2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Realizar análise do sistema de atendimento médico em um hospital
por meio de simulação computacional.
2.2 Objetivos Específicos
Elaborar um modelo computacional que simule o sistema de
atendimento do hospital utilizado atualmente.
Realizar a análise dos resultados da simulação estabelecendo os
principais gargalos do sistema.
Criar alternativas de cenários que melhorem a produtividade do
atendimento no hospital.
3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Em um setor emergencial de um hospital há 3 processos que o
paciente deve passar até ser liberado. O primeiro processo se trata da recepção
(NORM(3,1)), o segundo da triagem (NORM (5,2)) e por último o atendimento
com o médico (LOGN(9.31,9.65)).
Na recepção existem 3 recepcionistas para realizar os atendimentos onde esta
acomoda confortavelmente 50 pacientes.
Após uma análise histórica, verificou-se que 10% dos pacientes
desistem do atendimento e procuram outro hospital. Na triagem há apenas uma
enfermeira responsável por realizar este processo.
Após a triagem, o paciente deve aguardar em uma outra recepção o atendimento
com um médico. Neste último processo há 2 ortopedista, 4 clínicos geral, 3
cardiologista e 1 pediatra.
Deve-se analisar a capacidade de atendimento diário do hospital, bem
como os gargalos deste sistema e possíveis melhorias que acarretem em ganho
de produtividade.
4 DESCRIÇÃO DO MODELO
Para iniciarmos o processo de simulação, devemos primeiro conferir
se a base de dados que está sendo utilizada é confiável, essa análise é feita por
meio do recurso Input Analyser. Essa ferramenta analisa os dados e determina
qual a curva estatística mais adequada aos mesmos e o seu valor-P, onde este
parâmetro deve possuir número superior a 0.1 para que a amostra seja
considerada confiável, além disso a ferramenta também determina a média e o
desvio padrão da curva.
Nos dados dos tempos de chegada tivemos inicialmente uma amostra
com 45 unidades, onde ao ser processada, estabeleceu os seguintes
parâmetros.
Como o valor-P obtido não foi maior que 0.1, detectamos que a
amostra não era suficientemente confiável e solicitamos uma quantidade maior
de dados para realizar novamente a análise. Com a nova base de dados
obtivemos os seguintes resultados.
Dessa forma conseguimos provar que a amostra é confiável pois
possui valor de 0.113, obtendo assim uma curva normal com média igual a 12 e
desvio padrão de 1.04.
Na análise dos tempos de atendimento médico, independente da
especialidade, encontramos os seguintes resultados.
Como os valores P são maiores que 0.1, podemos utilizar a expressão
encontrada para o processo de atendimento médico. Como temos 04 (quatro)
especialidades médicas, tivemos que determinar historicamente as
porcentagens de atendimento de cada uma, para inserir na modelagem do
sistema, ficando da seguinte forma: ortopedista (10,24%), clínico geral (40,68%),
cardiologista (9,12%) e pediatra (39,96%)
Com os dados processados estruturamos nosso modelo
computacional da seguinte forma:
1 – Usamos a expressão NORM(12,1.04) para a chegada de
pacientes.
2 – Criamos uma variável para sabermos a quantidade de pacientes
sendo atendido pelo sistema e dessa forma identificamos se este número
ultrapassa o valor de 50 pacientes, que é o que o hospital acomoda
confortavelmente.
3 – Inserimos 02 (duas) decisões ao paciente: se houver mais de 50
pessoas dentro do hospital o usuário vai embora e historicamente 10% destes
desistem do atendimento.
4 – Colocamos os 02 (dois) processos iniciais: recepção e triagem,
com seus respectivos recursos humanos, atendente e enfermeira, nas
quantidades pré-estabelecidas.
5 – Acrescentamos uma decisão que encaminha o paciente para a
especialização médica requerida.
6 – Nesta etapa ocorre o atendimento médico dos usuários e
posteriormente a sua saída do hospital.
O modelo computacional foi estruturado dessa forma:
Os mostradores foram acrescentados para facilitar a compreensão
das informações processadas por parte da alta gerência.
5 ANÁLISE DO RESULTADOS
O modelo computacional elaborado foi simulado utilizando 07 (sete)
replicações (considerando uma para cada dia da semana) e por um período de
50 horas. Os principais resultados a serem analisados são: capacidade de
atendimento do hospital, tempos médio de espera e a taxa de utilização dos
recursos, onde com essas informações podemos identificar os gargalos
operacionais e avaliar diferentes cenários como alternativa para ganhos de
produtividade.
A capacidade de atendimento diário do hospital foi de 250 por dia.
Os tempos médios de espera nas filas de cada processo foram:
O maior tempo de espera foi na pediatria, onde obtivemos uma média
de 0.984 minutos ou 59.04 segundos, tempo considerado excelente para a
espera em uma fila de hospital. Mas devemos observar mais um parâmetro para
avaliarmos este cenário, que é o de taxa de utilização dos recursos.
Por meio deste gráfico visualizamos que a maioria dos recursos está
trabalhando com uma taxa de utilização muito baixa, apenas a enfermeira e o
pediatra estão trabalhando com uma taxa acima de 20%, o que caracteriza que
o sistema está superdimensionado, ou seja, os funcionários estão sendo sub
utilizados, o que acarreta em prejuízos para o hospital, haja vista que estes estão
prejudicando a produtividade deste sistema, sendo então o principal gargalo
identificado: a baixa quantidade de pacientes sendo atendidos pelo hospital.
Dessa forma deve ser criado outro cenário alternativo que melhor
utilize os recursos humanos presentes na organização e diminua os custos
desta. Além das melhorias que serão testadas por modelagem computacional
(variáveis internas) também deve haver um investimento em aspectos externos
do hospital para provocar aumento no volume de pacientes atendidos pelo
hospital, como: aumento da parceria com os planos de saúde da região, aumento
das propagandas veiculadas nos mais diversos meios (outdoors, busdoors,
mídias sociais, etc) e diminuição dos preços cobrados pelos serviços médicos.
6 RECOMENDAÇÕES AO SISTEMA ESTUDADO
6.1 Cenário Alternativo 01
Neste cenário modificamos os valores dos recursos, estabelecendo
as seguintes quantidades: 02 (dois) atendentes, 02 (duas) enfermeiras, 1 (um)
ortopedista, 02 (dois) clínicos gerais, 02 (dois) cardiologistas e 02 (dois)
pediatras. Dessa forma alteramos a quantidade de funcionários totais de 14
(quatorze) para 11 (onze) e a quantidade de médicos (maiores custos) de 10
(dez) para 07 (sete).
Com essas mudanças alcançamos a mesma capacidade do cenário
original de 250 pacientes diários.
Já os tempos nas filas foram modificados.
O tempo de espera na triagem foi eliminado, porém criou-se tempo de
espera para a clínica geral e ortopedia, enquanto que a espera na pediatria foi
diminuída, tendo como maior média de tempo a do atendimento na ortopedia,
igual a 6,64 segundos, que é um valor ínfimo considerando um sistema
hospitalar.
Por último analisamos a taxa de utilização dos recursos.
Neste cenário conseguimos tornar mais uniforme a utilização dos
funcionários, com 04 (quatro) ficando acima dos 10% de ocupação e 02 (dois)
permaneceram abaixo desta marca. Tal alternativa ainda sustenta uma um
cenário de sub utilização dos recursos humanos, sendo necessário realizar mais
alterações nas variáveis internas visando o aumento da produtividade do
hospital.
6.2 Cenário Alternativo 02
Neste segundo cenário em busca da melhoria no sistema abordado,
reduzimos ainda mais o quadro de funcionários, ficando na seguinte
configuração: 01 (um) atendente, 01 (uma) enfermeira, 01 (um) ortopedista, 01
(um) clínico geral, 01 (um) cardiologista e 01 (um) pediatra, totalizando 06 (seis)
funcionários no hospital e apenas 04 (quatro) médicos.
A capacidade de atendimentos diários obtidos no cenário 02 foi de
249, sendo assim, 01 atendimento a menos que no outros dois cenários.
Os tempos de espera aumentaram para as 04 especialidades
médicas, enquanto que a recepção e a triagem permaneceram com os tempos
obtidos no cenário original. O maior tempo médio de espera encontrado foi de
64.37 segundos, referente à pediatria, tempo este bastante satisfatório para um
hospital.
Na terceira etapa analisamos como se comportou a taxa de utilização
dos recursos humanos perante as mudanças promovidas pelo cenário 02.
Analisando o gráfico percebe-se que a proporção é muito semelhante
a encontrada no cenário 01, porém a escala nesta situação é o dobro da utilizada
no gráfico anterior, o que mostra o uso muito maior dos recursos neste caso.
Comparativamente à situação original, houve um aumento considerável na taxa
do atendente, do cardiologista, do clínico geral e do ortopedista, enquanto que a
enfermeira e o pediatra obtiveram uma taxa muito semelhante à original.
Nesta situação tivemos 04 funcionários atuando acima dos 20% o que
representa que a produtividade do sistema foi melhorada, diminuindo assim a
sub utilização dos recursos, e além disso o hospital foi capaz de atender 249
pacientes com um quadro de funcionários de apenas 06 pessoas, sem prejudicar
o tempo de espera na fila (maior média é de 64 segundos), e trazendo uma
grande economia nos custos com salários para a organização já que a
quantidade de recursos humanos foram reduzidas de 14 para apenas 06 nesta
situação analisada.
Diante do exposto escolhe-se o cenário alternativo 02 como o mais
eficaz para o hospital, tanto no quesito produtividade quanto no quesito
financeiro.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A simulação da produção surge diante de um contexto em que as
mudanças nas organizações ocorrem cada vez mais rápido e as informações
percorrem o mundo de forma altamente dinâmica, aumentando assim
exponencialmente a concorrência entre as empresas e provocando nas
organizações a necessidade de adaptação à essa realidade. Para lidar com esta
situação as empresas passaram a buscar sistemas gerenciais que atuem
permanentemente na melhoria dos processos, objetivando o aumento da
produtividade e dos lucros, e é onde a simulação computacional é inserida como
alternativa bastante eficaz e que reduz consideravelmente os custos.