Um caminho para o futuro
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Um caminho para o futuro
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Um Caminho
Para
O Futuro Marlon Vargas
Um caminho para o futuro
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Direitos autorais do texto original
2014 © Marlon Vargas
Um caminho para o futuro
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Apresentação
O ministério terreno de Jesus despertou a curiosidade
de muitos em saber mais sobre Ele. Os discípulos de João
queriam saber o seu endereço (João 1.38), Nicodemos,
apesar de ser religioso, tinha muitas dúvidas (João 3.2, 4,
9), Zaqueu não ficou satisfeito em ouvir falar, queria ver
quem era Jesus (Lucas 19.3) e assim muitos outros. Ainda
hoje a busca continua: Quem é esse Homem? Que dizem
as escrituras sobre Ele? O que ele fez, faz e fará? A Bíblia
tem as respostas.
Deus tem inspirado os seus vasos a nos ajudar nesta
busca. O irmão Marlon é exemplo disto ao escrever UM
CAMINHO PARA O FUTURO. Enquanto lia, tive uma
visão panorâmica: o desenrolar do projeto de Deus para a
humanidade. Creio que este estudo será mais um meio de
evangelização, discipulado e edificação para o Corpo de
Cristo.
O irmão Marlon é um obreiro dedicado ao reino de
Deus juntamente com sua família. Em nossa igreja, atua
como professor da Escola Bíblica Dominical. Para mim, é
um privilégio estar fazendo esta apresentação, pois sei que
são poucos os que se dedicam a ler e a escrever. Por isso,
louvo a Deus quando encontro pessoas que põem isso em
prática.
É meu desejo também que cada leitor deste livro tenha
a sua vida impactada pelas revelações bíblicas e possa ver
o cumprimento das mesmas na sua vida como foi na vida
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do Messias. Que cada um tenha no CAMINHO PARA O
FUTURO a presença do amigo mais chegado que um
irmão, Cristo. Ele nos levará a presenciar a glória de Deus
na eternidade.
Campo Bom, RS, Brasil.
Ederson Nekel da Silva
Pastor da Igreja Assembleia de Deus de Campo Bom
Um caminho para o futuro
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Agradecimentos
- Ao nosso Deus que supre todas as nossas
necessidades e nos dá abundantemente além daquilo que
pedimos ou pensamos.
- Ao Pastor Ederson Nekel que teve a paciência de ler e
reler as primeiras cópias deste livro. Além de inúmeras
sugestões, ainda faz a apresentação da obra. A ele e sua
esposa, Ledi, meus sinceros agradecimentos.
- Ao Pastor Pedro dos Santos Dutra, presidente da
Igreja Assembléia de Deus de Campo Bom, que também
leu este livro antes da impressão e nos deu incentivo para
seguir em frente.
- Ao meu irmão Ederson Vargas, o “Edinho”, recém-
formado advogado, sempre torcendo por nós. Deus
abençoe você e sua família.
- A todos que de forma direta ou indiretamente
contribuíram para que este sonho se tornasse realidade.
Deus recompensará vocês.
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Dedicatória
“Dedico carinhosamente este livro a minha querida esposa Luciane, que tem sido por longos anos fiel companheira. Ela e nossos filhos Filipe, Tirza e Miriã foram os maiores incentivadores para que esta obra se tornasse realidade”.
Um caminho para o futuro
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Introdução
Existe um futuro? Segundo o relato bíblico da criação,
o homem - diferentemente dos animais que possuem uma
alma terrena - foi criado a “imagem e semelhança de
Deus”, recebeu o “fôlego de vida” vindo da parte do
Senhor e, dessa forma, passou a ter uma alma que não
pode morrer. Por isso, entendo que existe, sim, um futuro
para nós.
A alma representa a força vital do ser humano, é a vida
interior que abrange os desejos e as emoções. Na Bíblia,
encontraremos que ela sente fome, sede, cansaço, pode
amar, prosperar, regalar-se, buscar ao Senhor, ficar
abatida, angustiada, ser salva, perder-se, etc. Por ser a
parte espiritual do homem, a alma sabe que existe um
futuro para ela e, por isso, dependendo da situação em que
a pessoa se encontra, ela pode estar segura ou angustiada
Um caminho para o futuro
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quanto a este futuro. Não há quem não se preocupe
pensando no que virá depois que enfrentar a morte. Luz ou
escuridão? Alegria ou tristeza? Paz ou sofrimento? Céu ou
inferno? Todas estas perguntas acompanham o ser
humano desde o dia em que começa a ter maior
compreensão das coisas que o cercam. Algumas pessoas
conseguem a paz de espírito e descansam quanto ao
futuro; em outras, a expectativa quanto a um futuro
desconhecido faz o coração estremecer cada vez que
pensam nisso. Esta questão relacionada ao futuro do ser
humano é tão importante que recebeu a maior atenção de
Deus a ponto dEle oferecer o melhor que tinha para
garantir que o futuro dos homens seja de paz e felicidade
no céu, em lugar de eterno sofrimento no inferno.
As consequências do que aconteceu no Éden com a
desobediência de Adão e Eva foram desastrosas para a
humanidade. Com o pecado, eles conheceram a morte
espiritual que é a perda da comunhão com Deus causada
pela separação que o pecado faz entre o ser humano e
Deus (Isaías 59.2), e o corpo físico ficou sujeito à
degradação que acaba levando à morte. O que não sabiam
também é que, perdida essa comunhão, teriam que, a partir
daquele momento, tentar retomá-la enquanto vivessem
para que não ficassem eternamente separados de Deus
após a morte física. De outra parte, Deus - vendo que o
homem não teria condições de sozinho voltar a ter
comunhão com Ele, pois havia se tornado escravo do
pecado - prometeu que um dia “o descendente” da mulher,
que Satanás havia enganado, viria a este mundo e
derrotaria o diabo na arena em que ele havia passado a
dominar e derrubaria essa barreira que o pecado criou
entre Deus e o homem. Este Redentor, identificado na
Bíblia como o “Messias”, com a sua vitória, garantiria a
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liberdade do homem da escravidão do pecado e abriria um
novo caminho para que o ser humano voltasse a ter
comunhão com o seu Criador ainda em vida na terra e
futuramente fosse revestido de um novo corpo, imortal e
santo, semelhante ao corpo de Cristo após a ressurreição.
Logo em seguida à queda do homem, Deus preparou
através dos sacrifícios (algo oferecido a Deus em expiação
pelo pecado) um modo temporário do homem voltar a ter
comunhão com Ele e, ao mesmo tempo, começou a abrir o
caminho - caminho este que teve início no jardim do Éden
e prosseguiu ao longo da história da humanidade - para
que o futuro Redentor da humanidade viesse ao mundo e
realizasse um sacrifício que lidasse de modo eficaz e
permanente com o pecado [trataremos do sacrifício de
Cristo no capítulo O Deus que se fez homem]. A
pavimentação final deste caminho ocorreu com o
nascimento de Jesus Cristo e a conclusão com a sua
ressurreição após ter estado sepultado por três dias como
previam as Escrituras. O caminho está pronto, basta
apenas caminharmos nele.
Mas como entrarmos neste caminho? O próprio Jesus
ensina dizendo: “Eu sou a porta; quem entra por mim será
salvo” (João 10.9). Portanto, Jesus Cristo é a “porta” e ao
mesmo tempo, o “novo e vivo caminho” (Hebreus 10.20),
o nosso caminho para um futuro melhor.
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Um caminho para o futuro
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Um Caminho
Para o Futuro
A Promessa do Messias
A palavra Messias em hebreu significa “Ungido”,
corresponde a palavra grega “Christos”, e a primeira
profecia sobre Ele foi proferida pelo próprio Deus ainda
no jardim do Éden. Entre os judeus, muito se falou a
respeito do Messias antes dEle nascer. Pelo fato de Deus
ter prometido ao povo de Israel que do meio dele
levantaria um profeta como Moisés para ser o seu
mensageiro, os judeus aguardavam com grande ansiedade
este dia chegar. E, quando surgiu João Batista pregando
no deserto após um silêncio de quase quatrocentos anos,
tempo que Deus ficou sem falar ao povo de Israel, a
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expectativa com a vinda do Messias cresceu, o que levou
o próprio João Batista tratar de dizer que ele não era o
Messias prometido, mas que este viria após ele. A história
registra que as autoridades religiosas e governamentais da
época rejeitaram Jesus como o Messias e continuam até os
dias de hoje aguardando a vinda do Filho de Deus pela
primeira vez.
O que chama a atenção na Pessoa de Jesus em
comparação com outros personagens é que a sua história
foi escrita e, portanto, revelada, centenas de anos antes
dEle nascer e que suas ações, em pouco mais de três anos
de ministério, foram determinantes para mudar a página
da história. Sua afirmação de que os céus e a terra
passariam, mas suas palavras não (Lucas 21.33), foram
proferidas pela primeira vez há quase dois mil anos e
continuam a causar impacto até hoje pela incrível
atualidade delas mesmo diante das inúmeras
transformações que o mundo já enfrentou. Quem em sã
consciência ousaria fazer uma previsão como esta?
Somente quem é conhecedor do futuro! Somente Deus. As
profecias afirmam que Jesus não somente é o Filho de
Deus, como também é Deus, o “Ungido”, que cumpriu
todas as profecias registradas no decorrer dos séculos que
apontavam as qualificações do Messias vindouro.
A História Que Foi Escrita Antes
No Antigo Testamento existem mais de trezentas
profecias sobre o “Cristo”. A partir de agora, citaremos
algumas delas para ver como a história da vinda do
Messias foi escrita centenas de anos antes de acontecer e
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como ela se cumpriu na vida de Jesus (datas aceitas por
muitos eruditos – BENVI).
No Éden, prenúncio do advento do Messias
“Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua
descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a
cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar” (Gênesis 3.15).
Quando Satanás através da serpente conseguiu enganar
Adão e Eva no jardim do Éden fazendo com que
desobedecessem à ordem do Criador, Deus lança uma
maldição sobre Satanás e revela que virá um tempo em
que o futuro descendente de Eva destruirá a sua obra
maligna da mesma maneira que um homem esmaga a
cabeça de uma serpente. Esta profecia indica claramente a
vitória de Cristo sobre o Diabo, mas que seria uma vitória
com sofrimento. Outro ponto interessante desta profecia é
Deus se referir ao Messias como “descendente da mulher”
possivelmente pela forma como foi a concepção, pois no
antigo oriente todos os descendentes eram considerados
como filhos do pai, o que também podemos ver nas
genealogias da Bíblia.
Um caminho começa a ser preparado
Cerca de 2091 anos antes de Cristo nascer, Deus
começa a preparar o caminho para a chegada do
prometido Salvador. Ao chamar Abraão e mandá-lo sair
do meio dos seus parentes, Deus faz a promessa de fazer
dele uma grande nação e por meio de seus descendentes
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abençoar todos os povos da terra (Gênesis 12. 1-3). Com
esse chamado, Deus estava preparando uma linhagem e
uma nação para o Messias prometido. A genealogia de
Jesus comprova que Ele é descendente de Abraão (Mateus
1.1) e o cumprimento das profecias no tocante às
promessas feitas a Abraão conforme Atos 3.25,26.
A tribo do descendente prometido
Cerca de 1859 anos antes do Messias nascer, Jacó já
velho chama seus doze filhos, patriarcas das doze tribos de
Israel, e profetiza o futuro de cada uma delas. Entre suas
profecias estava a que revelava a tribo do descendente
prometido: “O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão
de comando de seus descendentes, até que venha aquele a
quem ele pertence, e a ele as nações obedecerão” (Gênesis
49.10). Jacó estava profetizando que o Messias viria da
tribo de Judá e nasceria antes que Israel perdesse a
autoridade de julgar o seu próprio povo, o que ocorreu no
ano 11 d.C.
Um Profeta semelhante a Moisés
Pouco antes de Moisés morrer, cerca de 1406 anos
antes do nascimento de Cristo, ele faz esta revelação: “O
Senhor, o seu Deus, levantará do meio de seus próprios
irmãos, um profeta como eu; ouçam-no” (Deuteronômio
18.15). Ainda que possa ser entendido como uma
referência coletiva aos profetas que se seguirão, é certo
que os judeus consideravam esta palavra como uma
profecia referente ao Messias, como mostra o texto em
que sacerdotes e levitas fazem a pergunta direta a João
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Batista querendo saber se era ele “o Profeta” (João 1.21).
Expectativa que se cumpriu de modo especial em Jesus
(João 1.21, 25, 45; 5.46; 6.14; 7.40; Atos 3.22-26).
Um quebra-cabeça
Mil anos antes da vinda do descendente prometido,
Deus acrescenta mais pistas para que o Messias possa ser
reconhecido quando chegar:
O Salmo 41.9 registra que o Messias seria traído por
um amigo: “Até o meu melhor amigo, em quem eu
confiava e que partilhava do meu pão, voltou-se contra
mim”. Profecia cumprida em Judas Iscariotes.
Ele seria crucificado tendo suas mãos e pés perfurados
por cravos: “Cães me rodearam! Um bando de homens
maus me cercou! Perfuraram minhas mãos e meus pés”
(Salmo 22.16). Profecia acerca do método cruel de
crucificação que foi proferida centenas de anos antes dessa
prática começar a ser usada em Israel. Os evangelhos
registram a crucificação de Jesus.
A multidão assistiria a crucificação e zombaria dEle:
“Caçoam de mim todos os que me vêem; balançando a
cabeça, lançam insultos contra mim...” (Salmo 22.7,8).
Está registrado em Lucas 23.35,36.
Os amigos estariam longe: “Meus amigos e
companheiros me evitam por causa da doença que me
aflige; ficam longe de mim os meus vizinhos” (Salmo
38.11). Todos os discípulos fugiram, somente João, Maria
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e as mulheres que serviam ao Mestre estavam próximas
(João 19.25,26).
Soldados repartiriam as suas roupas e lançariam sortes
para ver quem ficaria com a sua túnica: “Dividiram as
minhas roupas entre si e lançaram sortes pelas minhas
vestes” (Salmo 22.18). Profecia que se cumpriu
literalmente como registra João 19.23,24.
Prenuncio dos sofrimentos do Messias na cruz quando
o seu corpo ansiava por alimento e refrigério: “Puseram
fel na minha comida e, para matar-me a sede, deram-me
vinagre” (Salmo 69.21). É narrado em João 19.28, 29 e
Mateus 27.34.
Seus ossos não seriam quebrados: “Protege todos os
meus ossos; nenhum deles será quebrado” (Salmo 34.20).
Era rotina quebrarem as pernas do condenado para
apressar a sua morte. Incrivelmente não agiram assim com
Jesus, conforme predito (João 19.32-36).
Ele ressuscitaria: “Porque tu não me abandonarás no
sepulcro, nem permitirás que o teu santo sofra
decomposição” (Salmo 16.10). Logo após a ressurreição,
Jesus foi visto por centenas de pessoas que viveram ainda
muitos anos depois disso, e não tiveram seus testemunhos
desmentidos, tanto que o testemunho deles hoje ainda
‘fala’.
“Sacrifício e oferta não pediste, mas abriste os meus
ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não exigiste.
Então eu disse: Aqui estou! No livro está escrito a meu
respeito. Tenho grande alegria em fazer a tua vontade, ó
meu Deus; a tua lei está no fundo do meu coração” (Salmo
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40.6-8). Deus fala através do salmista que chegaria um
tempo em que Ele não exigira mais sacrifícios, mas
prepararia um corpo para o seu Ungido, o qual faria a sua
vontade na terra. Jesus, com sua morte sacrificial, cumpriu
e anulou o sistema mosaico de sacrifícios de animais
(Hebreus 10.10-14).
Suas funções reveladas
Entre as funções do Messias que são apresentadas estão
as de:
Juiz: “(...) Para que ele julgue com retidão e com
justiça os teus que sofrem opressão. Que os montes tragam
prosperidade ao povo, e as colinas, o fruto da justiça.
Defenda ele os oprimidos entre o povo e liberte os filhos
dos pobres; esmague ele o opressor” (Salmo 72.2-4).
Justiça e retidão são virtudes da realeza. No futuro reinado
de Cristo, o conceito ideal de rei e os efeitos gloriosos do
seu governo serão plenamente realizados.
Pedra angular: “A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se a pedra angular” (Salmo 118.22). Pedra angular
era uma pedra grande usada para alinhar a esquina de uma
parede. Jesus aplicou este versículo a si mesmo (Mateus
21.42), pois essa pedra, desprezada pelas autoridades
mundiais, passou a ser a mais importante nos planos de
Deus para o estabelecimento de uma nova ordem no
mundo.
Sacerdote: “O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és
sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Um caminho para o futuro
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Melquisedeque” (Salmo 110.4). O autor do livro de
Hebreus explica que Cristo foi nomeado para uma ordem
de sacerdócio superior à de Arão e seus filhos, porque
estes eram impedidos pela morte “de continuar em seu
ofício; mas, visto que vive para sempre, Jesus tem um
sacerdócio permanente. Portanto, ele é capaz de salvar
definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se
de Deus, pois vive sempre para interceder por eles”
(Hebreus 7.23-25).
O tempo na sepultura
A história ocorrida entre 800 a 750 anos antes da vinda
do Messias serviu como ilustração do tempo em que o
Messias permaneceria sepultado, ou seja, três dias e três
noites: “O senhor fez com que um grande peixe engolisse
Jonas, e ele ficou dentro do peixe três dias e três noites”
(Jonas 1.17). O próprio Senhor Jesus confirmou que,
assim como Jonas ficou três dias nas entranhas do peixe,
Ele ficaria o mesmo tempo na sepultura (Mateus 12.40) [o
modo judaico comum de calcular o tempo incluía pelo
menos parte do primeiro e do terceiro dia].
Uma cidade para o Messias prometido
Deus já havia preparado a linhagem, a nação e a tribo
da qual viria o Messias, faltava agora à cidade. Entre 750
e 686 anos antes do nascimento de Cristo, o profeta
Miquéias, contemporâneo de Isaías, predisse que o
Messias nasceria na cidade de Davi e que seria o futuro rei
de Israel: “Mas tu, Belém Efrata, embora pequena entre os
clãs de Judá, de ti virá para mim àquele que será o
Um caminho para o futuro
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governante sobre Israel” (Miquéias 5.2). Não há
questionamentos sobre a cidade em que Jesus nasceu,
todos sabem que foi em Belém e o evangelho de Lucas
registra em detalhes esse fato.
O descendente da mulher
Cerca de 740 a 701 anos a.C., Deus reafirma a
promessa feita no jardim do Éden de que o Messias
descenderia da mulher. Isaías, considerado o profeta
messiânico, registra que o Prometido nasceria de uma
virgem: “Por isso, o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a
virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará
Emanuel” (Isaías 7.14). Mateus 1 confirma esta profecia.
Uma família para o Messias
Nesta mesma época, é revelado que o Messias seria da
família de Davi: “Um ramo surgirá do tronco de Jessé, e
das suas raízes brotará um renovo” (Isaías 11.1). Jesus
nasceu da linhagem de Davi como relatam as genealogias
descritas em Mateus e Lucas.
Um ministério de milagres de cura
Cerca de 700 a 681 anos a.C. o mesmo profeta Isaías
prediz que a cura espiritual e física estariam vinculadas ao
ministério do Messias: “Então se abrirão os olhos dos
cegos e se destaparão os ouvidos dos surdos. Então os
Um caminho para o futuro
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coxos saltarão como cervo, e a língua do mudo cantará de
alegria. Águas irromperão no ermo e riachos no deserto”
(Isaías 35.5,6). Os evangelhos estão repletos de passagens,
em que apareceram inúmeros milagres realizados por
Jesus.
O Cordeiro mudo
Ainda nessa época, foi predito que o Messias seria
acusado e, diante de seus acusadores, ficaria mudo: “Ele
foi oprimido e afligido e, contudo, não abriu a sua boca;
como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como
uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada,
ele não abriu a sua boca” (Isaías 53.7). Os evangelhos
confirmam Jesus sendo acusado e mantendo-se calado
diante das autoridades judaicas e romanas (Mateus 27.12-
14).
Isaías ainda profetizou que o Messias morreria entre
ladrões e seria sepultado na sepultura de um rico: “Foi-lhe
dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua
morte, embora não tivesse cometido nenhuma violência
nem houvesse nenhuma mentira em sua boca [...] e foi
contado entre os transgressores” (Isaías 53.9, 12). A
Escritura registra que Jesus foi crucificado entre dois
ladrões, e seu corpo colocado numa sepultura nova
pertencente a um homem rico chamado José de Arimatéia
(Mateus 27.57-60).
Mais funções do Messias
Um caminho para o futuro
23
Ainda no tempo de Isaías, Deus revela mais funções
que o Messias deveria exercer:
Conselheiro e Príncipe da paz: “E ele será chamado
Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno,
Príncipe da Paz” (Isaías 9.6). Como Conselheiro e
Príncipe da Paz, o Messias exercerá no seu reino milenar
um governo global de grandes transformações sociais,
promoção da justiça e bondade, que deixarão todas as
pessoas maravilhadas. Profecia esta que já se cumpre em
nossa vida, pois, através do Espírito Santo que habita em
nós, Ele é o nosso Conselheiro e também a nossa Paz.
Legislador: “Pois o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o
nosso legislador, o Senhor é o nosso rei, é ele que vai nos
salvar” (Isaías 33.22). Esse versículo mostra o triunfo
seguro do reino do Messias, pois, como legislador, o
Messias dará as leis ao povo, como rei, garantirá a sua
execução, e, como juiz, executará a sentença aos que não
cumprirem estas leis.
Mediador: “Assim diz o Senhor: no tempo favorável eu
lhe responderei, e no dia da salvação eu o ajudarei; eu o
guardarei e farei que você seja uma aliança para o povo,
para restaurar a terra e distribuir suas propriedades
abandonadas” (Isaías 49.8). Mediador é aquele que
intervém para estabelecer um acordo entre duas ou mais
pessoas e, conforme está escrito em Jeremias 31.33,34, o
Messias como mediador de uma aliança superior
capacitará o povo a conhecer o Senhor que, por sua vez,
terá comunhão íntima com eles. A lei estará no interior
das pessoas e o perdão será uma realidade eterna.
Um caminho para o futuro
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Redentor: “O Redentor virá a Sião, aos que em Jacó se
arrependerem dos seus pecados, declara o Senhor” (Isaías
59.20). Segundo a pequena enciclopédia bíblica de
Orlando Boyer, redentor é aquele que redime, ou seja,
adquire de novo. Foi o que Cristo fez por nós. Jesus, como
“o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, com o
seu sangue derramado na cruz para purificação dos
pecados, tornou-se redentor eterno daqueles que “ouviram
e creram na palavra da verdade” (Efésios 1.7-14;
Romanos 3.24). E aquele que é redimido recebe a
libertação da pena do pecado.
Servo: “Eis o meu servo, a quem sustento, o meu
escolhido, em quem tenho prazer. Porei nele o meu
Espírito e ele trará justiça às nações” (Isaías 42.1). A
profecia indicava que o Messias como servo sempre
estaria submisso à vontade do Pai. Jesus deixou bem claro
que estava aqui não para “ser servido, mas para servir e
dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28).
O dia exato
O profeta Daniel, que finalizou seu livro
aproximadamente 530 anos antes do Messias nascer,
deixou registrada uma das mais notáveis profecias a
respeito do Cristo. Deus revelou através do profeta o dia
exato em que o Messias seria apresentado a Israel. Em
Daniel 9.24-27, foi profetizado que, a partir da ordem para
restaurar e edificar Jerusalém passar-se-iam 483 anos até o
dia em que o Messias seria revelado ao povo judeu. Esta
ordem foi dada, segundo o livro de Neemias 2.1, no mês
de Nisã, no vigésimo ano do rei Artaxerxes, ou seja,
Um caminho para o futuro
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março-abril de 444 a.C (BENVI). Empregando o ano
bíblico de 360 dias, a partir desta data e transformando
para o nosso calendário que é de 365 dias, as sessenta e
nove semanas têm seu cumprimento no ano 33 d.C. Deus
deu ao povo judeu uma profecia com dia exato para se
cumprir e, se os estudiosos da época tivessem dado crédito
à profecia, poderiam ter calculado o dia exato em que o
Messias seria revelado, o que ocorreu no dia em que Jesus
entrou em Jerusalém e foi aclamado como Rei pela
multidão. Quatro dias após esta surpreendente profecia
ter-se realizado, cumpriu-se, com a crucificação de Jesus,
outra que afirmava que o Ungido seria morto (Daniel
9.26).
Cerca de 480 anos antes...
Daniel havia profetizado o dia exato que o Messias
seria revelado ao povo judeu e, alguns anos depois,
através do profeta Zacarias, Deus revela que “nesse dia” o
Messias entraria em Jerusalém montado num jumentinho:
“Alegre-se muito, cidade de Sião! Exulte, Jerusalém! Eis
que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e
montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta”
(Zacarias 9.9). Profecia que se cumpriu quatro dias antes
de Jesus ser crucificado (Mateus 21.1-11).
O preço da traição seria trinta moedas de prata: “E o
Senhor me disse: Lance isto ao oleiro, o ótimo preço pelo
qual me avaliaram! Por isso tomei as trinta moedas de
prata e as atirei no templo do Senhor, para o oleiro”
(Zacarias 11.13). Preço tratado por Judas com os
sacerdotes para entregar Jesus. Ao perceber o que havia
Um caminho para o futuro
26
feito, Judas foi tomado de remorso e joga as trinta moedas
de prata no templo e então saiu para cometer suicídio
(Mateus 27.1-5).
Seu lado seria furado: “Olharão para mim, aquele a
quem traspassaram...” (Zacarias 12.10). O profeta
Zacarias profetiza que Jesus voltará novamente, e os
judeus irão olhar para o seu Messias a quem traspassaram.
Jesus teve as mãos e os pés perfurados por pregos ao ser
crucificado, e em João 19.34 está escrito que um centurião
romano traspassou o lado de Jesus com uma lança.
Ele será rei: “O Senhor será rei de toda a terra. Naquele
dia haverá um só Senhor e o seu nome será o único nome”
(Zacarias 14.9). Jesus mesmo afirmou que, para ser rei,
Ele havia nascido e vindo ao mundo, mas ressalta não ser
um tipo de reino com força militar a lutar por Ele (João
18.36,37). A inscrição em seu manto e em sua coxa “Rei
dos reis e Senhor dos senhores” (Apocalipse 19.16)
ressalta a soberania suprema de Jesus.
Um caminho para o futuro
27
Quem é Jesus?
Há mais de dez anos, quando comecei a escrever meus
primeiros estudos, vi crescer em mim a paixão pela
literatura cristã e me direcionei a tudo o que na Bíblia se
refere principalmente à área de escatologia, temas que
chamaram muito a minha atenção inicialmente. Até este
momento, entretanto, não havia ousado escrever comentários que se referissem especificamente sobre a
vida e obra de Cristo e, muito menos, transformar esses
comentários num livro. Como a própria Bíblia ensina que
“há tempo para tudo” e, com o decorrer do tempo, nós
vamos aprendendo a esperar, senti pelo Espírito Santo que
a hora havia chegado. Após esses anos de ministério e
experiências vividas no Evangelho, sabemos que existe
ainda, apesar de todo o esforço que as igrejas
comprometidas com a Verdade fazem, uma grande
necessidade de aprendermos mais, para também podermos
anunciar mais sobre a Pessoa e obra de Jesus Cristo
principalmente nestes dias em que o Evangelho sofre
Um caminho para o futuro
28
ataques de todos os lados. Com razão, o profeta Oséias
exorta os leitores da Bíblia dizendo “Conheçamos o
Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo” (Oséias 6.3). Isso
requer não somente vontade, mas vontade aliada ao
esforço e a dedicação. Quem tem essa vontade deve se
esforçar para conhecer o Senhor e dedicar-se a levar
adiante esse conhecimento.
Conhecendo o Senhor, nós podemos anunciar mais
sobre Ele e sua obra de salvação fazendo com que o
conhecimento adquirido chegue às pessoas que precisam
conhecê-lo também. E, quando nos dispomos a anunciar a
Cristo, é justamente nesses momentos que Ele se mostra
poderosamente mais presente como nos ensina a passagem
de Atos 8. A Bíblia registra que, por ocasião da grande
perseguição contra os membros da igreja em Jerusalém,
muitos irmãos foram dispersos por toda à parte, e Filipe,
um deles, indo para “uma cidade de Samaria, ali lhes
anunciava a Cristo” (Atos 8.4-25). Esta mensagem
aparentemente simples foi acompanhada de grandes sinais
miraculosos fazendo com que o povo desse “unânime
atenção ao que Filipe dizia”, conseqüentemente “houve
grande alegria naquela cidade” resultando que “foram
batizados, tanto homens como mulheres” comprovando a
aprovação divina ao trabalho do evangelista. Ele não
precisou dos recursos que muitos pregadores se utilizam
hoje em dia para chamar a atenção das pessoas. Ele
simplesmente “anunciou a Cristo”. A mensagem principal
de Filipe era o Cristo ressuscitado. Ele deve ser sempre o
personagem principal das nossas mensagens, pois a
salvação da nossa alma depende dEle.
Sei, contudo, que não há condições de colocar no papel
tudo em relação a este homem chamado Jesus. Bem
Um caminho para o futuro
29
escreveu o apóstolo João dizendo que “Jesus fez também
muitas outras coisas. Se cada uma delas fosse escrita,
penso que nem mesmo no mundo inteiro haveria espaço
suficiente para os livros que seriam escritos” (João 21.25).
Veja que grande obra este homem realizou. Deus, na sua
sabedoria, deixou-nos, registrado na Bíblia Sagrada, o
necessário para passarmos a ter um conhecimento da vida
e da obra que Jesus realizou e continua a realizar em
nossos dias e também por toda a eternidade.
Conhecendo Jesus
Mas quem é Jesus Cristo? Quem é este homem que há
dois mil anos transformou a história da humanidade? O
que há de especial nEle, que o passar do tempo em vez de
apagar os registros da sua obra a tornou reconhecida e
exaltada cada vez mais? O que o faz tão diferente a ponto
de seu túmulo estar vazio, seu corpo nunca ter sido
encontrado e, apesar de morto como um malfeitor, ainda
assim é reverenciado como Deus por mais de um terço da
humanidade? O que há de tão fascinante na história deste
homem? O que Ele tinha de diferente dos grandes reis que
viveram neste mundo e que governaram impérios
grandiosos enquanto Ele não tinha sequer um lugar para
nascer e, mesmo assim, se tornou o governante de um
grande e poderoso reino? É o fato de este homem ser
Deus! Isto o torna tão diferente. Ele fundamentou a sua
obra na conquista dos corações colocando o seu reino
dentro das pessoas (Lucas 17.21), e, por isso, transcorridos
quase dois mil anos, Ele está tão vivo e tão poderoso como
no passado e a sua mensagem continua a arregimentar
soldados que formam um grande exército de seguidores
que deram e dariam as suas vidas em defesa da fé na
pessoa de Cristo.
Um caminho para o futuro
30
Ele é Deus desde a eternidade
Quem teve um encontro com Ele, e digo literalmente
“um encontro”, pode muito bem afirmar que se trata do
Filho de Deus. E somente esta afirmação já seria o
suficiente para dizer tudo sobre Ele. Seria se todos já
tivessem se encontrado verdadeiramente com Cristo, o que
não é o caso. A porcentagem dos que hoje conhecem
realmente o Senhor é muito pequena mesmo num País de
tradição cristã como o nosso. Mas a boa notícia que temos
para dar é que podemos conhecê-lo em sua plenitude. E o
mais importante é que Deus “deseja que todos os homens
sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois
há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens:
o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo
como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em
seu próprio tempo” (I Timóteo 2.4-6). Por sua vez, o
desejo do Filho é que conheçamos o Pai e o amor que o
Pai tem por cada um de nós.
Agora vem a pergunta: como chegar a este
conhecimento? Através Bíblia Sagrada e da revelação do
Espírito Santo! A Bíblia nos revela quem é Jesus Cristo
porque Cristo se revela através dela como está escrito:
“(...) pela proclamação de Jesus Cristo, de acordo com a
revelação do mistério oculto nos tempos passados, mas
agora revelado e dado a conhecer pelas Escrituras
proféticas por ordem do Deus eterno, para que todas as
nações venham a crer nele e a obedecer-lhe” (Romanos
16.25b). Somente através da Bíblia e da revelação do
Espírito Santo (I Coríntios 2.10-13), nós podemos chegar
a esse conhecimento e aprendermos a ter um
relacionamento pessoal com Ele. E, para que isso se
realize completamente, é importante fazermos uso de uma
Um caminho para o futuro
31
palavra pequena no tamanho, mas grande em termos de
resultado que produz na nossa vida: a fé!
A fé é a chave que abre as portas desse conhecimento.
“É a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas
que não vemos” (Hebreus 11.1). Ela é tão importante que
na Bíblia está escrito que sem fé ninguém verá a Deus. É
preciso que a pessoa tenha fé que Deus existe para poder
se aproximar dele. Posso afirmar com certeza que o
primeiro passo para conhecermos quem é Jesus é a fé na
sua Pessoa. O homem por mais sábio que seja, por causa
da sua limitação, não tem condições de entender as coisas
de Deus, pois elas lhe parecem loucura. Além disso, Deus
em sua sabedoria “escolheu o que para o mundo é loucura
para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o
mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte” (I
Coríntios 1.27). Deus não vai responder a um coração
incrédulo, pela razão de ter deixado toda a criação como
testemunho da sua existência. Se a pessoa não crer no que
está vendo, como crerá em algo que não vê? Basta
olharmos para a ordem sistemática do universo e
entenderemos que somente um ser muito poderoso poderia
ser responsável por isso. A teoria defendida pelos
cientistas de que o universo veio a existir simplesmente
como resultado de uma grande explosão - ainda que
comprovadamente o universo esteja em expansão (teoria
geral da relatividade por Albert Einstein) - é falha pela
simples razão de que o resultado de uma explosão é o caos
e não a ordem. A ordem que existe no universo é fruto do
poder Criador do Senhor que colocou cada coisa no seu
devido lugar e não efeito do Big Bang.
Um caminho para o futuro
32
Sua pré-existência
A Bíblia ensina que Jesus Cristo “é Deus desde a
eternidade” como está escrito em Miquéias 5.2. O profeta
Isaías escreveu que Ele é o “Pai da Eternidade” (Isaías
9.6), ou seja, sem princípio e fim. Ele já existia antes da
criação e envolveu-se diretamente na criação de todas as
coisas (João 1.3) e continua com sua presença constante
como o sustentador do universo (Colossenses 1.17). Em II
Timóteo 1.9, está escrito que Jesus nos salvou e chamou
com uma santa vocação “desde os tempos eternos”, ou
seja, Jesus já existia não só antes do universo ser criado,
mas antes do tempo e do espaço também (o corpo
ressurreto de Jesus, que não é um corpo espiritual, mas
físico, não estava limitado as nossas dimensões de espaço
e tempo. Afinal Ele aparecia e desaparecia em lugares
diferentes e entrava e saía de ambientes fechados).
Quando Ele disse “Eu e o Pai somos um” (João 10.30),
estava confirmando a sua deidade (divindade) e, na
afirmação “antes de Abraão nascer Eu Sou” (João 8.58),
estava declarando a sua pré-existência.
Um caminho para o futuro
33
O Deus Que se
Fez Homem
O Propósito
O apóstolo João escreveu que o Verbo se fez carne
(João 1.14), ou seja, a segunda pessoa da Trindade
assumiu a humanidade para todo o sempre com o seu
nascimento. O propósito do Senhor em assumir a
humanidade é uma questão com várias respostas, algumas
já respondidas no capítulo Um caminho para o futuro;
outras descreveremos agora:
Um caminho para o futuro
34
Fazer a vontade do Pai
Jesus declarou que a sua comida era fazer a vontade do
Pai que o enviou. Foi para isso que desceu do céu, e a
vontade de Deus é que Ele não perdesse nenhum daqueles
que o Pai lhe deu (João 6.38-40). Seu objetivo era claro:
“Salvar o que se havia perdido”, pois essa era a vontade de
Deus e, desse objetivo, ele não abriu mão por nada deste
mundo.
A revelação plena de Deus a nós
Ninguém viu a Deus, mas durante seu ministério
terreno Jesus trouxe uma revelação plena do Pai de modo
que os apóstolos tinham conhecimento verdadeiro dele
(João 1.18; 14.7-11). O texto de Hebreus 1.3, onde está
escrito que “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a
expressão exata do seu ser”, e a explicação dessa
afirmação que está na nota da BENVI, nos dá uma melhor
compreensão desta revelação: “Assim como o brilho do
sol é inseparável do próprio sol, assim também o
resplendor do Filho é inseparável da deidade, pois ele
mesmo é Deus, a segunda pessoa da trindade, também não
é mera imagem ou reflexo de Deus. Como o próprio Filho
é Deus, é a representação absolutamente autêntica da
existência de Deus”.
Realizar um sacrifício mais excelente (Hebreus 10)
Um caminho para o futuro
35
Afinal o que significa pecado? Tanto no Antigo quanto
no Novo Testamento são utilizadas diversas palavras para
descrevê-lo e cada termo tem vários significados, mas
todos eles podem muito bem ser resumidos numa única
frase: O pecado é a transgressão da lei divina (I João 3.4),
ou ainda, o pecado é uma ofensa a Deus [a principal
característica do pecado é que ele é direcionado contra
Deus].
Como já vimos na Introdução, o pecado no Éden
trouxe conseqüências desastrosas para a raça humana
como a separação entre Deus e os homens (Isaías 59.2)
provocando a morte espiritual (Gênesis 3.2) e condenando
o corpo à morte física. Se o pecado não for perdoado,
sujeitará o corpo a enfermidades e afetará a vontade e o
futuro dos homens (João 5.14; 8.34 e 3.16).
Já dissemos que o pecado é uma ofensa a Deus e, como
o pecado requer a morte como pagamento (Romanos
6.23), alguém teria que morrer para saldar esse débito,
porque sem sangue não há remissão dos pecados (Levítico
17.11). É importante compreendermos que o ser humano
até poderia expiar (purificar) pessoalmente seus pecados,
mas fazendo isso estaria eternamente perdido. A morte de
um homem não pagaria pelo pecado eternamente. Por
causa dessa incapacidade de se salvar a si mesmo e o
conseqüente afastamento de Deus, coube ao Senhor, ainda
no jardim do Éden, tomar a iniciativa de se aproximar de
Adão e Eva e fazer a purificação do pecado deles através
da morte de um animal inocente (Gênesis 3.21), já
simbolizando o futuro sacrifício de Jesus, o Cordeiro que
Deus providenciou como substituto nosso.
Um caminho para o futuro
36
Abel ofereceu em seu lugar as primeiras crias do seu
rebanho (Gênesis 4.4) e o mesmo aconteceu em todos os
sacrifícios seguintes em que a morte dos animais tomava o
lugar daquele que oferecia o holocausto. Embora fosse
instituído por Deus (Levítico 4), o sacrifício de animais
não podia dar ao adorador uma consciência perfeitamente
limpa (Hebreus 9.9). Uma vez que estes sacrifícios não
lidavam de modo eficaz e permanente com o pecado,
chegou o momento em que era preciso um sacrifício que
provesse a satisfação eterna para de uma vez por todas,
aniquilar o pecado e o império da morte. Como Deus não
pode morrer, o Salvador teria que ser ao mesmo tempo
humano (mortal) e Deus (santo, sem pecado) para pagar a
dívida do pecado eternamente. Dessa forma, Jesus com
sua encarnação tornou-se Deus-homem e ofereceu a si
mesmo como perfeito e perpétuo sacrifício morrendo em
nosso lugar para poder pagar a penalidade exigida pelo
pecado e, assim, tornou-se o Salvador da humanidade.
Sendo gerado no ventre de uma mulher pelo Espírito
Santo, sem a participação do homem, portanto sem a
natureza pecaminosa de Adão, o Deus eterno tornou-se
um humano perfeito e qualificou-se para ser o nosso
Salvador. Agora era preciso levar sobre si os pecados da
humanidade e, para isso, Jesus Cristo, que nunca cometeu
pecado algum, teve que suportar a cruz no Calvário. Ao
ser pregado na cruz, Ele fez-se maldito por nós
(Deuteronômio 21.23) para poder atrair sobre si o nosso
pecado e com a sua morte (seu sangue derramado) fazer a
purificação dos mesmos. A morte do Senhor Jesus
significou o pagamento pelas nossas culpas provendo para
nós a redenção (libertação) e a reconciliação de Deus com
o homem e com o mundo. O que o homem perdeu no
Éden, ou seja, a paz com Deus, a paz consigo mesmo e a
Um caminho para o futuro
37
paz com os outros, Jesus resgatou novamente. A expiação
de Jesus através do seu sangue (morte) removeu o pecado
(culpa) e aplacou a ira de Deus (propiciação).
Três dias após a crucificação, Cristo ressuscitou
revestido de uma nova natureza, imortal, e santa que
venceu o pecado e aniquilou o império da morte.
“Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as
coisas velhas passaram, tudo se fez novo”. Por isso, se diz
que “(...) por meio da desobediência de um só homem
(Adão) muitos foram feitos pecadores, assim também, por
meio da obediência de um único homem (Jesus) muitos
serão feitos justos” (Romanos 5.19). É importante
lembrarmos que o mundo foi reconciliado com Deus, mas
cada um deve se reconciliar com Deus por meio de Jesus
Cristo.
Entender nossas fraquezas (Hebreus 4.14-16)
Cristo experimentou todos os tipos de tentação que
uma pessoa pode ter, sem nunca ter cometido pecado. Por
ter vivido experiências semelhantes a que enfrentamos
todos os dias, nosso sumo sacerdote é capaz de entender
nossas fraquezas e ser o nosso intercessor diante de Deus.
Desfazer as obras do diabo
Em I João 3.8 está escrito que “Aquele que pratica o
pecado é do diabo, porque o diabo vem pecando desde o
princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para
Um caminho para o futuro
38
destruir as obras do diabo”. Através deste versículo
podemos entender que o diabo é o instigador do pecado
desde o princípio, e quem o pratica pertence a ele (I João
3.10), seu espírito “está no mundo” (I João 4.3), ele opera
“nos filhos da desobediência” (Efésios 2.2) e o “mundo
todo está sob o seu poder” (I João 5.19). A encarnação de
Cristo propiciou que Satanás fosse derrotado no sistema
em que domina que é este mundo (cosmos).
Ser um exemplo para nós
A vida terrena de Cristo é o exemplo de alguém que
sofreu o mal por ter feito o bem, não cometeu pecado
algum, não enganava, não revidava quando insultado, não
fazia ameaças quando sofria, mas entregava tudo nas mãos
daquele que julga com justiça (I Pedro 2.21-23; I João
2.6).
Dar salvação
Todos os exemplos que vimos anteriormente
relacionados à missão terrena de Cristo e outros mais que
não mencionamos apontam para um único objetivo: a
salvação de todo aquele que crê no Senhor. Podemos
afirmar que o resultado da morte de Cristo se chama
salvação e nela está incluída toda a obra de Deus em trazer
as pessoas da condenação para a justificação, da morte
para a vida eterna, da condição de estranhos para a de
filhos.
Um caminho para o futuro
39
A nossa salvação nos dá a certeza de que somos novas
criaturas justificadas dos pecados cometidos no passado
(Romanos 6.6,7 e I João 2.12), livres do domínio do
pecado no presente (Romanos 8.9) e herdeiros das
promessas maravilhosas no céu futuramente. Passamos
ainda a ter uma vida de comunhão com Cristo, claramente
demonstrada através de uma conduta de acordo com a
vontade de Deus e não com os padrões deste mundo, e se
porventura pecarmos involuntariamente temos um
advogado que intercede em nosso favor junto a Deus (I
João 2.1). A salvação também nos dá o direito de
pertencermos a “igreja de Cristo”, ou seja, à união de
todos os salvos em Jesus, tanto judeus como gentios,
formando um único corpo, a saber, o Corpo de Cristo.
Um caminho para o futuro
40
Um caminho para o futuro
41
O Homem
Que é Deus
Um Homem Incomparável
Jesus nasceu e viveu sem cometer pecado
Por ser alguém totalmente divino e humano, uma só
Pessoa por toda a eternidade, Jesus nasceu sem conhecer o
pecado - diferentemente dos homens que já nascem
pecadores por terem a natureza de Adão - e viveu uma
vida sem cometer qualquer pecado embora estivesse
sujeito às mesmas tentações que nós (Hebreus 4.15). Ao
afirmar “Quem me vê, vê o Pai” (João 14.9), Jesus deixa
Um caminho para o futuro
42
claro que Ele é Deus e tem atributos que são exclusivos de
Deus e, portanto, Ele é o único que a Bíblia declara ser:
1. Eterno (João 8.58; 17.5);
2. Criador (João 1.3);
3. Igual a Deus (Filipenses 2.6);
4. Imortal (I Timóteo 6.16);
5. Imagem do Deus invisível (II Coríntios 4.4);
6. Fiador de aliança superior (Hebreus 7.22);
7. Fiel e Verdadeiro (Apocalipse 19.11);
8. Maior do que os anjos (Hebreus 1.4);
9. Senhor dos céus e da terra (Atos 17.24).
10. Onipotente (Mateus 28.18);
11. Onipresente (Mateus 18.20);
12. Onisciente (João 2.25).
Sendo igual a Deus, Jesus Cristo a si mesmo se
esvaziou, tomando a forma humana, fazendo-se servo para
que eu e você pudéssemos ter a salvação que hoje está à
disposição de todos que a desejarem.
Seu amor excede todo o entendimento.
Um caminho para o futuro
43
“Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda
mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora
ela possa esquecê-lo, eu não me esquecerei de você!”
(Isaías 49.15). O grande amor de Deus não ficou restrito a
teoria. Ele provou o seu amor para conosco ao enviar o
seu Filho Jesus para nos salvar (João 3.17) estando nós
ainda mortos em delitos e pecados. De outra parte, Jesus
também deu provas do seu amor vindo a este mundo para
pagar a dívida do pecado que pertencia a nós. A prova de
amor tanto do Pai quanto do Filho contrapõe de uma
maneira maravilhosa a limitação do homem à sabedoria
divina. Por tudo isso, o amor de Cristo excede a todo o
entendimento. Quem de nós se ofereceria para morrer por
uma pessoa ainda que seja um justo? Jesus se ofereceu
sem se importar se éramos maus ou bons, ricos ou pobres,
escravos ou livres. Ele veio por todos, indistintamente. Por
tudo isso, seu amor é único!
Sua ressurreição foi um fato
O evangelho está baseado em dois fatos que são
primordiais: a morte e a ressurreição de Cristo, e, em pelo
menos três ocasiões, Jesus falou a respeito disso aos seus
discípulos (Mateus 16.21; 20.17-19 e 26.32). Paulo
escreveu aos Romanos 4.25 que “Ele foi entregue a morte
por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação”.
Assim como a morte vicária (em nosso lugar) de Cristo
por nossos pecados era essencial, a sua ressurreição
também. Afinal, se ela não ocorreu, Cristo não estaria
qualificado para ser o Salvador, pois teria faltado com a
verdade uma vez que afirmou que ressuscitaria. Também
não teríamos um Sumo Sacerdote que intercedesse em
Um caminho para o futuro
44
nosso favor junto ao Pai, o Espírito Santo não teria vindo
para habitar em nós, a igreja como Corpo de Cristo não
existiria, e nossa fé e esperança para o futuro seriam vãs
porque não teríamos um Salvador. Sem a ressurreição de
Cristo, não haveria Evangelho.
O fato de Jesus ter sido sepultado prova que Ele
realmente morreu. E a lembrança de que havia predito a
sua ressurreição fez com que os líderes religiosos que
instigaram o povo judeu contra Jesus a ponto de levá-lo a
crucificação colocassem soldados para guardar o sepulcro
de uma possível violação. Porém, nada disso impediu a
ressurreição do Senhor. O autor da vida reivindicou-a,
após tê-la entregado espontaneamente. Venceu a barreira
da morte e ressuscitou como previam as Escrituras.
Desesperados, os chefes dos sacerdotes e os líderes
religiosos deram aos soldados grande soma de dinheiro
para dizerem que os discípulos de Jesus haviam roubado o
seu corpo enquanto eles dormiam. Embora esta versão se
tenha divulgado entre os judeus até o dia de hoje como diz
a Escritura, não dá para acreditar que um grupo de
discípulos amedrontados que fugiram ao primeiro sinal de
perigo conseguiria roubar um túmulo guarnecido por
soldados treinados e conhecedores do castigo que lhes
esperava se falhassem no cumprimento da sua missão (leia
Atos 12.18,19). Realmente não dá! Primeiro, teriam que
passar pelo destacamento de guardas que ali estavam por
ordem de Pilatos. Depois, teriam que rolar a grande pedra
que estava lacrada, entrar no sepulcro, pegar o corpo, tirar
as faixas de linho que o envolviam e sair do sepulcro.
Tudo isso em pouco tempo e sem chamarem atenção. Será
que os discípulos conseguiriam fugir noite adentro
carregando um defunto sem chamar a atenção e sem ser
vistos? Como explicar também a transformação dos
Um caminho para o futuro
45
discípulos que, depois da morte de Cristo, estavam
trancados em casa com medo de serem presos pelos
judeus e poucos dias depois pregavam ousadamente no
templo e não se calaram mesmo com alguns deles sendo
presos ou mortos? E que glória teria morrer por uma
mentira se verdadeiramente Jesus não tivesse
ressuscitado? Como explicar ainda as transformações de
milhões de pessoas nestes quase dois mil anos? Só há uma
explicação: Jesus, Rei dos reis e Senhor dos senhores
VIVE! A ressurreição de Cristo, que possibilitou
recebermos o poder do Espírito Santo, revestiu os
discípulos (e a todos os que creram posteriormente) de
coragem e ousadia para testemunhar este acontecimento
glorioso para todos nós. Por tudo isso, Pedro o reconheceu
como “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16),
com toda a razão!
Sua palavra é única
A maneira como Jesus pregava deixava admirados
todos os que o ouviam. As notícias a seu respeito se
espalhavam rapidamente por toda a região (Marcos
1.27,28). Sua palavra é “espírito e vida” (João 6.63) e
também uma arma poderosa para derrotar o diabo como
mostrou Jesus depois de jejuar e orar por 40 dias no
deserto (Mateus 4.1-11). Ela ainda: convence o pecador
como aconteceu com Zaqueu, o publicano (Lucas 19.1-
10), julgará o incrédulo (João 12.48), derrotará o
Anticristo (II Tessalonicenses 2.8), criou o mundo em que
vivemos (Salmo 33.6 e João 1.3) e destruirá este mesmo
mundo conforme escreveu o apóstolo Pedro: “Pela mesma
palavra os céus e a terra que agora existem estão
Um caminho para o futuro
46
reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e
para a destruição dos ímpios” (II Pedro 3.7), e por causa
da obediência a ela, tornamo-nos moradia santa como o
próprio Jesus afirmou: “Se alguém me ama, obedecerá a
minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e
faremos morada nele” (João 14.23). Onde não há esta
palavra, o povo se corrompe (Provérbios 29.18).
As palavras de Jesus não podem ser comparadas às de
nenhum homem que já viveu neste mundo, seja no
passado ou na era presente. Por mais sábio que seja o
homem, suas palavras não têm o poder transformador que
tem a palavra de Cristo, nem a inspiração que ela produz
seja na vida de escritores, pregadores, cantores, poetas ou
na do mais simples seguidor. Em meio a um mundo que se
transforma, teorias que não se confirmam e um universo
em que estrelas explodem, a palavra do Senhor continua
imutável (Marcos 13.31). Ela é a lâmpada que ilumina
nossos pés e clareia o nosso caminho, o caminho para o
futuro melhor, o caminho para a salvação. Pedro conhecia
bem este caminho, pois ele respondeu a Jesus: “Senhor,
para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós
cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (João 6.68,69).
Sua divindade Reconhecida
Pelo próprio Jesus
Somente uma pessoa que não tivesse o que temer,
justamente porque o seu testemunho não poderia ser
contestado, estava em condições de fazer as afirmações
que Jesus fazia a respeito de si mesmo:
Um caminho para o futuro
47
“Eu sou a luz do mundo” (João 8.12);
“Eu e o Pai somos um” (João 10.30);
“Eu sou o pão da vida” (João 6.35);
“Eu sou a porta” (João 10.9);
“Eu sou o bom pastor” (João 10.11);
“Antes de Abraão nascer, Eu Sou!” (João 8.58);
“Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11.25);
“De fato, por esta razão nasci [ser rei] e para isto vim
ao mundo: para testemunhar da verdade” (João 18.37);
“Eu sou a videira verdadeira” (João 15.1);
“(...) e agora está aqui quem é maior do que Salomão
(...) maior do que Jonas” (Lucas 11.31, 32);
“Eu sou o Alfa e o Omega (...) o que era e o que há de
vir, o Todo-poderoso” (Apocalipse 1.8).
Por Deus
O próprio Deus Pai testemunhou a respeito de seu Filho
Jesus Cristo:
- “Este é o meu Filho, o Escolhido, ouçam-no!” (Lucas
9.35);
Um caminho para o futuro
48
- “Este é meu Filho amado, em quem me agrado”
(Mateus 3.17).
Jamais Deus dirigiu a outro alguém palavras
semelhantes a estas. Somente Jesus poderia ser alvo de
declarações assim por ser o Filho de Deus e por causa da
sua vida consagrada no meio de pessoas que estavam
ávidas por encontrar algo para ser usado contra Ele e
acusá-lo de impostor. Deus demonstra mais uma vez o seu
amor para conosco, não só enviando o seu Filho, mas
confirmando que Ele é o Messias salvador.
Pelos discípulos
Simão Pedro, chamado por Jesus para ser apóstolo e
líder entre os judeus, após negar este mesmo Jesus por três
vezes (Lucas 22.61,62) e verdadeiramente converter-se
(João 21.15-17), escreveu na sua segunda carta a respeito
da divindade do Mestre: “De fato, não seguimos fábulas
engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a
respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo;
ao contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua
majestade. Ele recebeu honra e glória da parte de Deus
Pai, quando da suprema glória lhe foi dirigida a voz que
disse: Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (II
Pedro 1.16,17). Pedro contemplou a glória de Jesus e
como testemunha afirma com segurança sobre o que viu e
ouviu juntamente com mais dois discípulos no monte, o
próprio Deus-Pai dirigindo a voz a Cristo. Leia outras
afirmações de Pedro em Atos 2.22, 23, 24, 32, 36,38.
Um caminho para o futuro
49
João é um dos grandes exemplos da transformação que
pode ocorrer na vida de uma pessoa que se entrega a
Jesus. Antes de se transformar no profeta do amor, João
queria entre outras coisas orar a Deus para que enviasse
fogo sobre uma aldeia de samaritanos que não deixaram
Jesus passar a noite com eles (Lucas 9.54). Que
transformação ocorreu na vida de João! Ao escrever a
respeito de Jesus, o então apóstolo do amor começa a sua
primeira carta reconhecendo a divindade de Cristo: “O que
era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os
nossos olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos
apalparam – isto proclamamos a respeito da Palavra da
vida. A vida se manifestou; nós a vimos e dela
testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que
estava com o Pai e nos foi manifestada” (I João 1.1,2).
Posteriormente, João complementa dizendo: “E vimos e
testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o
Salvador do mundo” (I João 4.14). Quantos testemunhos
não suportam uma investigação minuciosa e acabam
caindo no ridículo, mas, até hoje, passados quase dois mil
anos, o testemunho dos apóstolos continua a falar mais
alto que as vozes daqueles que inutilmente tentam negar a
divindade de Cristo e por em dúvida a autenticidade das
Escrituras Sagradas.
Paulo, um notório perseguidor da igreja, não suportava
que aquelas pessoas testemunhassem a respeito de alguém
que julgava estar morto. Ele tinha ordens para prender
todos os que ousassem falar no nome de Jesus e chegou
até a consentir na morte de Estevão, testemunha do Senhor
e primeiro mártir da igreja. Mas o que levou um homem
como Paulo a mudar drasticamente de pensamento? O que
o fez reconhecer a divindade de Cristo e passar da situação
de feroz perseguidor a ferrenho defensor da causa de
Um caminho para o futuro
50
Cristo? A resposta a estas perguntas é que Paulo passou a
conhecer Jesus depois que teve um encontro pessoal com
Ele.
Pelo fato de ter perseguido a igreja de Cristo, Paulo
julgava que não era merecedor de ser chamado apóstolo (I
Coríntios 15.9), mas a verdade é que ele era um escolhido
de Deus, como muitos de nós somos hoje em dia, e
dedicou-se no trabalho incansável de anunciar que Jesus
era o Filho de Deus, e, portanto, o Messias prometido.
Defendeu esta posição até mesmo diante do rei Agripa
quando testemunhava a respeito da sua conversão:
“Assim, rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial.
Preguei em primeiro lugar aos que estavam em Damasco,
depois aos que estavam em Jerusalém e em toda a Judéia,
e também aos gentios, dizendo que se arrependessem e se
voltassem para Deus, praticando obras que mostrassem o
seu arrependimento. Por isso os judeus me prenderam no
pátio do templo e tentaram matar-me. Mas tenho contado
com a ajuda de Deus até o dia de hoje, e, por este motivo,
estou aqui e dou testemunho tanto a gente simples como a
gente importante. Não estou dizendo nada além do que os
profetas e Moisés disseram que haveria de acontecer: que
o Cristo haveria de sofrer e, sendo o primeiro a ressuscitar
dentre os mortos, proclamaria luz para o seu próprio povo
e para os gentios” (Atos 26.19-23).
Por demônios
A divindade de Jesus foi reconhecida até mesmo por
demônios que exclamaram: “O que queres conosco, Jesus
Um caminho para o futuro
51
de Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem tu és: o
Santo de Deus!” (Marcos 1.24).
Por outras pessoas
A Bíblia registra muitos outros testemunhos
reconhecendo a divindade de Jesus Cristo. Citamos
alguns:
O centurião ao pé da cruz disse: “Certamente este
homem era justo” (Lucas 23.47).
A samaritana da cidade de Sicar falou aos moradores
da cidade: “Venham ver um homem que me disse tudo o
que tenho feito. Será que ele não é o Cristo?” E os
moradores da cidade confirmaram: “Agora cremos não
somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o
ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do
mundo” (João 4.29, 42).
João Batista exclamou: “Vejam! É o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo!” (João 1.29).
Ao povo que o entregou para ser crucificado, Pilatos
disse: “Que crime este homem cometeu? Não encontrei
nele nada digno de morte” (Lucas 23.22).
O malfeitor crucificado com Ele afirmou: “Mas este
homem não cometeu nenhum mal” (Lucas 23.41b).
A mulher de Pilatos mandou lhe dizer: “Não se envolva
com este inocente, porque hoje em sonho, sofri muito por
causa dele” (Mateus 27.19).
Um caminho para o futuro
52
Somente Jesus poderia fazer as afirmações que fez a
respeito de si mesmo e ser alvo de declarações como as
que relatamos acima e não ser ridicularizado ou esquecido
como foram tantos outros. Pelo contrário, Jesus está
presente nos lares, nas vidas e nos corações daqueles que
o amam. Ele transformou a vida dos que o receberam no
passado e continua a transformar e abençoar a vida dos
que o aceitaram e aceitam como salvador em nossos dias.
E pode começar a abençoá-lo agora mesmo se tomar à
decisão de o aceitar como seu único e suficiente salvador
se ainda não aceitaste a Cristo.
Um caminho para o futuro
53
Porque Precisamos
de Jesus?
Porque todos nós somos pecadores
Todos nós somos pecadores desde que nascemos. O rei
Davi reconheceu no Salmo 51 que ele já nasceu em
pecado, pois, através de Adão, o pecado passou por
herança a todos os seus descendentes. O pecado de um
tornou-se o pecado de todos como está escrito em
Romanos 3.23: “Pois todos pecaram e estão destituídos da
glória de Deus”. Essa questão afligia o coração de Jó a
ponto de ele perguntar “Como pode o mortal ser justo
diante de Deus?” (Jó 9.2). Jó sabia muito bem que o
homem não era justo e entendia que o pecado criou uma
separação muito grande entre ele e seu Criador e que não
Um caminho para o futuro
54
havia como o homem justificar os seus pecados diante de
um Deus Santo. Por isso, a sua angústia. Mas o próprio
Deus tratou de resolver esta questão: a resposta à pergunta
de Jó é Jesus Cristo, em quem o homem é justificado
diante de Deus (Romanos 1.17; 3.24; 5.9; 8.30; I Coríntios
6.11). O pecado veio pelo primeiro Adão. O renascer e a
salvação vieram pelo segundo Adão, isto é, Jesus Cristo
(Romanos 5.19).
Por causa do pecado precisamos ser resgatados
O pecado é uma dívida. O homem se tornou escravo
dele e estava impossibilitado de resgatar-se a si mesmo
(Salmo 49.7,8). Era preciso alguém que não trouxesse em
sua natureza o pecado para poder cumprir a lei e aniquilar
o poder que o pecado exercia sobre o homem. Por ter
nascido de uma virgem, sendo gerado pelo Espírito Santo,
Jesus uniu a natureza divina e a humana num só corpo
tornando-se assim um homem perfeito em todos os
sentidos para cumprir todas as exigências da lei, e nos
resgatar.
Porque sendo Deus, Jesus tem o poder de perdoar
Somente quem conhece as nossas fraquezas e a nossa
natureza pecaminosa, pode interceder por nós. O apóstolo
João escreveu: “Se, porém, alguém pecar, temos um
intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (I João 2.1).
Ele é a propiciação (sacrifício) pelos nossos pecados.
Quem se arrepende tem os seus pecados perdoados, e a
Um caminho para o futuro
55
missão de Jesus é perdoar pecados. Não há outro nome
que possamos invocar e sermos salvos (Filipenses 2.9-11).
Deus é Santo, e, quando pecamos, estamos profanando o
nome de Deus. Neste caso, a justiça de Deus requer uma
reparação. Quando a pessoa peca e não se arrepende, o seu
pecado permanece diante de Deus (Salmo 51.3), mas,
quando a pessoa se arrepende, o sangue de Jesus faz com
que o pecado seja acobertado aos olhos de Deus como a
dizer: a dívida está paga. Por isso, é essencial o
arrependimento sincero.
O próprio Deus convoca o povo e diz: “Busquem o
Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele
enquanto está perto. Que o ímpio abandone o seu
caminho, e o homem mau, os seus pensamentos. Volte-se
ele para o Senhor, que terá misericórdia dele; volte-se para
o nosso Deus, pois ele dá de bom grado o seu perdão”
(Isaías 55.6,7). Então, não há o que temer, mas apenas
entregar a sua vida ao Senhor e confiar, afinal é Deus
quem faz o convite para o pecador voltar-se a Ele e dá
garantia de perdoar todos os que se arrependerem
verdadeiramente. Por que continuar nessa situação se
estamos vendo todos os dias que o pecado tem destruído
muitos lares colocando em perigo o futuro de muita gente,
seja criança, moço, adulto ou mesmo já velho? Por que
colocar as coisas do mundo em primeiro lugar se a Bíblia
afirma que o mundo inteiro está sob o poder do maligno?
(I João 5.19). Por que ficar inerte diante desta situação se
existe o perdão na Pessoa bendita de Jesus Cristo? Ele é
Deus, tem autoridade para perdoar como mostra este
versículo: “Mas, para que vocês saibam que o Filho do
homem tem na terra autoridade para perdoar pecados –
disse ao paralítico – eu lhe digo: Levante-se, pegue a sua
maca e vá para casa” (Lucas 5.24). Todos que vêm ao
Um caminho para o futuro
56
encontro do Senhor, de maneira nenhuma, serão deixados
de lado ou ignorados, pois foi o próprio Jesus que disse:
“Venham a mim, todos os que estão cansados e
sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mateus
11.28). Por isso, não importa a situação em que você se
encontra, o que importa é você ir ao encontro do Senhor e
crer que Ele pode salvá-lo. Medite sobre exemplo do
assaltante que estava crucificado à direita de Cristo e
mesmo assim creu que Jesus podia salvá-lo. Enquanto o
outro assaltante zombava, ele não perdeu a última
oportunidade que lhe era oferecida e pediu para Jesus
lembrar-se dele quando estivesse no seu reino. Jesus fez
mais do que simplesmente lembrar: “Eu lhe garanto: Hoje
você estará comigo no paraíso” (Lucas 23.40-43). Mesmo
cheio de pecados, a pessoa tem que se aproximar de Jesus
porque é o único que tem poder de dar o perdão.
Quando há o arrependimento verdadeiro, acontece o
perdão e conseqüentemente a pessoa deve procurar se
afastar de tudo aquilo que pode fazê-la pecar novamente
como nos ensina Provérbios 28.13 afirmando que “Quem
esconde os seus pecados não prospera, mas quem os
confessa e os abandona encontra misericórdia”. A partir
deste momento, o fardo pesado do pecado é substituído
pelo fardo leve de Jesus, e a dívida que tínhamos e que
nos separava de Deus é finalmente apagada como está
escrito: “Quando vocês estavam mortos em pecados e na
incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo.
Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a
escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos
era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz”
(Colossenses 2.13, 14). A nossa relação com Deus já não é
mais de pessoas separadas (Efésios 2. 14), mas passa a ser
uma relação entre Pai e filho. Como é tão maravilhoso o
Um caminho para o futuro
57
amor de um pai em relação ao seu filho; o pai procura
fazer de tudo para que o filho tenha o melhor. Assim é o
amor de Deus para conosco. Ele amou o mundo, e
demonstrou este amor partindo para a ação. O amor de
Deus por todos nós foi maior que a dor que Ele sentiu ao
entregar o seu amado Filho para morrer em nosso lugar e
garantir - através do seu sacrifício - a todos os que crerem
a salvação eterna. Esse era o objetivo da ação de Deus.
Porque Ele restaura a nossa vida
Jesus disse aos discípulos de João Batista quando estes
vieram lhe interrogar para saber se Ele era o Messias ou
não: “Voltem e anunciem a João o que vocês estão
ouvindo e vendo: os cegos vêem, os mancos andam, os
leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são
ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres”
(Mateus 11.4, 5). Profetas como Moisés, Elias, Eliseu ou
Daniel - que viveram nas épocas que grandes milagres
aconteceram – não podem ser comparados com Jesus,
tanto na Pessoa, quanto na obra realizada, não só quando
esteve aqui na terra, como continuou através dos
discípulos pelos séculos seguintes até os dias de hoje, pois
Jesus fez e faz coisas que somente Deus é capaz de fazer,
como perdoar, ressuscitar os mortos, expulsar demônios e
salvar.
Como o próprio apóstolo João afirmou que não seria
possível escrever tudo o que Jesus fez, do que foi
registrado podemos dizer que Ele ressuscitou Lázaro, o
filho da viúva de Naim, a filha de Jairo, expulsou
demônios, andou sobre as águas, mostrou seu domínio
Um caminho para o futuro
58
sobre a natureza, curou cegos e paralíticos, limpou
leprosos, deu vida espiritual a pessoas marginalizadas pela
sociedade, transformou um cobrador de impostos
(profissão odiada pelo povo judeu) em apóstolo, converteu
um defraudador, ensinou o amor às multidões, alimentou
os famintos, censurou os religiosos que viviam uma
devoção aparente, deu testemunho da verdade diante de
autoridades, salvou um ladrão à beira da morte,
transformou homens rudes pescadores em ousados
apóstolos, e continua até hoje a transformar vidas, gerar
debates e discussões a respeito da sua Pessoa, movimentar
canetas, teclados e impressoras, alimentar pesquisas tanto
científicas como arqueológicas, edificar a sua igreja na
terra, ungir obreiros para cuidar do seu rebanho, chamar,
preparar e enviar missionários a todas as partes do mundo,
impulsionar ondas de rádio e tv que são retransmitidas por
antenas, via satélite ou via web para anunciar o seu
evangelho que é confirmado pelos sinais que operam em
nosso meio (Marcos 16.19,20). Por tudo isso e muito
mais, Ele é incomparável!
Porque Ele nos torna filhos de Deus
No momento em que aceitamos Jesus Cristo como
nosso salvador pessoal, nos arrependendo sinceramente,
Deus não leva mais em consideração os pecados
cometidos no passado (Atos 17.30) e experimentamos o
novo nascimento como está escrito: “Portanto, se alguém
está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já
passaram; eis que surgiram coisas novas!” (II Coríntios
5.17). Nosso corpo passa a ser habitação do Espírito Santo
(I Coríntios 6.19) que é o intercessor que ajuda nas nossas
Um caminho para o futuro
59
fraquezas (Romanos 8.26). Deixamos de ser criaturas e
nos tornamos filhos de Deus e herdeiros de Deus
(Romanos 8.15-17), passando “das trevas para a luz, e do
poder de Satanás para Deus” (Atos 26.18), e a viver uma
vida em comunhão com Cristo sabendo que o selo do
Espírito Santo é a “garantia da nossa herança até a
redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da
sua glória” (Efésios 1.13,14).
Porque Ele é a porta para entrarmos no céu
Muitas pessoas se acomodam achando que por serem
caridosas ou boazinhas vão ter um lugar assegurado no
céu, mas a Bíblia é clara quando diz que só terão lugar no
céu os que renascerem da água e do Espírito (João 3.5), ou
seja, nascerem de novo. Não importa se a pessoa é
honesta, um bom pai ou uma boa mãe, bom esposo ou boa
esposa, caridoso, excelente profissional, religioso, etc.
Quem não nascer de novo não pode entrar no céu. Foi por
essa razão que Jesus falou para Nicodemos (que tinha
todas as características de um cidadão correto) que se ele
não nascesse de novo não poderia ver o reino de Deus
(João 3.3).
Mesmo sendo um “mestre em Israel”, Nicodemos não
compreendeu a colocação de Jesus de que teria que nascer
de novo, pois entendia que ninguém poderia entrar pela
segunda vez no ventre de sua mãe e renascer. A verdade é
que Jesus estava se referindo ao nascimento espiritual que
experimentam todos os que rejeitam a si mesmo e aceitam
Ele como único salvador da sua alma e não ao nascimento
físico. O que podemos aprender nesse diálogo é que para
Um caminho para o futuro
60
Deus, apesar de Nicodemos ser uma pessoa importante
(era um dos membros do Sinédrio judeu), ainda não havia
nascido de novo, ainda não havia entendido que a natureza
de Adão, querendo ele ou não, ainda reinava em seu corpo
e que essa velha natureza, por estar espiritualmente morta,
torna o homem incapaz de obedecer a Deus, porque “do
interior do coração dos homens vêm os maus
pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os
homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o
engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a
insensatez” (Marcos 7.21,22), também incapacita o
homem de agradar a Deus, pois “a mentalidade da carne é
inimiga de Deus porque não se submete a lei de Deus,
nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode
agradar a Deus” (Romanos 8.7,8) e por último impede o
homem de entender a Deus pelo fato de que quem “não
tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de
Deus, pois lhe são loucuras; e não é capaz de entendê-las,
porque elas são discernidas espiritualmente” (I Coríntios
2.14). A velha natureza, que é inclinada para o mal
(Gálatas 5.19-21), faz parte da vida do homem desde o seu
nascimento; já a nova natureza, que é recebida através do
novo nascimento (II Coríntios 5.17), a que Jesus estava se
referindo, começa a fazer parte da vida do ser humano no
momento em que ele crê em Jesus e o aceita como seu
único Salvador entregando sua vida a Ele. Era isto que
estava faltando para Nicodemos.
O novo nascimento é um ato de fé. Paulo dá essa
explicação aos romanos dizendo: “Se você confessar com
a sua boca que Jesus é o Senhor e crer em seu coração que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”
(Romanos 10.9). “Com o coração” é fé no íntimo e “com a
boca” é confissão exterior. No momento em que crê com o
Um caminho para o futuro
61
coração, a posição do crente passa a ser de Filho de Deus,
herdeiro de Deus, co-herdeiro com Cristo e participante da
sua glória; no momento em que confessa com a sua boca
que Jesus é o Senhor, a posição do crente passa a ser de
justificado de todas as coisas. Ser justificado é ser
declarado pela justiça que provém de Deus - justo pela fé
em Jesus (Romanos 3.21-26). A justificação está entre os
benefícios da salvação [é sempre bom lembrarmos que a
salvação está à disposição de todos, mas para ser eficaz, o
dom gratuito de Deus precisa ser aceito (Romanos 5.17)].
Ainda no que diz respeito ao “velho homem”, a Bíblia
o declara morto em transgressões e pecados (Efésios 2.1) e
é neste estado espiritual que a pessoa se encontra antes de
aceitar a Cristo como salvador. Era assim que eu e tantos
outros estávamos mortos espiritualmente e condenados a
uma vida eterna separados de Deus (não importa o nome
que as pessoas dão ao vazio que sentem dentro de si, hoje
compreendo que esse vazio é a morte espiritual).
“Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande
amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo,
quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela
graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e
com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo
Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a
incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua
bondade para conosco em Cristo Jesus. Pois vocês são
salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês,
é dom de Deus” (Efésios 2.4-8).
Um caminho para o futuro
62
Um caminho para o futuro
63
A Esperança
Para o Futuro
Ele Voltará
Primeiro para arrebatar a igreja...
A Bíblia registra inúmeras passagens sobre o retorno de
Cristo à terra que se dividirá em duas fases. Na primeira,
Ele virá para buscar a sua igreja e arrebatá-la deste mundo
levando-a para o céu, à Casa do Pai:
- “Eis que eu lhes digo um mistério: Nem todos
dormiremos, mas todos seremos transformados, num
momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última
trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão
Um caminho para o futuro
64
incorruptíveis e nós seremos transformados” (I Coríntios
15.51,52);
- “Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós,
os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do
Senhor, certamente não precederemos os que dormem.
Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da
trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os
mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os
que estivermos vivos seremos arrebatados com eles nas
nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim
estaremos com o Senhor para sempre. Consolem-se uns
aos outros com essas palavras” (I Tessalonicenses 4.1-18).
Nestes dois textos, Paulo explica à igreja de Coríntios e
de Tessalônica que num determinado momento Cristo
voltará a este mundo até a altura das nuvens sem ser visto
pelos moradores da terra. E quando o arcanjo soar a
trombeta de Deus, as pessoas que já morreram em Cristo,
isto é, já haviam aceitado o Senhor Jesus como salvador
antes de morrerem, irão ressuscitar, e os que estiverem
vivos aqui na terra aguardando a volta do Senhor serão
arrebatados desaparecendo instantaneamente e se reunirão
com Cristo nos ares e dali partirão para o céu onde
acontecerá o tribunal do galardão e as bodas do Cordeiro.
Depois, para por fim a tribulação
Em torno de sete anos depois do arrebatamento,
acontecerá a segunda fase da volta de Jesus a esta terra.
Ele descerá do céu com a sua igreja e os santos anjos para
por fim a tribulação que irá devastar a terra, derrotar a
Um caminho para o futuro
65
besta e o anticristo, julgar Israel e as nações, punir os
rebeldes e permitir que os sobreviventes da tribulação que
foram dignos durante este período sejam os primeiros
habitantes do seu reino de mil anos aqui na terra.
- Ele descerá no monte das oliveiras (Atos 1.10-12 e
Zacarias 14.4);
- Todo o olho o verá (Zacarias 12.10 e Apocalipse 1.7);
- Ele virá para fazer justiça (Judas 14,15);
- Ele virá para julgar as nações da terra (Mateus 25.31-
46);
- Ele virá para reinar por mil anos aqui na terra
(Apocalipse 20.4b).
As profecias sobre a primeira vinda de Jesus se
cumpriram com exatidão, Ele fundou a igreja, preparou os
discípulos e os enviou a todo o mundo para pregar o seu
evangelho. Não há personagem na história mais estudado
do que Jesus Cristo, que causa discórdia e admiração, que
inspira o amor e muitas vezes recebe em troca o ódio e a
indiferença. Os relatos bíblicos sobre a sua vinda
apresentam fundo verossímil. Todos os lugares por onde
Jesus andou existem e são objetos de pesquisas
minuciosas que tem confirmado os registros das Escrituras
Sagradas que também nos ensinam a esperar
diligentemente o seu retorno à terra uma segunda vez para
levar para si um povo “particularmente seu, dedicado à
prática de boas obras” (Tito 2.14b). Assim, mais uma vez
frisamos que para participar deste acontecimento glorioso
e entrar nos céus tem que estar preparado. O apóstolo João
Um caminho para o futuro
66
escreveu: “Filhinhos, agora permaneçam nele para que,
quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não
sejamos envergonhados diante dele na sua vinda” (I João
2.28). Tendo esta confiança e esperança, vamos prosseguir
com Cristo sabendo que próxima está a sua vinda.
As Recompensas no Céu
Jesus disse: “Não se perturbe o coração de vocês.
Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de
meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes
teria dito. Vou preparar-lhes lugar” (João 14:1). E este
lugar Jesus já preparou com a sua obra redentora na cruz
do Calvário.
Vejamos a seguir as recompensas que Jesus tem para
dar àqueles que se esforçarem para entrar nos céus:
Herdeiros de Deus
Só têm direito a herança os filhos. Jesus nos tornou
filhos de Deus por adoção (Gálatas 4.5, 6) e, portanto,
herdeiros de Deus (Romanos 8.17). Nessa condição de
herdeiros, desfrutaremos de tudo o que Deus criou para os
seus filhos.
Coroa
Significa recompensa, símbolo de soberania. Tudo o
que nós - que já aceitamos a salvação - fizermos aqui na
Um caminho para o futuro
67
terra em nome de Jesus em favor do reino de Deus será
recompensado no céu. Recompensas como a coroa da
vida, que é a vida eterna (Apocalipse 2.10), a coroa de
Justiça, dada pelo justo juiz aos que amam a sua vinda (II
Timóteo 4.8), a coroa de glória àqueles que cuidam do
rebanho do Senhor (I Pedro 5.4) e a coroa Incorruptível,
que dura para sempre aos que combatem em favor da obra
do Senhor (I Coríntios 9.25).
Morada eterna
Teremos da parte de Deus uma morada eterna no céu
(João 14.1), uma casa de incomparável beleza edificada
pelo poder de Deus (II Coríntios 5.1) na cidade “que tem
alicerces, cujo arquiteto e fundador é Deus” (Hebreus
11.10). Por ser preparada por Deus é impossível a mente
humana imaginar ou descrever as glórias que nos
aguardam no céu (I Coríntios 2.9).
Tudo se fará novo
“Aquele que estava assentado no trono disse: Estou
fazendo novas todas as coisas” (Apocalipse 21.5). Um
novo céu, uma nova terra, uma nova forma de
relacionamento entre Deus e os homens. O céu será o
lugar onde Deus habitará no meio do seu povo para
sempre (Apocalipse 21.3) e por isso:
- No céu, não haverá lágrimas (Apocalipse 21.4), nem
morte, nem dor, nem tristeza;
Um caminho para o futuro
68
- No céu, não haverá mais mar, pois o mar transmite
uma sensação de inquietude, angústia, separação (Lucas
21:25). O céu é lugar de paz, harmonia e segurança;
- No céu, estará a Nova Jerusalém, a cidade celestial de
Deus que não precisará de templo e nem do sol, da lua,
das estrelas ou qualquer outra forma de energia, porque o
templo é o próprio Deus, e o Cordeiro é a lâmpada que
iluminará, e as nações andarão em sua luz (Apocalipse
21.23,24 e 22.5);
- No céu, não haverá maldição porque lá não entrará o
pecado, somente entrarão os inscritos no livro da vida do
Cordeiro. O céu é o lugar do perfeito amor;
- No céu, Jesus Cristo responderá todas as perguntas e
não deixará nenhuma dúvida. Além disso, a própria glória
que há no céu será suficiente para nós entendermos o
porquê de tanto sofrimento e tanta luta para chegar lá. O
apóstolo Paulo expressou de forma bem clara esse
sentimento: “Considero que os nossos sofrimentos atuais
não podem ser comparados com a glória que em nós será
revelada” (Romanos 8:18);
- O céu será o lugar onde habitaremos com Deus e com
Cristo, na cidade de ouro puro rodeada por muros de
jaspe, embelezada por toda sorte de pedras preciosas e
pelo rio da água da vida que sai do trono de Deus em cujas
margens está a árvore da vida;
- No céu, teremos um novo corpo que será imortal e,
portanto, não estará mais sujeito às doenças e
deteriorações que o corpo terreno enfrenta;
Um caminho para o futuro
69
- O céu será o lugar da felicidade eterna, onde
brilharemos como o sol (Daniel 12.3, Mateus 13.43). Por
isso, vale a pena perseverarmos aqui na terra em obedecer
ao Senhor sabendo que em breve estaremos com Ele
participando de todas as bênçãos que nos aguardam, as
quais nos tem preparado.
O Inferno
Já o inferno é o oposto do céu, lugar de trevas e ranger
de dentes para onde vai a alma de todos os que não se
prepararam para entrar no céu, não deram crédito à
palavra de Deus, rejeitaram a Cristo nesta vida e ficarão
definitivamente afastados de Deus. A Bíblia dá uma
relação enorme daqueles que não entrarão no céu por
escolha pessoal. Vejamos:
- “Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda:
Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno,
preparado para o diabo e os seus anjos. Pois eu tive fome,
e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me
deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me
acolheram; necessitei de roupas, e vocês não me vestiram;
estive enfermo ou preso, e vocês não me visitaram
(Mateus 25.41-43);
- “Mas ele responderá: Não os conheço, nem sei de
onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês, que
praticam o mal” (Lucas 13.27);
- “Tenham cuidado, para não sobrecarregar o coração
de vocês de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida,
Um caminho para o futuro
70
e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Porque
ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra”
(Lucas 21.34,35);
- “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o
Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais,
nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos
ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras,
nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de
Deus” (I Coríntios 6.9,10);
- “Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade
sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria;
ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções
e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os
advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam
essas coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gálatas 5.19-
21);
- “Porque vocês podem estar certos disto: nenhum
imoral, ou impuro, ou ganancioso, que é idólatra, tem
herança no Reino de Cristo e de Deus” (Efésios 5.5);
- “Mas os covardes, os incrédulos, os assassinos, os que
cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os
idólatras e todos os mentirosos – o lugar deles será no lago
de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte”
[...] “fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que
cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras
e todos os que amam e praticam a mentira” (Apocalipse
21.8 e 22.15).
Para esse lugar, a alma só vai depois que o corpo físico
morrer. Por isso é importante a pessoa examinar a sua vida
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e fazer uma análise de como ela está. Se você sente que
precisa mudar, acredite, o momento é enquanto vivemos,
não vai haver outra oportunidade depois que a pessoa
morrer, ninguém voltará a nascer fisicamente de novo. O
momento da mudança é agora e Jesus Cristo está pronto
para ajudá-lo.
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O Futuro
Depende de Nós
Amado leitor, chegamos ao final deste estudo, e crer ou
não está em você, está em mim, está em nós a decisão.
Mas devemos estar cientes de que nossa opinião não muda
o estado das coisas. Deus não vai deixar de existir se a
pessoa simplesmente se negar a crer que Ele existe. Deus
não vai deixar de um dia levar a julgamento as pessoas,
pelo fato de elas terem decidido viver uma vida
independente dEle. O sacrifício que Jesus fez por nós não
perderá o seu efeito na vida dos que crerem pelo fato de
existirem pessoas que o rejeitem. O dia de amanhã
chegará mesmo que as pessoas insistam em viver
pensando somente no dia de hoje. Nada disso vai mudar as
determinações de Deus. Jesus declarou no último capítulo
da Bíblia que virá em breve para retribuir a cada um de
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acordo com o que fez (Apocalipse 22.12). Isso implica em
obras. Em outro texto diz que “no dia do juízo, os homens
haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem
falado” (Mateus 12.36). Isso implica palavras impensadas.
Cada um vai ter que prestar contas ao Criador de tudo
àquilo que fez, ou falou nesta vida. Esta é a dura realidade
quer se aceite ou não. O meu desejo sincero é que você
permaneça neste caminho que tem um futuro brilhante se
já é um crente no Senhor, e que de coração aceite a Jesus
Cristo como seu Salvador pessoal. Se ainda não o aceitou.
Basta você crer, orar e confessar a Deus os seus pecados
para obter o perdão e, feito isto, procure andar de acordo
com a vontade do Senhor para poder entrar no céu e
desfrutar de todas as maravilhas criadas por Deus para os
que lhe amam. Que este estudo sirva de benção na sua
vida e na vida de todos os seus familiares. E nunca
esqueça: Jesus Cristo é o caminho para o futuro. Um
futuro melhor. Um futuro no céu.
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NOTA:
Todos versículos são citações da Bíblia Nova Versão Internacional
(NVI), e as notas explicativas, da Bíblia de Estudos Nova Versão
Internacional (BENVI), Editora Vida.
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