MBA em Gestão Empresarial
Turma: GE 16
Coordenador acadêmico:
Professor Dr. Miguel Ferreira Lima.
Economia AplicadaNora Raquel Zygielszyyper
Exercícios Economia Aplicada
Diego Vinícius Akechi
Local de Realização:
Paulista/São Paulo
São Paulo/SP
1) Seu melhor amigo tem um emprego no qual ganha R$ 40.000,00 por ano, e tem
uma poupança de R$ 30.000,00, remunerada a taxa de 20% ao ano. Ele pensa em
mudar de vida, deixando o emprego e abrindo um negócio no qual ele investiria
toda a sua poupança, e está pedindo sua ajuda para tomar a decisão.
a) Como você explicaria a ele o conceito de custo de oportunidade e como ele é
fundamental na hora de tomar decisão?
Custo de oportunidade é aquilo que temos que desistir de ter em função de outra
coisa.
É fundamental na tomada de decisão pois serve para analisar os custos/benefícios
de várias opções que nem sempre são considerados na hora de tomar uma decisão.
b) Ele lhe diz então que espera faturar R$ 100.000,00 ao ano com as vendas, mas
também espera gastar R$ 55.000,00 com despesas de aluguel, salários de
funcionários e compra de produtos. Qual conselho você daria a ele sobre a abertura
ou não do negócio?
Aconselharia a não abertura do negócios, pois o custo de oportunidade do negócio é
menor do que o que ele obtém atualmente com o salário e com a remuneração da
poupança. Com o negócio ele teria um lucro de 45.000 enquanto que com o
emprego e poupança teria uma remuneração de 46.000.
c) Como seu conselho pode se alterar se a remuneração da poupança se reduz para
10% ao ano?
Com a redução do rendimento da poupança o novo negócio passa a ter um custo de
oportunidade positivo, e portanto valeria a pena ser aberto, pois o salário atual
mais o rendimento da poupança somariam 43.000 contra os 45.000 do negócio.
2) O que é déficit orçamentário (déficit fiscal) do governo e como ele pode afetar a
taxa de juros real e o crescimento do país?
É o cenário financeiro que ocorre quando o governo gasta mais do que arrecada.
A fim de financiar o déficit orçamentário, o governo lança títulos da dívida pública
no mercado, consumindo parte da poupança que poderia ser destinada para o
financiamento de investimentos do setor privado. Ao disputar o dinheiro disponível
com o setor privado, o governo pressiona a taxa de juros podendo inibir o
crescimento do país.
3) Em fevereiro de 2003, o então ministro Palocci aumentou a meta de superávit
primário para 4,25% do PIB. Na entrevista em que anunciou este aumento, o
ministro enfatizou a necessidade de o Brasil adquirir credibilidade. Explique o que é
superávit primário e porque este aumento reforçou a credibilidade do país.
Superávit primário é o resultado positivo da diferença obtida entre a arrecadação e
os gastos do governo, menos os gastos com juros, ou seja, o quanto os governos
conseguem economizar após o pagamento de suas despesas, sem considerar os
gastos com os juros da dívida.
Como o governo precisa reduzir o grau de endividamento em relação ao PIB
(Produto Interno Bruto) essa economia de receita pode ser utilizada para pagar os
juros desses débitos de modo a impedir seu crescimento e sinalizar ao mercado que
haverá recursos suficientes para honrá-los no futuro, aumentando a credibilidade
do país.
4) O que é uma política fiscal expansionista e uma política fiscal contracionista?
A política fiscal expansionista é uma medida adotada pelo governo na situação em
que o PIB do país está abaixo do seu potencial.
Como o PIB está abaixo do potencial (demanda agregada permanece abaixo da
oferta agregada), causa uma pressão por desemprego. O Ministro da Fazenda então
diminui os impostos para aumentar o poder de compra disponível ao
consumidor/investidor, causando aumento de consumo e investimento das
empresas e aumenta os gastos públicos para aumentar a produção e reduzir o
desemprego.
A política fiscal contracionista é o inverso da política fiscal expansionista, o governo
adota tal medida na situação em que o PIB do país está acima do potencial.
Como a demanda agregada excede a oferta potencial o cenário é de pressão
inflacionária. Desta maneira, o Ministro da Fazenda eleva os impostos para que as
pessoas não consumam tanto e as empresas invistam menos e realiza corte nos
gastos públicos para desacelerar a produção.
5) O que é uma politica monetária expansionista e uma política monetária
contracionista?
A política monetária expansionista é uma medida adotada pelo governo na situação
em que o PIB do país está abaixo do seu potencial. Como o PIB está abaixo do
potencial (demanda agregada permanece abaixo da oferta agregada), causa uma
pressão por desemprego, o Banco Central diminui a SELIC ( = redução da taxa de
juros) e amplia os créditos dos bancos para estimular a economia.
A política monetária contracionista é o inverso da política monetária expansionista,
o governo adota tal medida na situação em que o PIB do país está acima do
potencial. Como a demanda agregada excede a oferta potencial o cenário é de
pressão inflacionária. Desta maneira, o Banco Central aumenta os juros (SELIC) e
reduz os créditos dos bancos comerciais.
6) Cite quatro fatores que aumentam a produtividade do país
Melhorias no conhecimento tecnológico, no capital humano, no capital físico e
eficiência na empregabilidade dos recursos.
O conhecimento tecnológico resulta em melhores formas de se produzir bens e
serviços pela sociedade. A melhoria no capital humano proporciona aumento de
conhecimentos e habilidades. A melhoria no capital físico reflete na infraestrutura.
Por fim, a eficiência na empregabilidade dos recursos possibilita ganhos quando os
recursos empregados em atividades pouco produtivas são transferidos para outras
de maior produtividade.
7) Explique quais são as três funções da moeda.
A moeda exerce pelo menos três funções essenciais:
Meio de troca – é aquilo que os compradores dão aos vendedores em troca de bens
e serviços.
Unidade de conta ou padrão de referência – instrumentos que as pessoas usam
para anunciar preços e registrar operações financeiras.
Reserva de valor – é aquilo que as pessoas podem usar para transferir poder
aquisitivo do presente para o futuro. Quando um vendedor aceita moeda hoje em
troca de um bem ou serviço, este vendedor pode guardar o dinheiro e tornar-se
comprador de um bem ou serviço mais adiante. A moeda não é a única reserva de
valor da economia. Títulos, ações e objetos de arte são exemplos em que as
pessoas podem transferir o poder aquisitivo do presente para o futuro.
8) O que é imposto inflacionário?
É a perda do poder de compra da moeda dos diversos segmentos da economia
gerado pelo movimento inflacionário. A moeda, ao perder seu poder de compra,
eleva os custos nominais dos produtos, e como todos os preços e salários não são
reajustados na mesma proporção, nem de forma antecipada, a inflação acaba
impondo custos elevados e desiguais para os mais distintos segmentos da
economia, constituindo um imposto adicional denominado inflacionário.
A inflação age como um imposto inflacionário. É um imposto diferente, pois não é
pago ao setor público, mas o que se perde é a capacidade de poder de compra da
moeda.
9) Quais os principais mecanismos que o Banco Central tem para o controle da
oferta da moeda?
São o Depósito Compulsório, na qual define o percentual de reservas que os bancos
devem manter junto a ele, as Operações de Mercado Aberto (Open Market), na qual
o Banco Central realiza leilões de compra e venda de títulos públicos e a Taxa de
Redesconto, na qual o Banco Central cobra taxa de juros sobre empréstimos
concedidos aos bancos comerciais.
10) Porque um boato de quebra de banco é até certo ponto auto realizável?
Porque apesar de ser boato, o mercado financeiro reage as especulações, e as
pessoas que possuem investimentos/poupanças neste banco começarão a efetuar
retiradas com receio de que o banco venha a entrar em falência.
11) O que são reservas fracionárias? Como os bancos criam moeda?
São frações dos fundos depositados que os bancos mantêm como reserva de caixa
ou outros ativos de alta liquidez para garantir que exista lastro para cobrir parte dos
empréstimos tomados pelo banco. Os bancos criam moeda através do Sistema de
Reservas Fracionárias. Por exemplo, José tem depositado na sua conta corrente, no
Banco 1 saldo de R$ 1.000,00. O Banco 1 irá emprestar parte deste depósito, R$
800,00, a Pedro que por sua vez irá realizar depósito no Banco 2. O banco 2
também mantem parte do depósito realizado por Pedro como reserva no valor de
R$ 160,00 e concede empréstimo de R$640,00 a Maria. Maria realiza o depósito no
banco 3. O Banco 3 irá manter R$ 128,00 como reserva e conceder empréstimo de
R$ 512,00 a João.
Dessa forma ocorre a multiplicação da moeda da economia.
12) Qual a ligação da oferta de moeda e da inflação? Como a desvalorização do real
frente ao dólar afeta a inflação
A inflação é um processo pelo qual ocorre aumento generalizado nos preços de
bens e serviços, provocando perda do poder aquisitivo da moeda. Isso faz com que
a moeda valha cada vez menos, sendo necessária uma quantidade cada vez maior
para adquirir os mesmos produtos. Assim, quanto maior a oferta de moeda, maior a
inflação.
A desvalorização do real significa que a moeda real está valendo menos que o
dólar. Com o real valendo pouco, fica mais caro importar produtos estrangeiros. A
eliminação de alguns concorrentes estrangeiros pode, assim, dar mais poder de
mercado aos produtores brasileiros. Assim, se a concorrência não for forte
internamente, eles têm a possibilidade de fixar preços mais altos gerando inflação.
13) Explique a importância de um Banco Central independente.
Um banco central independente evita o uso inadequado de recursos que o governo
tem para manipular a economia, como por exemplo, a emissão de moedas. A
possibilidade de obtenção de recursos adicionais via pressão política, é nula. O
presidente do banco central passa a ter mais importância que os ministros das
finanças e do planejamento, pois passa a comandar a política monetária, as taxas
de juros e as negociações da dívida externa. Desta maneira, os poderes são
obrigados a definir melhor suas prioridades, fazendo assim desaparecer a crença de
que os governos têm capacidade inesgotável de criar recursos.
Um banco central independente é um “contra-ponto” para o desequilíbrio fiscal,
porque controla as receitas vinculadas e orienta o remanejo de verbas (sempre que
justificadas) sem que isto aumente a liquidez do mercado monetário.
14) Como funciona o regime de metas inflacionárias?
O regime de metas inflacionárias é caracterizado por três elementos:
- O gestor: o Banco Central, principal agente do sistema financeiro, é o responsável
pela gestão do regime. A ele cabe manter a inflação sob controle (isto é, dentro das
metas estabelecidas).
- A meta: o próprio Banco Central e o executivo estabelecem com antecedência as
metas de inflação para os anos a frente. Em geral, são fixadas faixas de tolerância
para a inflação, entre os quais está o “alvo” ou centro da meta. No Brasil, as metas
são definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelo próprio
presidente do Banco Central, o Ministro do Planejamento e o Ministro da Fazenda
(presidente do Conselho).
- o instrumento: o Banco Central utiliza a taxa de juros básica que no Brasil é a
SELIC com o objetivo de manter a inflação no limite das metas estabelecidas. O
Copom: Comitê de Política Monetária, composto por diretores e presidente do Banco
Central se reúnem periodicamente e examinam a tendência da inflação.
A partir dos três elementos, havendo ameaça de descumprimento da meta
inflacionária, o Banco Central eleva a taxa de juros. Com isso, visa reduzir a
demanda por bens e serviços e criar um ambiente desfavorável a alta de preços. Se
a meta está para ser cumprida com certa folga, o Banco Central pode reduzir as
taxas de juros. Isso contribui para retomada do consumo e pode provocar nova
pressão inflacionária. Desde que isso não leve novamente ao descumprimento da
meta, as taxas de juros podem ser mantidas em baixa.
15) O que é câmbio nominal e câmbio real?
Câmbio nominal é a taxa a qual podemos trocar unidades da moeda de uma
economia por unidades da moeda de outra. Câmbio real é a taxa de troca de bens e
serviços de uma economia por bens e serviços das outras economias.
16) O que é regime de câmbio fixo nominal, câmbio flutuante puro e flutuação suja?
O regime de câmbio fixo nominal é aquele em que o Banco Central deve estar
continuamente presente no mercado de câmbio a fim de evitar flutuações no preço
da moeda estrangeira (taxa de cambio nominal). Não basta anunciar ou colocar
normas e procedimentos, uma vez que a taxa de câmbio é fixa e, neste caso, se o
Banco Central se ausentar do mercado, movimentos de oferta e de demanda
poderão surgir, ágios ou deságios em relação a cotação previamente fixada. Já no
regime de câmbio flutuante puro, o Banco Central poderá permanecer totalmente
ausente do mercado, permitindo que o preço da moeda estrangeira (taxa de
câmbio nominal) flutue livremente, sendo determinado exclusivamente pelas forças
tradicionais da oferta e da demanda. O regime de câmbio fixo nominal é o oposto
do regime de câmbio flutuante puro.
O regime de câmbio de flutuação suja é aquela em que o Banco Central intervém
quando julgar necessário, sem definir regras de intervenção. O Banco Central deixa
o câmbio flutuar e intervém quando achar necessário sem aviso prévio.
17) Faça uma comparação entre o regime de câmbio fixo e o regime de câmbio
flutuante, mostrando as vantagens e desvantagens de cada um.
Cambio Fixo:
Vantagens:
o Maior controle da inflação
o menor incerteza no comércio exterior.
Desvantagens:
o Reservas Cambiais mais vulneráveis a ataques especulativos
o A política monetária fica dependente das reservas cambiais.
Cambio Flutuante:
Vantagens:
o Política monetária independente do cambio
o Reservas Cambiais mais protegidas de ataques especulativos.
o Acomoda as crises do balanço de pagamento.
Desvantagens:
o A taxa de câmbio fica dependente da volatilidade do mercado
financeiro nacional e internacional, introduzindo risco cambial nas
transações comerciais.
o Maior dificuldade do controle de pressões inflacionárias.
18) O que é um ataque especulativo a moeda?
Ataque especulativo a moeda é a ação por parte dos agentes econômicos quando
estes percebem que o Banco Central de uma economia não tem condições
(reservas) para impedir uma desvalorização da moeda. Assim para se defender
desta desvalorização, há uma forte pressão compradora da moeda estrangeira,
precipitando a desvalorização.
19) Um país com um alto diferencial de juros em relação ao resto do mundo
necessariamente atrai capital?
O alto diferencial de juros de um país não necessariamente atrai capital. Esta
informação deve ser analisada considerando outros fatores como regime político,
econômico e grau de endividamento do país (Dívida%/PIB), para que haja confiança
em relação ao pagamento das dívidas.
20) Se a moeda de um país se desvaloriza em relação a dos seus parceiros
comerciais necessariamente seus produtos serão mais competitivos?
Se a moeda de um país se desvaloriza em relação a dos seus parceiros comerciais
não necessariamente seus produtos serão mais competitivos. Quando ocorre
inflação maior em um país em relação a seus parceiros e sua moeda não se
desvaloriza na mesma proporção, há perda de competitividade dos setores
produtivos deste país. Há ganho de competitividade quando a inflação neste país é
menor que a verificada nos seus parceiros e a moeda nacional se desvaloriza mais
que nos demais países.
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