UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
IACS – INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO
SOCIAL GCI – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO GGA – CURSO DE ARQUIVOLOGIA
ALINE HOTT QUINTANILHA
O ARQUIVISTA EMPREENDEDOR: AMPLIANDO
OS HORIZONTES DO PROFISSIONAL DE ARQUIVO
NITERÓI
2016
ALINE HOTT QUINTANILHA
O ARQUIVISTA EMPREENDEDOR: AMPLIANDO OS HORIZONTES DO
PROFISSIONAL DE ARQUIVO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Departamento de Ciência da Informação da
Universidade Federal Fluminense como requisito para a
obtenção do grau Bacharel em Arquivologia.
ORIENTADORA: Prof. ª Lindalva Rosinete Silva Neves
Niterói
2016
Quintanilha, Aline Hott.
O Arquivista empreendedor: ampliando os horizontes do
profissional de Arquivo / Aline Hott Quintanilha. – Niterói, 2016.
41 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arquivologia) –
Universidade Federal Fluminense, 2016.
Orientador: Lindalva Rosinete Silva Neves
Bibliografia: f. 38-41.
1. Empreendedorismo. 2. Arquivista Empreendedor. 3.
Intraempreendedorismo. 4. Oportunidades para o Arquivista. 5.
Evolução Profissional. I. Neves, Lindalva Rosinete Silva. II. Título.
ALINE HOTT QUINTANILHA
O ARQUIVISTA EMPREENDEDOR: APLIANDO OS HORIZONTES DO
PROFISSIONAL DE ARQUIVO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Departamento de Ciência da Informação da
Universidade Federal Fluminense como requisito para
obtenção do grau Bacharel em Arquivologia.
APROVADO EM___ DE____________DE 2016.
BANCA EXAMINADORA
___________________________.
Prof.ª Lindalva Rosinete Silva Neves (Orientadora)
Universidade Federal Fluminense
___________________________.
Prof. Gabriel Moore Forell Bevilacqua
Universidade Federal Fluminense
___________________________.
Prof.ª Joice Cardoso Ennes Universidade Federal Fluminense
À minha mãe Edna Márcia, ao meu irmão
André e ao meu noivo Bruno que sempre
estiveram do meu lado.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus pela minha vida, sem Ele nada seria
possível nessa terra.
À minha mãe Edna que sempre se sacrificou por mim e nunca me deixou
desamparada, dedico aqui o meu amor, e ao meu irmão André com quem sempre pude contar,
além de meu irmão, sempre foi meu melhor amigo!
Ao Bruno, meu noivo e futuro marido, que é o responsável por eu estar aqui, meu
companheiro de todas as horas, esperando que possamos caminhar juntos em todas as etapas
de nossas vidas! Te amo muito amor!
Aos amigos que fazem nossas vidas mais coloridas e felizes. Alguns o destino coloca
para serem seus amigos de faculdade como a Jéssica Rodrigues, Thays Fernandes, Clara do
Carmo e Karina Yamamoto, outros o destino coloca no trabalho para a rotina não se tornar um
carma, Larissa Germano é um ótimo exemplo! Adorei te perturbar por dois estágios!
Obrigada por sua amizade dentro e fora dali!
Chefia pode entrar? Acho que sim... então não poderia deixar de agradecer aos que
contribuíram não só na minha evolução profissional como pessoal, Elizabete Marazo pela
aprendizagem e por aturar a minha época de novata, Diego Muniz e Rafael Mendes pela
aprendizagem e pelas risadas durante o expediente! À equipe da Eletrobrás, que se diga de
passagem, a equipe mais bem humorada e acolhedora que eu poderia fazer parte, Daniel
Beltran, Adriano Machado, Cintia Caldas, Jailza Sousa, Jacqueline Monteiro e Marcos
Moyses, muito obrigada por tudo. Aprendi o verdadeiro significado de equipe com vocês! À
Ligia W. Mattoso, pela aprendizagem e pelas oportunidades.
À minha orientadora e coordenadora Lindalva pelo apoio não só para realização desse
trabalho, mas também pela presteza de sempre com nossos problemas acadêmicos.
Aos professores Gabriel e Joice por terem aceitado, mesmo de surpresa, compor a
banca avaliadora.
Muito obrigada!
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais
voltará ao seu tamanho original”.
(Albert Einstein).
RESUMO
Este estudo aborda o Empreendedorismo e a Arquivologia procurando evidenciar a relevância
da discussão sobre outros horizontes da área. Aborda questões como as novas oportunidades
do Arquivista empreendedor e do intraempreendedor, o Arquivista se vê perante a uma
quantidade de possibilidades e oportunidades jamais vistas antes. Cabe ao profissional da
informação verificar qual o seu perfil e o rumo que almeja para sua carreira. O
Empreendedorismo traça seus planos em direção ao sucesso e realização profissional,
baseando-se em consultoria e ampliação de trabalhos junto a instituições que possam arcar
com investimentos em equipamentos tecnológicos mais atualizados.
Palavras-chave: Empreendedorismo. Arquivista Empreendedor. Arquivista
Intraempreendedor.
ABSTRACT
This study approaches Enterpreneurship and Archiving, aiming to show the relevance of
discussing new horizons of the area. It approaches issues such as new opportunities of the
Enterpreneur archivist and inside-enterpreneur; the archivist faces an amount of possibilities
and opportunities as never seen before. It is up to the information professional to verify which
is his profile and the target he aims to his career. Enterpreneurship draws up one 's plans
towards success and professional accomplishments, based on consultancy and expansion of
the work among institutions which may afford investments on updated technological
equipments.
Keywords: Enterpreneurship. Enterpreneur Archivist. Inside-enterpreneur Archivist.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
2 O QUE É SER EMPREENDEDOR? ................................................................................ 12
2.1 EMPREENDEDORISMO NA PRÁTICA ......................................................................... 15
3 ARQUIVISTA: O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO ............................................. 17
3.1 A FORMAÇÃO DO ARQUIVISTA NO BRASIL ........................................................... 18
3.2 OPORTUNIDADES PROFISSIONAIS PARA O ARQUIVISTA ................................... 20
4 SENDO UM ARQUIVISTA EMPREENDEDOR ............................................................ 22
4.1 POSTURAS DE UM ARQUIVISTA EMPREENDEDOR ............................................... 23
4.2 NOVOS HORIZONTES NA ÁREA DA ARQUIVOLOGIA ........................................... 24
5 O ARQUIVISTA EMPREENDEDOR: CRIANDO O SEU PRÓPRIO NEGÓCIO .... 26
5.1 CONSULTORIA ARQUIVÍSTICA .................................................................................. 26
6 O ARQUIVISTA INTRAEMPREENDEDOR: EMPREENDEDNDO DENTRO DAS
EMPRESAS ............................................................................................................................ 32
6.1 AS VANTAGENS DO ARQUIVISTA INTRAEMPREENDEDOR ................................ 34
7 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 38
10
1 INTRODUÇÃO
Com o aumento do desemprego e a alta competitividade dentro das corporações, o
arquivista precisa traçar uma estratégia, caso queira marcar o seu lugar no mercado de
trabalho e atingir a sua realização profissional, seja criando o seu próprio negócio ou
aprimorando suas habilidades dentro das empresas em que atua.
O empreendedorismo vem ganhando espaço na mídia e está se tornando a grande
inspiração, tanto para os profissionais autônomos quanto para os funcionários de carteira
assinada, como meio de se destacar profissionalmente de modo impactante.
Geralmente, são apresentados meios muito limitados para o arquivista expandir seus
conhecimentos e progredir profissionalmente, causando grandes efeitos colaterais como a
autodesvalorização e consequentemente a desvalorização da área. Por conta disso, o presente
trabalho trata sobre o arquivista empreendedor, que aborda o empreendedorismo como forma
de inovar na área da Arquivologia promovendo a evolução do arquivista.
Justifica-se esse tema sobre o empreendedorismo, pelas suas possibilidades de
inovação e melhorias da área. Existe pouquíssima discussão sobre a Arquivologia
empreendedora como forma de se desvincular do contrato empregatício e atingir o sucesso
profissional por conta própria.
O presente trabalho foi construído dentro de um objetivo geral que consiste em
analisar as diversas oportunidades para o arquivista através do empreendedorismo e em
objetivos específicos que são: identificar os novos conhecimentos demandados pelo mercado
de trabalho para o arquivista, traçar outras direções profissionais para o arquivista, apontar
características empreendedoras relevantes para o arquivista e relaciona-las com as
características do profissional arquivista.
A metodologia usada para a construção deste trabalho foi o levantamento de literatura
bibliográfica, restringindo-se a literaturas afins dada a escassez do tema. Contudo, a citada
restrição não comprometeu de nenhuma forma o desenvolvimento do tema proposto, podendo
até ser o ponto de partida para futuras discussões sobre o mesmo.
O primeiro capítulo consiste na introdução, onde são expostos a justificativa do
trabalho, o objetivo geral e os específicos, a metodologia e um breve resumo de cada capítulo
a fim de se ter uma noção central de como as ideias foram organizadas.
No segundo capítulo, é abordado o conceito de empreendedorismo que é bastante
popular nos dias atuais e deve estar presente cada vez mais na maneira de se fazer negócios.
11
No terceiro capítulo é apresentado o profissional de arquivo, o arquivista explicitando,
de forma introdutória, a formação do arquivista no Brasil desde a criação do curso de
Arquivologia em nível universitário em 1977. O capítulo reflete sobre as oportunidades atuais
para o arquivista diante de sua formação.
O quarto capítulo fica encarregado de elaborar uma fusão da área da Arquivologia
com a área do Empreendedorismo. Sendo a Arquivologia uma área da informação que
consequentemente deve acompanhar as diversas mudanças, na qual o empreendedorismo pode
se tornar forte aliado na conquista de inovação no comportamento arquivístico.
O quinto capítulo trata, de maneira introdutória, a visão que o arquivista precisa ter
para empreender abrindo o seu próprio negócio na área da Arquivologia. Para isso, é usada
como exemplo a abertura de uma empresa de consultoria arquivística. O tema é baseado e
construído dentro da atmosfera de consultoria empresarial por falta de textos específicos sobre
consultoria arquivística, o que não se mostrou ser um problema, pois as características iniciais
e os propósitos das duas áreas caminham na mesma direção, possibilitando assim a discursão
do tema.
O sexto capítulo aborda um tema que provavelmente se popularizará nos próximos
anos nas mais diversas corporações: o intraempreendedorismo. O intraempreendedorismo ou
empreendedorismo corporativo tem se mostrado a solução para empreendedores que não
pretendem ser donos do seu próprio negócio, abrindo mão de um emprego formal e possuem a
vontade de empreender. Nesse caso optam por explorar seus dons empreendedores dentro do
local de trabalho. No capítulo são apresentadas dicas para o arquivista empreender no setor de
arquivo nas empresas a fim de se destacar alcançando sua realização profissional.
O sétimo e último capítulo é destinado à conclusão das ideias exploradas no trabalho.
Nele é feita uma reflexão sobre o empreendedorismo ser ou não relevante para a área da
Arquivologia.
12
2 O QUE É SER EMPREENDEDOR?
A palavra empreendedor (entrepreneur) surgiu na França por volta dos séculos XVII e
XVIII, definindo pessoas ousadas e com uma postura inovadora e proativa. Pessoas que
introduziam novas e melhores práticas e estimulavam o progresso socioeconômico.
O conceito deriva da união das palavras entre + prendre.
Em latim, entre deriva de inter, cujo significado é o espaço a ser percorrido entre um
lugar e outro. Inter significa ainda, reciprocidade e interação. A palavra prende deriva de
preendere, cujo significado é tomar posse, empregar, tomar uma atitude.
Os franceses possuem o verbo entrependre, que originou, tanto em francês quanto em
inglês, a palavra entrepreneur. Assim, a palavra empreendedor, passou a ser a definição das
pessoas que possuem iniciativa, assumem riscos e promovem a geração de riqueza.
(HILSDORF, 2015, p. 31).
A evolução do significado de Empreendedorismo tem sido bastante discutida no
decorrer dos anos, mas é aceita pela maioria dos estudiosos contemporâneos. Em 1989,
passaram a considerar empreendedorismo um processo pelo qual indivíduos, autonomamente
ou dentro de organizações, perseguem oportunidades sem levar em consideração os recursos
que eles controlam no momento. Assim, ao longo dos anos 90, são encontradas propostas de
significação para o termo que implicam no reconhecimento da inovação como parte essencial
do fenômeno, salientando ainda a possibilidade dele ocorrer em diferentes contextos com
consequências supostamente voltadas para o bem estar humano.
Hoje o Empreendedorismo vem ganhando força não só no Brasil como em todo o
mundo. Quem opta por estudar e aplicar o empreendedorismo não só na sua carreira, mas nos
seus projetos de vida, tende a se destacar dos demais.
Dornelas (2008; p.1) define que:
Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular,
apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem
ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado.
Uma vez que os empreendedores estão revolucionando o mundo, seu
comportamento e o próprio processo empreendedor devem ser estudados e
entendidos. (DORNELAS, 2008, p. 1).
Apesar de atualmente o empreendedorismo não ser um movimento predominante,
acredita-se que cada vez mais, ele irá mudar a forma de fazer negócios e de se ver o mundo. O
papel do empreendedor é fundamental na sociedade, principalmente com os avanços
13
tecnológicos que vem ocorrendo de forma acelerada. Isso explicaria o porquê do
empreendedorismo estar hoje na mira das grandes instituições de ensino.
[...] o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os
empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando
distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas
relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza
para a sociedade.
O contexto atual é propício para o surgimento de um número cada vez maior de
empreendedores. Por esse motivo, a capacitação dos candidatos a empreendedor está
sendo prioridade em muitos países, inclusive no Brasil, haja vista a crescente
preocupação das escolas e universidades a respeito do assunto, por meio da criação
de cursos e matérias específicas de empreendedorismo, como uma alternativa aos
jovens profissionais que se graduam anualmente nos ensinos técnico e universitário
brasileiro e, mais recentemente, também no ensino fundamental. (DORNELAS,
2008, p. 9).
Acredita-se que existam pessoas que nascem com o chamado espírito empreendedor.
São pessoas que logo nos primeiros anos de vida demonstram pensamento estratégico,
facilidade de planejar e desejo de realizações. Outros vão adquirindo ao longo da vida
características empreendedoras, seja de forma inconsciente ou com algum propósito.
Independente de como se adquire o espírito empreendedor, seja desde a infância ou
através de estudos ao longo da vida, Chiavenato(2007, p.7) expõe sua opinião sobre as
características do empreendedor:
Na verdade, o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem,
pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de
identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma ideias em realidade, para
benefício próprio e para benefício da comunidade. Por ter criatividade e um alto
nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos
que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma ideia simples e mal
estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado. (CHIAVENATO, 2007,
p. 7).
Ainda sobre características do empreendedor Chiavenato (2007) discorre sobre três
características básicas que identificam o espírito empreendedor. Segundo ele, primeiramente o
empreendedor precisa ter necessidade de realização, já que pessoas com essa característica
gostam de competir com certo padrão de excelência e preferem ser pessoalmente responsáveis
por tarefas e objetivos que atribuíram a si próprias.
A segunda característica é a disposição para assumir riscos, pois o empreendedor
assume variados riscos ao iniciar seu próprio negócio sejam financeiros, familiares ou até
psicológicos. Porém, empreendedores com alta necessidade de realização também têm
moderadas propensões para assumir riscos controlados.
14
A terceira característica é a autoconfiança. Segundo o autor, quem possui
autoconfiança, sente que pode enfrentar os desafios que existem ao seu redor e tem domínio
sobre os problemas que enfrenta. As pesquisas mostram que os empreendedores de sucesso
são pessoas independentes que enxergam os problemas inerentes a um novo negócio, mas
acreditam em suas habilidades pessoais para superar tais problemas.
Mesmo quem não sente em si próprio a veia empreendedora, porém existe nele a
vontade de crescer profissionalmente através do empreendedorismo, em seu livro, Hilsdorf
(2015, p. 13-14) quando comenta que:
Empreendedorismo é uma competência humana, e, como tal pode ser desenvolvida.
Uma competência consiste em conhecimento, habilidade e experiência, e atitudes
empreendedoras podem e devem ser exercidas, de imediato, quando se fazem
necessárias. Assim, torna-se evidente que o sucesso de um empreendedor depende
da interação entre conhecimento e comportamento. Muito mais que meramente uma
pessoa repleto de boas ideias, um empreendedor é alguém focado na sua execução,
na realização de seus sonhos. Esse caráter pragmático é fundamental para que as
ideias saiam do mundo do potencial e ganhem vida no mundo real. (HILSDORF,
2015, p. 13-14).
Muitos confundem ou desconhecem a diferença entre o empreendedor e o
administrador, apesar de, a primeira vista os dois parecerem iguais, o empreendedor possui
todas as qualidades do administrador e se sobressai com características únicas.
Na verdade, não se propõe aqui encontrar respostas detalhadas para o tema, mas sim
fornecer evidências para um melhor entendimento dos papéis do administrador e do
empreendedor.
Dornelas (2008, p. 21-22) explica que:
A abordagem clássica ou processual, com foco na impessoalidade, na organização e
na hierarquia, propõe que o trabalho do administrador ou a arte de administrar
concentre-se nos atos de planejar, organizar, dirigir e controlar. O principal
divulgador desse princípio foi Henry Fayol, no início do século XX, e vários outros
autores reformularam ou complementaram seus conceitos com o passar dos anos. O
empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do
administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características
sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. De uma
ideia, surge uma inovação, e desta, uma empresa. (DORNELAS, 2008, p. 21-22).
O empreendedor é um administrador, mas com diferenças consideráveis em relação
aos gerentes ou executivos de organizações tradicionais, pois os empreendedores são mais
visionários do que os gerentes.
15
2.1 EMPREENDEDORISMO NA PRÁTICA
Quando se fala em empreendedorismo, o senso comum leva a imaginar pessoas que
abriram as suas próprias empresas. Apesar desse senso estar correto, o empreendedorismo não
se limita apenas a pessoas que sonham em se tornar empresárias.
Geralmente os empreendedores possuem características similares: são proativos,
questionadores, possuem alto senso crítico, são dinâmicos, inovadores, orientados para
resultados e não têm medo de correr riscos. O que muda de um empreendedor para outro é o
contexto do empreendedorismo que pode gerar motivadores diferentes.
Os tipos de empreendedorismo mais comuns são: empresarial, público, social e o
intraempreendedorismo.
O empreendedorismo empresarial é o mais comum, de forma sucinta, consiste em
pessoas que abrem um negócio ou uma empresa. Dentro dele existem dois tipos de
empreendedores: por necessidade e por oportunidade. O empreendedor por necessidade
geralmente toma essa decisão por motivo de sobrevivência quando se vê, por exemplo,
desempregado. É um tipo de empreendedorismo considerado arriscado por muitos
especialistas, pois o negócio é pensado sem qualquer impacto de inovação. Porém isso não
quer dizer que um empreendimento, fruto de um empreendedor por necessidade, não possa
dar certo. O outro tipo são os empreendedores por oportunidade. Considerado o ideal, quem
empreende por conta de uma nova oportunidade percebida, tem maiores chances de sucesso.
O empreendedorismo público, em contrapartida, é o menos conhecido. Muitas pessoas
que passam por cargos públicos se deparam com rotinas, muitas vezes defasadas e com
funcionários que parecem não ser passíveis de mudanças. Porém, quando um funcionário
público compartilha de uma mentalidade empreendedora, ele imediatamente se concentra em
achar meios de melhorar o ambiente ao seu redor, facilitando processos e aperfeiçoando
serviços, como por exemplo, o atendimento ao público. O gestor público empreendedor é
aquele que acredita ser possível substituir o tradicional.
O empreendedorismo social está crescendo de forma expressiva nos últimos anos. O
empreendedor social é aquele que pensa o seu negócio com o objetivo de trazer mudanças
para a sociedade ou para uma comunidade. Esse modelo de negócio pode até visar lucro, mas
o empreendedor está, acima de tudo, lutando por uma causa. As principais características em
empreendedores sociais bem-sucedidos são: senso de urgência, senso de missão acima do ego,
foco naquilo que pode fazer e não nas “impossibilidades”, atitude irrevogável de conceder
créditos a todos os envolvidos, consciência de que o confinamento é uma única área do
16
conhecimento que não convém à causa, autocrítica e autoaperfeiçoamento constantes, busca
por autonomia, disposição de trabalhar em silêncio, orientação ética e voto indissolúvel de
perseverança. (HILSDORF, 2015, p. 64-72).
Finalmente o Intraempreendedorismo, ou empreendedorismo corporativo, é a saída
para quem quer empreender, mas não tem um negócio próprio. Intraempreendedores agem
como se fossem os próprios donos do negócio, com a mesma garra, dedicação e paixão pela
causa da empresa. A presença de intraempreendedores dentro de uma organização representa
uma significativa mudança na cultura organizacional; coloca a empresa na vanguarda das
melhores práticas de gestão na era pós-industrial. Intraempreendedores procuram agir
utilizando conhecimentos oriundos de múltiplas áreas, tais como marketing, finanças,
negociação, vendas, gestão, dentre outras. Essa característica permite uma verdadeira relação
de parceria entre tais colaboradores e suas organizações. Dotados de iniciativa e autonomia
para conduzirem ações de alto valor agregado, eles obtêm resultados qualitativamente
superiores para a empresa. (HILSDORF, 2015, p.76-80).
17
3 ARQUIVISTA: O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO
Ganhando cada dia mais o seu espaço no mercado de trabalho o arquivista
desempenha um papel fundamental para o bom funcionamento de qualquer empresa.
Pode-se conceituar o arquivista também e não somente como o:
Profissional responsável por identificar, organizar, avaliar, preservar e restaurar
documentos, sejam textos, sejam imagens ou dados, registrados em papel, ou na
forma de fotografa, filme, microfilme, mídia digital ou, ainda, banco de dados
online. Este graduado é o responsável por organizar e tornar disponíveis as
informações que são geradas e acumuladas em empresas, órgãos do governo,
escolas, associações, instituições de saúde e ONGs. (GUIA DO ESTUDANTE).
A Lei 6.546/1978, que regulamenta a profissão do arquivista, descreve em seu artigo
2º um conjunto de 12 (doze) atribuições em que a competência para a realização de
planejamento se destaca.
São elas:
Art. 2º - São atribuições dos Arquivistas:
I - planejamento, organização e direção de serviços de Arquivo;
II - planejamento, orientação e acompanhamento do processo documental e
informativo;
III - planejamento, orientação e direção das atividades de identificação das espécies
documentais e participação no planejamento de novos documentos e controle de
multicópias;
IV - planejamento, organização e direção de serviços ou centro de documentação e
informação constituídos de acervos arquivísticos e mistos;
V - planejamento, organização e direção de serviços de microfilmagem aplicada aos
arquivos;
VI - orientação do planejamento da automação aplicada aos arquivos;
VII - orientação quanto à classificação, arranjo e descrição de documentos;
VIII - orientação da avaliação e seleção de documentos, para fins de preservação;
IX - promoção de medidas necessárias à conservação de documentos;
X - elaboração de pareceres e trabalhos de complexidade sobre assuntos
arquivísticos;
XI - assessoramento aos trabalhos de pesquisa científica ou técnico-administrativa;
XII - desenvolvimento de estudos sobre documentos culturalmente importantes.
(BRASIL, 1978).
Portanto, essa competência, voltada para o planejamento, se traduz em uma atividade
intelectual, exigindo do arquivista uma formação acadêmica que vai além de aspectos
meramente técnicos. (SOUZA, 2014).
As características necessárias para ser um bom arquivista resumidamente são: ser
meticuloso, organizado, ter bom sendo de observação e interesse por atividades burocráticas.
18
Em alguns casos o arquivista precisará ter uma boa capacidade de lidar com o público, então
uma boa comunicação também se torna indispensável.
3.1 A FORMAÇÃO DO ARQUIVISTA NO BRASIL
A regulamentação da profissão de arquivista no Brasil foi obtida com a promulgação
da Lei nº 6.546, de 4 de julho de 1978, que Dispõe sobre a regulamentação das profissões de
Arquivista e de Técnico de Arquivo, e dá outras providências. A regulamentação da profissão
se deu seis anos após ter sido autorizado, pela Conselho Federal de Educação, a criação dos
cursos de Arquivologia em nível superior. A carga horária mínima prevista para o curso era
de 2.160 horas/aula, distribuídas entre três e cinco anos. (SOUZA, 2014, p.27).
Apesar do trabalho do arquivista ser em boa parte prática, a graduação tem um papel
fundamental na formação técnica e intelectual do profissional de arquivo.
A formação garante o monopólio do conhecimento, dá acesso à qualificação e ao
reconhecimento, conferindo ao profissional o direito de prestar serviços à
comunidade. A formação é organizada e gerida pela profissão e constitui um dos
traços característicos de cada grupo profissional. (CUNHA, 2009, p. 97).
Devido ao mercado de trabalho cada vez mais concorrido o arquivista precisa dominar
não somente as técnicas de arquivos, como também técnicas adicionais, como as de
administração, gestão de pessoas e principalmente técnicas de tecnologia. O arquivista, nos
tempos atuais, deve receber uma formação que vá além do domínio técnico necessário à
execução somente de suas atividades. O conhecimento teórico-científico é que dará ao
profissional as condições de se posicionar criticamente, junto às organizações públicas e
privadas em que atua.
É importante ressaltar a importância do estudo contínuo devido a velocidade das
informações cujo prazo de validade é muito curto:
[...] Os avanços tecnológicos, que têm lugar diariamente, refletem-se nas tarefas e
serviços dos arquivos e os arquivistas devem manter uma atualização contínua a fim
de seguir sendo profissionais reconhecidos e respeitados na sociedade. Enquanto
existir produção de informação arquivística, novos espaços de trabalho serão abertos
para a atuação dos arquivistas. (SOUZA, 2011, p. 53).
Os cursos de Arquivologia oferecidos no Brasil são bastante recentes. A década 1990
ficou marcada com a criação dos primeiros cursos de graduação em universidades públicas:
no ano de 1977 na Universidade Federal de Santa Maria/RS e na Universidade Federal do
19
Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e, em 1979, na Universidade Federal Fluminense
(UFF/RJ).
Para Jardim (1999), a reflexão “sobre a trajetória e perspectiva do ensino da
Arquivologia no Brasil significa consideramos, de um lado, o percurso da própria
Arquivologia, fora e dentro do país e, por outro, os rumos da Educação e da Universidade”.
O primeiro curso foi criado em 1977 na Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro (UNIRIO), “[...] que encampou o Curso Permanente de Arquivos do Arquivo
Nacional, e o segundo, o da Universidade Federal de Santa Maria, no estado do Rio Grande
do Sul”. (OLIVEIRA, 2003, p. 48). A partir de então, outros cursos surgiram em razão das
demandas percebidas pela, e na, sociedade contemporânea. (SOUZA, 2014, p. 30).
O curso de Arquivologia iniciado na Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro, cujo currículo mínimo foi aprovado no ano de 1974, era composto de onze
disciplinas:
Introdução ao Estudo da História
Noções de Contabilidade
Noções de Estatística
Arquivo I – IV
Documentação
Introdução à Administração
História Administrativa, Econômica e Social do Brasil
Paleografia e Diplomática
Introdução à Comunicação
Notariado
Uma língua estrangeira moderna (JARDIM, 1999, p. 39).
Já o curso de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), criado
pelo Parecer n.º 179/76 do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da UFSM, foi instalado
em março de 1977 com oferecimento de 25 (vinte e cinco) vagas anuais e com quatro
habilitações: Arquivos Empresariais, Arquivos Escolares, Arquivos Históricos e Arquivos
Médicos, compreendendo 2.165 horas/aula e estágio de 200 horas a serem desenvolvidas num
mínimo de três anos letivos, ou seis semestres.
Até 2014 o curso de Arquivologia já está sendo oferecido em 16 (dezesseis)
universidades públicas espalhadas pelo Brasil. Dessas 16 (dezesseis), 13 (treze) estão em
instituições federais e 3 (três) em instituições estaduais.
20
Nesse contexto:
Vale ressaltar que dos dezesseis cursos de Arquivologia existentes hoje no Brasil,
dez estão localizados nas capitais dos estados e um deles no Distrito Federal. E mais,
há uma concentração de cursos de graduação em Arquivologia nas regiões Sul e
Sudeste do Brasil, implicando numa concentração de profissionais nessas regiões e,
consequentemente, uma carência de arquivistas nas demais regiões. (SOUZA, 2014,
p. 32).
O modelo curricular de formação de arquivistas, estabelecido nos anos 1970, e
aparentemente defasado do ponto de vista social, científico e pedagógico, ainda é
característica marcante nos cursos de graduação em Arquivologia no Brasil. Discute-se há
algum tempo sobre a necessidade de uma revisão do currículo desses cursos, diante do desafio
representado pelo grande volume informacional produzido pela sociedade contemporânea, o
que exige novas formas no tratamento, recuperação, acesso e difusão das informações, com
rapidez e precisão. Essas questões interferem diretamente, tanto na formação teórica quanto
prática dos discentes de cursos de graduação em Arquivologia e para o exercício de
profissionais de arquivo. (COSTA, 2008).
3.2 OPORTUNIDADES PROFISSIONAIS PARA O ARQUIVISTA
Sem dúvida, um dos elementos mais atrativos da Arquivologia é a quantidade de
oportunidades profissionais, pelo menos em se tratando da região sudeste, começando pelos
estágios.
Um aluno no primeiro período de graduação consegue, sem muitos sacrifícios, um
estágio remunerado e assim começa a ter contato com a parte prática da profissão.
O mesmo acontece quando o arquivista, o aluno então formado, ingressa no mercado
de trabalho. Afinal, todo órgão governamental ou qualquer empresa possui arquivos, e pela
demanda de informações tanto no âmbito público quanto no privado terem aumentado de
forma significativa, o arquivista se torna uma peça chave na administração da informação do
órgão ou empresa. Considerando ainda que a maioria, senão todas as empresas sejam elas de
pequeno, médio ou grande porte, que possuem arquivos e esses em algum momento da vida
dessas organizações precisarão de cuidados específicos, seja do estudante de Arquivologia
seja do arquivista formado conseguem o seu espaço no mercado.
Com o “boom” da tecnologia, muitos acreditaram que o trabalho do arquivista teria os
seus dias contados, devido a constante migração dos documentos do formato de papel para o
21
meio digital. A surpresa é que na verdade aconteceu o inverso. Com a migração dos
documentos para o meio digital, notou-se por um lado o grande avanço, por exemplo, com
relação à tramitação e produção de documentos, porém por outro lado, percebeu-se como é
fácil perder documentos digitais, seja por vírus ou obsolescência de softwares. Diante desse
novo cenário, as oportunidades para os arquivistas só tendem a crescer.
As possibilidades realmente só aumentam. Para o trabalho em universidades, no
Congresso, em prefeituras e outros órgãos, é necessário prestar concurso público. No setor
privado, os arquivistas são requisitados por hospitais, instituições de ensino superior,
indústrias, centros de memória, casas de cultura e grandes escritórios de advocacia,
contabilidade, engenharia, arquitetura, entre outros.
Os principais núcleos de absorção desses profissionais são as grandes cidades e
capitais, que sediam empresas de maior porte. As vagas encontram-se principalmente nas
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília (GUIA DO ESTUDANTE).
Apesar da quantidade de oportunidades que a cada dia mais vem se abrindo para os
arquivistas, existem alguns profissionais que ainda assim, não conseguem se realizar
profissionalmente em ambientes corporativos tradicionais ou mais do que isso; não se
enxergam permanecendo nesses postos de trabalho até a sua aposentadoria e sonham com seu
próprio negócio.
Nos próximos capítulos serão expostas opções para esses dois casos, a fim de ampliar
os horizontes do arquivista que se vê preso ao dilema de estudar anos a fim de conseguir um
cargo público, se acomodar e conseguir a cobiçada estabilidade, ou ter de aguentar uma
carreira onde não existe o reconhecimento merecido e o profissional, para manter o seu
emprego, permanece estagnado, ganhando sempre o mínimo e sem chances de crescimento.
22
4 SENDO UM ARQUIVISTA EMPREENDEDOR
O presente capítulo defende as colocações de Bahia e Seitz (2009) em seu artigo “O
Arquivista Empreendedor” que aborda o perfil do profissional arquivista perante a cultura
empreendedora.
Não é difícil encontrar um profissional que reclama da falta de reconhecimento pelo
trabalho desempenhado. Principalmente os profissionais da informação que, na maioria das
vezes, precisam fazer muito, porém com poucos recursos. É comum a falta de recursos
(permanentes e de consumo), tempo e espaços adequados. Infelizmente é uma realidade não
só em instituições públicas, mas também em empresas privadas.
O curioso é que na verdade as organizações estão procurando ainda, profissionais que
se adaptem bem às condições diversas de trabalho. Bahia e Seitz (2009) comentam que as
organizações almejam sujeitos capazes de identificar oportunidades, adaptar-se rapidamente a
novos processos produtivos e hábeis o suficiente para executar uma tarefa desafiadora,
obtendo um resultado inovador e bem-sucedido. As autoras ainda dizem que essa é uma
realidade contemporânea para imprimir mais competitividade ao profissional arquivista e que
se faz essencial que ele apresente as qualidades de um profissional empreendedor.
Diante desse ponto de vista, pode-se supor que a inclusão da cultura empreendedora,
envolvendo suas práticas na formação do arquivista, irá possibilitar mais oportunidades no
mercado de trabalho a este profissional.
Confirma-se essa suposição no seguinte trecho:
Para ser um profissional empreendedor inserido no mercado de trabalho, o arquivista
deverá possuir algumas das características empreendedoras. Como condição básica,
estes profissionais precisam conhecer seu mercado de atuação o mais profundamente
possível e estarem familiarizados com o desenvolvimento e as necessidades de
informação, a fim de desempenharem um papel competitivo no atual mercado de
informação. (BAHIA; SEITZ, 2009, p. 473).
O arquivista do século XXI deve ser um empreendedor, segundo a visão de Jardim
(1999). Para o autor, aquele que cria projetos, abraça os novos desafios e se esforça sempre
para ser o melhor pode ser considerado um arquivista empreendedor. Ou seja, trata-se de um
indivíduo que vê o quadro geral e que pode pensar e trabalhar independentemente.
O profissional da informação no caso o arquivista precisa atender as exigências de
mercado no mundo empresarial, para isso ele não pode limitar o seu conhecimento, é
necessário ir além do conhecer o contexto no qual está inserido, ele precisa ser especialista na
23
área de conhecimento onde atua; ser um profundo conhecedor dos recursos informacionais
disponíveis e das técnicas de tratamento da documentação com domínio das tecnologias mais
avançadas; procurar ser um gerente efetivo; e se preocupar em ser um líder para enfrentar as
mudanças e suas consequências. (CARDOSO; VALENTIM, 2008 apud BAHIA; SEITZ,
2009, p. 473).
Esse equilíbrio segundo Ferreira (2003) é obtido primeiramente com o diálogo
constante entre o mercado, as entidades de classe e as instituições formadoras, buscando atuar
de forma mais integrada e eficaz na formação do profissional esperado ou desejado.
Valentim (2002) diz que “falar sobre as competências e habilidades necessárias ao
profissional arquivista exige uma reflexão com as demandas sociais existentes [...]”. Cardoso
e Valentim (2008) acrescentam que “Ter essa preocupação fará com que a formação do
profissional seja mais completa e permitirá que ele consiga desempenhar um papel
participativo na sociedade à qual está inserido”.
Espera-se com a chegada do empreendedorismo na formação do arquivista, que o
mesmo se sobressaia em suas atividades.
4.1 POSTURAS DE UM ARQUIVISTA EMPREENDEDOR
Ainda sobre seu artigo, Bahia e Seitz expõem uma pesquisa realizada em 2009 com
estudantes do III Curso de Gestão de Arquivo Públicos e Empresariais da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC). O foco dessa pesquisa foi verificar se são conhecidas as
características necessárias do empreendedor, se os sujeitos da pesquisa possuem
características necessárias ao profissional empreendedor e no caso afirmativo, identificar
quais são as respectivas características. Para isso foi utilizado um questionário entregue aos
alunos.
A pesquisa foi aplicada a 34 alunos, iniciada solicitando aos mesmos que
assinalassem, num grupo de sete alternativas, as três principais habilidades do empreendedor.
Chegou-se aos resultados a seguir: 41% consideraram como habilidade do empreendedor
produzir soluções rapidamente, demonstrar capacidade e adaptação e novos métodos de
trabalho e desenvolver plano de divulgação e de Marketing, seguidos de 32% que
consideraram desenvolver plano de divulgação e de marketing; controlar a execução de
planos de atividade; e buscar patrocínios e parcerias. Constatou-se ainda que 52%
consideraram a busca por patrocínios e parcerias caracterizam uma habilidade do
empreendedor. (BAHIA; SEITZ, 2009, p. 477).
24
No momento que foi solicitado que assinalassem as três competências necessárias para
a Gestão de Arquivo, 47% responderam que manterem-se atualizados, demonstrarem
capacidade de analise e síntese e ser proativo seguidos de 38% que consideraram manter-se
atualizados, demonstrando capacidade de negociação e agirem com ética.
Com relação às atitudes necessárias para o empreendedor, a pesquisa constatou que
41% consideraram relevante ter visão de futuro, saber tomar decisões corretas, saber explorar
o máximo as oportunidades e serem líderes e formadores de equipes, seguidos de 29%, que
consideraram qualidades necessárias, para agregarem valor aos serviços e produtos, serem
determinados e dinâmicos, se relacionarem bem e bons planejadores. A pesquisa também
mostrou que 64% dos alunos declaram em suas respostas que ser líder e formador de equipes
é uma qualidade necessária para o empreendedor. (BAHIA; SEITZ, 2009, p. 477).
Unanimemente, (100%) acreditam que o Arquivista para ser empreendedor deve ser
também ser inovador seguido do item criatividade, citado por 88% dos alunos, e flexibilidade
citado por 67% alunos.
Sobre a necessidade de o profissional arquivista desenvolver habilidades e
competências empreendedoras, novamente todos os 34 alunos (100%) concordaram que existe
a primordialidade da melhoria de habilidades e competências empreendedoras para o
arquivista. As respectivas respostas sobre a percepção dos alunos sobre a questão foram
reunidas e categorizadas e constatou-se que a maioria significativa retratou em suas alegações
a necessidade de atitudes empreendedoras e também fazem relacionamentos dessas com o
trabalho, as habilidades propriamente ditas e os conhecimentos necessários de maneira
própria e de maneira geral. (BAHIA; SEITZ, 2009, p. 477).
4.2 NOVOS HORIZONTES NA ÁREA DA ARQUIVOLOGIA
A partir deste ponto do presente trabalho, discutir-se as diversas possibilidades
profissionais para o arquivista, com ênfase nas opções do negócio próprio em que será
exemplificado com uma empresa de consultoria arquivística e as práticas do
intraempreendedorismo para profissionais que não partilham do interesse de serem donos do
seu próprio negócio.
Primeiramente se faz necessário uma breve explicação da diferença entre arquivista
empreendedor e arquivista intraempreendedor.
O arquivista empreendedor é aquele que, depois de formado, procura aprimorar-se na
área de negócios para assim seguir carreira autonomamente.
25
As possibilidades para o arquivista empreendedor, ao contrário do que muitos pensam,
são vastas. Além da promissora oportunidade de prestar consultoria por conta própria, o
arquivista pode se unir com outros arquivistas com a mesma ambição e fundarem juntos uma
empresa de consultoria com grande impacto no mercado.
Outra possibilidade do arquivista empreender pode ser não somente em uma empresa
restritamente de consultoria arquivística, pois um arquivista pode ser um excelente candidato
a sócio de qualquer ramo de empresa, ou segmento que com certeza produzirá documentos e
lidará com eles a todo momento, possibilitando assim uma ótima oportunidade para realizar
um excelente trabalho em sociedade.
Já o arquivista intraempreendedor corresponde ao profissional que pretende fazer
carreira dentro das empresas em que trabalha. Sem dúvida, essa parcela de profissionais,
corresponde à maioria dos profissionais ativos na área da Arquivologia, por esse motivo, o
estudo do intraempreendedorismo para o arquivista se torna tão importante.
Um arquivista de uma empresa que absorve as práticas empreendedoras está mais
propenso a promoções e notoriedade dentro das empresas em que trabalham. Mesmo os
servidores públicos podem usar tal prática visando melhorias no setor público, que de maneira
alguma será considerada menos importante. Esse estudo porém está concentrado em discutir o
empreendedorismo dentro de empresas privadas devido à quantidade de arquivistas no setor
privado.
26
5 O ARQUIVISTA EMPREENDEDOR: CRIANDO O SEU PRÓPRIO NEGÓCIO
Este capítulo discorre sobre as principais ideias de um negócio de consultoria
arquivística e incentivando arquivistas que possuem o desejo de serem donos do seu próprio
negócio, mas ainda não o fazem, por algumas vezes achar esse, um sonho impossível dentro
da área da Arquivologia.
Como qualquer negócio, o caminho é longo e difícil, mas para quem almeja crescer
como empresário, não terá problemas em passar pelos obstáculos inevitáveis da jornada.
Serão exploradas a seguir as etapas de como pensar uma empresa de consultoria
arquivística, levando em conta o perfil e as características do consultor.
5.1 CONSULTORIA ARQUIVÍSTICA
Pretende-se neste comentário sobre consultoria demonstrar como o guia para abertura
de um negócio, mas apenas de expandir a visão profissional do arquivista. Para isso será
exposta uma visão geral do que ele precisa ter em mente caso opte em se tornar um consultor
de seu próprio negócio no ramo da consultoria.
É relevante ressaltar que pela escassa literatura especializada sobre o tema, foram
utilizadas referências sobre consultoria empresarial, principalmente, mas não somente, um
livro de mesmo nome escrito por Luciano Crocco e Erik Guttmann. A escolha desse livro
especificamente deve-se a seus princípios que são de extrema semelhança à proposta da
consultoria arquivística.
A ideia da abertura de uma empresa de consultoria consiste no fato de, não ser preciso
começar com uma grande equipe.
Um arquivista formado consegue começar sozinho, prestando pequenas consultorias
para micro e pequenas empresas e até mesmo organizando arquivos pessoais de pessoas
físicas.
Porém muitas empresas preferem confiar seus arquivos a consultores de empresas de
consultorias já estabelecidas no mercado, por isso, nesse caso, será necessário mais
planejamento e aquisição de sócios que compartilhem da mesma visão. Assim, a futura
empresa poderá ter chances de permanecer no mercado e crescer.
Um ponto importante é verificar se o arquivista interessado possui as características de
um consultor, pois sem um perfil adequado este poderá, mesmo sem querer, arruinar o
negócio.
27
Como se preparar para criar um negócio próprio, ou seja, como ser um empreendedor?
Segundo Leite (1999), os passos para isto são:
Desenvolver uma íntima relação com os computadores, mesmo parecendo uma
questão óbvia. Sem este conhecimento, o empreendedor não terá acesso às
informações necessárias para seu desenvolvimento profissional e pessoal;
Dominar os princípios básicos de administração, principalmente no que tange a
administração de microempresas, pois existe uma grande probabilidade de que o
negócio inicie com apenas um ou dois funcionários;
Pensar pequeno, pelo menos no início, pois o empreendedor deve ser capaz de
criar um negócio que envolva poucas pessoas;
Aprender a trabalhar em equipe, pois as distâncias entre empregador e
empregado estão cada vez menores;
Não se apegar demasiadamente a detalhes, pois o mundo está mudando
rapidamente, de modo que não adianta uma superespecialização em um assunto
que, provavelmente, ao fim dos estudos, estará ultrapassado;
Fazer aquilo de que gosta, meditando antes de iniciar um empreendimento se
isso é realmente o que você gostaria de fazer pelo resto de sua vida;
Ser otimista. (LEITE, 1999).
Com o ritmo continuamente acelerado das empresas, os consultores vem sendo
requisitados para cumprir o papel do agente da mudança de forma interna desde pequenas até
as grandes corporações.
Resultados de levantamentos e pesquisas apontaram para uma gama de motivos que
levaram as organizações como empresas, associações, órgãos governamentais, institutos e
fundações a contratar consultores, seja pressão por redução de custos, por falta de
conhecimento e profissionais especializados, decorrentes da velocidade das mudanças, ou
pressa por algum procedimento. Posteriormente a essa análise, chega-se à conclusão de que
existem três motivos abrangentes que se transformam em específicos e são usados
particularmente ou em conjunto para levar à contratação de uma consultoria. São eles: a
necessidade de maior conhecimento, a falta de tempo e a política empresarial.
Segundo Crocco e Guttmann (2005), a necessidade de maior conhecimento acontece
em situações em que a empresa nem sabe o que precisa, não tem o conhecimento que precisa,
ou quando tem o conhecimento, não possui a competência para usá-lo ou a empresa não tem
como administrar a gestão do conhecimento. A falta de tempo refere-se a trabalhos que os
consultores deverão realizar, desempenhando atividades e tarefas por determinado período,
visando alcançar e/ou se igualar a outras em seu ambiente competitivo. No caso do setor de
arquivo, o arquivista estará desempenhando tarefas relacionadas às informações da empresa,
transformando-as em ferramentas estratégicas. Assim, elas serão mais bem utilizadas,
agilizando os processos burocráticos. Por último a política empresarial é o principal motivo da
28
contratação de um consultor, porque as empresas precisam de um olhar externo com uma
visão imparcial de alguma situação. Visão difícil de conseguir através de um funcionário
interno da empresa.
Em qualquer desses casos, a procura por um consultor é necessária porque a
empresa está percebendo a existência de um problema que não está sendo tratado de
forma adequada pelos processos organizacionais normais e/ou pelas pessoas
envolvidas. O outro lado da moeda é perceber que a consultoria sempre vai lidar
com mudanças, turbulência e muitas vezes com o desconhecido. (CROCCO;
GUTTMANN, 2005, p. 22).
Seja qual for o motivo, os arquivistas podem enxergar essa demanda como uma ótima
oportunidade de negócio.
Quando se fala em consultoria, logo se imagina uma prática recente, porém a mesma
existe há muitos anos. Para esclarecer o termo Crocco e Guttmann (2005)chegaram à
definição que:
Consultoria é um processo interativo, executado por uma ou mais pessoas,
independentes e externas ao problema em análise, com o objetivo de fornecer aos
executivos da empresa-cliente um ou mais conjuntos de opções de mudanças que
proporcionem a tomada de decisão mais adequada ao atendimento das necessidades
da organização. (CROCCO; GUTTMANN, 2005, p. 18).
No caso da consultoria arquivística, o arquivista atuará como consultor em arquivos
que necessitem de mudanças com relação aos seus procedimentos, estrutura e colocação
dentro da corporação. Há casos em que o consultor poderá ser contratado para acompanhar a
criação do setor de arquivo desde o início, nesse caso, fica cabendo-lhe a responsabilidade de
criar todo o modelo de funcionamento para que o arquivo seja o centro informacional da
empresa.
Os autores supracitados discorrem em seu livro as premissas da consultoria
empresarial que podem ser, sem problemas, adaptadas a consultoria arquivística. São elas:
independência, automotivação, perícia escrita e verbal, capacidade analítica, autenticidade e
ética. (CROCCO; GUTTMANN, 2005).
A independência diz respeito à liberdade de ser o próprio patrão de maneira formal e
intelectual e principalmente fazer o seu horário de trabalho. A organização do tempo também
é um ponto importante.
Automotivação consiste em saber a amplitude e os limites, fazendo desses fatores os
impulsionadores de trabalho. Isso significa que o consultor sabe quando e como as coisas
precisam ser feitas, com que profundidade e demonstrar confiança no fornecimento dos seus
29
trabalhos. Ao optar por trabalhar autonomamente o consultor precisa estar ciente que ele
próprio precisa se motivar para a realização de seus trabalhos.
A perícia escrita e verbal é colocada como uma forma de comunicação efetiva a qual o
consultor saiba utilizar de forma que a linguagem seja, prática e simples atingindo os
diferentes públicos existentes dentro de uma organização, por ser acessível.
A premissa da capacidade analítica exemplifica um motivo comum por que os
consultores são contratados, além de solucionar problemas. Muitas vezes o consultor precisa
lidar com situações ainda não estruturadas e analisar suas variáveis para propor uma solução.
Autenticidade consiste em uma premissa importante, já que o consultor possa manter
um comportamento visível ao cliente utilizadas em palavras as vivências do consultor. Os
autores diferenciam a exteriorização de ser e estar consultor. Significa ser um consultor:
explicar, traduzir, analisar as situações.
Por último a ética consiste em seguir princípios e valores que se comprovem ser
verdade, honestidade de princípios e ações. A confidencialidade de informações é um
princípio e uma realização da ética.
Como em qualquer profissão a consultoria necessita de algumas características de seus
profissionais. Segundo os autores Crocco e Guttmann (2005, p. 40):
Os atributos que um consultor deve ter é a soma das características de cada
indivíduo ou da organização em que se atua. É evidente que nenhuma lista é
completa. A experiência mostra que os vários atributos listados e agrupados são
aqueles que muitos consultores empresariais consideram básicos para o desempenho
de sua função. Para que exista pleno conhecimento desses atributos, eles foram
agrupados em três blocos, que são: comportamento, habilidade e conhecimento.
(CROCCO; GUTTMANN, 2005, p. 40).
Explicando cada bloco de atributos, os autores começam pelo comportamento, que
pode ser definido como a exteriorização dos valores, das emoções e da aplicação do
conhecimento. Eles ainda afirmam que o comportamento é a resposta para a pergunta: “Qual
o posicionamento do consultor perante as situações sensíveis para ambas as partes, consultor e
cliente?”. Em complemento a essa resposta, parte desse comportamento é a interatividade que
é a capacidade de se relacionar produtivamente com seus interlocutores, proporcionando um
ambiente propício à perpetuidade de comunicação e à criação de confiança; a proatividade e
por último o comprometimento.
Em seguida insere-se a habilidade, definida como o conhecimento específico aplicado
que proporciona graduação de flexibilidade do consultor na proposta de otimização de
resultados. Mais uma vez os autores julgam necessário um melhor detalhamento dessas
30
visando a diferenciação de comportamento e habilidade. Desse detalhamento existem cinco
itens que são: técnicas, comunicação, relacionamento humano, administração e motivação.
As técnicas consistem em qualquer aplicação do saber tais como ensinar, programar,
organizar, desenhar, entre outros. São as técnicas e ferramentas de que o consultor dispõe para
o fornecimento dos serviços ou trabalhos.
A comunicação é o compartilhamento de informações e ideias por meio das formas de
comunicação como conversas pessoais ou telefônicas, leitura de correspondências ou emissão
de relatórios. No mesmo contexto uma das mais importantes habilidades do consultor, é saber
ouvir.
A partir dessa habilidade o consultor poderá saber os reais desejos dos clientes e se
estão satisfeitos com o andamento do trabalho prestado.
O relacionamento humano é a busca por criar um clima conveniente, transmitir
confiança, trabalhar em equipe, conseguir a colaboração e a lealdade, fatores que importam no
tratamento entre as pessoas. Por isso, se torna uma habilidade chave para o consultor perante
seu cliente antes e durante a prestação de serviço. Segundo os mesmos autores, muitos
consultores creem que somente os resultados realmente importam, sem ponderar os esforços e
energia despendidos para sua execução. E complementam dizendo que o grau de resistência à
atividade do consultor é diretamente equivalente à sua competência de relacionamento
humano com seu cliente.
A administração se refere a gestão dos recursos de tempo, físicos e financeiros,
agendamentos e outras ocupações que fazem os trabalhos terem continuidade e alcançarem os
resultados esperados. O cumprimento de prazos, a qualidade dos trabalhos e os esforços
investidos estão relacionados diretamente a essa habilidade.
A motivação é um elemento fundamental e agregador, promover vontade de alcançar
resultados ou mudanças, ter iniciativa e gerar satisfação.
Por fim, os autores elencam os seguintes aspectos sobre o conhecimento: sustentação
conceitual e prática, raciocínio lógico, inteligência empresarial, tratamento da informação e
administração de tempo.
Segundo os autores sustentação conceitual e prática consistem em conceitos ou teorias
singulares da compreensão do consultor, na real são determinadas as bases para os
procedimentos, técnicas e ferramentas desenvolvidos para a aplicação prática. Exemplificar os
trabalhos bem-sucedidos, com base nesses conceitos que foram executados e que
fundamentam as sugestões para o trabalho atual.
31
O raciocínio lógico é se concentrar no que seja principal, conseguir conectar os
diversos princípios de uma equação ou problema, identificar argumentos incorretos dos
corretos para esquivar-se das emboscadas práticas no desenrolar dos trabalhos.
Inteligência empresarial é colocada como conjunto de processos analíticos que
transformam dados e informações em conhecimento estratégico relevante, preciso e útil na
compreensão do ambiente competitivo de uma empresa.
O tratamento da informação significa compreender onde e como procurar a
informação, tecnologias e como difundir as mudanças pela organização-cliente, da mesma
maneira como na aplicação da inteligência empresarial, fazendo que todas as perspectivas
comuns até agora expostas sejam usadas de modo complementar e de forma eficaz.
Administração de tempo é definida como o hábito de relacionar as atividades
solicitadas ou pretendidas, sem exceder a predisposição de absorção de novas tarefas pelas
pessoas envolvidas com as funções. O consultor, ao propor qualquer mudança,
consequentemente avalia a qualidade e quantidade de tarefas existentes, podendo: criar,
alterar ou eliminar tarefas já existentes. Com essas alterações, cria-se uma nova perspectiva de
um novo consumo de tempo, podendo resultar em: sobra, igualdade ou falta, e esse resultado
deve ser administrado.
Com relação às qualificações, estes definem 3 grupos: experiência, educação e
diferenciais.
A experiência é uma dos melhores vantagens na realidade da consultoria, se refere ao
inventário de serviços realizados, de forma remunerada ou não, e que levam o consultor a
atingir tipos e magnitudes de conhecimento. Essa bagagem servirá de base para a
consolidação dos diferenciais do consultor. Um arquivista que possui experiências em vários
tipos de arquivos, terá maiores chances de prestar uma consultoria mais assertiva.
A educação é base educacional adquirida, formal e de extensão, idiomas e outras
formas de acúmulo de conhecimento são o foco nessa qualificação. Não basta citar o título
alcançado, mas primordialmente qual o conhecimento adquirido.
Os diferenciais são contabilizados com base nos inventários de experiência e
educação. Pode-se agora determinar que diferenciais cada consultor possui.
Com as características e qualificações mais relevantes definidas, o consultor pode,
agora, se dedicar à determinação do contorno e extensão de seu trabalho. (CROCCO;
GUTTMANN 2005).
32
6 O ARQUIVISTA INTRAEMPREENDEDOR: EMPREENDEDNDO DENTRO DAS
EMPRESAS
Hashimoto (2006) já dizia que a próxima década seria marcada pela inovação. Para
ele, criar o que ninguém tem, imaginar o que não existe, propor novos paradigmas, explorar
novos nichos, estabelecer novos produtos e acima de tudo ter visão para detectar novas
tendências, são habilidades inerentes ao seres humanos e cada vez mais aproveitados pelas
empresas.
O que permite as empresas se sobressaírem na chamada década da inovação consiste
em seus talentos humanos.
Portanto para acompanhar a tendência, as organizações precisam encontrar a
capacidade criativa e inovadora das pessoas o que é conseguido com sucesso através do
desenvolvimento do intraempreendedorismo.
Souza (2000, apud URIARTE, 2000) fala sobre a nova Era no qual o conhecimento se
destaca. A “Era do Conhecimento”, como muitos chamam, proporciona acesso a um número
de informações muito maior do que se pode absorver, e, ao mesmo tempo, nunca se teve tanta
incerteza sobre o futuro profissional. Os jovens perguntam-se se devem seguir as carreiras
tradicionais ou entrar na corrida da indústria da informação, abrindo seu próprio negócio.
Muitos questionam se vale a pena continuar estudando. Funcionários não sabem se terão suas
vagas no dia seguinte. Se perderem seus empregos, sabem que será praticamente impossível
conseguir outra vaga no mercado - cada vez mais competitivo - de trabalho, principalmente se
estão além da meia-idade. A maioria das pessoas empregadas está insatisfeita com seu
trabalho, salário e rumo de suas carreiras. O que fazer? Quais as alternativas? Uma sugestão
do autor que contribui para que você reinvente sua carreira é: seja empreendedor. Seja
“presidente” de sua própria vida. (SOUZA, 2000).
Diferente do capítulo anterior, que aborda o arquivista como empreendedor do seu
próprio negócio, o presente capítulo é direcionado a arquivistas que preferem empreender
dentro das corporações em que trabalham. O chamado intraempreendedorismo ou
empreendedorismo corporativo está ganhando força nas organizações e o arquivista
contemporâneo precisa acompanhar essa tendência se pretende ser valioso e preservado
dentro do corpo funcional da empresa em que atua.
Segundo Schumpetter (1982), o fator base para uma pessoa ser empreendedora é a sua
capacidade de inovação. Para ele, o empreendedor é mais conhecido como aquele que cria
novos empreendimentos, mas também pode ser aquele que inova dentro de um
33
empreendimento já constituído, ou seja, é possível ser um empreendedor dentro de uma
empresa já estabelecida, o que significa ser um intraempreendedor.
O termo intraempreendedorismo surgiu em 1978 como abreviaturas do conceito de
intracorporate entrepreneuring ou empreendedorismo intracorporativo. A partir daí foram
propostos conceitos e argumentos que sustentam a ideia de que para se tornar um
empreendedor não é necessário abandonar a empresa onde trabalha (PINCHOT, 2004).
O termo intraempreendedor (tradução do inglês – intrapreneur) foi cunhado por
Gifford Pinchot III, o mesmo define intraempreendedor como:
Todos os ‘sonhadores que realizam’. Aqueles que assumem a responsabilidade pela
criação de inovações de qualquer espécie dentro de uma organização. O intrapreneur
pode ser o criador ou o inventor, mas é sempre o sonhador que concebe como
transformar uma ideia em uma realidade lucrativa. (PINCHOT III, 1989, p. 11).
Assim como na abordagem de Schumpetter (1982), na visão de Pinchot III (1989), o
principal ingrediente para que um indivíduo seja empreendedor é sua capacidade de inovação;
sua função chave estaria em realizar recombinações dos fatores de produção, o que não influi
necessariamente em ser proprietário desses fatores.
O intraempreendedor pode ser definido como o indivíduo que está interessado em
efetuar um ato de inovação, comprometendo-se e responsabilizando-se com todas as etapas
necessárias para atingir seu objetivo e gerar resultados. Esse indivíduo se preocupa não
somente com a criação de novo empreendimentos, mas colaborar para o desenvolvimento e
sucesso da empresa, assumindo riscos calculados, identificando oportunidades, inovando,
sendo criativo e trabalhando em equipe (DORNELAS, 2008).
Para Felippe (1996) empreendedor é aquele capaz de deixar os integrantes da empresa
surpreendidos, sempre pronto para trazer e gerir novas ideias, produtos, ou mudar tudo o que
já existe. É um otimista que vive no futuro, transformando crises em oportunidades e
exercendo influência nas pessoas para guiá-las em direção às suas ideias. É aquele que cria
algo novo ou inova o que já existe e está sempre pesquisando. É o que busca novos negócios e
oportunidades com a preocupação na melhoria dos produtos e serviços. Suas ações baseiam-se
nas necessidades do mercado.
Pinchot III (1989) destaca algumas atitudes comumente encontradas em
intraempreendedores, são elas:
Ir ao trabalho a cada dia disposto a ser demitido;
Evitar qualquer ordem que vise interromper seus sonhos;
34
Executar qualquer tarefa necessária a fazer seus projetos funcionarem, a
despeito de suas descrições de cargo;
Encontrar pessoas para ajudá-lo;
Seguir intuição a respeito das pessoas que selecionar e, trabalhar somente com
as melhores;
Trabalhar de forma “clandestina” o máximo que puder, pois a publicidade ativa
o mecanismo de imunidade das organizações;
Nunca apostar em uma corrida, a menos que estiver correndo nela;
Lembrar de que é mais fácil pedir perdão do que permissão;
Ser leal às metas, mas realista quanto às maneiras de atingi-las;
Honrar os patrocinadores. (PINCHOT III, 1989).
Segundo Fialho et al (2007, p. 45), as características básicas dos intraempreendedores
são parecidas com as dos empreendedores e possuem base nas necessidades, aptidões,
conhecimentos e valores. O intraempreendedor deseja permanecer na empresa onde trabalha,
é orientado para a ação quando recebe liberdade, recursos e incentivo da empresa. Mesmo não
tendo, a princípio as características intraempreendedoras, o arquivista não precisa se
preocupar, pois segundo Uriarte (2000, p.61):
Acredita-se que o intraempreendedorismo, assim como o empreendedorismo, pode
ser aprendido, seja por meio de cursos, palestras e seminários, ou com a prática, por
intermédio da experiência de pessoas já intraempreendedoras.
Todas as pessoas apresentam algumas características intraempreendedoras em seu
perfil comportamental, basta saber se o número de características apresentadas é
suficiente para o indivíduo ser considerado um intraempreendedor de sucesso. Em
um futuro próximo, acredita-se que o indivíduo deverá apresentar um
comportamento intraempreendedor para manter seu emprego. (URIARTE, 2000, p.
61).
6.1 AS VANTAGENS DO ARQUIVISTA INTRAEMPREENDEDOR
O intraempreendedorismo promete ser critério de desempate em disputas internas de
cargos e promoções. E o arquivista que quiser crescer dentro das organizações precisa usar o
empreendedorismo a seu favor.
Nesta sucinta parte, estão expostas as principais vantagens competitivas que o
arquivista conseguirá se usar o a cultura empreendedora nas suas rotinas de trabalho.
Primeiramente, o arquivista intraempreendedor possuirá características táticas como
analisar um problema e em seguida sugerir uma solução. Essa habilidade é geralmente
encontrada somente em empreendedores e facilitará a inclusão do arquivista na empresa.
O arquivista responsável por um setor, atuando como gestor, provavelmente liderará
uma equipe, seja de outros arquivistas ou de estagiários. Portanto, seu instinto de liderança
será muito bem visto e levará os seus subordinados a admirá-lo e usá-lo como exemplo. Um
35
arquivista competente precisa se preocupar em deixar um legado, uma inspiração para que a
Arquivologia cresça como um todo. Preocupando-se com essa questão e sendo um exemplo
profissional, sem dúvida é uma boa forma de crescer profissionalmente e ser lembrado.
O clima organizacional de uma equipe gerida por um intraempreendedor também pode
ser considerado uma vantagem. Criar um ambiente de trabalho propício para que as pessoas
tenham suas expectativas de desenvolvimento, realização e reconhecimento atendidas
consistem em um grande desafio colocado para as empresas modernas. Esse ambiente tem o
propósito de engajar esses funcionários para aumentar o desempenho e a competitividade da
empresa. (HASHIMOTO, 2010). Por isso o arquivista intraempreendedor poderá facilmente
promover esse ambiente desejável.
Um arquivista competente transmite segurança, ainda mais sendo um profissional da
informação que, na maioria das vezes, trabalha com informações sigilosas. E será essa
segurança que levará o arquivista aos melhores cargos e as melhores remunerações.
36
7 CONCLUSÃO
Ao longo deste trabalho, pode-se verificar a escassa produção de literatura que trate da
Arquivologia como uma área empreendedora. A partir do cruzamento das características
dessas duas áreas, foi possível perceber como o empreendedorismo pode trazer benefícios
para Arquivologia e como o arquivista tem a ganhar com essa fusão.
O arquivista, desde a concepção de seu título, se esforça para que seu trabalho, muitas
vezes realizado fora das condições ideais, seja percebido e valorizado. Porém em tempos de
mudanças cada vez mais rápidas, o arquivista se vê em uma posição de desvantagem perante
as exigências do mercado de trabalho. A tendência, segundo diversos especialistas, é que o
empreendedorismo, seja empresarial ou corporativo e nesse ponto, o arquivista não possui o
preparo adequado sobre a cultura empreendedora.
De um lado, o profissional que possui a vontade de ter o seu próprio negócio precisa
de orientações mais específicas de quais passos precisa dar. Foi utilizado neste trabalho o
exemplo de uma consultoria arquivista que serviu para ilustrar uma promissora oportunidade.
Espera-se que com o levantamento dessa questão sejam desenvolvidas mais discussões sobre
o arquivista como patrão e líder de uma organização.
O cerne do estudo voltado para o intraempreendedorismo demostra que para
conquistar uma carreira bem sucedida em qualquer organização precisa estudar sobre o
empreendedorismo corporativo. Por isso, sugere-se que as instituições de ensino deveriam ter
a preocupação de capacitar os seus alunos para as novas exigências do mercado. A
incorporação do empreendedorismo na grade curricular de Arquivologia aparenta ser uma boa
solução.
O empreendedorismo segundo Hilsdorf (2015) é uma competência humana,
perfeitamente possível de ser desenvolvida. Mais do que uma pessoa com várias ideias, uma
empreendedor é alguém focado na sua execução, na realização de seus sonhos. Em diversos
pontos o empreendedorismo se mostra uma grande oportunidade para o arquivista.
Uriarte (2000) chama a atenção sobre essa demanda de profissionais
intraempreendedores quando diz que devido à concorrência imposta pelo mercado moderno,
os indivíduos que possuem o perfil intraempreendedor fazem a diferença. Ainda sustenta a
ideia que o intraempreendedorismo pode ser aprendido, sejam por palestras, seminários,
cursos ou com a prática, por intermédio da experiência de indivíduos intraempreendedores.
Acredita-se que todo indivíduo apresenta algumas características intraempreendedoras,
porém isso não é garantia de sucesso. Cabe ao profissional saber se o número de
37
características apresentadas é suficiente para que seja considerado um intraempreendedor
promissor.
Percebe-se que o empreendedorismo tem muito a contribuir tanto para a Arquivologia
quanto para o arquivista. Tendo em vista que um profissional melhor preparado para o
mercado possibilitará novas oportunidades. Esta é a Era empreendedora. Então este trabalho
propõe que o ensino transmitido aos arquivistas passe a abordar o empreendedorismo como
forma de capacitação profissional em seu currículo.
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