UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
SHS-0342 – TRABALHO DE GRADUAÇÃO
Estudo da pluviometria para análise de eventos perigosos de natureza
hidrológica e geológica em São Carlos - SP
Aluno: Paulo Sérgio da Silva Júnior
Orientador: Prof. Dr. Oswaldo Augusto Filho
Monografia apresentada ao curso de
graduação em Engenharia Ambiental da
Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo.
São Carlos - SP
2016
Paulo Sérgio da Silva Júnior
Estudo da pluviometria para análise de eventos perigosos de natureza
hidrológica e geológica em São Carlos - SP
Monografia apresentada ao curso de
graduação em Engenharia Ambiental da
Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo.
Orientador: Prof. Dr. Oswaldo
Augusto Filho
São Carlos - SP
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Oswaldo Augusto Filho, pelos ensinamentos,
apoio e paciência durante o desenvolvimento deste trabalho.
Ao mestrando Cahio Eiras, pelo auxílio e disponibilização dos dados necessários a este
estudo.
Ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), pela disponibilização de parte dos
dados pluviométricos.
À Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo suporte
financeiro fornecido durante a iniciação científica.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
concessão de bolsa de intercâmbio de graduação, que contribuiu grandemente para
minha formação pessoal e acadêmica.
Aos meus professores da graduação, pelos conhecimentos transmitidos e orientação
durante os últimos anos.
À minha família e amigos, pelo apoio e por estarem presentes apesar da distância física
de muitos.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para minha formação e realização
deste trabalho.
RESUMO
As chuvas intensas são um agente deflagrador de eventos perigosos de natureza
hidrológica (enchentes, inundações e alagamentos) e geológica (erosão e movimentos
de massa). Frequentemente, eventos desse tipo são responsáveis por perdas econômicas
e sociais. Dessa forma, torna-se interessante o estudo da relação da ocorrência deste tipo
de eventos com a pluviosidade. Sendo a precipitação intensa um fator preponderante na
ocorrência de eventos perigosos, é de grande importância a análise das séries históricas
de chuvas e de sua distribuição espacial, de modo a relacionar os índices pluviométricos
de eventos de chuvas com as médias históricas e elaborar mapas de distribuição de
pluviosidade. No município de São Carlos – SP, as chuvas intensas, a urbanização e as
características geológico-geotécnicas tornam a área susceptível a eventos perigosos.
Dessa forma, neste trabalho buscou-se estruturar um banco de dados pluviométricos
diários para estudar o comportamento das chuvas na região a partir de dados das séries
históricas de 13 postos pluviométricos no entorno da área estudada. Foram gerados
mapas pluviométricos para média anual, máxima diária, médias mensais e máximas
mensais, utilizando o método do inverso ponderado da distância (IDW),
especificamente o inverso do quadrado da distância, no SIG ArcGIS/ArcMap 10.1, para
a análise da distribuição da precipitação na região estudada. A análise da correlação
entre chuvas e a deflagração de eventos de natureza geológica e hidrológica considerou
176 registros históricos de enchentes e movimentos de massa ocorridos na área de
estudo. Esses dados foram obtidos dos resultados preliminares de pesquisa de mestrado
à qual esse trabalho foi vinculado. A partir dos dados pluviométricos, foi calculado o
coeficiente de ciclo móvel (CCM) para a série histórica e, particularmente, para datas
onde enchentes e escorregamentos foram registrados. Esses valores foram
correlacionados com as precipitações diárias registradas e foram estudadas as
distribuições desses valores na série histórica e entre os eventos considerados.
Palavras-chave: precipitação diária, mapas pluviométricos, coeficiente de ciclo móvel,
escorregamentos, enchentes, SIG, inverso do quadrado da distância.
ABSTRACT
Intense rainfall is a triggering factor of dangerous hydrological and geological
events, such as floods, erosion and mass movements. Frequently, such events are
responsible for economic and social losses. Therefore, the study of the relationship
between rainfall and the occurrence of this kind of event is key. Since intense rainfall is
a ruling element for dangerous events to occur, the analysis of rainfall time series and
spatial distribution is of great importance, allowing the study of intense precipitation
events compared to historical averages, as well as the creation of rainfall distribution
maps. In the municipality of São Carlos, Brazil, intense precipitation, urbanization and
geological and geotechnical characteristics make the region susceptible to dangerous
events. Thus, this project sought to structure a daily rainfall data bank in order to study
the behavior of precipitation in this region based on time series data registered by 13
rain gauges surrounding the area of interest. Rain distribution maps were generated for
yearly averages, maximum daily precipitation, monthly averages and maximum
monthly precipitations, using the Inverse Distance Weighting interpolation method in
GIS ArcGIS/ArcMap 10.1. The analysis of the correlation between rainfall and the
triggering of geological and hydrological events considered 176 historical records of
floods and mass movements occurred in the study area. These data were obtained from
the preliminary results of the Masters research to which this study was linked. Based on
the rain data, the Mobile Cycle Coefficient was computed for the time series and,
particularly, for the dates when the events analyzed occurred. These results were
correlated with daily rainfall data and the distributions of these values in the time series
and among the considered events were studied.
Keywords: daily rainfall, rain distribution maps, mobile cycle coefficient, landslides,
floods, GIS, inverse distance weighting.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Mapa e localização do município de São Carlos de sua área urbanizada (Base
digital 1:50 000 – Fonte: Denúbila, 2013).. .................................................................... 22
Figura 2 - Limiares de intensidade-duração de precipitação para a deflagração de
escorregamentos nas regiões central e sul da Europa (Guzzetti et al., 2006). ................ 24
Figura 3 - Limiar de deflagração de escorregamentos em Seattle, EUA, com base nas
precipitações acumuladas em 3 e 15 dias (Adaptado de Chleborad et al., 2006). .......... 25
Figura 4 - Evolução do CCM entre 1987 e 1988 no município de Petrópolis - RJ
(Adaptado de Cerri et al., 1990). .................................................................................... 28
Figura 5 – Etapas de trabalho, principais atividades e produtos. ................................... 33
Figura 6 - Localização dos postos pluviométricos. ........................................................ 38
Figura 7 - Distribuição espacial das médias anuais. ....................................................... 41
Figura 8 - Distribuição espacial das máximas diárias. ................................................... 43
Figura 9 - Distribuição das médias mensais de maio a agosto. ...................................... 45
Figura 10 - Distribuição das médias mensais de setembro a dezembro. ........................ 46
Figura 11 - Distribuição das médias mensais de janeiro a abril. .................................... 47
Figura 12 - Distribuição das máximas mensais de maio a agosto. ................................. 52
Figura 13 - Distribuição das máximas mensais de setembro a dezembro. ..................... 53
Figura 14 – Distribuição das máximas mensais de janeiro a abril. ................................ 54
Figura 15 - Mapa de distâncias do posto D4-017 e localização dos eventos analisados.64
Figura 16 - Evolução do CCM no ano pluviométrico de 2014-2015 e registros de
eventos. ........................................................................................................................... 65
Figura 17- Evolução do CCM no ano pluviométrico de 2015-2016 e registros de
eventos. ........................................................................................................................... 66
Figura 18 - CCM e chuva diária para os eventos considerados. .................................... 68
Figura 19 - Precipitação diária, CCM e eventos ocorridos em novembro de 2015. ....... 70
Figura 20 - Precipitação diária, CCM e eventos ocorridos em janeiro de 2016. ............ 70
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados dos postos pluviométricos selecionados............................................. 37
Tabela 2 – Diferença percentual entre as médias mensais dos dados após o tratamento e
as médias mensais calculadas pelo DAEE. .................................................................... 39
Tabela 3 - Máximas diárias e médias anuais (mm). ....................................................... 40
Tabela 4 - Distribuição das classes de precipitação média anual por bacia. .................. 42
Tabela 5 - Distribuição das classes de precipitação máxima diária por bacia. ............... 42
Tabela 6 - Precipitação média mensal (mm). ................................................................. 44
Tabela 7 - Distribuição das classes de precipitação média mensal por bacia (maio a
agosto). ........................................................................................................................... 48
Tabela 8 - Distribuição das classes de precipitação média mensal por bacia (setembro a
dezembro). ...................................................................................................................... 49
Tabela 9 - Distribuição das classes de precipitação média mensal por bacia (janeiro a
abril). .............................................................................................................................. 50
Tabela 10 - Precipitação máxima mensal (mm). ............................................................ 51
Tabela 11 - Distribuição das classes de máxima mensal por bacia (maio a agosto). ..... 55
Tabela 12 - Distribuição das classes de máxima mensal por bacia (setembro a
dezembro). ...................................................................................................................... 56
Tabela 13 – Distribuição das classes de máxima mensal por bacia (janeiro a abril). .... 57
Tabela 14 - Eventos considerados, precipitações acumuladas em 24h e CCM
correspondentes. ............................................................................................................. 58
Tabela 15 - Distribuição dos valores de CCM totais e com registros de eventos. ......... 67
Tabela 16 - Distribuição anual dos valores de CCM na série histórica. ......................... 67
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1 – Cálculo do Coeficiente de Ciclo Móvel ................................................... 27
Equação 2 – Cálculo dos valores interpolados ............................................................ 30
Equação 3 – Cálculo dos pesos de interpolação (IDW) ............................................... 31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CC Coeficiente de ciclo
CCM Coeficiente de ciclo móvel
CE Coeficiente do evento
CF Coeficiente final
CPC Coeficiente de precipitação crítica
CT Cumulative rainfall threshold
DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica
FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDW Inverso ponderado da distância (inverse distance weighting)
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
SIG Sistema de Informação Geográfica
SigRH Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos
USLE Equação Universal da Perda de Solo (Universal Soil Loss Equation)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 19
2. OBJETIVOS............................................................................................................. 20
2.1. Geral ................................................................................................................. 20
2.2. Específicos ....................................................................................................... 20
3. ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................ 21
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 23
4.1. Índices pluviométricos no estudo de inundações e movimentos de massa ...... 23
4.1.1. Coeficiente de Ciclo Móvel (CCM) ......................................................... 26
4.2. Interpolação espacial ........................................................................................ 29
4.2.1. Métodos de interpolação espacial ............................................................. 29
4.2.2. Inverso ponderado da distância (IDW) ..................................................... 31
5. MÉTODO ................................................................................................................. 32
5.1. Estruturação do banco de dados pluviométricos .............................................. 34
5.2. Cálculo e espacialização dos índices pluviométricos ...................................... 35
5.3. Cálculo do CCM .............................................................................................. 35
5.4. Registros históricos de eventos perigosos........................................................ 36
5.5. Integração e análise .......................................................................................... 36
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 37
6.1. Banco de dados pluviométricos ....................................................................... 37
6.2. Análise da distribuição espacial dos índices pluviométricos .............................. 40
6.2.1. Médias anuais e máximas diárias ............................................................. 40
6.2.2. Médias e máximas mensais ...................................................................... 44
6.2. Análise do CCM e da precipitação para os eventos registrados ...................... 57
7. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 71
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 72
19
1. INTRODUÇÃO
As chuvas estão relacionadas a diferentes tipos de eventos perigosos, sendo
responsáveis pela deflagração de inundações, de processos erosivos e de movimentos de
massa ou de encosta, incluindo os rastejos, escorregamentos, quedas e corridas, conforme
proposto por Augusto Filho (1992).
O ambiente tropical de países como o Brasil, associado à urbanização, favorece a
ocorrência desses processos e a geração de situações de risco em áreas ocupadas de forma
inadequada, podendo causar prejuízos sociais, ambientais e econômicos. O planejamento
territorial falho é responsável pelo aumento das inundações, sendo que à medida que a cidade
se urbaniza as vazões máximas aumentam devido à impermeabilização e canalização dos rios
e córregos (Neves, 2008; Amaral et al., 2015). As características da precipitação também são
fatores determinantes na ocorrência de inundações. A intensidade, duração e a distribuição
temporal são as principais características da precipitação como agente deflagrador de
enchentes, de modo que diferentes distribuições temporais de precipitação estão relacionadas
a diferentes vazões de pico (Monteiro e Kobiyama, 2014).
A erosão é outro processo que pode ser deflagrado pelas chuvas, sendo nesse caso
chamada de erosão pluvial. A relação das chuvas com a erosão se dá principalmente por sua
intensidade e duração, sendo que tanto chuvas intensas de curta duração, como chuvas menos
intensas, mas de longa duração, podem favorecer o aparecimento de processos erosivos. O
método mais utilizado na quantificação desses processos é a Equação Universal de Perda de
Solo (Universal Soil Loss Equation - USLE), que relaciona a erosividade da chuva com a
erodibilidade do solo, a declividade, o comprimento da encosta, o uso do solo e as práticas de
conservação (Santana et al., 2007).
As chuvas também atuam como o principal agente natural deflagrador de movimentos
de massa ou de encosta na dinâmica ambiental brasileira. A precipitação pode atuar de forma
progressiva ou instantânea nos processos de instabilização dos solos que levam a esses
fenômenos. A ação progressiva está relacionada à alteração dos parâmetros do solo, evoluindo
com o desenvolvimento da chuva (Tatizana et al., 1987).
Nesse sentido, torna-se interessante o estudo da correlação da precipitação com a
ocorrência desses eventos. Uma maneira de conduzir essa análise é a determinação de valores
limites para índices pluviométricos escolhidos acima dos quais esses eventos tem maior
probabilidade de ocorrer. Esse tipo de informação pode servir de apoio aos planos de
20
prevenção da defesa civil, permitindo assim evitar perdas sociais e econômicas (Macedo et
al., 1999). No que se refere especificamente aos movimentos de massa, diversos trabalhos
foram realizados com o objetivo de se definir valores limite de precipitação para diferentes
regiões do Brasil, acima dos quais são grandes as chances de sua ocorrência (Guidicini e
Iwasa 1977; Tatizana et al., 1987; Cerri et al., 1990; Cerri, 1993).
Taveira (2012) realizou um estudo da variabilidade climática envolvendo a
determinação de índices de extremos climáticos, correlacionando-os com os eventos de El
Niño e La Niña. Essa pesquisa buscou identificar uma correlação entre os eventos El Niño e
La Niña a ocorrência de enchentes no município de São Carlos (SP).
O presente estudo foi desenvolvido no âmbito de uma pesquisa de iniciação científica
com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP e foi
vinculado a uma pesquisa de mestrado que investiga a ocorrência de eventos perigosos de
natureza hidrológica e geológica na área urbanizada de São Carlos - SP.
O trabalho de graduação foi voltado a duas vertentes principais de investigação:
analisar a distribuição espacial das chuvas utilizando mapas pluviométricos interpolados a
partir dos dados das séries históricas; identificar limiares de precipitação pluviométrica
expressos pelo coeficiente de ciclo móvel – CCM (Guidicini e Iwasa, 1977 e Tatizana et al.,
1987) para a deflagração de escorregamentos, enchentes, alagamentos e inundações,
considerando o registro histórico desses eventos na região estudada.
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
Estudar a relação entre a precipitação e a deflagração de eventos perigosos de natureza
geológica e hidrológica no município de São Carlos, SP.
2.2. Específicos
Estruturar um banco de dados pluviométricos diários considerando vários
postos na área de interesse;
Criar mapas de distribuição espacial das chuvas utilizando as médias e
máximas mensais, médias anuais e máximas diárias;
21
Calcular o coeficiente de ciclo móvel para as datas dos eventos perigosos
registrados na região em estudo;
Analisar os resultados obtidos de forma a definir limiares para a deflagração de
eventos perigosos de natureza geológica e hidrológica na região investigada.
3. ÁREA DE ESTUDO
O município de São Carlos localiza-se na região central do estado de São Paulo, entre
as coordenadas 47º30’ e 48º30’, longitude oeste, e 21º30’ e 22º30’, latitude sul. A área total
do município é de 1 132 km², sendo que a área urbana é de 67,25 km² (6% da área total) e a
área urbana ocupada é de 33 km². A população estimada pelo censo de 2015 foi de 241 389
habitantes. Apresenta altitude média de 856 metros. O clima da cidade é temperado de
altitude, com invernos secos e verões chuvosos, sendo classificado como Cwa, no sistema de
Köppen (Prefeitura Municipal de São Carlos, 2016; IBGE, 2016).
Atualmente, a zona urbana do município de São Carlos encontra-se em expansão.
Conforme apontado por Tucci e Collischonn (1998), o desenvolvimento urbano tem sido
responsável por um aumento significativo da frequência de inundações e produção de
sedimentos. Além disso, Zuquette (1981) apud Bartolomeu (2012) aponta que no município
ocorrem solos residuais colapsíveis tanto em encostas de inclinação acentuada com pequena
espessura como em áreas planas e espessuras maiores. As características geológicas da região,
somadas às características climáticas, aumentam a probabilidade de ocorrência de eventos
perigosos de natureza hidrológica e geológica. As chuvas intensas durante o verão e a
urbanização e impermeabilização tornam interessante o estudo da precipitação na região
urbana da cidade e sua área de expansão, a fim de relacioná-lo com o potencial de deflagração
desses eventos.
A Figura 1 apresenta o mapa do município de São Carlos, sua localização no Estado
de São Paulo, suas principais bacias hidrográficas e sua área urbanizada. A área de interesse
deste estudo consiste na área urbanizada do município e seu entorno.
22
Figura 1 – Mapa e localização do município de São Carlos de sua área urbanizada
(Base digital 1:50 000 – Fonte: Denúbila, 2013).
23
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1. Índices pluviométricos no estudo de inundações e movimentos de massa
Uma maneira de se estudar a relação das chuvas com a deflagração de eventos
hidrológicos e geológicos perigosos é buscar determinar valores limite de determinado índice
pluviométrico acima dos quais esses eventos são mais prováveis de ocorrer. Alfieri e Thielen
(2012) observam que fornecer alertas com antecedência é de grande importância para que se
tenha mais tempo para reagir e evitar perdas. Guzzetti et al. (2006) fazem uma revisão acerca
dos métodos de definição de valores limite de precipitação que desencadeiam movimentos de
massa, classificando-os em físicos e empíricos. Nessa classificação, os modelos físicos
(conceituais) são aqueles baseados no estudo dos processos e fenômenos, incorporando
modelos de infiltração. Esses métodos apresentam a desvantagem de requererem dados
hidrológicos, morfológicos e litológicos que nem sempre estão disponíveis em grandes áreas.
Quanto aos modelos empíricos, são gerados a partir do estudo de eventos históricos de chuvas
que resultaram em movimentos de massa. Em geral, valores de alguma variável associada a
eventos de chuva da série histórica são plotados em coordenadas cartesianas e uma linha é
traçada separando os eventos de chuva que resultaram em movimentos de massa. Esses
modelos podem ainda ser divididos em globais, regionais e locais, dependendo se buscam
definir um nível mínimo “universal” abaixo do qual movimentos de massa não ocorrem,
independente das características litológicas, morfológicas e climáticas do local, ou se levam
esses fatores em consideração, sendo, portanto, somente aplicáveis a regiões específicas.
Guzzetti et al. (2006) fizeram um levantamento de modelos utilizados ao redor do
mundo para a deflagração e escorregamento e propuseram um modelo de limites empíricos de
precipitação que deflagram movimentos de massa para as regiões central e sul da Europa.
Nesse estudo foram considerados 853 eventos de chuva que resultaram ou não em
escorregamentos na área em questão. Os valores de intensidade e duração das chuvas foram
plotados em coordenadas logarítmicas, permitindo determinar valores mínimos de
intensidade-duração e intensidade-duração normalizados para os quais ocorriam
escorregamentos e a inferência de curvas envoltórias de escorregamentos por meio de análise
estatística, que podem ser utilizadas em sistemas de alerta e prevenção (Figura 2).
24
Figura 2 - Limiares de intensidade-duração de precipitação para a deflagração de
escorregamentos nas regiões central e sul da Europa (Adaptado de Guzzetti et al., 2006).
Os autores observam que a intensidade de precipitação necessária para a deflagração
de escorregamentos decresce linearmente com o aumento da duração da precipitação, para
precipitações com duração entre 20 minutos e 12 dias, de modo que para períodos superiores
a 12 dias os escorregamentos são deflagrados por fatores não incorporados no modelo.
Outra aplicação de métodos empíricos foi realizada por Chleborad et al.(2006), no
estudo de movimentos massa em Seattle, nos Estados Unidos. A partir da análise de dados
históricos de 91 escorregamentos entre 1933 e 1997 definiu-se o cumulative rainfall threshold
(CT), índice que relaciona as precipitações acumuladas nos últimos 3 e 15 dias (Figura 3). Na
Figura 3, os triângulos representam eventos históricos com mais de 3 escorregamentos em
períodos de 3 dias; a linha contínua representa o limiar para acumulados em 15 dias inferiores
a 3 polegadas e a linha tracejada, acumulados em 15 dias acima de 3 polegadas .
Comparações com registros históricos indicaram que o índice abrange mais de 90%
das ocorrências registradas. Apesar disso, a probabilidade de ocorrência de escorregamentos
quando o CT é excedido foi baixa e os autores apontaram a necessidade do uso conjunto de
outros critérios, como o índice de intensidade e duração e a umidade antecedente do solo,
além da análise da probabilidade de ocorrência de escorregamentos quando os limites são
excedidos.
Inte
nsi
dad
e (m
m/h
)
Duração (h)
25
Figura 3 - Limiar de deflagração de escorregamentos em Seattle, EUA, com base nas
precipitações acumuladas em 3 dias e 15 dias antes do período de 3 dias. (Adaptado de
Chleborad et al., 2006).
O uso de índices também pode ser utilizado no estudo de risco de ocorrência de
enchentes. Segundo Rosso (2002) apud Montesarchio et al. (2009), os métodos de previsão de
enchentes variam de acordo com o tamanho e o tempo de concentração da bacia hidrográfica
em questão. Para bacias grandes (maiores que 10.000 km²), o tempo de concentração é maior
que 10 horas o e nível de alerta pode ser baseado nos níveis de água registrados à montante da
região considerada. Para bacias medianas (400 – 10.000 km²), o tempo de concentração varia
entre 3 e 10 horas e a previsão das cheias deve ser feita com base na precipitação registrada,
podendo ser integrada com a previsão meteorológica. Para bacias pequenas (menores que 400
km²), o tempo de concentração é menor que 3 horas e o sistema de alerta de enchentes deve
ser baseado na previsão meteorológica. Alfieri e Thielen (2012) observam que, apesar de
também poderem ser utilizados métodos para a detecção de valores limites de escoamento por
meio de modelação hidrológica para o sistema de alerta, o uso de índices que envolvam a
precipitação para a previsão de enchentes é vantajoso devido ao seu custo-benefício,
apresentando baixa complexidade e produzindo resultados satisfatórios, além dos menores
esforços em coletar os dados. Além disso, Norbiato et al. (2008), Montesarchio et al. (2009) e
Alfieri e Thielen (2012) observam que, além da ocorrência de chuvas intensas, o estado inicial
de saturação do solo também é um fator que influencia a deflagração de enchentes. Os
P3:
PR
EC
IP.
AC
UM
UL
AD
A E
M 3
DIA
S (
PO
L.)
P15: PRECIP. ACUMUL. NOS 15 DIAS ANTECEDENTES AO PERÍODO DE 3 DIAS (POL.)
Equação do limiar (linha sólida): P3 = 3.50 – 0.67P15
26
trabalhos realizados por esses autores buscaram definir valores críticos de precipitação que
deflagram enchentes utilizando valores registrados de precipitação acumulada, previsão
meteorológica e modelos hidrológicos, em diferentes localidades.
4.1.1. Coeficiente de Ciclo Móvel (CCM)
No Brasil, Guidicini e Iwasa (1977) estudaram deslizamentos em nove diferentes
regiões do país deflagrados por intensas precipitações, de durações entre algumas horas até
dois ou três dias. Os autores apontam para a importância do estudo do ciclo de precipitação
associado ao evento, e definem o coeficiente de ciclo (CC) e o coeficiente do evento (CE). O
coeficiente de ciclo é definido como a precipitação acumulada até a data do evento analisado
dividida pela precipitação anual média, enquanto o coeficiente do evento é dado pela relação
entre a precipitação registrada durante o evento e a precipitação anual média. A soma dos dois
coeficientes resulta no coeficiente final (CF). Foi observado que deslizamentos eram mais
prováveis de ocorrer quando a precipitação acumulada anterior representa uma alta
porcentagem (8-17%) da precipitação média anual. Ao plotar o gráfico do CF relacionado a
uma determinada área, foi observado que eventos de chuvas intensas associadas a
deslizamentos ocupavam as posições mais altas no gráfico, reforçando a ideia de que o ciclo
de chuva anterior ao evento apresenta papel importante em seu desencadeamento.
No trabalho de Tatizana et al. (1987) foram utilizados dados pluviométricos diários do
posto Curva da Onça do DAEE para o estudo da correlação entre chuvas e escorregamentos
na Serra do Mar, em Cubatão. Chuvas acumuladas de 4 dias foram consideradas efetivas no
processo de escorregamento, preparando o terreno para a instabilização. Os autores
estabeleceram uma função entre a intensidade horária e a acumulada antecedente, denominada
envoltória de escorregamentos, a partir da qual foi criado o CPC (coeficiente de precipitação
crítica), que mede a susceptibilidade de escorregamentos com a evolução da precipitação,
sendo dado pela relação entre a intensidade de chuva horária e a intensidade crítica para a
ocorrência de deslizamentos. Dessa forma, escorregamentos ocorrem para valores de CPC
maiores que 1,0, isto é, quando a intensidade horária de precipitação é superior à intensidade
crítica.
Posteriormente, Cerri et al. (1990), com a finalidade de implantar um Plano
Preventivo de Defesa Civil para minimizar os problemas advindos de escorregamentos em
encostas em municípios da Baixada Santista e Litoral Norte do Estado de São Paulo,
27
utilizaram uma adaptação do coeficiente de ciclo, proposta por Tatizana et al. (1987) e IPT
(1987), chamada de coeficiente de ciclo móvel (CCM). A possibilidade de ocorrência de
movimentos de massa foi avaliada acompanhando o comportamento do CCM ao longo do
tempo.
A alteração proposta foi dividir o acumulado de chuva do período analisado pelo
acumulado de chuva normal no mesmo período, conforme a equação 1:
(1)
Equação 1
Onde o acumulado normal de chuva é obtido a partir dos valores acumulados de
chuva normais mensais. A precipitação normal é calculada dividindo-se a precipitação
acumulada média mensal pelo número de dias do mês correspondente, como se as chuvas
fossem distribuídas equitativamente ao longo do mês. O acumulado normal de chuvas até o
dia i corresponde à soma das chuvas equitativamente distribuídas desde 1º de junho até o dia
i, considerando que o ano hidrológico se estende de junho de determinado ano até maio do
ano subsequente. Por se basear nos dados normais de chuva, o CCM incorpora em seu cálculo
as características da região para o qual é calculado. Dessa forma, a ocorrência de eventos é
mais provável para valores de CCM acima de 1, isto é, quando a precipitação acumulada é
maior do que a média esperada para aquele período. Um aspecto importante a ser considerado
a respeito do CCM é que seu cálculo pode resultar em valores pouco representativos para o
início do mês de junho, de modo que chuvas intensas logo no início do ano pluviométrico
levam a valores absurdamente altos do CCM. Por outro lado, enquanto não forem registradas
chuvas (numerador da fórmula do CCM igual a 0), o CCM será nulo. Entretanto, os valores
de CCM tendem a normalizar no decorrer do ano pluviométrico (Cerri, 1993). Cerri et al.
(1990) fornecem um exemplo de uso do CCM no ano pluviométrico de 1987-1988, para o
município de Petrópolis-RJ:
28
Figura 4 - Evolução do CCM entre 1987 e 1988 no município de Petrópolis - RJ (Adaptado de
Cerri et al., 1990).
Os autores observam que a partir da data 06/02/1988, destacada na figura, ocorreram
uma série de escorregamentos no município, notando que a possibilidade de ocorrência dos
mesmos era alta com base nos valores atingidos pelo CCM a partir de agosto de 1987 (CCM
maior que 1, isto é, período anormalmente chuvoso).
Cerri (1993) apresenta um método de elaboração de planos preventivos para
escorregamentos, no qual o CCM é tomado como um dos parâmetros que podem indicar a
ocorrência de escorregamentos. É destacado que valores elevados do CCM, por si só, não
garantem a certeza de ocorrência de escorregamentos, mas são indicadores bastante
adequados para o acionamento de ações preventivas. O autor ainda nota que esses resultados
devem ser combinados à previsão meteorológica (possível ocorrência de chuvas intensas
quando o CCM já atingiu valores elevados, aumentando o risco de acidentes) e vistorias de
campo em áreas de risco. O limiar de CCM para a entrada no nível de atenção foi definido
como 1,2, de acordo com os resultados obtidos por Guidicini e Iwasa (1977) com o
coeficiente de ciclo, segundo os quais eventos superiores a 20% da pluviosidade média têm
mais chances de deflagrar escorregamentos.
29
4.2. Interpolação espacial
A distribuição espacial das chuvas pode ser estudada utilizando a interpolação
espacial. A precipitação é uma variável que apresenta dependência espacial, ou seja, duas
coletas recolhidas em pontos próximos no espaço têm maior probabilidade de apresentar
resultados semelhantes (Zamboti, 2001). Trabalhos foram realizados no Brasil utilizando a
interpolação aplicada ao estudo de eventos de chuvas intensas e erosão dos solos. Alguns
exemplos incluem o trabalho realizado por Palmeira (2004), citado por Crepani et al. (2004),
que utiliza a interpolação de dados pluviométricos do Município de Paragominas (PA) e os
relaciona com a perda de solo por erosão; o trabalho de Vieira e Lombardi Neto (1995), que
utiliza a análise geoestatística e os dados de 292 pluviômetros da rede oficial do Estado de
São Paulo para analisar a variabilidade espacial do potencial de erosão no estado; a análise da
pluviometria e dias chuvosos na região Nordeste do Brasil, realizada por Silva et al. (2010),
utilizando dados diários de chuva de 600 estações meteorológicas para construção de mapas
do número de dias chuvosos e do coeficiente de variação da precipitação e do número de dias
chuvosos.
Existem diferentes métodos de interpolação espacial que podem ser aplicados aos
dados pluviométricos. Alguns trabalhos foram realizados testando diferentes métodos de
interpolação utilizando dados pluviométricos disponíveis, obtendo resultados distintos quanto
ao método mais eficaz (Alves e Vecchia, 2011; Castro Filho et al., 2012; Marcuzzo et al.,
2011).
4.2.1. Métodos de interpolação espacial
Dados climatológicos como o volume de chuvas são obtidos apenas para determinadas
localidades, ou pontos (no caso da precipitação apenas no lugar onde se localiza o posto que
realizou a medição). Valores para localidades entre os pontos amostrados podem ser obtidos
pela aplicação de um modelo apropriado que leve em consideração a variação esperada desse
atributo.
Um método simples de interpolação é o uso dos polígonos de Thiessen para a
definição de áreas de influência de cada ponto amostrado. Nesse método, a precipitação no
interior de cada polígono é assumida como sendo igual à do ponto amostrado. O resultado é
30
uma superfície discreta, em contraste com outros métodos que produzem superfícies
contínuas por meio de um modelo de variação espacial (Hartkamp et al. 1999).
Em geral, os métodos de interpolação espacial baseiam-se em calcular o valor de uma
variável para um ponto (x0,y0) por meio da ponderação dos valores observados nos pontos
amostrados (xi,yi) (Ly et al., 2013), como mostra a equação 2:
∑
∑
( 2 )
Equação 2
Onde:
Z0 = valor interpolado no ponto (x0,y0);
Zi = valor observado no ponto (xi,yi);
ρi = peso atribuído ao valor Zi na interpolação;
n = número de pontos amostrados.
Dessa forma, o problema consiste em calcular o valor dos pesos ρi que serão usados na
interpolação, sendo que para isso existem diferentes métodos.
Os métodos de interpolação podem ser classificados em determinísticos ou
estocásticos (geoestatísticos). Nos métodos determinísticos a interpolação é feita pela
combinação linear dos valores amostrados com base na geometria de sua distribuição
espacial, sem utilizar análises estatísticas (Soares 2000 apud Mazzini e Schettini, 2009).
Nessa categoria estão incluídos os polígonos de Thiessen, o método da mínima curvatura
(spline), a interpolação polinomial e o inverso ponderado da distância (IDW – inverse
distance weighting). Os métodos geoestatísticos utilizam modelos probabilísticos para a
determinação dos pesos usados na interpolação, levando em conta a autocorrelação dos dados
(relação estatística entre os dados). Os diferentes métodos de krigagem são métodos de
interpolação geoestatísticos e envolvem a construção de um variograma para estudo da
autocorrelação dos dados. Uma vantagem dos métodos geoestatísticos é que estes fornecem
uma medida da precisão da interpolação (Hartkamp et al., 1999; Ly et al., 2013).
31
4.2.2. Inverso ponderado da distância (IDW)
Para a elaboração dos mapas a partir dos dados pluviométricos obtidos, optou-se por
utilizar o interpolador inverso ponderado da distância (inverse distance weighting - IDW),
disponível no ArcMap 10.1. Nesse método, os pesos da interpolação são função da distância
entre o ponto interpolado e os pontos amostrados (Hartkamp et al., 1999). Tabios e Salas
(1985) apresentam de forma mais detalhada o cálculo dos pesos da interpolação: sendo (x0,y0)
o ponto que se quer interpolar e (xi,yi), i = 1, ... , n os pontos amostrados, o peso ρi atribuído
ao valor do ponto (xi,yi) será dado por:
( 3 )
Equação 3
Onde d0,i é a distância entre os pontos (x0,y0) e (xi,yi) e b é uma constante. Em geral,
adota-se b = 2 e neste caso o método é chamado de inverso do quadrado da distância. Pela
equação, o valor do peso ρi diminui conforme se aumenta a distância, ou seja, pontos mais
distantes de (x0,y0) terão menos influência em seu valor estimado (Tabios e Salas, 1985). Para
valores maiores de b, menor torna-se a influência da distância.
Diversos trabalhos foram realizados aplicando o método do inverso do quadrado da
distância a dados pluviométricos, obtendo resultados satisfatórios (Tabios e Salas, 1985;
Naoum e Tsanis, 2004; Magalhães et al., 2013). Magalhães et al. (2013) compararam
diferentes técnicas de interpolação para dados pluviométricos do norte do estado do Espírito
Santo e concluíram que o IDW foi o mais efetivo, produzindo menor erro quadrático médio.
Segundo Naoum e Tsanis (2004), o IDW produz bons resultados quando aplicado a redes de
postos pluviométricas relativamente densas, que é o caso da rede de postos estudada neste
trabalho. Além disso, é um método rápido e de baixo custo computacional (Mazzini e
Schettini, 2009).
32
5. MÉTODO
Após a definição do tema e dos objetivos do presente estudo, o método foi estruturado
utilizando uma abordagem geral semelhante à de outros trabalhos voltados à investigação de
índices pluviométricos e a deflagração de eventos perigosos de natureza hidrológica e
geológica (Guidicini e Iwasa, 1977; Tatizana et al., 1987; Cerri et al., 1990; entre outros).
Os dados de registros históricos de eventos de inundação e escorregamentos no
município de São Carlos-SP foram obtidos da pesquisa de mestrado em andamento (Eiras,
2016) à qual o presente estudo foi vinculado.
A pesquisa utilizou o programa de Sistema de Informação Geográfica (SIG)
ArcGIS/ArcMap 10.1 integrado a planilhas eletrônicas (Excel 2010) para armazenamento e
cálculo dos índices pluviométricos e análise espacial desses dados.
Com base nesses pressupostos metodológicos gerais, a pesquisa foi desenvolvida
segundo cinco grandes etapas de trabalho ilustradas na Figura 5 e descritas nos itens a seguir.
33
Figura 5 – Etapas de trabalho, principais atividades e produtos.
INVERSO DO QUADRADO DA
DISTÂNCIA (EQ. 2 E 3)
MAPAS – CLASSIFICAÇÃO EM 5 CLASSES
RELATIVAS USANDO AS QUEBRAS NATURAIS:
MUITO BAIXA, BAIXA, MÉDIA, ALTA, MUITO ALTA
34
5.1. Estruturação do banco de dados pluviométricos
Para a obtenção dos dados pluviométricos, foram selecionados postos pluviométricos
no entorno da região em estudo. Os dados referentes aos postos e suas respectivas séries
históricas de precipitação diária foram obtidos do portal SigRH - Sistema Integrado de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (http://www.sigrh.sp.gov.br), do Departamento de
Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE). Os dados do posto pluviométrico
São Carlos INMET referentes ao período de julho de 2007 a maio de 2016 foram fornecidos
pelo Instituto Nacional de Meteorologia, uma vez que os dados referentes a esse posto
fornecidos pelo DAEE vão até 1971. As medidas realizadas pelo DAEE correspondem à
altura de chuva precipitada entre 7h do dia anterior e 7h do dia considerado.
Para a seleção dos postos a serem analisados, foram considerados sua proximidade à
área de estudo e o tamanho de sua série histórica. Buscou-se selecionar postos de forma que
eles fossem distribuídos para cobrir toda a área de estudo, resultando em espacializações mais
representativas dos índices pluviométricos. No caso da ocorrência de dois postos muito
próximos um do outro, escolheu-se aquele com série histórica mais longa. Todos os dados
coletados foram armazenados em planilha eletrônica Excel 2010.
Em seguida foram feitos o tratamento e a consolidação dos dados. No caso de lacunas
pequenas de apenas alguns dias, considerou-se ausência de precipitação preenchendo-se as
células com valor zero. Entretanto, anos que apresentavam meses inteiros sem dados foram
removidos da série histórica, em especial quando se tratava de meses do período mais
chuvoso, onde não seria seguro assumir ou aproximar para zero a precipitação. Houve
também vários casos onde dados de anos inteiros estavam ausentes na série histórica.
Dessa forma, após esse tratamento e consolidação dos dados pluviométricos, foi
necessário verificar se as características gerais dos dados haviam sido alteradas, em relação
aos dados originais. Isso foi feito calculando, para cada posto pluviométrico, as médias
mensais de precipitação dos dados após o tratamento e comparando-as com as médias mensais
fornecidas pelo DAEE, pelo cálculo das diferenças percentuais entre esses valores.
35
5.2. Cálculo e espacialização dos índices pluviométricos
Após o tratamento e a estruturação do banco de dados pluviométricos diários, foi feito
o cálculo da precipitação acumulada diária, para cada posto pluviométrico, para o posterior
cálculo do coeficiente de ciclo móvel. Dessa forma, para o cálculo da precipitação acumulada
diária, foi considerado o ano hidrológico, isto é, o período que se estende de 1º de junho de
um dado ano até 31 de maio do ano seguinte. Portanto, a precipitação acumulada, para um
dado dia i do ano hidrológico, é dada pelo somatório de todas as precipitações diárias desde o
dia 1º de junho até o dia i. Por exemplo, a precipitação acumulada do dia 14 de agosto
corresponde à soma das precipitações diárias do dia 1º de junho até o dia 13 de agosto, mais a
chuva diária do dia 14 de agosto.
Para a análise da variabilidade espacial das chuvas na região de estudo foram
calculados quatro índices pluviométricos, sendo eles a média mensal, a precipitação máxima
mensal, a precipitação máxima diária e a precipitação anual média. Os índices foram
calculados para cada posto pluviométrico, de acordo com a abrangência de suas respectivas
séries históricas, possibilitando assim a geração de mapas para cada um deles. Os mapas
foram gerados no ArcGIS 10.1, utilizando a interpolação pelo inverso do quadrado da
distância, abrangendo a área urbana do município e seu entorno. Os valores dos índices foram
divididos em intervalos com base no método estatístico das quebras naturais (natural breaks),
em cinco classes relativas de precipitação (mm de chuva): muito baixa (MB), baixa (B) média
(M), alta (A) e muito alta (MA).
5.3. Cálculo do CCM
Calculadas as precipitações acumuladas para todos os dias das séries históricas de cada
posto, foi possível calcular o coeficiente de ciclo móvel diário, conforme a Equação 1 (p.27).
Para o cálculo do acumulado normal de chuva calculou-se a precipitação acumulada mensal
média, com base nos dados da série histórica de cada posto. As médias foram divididas pelo
número de dias do mês correspondente, resultando nas precipitações normais diárias. O
acumulado normal de determinado dia é obtido somando-se as precipitações normais diárias
de 1º de junho até esse dia.
36
5.4. Registros históricos de eventos perigosos
Para o estudo da correlação de eventos de precipitação intensa com a ocorrência de
enchentes e escorregamentos, foi utilizado o inventário preliminar de eventos/acidentes
decorrentes desses processos na região estudada a partir de registros históricos de jornais
locais e consulta à Defesa Civil Municipal, feito por Eiras (2016) em pesquisa de mestrado
em andamento, à qual o presente estudo foi vinculado. Foram considerados 176 eventos na
zona urbana de São Carlos, ocorridos entre 1965 e 1970 e entre 2008 e 2016, para os quais
dados pluviométricos estavam disponíveis. Os dados pluviométricos considerados nas
análises foram os obtidos pelo posto São Carlos-INMET (D4-017), localizado dentro da área
de interesse e próximo à maior parte dos eventos analisados. Os eventos foram especializados
e foi gerado um mapa de distâncias em relação ao posto D4-017.
5.5. Integração e análise
A integração e a análise dos resultados foram feitas segundo duas vertentes principais:
o estudo da distribuição espacial dos índices pluviométricos e a análise do CCM para os
eventos/acidentes considerados.
Na primeira vertente, os mapas pluviométricos gerados possibilitaram o estudo do
comportamento e distribuição espacial dos índices pluviométricos calculados. Esses
resultados foram correlacionados com os registros históricos de eventos, que foram
especializados, permitindo buscar por relações entre a distribuição dos índices pluviométricos
e a ocorrência desses eventos.
Na segunda vertente, os valores do CCM relativos aos eventos e suas respectivas
precipitações acumuladas em 24 h foram plotados em gráficos. Também foram plotados
gráficos da evolução do CCM nos anos de 2014 a 2016, destacando os eventos ocorridos e
gráficos relacionando o CCM com os acumulados em 24h relativos aos eventos. Essas
análises permitiram estudar a relação do CCM e da precipitação diária com a deflagração de
eventos perigosos na região estudada, além de possibilitar a definição preliminar de valores
limiares de CCM para a deflagração desses eventos.
Por fim, foi redigida a monografia apresentando os resultados e as conclusões obtidas.
37
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1. Banco de dados pluviométricos
Os dados relativos aos postos pluviométricos e a abrangência de suas séries históricas
são mostrados na tabela 1 e a localização dos postos pluviométricos é mostrada na figura 6.
Tabela 1 - Dados dos postos pluviométricos selecionados.
Posto
Pluviométrico Município Prefixo
Altitude
(m) Latitude Longitude
Abrangência da série
histórica
ÁGUA
VERMELHA
(CPEF)
SÃO
CARLOS C4-022 800 21° 53' 00'' 47° 53' 00'' 1939 - 1961
FAZENDA DA
BARRA
SÃO
CARLOS C4-092 610 21° 53' 08'' 47° 47' 09'' 1960 - 2014
CABACEIRAS SÃO
CARLOS C4-101 620 21° 47' 00'' 47° 57' 00'' 1972 - 1996/1998 - 2000
VILA CARMEM SÃO
CARLOS D4-015 820 22° 01' 00'' 47° 54' 00''
1937 – 1994/1997 -
1998
SÃO CARLOS
(INMET)
SÃO
CARLOS D4-017 830 22° 01' 00'' 47° 53' 00''
1954 - 1971/ 2008 -
2016
MONJOLINHO
(CPEF)
SÃO
CARLOS D4-045 660 22° 02' 00'' 47° 58' 00'' 1940 - 1968
SÃO CARLOS -
SAAE
SÃO
CARLOS D4-075 815 21° 59' 12'' 47° 52' 33''
1970 – 1995/2014 –
2015
FAZENDA SANTA
BÁRBARA
SÃO
CARLOS D4-106 789 22° 05' 38'' 47° 58' 30'' 1979 - 2015
FAZENDA ÁGUA
BRANCA
SÃO
CARLOS D5-076 598 22° 04' 03'' 48° 02' 46'' 1961 - 2015
IBATÉ IBATÉ C5-035 830 21° 57' 00'' 48° 00' 00'' 1939 - 1999
USINA DO LOBO ITIRAPINA D4-033 690 22° 10' 00'' 47° 54' 00'' 1938 - 1997
VISCONDE DE
RIO CLARO ITIRAPINA D4-037 760 22° 08' 54'' 47° 47' 42''
1937 – 1999/2004 -
2015
ANALÂNDIA ANALÂNDIA D4-035 643 22° 07' 47'' 47° 40' 03'' 1937 - 2015
38
Figura 6 - Localização dos postos pluviométricos.
39
As diferenças percentuais entre as médias dos dados consolidados e as médias
fornecidas pelo DAEE são mostradas na tabela 2:
Tabela 2 – Diferença percentual entre as médias mensais dos dados após o tratamento e as
médias mensais calculadas pelo DAEE.
Posto Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
C4-022 1,31 4 7,26 8,78 0,04 0,91 3,49 1,8 6,32 0,94 9,54 15,64
C4-092 4,22 4,5 3,91 5,55 1,32 1,73 0,78 1,44 1,02 2,62 1,59 2,78
C4-101 2,28 0,16 11,47 4,22 0,36 3,84 1,78 0,75 2,8 2,25 2,7 1,94
D4-015 4,46 5,9 0,93 2,79 2,68 1,61 1,66 2,78 0,89 0,23 1,57 1,76
D4-017 11,95 3,01 0,62 2,23 8,09 4,64 5,88 7,62 7,94 4,45 1,77 15,18
D4-045 9,21 3,75 11,43 6,47 1,54 1,44 1,75 3,71 1,44 3,6 7,74 2,36
D4-075 3,36 4,72 6,44 4,08 0,94 6,75 5,77 6,17 2,13 1,12 1,21 1,68
D4-106 9,49 1,19 4,88 4,21 2,62 3,4 0,03 0,37 4,18 5,67 1,87 1,27
D5-076 2,2 11,27 6,08 2,33 2,29 1,02 3,77 2,95 1,92 2,44 1,8 0,68
C5-035 0,3 1,08 5,01 4,86 1,23 4,98 2,21 2,96 2,09 2,34 8,51 1,84
D4-033 8,51 7,07 0,1 2 1,1 2,04 4,56 3,29 0,79 1,18 3,38 3,73
D4-037 3,29 1,67 3,88 3,6 0,36 1,33 2,4 4,17 1,34 0,79 5,33 5,11
D4-035 4,38 6,05 5,9 0,72 0,28 1,16 1,9 0,2 0,59 0,12 2,16 0,37
Como pode ser observado pela tabela acima, não houve grandes diferenças percentuais
entre as médias mensais dos dados tratados e dos dados originais do DAEE (a maior delas
estando em torno de 15%), indicando que as características gerais dos dados não sofreram
alterações com os procedimentos de consolidação utilizados.
A análise dos resultados obtidos será feita em duas etapas: primeiramente, será
analisada a distribuição espacial das chuvas em todo o Município de São Carlos e bacias nele
contidas e a variabilidade das médias e máximas mensais ao longo do ano por meio dos
mapas gerados; em seguida, serão estudados os valores de CCM registrados na data de cada
evento a fim de se identificar uma relação entre os valores desse índice e a deflagração de
enchentes e escorregamentos e definir valores limiares do CCM para a ocorrência desses
eventos na região.
40
6.2. Análise da distribuição espacial dos índices pluviométricos
6.2.1. Médias anuais e máximas diárias
A tabela 3 mostra os valores obtidos para a precipitação média anual e as máximas
diárias:
Tabela 3 - Máximas diárias e médias anuais (mm).
Posto Máxima diária
(mm)
Média anual
(mm)
C4-022 140 1090,8
C4-092 186,1 1451,4
C4-101 110,4 1498,7
D4-015 155,6 1410,6
D4-017 116,6 1439,5
D4-045 106 1318,7
D4-075 149 1546,1
D4-106 183,2 1588,0
D5-076 185,3 1458,8
C5-035 169 1491,7
D4-033 142,5 1425,7
D4-037 127 1356,9
D4-035 157,2 1370,0
A figura 7 mostra o mapa da distribuição da média anual obtido pela interpolação dos
dados da tabela 3. A distribuição percentual em área das classes de média anual por bacia é
mostrada na tabela 4.
Pela figura 7 e tabela 4 é possível observar que as máximas médias anuais (muito altas
e altas) ocorrem nas regiões noroeste do município de São Carlos (bacia das Cabaceiras,
próximo ao município de Araraquara, registradas pelo posto C4-101) e sudoeste (bacia do
Jacaré-Guaçu, na região da divisa com o município de Brotas, posto pluviométrico D4-106).
Na porção nordeste da área urbanizada, próximo ao posto D4-075, também ocorrem médias
anuais muito altas (1470 ~ 1588 mm), perfazendo 16% da área da bacia do Monjolinho. Nessa
bacia, em 67% da sua área predominam valores altos de chuva média anual (1405 ~ 1470
mm).
41
Figura 7 - Distribuição espacial das médias anuais.
42
Valores médios são observados em 15% dessa bacia e valores baixos em apenas 2%,
não havendo regiões de precipitação média anual muito baixa. Em toda a porção da bacia do
Feijão abrangida pela zona urbana de São Carlos ocorrem valores altos de precipitação média
anual. Médias anuais muito baixas são observadas apenas no posto C4-022, principalmente
nas bacias das Araras (29% da mesma) e em uma pequena parte da bacia do Quilombo (3%).
Tabela 4 - Distribuição em área percentual das classes de precipitação média anual por
bacia.
MÉDIA
ANUAL
BACIAS
FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 2% 29% 1% 0% 0% 0% 3%
B 0% 21% 26% 19% 0% 2% 0% 8%
M 24% 31% 37% 11% 0% 15% 2% 26%
A 76% 45% 8% 39% 49% 67% 98% 60%
MA 0% 0% 0% 30% 51% 16% 0% 1%
O mapa da distribuição das máximas diárias é mostrado na figura 8 e a distribuição em
área percentual das classes por bacia na tabela 5. Pelo mapa da figura 8 observa-se que
valores altos (151 ~166 mm) e muito altos (166 ~ 186 mm) de máxima diária ocorrem
somente nas regiões nordeste e sudoeste, nas bacias do Quilombo (posto C4-092, altas em
31% de sua área e muito altas em 14%), do Jacaré-Guaçu (altas em 22% e muito altas em
45% dessa bacia) e na região sudoeste da bacia do Monjolinho. Nessa bacia observa-se uma
região de máximas diárias altas no entorno do posto D4-015, mas em sua maior parte as
máximas diárias apresentam valores muito baixos a médios (15% muito baixos, 37% baixos e
38% médios).
Tabela 5 - Distribuição em área percentual das classes de precipitação máxima diária por
bacia.
MÉDIA
ANUAL
BACIAS
FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 0% 6% 67% 0% 15% 0% 0%
B 69% 0% 40% 27% 0% 37% 0% 3%
M 31% 100% 52% 6% 33% 38% 100% 51%
A 0% 0% 1% 0% 22% 7% 0% 31%
MA 0% 0% 0% 0% 45% 2% 0% 14%
43
Figura 8 - Distribuição espacial das máximas diárias.
44
O mesmo ocorre nas bacias das Cabaceiras (67% muito baixos e 27% baixos), das
Araras (40% baixos e 52% médios) e do Feijão (69% e 31% para valores baixos e médios,
respectivamente). Em toda a extensão das bacias do Chibarro e do Pântano são observados
valores médios (141 ~151 mm).
Em comparação à figura 7, observa-se que na zona urbana a precipitação média anual
varia de alta a muito alta, enquanto a máxima diária varia de muito baixa a média. Esse
comportamento pode estar associado a uma chuva anormal ocorrida no posto C4-092 (Bacia
do Quilombo) na série histórica considerada.
6.2.2. Médias e máximas mensais
A tabela 6 apresenta as médias mensais obtidas para cada posto pluviométrico. Os
mapas gerados a partir desta são mostrados nas figuras 9, 10 e 11.
Tabela 6 - Precipitação média mensal (mm).
Posto Média mensal (mm)
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
C4-022 33,4 14,2 20,3 37,8 87,4 122,7 147,8 191,6 154,5 145,6 49,3 38,7
C4-092 35,4 24,8 28,0 62,4 129,3 162,0 251,3 259,7 192,5 173,1 78,2 57,2
C4-101 37,3 31,4 28,9 72,1 132,7 158,6 259,3 257,9 206,9 166,0 85,5 62,1
D4-015 46,6 26,3 26,8 63,2 125,4 151,8 243,9 241,6 199,4 162,1 69,5 60,7
D4-017 49,2 27,0 35,7 61,0 122,8 149,1 256,4 262,1 192,2 150,7 72,9 60,4
D4-045 44,9 21,4 18,7 41,7 122,4 141,1 218,7 242,2 205,1 166,6 53,5 42,5
D4-075 47,5 35,2 35,7 80,1 130,2 154,7 261,5 238,0 215,7 185,2 90,4 71,9
D4-106 50,7 29,1 30,7 79,5 127,7 163,6 251,3 291,6 220,0 179,5 92,7 71,7
D5-076 44,6 24,2 29,2 67,2 128,8 163,0 230,6 263,8 209,7 156,2 78,5 58,4
C5-035 40,4 23,7 22,1 61,2 122,3 171,2 252,8 254,9 218,4 179,6 68,2 56,6
D4-033 43,0 27,4 27,4 62,8 136,5 162,0 212,8 248,5 207,5 159,1 69,1 60,1
D4-037 40,1 25,6 23,7 56,0 120,9 157,6 219,1 239,4 205,9 156,7 65,4 56,4
D4-035 41,7 26,5 27,8 61,8 123,9 155,5 213,1 244,3 210,6 156,1 64,6 55,0
45
Figura 9 - Distribuição das médias mensais de maio a agosto.
46
Figura 10 - Distribuição das médias mensais de setembro a dezembro.
47
Figura 11 - Distribuição das médias mensais de janeiro a abril.
48
Pela figura 9 observa-se que no período seco (maio a agosto) a precipitação mensal
varia de 14,2 a 71, 8 mm por mês, sendo que as maiores precipitações acontecem no mês de
maio, decrescendo até o mês de agosto. As maiores médias mensais nesse período são
observadas nas bacias do Quilombo, Jacaré-Guaçu, Feijão e na cabeceira da bacia do
Monjolinho, na porção nordeste da área de estudo. Na bacia do Monjolinho, nesse período, as
regiões de média mensal alta e muito alta variam de 16% a 93% e 6% a 27% de sua área,
respectivamente (tabela 7). As menores médias mensais são observadas ao norte da área de
estudo, nas bacias do Chibarro, Araras, Quilombo e parte da bacia das Cabaceiras, ao redor do
posto C4-022, além da Bacia do Monjolinho, nas proximidades do posto D1-045, com
exceção do mês de junho. As regiões de médias baixas e muito baixas variam de 0% a 16% e
0% a 14%, respectivamente (tabela 7).
Tabela 7 - Distribuição em área percentual das classes de precipitação média mensal por bacia
(maio a agosto).
PPT MÉDIA BACIAS
MAIO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 8% 36% 8% 0% 9% 0% 5%
B 0% 35% 44% 17% 0% 15% 0% 17%
M 89% 48% 20% 20% 10% 39% 100% 58%
A 11% 9% 1% 55% 56% 28% 0% 19%
MA 0% 0% 0% 0% 33% 10% 0% 1%
JUNHO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 1% 38% 17% 0% 0% 0% 21%
B 0% 25% 62% 83% 0% 0% 0% 31%
M 69% 62% 0% 0% 5% 1% 100% 34%
A 31% 12% 0% 0% 48% 93% 0% 14%
MA 0% 0% 0% 0% 46% 6% 0% 0%
JULHO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 3% 30% 2% 0% 0% 0% 4%
B 0% 23% 25% 17% 0% 7% 0% 10%
M 0% 43% 32% 8% 13% 27% 0% 39%
A 100% 29% 13% 20% 78% 48% 100% 42%
MA 0% 1% 1% 53% 9% 18% 0% 5%
AGOSTO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 6% 33% 7% 0% 14% 0% 4%
B 20% 51% 54% 22% 1% 16% 0% 15%
M 56% 33% 13% 60% 61% 27% 100% 45%
A 23% 10% 0% 11% 38% 16% 0% 33%
MA 1% 0% 0% 0% 0% 27% 0% 3%
Pela figura 10 e tabela 8, observa-se que os valores precipitados mensais sobem de
setembro a dezembro (37,8~80 a 147,8~251,5 mm), indicando a entrada no período chuvoso.
Novamente nota-se que as menores médias são observadas ao norte da área de estudo, nas
bacias do Chibarro, Cabaceiras, Araras e Quilombo, no entorno do posto C4-022. Médias
mensais baixas e muito baixas são observadas na área de estudo na porção oeste da bacia do
Monjolinho no mês de setembro (muito baixas 8% e baixas 14%). Valores médios são
49
observados nessa bacia nesse mês em 43% de sua área, enquanto valores altos e muito altos
ocorrem em 24% e 11% da bacia, respectivamente. As médias mensais mais altas se
concentram nessa bacia entre os meses de outubro e dezembro, onde médias altas e muito
altas ocorrem na maior parte de sua extensão (muito altas e altas em 100% da bacia em
outubro, em 79% em novembro e em 89% em dezembro). Precipitações médias elevadas
também são observadas nesse período a sudoeste do município, postos D5-076 e D4-106 na
bacia do Jacaré-Guaçu (84% da bacia com precipitações altas e muito altas em setembro,
100% em outubro e novembro e 85% em dezembro), entre os meses de outubro e dezembro a
nordeste, no entorno do posto C4-092, bacias do Quilombo e Pântano e na bacia do Feijão,
principalmente em outubro e novembro (figura 10 e tabela 8).
Tabela 8 - Distribuição em área percentual das classes de precipitação média mensal por bacia
(setembro a dezembro).
PPT MÉDIA BACIAS
SETEMBRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 7% 34% 6% 0% 8% 0% 5%
B 5% 33% 33% 16% 0% 14% 0% 14%
M 92% 51% 27% 11% 16% 43% 100% 61%
A 3% 8% 6% 42% 50% 24% 0% 19%
MA 0% 0% 0% 25% 34% 11% 0% 1%
OUTUBRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 1% 26% 1% 0% 0% 0% 3%
B 0% 22% 23% 18% 0% 0% 0% 7%
M 0% 39% 39% 11% 0% 0% 0% 21%
A 78% 38% 10% 15% 2% 78% 100% 63%
MA 22% 0% 1% 56% 98% 22% 0% 6%
NOVEMBRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 1% 27% 1% 0% 0% 0% 3%
B 0% 19% 22% 18% 0% 4% 0% 7%
M 0% 30% 39% 10% 0% 18% 0% 15%
A 56% 45% 12% 29% 2% 71% 100% 64%
MA 44% 4% 0% 43% 98% 8% 0% 11%
DEZEMBRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 1% 26% 0% 0% 0% 0% 3%
B 0% 20% 24% 18% 0% 0% 0% 7%
M 45% 30% 38% 10% 16% 11% 4% 17%
A 45% 46% 10% 12% 51% 41% 96% 55%
MA 10% 4% 2% 59% 34% 48% 0% 18%
A figura 11 mostra a distribuição das médias mensais para os meses de janeiro a abril
e a tabela 9 a distribuição das classes por bacia. Observa-se que os maiores valores
precipitados ocorrem em janeiro, decrescendo até o mês de abril, marcando o final do período
chuvoso (191,6~291,6 mm em janeiro a 49,3~92,7 mm em abril). Novamente médias baixas e
muito baixas são registradas ao norte da área de estudo no posto C4-022, enquanto durante
todo o período são observadas médias altas na bacia do Jacaré-Guaçu, principalmente nos
meses de janeiro (55% altas e 45% muito altas) e fevereiro (6% altas e 94% muito altas).
50
Na bacia do Monjolinho no mês de janeiro as médias ficam entre médias e altas (59%
e 40%), enquanto em fevereiro predominam médias altas (68%) e em março e abril ocorrem
zonas de precipitação variando de baixa a muito alta, predominando médias (31% em março e
42% em abril) e altas (47% e 25%). Ainda assim, é importante notar que o mês mais chuvoso
é janeiro, devido aos valores mais altos das classes média e alta (238~266,5 mm) comparado
aos demais meses desse período (tabela 9).
Tabela 9 - Distribuição em área percentual das classes de precipitação média mensal por bacia
(janeiro a abril).
PPT MÉDIA BACIAS
JANEIRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 8% 34% 7% 0% 0% 0% 5%
B 0% 38% 37% 18% 0% 0% 0% 15%
M 79% 54% 28% 24% 1% 59% 100% 71%
A 21% 0% 1% 51% 55% 40% 0% 10%
MA 0% 0% 0% 0% 45% 1% 0% 0%
FEVEREIRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 1% 28% 1% 0% 0% 0% 3%
B 0% 17% 27% 18% 0% 0% 0% 10%
M 0% 31% 40% 14% 0% 3% 0% 46%
A 91% 51% 5% 62% 6% 68% 100% 40%
MA 9% 0% 0% 5% 94% 28% 0% 0%
MARÇO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 4% 32% 4% 0% 1% 0% 4%
B 41% 18% 30% 19% 10% 10% 2% 7%
M 59% 24% 38% 53% 29% 31% 98% 32%
A 0% 53% 0% 23% 26% 47% 0% 53%
MA 0% 0% 0% 0% 35% 11% 0% 5%
ABRIL FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 7% 32% 5% 0% 7% 0% 4%
B 13% 35% 25% 16% 0% 15% 0% 9%
M 86% 51% 31% 8% 25% 42% 100% 46%
A 1% 7% 11% 28% 38% 25% 0% 40%
MA 0% 0% 0% 43% 37% 10% 0% 1%
51
As precipitações máximas mensais calculadas são mostradas na tabela 10 e os mapas
gerados a partir destas, nas figuras 12, 13 e 14.
Tabela 10 - Precipitação máxima mensal (mm).
Posto Máxima mensal (mm)
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
C4-022 64,2 38,7 35,6 64,6 69,8 106 117 99 97,5 140 110,6 90
C4-092 80 95,3 63,7 61,8 91,6 103,6 155 186,1 164,4 114,5 100,2 87
C4-101 83,4 67,9 34,9 64,8 97,7 95,5 108 109,2 98,3 79,5 110,4 81
D4-015 100 78,9 65,1 82,5 105,9 107,6 98 155,6 150,2 99,8 92,1 152,7
D4-017 80 51 57,4 48,4 65,4 98,2 99,1 130,6 110,1 98,2 104,2 81,8
D4-045 88,7 39 36 53 99 106 83 95 100 100,8 57 47,2
D4-075 94 82,8 58 73,2 93,2 124,4 93,3 149 122,4 107,9 67,1 78,5
D4-106 82,5 65,5 64,3 65,2 102,3 115,1 106 183,2 119,2 93,9 86,3 75,3
D5-076 88,7 85,5 61,9 75,8 94,2 138,5 185,3 142,1 100,4 113 93,5 72,2
C5-035 97,3 58,3 49,7 72,7 80 169 143,1 140,2 126 140 76 82,9
D4-033 91,5 82,2 57,5 70,3 92,6 80,7 105 142,5 99,7 92,9 105,4 77,3
D4-037 78,5 75,5 48,2 68 89,6 82,1 119 106 127 122,5 83,7 124
D4-035 66,5 81,7 55,2 65,9 90,2 104,5 106,5 110 157,2 85 84,1 76,9
No período seco (figura 12), observam-se máximas mensais altas e muito altas na
bacia do Monjolinho, dentro dos limites da área de estudo. Máximas mensais altas e muito
altas predominam nessa bacia em junho (51% e 46%, tabela 11). Apesar da área de máximas
altas e muito altas em maio ser menor nessa bacia (10% e 4%, tabela 11), essas classes
correspondem a valores maiores de precipitação para esse mês (101,5~152,7 mm). Com
exceção do mês de junho, máximas mensais médias predominam na bacia do Monjolinho.
Máximas altas são observadas a sudeste, na bacia do Feijão, principalmente e junho e julho, e
a sudoeste, na bacia do Jacaré-Guaçu, em junho e agosto. Máximas baixas e muito baixas
predominam no mês de maio na maior parte do município (bacias do Jacaré-Guaçu, Chibarro,
Quilombo, Cabaceiras, Monjolinho e Araras). Em todo o período seco, máximas baixas e
muito baixas são observadas no entorno do posto C4-022, ao norte da área de estudo,
ocorrendo também na porção sudoeste da bacia do Monjolinho nos meses de maio, julho e
agosto.
52
Figura 12 - Distribuição das máximas mensais de maio a agosto.
53
Figura 13 - Distribuição das máximas mensais de setembro a dezembro.
54
Figura 14 – Distribuição das máximas mensais de janeiro a abril.
55
Tabela 11 - Distribuição em área percentual das classes de máxima mensal por bacia (maio a
agosto).
PPT MÁXIMA
MENSAL BACIAS
MAIO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 0% 0% 0% 55% 29% 0% 0%
B 10% 89% 100% 100% 45% 27% 0% 76%
M 70% 11% 0% 0% 0% 29% 100% 24%
A 19% 0% 0% 0% 0% 10% 0% 0%
MA 0% 0% 0% 0% 0% 4% 0% 0%
JUNHO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 5% 37% 7% 0% 0% 0% 5%
B 7% 18% 55% 23% 0% 0% 2% 39%
M 43% 23% 8% 70% 31% 2% 98% 33%
A 46% 35% 0% 0% 64% 51% 0% 21%
MA 4% 19% 0% 0% 4% 46% 0% 2%
JULHO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 7% 30% 6% 0% 13% 0% 4%
B 0% 44% 28% 21% 3% 23% 0% 6%
M 28% 48% 42% 73% 55% 40% 0% 17%
A 69% 1% 0% 0% 33% 20% 100% 56%
MA 4% 0% 0% 0% 9% 4% 0% 18%
AGOSTO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 7% 30% 6% 0% 13% 0% 4%
B 0% 44% 28% 21% 3% 23% 0% 6%
M 28% 48% 42% 73% 55% 40% 0% 17%
A 69% 1% 0% 0% 33% 20% 100% 56%
MA 4% 0% 0% 0% 9% 4% 0% 18%
No início do período chuvoso (figura 13) em setembro e outubro, as máximas mais
altas se concentram na área de estudo (bacia do Monjolinho) e a sudoeste nas bacias do
Jacaré-Guaçu e do Feijão. Na bacia do Monjolinho em setembro as diferentes classes de
máximas anuais são mais uniformemente distribuídas (MB 13%, B 21%, M 29%, A 25% e
MA 11%, tabela 12). A área correspondente às classes alta e muito alta aumenta nessa bacia
em outubro (A 42% e MA 28%), enquanto em novembro predominam valores médios
(104,2~111,1 mm, 52%). No mês de dezembro as maiores máximas são observadas a
sudoeste, na bacia do Jacaré-Guaçu, no entorno do posto D5-076 e a nordeste, na bacia do
Quilombo, no posto C4-092. Ainda assim, nesse mês predominam máximas baixas em todas
as bacias. Na bacia do Monjolinho, em particular, predominam máximas mensais muito
baixas (81%). Apesar disso, pode-se afirmar que as máximas mensais em dezembro são
maiores que as registradas em setembro e outubro, uma vez que as máximas muito baixas
correspondem ao intervalo de 83~105,5 mm, maior que as máximas muito altas de setembro e
similar às máximas muito altas de outubro.
56
Tabela 12 - Distribuição em área percentual das classes de máxima mensal por bacia
(setembro a dezembro).
PPT MÁXIMA
MENSAL BACIAS
SETEMBRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 0% 0% 0% 0% 13% 0% 0%
B 4% 0% 0% 0% 3% 21% 0% 18%
M 43% 21% 100% 100% 52% 29% 100% 70%
A 53% 79% 0% 0% 36% 25% 0% 12%
MA 0% 0% 0% 0% 9% 11% 0% 0%
OUTUBRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 7% 31% 4% 0% 3% 0% 5%
B 2% 40% 29% 17% 0% 8% 0% 13%
M 68% 53% 32% 12% 0% 19% 100% 78%
A 30% 0% 7% 36% 44% 42% 0% 4%
MA 0% 0% 0% 31% 56% 28% 0% 0%
NOVEMBRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 34% 0% 0% 3% 9% 0% 0% 0%
B 42% 0% 8% 62% 19% 4% 27% 2%
M 24% 4% 92% 35% 15% 52% 73% 82%
A 0% 69% 0% 0% 42% 35% 0% 16%
MA 0% 26% 0% 0% 15% 10% 0% 0%
DEZEMBRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 13% 4% 0% 0% 1% 81% 0% 7%
B 86% 90% 48% 100% 80% 12% 100% 44%
M 1% 6% 52% 0% 6% 2% 0% 31%
A 0% 0% 0% 0% 5% 4% 0% 18%
MA 0% 0% 0% 0% 8% 1% 0% 0%
As máximas dos meses de janeiro a abril são mostradas na figura 14, e variam de 95 a
110,6 mm. A distribuição das classes por bacia é mostrada na tabela 13. Observam-se
máximas nas classes muito baixa e baixa ocorrem em janeiro e fevereiro ao norte, nas bacias
do Quilombo, Araras, Chibarro e Cabaceiras, no entorno do posto C4-022, na porção sudoeste
da bacia do Monjolinho (posto D4-045) e a sudeste, na bacia do Feijão. As maiores máximas
são observadas em janeiro na bacia do Jacaré-Guaçu, posto D4-106 e do Quilombo, posto C4-
092. Em fevereiro, entretanto, predominam na bacia do Jacaré-Guaçu máximas baixas (77%)
e muito baixas (23%). Nos dois meses na bacia do Monjolinho predominam máximas médias
(46%). Nos meses de março e abril as maiores máximas ocorrem ao norte, nas bacias do
Chibarro, Quilombo e Araras, ao redor do posto C4-022. Na bacia do Monjolinho
predominam máximas entre muito baixas e médias nesses meses, como pode ser observado
pela tabela 13. Observa-se que as máximas mensais decrescem entre janeiro e abril com o fim
do período chuvoso.
57
Tabela 13 – Distribuição em área percentual das classes de máxima mensal por bacia (janeiro
a abril).
PPT MÁXIMA
MENSAL BACIAS
JANEIRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 13% 14% 59% 100% 0% 16% 0% 5%
B 74% 72% 37% 0% 0% 32% 100% 18%
M 14% 14% 4% 0% 45% 46% 0% 46%
A 0% 0% 0% 0% 27% 6% 0% 20%
MA 0% 0% 0% 0% 28% 0% 0% 11%
FEVEREIRO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 6% 11% 59% 100% 23% 22% 0% 4%
B 18% 59% 32% 0% 77% 25% 0% 9%
M 75% 30% 9% 0% 0% 46% 74% 48%
A 0% 0% 0% 0% 0% 6% 26% 26%
MA 0% 0% 0% 0% 0% 1% 0% 12%
MARÇO FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 1% 0% 0% 50% 0% 10% 0% 0%
B 36% 0% 8% 19% 83% 48% 0% 6%
M 47% 18% 16% 9% 10% 38% 100% 38%
A 15% 68% 38% 14% 8% 4% 0% 49%
MA 0% 14% 38% 9% 0% 0% 0% 8%
ABRIL FEIJ. CHIB. ARAR. CABAC. JACAR. MONJ. PÂNT. QUIL.
MB 0% 0% 0% 0% 0% 21% 0% 0%
B 2% 29% 0% 0% 16% 38% 0% 5%
M 88% 45% 0% 0% 69% 34% 100% 43%
A 9% 22% 21% 1% 14% 7% 0% 45%
MA 2% 4% 79% 99% 1% 1% 0% 6%
Em geral, é possível observar pelos mapas que a área urbana do município de São
Carlos registra as maiores médias anuais de precipitação, apesar das máximas diárias baixas
em comparação ao seu entorno, e tende a apresentar as maiores médias mensais no período
chuvoso.
6.2. Análise do CCM e da precipitação para os eventos registrados
Os eventos considerados nas análises, suas datas de ocorrência, locais, valores de
precipitação acumulada em 24 horas e CCM correspondentes são mostrados na tabela 14
(posto pluviométrico D4-017).
58
Tabela 14 - Eventos, datas, locais, precipitações acumuladas em 24h e CCM.
Tipo de
Evento Data Local Fonte
Acum.
24 h
(mm)
CMM
Enchente 19/01/65 Parte Baixa nas margens do córrego Gregório
(Baixada do Mercado) A Folha 76,6 1,40
Enchente 22/02/65 Parte Baixa nas margens do córrego Gregório
(Baixada do Mercado) A Folha 110,1 1,39
Enchente 25/03/65 Parte Baixa nas margens do córrego Gregório
(Baixada do Mercado) A Folha 49,2 1,44
Enchente 10/12/65 Parte Baixa nas margens do córrego Gregório
(Baixada do Mercado) A Folha 13,5 1,21
Enchente 10/12/65 Rua Geminiano Costa (Próximo ao mercado) A Folha 13,5 1,21
Enchente 17/11/66 Parte Baixa nas margens do córrego Gregório
(Baixada do Mercado) A Folha 37,8 1,15
Enchente 17/11/66 Ponte da Rua José Bonifácio A Folha 37,8 1,15
Enchente 17/11/66 Rua 9 de Julho na parte baixa A Folha 37,8 1,15
Enchente 18/02/67 Rua São Paulo A Folha 33,2 1,14
Enchente 18/02/67 Rua Rui Barbosa. A Folha 33,2 1,14
Enchente 17/01/68 Parte Baixa nas margens do córrego Gregório
(Baixada do Mercado) A Folha 28,9 1,17
Enchente 17/01/68 Rua São Paulo A Folha 28,9 1,17
Enchente 17/01/68 Rua Rui Barbosa. A Folha 28,9 1,17
Enchente 20/01/68 Parte Baixa nas margens do córrego Gregório
(Baixada do Mercado) A Folha 18,8 1,18
Enchente 20/01/68 Rua General Osório esquina com Episcopal A Folha 18,8 1,18
Enchente 29/11/68 Rua Dona Alexandrina entre ruas Sete de Setembro
e Major José Inácio A Folha 23,9 0,77
Enchente 07/01/69 Parte Baixa nas margens do córrego Gregório
(Baixada do Mercado) A Folha 50,8 0,74
Enchente 13/01/70 Trecho entre Jesuíno de Arruda e a Ponte do
Gregório. A Folha 31,9 1,13
Enchente 13/01/70 Rua São Paulo entre a Padre Teixeira e Treze de
Maio. A Folha 31,9 1,13
Enchente 13/01/70 Rua General Osório na baixada A Folha 31,9 1,13
Enchente 13/01/70 Praça Itália A Folha 31,9 1,13
Enchente 15/01/70 Entre Jesuíno de Arruda e Geminiano Costa A Folha 37 1,17
Enchente 15/01/70 Parte Baixa nas margens do córrego Gregório
(Baixada do Mercado) A Folha 37 1,17
Enchente 13/03/70 Rua São Paulo A Folha 50,8 1,27
Enchente 13/03/70 Parte Baixa nas margens do córrego Gregório
(Baixada do Mercado) A Folha 50,8 1,27
Enchente 13/03/70 Confluência da General Osório com Episcopal A Folha 50,8 1,27
Enchente 13/03/70 Geminiano Costa (Parte Baixa) A Folha 50,8 1,27
Enchente 01/10/08 Avenida Getúlio Vargas Defesa Civil 0 0,65
Enchente 01/10/08 Rua São Joaquim Esquina com Avenida
Comendador Alfredo Maffei. Defesa Civil 0 0,65
Enchente 01/10/08 Avenida Getúlio Vargas Defesa Civil 0 0,65
Deslizamento 05/11/08 Serra do Cidade Aracy Defesa Civil 0 0,63
Continua
59
Tabela 14 - Eventos, datas, locais, precipitações acumuladas em 24h e CCM (continuação).
Tipo de
Evento Data Local Fonte
Acum.
24 h
(mm)
CMM
Deslizamento 06/02/09 Queda de blocos na Avenida Integração na curva da
Serra de Aracy Defesa Civil 0 0,76
Enchente 30/03/09 Praça Itália Defesa Civil 18,8 0,95
Enchente 06/04/09 Avenida São Carlos proximo ao Jáu Serve Defesa Civil 38,2 0,98
Enchente 06/04/09 Avenida Francisco Pereira Lopes sentido
centro/shopping São Carlos Agora 38,2 0,98
Enchente 12/10/09 Praça do Mercado Defesa Civil 9,6 1,85
Enchente 26/10/09 Rua Machado de Assis 80 Defesa Civil 23,2 1,70
Enchente 26/10/09 Rua 26 Cidade Aracy Defesa Civil 23,2 1,70
Enchente 26/10/09 Rua Rigiti Arab 267 Defesa Civil 23,2 1,70
Enchente 26/10/09 Praça Itália Defesa Civil 23,2 1,70
Enchente 26/10/09 CDHU Defesa Civil 23,2 1,70
Enchente 26/10/09 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 23,2 1,70
Deslizamento 02/12/09 Deslizamento no morro da Cidade Aracy sobre a
Avenida da Integração, obstruindo a via pública Defesa Civil 1,2 1,57
Enchente 16/12/09 Kartódromo Defesa Civil 60,6 1,69
Enchente 29/12/09 Avenida Francisco Pereira Lopes Defesa Civil 90,4 1,60
Enchente 29/12/09 Rotatória do Cristo Defesa Civil 90,4 1,60
Enchente 29/12/09 Avenida Getulio Vargas 1405 Defesa Civil 90,4 1,60
Enchente 31/12/09 Praça Itália Defesa Civil 12,6 1,60
Enchente 14/03/10 Rua Conde do Pinhal - Perto da creche Anita Costa São Carlos Agora 66,8 1,38
Enchente 14/03/10 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 66,8 1,38
Enchente 14/03/10 Rotatória da Educativa na Avenida Comendador
Alfredo Maffei São Carlos Agora 66,8 1,38
Enchente 14/03/10 Baixada do Mercado São Carlos Agora 66,8 1,38
Enchente 14/03/10 Praça Itália São Carlos Agora 66,8 1,38
Enchente 03/04/10 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 67,6 1,40
Enchente 03/04/10 Baixada do Mercado São Carlos Agora 67,6 1,40
Enchente 03/04/10 Praça Itália São Carlos Agora 67,6 1,40
Enchente 03/04/10 Rotatória da Educativa na Avenida Comendador
Alfredo Maffei São Carlos Agora 67,6 1,40
Enchente 03/04/10 Comendador Alfredo Maffei, perto do Forum Cível São Carlos Agora 67,6 1,40
Enchente 12/01/11 Rotatória do Cristo Defesa Civil 98,8 0,86
Enchente 12/01/11 Rua da Paz - CDHU Defesa Civil 98,8 0,86
Enchente 29/01/11 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 3 0,91
Enchente 29/01/11 CDHU São Carlos Agora 3 0,91
Enchente 31/01/11 Rua Natalino Sampato (antiga 26) no Bairro Cidade
Aracy II
São Carlos Dia e
Noite 9 0,90
Enchente 31/01/11 Rua General Osório em frente a loja
Pernanbucanas. Defesa Civil 9 0,90
Enchente 31/01/11 Rua Jose Bonifácio Defesa Civil 9 0,90
Enchente 31/01/11 Rua Francisco Marmorato Defesa Civil 9 0,90
Continua
60
Tabela 14 - Eventos, datas, locais, precipitações acumuladas em 24h e CCM (continuação).
Tipo de
Evento Data Local Fonte
Acum.
24 h
(mm)
CMM
Enchente 31/01/11 Rua 26 Cidade Aracy Defesa Civil 9 0,90
Enchente 31/01/11 Rua Icaraí Defesa Civil 9 0,90
Enchente 31/01/11 CDHU São Carlos Agora 9 0,90
Deslizamento 31/01/11 Avenida Integração Serra da Cidade Aracy Defesa Civil 9 0,90
Enchente 01/02/11 Rua Episcopal na Área do Mercado São Carlos Agora 0 0,90
Enchente 02/02/11 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 18,6 0,91
Enchente 02/02/11 Linha Férrea na Travessa 8 São Carlos Agora 18,6 0,91
Enchente 23/02/11 Rua Reginaldo Ste Fanutte 1050 Defesa Civil 16,6 0,98
Enchente 23/02/11 Avenida Getúlio Vargas (Rotatória) Defesa Civil 16,6 0,98
Enchente 23/02/11 Rua Desembargador Júlio de Faria 1913 Defesa Civil 16,6 0,98
Enchente 26/02/11 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 35,8 1,00
Deslizamento 28/02/11 Cidade Aracy - Descida da Serra Defesa Civil 1,4 1,04
Enchente 12/03/11 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 40,2 1,16
Enchente 12/03/11 Rotatória da Educativa na Avenida Comendador
Alfredo Maffei São Carlos Agora 40,2 1,16
Enchente 27/03/11 Rotatória do Cristo Defesa Civil 14 1,11
Deslizamento 28/04/11 Avenida Integração Defesa Civil 1,2 1,14
Enchente 07/12/11 Praça Itália Defesa Civil 0 0,80
Deslizamento 07/12/11 Serra de Aracy Defesa Civil 0 0,80
Enchente 31/12/11 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 59 0,87
Enchente 31/12/11 Rotatória do Cristo Defesa Civil 59 0,87
Enchente 31/12/11 Avenida Francisco Pereira Lopes Defesa Civil 59 0,87
Enchente 31/12/11 CDHU Defesa Civil 59 0,87
Deslizamento 31/12/11 Avenida Integração Defesa Civil 59 0,87
Enchente 31/12/11 Praça Itália São Carlos Agora 59 0,87
Enchente 03/11/12 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 39,4 1,50
Enchente 05/11/12 CDHU Defesa Civil 0 1,45
Enchente 05/11/12 Praça Itália Defesa Civil 0 1,45
Enchente 25/11/12 Rua Bento Carlos 1498 Defesa Civil 39 1,39
Enchente 25/11/12 Avenida Capitão Luiz Brandão 1677 Defesa Civil 39 1,39
Enchente 09/12/12 Rotatória do Cristo Defesa Civil 57,2 1,31
Enchente 09/12/12 Tancredo Neves Rotatória Engefort Defesa Civil 57,2 1,31
Enchente 09/12/12 Kartódromo São Carlos Agora 57,2 1,31
Enchente 09/12/12 Avenida Eliza Gonzales Rabello São Carlos Agora 57,2 1,31
Enchente 09/12/12 Avenida Francisco Pereira Lopes, na região do
Restaurante Casa Branca São Carlos Agora 57,2 1,31
Enchente 12/01/13 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 95,4 1,27
Continua
61
Tabela 14 - Eventos considerados, precipitações acumuladas em 24h e CCM correspondentes
(continuação).
Tipo de
Evento Data Local Fonte
Acum.
24 h
(mm)
CMM
Enchente 12/01/13 Kartódromo São Carlos Agora 95,4 1,27
Enchente 22/02/13 Kartódromo São Carlos Agora 70,4 1,15
Enchente 22/02/13 Rotatória do Cristo RegiãoDestake 70,4 1,15
Enchente 22/02/13 Kartódromo RegiãoDestake 70,4 1,15
Enchente 22/02/13 CDHU RegiãoDestake 70,4 1,15
Enchente 22/02/13 Cruzamento da Avenida Comendador Alfredo
Maffei com a Rua Dom Pedro II RegiãoDestake 70,4 1,15
Enchente 22/02/13 Trabalhador São Carlense com Francisco Pereira
Lopes próximo a Usp RegiãoDestake 70,4 1,15
Enchente 25/02/13 Praça Itália São Carlos Dia e
Noite 0 1,15
Enchente 25/02/13 CDHU São Carlos Dia e
Noite 0 1,15
Enchente 25/02/13 Avenida Getúlio Vargas próximo a empresa Latina São Carlos Dia e
Noite 0 1,15
Enchente 28/02/13 Rotatória da Educativa na Avenida Comendador
Alfredo Maffei São Carlos Agora 26,8 1,15
Enchente 09/03/13 Avenida Getúlio Vargas RegiãoDestake 31 1,14
Enchente 09/03/13 Praça Itália RegiãoDestake 31 1,14
Enchente 25/03/13 Região da Baixada do Mercado (Rua Episcopal ) Primeira Página 16,8 1,18
Enchente 25/03/13 Avenida Getúlio Vargas próximo a empresa Latina Primeira Página 16,8 1,18
Enchente 25/03/13 Baixada do Mercado (Avenida Comendador
Alfredo Maffei) Primeira Página 16,8 1,18
Enchente 25/03/13 Praça Itália São Carlos Agora 16,8 1,18
Enchente 25/03/13 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 16,8 1,18
Enchente 25/03/13 CDHU São Carlos Agora 16,8 1,18
Enchente 03/04/13 Rotatória da Educativa na Avenida Comendador
Alfredo Maffei São Carlos Agora 0,4 1,17
Enchente 03/04/13 CDHU São Carlos Agora 0,4 1,17
Enchente 03/04/13 Praça Itália São Carlos Agora 0,4 1,17
Enchente 03/04/13 Pontilhão da Travessa 8 São Carlos Agora 0,4 1,17
Enchente 03/04/13 Avenida Getúlio Vargas próximo a empresa Latina São Carlos Agora 0,4 1,17
Enchente 03/04/13 Rotatória do posto de combustíveis do Maria Stella
Fagá São Carlos Agora 0,4 1,17
Enchente 28/05/13 Rua Coronel Leopoldo Prado, linha férrea São Carlos Dia e
Noite 62 1,17
Enchente 29/05/13 CDHU São Carlos Agora 56 1,21
Enchente 22/10/13 Rotatória do Cristo EPTV 46,2 1,38
Enchente 22/10/13 Baixada do Mercado EPTV 46,2 1,38
Enchente 22/10/13 Avenida Comendador Alfredo Maffei EPTV 46,2 1,38
Enchente 22/10/13 CDHU EPTV 46,2 1,38
Enchente 22/10/13 Rotatória da Educativa na Avenida Comendador
Alfredo Maffei São Carlos Agora 46,2 1,38
Continua
62
Tabela 14 - Eventos considerados, precipitações acumuladas em 24h e CCM correspondentes
(continuação).
Tipo de
Evento Data Local Fonte
Acum.
24 h
(mm)
CMM
Enchente 04/11/13 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 49,6 1,33
Enchente 04/11/13 Rotatória entre as ruas Jose Bonifácio e Jesuíno de
Arruda São Carlos Agora 49,6 1,33
Enchente 31/12/13 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 38,8 0,93
Enchente 25/02/15 Rotatória do Cristo RegiãoDestake 35,8 0,78
Enchente 27/02/15 Avenida São Carlos na região do União Serv. São Carlos Dia e
Noite 10 0,78
Enchente 11/03/15 Avenida São Carlos na região do União Serv. Primeira Página 9,6 0,78
Enchente 11/03/15 Cruzamento das Avenidas Liberdade e Elisa
Gonzales Rabelo (Parque do Kartodromo); Primeira Página 9,6 0,78
Enchente 16/03/15 Calçadão da General Osório (Baixada do Mercado) São Carlos Agora 13,2 0,79
Enchente 28/03/15 Kartódromo Primeira Página 15 0,84
Enchente 28/03/15 Rotatória do Cristo Primeira Página 15 0,84
Enchente 05/06/15 Benjamim Lopes Osores, no condomínio Tecumseh
Village
São Carlos Dia e
Noite 0,2 0,22
Enchente 08/09/15 Rua João Martins França na Cidade Aracy Primeira Página 46,6 1,23
Enchente 04/11/15 Rua João Martins França, Cidade Aracy 2 São Carlos Agora 2,6 1,27
Enchente 04/11/15 Rua santa Gertrudes (sentido Rotatória do CDHU) Primeira Página 2,6 1,27
Enchente 04/11/15 Rua João Martins França na Cidade Aracy Primeira Página 2,6 1,27
Enchente 04/11/15 CDHU Primeira Página 2,6 1,27
Enchente 17/11/15 Rua santa Gertrudes (sentido Rotatória do CDHU) São Carlos Dia e
Noite 6,4 1,18
Enchente 23/11/15 Avenida Trabalhador São Carlense Primeira Página 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Baixada do Mercado (9 de Julho com Comendador
Alfredo Maffei) Primeira Página 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Baixada do Mercado (Geminiado Costa com
Episcopal) Primeira Página 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Baixada do Mercado (Comendador Alfredo Maffei
com Geminiano Costa) Primeira Página 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Praça Itália Primeira Página 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Rua Raimundo Correa Primeira Página 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Rotatória do Cristo Primeira Página 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Kartódromo Primeira Página 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Região da Rodoviária Primeira Página 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Rua Dona Alexandrina A Folha 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Rua São Joaquim A Folha 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Parque do Bicão A Folha 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 CDHU Revelando São
Carlos 37,2 1,30
Enchente 23/11/15 Avenida Francisco Pereira Lopes, na região do
Restaurante Casa Branca
Revelando São
Carlos 37,2 1,30
Enchente 10/12/15 Rua João Martins França na Cidade Aracy São Carlos Em
Rede 10,4 1,18
Enchente 10/12/15 Rua Raimundo Correia EPTV 10,4 1,18
Continua
63
Tabela 14 - Eventos considerados, precipitações acumuladas em 24h e CCM correspondentes
(continuação).
Tipo de
Evento Data Local Fonte
Acum.
24 h
(mm)
CMM
Enchente 10/01/16 Rua santa Gertrudes (sentido rotatória do CDHU) São Carlos Em
Rede 23,2 1,09
Enchente 10/01/16 Rotatória da Educativa na Avenida Comendador
Alfredo Maffei
São Carlos Em
Rede 23,2 1,09
Enchente 12/01/16 Rotatória do Cristo RegiãoDestake 130,6 1,26
Enchente 13/01/16 Parque Ecológico Revelando São
Carlos 21,2 1,27
Enchente 25/01/16 Parque do Bicão São Carlos Agora 15,6 1,27
Enchente 25/01/16 Rua Jose Bonifácio próximo à antiga Fabber São Carlos Agora 15,6 1,27
Enchente 25/01/16 Rotatória do Cristo São Carlos Agora 15,6 1,27
Enchente 18/02/16 Bairro Lagoa Serena São Carlos Em
Rede 14,6 1,19
Enchente 18/02/16 Praça Itália São Carlos Em
Rede 14,6 1,19
Enchente 16/05/16 Avenida Francisco Pereira Lopes, na região do
Restaurante Casa Branca
São Carlos Em
Rede 51,2 1,03
Dos 176 eventos considerados, apenas 8 (4,5% do total) são deslizamentos, os demais
englobam enchentes, inundações e alagamentos. Dos eventos de inundações (168 - 95,5% do
total), a maioria é recorrente em poucos locais, com destaque para a rotatória do Cristo,
baixada do mercado municipal e Praça Itália.
O mapa de distâncias do posto D4-017 e os eventos especializados são mostrados na
figura 15. Observa-se que todos os eventos considerados estão localizados na bacia do
Monjolinho. Dos 176 eventos analisados, 41 (26%) ocorreram a uma distância de até 1 km do
posto pluviométrico considerado, 127 (72%) entre 1 e 5 km de distância do posto e apenas 8
(5%) entre 5 e 10 km. Dessa forma, a maior parte dos eventos encontra-se relativamente
próxima do posto pluviométrico considerado nas análises. Vale notar que diversos eventos
são recorrentes em alguns locais e, portanto, encontram-se sobrepostos no mapa.
A evolução do CCM ao longo dos anos pluviométricos de 2014-2015 e de 2015-2016
é mostrada nos gráficos das figuras 16 e 17, destacando as datas de ocorrência de enchentes e
escorregamentos. No ano de 2014 o CCM começa igual a zero e permanece assim até o início
de outubro, indicando um período seco. A partir daí, o coeficiente passa a aumentar no
decorrer do ano, sem, no entanto, ultrapassar o valor 1. Ainda assim, são observadas algumas
inundações entre o final de dezembro e o final de março, com CCM oscilando próximo a 0,8.
64
Figura 15 - Mapa de distâncias do posto D4-017 e localização dos eventos analisados.
65
Fig
ura
16 -
Evolu
ção d
o C
CM
no a
no p
luvio
mét
rico
de
2014
-2015 e
reg
istr
os
de
even
tos.
66
Fig
ura
17-
Evolu
ção d
o C
CM
no a
no p
luvio
mét
rico
de
2015
-2016 e
reg
istr
os
de
even
tos.
67
Um comportamento diferente é observado no ano seguinte. No início do ano
pluviométrico de 2015-2016 o CCM começa abaixo de 1 e assim permanece até o início de
julho. Apenas um evento foi registrado nesse período, uma enchente no dia 05/06. O CCM
então tem um pico no início de julho, subindo para 1,4, decrescendo até o início de setembro,
quando está novamente abaixo de 1. A partir daí, ocorre um novo pico e uma enchente é
observada no dia 08/09, com CCM em torno de 1,2. Há uma oscilação no gráfico no restante
do ano, mas o CCM permanece acima de 1, aproximando-se de 1,4 em certas datas. Uma série
de ocorrências, principalmente de enchentes, é então observada a partir do início de
novembro, estendendo-se até o final de março. Uma ocorrência isolada é observada no final
de maio, com CCM próximo de 1.
Da análise dos dois gráficos percebe-se que eventos não ocorrem somente quando o
CCM está acima de 1, havendo registros de eventos para valores menores, ou seja, períodos
menos chuvosos que o normal. Salienta-se que o Plano Preventivo de Defesa Civil do Estado
de São Paulo para o Litoral Norte adota CCM >= 1,2 como critério para deflagração de ações
preventivas visando a redução dos riscos associados à deflagração de escorregamentos (Cerri
et al. 1990).
A tabela 15 mostra a distribuição dos valores de CCM totais da série histórica e dos
valores para os eventos registrados. A tabela 16 apresenta a variação desses valores de CCM
ao longo do ano.
Tabela 15 - Distribuição dos valores de CCM com registros de eventos e na série
histórica total.
CCM Eventos Série Histórica
< 1 26% 54%
> 1 74% 46%
> 1,2 43% 24%
Tabela 16 - Distribuição anual dos valores de CCM na série histórica.
CCM Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
<1 61% 57% 67% 63% 59% 47% 48% 47% 49% 48% 50% 51%
>1 39% 43% 33% 37% 41% 53% 52% 53% 51% 52% 50% 49%
>1,2 35% 33% 20% 29% 32% 31% 23% 23% 14% 13% 17% 16%
68
Nota-se pela tabela 15 que ao longo da série histórica o CCM fica acima de 1
aproximadamente metade do tempo. De fato, observa-se que para cada um dos meses de
novembro a maio, para o posto considerado, o CCM é maior que 1 em 50% do tempo (tabela
16).
De junho a outubro o CCM permanece abaixo de 1 mais da metade do tempo. Valores
de CCM acima de 1,2 são registrados mais frequentemente entre junho e janeiro (tabela 16).
Valores mais altos que 1,2 em junho podem ser explicados pelo fato de que chuvas no início
do ano pluviométrico tendem a causar picos de CCM. A distribuição dos valores de CCM
para os eventos mostra que a maior parte (74%) dos eventos está relacionada a valores de
CCM acima de 1, isto é, períodos mais chuvosos que o normal. Valores de CCM acima de 1,2
ocorreram para 43% dos eventos registrados. Ainda assim, há eventos para os quais o CCM
foi menor que 1 (26%).
Os dias do registro histórico com ocorrência de eventos correspondem a 3% dos dias
da série histórica em que o CCM estava acima de 1. Dessa forma, apesar de valores de CCM
> 1 serem verificados na maioria dos eventos, essa não parece ser uma condição suficiente,
especialmente considerando as ocorrências com valores abaixo de 1. Nesse sentido, é
necessário combinar a análise do CCM com outras variáveis, como a precipitação diária,
variável considerada neste estudo.
O gráfico relacionando os valores de CCM dos eventos com as precipitações diárias é
mostrado na figura 18:
Figura 18 - CCM e chuva diária para os eventos considerados.
69
Pelo gráfico da figura 18, observa-se que eventos ocorreram para valores de CCM
variando entre 0,2 e 1,8 e para precipitações variando entre 0 e 130 mm. Nota-se a presença
de eventos para os quais a precipitação diária foi 0 mm (7% dos eventos). Esse
comportamento é observado em eventos mais distantes do posto pluviométrico considerado,
podendo ter sido deflagrados por chuvas mais localizadas que não foram registradas pelo
posto. Ainda assim nesses casos os valores de CCM correspondentes podem ser altos,
indicando um período mais chuvoso na região, ainda que nessas datas em particular o posto
tenha registrado pouca ou nenhuma chuva.
O menor CCM observado com ocorrência de evento foi de 0,20, e corresponde a um
dos eventos sem precipitação registrada. Nesse caso, além da distância do posto pluviométrico
(3,6 km) e poder estar associado a uma chuva localizada não registrada pelo posto
pluviométrico, o evento em questão ocorreu no dia 05/06/2015, portanto no início do ano
pluviométrico, o que explica o CCM ainda baixo. A precipitação nula observada também
pode ser devida a falhas nos sistemas de medição.
O maior CCM com evento registrado foi 1,85, associado a uma precipitação diária de
9,6 mm, no dia 12/10/2009, quando ocorreu um alagamento. O elevado CCM indica um
período anormalmente chuvoso, com volumes precipitados 85% acima do normal. Dessa
forma, apesar da precipitação diária relativamente baixa, as condições anteriores de saturação
indicadas pelo CCM podem ter favorecido a deflagração do evento. Além disso, a ocorrência
também pode estar relacionada à intensidade horária da precipitação observada.
Observa-se pelo gráfico que os eventos se concentram na faixa de precipitação diária
de até 80 mm (95% dos eventos). Precipitações diárias maiores que 80 mm são raras na série
histórica (menos de 1%). Eventos ocorreram em 64% dos dias em que foram registradas
chuvas acima de 80 mm. Dos eventos de precipitação diária de até 80 mm, 74% registraram
CCM acima de 1 e 41% acima de 1,2. Para precipitações diárias acima de 80 mm, 78% dos
eventos ocorreram com CCM acima de 1,2.
A regressão linear mostra que o CCM dos eventos aumenta conforme a precipitação
diária cresce. Entretanto, o baixo valor de R² (0,09) indica apenas 9% de aderência dos dados
ao modelo. Esse comportamento pode estar relacionado ao fato de diferentes tipos de eventos
estarem sendo analisados em conjunto.
As figuras 19 e 20 ilustram a relação do CCM e das precipitações diárias com a
ocorrência de enchentes nos meses de novembro de 2015 e janeiro de 2016.
70
Figura 19 - Precipitação diária, CCM e eventos ocorridos em novembro de 2015.
Figura 20 - Precipitação diária, CCM e eventos ocorridos em janeiro de 2016.
Em ambos os meses analisados, o CCM se manteve acima de 1, com pequenas
variações. Uma relação mais clara aparenta existir entre a precipitação diária e a ocorrência de
eventos. Percebe-se que os eventos coincidem, em geral, com picos na precipitação diária.
Entretanto, algumas ocorrências estão relacionadas a valores menores de precipitação no
gráfico. Tal comportamento pode ser devido à intensidade horária das chuvas registradas,
valor não levado em conta nas análises e que não influencia o valor do CCM. Outro fator
pode ser a ocorrência de chuvas mais concentradas, levando a um registro menor pelo posto
pluviométrico em relação à chuva no local do evento.
71
7. CONCLUSÕES
A partir dos mapas pluviométricos obtidos pode-se concluir que a zona urbana de São
Carlos, localizada na bacia do Monjolinho, apresenta altos valores de precipitação média
anual em comparação às áreas do entorno. As médias mensais observadas nessa região
também são altas em relação ao entorno, particularmente no período chuvoso, apesar de não
apresentar as maiores máximas diárias. A concentração das chuvas nessa região pode indicar
maior suscetibilidade à ocorrência de eventos perigosos de natureza hidrológica e geológica, o
que torna importante o estudo das variáveis que deflagram esses eventos.
A grande maioria dos eventos perigosos considerados foi de enchentes/inundações e
alagamentos, sendo apenas 4,5% associado a deslizamentos. Dos eventos de inundações, a
grande maioria é recorrente em poucos lugares.
A análise do CCM para a série histórica do posto D4-017 revela que este permanece
acima de 1 pouco menos da metade do tempo, de modo que excede esse valor mais da metade
do tempo durante o período chuvoso. Dos eventos considerados nas análises, 74% ocorreram
com valores de CCM acima de 1 e 43% acima de 1,2, limiar definido pelo Plano Preventivo
de Defesa Civil do Litoral Norte. O CCM observado para os eventos analisados variou entre
0,2 e 1,8. O fato de eventos terem sido registrados também para valores de CCM menores que
1, isto é, para períodos menos chuvosos que o normal, indica a necessidade de uma análise
conjunta do CCM com outros índices para uma previsão efetiva de eventos perigosos. Para os
eventos analisados, foram observadas precipitações diárias de até 130 mm.
Precipitações diárias nulas ou muito baixas observadas em determinados eventos
podem estar relacionadas a chuvas concentradas e à distância do evento em relação ao posto
pluviométrico, de modo que a precipitação registrada pelo posto não corresponde à
precipitação deflagradora do evento, além de falhas no registro das chuvas, o que também
pode explicar o menor valor de CCM observado para um evento (0,2). Ocorrências registradas
para valores menores de precipitação diária podem ser devido à intensidade horária da
precipitação, fator não levado em conta nas análises.
O gráfico de CCM versus precipitação em 24 horas dos eventos e a regressão linear
não mostram uma tendência significativa entre os dados. Isso se deve ao fato de fenômenos de
diferentes naturezas terem sido analisados de maneira conjunta. Vale observar também que o
CCM foi originalmente desenvolvido para o estudo de movimentos de massa, minoria dos
eventos do registro histórico considerado. Além disso, neste trabalho o termo enchente foi
72
usado de modo abrangente para se referir tanto a enchentes propriamente ditas como a
inundações e alagamentos. Eventos com valores de CCM baixos podem estar relacionados a
alagamentos, causados por chuvas concentradas em locais com má drenagem.
Portanto, embora tenham sido bons indicadores para muitos dos eventos considerados,
o CCM e a precipitação em 24 horas não aparentam ser suficientes para a previsão de eventos
perigosos. O CCM indica períodos mais chuvosos que o normal, servindo de alerta, mas sua
análise deve ser complementada com outros índices, que devem ser estabelecidos de acordo
com as características de cada processo geológico e hidrológico investigado. Dessa forma,
análises posteriores separadas para cada tipo de fenômeno seriam necessárias para verificar a
presença de relações mais claras entre os índices analisados e a ocorrência de eventos
perigosos na região estudada.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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