UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE PRODUO
UM MTODO PARA DETERMINAO QUALITATIVA
DE SOBRESSALENTES PARA HIDROGERADORES
LUIZ FRANCISCO GIACOMET
FLORIANPOLIS2001
LUIZ FRANCISCO GIACOMET
UM MTODO PARA DETERMINAO QUALITATIVA
DE SOBRESSALENTES PARA HIDROGERADORES
Esta Dissertao foi julgada adequada para obteno do
Ttulo de Mestre em Engenharia, especialidade Engenharia
de Produo, aprovada em sua forma final pelo Programa
de Ps-Graduao em Engenharia de Produo.
FLORIANPOLIS2001
UM MTODO PARA DETERMINAO QUALITATIVA
DE SOBRESSALENTES PARA HIDROGERADORES
Esta Dissertao foi julgada adequada para obteno do Ttulo de
Mestre em Engenharia, especialidade Engenharia de Produo, aprovada em sua
forma final pelo Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo.
Prof. Ricardo Mirandaaraa, Ph.D
Coordenador-do-eurso de Ps-Graduao
Banca Examinadora:
Prof. Ciro Lopez Vaca, Dr. Eng.
Orientador
Eng0. Carlos Manuel Cardozo Florentin, Dr. Eng.
Senhor!
Fazei de mim um instrumento de Vossa paz !
Onde houver dio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdo.
Onde houver discrdia , que eu leve a unio.
Onde houver dvidas, que eu leve a f
Onde houver erros, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperana
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
mestre, fazei que eu procure mais
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado...
pois
dando que se recebe;
perdoando que se perdoado;
e morrendo que se vive para a vida eterna.
Amm.
Orao de So Francisco de Assis
iv
Dedico este trabalho minha esposa Anelise e aos meus
filhos Bruno e Bianca, a quem amo, admiro e me orgulho!
Agradecimentosv
Os meus sinceros agradecimentos a todas s pessoas e instituies, cuja ajuda,
direta ou indireta, tornou possvel a realizao deste trabalho.
Ao meu Professor orientador Oscar Ciro Lopez V., Dr. pelo auxlio e orientao na
execuo deste trabalho.
Ao professor Osmar Possamai, Dr., cujo apoio e contribuio enriqueceram o
trabalho e pela sua participao na banca examinadora.
Ao Prof. Joo Luiz Alkaim, M. Eng. e ao Eng. Carlos Manuel Cardozo Florentin, Dr.
pela participao na banca examinadora.
Itaipu Binacional, aos colegas, ao Eng0. Alexandre Machado Fernandes Filho e ao
Eng0. Ricardo Cesar Pamplona da Silva o agradecimento pela viabilizao da minha
participao, pelo apoio e colaborao neste curso de mestrado.
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC , aos professores do Curso de
Engenharia de Produo e Sistemas - EPS, pelo apoio, incentivo e colaborao no
curso de mestrado.
Ao meu amigo e colega Eng. Edson Luis Pedrassani pelo apoio e pelas idias na
elaborao deste trabalho.
Ao Mr. Sammers Holway pelo auxlio e contribuio nos trabalhos de traduo.
minha amiga Professora Maria Aparecida Q. Fernandes pelo trabalho de correo
e enriquecimento do texto.
A minha esposa Anelise e aos meus filhos Bruno e Bianca pela compreenso,
estmulo e pacincia que foram fundamentais durante a elaborao deste trabalho.
SU M R IO
LISTA DE TABELAS.......................................................................................................X
LISTA DE QUADROS.....................................................................................................XI
LISTA DE ANEXOS....................................................................................................... XII
GLOSSRIO...................................................................... .......................................... XIV
RESUMO....................................................................................................................... XVI
ABSTRACT..................................................................................................................XVII
CAPTULO 1 - INTRODUO........................................................................................1
1.1 Objetivo geral............................................................................................................ 3
1.2 Objetivos especficos.............................................................................................. 3
1.3 Metodologia................................................................................................................4
1.4 Delimitao.................................................................................................................4
1.5 Estrutura do trabalho ............................................................................................. 4
CAPTULO 2 - A ENERGIA ELTRICA.........................................................................6
2.1 A histria da eletricidade........................................................................................72.1.1 A eletricidade no Brasil.......................................................................................82.1.2 O papel do estado no mercado da energia eltrica.......................................102.1.3 A integrao dos Sistemas Eltricos.............................................................. 112.1.4 O novo modelo do setor eltrico......................................................................112.1.5 Sistema Eltrico atual do Brasil.......................................................................12
2.2 Qualidade da energia eltrica................................................................................142.2.1 Caractersticas tcnicas da energia eltrica.................................................... 162.2.2 Adequao ao uso da energia eltrica.............................................................18
CAPTULO 3 - A MANUTENO................................................................................ 19
3.1 Os aspectos do projeto........................................................................................193.1.1 Confiabilidade................. ..................................................................................223.1.2 Curva da banheira tradicional..........................................................................233.1.3 Manutenibilidade............................................................................................... 253.1.4 Disponibilidade...................................................................................................26
vi
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. IX
3.2 Manuteno............................................................................................................ 263.2.1 Conceitos bsicos de manuteno................................................................. 273.2.2 Evoluo da manuteno................................................................................ 313.2.3 Um novo conceito de manuteno................................................................. 33
3.3 Administrao de materiais................................................................................. 343.3.1 Sistema logstico de suprimento de materiais................................................ 35
3.4 Sobressalente como suporte manuteno.....................................................363.4.1 Caractersticas das peas sobressalentes..................................................... 363.4.2 Gerenciamento de peas sobressalentes.......................................................393.4.3 Tcnica de previso de consumo.................................................................... 403.4.4 Local de armazenagem.....................................................................................42
3.5 Anlise da modalidade de fa lh a ..........................................................................433.5.1 As ferramentas tradicionais da qualidade...................................................... 443.5.2 Construo da hierarquia dos conjuntos.........................................................453.5.3 Anlise do componente na hierarquia.............................................................46
3.6 Anlise de manuteno corretiva - AM C ...........................................................46
CAPTULO 4 - MTODO PROPOSTO PARA DETERMINAO QUALITATIVA DOS SOBRESSALENTES.............................................................................................49
4.1 Preparao e estudos prelim inares....................................................................494.1.1 Elaborao da rvore hierrquica do gerador................................................ 494.1.2 Levantamento dos modos defalha.................................................................. 50
4.2 Procedimento de anlise.......................................................................................514.2.1 Procedimento de anlise dos modos de falha................................................ 534.2.2 Preenchimento do Formulrio de Anlise do Modo e Fonte de Falha........ 564.2.3 Determinao dos sobressalentes pela aplicao do mtodo..................... 57
CAPTULO 5 - ESTUDO DE CASO..............................................................................60
5.1 Requisitos tcnicos do projeto de Itaipu...........................................................615.1.1 Arranjo da Casa de Fora de Itaipu................................................................ 615.1.2 A unidade Geradora..........................................................................................635.1.3 Gerador.............................................................................................................. 645.1.4 Estator................................................................................................................ 665.1.5 Rotor.................................................................................................................. 685.1.6 Eixo.....................................................................................................................695.1.7 Cruzeta superior................................................................................................ 695.1.8 A perspectiva do gerador................................................................................. 70
5.2 Relao atual de peas sobressalentes do gerador.........................................72
5.3 Aplicao do mtodo proposto........................................................................... 735.3.1 Aplicao do mtodo proposto na Unidade Geradora.................................. 735.3.2 Obteno da Lista de Sobressalentes pela aplicao no mtodo.................74
5.4 Listas de sobressalentes do gerador................................................................. 755.4.1 Lista de sobressalentes descartveis do gerador........................................... 785.4.2 Lista de sobressalentes reparveis (reciclveis) do gerador......................... 79
5.4 Comparao dos resultados obtidos com a relao atual do gerador........75
CAPTULO 6 - CONCLUSES.....................................................................................80
6.1 Concluses.............................................................................................................80
6.2 Sugestes para trabalhos futuros de dissertao...........................................81
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................................................ 83
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................. 87
ANEXOS.......................................................................................................................... 88
Figura 1 - Conceitos de vida til de um equipamento..................................................21
Figura 2 - Curva da banheira tradicional....................................................................... 23
Figura 3 - Hierarquia dos conjuntos............................................................................. 45
Figura 4 - Fluxograma Anlise de manuteno Corretiva - AMC...............................52
Figura 5 - Configurao da Unidade Geradora............................................................ 62
Figura 6 - Configurao do Gerador............................................................................. 63
Figura 7 - Configurao do Gerador objeto de estudo do trabalho.............................64
Figura 8 - Configurao da rvore hierrquica do Gerador........................................ 65
Figura 9 - Perspectiva do Gerador de Itaipu;...............................................................69
Figura 10 - Perspectiva explodida da Unidade Geradora de Itaipu;.......................... 70
ix
LISTA DE FIGURAS
X
Tabela 1 - Gerao de energia eltrica no Mundo e no Brasil.................................... 12
Tabela 2 - Evoluo da capacidade instalada de energia eltrica em MW................13
Tabela 3 - Evoluo da Usina de Itaipu no sistema eltrico nacional........................ 14
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Modos de fa lha .............................................................................................48
Quadro 2 - Formulrio de Anlise do Modo e Fonte de Falha.................................... 50
Quadro 3 - Relao atual de peas sobressalentes do gerador................................71
Quadro 4 - Componentes, peas e equipamentos analisados do gerador................73
Quadro 5 - Lista de sobressalentes obtida pela aplicao do mtodo....................... 74
Quadro 6 - Lista de sobressalentes descartveis........................................................ 76
Quadro 7 - Lista de sobressalentes recuperveis (reciclveis)................................. 77
Quadro 8 - Comparao dos resultados.....................................................................78
Anexo -1 - anel coletor...................................................................................................89
Anexo -2 - termostato 38SH.......................................................................................... 90
Anexo -3 - porta-escova.................................................................................................91
Anexo -4 - escova........................................................................................................... 92
Anexo -5 - barramento de campo..................................................................................93
Anexo -6 - plo................................................................................................................94
Anexo-7 - chaveta de fixao......................................................................................... 95
Anexo -8 - conexo polar...................................... ....................................... ................. 96
Anexo-9 - parafuso de fixao........................................................................................ 97
Anexo -10 - conexo de amortecimento....................................................................... 98
Anexo-11 - parafuso de fixao......................................................................................99
Anexo -12 - coroa;........................................................................................................100
Anexo -13 - cubo e aranha.......................................................................................... 101
Anexo -14 - RTD entre barras.....................................................................................102
Anexo -15 - esteca....................................................................................................... 103
Anexo -16 - barra estatrica........................................................................................ 104
Anexo -17 - enrolamento da armadura...................................................................... 105
Anexo -18 - tirante de aperto do ncleo....................................................................106
Anexo -19 - RTD do ncleo......................................................................................... 107
Anexo-20 - guias de ar................................................................................................108
Anexo-21 - junta flexvel...............................................................................................109
Anexo -22 - radiador.....................................................................................................110
Anexo -23 - RTD ar do radiador..................................................................................111
Anexo -24 - RTD gua de sada do radiador..............................................................112
Anexo -25 - vlvulas do radiador.................................................................................113
Anexo -26 - juntas de vedao....................................................................................114
Anexo-27 - fluxmetro.................................................................................................115
Anexo -28 - carcaa-ncleo......................................................................................... 116
Anexo -29 - sensor de umidade 45HU....................................................................... 118
Anexo -30 - sapata....................................................................................................... 119
Anexo -31 - RTD sapata do MGS...............................................................................120
Anexo-32 - aerao....................................................................................................... 121
xii
LISTA DE ANEXOS
Anexo-33 - labirinto.......................................................................................................122
Anexo -34 - leo lubrificante........................................................................................ 123
Anexo -35 - RTD leo lubrificante................................................................................124
Anexo-3 6 - superviso do MGS.................................................................................125
Anexo -37 - trocador de calor......................................................................................127
Anexo -38 - RTD gua do trocador de calor...............................................................128
Anexo -39 - junta de vedao do MGS....................................................................... 129
Anexo -40 - mancai guia superior................................................................................130
Anexo -41 - eixo superior............................................................................................. 131
Anexo-42 - parafuso de acoplamento eixo superior...................................................132
Anexo -43 - eixo inferior............................................................................................... 133
Anexo-44 - parafuso de acoplamento eixo inferior..................................................... 134
xiii
GLOSSRIO
AAC - Ajustar, Alinhar, Calibrar...................................................................................... 50
ABINEE - Associao Brasileira da Indstria Eltrica e Eletrnica..............................2
ABNT -Associao brasileira de Normas Tcnicas...................................................60
AMC - Anlise de Manuteno Corretiva........................................................................ 4
AMFORD - American Foreigh & Power Company......................................................... 9
ANDE - Administracion Nacional de Eletricidad.......................................................... 11
ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica........................................................... 17
ANSI - American National Standards Institute...............................................................60
ASTM - American Society for Testing and Material.....................................................60
BOEING - The Boeing Company....................................................................................43
CESP - Companhia Energtica de So Paulo SA........................................................ 33
CD - Compact disc.............................................................................................................6
Cl - Circuito Integrado..................................................................................................... 14
Cl ER - Comisin de Integracin Elctrica Regional....................................................12
DSC - Descartar o Item...................................................................................................50
ELETROBRS - Centrais Eltricas Brasileiras SA......................................................10
ELETRONORTE - Centrais Eltrica do Norte do Brasil S A ....................................... 11
ELETROSUL- Centrais eltrica do Sul do Brasil S A ...................................................11
F - Classificao de isolante eltrico quanto temperatura........................................ 66
f.e.m - Fora Eletromotriz Induzida..............................................................................104
FURNAS - Furnas Centrais Eltricas SA...................................................................... 10
GE - General Electric........................................................................................................ 7
GWh - Giga Watt hora..................................................................................................... 13
Hz - Freqncia em Hertz...............................................................................................20
IEC - International Electrotechnical Commission......................................................... 60
IECO-ELC - International Engineering Company - Electroconsult.............................59
IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers...............................................14
ILR - Inspecionar, Limpar Reapertar o item..................................................................50
ISO - International Standards Organization...................................................................60
KW - K iloW att...................................................................................................................1
KWh - Kilo Watt hora....................................................................................................... 33
LIGTH - The So Paulo Ligth & Power Company......................................................... 8
x/V
XV
MCC - Manuteno Centrada em confiabilidade........................................................... 4
MGS - Mancai Guia Superior......................................................................................... 65
MTBF - Mean Time Between Failure........................................................................... 20
MTTR - Mdia dos Tempos Tcnicos de Reparo....................................................... 21
MW- Mega Watt............................................................................................................. 10
MWh - Mega Watt hora...................................................................................................27
NA - No Aplicvel.......................................................................................................... 50
NEMA - National Electrical Manufactures Association.................................................60
NPB - Nvel Prximo mais Abaixo na Hierarquia......................................................... 50
ONS - Operador Nacional de Sistema......................................................................... 12
PETROBRS - Petrleo Brasileiro S. A ....................................................................... 78
PIC - Planilha de Inspeo e Controle......................................................................... 48
RBE - Revista Brasileira de Energia..............................................................................34
RCS - Reliability Centered Spares...................................................................................2
REP - Reparar o Item...................................................................................................... 60
RL - Reparar no Local do Item....................................................................................... 60
R&S - Substituir o Item....................................................................................................60
RTD - Resistor Temperature Detector........................................................ ...................66
SEL - Selecionar se Descarta ou Repara o Item......................................................... 60
SOM - Sistema de Operao e Manuteno.................................................................84
TBF - Tempo de Bom Funcionamento.......................................................................... 21
UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paran......................................... 12
xw
RESUMO
A dependncia e o consumo de energia eltrica, atualmente, para o mundo civilizado
desenvolveram-se de tal maneira que a falta de fornecimento catastrfica. A
reestruturao e as mudanas do sistema eltrico brasileiro, em 1995, no que se
refere continuidade e conformidade de fornecimento, introduziram a figura do
cliente de energia eltrica e o incremento de consumidores com equipamentos
sensveis a qualquer variao da qualidade de energia eltrica, obrigando as
empresas de energia eltrica a assegurarem, de forma contnua e eficiente, o
fornecimento de energia eltrica, evitando a todo o custo as interrupes. Para o
atendimento das necessidades de manuteno, o estoque de sobressalentes das
empresas de energia eltrica, deve ser assegurado com uma grande variedade de
componentes, peas e equipamentos, de custos elevados. Este trabalho tem como
objetivo desenvolver um mtodo para determinao qualitativa dos componentes,
peas e equipamentos que devem fazer parte do escopo ou inventrio dos
sobressalentes, como suporte manuteno, da unidade geradora de uma usina
hidreltrica, atravs do mtodo de anlise da manuteno corretiva, que procura
identificar as tarefas especficas de cada modalidade de falha e as respectivas
fontes de falha. Tambm o mtodo identifica as peas e equipamentos que so
descartados e os que so recuperados (reciclados) e retornam para o escopo de
sobressalentes e ressalta os envolvimentos com a qualidade da energia eltrica, a
confiabilidade, a manutenibilidade e a disponibilidade.
ABSTRACT
The dependence and consumption of electric power throughout the civilized world
has developed in such a manner that a break in the supply produces catastrophic
results. The restructuring and changes that have occurred since 1995 in the Brazilian
electrical system regarding the continuity and conformity of the supply, have
introduced the demands of the electric power customer and the increase in
consumers with equipment that is sensitive to any variation in the quality of the
supply. This has obliged the electric utilities to ensure the provision of electric power
in a continuous and efficient manner, at all costs avoiding interruptions. In order to
cover maintenance requirements, a constant provision of spare parts should be
assured by stocking a great variety of highly-priced components, spares parts and
equipments. The purpose of the present paper is to develop a method for qualitative
evaluation of the components, parts and equipment that comprise the scope or
inventory of the spares destined to support the maintenance of the generator plant of
a hydroelectric power station, by employing the method of analysing the corrective
maintenance which a view to identifying the specific tasks involved in each failure
mode and the respective sources of failure. The method also identifies the parts and
equipment to be discarded or which, after recuperation (recycling), return to stock,
and highlights the commitment to electric power quality and reliability, together with
its dependence on the maintainability and availability of the generating plant.
1
CAPTULO 1 - INTRODUO
Desde a antigidade, a economia das civilizaes sempre foi fortemente
baseada na agricultura. O homem, na luta pela sobrevivncia e melhoria de
condies de vida, defrontou-se com os problemas de deslocar a gua ou outro
lquido de um local para outro, e o de utilizar a energia da gua para acionar
dispositivos mecnicos, capazes no s de substituir o trabalho braal, mas tambm
de realizar trabalhos, cuja magnitude pudesse superar qualquer conjugao de
esforos humanos. (Macintyre, 1983, p.1)
A principal fonte de energia utilizada na poca do descobrimento do Brasil
era a fora animal, que desempenhava um papel fundamental nas atividades
agrcolas, no transporte de mercadorias e de pessoas por via terrestre. A lenha era
usada como fonte de calor, a energia hidrulica nos moinhos d'gua, e em menor
escala os moinhos de vento, completavam a fora humana nas atividades
produtivas. (500 anos Energia Eltrica no Brasil, 2000, p. 16 e17)
O aproveitamento da energia hidrulica, com finalidade de transform-la
em trabalho mecnico, permitiu a fabricao de uma grande variedade de mquinas,
em geral, classificadas segundo o modo preponderante pela qual a energia
hidrulica transformada em trabalho mecnico.
A turbina uma mquina hidrulica, cuja origem remonta ao ano de 1827,
de onde evoluiu, desde algumas dezenas de kW, fornecidos pelos modelos
primitivos at alcanarem hoje em dia potncias considerveis (Macintyre, 1983, p.2),
como o caso da Usina Hidroeltrica de Itaipu, que possui turbinas com potncia
superior a 700 000 kW. (Itaipu, 1994, p.3.11)
O progresso tecnolgico e cientfico tornou possvel a transformao da
energia hidrulica em energia eltrica, graas qual foi possvel chegar-se ao grau
de adiantamento e conforto em que hoje em dia parte da humanidade vive.
Mas a dependncia e o consumo de energia eltrica do mundo civilizado
desenvolveu-se de tal maneira que a falta de fornecimento, hoje, catastrfica.
2
Com a segmentao da indstria eletrotcnica e a indstria da energia
eltrica, no final do sculo XIX, houve a quebra do vnculo, entre o fabricante e os
usurios dos equipamentos, e forou a necessidade da empresa de energia eltrica
de manter estoque de componentes, peas e equipamentos sobressalentes, para
seu uso nas manutenes.
A indstria, neste sculo, mecanizou-se de uma forma crescente, para
gerar bens e a medida que as mquinas se tornaram parte mais importante na
produo, o tempo de parada dos equipamentos, por falha, ficou cada vez mais
crtico.
O ano de 1995 marcou o incio de uma profunda reestruturao do
sistema eltrico brasileiro, e o novo modelo institucional inseriu, no setor eltrico
nacional, mudanas de comportamento.
A legislao vigente est sendo modificada pelo rgo regulador, no que
se refere continuidade e conformidade de fornecimento de energia eltrica,
limitando, controlando e at penalizando em caso de violaes dos padres de
continuidade e as empresas foram obrigadas a assegurarem, de forma contnua e
eficiente, o fornecimento de energia eltrica, com melhor qualidade, evitando, a todo
custo, as interrupes. (Revista ABINEE, 2000, p.11)
Para o atendimento de suas necessidades de manuteno e operao, o
estoque de peas sobressalentes das empresas de energia eltrica, deve assegurar
uma grande variedade de peas e equipamentos, desde os consumveis mais
baratos, aos de peas crticas de reserva assegurada, com custos elevados, as
quais podero no ser usadas durante a vida inteira do equipamento ou at da
empresa.(RCS,1999, Internet)
Olhando pela tica financeira, talvez estas peas ou equipamentos nunca
deveriam ter sido comprados e por outro lado, se no estivessem disponveis
quando necessrias, a empresa poderia sofrer conseqncias de tempo de
manuteno prolongada e perdas econmicas de vulto.
3
Na elaborao de especificao tcnica, ordem de compra, projetos, que
envolvam a determinao de peas sobressalentes para um equipamento a ser
adquirido, h dificuldade em avaliar se a escolha das peas que compem o escopo
de peas sobressalentes de um determinado equipamento, foram as mais
adequadas.
No processo de escolha tradicionalmente prevalecem a opinio e a
preferncia de tcnicos especializados, com larga experincia de campo cujos
critrios normalmente no so explcitos. O inventrio ou levantamento para
determinao de peas sobressalentes deve basear-se nos requisitos de projeto e
nas exigncias da manuteno e operao e no em recomendaes ou
julgamentos subjetivos.
1.1 Objetivo geral
O objetivo geral deste trabalho desenvolver um mtodo para
determinao qualitativa de quais componentes, peas e equipamentos devem fazer
parte da lista ou inventrio das peas sobressalentes, como suporte s atividades de
manuteno e operao dos equipamentos.
1.2 Objetivos especficos
Como objetivos especficos este trabalho procura:
- identificar os componentes, peas e equipamentos crticos, pertencentes ao grupo
de sobressalentes necessrios, como suporte s atividades de manuteno;
- identificar as peas e equipamentos que foram substitudos, na ocorrncia de
falhas e descartados do processo;
- identificar os equipamentos e peas substitudos, na ocorrncia de falhas, e
restauradas ou recicladas para retornarem como sobressalentes;
- Obter uma memria documentada sobre o processo de determinao do inventrio
dos sobressalentes.
4
1.3 Metodologia
O mtodo empregado neste trabalho, para o levantamento do escopo de
sobressalentes, baseado na anlise de Manuteno Centrada em Confiabilidade
(MCC) e na Anlise de Manuteno Corretiva (AMC).
1.4 Delimitao
As limitaes para desenvolvimento e execuo deste trabalho devem-se
de que o tema proposto muito amplo e deve considerar uma grande variedade de
componentes, peas e equipamentos, das mais diversas procedncias e, desta
forma, este trabalho enfatiza o levantamento qualitativo dos sobressalentes que
devem fazer parte do escopo para o equipamento avaliado.
Para uma anlise mais completa dos sobressalentes necessrio
determinar quais componentes, peas e equipamentos devem fazer parte do
escopo, ou seja anlise qualitativa, e tambm importante dimension-los, o que
no faz parte do presente trabalho pois envolve anlise de taxa de falha e modelos
matemticos de confiabilidade, o que no objeto de estudo do presente trabalho.
1.5 Estrutura do trabalho
O trabalho est estruturado da seguinte forma:
O Captulo 2, A Energia Eltrica descreve a histria e o papel do estado
no mercado da energia eltrica, a integrao dos sistemas eltricos, o novo modelo
institucional do setor eltrico brasileiro e o sistema eltrico brasileiro atual. Tambm
aborda sobre a qualidade, as caracterstica tcnicas e a adequao do uso da
energia eltrica.
O Captulo 3, A Manuteno descreve os aspectos de projeto, a
confiabilidade, a curva da banheira tradicional, a manutenibilidade e a
disponibilidade. Define manuteno e os termos de uso corrente nas atividades e a
sua evoluo para manuteno preditiva, a administrao dos materiais e sistema
logstico de suprimento, o sobressalente como suporte manuteno, as
caractersticas, o gerenciamento, as tcnicas de previso de consumo e
armazenagem dos sobressalentes. O conceito da Manuteno Centrada em
Confiabilidade - MCC, as ferramentas tradicionais da qualidade, a construo e
anlise da rvore hierrquica dos conjuntos, e finalmente o conceito da Anlise de
Manuteno Corretiva - AMC.
O Captulo 4, Mtodo Proposto para Determinao Qualitativa dos
Sobressalentes mostra a preparao, estudos preliminares, a elaborao da rvore
hierrquica dos conjuntos, o levantamento das modalidades de falha e suas
respectivas fontes de falha, o procedimento de anlise das modalidades de falha e a
determinao dos sobressalentes pela aplicao do mtodo.
O Captulo 5, Estudo de Caso apresenta os requisitos tcnicos do projeto
e o arranjo da Casa de Fora de Itaipu. Mostra a estrutura hierrquica da unidade
geradora, o gerador e a configurao da rvore hierrquica, objeto de estudo do
trabalho, uma descrio sucinta do gerador e as suas partes principais, a relao
atual das peas sobressalentes da especificao tcnica do gerador. Apresenta
aplicao do Mtodo Proposto na Unidade Geradora e a Lista de Sobressalentes do
gerador obtida pela aplicao do mtodo, lista de sobressalentes descartveis, a
lista de sobressalentes reparveis (reciclveis) e finalmente a comparao entre a
lista de sobressalentes obtida pela aplicao do mtodo com a relao atual dos
sobressalentes do gerador.
O Captulo 6, Concluses apresenta as concluses do trabalho e as
sugestes para trabalhos futuros. As Referncias Bibliogrficas e Bibliografia
apresentam o material bibliogrfico analisado, para a elaborao do trabalho. Os
Anexos mostram os Formulrios de Anlise do Modo de Falha e Fonte de Falha da
Unidade Geradora, devidamente preenchidos, para o estudo de caso.
6
CAPTULO 2 - A ENERGIA ELTRICA
Este captulo relata a histria da eletricidade, o incio da necessidade de
sobressalentes para a indstria da energia eltrica, a integrao, situao atual do
sistema eltrico brasileiro e a qualidade da energia eltrica, em especial a
interrupo de fornecimento, com as novas exigncias do mercado de energia.
2.1 A histria da eletricidade
Chama-se eletrotcnica a parte da fsica que se dedica aos estudo das
aplicaes tcnicas da eletricidade. Embora muitos fenmenos eltricos tivessem
sido observados j na antigidade, quase todas as leis que os regem s foram
descobertas no sculo XIX. (Barsa CD,1998,sp)
A utilizao comercial da energia eltrica ocorreu progressivamente ao
longo do sculo XIX, sendo destinada inicialmente s comunicaes via telgrafo e
galvanoplastia na indstria metalrgica.
Uma srie de descobertas cientficas no sculo XIX criou as condies
para o uso comercial da energia eltrica em larga escala, e as mais importantes, que
ampliaram as perspectivas econmicas para o desenvolvimento da indstria da
eletricidade e transformaram cada habitante urbano em um consumidor e/ou cliente
em potencial da energia eltrica, foram a lmpada incandescente e o motor eltrico.
O cientista Thomas Alva Edison inventou a lmpada incandescente com
filamento de carbono, em 21 de outubro de 1879, e o engenheiro srvio-americano
Nikola Tesla inventou o primeiro motor de induo de corrente alternada, em 1883,
sendo considerado o prottipo do motor eltrico moderno. (Britannica,2000, Internet).
Para generalizar o consumo era preciso, no entanto, viabilizar um sistema
centralizado de gerao e distribuio de energia, aperfeioando-se o modelo de
rede eltrica. At ento prevaleciam as pequenas fontes geradoras prprias, de
localizao pontual.
A primeira central eltrica dos Estados Unidos foi instalada por Thomas
Edison, no ano de 1882, em Nova York. Tratava-se de um gerador movido a vapor
com capacidade de 560 kW, que atendia 59 moradores, situados a distncias
inferiores a 800 metros. (Revista ABINEE, 2000, p.5)
A construo de centrais geradoras de maior porte ocorreu aps o
desenvolvimento comercial da corrente alternada, e a sua adoo no sistema de
transmisso de energia eltrica no Estados Unidos pela empresa Westinghouse, em
1886, possibilitou a transmisso de energia eltrica a longas distncias.
(Britannica,2000, Internet)
Alm da iluminao, a energia eltrica era aplicada no transporte urbano,
como fonte de trao para veculos, e na indstria, como fora motriz de motores
fixos. Em 1879, a Siemens demonstrou, na Exposio Industrial de Berlim, a pri
meira ferrovia eletrificada. (Revista ABINEE, 2000, p.5)
As indstrias eletrotcnicas adquiriram a caracterstica principal no final
do sculo XIX, tornando-se grandes monopolistas, graas s fuses de empresas do
setor. Como exemplos a General Eletric - GE, em 1892 (Revista ABINEE, 2000, p.6)
e a Westinghouse Electric Companyem 1886. (Britannica,2000, Internet)
A indstria da eletricidade passou ento a compor-se de dois ramos
distintos, a indstria eletrotcnica, responsvel pela produo de aparelhos,
equipamentos e a sua instalao, e a indstria de energia eltrica, que exigia
grandes volumes de capital para investir nos segmentos de gerao, transmisso e
distribuio.
No incio da utilizao comercial da energia eltrica no havia separao
entre as duas reas industriais. As empresas Edison ou Siemens, por exemplo, eram
simultaneamente produtoras de equipamentos e geradoras de energia para
consumo de terceiros. Com a tendncia especializao, as indstrias passaram a
dedicar-se a apenas um dos tipos de produo.
7
Aqui caracteriza-se o incio da necessidade, e previso, das empresas da
indstria da energia eltrica de estabelecer o estoque de peas e equipamentos
sobressalentes para atender s necessidades da manuteno de suas empresas.
Com a separao das duas reas industriais rompeu-se o vnculo da indstria da
eletricidade com o fabricante das peas e equipamentos.
2.1.1 A eletricidade no Brasil
A economia brasileira no final do sculo XIX, apoiava-se na exportao de
bens primrios. A crescente urbanizao, o aumento da demanda por servios
pblicos e o incremento das atividades industriais foram a mola propulsora das
primeiras experincias no campo da energia eltrica.
O imperador D. Pedro II conhecera a eletricidade na exposio de
Filadlfia em 1876 e introduziu a energia eltrica no Brasil. A primeira demonstrao
pblica de iluminao, com lmpadas eltricas, no Brasil foi em 1879, na atual
Central do Brasil, com a instalao de seis lmpadas na ento chamada Estao
Central da Estrada de Ferro D. Pedro II. (500 anos Energia Eltrica no Brasil, 2000,
P-30)
A primeira utilizao da energia hidreltrica no pas deu-se em 1883,
quando foi instalada no ribeiro do Inferno (Diamantina - MG) a pequena usina para
gerao de energia eltrica para acionar mquinas de uma mina de diamantes.(500
anos Energia Eltrica no Brasil, 2000, p.32).
Impulsionada pela forte expanso da cafeicultura e o promissor incio das
atividades industriais, So Paulo era a porta ideal para os grupos estrangeiros,
quando em 1899 a empresa canadense The So Paulo Light & Power Co - Light
comeou as suas atividades, atuando no transporte urbano movido a trao eltrica
e a produo e distribuio de eletricidade para iluminao pblica, domstica e de
uso industrial.(Revista ABINEE, 2000, p.6)
Anunciou-se que em So Paulo ia ter bondes eltricos. Os tmidos
veculos puxados a burros que cortavam a cidade provinciana, iam desaparecer para
8
sempre (...) (Andrade, 1990, p.46) trecho do livro Um Homem Sem Profisso,
escrito em 1900, fazendo uma referncia histrica que retrata a chegada da Light em
So Paulo.
Fortalecido, o grupo canadense estendeu seus negcios capital da
Repblica, Rio de Janeiro, em 1905, onde se consolidaria com a construo da
usina hidreltrica de Ribeiro das Lajes. (Revista ABINEE, 2000, p.6)
Com a multiplicao do nmero de fbricas, e tambm graas
progressiva substituio do vapor pela eletricidade, o fortalecimento da energia
eltrica ganhava importncia decisiva e o consumo industrial crescia. Em So Paulo
foram criadas pequenas empresas de energia eltrica que depois partiram para
fuses. Processo semelhante ocorreu no Rio de Janeiro.
Na dcada de 1920, a Light promoveu um intenso processo de
incorporao de empresas visando um crescimento de seu mercado. Em 1927, com
a chegada da American Foreigh & Power Co. - Amford (ligada ao poderoso grupo
Eletric Bond & Share) completou-se o captulo de concentrao e centralizao do
setor eltrico no Brasil, entre as duas empresas, ao se estabelecer, na prtica, uma
tcita diviso de mercados. (Revista ABINEE, 2000, p.7)
A Light concentrava suas atividades no eixo Rio-So Paulo, sobretudo
nos plos urbanos e industriais desses dois estados; e a Amford tomou conta do
restante do pas. O mercado de energia eltrica ficou praticamente dividido entre os
dois grupos estrangeiros.
2.1.2 O papel do estado no mercado da energia eltrica
O aparato legal vigente no Brasil no colocava obstculos ao capital
estrangeiro. No havia nenhum tipo de coordenao, controle ou poltica
governamental que preservasse espaos para a empresa nacional ou interesses do
governo federal.
Essa situao perdurou e foi aceita pelo Brasil at 1934, quando o
Governo de Getlio Vargas decretou o Cdigo de guas, que caracterizou as
quedas d'gua como bens distintos das terras e as incorporou ao patrimnio da
nao. Seu aproveitamento industrial passou a depender de concesses que s
poderiam ser outorgadas pelo governo federal. (500 anos Energia Eltrica no Brasil,
2000, p.94)
At o final da dcada de 1940, o capital privado reinou absoluto no
sistema eltrico brasileiro. As concessionrias estrangeiras controlavam cerca de
90% do suprimento de energia, sobretudo nas regies mais desenvolvidas do pas.
Mas, ao longo da segunda metade do sculo, o quadro se modificou radicalmente.
Sob o ponto de vista da qualidade da energia eltrica, o Cdigo de guas
de 1934 foi o primeiro documento a mencionar que "o servio adequado
reconhecido como exigncia fundamental, do ponto de vista das necessidades
pblicas". Em 1957, o Decreto 41.019, estabelecia a necessidade das empresas se
organizarem de forma a assegurar um servio tcnico adequado e a continuidade e
a eficincia dos fornecimentos. (500 anos Energia Eltrica no Brasil, 2000, p.33)
Entrou em cena o Estado, que passou a ter crescente papel na expanso
do setor. Os pilares dessa mudana foram lanados, nos anos 50, durante o se
gundo governo de Getlio Vargas, que assumiu explicitamente a proposta de inter
veno do Estado na economia, a fim de superar os entraves ao desenvolvimento
econmico e social do Brasil (Revista ABINEE, 2000, p.9).
2.1.3 A integrao dos Sistemas Eltricos
No final da dcada de 50, iniciou-se o perodo das grandes hidreltricas,
entre as quais destacou-se a Usina de FURNAS (Furnas Centrais Eltricas) situada
no tringulo Rio-So Paulo-Minas. Mas, o aproveitamento do potencial hidreltrico
do pas se acelerou, de verdade, quando foi instalada a ELETROBRS - Centrais
Eltricas Brasileiras S.A. em 1962. A capacidade geradora do pas, na poca,
totalizava 5.800 MW e a presena do governo representava 36% da potncia
instalada. (Revista ABINEE, 2000, p. 11), (Memria, 1987, p.9)
10
11
Dos meados da dcada de 60, em diante, a participao estatal foi
crescendo, acabando por incorporar praticamente todo o setor privado. Um dos
primeiros atos neste sentido deu-se, em 1964, com a deciso do presidente Castelo
Branco em comprar as concessionrias do grupo Amforp. A Light foi adquirida em
janeiro de 1979, pelo governo Geisel. (Revista ABINEE, 2000, p.11)
O Sistema ELETROBRS expandiu-se ainda mais com a formao de
duas subsidirias regionais: a ELETROSUL - Centrais Eltricas do Sul do Brasil, em
1968, e a ELETRONORTE - Centrais Eltricas do Norte do Brasil, em 1973. (500
anos Energia Eltrica no Brasil, 2000, p. 125-130) Neste mesmo ano, foi estabelecido
o acordo bilateral com a ANDE - Administracin Nacional de Electricidad, estatal
paraguaia, visando a construo da Usina de Itaipu, no rio Paran. (Itaipu,
1994, p.1.7)
2.1.4 O novo modelo do setor eltrico
O ano de 1995 marcou o incio de uma profunda reestruturao do
sistema eltrico brasileiro, a partir da nova legislao sancionada pelo Presidente da
Repblica, Fernando Henrique Cardoso. A nova lei de concesso de servios de
eletricidade, sancionada pelo executivo, abriu as portas para o capital privado e
instaurou um processo de desregulamentao que culminar no mercado livre, em
2003. (Revista ABINEE, 2000, p. 13)
A nova estruturao do setor caracteriza-se por um modelo funcional
desverticalizado que implica na segregao das funes de produo, transporte,
incluindo, transmisso, distribuio e comercializao de energia eltrica. A partir
deste novo modelo os agentes encarregados relacionam-se atravs de um conjunto
de contratos que tem como finalidade estabelecer, entre outros requisitos, os
diversos nveis de responsabilidade, visando, sobretudo, o atendimento adequado
das necessidades de energia eltrica, demandadas pelo mercado.
E por intermdio do mercado spot (concorrncia entre fornecedores e
compradores de energia alm das reas de concesso), permite a existncia de um
preo livre da energia comercializada no curto prazo. As empresas devem cada vez
mais se preocupar com o consumidor, visto agora de forma individual. (Revista
CIER, 2000, p.11)
O novo modelo institucional inseriu no setor eltrico uma mudana de
comportamento, num cenrio globalizado. Grandes, mdias e pequenas indstrias
passaram a enfrentar os desafios impostos pela acirrada competitividade. Presente
no mundo inteiro, essa tendncia irreversvel e atinge os diferentes setores
produtivos onde o cliente busca se concentrar cada vez mais na sua rea de
competncia especfica. Qualquer projeto que esteja fora desse foco, ficar a cargo
do fornecedor que oferecer o menor custo e o maior valor agregado.
2.1.5 Sistema Eltrico atual do Brasil
A energia eltrica tem importncia estratgica de alta relevncia para a
economia de qualquer pas e o inegvel bem social que proporciona populao.
(ONS, 2000, Internet) As usinas hidreltricas no Brasil representam, atualmente,
uma parcela significativa de 96,8% da potncia instalada no sistema interligado,
conforme a Tabela 1, fornecendo ou disponibilizando energia eltrica para todos os
clientes e consumidores. Assim sua performance operativa influi diretamente sobre a
qualidade da energia fornecida a todo o sistema eltrico interligado.
A gerao de energia eltrica no mundo tem a distribuio, de acordo com
a fonte de energia, conforme a Tabela 1, que mostra bem claro a importncia e a
nossa dependncia da gerao de energia eltrica de fonte hidrulica.
12
Tabela 1 - Gerao de energia eltrica no Mundo e no Brasil
Carvo Hidreltrica nuclear gs petrleoMundo (%) 40 19 17 13 11Brasil (%) 1,2 96,8 0,7 0 1,3
Fonte: ELE1fROBRAS apud JNIOESTE (2000) - adaptado
O Sistema de Gerao de energia, bem como o seu Sistema de
Transmisso associado, dispem de uma grande quantidade de equipamentos,
j iJiiioteca UnivrsfrialI-------- U F S 13
constituindo conjuntos integrados e complexos. Todos os aspectos observados, de
forma global, evidenciam a necessidade da adoo de um mtodo de operao e
manuteno eficaz, adequado explorao dos recursos hdricos, contribuindo para
a reduo dos riscos de interrupo do fornecimento de energia.
O Sistema de produo e transmisso de energia eltrica do Brasil um
sistema hidrulico e trmico de grande porte, com forte predominncia de usinas
hidreltricas, formado por dois grandes sistemas interligados, um das regies Sul,
Sudeste e Centro-Oeste e outro da regio Nordeste e parte da regio Norte. (ONS,
2000, Internet)
A evoluo da capacidade instalada de energia eltrica do Sistema
Eltrico do Brasil mostrada na Tabela 2, a seguir, onde se nota a predominncia
das usinas hidreltricas, na capacidade instalada do sistema interligado.
Tabela 2 - Evoluo da capacidade instalada de energia eltrica em MW
Anos 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000Hidreltrica 5 124 301 630 1009 1536 3642 8823 27522 44198 59000*
Termeltrica 347 1158 2405 5771 6835 10300"
(*) estimativaFonte: ELETROBRS apud ABINEE (2000,p. 15) - adaptado
A gua acumulada na barragem importante e necessria para o
funcionamento da indstria da energia eltrica, a qual deve ser armazenada, na
quantidade mxima possvel, para a gerao de energia eltrica. A usina de Itaipu,
atualmente, a maior usina hidreltrica construda com 12.600 MW de potncia
instalada e com capacidade de gerar em torno de 90.000 GWh de energia. Alm
disso a usina de Itaipu opera em regime de base na curva de demanda (usina que
opera em plena carga durante o tempo de operao). (500 anos Energia Eltrica no
Brasil, 2000, p. 188)
Para comparar a importncia da gua disponvel para a gerao de
energia, est em construo, na China, a usina hidreltrica de Trs Gargantas
(Yangtze Three Gorges Plant) com 18.200 MW de potncia instalada, mas que
poder gerar em torno de 70.500 GWh de energia, justamente em funo da
capacidade de acumulao de gua no seu reservatrio.(Three Gorges, 1996, p.2-3)
14
A Usina Hidreltrica de Itaipu iniciou sua operao comercial em maio de
1984 e a partir da, com a entrada em operao de duas unidades geradoras por
ano, sua produo de energia eltrica foi crescendo e a evoluo da sua
participao no sistema eltrico brasileiro mostrada na Tabela 3.
Tabela 3 - Evoluo da Usina de Itaipu no sistema eltrico nacional
Anos 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99Participao (%) 0,1 3,0 10 17 17 20 22 23 20 22 24 26 25 26 25 25
Fonte: dados de operao de Itaipu - ada ptado
2.2 Qualidade da energia eltrica
No sculo XIX a lmpada e o motor eltrico representaram o avano e a
transformao do habitante urbano em consumidor de energia eltrica, hoje
podemos dizer que outro invento revolucionou o nosso mundo, o componente
eletrnico chamado Cl (circuito integrado), o popular chip (Schilling, 1968, p.326-
328), que tornou todos os habitantes ainda mais dependentes e tambm
consumidores de energia eltrica. Estamos na era digital, onde quase todas as
atividades da sociedade so controladas por um equipamento eletrnico, que
necessita de energia eltrica.
O circuito integrado muito suscetvel a qualquer oscilao ou variao
de tenso, mesmo aos fenmenos de rpida atuao, conforme IEEE (1995,p.25), e
uma sobretenso que ultrapasse seu limite de suportabilidade fatal, podendo ser
danificado e queimar (alta temperatura interna do componente por sobrecarga),
tornando inoperante todo um equipamento, conformes IEEE (1995, p.15),
provocando uma falha no equipamento. Este consumidor exige uma qualidade da
energia eltrica ainda mais elevada.
O termo Qualidade da Energia Eltrica se refere a uma grande variedade de
fenmenos eletromagnticos que caracterizam a tenso e a corrente em um
determinado momento e em um determinado local no sistema de potncia. (IEEE,
1995, p.9)
Esta definio de qualidade da energia eltrica vem sendo utilizada
amplamente no mundo, desde os anos 80, e usada sem nenhuma restrio e
incluindo todos os tipos de eventos ou fenmenos que ocorrem nas cargas devido a
possveis problemas no fornecimento da energia eltrica. Existem quatro razes
para que esta denominao esteja em moda. (Revista CIER, 2000, p.36-37)
Em primeiro, lugar as cargas atuais so mais sensveis a variaes da
qualidade da energia eltrica do que os equipamentos do passado. Muitas das
novas cargas contm equipamentos baseados em microprocessadores utilizados
para o controle do processo ou foram empregados equipamentos de eletrnica de
potncia que so mais sensibilizados a vrios tipos de distrbios. (Revista CIER,
2000, p.37)
Em segundo lugar, a nfase no aumento da eficincia, de todo o sistema
de potncia, resultou em um contnuo desenvolvimento de mecanismos de alta
eficincia, tais como controladores de velocidade para motores, bancos de
capacitores em paralelo, para a correo do fator de potncia e reduo de perdas.
Isto pode resultar em um possvel incremento dos nveis dos harmnicos em um
sistema de potncia. (Revista CIER, 2000, p.37)
Em terceiro lugar, o Sistema Eltrico Brasileiro interligado, entre si
atravs de linhas de transmisso, o que proporciona altos benefcios, mas
igualmente traz algumas conseqncias no desejadas, tais como a transferncia de
eventos anmalos em pontos distintos da rede. (Revista CIER, 2000, p.37)
Em quarto lugar, os clientes e consumidores finais, conhecendo os
benefcios da qualidade da energia eltrica, esto aumentando os seus interesses e
comeando a informar-se melhor sobre o assunto e solicitam, das empresas de
servios, incrementos na qualidade da energia eltrica fornecida. (Revista CIER,
2000, p.37)
15
2.2.1 Caractersticas tcnicas da energia eltrica
A avaliao das caractersticas do produto essencial, conforme Juran
(1990,p.138) e muitas dessas avaliaes podem ser feitas em laboratrios, mas
outras devem ser feitas nas condies reais de operao.
A qualidade da energia eltrica pode ser quantificada tecnicamente,
levando-se em conta a Forma de Onda, que obedea a uma forma da mais pura
senide, sem que tenha perturbaes permanentes, harmnicos ou transitrios, a
Freqncia se mantenha constante, dentro de uma faixa estabelecida pelas normas,
o Sistema Trifsico Equilibrado deve ser o mais simtrico possvel, com
defasamento de 120 e manter o Valor Eficaz da tenso o mais estvel possvel,
(revista CIER, 2000,p.37)
Os tipos de fenmenos (perturbaes) que mais afetam a qualidade da
energia eltrica so os seguintes (Revista CIER, 2000, p.37):
- as oscilaes momentneas de tenso (sag e swell);
- as flutuaes de tenso;
- os harmnicos;
- os transitrios;
- as interrupes permanentes.
O cliente, em um sentido mais amplo, toda a pessoa afetada por nossos
processos e produtos, conforme Juran (1990,p.9), e as empresas fornecedoras de
energia eltrica, para toda a populao, devero ter um sistema eltrico
suficientemente rgido (com capacidade), de modo a manter uma confiabilidade e
disponibilidade de fornecimento, para que o cliente no seja prejudicado por
possveis interrupes de energia eltrica. Essas falhas do produto, conforme Juran
(1990,p.149), somam-se aos outros custos, podendo chegar a valores bastante
expressivos.
Um tipo de perturbao que afeta a confiabilidade e a disponibilidade do
sistema eltrico, e por conseqncia o cliente, a interrupo de tenso, que
caracterizada por uma diminuio para zero da tenso de alimentao, em um
16
perodo de tempo maior de um minuto, numa ou mais fases, conforme o IEEE (1995,
p.7). A interrupo pode ser o resultado de falta no sistema de potncia, falha no
controle, e tambm pode ser falha do equipamento.
As novas aes da ANEEL esto modificando a legislao vigente,
referente continuidade do fornecimento de energia eltrica, de forma a adequ-los
ao novo arcabouo legal. Todo o esforo nvel de fbrica (gerao de energia),
conforme Paladini (1995,p.26) deve ser feito para produzir a energia eltrica de
qualidade, de acordo com a sua especificao bsica. As principais modificaes a
serem inseridas no novo regulamento relativo continuidade do fornecimento so
(Revista CIER, 2000, p.13-14):
- limitao de durao de cada interrupo ocorrida no sistema;
- padres de continuidade diferenciados para cada concessionria e considerando-
se as caractersticas regionais;
- obrigatoriedade da concessionria informar na fatura de energia eltrica os ndices
de continuidade das unidades consumidoras;
- critrios e procedimentos para aviso das interrupes programadas para os
consumidores;
- penalidades a favor do rgo regulador ou consumidor individual, no caso de
violao dos padres de continuidade.
Se uma falha ocorrer no equipamento e a manuteno determinar que
seja necessrio substituir a pea defeituosa e no houver sobressalente disponvel
para este fim, poder haver falta de fornecimento de energia eltrica, maior tempo
de parada para manuteno, perdas, multas, baixar o ndice de confiabilidade e
disponibilidade.
Tambm aqui notamos um vnculo das peas sobressalentes disponveis
com a qualidade da energia eltrica (as interrupes).
2.2.2 Adequao ao uso da energia eltrica
Na empresa, a qualidade do produto o resultado do trabalho e esforo
conjunto de todas as reas, sendo algumas mais especializadas que outras. Todos
17
devem executar o seu trabalho o mais correto possvel juntamente com suas
atividades principais, ou seja seus produtos devem adequar-se ao uso, conforme
Juran (1991,p.17,v.1). A qualidade da energia eltrica para o consumidor deve ser a
meta do conjunto de todos os esforos deste processo produtivo.
As atividades coletivas da empresa que atuam para a qualidade do
produto a funo qualidade, definida como:
"O conjunto de atividades atravs das quais atingimos a adequao ao
uso, no importando em que parte da Organizao essas atividades so
executadas." (Juran, 1991, p.16,v.1)
Este conceito mostra que todos os setores da empresa so relevantes
para a atividade fim da empresa, e h dificuldade em definir e quantificar o nvel de
participao de cada setor ou atividade para a adequao do produto sua efetiva
utilizao.
O captulo seguinte apresenta os aspectos do projeto, confiabilidade,
manutenibilidade e disponibilidade, o conceito e a evoluo da manuteno, o
sobressalente como suporte manuteno, a manuteno centrada em
confiabilidade e anlise de manuteno corretiva.
18
19
CAPTULO 3 - A MANUTENO
Este captulo relata os aspectos do projeto, o conceito e a evoluo da
manuteno, a administrao dos materiais, o sobressalente, a anlise do modo de
falha e fonte de falha, a construo da hierarquia dos conjuntos e anlise da
manuteno corretiva. Estes conceitos so relevantes para a compreenso da
importncia da disponibilidade dos sobressalentes para confiabilidade e tambm
como suporte manuteno.
3.1 Os aspectos do projeto
Modernamente o processo do projeto possui uma considervel
abrangncia, e apenas se completa quando engloba toda as atividades, desde o
pensamento original de concepo, desenvolvimento, fabricao, montagem e at
mesmo a operao. O cuidado e o esmero na elaborao das especificaes do
projeto visa a evitar ou reduzir os riscos com a confiabilidade do produto.(Hutchins,
1993,p.79)
O que processo? Juran (1990, p. 196) define processo como uma srie
sistemtica de aes direcionadas para a consecuo de uma meta. aplicvel a
processos de todos os tipos para produzir bens e fornecer servio aos clientes. Para
estar de acordo com esta definio, um processo deve ser direcionado, sistemtico,
capaz e legtimo em funo de uma meta. O planejamento do processo dar s
foras envolvidas os meios para atingir as metas (Juran, 1990, p. 199), ou seja pelo
uso das instalaes fsicas, equipamentos, ferramentas, instrumentos e dos
sobressalentes.
O termo qualidade, como usado na indstria, uma caracterstica do
produto, embutido no mesmo, enquanto manufaturado, e confiabilidade e
manutenibilidade so caractersticas inteiramente inerentes ao projeto do produto e
so, portanto, de responsabilidade do projetista que o especificou. (Moss,1985, p.2)
O gerador projetado para produzir energia eltrica, conforme os
parmetros tcnicos de forma de onda, freqncia, simetria e o valor eficaz da
tenso (CIER.2000, p.37). O risco de falha, a confiabilidade, a manutenibilidade e a
disponibilidade do equipamento so devidas ao seu projeto.
Em particular para o projeto de Itaipu, os Requisitos Tcnicos levaram em
conta vrias premissas para que a escolha dos equipamentos se pautasse no mais
alto grau de confiabilidade, manutenibilidade e disponibilidade na operao das
unidades geradoras, de modo que a produo de energia eltrica tenha as
caractersticas de qualidade para atender s necessidades de energia eltrica para o
Brasil (60 Hz) e o Paraguai (50 Hz). As solues de engenharia devem ser simples,
confiveis seguras, e de experincia comprovada. Os melhores padres de
segurana, economia e confiabilidade devero ser usados na engenharia dos
componentes do projeto. (leco-Elc,1997,p.11-15)
O projeto com o mnimo custo de manuteno, deve levar em
considerao a manutenibilidade ao invs da confiabilidade. Entretanto para
compreender bem manutenibilidade deve-se aprender a confiabilidade, porque o
usurio de um produto necessita de um meio simples e conveniente para expressar
o efeito combinado de ambos no produto a medida que ele o utiliza, e assim um
outro atributo de projeto chamado disponibilidade foi estabelecido. Desta forma a
confiabilidade, manutenibilidade e a disponibilidade devem ser estudadas e melhor
compreendidos nesta ordem. (Moss, 1985,p.2)
O tempo mdio entre falhas - MTBF (Mean Time Between Failures) de um
sistema calculado baseando-se em um conhecimento da confiabilidade das suas
partes componentes, sendo necessria compreenso de estatstica. As falhas,
quando ocorrem, geralmente se distribuem de forma descrita por um modelo
matemtico especfico. Para a previso de confiabilidade um dos modelos utilizados
a distribuio de Poisson. (Hutchins, 1993,p.100)
A confiabilidade, a manutenibilidade e a disponibilidade so funes do
tempo e por esse motivo indispensvel precisar a noo tempo em manuteno,
conforme a figura 1. Desta forma estes trs conceitos devem ser analisados seja de
modo antecipado (antes do uso) ou de modo operacional (durante e aps o uso).
(Monchy,1989, p.19)
20
Figura 1 - Conceitos de vida til de um equipamento.
21
MTBF + MTTR
Onde:TBF - Tempo de bom funcionamento;MTBF - Mdia dos tempos de bom funcionamento;MTTR - Mdia dos tempos tcnicos de reparo.
Fonte : Monchy,1989, p.19
3.1.1 Confiabilidade
Confiabilidade a probabilidade de um equipamento ser capaz de
desempenhar a sua funo requerida de forma satisfatria, por um perodo de tempo
determinado.(Itaipu,1995,p.14) um atributo inerente de seu projeto. O
equipamento deve funcionar e ser mantido, dentro das caractersticas estabelecidas
pelo fabricante. Confiabilidade no deve ser confundida com a conformidade do
produto, especificaes ou com ensaios de laboratrio de vida til. A avaliao da
confiabilidade estabelecida pelo uso efetivo do produto. (Moss 1985,p.17)
A anlise da confiabilidade, conforme Moss (1985,p.29) gera informaes
importantes para a anlise da manuteno. Devemos obter benefcios e resultados
prticos atravs da aplicao deste conceito, resultando uma escolha criteriosa para
o levantamento do inventrio das peas sobressalentes principalmente s de baixa
rotatividade de uso.
Nesta escolha do escopo, a indisponibilidade pode representar impacto
muito significativo na produo da empresa e nos equipamentos, pois, muitas peas
tem um processo longo de compra e de fabricao, que implica em um tempo longo
de concerto, em caso de falha.
O projetista pode controlar a confiabilidade do produto pela seleo de
uma combinao adequada de alternativas de concepo de projeto, configurao
detalhada do circuito, nveis de qualidade das partes, e redundncias. Mas para
fazer a seleo tima ele deve ter alguns meios de determinar a confiabilidade
oferecida por qualquer combinao dada destes fatores, e o efeito de variar qualquer
um deles. (Moss, 1985,p.29)
0 desempenho de um equipamento ou produto deve ser satisfatrio
quando adquirido e continuar ao longo de toda a sua vida, sob as condies de
operao, conforme especificado. Este aspecto da qualidade descrito pela
confiabilidade e determinado pela probabilidade de apresentar um desempenho
satisfatrio durante o perodo de tempo especificado.
No somente a reputao do fabricante e ou da empresa so
influenciadas, mas tambm, em todas as decises relacionadas com o fornecimento
e estoque de sobressalentes, em quantidade suficiente, as quais dependem das
expectativas em relao confiabilidade, que pode ser vista como o aspecto vivo da
qualidade. (Hutchins, 1993, p.95-96)
3.1.2 Curva da banheira tradicional
Confiabilidade , nos tempos modernos, uma questo de confiana que o
carro vai pegar de manh, de que o extintor de incndio vai funcionar depois de
estar preso parede por muitos anos, de que um avio com cerca de duzentos
passageiros aterrissar por instrumentos sob forte neblina, de que os milhares de
22
sistemas em operao, nos vos do homem ao espao, permanecero operando, tal
que permita a todos voltarem Terra em segurana.
essencial levar em conta a probabilidade de ocorrerem falhas e
infelizmente essa probabilidade no , em geral, constante ao longo da vida do
produto. Com base nos testes de durabilidade feitos em lotes de produo de
equipamentos e produtos de diferentes tipos foi estabelecido um grfico que
representa a taxa de falha em funo do tempo de operao.
23
Figura 2 - Curva da banheira tradicional
Fonte: Moss, 1985,p.22 - adaptado
Os textos sobre a curva da banheira tradicional, como Hutchins
(1993,p.97), Takahashi (1993,p.255) e Moss (1985,p.21) descrevem a vida do
produto em trs fases sucessivas, identificadas na Figura 2, acima:
- primeira fase da curva o perodo de mortalidade infantil, ou de desgaste
inicial, que caracteriza o perodo em que a taxa de falha do produto decresce
rapidamente. As causas das falhas so, freqentemente, devidas aos defeitos de
fabricao, falhas humanas na produo, inspeo ineficiente, falha de montagem
ou instalao e operao inadequadas pelo usurio. Nesta fase da vida do produto
ou equipamento o fabricante e o montador esto juntos, acompanhando o incio de
operao, ensaios de comissionamento e aceitao, e principalmente o
equipamento est operando no perodo de garantia, onde o fabricante assume
qualquer ocorrncia que caracterize uma falha, substituindo a pea ou
equipamento. Desta forma a necessidade de sobressalentes nesta fase
assegurada pelo fabricante e pelo contrato.
- segunda fase da curva o perodo de vida til normal, durante o qual a taxa de
falhas razoavelmente constante, com o passar do tempo, e para um produto bem
projetado freqentemente baixa. Esta fase a mais longa dos trs estgios e por
esta razo tambm chamada de perodo de utilizao segura do equipamento.
(Moss,1985,p.21) Neste perodo de vida do equipamento as causas e os tipos das
falhas que ocorrem so ocasionais, de natureza aleatria e, portanto, imprevisveis.
Nesta fase da vida do equipamento as atividades de manuteno so normalmente
executadas por intermdio de sua prpria equipe de manuteno ou de servios
terceirizados. Todas as questes de determinao e dimensionamento de
sobressalentes devem ser enfocadas para este perodo de vida do equipamento,
na curva da banheira, onde a vida til e taxa de falhas do equipamento permanece
quase inalterada com o passar do tempo, ou seja, praticamente constante.
(Melo, 1998,sp)
- terceira e ltima fase da vida, perodo de deteriorao, do equipamento, no
existe sentido em se estudar o problema do dimensionamento de sobressalentes,
pois nesta fase os tipos de falhas que ocorrem devido, principalmente ao
desgaste que os equipamentos apresentam com o tempo. importante lembrar
que nesta fase a taxa de falhas do equipamento crescente com o tempo, ou seja,
a realizao de reparo nos mesmos no altera muito este fato. Nesta fase so
necessrios estudos para o dimensionamento de reposies programadas,
renovao de equipamentos, ou seja, os estudos devem ser voltados com respeito
a manuteno preventiva, o que no objeto de estudo deste trabalho. A taxa de
falhas crescer com o tempo, podendo esse crescimento ser abrupto ou gradativo,
o que determina a estratgia apropriada de manuteno e/ou substituio.
A previso de confiabilidade, usualmente, feita no incio do processo de
projeto e engloba o arranjo, em diagrama de blocos, das partes componentes de um
sistema. Os dados utilizados so, geralmente, tomados de testes anteriores ou de
folhas de dados relacionadas com as partes componentes. Os dados esto sempre
24
relacionados com a poro da curva da banheira relativa vida til normal, portanto,
assumem apenas falhas aleatrias.
Um programa de confiabilidade deve basear-se em um compromisso
entre o custo de teste e o custo decorrente do problema. Enquanto resolver um
problema no estgio de projeto tem um custo muito baixo e mais a ajuda de lpis e
borracha, j no estgio de fabricao o custo pode ser bem maior em materiais e
componentes refugados, alteraes de equipamento e quando o produto j tenha
sido distribudo, em grande escala, o custo pode ser muito alto.
3.1.3 Manutenibilidade
a capacidade do equipamento em receber manuteno, ou seja, a
probabilidade do equipamento retornar a desempenhar a sua funo requerida,
dentro de um intervalo de tempo, quando a manuteno realizada de acordo com
procedimentos prescritos. (Itaipu, 1995, p. 14)
A eficcia da manuteno fortemente influenciada pela tecnologia de apoio: projeto para um acesso fcil e reposio modular nas instalaes do usurio, instrumentos especiais para o diagnstico fcil das causas da falha, ferramentas especiais e informaes tcnicas sobre o produto e a sua utilizao. Geralmente considera-se como parte do assunto manuteno o fornecimento dessa tecnologia
de apoio.(Juran, 1991,p.26)
A padronizao e a modularizao de componentes e peas tendem a
minimizar o nmero de sobressalentes necessrios. (Moss, 1985, p.36)
A manutenibilidade deve ser pensada j na fase de projeto de um
equipamento, com o objetivo de facilitar o diagnstico das falhas, as manutenes
que devero ser feitas, seja para atender o poltica de manuteno da empresa, bem
como, s intervenes no programadas, permitindo acesso, desmontagem, retirada
e normalizao do equipamento com toda a rapidez e simplicidade dos meios
necessrios para tal.(Monchy, 1989,p.159)
25
263.1.4 Disponibilidade
Dizemos que um equipamento est disponvel quando est em estado
operacional (Juran, 1991, p.23). Todo o esforo empregado para descobrir e
minimizar as falhas, bem como restabelecer o equipamento, o mais rpido possvel,
em caso de interrupo para a continuidade do fornecimento de energia eltrica
deve ser assegurado.
Disponibilidade a percentagem de tempo que um equipamento ou
sistema est apto a desempenhar a sua funo requerida, ou ento, a
probabilidade de, em um dado momento, o equipamento ou sistema estar no estado
disponvel. (Itaipu, 1995, p.14)
Para aumentar a disponibilidade de um equipamento, conforme Monchy
(1989,p.167), necessrio reduzir o seu nmero de paradas (confiabilidade), e o
tempo gasto para resolver o problema (manutenibilidade).
3.2 Manuteno
Todos os equipamentos, peas e componentes de qualquer processo
produtivo se deterioram com o uso e mesmo se no estiverem sendo utilizados.
Conforme Juran (1999, p. 102) para o funcionamento adequado e correto dos
equipamentos e a produo de energia eltrica com qualidade necessrio que
estabeleamos uma sistemtica de manter a sua integridade, ou seja um plano ou
programa de manuteno
Nos processos convencionais, o planejamento de manuteno
(freqncia de checagem, contagem regressiva durante a checagem) feito pelas
foras operacionais. Nos processos crticos a necessidade de manuteno torna-se
absoluta; esses processos so planejados para dependerem totalmente do
funcionamento apropriado dos equipamentos e dispositivos de segurana e
tecnolgicos. Essa dependncia, por sua vez exige que o sistema bsico de
planejamento inclua o estabelecimento de critrios de manuteno que devem ser
respeitados para que se garanta a integridade do sistema. (Juran, 1999, p.268)
27
Todas as empresas de energia eltrica devem ter uma viso de futuro e
preocuparem-se em reduzir o seu custo de manuteno. A atividade precisa deixar
de ser apenas eficiente para se tornar eficaz, ou seja, no basta simplesmente
reparar o equipamento ou a instalao to rpido quanto possvel, mas
principalmente, preciso manter a funo do equipamento disponvel para
operao, evitar a falha do equipamento e reduzir os riscos de paradas de produo
indevidas. (Pinto e Xavier, 1998,p. 11)
O custo anual de manuteno, conforme Pinto e Xavier (1998,p14)
representa 3% do faturamento bruto, para o setor de eletricidade. Em 1999 a
produo de energia eltrica da Usina Hidroeltrica de Itaipu foi 90 000 MWh, com
um faturamento de 2279 milhes de dlares. (Unioeste, 2000, Internet)
3.2.1 Conceitos bsicos de manuteno
Apresentamos, a seguir, as definies de termos de uso corrente nas
atividades de operao e manuteno:
Manuteno toda ao realizada em um equipamento, conjunto de
peas, componentes, dispositivos, circuito ou estrutura que se esteja controlando,
mantendo ou restaurando, a fim de que o mesmo permanea em operao ou
retorne a sua funo requerida ou seja o conjunto de condies de funcionamento
para o qual o equipamento foi projetado, fabricado ou instalado. O equipamento
deve desempenhar sua funo requerida com segurana e eficincia, considerando
as condies de operativas, econmicas e ambientais.
De uma maneira geral se divide em manuteno corretiva, que toda
manuteno realizada aps a falha do equipamento, visando restabelec-lo sua
funo requerida e manuteno preventiva, que toda manuteno realizada em um
equipamento, com a inteno de reduzir a probabilidade de falha. uma interveno
de manuteno prevista, preparada e programada antes da data provvel do
aparecimento da falha. (Itaipu, 1995, p.6)
Misso da manuteno garantir a disponibilidade da funo dos
equipamentos e instalaes, de modo a atender a um processo de produo e a
preservao do meio ambiente, com confiabilidade, segurana e custo adequado.
Sistema qualquer agregado de equipamentos que trabalham juntos
para desempenharem uma misso projetada ou um conjunto de misses
relacionadas. Por extenso cada uma destas submisses desempenhada por um
distinto subgrupo de equipamentos, e podem ser chamados como subsistema.
(Moss, 1985,p. 10)
Circuito qualquer grupo de equipamentos, dentro de sistema ou
subsistema, que opera junto para desempenhar uma simples e distinta funo,
contribuindo para a realizao da misso do sistema. (Moss, 1985,p. 11)
Pea (ou parte) qualquer item de equipamento que no pode ser
desmontado em componentes subordinados, sem romper o vnculo fsico
permanente. (Moss, 1985,p.13)
Dispositivo ou equipamento qualquer estrutura ou item funcional que
pode se dividir, em dois ou mais componentes subordinados, sem romperem o
vnculo fsico permanente, e os componentes de qualquer dispositivo podem ser
qualquer combinao de dispositivos subordinados ou peas. (Moss, 1985,p.13)
Hierarquia dos dispositivos descreve a organizao do sistema dos
elementos dos equipamentos nos pacotes de montagem, em nveis decrescentes
desde o topo at a base (ou nveis do sistema) das funes e/ou estrutura inter
relacionada, conforme descrito no item 3.5.2. Uma hierarquia de equipamentos
freqentemente referida como uma rvore de equipamentos, mas representado em
desenhos semelhantes razes de uma rvore, onde cada terminao da raiz uma
pea. (Moss, 1985,p. 13)
Avaria qualquer ocorrncia, outra que uma sada intencional, onde o
sistema cessa de atender sua misso especfica ou um circuito de desempenhar a
28
sua funo. (Moss, 1985,p.14) Uma avaria pode ser resultante de qualquer uma das
seguintes circunstncias, conforme Moss (1985,p.14):
- componente defeituoso ou mal ajustado;
- desalinhamento funcional ou defeito de interligao entre as interfaces de
componentes;
- dano fsico de uma causa externa;
- erro do sinal de controle externo ou par um circuito de transmisso ou computador,
um erro de sinal de dado de entrada;
- controle ou interferncia de uma fonte externa (por exemplo radiao ou rudo de
condutor eletromagntico ou pulsos);
- Uma aberrao de fornecimento de energia externa.
Defeito, conforme Itaipu (1995, p. 10), toda alterao fsica ou qumica
no estado de um equipamento que no o impede de desempenhar a sua funo
requerida, podendo o mesmo operar com restries. Conforme Moss (1985,p.14) se
refere ao mecanismo fsico da fonte de falha, tal como desgaste mecnico, corroso
qumica, envelhecimento de material, ou deformao estrutural ou ruptura.
Falha, conforme Itaipu (1995, p.8), toda alterao fsica ou qumica no
estado do equipamento que o impede de desempenhar sua funo requerida e o
leva invariavelmente indisponibilidade. Conforme Moss (1985,p. 14) qualquer
mau funcionamento de um sistema ou circuito que persiste ou retorna at que uma
apropriada ao corretiva seja tomada. No caso de um sistema que cumpre mais do
que uma misso independente, um defeito que impea a habilidade do sistema, de
cumprir qualquer uma das misses, julgada uma falha, mesmo que a capacidade
da outra misso no seja afetada.
Fonte de falha o componente, do prximo nvel hierrquico inferior, no
qual a falha de um item pode ser isolada (ver item 3.5.2). A ltima fonte de falha a
pea defeituosa ou a interconexo com defeito entre as peas ou dispositivos nos
quais deteriorao fsica ou destruio causou a falha. (Moss, 1985,p.15)
29
Modo de falha qualquer um dos cenrios que um dado sistema ou
circuito pode exibir, em termos de seu desempenho da misso ou funo (Moss,
1985,p.15).
Para tornar bem claro o entendimento e a relao entre modo de falha e
fonte de falha, considerar um automvel que sofreu uma ruptura no tubo do radiador
causando uma falha. A fonte de falha o prprio tubo do radiador, e o modo de falha
imediato a ruptura estrutural do tubo sob a presso do vapor por causa da
deteriorao do material.
Os sintomas incluem vapor emergindo da tampa do carro e uma poa de
refrigerante no cho por debaixo do radiador. E o mais significativo elemento deste
modo de falha a perda do refrigerante do circuito de refrigerao que, se no for
detectado a tempo, pode resultar em perda de potncia e muito provavelmente,
danos substanciais para o motor.
Desta forma o modo de falha pode resultar em danos srios se no
corrigidas prontamente. Falhas de outros componentes do sistema de refrigerao
podem ser caracterizadas pelo mesmos sintomas e pelo mesmo efeito no circuito de
operao, o que se deve salientar que deve ser identificado o modo de falha e as
respectivas fontes de falha e a maneira no qual ela falha.
Vida til (durabilidade) determina a extenso de tempo durante o qual
espera-se que o produto ou equipamento opere de forma segura e dentro das
especificaes de desempenho das normas, quando mantido de acordo com as
instrues do fabricante e no submetido a tenses de ambiente ou operacional
alm dos limites especificados. (Moss, 1985,p.16)
3.2.2 Evoluo da manuteno
A operao e manuteno tm passado por fases bem caractersticas
desde o incio da industrializao, o que contribuiu para a sua evoluo at o seu
estado da arte atual.
30
A Primeira Revoluo Industrial, na metade do sculo XVIII, inicialmente
se confinou na Inglaterra e depois se expandiu para outros pases da Europa
continental. Este perodo teve incio com a inveno da mquina a vapor, que
revolucionou as tcnicas de manufatura. (Britannica, 2000, Internet)
caracterizada pela produo artesanal, onde as atividades ficavam a
cargo de uma mesma pessoa, que executava todo o processo, desde projetar,
fabricar e operar as suas ferramentas e mquinas e com isto produzir os bens
desejados, e tambm, executar a manuteno corretiva nas suas mquinas, quando
ocorressem as falhas. A produo era mnima, os produtos no tinham padronizao
e eram manufaturados, conforme a criatividade dos prprios artesos, para atender
as necessidades e gostos individuais dos consumidores, em geral a classe com
poder aquisitivo.
Nesta condio de trabalho, operao e manuteno constituam uma
nica atividade, ou seja o prprio arteso as executava. Tambm se pressupe que
eram tomadas somente medidas corretivas de manuteno, ou seja, a mquina
operava at falhar. Com a prtica e conhecimento do processo de produo e a
repetio de ocorrncia de alguns tipos de falhas, o arteso aprendeu que se tivesse
feito algum trabalho de limpeza, reaperto ou lubrificao com alguma periodicidade a
sua mquina no teria falhado. Percebemos nesta atitude simples o primeiro esboo
de um plano de manuteno preventiva.
Para este caso o sobressalente e
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