TEMPO
O tempo faz parte de nossa experiência individual, social e política.
Tempo como categoria narrativa Jean Pouillon, Genette, Ricouer, Benveniste e outros.
Temporalidade CronológicaTempo Litúrgico/ Sagrado: tempo
dos ritos, das celebrações religiosas.
Tempo político: tempo dos eventos cívicos, repetitivos, cíclicos.
Tempo Histórico
Tempo Litúrgico/ Sagrado
O tempo sagrado é por sua própria natureza reversível, no sentido em que é, propriamente falando, um Tempo mítico primordial tornado presente. Toda festa religiosa, todo Tempo litúrgico, representa a reatualização de um evento sagrado que teve lugar num passado mítico, “nos primórdios.” (ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. A essência das religiões).
Tempo da História (Diegese)e Tempo do Discurso
Tempo da História (Diegese): sucessão de eventos antes/agora/depois; fluxo do tempo
Tempo do Discurso NarrativoOrdem em que os eventos são
produzidos e transmitidos
Tempo da História
Tempo Cronológico: objetivo, medido em períodos regulares, através de convenções.
Tempo Psicológico: filtrado pelas vivências subjetivas da personagem; sem padrão convencional de medida.
TEMPO DA HISTÓRIA
Múltiplo; pluridimensional (várias personagens na história)
Pode ser dilatado (época e gerações) ou condensado (dias, horas, minutos)
Utilização de Cenas e/ou Sumários
TEMPO DO DISCURSOCompreende a totalidade temporal e as seqüências de enunciados interligados.
Segue a concreção da escrita, a ordenação das seqüências narrativas (cenas, diálogos, descrição, narração) dependendo, de certa maneira, do ato de leitura.
TEMPO DO DISCURSOSistematização de G. GenetteTempo do Discurso compreende áreas de codificação: ordem, velocidade e freqüência.
Ordem Temporal: estudar a ordem temporal de uma narrativa é confrontar a ordem de disposição dos segmentos temporais como a disposição desses mesmos segmentos no tempo da história.
TEMPO DO DISCURSODiagrama de representação
Tempo da História:A BcDEFG
Tempo do Discurso:[...] B [A] CD[F]E [...]G
ANACRONIAS
Analepses (flashback)
Prolepses (flashforward)
Discurso do pai à cabeceira da mesa[...] rico não é o homem que coleciona e se pesa no amontoado de moedas, [...]; rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra seu curso[...]. (p.54)[...] o equilíbrio da vida depende essencialmente este bem supremo (o tempo), e quem souber com acerto a quantidade de vagar, ou a de espera, que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que não é; por isso ninguém em nossa casa há de dar nunca o passo mais largo que a perna [...]. (Raduan Nassar Lavoura Arcaica.p.55)
Discurso do pai à cabeceira da mesa
[...] o equilíbrio da vida depende essencialmente este bem supremo (o tempo), e quem souber com acerto a quantidade de vagar, ou a de espera, que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que não é; por isso ninguém em nossa casa há de dar nunca o passo mais largo que a perna [...]. (Raduan Nassar Lavoura Arcaica.p.55)
Discurso do pai à cabeceira da mesa
[...] aquele que exorbita no uso do tempo, precipitando-se de modo afoito, cheio de pressa e ansiedade, não será jamais recompensado, pois só a justa medida do tempo dá ajusta natureza das coisas, [...] (p.55)
Discurso de AndréO tempo, o tempo é versátil, o tempo faz diabruras, o tempo brincava comigo, o tempo se espreguiçava, provocadoramente, era um tempo só de esperas, me guardando na casa velha por dias inteiros; era um tempo também de sobressaltos, me embaralhando ruídos, confundindo minhas antenas, me levando a ouvir claramente acenos imaginários, me despertando com a gravidade de um julgamento mais áspero, eu estou louco! (p. 95)
Discurso de AndréO tempo, o tempo, o tempo e suas águas inflamáveis, esse rio largo que não cansa de correr, lento e sinuoso, ele próprio conhecendo seus caminhos, recolhendo e filtrando de vária direção o caldo turvo dos afluentes e o sangue ruivo de outros canais para com eles construir a razão mística da história, sempre tolerante, [...] (p.184)
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