Título: “AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS CORPORAIS EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR”
Autor VALMOR JORGE CARDOSO
Escola de Atuação COLÉGIO ESTADUAL DE OURO VERDE DO OESTE – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Município da escola OURO VERDE DO OESTE
Núcleo Regional de Educação TOLEDO
Orientador PROFª. MS. EVANDRA HEIN MENDES
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE – Marechal Cândido Rondon
Disciplina/Área EDUCAÇÃO FÍSICA
Produção Didático-pedagógica UNIDADE DIDÁTICA
Público Alvo PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Localização COLÉGIO ESTADUAL DE OURO VERDE DO OESTE – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIORUA RIO DE JANEIRO, 159 CENTROOURO VERDE DO OESTE
Apresentação: Esta Unidade Didática trata do tema avaliação das práticas corporais em Educação Física escolar e busca oportunizar aos professores desta disciplina reflexões que surgem das necessidades e das dúvidas do cotidiano na prática pedagógica, especialmente no momento da avaliação da aprendizagem. Sendo assim, esta produção didática tem como objetivo proporcionar aos professores novos conhecimentos, ferramentas e critérios que possibilitem refletir a respeito das perspectivas de melhorias no trabalho cotidiano escolar a partir da compreensão do verdadeiro papel, dos significados e dos propósitos da Avaliação no processo ensino-aprendizagem da Educação Física escolar. Desta forma o professor terá possibilidade de reflexão sobre a avaliação, buscando subsídio para avaliar as práticas corporais, numa perspectiva, crítica, social e humanizadora, tendo como apoio os textos e modelos de avaliação aqui apresentados.
Palavras-chave (3 a 5 palavras) AVALIAÇÃO, PRÁTICAS CORPORAIS, EDUCAÇÃO FÍSICA
GOVERNO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
VALMOR JORGE CARDOSO
Unidade Didática
AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS CORPORAIS EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ (UNIOESTE)PROFESSOR ORIENTADOR: Evandra Hein Mendes
ÁREA CURRICULAR: Educação Física
MARECHAL CÂNDIDO RONDON-PARANÁ
2011
VALMOR JORGE CARDOSO
AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS CORPORAIS EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Unidade Didática apresentada como requisito obrigatório no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria Estadual de Educação - SEED
PROFESSOR ORIENTADOR: Evandra Hein Mendes
MARECHAL CÂNDIDO RONDON-PARANÁ2011
“Entendemos por Educação Física muitas coisas a mais do que a simples descoberta de indivíduos bem dotados para os es-portes. Muito mais do que o relativamente simples treino dos grupos compostos por tais alunos. A Educação Física en-volve muito mais que um adestramento físico motor... não de-vemos pretender um educando forte e ágil sem espírito de equipe, ou resistente, sem equilíbrio afetivo-emocional... é pre-ciso que os educadores estejam em condições de desenvolver neles (alunos) noções de justiça, sentido de amizade, respeito pelos colegas, pelos concorrentes...”
Lorenzetto (1977, p.59)
IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Valmor Jorge Cardoso
Área PDE: Educação Física
NRE: Toledo- Paraná
Professor Orientador: Evandra Hein Mendes
IES: Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE (Campos Marechal Cândido Rondon )
Escola de Implementação: Colégio Estadual de Ouro Verde Ensino Fundamental e Médio
Município: Ouro Verde do Oeste – PR
Público Objeto da Intervenção: Professores de Educação Física do Ensino Fundamental e Médio
Tema de Estudo do Professor PDE: Avaliação em Educação Física Escolar
Título: Avaliação das Práticas Corporais em Educação Física Escolar
APRESENTAÇÃO
O interesse em pesquisar, estudar e refletir sobre a avaliação em Educação
Física escolar surge da necessidade e das dúvidas encontradas pelos professores
no cotidiano das aulas, no momento da avaliação das atividades e práticas corporais
da disciplina.
Refletir avaliação em Educação Física escolar, conforme citado nas Diretrizes
Curriculares da Educação Básica (DCE’s), significa reconhecer a insuficiência das
discussões e teorizações sobre o tema no âmbito da disciplina curricular no Brasil.
Conforme citam as Diretrizes Curriculares da Educação (DCE), a Educação
Física, a partir da referência positivista e da esportivização, procurou distinguir os
melhores, mais habilidosos, daqueles piores, que não apresentavam a habilidade
esperada, tudo isso considerando o entendimento do professor sobre o que seria
certo ou errado. Essa concepção chegou ao ápice quando alguns professores de
Educação Física se apropriaram de testes padronizados para selecionar estudantes
das escolas públicas para comporem um grupo de ''atletas'', utilizando-se da
avaliação como verificação físico-motora dos alunos atletas.
Sendo assim, esta produção didática pedagógica objetiva oportunizar aos
professores novos conhecimentos, ferramentas e critérios que possibilitem refletir as
perspectivas de melhorias no trabalho cotidiano escolar a partir da compreensão do
verdadeiro papel, dos significados e dos propósitos da Avaliação no processo
ensino-aprendizagem da Educação Física escolar. Desta forma, o professor terá
possibilidade de reflexão sobre a avaliação, buscando subsídios para avaliação das
práticas corporais, numa perspectiva, crítica, social e humanizadora.
UNIDADE DIDÁTICA
AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS CORPORAS EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO
É possível perceber que as mudanças contemporâneas pelas quais passou a
sociedade refletiram na Educação e, principalmente, na Educação Física, pelas
tantas tendências e concepções que se desenvolveram no decorrer de sua trajetória
histórica de militarista, higienista, de desenvolvimento motriz e, recentemente, uma
concepção crítica que possibilita a analogia entre sociedade e Educação.
Essa evolução corresponde à inovação das concepções que têm surgido nas
últimas três décadas, tendo como fonte estudos literários que buscam uma
Educação Física crítica e humanista, que considere e valorize o sujeito em sua
totalidade.
De fato, o processo de avaliação aplicado pelos professores de Educação
Física esteve, freqüentemente, ligado à reprodução dos modelos de ensino
vinculados ao desenvolvimento da aptidão física e das habilidades desportivas, que
se restringiram a comparar, classificar e selecionar o aluno com base no
desempenho motor ou nas medidas biométricas dos alunos (PALLAFOX e TERRA,
apud DCE, 2008).
Conforme as DCE’s, é necessário entender que avaliação em Educação
Física à luz dos paradigmas tradicionais, como o da esportivização, desenvolvimento
motor, psicomotricidade e da aptidão física, é insuficiente para a compreensão do
fenômeno educativo numa perspectiva mais abrangente.
Em consonância com essas necessidades, as mudanças que ocorreram a
partir dos anos 80 e 90, nas teorizações da disciplina de Educação Física,
direcionaram um novo olhar sobre a função da avaliação passando a criticar as
metodologias com critérios e objetivos que selecionem e classifiquem, mas sem a
reflexão das várias formas e entendimento do papel da avaliação no processo
ensino aprendizagem da escola.
Nesta perspectiva surgem vários questionamentos em relação às formas
avaliativas no processo de avaliação que se apresentam nas seguintes
interrogações:
Que significado a avaliação tem assumido no processo pedagógico da
escola e como tem se desenvolvido na disciplina de Educação Física?
De que forma o Educador entende e valoriza as várias manifestações do
aluno no processo de aquisição do conhecimento?
Quais ferramentas ou critérios os professores acreditam ser mais eficientes
nas práticas avaliativas, que se aproximam de uma tendência crítica - social, que
valorize o sujeito em sua totalidade?
Como é possível melhorar a avaliação das práticas corporais no processo
ensino aprendizagem em educação física escolar?
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ATUALIDADE
Refletir acerca da avaliação das atividades corporais remete-nos a uma
análise também na dimensão histórica da evolução das tendências pedagógicas que
influenciaram e ainda podem influenciar a atuação profissional na atualidade.
Segundo as Diretrizes Curriculares para Educação (DCE), as diversas
correntes e tendências pedagógicas pela qual a Educação, e principalmente a
Educação Física tem passado em determinados períodos, sofreram influências
políticas, econômicas, sociais e culturais que nortearam as práticas dessa disciplina
no âmbito escolar. Nesse sentido, é possível perceber que essa área de
conhecimento procurava em alguns momentos atender de forma mais efetiva os
interesses da classe dominante, também chamada de “burguesia”, do que as
necessidades da classe trabalhadora (PARANÁ, 2008).
Ghiraldelli Jr. (1988) explica que as tendências pedagógicas que fazem parte
da história da Educação Física são divididas em Higienista (até 1930); Militarista
(1930-1945); Pedagogicista (1945-1964); Competitivista (pós-64) e finalmente,
Educação Física Popular. Para ele, a tendência higienista, tinha como objetivo
resolver os problemas de saúde pública através do desenvolvimento do corpo
saudável; a tendência Militarista preocupava-se em desenvolver o corpo forte e
obediente, fruto de uma Educação física rígida, visando uma “Nação”, preparada
para servir e defender a pátria; a tendência Pedagogicista, desenvolve uma prática
capaz de promover a saúde, enquanto prática educativa, visto que as demais
disciplinas eram apenas “instrutivas”; a tendência Competitivista pauta a Educação
Física nos preceitos da sociedade moderna com objetivos centrados na competição.,
enfim, a Educação Física popular, sustentada em teorias e oralidade de gerações de
trabalhadores, busca o lúdico, a cooperação, a “solidariedade operária”.
Conforme o mesmo Ghiraldelli Jr. (1988), desde o final da década de 70 e
início dos anos 80 percebia-se a necessidade de mudanças voltadas a novas
práticas para a Educação Física, que priorizassem não somente a dimensão física
do sujeito, mas também compreendessem de forma mais humanizadora as suas
potencialidades.
Silveira et al. (2007) comenta que a partir dos descontentamentos históricos
dessa disciplina, idealizaram-se novas formas de compreender e atuar numa nova
concepção denominada Histórico Critica ou Critica Social dos conteúdos, que se
fundamenta nas teorias críticas, com maior destaque ao materialismo histórico
dialético que prioriza a formação humana. Essa tendência busca um sujeito
independente para resolver situações diversas, tendo em vista despertar o senso
crítico na formação do sujeito para o exercício da cidadania.
Essa análise histórica em torno da disciplina gera uma reflexão das próprias
ideologias presentes em cada momento histórico, de cada tendência pedagógica, ou
seja, a quem a avaliação atendia em cada uma delas, de acordo com o período em
que se apresentava.
Nesse contexto, situa-se também a avaliação da aprendizagem nesta
disciplina, que acompanhando as mudanças e evoluções das tendências
pedagógicas caracterizava-se de diferentes maneiras em cada uma delas.
Darido (1999) apresenta a possibilidade de identificar, classificar e diferenciar
as várias abordagens da avaliação que permite iluminar o campo o qual se discute,
além de possibilitar perceber em que medida as elaborações teóricas sobre
avaliação oferecem suporte à ação pedagógica.
2.2 AVALIAÇÃO DA DIMENSÃO ATITUDINAL (SOCIAL E AFETIVA)
A análise da dimensão atitudinal para alguns autores como Souza (1993),
Darido (1999) apud Mendes (2010), caracteriza-se pela informalidade e pouca
consistência, já que é realizada geralmente apenas através da observação do
professor.
Para Mendes (2010), a técnica da observação é considerada uma estratégia
de avaliação altamente subjetiva, isso por que a atuação do educando é
exclusivamente interpretada apenas sob o ponto de vista do professor, que possui
seus próprios valores e concepções, muitas vezes diferentes daquelas que o aluno
possui.
Diante das situações analisadas nesta forma de avaliar, percebemos que
muito facilmente poderá gerar conflitos entre professor e aluno, isto por que, é uma
técnica altamente subjetiva sob a ótica única do professor, que necessariamente
transformará em nota o resultado das observações ocorridas muitas vezes não
compreendidos pelo aluno.
Numa perspectiva de utilizar esse modelo e evitar conflitos, ou amenizá-los
entre professores e alunos, há necessidade de diálogo, que possibilitará
entendimento e compreensão de como está sendo feito e como o aluno é avaliado,
então o processo poderá ocorrer de forma democrática e consciente, visando o
progresso do educando e de todos os envolvidos nesta técnica de observação.
As possibilidades de instrumentos para avaliar a dimensão atitudinal são
várias, contudo dependerá da percepção e criatividade do professor de acordo com
as necessidades que surgirem e conforme heterogenia da turma, que visa colher
resultados positivos, eficazes voltados ao crescimento coletivo.
2.3. AVALIAÇÃO DA DIMENSÃO PROCEDIMENTAL (MOTORA FÍSICA E TÉCNICA)
Para Mendes (2010), o que se preconiza na avaliação atualmente é a
compreensão do processo de evolução dos alunos, dessa maneira os testes físicos,
motores e técnicos podem ser utilizados no intuito de fornecer ao aluno e ao
professor um diagnóstico permanente do processo ensino-aprendizagem.
Nesta perspectiva, para diagnosticar e acompanhar o progresso ou retrocesso
do aluno pode ser aplicado testes diversos, contudo é primordial que isso se efetive
periodicamente e não sirva para comparar um aluno com outro ou com a turma, e
sim com ele mesmo, percebendo assim se o aluno progrediu em relação à atividade
proposta anteriormente e em relação ao momento presente.
Assim é possível perceber que o aprendizado necessita de tempo e
maturação para que ocorra a partir das atividades práticas, em que vai se
aperfeiçoando através do exercício da repetição, de acordo com o grau de
dificuldade encontrado por ele próprio em suas tentativas de superação.
Nesse sentido, Betti e Zuliane (2002) apud Darido e Souza Junior (2010),
colocam situações questionadoras, por exemplo, como avaliar um aluno em salto em
distância? Se o aluno melhorou seu salto, será que é possível afirmar que isso foi
resultado do processo de maturação ou de aprendizagens ocorridas em aulas?
Poderia ir mais longe: como é possível avaliar os alunos considerando que cada um
tem uma capacidade diferente para aprender (diferentes níveis de habilidades)?
Podemos avaliar os alunos em diversos aspectos, atividades e conteúdos
correspondentes com os objetivos de forma diversificada.
Darido e Souza Junior (2010) comentam que na dimensão procedimental em
Educação Física, pensa-se logo na avaliação das habilidades motoras, tanto básica
como específica, e também nas capacidades físicas. No entanto, nessa concepção
defende-se que é possível ir além e avaliar outros aspectos procedimentais.
2.4. AVALIAÇÃO DA DIMENSÃO CONCEITUAL (COGNITIVA)
Na dimensão cognitiva, a avaliação pode ser feita através de provas escritas,
bastante conhecidas em outras disciplinas, também através de seminários, trabalhos
de pesquisas, produção de texto, possibilitando assim a avaliação do conhecimento.
O instrumento mais conhecido, ainda mais utilizado nas diversas disciplinas
pelos professores é a prova escrita, que também pode ser otimizada na Educação
Física para avaliar o conhecimento do aluno na concepção conceitual (cognitiva).
Conforme Mendes (2010), as provas podem ser chamadas de estruturadas,
quando organizadas como um teste objetivo; não estruturadas, quando são
constituídas de questões abertas ou itens de dissertação, e ainda, de combinadas,
as duas formas em um mesmo instrumento.
De acordo com Zabala (1998) apud Darido e Souza Junior (2010), na
verdade, a melhor forma de avaliar a aprendizagem dos conceitos é observar o uso
de cada um deles em diversas situações e como os alunos utilizam em suas
explicações espontâneas.
Ainda para Darido e Souza Junior (2010), a avaliação deve consistir em
observar o uso dos conceitos em trabalhos de equipe, debates, exposições e,
sobretudo, nos diálogos entre os alunos e entre o professor e os alunos.
Devem-se evitar as provas escritas, ou tão somente elas, priorizando as
diversidades avaliativas, seja pela observação, pelo diálogo, perguntas e respostas
verbais, entre outros instrumentos que poderão ser utilizados para avaliar o
conhecimento.
3. ROTEIRO DE ATIVIDADES
Ação l
Conteúdo: Diagnóstico sobre avaliação
Objetivos: Identificar como os professores estão avaliando as práticas corporais em
suas aulas.
Atividades: Aplicação de um questionário aos professores para identificar,
diagnosticar, como os mesmos estão avaliando as práticas corporais em suas aulas.
Perguntas:
• Conceitue avaliação: (O que é avaliar?)
• Como você está efetuando a avaliação nas aulas práticas, nas atividades
corporais dos educando?
• Quais os objetivos na realização da avaliação (por que avaliar?)
• Quais os aspectos considera possível de serem avaliados no aluno (O que
avaliar?)
• Quais instrumentos procedimentos ou critérios você usa para avaliar os
alunos (Como avaliar?)
Recursos Didáticos: Questionário individual para cada professor participante para
coleta de dados diagnosticando a prática do professor no momento.
Avaliação: Espera-se que a partir do questionário diagnóstico, os educadores
percebam a necessidade de uma reflexão e discussão em relação ao tema em
estudo para melhoria das práticas avaliativas nas aulas de Educação Física.
Ação ll
Conteúdo: Conceitos e função da avaliação da Avaliação em Educação Física
escolar.
Objetivos: Identificar diferentes conceitos de avaliação e perceber as diferentes
funções da Avaliação no contexto escolar e nas práticas pedagógicas da Educação
Física.
Atividades: Grupo de professores da disciplina para Leituras e debates de textos
que tratam dos assuntos “temas”, conceitos e funções da avaliação em educação
Física escolar.
Recursos Didáticos: Texto elaborado pelo professor baseado em literaturas
diversas que tratam do assunto “tema” em questão, a seguir.
Conceitos e funções da avaliação na Educação Física escolar
Num fazer coletivo, a avaliação deve estar a serviço da construção do
conhecimento, em que os envolvidos neste processo professor, alunos e escola,
assim a avaliação pode cumprir melhor sua função e objetivos, que é de analisar
etapas trabalhadas, concluídas de objetivos propostos, de retomada de conteúdos,
mudança de estratégias e ações, constituindo-se num diagnóstico contínuo das
situações.
Conforme citado por Darido e Souza Jr (2010, p. 22):
[...] a avaliação pode e deve oferecer ao professor elementos para uma reflexão contínua sobre a sua prática, no que se refere à escolha de competências, objetivos, conteúdos e estratégias. Ela auxilia na compreensão de quais aspectos devem ser revistos, ajustados, ou reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual ou para todo o grupo de alunos.
Ainda de acordo com a autora supracitada, para o aluno a avaliação pode
servir como um instrumento de conscientização de sua evolução, suas dificuldades e
possibilidades de retomada de ações no processo de aprendizagem. Da mesma
maneira, para a escola a avaliação permite localizar as dificuldades encontradas no
processo, priorizar ações de apoio e recuperar as dificuldades encontradas na
construção do processo ensino-aprendizagem.
Segundo Coletivo de Autores (1992, p.98), avaliação do processo ensino-
aprendizagem é muito mais do que simplesmente aplicar testes, levantar medidas,
selecionar e classificar alunos.
Nesse sentido, com muito brilhantismo Luckesi apud Darido (1999), afirma
que a maior dificuldade do processo pedagógico não é avaliar o aluno, mas sim,
implementar um bom ensino, acolhendo, nutrindo, e sustentando o educando, sem
castigo ou punição, no sentido de proporcionar a inclusão de todos os alunos, num
verdadeiro ato de amor.
Para Tritschler (2003), quando a avaliação é parte autêntica do processo
instrucional, ela possui características: a informação da avaliação é utilizada como
feedback para os alunos, e para os professores; ela fornece um ciclo contínuo de
diagnósticos e monitoração da aprendizagem.
Além disso, as informações obtidas de avaliação são utilizadas para modificar
as estratégias de ensino e tomar decisões pedagógicas.
Em relação aos estudantes, identifica-se que podem usar várias técnicas de
avaliação para analisar seu próprio progresso e diagnosticar problemas de
aprendizado, demonstrando o que eles podem fazer, levando em conta a melhora
através do tempo.
Nesse sentido, Tritschler (2003), aconselha que a avaliação seja formativa,
isto é, parte integrante do processo instrucional, assemelhando-se com seu contexto
e sendo realizada em cada momento do processo ensino-aprendizagem no decorrer
das aulas e não isoladamente.
Avaliação: Espera-se que após a leitura, discussão e interpretação destes
conteúdos, os educadores adquiram uma nova visão dos conceitos e a verdadeira
função da avaliação para melhoria das práticas no dia-dia de nossas atividades
docente e possibilite melhores resultados no processo ensino – aprendizagem.
Ação lll
Conteúdo: Tendências de avaliação em Educação Física escolar.
Objetivos: Refletir sobre as várias tendências avaliativas existentes, identificando e
elencando aquelas mais apropriadas para nossas práticas avaliativas na atualidade
Atividades: Trabalho em grupo com professores de Educação Física do Ensino-
Fundamental e Médio do colégio, textos para leitura, interpretação e debates de
assuntos que tratam dos temas aqui em questão, Tendências de avaliação em
Educação Física.
Recursos Didáticos: Texto elaborado pelo professor baseado em literaturas
diversas que tratam do assunto “tema” em questão, a seguir.
Tendências de avaliação da aprendizagem, histórico da avaliação
Mendes (2010) explica que é possível identificar a classificação de diferentes
tendências da avaliação, na disciplina da Educação Física escolar. Em sua opinião,
autores como Souza (1993) e Darido (1999), apontam três tendências avaliativas
que têm se manifestado na Educação Física: clássica ou tradicional, humanista-
reformista e crítico-social.
Da mesma forma, Resende (1995) apud Darido (1999), defende a existência
de três tendências para a avaliação, com algumas diferenças da anterior: a primeira
o autor denomina de biologização/esportivização e se assemelha a clássica/
tradicional; a segunda baseada na perspectiva histórico-crítica que Souza (1993)
prefere denominar de crítico-social; a terceira abordagem difere de um autor para
outro, enquanto Resende (1995) classifica como aquela baseada nos objetivos do
ensino, Souza (1993) entende que esta se apresenta na tradicional/clássica e
defende a existência de uma terceira denominada de humanista/reformista.
Entretanto Darido (1999, p.2) afirma:
São quatro as abordagens para avaliação em Educação Física escolar, são elas: tradicional, aquela baseada nos objetivos do ensino, humanista, crítica, além dos desdobramentos destas nas abordagens construtivistas e desenvolvimentistas.
De fato, a escassez de registros literários que apontam a trajetória e a
evolução da avaliação em Educação Física escolar dificulta o entendimento da
mesma em determinadas épocas, visto que anteriores aos anos 70 são poucos os
trabalhos e literaturas que tratam desse tema.
Segundo Alegre (1993) apud Darido (1999), em pesquisas realizadas foi
possível encontrar apenas dois trabalhos anteriores; um publicado pelo
Departamento Nacional de Ensino (1939) e outro por Fernando de Azevedo (1960),
que apresentam coerentemente com o período da história uma concepção
tradicional de avaliação.
Além desses dois autores citados anteriormente, Josuá (1985) apud Darido
(1999), propõem duas linhas de abordagem de avaliação educacional: o paradigma
agrobotânico ou clássico/tradicional e o paradigma sócio-antropológico ou avaliação
iluminativa.
Percebe-se que a avaliação tradicional usada na prática docente em
determinado período histórico, ainda tantas vezes é colocada em prática por alguns
educadores, mesmo que de forma menos rígida, descaracteriza e limita o processo
de construção da avaliação, em apenas um processo de medição.
Avaliar é um processo de análise, de discussão, de reavaliação e de reorganização do projeto pedagógico. Ao ser integrante do processo educacional, deve partilhar dos princípios fundamentais e ele vinculados. A avaliação é idealizada para verificar o aluno individualmente, situação que redimensiona o valor numérico, da quantificação classificatória e excludente para o sentido qualitativo, isto é, o que é observado é a compreensão do conteúdo pelo aluno (PALMA, 2008, p.101).
Conforme Resende (1995) apud Darido (1999), o desempenho dos alunos
nas capacidades físicas, habilidades motoras, conhecimento técnico, medidas
antropométricas, com objetivo principal de aferir uma nota ou comparar os dados
quantitativos obtidos com uma norma, tabela ou padrão. Além disso, a avaliação no
modelo tradicional poderia, em alguns momentos, expor os alunos a situações de
constrangimento, visto que a aplicação de testes como força física, e habilidade
motora, classificava-os em fraco, regular, bom e excelente, de acordo com o
desempenho de cada um, privilegiando o produto final em detrimento do processo
de desenvolvimento individual.
Mendes (2010) explica que para Darido (1999) a aplicação de testes era
mecânica, descontextualizada e aleatória, pois em geral o professor ordenava e os
alunos obedeciam, muitas vezes sem ter proferido explicações para os alunos do
objetivo da aplicação destes testes, nem os conteúdos articulados com o programa
desenvolvido durante o ano letivo.
Nessa perspectiva percebe-se que os testes ficavam vinculados à proposta
de avaliar a aptidão física, já os conteúdos eram esportes, que se destinavam aos
mais habilidosos e que possivelmente poderiam representar a escola em
competições esportivas. Diante disso, todos os alunos se sujeitavam, eram
submetidos aos testes que mais os colocava a um sentimento de incompetência e
vergonha, pois muitos nem participavam das atividades práticas das aulas, mas
precisavam ter uma “nota”. Então qual era o valor deste modelo de avaliação?
(MENDES, 2010)
Na abordagem de avaliação baseada nos objetivos de ensino, de acordo com
Darido (1999), a avaliação objetiva medir o desenvolvimento do aluno com seu
estágio inicial e comparar com o objetivo elaborado previamente pelo professor,
elencando critérios e não normas como na tradicional. Sendo assim, o desempenho
do aluno é comparado com seus próprios resultados e não com uma tabela de
resultados previamente elaborados.
Essa abordagem procura ver de maneira diferente a Educação Física, em
relação á abordagem tradicional, aqui se percebe a importância de aulas que
desafiem e estimulem os alunos individualmente em um ambiente de descontração,
menos exigente e rígido do que na abordagem anterior.
Para Resende (1995) apud Darido (1999), na tendência baseada nos
objetivos em comparação com a tradicional, a proposta avança ao considerar a
individualidade e referências baseadas em critérios, rejeitando o uso de tabelas
padronizadas alheias a realidade brasileira, possibilitando a avaliação de outras
dimensões do comportamento humano, para além do motor, incluindo na avaliação o
domínio cognitivo, afetivo e social. Para o autor, porém em alguns momentos estava
ainda reduzida ao caráter quantitativo e se limitava à avaliação dos comportamentos
observáveis e passíveis de serem mensurados.
No final dos anos 70, com o surgimento de várias críticas em relação ao
modelo de avaliação na tendência tecnicista/tradicional, a qual para Darido (1999)
cometeu uma série de equívocos, sendo os principais à noção de que avaliação
consiste em aplicar testes em prazos determinados, que avaliação acontece
somente no final de um prazo; que avaliar é atribuir uma nota ou conceito e ainda
que avaliação seja punitiva.
Diante dessas e outras análises de vários aspectos considerados negativos
de uma avaliação quantitativa, surge uma nova tendência pedagógica para a
avaliação na Educação Física escolar, a Humanista-Reformista.
Para Mendes (2010), nessa tendência a avaliação encontrava-se centrada na
análise dos aspectos internos do aluno, das dimensões psicomotoras e
comportamentais do educando, com a utilização da auto-avaliação, caracterizada
como não punitiva por valorizar as diferenças individuais no processo de construção
do conhecimento.
A última tendência de avaliação identificada pela literatura da área que
consiste em Coletivo de Autores (1992); Souza (1993) e Resende (1995), apud
Darido (1999), todos influenciados pelas posições avaliativas de Luckesi (1994) é a
Crítico-Social ou Histórico-Crítica, que surgiu em meados da década de 80, quando
de acordo com Darido (1999) em oposição ao modelo tradicional com
desdobramentos também na Educação Física, através dos representantes em
diferentes instituições brasileiras, seus trabalhos publicados defendiam a avaliação
dentro de uma perspectiva crítica.
A tendência de avaliação Crítico-Social está baseada numa pedagogia crítico-
superadora proposta pelo Coletivo de Autores (1992) apud Darido (1999), que utiliza
o discurso da justiça social como ponto de apoio e é baseada no marxismo e neo-
marxismo. Esta abordagem acredita que qualquer consideração sobre a pedagogia
mais apropriada deve versar, não somente sobre questões de como ensinar, mas
também de como adquirimos este conhecimento, valorizando a questão da
contextualização dos fatos e do resgate histórico.
Isso significa que a avaliação deve estar articulada de forma a considerar
vários elementos que compõem o processo ensino-aprendizagem tais como:
planejamento, objetivos, e conteúdos pautados na realidade a qual a escola está
inserida e no seu projeto político pedagógico, que conforme Darido (1999), político
porque encaminha a proposta de intervenção em determinada direção e pedagógico
no sentido de que possibilita uma reflexão sobre a ação dos homens na realidade,
explicitando suas determinações.
Para Resende (1995, p.09), o conceito de avaliação educacional baseado na
perspectiva histórico-crítica da educação “não deixa de considerar a avaliação do
ensino aprendizagem como um processo sistemático e intencional de juízo de valor
sobre os dados qualitativos e quantitativos julgados relevantes...”
Da mesma forma, o Coletivo de autores (1992, p.103) afirma que:
[...] o sentido de avaliação do processo ensino-aprendizagem em Educação Física é o de fazer com que ela sirva de referência para análise de aproximação ou distanciamento do eixo curricular que norteia o projeto pedagógico da escola.
Sendo assim, ainda conforme a autora na perspectiva da pedagogia
histórico-crítica, o juízo de valor implica necessariamente numa tomada de decisão.
Nessa perspectiva percebem-se as características de uma educação
democrática, voltada para uma escola cidadã, em que o conhecimento se constrói
na coletividade, e o processo ensino-aprendizagem acontece de forma conjunta:
aluno, professor e equipe pedagógica. Assim, cada elemento possui uma parcela de
responsabilidade, na perspectiva de uma avaliação participativa, onde, o professor
informa aos alunos sobre os conflitos, contradições, as formas e critérios qualitativos
do desempenho e nível de aprendizagem dos alunos.
Dessa forma, poderá perceber as necessidades de mudança de estratégias e
metodologias para atingir os objetivos da aprendizagem dos educando, participando,
opinando sobre o processo de avaliação ao qual ele está inserido, submetido de
forma democrática, coletiva, podendo auxiliar na construção, escolha de critérios e
procedimentos a serem adotados no decorrer do ano letivo.
O que diferencia esta abordagem de avaliação em Educação Física das
demais é a possibilidade da construção conjunta, coletiva, no processo ensino-
aprendizagem da escola.
Segundo Coletivo de autores (1992) apud Darido (1999) a avaliação em
Educação Física deve se aproximar da avaliação institucional e curricular na busca
da unidade de ação, num fazer coletivo, ou seja, buscar coerência entre as ações
com o projeto pedagógico da escola.
Assim como na tendência humanista, os autores entendem que a tendência
de avaliação Crítico-Social em Educação Física, deve considerar a observação,
análise e conceituação de elementos que compõem a totalidade da conduta
humana, ou seja, a avaliação deve estar voltada para aquisição do conhecimento,
habilidade, e atitude dos alunos.
Avaliação: Espera-se que diante desses estudos, interpretação e debate, o
professor possa refletir sobre as tendências de avaliação para melhoria do processo
de ensino e possibilitando á adequação da que melhor convier em suas práticas, nas
mais diversas situações que surgem no dia-dia, nas práticas docentes.
Ação lV
Conteúdo: Modalidades de avaliação em Educação Física escolar.
Objetivos: Analisar as diversas modalidades de avaliação existente e qual é a mais
apropriada para as práticas avaliativas na atualidade
Atividades: Trabalho em grupo com professores de Educação Física do Ensino-
Fundamental e Médio do colégio, textos para leitura, interpretação e debates de
assuntos que tratam dos temas aqui em questão, Modalidades de avaliação em
Educação Física.
Recursos Didáticos: Texto elaborado pelo professor baseado em literaturas
diversas que tratam do assunto “tema” em questão, a seguir.
Modalidades de avaliação
Avaliação DiagnósticaEssa permite ao educador identificar o estagio em que o educando se
encontra, possibilitando assim a localização das dificuldades e habilidades para
aquisição de outros conhecimentos no processo ensino-aprendizagem.
Para Sant’Anna (1995, p.34, apud Silva, 2010), avaliação diagnóstica é usada
como instrumento de identificação e avaliação do conhecimento que o aluno já
possui, pois os saberes do cotidiano do aluno podem e devem ser transformados em
pré-requisitos para novas experiências, assim ao realizar a diagnose procura-se
averiguar as causar de muitas dificuldades que o aluno apresenta durante a
realização da prática educativa e a construção de novos conhecimentos.
Avaliação FormativaNessa modalidade podemos acompanhar se está acontecendo à
incorporação do saber por parte do educando, se os objetivos que se pretende
foram alcançados, se de fato o processo de aquisição de novos conhecimentos está
sendo absorvido pelo aluno. Assim o educador usa essa modalidade para identificar
se as metodologias, as estratégia, as ações usadas estão adequadas para que o
processo de aprendizagem do aluno aconteça de forma positiva. Conforme
(PERRENOUD, 1999, apud Silva, 2010), avaliação formativa ajuda o aluno na
aprendizagem e no desenvolvimento, participando da regulação da aprendizagem e
do desenrolar do projeto educativo da unidade educacional.
Avaliação SomativaCom o objetivo de identificar se o educando tem domínio do conhecimento
dos conteúdos trabalhado essa modalidade é usada no final de um período ou
modulo para verificação da aquisição e incorporação do saber por parte do
educando para classificação promoção do mesmo no processo ensino-
aprendizagem. Conforme (HOFFMANN, 2001, apud Silva, 2010), o aluno deve ser
informado sobre o tipo de avaliação que será desenvolvido ao longo do curso,
período ou série, bem como os recursos que serão utilizados para a realização da
avaliação.
Avaliação: Diante desses estudos, interpretação e debate, que o professor possa
refletir sobre as modalidades de avaliação para melhoria do processo de ensino e
possibilitando á adequação da que melhor convier em suas práticas, nas mais
diversas situações que surgem no dia-dia, nas práticas docentes.
Ação V
Conteúdo: Instrumentos de avaliação da aprendizagem em Educação Física
escolar.
Objetivos: Compreender os instrumentos de avaliação presentes na literatura e
indicados para avaliar na Educação Física escolar.
Atividades: Trabalho em grupo com professores de Educação Física do Ensino-
Fundamental e Médio do colégio, textos para leitura, interpretação e debates de
assuntos que tratam dos temas aqui em questão, Instrumentos de avaliação em
Educação Física.
Recursos Didáticos: Texto elaborado pelo professor baseado em literaturas
diversas que tratam do assunto “tema” em questão, a seguir.
Instrumentos para avaliação em Educação Física
Alguns autores como Souza (1993), Coletivo de Autores (1992) e Resende
(1995), apud Darido (1999, p.07) sugerem critérios para a avaliação em Educação
Física, “em termos de instrumentos (como avaliar), os autores sugerem o uso de
registros sistemáticos em fichários cumulativos, em todas as partes das aulas para
consideração e análise do próprio grupo sobre seus próprios desempenhos, bem
como a equipe pedagógica.”
A avaliação nesta perspectiva para (Souza, 1993; Resende, 1995) apud
Darido (1999, p.08) “se manifesta como um processo contínuo de diagnóstico da
situação, contando com a participação dos professores, alunos e equipe
pedagógica, atendendo ao princípio participativo.”
Conforme Darido e Souza Jr, (2010, p. 22), “desde o início do período letivo,
os alunos precisam ser informados por que, como, quando e de que modo estão
sendo avaliados, abrindo-se espaço para que participem, oferecendo sugestões.”
Ainda segundo Darido e Souza Jr, (2010, p.23):
[...] os alunos podem ser avaliados, de forma sistemática por meio de observação das situações de vivência, de perguntas e respostas formuladas durantes as aulas, ou de forma específica, em provas, pesquisas, relatórios, apresentações etc. Para que os alunos com dificuldades em algumas formas de expressão não sejam prejudicados pelo tipo de avaliação, é muito importante que as formas de verificação do conhecimento sejam as mais diversificadas possíveis.
Para Mendes (2010, p.116), as técnicas e instrumentos a serem utilizados
precisam ser variados, como: provas objetivas, subjetivas, trabalhos, debates, entre
outros, para atingir o maior número de dados, tanto de natureza quantitativa como
qualitativa.
Ainda de acordo com Mendes (2010, p. 116), a questão maior que permeia a
avaliação das diversas dimensões é selecionar quais os procedimentos, estratégias
e instrumentos devem ser utilizados pelo professor que pode auxiliá-lo na tarefa de
avaliar a aprendizagem dos alunos nas dimensões motora, cognitiva e atitudinal.
Segundo Mendes (2010) a ficha de avaliação da dimensão atitudinal foi elaborada a
partir de uma escala Likert que visa quantificar as informações subjetivas, como
pode ser observada a seguir:
Ficha para avaliação da dimensão atitudinal individual
NOME DO ALUNO: ___________________________________________ SÉRIE: _____1 - Participa ativamente nas aulas de E. F. ? ( ) sempre [1,0] ( ) na maioria das vezes [0,7] ( ) as vezes [0,4] ( ) nunca [00]
2 - Mostra-se interessado em aprender os diversos conteúdos da E. F.? ( ) sempre [1,0] ( ) na maioria das vezes [0,7] ( ) as vezes [0,4] ( ) nunca [00]
3 - Demonstra atitudes de respeito para com o professor? ( ) sempre [1,0] ( ) na maioria das vezes [0,7] ( ) as vezes [0,4] ( ) nunca [00]
4 - Coopera com os colegas durante a realização das atividades? ( ) sempre [1,0] ( ) na maioria das vezes [0,7] ( ) as vezes [0,4] ( ) nunca [00]
5 - Cumpre os horários de chegada e saída das aulas? ( ) sempre [1,0] ( ) na maioria das vezes [0,7] ( ) as vezes [0,4] ( ) nunca [00]
6 - Apresenta-se trajado adequadamente para a aula prática?( ) sempre [1,0] ( ) na maioria das vezes [0,7] ( ) as vezes [0,4] ( ) nunca [00]
7 - Durante as atividades, de que forma resolve os atritos ou perdas? ( ) com violência física [00] ( ) com violência moral- reclamações [0,3} ( ) com diálogo [1,0]
8 - Demonstra atitudes discriminatórias em relação aos menos habilidosos, ou obesas ou de etnias e gêneros diferentes?( ) sempre [0,0] ( ) na maioria das vezes [0,4] ( ) as vezes [0,7] ( ) nunca [1,0]
9 - Colabora no cuidado e preservação do material de E. F?( ) sempre [1,0] ( ) na maioria das vezes [0,7] ( ) as vezes [0,4] ( ) nunca [00]
10 - Coopera com o professor durante a realização e na organização das atividades?( ) sempre [1,0] ( ) na maioria das vezes [0,7] ( ) as vezes [0,4] ( ) nunca [00]
Os itens e a pontuação foram elaborados com a intenção de totalizar uma
nota máxima de 10,0 pontos, sendo assim foram construídos 10 itens voltados à
análise das atitudes dos alunos em aula relacionadas a diversos aspectos como:
participação ativa nas aulas, interesse em relação aos diversos conteúdos da
Educação Física, respeito para com o professor, cooperação com os colegas e com
o professor no transcorrer das atividades da aula, assiduidade no que se refere aos
horários de chegada e saída das aulas, vestimenta adequada para a prática nas
aulas de Educação Física, convivência em grupo e maneira de agir em situações
difíceis como atritos ou perdas, comportamento interpessoal relacionado a atitudes
discriminatórias com os menos habilidosos, obesos, de etnia ou gênero diferentes e
ainda sobre a colaboração e cuidado com o material utilizado nas aulas.
Avaliação: Diante desses estudos, interpretação e debate, o professor possa refletir
sobre os instrumentos de avaliação para melhoria do processo de ensino e
possibilitando á adequação da que melhor convier em suas práticas, nas mais
diversas situações que surgem no dia-dia, nas práticas pedagógicas.
Ação VI
Conteúdo: Elaboração da proposta de avaliação para o colégio.
Objetivos: Elaborar em conjunto com os professores de Educação Física a proposta
e avaliação para o colégio.
Atividades: Construir na coletividade escolar de professores e equipe pedagógica e
direção uma proposta de avaliação, oportunizando escolher os instrumentos de
avaliação para cada dimensão do comportamento humano em relação aos
conteúdos elencados para serem desenvolvidos nas aulas de Educação Física
utilizando como base o Projeto Político Pedagógico da escola, a LDB 9394/96, bem
como as DCE’s do Paraná de 2008.
Recursos Didáticos: Laboratório de informática, fichas, livros sobre o tema.
Avaliação: Espera-se que a partir das discussões e reformulações em conjunto, o
processo de avaliação atenda as necessidades dos alunos e professores para
melhoria das práticas avaliativas nas aulas de Educação Física.
Ação VII
Conteúdo: Verificação das modificações na compreensão do processo de avaliação
dos professores de Educação Física.
Objetivos: Identificar possíveis alterações e/ou evoluções dos professores em
relação a avaliação das práticas corporais em suas aulas.
Atividades: Aplicação de um questionário aos professores
Perguntas:
• Conceitue avaliação: (O que é avaliar?)
• Quais os objetivos na realização da avaliação (por que avaliar?)
• Que aspectos considera possível de serem avaliados no aluno (O que
avaliar?)
• Quais instrumentos procedimentos ou critérios você utilizará para avaliar os
alunos (Como avaliar?)
Recursos Didáticos: Questionário individual para cada professor participante.
Avaliação: Espera-se que os professores demonstrem evolução do conhecimento e
da compreensão do assunto a partir do estudo e das discussões realizadas em
grupo.
REFERÊNCIAS
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DARIDO, S. C.; SOUZA JÚNIOR, O. M. de. Para Ensinar Educação Física: Possibilidade de intervenção na escola. São Paulo: Papirus, 2010.
DARIDO, S. C. A avaliação em educação física escolar: das abordagens à prática pedagógica. Anais do V Seminário de Educação Física escolar, p.50-66, 1999.
GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. Educação Física Progressista. São Paulo, Brasil, 1988
HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 20 ed. Porto Alegre: Mediação, 2003.
HOFFMANN, J. Avaliar Para Promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação. 2001.
LDB – Lei das Diretrizes e Base da Educação Nacional, Lei 9394/96 ed. Estadual, APP - Sindicato. Curitiba: Popular, 1997. 102 p.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
MENDES, E. H. Avaliação da Aprendizagem em Educação Física Escolar in Educação Física Escolar Questões do Cotidiano. Carmem E. H. Brandl (organizadora). 1º Ed. Curitiba, PR, 2010.
PALLAFOX, G. H. M.; TERRA, D. V. Introdução à avaliação na educação física escolar. In: Pensar a Prática. Goiânia, v. 1. n. 01, jan/dez 1998, p. 23-37.
PALMA, Angela P.T.V.; OLIVEIRA, Amauri A. B.; PALMA, José Augusto V. Educação Física e a Organização Curricular. Londrina-PR: EDUEL, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação - Departamento de Educação Básica, Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
PERRENOUD, Philippe. Avaliação entre duas lógicas: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. 184.p.
SANT’ANNA, I. M. Por que Avaliar? Como Avaliar? Critérios e Instrumentos. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.
SILVEIRA, M. Educação Física. Curitiba: Lógica, 2007.
TRITSCHLER, Katheem. A. Medidas e Avaliação em Educação Física e Esportes de Barrow & Mcgee/ Kathleem Tritschler; [Intr. da 5º. ed. Original de Márcia Greguol; ver. cientifica, COSTA, Roberto Fernandes da]. Barueri, SP: Manole, 2003.
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