Retórica Grega
Teorias da Comunicação IRetórica Grega
Hélade e principais rotas comerciais
Magna Grécia (Sul da atual Itália), Cidade de Siracusa na Sicília, Séc. V a.C.
Por volta de 485 a.C. dois tiranos (Gélon e seu irmão Hierão) tomaram Siracusa e distribuíram terras para seus soldados mercenários, à custa de deportações, transferências de população e deportações.
Um terceiro irmão, Trasibulo, governou por apenas um ano e foi destronado numa revolta popular democrática
Surgimento
Com o advento da democracia surge em Siracusa, foi preciso que os habitantes das cidade retomassem suas antigas propriedades e seus antigos títulos. Isso se fazia mediante as discussões na praça pública da cidade.
Neste contexto, surgem os primeiros retóricos importantes: Córax, preceptor, e seu pupilo Tísias. Eles preparavam as pessoas importantes para colocar suas reivindicações perante os demais e retomar seus bens e terras.
Surgimento
Surgimento
Pouca retórica....
Muita retórica!
Naquela época os retóricos ainda não representavam seus clientes como advogados, mas preparavam os discursos dos clientes e os obrigavam a decorá-los.
Córax foi o primeiro a escrever regras do discurso forense, prevendo que ele deveria ser dividido em três partes: proêmio, pleito e epílogo.
Assim primeiro se narrava o que havia sucedido, depois se colocava o que o discurso buscava, e por fim se fechava a revindicação com “chave de ouro”, ligando os fatos.
Para os retóricos “o verossímil é mais estimável que o verdadeiro”
Surgimento
Os primeiros retóricos dividiram os discursos em três tipos:
1. Forense: para ser usado no fórum, o que seria hoje uma espécie de discurso jurídico
2. Político: para convencer os cidadãos
3. Epidíctico: de homenagens, de solenidades
Três tipos de discursos
Um dos principais retóricos desse período foi Górgias, também Siciliano, que aprendeu retórica na sua terra e a levou para Atenas no séc. IV a.C.
Os Sofistas
Num livro chamado “Górgias”, Platão escreve um longo diálogo do retórico siciliano com Sócrates. Neste diálogo, Górgias é apresentado como adversário de Sócrates.
Enquanto Sócrates busca a “verdade” pela “dialética”, ele acusa Górgias de buscar apenas “efeitos sofísticos”.
Os Sofistas
Para Sócrates e seus seguidores, a dialética era a forma correta da argumentação grega. Eles utilizavam uma técnica chamada “maiêutica”, que tinha como objetivo um jogo de oposições lógicas (“silogismos”) para colocar o adversário em “aporia”.
Enquanto isso, os “sofismas” eram uma forma de enganar o adversário, fazendo vencer o argumento mais fraco, e não o mais “verdadeiro”, por meio de jogos de linguagem que lembravam a dialética.
Os Sofistas
Deus é amor.O amor é cego.Stevie Wonder é cego.Conclusão: Stevie Wonder é Deus!
Os Sofistas
Sempre me dizem que sou um ninguém na vida.Ninguém é perfeito.Então, eu sou perfeito.
Mas só Deus é perfeito.Ou seja, eu sou Deus..Uhmmm... mas se Stevie Wonder é Deus.Eu sou Stevie Wonder!Puxa vida... sou cego!!!
Assim, Sócrates e Platão, que escreveu seus pensamentos, acreditam que a retórica é uma espécie de “encantamento”, de “mágica de feira” para atingir seu “objetivo”, e não para atingir a “verdade”.
Ser chamado de “sofista” era uma forma de xingamento, era como ser chamado de mentiroso.
Os Sofistas
Aristóteles, discípulo de Platão, tenta resgatar aspectos positivos da retórica, transformando-a numa téchne, numa técnica ou ciência, de forma a livrá-la dos efeitos sofísticos. Para isso ele diz que a retórica deve estar entre a poética e a fiosofia.
Retórica de Aristóteles
Platão e Aristóteles (detalhe de afresco de Rafael, “Escola dos filósofos”)
Aristóteles afirma que o discurso pode ser dividido em três partes quanto à sua forma de persuasão:
EthosEthosLogos
Pathos
Retórica de Aristóteles
A posição do orador: o orador deve parecer sério, respeitável, honesto, é o lugar de onde ele fala. São seus hábitos, sua virtude, seu caráter.
O raciocínio, a razão: os argumentos do orador devem ser razoáveis, devem ser convincentes, inteligíveis.
Retórica de Aristóteles
EthosEthos
Logos
Retórica de Aristóteles
A emotividade: a capacidade de “sentir junto” de “compaixão” com o público que está ouvindo.
Assim, o ethos está ligado ao enunciador, o logos ao enunciado e o pathos ao enunciatário.
Pathos
A retórica chega posteriormente à República Romana, e tem em Cícero um de seus grandes expoentes.
Roma foi uma civilização de engenheiros e de advogados, sendo que a base de seu direito civil é usada nas das constituições modernas.
Com o fim da República e o estabelecimento do Império em 27 a.C., com Otávio sendo declarado Augusto, após um longo período de Guerras Civis, aos poucos a retórica entra em declínio.
Retórica Romana
A partir da chamada “virada linguística”, no Séc. XX, a filosofia não busca mais os essencialismos metafísicos.
Desde então, os estudos da retórica vêm sendo retomados por diferentes correntes ligadas ao texto, à persuasão e ao discurso – que vão da redação publicitária até as investigações da Análise do Discurso.
Estudos Atuais
Bibliografia
Sugerida:
ARISTÓTELES. Retórica (Trad. Edson Bini). São Paulo: Edipro, 2011.
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