COMBINAES DE DOSES DE NITROGNIO E POTSSIO
PARA O CAPIM-MOMBAA
JOS LAVRES JUNIOR
Dissertao apresentada Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de So Paulo, para obteno do ttulo de Mestre em Agronomia, rea de Concentrao: Solos e Nutrio de Plantas.
PIRACICABA
Estado de So Paulo - Brasil
Novembro - 2001
COMBINAES DE DOSES DE NITROGNIO E POTSSIO
PARA O CAPIM-MOMBAA
JOS LAVRES JUNIOR
Engenheiro Agrnomo
Orientador: Prof. Dr. FRANCISCO ANTONIO MONTEIRO
Dissertao apresentada Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de So Paulo, para obteno do ttulo de Mestre em Agronomia, rea de Concentrao: Solos e Nutrio de Plantas.
PIRACICABA
Estado de So Paulo - Brasil
Novembro - 2001
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)DIVISO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAO - ESALQ/USP
Lavres Junior, JosCombinaes de doses de nitrognio e potssio para o capim-mombaa / Jos Lavres Junior. - - Piracicaba,
2001.103 p.
Dissertao (mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2001.Bibliografia.
1. Capim mombaa 2. Fertilizantes nitrogenados 3. Fertilizantes Potssicos 4. Nutrio vegetal I . Ttulo
CDD 633.2
Permitida a cpia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte O autor
A Deus pelas graas concedidas na minha vida.
Aos meus queridos pais Lavres e dria, por todo o apoio e incentivo ilimitado
em todas as etapas e fases de minha vida,
AGRADEO
Aos meus irmos Hayanna, Iago e Hannah e
Maria Teresa pelo apoio e carinho em todos os momentos.
E a toda minha famlia em especial ao meu tio Omar, por sempre
acreditar no meu ideal,
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Meu reconhecimento ao Professor Dr. Francisco Antonio Monteiro, pela sua
extremada orientao, amizade e confiana, desde a minha graduao.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico - CNPq, pelo
apoio financeiro e institucional prestado para a realizao deste trabalho.
Aos Professores Antonio Roque Dechen e Quirino Augusto de Camargo Carmello
pelos conhecimentos transmitidos, ateno e colaborao no trabalho de
pesquisa.
Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" e Coordenao do Programa de
Ps-Graduao em Solos e Nutrio de Plantas pela realizao do curso.
Aos amigos Joo de Deus Gomes dos Santos Junior, Roberto Wagner Cavalcanti
Raposo, Waldssimiler Teixeira de Mattos e Walcylene Lacerda Matos Pereira,
pela ajuda e grande amizade desenvolvida.
A todos os professores do Curso de Solos e Nutrio de Plantas pelos conhecimentos
transmitidos.
s funcionrias do Laboratrio de Solos e Nutrio de Plantas - ESALQ/USP, Lcia
Forti, Lurdes Gonzlez , Nivanda Moura, Ednia Mondoni, Sueli Bovi e Nancy
Amaral pela amizade e auxlio na execuo das anlises.
Aos estagirios da Nutrio Mineral de Plantas, Jussiara Vendemiatti, Tiago Maique,
Cristiane Prezzoto, Dylnei Consolmagno Neto, Jos Dias Corra, Humberto
Ayres Neto e Simeire Manarin pela amizade e apoio na conduo do
experimento.
Aos amigos Daniel Medeiros, Gildemberg Amorim Leal Jnior e aos amigos da
Repblica Lesma Lerda pela unio fraterna.
SUMRIO
Pgina
RESUMO ..........................................................................................
SUMMARY ....................................................................................... x
1 INTRODUO .............................................................................. 1
2 REVISO DE LITERATURA ......................................................... 3
2.1 Panicum maximum Jacq. ............................................................ 3
2.2 Nitrognio e a produo de massa de gramneas forrageiras .... 6
2.3 Potssio e a produo de massa de gramneas forrageiras ....... 10
2.4 Relao nitrognio : potssio ..................................................... 13
2.5 Perfilhamento e taxa de aparecimento de folha ......................... 16
2.6 rea foliar ................................................................................... 20
2.7 Estimativa do teor de clorofila atravs do valor SPAD ............... 22
2.8 Atividade da redutase do nitrato ................................................. 23
2.9 Comprimento total e superfcie total de razes ............................ 25
3 MATERIAL E MTODOS .............................................................. 29
3.1 Local, perodo e espcie forrageira ............................................ 29
3.2 Instalao e conduo do experimento ...................................... 29
3.3 Doses de nitrognio e potssio, solues nutritivas e delineamento experimental .........................................................
30
3.4 Produo de massa seca ........................................................... 32
3.5 Determinao da rea foliar ....................................................... 32
viii
vi
3.6 Determinao da superfcie total e comprimento total do
sistema radicular do capim-Mombaa ........................................
32
3.7 Composio mineral ................................................................... 33
3.8 Atividade da redutase do nitrato ................................................. 33
3.9 Estimativa de teor de clorofila atravs do valor SPAD................. 34
3.10 Anlises estatsticas ................................................................. 34
4 RESULTADOS E DISCUSSO ..................................................... 35
4.1 Produo de massa seca da planta forrageira............................ 35
4.2 Nmero de perfilhos e de folhas ................................................. 40
4.3 rea foliar ................................................................................... 47
4.4 Estimativa do teor de clorofila atravs do valor SPAD ............... 50
4.5 Atividade da redutase do nitrato ................................................. 53
4.6 Superfcie total e comprimento total do sistema
radicular....................................................................................... 57
4.7 Concentrao de nitrognio no tecido vegetal ........................... 60
4.7.1 Folhas emergentes .................................................................. 60
4.7.2 Lminas de folhas recm-expandidas ..................................... 63
4.7.3 Lminas de folhas maduras ..................................................... 66
4.7.4 Colmos mais bainhas .............................................................. 68
4.7.5 Razes ...................................................................................... 71
4.8 Concentrao de potssio no tecido vegetal .............................. 73
4.8.1 Folhas emergentes .................................................................. 73
4.8.2 Lminas de folhas recm-expandidas ..................................... 75
4.8.3 Lminas de folhas maduras ..................................................... 77
4.8.4 Colmos mais bainhas .............................................................. 80
4.8.5 Razes ...................................................................................... 83
4.9 Concentrao de clcio nas lminas de folhas recm-
expandidas ................................................................................. 84
vii
4.10 Concentrao de magnsio nas lminas de folhas recm-
expandidas................................................................................
87
4.11 Concentrao de enxofre nas lminas de folhas recm-
expandidas ............................................................................... 89
5 CONCLUSES .............................................................................. 92
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................. 93
COMBINAES DE DOSES DE NITROGNIO E POTSSIO
PARA O CAPIM-MOMBAA
Autor : Jos Lavres Junior
Orientador : Prof. Dr. Francisco Antonio Monteiro RESUMO
Com o objetivo de avaliar os efeitos de combinaes de doses de
nitrognio e potssio nos atributos bioqumicos, fisiolgicos, produtivos e
nutricionais do Panicum maximum Jacq. cv. Mombaa cultivado em soluo
nutritiva e utilizando slica moda como substrato, conduziu-se um experimento
em casa-de-vegetao no perodo de novembro de 2000 a fevereiro de 2001.
Foi empregado o desenho experimental composto central modificado de um
esquema fatorial 52 incompleto, perfazendo um total de 13 combinaes das
doses de nitrognio e potssio (28N-19,5K; 28N-234K; 28N-429K; 112N-117K;
112N-312K; 210N-19,5K; 210N-234K; 210N-429K; 336N-117K; 336N-312K;
462N-19,5K; 462N-234K e 462N-429K), as quais foram distribudas segundo o
delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repeties. Aos 36
dias aps o transplante das plntulas procedeu-se o primeiro corte das plantas
e o material da parte area foi separado em folhas emergentes, lminas das
ix
duas folhas recm-expandidas, lminas das folhas maduras e colmos mais
bainhas. Aos 29 dias aps o primeiro corte realizou-se a segunda colheita ,
procedendo-se a separao da parte area como no primeiro corte e sendo as
razes separadas da slica e lavadas. Os resultados evidenciaram interao
significativa (P
NITROGEN AND POTASSIUM COMBINATIONS TO MOMBAA GRASS
Author : Jos Lavres Junior
Adviser: Prof. Dr. Francisco Antonio Monteiro SUMMARY
With the objective of evaluating the effects of nitrogen and potassium on
biochemical and physiological parameters on mineral nutrition and yield of
Panicum maximum Jacq. cv. Mombaa. An experiment was carried out in a
greenhouse from November 2000 to February 2001. The forage was grown in
nutrient solution using ground quartz as substrate . The experimental arrange
used was an incomplete 52 factorial of nitrogen and potassium and the 13
combinations between nitrogen and potassium (28N-19.5K; 28N-234K; 28N-
429K; 112N-117K; 112N-312K; 210N-19.5K; 210N-234K; 210N-429K; 336N-
117K; 336N-312K; 462N-19.5K; 462N-234K and 462N-429K) were obtained
according to design points of the modified central composite nonrotatable design
that was set in a randomized block design, with four replications. Plants were
first harvested 36 days after transplanting and the plant tops was separated in
emergent leaves (EL), lamina of recently expanded leaves (RL), lamina of
mature leaves (ML) and stems plus sheaths (SS). Twenty nine days after the
first harvest the plants were harvested again and the plant tops were separated
xi
as in the first harvest and roots were also collected and washed. Results
showed nitrogen X potassium interaction was significant (P
1 INTRODUO
O suprimento de nutrientes constitui-se em um importante fator na
produo de forragem, visto que as pastagens so a principal fonte de alimento
nos sistemas de produo animal nas condies brasileiras. Assim, a fertilidade
do solo exerce grande influncia na produo dessas gramneas e
consequentemente na explorao animal onde as diversas modalidades de uso
do solo obrigam a atividade pecuria ser mais eficiente e competitiva.
Vrias espcies forrageiras so utilizadas na formao de pastagem no
Brasil e dentre elas o Panicum maximum Jacq. vem sendo utilizado h dcadas
na engorda de bovinos, em virtude do seu alto potencial de produo de massa
seca, que tem atingido em condies tropicais um nvel de produo de massa
seca em torno de 25 Mg ha-1 ano-1, alm da sua boa qualidade como alimento
animal.
O lanamento de novos cultivares dessa espcie, como o Tanznia-1 e o
Mombaa, respectivamente em 1991 e 1993, pela Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuria - CNPGC, fez com que fosse incrementada a utilizao
desses novos gentipos no Pas. O capim-Mombaa tem sido cada vez mais
utilizado em reas com a modalidade do pastejo rotacionado. Porm,
atualmente existe uma carncia de informaes relativas s exigncias
nutricionais dessas plantas forrageiras recm-lanadas no comrcio, o que
torna necessria a realizao de estudos com a finalidade de obter dados
referentes ao comportamento fisiolgico e produtivo desse capim.
O manejo da fertilidade do solo, a prtica da adubao e o conhecimento
das exigncias nutricionais dessas plantas forrageiras so fatores de grande
2
importncia para a prtica do manejo de pastagens, que se reflete na maior
produo de forragem e disponibilidade de alimento para os animais.
Dentre os fatores nutricionais envolvidos, o nitrognio e o potssio
desempenham importante papel na produo de forragem e na qualidade da
forragem. O nitrognio por ser componente essencial de aminocidos e
protenas, cidos nuclicos, hormnios e clorofila, dentre outros compostos
orgnicos essenciais vida das plantas e o potssio por estar envolvido em
diversas reaes bioqumicas necessrias ao metabolismo vegetal, alm de
serem os nutrientes mais extrados pelas plantas.
Desta forma, partindo-se da hiptese de que o nitrognio e o potssio
interagem no incremento da produo e na melhoria da nutrio do capim
objetivou-se avaliar os efeitos de combinaes de doses de nitrognio e de
potssio em soluo nutritiva nos atributos bioqumicos, fisiolgicos, nutricionais
e produtivos do capim-Mombaa.
2 REVISO DE LITERATURA
2.1 Panicum maximum Jacq.
A introduo de capins originrios das regies tropicais do Continente
Africano em regies de pecuria no Brasil sempre se revestiu de grande
importncia e cada vez mais assume destaque pelo fato deles apresentarem
boa adaptao s condies edficas dos solos brasileiros e climticas
semelhantes ao seu centro de origem, como tambm por serem a base
principal do fornecimento de alimento para o rebanho.
Dentro da espcie Panicum maximum Jacq. ocorrem muitos cultivares,
sendo o capim-Colonio o mais difundido e utilizado nos sistemas de
explorao de pastagens e produo pecuria no Brasil. As informaes sobre
a rea ocupada e cultivada pelos capins do gnero Panicum no pas no so
precisas, porm j so utilizados h dcadas principalmente em reas de
desmatamento destinadas implantao de pastagens. Quanto ao cultivar
Mombaa as informaes atuais so poucas, porm sabe-se que a utilizao
desse capim vem crescendo principalmente em reas de explorao
intensificada de pastagens, como na modalidade de pastejo rotacionado.
De acordo com Aronovich (1995) a espcie Panicum maximum chegou a
ocupar rea superior a seis milhes de hectares no Brasil e, provavelmente pela
crescente degradao dessas pastagens, principalmente pela falta do manejo
aliada baixa reposio de nutrientes ao solo, essa rea pode ter sofrido
reduo. Essa diminuio de rea tem sido verificada aps alguns ciclos de
pastejo, evidenciando o decrscimo na produo de massa seca e persistncia
4
das plantas no sistema, com decrscimo na produo de carne e leite. Portanto,
a questo fundamental para uma nova expanso de rea do Panicum maximum
est fundamentada no conhecimento da exigncia da planta forrageira quanto
aos atributos fsicos e qumicos do solo, os quais tm restringido a sua
persistncia em reas de explorao mais tecnificadas.
Neste sentido, pesquisas tm sido desenvolvidas com a finalidade de
selecionar materiais mais adaptados s condies de solos de baixa fertilidade
e cidos, de grande ocorrncia no Brasil Central, onde a atividade pecuria
bastante explorada. De acordo com Jank (1995) a busca por materiais
genticos superiores para gramneas forrageiras tropicais foi incrementada nos
anos 80 e resultou no lanamento de vrios cultivares no Brasil. Jank (1995)
tambm destacou que, atualmente no pas, existem programas de
melhoramento gentico com diversas espcies forrageiras como Brachiaria
spp., Pennisetum purpureum, Paspalum sp. e Panicum maximum , entre outros.
Esses programas foram responsveis pelo lanamento de cultivares como os
capins Centenrio e Centauro, respectivamente em 1986 e 1988 pelo Instituto
Agronmico de Campinas; o cultivar Aruana lanado em 1989 pelo Instituto de
Zootecnia; o cultivar Vencedor em 1990 pelo Centro de Pesquisa Agropecuria
dos Cerrados - Embrapa e mais recentemente os cultivares Tanznia-1 e
Mombaa, respectivamente em 1990 e 1993 pelo Centro Nacional de Pesquisa
de Gado de Corte - Embrapa, juntamente com outras instituies, sendo estes
ltimos resultado da seleo direta do germoplasma, procedente da ORSTOM -
Frana e coletado no Qunia e Tanznia.
A espcie Panicum maximum amplamente explorada no mundo como
planta forrageira, e de acordo com Hacker & Jank (1998) os cultivares
Natsukaze e Natsuyutaka so utilizados no Japo principalmente para a
produo de feno; os cultivares Gaton, Petrie e Hamil so bastante utilizados na
Austrlia e o cultivar Likoni introduzido em Cuba e Porto Rico em sistemas de
produo de leite. No Brasil os principais cultivares so o Colonio, Sempre
Verde, Tobiat, Aruana, Colonio IZ-1, Centenrio, Centauro, Vencedor,
5
Tanznia-1 e Mombaa, sendo o capim-Colonio o mais difundido e um dos
principais capins que ocupam grande rea no pas.
Conforme informaes da Embrapa - CNPGC (1993) e Jank (1995) o
capim-Mombaa uma planta de crescimento cespitoso chegando a atingir
cerca de 1,70 m de altura e tem folhas com porte ereto com largura de at trs
centmetros. Possui poucas manchas roxas nas espiguetas e pouca pilosidade
nos colmos.
Jank et al. (1994) e Jank (1995), comparando as diferenas agronmicas
entre os cultivares Tanznia-1 e Mombaa e as testemunhas Colonio e
Tobiat, em avaliao no CNPGC, observaram que os cultivares Tanznia-1 e
Mombaa foram respectivamente 86 e 136% mais produtivos que o cultivar
Colonio, apresentaram, respectivamente, 29 e 32% maior percentagem de
folhas, sendo que a distribuio durante o ano da produo, dos capins
Mombaa e Tanznia-1, tambm foi melhor em relao ao Colonio e o
Tobiat. A produo de massa seca de folhas do capim-Mombaa foi de 33
Mg ha-1 ano-1, para o capim-Tanznia-1 26 Mg ha-1 ano-1, enquanto que no
capim-Colonio essa produo foi de 14 Mg ha-1 ano-1. Com relao produo
entre dois anos consecutivos, quando no foram adicionados os nutrientes ao
solo durante a fase de crescimento das plantas, o cultivar Tanznia-1 e o
Mombaa reduziram a sua produo em 48 e 45% respectivamente, enquanto
que o Colonio reduziu em 65%.
Machado et al. (1997), em experimento de avaliao de oito gentipos de
Panicum maximum (Aruana, Centenrio, Colonio, K249, KK8, Mombaa,
Tanznia-1 e Tobiat) quanto produo de massa seca verde total, de folhas
e a relao folha:colmo, submetidos a duas alturas de corte em dois perodos
experimentais (perodo chuvoso e seco), constataram que o capim-Mombaa foi
um dos mais produtivos em ambas alturas de corte durante o ano.
Com o objetivo de avaliar a produo de massa seca de trs gramneas
forrageiras (Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha e Panicum maximum
cv. Mombaa) influenciados pela aplicao de nitrognio e fsforo, Pacheco et
6
al. (1996) verificaram maior produo de massa seca pela Brachiaria
decumbens seguida pelo capim-Mombaa e pela Brachiaria brizantha.
Concluram que as braquirias tiveram o mesmo comportamento, enquanto que
o capim-Mombaa foi menos exigente em fsforo.
Corra & Freitas (1997) constataram que entre os quatro cultivares de
Panicum maximum (Tanznia-1, Mombaa, Vencedor e T21) submetidos a
doses de fsforo aplicadas no plantio, o cultivar Mombaa foi o mais produtivo,
seguido pelo T21 e do Tanznia-1, enquanto o cultivar Vencedor foi o menos
produtivo.
2.2 Nitrognio e a produo de massa de gramneas forrageiras
O nitrognio, apesar de abundante na atmosfera na forma de N2
compondo 78% do ar atmosfrico, est presente em baixas concentraes na
maioria dos solos. Este elemento mineral no componente da rocha matriz, a
qual a grande fonte da maioria dos nutrientes minerais aos solos.
O nitrognio considerado um dos principais nutrientes que causam
maior impacto no desenvolvimento e produo de plantas forrageiras e
consequentemente aumento nos ndices zootcnicos como produo de carne
e leite, sendo portanto, uma das ferramentas essenciais ao manejo da
pastagem em sistemas de produo de bovinos.
Segundo Monteiro (1995) e Jarvis (1998) em condies edficas e
climticas normais e mediante a no ocorrncia de outra limitao, ou seja, o
equilbrio entre nutrientes no substrato, o suprimento de gua e as variveis
climticas sendo controladas e no se tornando limitantes, as plantas
forrageiras respondem acentuadamente ao suprimento de nitrognio.
O nitrognio o elemento essencial exigido pelas plantas em maior
quantidade (Taiz & Zeiger, 1998), geralmente representa de 20 a 40 g kg-1 da
massa seca dos tecidos vegetais (Mengel & Kirkby, 1987), sendo componente
integral de muitos compostos essenciais aos processos de crescimento vegetal
7
como aminocidos e protenas, participa com quatro tomos na molcula de
clorofila, componente dos cidos nuclicos que so indispensveis no s
como material de construo de tecidos vegetais, mas tambm nos ncleos
celulares e protoplasma em que se acham calcados os controles hereditrios.
essencial para utilizao de carboidratos no interior da planta, alm de estimular
o crescimento e o desenvolvimento de folhas, caules e razes, promovendo uma
maior absoro de outros nutrientes. (Brady, 1989; Hopkins, 1995; Marschner,
1995; Nabinger, 1997; Taiz & Zeiger, 1998).
Werner (1986) destacou a importncia do nitrognio para plantas
forrageiras por ser um elemento mineral essencial para a manuteno da
produtividade das plantas e por ser o principal constituinte de protenas que
participam ativamente na sntese de compostos orgnicos necessrios ao
metabolismo vegetal e so constituintes da estrutura das plantas, sendo
portanto, responsvel por caractersticas ligadas ao porte da planta tais como o
tamanho das folhas, tamanho do colmo e aparecimento e desenvolvimento de
perfilhos.
Segundo Corsi (1984) o nitrognio promove diversas alteraes
fisiolgicas em gramneas forrageiras, como no nmero, tamanho, peso e taxa
de aparecimento de perfilhos e folhas, e alongamento do colmo, que so fatores
intrnsecos na produo de massa seca e valor nutritivo da planta forrageira,
resultando na elevao de ndices zootcnicos.
De acordo com Colozza (1998) diversos estudos tm demonstrado
aumentos significativos na produo de massa seca e valor nutricional de
Panicum maximum com o suprimento de nitrognio e, apesar de na maioria
desses experimentos ter havido respostas lineares ao nitrognio nessas
variveis, a magnitude dessas respostas tm sido variadas, concluindo deste
modo, a necessidade de estudar as doses de nitrognio aplicadas como
tambm a freqncia do seu suprimento para melhor entender o
comportamento produtivo dessas plantas.
8
Mattos & Werner (1979), em experimento de campo com durao de trs
anos, estudaram a aplicao de nitrognio nas doses de 75, 150, 225 kg ha-1 e
testemunha no capim-Colonio e verificaram que a produo de massa seca e
a concentrao de protena bruta aumentaram linearmente com a elevao das
doses de nitrognio.
Singh & Rai (1984), com o objetivo de avaliar as respostas dos cultivares
Guinea e Eyles de Panicum maximum e Panicum coloratum ao suprimento de
nitrognio (0; 40; 80; 120 kg ha-1) cultivados em rea com teor mdio de
potssio no solo, observaram que as trs gramneas responderam
significativamente s adies de nitrognio nas doses de 80 e 120 kg ha-1, para
a produo de massa seca e contedo de protena bruta, respectivamente.
Carvalho et al. (1991), cultivando Brachiaria decumbens em um
Latossolo Vermelho - Amarelo lico, observaram que a concentrao de
nitrognio na parte area do capim aumentou linearmente com a aplicao
desse nutriente at a dose de 400 kg ha-1.
Com relao ao gnero Panicum, Santos et al. (1995) constataram que
com o fornecimento de nitrognio para o capim-Vencedor, a mxima produo
de massa seca foi alcanada com a dose de nitrognio de 362 mg L-1 de
soluo nutritiva. Observaram ainda que a concentrao de nitrognio
aumentou linearmente nas partes da planta com o incremento das doses de
nitrognio e que as mais altas concentraes ocorreram nas lminas de folhas
recm-expandidas. Houve aumento significativo no nmero de perfilhos com o
suprimento de nitrognio na soluo.
Corra et al. (1996) avaliaram a produo de massa seca, a
concentrao de nitrognio e o perfilhamento do capim-Vencedor submetido ao
suprimento de nitrognio e verificaram que o nmero de perfilhos e a produo
de massa seca da parte area foram influenciados significativamente pelo
fornecimento das doses do nutriente. Constataram tambm que a concentrao
de nitrognio nas lminas de folhas recm-expandidas aumentou linearmente
com o incremento de nitrognio na soluo nutritiva.
9
Colozza (1998), trabalhando com dois capins de gnero Panicum
(cultivares Aruana e Mombaa) cultivados em Latossolo Vermelho-Amarelo
distrfico em condio de casa-de-vegetao e mediante o fornecimento de
nitrognio, obteve pontos de mxima produo de massa seca da parte area
para o capim-Aruana com o emprego de nitrognio de 171 e 332 mg kg-1 de
solo, respectivamente para o primeiro e segundo perodo de crescimentos da
gramnea, enquanto que para o capim-Mombaa os pontos de mxima
produo de massa seca da parte area ocorreram com o fornecimento de
nitrognio de 147 e 294 mg kg-1 de solo. A produo mxima de massa seca de
razes do capim-Aruana foi obtida com o emprego de nitrognio em 262 mg kg-1
de solo e para o capim-Mombaa com a dose de nitrognio de 224 mg kg-1 de
solo. Observou tambm que a concentrao de nitrognio nas folhas dos capins
e o perfilhamento aumentaram medida que o nitrognio foi incrementado e
que a lmina de folhas recm-expandidas foi a parte da planta mais adequada
para avaliar o estado nutricional em relao ao nitrognio.
Santos (1997), em experimento com Brachiaria decumbens, estudou oito
doses de nitrognio (0; 14; 42; 126; 210; 294; 378; 462 mg L-1 de soluo) e
verificou aumentos significativos na produo de massa seca da parte area e
razes e no nmero de perfilhos. Verificou tambm que as lminas de folhas
recm-expandidas mostraram-se as mais indicadas para a avaliao da
nutrio da gramnea forrageira quanto ao nitrognio.
Manarin (2000), testando a influncia do nitrognio no capim-Mombaa,
obteve pontos de mxima produo de massa seca da parte area com o
suprimento de nitrognio de 447 e 433 mg L-1 de soluo nutritiva,
respectivamente para o primeiro e segundo crescimentos da planta. Constatou
que o valor mximo de produo de massa seca das razes seria obtido com a
dose de nitrognio de 484 mg L-1, sendo esta superior ao limite estudado no
experimento.
De acordo com Monteiro (1995) a utilizao de nitrognio para a
aplicao em pastagens de Panicum maximum, tem variado de 50 a 300
10
kg ha-1 ano-1, sendo que a dose mais baixa tem sido considerada como mnima
para evitar a degradao do pasto e as doses mais elevadas recomendadas
para incrementos na produo da pastagem, necessitando portanto do
parcelamento dessas doses para reduzir ou evitar a perda do adubo
nitrogenado principalmente pela lixiviao.
2.3 Potssio e a produo de massa de gramneas forrageiras
O teor mdio de potssio na crosta terrestre est em torno de 23 g kg-1,
sendo a maior parte deste elemento constituinte de argilominerais. Em solos
orgnicos freqentemente os teores de argila e potssio so baixos e portanto a
principal fonte deste elemento para o crescimento dos vegetais, em condies
normais, a intemperizao de minerais como feldspato e mica (Mengel &
Kirkby, 1987).
O potssio um elemento essencial para todos os organismos vivos,
sendo o ction mais importante nos processos fisiolgicos das plantas no
somente pela sua concentrao nos tecidos vegetais, mas tambm pelas suas
funes bioqumicas (Mengel & Kirkby, 1987).
Prximo ao nitrognio, o potssio o nutriente mineral retirado em
grande quantidade pelas plantas (Marschner, 1995), ocupando o segundo lugar
(Epstein, 1975; Taiz & Zeiger, 1998). A exigncia de potssio para o timo
crescimento das plantas, varia entre 20 a 50 g kg-1 de massa seca do vegetal
(Marschner, 1995). Est presente nas plantas na forma de K+ e altamente
mvel. Desempenha vrias funes na vida do vegetal, como no processo de
regulao do potencial osmtico das clulas, ativador de muitas enzimas
envolvidas na respirao e fotossntese, participa na translocao de
carboidratos, aumenta a resistncia salinidade, geada, seca, doenas e ao
acamamento e confere qualidade aos produtos (Epstein, 1975; Malavolta, 1980;
Marschner, 1995; Taiz & Zeiger, 1998).
11
Segundo Werner (1986) as plantas forrageiras deficientes em potssio
apresentam colmos finos, raquticos e pouco resistentes ao acamamento, as
folhas so pouco desenvolvidas e em fases mais avanadas de deficincia
ocorre a clorose e posterior necrose nas pontas e nas margens, afetando assim
a produtividade da planta forrageira. Raij (1991) tambm enfatizou que as
plantas em condies de carncia deste nutriente apresentam turgidez
reduzida, e sob deficincia de gua tornam-se flcidas, sendo pouco resistentes
seca e mais susceptveis ao ataque de fungos.
Nas reas dedicadas a pastagens no generalizada a ocorrncia de
baixos teores de potssio trocvel (Monteiro, 1995), porm a sua exportao
em reas com plantas forrageiras submetidas a cortes com remoo da
forragem (reas de capineira, produo de mudas e fenao) deve merecer
uma ateno especial (Monteiro, 1998). Portanto, o regime de fertilizao
potssica dever ser manejado de acordo com a capacidade do solo em suprir
este elemento para as plantas, pelo total de potssio removido nos ciclos de
pastejo. Tambm deve-se atentar para a reciclagem deste nutriente atravs das
fezes e urina dos animais, que mesmo no tendo uniforme distribuio na rea
de pastagem, contribui com a entrada deste elemento nas reas de pastagens
como discutido por Monteiro & Werner (1994 e 1997).
Vicente-Chandler et al. (1962) cultivaram Panicum maximum cv. Guinea
em um solo Podzlico Vermelho-Amarelo, nas condies de trpico mido em
Porto Rico, e forneceram uma elevada dose de nitrognio (660 kg ha-1) e cinco
doses de potssio de 0; 220; 440; 880 e 1760 kg ha-1 na forma de cloreto de
potssio, sendo o adubo potssico aplicado aps cada corte da planta.
Verificaram efeito positivo na produo de massa seca pelo fornecimento de
potssio at a dose de 440 kg ha-1 ano-1. Constataram tambm que, no local
onde no foi realizada essa fertilizao, as plantas mostraram sinais de
deficincia de potssio, caracterizadas pelos pontos marrons e necrose na
ponta das folhas mais velhas.
12
Frana & Haag (1985), cultivando o Panicum maximum cv. Tobiat em
solues nutritivas completa e com a omisso de nutrientes, observaram que na
omisso de potssio houve reduo acentuada na produo de massa seca e
no nmero de perfilhos em relao soluo completa.
Mattos (1997) conduziu dois experimentos em casa-de-vegetao com
Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha em soluo nutritiva, com a
finalidade de estudar a diagnose nutricional de potssio nessas duas espcies
forrageiras. Constatou que o suprimento de potssio na soluo promoveu
aumentos na produo de massa seca da parte area e das razes, no nmero
de perfilhos e na concentrao de potssio nos componentes da parte area e
das razes em ambas espcies.
Silva et al. (1995), em experimento com o capim-Tanznia-1 submetido a
doses de potssio (0; 9,75; 39; 78; 156; 234 e 312 mg L-1) em soluo nutritiva,
verificaram efeitos significativos no perfilhamento e na produo de massa seca
da parte area pelo suprimento de potssio. Concluram que as mximas
produes ocorreriam em doses superiores s utilizadas no experimento.
Benetti & Monteiro (1999) estudaram o efeito do suprimento de doses de
potssio (0; 9,75; 39; 78; 156; 234; 312 e 468 mg L-1) em soluo nutritiva na
produo de massa seca da parte area e das razes, no perfilhamento e na
composio qumica do capim-Vencedor. Observaram que ocorreram efeitos
significativos das doses de potssio na produo de massa seca da parte area
e das razes, no nmero de perfilhos, na concentrao de potssio e magnsio
nos componentes da parte area e nas razes, como tambm no acmulo do
potssio nas plantas. Constataram que houve efeito antagnico entre as doses
de potssio e a concentrao de magnsio nos tecidos, e que a maior
concentrao de potssio foi encontrada nas bainhas das folhas, nos dois
crescimentos do capim.
Pereira (2001) avaliou o efeito do fornecimento de potssio para o capim-
Mombaa, utilizando doses de potssio na soluo similares s de Benetti &
Monteiro (1999) e verificou que o perfilhamento, a produo de massa seca da
13
parte area e das razes e a concentrao de potssio nos componentes da
parte area (folhas em expanso, lminas de folhas recm-expandidas, laminas
de folhas maduras, colmos mais bainhas) e razes aumentaram
significativamente com a adio de potssio. No primeiro corte, os resultados
da produo de massa seca ajustaram-se a uma equao de segundo grau e o
ponto de mxima produo ocorreria acima do limite estudado. Para o segundo
corte, a produo da parte area tambm se ajustou a um modelo quadrtico
em funo das doses de potssio e o ponto de mxima produo foi obtido com
o potssio na soluo em 460 mg L-1.
Com relao ao suprimento de potssio para as plantas deve-se salientar
porm, que para situaes onde a aplicao de potssio no solo elevada e
contnua, poder muitas vezes ocorrer o "consumo de luxo", interferindo assim
na absoro e disponibilidade fisiolgica do clcio e magnsio para esses
vegetais.
Segundo Monteiro (1995) a recomendao de adubao com potssio
para pastagens com plantas forrageiras do gnero Panicum tem sido feita com
base na anlise de terra. Na formao do pasto, na situao de teor muito baixo
ou baixo de potssio trocvel (abaixo de 1,5 mmolc dm-3) aconselhvel a
aplicao de K2O base de 60 kg ha-1 e para pastagens formadas tal dosagem
tem sido de 60 ou 30 kg ha-1, para os casos de teores muito baixo/baixo ou
mdio, respectivamente.
2.4 Relao nitrognio : potssio
A adubao nitrogenada tem, por muitas vezes, apresentado respostas
produtivas abaixo das esperadas em virtude de inadequados nveis de potssio,
o que sugere uma relao entre a absoro e o aproveitamento destes dois
macronutrientes (Monteiro et al., 1980). Diante deste fato, Monteiro et al. (1980)
conduziram um experimento com capim-Colonio j estabelecido, o qual tinha
recebido doses de nitrognio nos trs anos anteriores e potssio no ano
14
anterior. Realizaram novo suprimento de nitrognio em ausncia de adubao
potssica ou com a adio de cloreto de potssio na dose de 167 kg ha-1.
Constataram que a adio do adubo potssico proporcionou aumentos
significativos na produo de massa seca do capim e que a adubao potssica
na ausncia da fertilizao com nitrognio resultou em produo de massa seca
relativamente maior do que a adio de nitrognio de 75 ou 150 kg ha-1 na
ausncia do suprimento de potssio.
Carvalho et al. (1991), estudando o efeito da aplicao de nitrognio (0;
100; 200 e 400 kg ha-1 ano-1) e potssio (0; 75 e 150 kg ha-1 ano-1) em capim-
braquiria cultivada em um Latossolo Vermelho-Amarelo lico, verificaram que
com o baixo fornecimento de potssio a resposta adubao nitrogenada foi
limitada. Porm, constataram efeito positivo da fertilizao com nitrognio na
produo de massa seca e que esse efeito dependeu da aplicao de potssio,
concluindo que, com o baixo suprimento de potssio, no havia resposta da
planta adubao nitrogenada, mas com o aumento da fertilizao potssica
ocorria marcante resposta adubao com nitrognio.
Martim (1997), estudando os efeitos das doses de nitrognio de 20; 100
e 180 kg ha-1 e doses de potssio de 15; 75 e 135 kg ha-1 para os capins
Coastcross-1 e Tifton 85, verificou que ocorreram efeitos significativos da
interao entre nitrognio e potssio, quanto a produo de massa seca.
Concluiu que os maiores incrementos dessa produo, em funo da aplicao
de nitrognio, ocorreram nas doses mais elevadas de potssio, enquanto as
mais elevadas concentraes de nitrognio foram obtidas nas mais baixas
doses de potssio. A concentrao de potssio aumentou enquanto as
concentrao de nitrognio diminuiu com as doses de potssio.
Andrade (1997) avaliou os efeitos das adubaes nitrogenada e
potssica na espcie Pennisetum purpureum cv. Napier, nas doses de
nitrognio de 20; 50; 100; 200; 300; 350 e 380 kg ha-1 e potssio nas doses de
16; 40; 80; 160; 240; 280 e 304 kg ha-1, em experimento constitudo de um
esquema fatorial incompleto perfazendo 14 combinaes. Verificou que apenas
15
no segundo crescimento das plantas a produo de massa seca foi influenciada
significativamente pelas doses de nitrognio e de potssio. Observou tambm
incremento de produo de 76%, quando os nutrientes foram fornecidos na
combinao das mais baixas doses (20 e 16 kg ha-1) para a das mais altas (300
e 304 kg ha-1).
Ferragine (1998), trabalhando com o capim-braquiria, estudou cinco
doses de nitrognio (42; 140; 238; 336 e 434 mg L-1) em combinao com trs
doses de potssio (78; 234 e 390 mg L-1) em soluo nutritiva e verificou
interao significativa entre o nitrognio e potssio na produo de massa seca
da parte area no primeiro crescimento. No estudo das doses de nitrognio
dentro de cada dose de potssio constatou que a produo de massa seca do
capim foi influenciada significativamente pelas doses de nitrognio em cada
dose de potssio e em qualquer dos casos analisados a resposta ao nitrognio
se ajustou a modelo linear. A maior produo de massa seca da parte area, no
primeiro corte, foi alcanada mediante o suprimento de nitrognio na soluo
em 434 mg L-1 e em presena da dose de potssio de 234 mg L-1, numa relao
de concentrao de nitrognio e potssio na soluo nutritiva de 1,85 : 1.
Coutinho et al. (2001) estudaram os efeitos das doses de nitrognio de
30; 60; 120; 180 e 240 kg ha-1 e doses de potssio de 30; 60; 120 e 180 kg ha-1
no capim Coastcross, e constataram que as adubaes nitrogenada e potssica
aumentaram significativamente a produo de massa seca do capim em todos
os cortes efetuados no experimento e as concentraes desses nutrientes na
parte area do capim. Verificaram tambm sintomas tpicos de deficincia
desses nutrientes nas plantas correspondentes aos tratamentos que receberam
as mais baixas doses de nitrognio e potssio.
Com o objetivo de avaliar os efeitos da combinao de doses de
nitrognio (100; 200 e 400 kg ha-1 ano-1) e de potssio (50; 100 e 200
kg ha-1 ano-1) na produo de massa seca e composio qumica da forragem
produzida, Fonseca et al. (2001) conduziram um experimento com capim-
Napier submetido a nove tratamentos resultantes da combinao das trs
16
doses de nitrognio e trs doses de potssio. Constataram que a produo de
massa seca das lminas foliares da gramnea forrageira aumentou
expressivamente com as doses de nitrognio e potssio com incrementos de
aproximadamente 300% relativos s menores doses aplicadas, e que a
composio qumica das plantas foi influenciada pela combinao das doses
dos nutrientes.
Vrios autores tm destacado que a necessidade da fertilizao
potssica para plantas forrageiras muitas vezes calculada em relao ao
regime da adubao nitrogenada. Isto tem sido apontado em diversos estudos,
os quais chegam a estabelecer uma relao entre 1,5 a 3,0 kg de K2O para
cada 4,0 kg de N aplicado, ou ainda, numa proporo de nitrognio de 160
kg ha-1 ano-1 para potssio de 110 kg ha-1 ano-1. Contudo, vale uma ressalva
quanto a generalizao dessas relaes preestabelecidas, pois primeiramente
deve-se conhecer melhor as exigncias nutricionais para cada espcie, ou
ainda, para cada cultivar, aliada ao manejo das plantas, alm das condies
edficas e climticas locais como tambm pelo fato de estes dois nutrientes
possurem dinmicas distintas no solo.
2.5 Perfilhamento e taxa de aparecimento de folha
A produtividade e a perenidade das pastagens decorrem de sua
capacidade de reconstituio de nova rea foliar aps desfolha intensa, sob
pastejo rotacionado, ou da manuteno de sua rea foliar sob pastejo contnuo.
Tal capacidade, alm de depender de fatores ambientais como luz,
temperatura, fertilidade e umidade do solo, decorre de caractersticas
genotpicas da vegetao, onde o desenvolvimento, crescimento e senescncia
de folhas e perfilhos constituem processos fisiolgicos que caracterizam a
dinmica do desenvolvimento de uma pastagem (Gomide, 1997).
17
De acordo com Silsbury (1970) o desenvolvimento vegetativo de uma
gramnea caracterizado pelo aparecimento e desenvolvimento de folhas e
perfilhos, alongamento do colmo e desenvolvimento do sistema radicular.
Nabinger (1997) relatou que gentipos com alta taxa de surgimento de
folhas apresentam alto potencial de perfilhamento e determinam uma pastagem
com uma densidade de perfilhos mais elevada do que aquelas com baixa taxa
de surgimento de folhas.
O aparecimento e o desenvolvimento de perfilhos esto associados
atividade meristemtica. Nas gramneas tropicais, levando-se em considerao
s diferenas entre gentipos, o perfilhamento relaciona-se positivamente com
altas temperaturas, alta intensidade luminosa e elevadas disponibilidades de
gua e de nutrientes minerais (Langer, 1963). Tambm, Favoretto (1993)
apontou para o efeito da remoo do material vegetal, ressaltando que
dependendo da severidade do corte, estdio de crescimento e gentipo da
planta, a remoo do pice ou de todo o caule pode promover ou causar
inibio no perfilhamento.
Segundo Nabinger (1997) o potencial de perfilhamento determinado
pela velocidade de emisso de folhas, pois na formao de cada folha h
correspondncia com a gerao de uma ou mais gemas axilares.
A densidade de perfilhos tem sua importncia associada a outras
caractersticas estruturais da pastagem, como o nmero de folhas por perfilho e
o tamanho da folha, os quais so componentes determinantes do ndice de rea
foliar (IAF). Este ndice o principal fator que influencia a interceptao da luz e
consequentemente a dinmica de rebrota do pasto (Chapman & Lamaire,
1993).
Dentre vrios fatores, como temperatura, luz, umidade do solo e
caractersticas genotpicas da espcie vegetal, a disponibilidade de nutrientes
exerce grande influncia na taxa de aparecimento de folhas, no perfilhamento e
consequentemente na rea foliar do dossel.
18
Werner (1986) realou o efeito do nitrognio no crescimento de
gramneas, por exercer influncia no tamanho das folhas, no colmo e no
desenvolvimento dos perfilhos. Nabinger (1997) tambm destacou a
importncia do nitrognio na taxa de aparecimento de perfilhos, mas salientou
que elevadas doses desse nutriente podem determinar uma menor densidade
de perfilhos no pasto devido ao mais rpido desenvolvimento do ndice de rea
foliar e ao aumento na mortalidade dos mesmos.
Vrios estudos tm mostrado a influncia do estado nutricional da planta
forrageira no seu perfilhamento. Santos et al. (1995), cultivando o capim-
Vencedor submetido a doses de nitrognio, constataram que o perfilhamento
das plantas diferiu acentuadamente entre as condies de baixo e alto
fornecimento de nitrognio na soluo nutritiva.
Corra (1996) estudou doses de nitrognio e de magnsio no
perfilhamento dos capins Colonio, Tanznia-1 e Vencedor, e constatou efeitos
significativos das doses de nitrognio no perfilhamento dos trs capins.
Colozza (1998) observou que o nmero de perfilhos variou
significativamente com as doses de nitrognio, nos dois cortes efetuados nos
capins Aruana e Mombaa. Para o capim-Aruana obteve o maior nmero de
perfilhos com as doses de nitrognio de 150 e 233 mg kg-1 de solo, no primeiro
e segundo crescimento das plantas, respectivamente, enquanto que, no capim-
Mombaa esse aumento no perfilhamento correspondeu s doses de nitrognio
de 149 e 268 mg kg-1 de solo, no primeiro e segundo crescimento,
respectivamente.
Manarin (2000), trabalhando com o capim-Mombaa submetido a doses
de nitrognio na soluo nutritiva, concluiu que o nmero de perfilhos nos dois
perodos de crescimento foi significativamente influenciado pelo suprimento do
nitrognio.
Pereira (2001) avaliou o efeito do fornecimento de potssio na soluo
nutritiva para o perfilhamento do capim-Mombaa e constatou que as doses de
potssio tiveram efeito significativo no nmero de perfilhos nos dois perodos de
19
crescimentos do capim. Verificou tambm que o maior nmero de perfilhos foi
obtido com dose de potssio igual ou superior a 234 mg L-1 no final do primeiro
crescimento e igual a 468 mg L-1 no final do segundo crescimento.
Quanto taxa de aparecimento de folhas, muitos trabalhos empregaram
o ndice plastocrnico, ou simplesmente, plastocrono que representa o perodo
em dias, entre o aparecimento de primrdios foliares sucessivos. Porm,
atualmente tem-se utilizado outra varivel, o filocromo, que definido como o
perodo entre o aparecimento de duas folhas sucessivas.
Segundo Gomide (1997), quatro tipos de folhas podem ser observados
durante o desenvolvimento dos perfilhos, classificados em folhas senescentes,
folhas completamente expandidas, folhas emergentes e folhas em expanso
envolvidas pelo pseudo-colmo. Destacou tambm que o intervalo de tempo
para o aparecimento de duas folhas sucessivas, expresso em graus-dias ou
dias-graus, geneticamente determinado e condicionado pelos fatores do meio,
e o inverso do intervalo de tempo para o crescimento de duas folhas sucessivas
estima a taxa de aparecimento de folhas, expresso em folhas-dia, que
influenciado por fatores abiticos e biticos.
Skinner & Nelson (1992 e 1994) descreveram que a taxa de
aparecimento de folhas obtida atravs do inverso do filocromo e que
representa o nmero de folhas por perfilho-dia.
Ferragine et al. (2001) estudaram o capim-braquiria submetido a doses
de nitrognio e potssio na soluo e avaliaram o nmero de folhas verdes nos
dois crescimentos das plantas. Concluram que a mdia de folhas verdes por
perfilho foi significativamente influenciada pelo suprimento de nitrognio nos
dois perodos de crescimento, e que no houve efeito significativo tanto da
interao NxK, como do suprimento de potssio. Descreveram que a taxa de
aparecimento de folhas foi maior quando o nitrognio foi suprido nas doses de
336 e 434 mg L-1.
20
2.6 rea foliar
As plantas forrageiras so extremamente bem adaptadas s condies
de desfolha, pois possuem mecanismos de formao contnua de tecido aps a
remoo das folhas, sendo este mecanismo verificado at antes do estgio de
florescimento ser alcanado. Durante a fase vegetativa as regies de
crescimento (zonas meristemticas) esto localizadas na base das plantas,
alm do alcance da boca de animais e do corte por mquinas. Caso alguns
meristemas sejam removidos pela desfolha, eles so prontamente substitudos
por novos perfilhos. Poucas plantas possuem um mecanismo eficiente de
recuperao do crescimento e por isso no de se admirar que as gramneas
tenham assumido a posio de importantes plantas forrageiras (Langer, 1979).
Para o incremento da produo vegetal necessrio que ocorra um
aumento na utilizao de energia solar e de outros fatores ambientais
favorveis. A fotossntese de folhas individuais mxima quando as suas
superfcies esto perpendiculares radiao solar. Quando a exposio aos
raios solares reduzida abaixo do nvel de saturao pelo efeito do
sombreamento ou pela reduo do ngulo de inclinao, a fotossntese por
unidade de superfcie de folha torna-se reduzida. Para uma utilizao eficiente
da radiao solar torna-se necessrio que as folhas possuam alta capacidade
fotossinttica, mximo aproveitamento de captao da energia luminosa e
distribuio favorvel da energia luminosa por todas as folhas na cultura (Brown
& Blaser, 1968).
Segundo Nabinger (1997) entre os fatores limitantes ao ndice de rea
foliar (IAF) a deficincia de gua e de nitrognio so os mais comuns e, tanto a
deficincia de gua como a de nitrognio diminuem progressivamente a taxa
fotossinttica das folhas, a eficincia de converso, a interceptao de luz, a
produo da energia luminosa e consequentemente a rea foliar do vegetal.
O estado nutricional das plantas, como tambm as condies do
ambiente como temperatura, luminosidade, umidade do solo aliados s
21
caractersticas genticas da planta e manejo, so ferramentas fundamentais
para o processo de formao e manuteno dos tecidos vegetais e
consequentemente de sua rea foliar.
Pinto et al. (1994), com o objetivo de avaliar a taxa de expanso foliar do
Panicum maximum cv. Guin e Setaria anceps cv. Kazungula cultivadas com
nitrognio, concluram que o capim-Guin apresentou mais lenta emisso de
folhas e menor nmero de folhas em crescimento simultneo em cada colmo.
Para o capim-Setria, a emisso de folhas foi mais intensa com maior nmero
de folhas crescendo simultaneamente em cada colmo, porm sendo a durao
do crescimento e as taxa de expanso foliar menores, resultando em folhas
menores em relao ao capim-Guin. Manarin (2000) tambm observou efeitos
significativos do fornecimento de nitrognio na rea foliar dos componentes
avaliados na parte area do capim-Mombaa.
Pereira (2001), em estudo com capim-Mombaa avaliando os efeitos do
fornecimento do potssio para a rea foliar, verificou que houve incrementos
significativos com a adio das doses de potssio na soluo nutritiva, nos dois
perodos de crescimento da planta forrageira. Constatou tambm que os
resultados ajustaram-se a modelo linear, tanto no primeiro como no segundo
corte e que esses valores demonstraram que as medidas da rea foliar
poderiam ser mais elevadas, caso as doses excedessem s empregadas. Na
dose mais elevada (468 mg L-1) foram encontrados valores para rea foliar de
3.072 e 4.082 cm2/vaso para o primeiro e segundo corte, respectivamente.
Mattos (2001) observou que a rea foliar da Brachiaria decumbens
cultivada em solo retirado de rea no recentemente adubada na ocasio do
segundo corte, foi incrementada com o suprimento do nitrognio e que esse
efeito foi representado por modelo linear. Na dose mais elevada de nitrognio
(200 mg dm-3 de solo), constatou que a mxima rea foliar obtida foi de 1.124
cm2/vaso. Para o segundo corte da gramnea cultivada em solo retirado de rea
recentemente adubada no encontrou efeitos significativos do suprimento de
nitrognio na rea foliar.
22
2.7 Estimativa do teor de clorofila atravs do valor SPAD
O medidor de clorofila SPAD-502 desenvolvido pela Minolta no Japo
fornece leituras em unidades SPAD que correspondem ao teor do pigmento
presente na folha. O instrumento tem sido usado para estimar a concentrao
de nitrognio na folha, visto que a clorofila e o nitrognio se correlacionam
positivamente. H, ainda, algumas vantagens no uso deste medidor, como por
ser porttil e de fcil manuseio, possibilitar economia de tempo e dinheiro, j
que no h necessidade de mandar as amostras ao laboratrio, viabiliza o
diagnstico prvio de uma possvel deficincia de nitrognio podendo prevenir
um estado de carncia severa, alm de ser uma tcnica no destrutiva e que
permite a amostragem tantas vezes quanto necessrias, sem a destruio do
limbo foliar (Minolta Camera Co., 1989).
De acordo com Santos (1997) as informaes de pesquisa
correlacionando os resultados das leituras do clorofilmetro com a
concentrao de nutrientes e o rendimento de diversas culturas, ainda so
escassas, com plantas forrageiras. Manarin (2000) ressaltou a escassez de
trabalhos de pesquisa correlacionando os valores de leitura SPAD com
resposta fisiolgicas e produtivas para as espcies forrageiras tropicais,
atentando para a necessidade de se realizarem estudos, disponibilizando maior
nmero de informaes a respeito dessas plantas.
Por outro lado diversos estudos foram realizados com a finalidade de
avaliar o estado nutricional das culturas com uso do clorofilmetro, como o
caso do arroz (Turner & Jund, 1991; Mayol, 1996) e do milho (Piekielek & Fox,
1992; Feil et al., 1997; Scharf, 2001).
Santos (1997), utilizando o clorofilmetro SPAD-502, para determinao
indireta de clorofila nas lminas foliares do capim-braquiria, obteve alto
coeficiente de correlao entre as leituras do aparelho e as doses de nitrognio
nos dois crescimentos da planta (r2=0,90 e r2=0,99 no primeiro e segundo
crescimento, respectivamente). Constatou que a estimativa do teor de clorofila
23
pelas unidades SPAD no primeiro e segundo crescimento do capim variou entre
17,0 e 50,2 e 23,9 e 52,0 para a condio de omisso e a dose de nitrognio
para o mximo valor SPAD, que foram de 330 e 442 mg L-1, respectivamente.
Colozza (1998) verificou que os valores SPAD nas lminas de folhas
recm-expandidas do capim-Mombaa, no primeiro e segundo cortes das
plantas, variaram significativamente com as doses de nitrognio e que essas
variaes seguiram modelos quadrticos. Encontrou que com a aplicao de
nitrognio nas doses de 242 e 307 mg kg-1 de solo seriam obtidos os mximos
valores SPAD para ambos crescimentos correspondendo leitura de 45,0 e
40,6 unidades, respectivamente.
Manarin (2000) observou efeito significativo do suprimento de nitrognio
nos valores SPAD obtidos em lminas de folhas recm-expandidas do capim-
Mombaa, nos dois perodos de crescimento da forrageira. Verificou que o valor
SPAD no primeiro crescimento variou entre 22,1 e 46,9 nas condies de
omisso de nitrognio na soluo e a dose do nutriente que proporcionou
mximo valor SPAD. Observou tambm que os valores SPAD para o nvel
crtico de concentrao de nitrognio nas lminas de folhas recm-expandidas
variaram entre 41 e 45 unidades.
2.8 Atividade da redutase do nitrato
Os vegetais podem absorver nitrognio na forma de nitrato (NO3-) ou
amnio (NH4+), assimilando-o na forma de amnia (NH3). As plantas podem
absorver e acumular grandes quantidades de nitrato nos seus tecidos sem
assimil-lo e consequentemente no sendo incorporados na forma de
aminocidos e protenas. Esse nitrato acumulado nos vacolos (reservatrios)
enquanto que o citoplasma o local indutor para a reao de reduo. No
citoplasma o nitrato reduzido amnia atravs da interveno de duas
enzimas, a redutase do nitrato e a redutase do nitrito. A concentrao de nitrato
no tecido vegetal pode compor em torno de 10 g kg-1 da massa seca do vegetal,
24
porm na mdia, compe cerca de 0 a 2 g kg-1 da massa seca de tecido vegetal
(Fernandes & Rossiello, 1995).
A enzima redutase do nitrato (RNO3-) catalisa a reduo do nitrato a
nitrito. Essa enzima atua nas plantas, algas e fungos como um ponto central
para a integrao do metabolismo, governando o fluxo de reduo do nitrognio
atravs de muitos mecanismos. Ela definida como uma flavoprotena
composta por um complexo heme-Fe e molibdnio (Campbell, 1999).
Embora as plantas possam reduzir o nitrato nas razes e folhas, algumas
tm a tendncia reduzi-lo nas folhas, enquanto outras fazem preferencialmente
nas razes. Plantas de milho, algodo e soja, reduzem o NO3- principalmente
nas folhas, enquanto que em plantas de fumo a reduo pode acontecer tanto
nas folhas, como nas razes; sendo portanto caractersticas controladas
geneticamente e que podem sofrer ao do ambiente (Fernandes & Rossiello,
1995).
A atividade enzimtica da redutase do nitrato nas plantas torna-se uma
importante ferramenta no auxlio da diagnose nutricional por ser indicadora do
"status" de nitrognio na planta, correlacionando-se com a produo de massa
seca da planta e a concentrao de nitrognio no tecido foliar.
Trabalhando com o capim-Colonio e propores de amnio e nitrato,
Andrade (1994) constatou que a atividade "in vitro" da redutase do nitrato
aumentou significativamente quando foram fornecidas ambas as fontes de
nitrognio, indicando certa ao estimuladora do on amnio na atividade da
enzima.
Abreu (1994), estudando os capins Tanznia-1, Marandu e gordura
(Melinis minutiflora), constatou que a elevao das doses de nitrato na soluo
nutritiva resultou em aumentos significativos na atividade da enzima nas folhas
dos capins e proporcionou diferenas significativas entre as trs doses de
nitrato empregadas.
Em estudo com os capins Colonio, Tanznia-1 e Vencedor submetidos
a doses de nitrognio e magnsio, Corra (1996) verificou que a atividade da
25
enzima redutase do nitrato nas folhas das gramneas aumentou com as doses
de nitrognio, independentemente da dose de magnsio utilizada na soluo
nutritiva.
Manarin (2000) encontrou efeitos marcantes do suprimento de nitrognio
na atividade enzimtica da redutase do nitrato no primeiro e segundo
crescimento do capim-Mombaa.
2.9 Comprimento total e superfcie total de razes
O uso cada vez mais intenso de terras agrcolas, aliado ao
desenvolvimento de tecnologias modernas de cultivo e s presses econmicas
para reduzir custos de produo, tem ocasionado mudana de mentalidade
quanto s prticas de cultivo do solo. Assim, a correlao entre parmetros
fsicos do solo em funo dos sistemas de manejo e do desenvolvimento de
razes na litosfera adquire importncia cada vez maior. Alm dos aspectos
fisiolgicos, o sistema radicular das plantas cultivadas vem assumindo
importante papel nos estudos de interaes que ocorrem entre o solo, as
plantas e outros organismos vivos. Com isso, destacam-se os aspectos fsicos,
qumicos e biolgicos inerentes ao solo, favorveis distribuio de razes
(Crestana et al., 1994).
O desenvolvimento do sistema radicular das plantas sofre grande
influncia das condies ambientais como tambm de fatores edficos ou do
substrato onde as razes esto presentes, refletindo assim no desenvolvimento
da parte area da planta. Nessa gama de influncias, a disponibilidade de
nutrientes exerce papel fundamental no estabelecimento e desenvolvimento do
sistema radicular.
Mengel & Kirkby (1987) descreveram que as razes desempenham as
principais funes de promover a fixao do vegetal no solo ou substrato, da
absoro e translocao de gua e nutrientes e da sntese de fitormnios e
outros compostos orgnicos. Neste contexto a gua e nutrientes desempenham
26
importantes funes, pois a capacidade das plantas em explorar o solo
depende muito da morfologia das razes. O termo morfologia das razes envolve
a profundidade das razes, ramificaes das razes, nmero de radicelas e
pelos absorventes e as extremidades das razes, os quais tambm so
controlados geneticamente, ou seja so caractersticas governadas pelo
gentipo da espcie e pelos fatores ambientais (Mengel & Kirkby, 1987).
Segundo Fitter (1996) as propriedades da arquitetura das razes podem
ser divididas em propriedades geomtricas, como comprimento, peso e ngulos
e em propriedades topolgicas, que so descritas como nmero e distribuio
espacial das ligaes entre razes, sendo que a ligao de razes definida
como o segmento radicular entre duas ramificaes consecutivas.
De acordo com Voorhees et al. (1980) o conhecimento das respostas dos
vegetais ao seu ambiente tem sido restringido a estudos somente da parte
area das plantas, devido s dificuldades existentes para investigaes do
sistema radicular. Destacaram que a massa seca de razes um atributo fcil
de ser obtido, em relao a resultados de comprimento do sistema radicular e
que somente a massa seca dessas razes no expressa a extenso que um
dado volume de solo explorado pelo sistema radicular e consequentemente
no pode avaliar to bem os processos de absoro de gua e nutrientes.
Neste sentido, o comprimento das razes pode ser um parmetro significativo
para o estudo de crescimento da planta, contribuindo imensamente para gerar
informaes relacionadas fisiologia e ao estado nutricional do vegetal.
Mengel & Kirkby (1987) relataram que somente o peso seco do sistema
radicular no contribui essencialmente para a avaliao do crescimento e da
nutrio da planta, exemplificando que as razes velhas e espessas contribuem
muito para o peso, mas pouco participam na absoro de gua e de nutrientes.
Acrescentaram que a densidade das razes um dos mais importantes
parmetros, por apresentar uma considervel influncia na extenso pela qual o
solo vai sendo exaurido em nutrientes e gua.
27
O dimetro das razes determina o comprimento radicular que a planta
pode produzir. Em condies de baixo fornecimento de nutrientes as plantas
produzem razes muito finas, podendo ser demonstradas pela mensurao
direta do dimetro radicular, ou pela determinao do comprimento especfico
das razes, o qual definido como o comprimento das razes por unidade de
massa seca do sistema radicular (Fitter, 1996).
Segundo Marschner (1995) o suprimento de nutrientes pode afetar
fortemente o crescimento, a morfologia e a distribuio do sistema radicular no
substrato, sendo que este efeito particularmente marcado pelo nitrognio,
mais distinto com o fsforo e geralmente ausente com outros nutrientes, exceto
para o magnsio. O suprimento de nitrognio promove o crescimento das folhas
e razes das plantas, mas comumente o crescimento da parte area mais
pronunciado que o crescimento das razes, conduzindo a uma tpica queda na
relao de massa seca das razes : parte area.
Vrios estudos tm destacado que o fornecimento de nitrognio promove
efeitos significativos no comprimento, no nmero de razes e na frequncia de
ramificao do sistema radicular.
Maizlish et al. (1980), em estudo com plantas de milho cultivadas em
soluo nutritiva, determinaram o efeito do fornecimento de doses de nitrognio
(0; 21; 42; 105 e 210 mg L-1) na soluo nutritiva para o comprimento das
razes. Concluram que aps trs dias da emergncia, as diferenas entre os
comprimentos totais foram pequenas, porm significativas estatisticamente. Aos
10 dias aps a emergncia das plantas, o comprimento total das razes na dose
de 21 e 210 mg L-1 aumentou em 80 e 200%, respectivamente, e que aos 17
dias aps a emergncia a diferena entre as plantas que receberam a mais
baixa dose para as que receberam a mais alta dose foi 127 m de razes.
Ferrari Neto et al. (1994) realizaram um experimento com a finalidade de
avaliar as limitaes nutricionais do capim-Colonio e do capim-braquiria,
cultivados em um Latossolo Vermelho-Escuro distrfico e observaram que, na
omisso de nitrognio e potssio, a produo de massa seca da parte area foi
28
afetada significativamente nos dois crescimentos das plantas, bem como a
produo de massa seca de razes. Observaram que no capim-Colonio o
efeito foi mais drstico por no haver rebrota e que para o crescimento das
razes o potssio mostrou-se mais limitante, salientando-se que na condio de
omisso do potssio as razes eram muito finas e frgeis, rompendo facilmente
durante a retirada dos vasos e nas sucessivas lavagens. Concluram que o
pequeno crescimento das razes, ocorrido no tratamento menos potssio, foi
devido ao fato de o potssio trocvel do solo ser absorvido e translocado para
a parte area em intenso crescimento, porm em quantidade insuficiente para
exercer a funo de translocador de fotoassimilados da parte area at o
sistema radicular.
Santos Junior et al. (2001), em estudo com os capins Panicum maximum
cv. Tanznia-1, Brachiaria decumbens cv. Basilisk e Brachiaria brizantha cv.
Marandu cultivados em Latossolo Vermelho-Escuro, submetidos a doses de
nitrognio (25; 150 e 300 kg ha-1) e fsforo (testemunha; 25 e 50 kg ha-1),
verificaram que a Brachiaria decumbens apresentou menor produo de massa
seca de razes e comprimento total de razes, porm foi eficiente na absoro
de nitrognio e fsforo. Por outro lado constataram que o capim-Tanznia-1
apresentou menor eficincia de absoro, porm maior eficincia de uso dos
dois nutrientes, e que o capim-Marandu foi o mais eficiente na absoro de
nitrognio e fsforo. Verificaram que o comprimento especfico e o peso das
razes do capim-Tanznia-1 foram significativamente maiores que os do capim-
Marandu e do capim-braquiria, respectivamente. Atriburam a menor eficincia
de absoro de nitrognio e fsforo do Panicum maximum ao fato desse capim
possuir razes mais espessas em relao s braquirias.
3 MATERIAL E MTODOS
3.1 Local, perodo e espcie forrageira
O experimento foi realizado em casa-de-vegetao localizada no
Departamento de Solos e Nutrio de Plantas, da Escola Superior de Agricultura
"Luiz de Queiroz" - USP, em Piracicaba, So Paulo. Cultivou-se a espcie
forrageira Panicum maximum Jacq. cultivar Mombaa, no perodo de novembro de
2000 a fevereiro de 2001.
3.2 Instalao e conduo do experimento
As sementes da gramnea forrageira foram semeadas no incio de
novembro em bandejas plsticas contendo areia lavada com gua de torneira e
gua deionizada, e foram periodicamente regadas com gua deionizada. Aos 12
dias aps a semeadura, quando as plntulas tinham em torno de quatro
centmetros de altura, procedeu-se o transplante de quinze mudas para cada vaso
plstico com volume de 3,6 litros contendo slica lavada como substrato. Um dia
aps o transplante das mudas foi fornecido um litro de soluo diluda a 25% da
dose correspondente a cada combinao de dose de nitrognio e potssio. Essa
soluo nutritiva foi preparada a partir da soluo de Sarruge (1975) modificada
para as doses dos dois nutrientes estudados.
Inicialmente as solues permaneceram nos vasos durante o dia e noite,
sendo circuladas atravs da slica quatro vezes ao dia num perodo de uma
semana, sendo posteriormente drenadas noite e fornecidas pela manh. Foram
realizados desbastes peridicos at permanecerem cinco plantas por vaso. Aps
30
quatro dias do transplante, as solues com concentrao definitiva foram
adicionadas nos vasos e foram trocadas a cada 14 dias.
Aos 19 dias aps o transplante e ao terceiro dia aps o primeiro corte das
plantas, iniciaram-se as contagens de folhas e perfilhos, as quais eram repetidas a
cada dois dias. Cada perfilho foi marcado com um anel preparado a partir de fios
com capas coloridas e as folhas que apresentavam lgula visvel eram marcadas
com tinta de caneta.
Aos 36 dias aps o transplante procedeu-se o primeiro corte, a uma altura
em torno de dois centmetros do colo das plantas, e o material da parte area foi
separado em folhas emergentes (FE = folhas do pice da planta, ainda enroladas
e sem lgula visvel); lminas das duas folhas recm-expandidas (LR = lminas
das duas folhas mais novas totalmente expandidas, com lgula visvel); lminas
das folhas maduras (LM = lminas das demais folhas totalmente expandidas) e em
colmos mais bainhas (CB = colmos e as bainhas que foram mantidas presas a
eles).
Aos 29 dias aps o primeiro corte realizou-se o segundo corte, no colo das
plantas procedendo-se a separao da parte area da planta com mesmo critrio
do primeiro corte, sendo que as razes tambm foram separadas da slica e
lavadas com gua corrente e gua deionizada, utilizando-se um conjunto de
peneiras com dimetro de malha de 0,25 e 1,00 mm. O material vegetal separado
e colhido foi colocado para secar em estufa com circulao forada de ar,
temperatura de 70 oC, at atingir massa constante. Todo o material vegetal foi
pesado em balana de preciso e em seguida modo em moinho do tipo Wiley e
acondicionado em sacos plsticos.
3.3 Doses de nitrognio e potssio, solues nutritivas e delineamento
experimental
Foram utilizadas cinco doses de nitrognio de 28; 112; 210; 336 e 462
mg L-1 e cinco doses de potssio de 19,5; 117; 234; 332 e 429 mg L-1 na soluo
nutritiva. As solues foram preparadas a partir da soluo de Sarruge (1975),
devidamente modificada para atender as doses de nitrognio e potssio. As
31
solues nutritivas foram preparadas como demonstrado na Tabela 1, mantendo-
se uma relao constante nitrato : amnio de 1,8 (64,4% NO3- e 35,6% NH4+).
Tabela 1. Volumes das solues estoque empregados no preparo das solues
nutritivas para as doses de nitrognio e potssio estudadas.
Combinaes de doses de nitrognio e potssio (mg L-1)
28N
19,5K
28N
234K
28N
462K
112N
117K
112N
312K
210N
19,5K
210N
234K
210N
429K
336N
117K
336N
312K
462N
19,5K
462N
234K
462N
429K
Solues
estoques Volume (mL L-1)
NH4NO3
1mol L-1
0,22
0,72 0,72
2,86 2,86
4,84 5,34
5,34 8,54
8,54 11,25
11,75 11,75
Ca(NO3)2
1mol L-1
0,54
0,29 0,29
1,14 1,14
2,41 2,16
2,16 3,46
3,46 5
4,75 4,75
KH2PO4
1mol L-1
0,5
1 1
1 1
0,5 1
1 1
1 0,5
1 1
NH4H2PO4
0,5 mol L-1
1
- -
- -
1 -
- -
- 1
- -
CaCl2
1mol L-1
4,46
4,71 4,71
3,86 3,86
2,60 2,84
2,84 1,54
1,54 -
0,25 0,25
KCl
1mol L-1
-
5 10
2 7
- 5
10 2
7 -
5 10
MgSO4
1mol L-1
2
2 2
2 2
2 2
2 2
2 2
2 2
Micro-Fe* 1
1 1
1 1
1 1
1 1
1 1
1 1
Fe-EDTA** 1
1 1
1 1
1 1
1 1
1 1
1 1
* A soluo de micronutrientes teve a seguinte composio (g L-1): H3BO3 = 2,86; MnCl2 . 4H2O = 1,81;
ZnCl2 = 0,10; CuCl2 = 0,04 e H2MoO4 . H2O = 0,02.
** Dissolveram-se 26,1g de EDTA dissdico em 286 mL de NaOH 1mol L-1, misturando-se com 24,0 g
de FeSO4 . 7H2O, arejando-se por uma noite e completando-se a 1 L de gua deionizada.
32
Foi empregado o desenho experimental composto central modificado de um
esquema fatorial 52 incompleto (Littell & Mott, 1975) com cinco doses de nitrognio
e cinco doses de potssio, perfazendo um total de 13 combinaes (28N e 19,5K;
28N e 234K; 28N e 429K; 112N e 117K; 112N e 312K; 210N e 19,5K; 210N e
234K; 210N e 429K; 336N e117K; 336N e 312K; 462N e 19,5K; 462N e 234K;
462N e 429K), as quais foram distribudas segundo o delineamento experimental
de blocos ao acaso, com quatro repeties.
3.4 Produo de massa seca
A produo de massa seca foi determinada para a parte area atravs da
soma da massa seca dos seus componentes (folhas emergentes, lminas das
duas folhas recm-expandidas, lminas das folhas maduras e colmos mais
bainhas) em ambos os cortes da planta forrageira e para as razes imediatamente
aps o segundo corte.
3.5 Determinao da rea foliar
A rea foliar foi determinada utilizando-se integrador de rea foliar na
ocasio dos dois cortes das plantas. As folhas emergentes, as lminas das duas
folhas recm-expandidas e as lminas das folhas maduras foram mensuradas
separadamente e em seguida esses valores foram somados, obtendo-se a rea
foliar total de cada vaso.
3.6 Determinao da superfcie total e comprimento total do sistema
radicular do capim-Mombaa
Na ocasio do segundo corte da planta forrageira, aps separao das
razes da slica e lavagem das mesmas, foi retirada uma sub-amostra do sistema
radicular, cortando-se vertical e horizontalmente um volume de razes com cerca
de 20% de massa fresca total, de acordo com Rossiello et al. (1995). Em seguida
essas sub-amostras foram colocadas em copos plsticos contendo gua
33
deionizada e corante para que as partes mais novas e claras fossem tingidas. Em
seguida foram escaneadas obtendo-se assim as imagens necessrias para a
utilizao do aplicativo SIARCS (Sistema Integrado para Anlise de Razes e
Cobertura do Solo) verso 3,0. Posteriormente determinou-se o peso seco destas
sub-amostras fazendo-se ento a correo do comprimento especfico e superfcie
especfica do sistema radicular de cada parcela experimental em funo da
produo total de massa seca das razes atravs de uma simples regra de trs, de
acordo com a metodologia elaborada por Crestana et al. (1994).
3.7 Composio mineral
As determinaes de nitrognio e potssio, clcio, magnsio e enxofre do
tecido vegetal, em cada componente da parte area e nas razes, foram efetuadas
conforme metodologia proposta por Sarruge & Haag (1974). Para a determinao
do nitrognio a digesto foi a sulfrica e o mtodo analtico foi o micro-Kjeldahl.
Para o potssio, clcio, magnsio e enxofre a digesto empregada foi a ntrico-
perclrica enquanto o mtodo analtico foi o de espectrofotometria de absoro
atmica, com exceo do potssio e enxofre, determinados pelo mtodo analtico
de fotometria de chama e turbidimetria do cloreto de brio, respectivamente.
3.8 Atividade da redutase do nitrato
A atividade da redutase do nitrato foi determinada de acordo com a
metodologia descrita por Mulder et al. (1959). Aos 32 e 16 dias do primeiro e
segundo crescimento da planta forrageira, respectivamente, foram coletadas
amostras do tero mdio da lmina foliar das duas folhas recm-expandidas.
Antes da coleta das folhas as plantas foram colocadas em cmara-de-crescimento
e deixadas expostas luz por duas horas, com temperatura constante em torno de
27 oC, evitando assim interferncias externas na atividade da enzima e
homogeneizando todas as parcelas experimentais.
A incubao durou duas horas com 200 mg de material verde cortado,
ocorreu em meio de KNO3 (4 mL) em tampo fosfato. Aps a incubao, 1 mL do
34
meio de incubao foi retirado e o NO2- presente foi determinado por adio de 1
mL de cido sulfanlico e HCl a 20% para paralisar a reao, seguido da adio de
1 mL de alfa-naftilamina para desenvolver a cor ao reagir com o NO2-. A leitura foi
realizada em colormetro a 560 nm, utilizando-se a reta padro de nitrito para
clculo da concentrao de NO2- no meio.
3.9 Estimativa do teor de clorofila atravs do valor SPAD
Foi utilizado o Chlorophyll Meter SPAD-502, (Soil-Plant Analysis
Development Section, Minolta Camera Co., Osaka, Japan) para a determinao
indireta da concentrao de clorofila em valor SPAD em folhas intactas. As leituras
do clorofilmetro foram realizadas um dia antes do corte, aos 35 e 28 dias do
primeiro e segundo crescimento da planta forrageira, no tero mdio das lminas
das duas folhas recm-expandidas, tomando-se o cuidado de evitar as nervuras,
de acordo com as avaliaes de Santos (1997), o qual verificou que a parte
mediana das folhas apresentava melhor estabilidade dos valores quando
comparados com a poro basal da folha (que apresentava valores
subestimados). Computou-se a mdia de dez leituras executadas por vaso, nas
respectivas combinaes de nitrognio e potssio.
3.10 Anlises estatsticas
Os resultados foram submetidos s anlises estatsticas utili zando-se o
programa estatstico SAS - System for Windows 6,11 (SAS Inst. Inc., 1996).
Tratou-se de realizar a anlise de varincia, e em funo do nvel de significncia
no teste F para as doses de nitrognio e potssio, procedeu-se ao estudo de
regresso polinomial (superfcie de resposta) atravs do comando RSREG. A
anlise de regresso foi realizada para a quantidade de massa seca,
concentraes dos macronutrientes no tecido vegetal, rea foliar total, medio
indireta da quantidade de clorofila em unidades de valor SPAD nas LR,
comprimento total e superfcie total das razes, atividade enzimtica da redutase
do nitrato e para o nmero total de folhas verdes expandidas e perfilhos.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
4.1 Produo de massa seca da planta forrageira
A anlise de varincia da produo de massa seca tanto da parte area,
no primeiro e segundo crescimentos, como das razes, revelou significncia
(P
36
Manarin (2000) constatou que a produo de massa seca da parte area
no primeiro crescimento do capim-Mombaa foi significativamente (P
37
nitrognio e potssio, respectivamente, no houve efeito marcante do
suprimento de nitrognio na produo da parte area. Isto confirma a
observao feita por Monteiro et al. (1980) que na utilizao do adubo
nitrogenado necessrio o suprimento de potssio, para que no haja limitao
do efeito do nitrognio.
Para a produo de massa seca da parte area do capim-Mombaa no
segundo corte, houve significncia (P
38
fornecimento de nitrognio de 433 mg L-1 e por Pereira (2001) com potssio em
460 mg L-1 na soluo nutritiva para essa forrageira.
Y= - 2,01819 + 0,17495N + 0,11254K - 0,000329N2 + 0,000235NK - 0,000255K2 (R2 = 0,93)
Figura 2 - Produo de massa seca da parte area do capim-Mombaa, no
segundo corte, em funo das combinaes de doses de nitrognio
e de potssio na soluo nutritiva.
A interao entre as doses de nitrognio e potssio foi significativa
(P
39
Constatou-se tambm que na mais baixa combinao a produo de massa
seca de razes foi 4,56% da produo mxima obtida com a mais elevada
combinao.
Ferragine (1998) no encontrou significncia (P>0,05) para a interao
entre nitrognio e potssio na produo de massa seca do sistema radicular do
capim-braquiria, porm verificou que houve significncia para as doses de
nitrognio (P
40
Santos (1997) observou a mxima produo de massa seca das razes
do capim-braquiria com a dose de nitrognio de 453 mg L-1 na soluo,
concluindo que o nitrognio assume destaque no aumento do volume do
sistema radicular.
4.2 Nmero de perfilhos e de folhas
Na anlise de varincia para o nmero total de perfilhos e de folhas
verdes expandidas por vaso por ocasio do primeiro corte, verificou-se que no
houve significncia (P>0,05) para a interao entre doses de nitrognio e de
potssio, enquanto que no segundo crescimento das plantas, observou-se
significncia (P
41
concluiu que o nmero de perfilhos foi influenciado pelas doses de nitrognio,
no sofrendo efeito significativo das doses de magnsio. Tanto no primeiro
como no segundo perodo de crescimento das plantas, o nmero de perfilhos
aumentou da dose de nitrognio de 42 para a de 210 mg L-1, mas no variou
entre as doses de 210 e 378 mg L-1.
Figura 4 - Nmero de perfilhos por vaso do capim-Mombaa, no primeiro corte,
em funo das doses de nitrognio na soluo nutritiva.
O efeito das doses de potssio no perfilhamento da gramnea, no
primeiro crescimento, apresentado na Figura 5 e pode-se verificar atravs da
equao de regresso de segundo grau que o maior nmero de perfilhos foi
obtido com o emprego do potssio na dose de 291mg L-1.
Pereira (2001) evidenciou o efeito significativo (P
42
significativamente maior nmero de perfilhos em relao s demais doses
avaliadas.
Figura 5 - Nmero de perfilhos por vaso do capim-Mombaa, no primeiro corte,
em funo das doses de potssio na soluo nutritiva.
No segundo perodo de crescimento das plantas (Figura 6) o nmero de
perfilhos foi superior ao encontrado no primeiro. Isto provavelmente ocorreu
pelo fato de no crescimento inicial a planta concentrar grande parte da energia
para o seu estabelecimento com a formao do sistema radicular e da parte
area, enquanto que no segundo perodo de crescimento, a planta j
estabelecida e com maior volume radicular tem a capacidade de absorver maior
quantidade de nutrientes, como tambm pelo fato de ter sofrido a ao do corte
que acaba promovendo a induo das gemas basais, originando os perfilhos.
De acordo com a equao polinomial de regresso pode-se constatar que o
perfilhamento mximo foi alcanado com o suprimento de nitrognio e potssio
nas doses de 342 e 396 mg L-1, respectivamente.
Y = 9 , 3 9 6 8 6 + 0 , 0 4 9 8 2 X - 0 , 0 0 0 0 8 X2
( R2
= 0 , 9 9 )
5
1 0
1 5
2 0
P o t s s i o ( m g L- 1
)
1 9 , 5 1 1 7 2 3 4 3 1 2 4 2 9
43
Y= 10,7386 + 0,11311N + 0,036144K - 0,000234N2 + 0,000120NK - 0,000097482K2 (R2 = 0,78)
Figura 6 - Nmero de perfilhos por vaso do capim-Mombaa, no segundo corte,
em funo das combinaes de doses de nitrognio e de potssio
na soluo nutritiva.
Atravs da Figura 6 novamente evidencia-se a importncia do
suprimento de potssio s plantas forrageiras, em situaes em que o
fornecimento de nitrognio elevado. Pode-se verificar que o nmero de
perfilhos nas doses mais baixas de nitrognio e de potssio no difere do
nmero de perfilhos na dose mais elevada de nitrognio combinada com a mais
baixa dose de potssio. Detalhando a variao no nmero de perfilhos em
funo das doses de nitrognio associadas mais baixa dose de potssio foi
constatado que o perfilhamento sofreu incremento mais acentuado quando
comparado com o nmero de perfilhos obtido com o aumento das doses de
potssio associadas mais baixa dose de nitrognio. A regio da superfcie de
resposta onde a combinao do nitrognio com o potssio correspondeu ao
maior perfilhamento das plantas verificada a partir da dose de nitrognio de
1 0
1 5
2 0
2 5
3 0
3 5
4 0
P o t s s i o ( m g L - 1 )N i t r o g n i o ( m g L - 1 )
3 5 - 4 0
3 0 - 3 5
2 5 - 3 0
2 0 - 2 5
1 5 - 2 0
1 0 - 1 5
44
336 mg L-1 e de potssio de 234 mg L-1, sendo esta ltima correspondente a
concentrao de potssio na soluo de Sarruge (1975).
Quanto produo total de folhas verdes expandidas na ocasio do
primeiro corte, no foi significativa (P>0,05) a interao entre as doses de
nitrognio e potssio na soluo nutritiva. Atravs da anlise de varincia foi
observado que a produo de folhas variou significativamente (P
45
regresso. Assim, evidencia-se que a concentrao de 234 mg L-1 na soluo
nutritiva completa de Sarruge (1975) no suficiente para atender s
exigncias do capim, para o seu mximo potencial de produo de folhas.
Figura 8 - Nmero total de folhas verdes expandidas por vaso do capim-
Mombaa, no primeiro corte, em funo das doses de potssio na
soluo nutritiva.
Na avaliao da produo de folhas da gramnea, por ocasio do
segundo perodo de crescimento (Figura 9), pode-se constatar que a interao
entre as doses de nitrognio e potssio na soluo foi significativa (P
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rea para a mxima produo corresponde aos pontos a partir das doses de
nitrognio de 336 mg L-1 e de potssio de 312 mg L-1.
Y= 20,5337 + 0,3994N + 0,1354K - 0,000733N2 + 0,000554NK - 0,000427K2 (R2 = 0,84)
Figura 9 - Nmero total de folhas verdes expandidas por vaso do capim-
Mombaa, no segundo corte, em funo das combinaes de
doses de nitrognio e de potssio na soluo nutritiva.
Schiavuzzo et al. (1999), avaliando o efeito do suprimento de nitrognio
na Brachiaria brizantha cv. Marandu, constataram que a
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