1
mqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmrtyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwer
Trenodia para as Vítimas de Hiroshima
Krzysztof Penderecki
Escola de Música e Belas Artes do Paraná
Aluno: Ezidemar Siemiatkouski
Composição e Regência 6º ano
3
Trenodia para as Vítimas de Hiroshima
Trenodia
(do grego thrēnōdia:. lamentação).
Um poema, ou sua configuração musical, expressando um forte sentimento
de pesar pelos mortos, o termo tem o mesmo significado que "lamento".
O compositor contemporâneo Krzysztof Penderecki, nasceu em Debica, Polônia em 23
de novembro de 1933.
Suas primeiras obras eram enquadradas na chamada música de vanguarda. Tempos
depois, passou a escrever obras com uma estética mais conservadora, retornando ao
sistema tonal, eventualmente utilizando alguns elementos atonais. Sua música se enquadra
no período denominado classicismo pós-moderno.
Penderecki rapidamente se tornou parte da vanguarda européia, alcançando fama com
sua Trenodia para as Vítimas de Hiroshima. Obra escrita no ano de 1960 para 52 cordas,
que explora poderosos efeitos expressivos de novas sonoridades.
Com essa peça, Penderecki conquistou o premio de terceiro lugar no Concurso
Grzegorz Fitelberg dos Compositores em Katowice no ano de 1960 (lembrando que o 1º e
o 2º lugar também foram do compositor com outras peças). A peça rapidamente atraiu o
interesse de todo o mundo. A composição Trenodia pelas vítimas de Hiroshima, para 52
instrumentos de corda, também lhe valeu o Prêmio da UNESCO de 1961.
Não apenas os sons dessa música pendereckiana da época são revolucionários: suas
partituras também inovam do ponto de vista gráfico. Ele emprega linhas sinuosas e figuras
geométricas para expressar o que extrapola os limites da notação musical tradicional.
Igualmente notável é seu uso de técnicas instrumentais não convencionais e
de clusters móveis – "cachos" de notas, dispostas tão próximas que deixam de soar como
acordes, para formar tapetes de ruídos, que se expandem e contraem como organismos
vivos.
Empregando conhecidas e até então desconhecidas maneiras de articulação, Penderecki
fêz seqüências de som semelhantes a percussão. Os músicos batem os seus instrumentos
com as costas arborizada de seu arco, outra técnica incomum.
Baseadas em duas contrastantes técnicas de composição: a extrema liberdade do
aleatório e a “rigidez” do serialismo. Unindo-se à isso técnicas estendida de instrumento de
corda friccionada.
Os instrumentos de corda são capazes de produzir uma variedade de sons técnicos
prolongados. Essas técnicas de reprodução alternativas têm sido amplamente utilizadas
desde o século XX por outros compositores.
Em fevereiro de 2008 Krzysztof Penderecki recebeu o Prêmio da Música Sacra
Europeia. A cerimônia de entrega fez parte do Festival de Schwäbisch Gmünd. A distinção
foi instituída em 1999, e destina-se a intérpretes e compositores com mérito excepcional
neste campo.
4
Características da Peça
A peça inicia-se com um inesperado “grito” das primeiras cordas no registo mais alto
possível. Iniciam-se “assobios”, "ruídos",e outras sonoridades “ásperas”. A música se
intensifica com uma série de clusters, em seguida aparecem agressivos glissandos
ascendentes.
Depois de um tempo, eles recuam diante de uma sequência de sons pointilhísticos
dispersos que, apesar de soarem “improvisados”, estão intimamente entrelaçados em um
"cânone invisível" de 36 vozes. Os fluxos de aglomerados sonoros, chegam ao total de 52
vozes, primeiro em um grito, e depois morrem no final em um pppp.
A peça utiliza-se de uma notação de símbolos não convencionais que dirige o músico a
friccionar as cordas em vários pontos inespecíficos do arco ou em regiões diversas do
corpo do instrumento a fim de criar certos efeitos especiais de textura.
Para ir ao encontro de uma acumulação de sinais excessivos e eliminar as precisões
julgadas inúteis a fim de colocar reforço sobre os aspectos mais determinantes e mais
significativos da execução, inúmeros compositores, na sequencia de Krzystof Penderecki e
do movimento por vezes designado na Polônia sobre o nome de “sonorismo” são forçados
a limitar a notação a sinais capazes de ter em conta características mais gerais do resultado
esperado (cluster mais ou menos espessos, entrecortados por glissandos...). Esse tipo de
notação têm incontestáveis qualidades de eficácia.
Penderecki procurou aumentar os efeitos do cromatismo tradicional usando o que
chamou de "hipertonalidade", o que faz a dissonância estar mais evidente do que as
“consonâncias”.
A textura sonora aqui é mais importante que as notas individuais, tornando-se um dos
principais exemplos da composição da massa de som. Como um todo, Threnody constitui
uma das elaborações mais amplas sobre o cluster. Nessas partituras os clusters são
representados frequentemente por massas negras onde a espessura varia conforme a sua
extensão. Esta representação do fenômeno acústico se encontra em inúmeras partituras
polonesas dos anos 1960.
Para indicar notas de altura aproximativa nos registros extremos, K. Penderecki utiliza
flechas em direção para cima ou para baixo, para fora da pauta, ela mesma reduzida a uma
só linha.
“Inicialmente a peça foi denominada 8'37", “Mas só existia na minha imaginação, de
uma maneira um tanto abstrata”, conta o compositor: “Quando o maestro Ian Krenz
gravou-a eu pude ouvir um desempenho real, fiquei impressionado com a carga emocional
do trabalho. Achei que seria um desperdício condená-la a tal anonimato, com esses
'dígitos'. Procurei então associações e, no final, eu decidi dedicar-la para as vítimas de
Hiroshima ".
A Trenodia pelas vítimas de Hiroshima tende a deixar uma impressão ao mesmo tempo
solene e catastrófica. Ao ler a partitura da Trenodia - Tadeusz Zielinski escreveu em 1961 -
“pode-se admirar a criatividade de Penderecki e seu engenhoso colorido”. No entanto, não
se pode corretamente avaliar a Trenodia até que tenha sido ouvida, pois só assim é que se
sentiria seu efeito dramático e expressivo.
5
Em 12 de outubro de 1964 o compositor Krzysztof Penderecki escreveu: “Deixe a
Threnody... expressar minha firme convicção de que o sacrifício de Hiroshima jamais será
esquecido e perdido“.
Alguns trechos da Trenodia pelas vítimas de Hiroshima foram usados em filmes, em
documentários da TV britânica QED, por grupos de rock progressivo (Manic Street
Preachers), e por outros músicos para diversas ocasiões em várias mídias.
A popularidade que essa peça alcançou foi, sem dúvida, devido à imagem que o público
tirou do seu título, embora o compositor negasse referência explícita aos sugestivos “sons
de aviões”, às “bombas assobiando em queda livre” as “sirenes”, ou “explosões
catastróficas”.
Ouça a Trenodia pelas vítimas de Hiroshima em:
http://www.naxosmusiclibrary.com/mediaplayer/flash/http-fplayer.asp?br=64&tl=1253804
Bibliografia
Grove Dictionary of Music and Musicians: verbete Krzysztof Penderecki.
Dicionário Grove de Música – Edição Concisa: verbete treno, trenodia Krzysztof
Penderecki.
PENDERECKI. Orquestral Works Vol. 1. National Polish Radio Symphony Orquestra
(Katowice). Naxos. Informações no encarte do CD.
Na Web: http://en.wikipedia.org/wiki/Threnody_to_the_Victims_of_Hiroshima
acessado em 20/04/2013.
Na Web: http://sarahwallinhuff.com/2009/06/05/thoughts-on-threnody/
Em anexo segue na próxima página a partitura (score) da peça Trenodia pelas vítimas
de Hiroshima:
Top Related