UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E CORPORATIVA NO
BRASIL
AS UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NAS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS
Por: Jaqueline de Medeiros Eduardo
Orientador: Profª. Vera Agarez
Rio de Janeiro
Julho/2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E CORPORATIVA NO
BRASIL
AS UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NAS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre – como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão de Recursos Humanos.
Por: Jaqueline de Medeiros Eduardo
3
AGRADECIMENTOS
Ao meu grupo de estudos que me
auxiliou na realização de todos os
trabalhos deste curso.
4
DEDICATÓRIA
Dedico essa monografia aos meus pais,
irmãos, sobrinhos e amigos que ficaram
sem minha presença devido aos estudos,
porém sempre me auxiliando no que
fosse preciso.
5
RESUMO
Diante da era digital, a forma tradicional de realização dos denominados
treinamentos, com utilização de recursos impressos, presença física dos
alunos num determinado local, em determinada hora, com o comparecimento
de um professor, necessitava de mudanças. Assim, o Ensino à Distância vem
se tornando uma realidade.
Neste trabalho, abordaremos no capítulo 1 o histórico do ensino à
distância no país, comentando sobre os cursos por correspondência, a
educação pela televisão, pelo rádio e alguns programas governamentais que
visavam o desenvolvimento do ensino à distância para áreas remotas do
Brasil; no capítulo 2, faremos uma conexão da colaboração da Educação à
Distância para o desenvolvimento da Educação Corporativa no Brasil,
enfatizando a importância das Universidades Corporativas para o ambiente de
trabalhão altamente competitivo da atualidade. Por fim, no terceiro capítulo,
enfatizaremos o segmento de Instituições Financeiras que utilizam
sistematicamente a Educação Corporativa, criando as próprias Universidades
Corporativas para obter vantagem competitiva no mercado globalizado e
altamente sedento por conhecimento. Neste último capítulo, abordaremos
também as Universidades Corporativas de quatro das principais Instituições
Financeiras do país.
6
METODOLOGIA
O trabalho será desenvolvido através de pesquisa bibliográfica sobre o
tema apresentado, seguido de pesquisas em sites virtuais na rede mundial de
computadores (internet), com ênfase nos sites de Instituições Financeiras,
fonte para os anexos apresentados ao final do presente trabalho.
7
SUMÁRIO
Introdução .....................................................................................09
Capítulo I – Ensino à distância no Brasil .......................................11
Capítulo II – Educação Corporativa - Universidade Corporativa
.......................................................................................................30
Capítulo III – Universidade Corporativa nas Instituições
Financeiras.....................................................................................39
Considerações Finais.....................................................................48
Referências Bibliográficas .............................................................49
Anexos ..........................................................................................53
Índice ............................................................................................56
8
LISTA DE FIGURAS E TABELAS:
FIGURAS:
Figura 1 - Universidade Aberta do Brasil – Como funciona sua rede
e suas articulações.................................................................pág. 28
TABELAS:
Tabela 1 – Mudança de Paradigma .......................................pág. 33
Tabela 2 – Objetivos e princípios para a aprendizagem e
desenvolvimento pela Universidade Corporativa ...................pág. 35
9
INTRODUÇÃO
O mundo atual tem a “informação” cada vez mais em formatos
“digitais” reduzidos aos chamados bits e bytes, armazenada em discos rígidos,
pendrive, entre outros dispositivos; movendo-se numa velocidade jamais
imaginada através das redes que interligam o mundo, dentre elas, quiçá a mais
importante, temos a rede mundial de computadores - a internet. É a “Era
Digital”, onde o conhecimento não pode ser estático, tem de se renovar a cada
dia, numa velocidade que necessitamos nos adaptar.
Diante desse contexto, surgem novos desafios para as Corporações,
que necessitam levar suas diretrizes estratégicas a seu corpo funcional, corrigir
possíveis desvios identificados na estratégia, levar informação para permitir o
conhecimento de novos produtos, inovações, entre outros. Assim, apresenta-
se um novo cenário que abre novas necessidades, uma delas é a educação
corporativa, afinal a educação tradicional, com a presença física do treinando
em determinados locais para a realização deste treinamento e/ou ensinos
voltados para a formação, principalmente cursos de Graduação e Pós-
Graduação, necessitava de atualização para permitir o acompanhamento da
denominada “Era Digital”.
Surge então uma nova forma de realizar esses cursos e/ou
treinamentos, onde os alunos podem mesmo estando em locais de difícil
acesso, com grandes distâncias, conseguem realizar o “tão sonhado” curso, o
“tão esperado” treinamento, é a Educação à Distância. Muitas vezes ligada à
internet, porém pode ocorrer por diversos meios, como vídeos interativos,
mídias inteligentes com exercícios e conjunto de vídeos e figuras, material
didático para auto-desenvolvimento, etc.
10O objetivo consiste em repassar informações e conhecimento para o
número maior de pessoas possíveis, otimizando recursos materiais e
financeiros. A organização passa a agir orientada para o aprendizado contínuo
de seus funcionários, objetivando a manutenção do conhecimento atualizado e
do repasse das informações corporativas. Aliado a essa estratégia, temos o
profissional do mundo moderno e corporativo, dedicado e focado na
aprendizagem continuada, antecipando-se às exigências que um mercado
globalizado, em constante mudança e altamente competitivo.
Esse trabalho decorre na pretensão de formar um histórico da
educação à Distância no Brasil, os motivos que vêm permitindo o crescimento
da Educação Corporativa à Distância, o surgimento das Universidades
Corporativas e a contribuição dessas novas formas de aprendizagem e
conhecimento para a gestão das Corporações.
Para tanto será realizada uma análise bibliográfica sobre a história da
Educação Corporativa, a Educação à Distância, funcionamento e objetivos das
Universidades Corporativas e sua utilização nas Instituições Financeiras. Estes
últimos dados serão obtidos através da análise dos sites mantidos na rede
mundial de computadores (Internet) pelas principais Instituições Financeiras do
país.
O trabalho será pautado na abordagem das Universidades
Corporativas das Instituições Financeiras, devido a seu pioneirismo no ensino
à distância, que trás além do treinamento de seu corpo funcional, o repasse de
conhecimento e de abordagem de sua estratégia para a sociedade, para os
fornecedores, clientes, ou seja, as suas partes relacionadas ou Stakeholders.
11
CAPÍTULO I
ENSINO A DISTÂNCIA NO BRASIL
Diversas são as definições para o Ensino / Educação à Distância. A
clássica vem da Lei francesa de 1971, em que o ensino a distância é
considerado aquele “que não implica em presença física do professor indicado
para ministrá-lo no lugar onde o ensino é recebido, ou no qual o professor está
presente apenas em certas ocasiões ou para determinadas tarefas”. Em M.
Moore, temos “A Educação a Distância combina todas as formas possíveis de
fornecer instrução, usando meios de comunicação impressos ou eletrônicos, a
pessoas inseridas em contextos organizados de aprendizagem, as quais se
encontram frequentemente separadas no espaço e no tempo relativamente
aos seus instrutores.” (Keegan, apud Beloni, 1999). Porém, no Brasil, temos no
Decreto 5622 de 19.12.2005, que caracteriza a “Educação a Distância – EAD
como a modalidade educacional na qual a medição didático-pedagógica nos
processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação, envolvendo estudantes e
professores no desenvolvimento de atividades educativas em lugares ou
tempos diversos”.
Mesmo diante das diversas definições, ao abordarmos o assunto
Ensino / Educação a Distância, observa-se a constante correlação com a
tecnologia e meios eletrônico, porém a Educação a Distância tem seu
surgimento bem anterior ao início do processo de massificação da internet em
fins da década de 90, por exemplo, porém com outra estrutura e formato em
meio físico, sendo a principal o ensino por correspondência. Há indícios que
12desde os primórdios de Roma e Grécia, formou-se uma forma de Educação à
Distância, que foi uma rede de comunicação que, entre outras coisas, produzia
correspondências com informações científicas que se destinavam a
propagação de conhecimentos científicos, ou seja, repasse de instruções,
educação (Terezinha Saraiva, 1996). Mas, como marco do surgimento da
Educação à Distância no mundo tem-se a publicação de anuncio em mídia
impressa, denominada Gazeta de Boston, em 1728, pelo professor de
taquigrafia Cauleb Phillips: “Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta
arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e ser
perfeitamente instruída, como pessoas que vivem em Boston.”
“O Ensino a Distância surgiu à cerca de 150 anos na
Inglaterra, numa altura em que a Europa vivia os
primórdios da Revolução Industrial. Aproveitando as infra-
estruturas típicas de uma sociedade industrializada, tais
como o serviço de correio postal e as novas vias de
comunicação terrestres, assistiu-se a uma implementação
no terreno das primeiras escolas de ensino por
correspondência. Após um longo período de estagnação,
as escolas de ensino por correspondência assistiram,
após a Segunda Guerra Mundial, ao aparecimento dos
novos meios de comunicação de massas, o telefone e a
rádio, os quais impulsionariam decisivamente o Ensino a
Distância para o patamar que atualmente ocupa na nossa
sociedade. Nesta altura surgiram as primeiras instituições
autônomas de Ensino a Distância, as Universidades
Abertas, as quais criaram condições para a formalização
deste tipo de ensino, passando a disponibilizar programas
a milhares de indivíduos espalhados pelo mundo. Assim,
devido à importância crescente do Ensino a Distância no
panorama educativo mundial, nomeadamente a partir dos
anos 70, temos vindo a assistir progressivamente à sua
13autonomização relativamente ao ensino presencial, o que
provocou o aparecimento e o estabelecimento de uma
base conceptual e teórica própria.” (www.prof2000.pt)
No Brasil, o surgimento da Educação a Distância depara-se com as
diversas formas de abordagem do ensino, tendo como marco a fundação no
início da década de 20 da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro por um grupo de
intelectuais, liderados por Edgard Roquette-Pinto, visando ampliar a forma de
acesso à educação. Porém, somente a partir da década de 40 é que diversos
programas de Educação à Distância foram criados, dentre eles o Instituto
Universal Brasileiro fundado em 1941, com oferta de cursos por
correspondência; o PRONTEL – Programa Nacional de Teleducação - surge
na década de 60, passando em 1995 a ser a Secretaria de Educação à
Distância do MEC; o projeto SACI – Sistema Avançado de Comunicações
Interdisciplinares foi criado em 1967 por iniciativa do INPE (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais) com o objetivo de estabelecer um sistema nacional de
teleducação com o uso de satélite, encerrado nove anos após em 1976; o
Centro Brasileiro de Televisão Educativa Gilson Amado, que em 1990 passou
a denominar-se Fundação Roquette-Pinto foi o pioneiro na utilização da
televisão no processo educativo; além desses modelos surgiram também as
atividades de EAD do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial)
iniciadas em 1976; os cursos de extensão da Universidade de Brasília (UNB)
iniciados em 1979; e a iniciativa da Fundação Roberto Marinho, ligado a TV
Globo, que desde 1978 vem apresentando programas de teleducação; e,
ainda, a criação em 2005 da Universidade Aberta do Brasil (uma iniciativa do
Fórum das Estatais por Educação, em conjunto com o MEC), com o objetivo
de interligar as instituições públicas de ensino superior existentes
possibilitando o acesso aos municípios do país que não possuem uma
Universidade Pública Presencial / Formal.
14Para melhor compreender o histórico da Educação à Distância no país,
abordaremos cada um dos marcos relacionado através de tópicos.
1.1 A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e Roquette-
Pinto
O fundador e idealizador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi
Edgar Roquette Carneiro de Mendonça Pinto Vieira de Mello, ou simplesmente,
Edgard Roquette-Pinto, um carioca que era ao mesmo tempo médico,
etnólogo, ensaísta, antropólogo e educador. Foi membro da Academia
Brasileira de Ciências, da Academia Brasileira de Letras, do Instituto Histórico
e Geográfico Brasileiro, da Sociedade de Geografia, da Academia Nacional de
Medicina, dentre outras associações culturais, ocupando o cargo de diretor no
Museu Nacional de meados da década de 20 até 1935.
Durante sua vida, estudou e analisou novas tecnologias, aproximando-
se principalmente da radiofusão, meio pelo qual idealizou uma forma de
comunicação que divulgaria a cultura no país, instruindo e educando a
população não provida de acesso fácil à escola presencial. Assim, com o apoio
da Associação Brasileira de Ciências e de outros intelectuais, realizou um de
seus grandes feitos, a fundação da primeira radiofônica do país – a Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro.
A Rádio Sociedade tinha como objetivo estreitar o vínculo entre ciência
e educação, trazendo o ideal de transmitir cultura pelas ondas do rádio e
impulsionar o progresso do país. Naquela época, anos 20, o rádio era o meio
de comunicação de massa, sendo considerado moderno e altamente
tecnológico, com a possibilidade de levar informações aos brasileiros,
independente se sabiam ou não ler; ou se moravam em áreas rurais ou
urbanas.
“O rádio é a escola dos que não têm escola. É o jornal de
quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à
15escola; é o divertimento gratuito do pobre; é o animador
de novas esperanças, o consolador dos enfermos e o
guia dos sãos – desde que o realizem com espírito
altruísta e elevado.” Roquette-Pinto (www.unit.br/estudo)
Em 1936, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi doada ao Governo
Federal, passando a denominar-se Rádio MEC, mantidas até os dias atuais.
Porém, Roquette-Pinto continuou a divulgar conhecimento, tendo sido
responsável por diversos projetos no cenário nacional, como a fundação da
Revista Nacional de Educação, do Instituto Nacional do Cinema Educativo
(INCE) e ainda do Serviço de Censura Cinematográfica. Sem deixar de
mencionar, sua primeira grande obra o livro Rondônia, clássico da Antropologia
Brasileira, publicado em 1917, pela Imprensa Nacional, relatando suas
expedições realizadas em conjunto com as tropas do tenente-coronel Candido
Mariano da Silva Rondon em 1912, nas florestas do Mato Grosso e Rondônia,
inclusive com contatos com tribos indígenas da Serra o Norte, pertencente aos
dois estados citados. A comissão realizou a implantação de linhas telegrafas
do Mato Grosso ao Amazonas – a chamada Estrada Rondon, visando à
integração daquela região ao restante do país. Roquette-Pinto faleceu em
1954, vítima de um derrame cerebral.
1.2 Instituto Monitor
Criado em 1939, o instituto é considerado um dos pioneiros no ensino
a distância do Brasil, na década de 80 e 90, grande parte das revistas que
circulavam nas bancas de jornal traziam comerciais dos cursos
profissionalizantes ministrados pelo Instituto. Muitos dos leitores eram pessoas
que necessitavam de uma nova profissão ou jovens que buscavam uma forma
de conseguir empregos.
Fundado pelo húngaro Nicolas Goldberger, que veio para o Brasil
fugindo dos nazistas na Segunda Grande Guerra, formado em eletrônica e que
16ao observar as dimensões territoriais do Brasil, imediatamente idealizou a
possibilidade de interligar o país por meio da comunicação via postal, iniciando
um curso a distância com a utilização de apostilas e de kit prático, repassando
ao aluno ensinamentos básicos de eletrônica, com a construção de um rádio
caseiro ao final o mesmo.
Assim, o Instituto Radiotécnico Monitor foi fundado, passando a
oferecer diversos cursos profissionalizantes. Todo o trabalho era realizado por
correspondência, inclusive a correção das tarefas encaminhadas aos alunos,
como forma de medir o aproveitamento no curso; esse método de formação
por correspondência foi copiado por diversas escolas. Ao longo de seus mais
de 60 anos, cerca de 5 milhões de alunos (site do Instituto) realizaram cursos e
aprenderam através do método desenvolvido por Nicolas, inclusive com direito
a registro nas diversas entidades de classes (CRC, CREA, CRECI, DRT, etc).
O Instituto Monitor passou por muitas mudanças e adaptações para se
adequar aos novos tempos, passando a utilizar as novas tecnologias, dentre
elas a internet.
1.3 PRONTEL – Programa Nacional de Teleducação
Em 1972, por iniciativa governamental surge o Programa Nacional de
Teleducação (PRONTEL), objetivando integrar o país às atividades didáticas e
educacionais, por intermédio do rádio, televisão e/ou outros meios. O projeto
foi extinto em novembro de 1979, substituído pela Secretaria de Aplicações
Tecnológicas – SEAT que criou no início da década de 80 o Sistema Nacional
de Radiodifusão Educativa – SINTED, que depois seria denominado Sistema
Nacional de Radiodifusão Educativa – SINRED, devido à inclusão das
emissoras de rádio educativo ao sistema.
O objetivo principal do SINRED era o de permitir que todas as emissoras
educativas veiculassem uma programação constituída por programas
produzidos por todas as integrantes, diferentemente do que ocorria com as
17redes comerciais que se limitavam a retransmitir a programação das cabeças-
de-rede localizadas, invariavelmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Cabe observar que, neste período, as emissoras priorizavam a
veiculação de programas de caráter essencialmente educativo. Entre as
experiências mais significativas podemos citar as seguintes: a TVE do Ceará, a
TVE do Maranhão e a TVU do Rio Grande do Norte concentravam em suas
programações a produção e a veiculação de programas didáticos destinados
ao Ensino de 5ª a 8ª séries do 1º Grau (as duas primeiras) e ao Ensino de 1ª a
4ª séries do 1º Grau (a última). A TV Cultura de São Paulo tornou-se a pioneira
na produção e veiculação de programas didáticos voltados para o Ensino
Supletivo ao lançar, em 1969, o Curso de Madureza Ginasial. Em 1978,
produziu e veiculou o Telecurso de 2º Grau que, posteriormente, viria a receber
a parceria da Fundação Roberto Marinho. Por sua vez, a FCBTVE, entidade
implantada graças ao idealismo do Prof. Gilson Amado, produziu, em 1973 a
primeira novela pedagógica destinada ao Ensino de 1º Grau denominado “João
da Silva” que foi inicialmente veiculada pelas emissoras comerciais TV Globo e
TV Rio e que, a partir de 1976, passou a ser veiculada também pela sua
própria emissora, a TVE do Rio de Janeiro. Em 1977, a TVE do Rio de Janeiro
iniciou a produção do Projeto Conquista, um curso sob o formato de novela-
aula, destinado ao Ensino Supletivo de 1º Grau.
O SINRED cumpriu o seu papel de órgão aglutinador, mas o
crescimento do Sistema que, em 1989, já contava com 15 emissoras, fez surgir
à necessidade da ampliação do raio de abrangência de seus sinais. A
implantação de estações retransmissoras simultâneas, que poderia ser uma
solução, representava um custo muito elevado que essas emissoras não
tinham possibilidade de assumir.
A solução encontrada para permitir a expansão do sinal educativo de TV
foi dada pelo Decreto nº 96.291, de 1988, e pela Portaria MC nº 93, de 1989,
que estabeleceram os parâmetros para que as retransmissoras de televisões
educativas pudessem inserir, a nível local, programas de interesse comunitário,
18desde que estas inserções não ultrapassassem a 15% do total da
programação da geradora a qual a retransmissora estivesse vinculada. Com
isto, as emissoras geradoras não precisaram mais implantar, elas mesmas,
suas retransmissoras simultâneas, pois a possibilidade de inserção de
programação local passou a atrair diversas entidades privadas, universidades
e prefeituras que cuidaram, com recursos próprios, da implantação de
retransmissoras. Com efeito, esta abertura provocou um crescimento enorme
do número de retransmissoras existentes e, em conseqüência, de todo o
sistema. Essas retransmissoras, tecnicamente conhecidas como
retransmissoras mistas, passaram a autodenominar-se de TVs Comunitárias.
Não obstante a idéia original tivesse aspectos muito positivos, a
implantação dessas retransmissoras não apresentou os resultados esperados.
A ausência de uma legislação balizadora fez com que as primeiras
autorizações para o funcionamento deste tipo de retransmissora fossem dadas
principalmente a políticos e a grandes empresários cujas intenções nada
tinham a ver com os reais objetivos da legislação referente à programação de
caráter comunitário.
Somente em 1991, os Ministérios da Educação e das Comunicações
baixaram a Portaria nº 236 que procurava disciplinar a concessão das
autorizações para a retransmissão em caráter misto. No entanto, a má
utilização, a politização e o abuso na veiculação de comerciais por parte
dessas retransmissoras, aliado ao lobby liderado pela ABERT para eliminá-las,
fez com que, em 1998, fosse promulgado o Decreto nº 2.593 que instituiu o
novo Regulamento Dos Serviços de Retransmissão e Repetição de Televisão,
extinguindo a retransmissão mista, mas abrindo a possibilidade da
transformação das retransmissoras mistas já existentes em geradoras.
Em 1990, de acordo com o disposto na Lei nº 8.029, a FUNTEVÊ
passou a denominar-se Fundação Roquette Pinto – FRP. A partir de 1993 a
FRP e suas emissoras, a TVE do Rio de Janeiro e a Rádio MEC, enfrentaram
uma séria crise econômica que resultou no declínio de sua programação e
19numa diminuição significativa do apoio técnico e financeiro que prestavam às
co-irmãs. Ao mesmo tempo, a TV Cultura de São Paulo passou a ter, também,
acesso ao satélite, provocando uma imediata ruptura no frágil equilíbrio que
sustentava o SINRED (na área da televisão), pois sua programação, àquela
época, era de qualidade indiscutivelmente superior. A programação do
SINRED passou a ser gerada pelas duas emissoras e, em 1994, o MEC tentou
manter a FRP como coordenadora do Sistema por meio da Portaria nº 1.014,
que reformulava o SINRED e da Portaria nº 1.015 que criava o PROSINRED,
um programa destinado a reequipar todas as emissoras educativas de rádio e
de televisão, com recursos provenientes do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação – FNDE.
Em 1995, com a mudança de Governo, a FRP foi transferida do âmbito
do MEC para a Secretaria de Estado de Comunicação do Governo – SECOM e
o SINRED foi desativado. Em 1997, iniciaram-se as negociações, no âmbito do
Governo Federal para a extinção da Fundação Roquette Pinto e sua
substituição por uma Organização Social, fato que se concretizou, em janeiro
de 1998, com a implantação da Associação de Comunicação Educativa
Roquette Pinto. Também em 1997, a TV Cultura de São Paulo concluiu as
gestões para a criação de uma entidade privada que substituiria o SINRED,
somente em relação ao segmento televisão.
Assim surgiu a Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas
e Culturais – ABEPEC, à qual a TVE do Rio de Janeiro só viria a aderir em
1998. Em julho de 1999, as emissoras integrantes da ABEPEC criaram a Rede
Pública de Televisão – RPTV com o objetivo de estabelecer uma grade de
programação comum e obrigatória para todas as emissoras associadas.
Esta programação não tem um caráter estritamente educativo, como
ocorria no início das transmissões dessas emissoras. A tendência atual é a da
transmissão de programas jornalísticos, culturais e de entretenimento, todos
tendo a educação como fio condutor. A veiculação de programas didáticos
passou a ser feita, com sucesso, em circuito fechado, como ocorre com a “TV
20Escola”, programação sob a responsabilidade do Ministério da Educação,
gerada pela TVE do Rio de Janeiro. Atualmente, apenas a TV Ceará e a TVE
do Maranhão continuam transmitindo os programas didáticos que atendem aos
alunos de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental.
1.4 SACI – Sistema Avançado de Comunicação
Interdisciplicar
O Projeto Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares
(SACI) foi lançado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no
estado do Rio Grande do Norte em fins dos anos 60, consistia em subsídios ao
Governo para a implantação de um sistema de teleducação.
O Rio Grande do Norte foi escolhido pelo INPE por diversas razões,
dentre elas por ser o local de seu escritório (Natal), por promover suas
atividades na região tendo a base de lançamentos de foguetes da Barreira do
Inferno; pela UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte possuir a
concessão de um canal de televisão educativa; pelo apoio e interesse
demonstrado pela Secretaria Estadual de Educação e ainda, por ser um
estado que possuía condições difíceis e que os resultados obtidos na região
poderiam ser então repassados para outras regiões desfavorecidas do país.
O Projeto SACI pretendia experimentar o uso de satélites em
educação, transmitindo programas de rádio e televisão para algumas escolas
municipais e estaduais atuantes no ensino de 1º grau do Rio Grande do Norte.
O projeto usaria algumas escolas para a recepção via satélite, com
antenas parabólicas, e as outras utilizariam as emissoras rurais da Igreja
católica, veiculadoras das aulas radiofônicas do MEB, ou a TV-Universitária de
Natal, cujo canal pertencia à UFRN, embora ainda não instalada, e que o INPE
implantaria em função da experiência. O Instituto Nacional de Estudos
Pedagógicos (INEP) seria responsável pelos aspectos da pesquisa e a
21Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa (FCBTVE) produziria os
programas de rádio e televisão. O INPE, seguindo sua vocação, cuidaria da
tecnologia utilizada para a geração e recepção de sinais e de desenvolvimento
de soluções técnicas que facilitassem e barateassem o sistema.
Em 1975, as pressões, dentro do próprio governo federal, para
interromper a experiência do INPE eram enormes e, embora os objetivos e
metas do SACI ainda não tivessem sido alcançados, o projeto foi interrompido.
Em meados de 1975 o Ministério da Educação (MEC), por intermédio do
Programa Nacional de Teleducação (PRONTEL), financiou o treinamento de
funcionários da UFRN e da Secretaria de Educação que trabalhariam na TV-
Universitária e no Sistema de Teleducação do Rio Grande do Norte (SITERN).
A UFRN e a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC) receberiam os
equipamentos que tinham sido usados na produção e transmissão dos
programas de rádio e televisão e os receptores instalados nas quatrocentas
escolas do projeto.
1.5 Centro Brasileiro de Educação Educativa Gilson
Amado
No início dos anos 60 pouco antes do Golpe Militar em 1964,
educadores brasileiros apresentavam os meios de comunicação como uma
das melhores formas de levar o processo educativo à população, idealizando
diversos projetos que culminariam na Televisão Educativa Brasileira. Um
desses educadores era Gilson Amado, um advogado e educador que
acreditava ser a educação pelos meios de comunicação em massa a solução
para a escassez de escolas presenciais e formais no Brasil, país de extensão
continental e diversos lugares de difícil acesso e sem desenvolvimento.
Em 1962 Gilson Amado conseguiu um horário na TV Continental,
então canal 9, para a realização de uma programação que recebeu o nome de
"Mesas Redondas". Porém, seu principal objetivo era a formação da
Universidade Popular através da televisão, sendo uma universidade sem
22paredes capaz atender aos milhões de brasileiros maiores de 16 anos que
perderam, na época própria, a oportunidade de acesso à escola.
Em abril de 1967, época em que o país já estava sob o comando
militar, Gilson Amado fundou no Rio de Janeiro a FCBTVE - Fundação Centro
Brasileiro de TV Educativa, assumindo sua presidência, cargo que ocupou até
a data de sua morte em 1979. No início, a FCBTVE passou por momentos
difíceis, visto que os incentivos governamentais que haviam sido projetados
para a Fundação (crédito de um milhão de cruzeiros novos através do Art. 6º
da Lei 5.198, de 03/01/67) que só foram liberados em 1968. Dessa forma, para
que o projeto tivesse continuidade, Gilson Amado cedeu instalações próprias
para sediar a fundação, realizava o pagamento dos funcionários, entre outros
fatos. Essa dedicação obteve auxílio do Departamento Nacional de Educação
que encaminhou auxílio financeiro, ainda em 1967, para que houvesse
investimentos no Curso de Alfabetização, gravado na TV Globo, e ainda a
criação de uma rede de recepção.
Durante o ano de 1969, a FCBTVE enfrentou limitações e dificuldades,
causados principalmente pela imprecisão de sua competência legal e pela
indefinição dos diferentes órgãos federais que atuavam no setor da educação.
Assim, a Fundação buscou contatos com outros países, dentre eles a
República Federal da Alemanha, para obter doação, equipamentos de estúdio
e de gravação, entre outros equipamentos para instalar um centro de
produção de alta tecnologia e poder produzir programas de Televisão
Educativa para todo o território nacional.
O ano de 1970 foi o mais importante para o desenvolvimento da
Televisão Educativa no país. O estúdio de circuito fechado foi concluído e no
pequeno espaço de 14 metros quadrados foram iniciados os trabalhos de
produção nos estúdios, envolvendo técnicos, profissionais de televisão e
professores, sendo assim montado o laboratório de Televisão Educativa. Ainda
em 1970, foi regulamentado o dispositivo do Código Brasileiro de
Telecomunicações (Portaria, de nº 408/70), determinando que todas as
23comerciais de radiofusão destinariam cinco horas por semana de sua
programação com a transmissão de programas educacionais, contudo, apenas
a Rede Globo de Comunicações disponibilizou e cumpriu a determinação,
passando a exibir aulas de Francês, Inglês e Alemão, além de outras
programações culturais.
Como não havia condições das emissoras comerciais atenderem ao
regulamento do CBT, a Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa, foi
encarregada pelo Ministério da Educação de realizar a programação educativa
para o Sistema Televisivo Nacional. Gilson Amado, observando a necessidade
de um centro de produção que suprisse todas as demandas dos programas
educativos, avançou as negociações com a República Federal da Alemanha,
mais especificamente com a Fundação Konrad Adenauer, conseguindo uma
doação que superaria o valor de 2 milhões e meio de dólares em
equipamentos, além da assistência técnica de quatro consultores alemães,
cobrindo as áreas de pedagogia, iluminação, eletrônica e produção.
Os dois anos iniciais da década de 70 foram fundamentais para a
estruturação da educação pela televisão no Brasil. Não existia em qualquer
país, mesmos os que possuíam TVs Educativas, modelos ou padrões para
projetos de cursos com características estritamente didáticas. Em 1972, a
Fundação inaugura um Telecentro, com um estúdio equipado com os
equipamentos e investimentos doados pelo governo alemão, transformando o
país num exemplo para o ensino teledidático mundial.
Com um telecentro moderno, foi possível a elaboração de um projeto
piloto, denominado "João da Silva", que tinha como objetivo principal de
produzir em nível correspondente ao antigo Curso Primário, baseado no
currículo próprio do curso. O projeto foi aprovado pelo Conselho Federal de
Educação, e a fundação desenvolveu um Curso de Preparação de candidatos
ao atingimento daquele grau de ensino (curso primário), em forma de novela,
transmitido pela televisão.
24Esta idéia original exigiu intenso estudo e pesquisas até que se
encontrasse o modo adequado de inserir os conteúdos pedagógicos no curso,
uma vez que não existia em qualquer país um modelo de programa educativo
de televisão formatado nestes moldes. Em maio de 1973, 20 capítulos já
haviam sido gravados e cinco livros de complementação pedagógica havia sido
desenvolvido pelo MEC para acompanhamento e apoio.
Como na época a Fundação não possuía canal próprio de
transmissão, foi necessário recorrer à cooperação das emissoras comerciais.
João da Silva foi ao ar no dia 26 de novembro pela TV-Rio, então canal 13, às
19 horas. Pouco tempo depois, no dia 2 de dezembro, começava a ser
transmitido pela TV Tupi, então canal 6, e mais popular canal do país. Com
grande índice de audiência, o projeto que contava com 100 capítulos e mais 20
retrospectivas obteve uma eficiência bem maior do que os supletivos regulares.
Enquanto João da Silva era transmitido em 7 meses, o método regular durava
em média dois anos. Em algumas cidades do Estado do Rio de Janeiro, como
Duque de Caxias, o índice de aprovação nos exames para atingimento do grau
de Curso Primário atingiu 69,2%.
Em 16/08/73 o Decreto nº 72.634 outorgou à FCBTVE a concessão
para o estabelecimento de estação de rádio e difusão de sons e de imagens.
Ainda naquele ano, em novembro, o projeto "João da Silva" recebeu o Prêmio
Especial do Japão, escolhido entre os mais de 100 projetos mundiais, foi o
reconhecimento à realização e importância social de um projeto eficiente para
educar através da televisão.
O Curso Supletivo João da Silva começou a ser transmitido pela TV
Globo, Canal 4, em março de 1974; em julho, as provas finais do curso foram
organizadas pelas Secretarias de Educação da Guanabara e do Estado do Rio
de Janeiro; em dezembro, a TV Universitária do Recife começou a transmitir o
curso João da Silva.
25Enquanto a FCBTVE analisava, planejava e estudava a criação do
Canal 2, programas educativos continuavam sendo criados e exibidos. Em
1975 a TV-Educativa de Porto Alegre começa a transmitir a série "João da
Silva", e em pouco tempo o curso passa a ser transmitido nas Televisões
Educativas do Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Amapá e Paraná.
Em novembro de 1975, algumas experiências foram realizadas para
avaliar o funcionamento do Canal 2. No dia 10 foi transmitida a primeira
programação, com a exibição de um programa sobre o projeto "João da Silva"
e o sobre Prêmio Japão.
Durante o ano de 1975, mesmo após o lançamento do Canal 2, foram
produzidos e gravados um número superior a quinhentos programas e a TVE
continuou a alimentar as demais emissoras com programas educativos,
passando a Fundação a transmitir sua programação para 39 emissoras
comerciais e 27 emissoras educativas.
Na década de 80 foram criados diversos projetos, dentre eles a "TV
Escola", desenvolvido em parceria entre a TVE e a Secretaria de Educação e
Cultura do Rio de Janeiro, para possibilitar o estudo da relação televisão-
escola, dentro do próprio colégio; além deste, tivemos o Telecurso 1º Grau, o
Telecurso 2º Grau, o Lanterna Mágica, o programa Mãos Mágicas, Catavento,
Daniel Azulay, Sítio do Picapau Amarelo, Betty Boop, Heureca, Teleconto,
História de quem fez História e Aprenda Inglês com Música. Em 1986 foi
desenvolvido o Projeto Universidade Viva, atendendo também, ao terceiro
grau, uma série constituída por um acervo de aulas, conferências,
experimentos científicos, seminários e simpósios produzidos pelas
universidades do país. Na área de educação "lato-sensu", o CBTVEGA
desenvolveu o Projeto "Espaço Comunitário", realizado em conjunto com as
Federações de Associação de Moradores e de Favelas do Estado do Rio de
Janeiro e com a Pastoral de Favelas da Arquidiocese.
26No ano que a TVE completa vinte anos, 1987, a emissora consolidada
a programação da TV-Escola e a série de programas de qualificação
profissional; realiza também diversos acordos internacionais, gerando imagens
para a transmissão internacional dos jogos Pan-Americanos (Indianápolis –
EUA) e de programas especiais destinados as comunidades francesas ao
redor do mundo.
1.6 Fundação Roberto Marinho.
Fundada em 1977, pelo jornalista Roberto Irineu Marinho, a Fundação
Roberto Marinho reuniu um grupo de parceiros para a realização de um projeto
social que visa ampliar a educação, através do sistema televisivo, para milhões
de brasileiros. Seu principal projeto é o TELECURSO.
O Telecurso foi iniciado em janeiro de 1978, com o Telecurso 2º grau,
permanecendo até os dias atuais, com uma programação voltada para ao
ensino fundamental, médio e profissionalizante passado por diversas
atualizações durante esse período.
O telecurso 2º grau foi realizado através da parceria da Fundação
Roberto Marinho com a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura
de São Paulo, sendo o pioneiro do ensino do ensino médio, na época
denominado 2º grau. Em 1981, outra parceria da Fundação, dessa vez com a
Fundação Bradesco leva ao ar o Telecurso 1º Grau, destinado às quatro
últimas séries do Ensino Fundamental, com o apoio do MEC e da Universidade
de Brasília.
Em 1994, outra parceria, dessa vez com a Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (FIESP), com o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI), daria origem ao mais
impetuoso projeto de educação através do sistema televisivo da América, o
Telecurso 2000 - uma proposta educacional inovadora voltada para milhões de
brasileiros que não concluíram os Ensinos Fundamental e/ou Médio.
27Hoje, o Telecurso é reconhecido mundialmente como uma metodologia
que promove um salto de qualidade na educação, tendo beneficiado mais de
5,5 milhões de pessoas nas 27.714 telessalas em todo o Brasil. O acesso ao
Telecurso é garantido por meio da recepção livre da TV aberta do país e sua
programação está presente em 89% dos lares brasileiros e pelo menos 7
milhões de pessoas o assistem semanalmente.
“Números do Telecurso 2000 - de 1995 até hoje
- 27 mil telessalas implementadas em todo o país;
- mais de 5 milhões de alunos beneficiados diretamente pelas telessalas;
- 30 mil professores foram capacitados pela Fundação Roberto Marinho;
- 1.500 instituições parceiras;
- 24 milhões de livros distribuídos;
- 1,8 milhão de fitas com conteúdo do curso distribuídas.”
1.7 Universidade Aberta do Brasil
A Universidade Aberta foi criada em 2005 pelo Ministério da Educação,
por iniciativa do Fórum das Estatais pela Educação, realizado em 2004 com o
objetivo de discutir o desenvolvimento de ações que potencializem as políticas
públicas para a educação.
Seu principal propósito é a capacitação de professores da educação
básica, ofertando cursos superiores à distância, com pólos de apoio presencial,
nas universidades públicas do país. Inicialmente as ações foram voltadas para
a constituição de parcerias / credenciamento com as Universidades, validação
de diplomas dos cursos a serem ofertados, capacitação de profissionais,
dentre outras. Atualmente a Universidade Aberta possui diversos cursos de
28graduação (licenciatura e bacharelado), tecnólogo, especialização, mestrado e
doutorado, através da parceria com as Instituições e Universidades federais,
estaduais e municipais do país, com mais de 720 pólos de apoio presenciais,
sendo 33% localizados no Nordeste do Brasil, permitindo o acesso ao ensino
superior para as camadas a população que possuem dificuldade ou estão
excluídos do processo educacional tradicional.
O Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB - não propõe a criação
de uma nova instituição de ensino, mas sim, a articulação das já existentes,
possibilitando levar ensino superior público de qualidade aos municípios
brasileiros que não possuem cursos de formação superior ou cujos cursos
ofertados não são suficientes para atender a todos os cidadãos.
Para ofertar cursos à distância, cada município deve montar um pólo
presencial, com laboratórios de informática, biologia, química e física, além de
biblioteca. Essa infra-estrutura, que inclui ainda o apoio de tutores, fica à
disposição dos alunos, sendo a elaboração dos cursos de responsabilidade
das instituições públicas de ensino superior que promoverá o curso naquela
região, inclusive com o desenvolvimento de material didático e pedagógico.
FIGURA 1 - Rede e articulações da Universidade Aberta do Brasil
Fonte: www.uab.capes.gov.br
29As perspectivas do ensino a distancia no Brasil são de crescimento
constante, principalmente pelo atual nível de acesso a uma rede de banda
larga ou a computadores nas residências ou nas próprias escolas. A política
pública voltadas para o desenvolvimento de uma educação com maior
acessibilidade vem principalmente para o atendimento do público que habita
regiões distantes, sem infra-estrutura ou capacidade de instalar um dos pólos
da Universidade Aberta, por exemplo. Nesse sentido, para a sua efetiva
funcionalidade a utilização do desenvolvimento tecnológico, através de satélite,
do sistema televisivo, do próprio ensino por correspondência, mesmo que ao
invés de apostila impressa, seja utilizada um CD ou DVD, deve ser
constantemente explorado e desenvolvido para o atingimento do objetivo
principal – acesso à educação de qualidade para todos os brasileiros.1
30
CAPÍTULO II
EDUCAÇÃO CORPORATIVA – AS UNIVERSIDADES
CORPORATIVAS
Diante de um mundo globalizado, com necessidades de constante
aprendizagem e desenvolvimento por parte dos seres humanos e de
atualizações “in realtime” pelas empresas, principalmente para manterem-se
competitivas no mercado, as organizações tinham de alterar seus setores de
Treinamento e Desenvolvimento. Para Eboli (2004), esses setores possuíam
programas que objetivavam o desenvolvimento de habilidades específicas,
com ênfase nas necessidades individuais e, principalmente, sem possuírem
uma interação com as estratégias corporativas da instituição para a qual
funcionavam.
A necessidade era a revisão de práticas de treinamento e
desenvolvimento para que houvesse o real alinhamento e desenvolvimento de
seus funcionários de acordo com as estratégias empresariais, por meio a
aprendizagem continuada. “Os setores de RH e treinamento passaram a ter a
missão de converter seus colaboradores em pessoas criativas, autônomas e
talentosas (...)” (Eleonora, 2005).
Dessa forma, as organizações encontraram – principalmente com o
auxílio da Educação à Distância - EaD – uma forma de levar a seu corpo
funcional, a chamada educação continuada, que segundo Mudim (2002) é uma
forma de atualização e aperfeiçoamento constante da capacitação técnica e
cultural desses profissionais. Essa solução não atende somente as
31organizações, mas também o ser humano, visto que conforme Eboli (2004), a
curiosidade e a vontade de aprender continuamente são características da
natureza humana, a vontade de adquirir conhecimento é infinita e instintiva.
Assim, temos o desenvolvimento da Educação Corporativa, que busca a
orientação da organização para o aprendizado na forma que o profissional do
mundo atual, competitivo e com necessidade de selecionar os milhares de
informações disponíveis, espera para atingir às exigências do mercado de
trabalho altamente competitivo. Trata-se de um modelo estruturado para a
transmissão de conhecimentos específicos sobre assuntos que o funcionário
possa apresentar dificuldades, preparando-o para os desafios do futuro e ao
mesmo tempo repassando as estratégias corporativas da organização.
Promovendo assim, a integração de seu corpo funcional com a cultura
organizacional da empresa, formando um conjunto capaz de proporcionar o
resultado esperado e advindo do planejamento estratégico (missão, visão e
objetivos estratégicos).
Com a utilização da educação à distância, a Educação Corporativa
passa a verificar uma série de vantagens, como a redução de custos com
deslocamento e estadias de seus funcionários; não necessidade de criação de
uma base de treinamento; melhoria na percepção das novas tecnologias da
informação pelo corpo funcional; melhor desempenho mercadológico; criação
de cursos próprios, adaptados a realidade da empresa; desenvolvimento e
investimentos em tecnologia; atendimento de qualquer funcionário,
independente do local de atuação (fator preponderantemente importante no
Brasil, por suas dimensões continentais), entre outros.
A Educação Corporativa atua, muitas vezes, num ambiente interativo e
tecnologicamente moderno, com um cenário auto-instrucional e/ou com
coordenadores pedagógicos / facilitadores de aprendizagem nas organizações,
voltado tanto para o desenvolvimento de seu público interno, como também na
integração do público externo (stakeholders) com a sua cultura organizacional,
evidenciando uma poderosa fonte de vantagem competitiva. Para as
organizações a Educação Corporativa é uma forma de desenvolver seus
talentos e competências a fim de aumentar sua competitividade, obtendo
32melhores resultados, ao tempo que demonstra uma postura empresarial
pautada na inovação, no respeito para o preparo no atendimento ao
consumidor, no compromisso com o desenvolvimento das pessoas, na
responsabilidade social e ambiental. (Eboli, 2004)
2.1 Universidades Corporativas
Para o real atingimento dos propósitos destacados até aqui (redução de
custos, inclusão de todo o corpo funcional, interatividade, adaptação dos
treinamentos para a realizada da empresa, introdução de sua cultura
organizacional na sociedade, obtenção de vantagem competitiva, etc) as
empresas buscaram nas diversas possibilidades de EaD o desenvolvimento da
Educação Corporativa (CDs, DVDs, apostilas empresas, etc), mas a melhor
forma possível é certamente o e-learning ou o estudo on-line através da
internet. Desta forma, as organizações desenvolveram as chamadas
Universidades Corporativas, que apesar de poderem ser encontradas de forma
física ou virtual, serão abordadas nesse trabalho na sua apresentação virtual
em ambiente de internet. As UCs desempenham um papel importante, ao
funcionarem como o canal / a rede necessária para o desenvolvimento,
interligação e educação de seus funcionários, clientes e fornecedores.
Segundo Marisa Eboli (2004), as Universidades Corporativas surgiram
no século XX para unificar a escola tradicional com a escola profissionalizante,
buscando desenvolver no pensamento do público alvo tanto os componentes
ideológicos, quanto os tecnológicos. Seu objetivo principal é o desenvolvimento
das competências críticas do negócio ao invés das habilidades individuais nos
profissionais / indivíduo; privilegiando a aprendizagem organizacional e
fortalecendo a cultura corporativa e o conhecimento coletivo; concentrando-se
nas necessidades dos negócios da organização, tomando um caráter
estratégico; concebe e planeja ações e programas educacionais voltados para
a estratégia dos negócios/ corporativa; adotando a educação inclusiva,
desenvolvendo competências críticas no público interno (funcionários) e
33externo (parceiros, sociedade, fornecedores, clientes, demais stakeholders);
podendo ser no ambiente virtual ou real; com foco no resultado de ampliar a
competitividade empresarial.
Tabela 1 - MUDANÇA DE PARADIGMA
Centro de Treinamento e Desenvolvimento Universidade Corporativa
Desenvolver habilidades OBJETIVO Desenvolver competências críticas
Aprendizado individual FOCO Aprendizagem organizacional
Tático ESCOPO Estratégico Necessidades individuais ÊNFASE Estratégias de negócios
Interno PÚBLICO Interno e Externo Espaço real LOCAL Espaço real e virtual Aumento das disponibilidades RESULTADO Aumento da
competitividade Fonte: Eboli, 2004 – pág. 50 (adaptado de Meister, 1999)
Além disso, as Universidades Corporativas possuem como meta
principal a criação de vantagem competitiva para a empresa; seu
desenvolvimento leva a outro enfoque para a gestão do conhecimento e a uma
maneira diferente das organizações gerirem seus ativos intelectuais, intangível
e incalculável. (Vianna, 2003)
Para a implementação das Universidades Corporativas diversos fatores
são analisados, segundo Tobin (apud Éboli, 2002) os principais são a obtenção
de um maior destaque na imagem externa (discurso de treinamentos em sua
própria Universidade), na imagem interna (o grupo que cria a Universidade e
os próprios funcionários que se sentem inseridos num processo de
desenvolvimento amplo) e de seus valores (percepção de que conhecimento,
habilidades e competências formarão a base de uma vantagem competitiva, a
UC levará a intensificação do desenvolvimento de seus empregados).
A primeira Universidade Corporativa surgiu nos Estados Unidos na
General Motors, com a criação da General Motors Institute em 1927 (Gdikian e
34Silva, 2002), mas somente na década de 80 houve o desenvolvimento e o
surgimento de diversas UCs naquele país. Segundo Éboli (2001), mais de
2000 universidades corporativas existem nos EUA, sendo as experiências mais
famosas a AT&T, Dell, Disney, Ford, General Motors, General Eletric, Lucent,
McDonald´s, Motorola e Xerox.
No Brasil, o conceito de UC desenvolveu-se a partir da década de 90,
principalmente pelo processo de abertura econômica da época, com a
possibilidade de entrada no país de produtos estrangeiros na concorrência
com os nacionais, que em sua maioria não eram atualizados há muito e
sofreram com a concorrência pesada. Nessa época, os setores tiveram de
atualizar-se de forma muito rápida, investimento fortemente em maquinário
moderno, novas tecnologias, treinamento e capacitação aos funcionários.
Diante desse contexto, a educação corporativa ganhou pleno destaque
exercendo sua principal função a do desenvolvimento humano, com repasse
de conhecimentos, ou seja, aprendizagem, vinculados aos objetivos e
estratégias das companhias.
A primeira Universidade Corporativa do Brasil foi inaugurada em 1992,
em Campinas (SP), através do grupo multinacional Accor. Contudo, somente
nos últimos cinco anos é que um grupo crescente de empresas, de capital
nacional e estrangeiro, iniciou a efetiva implantação de projetos de ensino com
utilização das Universidades Corporativas. Atualmente, mais de 100
organizações brasileiras ou multinacionais possuem Universidades
Corporativas, com destaque para a Accor, Alcatel, Bank Boston (comprado
pelo Itaú em 2006), AmBev, Banco do Brasil, BNDES, Carrefour, Caixa
Econômica Federal, Citigroup, Companhia Vale do Rio Doce, Correios,
Datasul, Eletronorte, Elma Chips, Embratel, Fiat, Ford, Organizações Globo,
IBM, Leader Magazine, McDonald´s, Metro-SP, Microsiga, Motorola, Natura,
Nestlé, Petrobras, Lojas Renner, Sadia, Souza Cruz, TAM Linhas Aéreas,
Telemar, Telemig, Unimed, Visa, Volkswagen e Xerox.
Conforme pesquisa realizada por Gdikian e Silva em 2001 (apud Eboli,
2004), com 30 empresas do Estado de São Paulo que utilizam Educação e
Universidade Corporativa, os resultados obtidos com a prática incluem
35melhoria na retenção e atração de talentos, realização de programas
educacionais alinhados às estratégias do negócio da companhia, 60% ou 70%
adotam múltiplos meios de aprendizagem (virtual e presencial) e as que já
finalizaram o processo de implantação de UC afirmam ser a solução para o
alinhamento da aprendizagem com as estratégias empresariais, com a
substituição das ações e programas estanques e esporádicos pelos de
formação de longa duração.
2.2 A construção de uma Universidade Corporativa
Para a implantação de uma Universidade Corporativa, citamos Meister
(1998) que aponta os princípios e objetivos que devem ser inicialmente
discutidos para a implantação, bem como os primeiros passos para sua
construção, sempre observando o objetivo comum a todas as UCs que é a
difusão do aprendizado de forma permanente e continuada nas organizações,
sob a ótica de suas diretrizes e estratégias.
TABELA 2 – Objetivos e princípios para a aprendizagem e desenvolvimento
pela Universidade Corporativa:
1) Oferecer oportunidades de aprendizagem
que dêem sustentação às questões
empresariais mais importantes da
organização;
6) Encorajar e facilitar o envolvimento dos
líderes com o aprendizado;
2) A Univesidade Corporativa é um processo
e não um espaço físico determinado à
aprendizagem;
7) Passar do modelo de financiamento
corporativo por alocação para o
“autofinancimento” pelas unidades de
negócios;
3) A necessidade de elaborar um currículo
que incorpore Cidadania Corporativa,
Estrutura Contextual e Competências básicas;
8) Assumir um foco global no
desenvolvimento de soluções de
aprendizagem;
4) Treinar a cadeia de valor e parceiros,
inclusive clientes, distribuidores fornecedores
9) Criar um sistema de avaliação dos
resultados e também dos investimentos;
36e produtos terceirizados, assim como
universidades que possam fornecer os
trabalhadores de amanhã.
5) Passar do treinamento conduzido pelo
instrutor para vários formatos de
apresentação da aprendizagem.
10) Utilizar a universidade corporativa para
obter vantagem competitiva e entrar em
novos mercados.
Fonte: Meister, 1998 – Cap. 2
2.3 Construção da Universidade Corporativa
Segundo Meister (apud Lemos, 2003), os passos para a construção de
uma Universidade Corporativa são:
1. Criar um sistema de controle onde as pessoas se envolvam, com
compartilhamento de visão sobre a universidade corporativa. Identificando as
necessidades de aprendizagem atuais e futuras, com o desenvolvimento de
treinamentos vinculados às estratégias organizacionais e fornecimento de
condições necessárias para o seu desenvolvimento, com um método de
avaliação. Criando dessa forma, uma filosofia de aprendizagem na
organização;
2. Desenvolvimento de uma visão, normalmente advinda do órgão de
controle da UC, que denote confiança e evolua de acordo com os passos
dados pela organização;
3. Delimitar o alcance da Universidade, para que essa possa atingir o
objetivo e a partir daí resolver a questão dos recursos necessários para seu
desenvolvimento;
4. É indicado que haja uma centralização das funções estratégicas
como: filosofia de aprendizado, seleção e gerenciamento de fornecedores,
entre outros; e que seja descentralizado o processo de alocação da
apresentação;
375. Identificação do público alvo que a Universidade Corporativa irá
atender e a partir de então desenvolver as qualificações, competências e
conhecimentos que são e serão necessários para o sucesso da organização;
6. Seleção dos parceiros, que poderão ser consultores, instituições de
ensino superior ou os próprios funcionários da empresa, com o objetivo de
desenvolver os programas a serem ofertados;
7. Estabelecer o canal de comunicação que será utilizado para a
abordagem de toda a organização;
8. Criar um sistema capaz de avaliar o real impacto da aprendizagem
nos negócios e não apenas em números;
9. Desenvolvimento de um processo de comunicação eficiente, para
todos aqueles que estejam diretamente envolvidos no projeto de lançamento
da UC, para que possam sentir realmente a importância que este projeto vai
proporcionar a todos.
“As Universidades Corporativas, a cada dia, se tornam
ambientes de descoberta e aplicação e soluções
tecnológicas e de experiências importantes do campo da
aprendizagem. Nas empresas que aprendem, o
trabalhador da Era do Conhecimento precisa ser um
usuário capaz de manusear a tecnologia como parte
integrante de seu cotidiano. Nesse sentido, a educação a
distância, por estar associada às tecnologias de
informação e comunicação (TIC), é uma forma eficaz de
ambientação tecnológica, gestão do conhecimento e
aprendizagem organizacional.” (Ricardo, 2005)
Por fim, é importante destacar que as Universidades Corporativas não
visam substituir ou disputar espaço com as Universidades Tradicionais, sendo
um meio complementar, visto que a Universidade tradicional fornece a
formação conceitual e metodológica ao profissional, de forma abrangente. Ao
38tempo em que a Universidade Corporativa oportuniza a formação focada no
ambiente de negócios, desenvolvendo o aprimoramento de competências
essenciais ou críticas para cada organização. Por essa posição de
complementaridade é que as UC buscam parcerias com as Universidades
Tradicionais não somente para a realização de projetos de Graduação ou
Especializações, mas também para a formação de uma rede de trabalho nas
organizações e/ou nas comunidades, capacitando e aumentando a
empregabilidade de profissionais.
39
CAPÍTULO III
UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NAS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS
“Valorizar a educação como forma de desenvolver o
capital intelectual dos colaboradores, transformando-os
efetivamente em fator de diferenciação da empresa diante
dos concorrentes, ampliando assim sua capacidade de
competir. Significa buscar continuamente elevar o
patamar de competitividade empresarial por meio da
instalação, desenvolvimento e consolidação das
competências críticas – empresariais e humanas. (Eboli,
2004)”
As Instituições financeiras no Brasil vêm se apresentando como um dos
setores com o maior nível de competição e grande número de concorrentes.
Nos últimos anos, esse setor passou a consolidar-se através de fusões
aquisições, como o Bank Boston, comprado pelo Itaú em 2006; o BBV pelo
Bradesco em 2003; ABN pelo Santander em 2007; Unibanco pelo Itaú,
formando o maior Banco Privado do país, em 2008; e Banco Votorantin pelo
Banco do Brasil em 2009. Dessa forma, somente os que se adaptarem de
forma rápida e precisa ao ambiente de concorrência, com desenvolvimento e
40implantação de estratégias diferenciadas para adquirir vantagem competitiva
se manterão existentes no segmento.
Diante desse cenário, a gestão de pessoas ganhou destaque, pois
somente as pessoas podem gerar um diferencial competitivo, uma vez que
produtos e serviços inovadores são facilmente copiados e as tecnologias de
ponta / avançadas podem ser adquiridas com facilidade. Assim, a implantação
de um sistema integrado e estratégico de educação corporativa foi uma das
iniciativas do setor, que verifica na Educação Corporativa uma forma eficaz de
contribuir definitivamente para o atingimento dos resultados nos negócios,
conforme esperado.
Assim, abordaremos casos reais de Educação Corporativa e
implantação de Universidades Corporativas no âmbito do setor financeiro, uma
vez que o desenvolvimento humano através da educação continuada, do
desenvolvimento de competências (capacidade de transformar o conjunto de
conhecimentos, habilidades e atitudes em resultado – Venturini, 2005), geram
diferencial competitivo para as diversas empresas que a utilizam, caso
demonstrado claramente quando observamos as empresas do Setor
Financeiro. As iniciativas demonstradas serão das duas maiores Instituições
Financeiras ligadas ao governo – Caixa Econômica e Banco do Brasil- bem
como das instituições privadas ABN Amro Bank e Visa.
Os dados foram retirados da pesquisa realizada por Eboli (2004) na
abordagem dos 21 casos de sucesso de Universidades Corporativas e ainda
dos sites das citadas instituições.
3.1 Universidade Corporativa do Banco do Brasil
O Banco do Brasil possui 201 anos, sendo uma iniciativa dos tempos do
Brasil Colônia, com isso foi inovador e pioneiro em diversos campos, sendo até
o hoje o banco com o maior número de acessos via internet banking (Relatório
Anual, 2008). Na educação corporativa possui mais de 40 anos de história e
tradição, com implantação de sua Universidade Corporativa em 2002, com o
41objetivo principal de desenvolver a excelência humana e profissional de seus
funcionários por meio da criação de valor através da educação.
Além disso, a Universidade tem o papel de contribuir para a melhoria do
desempenho organizacional, visto que os treinamentos são vinculados às
estratégias corporativas da empresa, bem como atuar no fortalecimento da
imagem da Instituição com o público externo, sociedade e mercado de modo
geral, contribuindo para a geração de negócios e desenvolvimento de capital
intelectual da organização.
Seus cursos e programas apresentam a proporção de 70% presenciais
e 30% virtuais, com a utilização de material impresso, em vídeo, interativos
(CD e DVD), e são ofertados atualmente aos mais de 100 mil funcionários
ativos, aos aposentados e colaboradores de empresas coligadas, além de sua
cadeia de parceiros, clientes e fornecedores.
Na composição da estrutura destinada à Educação Corporativa do
Banco do Brasil, estão: a Universidade Corporativa; doze unidades regionais
de aprendizagem, nas quais são realizados os treinamentos internos
presenciais complementares; 11 auditórios; mais de 1000 educadores
formados internamente, através do treinamento de seu corpo funcional e ainda
2 bibliotecas para uso de seus funcionários e para o público em geral (RJ e
DF).
Programas:
Dentro da política de Educação Corporativa do Banco do Brasil, diversos
programas para o aperfeiçoamento contínuo de seus funcionários são
realizados, dentre os destaques temos:
• Ciclo de Palestras, destinado à atualização técnico-gerencial;
• Cursos Internos, presenciais, auto-instrucionais e em serviço;
• Programa de Formação e Aperfeiçoamento em Nível Superior, que inclui:
o bolsas de graduação ;
42o bolsas de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização;
o bolsas de pós-graduaçãoo stricto sensu - mestrado e doutorado;
• Programa de Desenvolvimento em Idiomas Estrangeiros;
• Programa BB MBA - Desenvolvimento da Excelência Técnico-Gerencial;
• Programa Excelência Executiva, destinado ao aperfeiçoamento das competências estratégicas dos dirigentes do BB;
• outros eventos de atualização profissional - cursos, palestras e congressos diversos.
3.2 Universidade Corporativa da Caixa Econômica
Federal:
O processo de Educação Corporativa na Caixa Econômica Federal data
da década de 70, com processos de educação empresarial de excelência e
capaz de gerar competências reconhecidas tanto ao público interno, quanto ao
público externo à empresa. Inicialmente os programas de treinamento e
desenvolvimento eram somente presenciais, mais diante da necessidade de
ampliar o público, passou a utilizar também a Educação à Distância,
treinamento em serviço, aprendizado prático monitorado, utilização de mídias
impressas ou eletrônicas, até a implantação da Universidade Corporativa em
2001.
A Universidade Caixa Econômica Federal tem como objetivo a
abrangência de todos que tem contato com a empresa, com seus produtos,
seus serviços, bem como parceiros, público em geral, seus empregados,
clientes, fornecedores, parceiros, para um processo contínuo de aprendizagem
e o desenvolvimento de uma visão compartilhada sobre a CAIXA, sua missão,
seus valores e sua importância junto à sociedade.
Hoje, além da presença constante via internet, a Universidade CAIXA
conta com um espaço físico para suas ações educacionais corporativas na
cidade de São Paulo. Em 2001, 63% dos treinamentos foram realizados por
meio da educação à distância. Há um compromisso com um modelo de
43aprendizagem democrático, que valorize o espaço de interlocução entre os
participantes do processo ensino-aprendizagem; o estímulo à reflexão, à
criatividade e ao compartilhamento de idéias; espaço para críticas e sugestões;
e, sobretudo, os valores que contribuem para o crescimento do indivíduo em
seu processo sócio-histórico-cultural.
O maior desafio da empresa atualmente é a implantação de um sistema
de avaliação de resultados, pois ainda não é possível encontrar mecanismos
capazes de mensurar os resultados da Universidade Corporativa nos negócios
da empresa.
Programas
Através de sua Universidade Corporativa, a CAIXA disponibiliza
programas e ações de desenvolvimento, atualização e aperfeiçoamento
contínuo para seus funcionários, dentre eles:
• Seminários internos destinados à atualização técnica e gerencial;
• Cursos e outras ações de aprendizagem presenciais, à distância, em serviço, auto-instrucionais;
• Programas focados no desenvolvimento de competências essenciais ao atendimento ao cliente;
• Programas de desenvolvimento gerencial com foco nas competências requeridas pela Empresa;
• Programas de incentivo à elevação da escolaridade e ao aperfeiçoamento em nível superior;
• Bolsa de estudos para conclusão de curso de graduação;
• Oferta de cursos seqüenciais de nível superior, à distância;
• bolsa de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização;
• Incentivo à pós-graduação stricto sensu, em nível de mestrado e doutorado;
• Programas de incentivo ao desenvolvimento em idiomas estrangeiros;
• Programas de MBA e Cursos de Pós-Graduação lato sensu corporativos.
44Além das ações citadas acima, a Universidade Corporativa CAIXA
desenvolve também programas e soluções específicos para a capacitação de
adolescentes que participam do Programa Adolescente Aprendiz da CAIXA,
cujo objetivo é oferecer capacitação qualificada e contribuir para a inclusão
desses menores no mercado de trabalho; bem como Cursos ao público
externo:
• Matemática Financeira: O curso traz de forma simples e ágil conceitos importantes sobre Matemática Financeira com o uso da calculadora HP12C, para você utilizar no planejamento das suas contas e no seu dia-a-dia pessoal e profissional.
• Módulo Comunicação e Linguagem: Dicas para melhorar a qualidade dos textos empresariais.
• Direitos do Consumidor Bancário: Fornecer informações e dicas sobre legislação de Direito do Consumidor e bancária com o objetivo de aprimorar os conhecimentos dos cidadãos sobre seus deveres e direitos no relacionamento com as instituições bancárias.
• Dicas para Viver Melhor: Dicas para melhorar a qualidade de vida das pessoas dentro e fora do escritório.
• Conhecendo a Responsabilidade Social-Empresarial
• Indicadores de Ações de Responsabilidade Social Empresarial
3.3 Universidade VISA
Diante da preocupação com a transformação do mercado de meios de
pagamento e o constante crescimento do seu principal negócio (meio
eletrônico de pagamento), a Visa desenvolve, na década de 90, um
treinamento denominado VisaTraining para suprir a necessidade imediata dos
Bancos nacionais em realizar treinamento para o entendimento e conceituação
técnico e gerencial sobre os meio eletrônicos de pagamento, novidade à
época.
Em 2000, o VisaTraining transforma-se na Universidade Visa, com uma
proposta de treinamento, manutenção de atualização necessária e repasse de
45informações aos profissionais ligados ao negócio de meios eletrônicos de
pagamento no país, com ênfase no atendimento da formação nesse segmento.
Os cursos desenvolvidos e ministrados pela Universidade têm como
público alvo os próprios funcionários da VISA, os funcionários dos Bancos
emissores da bandeira, os funcionários da VISANET, da VISA VALE e de
processadoras. São programas técnicos, operacionais e gerenciais, com
ênfase nos sistemas utilizados pelos profissionais e forma de operá-los.
Atualmente os cursos são todos presenciais, com média de três cursos
por mês, que duram de um a três dias cada, com possibilidade de treinamento
“in-company”, que funciona com a presença de um técnico no local de trabalho
do profissional que necessita do treinamento, mas a empresa planeja o
desenvolvimento de programa à distância como forma de complemento ao
trabalho presencial exercido por seus profissionais. Os mesmos são ofertados
em três módulos, sendo eles:
Programas:
Introdução ao Negócio
Neste módulo estão identificados os cursos que têm por objetivo prover
os conceitos básicos e fundamentais do negócio de meios de pagamento
eletrônico.
Técnicos e Operacionais
Cursos que visam o aperfeiçoamento e aprofundamento de conceitos,
ferramentas e práticas relacionadas ao sistema Visa.
Gestão do Negócio
O objetivo dos cursos que fazem parte deste módulo é apresentar
informações importantes do business de cartões que visam colaborar para um
melhor gerenciamento do negócio e, desta forma, maximizar sua rentabilidade.
46
3.4 Academia ABN Amro-Brasil – Banco Real ABN Amro
A proposta para viabilizar a Academia ABN Amro surgiu no business
plan de abr/00 da empresa, o momento da consolidação da fusão como Banco
Real, com o Brasil sendo o terceiro maior mercado para o ABN Amro.
Inaugurada em 2001, a academia atende todos os funcionários do Banco (nível
gerencial, técnico e operacional), com o desafio de ampliar à sociedade alguns
programas que envolveram principalmente pessoas imediatamente ligadas à
empresa (clientes, parentes de funcionários, portadores de deficiência física,
etc).
Dentre os objetivos da Academia temos a adoção de um enfoque de
educação inclusiva, com atendimento dos públicos internos e externos,
abrangendo toda a cadeia de valor das pessoas da companhia, dando suporte
ao atingimento dos objetivos estratégicos e de negócios da companhia.
Atualmente a Academia conta com centros de capacitação para
treinamentos presenciais nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte. O treinamento à distância é realizado através da disponibilização de
materiais aos funcionários para o autodesenvolvimento, através de CDs,
DVDs, livros, periódicos, fitas de vídeo e cassete.
Programas:
Cursos realizados através da parceria com instituições de ensino
superior (Ibemec, FGV, FIA-FEA/USP, etc);
Programas de qualificação em informática, desenvolvidos a partir da
parceria com a Associação Desportiva para Deficientes (ADD);
Diversos outros programas divididos por competências humanas
necessárias ao desenvolvimento dos funcionários, sendo as GERAIS e
COMPORTAMENTAIS para todos os funcionários, as GERENCIAIS somente
para o segmento de líderes e as FUNCIONAIS para o segmento operacional.
47Cursos Online – Disponíveis no portal do Banco para a sociedade, porém com
necessidade de cadastramento de “login” e senha para acesso. Com
apresentação dos seguintes cursos: Estatutos da Criança e Adolescente e
Idoso, Investimento Social Privado, Sustentabilidade, Diversidade, Direitos
Humanos, Edificação Sustentável
48
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos dados demonstrados neste trabalho, que tiveram por base
demonstrar a importância da Educação Corporativa, baseada na Educação à
Distância, para a criação de vantagem competitiva, conclui-se que a utilização
da Educação Corporativa tanto para possibilitar a educação continuada nas
empresas (funcionários e colaboradores), quanto para o aumento da
competitividade entre as mesmas é fundamental.
Com isso, podemos verificar que setores altamente competitivos, como
o das Instituições Financeiras, vêm realizando fortes investimentos em
Educação Corporativa, até mesmo com a criação de Universidades
Corporativas voltadas para o público interno e com possibilidade de estender
ao público externo.
Assim, uma Gestão de Pessoas Estratégica, com ênfase na Educação
Corporativa, auxiliará para a criação de uma cultura organizacional no corpo de
funcionários e demais partes relacionadas (clientes, fornecedores,
concorrentes, público em geral, etc), desenvolvendo uma vantagem
competitiva sólida sobre os demais participantes / concorrentes e/ou possíveis
entrantes no segmento.
Por fim, identificamos que a perspectiva para o segmento de Educação
à Distância e de Educação Corporativa no país são extremamente favoráveis,
principalmente por possibilitar a integração da população em um país como o
Brasil, com dimensões continentais; e ainda no atendimento de um grande
contingente de funcionários e/ou colaboradores como o das grandes
corporações, permitindo o desenvolvimento coletivo, a inclusão participativa,
propagação da cultura organizacional e a sustentabilidade para com os
negócios e a sociedade.
49
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANCO DO BRASIL, RELATÓRIO ANUAL 2008. Disponível em
http://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2008/default_br.htm, acessado em
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Associados, 1999.
BRASIL, Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005, regulamenta o Art. 80
da Lei nº 9.394/96. Disponível em www.uab.capes.gov.br. Acessado em
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Competências: um modelo avançado para o gerenciamento de pessoas. São
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50LAROSA, Marco Antonio e AYRES, Fernando A. Como produzir uma
monografia – Passo a passo... siga o mapa da mina. Rio de Janeiro: Ed. Wak,
2008.
LEMOS, D. C. Educação Corporativa: Pesquisa de Solução em e-learning e
Modelos de Universidades Corporativas. Dissertação em Eng.ª de Produção.
Florianópolis: UFSC, 2003.
LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina; FISCHER, André Luiz; NOGUEIRA, Arnaldo
José F. M.; ARELLANO, Eliete B.; REIS, Germano G.; SHINYASHIKI, Gilberto;
SAMPAIO, Jader dos R.; DUTRA, Joel de S.; HIPÓLITO, José Antonio M.;
ALBUQUERQUE, Lindolfo G. de; FLEURY, Maria Tereza Leme (coord.);
EBOLI, Marisa; OLIVEIRA Jr., Moacir de M.; FISCHER, Rosa M.; CASADO,
Tânia. As Pessoas na Organização. São Paulo: Ed. Gente, 2002.
MEISTER, Jeanne C. Corporate Universities: lessons in building world-class
work force. Nova Iorque: McGraw-Hill, 1998
MEISTER, Jeanne C. Tradução: Maria Cláudia S. R. Ratto. Educação
Corporativa – A Gestão do Capital Intelectual através das UNIVERSIDADES
CORPORATIVAS. Título Original: Corporate Universities. São Paulo: Makron
Books, 1999
MUDIM, Ana Paula F. Desenvolvimento de Produtos e Educação Corporativa.
São Paulo: Atlas, 2002..
RICARDO, Eleonora Jorge (org.) Educação Corporativa e Educação a
Distância. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.
SARAIVA, Terezinha. Educação à Distância no Brasil: lições da história. In
Aerto – Educação à Distância, ano 16 – nº 70. Brasília: MEC, 1996.
51VIANNA, Marco Aurélio Ferreira. Universidade Corporativa – Uma visão de
hoje. Revista Aprender Virtual. São Paulo, 2003. Disponível em
www.institutomcv.com.br/costacurta/artma05_UC_Visaodehoje.htm, acessado
em 11/07/2009.
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Palestrante: Cirlene A. Venturini, psicóloga da DGRH, disponível em
http://www.prdu.unicamp.br/gestao_por_processos/palestras/Palestra_Gestao_
de_Pessoas.pdf, acessado em 14/07/2009.
www.prof2000.pt/users/ajlopes/af22 ead/sessao2 doc2.htm, acessado em
13/06/09
www.institutomonitor.com.br, acessado em 04/07/2009
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http://www.ipae.com.br/pub/pt/cme/cme_65/index.htm, acessado em
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
24782005000300011, acessado em 05/07/2009
https://universidade.caixa.gov.br , acessado em 07/07/2009.
www.uni.bb.com.br, acessado em 07/07/2009.
www.universidadevisa.com.br/, acessado em 08/07/2009
52www.uab.capes.gov.br , acessado em 10/07/2009.
http://www.unit.br/estudo/, acessado em 11/07/2009
53
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Portais das Universidades Corporativas
54
ANEXO 1
Fonte: Site –www.bb.com.br/portalbb/home1,139,139,23,0,1,8.bb (acessado em 18/07/2009)
a) Portal da Universidade Corporativa Banco do Brasil
Fonte: Site –�universidade.caixa.gov.br/ (acessado em 18/07/2009)
b) Portal da Universidade Corporativa CEF
55Fonte: Site –www.universidadevisa.com.br/ (acessado em 18/07/2009)
c) Portal da Universidade Visa
Fonte: �sustentabilidade.bancoreal.com.br/cursos/cursosonline.aspx, acessado em
18/07/2009
d) Portal da Academia ABN AMRO Bank
56
ÍNDICE
Folha de rosto............................................................................... 02
Agradecimento.............................................................................. 03
Dedicatória ................................................................................... 04
Resumo ........................................................................................ 05
Metodologia ................................................................................. 06
Sumário ....................................................................................... 07
Lista de Figuras e Tabelas ........................................................... 08
Introdução .................................................................................... 09
Capítulo I – A Educação à Distância no Brasil ..............................11
Capítulo II – Educação Corporativa - Universidade Corporativa
.......................................................................................................30
Capítulo III – Universidade Corporativa nas Instituições
Financeiras.....................................................................................39
Considerações Finais.....................................................................48
Referências Bibliográficas .............................................................49
Anexos ..........................................................................................53
Índice ............................................................................................56
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