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Grupo Disciplinar de Português
e Biblioteca Escolar
Concurso de Expressão Escrita
“Uma História na Floresta” 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico
Escola Básica e Secundária
de Ponte da Barca
Março | 2013
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Sumário
Apresentação . . . . . . 03
1.º Ciclo do Ensino Básico . . . . 04
Anjos da Floresta . . . . 05
Um Segredo na Floresta. . . . 07
Uma História na Floresta . . . 11
Uma História na Floresta. . . . 14
Preservação do Ambiente e da Floresta . 16
A Floresta e o Ambiente . . . 18
Um passeio à beira rio . . . 20
2.º Ciclo do Ensino Básico . . . . 22
Uma Aventura Inesperada . . . 23
A Natureza surpreende?!... . . . 26
A Floresta . . . . . 28
A Sombrinha do Rei Leão . . . 30
Floresta Mágica. . . . . 32
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Apresentação
O Grupo Disciplinar de Português e a Biblioteca Escolar/Centro de
Recursos Educativos do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca
promoveram um concurso de expressão escrita subordinado ao tema “Uma
História na Floresta”.
Com esta iniciativa, desenvolvida em dois escalões – 1.º e 2.º Ciclos do
Ensino Básico –, pretendeu-se favorecer a autonomia e o espírito crítico dos
alunos, desafiar a sua criatividade e o exercício da expressão escrita e, ao
mesmo tempo, contribuir para o aprofundamento de princípios de cidadania
ambiental e de uma cultura cívica promotora da defesa do meio ambiente e dos
recursos naturais de que o Concelho de Ponte da Barca é tão rico.
Os trabalhos foram desenvolvidos sob a orientação do respetivo professor
titular da turma ou da disciplina de Português que, depois de uma seleção,
encaminhou para o júri os melhores textos.
Reconhecendo o empenho e a qualidade de todos os originais
apresentados, a equipa responsável pela análise final considerou merecedores
de uma felicitação especial um trabalho em cada escalão: “Anjos da Floresta”,
de Alexandre Manuel Correia de Araújo, 4.º C (1.º Ciclo do Ensino Básico) e
“Uma Aventura Inesperada”, de Joana Ferreira, 6.º D (2.º Ciclo).
O e-Book que agora publicamos reúne os textos apurados ao nível das
turmas, constituindo, em nossa opinião, um interessante documento que bem
poderá servir de ponto de partida para um trabalho de educação ambiental.
Resta-nos agradecer ao Prof. Carlos Seco, Subcoordenador do Grupo de
Informática, pela disponibilidade que teve para editar este e-Book e também
felicitar os participantes, desejando que esta atividade contribua para o
aprofundamento de uma atitude cívica cada vez mais responsável na relação
que todos somos chamados a manter com a Natureza.
Porque, como lembra a Inês Filipa Costa, “a terra é a nossa casa, temos
que cuidá-la e protegê-la para um futuro melhor!”.
Prof. António Rocha, Subcoordenador do Grupo Disciplinar de Português
Prof. Luís Arezes, Coordenador da Biblioteca Escolar
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1.º Ciclo
do Ensino Básico
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Anjos da Floresta
Alexandre Manuel Correia de Araújo, 4.º C
Num dia quente de verão, em plena floresta, uma coelha
chamava pelos filhos ainda novinhos.
– Vamos à procura do pequeno-almoço, antes que o calor
aperte – disse a coelha.
– Está bem – disse o Tó que se
aproximava da mãe com a Becas e a
Lara mesmo atrás dele.
Onde procuravam de comer,
era uma pequena clareira, rodeada
de grandes árvores: eucaliptos,
pinheiros e alguns carvalhos. Ainda
nesse local, havia uma pequena
nascente de água que borbulhava
entre umas rochas que ali havia.
Essa água escorria fazendo um reguinho que desaparecia na terra.
Era o local que aquela coelha escolhera para viver com a sua
família.
Quando já estavam satisfeitos, a mãe mandou-os para a toca,
que era a sua casa. Eles fizeram o que mãe lhes mandou. A mãe
coelha ficava sempre por perto, fora da toca.
Por volta do meio-dia, ela começou a ficar preocupada, sentia
no ar um cheiro a fumo. Quando deu por ela, estava perto um
grande incêndio que estava a devastar tudo em redor. A mãe dos
coelhinhos, muito aflita, não sabia o que fazer para salvar os seus
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filhos. Mandou-os sair da toca e esconderem-se entre os arbustos
que ali houvesse, enquanto o
perigo não passasse.
E não é que a família de
coelhos teve sorte! Os
bombeiros apagaram o
incêndio mesmo a tempo. A
linda clareira ficou a poucos
metros do local, onde os
bombeiros deram o incêndio
por controlado.
Foi um final muito feliz. A
casa dos coelhinhos e os
arredores ficaram intactos. Os bombeiros conseguiram salvar a
floresta.
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Um Segredo na Floresta
3.º Ano – Turma B
Era a véspera do dia de Carnaval. Os primos Lúcia, Ana, Né e
Zeca foram dar um passeio em família à serra do Gerês. Estava um
dia lindo! A chuva tinha parado de cair e, através do verde das
plantas, o sol dominava toda a mata, apesar do frio que ainda se
fazia sentir.
– Será que vai nevar? – perguntou o Zeca ansioso.
– Não! Para isso deveria estar a chover. – retorquiu a Lúcia,
sob o olhar atento da Ana.
– Que pena! Gostava tanto que nevasse! Seria um dia em
cheio. – disse o Né.
Apesar da ausência da neve, a floresta estava maravilhosa! As
árvores bailavam suavemente, umas vestidas com as suas folhas
verdes e outras à espera de serem vestidas pela costureira
primavera, que chegaria em breve. Junto ao solo, as ervas mais
pequenas acompanhavam as árvores no seu bailar ritmado. Essas
eram apenas verdes, lindas e brilhantes.
– Meninos, vamos lanchar! – chamaram os pais, olhando em
volta e procurando os filhos que estavam, tal como exploradores,
atentos a tudo o que os rodeava.
– Já vamos! – disseram em coro, ao mesmo tempo que deram
um salto assustados.
– Que é isto? – perguntou a Ana com ar de medo e espanto, ao
olhar para um corço elegante. Os primos nem se mexeram.
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– “Isto” sou eu: um corço do Gerês! O mais admirado de todos
os animais que vivem nesta floresta. Eu, em particular, sou o mais
espantoso de todos os animais desta região. Uma fada boa, há
muitos anos, deu-me o poder de falar. Pois aqui está a minha
história! É a primeira vez que a conto a humanos.
– Hum! Então tens esse poder há tantos anos e nunca falaste
com humanos!?
– Nunca. A fada transmitiu-me esse poder, mas de forma
regrada: só podia fazê-lo com crianças que sentissem pela floresta
a mesma admiração e a mesma ternura que todos os seus
habitantes: os animais. Sinto que é o vosso caso.
– Né! Então, onde estão vocês? – gritou o pai, já impaciente.
– Já vamos, papá! Estamos apenas a acabar uma brincadeira.
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– Ide, mas não conteis a ninguém este segredo. Ajudai as
pessoas a compreenderem que só preservando a floresta e todos
os seus seres vivos o planeta terá futuro. Neste Parque, tenho visto
de tudo! As pessoas admiram a sua beleza infinita, mas pouco
fazem no seu dia a dia para a manterem. Desconhecem que são
todos os gestos diários, aqui e nas suas casas, que salvarão a
natureza e as suas próprias vidas.
– Parece um sonho! Nem acreditariam em nós. – concluiu a
Lúcia com os olhos a brilhar de alegria.
– Lembrem-se que a floresta depende do tratamento e do
cuidado que as pessoas terão por ela. Mas as pessoas e a sua
sobrevivência na Terra dependerão também dessa proteção. A
floresta é de todos e para todos.
Os primos, eufóricos e ainda incrédulos, devoraram o lanche
em poucos minutos.
– Mãe, não te esqueças de guardar todas estas embalagens
para colocarmos nos ecopontos.
– O quê!? O meu filho a dar-me os conselhos que tanto me
esforço para que ele próprio os siga?!
– Não te preocupes, tia – disse a Ana –, de agora em diante
nada faremos que prejudique a mãe Natureza!
– Não sabia que no Carnaval também há milagres! – gracejou
a mãe do Zeca e da Lúcia, perante a gargalhada de todos.
Ao irem embora, os primos olharam para a moita onde tinham
visto o corço e lá estava ele, belo e imponente, a vigiar a “sua?”,
não, a nossa floresta. Com o olhar dizia “não se esqueçam do
nosso segredo”.
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O céu passou de azul a cinzento e a pouco e pouco flocos
pequenos de neve invadiram o céu. Que alegria para todos! O dia
estava perfeito!
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Uma História na Floresta
Inês Filipa Martins Costa, 4.º C
Era uma vez um menino que se chamava Tiago e vivia na
floresta. Ele gostava de
ajudar os animais e, na
floresta, não deixava
ninguém deitar lixo para o
lago e para o chão.
Então, um dia, um
outro menino foi passear
para a floresta, mas como
não estava habituado a andar na floresta perdeu-se e o Tiago
encontrou-o e levou-o para a sua casa na árvore.
O menino estava cheio de frio e de fome, então o Tiago
perguntou-lhe:
– Como te chamas?
– Eu chamo-me Chico! E tu, como te chamas?
– Eu sou o Tiago e moro na floresta.
– Queres morar comigo? Vou ensinar-te a cuidar da floresta.
Primeiro, tens que comer e aquecer-te, depois vamos dar uma
volta. Enquanto passeavam, o Tiago explicou-lhe:
– Na floresta, temos que cuidar das árvores, porque elas dão-
nos o oxigénio, a sombra, os frutos, lenha para nos aquecermos no
inverno e dão um lar para os pássaros. Temos que manter os rios e
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os lagos limpos, pois precisamos da água para sobrevivermos.
Precisamos dos animais para nos fazer companhia.
Então o Chico perguntou:
– Como é que eu posso cuidar do ambiente na cidade?
– Podes começar por poupar energia, deves desligar sempre
os equipamentos elétricos,
quando não estás a utilizá-los,
e pedir aos teus pais para
comprarem eletrodomésticos
de baixo consumo. Podes
optar por energias renováveis,
por exemplo, a solar ou a
eólica.
– Tens de poupar água,
para isso, deves fechar
sempre as torneiras enquanto
lavas os dentes, se tomares
banho de chuveiro, gastas
menos água do que se
tomares banho de imersão. Também deves reciclar o lixo, deves
separá-lo e colocá-lo nos ecopontos, no amarelo, plástico e metal,
no azul, papel e cartão, no verde, o vidro, e no vermelho, as pilhas
usadas. No verão, para não haver incêndios, deves ter cuidado para
não fazeres fogueiras nos montes, quando fizeres piqueniques com
a tua família, e não deves deitar lixo para o chão, o lixo deve ser
colocado nos caixotes apropriados.
O Chico, muito atento, disse:
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– Nunca pensei que podia fazer tantas coisas pelo ambiente!
– Podes, e são coisas muito simples, espero que, quando
voltares para a cidade, ensines à tua família e aos teus amigos
como cuidar do ambiente!
Então o Chico voltou para a cidade com a promessa de ajudar
o Tiago a proteger as florestas e o meio ambiente.
Enquanto o Chico se afastava, o Tiago disse-lhe:
– A terra é a nossa casa, temos que cuidá-la e protegê-la para
um futuro melhor!
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Uma História na Floresta
Joana Gabriela Pereira da Silva, 4.º C
Era uma vez grupo de amigos que foram acampar na floresta.
Nas mochilas levavam tendas, sacos-cama, comida, lanterna e
mapas.
Ao chegarem ao acampamento, montaram as tendas.
Adoraram o sítio, era calmo e ouviam-se vários sons com os
passarinhos a cantar.
A floresta estava limpa e florida, havia uma cascata, cheia de
peixes. Era nessa cascata que eles tomavam banho, se divertiam,
passavam tardes a mergulhar, a pescar e a apanhar banhos de sol.
Ao pôr-do-sol, faziam uma fogueira, contavam histórias
engraçadas e de terror; durante a noite, enquanto dormiam, faziam
algumas partidas aos colegas; ouviam-se os lobos, corujas e rãs.
O dia começava bem cedo, faziam trilhos, observavam os
animais e as plantas e exploravam as grutas que por lá havia.
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Como ao longo do trilho foram encontrando lixo, tiveram uma
ideia. Era formar grupos de 5 elementos e o grupo que apanhasse
mais lixo ganhava um prémio,
assim contribuíram para um
bom ambiente, pois não se
deve deitar lixo para o chão,
deve fazer-se reciclagem para
o bem de todos.
No fim da semana,
quando regressaram a casa,
contaram a experiência que tiveram a toda a família.
Se todos contribuírem um bocadinho, o planeta não fica
poluído.
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Preservação do Ambiente e da Floresta
Leandro Edgar da Costa Pereira, 4.º C
Era uma vez um menino chamado Edgar que tinha uma irmã
mais nova.
Um certo dia, nas suas férias de verão, foram passear numa
floresta perto da localidade onde moravam. Quando entraram
naquela floresta, não encontraram os animais que costumavam
brincar com eles, as árvores estavam a morrer e o riacho que por ali
passava estava sujo e os peixes estavam à tona da água já mortos.
Estes dois meninos ficaram muito tristes. Logo, com o seu espírito
de aventura, decidiram partir em busca da causa deste aparato
todo.
Caminharam junto ao rio até que chegaram à nascente do
riacho e ficaram em estado de choque, pois acabara de nascer ali
uma fábrica que estava a deitar lixo para o riacho. Mas estes dois
irmãos viram que sozinhos não podiam fazer nada, então decidiram
regressar a casa e contaram aos seus amigos e aos seus pais o
que tinham acabado de descobrir. Logo chegaram a um acordo de
fazerem alguma coisa, pois, se ficassem calados, aquela linda
floresta iria morrer.
Imediatamente, todos os seus amigos e pais entraram nessa
grande aventura, criando uma associação protetora com o nome
“Todos pela floresta e a floresta por todos”.
No dia seguinte, juntaram-se todos na casa do Edgar e foram
até junto da fábrica, dividiram-se em dois grupos, o grupo mais
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aventureiro entrou às escondidas na fábrica e o outro ficou
escondido para o caso de surgir algum contratempo.
Depois de entrarem na fábrica poluidora, os membros do grupo
foram descobertos por alguns trabalhadores que os prenderam lá,
para que não descobrissem a fábrica. Mas, como estava o outro
grupo cá fora e verificou que os amigos não saíam, chamou a
polícia. Quando a
polícia chegou,
deparou-se com a
fábrica poluída e,
quando entrou, viu as
crianças lá presas.
Conclusão da
história: os donos da
fábrica foram presos e
foram obrigados a
limpar toda a lixeira,
limpar o rio e a fábrica foi desmantelada.
Se todos nós cuidarmos das nossas florestas, só estamos a
contribuir para um melhor ambiente e para um planeta mais
saudável.
Se estes meninos não se tivessem preocupado com a floresta,
esta já teria morrido e já não teriam um lindo sítio para passear e
brincar, entre outras coisas boas que a floresta tem para nós.
Todos nós devemos cuidar e proteger a floresta, pois é um
bem essencial às nossas vidas.
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A Floresta e o Ambiente
Mariana Fernandes Rodrigues, 4.º C
Era uma vez um rapaz que adorava o ambiente. Um dia, foi
visitar a floresta e viu-a toda poluída, ficou tão triste que quis limpar
essa lixeira.
Tinha cascas de frutos e lixo por toda a parte.
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No dia seguinte, começou a sua campanha de limpeza da
floresta. Vendo o rapaz a limpar a floresta, os seus vizinhos
matreiros começaram a gozar com ele, mas ele disse:
– Estou a ajudar a minha querida floresta! E já sei quem fez
isto, mas não vos digo.
Ao acabar, o rapaz ficou muito orgulhoso, e com um
bocadinho de sorte, o Presidente da Junta de Freguesia da aldeia
estava a passar por lá e disse:
– Estou muito contente por ti! Vou informar a tua mãe e esta
floresta vai ser tua.
– Muito obrigado!
No dia seguinte, os pais dos vizinhos matreiros foram
chamados à Junta de Freguesia para pagarem uma multa.
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Um passeio à beira rio
Virgílio Manuel Cerqueira Sousa, 4.º C
O Pedro e a Rita são irmãos. Gostam muito de fazer grandes
caminhadas na ecovia, ao lado do rio Lima.
Numa dessas caminhadas, resolveram observar mais de perto
as maravilhas da natureza.
– Está um belo dia, não achas, Pedro? – perguntou a Rita ao
irmão.
– Sim. Tiveste uma excelente ideia, pois esta caminhada na
ecovia do Rio Lima, hoje, com este sol, é maravilhosa. Já reparaste
na cor das folhas das árvores? – perguntou o Pedro. Com esta
mistura de cores, parece um arco-íris na terra em vez de estar no
céu.
– Claro! – disse a Rita –, estamos no outono, os dias
começam a ficar mais frios, as folhas das árvores começam a
amarelecer. Já reparaste como a natureza é bonita, se olhares bem
à tua volta? Ela dá-te tudo o que necessitas, sem te esforçares
muito – continuou a Rita.
– Repara! – disse a Rita ao Pedro.
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– Se quiseres peixe, tens o nosso rio para pescar, pois o Rio
Lima é muito conhecido pela famosa lampreia e os chamados
peixinhos do rio que, depois de fritos, são muito bons.
– Se tiveres sede, podes beber nas fontes do nosso mosteiro
em Bravães, na Fonte Santa, ou noutras que encontrares ao longo
da nossa caminhada.
– Estás com fome? – perguntou o Pedro à Rita.
– Até comia qualquer coisa. – disse a Rita.
– Então, vamos apanhar aquelas castanhas e aquelas nozes.
Anda, corre! – disse o Pedro.
A Rita correu e os dois conseguiram apanhar muitas
castanhas e muitas nozes que levaram para casa.
– Olha! Cogumelos, ali junto ao parque de merendas da Fonte
Santa. Vamos apanhar, pois a mãe vai ficar contente, logo à noite
pode fazer o arroz de cogumelos de que tanto gostamos – disse a
Rita.
– A natureza é mesmo nossa amiga, não é, Pedro? Durante o
nosso passeio conseguimos apanhar alimentos muito bons sem
qualquer custo. A natureza dá-nos tudo, desde lenha para nos
aquecermos quando estamos com frio, até ao ar que respiramos.
Nós somos os mosqueteiros da natureza – nós por ela e ela
por nós!
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2.º Ciclo
do Ensino Básico
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Uma Aventura Inesperada
Joana Ferreira, 6.º D
Era já muito tarde, mas eu ainda estava a ler o meu último
livro preferido, a “guerra dos tronos”, no capítulo em que os filhos do
Eddard Stark encontram 4 lobinhos.
Eu estava muito cansada e ao virar de página, para grande
espanto, os lobos tinham desaparecido do livro e um enorme vazio
ficou no seu lugar. Fiquei intrigada, e depois sobressaltada, quando
a mãe-lobo entrou subitamente pela janela entreaberta, a dizer que
os filhos dela tinham desaparecido, que estava muito triste e que
sem eles a história do livro ia acabar mal, pois os lobinhos estavam
destinados a proteger os filhos de Eddard Stark. Pediu-me ajuda
para encontrá-los. Reparei que ela tinha uma ferida, que ela
explicou ter acontecido ao fugir da floresta, quando ia sendo
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apanhada numa armadilha. Tinha medo que existissem muitas
mais. Levantei-me, de pijama vestido e, quando ia para sair,
lembrei-me que tinha na estante um livro do Aladino, que poderia
ajudar. No meio do livro, estava o meu tapete voador, que logo ficou
pronto a usar. Peguei nele e disse à mãe-lobo para subir, porque
era mais rápido e seguro, pois todo o tempo era necessário. Aterrei
perto da floresta, ao pé de uma povoação, de onde veio a correr um
menino, a gritar: “LOBO! LOBO!”. Virei-me para a loba e disse-lhe
para se esconder, enquanto eu ia investigar se eram os seus
lobinhos por quem aquele rapaz gritava. Ao chegar à povoação,
toda a gente estava a agir como se não houvesse lobos. Intrigada,
fui ter com o Gepeto, um senhor de idade, vestido com roupas de
carpinteiro, a trabalhar madeira, e perguntei-lhe porque é que tinha
ouvido um menino a gritar “lobo!”. Ele disse-me que devia ser o
Pedro, pois ele está sempre a gritar isso. Fiquei desapontada, pois
cheguei mesmo a pensar que ali ia encontrar os lobos. Resolvi ir ter
com o Pedro, tentar explicar-lhe que não se deve mentir e que
haveria um dia em que poderia realmente aparecer um lobo e as
pessoas não acreditariam.
Com toda a pressa, saí e voltei novamente para a floresta, à
procura dos lobos. Reparei que a mãe-lobo já não se encontrava
onde a tinha deixado. Mas, como estava ferida, tinha deixado um
rasto de sangue. No início, segui esse rasto, passei por locais
lindos, cheios de verde, animais a correr, riachos de água, o barulho
dos pássaros, o cheiro das flores e fiquei encantada, deslumbrada...
Continuei a andar, mas, como não estava atenta, caí por um
precipício abaixo e esta nova parte da floresta a que fui parar não
era assim tão agradável; o verde tinha-se tornado cinzento, reparei
que, não há muito tempo, tinha havido ali um incêndio, havia
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árvores pelo chão, cortadas de uma forma desenfreada e sem
animais para admirar. Assustei-me e quis sair dali. Corri, sem olhar
para nada, até que a certa altura já me encontrava num sítio
novamente verde. Cruzei-me com sete anões que pareciam ir para
o trabalho. Um deles estava a fumar. Abeirei-me dele e expliquei-
lhe que fumar faz mal à saúde e que não devia estar a fumar na
floresta, porque poderia provocar um incêndio. Depois de muito
argumentar, ele acatou e disse que ia deixar de fumar, mas quando
reparei já estavam dois outros anões a fazer uma fogueira e a deitar
o lixo para o chão. Fui novamente explicar-lhes que não se deve
atear fogo na floresta e que o lixo é uma fonte de poluição e como
tal deve ir para os caixotes próprios. Eles ficaram-me muito
agradecidos pela informação, perguntaram-me o que estava a fazer
na floresta e eu expliquei-lhes tudo, eles ofereceram-se para me
ajudar.
Comecei a correr para ir salvar os lobos, mas reparei que os
anões ficaram quietos. Voltei-me e um deles, com ar envergonhado,
usou da palavra e disse: “Branca, nós é que andamos a colocar as
armadilhas para os lobos, mas estamos arrependidos e vamos
ajudar-te, os lobos têm o direito de viver normal e livremente. Foi
um grande erro da nossa parte. E tu ajudaste-nos a perceber isso”.
Fomos então salvar os lobos, um a um. Pelo caminho, encontrei a
mãe-lobo já com a ferida tratada. Perguntei-lhe como tinha
conseguido e ela disse que tinha sido um bondoso senhor, que
estava a tratar imensos cães abandonados e eu pensei que devia
ser o Robin dos Animais.
Regressei ao meu quarto, voltei a abrir o livro e já se
encontravam lá os lobos. Mas agora com o Pedro a gritar: “Lobo!”.
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A Natureza surpreende?!...
Beatriz dos Santos Leal, 6.º D
A Natureza é tão grande, tão linda e tão importante para o ser
humano, sendo, por isso, motivo de grandes paixões, vivências,
surpresas…
À semelhança de tantas pessoas, eu tenho um carinho especial
e enorme pelas árvores, flores, aves, insetos e tanta coisa mais que
ela me oferece.
Faço parte do grupo de escuteiros de Vila Nova de Muía e tudo
o que lá vivo acontece muito em contacto com a Natureza que nós
tomamos como uma amiga, uma confidente e uma companheira.
Perto dela e com ela, nós éramos muitíssimo grandes, importantes e
geniais. Recordo, a propósito, entre muitas outras situações, uma
que me harmonizou ainda mais com a Natureza. Estávamos num
grande monte da aldeia de Sampriz que, ao chegarmos lá, nada
tinha de importante, a não ser espaço disponível para acamparmos.
Como escuteiros, gostamos da aventura, da descoberta, move-
nos a curiosidade, o espírito de conquista, a vontade de ir sempre
mais além. Fazemos tudo isto num ambiente de muito
companheirismo e em aliança com este paraíso que é a Natureza.
Aventurámo-nos pelo monte que parecia deserto. E imaginem:
quase a gritar, encantamo-nos com pequenas flores silvestres que
teimosamente cresciam entre vegetação grande e densa que, às
vezes, se deixava embalar pela brisa suave que ali morava; os olhos
de todos pareciam rir-se para montinhos de pinheiros, com pinhas
abertas e fechadas, algumas das quais desciam deles para se
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abraçarem ao mato, que crescia como que a convidar os que por ali
passavam a cuidar dele. Saibam mais: a chuva caída tinha deixado
pequenas pocinhas de água, frequentadas por lindas aves, de tão
variadas cores e tamanhos que ao bebê-la ganhavam força para
voar e cantar alegremente; a paz e o sossego que aí havia, o ar puro
que se respirava eram tão bons! Que harmonia reinava naquele
cenário, habitado pelo silêncio, pela paz, enfim… Uma beleza!
A respiração de todos pulsava ao ritmo das coisas lindas,
surpreendentes e puras que ali havia. Residia no rosto de todos o
encanto e a pureza daquele sítio. Dávamos as mãos uns aos outros,
tentando imitar a amizade que reinava em todos os cantos que
percorríamos. Os sorrisos que trocávamos eram de prazer total. Era
como se nós pertencêssemos ali, achando que o início e o fim da
beleza do mundo residia lá…
Aquilo que eu e, talvez, os meus companheiros imaginávamos
não existir tornou-se realidade. Era um paraíso!
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A Floresta
Bruno Saraiva, 6.º D
Era uma vez uma floresta muito verdejante que, além do
oxigénio que fornecia, também tinha uma paisagem encantadora e
as pessoas adoravam ir para lá fazer piqueniques e até passar uns
dias de férias, porque era um local bonito e sossegado que as
ajudava a descontrair.
O chilrear dos pássaros, a frescura das árvores e a adrenalina
faziam mesmo esquecer o stress e recuperar energias para a rotina
do dia a dia.
Certo dia, alguém não teve os cuidados necessários e
aconteceu uma desgraça: deu-se um incêndio.
– Que desilusão! Ficou tudo tão diferente. O ar ficou poluído
(cheirava a fumo) e, para qualquer lado que olhávamos, via-se tudo
preto.
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E agora quando é que vamos ter outra floresta igual àquela?
Não vai ser fácil. Primeiro que nasçam outras árvores, ou mesmo
que as plantem e elas cresçam para fazer sombra vai demorar
muitos e muitos anos e elas estão a fazer falta para produzirem
oxigénio, que é o mais importante.
As pessoas da localidade reuniram-se e resolveram que não
podiam perder tempo, a floresta era um bem precioso e visitado por
muitas pessoas. Então, puseram mãos à obra e fizeram uma
limpeza. Cortaram as árvores e venderam-nas para arranjarem
algum dinheiro para comprar outras. Entretanto, também receberam
ajudas do Ministério da Cultura e do Ambiente. Com esse dinheiro,
resolveram fazer um parque de turismo com piscina, termas, um
hotel e construíram gaiolas onde tinham animais de estimação de
várias espécies. Nos arredores, plantaram as árvores e prepararam
uma zona de merendas e de acampamento, que era mais vigiada
para que não acontecesse outra desgraça.
Com estas mudanças, o parque ficou a chamar-se “Parque de
Turismo da Floresta Verdejante”. É visitado por muitos turistas e
mais movimentado do que era. Também houve mais oferta de
emprego e isso foi muito vantajoso para as famílias da localidade.
Com o decorrer dos anos, o parque recebeu um prémio de mérito
por ter a melhor paisagem da Europa e assim ficou a ser mais
famoso e conhecido mundialmente. Mesmo assim, há quem diga
que gostava mais do sossego de antigamente, era mais natural e,
como a floresta não era tão conhecida, havia menos movimento e
as pessoas usufruíam mais dela.
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A Sombrinha do Rei Leão
Carolina Fernandes Silva Gomes, 6.º D
Era verão. Todos os animais da floresta procuravam uma
árvore com muitas folhas para se refrescar. Todos, menos o Rei. O
Rei tinha a sua própria sombrinha, não precisava de procurar uma.
Ele adorava-a. Todos os dias, ao acordar, o Rei apressava-se
imenso para ir para a sombra. Mas um dia, quando acordou, decidiu
ir à janela do seu quarto, para ver uma paisagem diferente da que
estava habituado. Quando abriu a janela, viu imensas coisas
bonitas. Viu passarinhos a cantar, borboletas coloridas como um
arco-íris, nada que ele já não tivesse visto na sua sombrinha. Mas
viu um animal amarelo com riscas pretas, que se defendia com um
ferrão e que recolhia um líquido chamado pólen de flor em flor. Era
uma abelha.
O Rei ficou tão encantado
com a abelha, que ordenou que
as aprisionassem a todas, no
seu palácio, para que pudesse
apreciar o seu encanto todos os
dias.
Ao início, a falta de mel
não incomodou os animais. Mas
passado algum tempo, as
abelhas fizeram falta às partidas
da Raposa, os cozinhados da
Dona Coelha não eram tão bons
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sem a pitada de mel, os ursos estavam cheios de fome e a
sombrinha do Rei estava desabitada. Em toda a floresta, apenas o
Rei estava feliz. Mas os dias do Rei passaram a ser repetitivos, por
isso ele libertou as abelhas e pôs-se na sua janela à espera de
encontrar outro animal maravilhoso. Porém, não encontrou. Nesse
instante, o Rei lembrou-se da sua sombrinha. Foi ter com ela e
passou um dia fresco a ver animais diferentes, porque se há coisa
que o Rei não quer ver são riscas amarelas e pretas.
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Floresta Mágica
Sara Arezes, 6.º D
Era uma vez um menino chamado Simão, de cinco anos, que
sonhava ser um explorador. Gostava de brincar ao ar livre no seu
belo jardim, sentir os aromas, os sons, e deslumbrar-se com a linda
paisagem que o rodeava.
Certo dia, ao regressar a casa, pronto para explorar, sentiu
algo diferente… O cheiro das margaridas que a mãe plantara já não
o impressionava, os formigueiros que observava constantemente
com a sua lupa não pareciam tão engraçados, já nem o ninho de
melros que se encontrava num ramo da macieira o entusiasmava!
Decidiu, por isso, espreitar para além da cerca do jardim para ver se
do outro lado havia algo para se aventurar.
Foi então que viu um senhor com cara de poucos amigos que
olhou para ele de canto e perguntou:
– Ó rapaz, não tens nada melhor para fazer do que observar
um velho?
– Desculpe, meu senhor, estava apenas a ver se aí fora havia
alguma coisa para eu explorar. Eu costumo divertir-me e explorar
dentro do meu jardim, mas acho que já o investiguei de uma ponta
à outra… – explicou o Simão.
– Experimenta divertir-te no parque, dentro de casa, com os
teus colegas na escola… No meu tempo, eu brincava na floresta.
E a conversa acabou assim.
33
Todos os locais referidos pelo senhor já tinham sido
explorados pelo Simão, exceto a floresta. Decidiu sentar-se à
sombra da macieira a pensar como seria e onde ficaria a tal
floresta. Nunca vira nenhuma antes, pois sempre tinha vivido na
cidade.
– Segundo o que me disseram na escola, a floresta é um local
com muita madeira e folhas, também há alguns animais e plantas e
sentem-se cheiros e sons diferentes – pensou para consigo…
Ganhou coragem e saltou a cerca do jardim para poder ir
procurar a tal floresta.
Andou durante
muito tempo e ficou
totalmente perdido, até
que encontrou um edifício
bastante interessante!
Resolveu entrar…
Era, de facto, um
edifício com muitos
móveis de madeira,
muitas folhas e um ambiente digno de explorar. Abriu um dos livros
que lhe despertou interesse. Aí viu algumas imagens que tinham
realmente animais, pessoas, plantas… Apesar de não saber ler, ao
folhear aquele livro, achou-se imediatamente transportado para
outro lugar, onde viu, ouviu e sentiu todas as sensações que uma
simples imagem lhe transmitia.
Assim passou o resto da tarde e depois teve de encontrar
sozinho o caminho para casa. Quando chegou, a mãe perguntou-
lhe aflita onde estivera. Ele respondeu:
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– Estive numa floresta mágica!
Mal sabia o Simão que iria passar naquela biblioteca as
maiores aventuras da sua infância.
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Março | 2013
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