UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A ABORDAGEM HOLÍSTICA NO AMBIENTE
ORGANIZACIONAL
Por: Gilda Ancelani Ribeiro
Orientador
Professor Antonio Fernando Vieira Ney
São Paulo
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A ABORDAGEM HOLÍSTICA NO AMBIENTE
ORGANIZACIONAL
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes
como requisito parcial para obtenção do grau de especialista
em Gestão em Recursos Humanos.
Por: Gilda Ancelani Ribeiro
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que participaram direta ou
indiretamente me apoiando na realização desta
monografia, sem o incentivo de meus familiares e
amigos a sua execução não seria possível, pois o
homem precisa estar sempre em contato direto com
seus semelhantes e com a natureza.
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DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado a todos aqueles
que almejam um mundo melhor, que se preocupam
com as futuras gerações, com o bem estar coletivo, com a
natureza e que tem a cooperação, a troca de experiências
e de idéias no lugar da competitividade e do egoísmo
como metas para uma vida melhor.
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RESUMO
Nos nossos dias as mudanças e transformações acontecem de maneira
muito rápida e afetam os âmbitos: social, político, pessoal e econômico, tais
mudanças causam impacto em todo o planeta e no seu principal componente o
homem. Este trabalho baseado em pesquisas bibliográficas pretende abordar a
visão holística como uma nova atitude para com o meio ambiente, a sociedade
e com o próprio homem na sua busca pela realização, auto estima e felicidade,
mostrando que todas as áreas estão interligadas, fazem parte do todo.
Apresento a importância do holismo em várias áreas com destaque na
Empresa Holística, o desenvolvimento do homem e sua integração nesta
empresa. Concluindo que o homem precisa assumir sua responsabilidade com
a preservação, aceitar novos desafios, respeitar os semelhantes e usufruir de
todos os benefícios oferecidos por esta abordagem.
Palavras-chaves: Holísmo, Administração Científica, Empresa Holística, Modos
de Produção e Homem Holístico.
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METODOLOGIA
Os estudos realizados nas apostilas (IAVM) sobre a valorização
do fator humano dentro das organizações me despertou grande
interesse, afinal se o homem não evolui a empresa também não obterá
progressos. Os capítulos sobre administração holística tratam deste
novo paradigma e são pouco explorados e aplicados, nesta abordagem
leva-se em consideração que o homem está interligado com todas as
outras áreas em sua vida e precisa não só trabalhar, mas também
conviver com o outro e preservar o meio ambiente, usando sempre sua
consciência, criatividade e responsabilidade, ele não pode e não deve
ser tratado como uma máquina que realiza tudo mecanicamente.
A partir destes interesses e considerações comecei minhas
pesquisas em livros, apostilas, revistas, artigos e também na internet,
para ter uma idéia sobre o tema e ter condições de ampliar o
conhecimento sobre o assunto, assim como para separar livros e
material para consulta e elaboração do trabalho, chegando ao tema e
aos capítulos. Inicialmente a referida pesquisa teve como
fundamentação teórica os autores: Alvin Toffler, Antonio Cesar Amaru
Maximiano, Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro, Fritjof Capra, Idalberto
Chiavenato, Pierre Weil e Roberto Crema.
A
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SUMÁRIO
Introdução 08
Capítulo I – Conceito Holístico 10
Capítulo II – Empresa Holística 20
Capítulo III – O Aprimoramento Humano e a Empresa Holística 30
Conclusão 39
Bibliografia 41
Ìndice 44
A
A
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INTRODUÇÃO
“Homem e universo encontram-se em indissolúvel diálogo e cumplicidade, respondendo-se mútua e instantaneamente”.
(CREMA, 1989, p.49)
Estamos numa época repleta de transformações em todos os setores,
quer sejam, sociais, políticas, pessoais ou econômica, estas mudanças
abrangem todo o planeta, que vão sendo engolidas pela globalização causando
verdadeiras transformações e um novo olhar no modo de ser, de viver, sentir e
trabalhar de cada um, estando ou não presente no consciente e no meio em
que se vive, e o homem vai procurando sempre se adequar aos novos
parâmetros estabelecidos por ele mesmo. “...,a visão holística busca dissolver
toda espécie de reducionismo: o cientifico, o somático, o religioso, o niilista, o
materialista ou substancialista, o racionalista, o mercantilista e o
antropocêntrico, entre outros.” (WEIL, apud, CREMA, 1989, p.59)
Diante dessas mudanças a administração clássica não consegue dar
conta dos avanços tecnológicos que acabam influenciando o cotidiano e o
comportamento humano no ambiente interno e externo da empresa, o meio
ambiente, os funcionários e a empresa perdem com a estagnação empregada,
não há preservação ambiental, a saúde é prejudicada, os custos são maiores,
exigindo uma intensificação nos estímulos de seus colaboradores com atitudes
que possam despertar a motivação individual e coletiva, em conseqüência disto
há uma dificuldade maior em se conseguir concretizar os objetivos almejados.
A proposta da empresa holística vem para a quebra desse paradigma
com uma preocupação em oferecer autonomia aos seus colaboradores, meios
e aprendizagens que possam desenvolver conhecimentos, atitudes e
habilidades que resultem na ampliação da competência da empresa, que
intensifique e promova a interação entre o homem e a natureza.
Todas as áreas de uma administração holística são interligadas, é a
formação do todo e o funcionário faz parte deste todo, ele interage participa e
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representa a organização com prazer, afinal ele é a organização e ela só existe
e progride por acreditar, entender e apoiar o seu mais valioso bem; o
funcionário.
Partindo de várias pesquisas bibliográficas sobre: holística, modos de
produção, o surgimento do trabalho e suas diretrizes, administração científica e
a integração do homem nas organizações, será possível entender a razão da
existência e necessidade da proposta da pesquisa em questão: A Abordagem
Holística no Ambiente Organizacional.
O Capítulo I – O Conceito de Holismo: trata da definição do termo
“holos”, aborda a origem do holismo seu conceito como acontece o seu
desenvolvimento e sua influência na natureza, explicação sobre a visão
holística e sua atuação e aplicação em diversas áreas: educação, medicina,
agricultura, no trabalho humano e nas organizações.
No Capítulo II – A gestão holística e seus benefícios, surgimento do
capitalismo, a ênfase mecanicista; Cultura Organizacional Holística como uma
nova maneira de pensar e de agir beneficiando o todo, suas propostas aliando
gestão participativa, produtividade e satisfação da organização; Interesses e
bases da Organização Holística; Empresa Holística e exemplos de algumas
organizações com visão holística.
Os Modos de Produção salientando nestes períodos o comportamento
humano e o trabalho são tratados no Capítulo III – O Aprimoramento Humano
e a Empresa Holística, neste capítulo também abordamos: Administração
Cientifíca; surgimento da Teoria das Relações Humanas e o Toyotismo; A
integração do homem na organização holística, os benefícios para a
organização, para o funcionário e para o meio ambiente.
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CAPÍTULO I
CONCEITO HOLÍSTICO
“O todo não é mera soma das partes, mas delas depende.
As partes compõem o todo, mas ‘É O TODO QUE DETERMINA O COMPORTAMENTO DAS PARTES’”.
(SMUTS, 1926)
Foi no ano de 1926 que foi utilizada a palavra holismo por Jan Christiaan
Smuts em seu livro: “Holismo e Evolução”, onde a palavra grega holos tem o
significado de todo, completo; para o vocabulário holístico é um prefixo
bastante específico que necessita ser bem compreendido para evitar e não
haver nenhum mal entendido; portanto, holos não tem definição é a
característica do ser, pois o todo está em todas as suas partes.
O holismo tem uma abordagem que trabalha com o entendimento
integral (família e ecossistema), o seu pensamento é ecológico ligando o
indivíduo à natureza, tornando-os únicos, trazendo uma concepção relacionada
ao universo de maneira totalmente harmoniosa e indivisível.
A visão holística trabalha com a criatividade, a iniciativa de humanidade
e com espírito empreendedor, pode ser usada em infinitas áreas do
conhecimento, já que este adjetivo se refere ao conjunto, ao todo, relacionado
as partes, mundo e seres, envolvendo o conceito de globalização relacionado à
evolução, considerando o sistema no seu todo numa intrínseca relação entre
as partes (a interação do todo com o todo com compromisso e sem
preconceitos), sendo contrária à visão Newtoniana-Cartesiana (que alterou e
altera o significado do conhecimento. Esta teoria defende a fragmentação dos
componentes do conhecimento para estudá-los separadamente. É a união das
partes menores que geram o todo. Temos como exemplo o funcionamento de
uma máquina, que para ser entendido é necessário que a máquina seja
desmontada parte por parte, só assim será conhecido como o seu sistema
trabalha e funciona, ou seja, separar para conhecer), por entender que as
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sinergias são interligadas constantemente. “...um novo paradigma holístico, isto
é, que traduz uma perspectiva na qual “o todo” e cada uma das suas sinergias
estão estreitamente ligados, em interações constantes e paradoxais.” (WEIL,
1990, p. 07)
Segundo Paul Gérôme (WEIL, 1987, p. 110), a abordagem holística é
composta por três níveis da realidade:
1. Ontológica – sobre aquilo que eu sou.
Podemos interpretar como:
“Aquilo que eu sou, determina que eu seja e como eu sei”.
A palavra ontológica vem do termo ontologia: é uma ramificação da filosofia
que estuda a natureza do ser e quer dizer: conhecimento do ser, se preocupa
com o ser e trabalha a natureza do ser , sua realidade, existência, ou seja, o
ser enquanto ser com uma natureza comum a todos e a cada um.
2. Gnoseológica – sobre aquilo que eu sei.
Interpretamos como:
“Aquilo que eu sei determina que eu sou e como eu sei”.
É conhecida como teoria do conhecimento, do seu valor e de suas condições,
tem a preocupação de detalhar o conhecimento:
- A possibilidade;
- O valor do conhecimento;
- A origem;
- A essência;
- As formas;
Enfim, estuda o conhecimento.
3. Epistemológica – sobre aquilo como eu sei.
Interpretado como:
“Como eu sei determina que eu sou aquilo que eu sei”.
É o ramo da filosofia originado por Platão que investiga as fontes, a natureza,
validade e limites do conhecimento, se preocupa com a crença e o
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conhecimento, tem como desafio responder: O que é o conhecimento? Como
nós alcançamos o conhecimento?
Falar em holística, não significa desprezar a realidade, significa ter um
conhecimento pleno de si mesmo e da sociedade de maneira infinita com
eficiência e sabedoria.
• A holística na educação de acordo com Weil procura:
- Desenvolver o amor e a sabedoria nas pessoas.
- Resgatar o respeito e o sentido da vida de todos os seres,
desconsiderados pela extrema intelectualização, que não se
preocupa com a dignidade humana.
“A visão holística na educação despertará na criança, assim como no
adulto, essa imensa força de sabedoria e de amor oculta no coração de cada
um.” (WEIL, 1990, p.19)
Segundo os movimentos:
- Marcos do movimento holístico mundial
- Universidade Holística Internacional de Paris – 1979
- Declaração de Veneza – 1986
- 1º Congresso Holístico Internacional – 1987
É a visão holística que desenvolve um modelo de ser humano que seja:
I. Ativo e Autodeterminado: autonomia para a “reconstrução do mundo”;
II. Pacífico: sensibilidade e criatividade para a criação de formas de luta;
III. Solidário: opõe-se ao acúmulo de bens como fonte de poder. Busca a
justiça social;
IV. Autoconsciente: busca da felicidade, bem-estar e paz, desde que
atendidas as necessidades básicas de sobrevivência;
V. Intuitivo e dotado de visão holística: Intuição que alimenta hipóteses
dentro de uma perspectiva interdisciplinar;
VI. Pleno de amor: o amor descarta a competição, o egoísmo, a inveja, etc.
Estimula a adesão, a participação e ao “compartilhar”;
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VII. Sensível ao belo e criativo: observar, sentir, captar, empolgar-se com
detalhes do mundo;
VIII. Voltado ao espiritual: ser espiritualizado significa buscar internamente
um encontro com a manifestação divina que existe em cada um de nós.
IX. A Visão Holística na Educação contribui para:
X. Perceber o aluno como ser integral;
XI. Aprender a viver junto com o aluno;
XII. Vivências em dinâmicas de grupo; (valorizar as coisas simples da vida)
São esses aspectos que possibilitam o exercício e o desenvolvimento
dos quatro pilares da educação do século XXI. “É claro que estas quatro vias
do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos
de contato, de relacionamento e de permuta”. (Delors, 1997, p. 90)
- Aprender a conhecer
- Aprender a fazer
- Aprender a conviver
- Aprender a ser
- Aprender a conhecer: é ter o prazer de conhecer a si mesmo, conhecer o
mundo que o rodeia, entender o ambiente, querer descobrir, ou seja, ter o
interesse pela pesquisa para então ter condições de reconstruir e pensar no
novo.
- Aprender a fazer: é saber colocar em prática aquilo que aprendeu, é estar
pronto para enfrentar os desafios, é ter sabedoria, humildade e espírito
cooperativo para desenvolver um trabalho em equipe.
- Aprender a conviver: é aprender a aceitar, a respeitar o outro, é contribuir de
maneira coletiva através de projetos comuns, é trabalhar para a não violência.
- Aprender a ser: é conhecer a si mesmo, o seu potencial, a sua inteligência, a
sua espiritualidade para então poder conhecer o outro.
• A holística na medicina:
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- Trabalha com um relacionamento de cooperação entre médicos e
pacientes, ou seja, uma relação pessoal e transpessoal, trocando
energias e procura o equilíbrio do corpo, mente e espírito para a cura
das doenças.
O paradigma newtoniano-cartesiano, levou a medicina ao estudo do
corpo humano em partes, estimulando o tratamento de várias doenças e o
surgimento das especialidades médicas, onde cada especialista cuida somente
de uma parte ou de um órgão do corpo, deixando assim de levar em
consideração o ser humano como um todo: físico, mental, emocional, espiritual,
integrado com o meio ambiente. Este método impede que os médicos
solucionem grande parte dos problemas de seus pacientes porque atrás do
órgão doente está um ser complexo ligado as todas as outras partes: o corpo é
a parte física e espiritual, a mente e as emoções fazem parte do espírito e
todas estas áreas estão ligadas com o universo. “Sejam quais forem suas
causas precipitantes e suas manifestações, quase todas as doenças envolvem
o corpo e a mente, e esse dois aspectos estão de tal forma inter-relacionados
que não podem ser separados um do outro”. (DUBOS, 1979, apud CAPRA,
1982, p. 321) A medicina tradicional investe suas práticas e ações apenas no
campo material visando a longevidade do corpo ou órgão doente, tratando
determinada enfermidade com um medicamento tópico específico, sem levar
em consideração a parte do espírito, mente, meio-ambiente e principalmente a
empatia entre médico e paciente e a troca de energia destas áreas que
colaboram para o restabelecimento do paciente.
A medicina holística procura ligar o homem com exterior, onde tudo tem
haver com tudo, não é uma soma das partes, mas onde as partes estão
entrelaçadas dentro de um mesmo sistema fazendo um conjunto com a
totalidade. O holismo na medicina procura juntar para conhecer, ao contrário do
método cartesiano, leva tudo em consideração: corpo, mente, consciência,
espírito e natureza, procura estudar ligações entre as doenças e os outros
estados do ser até que estas se manifestem no corpo. Este ramo da medicina
procura entender o ser como inteiro, inserido num contexto humano, emocional
e social, o médico deve analisá-lo como um todo. Nesta abordagem há uma
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cooperação entre médico paciente, beneficiando a pessoa na cura das
doenças e preservando seu bem-estar físico, emocional e espiritual. Este
segmento da medicina é alternativo, procura sem cirurgias e medicamentos
reeducar e equilibrar o corpo, dispondo de dietas e exercícios, levando assim
os sistemas internos ao equilíbrio, não tratando apenas do problema (dor,
desconforto) e o corpo estando equilibrado: físico, emocional, espiritual e
mental, melhora a qualidade de vida e a longevidade. As pessoas mais
beneficiadas com esta forma de medicina são as da terceira idade.
“Numa abordagem futura da saúde e da arte de curar, baseada no novo paradigma holístico, será possível reconhecer o potencial do indivíduo para a autocura direta, sem necessidade de quaisquer sucedâneos conceituais, como também o desenvolvimento de técnicas psicológicas que facilitem o processo de cura.” (CAPRA, 1982, p. 324)
Segundo estudos de antigos registros, há cerca de 10.000 anos atrás,
com bases em conhecimentos fora do nosso entendimento até os dias de hoje,
o faraó Imhotep tinha uma concepção de vida correspondente ao que
chamamos atualmente de holismo, ele era chamado Pai da Medicina Moderna,
usava a cura natural baseado em energia solar, água solarizada em vidros
cromatizados e uso de pedras preciosas para a cura de doenças, há registros
também que tratam da existência de energia no corpo humano e como fazer
uso dela.
• A holística na agricultura:
- Acompanha e observa através do olhar e do contato dos
camponeses o cotidiano das transformações da natureza.
A visão holística no que se refere à agricultura trabalha questões
políticas, ecológicas, sociais, culturais que formam a produção agroecológica
através dos microorganismos do solo, plantas, animais e seres humanos
tratando-os com interdependência para buscar respostas sobre questões como
doenças, pragas, padrão de qualidade nos alimentos, preservação dos valores
naturais e recursos.
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O enfoque holístico procura encontrar um equilíbrio comum a todos
envolvidos no processo para garantir a vitalidade necessária de cada um
desses metabolismos otimizando assim a produção agrícola ao observar e
respeitar os ciclos.
“Na agricultura, particularmente sob a influência das descobertas ecológicas e da reação biodinâmica à toxidade dos fertilizantes e pesticidas químicos, a visão holística se imporá com naturalidade bem maior, porque os camponeses, graças ao seu contato direto com a natureza, estão em condição de observar a interdependência de tudo o que existe;” (WEIL, 1990. p. 19)
Se comprometer em desenvolver uma agricultura baseada numa visão
holística significa desenvolver uma atividade integrada e sistêmica, é
considerar a saúde do ser humano, é se preocupar com o bem-estar do
trabalhador, é ter respeito com o meio ambiente, conhecendo a utilidade do
solo, as diferenças climáticas, é desenvolver uma atividade baseada em
conhecimentos sobre tudo que está ao redor, diminuindo a utilização de
produtos químicos, deixando de usar produtos agrotóxicos, pesticidas,
fertilizantes, para só assim conseguir um resultado que favoreça a natureza, o
homem e o meio ambiente alcançando a qualidade desejada e mais saúde nos
alimentos, enfim, é trabalhar tendo em mente ideais voltados à ecologia e à
preservação ambiental.
Segundo Paschoal (1994) a agricultura orgânica é o exemplo de uma
agricultura holística, por utilizar técnicas alternativas em seu plantio com baixo
consumo de insumos externos, por considerar a sustentabilidade do ambiente,
da economia e social, otimizando o tempo, o espaço e os recursos naturais.
Essa agricultura procura conhecer as causas para corrigi-las, não se
prendendo ao combate de sintomas. A produção é analisada integrando fauna
e flora.
• A holística no trabalho humano e nas organizações:
- A organização trabalha com diversas teorias usando as letras x e y
para representá-las.
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- Na teoria x é considerado o olhar da organização, se o homem for
constrangido profissionalmente, ele não trabalha.
- Na teoria y, o olhar focaliza o trabalhador, o homem trabalha se tiver
condições materiais, conforto e motivação.
- Na teoria z é enfatizada a visão holística voltada para os valores da
humanidade, os metamotivos: a amizade, a beleza, a harmonia, a
verdade e outros.
As teorias X e Y tratam do comportamento humano, fazem parte
portanto da Teoria Comportamental e procuram mostrar que as pessoas têm
um comportamento relacionado diretamente com as atitudes de seus
administradores, foram classificadas pelo estudioso Behaviorista da
administração Douglas Macgregor, no final da década de 50, segundo este
autor são duas maneiras contrárias de administrar pessoas.
Na teoria X leva-se em consideração a organização, pretende-se que os
funcionários façam exatamente o que ela espera que eles façam sem
contestações, as características básicas desta teoria são: as pessoas não
gostam de trabalhar, evitam as responsabilidades, precisam ser dirigidas e não
têm iniciativas, esta teoria é autoritária, impositiva.
A teoria Y é uma concepção moderna a respeito do comportamento
humano, trata que as pessoas se realizam com o trabalho, cumprem melhor as
tarefas se não forem vigiadas, são criativas e competentes e que a gestão deve
motivar e dar condições organizacionais para que seus colaboradores possam
atingir os objetivos propostos, para Macgregor esta é a única teoria válida,
embora a maioria das empresas se concentrem na teoria X, esquecendo-se do
fator humano nas organizações.
Segue quadro comparativo com os principais pressupostos da Teoria X
e Y:
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Teoria X Teoria Y
Autocrática, Impositiva e Autoritária Democrática, Consultiva e Participativa
1. Os seres humanos não gostam do
trabalho e o evitarão sempre que puderem
1. O trabalho pode ser uma fonte de
satisfação ou de sofrimento, dependendo
das condições.
2. Toda organização tem objetivos e, para
atingi-los, as pessoas que nela trabalham
devem ser compelidas, controladas e se
preciso com punições, para que seus
esforços sejam orientados para aqueles
objetivos.
2. O controle externo e as ameaças de
punição não são os únicos meios de
estimular e dirigir esforços. As pessoas
podem ter autocontrole e autodirigir-se,
desde que convencidas e comprometidas.
3. As pessoas, em geral, preferem ser
dirigidas a dirigir
3. As recompensas no trabalho estão
ligadas aos compromissos assumidos
4. As pessoas, em geral, procuram evitar
responsabilidades
4. As pessoas podem aprender a aceitar e
assumir responsabilidades.
5. As pessoas médias tem pouca ambição 5. A imaginação, a criatividade e a
engenhosidade são largamente
encontradas nas pessoas.
6. As pessoas preocupam-se, acima de
tudo, com a própria segurança e bem estar.
6. O potencial intelectual do ser humano
médio está longe de ser totalmente
utilizado.
Fonte: Professor Luís Antônio Pasquetti
Complementando as teorias X e Y William Ouchi defende a teoria Z que
pretende unir os esforços da empresa e do trabalhador para melhores
resultados, é um estilo moderno de administração que apresenta um conjunto
de idéias baseadas no estilo japonês de organização adaptadas para as
empresas americanas, trouxe grande contribuição as teorias da administração,
hoje em dia é seguida em vários países inclusive no Brasil, esta teoria enfatiza
a visão holística nas empresas.
Alguns pressupostos da Teoria Z:
1. o trabalhador deve perceber-se e ser percebido como ser humano
com consciência de toda sua criatividade e liberdade de expressão
dentro da organização.
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2. o fator humano é essencial no processo da organização para
aperfeiçoar os processos e a tecnologia.
3. O bom desempenho das organizações depende da motivação
humana.
4. O funcionário quer: participar, aprender, criar com liberdade,
ter iniciativa e estabilidade, ser responsável.
5. O homem busca segurança e estabilidade dentro de um grupo e da
organização.
A Teoria Z nasceu no Japão e pouco a pouco está implementando-se
nas organizações, nas empresa onde esta teoria é aplicada, encontra-se a
ênfase holística proporcionando aos funcionários e a empresa cooperação,
uma relação de confiança e uma integração de valores e bem estar. Os
trabalhadores são reconhecidos, participam tanto quanto os gestores, há
motivação, reconhecimento e dedicação para com a empresa, sem esquecer
dos lucros os clientes são valorizados com a qualidade dos produtos, preços
justos e responsabilidade jurídica e ecológica. As teorias X, Y e Z abordam o
comportamento humano nas organizações, pretendem desenvolver melhores
gerenciamentos melhorando também o clima organizacional, o grupo de
trabalhadores podem questionar todo o processo da produção aos custos,
sugerir mudanças para a rotina individual de cada um contribuindo assim para
melhoria do serviço e das relações do grupo dentro dos setores e abrangendo
o todo dentro de determinada organização.
A
A
A
A
a
A
A
A
A
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CAPÍTULO II
EMPRESA HOLÍSTICA
“...conjunto de valores, conhecimentos e costumes ligados a uma visão não fragmentada do mundo em que a organização é considerada um organismo vivo em
constante movimento, constituindo um sistema de eventos com uma constante interação e interdependência de sistemas maiores ou menores”.
( WEILL, 1995, p. 89).
Existem vários questionamentos, comentários, várias propostas,
hipóteses e iniciativas sobre a questão ambiental, a natureza e sobre o que
deve ser feito para salvar o nosso planeta, apontando a necessidade de
mudança nos valores tanto das organizações e principalmente dos seres
humanos, daí a importância de uma nova gestão, a gestão holística, que vem
com uma proposta de inovações, flexibilidade e humanização, pois embora já
tenham se passado alguns séculos ainda se encontra presente em muitas
organizações uma gestão fechada para o lucro, direcionada exclusivamente a
um mercado capitalista.
O mercado capitalista surgiu através das trocas realizadas entre
agricultores e artesãos, resultando a queda do sistema feudal abrindo espaço
para a formação do sistema capitalista ocasionado pelo aumento de produção,
mas principalmente pela transformação em massa dos produtos em
mercadorias deixando as cidades lotadas e efervescidas por essa nova
estrutura social. No sistema capitalista o valor de troca é mensurado pelo
tempo de trabalho em horas, os homens eram explorados, trabalhavam horas e
horas continuamente para garantirem o seu salário e o seu emprego, não
tinham benefícios, as mulheres e as crianças eram bastantes requisitadas, pois
o trabalho desenvolvido por ambas era bem mais barato sustentando e
ampliando ainda mais o capitalismo.
Com o tempo apareceram inovações tecnológicas, as fábricas que
cresciam à base da insalubridade e da periculosidade, encontraram o petróleo,
a energia e outros.
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No início do século XX Henry Ford cria a produção em série, a
fragmentação de tarefas baseado nos estudo de Taylor,
“...cronometrava os movimentos dos trabalhadores, dividindo-os nas tarefas que os compunham, chamando-as de unidades básicas de trabalho. Em seguida, analisava as unidades básicas de trabalho, procurando encontrar a melhor maneira de executá-las e de combiná-las para a tarefa maior” (MAXIMIANO, 2004, p.54)
cada operário será responsável por determinada tarefa, considerado uma parte
da engrenagem na empresa, sua opinião e criatividade não eram levadas em
conta e a liderança autoritária foi um marco da administração empresarial
durante muito tempo.
O sucesso do modelo mecanicista se deu pela promessa de eficiência
acompanhada pelo controle rígido tanto das pessoas quanto das organizações,
sempre defendendo:
- a necessidade do uso da linguagem de comando;
- a existência de uma rígida hierarquia;
- autoridade centralizada;
- obediência às regras e regulamentos;
- a responsabilidade somente para a chefia;
- a necessidade de treinos até a eficiência;
- disciplina;
- a divisão e a especialização das tarefas;
A organização que segue a linha mecanicista pode ter vantagens em
seu funcionamento ao se esperar:
- mesmo resultado diversas vezes;
- obediência conforme exigida;
- uma precisão;
E ter desvantagens como:
- não são abertas às mudanças;
- os funcionários não são considerados pessoas, são vistos como
componentes de uma máquina;
- se prendem à burocracia exagerada;
- os funcionários passam a ter comportamentos mecanizados;
- dificuldades em adaptação;
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Os modelos de gestão organizacional ocidental salientados por Taylor e
Fayol (mecanicistas) foram tornando-se superados nos anos 70 com a queda
da produção nas empresas e da competitividade das mercadorias, Estados
Unidos, tanto no mercado interno quanto no mercado mundial . Nesse mesmo
período os produtos vindos do oriente: Japão, Coréia e Taiwan melhoraram a
qualidade e o preço. A gestão participativa em diversos centros (Alemanha,
Suécia, Inglaterra e Japão) mostrou-se muito mais eficiente. A fase Taylor-
Fayol, não conseguia mais atender as novas necessidades do mundo
globalizado com um rápido avanço tecnológico e crescente aumento das
organizações e das sociedades, assim as empresas que se baseiam em um
modelo de gestão tradicional não conseguiram sobreviver diante das
exigências deste início de século, é preciso mudar velhos paradigmas, se
conscientizar dos processos de mudanças e adotar novos procedimentos para
que a empresa possa sobreviver, ou seja, surgem novas necessidades com
direções amplas envolvendo uma preocupação com o funcionário, já é visto
que para uma organização ser bem sucedida tem que conhecer e satisfazer as
necessidades de seus clientes, colaboradores e meio ambiente.
Atualmente somos guiados pela cultura norte-americana, que sofre
alterações sempre que surgem novas crises e desafios, nascendo outros
paradigmas e padrões que buscam o entendimento sobre a visão da
sociedade do tempo passado.
Para que aconteça a evolução de uma sociedade é preciso antes de
tudo uma mudança no seu sistema econômico, que esteja ligado à troca de seu
sistema de valores que envolva uma nova percepção, uma compreensão de
mundo com visão futurista, quebrando assim os velhos paradigmas já
determinados e traçados.
“...neste tipo de empresa o centro e a periferia se deslocam, as funções de produção e gestão se integram, a empresa passa a ser um conjunto articulado de subsistemas interdependentes que se ajustam em tempo real e não mais em uma série de atividades sucessivas. (RIBEIRO, 1993, p. 118)
Só bem mais tarde surge o conceito holístico, quebrando velhos
paradigmas e instaurando novos horizontes para a administração e seus
colaboradores marcando o desenvolvimento do novo século, valorizando o
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meio ambiente, o homem e suas novas tecnologias procurando sempre
conviver em harmonia com os seres e a natureza, sem haver fragmentação,
implantando um sistema integrado, flexível e holístico, procurando sempre
responder questões de interesse de seus funcionários como: o que?, porquê?
para quê? Questões que tiram dúvidas sobre o trabalho a ser desenvolvido
atendendo as necessidades dos funcionários, da empresa e ao mesmo tempo
preservando o meio ambiente.
No holismo as organizações não são divididas por departamentos
distintos ou tarefas isoladas, as empresas são consideradas como um corpo
só, são integradas e estão voltadas e disponíveis para a globalização, pois
graças à ela não há barreiras geográficas devido a tecnologia e comunicação,
com suas oportunidades e problemas, porém, possuem uma política humanista
que percebem a realidade e a abordagem sistêmica de maneira enriquecedora
que acreditam numa nova maneira de ver e de pensar o mundo na sua
totalidade com uma consciência ecológica de mãos dadas com a natureza.
“Ainda é impossível integrar todos os desenvolvimentos na ciência moderna em um paradigma coeso e abrangente. Entretanto, eles apresentam um elemento comum: Todos compartilham de uma profunda crença no sentido de que a visão mecanicista criada pela ciência Newtoniana/Cartesiana não mais deve ser considerada um modelo acurado e obrigatório de interpretação da realidade”. (GROF(1985), apud CARAVANTES, 2000, p. 31)
As empresas que trabalham com a gestão holística, têm uma cultura
organizacional holística combinando produtividade e pessoas chamado estilo
participativo de gestão, tratando as decisões e resultados financeiros em
comunhão com todos da empresa, com hábitos e comportamentos bem
diferenciados. se preocupando com o bem-estar de seus funcionários,
considerando a vida profissional e a vida pessoal, procurando assim contornar
os conflitos e ao mesmo tempo procuram conservar o bom profissional
utilizando tanto as políticas de recursos humanos caracterizadas pela mente,
corpo e espírito, como também por meios de benefícios, recompensas e
programas educacionais.
As organizações com a cultura holística trabalham com funcionários
responsáveis, interessados em aprender, conhecer, são satisfeitos com o seu
24
desempenho, interagem com a organização, possuem poder de decisão,
autonomia e facilidade no desenvolvimento de atividades que precisam de
maior dedicação ou mesmo de atividades que requer uma tomada de decisão
em grupo, como conseqüência essas organizações favorecem e ampliam a
capacitação e o conhecimento, gerando o crescimento individual, que originará
sucesso nas empresas e equilíbrio na natureza nos seus projetos comuns, a
visão de prioridade deixa de ser o lucro é transferida para os colaboradores e
consumidores, com um enfoque comunitário, social e ambiental mostrado por
todos que trabalham no projeto, preocupados com o planeta e seus recursos,
reconhecendo assim que partem deles a responsabilidade por uma mudança
para a melhora real do mundo que vivemos.
“Administrar é fazer coisas (com e) através de pessoas. Mais que normas, procedimentos, controles..., este conceito implica no desenvolvimento de um relacionamento tal que objetive alcançar resultados tanto profissionais quanto organizacionais. Portanto, ele ultrapassa os modelos técnicos e deságua no campo das interações humanas..." (VELLOSO; VELLOSO, 2000, p. 53)
§ Cultura Organizacional Holística ( COH )
“É um conjunto de valores, conhecimentos e costumes ligados a uma visão não fragmentada do mundo em que a organização é considerada um organismo vivo em constante movimento, constituindo um sistema de eventos com uma constante interação e interdependência de sistemas maiores ou menores.”
( Weill, 1995, p. 89) - Cultura significa: conjunto de valores, costumes e conhecimentos que
causam uma determinada maneira de ser em um grupo social ou
sociedade.
- Organização significa: é uma coletividade de pessoas com as
mesmas finalidades interligadas por um sistema.
- Holística: é uma visão que integra indivíduo, sociedade e natureza,
interdependentes, o todo se encontra em todas as partes em
constante movimento.
A Cultura Organizacional Holística propõe:
- mudança na política interna nas organizações;
25
- mudança na política externa nas organizações;
- mudança de hábitos;
- mudança de comportamentos;
- participação dos trabalhadores nas decisões;
- os funcionários e a produção são interesses da organização;
A gestão holística proporciona um ambiente alegre, todos os
funcionários e gestores sentem-se motivados, encontram no trabalho um
desafio amplo e intenso em suas atividades por abordarem juntamente a
proposta voltada a realização da tarefa, do projeto em questão ligado à
responsabilidade sobre salvação do planeta.
O interesse da organização holística é direcionado à soma do produto,
dos funcionários, dos consumidores e do meio ambiente, para que todos
consigam juntos sucesso coletivo, um resultado final benéfico, prazeroso em
todos os campos sem discórdias, sem competições, interagindo sempre um
com o outro.
Segundo Ribeiro (1993) as bases da administração holística são entre
outras:
Ø Estabelecer a missão;
Ø Definir os valores;
Ø Fixar as políticas;
Ø Actuar a longo prazo;
Ø Adoptar o princípio da não matéria;
Ø Agir em tempo real;
Ø Aceitar um único colectivo, que é a própria empresa;
Ø Romper com todos os limites internos e externos;
Ø Evitar intermediações;
Ø Actuar de forma flexível e descontraída;
Ø Antecipar-se às reivindicações;
Ø Evitar a crítica que desorienta;
Ø Premiar os acertos em cenários próprios;
Ø Desafiar visando a procura pela superação;
Ø Respeitar a individualidade;
26
Ø Estimular os "intrapreendedores";
Ø Assegura a todos uma fronteira própria para o seu desenvolvimento;
Ø Garantir o sentimento de pertencimento;
Ø Criar um clima de tranqüilidade e segurança;
A empresa holística, não se restringe somente a saber recrutar, admitir,
demitir e avaliar os funcionários, o seu processo de recursos humanos é bem
mais abrangente, requer conhecimentos mais profundos, voltados para o ser
humano ligado à natureza, ao cliente e consumidor formando uma rede
unificada com recursos inovadores com perspectivas que ultrapassam o
presente, indo além das necessidades materiais interagindo ao mesmo tempo
com o físico e mente procurando atingir a plenitude esperada.
Escolher um funcionário com uma visão holística, significa elevar o nível
da organização, é aceitar o funcionário no todo, gerando um futuro promissor
para a empresa, para o funcionário e para o planeta, é uma organização
dotada de características que superam as diferenças, as diversidades. A
empresa holística desenvolve o seu trabalho com o auxílio de:
- reuniões informais entre diretores e funcionários;
- planos de sugestões;
- pesquisas voltadas para o clima organizacional;
- críticas.
“Definitivamente, não basta treinar, pois isto conduz à robotização dos
trabalhadores. Faz-se necessário educá-los, pois isso contribui para sua maior
amplitude de pensamento e flexibilidade. E não é exatamente isso que
precisamos?” (CARAVANTES, 2000, p. 85)
A abordagem holística integra desenvolvimento pessoal da
administração por objetivos, a interação valorizada pelo Desenvolvimento
Organizacional e a valorização da intuição do modelo japonês, têm condições
de atender os seus funcionários no todo.
Existem várias organizações que atuam dentro da abordagem holística,
destacarei três empresas, entre tantas outras, para representá-la, mostrando
que a sua aplicação não só é possível como também perfeitamente viável
dentro do contexto do terceiro milênio, elas estão atuando a bastante tempo,
27
são reconhecidas no mercado nacional e internacional, têm profundo
conhecimento da sua responsabilidade social, com o respeito para com o ser
humano (colaboradores e clientes), com a natureza (responsabilidade com o
meio ambiente) e com seus produtos (oferecendo itens de qualidade para a
sociedade).
A seguir um pequeno histórico sobre estas organizações, seus
funcionários e atuação:
§ Basf
Oferece uma grande variedade de produtos: químicos, plásticos, agricultura,
química fina além de óleo cru e gás natural. Sua abordagem é conhecida
como - integração total. Está no Brasil há 90 anos ( Empresa Alemã), está
sempre adiante às exigências do mercado, estimula os seus colaboradores.
É engajada em vários projetos de cunho social, de desenvolvimento
sustentável, além de reciclagem de garrafas PET.
Os colaboradores BASF estão comprometidos com: rentabilidade
sustentável e desenvolvimento sustentado, com a satisfação do cliente,
fornecer serviços de alto nível; as questões de segurança, saúde e proteção
ambiental estão em primeiro lugar, incentivo a diversidade intercultural,
trabalho em equipe e ao diálogo em todas as áreas da empresa. As
contratações não são discriminadas quanto à: raça, cor, sexo, condição
física ou social. O número de funcionários no Brasil é de 3.541, a empresa
oferece vários benefícios para os empregados é feita uma pesquisa de
opinião junto aos colaboradores para avaliar o nível de satisfação com a
empresa, procurando conhecer os problemas, saber o que está satisfatório,
os pedidos de mudança, as sugestões, as críticas e as propostas de
mudança.
§ Bunge Alimentos
Empresa líder na comercialização de grãos em geral. Produz vários
alimentos para as indústrias e consumidores em geral (óleos vegetais,
margarinas, gorduras vegetais, pré-misturas para panificação), procura
desenvolver novos produtos ampliando seu mercado de ação sempre com
28
qualidade e respeito com o homem e a natureza. Está no Brasil há 103
anos (Empresa Holandesa), respeita a diversidade, oferece oportunidades
iguais em seus processos seletivos. Os seus valores sâo: Sinceridade,
Integridade, Compromisso, Confiança, Trabalho em Equipe e outros. O
número de funcionários no Brasil é de 7.342, a empresa procura valorizar e
desenvolver os colaboradores para o trabalho em equipe com motivação de
forma descentralizada, o ambiente de trabalho é motivador com clima
informal, eles contam também com a participação dos lucros. Os benefícios
para os funcionários são bem abrangentes, oferecendo segurança e
tranqüilidade aos beneficiários. Realiza pesquisas junto aos seus
colaboradores para melhorar as condições de trabalho com campanhas
nacionais contando com a participação de todos os colaboradores e
parceiros.
• Siemens
Empresa prestes a completar 100 anos, atua no mercado de:
telecomunicações, indústria, energia, transportes, medicina e iluminação.
Procura aperfeiçoar seus produtos com qualidade, atendendo as
necessidades de seus clientes assim como a preservação da natureza. Os
principais valores da empresa são: fortalecer o cliente, incentivar a
inovação, dar autonomia aos colaboradores e responsabilidade empresarial.
Tem 7.482 funcionários e uma política de diversidade para a contratação de
novos colaboradores incluindo Pessoas Portadoras de Necessidades
Especiais, oferece oportunidades de carreira, ótimo ambiente de trabalho,
uma ampla gama de benefícios, programas de MBA em vários níveis e
diversos treinamentos para os seus colaboradores. E empresa realiza
anualmente pesquisa de satisfação junto aos funcionários para avaliar o
ambiente organizacional e identificar possíveis melhorias nos setores.
A administração holística tem uma proposta diferenciada que enfatiza a
precisão da realidade de se considerar o todo, sem o uso da autoridade como
um meio de controle, desfazendo as estruturas de uma administração
convencional chamados departamentos, setores e diretorias, acreditando na
29
globalidade, no potencial, na criatividade de seus colaboradores considerando
a participação coletiva, otimizando todas as áreas envolvidas baseada em
valores vivenciando uma mesma cultura com a certeza de dar e obter
benefícios necessários para então atingir as metas em questão e os lucros.
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30
CAPÍTULO III
O APRIMORAMENTO HUMANO E A EMPRESA
HOLÍSTICA
“A mais elevada finalidade da sociedade é conseqüência das vantagens que assegura a cada um. Cada um sacrifica racionalmente a essa
conseqüência uma grande quantidade de coisas. A sociedade, portanto, muito mais. Por causa da dita conseqüência, a vantagem pontual de
cada membro da sociedade anda perto de se reduzir a nada”. (GOETHE,2001, p.95 )
Desde a antigüidade o homem aprendeu a agir sobre o meio-ambiente
para obter o que necessita para sua subsistência, modificando a natureza para
suprir suas necessidades, desde que descobriu a primeira ferramenta
arrancando lascas de seixos para torná-las cortantes, vem aprimorando a cada
geração os seus instrumentos, bem como suas utilizações. Analisando sua
evolução ao longo do tempo notamos que o trabalho é uma tendência natural
na vida do homem e neste processo ele nunca está sozinho, mas depende do
grupo e da sociedade onde está inserido para melhorar cada vez mais suas
ferramentas e condições de trabalho, essa relação atinge tanto as sociedades
mais primitivas quanto as mais avançadas. “Na medida em que a satisfação é
atingida, ampliam-se as necessidades a outros homens e criam-se as relações
sociais que determinam a condição histórica do trabalho.” (OLIVEIRA,1991, p.
05) Partindo da comunidade primitiva, passando pela asiática, escravidão,
feudalismo e capitalismo trataremos das relações entre o processo de
produção e do comportamento humano nessas diferentes etapas da
organização da sociedade.
• Modos de Produção:
No Modo de Produção Primitivo a terra era de todos, os homens eram
livres viviam da caça de pequenos animais e recolhiam alimentos, apenas o
suficiente para o dia-a-dia, que eram divididos entre todos da tribo e
imediatamente consumidos, não existia hierarquia, moravam em cavernas,
todos trabalhavam, o homem estava intimamente ligado à natureza, suas
31
ferramentas eram instrumentos de lascas de pedra e pedaços de madeira. Aos
poucos aprenderam como fazer e utilizar utensílios de barro, arco e flechas e
descobriram o fogo, passaram a construir casas, não dependendo mais das
cavernas puderam escolher locais com melhores condições para morar. Nesta
época os homens cuidavam da caça e da pesca e as mulheres colhiam frutos e
cuidavam da casa. As tribos tinham contato umas com as outras faziam trocas
materiais e não comerciais, o homem se preocupava com a sua sobrevivência.
“A terra é o meio básico para o funcionamento das comunidades tribais: é propriedade comum (pertence a toda comunidade), inclusive dos mortos. A principal atividade econômica é a agricultura, juntamente com a criação de animais de corte e de tração; a caça e a pesca são atividades subordinadas.” (OLIVEIRA, 1991, p. 11)
Os homens aprenderam a domesticar alguns animais e as mulheres a
cultivar algumas espécies. A produção passou então a exceder as
necessidades da comunidade e também não dependiam apenas dos gêneros
oferecidos pela natureza. Com a descoberta do metal, os instrumentos de
trabalho melhoraram consideravelmente, os homens passaram a se dedicar
principalmente à agricultura. As trocas de mercadoria tornou-se uma
necessidade, todos trabalhavam e tinham o que necessitavam. A produção de
excedentes e a fixação da comunidade na terra (apropriação) contribuíram
gradativamente para o desaparecimento da sociedade primitiva.
O Modo de Produção Asiático: no Oriente Próximo (Egito, China, Índia e
África) surgiram os primeiros Estados, que tinham como função garantir o
bem-estar, a justiça, a ordem e os direitos dos proprietários de terra. Sua
economia dependia de pequenos camponeses que tinham a obrigação de
trabalhar e cuidar da terra, já que pertenciam a comunidade e a comunidade se
submetia ao Estado, a produção era entregue ao Estado como pagamento pelo
uso das terras e distribuída aos nobres, sacerdotes e exército.
“Toda sociedade asiática nasceu de contradições surgidas no funcionamento das comunidades primitivas, em que o avanço das forças produtivas promoveu a ruptura das relações comunitárias fundamentais, permitindo o domínio de uma unidade produtiva sobre as demais quando a agricultura se desenvolve a ponto de construir excedentes regulares, que geram desigualdades na distribuição e na redistribuição”.(OLIVEIRA, 1991, p. 17)
32
A comunidade obedecia o rei, faraó ou imperador que a governava, viviam na
ignorância e acreditavam que o grande deus controlava tudo. Começou neste
período as sociedades de classes onde predominava a servidão (exploradores
e explorados).
As famílias nobres precisavam de mais pessoas para trabalhar na terra,
então os povos vencidos em guerras tornavam-se escravos, eles eram
propriedades do Estado e trabalhavam nas terras dos nobres, no serviço
pesado (extração de pedras e construção), no artesanato e no serviço
doméstico, haviam homens pobres que se vendiam para sobreviver ou que no
lugar de pagamentos de dívidas tornavam-se escravos. Os escravos eram
obrigados a produzir riquezas e prestar serviços para seu dono, os pequenos
artesãos e camponeses continuavam livres. As formações escravistas tiveram
inicio na Grécia e Roma e durante muitos séculos este Modo de Produção
Escravista proporcionou ao dono da terra uma situação bem confortável, a
produção era usada para pagar impostos aos governantes e religiosos, a
relação entre nobres e escravos era de domínio e sujeição. “..., o escravo é
realizador do trabalho, o que produz, o produtor direto, mas, como propriedade
de outro homem, é também meio de produção, propriedade móvel, que pode
ser vendida”. (OLIVEIRA,1991, p. 31)
Com o fim do Império Romano causado pela má administração dos
imperadores e várias invasões bárbaras as pessoas abandonaram as cidades
e foram para o campo em busca de um lugar mais seguro, foi o inicio do Modo
de Produção Feudal onde a terra era doada pelo rei ao senhor feudal (nobres),
que morava no feudo, as áreas em volta divididas por lotes eram cultivadas
pelos servos. Os servos não eram escravos, mas ao receberem seu lote
ficavam presos à terra e tinham que trabalhar sempre com o mesmo senhor
feudal, os camponeses produziam para os nobres e além da terra ficavam
protegidos dentro dos feudos, a economia era baseada na agricultura,
pecuária, mineração, artesanato e o comércio.
“Os antigos pequenos e médios proprietários, recebendo as suas próprias terras de volta em troca de proteção, na medida em que permanecem nelas como trabalhadores, recebem-nas agravadas dos efeitos do beneficium, um compromisso regulamentado de entrega pelo camponês ao senhor de uma
33
parte dos produtos obtidos na exploração”.(OLIVEIRA, 1991, p. 49)
Esta sociedade era formada por duas classes definidas pelo nascimento:
senhores e servos, havia também o clero que possuía muitas terras e grande
influência com o rei, nobres e camponeses, implantando sua ideologia de que
tudo ocorria pela vontade de Deus, as relações eram de dominação e servidão.
Este modo de produção predominou na Europa durante a Idade Média, com o
crescimento da população e do consumo, a exploração dos trabalhadores
também aumentou, causando protestos, revoltas e fuga para os centros com
grandes repressões dos nobres e do clero, nas cidades a produção dos
artesãos também era freada pela ordem feudal, houve um aumento da
circulação de moedas, o surgimento da burguesia, várias doenças como a
peste negra assim os senhores feudais perderam seu poder, estes
acontecimentos deram início as relações capitalistas de produção.
O Modo de Produção Capitalista foi se instalando, primeiro na Europa e
a partir do século XVIII após a Revolução Industrial na Inglaterra e segue seu
caminho até os dias de hoje, com ele surgiram dois grupos sociais: a burguesia
e os assalariados, este sistema econômico caracterizado pelas atividades
bancárias, comércio de mercadorias e pela produção para o mercado como
formas de enriquecimento, acumula e concentra riquezas, seus mecanismos
asseguram alto lucro para os donos do capital.
Os burgueses acumularam capital através do comércio marítimo e da
exploração do ouro e da prata, os artesãos ricos adquiriram oficinas dos
artesãos pobres iniciando assim o trabalho assalariado. “Tanto na Inglaterra
com na França, as condições criadas pelo mercantilismo determinaram a
ascensão política da burguesia através do processo revolucionário”.
(OLIVEIRA, 1991, p. 74) Esta acumulação de capital pelo comércio e pela
exploração do trabalho humano deu-se o nome de Capitalismo. O Estado
continuava a buscar poder e riquezas, dominando colônias, adquirindo metais e
explorando o comércio. A primeira fase do Capitalismo abrange as grandes
navegações para obter especiarias e matéria-prima para a Europa, na segunda
fase acontece a Revolução Industrial e o acúmulo de riqueza pelo comércio e
pela indústria, a terceira começa no século XX, após a segunda guerra
mundial e está em pleno vigor até nossos dias, há muitas empresas e Bancos
34
levando à fusões de grandes corporações internacionais reduzindo custos e
aumentando os lucros.
As empresas cresceram de forma rápida e desorganizada, a população
precisava de produtos e serviços, logo sentiram a necessidade de aplicar
métodos científicos para se organizarem conseguindo aumentar a produção e
os lucros. Muito diferente do modo feudal de produção, onde o trabalhador
participava de todo o processo de produção, no modo capitalista surge o
trabalho fragmentado, nele o homem é tratado como se fosse parte de uma
máquina e realiza o trabalho em série obedecendo ordens sem
questionamentos. Esta ênfase mecanicista foi originada por Taylor, o modelo
foi baseado nos métodos científicos que poderiam direcionar uma melhor
execução das tarefas continuamente, os funcionários eram selecionados,
motivados e treinados para que estes tivessem comportamentos esperados
pela organização, seu trabalho era observado e analisado diariamente para
então ter a possibilidade de concretizar a ação de maneira perfeita e prevista
num processo racional, os operários ficaram encarregados do trabalho físico,
enquanto que a gerência ficou responsável pelo planejamento, controle e
execução das tarefas, este modelo desenvolvido por Taylor deveria ser
aproveitado em fábricas, hospitais, escolas e universidades.
“Taylor e seus colegas do movimento acreditavam que a prosperidade econômica somente seria conseguida com a maximização da produtividade dos trabalhadores. Isso, por sua vez, só se conseguiria se os trabalhadores fossem mais eficientes”.( MAXIMIANO, 2004, p.54)
Ao definir esses critérios, tornavam-se subentendidos que seria possível
obter: geração de lucros, produtividade e eficiência.
Dando continuidade aos princípios de Taylor, Henry Ford introduziu a
produção em série, nas linhas de montagens cada operário é responsável por
uma parte da produção, os produtos são colocados em esteiras rolantes
necessitando de grandes investimentos e espaços para as fábricas, em
compensação a produção e os lucros eram bem compensatórios, atualmente
este modo mecanicista ainda é amplamente utilizado por grandes indústrias.
Fayol divulgou a Teoria da Administração baseada em sua própria
experiência, ao contrário de Taylor esta teoria era aplicada na empresa de cima
para baixo (da direção para a execução), para ele todos são responsáveis
35
proporcionalmente pelo bom andamento da organização “O operário que faz
todos os dias a mesma peça e o chefe que trata constantemente dos mesmos
negócios adquirem mais habilidade, mais segurança e mais precisão e,
consequentemente, aumentam o rendimento.”(Fayol, 1990, p.44), para ele este
modelo de administração deveria ser aplicado em todas as áreas ela exige:
planejamento, organização, comando, coordenação e controle. Fayol fez da
administração um processo distinto, para uma boa administração indicou
quatorze princípios gerais: divisão do trabalho, autoridade, disciplina, unidade
de comando, unidade de direção, subordinação dos interesses individuais,
remuneração, centralização, linha de comando, ordem, eqüidade, estabilidade
dos funcionários, iniciativa e espirito de equipe. Apesar de sua ênfase na
estrutura o seu objetivo era o mesmo que o de Taylor maior eficiência e
produtividade nas empresas.
De acordo com o sociólogo Max Weber, após a sua análise sobre essa
teoria, no campo da mecanização da indústria e as formas burocráticas de
organização, afirmou que os processos de administração são guiados pela
burocracia e a produção é regida pela máquina, para assegurarem a eficiência,
a precisão, a regularidade conseguidas através da divisão de tarefas para os
seus funcionários, com suas regras, regulamentos, acompanhados de uma
rígida hierarquia a ser seguida.
Taylor com a Administração Científica (produção), Fayol com a
Administração Geral (organização) e Weber com a Teoria Burocrática
(burocracia) deram uma grande contribuição na organização das empresas,
estes pioneiros ignoraram o bem mais precioso dentro da organização do qual
todas elas dependem, o capital humano, cada pessoa com seus princípios,
necessidades, desempenho e sentimentos...
Em oposição aos métodos onde o homem era visto como uma máquina
surgiu nos EUA a Abordagem Humanística da Administração através da
Experiência de Hawthorne de Elton Mayo, por volta dos anos 30, em
decorrência da Teoria das Relações Humanas com origens voltadas para o
humanismo à procura de uma adaptação a um novo padrão de vida,
desenvolvida num período difícil, com problemas econômicos-financeiros, com
uma presença forte de sindicatos e com um alto índice de desemprego. Essa
36
teoria iniciou o interesse de democratizar e humanizar a administração
direcionando a atenção às pessoas e grupos sociais se opondo à Teoria
Clássica da administração. A experiência chegou à conclusão de que a
produção depende da integração social, que o indivíduo age conforme o seu
grupo, que o “estar junto” motiva o funcionário entre outras. “Em essência,
essas conclusões diziam que o desempenho das pessoas era determinado não
apenas pelos métodos de trabalho, segundo a visão da administração
científica, mas também pelo comportamento. “ ( Maximiano, 2004, p. 62)
Na década de 80 com a globalização o Toyotismo se evidenciou no
Japão e alcançou projeção mundial, neste sistema de produção os produtos
são elaborados em pequenas quantidades, são vários produtos diferentes com
a finalidade de suprir o mercado externo gerando assim condições de obter
outros gêneros, alimentos e condições necessárias para o desenvolvimento
interno do país. Neste sistema o trabalhador não podia saber apenas uma
única função, então investiu-se na qualificação do trabalhador, institui-se o
programa de qualidade total em todas as etapas do processo produtivo e o
controle de estoque (apenas o necessário para a produção imediata).
Atualmente as necessidades e as preocupações deixaram de ser as
mesmas do século XX que se prendiam a diminuição de custos e o aumento
dos lucros, estas são mais abrangentes tanto para os funcionários como para
administração, é o surgimento da cultura holística.
Esta nova leitura global que dá lugar a uma cultura organizacional
diferenciada chamada Cultura Organizacional Holística.
De acordo com Ludwig (2007), “o novo papel do ser humano no mundo
do trabalho deve estar no centro das discussões para que as empresas
consigam criar um ambiente mais propício ao crescimento”. O diálogo, a
reflexão e o questionamento são valores éticos e hábitos com uma
interpretação direcionada para o todo, quebrando paradigmas, focalizando o
comportamento do homem com o meio ambiente, com propostas e objetivos
que envolvam comunidades, investidores, funcionários, clientes, fornecedores,
governos e meio-ambiente como:
♣ conseguir interagir o homem à natureza;
♣ ter um equilíbrio ecológico;
37
♣ proporcionar uma qualidade de vida;
Nasce um interesse em entender as diversidades de idéias , procurando
aproveitá-las partindo da consideração pelo estado físico, mente, espírito e
meio ambiente com o propósito de ampliar o enriquecimento do homem através
do seu comprometimento gerando uma satisfação coletiva, um processo de
reeducação, cooperação, integração e interesse em todos por todos por meio
de treinamentos, trabalho em equipe, privilegiando a igualdade de direitos e
deveres, para que então a meta tenha o verdadeiro sentido, assim o projeto
determinado será alcançado com prazer e sucesso coletivo permitindo que o
funcionário da empresa holística faça parte de um processo de aprendizagem
contínuo, participando do processo de decisão desenvolvendo a sua
capacidade pessoal e profissional sendo valorizado, bem aproveitado e
respeitado plenamente em suas atividades com motivação e sentimento de
conquista numa estrutura que é formada por uma reação em cadeia com uma
parceria administrativa que favorece seus colaboradores com programas
sociais que integram a saúde, a família e a natureza deixando todos satisfeitos
e dispostos para o mesmo ideal.
Na empresa holística as decisões têm a participação de todos, o
trabalho não exige necessariamente a presença de um chefe, pois cada um
assume sua responsabilidade, o funcionário é preparado e compreendido em
sinergia com a equipe que requer a colaboração de um líder para orientar e
participar das tarefas, ele é somente um facilitador, todos trabalham de maneira
tranqüila, participativa, ouvindo as idéias e opiniões, sem concorrência, com
otimismo e plenitude para a solução dos conflitos.
Os funcionários recebem da empresa holística alguns benefícios que
colaboram com a saúde, com tratamentos direcionados ao:
♣ Stress
♣ Hábitos Alimentares
♣ Atividade Física
♣ Prevenção de Doenças
♣ Suporte Social
♣ Tabagismo / Alcoolismo
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♣ Imunização
Os funcionários que aderem o tratamento que a empresa holística oferece
percebem uma mudança no seu estilo de vida após uma melhora em:
⇒ auto-estima
⇒ saúde e estilo de vida
⇒ resistência ao estresse
⇒ disposição geral
⇒ educação nutricional (feito).
Enfim, há uma troca e uma mesma sintonia favorecendo primeiramente
a natureza por haver princípios de preservação, uma estimativa ampliada de
qualidade de vida ao funcionário por acreditar em si mesmo e naquilo que faz
gerando a realização do projeto baseado na harmonia entre o meio ambiente, o
homem e o trabalho.
Portanto, após décadas de uma gestão mecanicista, a empresa holística
surge e faz a diferença em nosso planeta, respeitando o meio ambiente,
procurando aproveitá-lo e reintegrá-lo às necessidades do homem que aprende
a se considerar como uma das partes do todo, desenvolvendo projetos, metas
que abraçam à diretoria e funcionários interagindo-os num mesmo propósito,
numa preocupação única em garantir a preservação da natureza, a superação
nas perspectivas e nos resultados almejados através da verdadeira
colaboração de seus funcionários em conjunto com seus organizadores por
intermédio da sabedoria, ética, respeito, cidadania, valores e orgulho por
conhecer a importância de cada ser que está no processo de totalidade da
vida.
a
a
a
a
a
39
CONCLUSÃO
“A mente que se abre a uma nova idéia, jamais
voltará ao seu tamanho original”. EINSTEIN
No terceiro milênio o homem precisa estar consciente de suas
responsabilidades com ele mesmo, com seus semelhantes e com o planeta. A
preservação ecológica e o consumo desenfreado devem estar constantemente
em pauta para a sobrevivência de futuras gerações. Ao longo de sua existência
passando do modo de produção primitivo ao capitalismo, na busca incessante
por posses e lucros a humanidade desencadeou um processo autômato
esquecendo-se do seu lado humano, da convivência familiar e da natureza
para seu equilíbrio físico, emocional e espiritual.
“Mais do que máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura! Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido." (CHAPLIN, Charles. em discurso proferido no final do filme O grande ditador.)
As organizações não podem ignorar a necessidade de mudanças, desde
que foram atingidas pela globalização e grandes inovações tecnológicas
necessitam rever suas diretrizes estabelecendo novas bases e ações, não
precisam ficar estagnadas em velhos paradigmas, mas assumir uma
responsabilidade voltada para a abordagem holística integrando: homem,
família, trabalho, sociedade, cidade e planeta. Afinal somos todos partes do
mesmo todo e o que acontece em determinada área acaba afetando todas as
outras.
As empresas não precisam tratar seus colaboradores como se fossem
máquinas (sem vontade própria, sem dar importância as suas idéias,
pensamentos e sentimentos), é necessária a disposição para inovar, a prática
de ações diferenciadas, conceber uma alta percepção humana no presente
com perspectivas futuras comuns para realmente representar a proposta que
apresenta a empresa holística, os clientes externos também merecem o
40
mesmo respeito e consideração tanto ao adquirir produtos quanto a qualidade
deles, além de tudo não se deve esquecer da preservação de nossas reservas
naturais e do meio ambiente em que vivemos.
Quando o funcionário escolhe uma organização com a abordagem
holística como sua aliada o sucesso é garantido, tanto no âmbito profissional
quanto no pessoal, pois esta sintonia entre as partes é a formação do todo. A
organização consegue atingir as suas metas, elaborar novos planos através da
colaboração, aceitação, realização plena de seus funcionários, ou seja, a
missão é cumprida e todos estão aptos e preparados para novos desafios
exercendo e desfrutando os benefícios, a mais, este funcionário, que observa e
analisa os atrativos benefícios, as probabilidades de crescimento profissional e
meios de vida mais convidativos, acaba resultando no sucesso da empresa
pelo desempenho integral de seus funcionários, tanto o produto como o ser
humano não são focos isolados de preocupação da empresa, ambos estão
interligados, independe se são funcionários ou clientes, todos formam um ciclo,
uma cadeia onde o lucro não é objeto é uma conseqüência com satisfação
mútua e aumento de produtividade são os resultados da integração existente
entre todos.
A
A
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A
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A
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A
A
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A
A
A
44
ÍNDICE
Folha de Rosto
02
Agradecimentos
03
Dedicatória
04
Resumo
05
Metodologia
06
Sumário
07
Introdução
08
Capítulo I – Conceito Holístico
10
Capítulo II – Empresa Holística
20
Capítulo III – O Aprimoramento Humano e a Empresa Holística
30
Conclusão
39
Bibliografia
41
Índice
44
a
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