Uma breve pincelada Uma breve pincelada histórica:histórica:circunstâncias que favoreceram circunstâncias que favoreceram a denominação a denominação Literatura Literatura InfantilInfantil
Ascensão da burguesia na sociedade europeia (séc XVIII);
Valores burgueses mudaram a relação adulto-criança (invenção da infância?);
Mudanças na concepção de família (família nuclear: pai, mãe, filhos);
Instituições como a escola também passaram a se dedicar à criança, como o futuro adulto que desempenharia seu papel na mentalidade burguesa.
CURIOSIDADE:No século XVII surgiram clássicos como Robinson Crusoe (Daniel Defoe, 1660-1731 )e As viagens de Gulliver (Jonathan Swift, 1667-1745).
Qual matéria literária constituiu o Qual matéria literária constituiu o que chamamos Literatura Infantil?que chamamos Literatura Infantil?Mitos: relatos universais cuja
finalidade é explicar fatos relativos à origem e à evolução o universo;
Lendas: como os mitos, têm por finalidade explicar o desconhecido, mas em âmbito local;
Fábulas: narrativas curtas, com tom moralista, em que ocorre a analogia entre as personagens (muitas delas animais) e o comportamento humano;
Contos maravilhosos: apresentam situações humanas em que o fantástico é fundamental;
Adaptações de clássicos;Narrativas autorais;
Poemas orais: cantigas, parlendas, adivinhas etc;
Poemas autorais;Narrativas em versos.
Em função da mediação da Escola, os textos autorais endereçados à infância muitas vezes assumiram uma função pedagógica em detrimento da literária.
Charles PerraultCharles PerraultContos da Mamãe Gansa (Contes de
ma Mère l´Oye)– 1697;Reinado de Luís XIV;Contos coletados junto a fontes
populares;Há nos contos uma moral, um fundo
didático.Exemplo: Chapeuzinho Vermelho
Ilustração de Gustave Doré (1832- 1883)
Jacob e Wilhelm GrimmJacob e Wilhelm GrimmContos de fadas para crianças e
adultos (Kinder und Hausmaerchen), 1812-1822;
Estudos de Gramática Comparativa e Filologia;
Principais informantes: Katherina Wieckmann (camponesa) e Jeannette Hassenpflug.
Exemplo: Chapeuzinho Vermelho
Capa de Contos de fadas para crianças e adultos, 1912.
Hans Christian AndersenHans Christian AndersenPoeta e novelista dinamarquês;Eventyr, 1835 à 1872; Fusão entre o pensamento mágico das
origens arcaicas e o pensamento racional dos novos tempos;
Textos autorais/ fontes da cultura popular;
Exemplo: A princesa e o grão de ervilha.
Ilustração de Vilh Pedersen e Lorenz Frolich para o conto A pequena sereia
Papercut feito por Hans Christian Andersen em 1859
Narrativas e Literatura Narrativas e Literatura Endereçada à InfânciaEndereçada à InfânciaTambém no Brasil, os primórdios do que chamamos Literatura Infantil trazem a intenção de formar e de ensinar comportamentos. Gradualmente o caráter literário foi sendo valorizado.Alguns fatos importantes para a publicação de livros endereçados à infância:-Século XIX – Implantação da Imprensa Régia no Brasil (1808);-- Nascimento de um público com necessidade de se instruir após a Proclamação da República (1899);-- Carlos Jansen e Figueiredo de Pimentel: tradução e adaptação de obras estrangeiras para a infância (Contos seletos das mil e uma noites – 1882; Contos da carochinha (1894) e Histórias da avozinha - (1896);-Júlia Lopes de Almeida e Adelina Lopes de Almeida – Contos Infantis (1886);-Olavo Bilac e Coelho Neto – Contos pátrios (1907);
Em busca de uma narrativa Em busca de uma narrativa autoral feita no Brasilautoral feita no BrasilAlgumas obras estrangeiras
influenciaram autores a produzirem “versões” nacionais: personagens crianças vivenciam situações de conhecimento da própria pátria (protagonistas crianças);
Através do Brasil (Olavo Bilac e Manuel Bonfim – 1910): conta a história de Carlos e Alfredo que cruzam o Brasil de norte a sul;
Saudade (Tales de Andrade – 1919): Mário, protagonista, narra sua infância até decidir ser agrônomo.
Capa da primeira edição do livro de Thales de Andrade, 1919
Ilustração de J. G. Villin para Saudade, 1919
Monteiro Lobato: “pai” da Monteiro Lobato: “pai” da Literatura Infantil BrasileiraLiteratura Infantil BrasileiraA menina do Narizinho Arrebitado
(1921): - Linguagem atraente à infância;- Introdução da oralidade tanto na
fala das personagens, quanto na do narrador;
- Visão da criança;- Em 1931, Reinações de
Narizinho.
Voltolino (1884-1926)[A Viagem do Príncipe] , ca. 1920 Reprodução fotográfica autoria desconhecida -disponível em http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=3526&cd_item=3&cd_idioma=285551926
Capa de Narizinho Arrebitado, Monteiro Lobato, 1920
Anos 30 e 40:Anos 30 e 40:Histórias da velha Totônia (José Lins
do Rego, 1936);O boi Aruá (Luís Jardim, 1940);Alexandre e outros heróis
(Graciliano Ramos, 1944);Histórias da lagoa grande (Lúcio
Cardoso, 1939);As aventuras do avião vermelho
(Érico Veríssimo, 1936);A terra dos meninos pelados
(Graciliano Ramos, 1939).
Max Yantok (pseudônimo de Nicolau Cesarino -1881, Itália - 1964, no Rio de Janeiro)– revista Tico-Tico – personagem Kaximbown
Personagens de Luiz Sá para a Revista Tico-Tico, criada em 1905.
Décadas de 60 e 70:Décadas de 60 e 70:Instituições voltadas ao fomento
da leitura (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – 1968);
Premiações e valorização da literatura endereçada à infância;
Revista Recreio (maio de 1969);Ruth Rocha, Ana Maria Machado,
Joel Rufino dos Santos, Sônia Robato...
Revista Recreio, número 162, de 16 de Agosto de 1972. Capa.
Anos 80Anos 80O “boom” da Literatura Infantil e
Juvenil:- Autores (ilustradores que
escrevem);- Cada vez mais há a consolidação
no meio editorial;- Reflexões no meio acadêmico
voltadas para o gênero (seminários, pesquisas...).
Algumas referências:Algumas referências:AGUIAR, Vera Teixeira de (coord.) era
uma vez na escola: formando educadores para formar leitores. Belo Horizonte: Formato, 2001.
AGUIAR, Vera Teixeira de (Coord.). Era uma vez... na escola: formando educadores para formar leitores. Belo Horizonte: Formato, 2001.
CADERMATORI, Lígia. O que é literatura infantil. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas: símbolos, mitos e arquétipos. São Paulo: DCL, 2005.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise e didática. São Paulo: Moderna, 2000.
GÓES, Lúcia Pimentel. Introdução à literatura para crianças e jovens. São Paulo: Paulinas, 2010.
SOUZA, Glória Pimentel Correia de. A literatura infanto-juvenil brasileira vai muito bem, obrigada!. São Paulo: DCL, 2006.
ZILBERMAN, Regina. LOJOLO, Marisa. Literatura infantil: história e histórias. 2 ed. São Paulo: Ática, 1985.
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