UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
DESENVOLVIMENTO MOTOR COMO ESTÍMULO PARA A
FALA E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: WALESKA SANTIAGO TORRES
Orientador
Prof. Ms. MARY SUE PEREIRA
Rio de Janeiro
2
2006
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
DESENVOLVIMENTO MOTOR COMO ESTÍMULO PARA A
FALA E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Objetivos: Monografia apresentada ao Projeto a Vez
do Mestre – Universidade Cândido Mendes como
parte dos requisitos para a obtenção do grau de
especialista em Educação Infantil e Desenvolvimento.
Por.: Waleska Santiago Torres
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos mestres e colegas por
terem compartilhado com seus
conhecimentos e experiências dentro e
fora da sala de aula. E, especialmente
às crianças que foram grande fonte de
4
inspiração para a conclusão deste
trabalho.
EPÍGRAFE
“ A educação faz um povo fácil de ser
liderado, mas difícil de ser dirigido; fácil de
ser governado, mas impossível de ser
escravizado.”
5
Henry Peter
DEDICATÓRIA
Ao meu marido, Marcos por ser meu
grande influenciador e motivador nas
minhas descobertas, contribuindo sempre
6
para o meu engrandecimento pessoal e
profissional.
RESUMO
A importância da Educação Infantil vem crescendo a cada dia e novas
descobertas sobre o tema tem feito com que educadores e pais queiram buscar
técnicas pedagógicas para compreenderem melhor o desenvolvimento cognitivo,
afetivo e psicomotor da criança.
Num mundo cheio de cores e estímulos, a criança precisa expressar-se
verbalmente. Mas como fazê-lo? A criança é apta a comunicar-se sem som e
movimento? O ato motor pode funcionar como estímulo para a fala e
aprendizagem na Educação Infantil?
Muitos destes questionamentos estão presentes em nossas salas de aula,
portanto, não se trata de uma realidade distante. O conteúdo deste estudo
destinará a solucionar as freqüentes dúvidas relacionadas a este tema. Sabendo
que o ser humano vive em constante mudança, a pesquisa científica está,
também , constantemente à caminho de uma nova descoberta.
Trataremos, então, aprofundarmos nos estudos previamente realizados,
constando de uma revisão bibliográfica, respeitando o conteúdo e seus
respectivos autores.
7
METODOLOGIA
O presente estudo foi elaborado através de pesquisa bibliográfica, colen
do informações, que, através de uma revisão bibliográfica, tornou-se como base
para o desenvolvimento de todo o trabalho em si. Foram realizadas leituras
preliminares em revistas de conteúdo científico, jornais e websites direcionados
ao assunto proposto pela monografia.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - ORIGEM E DESENVOLVIMENTO
DA LINGUAGEM 11
1.1- Primeiros Gestos 12 1.2 – Linguagem Corporal 13 CAPÍTULO II - A PSICOMOTRICIDADE E A FALA
NA PRÉ-ESCOLA 14 2.1 – Etapas do Desenvolvimento Motor 17 2.2 – O Desenvolvimento e a Psicomotricidade Infantil 19 CAPÍTULO III – O ATO MOTOR E A LINGUAGEM
VERBAL 22
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 27
ANEXOS 28
ÍNDICE 31
FOLHA DE AVALIAÇÃO 32
9
INTRODUÇÃO
Aprender a falar tem sido algo que há muito instigam pais e educadores.
Segundo Piaget, o desenvolvimento da linguagem dar se por etapas. Etapas
estas que devem ser seguidas de acordo com a idade cronológica da criança. A
aquisição da linguagem dos seres humanos é tão natural quanto a aprendizagem
motora. Helen Bee (2003), explica que a linguagem originou-se nos gestos, e que
tais evidências vem das mais diversas áreas, como a lingüística, a biologia
molecular, a primotologia e a neurosciência.
Por outro lado, Piaget discorda pois o desenvolvimento da linguagem
condicionada ao desenvolvimento da inteligência e, mais especificamente, à
superação da inteligência sensóriomotora. Descartando a possibilidade que
através do ato motor não haja influência na aprendizagem da fala pelo
movimento.
Cada autor defende a tese em que a aquisição de conhecimentos dar-
se tanto pelo aspecto cognitivo quanto pelo sensóriomotor. A fala e o ato motor
estão concatenados para a construção de uma aprendizagem segura,
hipoteticamente, formando um futuro adulto capaz e saudável dentro do âmbito
emocional e intelectual do mesmo.
No entanto, é importante entendermos que deve-se levar em conta os
diferentes ritmos das crianças e o tempo que cada uma delas leva para a
10
aquisição e construção da linguagem. Assim, também, a sua condição física
para que possa assimilar as atividades psicomotoras propostas com destreza e
segurança em cada uma de suas ações.
Como objetivo geral deste estudo, pretende-se:
Apontar os fatores positivos e verdadeiros que exemplifiquem as
pesquisas realizadas sobre o tema proposto. Assim como focar a questão do
ato motor como fator importante no desenvolvimento da fala pelo movimento.
Especificamente, desvelar as formas de linguagem e a importância do
ato motor como fator motivante para aprendizagem da fala na Educação Infantil.
Hipotéticamente, parte-se da idéia de que crianças que se movimentam
mais cedo, desenvolverão a linguagem mais rápido.
A metodologia deste trabalho deverá empreender uma revisão
bibliográfica, onde será exposta várias definições sobre a aprendizagem da fala
pelo movimento, fundamentando a base conceitual que permitirá atender os
objetivos.
11
12
CAPÍTULO I
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
Desde os primórdios, a linguagem verbal, segundo pesquisadores, ainda
tem sido um grande mistério. Dúvidas como: O que tentamos explicar com a
linguagem? ou, Ela é governada por regras? Ou então, cada linguagem tem
certas regras para reunir símbolos separados? Podemos combinar língua com
símbolos? A respostas concretas para estas indagações ainda são duvidosas,
porém existe algum ponto de verdade para tais soluções. Portanto, dentro deste
contexto, a linguagem é criativa. E quando falamos uma língua, combinamos
símbolos e novas maneiras de criar novos significados.
Já Helen acrescenta:
“ Alguns outros animais, principalmente os primatas
como os chimpanzés, por exemplo, e possivelmente
outros mamíferos como os golfinhos, também podem
aprender a usar sistemas de sons ou gestos da maneira
simbólica que definimos como linguagem” (HELLEN
BEE, 2003, p.230).
Voltando para os seres humanos, os recém nascidos ainda não são
capazes de juntar sons e símbolos. Este é um processo gradual para nós,
humanos. Pois para os bebês, o som não possui um sentido de linguagem.
Portanto sons e gestos durante a fase pré-lingüística estão intimamente
relacionados à emergência das primeiras palavras.
Ainda, segundo Helen Bee, pesquisadores descobriram que bebês,
com 1 e 2 meses, são sensíveis aos padrões de entonação e estresse da fala
que estão escutando. Pois bebês de 5 meses sorriem mais quando ouvem
13
gravações de adultos dizendo alguma coisa num tom aprovador do que quando
falam num tom proibitivo. Seja em qualquer idioma.
Contudo, diferentes entonações já são uma forma de despertar o
desenvolvimento de um repertório, mesmo que ainda de forma rudimentar.
Já aos 6 ou 7 anos, começa uma combinação de sons de vogal,
formando uma espécie de sílaba. Então, nessa idade, os bebês brincam com
esses sons. O que será uma importante preparação para a linguagem falada.
1.1 – Outros gestos
Por volta dos 9 ou 10 meses, dar-se início a um processo
desenvolvimental de linguagem gestual. Quando, pela primeira vez, vemos bebês
“exigindo” ou “pedindo” através de gestos e sons. Quando uma criança aponta
para um brinquedo e faz sons que sinalizam o seu objeto de desejo, então sua
vontade foi atendida. E ela repetira este mesmo processo, até dominar as
palavras por completo fazendo este tipo de associação.
Portanto, antes de falar suas primeiras palavras, o bebê consegue usar
consistentemente a linguagem gestual e corporal para comunicar significado. Por
isso, devemos estar atentos aos seus pedidos e prontamente realizamos “sua
presente vontade”. E, também, assim que ela apontar para o objeto desejado, é
importante que nomeamos tal objeto. Por exemplo: a criança aponta para a
boneca e emite algum som. Então, devemos reforçar: BONECA. Você quer a
BONECA?
Outro fator importante, é quanto a diferença na velocidade do
desenvolvimento do vocabulário e da gramática, diferenças explicadas pela
hereditariedade e pelas influências ambientais. Portanto, apesar destas
variações, foi observado que a maior parte das crianças de 4 a 5 anos de idade,
aprenderam a falar bem.
14
1.2 – Linguagem Corporal
A linguagem verbal é desenvolvida e praticada pelas crianças que
podem articular sons com clareza. E quanto as crianças portadoras de
deficiência auditiva? Enquanto a criança “normal”, em seu processo de
aprendizagem da fala quer algo, ela aponta para o seu objeto de desejo. A
criança que não pode ouvir, faz o mesmo, porém com uma diferença, ela nunca
saberá, verbalmente o significado daquele objeto, mas sim, através da linguagem
de sinais.
Portanto, segundo pesquisas realizadas neste campo, os estudos
lingüísticos recentes provaram que as linguagens de sinais não são menos
expressivas do que a fala. São sistemas de comunicação complexos, dotado de
uma síntaxe sofisticada e capazes de elaborar os conceitos mais abstratos.
Outros estudos demonstraram que a linguagem envolve muitas áreas do
cérebro, algumas inclusive abaixo do córtex, em centros nervosos responsáveis,
também, por funções motoras.
Estudos comprovam que a criança se auto percebe dentro de um a ação
conjunto, com isto, é importante fazer com que ela partilhe de situações comuns à
adultos. A atenção partilhada, por sua vez, desenvolverá conceitos como
tópico/comentário, uma das maneiras de expressar sujeito/ predicado. O adulto,
numa fase pré-verbal, focaliza um ponto de atenção qualquer, espera que a
criança de grandes sacadas e pequenas olhadelas. Isto é, a criança participa de
esquemas onde se focaliza ou topicaliza para depois se comentar ou predicar.
Noções de ação completa ou realizada versus ação não-completada,
que serão responsáveis pelas marcações de tempo e aspecto nas línguas
Trataremos adiante do processo psicomotor como aliado no
desenvolvimento da linguagem propriamente falada.
15
CAPÍTULO II
A PSICOMOTRICIDADE E A FALA NA PRÉ-ESCOLA
A criança na pré-escola está cercada de inúmeros estímulos para que
seu desenvolvimento seja completo. Com isto, sua vivência corporal deve ser
cada vez mais, enfatizada durante as atividades que requeiram determinados
objetivos.
Aproveitando a curiosidade e sua ativez natural, a criança na pré-escola
quer pegar tudo: Descobre a si mesma como alguém que tem boca, mãos, pés,
olhos, ouvidos e é capaz de usa-los.
Com isto, a Escola possui um valor expressivo, pois será o ambiente que
favorecerá este desenvolvimento de uma forma abrangente e específica.
Aproveitando essas habilidades naturais, e dar continuidade à esta
aprendizagem, a Escola deve, também, valorizar a experiência direta, o contato
com o concreto, a ativação dos sentidos, a valorização do corpo.
Os professores devem fazer com que a rotina dessas crianças seja cada
dia de forma diferente. O professor deverá estar atento quanto a integridade
física da criança, permitir maior ou menos liberdade de investigação,
estabelecendo os limites para o movimento exploratório da criança.
Para que a mesma tenha um bom desenvolvimento psicomotor, é preciso
que sejam respeitadas as etapas que se seguem durante o desenvolvimento da
criança. E para que se consiga uma base psicomotora, a Escola deve
estabelecer estas bases para futuras aprendizagens.
16
Com isto, Costallat afirma:
“ A psicomotricidade efetiva a teoria através das vivências,
do sentir, para podermos utilizar sua prática de forma
cosciente.” (COSTALLAT, 2002, PAG.21).
Para que haja um entendimento de sua auto percepção, a criança em
desenvolvimento deverá ser capaz de entender que além de relacionar-se com si
próprias, elas deverão relaciona-se, também, com o mundo ao seu redor.
Através desta comunicação corporal, a criança será inserida no mundo
como um agente transformador e participativo de ações corporais, gerando
conhecimento.
Segundo Gonzáles, afirma que:
“ A primeira infância constitui uma etapa com
características próprias vinculadas ao desenvolvimento
interior do indivíduo. Nesta etapa, formam-se as bases
para o desenvolvimento interior físico e psíquico da pessoa.
Durante os primeiro anos de vida, a criança assimila
conhecimentos, habilidades e hábitos, formando
capacidades, qualidades e valores morais.” (GONZÁLES,
2005, PAG.82).
Além de seu corpo, ela se comunicará , também, através da fala. No
capítulo I, foi explicado como surgiu a origem da linguagem através de pesquisas
científicas nesta área. Com isto, muitos dos desenvolvimentos durante a fase pré-
lingüística (antes da primeira palavra), são precursores significativos da
linguagem. A criança discrimina sons da linguagem, balbucia sons que se
aproximam cada vez mais dos sons que houve, e usa gestos de maneira
comunicativa. E, que, por volta de 1 ano de idade aparecem as primeiras
17
palavras. Algumas dessas primeiras, se combinam com gestos para transmitir
frases inteiras significativas. Com isto, o vocabulário cresce lentamente a
princípio, e depois normalmente explode numa explosão de nomes. Entre 16 a
20 meses, a maioria das crianças tem um vocabulário de 50 ou mais palavras.
Por outro lado, Helen afirma que:
“ Nos primórdios anos do desenvolvimento da linguagem,
podem ser distinguidos dois estilos de linguagem, o
“referencial” (centrados em objetos e sua descrição) eo
“expressivo” (centrado em palavras e formas que
descrevem ou fomentam os relacionamentos sociais.”
(HELLEN BEE, 2003, PAG.28).
E como fazer a junção do ato motor com a fala? Como expressar-se
corporalmente e com a utilização da voz como forma de comunicação verbal?
Ambos os tipos de comunicação são distintos mas que complementam
um ao outro. Pelo movimento, a criança é capaz de comunicar-se gestualmente,
através do seu corpo. Possuindo uma consciência do próprio corpo, ela é capaz
de dominar seu equilíbrio e tônus da postura, estruturação espaço-temporal
correta, uma boa orientação e lateralização.
Sabe-se que toda criança pequena é curiosa por natureza. Assim que
deixa o útero da mãe, tudo quer explorar e experimentar. È a sabedoria do seu
corpo, e que é necessário conhecer o mundo novo a ser desvendado. É nele
onde ela crescerá e se desenvolverá.
Nos movimentos, serão expressos sentimentos de prazer, frustração,
desagrado e euforia. A efetividade da criança exprime-se sempre através da
postura, das atitudes e dos comportamentos.
Através da motricidade fina, a capacidade para realizar movimentos
específicos, usando pequenos músculos como o movimento lingual. Que através
18
do desenvolvimento do músculo da lingual, para a emissão de uma pronúncia
correta.
De acordo com Helen, estudos mostram que quanto mais as crianças
recebem estímulos como a fala e a leitura, maior o seu desenvolvimento. Com
isto, é de extrema importância sabermos oferecer recursos que permitam a
criança seu total e completo desenvolvimento, tanto motor quanto o
desenvolvimento lingüístico. Não só através de leitura como a prática de
atividades física, englobando fatores motivantes , como a música e gestos
corporais como forma de expressão.
2.1-Etapas do Desenvolvimento Motor
A primeira infância é a é poça onde as crianças estão descobrindo o
mundo através dos seus gestos exploradores. Portanto, fica compreendido, que
nesta etapa formam-se as bases para o desenvolvimento físico e psíquico da
pessoa. Ainda nesta etapa, a criança assimila conhecimentos, habilidades e
hábitos, formando capacidades, qualidades e valores morais.
De acordo com estudos de diferentes autores, citados por Helen,
permitiram compreender a contribuição dos movimentos no desenvolvimento
infantil e como ambos os processos, educação e desenvolvimento, inter-
relacionam-se.
Com isto, Gonzáles acrescenta:
19
“ Como ponto de partida para se ter êxido no processo
educacional, é preciso conhecer o que faz a criança em
cada idade, mas condições reais à sua volta e porque se
comportam de uma forma ou de outra”. (GONZÁLES,2005,
PAG.32).
Para entendermos as etapas do desenvolvimento, será representado
aqui, a classificação de cada uma delas.
Nos três primeiro anos de vida, a visão e a audição tem um grande
desenvolvimento, pois a criança consegue, primeiramente, fixar a vista nos
objetos e pessoas próximo à eles. Ao completar 12 meses, as crianças são
capazes de caminhar com coordenação, trepar em obstáculos horizontais e
lançar objetos. Já aos dois anos de idade, podem alterar caminhada e corrida e
são capazes de realizar deslocamentos em quatro apoios pelo chão.
Aos três anos, podem caminhar, correr e saltar em diferentes direções,
subir e descer escadas com uma melhor coordenação. Já aos quatro anos de
idade, possuem melhor ritmo e coordenação na corrida. Já aos cinco anos, sua
coordenação motora ainda se assemelha à fase anterior.
Observando-se ainda um aumento considerável no desenvolvimento das
capacidades motoras, como: a criança lança mais longe, corre mais rápido e
demonstra mais coordenação, equilíbrio e orientação na execução de
movimentos.
Completados os seis anos, as crianças são capazes de executar sem
dificuldades as ações, rastejar com coordenação, saltar com diferentes
combinações e lançar, apanhar e rebater uma bola.
De acordo com estudos realizados nesta área, é importante sabermos
que cada criança possuí sua característica própria e é preciso sabermos
respeita-las para um melhor resultado em nossos objetivos. Pois, é ainda nesta
fase que multiplicam-se as possibilidades de oferecermos atividades que
favoreçam o seu desenvolvimento.
Para sustentar este estudo, Gonzáles afirma que:
20
“ os jogos permitem uma liberdade de ação, uma
naturalidade e um prazer que é difícil de se encontrar em
outras atividades da criança; proporciona estados
emocionais positivos, desenvolve a imaginação, a
criatividade e as possibilidades psicomotoras.”
(GONZÁLES,2005, PAG.55).
É de extrema responsabilidade do professor saber adaptar as atividades
relacionas à cada fase da criança, sem ultrapassa-las, agindo com sensibilidade
e respeitando a individualidade biologia de cada uma delas.
2.2 – O Desenvolvimento e a Psicomotricidade
Para uma melhor definição para psicomotricidade, a autora Tissi define:
“A coordenação psicomotora é a base do aprendizado,
buscando o gesto mais apropriado para uma ação
específica, tendo como conseqüência uma maior e melhor
ação no meio ambiente.” (TISSI, 2004, PAG.55).
Em cada atividade motora, a criança consegue dominar determinadas
ações motoras e adquirir novas. A motricidade da criança se enriquece
constantemente pela transformação e adaptação dos movimentos anteriormente
adquiridos.
Estudos recentes nesta área, demonstram que na psicomotricidade, é
explicado que as capacidades motoras são qualidades do homem e não da
atividade depende desta para desenvolver.
No entanto, o estudo diz que as capacidades não são inatas. Seu
desenvolvimento está determinado pelas possibilidades morfofuncionais do
indivíduo, que nasce com as potencialidades para desenvolve-las.
21
Sánchez Bañuelos (1986), citado por Gonzáles, afirma que:
“ Muito acertadamente que os propósitos do movimento
humano, por um lado, induzem à consecução de metas e
objetivos, vinculados aos aspectos qualitativos do
movimento, e, por outro, à dos objetivos mais diretamente
relacionados com os aspectos quantitativos do movimento.
O desenvolvimento da condição física, sem um potencial
adequado, é muito mais difício, ou impossível, de
manifestar domínio ou habilidade no movimento.”
(GONZÁLES, 2005, PAG.22).
No entanto, é primordial saber conhecer a realidade de cada criança,
saber seu histórico, conhecer suas limitações, respeitar seu ritmo para que o
professor possa dar início à atividades que desenvolvam suas habilidades,
tantos psíquicas quanto motoras, assim como os aspetos sociais e intelectuais
da criança. Propiciando, também, atividades, visando ao desenvolvimento da
linguagem.
Incentivar a criança à leitura é uma grande oportunidade de propor à ela
uma chance para que desenvolva seu pensamento, sua fluidez verbal e acima de
tudo, sua consciência.
É importante também, os jogos didáticos que estimulem a produção da
voz formando frases com seqüências lógicas e que façam sentido.
Este processo inicia-se com o jogo rítmico (com a emergência das
cantigas infantis), em que há um recorte rítmico, temporal, no som da fala, que
para a criança ainda se mostra muito fluido, nesta época. O trabalho rítmico é
partilhado pelos parceiros deste tipo de jogo, em que o contínuo sonoro é
segmentado ritmicamente. Depois, seguem-se o jogo de nomeação (“o que é
isso?”) e de reconhecimento (“cadê x?”). Estes jogos recortam os contínuos
sonoro e experimental. Desenvolvera-se neles as faces auditiva e articulatória do
22
som da fala. Os próximos jogos são o jogo dramático (“como é que se faz x?”) e,
finalmente, os jogos vocais, quando o som da fala se torna o veículo privilegiado
de comunicação (como, por exemplo, nos casos de imitação recíproca).
Saber comandar toda essa seqüência pedagógica, é de extrema
responsabilidade do professor. Deverá estar atento a todo e qualquer movimento
que ocorra fora de sua metodologia. Tendo uma linha contínua de raciocínio e um
programa claro e objetivo, certamente serão as ferramentas básicas para que o
professor possa cumprir seus objetivos.
CAPÍTULO III
PSICOMOTRICIDADE E LINGUAGEM VERBAL
23
A psicomotricidade mostra-se como uma ferramenta para
educação e ao mesmo tempo, desenvolver as funções de inteligência. Através
do seu corpo, a criança fará distinções de emoções e possibilidades para a
realização motora, compreendendo suas capacidades.
Assim, como seu nome indica, trata de relacionar os elementos
aparentemente desconectados, de uma mesma evolução. O desenvolvimento
psíquico e o desenvolvimento motor.
Com o domínio do seu próprio corpo, a criança se orienta com mais
segurança em seu meio ambiente. Tendo seu esquema corporal bem orientado,
a criança terá um desenvolvimento psicomotor aprimorado, sendo capaz de se
auto perceber e com desenvoltura, colocará em prática suas habilidades,
tornando-se um adulto bem estruturado físico e emocionalmente.
Baseados em estudos, a linguagem é inata ao ser humano. A criança
cresce, trazendo consigo chaves de leitura do Mundo, independentemente de
reforço, estímulo, condicionamento, treinamento, imitação ou história de vida.
Com isto, a linguagem é atividade constitutiva do conhecimento do mundo pela
criança. Sua interação com seu interlocutor é participativa e globalizada.
A criança é capaz, através de gestos, intenções, transmitir através da sua
fala os seus sentimentos e necessidades.
Com isto, Mitchell & Kent, citados por Helen diz que:
“ Os sons de consoantes aparecem somente aos 6 ou 7
meses, frequentemente combinados com sons de vogal,
formando uma espécie de sílaba. Os bebês desta idade
parecem começar a brincar com esses sons, muitas vezes
repetindo o mesmo som muitas vezes.” (HELEN
BEE,2005, PAG.04).
Entretanto, é verdadeiro afirmar que o processo da aquisição da
linguagem é gradual, porém com grandes chances de finda-lo com êxido.
24
Por outro lado, a pré-escola é um lugar que proporcionará a criança, um
ambiente seguro e motivador. Um elo entre sua casa e a escola. Fazendo que
as atividades como a escrita e a leitura sejam momentos descontraídos e
alegres, sem imposição de regras ou queima de etapas a serem seguidas.
Com isto, Borges afirma que:
“ Deve-se oferecer à criança, oportunidades de ser
estimulada e motivada, no momento conveniente e
respeitar o tempo necessário para ela amadurecer e,
portanto, deixar que uma aquisição tão marcante como é a
da leitura e escrita, ocorra quando a criança estiver pronta
para adquirir, com interesse e sucesso.” (BORGES, 2002,
PAG.03).
A aprendizagem motora, assim como a da fala, estão intimamente
interligadas. A criança precisa do seu corpo para comunicar-se, seu gesto é a
sua primeira palavra. A sua maturação psicomotora é gradual, assim como suas
primeiras palavras produzidas verbalmente, desde o seu mais primitivo choro até
a formação de uma frase inteira com sentido que satisfaça os seus desejos ou
necessidades.
Obedecer etapas, oferecer estímulos com inúmeras variações,
proporcionar ambiente seguro, respeitar etapas, fazer com que a criança sinta-se
percebida e respeitada, certamente crescerá uma criança capaz, segura,
fluente em suas palavras e pensamentos.
Neste universo de estímulos, é primordial que as experiências
sensoriais, de contato direto com seus cinco sentidos e sua intuição, são a base
de todo processo criativo: tocar, cheirar, ver, manipular, saborear, escutar, enfim,
qualquer método de perceber o meio e reagir contra ele é, de fato, a base
essencial para a produção de formas artísticas.
Assim, o lugar da criatividade é o do inter-relacionamento da pessoa
com o meio: da criança com o meio ambiente criado pelo professor na sala de
25
aula e a resposta dos outros a esse meio também. É o espaço potencial da
visão objetiva mesclada com a visão subjetiva da realidade. Cabe ao professor,
com sutileza, determinar este limite.
Incentivar a criatividade é muito prazeroso. E este momento pode estar
tanto na brincadeira exploratória como na brincadeira construtiva: pode estar na
criança e no meio ambiente, assim como em nós professores. E cabe pesquisa-
la e desenvolve-la através da exploração e da construção.
A criatividade na criança, deve ser estimulada e não padronizada ou
reproduzida. Para definir de onde vem a criatividade, Machado explica:
“ O mundo é um conjunto organizado de relações
significativas, no qual a pessoa existe e de cujo projeto
participa. Tem realidade objetiva, mas não se limita a isso.
O mundo se inter-relaciona com a pessoa, a todo
momento. Uma dialética contínua processa-se entre o
mundo e o indivíduo, e um não pode ser compreendido sem
o outro. Por isso não é possível situar a criatividade como
um processo subjetivo; ela não pode ser estuda
simplesmente em termos do que se passa no íntimo de
uma pessoa. O pólo correspondente ao mundo é a parte
inseparável da criatividade do indivíduo. O que ocorre é
sempre um processo, uma atividade – o processo
específico de inter-relação da pessoa com o mundo.”
(MACHADO, 1994, PAG.64).
Com isto, saber como interagir com a criança, oferecendo-lhe
oportunidades para que possa experimentar sua curiosidade, fará com que sua
criatividade seja fluente.
É importante respeitar este momento da criança. E neste processo
individual , é primordial valorizar a etapa de experimentação pura e simples,
26
utilizado os cinco sentidos e a intuição como forma de chegar a sua
individualidade. Partindo sempre do mais primitivo para o mais complexo.
Tanto a fala quanto a vivência corporal, estão interligadas e que é nulo
querer separar uma da outra. Saber expressar-se através das duas formas é
desenvolver-se plenamente. É pelo corpo e voz que nos colocamos em contato
com o mundo, o experimentamos, o conhecemos.
CONCLUSÃO
A criança na pré-escola, está pronta para receber todos os estímulos que
a farão apta para o seu pleno desenvolvimento psicomotor, social, afetivo e
cognitivo.
27
Diversificar atividades e estimular aprendizagem através de atividades
que desenvolvam seu corpo, colaborarão e muito para a criança nesta faixa
etária. O ato motor é um dos fatores principais que facilitará a aprendizagem da
fala na Educação Infantil . Através dos seus gestos corporais, a criança interagirá
com o mundo expressando seu pensamento e vontade.
Cercada de estímulos, ela fará com que seu próprio corpo seja a
ferramenta primordial para a aquisição da linguagem verbal, que possibilitará sua
comunicação com todos à sua volta.
Certamente que estudos ainda nesta área trarão mais conteúdos para
que possa chegar a um consenso geral. No entanto, ainda não se finda
pesquisas realizadas no campo da fala e do ato motor para o aprimoramento da
Educação Infantil.
Desafios e conquistas farão impulsionar estudos mais aprofundados
neste ramo do conhecimento. E que, neste trabalho fica a intenção de que as
pesquisas relacionadas à busca de novos conhecimentos em relação à
Educação Infantil na pré-escola proporcione ao professores e alunos grandes
conquistas fora e dentro da sala de aula.
28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BORGES, Célio José. Educacacão Física para o Pré-Escolar. Rio de Janeiro: 5
edicão: Sprint, 2002.
COSTALLAT, Dalila (org), A Psicomotricidade Otimizando as Relações
Humans.SP, Arte & Ciência, 2002.
FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação
Física, São Paulo: Scipione, 1997.
GONZALES RODRIGUEZ, Catalina. Educação Física Infantil: Motricidade de 1 a
6 anos. São Paulo: Phorte, 2005.
HELEN, Bee. A criança em Desenvolvimento, 9º edição. Porto Alegre: Artemed,
2003.
MACHADO, Marina Marcondes. O Brinquedo-sucata e a criança: importância de
brincar. São Paulo: Loyola, 1994.
Revista Veja- Especial Comunicação, 13/05/1998 nº 31 maio/1998 p.36
TISI, Laura. Estimulação Precoce para Bêbês. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.
Texto retirado da internet www.profala.com/ artpsicomotricidade1.htm
Alexandra Amante . Psicomotricidade, 1-1p., acessado em 26/01/2006
29
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Reportagem;
Anexo 2 >> Internet.
30
ANEXO 1
Revista Veja – Especial Comunicação JAN/1998 – p.36
A Explosão da Linguagem Não importa que seja em português, inglês, árabe ou japonês. O processo de desenvolvimento da linguagem nas crianças é invariavelmente o mesmo. Sempre a mesma impressionante viagem rumo ao conhecimento. Uma viagem que começa desde os primeiros minutos de vida do ser humano. Recém-nascidos com apenas 4 dias de idade conseguem distinguir os sons de uma língua dos sons da outra. Bebês brasileiros mamam melhor quando ouvem alguém falando português do que falando espanhol. E os espanhóis fazem o oposto. É assim no mundo todo, em todas as cerca de 10 000 línguas existentes no mundo. A aquisição do vocabulário de uma criança está diretamente ligada ao quanto a mãe fala com ela. Com 1 ano e 8 meses, filhos de mães que conversam bastante em casa falm 130 palavras a mais do que outros na sua idade. Com 2 anos, a diferença é de quase 300 palavras. Mães que usam sentenças complexas, não se restringindo só ao bi-bi e au-au, tem filhos que também falam de forma mais complexa.
31
ANEXO 2
INTERNET
www.profala.com/ artpsicomotricidade1.htm
PSICOMOTRICIDADE
Alexandra Amante (*)
É uma educação do ato motor pelo pensamento, ao mesmo tempo que constitui uma educação do pensamento pelo ato motor. (Fonseca, 1992) Segundo a Organização Internacional de Psicomotricidade e Relaxação (2001), a Psicomotricidade é “uma reeducação ou terapia de mediação corporal e expressiva, na qual o reeducador ou terapeuta estuda e compensa as condutas motoras inadequadas ou inadaptadas, em diversas situações, geralmente ligadas a problemas de desenvolvimento e de maturação psicomotora, de comportamento, de aprendizagem e de âmbito psico-afetivo”. Envolve uma prática educativa com o objetivo de estimular o desenvolvimento e aprendizagem estão comprometidos ou quando é necessário ultrapassar problemas relacionais que comprometem a adaptabilidade da pessoa. A Psicomotricidade tem como finalidades: -A comunicação, gerindo a ambivalência surgida do desejo de identificação e de dependência e da dinâmica de trocas; -A criação, como capacidade de ação, pessoal transformadora; - O acesso a um pensamento operatório, passando de um pensamento essencialmente imediato ao estabelecimento de relações lógicas entre os elementos da ação e do pensamento, desenvolvendo a capacidade de identificar, discriminar, analisar e sintetizar a informação; A harmonização e maximização do potencial motor, cognitivo e efetivo-ralacional, ou seja o desenvolvimento global da personalidade, adaptabilidade social e adequabilidade do processamento de informação. A intervenção em psicomotricidade pode-se dividir em dois componentes: - Psicomotricidade Instrumental: Intervenção com maior fundamentação de tipo cognitivo e neuropsicológico, privilegia a intervenção centrada nas situações problema, apelando à descoberta guiada e ao pensamento divergente. As situações devem ser apresentadas em forma de jogo e de forma a serem vividas como situações de êxido, estabelecendo uma relação de confiança e motivação entre a criança e a ação. - Psicomotricidade Relacional: centra-se no componente psico-afetivo e relacional, permite como que um “reviver regressivo da relação primordial maternal num diálogo tônico-emocional”. Neste diálogo, por mediatização corporal, a comunicação é sobretudo não verbal envolvendo as “orientações corporais, as posturas, a distância interpessoal, as mímicas, a gestualidade, a respiração, a voz, a sincronia rítmica, o contato corporal, o olhar , o odor, etc.
32
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
EPÍGRAFE 4 DEDICATÓRIA 5
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 9
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM 11
1.1 – Primeiros Gestos 12
1.2 – Linguagem Corporal 13
CAPÍTULO II
A PSICOMOTRICIDADE E A FALA NA PRÉ-ESCOLA 14
2.1 – Etapas do Desenvolvimento Motor 17
2.2 - O Desenvolvimento e a Psicomotricidade
Infantil 19
CAPÍTULO III
O ATO MOTOR E LINGUAGEM VERBAL 22
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 27
ANEXOS 28
ÍNDICE 31
33
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes
Título da Monografia: Desenvolvimento Motor Como Estímulo Para A Fala
E Aprendizagem Na Educação Infantil
Autor: Waleska Santiago Torres
Data da entrega: 28/01/2006
Avaliado por: Conceito:
Top Related