunto; facilitar a delimitação de um tema de trabalho; definir os objetivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa ou descobrir novo tipo de enfoque para o trabalho que se tem em mente. Através das pesquisas exploratórias avalia-se a possibilidade de desenvolver uma boa pesquisa sobre determinado assunto. Na pesquisa descritiva, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles. Isto significa que os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador.
Para atingir os objetivos propostos neste estudo, primeiramente realizou-se
uma aproximação com a temática em questão, através da leitura de artigos
respectivamente representados pelos seguintes instrumentos de informação: jornais,
revistas, internet e livros que discorrem sobre a cadeia logística entre o Sistema
agroindustrial da cana-de-açúcar no Brasil e seus avanços.
Esta aproximação do tema propiciou uma melhor apreensão da realidade
pesquisada para a elaboração de um projeto de pesquisa, em que através da
metodologia de estudo, contemplaram-se os passos necessários para a realização
deste trabalho.
Diante disto, delimitou-se o tema deste estudo, ou seja: um estudo sobre a
cadeia logística entre o Sistema agroindustrial da cana-de-açúcar no Brasil e seus
14
avanços em infra-estrutura pelas instituições envolvidas na comercialização do
açúcar e etanol para exportação no Brasil. Os objetivos levantados são: geral:
explorar a cadeia logística do Setor sulcroalcooleiro no Brasil e os avanços em infra-
estrutura pelas instituições envolvidas na comercialização do produto, apontando
para: identificar os principais fluxos de movimentação do produto brasileiro;
evidenciar os possíveis investimentos para tornar a logística de movimentação do
açúcar e etanol no Brasil mais eficiente.
O problema levantado é: como se dá a cadeia logística do setor
sucroalcooleiro no Brasil e quais os avanços em infraestrutura para a
comercialização do açúcar e do etanol no Brasil?
Tal questionamento possibilitou o levantamento das questões norteadoras do
estudo, a saber: os principais fluxos de movimentação do açúcar e do álcool; os
investimentos que tornam a logística de movimentação do açúcar e etanol no Brasil
mais eficiente.
O instrumental de coleta de dados foram livros, artigos da internet,
resultados de trabalhos publicados, boletins informativos, jornais específicos da área
entre outros.
As questões norteadoras foram ordenadas com referência direta ao tema
pesquisado, buscando atingir os objetivos inicialmente propostos nesse trabalho.
A pesquisa está sistematizada em eixos fundados nas mesmas questões
norteadoras para facilitar a análise dos dados através do método descritivo, o que
facilita a elaboração dos aportes conclusivos.
Esse estudo tem como universo o setor sucroalcooleiro do Estado de São
Paulo.
15
3 A CANA DE AÇÚCAR NO BRASIL E SUA CADEIA LOGÍSTICA
Para se falar em cadeia logística do Sistema agroindustrial da cana-de-açúcar
no Brasil e seus avanços em infra-estrutura adotados pelas instituições envolvidas
na comercialização do açúcar e do etanol para exportação, primeiramente há que
se perpassar pelo histórico da cana de açúcar, uma vez que essa é a matéria prima
desses produtos.
A cana de açúcar hoje é uma das culturas agrícolas mais importantes do
mundo tropical, gerando centenas de milhares de empregos diretos e indiretos. O
interior paulista é o principal produtor mundial de cana-de-açúcar, é uma das regiões
mais desenvolvidas do Brasil, com elevados índices de desenvolvimento urbano e
renda per capita muito acima da média nacional, o mesmo não acontecendo nas
regiões do litoral nordestino brasileiro, onde está presente desde o séc. XVI, não
garantiu o mesmo desenvolvimento observado para algumas regiões do estado de
São Paulo (ÚNICA, 2.009).
O setor sucroalcooleiro brasileiro despertou o interesse de diversos países,
principalmente pelo baixo custo de produção de açúcar e etanol. Este último tem sido
cada vez mais importado por nações de países desenvolvidos, que visam reduzir a
emissão de poluentes na atmosfera e a dependência de combustíveis fósseis.
No Brasil, a agroindústria da cana-de-açúcar tem adotado políticas de
preservação ambiental que são exemplos mundiais na agricultura. Embora nessas
políticas não estejam contemplados os problemas decorrentes da expansão
acelerada sobre vastas regiões e o prejuízo decorrente da substituição da agricultura
variada de pequenas propriedades pela monocultura. Já existem diversas usinas
brasileiras que comercializam crédito de carbono, dada a eficiência ambiental.
Assim, verifica-se que para falar de cana de açúcar há que se conhecer sua
trajetória histórica nesse país.
16
3.1 Caminhos da cana de açúcar no Brasil
O cultivo da cana-de-açúcar no Brasil se deu pela necessidade de colonizar e
explorar um território novo e sem muito significado econômico para Portugal.
Pode-se afirmar que a escolha do cultivo da cana de açúcar se deu
primeiramente pelo tipo de solo, massapé, ou seja, um solo encontrado
principalmente no litoral nordestino, composto da decomposição de rochas com
características minerais de gnaisses de tonalidade escura, calcários, filitos é granito.
A Terra de Massapé é um solo siltoso-argiloso(muito rico), é escuro e rico em húmus.
Surge na Zona da Mata, Recôncavo Baiano e sul da Bahia. Na região do Recôncavo
Baiano, o massapê é oriundo da decomposição de rochas sedimentares, como os
folhelhos (rocha argilosa em finas camadas) formados no período cretáceo, propício
para o cultivo da cana-de-açúcar e por ser um produto muito bem cotado no comércio
europeu – destinado unicamente à exportação e capaz de gerar valiosíssimos lucros,
transformando-se no alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil entre
os séculos XVI e XVII (SANT`ANA, 1970).
Segundo Szmreczányi (1979) Martim Afonso de Souza, trouxe as
primeiras mudas de Ilha da Madeira e foi o responsável pela instalação do primeiro
engenho em São Vicente, no ano de 1533, seguido de muitos outros em toda costa
brasileira, tendo o Nordeste, (litoral pernambucano e baiano), a maior parte da
produção açucareira da colônia, pois sua localização contribuíam para o escoamento
e agilização da chegada do produto aos mercados consumidores.
A produção açucareira no Brasil chamou a atenção dos holandeses
que, em 1850, invadiram Pernambuco, maior produtor de açúcar da época,
adquirindo a experiência necessária para o cultivo da cana-de-açúcar ao ponto de
após sua expulsão, foram para as Antilhas, prosseguiram com a cultura do açúcar,
passando a ser, durante os séculos XVII e XVIII, concorrentes do Brasil no
abastecimento do mercado europeu.
Dessa forma, no século XVIII, a Holanda também se supera na
construção de uma indústria açucareira e no abastecimento do mercado europeu, e
17
faz com que o Brasil perca o monopólio do açúcar, desvirtuando o quadro político-
econômico vigente na época.
Ainda, no final do século XVIII, a concorrência do açúcar de beterraba europeu
e do açúcar de cana das Antilhas e de Cuba ameaçava a liderança do Nordeste
brasileiro, grande produtor de açúcar, porém a lavoura canavieira reconquistou
importância como atividade econômica em São Paulo, migrando do litoral para o
interior, onde estavam as áreas de solos férteis de terra roxa.
Szmreczányi (1979, p.43) afirma que:
O desenvolvimento da agroindústria canavieira teve um papel de grande relevo na história econômica do Brasil. Durante quase dois séculos após o descobrimento, ela constituiu praticamente o único pilar em que se assentava a economia colonial. Até essa época, o Brasil era o maior produtor e exportador de açúcar do mundo. [...]
A partir do século XIX, embora São Paulo tivesse sua economia focada no
café, a produção açucareira continuou crescendo até 1929, quando o crash da Bolsa
de Nova York abalou os mercados mundiais, atingindo fortemente a economia
brasileira, baseada no café. A cana sofreu o mesmo impacto.
Como parte do esforço de recuperação brasileiro, o governo do
então presidente Getúlio Vargas criou o Instituto do Açúcar e do álcool (IAA), através
do Decreto do Governo Federal nº 22789, de 01/06/1933. Foram estabelecidas cotas
de produção e normas rígidas para todas as etapas do processo produtivo e de
comercialização dos produtos nos mercados interno e externo.
Bray, Ferreira e Ruas (2000, p.14) ressaltam que:
Este órgão surgiu para contribuir com a melhoria das condições da agroindústria açucareira nacional e resolver o excedente da produção de açúcar como fomento do álcool combustível, através da estabilização dos preços do açúcar e da construção de novos equipamentos para as destilarias destinadas à produção do álcool.
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Assim, esse Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) foi criado com a função de
controlar a produção para manter os preços em um nível adequado, protegendo o
produto brasileiro no mercado mundial. Para atingir suas finalidades, o IAA
estabeleceu um sistema rígido de cotas, que eram distribuídas entre as diferentes
unidades produtoras. Ou seja, cada engenho e usina só poderiam produzir uma
determinada quantidade de açúcar. Com os preços e a produção rigidamente
controlados, a única maneira de manter o negócio lucrativo era reduzir os custos e
aumentar a produtividade.
Desse modo, era praticamente inevitável que a produção viesse a se
concentrar em grandes usinas, com capacidade para moer milhares de toneladas de
cana por dia. Desde então, a agroindústria açucareira vem passando um constante
processo de modernização, com o agrupamento de empresas, buscando maior
rendimento das lavouras e barateamento dos custos.
Na década de 1940 foi instituído o Estatuto da Lavoura Canavieira (Decreto
Lei nº 3855/1941), lei que objetivava a proteção dos fornecedores de cana-de-açúcar,
por meio de várias medidas, tais como o estabelecimento do salário mínimo do
trabalhador rural canavieiro. No entanto, os trabalhadores rurais canavieiros foram
legalmente tutelados pelo IAA somente no ano de 1944, através do Decreto nº
6969/1944, por meio do qual se procurou garantir: a) estabilidade no emprego; b)
moradia-padrão digna; c) direito à assistência médico-hospitalar e odontológica
gratuita; d) direito a uma área de terras gratuita e próxima à moradia para a produção
de culturas de subsistência e, e) proibição da redução de seus salários durante a má
safra de cana-de-açúcar (BRAY, FERREIRA e RUAS, 2000).
Posteriormente, o IAA estendeu sua atuação para controle interno do preço e
da produção do açúcar e do etanol, na distribuição periódica de cotas entre as
usinas e implantação de novas indústrias, para harmonizar disputas regionais entre
Norte/Nordeste e Sudeste. Estas medidas garantiram a viabilização do parque
açucareiro nordestino, embora as vantagens competitivas das empresas paulistas.
Estas últimas tinham maior volume de compra da produção, por estarem situadas
próximas ao mercado consumidor, porém ficaram sujeitas ao fornecimento de açúcar
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nordestino. O parque industrial paulista já era mais desenvolvido, dada à
industrialização local ter sido mais intensa e suportada pela economia do café.
No período da 2a. Guerra Mundial a desorganização da navegação de
cabotagem, dificulta a chegada do açúcar nordestino ao Sudeste e Sul, permitindo
que os produtores de cana-de-açúcar de São Paulo instalassem na região engenhos
e destilarias, com uma quebra, temporária na limitação de instalação de unidades de
processamento de açúcar.
Embora os empresários paulistas tivessem o compromisso de desativá-las na
volta à normalidade, tal não ocorreu, sendo então transformadas em usinas de
açúcar (SZMRECSÁNYI, 1979). Sendo então, esta a origem das usinas paulistas
que apresentam mais inovações tecnológicas atualmente. Estas usinas apresentam
ligações à montante com a indústria metal mecânica, de fabricação de máquinas e
equipamentos para o setor canavieiro.
O IAA propõe na década de 60 um plano de Expansão da Indústria
Açucareira Nacional, para o setor sucro-alcooleiro, promovendo seu
desenvolvimento através de mudanças da base técnica da produção agrícola,
utilizando tratores e insumos importados. Na sua primeira fase de modernização
(1960-65), sob o Plano de expansão, a mecanização se estende a todo o processo
produtivo - plantio e tratos culturais - e ao carregamento e transporte. Apenas a
colheita depende do trabalho manual, que para ter maior produtividade, necessita da
queima da palha da cana, prática disseminada em todas as regiões. A necessidade
de carregamento e transporte automotrizes se dá devido à grande expansão da área
plantada.
No início da década de 70, o setor apresenta capacidade instalada suficiente
para enfrentar a redução de preços internacionais do açúcar. A criação do Proálcool,
em 1975, responde à crise do petróleo e a diminuição do preço do açúcar no
mercado internacional. Além destas motivações o Proálcool serviu, para alavancar,
indiretamente, a indústria automobilística brasileira.
A primeira fase do Proálcool incentiva o uso do álcool anidro como aditivo à
gasolina e a implantação de destilarias anexas a usinas de açúcar. Na sua segunda
fase, o Proálcool apoia a construção de Destilarias autônomas para produção de
álcool hidratado para uso direto nos veículos. A terceira etapa do Proálcool, após o
20
auge da produção nacional de etanol (cerca de 15 milhões de litros anuais) e
refletindo a queda de preço do petróleo, caracteriza-se pela diminuição crescente da
participação de veículos movidos a álcool no mercado brasileiro. A partir de 1986, a
produção de carros à álcool diminui, representando em 1994, pouco mais de 5% da
produção total de carros no Brasil, quando no período entre 1983 a 1988,
representou entre 88% a 96% do total da produção automobilística brasileira.
Após 64 anos de tutela governamental, a desregulamentação do setor tem
início; em 1991 há o desmonte do IAA, com a instituição do Proálcool em 1991,
destilarias autônomas, principalmente em São Paulo, passam a produzir açúcar com
instalação de usina anexa, vislumbrando a exportação do produto. Outras usinas
buscam maior integração com o mercado interno. Algumas, com a produção de
açúcar líquido, atendem a interesses de seus clientes industriais (indústria de
alimentos e de refrigerantes).
Outras unem suas áreas comerciais em uma única entidade, para aumentar
sua capacitação em negociação e logística de distribuição e de exportação. Embora
ocorram fusões e fechamentos de usinas e destilarias em várias regiões do país, a
área plantada e produção industrial, assim como a produtividade agrícola e
industrial, continuam em crescimento, devidos principalmente, à inovação e às
formas de gestão empreendidas em processos produtivos e de relacionamento à
montante e a jusante na cadeia sucroalcooleira.
Portanto, a agroindústria sucroalcooleira sempre esteve atrelada ao controle
direto do Estado, o qual se colocou como o responsável pela definição das cotas de
produção, pelo estabelecimento dos cronogramas de comercialização e dos preços
ao longo de toda a cadeia produtiva.
Ao longo dos anos de 1990, o setor foi desregulamentado. Atualmente o
mercado dos produtos sucroalcooleiros está totalmente livre, exigindo das destilarias
e usinas a elaboração de novos mecanismos para a adequação ao novo sistema.
Estas notas têm como proposta resgatar as principais políticas públicas voltadas ao
setor sucroalcooleiro e suas implicações no processo de expansão da produção
sucroalcooleira no Estado de São Paulo.
21
3.2 A Origem da logística e a sua organização no ramo sucroalcooleiro
Historicamente, a logística, na literatura, tem uma menção valorosa para A
arte da Guerra no século 6 A.C. , pelo general Sun Tzu. Trata-se da obra mais antiga
que se tem notícia sobre estratégias de batalha, sendo fonte de inspiração para os
estudos militares ao longo da História.
Traduzida por um monge francês no século XVIII, teve grande influência
sobre as decisões estratégicas de Napoleão Bonaparte durante sua conquista sobre
a Europa, pelo exército francês e alemão durante a I Guerra Mundial e na Operação
Tempestade no Deserto.
As estratégias de Sun Tzu para A Arte da Guerra também foram utilizadas
como base para outros textos de ordem econômica, logística e desportiva. A obra
tem sido de particular influência em ambientes de extrema competição, em especial
por altos executivos japoneses e americanos, e em competições de rugby. Na
França, no século XVIII, com o Marechal de Lógis tornou-se responsável pelo
suprimento de transporte de material bélico nas batalhas, porém o primeiro general
a utilizar o termo foi Von Claussen, de Frederico da Prússia. No entanto, os
americanos, com consultoria de professores da Harvard, estudaram mais a fundo a
Logística, para sua melhor utilização na participação da II Guerra Mundial. No
pós-guerra, estes consultores tornaram-se os primeiros professores da disciplina
Logística Empresarial em Harvard, nos anos 50 (NOVAES, 2001).
Hoje, a logística refere-se ao processo de planejar, implementar e controlar,
de maneira eficiente, o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços
de informação associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de
consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor (NOVAES, 2001).
De acordo com Ballou (1993), um dos objetivos da logística é melhorar o nível
de serviço oferecido ao cliente, tendo a qualidade do fluxo de produtos e serviços e
gerenciado como nível de serviço logístico. A logística, portanto, é um fator que pode
ser utilizado como estratégia para uma organização. Sua aplicação se dá da escolha
adequada de fornecedores, passando pela organização da produção e chegando ao
cliente.
22
Para Ferraz Neto (2001) ao ser corretamente entendida e aplicada, a logística
permite desenvolver estratégias para a redução de custos e o aumento do nível de
serviço ofertado ao cliente. Como estas duas condições, isoladamente ou em
conjunto, possibilitam o estabelecimento de diferenciais competitivos, justifica-se que
este seja o caminho escolhido por um número crescente de empresas, para buscar
vantagens sobre a concorrência.
Assim, para o aumento do nível de serviço ofertado ao cliente são
necessários não apenas aprimorar as atividades internas da organização, mas
também que haja um nível de integração considerável entre os parceiros de uma
mesma cadeia (FLEURY E LAVALLE, 2000).
De acordo com a mesma fonte, os indicadores de desempenho logístico
podem monitorar a qualidade das atividades logísticas internas à empresa ou a de
seus parceiros (clientes e fornecedores), na gestão da logística integrada.
Musetti (2001, p.1) afirma que a logística:
Constitui-se, hoje, numa das principais fontes de vantagem competitiva sustentável para as organizações produtivas. Trabalhos nacionais e internacionais têm constatado a importância dessa nova visão gerencial baseada na integração de processos internos e externos à organização produtiva e na sua agilidade no gerenciamento de mudanças. Destacam-se entre esses estudos as proposições de algumas estruturas destinadas à excelência logística e ao seu envolvimento estratégico, tático e operacional, visando ao alcance integral das vantagens propiciadas por esta nova visão de gestão.
Enquanto que, segundo Fleury (2000) a logística deve ser vista como um
instrumento de marketing, uma ferramenta gerencial capaz de agregar valor, por
meio dos serviços prestados, ou seja, a política de serviço deve ser considerada
como um componente central dado pela organização logística.
Assim, a logística é um fator muito importante para as organizações
produtivas indo desde a escolha da área agrícola até o escoamento de sua
produção otimizando todas as etapas do processo.
O Brasil é atualmente o principal produtor mundial de cana de açúcar e de
etanol; sendo o Estado de São Paulo, o principal produtor do país, com a produção
de 593.970.317 ton. na safra 2009/2010 .
23
A Região Oeste de São Paulo tem se tornado, desde o início da produção de
cana de açúcar, após o Proálcool, um dos maiores produtores.
Na região centro-sul a área de cana disponível para colheita na safra 2008/09
foi estimada em 7.53 milhões hectares (ha), representando um aumento de 15,7%
(917,9 mil ha) em relação à safra anterior. São Paulo, como maior produtor de cana,
tem uma área de 4,1 milhões ha disponíveis para colheita, representando 66% de
toda área de cana da região centro-sul. Apresentando um crescimento de 12,2%
(483,3 mil ha) de área em relação à safra 2007/08.
O segundo maior produtor é o Estado do Paraná com 590 mil ha, seguido por
Minas Gerais com 587,1 mil ha de cana seguido por Goias com 520,3 mil ha. Em
relação à safra 2007/08, Paraná e Minas Gerais tiveram aumentos de 17,7% (90,9
mil ha) e 24,2% (112 mil ha). Goiás é o quarto maior produtor de cana na região
centro-sul com uma área de 432 mil ha, mas foi o que apresentou a maior taxa de
expansão (39,9%) em relação à safra 2007/08, com um aumento na área de 123,2
mil ha.
As avaliações da área cultivada com cana, por meio de imagens de satélites
de sensoriamento remoto, são realizadas pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais) em cooperação com a UNICA (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) e
o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) desde 2003.
Desta forma, todo um procedimento logístico deve ser coordenado para que
não haja falta de abastecimento da matéria-prima dentro da indústria, onde o
sincronismo entre o tempo de corte, carregamento e transporte devem ser
controlados, para que a principal fonte de abastecimento das indústrias
sucroalcooleiras chegue de maneira eficiente. Todo um sistema logístico está
envolvido por trás dessa coordenação, e o principal desafio se concentra no fato de
ser um processo integrado, o qual exige a conscientização de todos da empresa.
No setor sucroalcooleiro é indiscutível que a cana-de-açúcar se apresenta
como o principal vetor de crescimento do agronegócio brasileiro para os próximos
anos, tanto pela vertente alimentícia quanto energética. É dentro desse cenário
promissor, que as empresas precisam se posicionar estrategicamente para extrair o
maior valor econômico possível, com maior integração entre os agentes.
24
O Jornal Cana (2007) apresenta um breve resumo do setor sucroalcooleiro,
no ano 2006, demonstrando que o Brasil é realmente o número um na produção de
açúcar e álcool no mundo, pois o setor sucroalcooleiro brasileiro movimentou em
2006, direta e indiretamente, a cifra de R$ 41 bilhões, o que corresponde a
aproximadamente 3,65% do PIB nacional. .
Em 2009, o país obteve US$ 8,37 bilhões com as exportações de 24.294
milhões de toneladas de açúcar e 3 bilhões de litros de álcool (US$ 1,5 bilhão). Na
safra 2009/20010, a moagem foi de 594 milhões de toneladas de cana, produzindo
32.649 milhões de toneladas de açúcar e 25.3 bilhões de litros de etanol, conforme
aponta o gráfico abaixo.
FONTE DCAA/SPAE/MAPA POSIÇÃO DE 01/02/2010
De acordo ainda com o Jornal Cana (2007), cerca de 50 mil empresas
brasileiras são beneficiadas pelo alto volume financeiro destinado a investimentos,
compras de equipamentos e insumos e de contratação de serviços por parte das
usinas de açúcar e álcool, volume que ultrapassou R$ 4 bilhões, em 2005.
Estudo da Consultoria Datagro prevê crescimento de 33% nos embarques de
açúcar até 2011. Este volume adicional representa incremento de 6,2 milhões de
toneladas em relação às vendas atuais. O Brasil será o principal beneficiado pela
punição conferida recentemente pela Organização Mundial do Comércio à União
Européia, o que abre um mercado de 1 milhão de toneladas por ano. Em 2006 a
exportação do produto nacional já apresentou crescimento para os Emirados
Árabes, Argélia,Síria,Nigéria e Iraque.
25
O panorama positivo também enumera possibilidades para a comercialização
de etanol. Estudo da Sociedade Corretora de Álcool, mostra que a indústria
brasileira, atualmente responde por 50% do mercado global, deve alcançar produção
de 30 bilhões de litros em 2015. Na safra (2009/2010) foram fabricados 25,1 bilhões
de litros, como aponta o quadro abaixo:
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mostram que
as vendas externas do etanol passarão de 2,5 bilhões de litros por ano para 8,5
bilhões de litros anualmente no mesmo período.
Com o menor custo de produção do mundo, o setor sucroalcooleiro nacional
pode perder parte dos lucros conquistados com pesquisas durante o processo de
exportação. Se não investir em infra-estrutura logística, o Brasil corre o risco de se
tornar um fornecedor, incapaz de entregar ao cliente o produto contratado.
A competitividade do Brasil é inequívoca: cerca de R$ 0,20 por litro produzido, e
os Estados Unidos, segundo local de custo mais baixo, pagam quase o dobro do
valor brasileiro. O custo logístico nacional chega a ser em alguns casos, três vezes
superior ao valor investido pelos principais concorrentes no mercado. “Hoje somos o
mais eficiente produtor de açúcar e etanol do mundo, mas deixamos boa parte da
nossa vantagem em estradas, ferrovias e portos”, afirma o presidente da Unica,
JanK (2009).
26
Segundo ainda a Única (órgão regulador das usinas de açúcar e etanol, formada
em maio de 1997, é resultado da articulação para acomodar interesses diversos
entre seis entidades - surgidas no passado por divergências entre usineiros
paulistas. A UNICA abriga: Cooperativa dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do
Estado de São Paulo (Copersucar), Associação da Indústria Sucroalcooleira do
Estado de São Paulo (SUCRESP), Sociedade dos Produtores de Açúcar e Álcool do
Estado de São Paulo (SOPRAL), Associação das Destilarias Autônomas (ADA),
Cooperativa dos Produtores de Aguardente do Estado de São Paulo (COPACESP) e
União das Destilarias do Oeste Paulista (UDOP). Abrange também as chamadas
usinas independentes, as maiores usinas do setor, como a Santa Elisa e a da Barra.
Substitui a Associação da Indústria do Açúcar e do Álcool (AIAA), que deixou de
existir, que abrigava 61 filiados, usando sua infra-estrutura. Reune 121 das 133
empresas do Estado, responsáveis no ano de 1996, pela produção de 7,85 milhões
de toneladas de açúcar e de 8,53 bilhões de litros de álcool combustível,
correspondente, respectivamente, a 57,7% e 95% da safra brasileira destes
derivados da cana-de-açúcar. Representa 98,4% e 95%, respectivamente, da
produção do açúcar e do etanol do estado. É responsável por 35% da produção
mundial do álcool e por 7% da produção mundial do açúcar. Domina 10% do
mercado internacional do produto) entre um terço e 50% dos ganhos de
produtividade obtidos nas lavouras e unidades industriais são pulverizados por falta
de estrutura logística no Brasil
Para transportar 1 m³ de etanol de Araçatuba, no noroeste de São Paulo, ao
Porto de Santos, as usinas precisam investir US$ 45, o equivalente a quase 20% do
valor do negócio. Nos Estados Unidos, esse custo está avaliado em US$ 10 (UNICA,
2009).
O custo da logística no Brasil corresponde a 16% do Produto Interno Bruto
(PIB), o que significa dentre os principais concorrentes nacionais, uma operação
menor do que 10% do índice de riqueza de cada nação.
No entanto, o mercado global hoje, mais do que eficácia exige da cadeia
produtiva muita eficiência. A fim de atingir este nível requerido de eficiência as
cadeias de suprimentos e seus respectivos “stakeholders” (pessoa ou organização
que é responsável pela guarda de um dado valor econômico) devem estar
27
estrategicamente alinhados, que segundo Lápide (2005) as cadeias de suprimento
de alta performance deve ter em comum, quatro características fundamentais:
a) Elas suportam, potencializam e são partes integrais da estratégia competitiva de
negócios da empresa;
b) Elas promovem um modelo diferenciado de operações para sustentar a
competitividade;
c) Elas possuem uma execução balanceada entre os objetivos e as métricas de
performance.;
d) Elas estão focadas em um pequeno conjunto de praticas de negócio, que se
apóiam entre si para suportar o modelo operacional e seus objetivos.
Portanto, o setor sucroalcooleiro coordena as cadeias de suprimento
de seus produtos, antes garantida por regulamentação governamental e agora sob
arranjos contratuais. Observa-se um rearranjo do segmento industrial com nova
plataforma.
Plataformas para defesa de seus interesses, com a criação de entidade única
representando as unidades industriais (UNICA), criação de instâncias para o
exercício de uma atividade nova: a negociação de seus produtos e desenvolvimento
de parcerias para assegurar melhor desempenho operacional e logístico nas suas
atividades na cadeia de suprimento.
3.2.1 Cadeia Logística: fluxos de movimentação de etanol
Em 2008 o Brasil exportou 5,1 bilhões de litros de etanol, volume 45% superior ao
do ano 2007. Em 2009 o Brasil exportou 3,3 bilhões de litros de álcool, volume
36% inferior ao de 2008. As receitas obtidas com as exportações de etanol em 2009
foram de US$ 1,3 bilhão (redução de 44% em relação a 2008).
O Brasil exporta para países como EUA, Japão, Jamaica, Nigéria, Coréia do Sul,
Suécia, Países Baixos (Porto de Roterdam, Holanda), Costa Rica, El Salvador e
México.
28
Os EUA são grandes importadores de etanol brasileiro (272 milhões de litros
importados diretamente em 2009), apesar do seu nível elevado de imposto de
importação (o álcool importado pelos EUA é tributado com a alíquota específica de
US$ 0,14 por litro e a alíquota ad valorem (base de cálculo é o valor do bem
tributado) de 2,5%). Empresas brasileiras também exportam para países da América
Central e do Caribe etanol hidratado que é reindustrializado (desidratado e
transformado em anidro) e reexportado para os EUA. Em 2009 o Brasil exportou
para os referidos países cerca de 777 milhões de litros. Os países da União
Européia também importam etanol volumes significativos do Brasil. Em
2009 importaram cerca de 876 milhões de litros de etanol do Brasil. Na União
Européia, o imposto que incide sobre o etanol brasileiro tem dois valores: US$ 0,24
por litro para o álcool etílico não desnaturado e US$ 0,13 por litro para o álcool
etílico e aguardentes, desnaturados.
Vale ressaltar que o BNDES desembolsou, em 2008, R$ 6,5 bilhões para o
setor sucroalcooleiro. Em 2007, o banco liberou R$ 3,7 bilhões para o setor e ainda
tem os seguintes programas de financiamento para a cadeia sucroalcooleira:
FINAME agrícola (financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos
novos, de fabricação nacional), FINEM (financiamento para a realização de projetos
de implantação, expansão e modernização), MODERFROTA (financiamento para a
aquisição de tratores agrícolas e implementos associados e colheitadeiras),
MODERMAQ (financiamento à aquisição de bens de capital), FUNTEC (apoiar
financeiramente projetos que objetivam estimular o desenvolvimento tecnológico e a
inovação de interesse estratégico para o país), PROINFA (investimentos em projetos
de geração de energia a partir de fontes alternativas).
Destaca-se também o FUNTEC (fundo tecnológico), por ser um programa
destinado a investir em áreas consideradas de fronteira tecnológica, incluída os
desenvolvimentos tecnológicos ligados às energias renováveis provenientes da
biomassa, capazes de assegurar, no longo prazo, a competitividade do Brasil nesta
área.
No entanto, quando se trata de exportação o grande problema que se
vislumbra, tanto a curto, quanto em longo prazo é a possibilidade de perdas de
competitividade das usinas produtoras de etanol, seja por gargalos no escoamento
29
da produção seja por dificuldade de acesso aos portos, que resultam em fretes altos,
custos adicionais e, consequentemente, perdas que afetam a competitividade na
atividade. Estes problemas, possivelmente, acentuam-se quando se pensa nas
novas usinas que estão sendo instaladas na região Centro-Sul do Brasil, com a
implantação de 39 novos projetos, dos quais 29 só no Estado de São Paulo, entre
novas construções e expansão com capacidade de moer de 700 mil a 1,5 milhões
de toneladas de cana-de-açúcar cada. É maior do que a média das usinas hoje
(2008/2012) em funcionamento. Uma grande parte destas usinas fica a cerca de
1.000 km dos portos, o que significa mais que dobrar a distância das regiões com
tradição sucroalcooleira.
O Estado de São Paulo, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, produz por ano cerca de 14.76 bilhões de litros de etanol dos quais
3,4 bilhões de litros destinado à exportação é transportado por vias rodoviária,
ferroviária e em menor proporção por dutos. Assim, não é difícil imaginar o tamanho
do problema em termos de logística, caso não haja qualquer intervenção para
diminuir o entrave, considerando que a produção de etanol nesta região nova do
Estado, possa chegar a 1,3 bilhão de litros, ou seja, um aumento de 14% no volume
atual.
Em relação ao açúcar, as usinas faturaram US$ 9,76 bilhões nos mercados
externo e interno. Nessa conta do PIB setorial, em que foram computados dados
relativos a 2008, estão incluídas as exportações de quase US$ 8 bilhões (sobretudo
de açúcar, US$ 5,5 bilhões, e etanol, US$ 2,4 bilhões). O grosso é gerado no
mercado interno, onde as vendas alcançam US$ 20,2 bilhões, metade das quais de
etanol hidratado. Quando se considera a movimentação financeira.
As organizações passaram a investir e conhecer de forma mais profunda a
logística sucroalcooleira para obtenção de resultados mais competitivos no mercado,
hoje existe no mercado um ciclo de altos e baixos preços na demanda nacional e
mundial, fazendo que todos busquem um processo eficiente e eficaz que traga bons
resultados a cada safra.
Vale ressaltar que a safra é sazonal que ocorre atualmente de março a
dezembro, em função desta sazonalidade as empresas fazem um planejamento
30
muito bem estruturado para a entressafra. No setor agrícola a necessidade de
renovar parte do canavial aproveitando a mesma estrutura que é utilizada da
colheita na safra passa a ser aproveitada na entressafra para o plantio e
manutenção e cultivo dos canaviais.
A indústria necessita ter uma estrutura de armazéns para acondicionar seus
produtos para poder atender os principais clientes neste período, sabe-se que
muitas indústrias compram os produtos das usinas e deixam para retirarem durante
todo o ano, principalmente o açúcar e neste caso há necessidade de montar uma
estrutura para armazenar de forma correta, e ter estrutura operacional para atender
esta demanda, onerando todo o sistema, lembrando ainda que, a qualidade do
açúcar é classificado em vários tipos, o que necessita de maior espaço nos
armazéns. O etanol também é classificado em vários tipos para diferentes
consumos, havendo necessidade de disponibilizar um maior número de tanques
para armazenagem, fazendo com que a logística atue de uma forma correta com
esses produtos, onde a unidade produtora tenha profissionais e sistema de controle
eficazes.
Para a movimentação interna do açúcar nas unidades produtoras necessita-
se de uma estrutura adequada, as unidades produtoras é quem devem fazer os
estoques para atendimento aos clientes o ano todo. Esta estrutura que é
disponibilizada nas unidades como equipamentos para movimentação do açúcar
seja transportadores para embalagem de 50 k (sacos), movimentadores de
mercadorias ou empilhadeiras para movimentação de embalagens de 1200 k (big
bag), o transporte interno para direcionar a produção aos armazéns podem ser
terceirizadas, cujos estudos de viabilidade demonstraram que a terceirização em
alguns casos é mais econômica.
Como exemplo pode-se ilustrar alguns custos conhecidos e praticados por
unidades produtoras pois, com mão de obra para movimentação manual de sacos
de 50 k, o custo praticado é de R$/t 4,16; com o transporte interno se tem um custo
de R$/t 2,73, custos esses que acabam viabilizando a terceirização com freqüência
no período de safra, no entanto, na entressafra a unidade produtora consegue
movimentar seus produtos com mão de obra própria. Estas unidade, tem como
política de acondicionamento do açúcar, e ensaque operacionalizado com
31
colaboradores próprios, para que o produto chegue ao consumidor final com a
qualidade garantida.
Quanto ao escoamento da produção, hoje se buscam formas mais eficientes.
Os tipos de transporte mais utilizados, até por falta de alternativas, algumas
unidades têm apenas o transporte rodoviário que é o que predomina no Brasil. Ainda
há que se ressaltar que em determinados períodos existe um déficit neste tipo de
transporte também, por coincidir com a colheita de outros produtos agrícolas como
exemplo a soja, o que concorre para uma elevação nos preços dos fretes.
Neste cenário de gargalos logísticos e dificuldades no escoamento da
produção do álcool, especialmente para o mercado externo, é que se verifica o
grande interesse da Transpetro subsidiária da Petrobrás - em investir em dutos
exclusivamente para o transporte do álcool. Haja vista a exigência por parte do
Japão para que o álcool a ser embarcado seja livre de contaminação por
hidrocarbonetos.
A Petrobrás, por intermédio das subsidiárias Transpetro e BR Distribuidora,
já tem investimentos programados, da ordem de US$ 330 milhões, até 2010 para a
construção de alcooldutos, que deverão ligar Conchas à Refinaria do Planalto a para
atender a demanda de produção e ao mesmo tempo a expedição do produto para o
cliente, pois este por sua vez leva apenas o que vai consumir em determinado
período, ou seja, fazem o que se denomina estoque sobre rodas. A Replan, em
Paulínia; a região de Sertãozinho, maior produtora de etanol, também Replan;
Paulínia à Taubaté, no Vale do Paraíba; e Guararema ao Porto de São Sebastião.
Segundo a Transpetro, o etanol poderá ser exportado também pelo terminal de Ilha
D'Água, no Rio de Janeiro, que já está ligado a São Paulo.
A capacidade atual de escoamento de etanol da Transpetro é de cerca
de 2 bilhões de litros por ano. Com os novos investimentos, deverá aumentar para
9,4 bilhões de litros nos próximos cinco anos.
A utilização de dutos para o transporte de álcool pode ser uma solução para
baixar o preço pago pelo frete, pois esta modalidade de transporte é mais barata do
que a dos demais modais.
32
Outra opção, que tem sido cogitada, é a utilização da hidrovia Tietê-Paraná
para escoar a produção alcooleira do Oeste Paulista. Já há entendimentos entre a
BR Distribuidora e o Governo de São Paulo, com o intuito de estudar a viabilidade
do aproveitamento da hidrovia Tietê-Paraná no transporte de etanol. A hidrovia tem
2,4 km de estirões navegáveis, liga Conchas a Piracicaba e poderá ser um futuro
muito próximo de corredor exportador de etanol, pois, durante a Feicana, a
Transpetro lançou um edital de
licitação para a aquisição de uma nova frota para transporte de etanol pela Hidrovia
Tietê-Paraná, o que comprova a consolidação do setor, pois a ativação da hidrovia
Tietê-Paraná dará competitividade ao etanol (GIOMO, 2.010).
33
4 CONCLUSÃO
Nesse estudo, cujo objetivo é explorar a cadeia logística do Setor
sulcroalcooleiro no Brasil e os avanços em infra-estrutura pelas instituições
envolvidas na comercialização do produto, apontando para: identificar os principais
fluxos de movimentação do produto brasileiro; evidenciar os possíveis investimentos
para tornar a logística de movimentação do açúcar e etanol no Brasil mais eficiente.
Constata-se que com a globalização o setor sucroalcooleiro passa a ter capacidade
de gerenciar estratégias de competição global, aproveitando não só as vantagens
competitivas estáticas, mas principalmente as vantagens dinâmicas, proporcionada
por fatores sistêmicos (infra-estrutura, P&D, tecnologia, etc.).
Para tal tem empreendido, em sua capacitação logística interna para transporte
de matéria prima, de distribuição física, para atendimento ao mercado interno e no
escoamento para exportação, vislumbrando o comércio internacional.
Quanto a cadeia de suprimento como orientação estratégica tem ganhos por
economias de escopo e, principalmente, por conseguir ter acesso a bases de
conhecimento sobre o desempenho do fluxo físico desde a aquisição da matéria-
prima até o mercado, para redução da incerteza e sincronismo entre os fluxos de
informação e de materiais, apesar de muitos gargalos. O setor sucroalcooleiro
coordena as cadeias de suprimento de seus produtos, antes garantida por
regulamentação governamental e agora sob arranjos contratuais. Observa-se um
rearranjo do segmento industrial com nova plataforma para defesa de seus
interesses, com a criação de entidade única representando as unidades industriais
(UNICA), criação de instâncias para o exercício de uma atividade nova: a negociação
de seus produtos e desenvolvimento de parcerias para assegurar melhor
desempenho operacional e logístico nas suas atividades na cadeia de suprimento.
A logística no setor sucroalcooleiro, vem crescendo a cada ano como se pode
ver nos históricos de produção, pois existe um interesse global no combustível
brasileiro, e com este crescimento percebe-se que a estrutura aqui existente apesar
capacidade de gerenciar estratégias de competição global, ainda há que crescer
34
mais para atender com eficiência e eficácia demanda quando se trata do
escoamento da produção, seja ela do açúcar como do etanol e outros produtos.
No momento em que as unidades produtoras fecham contrato de vendas em
grandes escala, para entregas a curto prazo, existe dificuldades em contratar
transportes eficazes de como atender a demanda. Logo, a logística da cana de
açúcar e do etanol ainda tem vários gargalos e um dos maiores deles pode citar as
estruturas intermodais, por ser limitado, restando como única alternativa o
transporte rodoviário, O quadro atual da estrutura de transportes de cargas brasileiro
tem apresentado importantes limitações cuja demanda chega a 58% da
movimentação de cargas no geral internos (cargas gerais) segundo dados do próprio
governo, acompanhado também de escassez em determinados períodos de safras
de outros produtos.
Verifica-se que para solução dos gargalos existentes no pais, o setor pensa
em novos investimentos em Ferrovias, Unidutos para escoamento do etanol e
hidrovias, as quais acabaram ficando estacionadas, só agora vistas como saída para
o setor.
Conclui-se que o setor sucroalcooleiro para ter um avanço eficiente e eficaz
necessita de investimentos altos em portos e ferrovias, cuja previsão chega aos idos
de 2013, o que se torna imprescindível para que o país possa crescer, porém são
investimentos efetuados com diferentes parcerias e de diferentes setores, como por
exemplo a Cosan, maior empresa do setor sucroalcooleiro no Brasil, anunciou nesta
segunda-feira (02/02/2010) negociações com a Shell para a formação de uma joint-
venture avaliada em US$ 12 bilhões que vai reunir sob um mesmo teto operações de
açúcar, etanol, distribuição de combustíveis e pesquisa, o que confirma a tendência
de crescimento de investimentos estrangeiros na indústria de biocombustíveis do
Brasil.
35
IOMO,
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