TOXICOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
DAS INTOXICAÇÕES
Docente. Vanessa Helena S. Souza
Tecnologia em Tecnologia em Química IndustrialQuímica Industrial
Vanessa Helena S. SouzaVanessa Helena S. Souza
Farmacêutica ( Hab. Análises Clínicas)
Mestrado em Clínica Médica
• Farmacologia e Toxicologia
Área de atuação em pesquisa
• Câncer, Dor e Inflamação
• Plantas Medicinais
Prestações de Serviço em pesquisa
• Toxicologia in vitro e in vivo
Docente da disciplina de Farmacologia
Pesquisa aplicada
Produtos naturais
ObjetivosGerais
Fornecer elementos básicos para discussão sobre a ação nociva de agentes tóxicos, bem como orientar posturas profiláticas no que diz respeito a toxicologia ocupacional e ambiental.
Específicos Provomer compreensão e atualização sobre:
• Entendimento de conceitos gerais em Toxicologia;• Situação epidemiológica, focando trabalhadores industriários;• Principais materiais tóxicos e seus efeitos no homem;• Medidas profilática e de socorro em casos de intoxicações.
A HISTÓRIA DA A HISTÓRIA DA TOXICOLOGIA TOXICOLOGIA
Conhecimento de efeitos tóxicos de plantas
e animais.
Instrumento de caça
Arma contra inimigos
IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução
…
Identificação de novos agentes
tóxicos
Papirus de Ébers 1500 a.C.
800 ativosMetais e venenos
360 a.C. 287 a.C.
Classificação de venenos de espécies
vegetais, animais e minerais
Séc. XVII e XVIII
Evolução lentaEstudos empíricos
40 – 90 d.C.
Hipócrates Dioscórides
120 – 63 a.C.
Mitríades realiza experiencias toxicológicas
HistóricoHistóricoHistóricoHistórico
MAIMÔNIDES (1135 – 1204)MAIMÔNIDES (1135 – 1204)
– Venenos e seus antídotos (1198)
… … históricohistórico… … históricohistórico
AVICENA (980 – 1037)AVICENA (980 – 1037)
◦ mecanismo de ação
◦ experimentação em
animais
PARACELSUS (1493 – 1541) PARACELSUS (1493 – 1541)
Intoxicações profissionais: mercúrio (mineração de ouro)
Conceitos de dose resposta e limite de tolerância
“Não existe substância que
não seja tóxica. O que
diferencia um veneno de
um remédio é a dose”
… … históricohistórico… … históricohistórico
ORFILA (1787 – 1853) ESPANHA ORFILA (1787 – 1853) ESPANHA
Definiu Toxicologia como uma disciplina distinta, que
estuda os venenos
Precursor da importância das análises toxicológicas
Autópsia e análise toxicológica
como provas legais de
envenenamento
… … históricohistórico… … históricohistórico
Revolução Industrial - Século XVIIIRevolução Industrial - Século XVIII
Produtos químicos e medicina do trabalho
A produção e a utilização de compostos químicos
aumentou consideravelmente
… … históricohistórico… … históricohistórico
A exposição humana à
substâncias químicas
aumentou ocasionando um
aumento dos casos de
intoxicações.
Química Orgânica – Química Orgânica –
19801980
mais de 10.000
compostos orgânicos
ToxicologiaToxicologia
Visa propor maneiras seguras de se expor às
substâncias químicas, permitindo que
aproveitemos os benefícios da evolução
tecnologica.
… …sendo assim…sendo assim… … …sendo assim…sendo assim…
CONCEITO BÁSICOS EM CONCEITO BÁSICOS EM TOXICOLOGIATOXICOLOGIA
ToxicologiaToxicologiaToxicologiaToxicologia
Estuda os efeitos nocivos decorrentes
das interações químicas com o organismo
Entidade química capaz de causar dano a um sitema biológico. Reversível ou irreversível
Termo que define substância (as) química (s) capaz de intoxicar ou matar em baizas doses.
Modifica o estado fisiológico ou patológico . Utilizada com ou sem intenção de benefício
Agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de substâncias.
• Analítica– Tox. Forense– Monitorização terapêutica– Controle antidopagem
• Clínica– Diagnóstico
• Experimental– Estudos para elucidar mecanismos de ação de subst.
tóxicas.
Divisão da ToxicologiaDivisão da ToxicologiaDivisão da ToxicologiaDivisão da Toxicologia
• Tox. Ambiental– Contaminantes ambientais X organismos
• Tox. Ocupacional– Agentes contaminantes X Indivíduo exposto
• Tox. Alimentos– Condições de consumo
• Tox. Medicamentos– Fármacos ou cosméticos X Indivíduos
• Tox. Social– Efeitos de uso não médico de substâncias
Área de atuaçãoÁrea de atuaçãoÁrea de atuaçãoÁrea de atuação
Ação tóxica e suas fasesAção tóxica e suas fasesAção tóxica e suas fasesAção tóxica e suas fases
• Fase de exposição
• Contato com agente tóxico
• Fase toxicocinética
• Absorção - Distribuição – Metabolismo - Excreção
• Fase toxicodinâmica
• interação com receptores
• Fase Clínica
• Sintomas diagnosticáveis
I- Fase de exposiçãoI- Fase de exposiçãoI- Fase de exposiçãoI- Fase de exposição
Disponibilidade química
Vias de introdução
Dose / concentração
Tempo / freqüência
Propriedades físico-químicas
Suscetibilidade individual
Vias de introdução
DL50 DDT = pele 2500 mg/Kg
oral 118 mg/kg
Rapidez de absorção: via oral e via respiratória
Dose / concentração
Fenobarbital: 100 mg: sonolência
500 mg: sono profundo
Tempo / freqüência
Aguda: dose única ou no prazo de 24 hs
Sub-aguda: 24 hs - uma semana
Crônica: mais de uma semana
Exposição aguda X Exposição crônica
Agente tóxicoAgente tóxico Exposição Exposição agudaaguda
Exposição Exposição crônicacrônica
BenzenoBenzeno neurotóxiconeurotóxico mielotóxicomielotóxico
Hg ++Hg ++nefrotóxiconefrotóxico neurotóxiconeurotóxico
SolventesSolventes neurotóxiconeurotóxico hepatotóxicohepatotóxico
Agente Tóxico
Absorção
Compartimento central (sangue) Livre Ligado à proteínas plasmáticas Não ionizado Ionizado Distribuição
Tecidos / Órgão alvo Rins Fígado
(Depósito/efeito) (Eliminação) ((Biotransformação))
Compartimento periférico ou profundo
II- ToxicocinéticaII- ToxicocinéticaII- ToxicocinéticaII- Toxicocinética
Trato Gastrointestinal
Pulmões
Fígado
Bile
Rins
Pulmões
Depósitos de armazenamento
Órgãos
Glândulas
INGESTÃO INALAÇÃO INTRAVENOSA INTRAPERITONEAL
SUBCUTÂNEA
INTRAMUSCULAR
DÉRMICA
Corrente circulatória
Ligação à proteínas
Veia porta
Vias de exposição, absorção, distribuição e excreçãoVias de exposição, absorção, distribuição e excreção
Fezes Urina Ar exalado Secreções
Chegada da substância na corrente sanguínea
ABSORÇÃOABSORÇÃO
Substância Sangue
Membranas
Vias de introdução: Transcutânea,
respiratória, digestiva e parenterais.
difusão simples
difusão facilitada
pinocitose
transporte ativo
fissuras
maioria das substâncias
glicose e outras açúcares
aminoácidos
anticorpos, gotas de lipídeos
eritrócitos
Mecanismos de transporte na membranaMecanismos de transporte na membrana
Passagem pela epiderme por difusão
lipossolubilidade peso molecular (inversamente proporcional) permeabilidade da epiderme (aumento da permeabilidade: ácidos,
álcalis, substâncias irritantes, água). espessura da epiderme
Difusão através da camadas inferiores da epiderme e derme fluxo sangüíneo movimentação do fluído intersticial interação com componentes da derme
Absorção pela pele: Efeito local ou sistêmicoAbsorção pela pele: Efeito local ou sistêmico
• Hidrossolubilidade
• Difusibilidade
• Coeficiente de partição
– sangue/ar
– tecido/sangue
Absorção por via respiratória: gases e vaporesAbsorção por via respiratória: gases e vapores
Tamanho Órgão atingido
< 1 m Alvéolos pulmonares
Sangue: fagocitose
Linfa
2 a 5 m Região traqueobronquial
faringe
> 5 m Região nasofaríngea
• ingestão proposital e acidental
• efeito: local ou sistêmico
Fatores interferentes
• pH, pKa, lipossolubilidade, grau de dissociação
• esvaziamento gástrico e motilidade intestinal
Absorção pelo trato gastrointestinalAbsorção pelo trato gastrointestinal
ABSORÇÃO
BIOTRANSFORMAÇÃO
EXCREÇÃO
LOCAIS DE AÇÃO RECEPTORES(e outros alvos)
DROGA LIVRE
DROGALIGADA
CirculaçãoSistêmica
RESERVATÓRIOS TECIDOS
Ligada Livre
- Fração de uma dose oral do farmaco que chega a circulação sistêmica na
forma intacta, levando em consideração tanto a absorção como a degradação
metabólica local
VIA INTRAVENOSA = 100 % biodisponibilidade (F = 1)
BIODISPONIBILIDADE (F)
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO X BIODISPONIBILIDADE
Fenoprofeno (99)Tolbutamina (99)Indometacina (99)Fenitoina (91)
Fenilbutazona (99)
Diazepam (99)
Clorpromazina (96)
Cumarina (98)
LIGAÇÃO A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
Interações entre fármacos
Hipoproteinemia
Doses altas
Aumento da % de droga livre
Aumento da biodisponibilidade
Fármacos de alta ligação protéica (%)
• Transporte da substância para os tecidos: sítio de
ação ou depósito (agente tóxico livre e não ionizado)
• Barreiras: hematoencefálicas, placentária
DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO
O que determina o volume de distribuição de uma droga?O que determina o volume de distribuição de uma droga?
- características da droga : lipossolubilidade ou hidrossolubilidade, estado de ionização, capacidade de ligação aos
tecidos.
- características do indivíduo: peso, sexo, patologias (edema), proteínas plasmáticas
O que pode alterar o volume de distribuição em um indivíduo?O que pode alterar o volume de distribuição em um indivíduo?
- Constituição física - teor de gordura (obesidade; homem e mulheres) - tamanho corpóreo
- Idade - crianças – maior proporção de água corpórea, menor quantidade de proteínas plasmáticas - idosos – menor proporção de água corpórea, menor massa muscular, maior proporção de gordura
- Patologias - problemas cardiovasculares (alteração da perfusão tecidual)
- problemas renais (edema)
Modelos compartimentaisModelos compartimentais
Compartimento central (1)
Compartimento periférico (2)
CompartimentoProfundo (3)
K 2-1K 1-2
K 3-1K 1-3
EliminaçãoAbsorção
Órgãos menos perfundidos
Órgãos mais perfundidos
Kel
Ka
Etanol: modelo monocompartimentalEtanol: modelo monocompartimental
Compartimento central (1)
Compartimento periférico (2) Compartimento
Profundo (3)
K 2-1K 1-2
K 3-1K 1-3
EliminaçãoAbsorção
Mesma concentração em todos os compartimentos
Kel
Ka
Chumbo: modelo tricompartimentalChumbo: modelo tricompartimental
Compartimento central (1)
C. periférico (2)após 2 horas, 50% se encontra no fígado
C. profundo (3)após 30 dias, 90% se encontra nos ossos
K 2-1K 1-2
K 3-1K 1-3
EliminaçãoAbsorção Kel
Ka
METABOLISMO METABOLISMO
• Fatores internos constitucionais - espécie ou raça- idade - sexo- fatores genéticos• Fatores internos condicionais- dieta- estado patológico• Fatores externos: atuam sobre os fatores enzimáticos,
ativando-os ou inibindo-os.
Fatores que interferem na biotransformação
Biotransformação
REAÇÕES DE FASE I 1) Hidrólise (ésteres e amidas)
O C NHCH3
OOH
HO C NHCH3
O
CNH2OH
O
CH3COOH
+
+
+
CNH2NH (CH2)2N(C2H5)2
O
carbaril
procainamida
ác. acetilsalicílicoCOOH
O C CH3
O
COOH
OH
H2N (CH2)2N(C2H5)2
REAÇÕES DE FASE I 2) Oxidação
OH
OH
OH
OH
OH
NH C CH3
O
fenol
benzenohidroquinona
catecol
acetanilida
hidroxi-acetanilida
NH C CH3
O
OH
Biotransformação
REAÇÕES DE FASE I 3) Redução
NO2
NO2NO2
OH
NH2
NH2NH2
OH
NO2 NH2
ác. pícrico ác. picrâmico
nitrobenzeno anilina
Biotransformação
REAÇÕES DE FASE II 1) Conjugação com UDPGA (uridinodifosfatoglicurônico)
COOH
O
HOOC
HOH H
H OH
HO
H OOC
H
NH2
O
HOOC
HOH H
H OH
HO
H NH
H
UDPGA
UDPGA
+
+
ác. benzóico
anilina
Biotransformação
TRANSESTERIFICAÇÃO
C
O
N
C
O
CH3
O CH2CH3
O
C
O
N
C
O
C H 3
O C H 3
O
+
CH3CH2OH
cocaína
cocaetileno
etanol
Biotransformação
- filtração glomerular
- secreção tubular ativa
- difusão passiva através do epitélio tubular
Excreção RenalExcreção Renal
Excreção biliar – ciclo entero-hepáticoExcreção biliar – ciclo entero-hepático
III- ToxicodinâmicaIII- ToxicodinâmicaIII- ToxicodinâmicaIII- Toxicodinâmica
É o estudo da natureza da ação tóxica exercida por
substâncias químicas sobre o sistema biológico, sob
pontos de vista bioquímico e molecular.
Agente tóxico
Organismo vivo
Receptores
Sítio ativo Sítio inativo
TOXICODINÂMICATOXICODINÂMICATOXICODINÂMICATOXICODINÂMICA
MECANISMOS GERAIS DE AÇÃO DE SUBSTÂNCIAS
Ionotrópicos MetabotrópicosLigados a quinases Nucleares
Efetor Canal iônicoCanal iônico Canal ou EnzimaCanal ou Enzima Proteína Proteína quinasesquinases Transcrição gênicaTranscrição gênica
Acoplamento DiretoDireto Via proteína GVia proteína G DiretoDireto Via DNAVia DNA
Tempo MilissegundosMilissegundos SegundosSegundos HorasHoras HorasHoras
RECEPTORES
NICOTÍNICOS MUSCARÍNICOS
Ligação Fármaco-Alvo
Forças de Van der Waals (Hidrofóbicas);Força de ligação: 0,5 - 1 Kcal/mol
Pontes de Hidrogênio;Força de ligação: 2 - 5 Kcal/mol
Forças eletrostáticas:Interações iônicas, íon-dipolo e dipolo-dipolo;Força de ligação: 5 - 10 Kcal/mol
Ligações Covalentes.Força de ligação: 50 - 150 Kcal/mol
Importância da Isomeria na Ligação Fármaco-Alvo
Isomeros Óticos (Enatiômeros, Diasteroisômeros e Racemato)
TalidomidaTalidomida
(R)-Talidomidapropriedades sedativas e
analgésicas
(S)-Talidomidaefeitos teratogênicos
SÍNTESE ACETILCOLINA
Colina penetra no neurônio através de transporte mediado por carreador
na presença da colina-acetiltransferase a colina é acetilada com acetil-COA
Acetilcolina é acondicionada em vesículas
AcH é liberada na fenda sináptica por exocitose que se dá com aumento de
influxo de Ca 2+
Após transmissão colinérgica é degradada pela acetilcolinesterase e a colina recuperada pelo
neurônio pré -sináptico
Inibição de enzimas - Colinesterase: organofosforados e carbamatos
Carbofuran
Aldicarb
Methomyl
AVALIAÇÃO DE
TOXICIDADE
Relação dose/efeito: aumento da dose
promove aumento do efeito, indica a
alteração biológica individual
Relação dose/resposta: indica a proporção
da população que manifesta um efeito
definido.
A resposta é a taxa de incidência de um efeito.
RELAÇÃO DOSE/EFEITO E DOSE/RESPOSTA
a) a resposta obtida num experimento seja resultante do agente químico administrado.
b) a resposta esteja de fato relacionada com a dose administrada
b.1) existir um sítio molecular ou receptor com o qual a substância interage produzindo uma resposta (resposta deve ser quantificável)
b.2) a resposta e o grau dessa resposta estão relacionados com a concentração do agente tóxico no sítio de ação.
b.3) a concentração neste sítio de ação está relacionada com a dose administrada.
Para o estabelecimento da curva dose resposta devem ser assumidas as seguintes
afirmativas
Cada indivíduo de uma população tem uma
tolerância singular e requer uma certa
dose antes de apresentar um efeito, ou
seja, exite uma dose um tanto baixa para
a qual nenhum indivíduo irá apresentar o
efeito como uma dose alta para a qual
todos responderão.
RELAÇÃO DOSE/EFEITO E DOSE/RESPOSTA
Fatores que influenciam na aceitação de risco
Necessidade de uso da substânciaExistência de alternativas ao uso da substânciasPrevisão da extensão do uso e exposição pela populaçãoConsiderações econômicasEfeitos no ambienteConservação de reservas naturais
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE
Toxicocinética
Toxicidade aguda
Toxicidade sub-crônica (curta duração)
Toxicidade crônica (longo prazo)
Efeitos locais sobre a pele e olhos
Sensibilização cutânea
Mutagênese e carcinogênese
Reprodução e teratogênese
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE
Substância quimicamente caracterizada
Grau de impurezas
Características fisico-químicas (odor,
volatilidade: condicionam dieta ou
intubação)
Estimar nível provável de exposição pela
população
INFORMAÇÕES PRELIMINARES
Informações sobre absorção, distribuição, armazenamento, biotransformação e eliminação.Caracterização dos produtos de biotransformação.Variações de acordo com a espécie animal.Interferências nos sistemas enzimáticos P-450
TOXICOCINÉTICA
Vias de administração: oral, dérmica e inalatória
Determina a classe toxicológica e as precauções no rótulo
Caracteriza a relação dose resposta que conduz ao
cálculo da DL50
Fornece informações sobre tecidos e órgãos, através de estudos macroscópicos e microscópicos;
Fornece dados sobre outros efeitos: início, natureza e duração da intoxicação associada a morte
Toxicidade aguda: DL50 e CL50
Exemplo: administração de um agente tóxico em
animais (grupos de 50 animais), em 4 doses
diferentes, por via oral. O efeito observado é a
morte.
CONTROLE G1 (2 mg/kg)
G2(4 mg/kg)
G3(6 mg/kg)
G4(8 mg/kg)
0/50 1/50 13/50 27/50 48/50
N.º de mortes / n.º de indivíduos
Relação causal: aumenta a dose, aumenta o efeito (morte)
-1 0 1 2 3 4
DL50
100 %
50 %
DL50Log dose
n
Valores de DL50 para algumas substâncias potencialmente tóxicas
Substância DL50 oral em ratos machos (mg/kg)
Etanol 7000
Cloreto de sódio 3000
Sulfato cúprico 1500
DDT 100
Nicotina 60
Tetredotoxina 0,02
Dioxina 0,02
CLASSIFICAÇÃO DE TOXICIDADE
Classificação de toxicidade
DL 50 oral em ratos (mg/Kg)
Muito tóxica < 25
Tóxica 25 a 200
Nociva 200 a 2000
Teste de dose fixa
• 5, 50 e 500 mg/kg• 10 machos e 10 femeas
Dose (mg/kg) Classe Toxicidade
< 5 I Extremamente tóxico
5 a 50 II Altamente tóxico
50 a 500 III Medianamente tóxico
> 500 IV Pouco tóxico
CLASSIFICAÇÃO DE TOXICIDADE- indicação no rótulos de praguicidas -
I Extremamente tóxico
Faixa vermelha
II Altamente tóxico Faixa amarela
III Medianamente tóxico
Faixa azul
IV Pouco tóxico Faixa verde
dose de não observação de efeitos (NOEL)identificar os órgãos afetados e a severidade dos danos após exposições repetidasdeterminar se o efeito é devido ao acúmulo da substância ou nãoo teste deve ser realizado em pelo menos duas espécies animais, sendo uma não roedora, utilizando pelo menos 3 doses.21 a 90 dias em roedores; 1 ano para animais de maior portecaracteriza os efeitos de exposições repetidas
Toxicidade sub-crônica
Exemplo: administração de um agente tóxico em animais, em 4 doses diferentes, por via oral. O
efeito observado é lesão hepática.
CONTROLE G1: 1,25
mg/Kg/dia
G2: 2,5
mg/Kg/dia
G3: 5
mg/Kg/dia
G4: 10
mg/Kg/dia
Não
observação
de efeito
Não
observação
de efeito
Não
observação
de efeito
Lesão
hepática leve
Lesão
hepática
evidente
Curva dose-resposta
0.01 0.10 1.00 10.000.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
Efeito tóxico
NOEL
Log10 Concentração (ng/ml)
inte
nsi
dad
e d
o e
feito
Curva dose-resposta
0.01 0.10 1.00 10.000.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
Efeito tóxico
NOEL
Log10 Concentração (ng/ml)
inte
nsi
dad
e d
o e
feito
IDA
Período deve ser superior a 3 meses (6 meses a 2
anos em roedores e 1 ano em não roedores).
2 espécies, 10 a 50 animais por dose e sexo.
Observam-se os efeitos tóxicos após exposição
prolongada (ex: carcinogênese).
Dificuldade: de escolha da espécie animal e das
doses, são testes longos e sofrem a influência de
muitas variáveis.
TOXICIDADE CRÔNICA (À LONGO PRAZO)
Avaliação dos efeitos diretos sobre olhos e pele
Animal: coelho
Teste de Draize (1944)
Parâmetros avaliados:
Pele: eritema, escara, edema e corrosão
Olhos: alterações da conjuntiva, córnea, íris e
cristalino
Irritação reversível ou não reversível (permanece por
mais de 14 dias)
EFEITOS LOCAIS SOBRE A PELE E OLHOS
Teste de Draize
Efeitos locais sobre a pele e olhos
Classe
Olhos Pele
I opacidade da córnea reversível ou não em 7 dias, irritação permanente
corrosivo
II sem opacidade da córnea, irritação reversível 7 dias
irritação severa
III sem opacidade da córnea, irritação reversível 72 horas
irritação moderada
IV sem opacidade da córnea, irritação reversível 24 horas
irritação leve
Coelhos ou cobaias
Doses repetidas da substância, com ou sem adjuvantes, por um período de uma a duas semanas
Após duas ou três semanas da última exposição os animais são submetidos a uma dose não irritante e o aparecimento de eritema é monitorado.
SENSIBILIZAÇÃO CUTÂNEA
Identificar agentes mutagênicos (capazes de provocar modificações no material genético das células, que serão transmitidas às novas células durante a divisão celular)Testes in vitro: teste de AMES (1975): Cepas de Salmonella typhimuriumTestes in vivo: cromossomas de células de medula óssea em metáfase.Teste de carcinogênese: emprega-se a maior dose tolerada, durante o período médio de vida do animal.
ESTUDOS DE MUTAGÊNESE E CARCINOGÊNESE
Exposição só do macho; só da fêmea ; ambosExposição do macho durante a durante a espermogêneseExposição da fêmea durante a organogênese.Observar: comportamento no acasalamento, fertilidade, ocorrências durante a gravidez e após o partoPara agentes químicos que atravessam a barreira placentária: informações sobre o desenvolvimento e sobrevivência do embrião no útero.
ESTUDOS DE REPRODUÇÃO E TERATOGÊNESE
PERÍODOS CRÍTICOS DO DESENVOLVIMENTO
DO CONCEPTO
Fase Características Efeitos prováveis
Fecundação implantação
totipotencialidade
aborto ou reabsorção
Embrionária
organogênese alterações profundas da morfogênese
Fetal crescimento celular, maturação
ação tóxica, retardo do crescimento, alterações do SNC
Espécie – específico, com variação intra-
espécie da sensibilidade
Defeitos podem ser evidentes ou mínimos
MALFORMAÇÕES
Ação direta sobre células germinativas: esterilização (piridina), mutação (aflatoxina).Interferência nas condições de fertilidade (hormônios).Interferências na divisão celular: 7º dia , efeito "tudo ou nada".Intervenção na implantação do óvulo.Interferência no desenvolvimento normal da placenta, função enzimática.Ataque químico durante a organogênese (teratogênese).Ação no período fetal: mudanças toxicológicas, retardo no crescimento.Efeitos tóxicos no feto, final de gestação.Efeitos tóxicos perinatais, diferenças quantitativas em relação ao adulto.
AÇÃO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS NO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E FETAL
Fatores relacionados com o agente
tóxico
Fatores relacionados a exposição
Fatores inerentes ao organismo
Fatores ambientais relacionados ao
organismo
FATORES QUE INTERFEREM NA TOXICIDADE
Propriedades físico-químicas: pH, solubilidade, tamanho e forma das partículas.
Presença de impurezas
Formulação
Estabilidade e acondicionamento do agente tóxico
Presença de excipientes
Surfactantes, adjuvantes, emulsificantes, corantes, conservantes, antioxidantes, flavorizantes, etc.
Fatores relacionados com o agente tóxico
Dose, concentração e volume
administrado
Via, velocidade e local da administração
Duração e freqüência da exposição
Período da administração (hora, época do
ano, etc.)
Fatores relacionados a exposição
Espécie, linhagem
Fatores genéticos
Estado nutricional (ligação protéica)
Estado de hidratação
Estado hormonal
Idade, sexo, peso corpóreo e maturidade física.
Estado emocional (atividade, aglomeração, presença de outras espécies)
Fatores inerentes ao organismo
Temperatura e umidadePressão barométricaComposição atmosférica do meio ambienteLuz e outras formas de radiaçãoEfeitos do alojamento e confinamentoRuídoFatores sociais
Fatores ambientais relacionados ao organismo
Antídoto: todo produto químico que age biologicamente
diminuindo ou neutralizando a ação de um agente tóxico ou
opondo-se a seus efeitos, através de diferentes mecanismos.
Antagonista: antídoto que age por competição com o agente
tóxico pelo mesmo receptor no sítio de ação.
MECANISMO DE AÇÃO DE ANTÍDOTOS
Pralidoxima: IOP Atropina: IOP, Carbamatos EDTA: Pb, Cd, Cu, Zn Deferoxamina: Fe, Al Dimercaprol (BAL): As, Hg D-penicilamina: Cu Sulfito de sódio + tiossulfato de sódio: cianeto Etanol: metanol, etilenoglicol Azul de metileno: metahemoglobinizantes N-acetilcisteína: paracetamol Naloxona: opiáceos sintéticos ou naturais Flumazenil: benzodiazepínicos Biperideno: haloperidol, metoclopramida, clorpromazina Vitamina K: cumarínicos Protamina: heparina Fab-antidigoxina: digoxina
ANTÍDOTOS
IMPACTOS NA SAÚDE IMPACTOS NA SAÚDE CAUSADOS POR DESASTRES CAUSADOS POR DESASTRES
AMBIENTAISAMBIENTAIS
LOCALIZAÇÃO ANO AGENTE EFEITOS ÍNDICE DE COMPROMETIDOS
Londres , Inglaterra 1952 Poluição atmosférica SO2
Aumento da mortalidade emportadores de doenças cardíacas e respiratórias
Excesso de 3 mil mortes – Muitos doentes
Toyama, Japão, 1950 Cádmio no arroz Nefropatia e osteopatias(Itai-Itai Disease)
200 gravemente doentes – Muitos com efeitos leves
Turquia, 1955-1961 Hexaclorobenzeno em sementes de trigo Porfiria cutânea adquirida 3 mil
Minamata, Japão, 1956 Metil mercúrio nos peixes Intoxicação por mercúrio 200 doentes e 2 mil suspeitos
EUA, 1960 – 1970 Chumbo em tintas Intoxicação por chumbo Milhares, principalmente crianças
Iraque, 1972 Metil mercúrio em sementes de trigo Intoxicação por mercúrio 500 mortes, 6.500
hospitalizados
Chernobyl, USSR, 1986Iodo 134, Césio 134 e 137 de uma explosão de reator nuclear
Efeitos radioativos agudos e crônicos
300 doentes, 28 mortes em três meses, mais de 600 casos de câncer de tireóide
Goiânia, Brasil, 1987Césio 137 de uma máquina de radioterapiaabandonada
Efeitos radioativos agudos e crônicos
240 pessoas contaminadas e 2mortes
19/08/2010 - Do G1, em São Paulo
Shell e Basf são condenadas a pagar tratamento de ex-
trabalhadores
A Justiça do Trabalho condena as empresas Shell
e Basf a arcarem com o tratamento médico de todos os
ex-trabalhadores da unidade de agrotóxicos em Paulínia,
desde a década de 70 até o ano de 2002. A decisão
também se aplica aos filhos de empregados, autônomos
e terceirizados que nasceram durante ou após a
prestação de serviços
Chicago (EUA) 1953 - ‘Illinois Chapter of
American Academy of Pediatrics”
Objetivos: fornecer informações e orientações
sobre a conduta terapêutica nas intoxicações
exógenas, e desenvolver programas de prevenção
de acidentes toxicológicos
Primeiro Centro de Controle de Intoxicações
19631963: Serviço anexo ao pronto socorro de pediatria do
HC / USP / São Paulo;
19711971: A prefeitura de São Paulo inaugurou o Centro de
Controle de Intoxicações com atendimento pediátrico
19801980: Passou a atender também adultos intoxicados.
BrasilAdriele, faleceu em 2008 vitima do
inseticida Diazitop
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO
TÓXICO-FARMACOLÓGICAS
Centro de Informações Toxicológicas (CIT)
Centro de Controle de Intoxicações (CCI)
Centro de Assistência Toxicológica (CEATOX)
Centro de Informações Anti-Veneno (CIAVE)
Centros de Toxicologia no Brasil
Centros e Laboratórios de Toxicologia, no Brasil, por região
Região N.º Centros N.º Laboratórios
Norte 2
Nordeste 7 1
Sudeste 15 9
Sul 5 3
Centro Oeste 3
Total 32 13Fonte: SINITOX, 1999
assistir as intoxicações exógenas (diagnóstico
e tratamento)
programas de prevenção
informação toxicológica
pesquisas
estudos epidemiológicos
Objetivos dos Centros
Casos notificados no CCI - Unicamp em 2000
AGENTE TÓXICO N.º CASOS % Medicamentos 1170 32,6 Toxinas animais 599 16,7 Praguicidas 582 16,2 Domissanitários 462 12,9 Prod. químicos industriais
302 8,4
Raticidas 169 4,7 Plantas 102 2,8 Drogas de abuso 68 1,9 Metais 56 1,6 Prod. veterinários 5 0,1 Toxinas em alimentos 1 0 Ignorada 23 0,6 Não classificado 55 1,5 TOTAL 3605 100
Fonte: CCI Unicamp
EPIDEMIOLOGIA: ciência que estuda o processo
saúde-doença em coletividades humanas, analisando a
distribuição e os fatores determinantes das enfermidades,
danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva
Propõe medidas específicas de prevenção, controle ou
erradicação de doenças, e fornece indicadores que sirvam
de suporte ou planejamento, administração e avaliação das
ações de saúde (Rouquayrol 1993).
EPIDEMIOLOGIA DAS INTOXICAÇÕESEPIDEMIOLOGIA DAS INTOXICAÇÕES
Dos 4.467 casos de intoxicação atribuídos à
circunstância ocupacional, 1.286 (28,8%) foram causados
por animais peçonhentos, 1.017 (22,8%) por produtos
químicos industriais e 980 (21,9%) por agrotóxicos de uso
agrícola, mostrando que 73,5% das intoxicações
ocupacionais são causadas por estes três agentes tóxicos
EPIDEMIOLOGIA: ciência que estuda o processo saúde-
doença em coletividades humanas, analisando a
distribuição e os fatores determinantes das
enfermidades, danos à saúde e eventos associados à
saúde coletiva, propondo medidas específicas de
prevenção, controle ou erradicação de doenças, e
fornecendo indicadores que sirvam de suporte ou
planejamento, administração e avaliação das ações de
saúde (Rouquayrol 1993).
EPIDEMIOLOGIA DAS INTOXICAÇÕES
Registro de intoxicação humana por zona de ocorrência, 2002
Rural Urbana Ignorada
Casos registrados de intoxicação humana por agente tóxico, 2002
20240
5591
2247
965
4319
6546
676
4653
838
2055
1728
472
5294
3538
6473
2672
4354
1562
989
0 5000 10000 15000 20000 25000
Medicamentos
Agrotóxicos/Uso Agrícola
Agrotóxicos/Uso Doméstico
Produtos Veterinários
Raticidas
Domissanitários
Cosméticos
Produtos Químicos Industriais
Metais
Drogas de Abuso
Plantas
Alimentos
Animais Peç./Serpentes
Animais Peç./Aranhas
Animais Peç./Escorpiões
Outros Animais Peç./Venenosos
Animais não Peçonhentos
Desconhecido
Outro
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
< 1
1 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
60 a 69
70 a 79
80 e +
Ignorado
Medicamentos Agrotóxicos/ Uso Doméstico Domissanitários
Cosméticos Plantas Metais
Drogas de Abuso Raticidas Alimentos
Casos registrados de intoxicação humana por agente tóxico e faixa etária, 2002.
Óbitos em tentativas de suícidio por agente tóxico, 2002
44
107
9
5
42
4
9
1
3
1
0 20 40 60 80 100 120
Medicamentos
Agrot/ Uso Agrícola
Agrot/ Uso Doméstico
Prod.Veterinários
Raticidas
Domissanitários
Prod.Quím.I ndustriais
Drogas de Abuso
Desconhecido
Outro
A toxicologia é uma ciência de inegável A toxicologia é uma ciência de inegável
importância social no mundo importância social no mundo
contemporâneo, estando presente no dia-a-contemporâneo, estando presente no dia-a-
dia de cada indivíduo, e nortendo dia de cada indivíduo, e nortendo
importantes decisões governamentais. Seu importantes decisões governamentais. Seu
conhecimento é indispensável para todos os conhecimento é indispensável para todos os
profissionais.profissionais.
Referências Bibliográficas• Guy, R.H., Hostynek, J.J., Hins, R.S., Lorence, C.R. 1999. Chapter 1. In:
Metals and the skin: Topical Effects and Systemic Absorption. Ed. CRC
• Fuchs, J.Chapter 13: Dermatotoxicology of Environmental and Occupational Chemical Hazards: Agents and Action. In: Environmental stressors in health and disease. University, Frankfurt, Germany.
• Barile, F.A. 2007. Principles of toxicology testing. St. John's University Queens, New York. Ed. CRC
• http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=319, accessed in 11/2010
• Oga, S., Camargo, M.M.A., Batistuzzo, J.A.O. 2008. Fundamentos de toxicologia, 3a edição.
OBRIGADA !OBRIGADA !Vanessa HelenaVanessa Helena
DFT/CPQBA/UNICAMPDFT/CPQBA/[email protected]@hotmail.com
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