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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

ANA PAULA TARIM MARTIM

DANILO LOURENÇO DE OLIVEIRA

VANESSA VARGAS VOLPON ARANDA

WALLYSON SUARES DA SILVA

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o uso do Metilfenidato em crianças do ensino fundamental em um

município do noroeste paulista

FERNANDÓPOLIS-SP

2012

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ANA PAULA TARIM MARTIM DANILO LOURENÇO DE OLIVEIRA

VANESSA VARGAS VOLPON ARANDA

WALLYSON SUARES DA SILVA

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o uso do Metilfenidato em crianças do ensino fundamental em um

município do noroeste paulista

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Farmácia.

Orientador: Prof. MSc. Vânia Luiza Ferreira Lucatti Sato

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS – SP

2012

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ANA PAULA TARIM MARTIN

DANILO LOURENÇO DE OLIVEIRA VANESSA VARGAS VOLPON ARANDA

WALLYSON SUARES DA SILVA

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o uso do Metilfenidato em crianças do ensino fundamental em um

município do noroeste paulista

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Aprovado em: __ de novembro de 20__.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Profª MSc. Vânia Luiza Ferreira

Lucatti Sato (Orientadora)

Prof° MSc. Roney Eduardo Zaparolli

Profª Msc.Rádila Fabricia Salles

Prof. MSc. Vânia Luiza Ferreira Lucatti Sato

Presidente da Banca Examinadora

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Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus, pois sem ele, nada seria possível, e nossos sonhos não seriam concretizados.

Aos nossos pais, que sempre nos deram apoio, e estiveram presentes acreditando em nosso potencial, nos incentivando na busca de novas realizações e descobertas, e a nossa professora orientadora Vânia Sato.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela realização deste trabalho. Pela

compreensão dos meus familiares, pois sem eles não seria possível obter esta

conquista. Aos professores da FEF que nos transmitiram um grande aprendizado e

também a nossa orientadora Vânia Sato, que nos ajudou na elaboração deste

trabalho.

Ana Paula Tarim Martim

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Agradeço a toda a minha família, ao meu pai Carlos e minha mãe Silvana por

sempre ter acreditado em minha capacidade, e que mesmo nas horas mais difíceis

sempre estiveram ao meu lado. Meus irmãos Fernanda e Junior, pela motivação e

força que me deram nesta jornada. Á Janaina Ramanholi por sempre ter estado ao

meu lado em momentos de dificuldade. Certamente sem a ajuda destas pessoas

esta conquista seria impossível. Agradeço imensamente também a nossa

orientadora Vânia Sato por toda atenção nos dada no período de elaboração deste

trabalho.

Danilo Lourenço de Oliveira

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Agradeço aos meus familiares: pai, mãe, irmã, tios e avós pela dedicação e paciência que depositaram em mim durante o curso. Por horas no transcorrer do Curso, ausentei-me do convívio familiar para estudar, desenvolver as atividades propostas em busca do aprendizado. Aos meus amigos, que com incentivo, compreensão e apoio encorajou-me a prosseguir. Agradeço a todos os professores do curso, pelo empenho para tornar-me um profissional de sucesso, com conhecimento e competência na respectiva área de atuação. Á professora orientadora Vânia Sato, que com seu empenho, entusiasmo e generosidade, contribuiu decisivamente para que se concretizassem meus caminhos.

Vanessa Vargas Volpon Aranda

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Agradeço primeiramente a Deus, pela sua infinita misericórdia e pelo fato de

chegar até aqui. E também aos meus pais que mesmo sem uma formação

acadêmica, pode me dar uma formação de caráter, e essa abriu portas e com

certeza continuara abrindo muitas outras mais. Os meus agradecimentos também á

equipe de professores que compõem a nossa banca avaliadora do TCC, pela

participação. E principalmente a nossa professora orientadora Vânia Sato, que

acreditou na nossa proposta e nos ajudou a confeccionar esse trabalho, mais do que

uma orientadora, em certos momentos uma mãe do grupo. Obrigado!

Wallyson Suares da Silva

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“Não tenha medo de ir atrás daquilo que você quer, daquilo que você quer ser. Não tenha medo de quanto isso irá custar.”

Lane Frost

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RESUMO

Dentre as perturbações mentais, as que mais ocorrem em idade escolar, é o

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), sendo uma das maiores

causas da procura médica relacionada a problemas da mente por parte das

crianças. O TDAH é uma doença relacionada ao processo de hiperatividade,

desatenção, e impulsividade. Estudos apontam que o TDAH, esteja ligado a uma

disfunção no sistema noradrenérgico e dopaminérgico. E também a fatores sociais,

ambientais, e herança genética. O TDAH caracteriza-se pela inquietude, dificuldade

em manter a atenção em atividades que requerem esforço mental, e também pela

necessidade de dar respostas antes que as perguntas sejam concluídas, sendo que

essa geralmente vem de forma equivocada. Os principais tratamentos estão

relacionados, a forma de lidar com a criança e/ou mudança no ambiente em que ela

convive. E também outra forma talvez a mais usada, seja o tratamento farmacológico

com o uso de psicoestimulantes, como metilfenidato, que age bloqueando os

transportadores noradrenérgicos e dopaminérgicos, regulando a atenção e

controlando a hiperatividade/impulsividade. Através de pesquisa realizada em escola

pública em um município do noroeste paulista, mostrou-se coerente com a

estatística da literatura que prevê a incidência do TDAH de 3 á 6% em crianças de

idade escolar. O levantamento na escola também mostrou satisfação por parte dos

professores quanto ao metilfenidato, e o melhor aproveitamento no rendimento

escolar em crianças que passaram a usar o medicamento como base no tratamento.

Palavras-chave: Transtorno, Desatenção, Hiperatividade, Metilfenidato.

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ABSTRACT

Among mental disorders, the ones that occur in school, it's Disorder and Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD), one of the biggest causes of seeking medical problems related to the mind by children. ADHD is a disease related to the process of hyperactivity, inattention, and impulsivity. Studies indicate that ADHD is linked to a dysfunction in dopaminergic and noradrenergic system. And also the social, environmental, and genetic inheritance. ADHD is characterized by restlessness, difficulty sustaining attention in activities that require mental effort, and also by the need to provide answers before questions are completed, and this usually comes in error. The main treatments are related, how to deal with the child and / or change in the environment in which she lives. Also otherwise perhaps the most used, is the pharmacological treatment with the use of psychostimulants, such as methylphenidate, which acts blocking the noradrenergic and dopaminergic transporters, regulating and controlling attention hyperactivity / impulsivity. Through research conducted in public schools in a city in northeastern São Paulo, was consistent with the statistical literature that the incidence of ADHD predicts 3 to 6% in children of school age. The school survey also showed satisfaction on the part of teachers as to methylphenidate, better utilization and school performance in children who started using the drug based treatment.

Key words: Disorder, Deficit Attention, Hyperactivity, Methylphenidate.

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LISTA DE TABELA

TABELA 1 – Número de crianças de 1ª á 5ª série no período matutino que faz o uso

de Metilfenidato 32

TABELA 2 - Número de crianças de 1ª á 5ª série no período vespertino que faz o

uso de Metilfenidato 32

TABELA 3 – Número total de alunos de 1ª á 5ª série que faz o uso de Metilfenidato

32

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................... 14

1 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH............... 16

1.1 ETIOLOGIA.................................................................................................................. 17

1.2 DIAGNÓSTICO............................................................................................................ 18

1.3 TIPOS DE TDAH.......................................................................................................... 20

1.4 TRANSTORNOS MENTAIS ASSOCIADOS E SUA CARACTERISTICAS................. 21

1.5 TRATAMENTO............................................................................................................. 22

2 METILFENIDATO............................................................................................................ 24

2.1 MECANISMO DE AÇÃO............................................................................................... 25

2.2 FARMACOCINÉTICA.................................................................................................. 26

2.3 EFEITOS ADVERSOS DO METILFENIDATO................................................. 26

2.4 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS............................................................... 28

2.5 FORMAR FARMACÊUTICAS DO METILFENIDATO..................................... 29

3 PESQUISA.......................................................................................................... 31

3.1 METODOLOGIA.............................................................................................. 31

3.2 RESULTADOS................................................................................................ 31

4 CONCLUSÃO..................................................................................................... 34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 35

REFERÊNCIAS................................................................................................... 37

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INTRODUÇÃO

Transtornos mentais infelizmente sugerem uma separação entre transtornos

físicos, e os transtornos da mente. Dividindo em síntese mente/corpo. Em revisão

bibliográfica encontraram fatos que existe muito do “corpo” em transtornos da mente,

assim como a muito da “mente” em transtornos do corpo. Embora haja

classificações, assim como outras partes do corpo, ainda não existe uma definição

para “transtornos mentais”, e que se adéque a todos seus quesitos, ou seja, não tem

como se afirmar a existência do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

(TDAH) através de apenas características físicas ou comportamentos momentâneos,

é necessário que haja uma investigação social, ambiental, e familiar da criança. E

também a frequência em que ocorrem os sintomas característicos do TDAH (DSM-

IV, 2002).

O TDAH caracteriza-se por uma desatenção e/ou hiperatividade incomum e

contínua, em vista dos demais indivíduos na mesma fase de desenvolvimento (DSM-

IV, 2003). Acomete principalmente crianças em idade escolar entre 5 e 7 anos, e em

alguns casos persistem na vida adulta, porém com menos sintomas (ROHDE;

HALPERN, 2004). Podem ser originado de heranças genéticas, fatores ambientais,

e sociais, contudo ainda não existe uma causa comprovada para o seu surgimento.

O tratamento do TDAH consiste em uma combinação de tratamentos psicossociais,

e também na maioria deles é utilizado tratamentos psicofarmacológicos. Entretanto

deve-se observar que o TDAH, deve atender a critérios diagnósticos antes de

qualquer procedimento, esses critérios são classificações onde indivíduos com a

doença apresentam sintomas característicos há pelo menos seis meses, e com

frequência (ROHDE et al, 2000).

Dentre os tratamentos para o TDAH, o principal medicamento utilizado é o

metilfenidato, o psicoestimulante mais consumido no mundo, e mais conhecido aqui

no Brasil por seu nome comercial de Ritalina® (ORTEGA et al, 2010). O

metilfenidato é um medicamento clinicamente apontado como eficaz no tratamento

do TDAH, e que proporciona ao paciente um nível de atenção satisfatório, e também

atua no controle da hiperatividade/impulsividade.

Ainda não esta comprovada o seu mecanismo de ação, porem supõe-se que

ele age bloqueando transportadores dopaminérgicos, aumentando os níveis de

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dopamina, assim como da noradrenalina (FAGUNDES, 2006).

Portanto, o objetivo desse trabalho é fazer um levantamento do uso do

metilfenidato no tratamento do TDAH. Desta forma foi feito uma pesquisa com

alunos do ensino fundamental das escolas públicas em um município do noroeste

paulista, sobre o metilfenidato e o TDAH, e correlacionamos com os dados

pesquisados.

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1 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH

Desde a metade do séc. XIX, já se ouve a respeito da desatenção e

hiperatividade (ROHDE; HALPERN, 2004). Em 1865 as primeiras referências a

hiperatividade e desatenção, foram feitas em um poema descrito pelo médico

alemão Heinrich Hooffman, sendo que a primeira descrição do transtorno feita em

publicação foi em uma revista medicinal (Lancet) no ano de 1902, pelos pediatras

ingleses George Still e Alfred Tredgold. Still classificou como defeito na conduta

moral, crianças que apresentavam problemas comportamentais, com sintomas de

impaciência diante de situações que exigiam regras e limites, também desatenção, e

inquietação. O surgimento da doença segundo Still, era baseada em danos

cerebrais, problemas relacionados ao ambiente de convivência da criança,

patrimônios genéticos familiares, ou disfunção (SANTOS, 2010).

Já no séc. XX, o assunto ganhou ênfase devida á um grande surto de

encefalite ocorrido na América do Norte, nos anos de 1917 e 1918. As crianças que

vieram após esse acontecimento, apresentavam sintomas parecidos com o que hoje

é denominado como TDAH (ROHDE; HALPERN, 2004.; SANTOS; VASCONCELOS,

2010). A nomenclatura referente à desatenção e hiperatividade vem sofrendo

alterações ao longo dos anos, como por exemplo, nos Estados Unidos a primeira

referência a essa patologia era chamada de "Lesão cerebral mínima" por volta dos

anos 40, posteriormente chamada "Disfunção cerebral mínima" (ROHDE;

HALPERN, 2004). Dentre outros nomes com “encefalite letárgica” e “hipercinesia”

(BRZOZOWSKI; CAPONI, 2009). Atualmente chamado de TDAH, recebeu esta

nomenclatura, pois com estudos perceberam que existe muito mais uma disfunção

das vias nervosas, do que uma lesão cerebral, desencadeando o processo de

desatenção, acompanhado ou não pela hiperatividade. (ROHDE et. al, 2000).

O TDAH é um transtorno neuropsiquiátrico diagnosticado em cerca de 3-6%

de criança em idade escolar, geralmente entre cinco e sete anos de idade,

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caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade (ROHDE; HALPERN,

2004).

Em estudos clínicos apontam que a proporção de incidência do TDAH ocorre

em sua maioria em meninos sendo uma proporção de 9:1, ou seja, para cada 9

meninos com o transtorno existe apenas 1 menina com o mesmo, entretanto

cientificamente, esses estudos apontam que ocorre uma proporção de 2:1, a cada 2

meninos com essa psicopatologia existe apenas uma menina, sendo essa uma das

principais causas do encaminhamento de crianças ao sistema de saúde. A

compreensão do que acontece á nível biológico, e comportamental da criança que

induz ela ao transtorno, facilitam a implantação do tratamento de forma mais eficaz,

e efetiva, ou seja, mais preciso (SANTOS; VASCONCELOS, 2010).

As mudanças em relação à nomenclatura foram significativas e ajudaram em

uma melhor compreensão sobre o TDAH, porém ainda existem interpretações que

precisam ser muito bem observadas por quem faz o diagnóstico do transtorno,

dentre esses fatores a serem observados estão: a causa, surgimento, melhor forma

de tratamento, e a compreensão global dessa patologia (ROHDE et al, 2000).

1.1 ETIOLOGIA

Ainda não são conhecidas as causas exatas do surgimento do TDAH, apesar

do grande número de estudos que existem em relação ao mesmo. Porém, fatores

ambientais, sociais, e heranças genéticas são bem aceitos pela literatura. A genética

é grande colaboradora no desenvolvimento do TDAH, assim como de outros

transtornos psiquiátricos, ou seja, a composição dos genes torna a criança mais

suscetível ao desenvolvimento do transtorno. O surgimento e o desenvolvimento do

TDAH, esta diretamente relacionada sobre quais genes propensos estão agindo, e

como eles contribuem na patologia, estudos indicam que há relação fenotípica

familiar (SANTOS; VASCONCELOS, 2010.; ROHD; HALPERN, 2004).

Segundo Vasconcelos e Santos (2010), são considerados também em sua

etiologia as alterações nos substratos neurais. O que explicaria a desatenção seria

uma falha no controle das funções executivas, caracterizando uma maior dificuldade

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em controlar atitudes e comportamentos e lidar com as interferências. A

responsabilidade da sintomatologia, do TDAH esta relacionada a essa falha que

existe em não haver resposta inibitória controlando os impulsos, e outros

comportamentos como o da necessidade de recompensa imediata, o não

cumprimento de regras comportamentais, assim como a incapacidade de medir as

consequências dos seus atos, e agir precipitadamente respondendo de forma

imprecisa á questões que lhe são feitas. Neuroquimicamente a efetividade do

tratamento do TDAH com psicoestimulantes principalmente as anfetaminas,

demonstram claramente que a dopamina e a noradrenalina também estão

etiologicamente ligadas ao TDAH, pois elas promovem um processo inibitório agindo

como agonistas direto de seus neurotransmissores.

Segundo Rohde et al (2000), e Rohde; Halpern (2004), a situação de

convivência com familiares podem desencadear um processo de TDAH, porém esta

situação isoladamente, não pode ser diretamente ligada a essa ocorrência. Na

realidade a criança já esta vulnerável a esses processos, entretanto o convívio social

pode se tornar um gatilho para o desenvolvimento do transtorno.

A desatenção, a hiperatividade, ou impulsividade podem ser resultado de

muitos problemas na vida da criança (relação com pais e/ou colegas), de sistemas

educacionais impróprios, ou em outras situações de outros transtornos relacionados

á transtornos da fase de criança e adolescência. Contudo existem vários fatores que

levam as crianças a se comportarem da forma sintomatológica do TDAH, portanto

deve haver cautela, e conhecimento tanto ao transtorno, e quanto ao histórico do

paciente, para que esse seja considerado como portador dessa psicopatologia

(ROHDE et al, 2000.; ROHDE; HALPERN, 2004.; SANTOS; VASCONCELOS,

2010).

1.2 DIAGNÓSTICO

O TDAH é um tipo de disfunção mental cujo diagnóstico é um tanto difícil, pois

ainda não existe um exame laboratorial que comprove essa patologia de forma

precisa, sendo então este diagnóstico dado por níveis de evidencias clínicas

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reforçados por exames neurológicos e neuropsicológicos, não podendo ser utilizado

nenhum destes como forma de comprovação isoladamente (SANTOS;

VASCONCELOS, 2010; FERREIRA, 2009).

Não importa o sistema classificatório do TDAH, as crianças com estes

transtornos são facilmente identificadas em seu convívio social, sendo nelas notadas

frequentemente, sintomas característicos da tríade de composição dessa patologia,

sendo elas:

- Desatenção: as crianças com essa dificuldade parecem não ouvir quando

são chamadas, parecem estar sempre distraídas com outras coisas e não aquela na

qual deviam estar fissionadas; relutam em participar de tarefas que exigem esforço

mental; não conseguem fazer as coisas conforme são instruídos e nem mesmo

chegam a terminar tarefas escolares; perdem coisas que são necessárias paras as

atividades didáticas; são facilmente encantadas por coisas não inerentes á tarefa; e

até mesmo esquecem-se de coisas que são habituais.

– Hiperatividade, crianças hiperativas apresentam frequentemente sintomas

como: dificuldade em manter-se quieto em seu lugar, ou seja, elas agitam os pés

e/ou as mãos; se remexem no lugar; levantam-se da sua cadeira nas horas que

esperam que fiquem sentadas; correm e escalam em horas não propícias; não

conseguem participar, ou entreter-se silenciosamente em atividades de lazer; essas

crianças parecem sempre a “todo vapor”, ou parecer estar “a mil”, por sempre estar

em movimento e também falarem exageradamente.

– Impulsividade, crianças impulsivas respondem antes que as perguntas

sejam concluídas; se metem em assuntos que não tem haver com elas;

frequentemente interrompem assuntos alheios; e tem dificuldade em esperar a sua

vez (ROHDE et al, 2000).

As evidências clínicas para o diagnóstico do TDAH, devem estar ligadas as

sintomatologias, previstas pelas listas de classificação dos sintomas: Classificação

Internacional das Doenças (CID-10), e Manual de Diagnóstico e estatísticas de

perturbações Mentais (DSM-IV), além do auxílio de exames neurológicos (SANTOS;

VASCONCELOS, 2010). O DSM-IV envolve a analise de duração, e freqüências

dos sintomas envolvidos na tríade dos sintomas do TDAH, sendo eles:

hiperatividade, desatenção, e impulsividade. Para que seja diagnosticado o

transtorno a criança deve apresentar pelo menos seis características da lista de

Desatenção, e outras seis para Hiperatividade/Impulsividade (conforme anexo 1),

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podendo esse limiar diminuir para ou cinco sintomas ou menos em adolescentes e

adultos, pois estes podem continuar com prejuízos significativos de forma geral na

vida adulta, mesmo com menos sintomas da Desatenção e/ou

Hiperatividade/Impulsividade (PSIQ-WEB,2012; SANTOS; VASCONCELOS,2010;

ROHDE et al, 2000). Segundo Rohde et al (2000), o importante não é quanto dos

sintomas que o individuo apresenta, e sim o tanto que esses sintomas o trazem de

prejuízo.

Segundo Rohde e Halpern (2004), é sempre importante no diagnóstico do

TDAH, o histórico familiar e social dessa criança. Por isso para diagnosticar é

necessário relacionar os sintomas, a historia de vida da criança. Deve-se levar em

consideração: a) Duração dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade. (b)

Frequência e intensidade dos sintomas; c) Persistência dos sintomas em vários

locais e ao longo do tempo. d) Prejuízo clinicamente na vida da criança; e)

Entendimento do significado do sintoma. É sempre necessário analisar se a criança

não presta atenção por não conseguir mesmo, ou seja, a falta de atenção independe

do sistema voluntario dela.

O diagnóstico do TDAH é complexo, tanto pela dimensão da desatenção e/ou

hiperatividade, mas também pela grande incidência de comorbidades relacionadas a

esse problema.

1.3 TIPOS DE TDAH

O DSM-IV subdivide o TDAH em três tipos, sendo eles: a) TDAH com

predomínio de desatenção; b) TDAH com predomínio de

hiperatividade/impulsividade; c) TDAH tipo combinado. O tipo de transtorno com

predomínio de desatenção é mais frequente em pessoas do sexo feminino, e está

relacionada juntamente com o tipo combinado a um maior prejuízo escolar. Crianças

com o tipo de predomínio de hiperatividade/impulsividade tendem a ser mais

agressivas e impulsivas, e são mais rejeitadas pelos colegas de turma. Já o tipo

combinado apresenta um maior prejuízo global comparado com os outros dois tipos

(ROHDE; HALPERN, 2004).

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1.4 TRANSTORNOS MENTAIS ASSOCIADOS E SUAS CARACTERÍSTICAS

Segundo Leite e Baldini (2011), o quadro clínico do paciente com sintomas de

TDAH deve ser bem avaliado, pois existem outros transtornos psiquiátricos

relacionados e/ou associados ao TDAH. Os sintomas que mais se apresentam em

crianças com o TDAH em amostras clínicas são: depressão (10-20%), transtorno de

conduta ou opositor desafiante (50-60%), transtorno de ansiedade (20-25%),

transtorno bipolar (10%), transtorno de aprendizagem (10-50%). Além de que 50%

de pessoas com síndrome de Tourette (distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por

tiques múltiplos, motores ou vocais, que geralmente se instalam na infância (Chien,

2001) apresentam TDAH.

Os transtornos associados apresentam características, que variam de acordo

com a idade, e fase da doença, podendo incluir nessas particularidades, como: baixa

tolerância em situações que não saem conforme o esperado; acessos raivosos;

comportamento autoritário; teimosia; persistência exacerbada e contínua para

que suas solicitações sejam atendidas; humor instável; desmoralização; indisposição

geral; rejeição por seus companheiros, e auto-estima abalada. Tem dificuldades na

vida acadêmica, e acaba gerando conflitos na família, com professores, e diretores

escolares; constante relutância em participar de tarefas importantes, é tida como

preguiça; irresponsabilidade; e ser sempre “do contra”. A vida familiar do indivíduo

fica comprometida, pois os pais acabam achando que o comportamento perturbador

seja de forma voluntária. Em algumas situações o QI de pessoas com transtornos

são baixos, já em outras situações eles aparecem normais ou superdotados.

Geralmente esses indivíduos apresentam baixa escolaridade ou realizações

profissionais menores do que á de seus companheiros.

Deve-se lembrar de que o diagnóstico e o tratamento proposto para o TDAH

devem estar baseados em evidências clínicas, além de muita cautela na hora de

propor, pois quem indica um tratamento deve estar ciente, até que ponto uma

situação é suportável, nos casos de tratamento medicamentoso, deve ser avaliado

risco - beneficio para que o paciente não se prejudique mais, do que apenas os

sintomas do TDAH sozinhos trariam (DSM-IV, 2000).

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1.5 TRATAMENTO

Segundo Rohde e Halpern (2004), no tratamento do transtorno, é envolvida

abordagem múltipla utilizando métodos psicossociais, e fármacos psicoestimulantes.

Nos tipos de tratamento psicossociais, a educação dos pais e familiares vem em

primeiro lugar, orientando sobre o transtorno, deixando claro a eles todas as

informações a respeito, e como lidar com os sintomas. A organização do espaço

dedicado ao estudo da criança em casa, também deve ser levado em conta, um

ambiente calmo, longe de janelas viradas para rua onde a criança não teria

estímulos visuais, proporcionaria uma maior facilidade em sua concentração. Na

escola, um planejamento por parte dos professores também é levado em conta.

Colocar a criança que sofra do transtorno sentado na primeira fila em sala de aula, a

utilização de atividades físicas e, juntamente com tarefas que não sejam longas e

exija a atenção da criança por um longo período de tempo, é de suma importância

no aprendizado da criança. O atendimento individualizado e aulas de reforços em

algumas disciplinas também se fazem necessário, pois sabemos que existem

lacunas no aprendizado devido ao diagnóstico tardio do TDAH.

O tratamento psicofarmacológico para o TDAH é baseado principalmente em

estimulantes, sendo que no Brasil o único medicamento com essas características é

o metilfenidato, sendo a dose terapêutica utilizada entre 20 mg/dia e 60 mg/dia (0,3

mg/kg/dia a 1 mg/kg/dia). Por ter uma meia vida muito curta, é utilizado em duas

doses ao dia, sendo uma de manhã e outra no meio do dia. Em alguns casos é

utilizado ao anoitecer, mas devido a sua capacidade de provocar perda de sono não

é muito indicado a sua tomada neste horário, a terceira tomada do metilfenidato é

recomendado apenas para pacientes que requerem uma demanda maior de atenção

no final do dia (MORAES et al, 2007).

Mais de 25 estudos também apontam que os antidepressivos tricíclicos

(ADT) são eficazes no TDAH. Clinicamente os ADT são recomendados em casos

que há comorbidades e/ou em casos em que o paciente não tem resposta

terapêutica satisfatória com o uso de estimulantes, o ADT mais utilizado é a

bupropiona. Outro medicamento também que recentemente em um estudo de meta-

análise sobre o seu uso no tratamento do TDAH foi a clonidina, o seu uso é

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recomendado em caso em que tolerância aos psicoestimulantes ou em casos que

contra-indiquem o uso dos mesmos. E existe também o medicamento atomoxetina,

que deve chegar ao Brasil em breve, e promete ser um tratamento vantajoso e mais

cômodo, pois requer apenas uma tomada ao dia, trazendo teoricamente menos

prejuízos ao organismo, e tendo uma maior seletividade, pois não é um estimulante,

trata-se de um bloqueador seletivo da recaptação de noradrenalina e dopamina

(ROHDE; HALPERN, 2004).

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2 METILFENIDATO

Desde 1937 vem sendo utilizado estimulantes no tratamento de TDAH

(SANTOS, 2011), eles tem sido a primeira escolha no tratamento medicamentoso do

transtorno. Houve um aumento drástico entre os anos de 1987 e 1997 produção e

comercialização nos Estados Unidos (EUA), sendo o metilfenidato o

psicoestimulante mais consumido e estudado no mundo, mostrou-se custo-

efetivamente seguro, e indicado no tratamento combinado de crianças com

comorbidades ao TDAH (ORTEGA et al, 2009; CHAZAN 2010). O metilfenidato foi

sintetizado em 1944 na Suíça e patenteado em 1954. Ele começou a ser

comercializado neste país na década de 50, e no início era utilizado como

psicoestimulante leve, sendo vendido comercialmente sem a necessidade de

prescrição médica através da receita. Sua comercialização nos Estados Unidos

(EUA) passou a ser comercializado em 1956.

Em 2006 foram produzidas 38 toneladas onde 34,6 foram produzidas pelos

seus maiores consumidores, os EUA. Naquele mesmo ano a produção mundial era

de 35,8 toneladas, sendo 82,2% consumidos pelo país norte-americano. O grande

consumo do metilfenidato nesse país deve-se pela publicidade que é feita

diretamente ao publico, diferentemente do que acontece no Brasil onde a

propaganda direta ao público sobre medicamentos sujeitos a controle especial é

proibida. Mesmo assim o consumo do metilfenidato veio aumentando ao longo dos

anos, pois em 2002 o consumo brasileiro foi de 40 kg, saltando para 226 kg em 2006

(ITABORAHY; ORTEGA, 2010). Isso é o que mostram dados que indicam que houve

um crescimento de 465% na produção do metilfenidato, somente entre os anos de

2002 e 2006 (ORTEGA et al, 2009).

No Brasil o uso deste metilfenidato foi autorizado no ano de 1998, e seu

consumo cresceu absurdamente desde sua chegada ao mercado. É um

medicamento “tarja preta” que tem a sua distribuição controlada, pois consta na Lista

A3 da portaria 344/98 que determina regras para comercialização e/ou dispensão de

medicamentos sujeitos a controle especial. Portanto só pode ser dispensado com

notificação de receita, no caso do metilfenidato, usa-se notificação de cor amarela, e

a receita do medicamento deverá ficar retida no estabelecimento farmacêutico que

dispensar. Porém deve haver seletividade quando se trata de tratamentos com uso

Page 25: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

25

de fármacos, sempre há riscos aos pacientes, pois todo medicamento possui os

seus benefícios, mas também apresenta em contra partida um provável efeito

adverso, e alteração no organismo do usuário.

Geralmente, o paciente com TDAH consegue um bem-estar muito grande ao

utilizar a medicação, o que na verdade, é um estímulo para manter seu tratamento

de forma adequada.

No início o metilfenidato foi colocado para tratamentos como a fadiga crônica,

a letargia, narcolepsia e alguns estados depressivos. Porém atualmente ele está

sendo mais utilizado apenas no tratamento de TDAH. O metilfenidato em doses

corretas promove uma melhora nos sintomas da impulsividade, hiperatividade, e

aumenta o nível de atenção dos pacientes, melhorando assim o convívio social e

acadêmico. Dadas essas características o metilfenidato, tem sido procurado não

apenas por portadores de TDAH, mas também por estudantes que desejam

melhorar o seu desempenho intelectual (PEREIRA; BEF, 2010).

Os benefícios no tratamento com Metilfenidato, mesmo que não esteja

totalmente esclarecido e que ainda faltem alguns estudos, podemos perceber que

clinicamente seus resultados estão sendo positivos, isso é notável devido o

crescimento que ocorreu nesses últimos anos na produção, comercialização, e

divulgação metilfenidato. Com todo esse aumento na demanda ainda existe

paralelamente á essas características, efeitos colaterais que ocorrem

freqüentemente (PASTURA; MATTOS, 2004).

FIGURA 1. Estrutura química do metilfenidato

FONTE: Wikimedia

Page 26: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

26

2.1 MECANISMOS DE AÇÂO

O seu mecanismo de ação ainda é pouco compreendido, mas estudos

demonstram que o metilfenidato assim como a anfetamina promova uma interação

com transportador dopaminérgico (DAT), fazendo com que haja liberação dos

neurotransmissores da dopamina, ou seja, ele age bloqueando os transportadores

de dopamina aumentando então a concentração na fenda sináptica (FAGUNDES,

2006). O metilfenidato parece facilitar a transmissão de catecolaminas, agindo no

córtex pré-frontal (CHAZAN, 2010).

Estudos também indicam que a ação do fármaco esteja relacionada ao

bloqueio de transportadores de noradrenalina, isto explica sua utilização no TDAH,

pois os sistemas dopaminérgicos esta relacionado a motivação e, os sistemas

noradrenérgicos esta relacionado a atenção (FAGUNDES, 2006).

Para Pereira e Bef (2010), a habilidade que os psicoestimulantes exercem em

aumentar a neurotransmissão dopaminérgica exerce papel culminante nos efeitos

comportamentais dessa droga, embora outras substâncias como noradrenalina e

serotonina possam contribuir para esse efeito. Estudos em roedores apontam que o

metilfenidato aumenta a concentração extracelular de dopamina no estriado e de

noradrenalina no hipocampo. E apesar de o metilfenidato fazer parte da classe de

psicoestimulantes que também incluem cocaína e anfetaminas, o metilfenidato

possui algumas diferenças neuroquímicas no modo de ação desses compostos.

2.2 FARMACOCINÉTICA

Em sua administração por via oral, o medicamento é rápido e quase

completamente absorvido, atingindo seu pico de concentração cerebral cerca de 60

à 90 minutos, bloqueando mais de 50% dos transportadores de dopamina

(ANDREAZZA, 2008). O pico de ação do fármaco ocorre em 2 horas, e o tempo de

meia-vida de 1-3 horas (PASTURA; MATTOS, 2004). O seu metabolismo é rápido e

o principal produto metabólito é o ácido ritalínico, produto este que tem pouca

afinidade pelos transportadores de dopamina, o que demonstra que o metilfenidato

bloqueia grande percentual de transportadores de dopamina (FAGUNDES, 2006).

Page 27: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

27

2.3 EFEITOS ADVERSOS DO METILFENIDATO

O metilfenidato possui muitos efeitos adversos, porém alguns são

considerados os principais como insônia e falta de apetite (PASTURA; MATOS,

2004). Dor abdominal e cefaléia também ocorrem com o seu uso. O medicamento

não desenvolve os chamados “tiques”, sendo que pode haver até uma melhora dos

sintomas com a sua utilização, entretanto, se acaso surgir ou então houver um

aumento dos sintomas deve-se suspender a sua utilização (MORAES, et al, 2007).

A ansiedade, desinteresse, tristeza e olhar parado que geralmente é causado

pelo seu uso, podem estar na verdade relacionado com a doença em si, já que em

estudo com um grupo-controle mostrou-se uma redução da ocorrência com

pacientes que usaram o metilfenidato (PASTURA; MATOS, 2004).

Em uso em longo prazo mostra-se que pode ocorrer dependência ao fármaco,

mas não por parte do paciente com TDAH, e sim por parte dos familiares ou então

de amigos que fazem o uso indiscriminado da droga, podendo levar até a overdose

onde a pessoa apresenta quadros convulsivos, agitação alucinações, psicose,

letargia, tonteira, taquicardia, hipertensão, hipertemia. Pode-se haver aumento da

pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória (MORAES et al, 2007).

No intervalo de 1999 e 2003 ocorreram 26 mortes com o uso concomitante

das anfetaminas, isso fez com o que o FDA (Food and Drugs Adminitration), inclui-se

o risco cardiovascular na bula do metilfenidato. Porém essa preocupação não

parece ter fundamento na literatura científica disponível. A ocorrência de morte

súbita pelo uso do metilfenidato é de 0,2 a cada 100.000 e as anfetaminas 0,3 a

cada 100.000. Entretanto dados norte-americanos mostra que a prevalência de

mortes não explicada na população pediátrica varia de 1,3 e 8,5 a cada 100.000

casos (LOUZÃ; MATTOS, 2007).

A respeito da diminuição do crescimento das crianças que fazem o seu uso,

os resultados são conflitantes, já que estudo com pacientes que fizeram a utilização

da droga por dois verões consecutivos sem nenhuma folga em sua utilização

apresentou uma redução de 1,5cm em comparação com o grupo que teve folga. Já

outro estudo mostrou que não havia redução do crescimento em pacientes que

utiliza a droga, e em outro estudo mostrou-se que o comprometimento do

crescimento apenas ocorre em pacientes que tem náusea/vômito e que utilizam

Page 28: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

28

altas doses (MORAES, et al).

Segundo pesquisa duplo-cego em crianças com TDAH nos Estados Unidos

apontam pelo menos 17 sintomas, comuns logo no inicio do tratamento, que são:

Diminuição de apetite;

Insônia;

Dor abdominal;

Cefaléia;

Propensão ao choro;

Tiques;

Tonteiras;

Náuseas;

Roer as unhas;

Falar pouco;

Ansiedade;

Desinteresse;

Euforia;

Irritabilidade;

Pesadelo;

Tristeza;

Olhar parado

FONTE: Pastura; Mattos, 2004.

2.4 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

O Metilfenidato assim como outros medicamentos possui interações

medicamentosas. Dentre as interações estão os seguintes grupos de medicamentos:

Anticoagulantes orais; antidepressivos tricíclicos; Barbexaclona; Fenilbutazona;

Fenobarbital; Inibidores monoaminoxidase ( IMAO’s); e Primidona .

Com antidepressivos tricíclicos, aumenta os níveis plasmáticos dos mesmos.

Já em anticoagulantes orais, faz com que haja um risco de hemorragia através da

Page 29: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

29

potencialização do efeito anticoagulante. Na Barbexaclona, pode aumentar a

concentração de barbexaclona, pela possível inibição de sua metabolização. E em

Fenilbutazona, aumenta os níveis séricos desse medicamento, pela inibição da

metabolização dele. Assim como Fenobarbital, que diante de uma possível inibição

metabólica, pode ser que aumente sua concentração no sangue. Nos IMAO’s: o uso

concomitante desse fármaco pode ocorrer crises hipertensivas, e alterações do

SNC, e da circulação. E na Primidona, pela inibição do seu metabolismo, ocorre o

aumento de sua concentração no organismo (Vade-Mécum, 2008).

Foram relatados efeitos adversos, com o uso da clonidina, porém ainda não

foi estabelecida uma causa para essa combinação, a segurança do uso do

metilfenidato com a clonidina ou outros inibidores alfa-2 de ação central, não foi

avaliada de forma sistemática (MEDICINANET,2012). Também pode reduzir efeitos

anti-hipertensivos da guanetidina (medicamento utilizado no tratamento da

hipertensão que age nos nervos pós-ganglionares, inibindo seletivamente a

neurotransmissão noradrenérgica) (RENNA, 2006).

2.5 FORMAS FARMACÊUTICAS DO METILFENIDATO

No Brasil existem dois laboratórios que produzem o metilfenidato com

diferentes tipos de liberação.

O metilfenidato fabricado pela Novartis é: Ritalina LA® (conforme figura 2)

Cloridrato de Metilfenidato, comercializada em cápsula gelatinosa dura com

microgrânulos de liberação modificada. Em embalagens contendo 30 cápsulas de

10,20,30 ou 40 mg.

Figura 2: Ritalina LA®

FONTE: Anuncioo

Page 30: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

30

E a Ritalina® (conforme figura 3) que vem em forma de comprimido, tem

rápida liberação e aumenta o número de tomadas. A conservação do produto deve

ser feita entre 15 e 30ºC protegendo-o da umidade conforme o informe da bula do

fabricante (NOVARTIS).

Figura 3: Ritalina®

FONTE: Buscaremédio

O metilfenidato produzido pela Janssen-Cilag é o Concerta® (conforme figura

4) Cloridrato de Metilfenidato, através de comprimidos de 18, 36 e 54 mg. E também

deve ser conservado entre 15 e 30ºC, e não receberem umidade conforme informa a

bula do fabricante (JANSSEN-CILAG).

Figura 4: Concerta®

FONTE: Mexicanpharmacy

Page 31: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

31

3 PESQUISA

Foi realizada uma pesquisa de campo com professores do ensino

fundamental de redepública de um municipio do noroeste paulista.

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF)

de uma cidade no noroeste paulista. Esta que tem o número de 479 alunos

matriculados de 1ª á 5ª séries divididos em dois períodos, sendo 263 matriculados

no período matutino e 216 alunos no período vespertino.

O levantamento de dados foi feito através de questionamento com os

professores, não expondo de maneira alguma a identidade das crianças.

3.1 Metodologia

O objetivo da pesquisa era fazer o levantamento de quantos dos alunos

fazem o uso do medicamento metilfenidato, verificar se de fato, ocorre uma

melhora significativa no desenvolvimento escolar e disciplinar da criança, e se

ocorre algum efeito adverso aparente.

3.2 Resultados

O resultado obtido quanto ao número total de crianças que fazem a

utilização do medicamento foi:

Período matutino são 263 alunos matriculados de 1ª á 5ª série.

Page 32: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

32

TABELA 1: Número de crianças de 1ª á 5ª série no período matutino que faz

o uso de Metilfenidato.

Em um total de 8 alunos que fazem uso de Metilfenidato no período matutino,

representando 3,04% do total de alunos neste período.

Período vespertino são 216 alunos matriculados de 1ª á 5ª série.

TABELA 2: Número de crianças de 1ª á 5ª série no período vespertino que faz

o uso de Metilfenidato

Em um total de 7 alunos que fazem uso de Metilfenidato no período

vespertino, representando 3,24% do total de alunos neste período.

Número total de alunos nos dois períodos.

TABELA3: Número total de alunos de 1ª á 5ª série que faz o uso de

Metilfenidato.

Salas do Ensino Fundamental 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª Total

Nº de alunos que fazem uso do Metilfenidato 4 1 - 3 7 15

Séries do Ensino Fundamental 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

Nº de alunos que fazem o uso do metilfenidato 4 - - 1 3

Séries do Ensino Fundamental 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

Nº de alunos que fazem o uso do metilfenidato - 1 - 2 4

Page 33: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

33

Levando em considerarão de que a Escola municipal da cidade no noroeste

paulista tem 479 alunos matriculados no ensino fundamental, e de que então há nela

15 alunos que fazem o uso do medicamento, os resultados mostraram que em

relação à porcentagem, o número de crianças que fazem o uso do medicamento na

escola esta dentro da faixa de ocorrência relatada pela maioria das bibliografias

utilizadas neste trabalho, representando 5,37% dos alunos matriculados (gráfico 1).

5,37% de alunosde alunos quefazem o uso deMetilfenidato94,63% de alunosque não fazem ouso doMetilfenidato

FIGURA 5. Porcentagem de alunos que fazem o uso do Metilfenidato

Quanto à verificação por parte dos professores da melhoria no

desenvolvimento escolar e também disciplinar da criança, todos afirmaram ter um

resultado bastante positivo, sendo nítida a eles a melhora do rendimento escolar e

disciplinar das crianças com TDAH quando passaram a utilizar o fármaco, e ainda

afirmam ser facilmente notável quando algum dos alunos que faz o uso esquece-se

de tomar a medicação antes de ir à escola. Segundo os professores os resultados

com uso do metilfenidato para crianças com TDAH na escola, são completamente

satisfatórios em comparação ao não uso, disseram também que as crianças

Page 34: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

34

raramente ou nunca apresentam efeito adverso, e que o medicamento torna as

crianças mais atentas, e semelhantes ás outras que não tem este transtorno.

Page 35: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

35

4 CONCLUSÃO

Enfim, o TDAH mesmo não sendo uma doença com diagnósticos precisos, e

por ainda estar em estudos. A tríade: hiperatividade, desatenção e impulsividade,

devem ser observadas de forma atenciosa, pois ela gera prejuízos a vida acadêmica

e social de indivíduos com esse transtorno. O Manual das Perturbações Mentais

(DSM-IV) pode ser um grande auxiliador no diagnóstico, pois aborda a

psicopatologia quase em sua plenitude, e mostra que os sintomas são

característicos na maioria dos casos. E também quanto ao metilfenidato, mesmo que

o estudo em seres humanos ainda não esteja concluído, vemos que clinicamente é

um medicamento bem aceito, como mostrou na pesquisa nas escolas públicas de

ensino fundamental em um município do noroeste paulista. O fato de a criança obter

um rendimento escolar igual ao de crianças que não possuem o TDAH, já é

suficiente para que pais e professores admitam que mesmo com os riscos, como o

de qualquer outro medicamento, o metilfenidato é uma oportunidade de fuga dos

sintomas acentuados do “transtorno”, e uma oportunidade que essas crianças tem

de melhorar o aprendizado.

Page 36: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa na escola municipal do município no interior do noroeste paulista,

foi bastante satisfatória, pois o número de crianças que faziam o uso do

metilfenidato na pesquisa foi a mesma afirmada pela literatura, e as nossas

expectativas nessa escola foram alcançadas.

Já na escola estadual, do mesmo município, tínhamos um objetivo de

entrevistar os professores e saber á respeito do uso do Metilfenidato por parte dos

alunos, porém diferentemente do que acontece na rede municipal de ensino, os

coordenadores diretores e professores não tem nenhum conhecimento sobre alunos

que fazem uso do medicamento, portanto foi cancelada a pesquisa nessa escola.

Foi relatado por eles que existe uma grande falha do estado nessa parte, pois o

estado quer que a escola aceite os alunos de qualquer patologia em um programa

de inclusão, porém não capacitam os profissionais e não oferece estrutura suficiente

para que recebam esses alunos. Os professores têm um protocolo curricular a ser

seguida, uma espécie de “metas”, e alegam não ter tempo suficiente para tratar

sobre deficiências extrínsecas dos alunos.

Devido à falta de conhecimento dos alunos que possuem a patologia, os

professores e funcionários da escola consideram TDAH apenas como indisciplina,

apenas em casos raros os pais dos alunos ou então os próprios alunos falam e/ou

apresentam laudos que indiquem o uso do metilfenidato ou alguma outra droga. A

nossa pesquisa ficou em partes frustrada na escola estadual, porém serviu de

exemplo para mostrar que ainda existe uma enorme lacuna a ser preenchida por

parte da rede pública estadual em relação ao preparo dos profissionais para lidarem

com essa patologia, e também uma troca de informações entre alunos, pais e

professores. As informações sobre doenças como no caso do TDAH, ficam somente

a critério das reuniões nas delegacias de ensino, que passam as informações

somente a direção da escola, e fica a cargo dos coordenares se repassarem essas

informações aos professores. Porém os coordenadores ficam esperando momentos

certos para tratarem sobre esses assuntos, que quase nunca são passados, pois no

período em que fomos fazer a pesquisa, por exemplo, a escola estava se

Page 37: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

37

preparando para o Saresp, portanto não seria o momento oportuno para tratar sobre

esse assunto, mais uma vez deixando para uma próxima oportunidade que

raramente ou nunca surge.

A direção alega também que os alunos que vem da rede municipal, não

trazem consigo um laudo declarando suas deficiências e/ou dificuldades, como

sintomas relacionados ao TDAH ou outras. Os professores suspeitam que alguns

alunos tenham o TDAH, porém não podem afirmar, e também não existe um

acompanhamento por neurologistas, ou psiquiatras, apenas psicólogos que

preferem não ajudar fazer o diagnóstico por medo de estarem equivocados e

sofrerem algum tipo de processo ou complicação profissional

OBS: Na Escola Estadual são 901 alunos matriculados.

Page 38: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

38

REFERÊNCIAS

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Page 41: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

41

ANEXO 1

Critérios Diagnósticos para Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade

A. Ou (1) ou (2)

1) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de desatenção persistiram por pelo menos

6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento:

Desatenção:

(a) frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por

descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras

(b) com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades

lúdicas

(c) com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra

(d) com frequência não segue instruções e não termina seus deveres escolares,

tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de

oposição ou incapacidade de compreender instruções)

(e) com frequência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades

(f) com frequência evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas que exijam

esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa)

(g) com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (por ex.,

brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais)

(h) é facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa

(i) com frequência apresenta esquecimento em atividades diárias

(2) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade persistiram por pelo

menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o nível de

desenvolvimento:

Hiperatividade:

(a) frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira

(b) frequentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas

quais se espera que permaneça sentado

(c) frequentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isto é

inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensações

Page 42: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (tdah)

42

subjetivas de inquietação)

(d) com frequência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em

atividades de lazer

(e) está frequentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo

vapor"

(f) Frequentemente fala em demasia

Impulsividade:

(g) frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido

completadas

(h) com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez

(i) frequentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por ex.,

intromete-se em conversas ou brincadeiras)

B. Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou desatenção que causaram

prejuízo estavam presentes antes dos 7 anos de idade.

C. Algum prejuízo causado pelos sintomas está presente em dois ou mais contextos

(por ex., na escola [ou trabalho] e em casa).

D. Deve haver claras evidências de prejuízo clinicamente significativo no

funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.

E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um Transtorno

Invasivo do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro Transtorno Psicótico e não

são melhor explicados por outro transtorno mental (por ex., Transtorno do Humor,

Transtorno de Ansiedade, Transtorno Dissociativo ou um Transtorno da

Personalidade).

FONTE: GRAEFF; VAZ, 2008