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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISEscola de Engenharia
Departamento de Materiais de ConstruoCurso de Especializao em Construo Civil
SUSTENTABILIDADE DAS CONSTRUES
Construes para um futuro melhor Reaproveitamento da gua
Autor: Andr Luiz Genelh Fernandes
Orientador: Prof. Jos Cludio Nogueira Vieira
Belo Horizonte, Junho de 2009.
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Andr Luiz Genelh Fernandes
SUSTENTABILIDADE DAS CONSTRUES
Construes para um futuro melhor Reaproveitamento da gua
Monografia apresentada ao curso de Especializao de Construo Civil da Universidade
Federal de Minas Gerais como requisito parcial para a obteno do titulo de Especializao
em Construo Civil.
nfase: Gesto e Avaliao nas Construes
Orientador: Jos Cludio Nogueira Vieira
Belo Horizonte, Junho de 2009.
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SUMRIO
1 INTRODUO ..................................................................................................................... 082 OBJETIVO ............................................................................................................................ 09
3 REVISO BIBLIOGRFICA .............................................................................................. 10
3.1 Construes Sustentveis....................................................................................................10
3.1.1 A obra sustentvel ........................................................................................................... 11
3.1.2 Escolha dos materiais ...................................................................................................... 12
3.1.3 Tipos de Construes Sustentveis.................................................................................. 13
3.1.4 Diretrizes Projetuais ........................................................................................................ 13
3.2. Sustentabilidade nas cidades ............................................................................................. 18
3.3 Recurso Natural da gua ..................................................................................................... 20
3.4 Uso da gua ........................................................................................................................ 24
3.4.1 Preliminar ........................................................................................................................ 24
3.4.2 Usos e padres ................................................................................................................. 26
3.4.2.1 Classificao de corpos de gua doce........................................................................... 27
3.4.2.2 Classificao de corpos de gua doce .......................................................................... 28
3.5 O reuso da gua de chuva ................................................................................................... 29
3.5.1 Vantagens ........................................................................................................................ 30
3.5.2 Aplicaes ...................................................................................................................... 31
3.5.3 Caractersticas Tcnicas ................................................................................................. 32
3.6 Estudo de Caso ................................................................................................................... 34
3.6.1 Anlise ............................................................................................................................. 40
4 CONSIDERAES FINAIS ................................................................................................ 44
REFERENCIAS ....................................................................................................................... 45
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LISTA DE ILUSTRAES
FIGURA 1: Mdia anual do potencial solar brasileiro ............................................................. 18
FIGURA 2: Distribuio da gua no planeta Terra .................................................................. 20
FIGURA 3: Ciclo hidrolgico .................................................................................................. 22
FIGURA 4: Reaproveitamento da gua.................................................................................... 31
FIGURA 5: Instalao para reaproveitamento da gua ............................................................ 32
FIGURA 6:Captao da gua ................................................................................................... 33
FIGURA 7: Instalao do ralo como filtro ............................................................................... 34
FIGURA 8: Tubulao na laje .................................................................................................. 34
FIGURA 9: Acesso ao reservatrio .......................................................................................... 35
FIGURA 10: Alapo para inspesao do reservatrio ............................................................... 35
FIGURA 11: Bomba do sistema de irrigao ........................................................................... 36
FIGURA 12: Painel de controle do sistema de irrigao ......................................................... 36
FIGURA 13: Reservatrios superiores ..................................................................................... 37
FIGURA 14: Posicionamento da tubulao nos reservatrios ................................................. 37
FIGURA 15: Reservatrios ...................................................................................................... 38
FIGURA 16: Posicionamento da tubulao ............................................................................ 38
FIGURA 17: Reservatrio para uso dos coletores solares ...................................................... 39
FIGURA 18: Irrigao do jardim ............................................................................................. 39
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Distribuio da disponibilidade hdrica mundial ................................................. 22
TABELA 2: Disponibilidade hdrica brasileira ........................................................................ 24
TABELA 3: Consumo de guaper capita ............................................................................... 25
TABELA 4: Principais parmetros de qualidade da gua ........................................................ 26
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LISTA DE NOTAES, ABREVIATURAS
IBAMA = Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis
IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
LUX = Unidade de iluminncia
NBR = Denominao de norma da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT);
ONU = Organizao das Naes Unidas
PVC = Policloreto de vinil
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RESUMO
O presente trabalho tem como foco a sustentabilidade nas construes. O tema despertouinteresse por parte do autor, uma vez que o mesmo pretende adotar esses procedimentos em
seus empreendimentos. Foi apresentado uma breve histria da sustentabilidade e tambm as
diretrizes a serem consideradas para uma construo. A Construo Sustentvel faz uso de
materiais e de solues tecnolgicas visando o bom aproveitamento, conforto e a economia de
recursos finitos (gua e energia eltrica), a reduo da poluio e a melhoria da qualidade do
ar no ambiente interno de seus moradores e usurios. Esse tipo de interao, o uso de
materiais com baixo impacto ambiental e bom aproveitamento das construes gera o quepodemos chamar de uma construo sustentvel. Mesmo quando emprega produtos ou
processos artesanais, o faz conscientemente, buscando o sucesso ambiental integral da obra.
Para exemplificar melhor foi apresentado um estudo de caso da reutilizao de gua na
construo civil, abordando a utilizao de projetos que visam construes com menos
consumo de gua e seu reaproveitamento.
Palavras-chaves: Sustentabilidade das construes; reaproveitamento de gua; Preservao.
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1 INTRODUO
O homem vem explorando o planeta h anos e nunca se preocupou com preservaodo meio ambiente. Usa os recursos disponveis no planeta e no se preocupou em preservar o
local onde ele vive para as geraes futuras. Essa viso, totalmente ultrapassada, comeou a
mudar na dcada de 80 e foi criado um novo conceito de desenvolvimento sustentvel,
mudando a viso da Arquitetura moderna. Passou ento a haver uma interao do homem com
o Meio Ambiente. O mundo est beira de um colapso ambiental, vrios exemplos, de fato, j
podem ser observados em diversos locais do planeta. Uma resposta para essa questo seria
uma uniformidade na forma de pensar os problemas mundiais.
A construo civil tem grande participao na sustentabilidade. Grande parte da
energia produzida no planeta est diretamente relacionada com o processo construtivo. Uma
obra sustentvel leva em conta o processo na qual o projeto concebido, quem vai usar os
ambientes, quanto tempo ter sua vida til e se, depois desse tempo todo, ela poder servir
para outros propsitos ou no. Tudo o que diz respeito aos materiais empregados nela devem
levar em conta a necessidade, o desperdcio, a energia gasta no processo at ser implantado na
construo e, depois, se esses materiais podem ser reaproveitados. A auto-suficincia daedificao deve ser levada em considerao. Muitas vezes, alguma parcela da energia pode ser
gerada no prprio lugar e a gua pode ser reaproveitada, fazendo com que no longo prazo se
obtenha uma grande economia de energia e gua. Em um contexto mais amplo, proporcionar
a sua prpria energia faz com que o edifcio colabore com a sustentabilidade.
A gua faz parte do nosso planeta. Ela essencial para a vida de todo ser vegetal,
animal ou humano e sem ela no poderia conceber a atmosfera, o clima, a vegetao ou a
agricultura. Porm os meios naturais de transformao da gua potvel so muito limitados elentos. Por isso a utilizao e manipulao da gua devem ser feito com racionalidade. Com
isso surgiu ento captao da gua de chuva como ferramenta de gesto da gua. O reuso da
gua faz parte da Estratgia global para a Administrao da Qualidade da gua, proposta pelo
Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente e pela Organizao Mundial da Sade
(OMS, 2005).
O reuso da gua tem principal finalidade evitar que as indstrias ou grandes
condomnios residenciais e comerciais continuem consumindo gua limpa em atividades que
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seu uso dispensvel, preservando assim gua potvel para a utilizao mais nobre e com isso
com menos impacto na natureza.
A utilizao de gua tratada, principalmente em regies com grande concentrao
populacional, afeta diretamente os mananciais existentes. O crescimento das atividades
econmicas e a manuteno das condies de qualidade de vida da populao dependem da
conscientizao de como usaremos nossos recursos hdricos de maneira racional. Portanto,
so necessrios investimentos em desenvolvimento tecnolgico e na busca de solues
alternativas para a ampliao de oferta de gua, e tambm so necessrias aes para a
eficiente gesto da demanda, reduzindo os ndices de perdas e desperdcios.
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2 OBJETIVO
O conceito de Construo Sustentvel vem ganhando grande importncia em todo omundo em funo dos enormes benefcios que ele oferece. Uma Construo Sustentvel
aquela que ambientalmente responsvel, lucrativa e um lugar saudvel para viver e
trabalhar. A indstria da construo civil enfrenta hoje o desafio de incorporar aos seus
produtos as tcnicas descritas como ecolgicas e de preservao do clima na Terra. Existem
inmeras opes construtivas as quais podem variar desde o emprego de fontes de energias
alternativas at a seleo de materiais fabricados com resduos urbanos, todas incorporando os
ditames da bioarquitetura, isto , voltadas para a preservao da qualidade de vida no nosso
planeta. A questo central nesta discusso permanece. Como avaliar se no final os efeitos
globais almejados foi obtido quando so selecionadas estas alternativas de projeto?
O objetivo desse trabalho consiste em fazer uma abordagem sobre o tema da
Sustentabilidade das Construes e o que pode ser feito para melhorar o impacto da
construo civil. Execuo de projetos de construo que visam mais economia na sua
utilizao e conservao.
Para melhor entendimento, no decorrer desse trabalho, ser apresentado um estudo dareutilizao de gua na construo civil, abordando a utilizao de projetos que visam
construes com menos consumo de gua e seu reaproveitamento.
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3 REVISO BIBLIOGRFICA
3.1 Construes Sustentveis
Construo Sustentvel um sistema construtivo que promove intervenes sobre o
meio ambiente, adaptando-o para suas necessidades de uso, produo e consumo humano,
sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para as geraes futuras.
A Construo Sustentvel faz uso de materiais e de solues tecnolgicas visando o
bom aproveitamento, conforto e a economia de recursos finitos (gua e energia eltrica), a
reduo da poluio e a melhoria da qualidade do ar no ambiente interno de seus moradores e
usurios. Esse tipo de interao, o uso de materiais com baixo impacto ambiental e bom
aproveitamento das construes gera o que podemos chamar de uma construo sustentvel.
Mesmo quando emprega produtos ou processos artesanais, o faz conscientemente, buscando o
sucesso ambiental integral da obra.
3.1.1 A obra sustentvel
A sustentabilidade de uma obra avaliada pela sua capacidade de responder aos
desafios ambientais de sua sociedade, sendo ela mesma um modelo de soluo. Um bom
modelo de Casa Sustentvel deve usar: a) recursos naturais passivos e de design para
promover conforto e integrao na habitao; b) materiais que no comprometam o meio
ambiente e a sade de seus ocupantes e que contribuam para tornar seu estilo de vida
cotidiano mais sustentvel (por exemplo, o usurio de embalagens descartveis deveria usarprodutos reciclados a partir dos materiais que, em algum momento, ele mesmo usou); c)
resolver ou atenuar os problemas e necessidades gerados pela sua implantao (consumo de
gua e energia); d) prover sade e bem-estar aos seus ocupantes e moradores e preservar ou
melhorar o meio ambiente.
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3.1.2 Escolha dos materiais
Os materiais usados na Construo Sustentvel deveriam, em princpio, obedecer acritrios de preservao, recuperao e responsabilidade ambiental. Isso significa que, ao se
iniciar uma construo, importante considerar os tipos de materiais que esto de acordo com
o local (como sua geografia, ecossistema, histria, etc.) e que podem contribuir para conservar
e melhorar o meio ambiente onde ser inserida. Materiais que guardam relao direta com o
estilo de vida do local e do usurio devem ser avaliados. Por exemplo, se o morador reside e
trabalha em uma rea urbana, possivelmente comprar alimentos envolvidos por embalagens
plsticas descartveis; muito provvel tambm que utilize um automvel para se deslocar dacasa para o escritrio e vice-versa.
Deve-se lembrar que toda Construo Sustentvel saudvel. Esse tipo de obra
caracteriza-se pelo uso de materiais e tecnologias biocompatveis, que melhoram a condio
de vida do morador ou, no mnimo, no agridem o meio ambiente em seu processo de
obteno e fabricao, nem durante a aplicao e em sua vida til. importante evitar
tambm materiais que reconhecidamente esto envolvidos com graves problemas ambientais,
e sobre os quais hoje h consenso entre todas as entidades srias que trabalham comConstruo Sustentvel e Bioconstruo no mundo, caso do PVC (policloreto de vinil) e o
alumnio. Outros produtos, considerados aceitveis na ausncia de outras opes, devem ser
usados de maneira bastante criteriosa principalmente no interior de casa, como compensados e
OSBs (colados com cola base de formaldedo). O mesmo vale para madeiras de
reflorestamento tratadas por autoclave (sistema CCA, CCB ou CCC), as quais so imunizadas
com um veneno base de arsnico e cromo - este tipo de madeira, segundo a EPA norte-
americana e os prprios fabricantes daquele pas, j no pode mais ser usada em reas
pblicas desde 30 de dezembro de 2003.
As empresas, os governos e as ONGs no so as nicas responsveis pelos materiais
de construo e pelo estado atual do meio ambiente. O consumidor, ao optar por um produto
A, B ou C, tambm co-responsvel por todo o processo, j que para ele que se destinam
todos os produtos e, por extenso, as construes. Ele o "target" do mercado e, com uma
nova conscincia, pode ajudar a alterar as regras do mercado.
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3.1.3 Tipos de Construes Sustentveis
Os principais tipos de Construo Sustentvel resumem-se, praticamente, a doismodelos: construes coordenadas por profissionais da rea e com o uso de ecomateriais e
tecnologias sustentveis modernos, fabricados em escala, dentro das normas e padres
vigentes para o mercado; e sistemas de autoconstruo (que incluem diversas linhas e
diretrizes), que podem ou no ser coordenados por profissionais (e por isso so chamados de
autoconstruo). Inclui grande dose de criatividade, vontade pessoal do proprietrio e
responsvel pela obra e o uso de solues ecolgicas pontuais.
3.1.4 Diretrizes Projetuais
O projeto arquitetnico deve levar em consideraes diversas variveis para sua
proposio, tais como: as condies climticas do local, buscando o aproveitamento dos
condicionantes naturais e assim melhor eficincia energtica, materiais e mo-de-obra locais,
e o conhecimento do lote e seu entorno.
Implantao
Deve-se incentivar o aumento da taxa de permeabilidade, tornando o ambiente de
implantao com maior rea de absoro.
A implantao deve priorizar manter o desnvel original do lote, para que no sedespenda energia e gastos com a movimentao de terra.
A implantao deve ser coerente com o entorno, devendo faz-lo de forma
integradora.
Para climas quentes, deve-se utilizar brises mveis ou fixos, ou at mesmo vegetao
como forma de proteo radiao solar. Os brises mveis, localizados externamente,
so mais eficientes do que os fixos ao se tratar do controle da radiao solar, contudo,
apresentam custos iniciais e de manuteno mais elevados.
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Orientao e Insolao
Deve-se levar em considerao a latitude e longitude do local, quanta sombra resultade obstculos que existem entre a edificao e o local, bem como o clima do local.
Pode-se perceber a influencia da localizao no projeto quando analisamos, por
exemplo, o fato da fachada norte recebe sol o ano todo no hemisfrio sul, j no
hemisfrio norte, a fachada sul que recebe insolao.
Deve-se analisar a intensidade do sol no local, a posio relativa do sol, quanto do
calor do sol a edificao necessitar ou no, bem como qual a capacidade de
armazenagem que a edificao deve ter em relao ao ganho solar disponvel no localpara suprir suas necessidades, tudo em relao a diferentes pocas do ano.
Fachadas
Deve-se analisar a melhor relao entre ganho de calor e rea envidraada, o que est
diretamente relacionado com o clima local.
As cores das fachadas e das coberturas influenciam diretamente o conforto trmico.
Considere que as cores claras no absorvem tanto calor como as mais escuras, uma
fachada branca absorve s 25% do calor do sol, enquanto que a mesma fachada na cor
preta pode absorver at 90% de calor.
Paredes
Utilizar materiais locais, alm de se analisar a melhor soluo para o clima. Para
climas quentes e secos, h a necessidade de paredes grossa, ou com capacidade de
reter calor. J em climas frios, v-se a importncia da entrada do calor, porem devendo
manter dentro na residncia.
Cobertura
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Deve-se levar em considerao a relao entre a durabilidade do material e sua
resistncia gua, ou mesmo a umidade.
Utilizar materiais alternativos como o teto jardim, alm dos materiais reciclados comotelhas feitas a partir de caixas TetraPak, feitas a partir de tubo de pasta de dentes
triturados, ambos os casos tem comprovada garantia e eficincia, alm de custo baixo.
Deve-se observar o material mais prximo ao local de implantao, evitando o gasto
de energia no transporte.
Deve ter uma gua da cobertura direcionada para a face norte, no caso do hemisfrio
sul, se possvel, para que possam ser instalados coletores solares trmicos e/ou painis
solares fotovolticos. Isto inclui que o clculo da estrutura da cobertura deve prever apossibilidade de peso extra com a instalao de coletores de chuva, se o sistema for
utilizado.
Abertura
A altura das janelas dever considerar os limites de alcance visual, exceto em locaisonde deva prevalecer a segurana e a privacidade.
As aberturas devem estar adequadas ao sentido dos ventos locais e iluminao natural.
Devem-se utilizar vidros adequados ao clima.
As janelas deveram ficar na altura das mesas e devem ser altas, para atingir pontos
mais profundos.
Iluminao
O projeto deve levar em conta a idade dos usurios, sendo diferente para cada
ambiente.
Para adequao do projeto deve-se analisar a NBR 5413.
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Como no caso de uma pessoa com 25 anos a cozinha deve fornecer cerca de 100 lux
no modo geral, j no caso do local, so necessrios 200 lux. Isto demonstra a
necessidade de se supera. Esses valores alteram de acordo principalmente por causa da
idade.
Para o caso da iluminao lateral, dever-se- evitar que as aberturas localizem-se por
toda extenso do ambiente e que objetos que necessitem de ateno, como a televiso,
encontre - se at o canto da parede.
As condies climticas agem sobre a iluminao natural de interiores.
A geometria dos ambientes dever ter pouca profundidade para ser mais bem
iluminada. Dever-se- verificar o ngulo de incidncia da luz. Aberturas simtricas e
localizadas em paredes opostas, para que assim, ocorra uma melhor distribuio de
iluminncia.
Natureza dos vidros por onde penetra a luz dever estar adequado s condies de
conforto trmico e luminosidade interna.
Superfcies claras so excelentes refletoras e no direcionam o calor para dentro do
ambiente. A cor utilizada no forro considerada o elemento mais responsvel pelos
nveis de iluminncia de um ambiente, se comparado s cores das paredes e do piso.
Dever-se- optar por lmpadas de baixo consumo e procurar usar iluminao
localizada, colocando luz s onde seja de fato necessrio. Priorizar lmpadas
fluorescentes compactas, pois elas tm o mesmo potencial de iluminao de lmpadas
incandescentes e das lmpadas fluorescentes, mas consomem menos energia.
Conforto Trmico
Dever-se- manter uma temperatura constante no interior do edifcio, de forma a evitar
perdas de calor no Inverno e ganhos de calor no Vero, no caso dos projetos para a
rea sul-americana.
Ventilao
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Dever-se- levar em considerao alguns fatores como a velocidade e direo alm das
variaes dirias sazonais do vento.
Proporcionar a ventilao cruzada, aproveitando os ventos para resfriamento erenovao do ar interno atravs de aberturas laterais opostas, porque o ar quase nunca
est mesma temperatura nestas. Os caixilhos devem ter dispositivos que permitam
ventilao ou ento deve existir um sistema de renovao mecnica de ar.
Promover ventilao vertical, que a retirada do ar quente localizado nas partes mais
elevadas do interior da edificao, gerando um fluxo de ar ascendente por diferenas
de presso. Dispositivos como lanternins, aberturas no telhado, exaustores elicos ou
aberturas zenitais so utilizados para tal fim. Pode-se combinar o fator iluminaonatural ao fazer uso de aberturas zenitais, uma vez que podem ser locadas em pontos
estratgicos que ofeream ventilao e iluminao simultaneamente.
O projeto deve posicionar a edificao de modo a aproveitar as brisas de vero, alm
de empregar recursos aplicveis forma do edifcio. Tal estudo da forma e da
orientao da obra tambm explora a iluminao natural e favorecem ganhos ou
perdas de calor.
Rudos
O som pode ser ouvido de diferentes formas, com a rea estritamente residencial
urbana, a rea mista, predominantemente residencial, e sem corredores de transito.
Para realizar o projeto deve se analisar a ABNT - NBR 10151- 1987
Eficincia Energtica
Coletores solares trmicos: Captam a energia do Sol e a transformam em calor,
poupando at 70% da energia necessria para o aquecimento de gua.
Painis solares fotovolticos: Por meio do efeito fotovoltico a energia do Sol convertida em energia eltrica. Podem ser utilizados inclusive em locais isolados, com
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ou sem rede eltrica ou como sistemas ligados rede. Devem-se observar quais
aparelhos eletrodomsticos sero utilizados para melhor escolha dos painis solares
fotovoltaicos. Para poder quantificar o sistema preciso estimar a mdia de consumo,
como tambm analisar as caractersticas locais de insolao e climas em que o sol
predominante, como exemplificado na figura abaixo:
FIGURA 1 - Mdia anual do potencial solar brasileiro (em MJ/m/dia)FONTE: CRESEB/CEPEL
No que diz respeito ao consumo de energia, usar-se- os aparelhos mais eficientes
disponveis no mercado.
A flexibilidade dos painis possibilita seu uso em muitos produtos de edificaes, tais
como telhas solares, cortinas de vidro e painis decorativos.
3.2 Sustentabilidade nas cidades
A sustentabilidade nas cidades brasileiras significa enfrentar vrias questes
desafiadoras, como a concentrao de renda e a enorme desigualdade econmica e social, o
saneamento ambiental, o dficit habitacional e a situao de risco de grandes assentamentos,
alm da degradao dos meios construdo e natural e dos acentuados problemas de mobilidadee acessibilidade.
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Os grandes problemas enfrentados nas cidades esto relacionados aos seguintes itens:
Desenvolvimento econmico, que inclui habitao acessvel, segurana pblica,
proteo do meio ambiente e mobilidade;
Incluso social, reconciliando interesses para identificar e alcanar valores e objetivos
comuns;
Previso de objetivos em longo prazo (preservao para as geraes futuras);
Qualidade pela preservao da diversidade e no a quantidade.
Agenda 21 o mais importante compromisso scio-ambiental em favor da
sustentabilidade firmado na RIO-92. A Agenda 21 estabeleceu o desafio do milnio seguintecomo uma ferramenta de planejamento estratgico que visa implementar um novo modelo de
desenvolvimento scio-econmico e ambiental, construdo, orientado a melhorar e resguardar
a qualidade de vida das geraes futuras. Um grande avano da Agenda 21 sua elaborao
como processo amplamente participativo para construo de consensos e cenrios de futuro.
Prope padres mnimos aceitos pelos seus signatrios para harmonizar as questes scio-
econmicas e ambientais, com a assinatura de compromissos em regime de co-
responsabilidade entre os diversos atores sociais, concretizados em um Plano de
Desenvolvimento Sustentvel ou similar.
O captulo 28 da Agenda 21, que pede maior ateno com as cidades, j que estas so
fundamentais para a implementao das polticas propostas no documento. Muitos dos
problemas e das solues listados na Agenda 21 tm razes em atividades locais, assim, as
autoridades locais e seus planos de governo so um fator-chave para fazer o desenvolvimento
sustentvel acontecer. O envolvimento dos moradores e outros setores da sociedade
organizada junto ao governo local condio indispensvel para lidar com os desafios bsicosdo desenvolvimento, tais como moradia, desemprego, lixo, gua e poluio do ar, para citar
apenas alguns e pode mobilizar novos recursos para a soluo destes problemas e criar uma
cultura participativa, transparente, responsvel e comprometida com processos permanentes
de sensibilizao e capacitao.
O objetivo maior da Agenda 21 Local servir de subsdio elaborao e
implementao de polticas pblicas, orientadas para o desenvolvimento sustentvel. Os
processos em andamento mostram que a Agenda 21, alm de ser um instrumento de promoo
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do desenvolvimento sustentvel, tambm um poderoso instrumento de gesto democrtica
das cidades e validao social das propostas do Estatuto da Cidade e seus Planos Diretores.
3.3 Recurso Natural da gua
Disponibilidade no Planeta:
A gua um dos recursos natural mais abundante no planeta, com um volume total
estimado em 1.386 milhes km3. Esse gigantesco volume est distribudo da seguinte forma:
97,5% de toda gua na Terra esto nos mares e oceanos, 1,7% nas geleiras e calotas polares,
0,7% est nos aqferos subterrneos, menos que 0,01% formam os rios, lagos e reservatrios
e, ainda, uma porcentagem nfima da gua est distribuda em forma de vapor na atmosfera
(SHIKLOMANOV, 1999).
FIGURA 2 Distribuio da gua no planeta Terra
Mas, infelizmente, essa abundncia de gua no nosso planeta no corresponde igual,nem sequer prxima abundncia de gua para consumo humano. Enquanto processos de
dessalinizao da gua do mar ainda forem extremamente dispendiosos, a gua doce
permanecer como a nica parcela de real possibilidade de uso e consumo. Representando
apenas 2,5% da totalidade de gua no mundo, a gua doce est dividida, segundo
SHIKLOMANOV (1999), em: 68,9% nas calotas polares e geleiras, 29,9% em gua
subterrnea, 0,3% em gua superficial e 0,9% em outras formas.
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Apesar da possibilidade fsica de uso, ainda existe mais uma limitao: a totalidade de
gua doce no mundo no economicamente vivel a explorao. Na prtica, somente as
guas superficiais e uma parcela das guas subterrneas so utilizadas como mananciais, o
que reduz, ainda mais, a disponibilidade de recursos hdricos no planeta. Assim, apenas
0,006% da gua doce do mundo, cerca de 21.200 km3, so de fcil acesso, escoando em
corpos de gua. Ainda, deve-se lembrar que os valores e porcentagens apresentados
anteriormente demonstram apenas uma distribuio estatstica, uma vez que a gua no um
elemento esttico na natureza; ela est sempre em transformaes e movimento.
O processo de circulao da gua no planeta chama-se ciclo hidrolgico e pode ser
resumidamente explicado da seguinte forma: o calor da radiao solar faz com que a gua dos
rios, lagos e oceanos evaporem e nas plantas, ocorra transpirao. A gua, em forma de
vapor, acumula-se na atmosfera at que precipita sobre a superfcie terrestre e os oceanos.
Ento a gua de chuva que cai sobre a terra infiltra abastecendo os lenis freticos ou escorre
formando os rios, que, eventualmente, acabam por desaguar em lagos ou nos oceanos,
voltando a evaporar. Todo o processo est esquematizado na Figura 3.
O ciclo hidrolgico proporciona a reposio e a renovao do fluxo da gua nos rios,
lagos e aqferos subterrneos, fontes essenciais para abastecimento de gua doce no mundo.
Mas o processo influenciado por fatores climticos, geolgicos e outros relativos ao uso do
solo, tornando a distribuio das chuvas desigual pelo globo terrestre e, tambm, irregular ao
longo do ano. Como o caso da ndia, onde 90% das precipitaes so concentradas na
estao das mones, que ocorre de junho a setembro, restando pouqussima chuva para os
outros oito meses do ano.
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FIGURA 3 Ciclo hidrolgico
A distribuio da gua mostra-se ainda mais injusta quando analisada em comparao
com a distribuio populacional do mundo, uma vez que a populao tambm est distribuda
de forma bastante heterognea pelos continentes e, no necessariamente, de acordo com a
disponibilidade hdrica. A ltima coluna da Tabela 1 representa a disponibilidade hdricapercapita, ou seja, a quantidade de gua disponvel para cada habitante da regio considerada.
Pode ser verificada uma variao de 700%, por exemplo, entre a disponibilidade hdrica de
um norte americano e um habitante de uma ilha no Caribe, apesar da proximidade espacial
dessas duas regies.
Continente / Regio Volume anual (Km ) % da disponibilidade
hdrica mundial
por habitante no ano
de 2003 (m3)Mundo 43659 100,00% 6900frica 3939 9,02% 4600sia 11594 26,56% 3000Amrica Latina 13477 30,87% 26700Caribe 93 0,21% 2400
Amrica do Norte 6253 14,32% 19300Oceania 1703 3,90% 54800Europa 6603 15,12% 9100
Disponibilidade hdrica
TABELA 1 Distribuio da disponibilidade hdrica mundial
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Disponibilidade no Brasil:
O Brasil o pas que apresenta maior disponibilidade de gua, sendo a vazo mdiaanual dos rios em territrio nacional estimada em 180 mil metros cbicos por segundo,
representando 12% dos recursos hdricos mundiais.
Se forem consideradas as vazes oriundas dos pases vizinhos, que ingressam no
Brasil transportado por rios como Amazonas, Uruguai e Paraguai, essa vazo mdia totalizam
18% da disponibilidade hdrica mundial. A vantagem quantitativa no representa uma
segurana de abastecimento populao, uma vez que a distribuio dos mananciais
bastante heterognea.
A grande extenso territorial do pas permite que ocorram diferentes regimes
climatolgicos e hidrolgicos, o que pode ser exemplificado com a abundncia do rio
Amazonas, o maior em descarga fluvial no mundo, em contrapartida tem-se o semi-rido
nordestino, com srios problemas de secas e estiagens.
H uma grande diversidade de situaes no Brasil. As regies norte e centro-oeste
possuem abundncia de gua, com 89% da potencialidade das guas superficiais do pas, mas
nestas regies vivem apenas 14,5% dos brasileiros, que possuem uma demanda hdrica de
9,2% do total nacional. Enquanto isso, os restantes 11% do potencial hdrico esto espalhados
nas regies nordeste, sul e sudeste, onde esto localizados 85,5% da populao e 90,8% da
demanda de gua do pas (IBAMA, 2002). Alm das guas superficiais, deve ser comentada
a questo das guas subterrneas, que tambm possuem enormes volumes e grande potencial
de utilizao no Brasil. As reservas permanentes de gua subterrnea so de 112.000 km3
(IBAMA, 2002) e estudos da UNESCO estimam a existncia em territrio nacional de cerca
de 10% dos 250 milhes de poos em operao no mundo (REBOUAS, 2004).
Segundo REBOUAS (2004), a contribuio dos fluxos subterrneos ao escoamento
bsico dos rios do Brasil de 3.144 km3/ano, o que representa 60% da vazo dos rios. Se
fossem utilizados apenas 25% dessa taxa de recarga, a oferta de gua seria superior a 4.000
m3/anoper capita (considerando a populao brasileira de 170 milhes de habitantes - IBGE,
2000). Tal oferta superior faixa de 1000 a 2000 m3/ano per capita recomendada pelas
Naes Unidas para garantir o conforto moderno e o desenvolvimento sustentvel.
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Bacia Hidrogrfica Descarga mdia (m3/s)
Amazonas 209.000
Paran (inclusive Iguau) 11.000Paraguai 1.290
Uruguai 4.150
So Francisco 2.850
Paraba do Sul/Guandu 900 TABELA 2 Disponibilidade hdrica brasileira
3.4Uso da gua
3.4.1 Preliminar
No corpo humano a gua constitui mais da metade do peso. Mas o homem tambm
utiliza a gua em diversas atividades, de vrias formas, atendendo a inmeras necessidades. A
gua essencial em todos os setores da sociedade, na vida domstica, no lazer e no bem-estar
do ser humano.
Entre os muitos usos da gua podem ser citados os usos consultivos: abastecimento
domstico e industrial, irrigao e dessedentao de animais; e os no consultivos:
preservao da flora e da fauna, recreao e lazer, pescam, harmonia paisagstica, gerao de
energia eltrica, navegao e diluio de despejos (MOTA, 1997). Essas vrias formas de
aproveitamento da gua apresentam caractersticas bem distintas, com diferentes padres de
qualidade.
Considerando as principais utilizaes da gua doce no mundo, os usos da gua podem
ser resumidos em trs preponderantes: para a agricultura, no cultivo das plantas e produo de
alimentos; para a indstria, como insumo na produo; e para o abastecimento domstico, que
inclui as necessidades do homem no consumo prprio e higiene.
A quantidade total de gua utilizada em um pas dividida pela sua populao
chamado consumo per capita. Esse valor, assim como a distribuio pelos seus diferentes
usos, varia significativamente em funo do clima, cultura e costumes da regio, grau de
desenvolvimento do pas, polticas econmicas e sociais, informao e conscientizao da
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populao, classe social e renda familiar, forma e preo do faturamento e, obviamente, da
disponibilidade hdrica. Regies com grande disponibilidade no temem a falta de gua para o
abastecimento e, assim, costumam possuir consumos per capita maiores que regies que j
possuem seus suprimentos limitados. Na Tabela abaixo, possvel visualizar os consumos per
capita dos diferentes continentes.
Regio/Continente Consumo de gua
(m3/per capita/ano)
Mundo 633
Europa 581
Amrica do Norte 1.663
Amrica Central e Caribe 603
Amrica do Sul 474
sia (excluindo Oriente Mdio) 631
Oriente Mdio e Norte da frica 807
frica Subsaariana 173
Oceania 900
TABELA 3 Consumo de guaper capita
A renda, o ndice de urbanizao e o desenvolvimento apresentam uma relao direta
com o aumento do consumoper capita. Os pases ricos industrializados costumam consumir
mais porque agregam em seus produtos agrcolas ou industrializados a gua utilizada nos
processamentos, mas, tambm, possuem o consumo domstico maior que o de pases de renda
mdia e baixa (RIBEIRO, 2006). A utilizao das reservas em diversos pases mostra como o
uso de gua entre os pases desigual. Por exemplo, os Estados Unidos possuem um consumoanualper capita de 1647 m3, enquanto o consumo de um brasileiro de apenas 336 m3 ou de
um sul-africano de 348 m3.
As previses alertam para um aumento significativo no uso e consumo da gua nas
prximas dcadas. Alm do aumento da populao mundial, espera-se um aumento de
consumo de gua per capita graas urbanizao e industrializao de pases ainda em
desenvolvimento. E o receio que se mantido o alto padro de consumo de gua observado
no estilo de vida moderno nos pases desenvolvidos, em vrias regies do mundo asustentabilidade da gua ser impossvel.
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3.4.2 Usos e padres
A gua para ser utilizada no meio antrpico precisa ter certa qualidade e essaqualidade determinada por parmetros fsicos, qumicos e biolgicos apresentados na tabela
4. Alm de garantir a qualidade requerida, esses parmetros tambm servem para evitar que
guas de melhor qualidade sejam utilizadas em usos menos nobres. Ou seja, que se use gua
com qualidade superior necessria, desperdiando, assim, a gua de boa qualidade. Esse
conceito foi formulado em 1958 pelo Conselho Econmico e Social das Naes Unidas: "a
no ser que exista grande disponibilidade, nenhuma gua de boa qualidade deve ser utilizada
para usos que toleram guas de qualidade inferior".
Fsicos cor, turbidez, sabor, odor e temperatura
Qumicos pH, alcalinidade, acidez, dureza, ferro e mangans,
cloretos, nitrognio, fsforo, matria orgnica,
oxignio dissolvido, micropoluentes inorgnicos e
micropoluentes orgnicos
Biolgicos organismos indicadores (coliformes totais, coliformes
fecais, estreptococos fecais), algas e bactrias TABELA 4 - Principais parmetros de qualidade da gua
3.4.2.1Classificao de corpos de gua doce
Classe Especial, guas destinadas: Ao abastecimento para consumo humano, com
desinfeco; preservao do equilbrio natural das comunidades aquticas; e
preservao dos ambientes aquticos em unidades de conservao de proteointegral.
Classe 1, guas destinadas: Ao abastecimento para consumo humano, aps tratamento
simplificado; proteo das comunidades aquticas; recreao de contato primrio,
tais como natao, esqui aqutico e mergulho; irrigao de hortalias que so
consumidas cruas e de frutas que desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas
cruas sem remoo de pelcula; e proteo das comunidades aquticas em terras
indgenas.
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Classe 2, guas destinadas: Ao abastecimento para consumo humano, aps tratamento
convencional; proteo das comunidades aquticas; recreao de contato primrio,
tais como natao, esqui aqutico e mergulho; irrigao de hortalias, plantas
frutferas e de parques, jardins, campos de esportes e lazer, com os quais o pblico
possa vir a ter contato direto; e aqicultura e atividade de pesca.
Classe 3, guas destinadas: Ao abastecimento para consumo humano, aps tratamento
convencional ou avanado; irrigao de culturas arbreas, cerealferas e forrageiras;
pesca amadora; recreao de contato secundrio; e dessedentao de animais.
Classe 4, guas destinadas: navegao; e harmonia paisagstica. Igualmente, a
gua de reso tambm pode ser classificada segundo padres de qualidade e usospreponderantes. Um exemplo de classificao a sugesto no regulamentada da
ANA que divide as guas de reso em 4 classes referentes ao uso previsto, nvel de
contato com o usurio e, conseqentemente, qualidade requerida. Cada classe
apresenta uma lista de parmetros a serem observados para garantir a qualidade e a
segurana na utilizao da gua de reso.
3.4.2.2Classificao de gua de reuso em edificaes
gua de Reuso Classe 1: Descarga de bacias sanitrias; fontes ornamentais
(chafarizes, espelhos de gua etc.); lavagem de pisos, roupas e veculos
gua de Reuso Classe 2: Usos na construo: lavagem de agregado; preparao de
concreto; compactao de solo e controle de poeira
gua de Reuso Classe 3 : Irrigao de reas verdes e rega de jardins gua de Reuso
Classe 4 resfriamento de equipamentos de ar condicionado
Ainda no mbito legal, o Ministrio da Sade estabelece os procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e vigilncia da qualidade da gua para consumo
humano e seu padro de portabilidade. Toda gua de abastecimento destinado ao consumo
humano precisa ser potvel, ou seja, obedecer ao padro de portabilidade apresentado no
documento supracitado atravs de Tabelas com os valores mximos permitidos para diversos
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parmetros microbiolgicos, fsicos, qumicos e radioativos, de tal forma a no oferecer risco
sade humana.
3.5O reuso da gua de chuva
O relatrio anual das Naes Unidas faz terrveis projees para o futuro da
humanidade. A ONU prev que em 2050 mais de 45% da populao mundial no poder
contar com a poro mnima individual de gua para necessidades bsicas. Segundo dados
estatsticos existem hoje 1,1 bilhes de pessoas praticamente sem acesso gua doce. Estas
mesmas estatsticas projetam o caos em pouco mais de 40 anos, quando a populao atingir a
cifra de 10 bilhes de indivduos. A partir destes dados projeta-se que a prxima guerra
mundial ser pela gua e no pelo petrleo.
Os dados que so utilizados pela mdia mundial so: De toda a gua disponvel na
terra 97,6% est concentrada nos oceanos. A gua fresca corresponde aos 2,4% restantes.
Destes 2,4% somente 0,31% no esto concentrados nos plos na forma de gelo. Resumindo:
de toda a gua na superfcie da terra menos de 0,02% est disponvel em rios e lagos na forma
de gua fresca pronta para consumo.
Esses dados mostram a importncia do reuso da gua de chuva e o tanto que
poderemos economizar reutilizando a gua da chuva. Hoje j temos muitos projetos visando o
reaproveitamento da gua de chuva nas construes.
O reaproveitamento da gua de chuva para abastecer certas reas da residncia gera
economia e contribui para a preservao do recurso j to escasso em boa parte do mundo.
uma ao de responsabilidade social, j adotada por boa parte das construtoras e por cidadoscomuns na Europa, mas que, infelizmente, ainda rara no Brasil.
O reuso da gua uma tendncia internacional irreversvel no mercado da construo
civil e que chegar ao pas. No sabemos ainda em quanto tempo, j que isso depende da
conscientizao da sociedade e tambm do desenvolvimento de sistemas mais eficientes. Em
So Paulo j existem empresas especializadas na concepo e execuo de sistemas de reuso
de gua e que a idia j alcana alguns grandes empreendedores.
Entre as medidas que podem disseminar o reuso da gua de chuva, podemos cita asleis municipais j implementadas em So Paulo e Curitiba. As duas prevem o uso obrigatrio
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dos sistemas de reaproveitamento de gua de chuva nos imveis novos, mas tm motivos
diferentes. Em So Paulo, a lei tem a finalidade de diminuir os danos com as enchentes,
retirando do ambiente boa parte da gua acumulada com as chuvas. J em
Curitiba, a idia incentivar o uso racional dos recursos naturais.
A gua captada em reservatrios nos perodos de chuva, depois de passar por um
tratamento primrio, pode ser usada para irrigao de jardins, lavaes de piso e nas descargas
de banheiros.
Para a instalao de um sistema eficiente de reaproveitamento de gua de chuva vrios
fatores so importantes. Primeiro, preciso fazer um estudo do clima da regio onde o imvel
est localizado, para a identificao do volume pluviomtrico registrado no local, o que vaiinfluir no dimensionamento do sistema. Depois, preciso ter cuidado com os materiais e
manuteno da rede hidrulica do sistema, que sempre dever ter uma comunicao com a
rede de gua tratada da concessionria local, para que o abastecimento da casa no seja
afetado nos tempos de seca.
3.5.1 Vantagens:
Reduo do consumo de gua da rede pblica e do custo de fornecimento da mesma;
Evita a utilizao de gua potvel onde esta no necessria, como por exemplo, na
descarga de vasos sanitrios, irrigao de jardins e lavagem de pisos;
Os investimentos de tempo, ateno e dinheiro so mnimos para adotar a captao de
gua pluvial na grande maioria dos telhados, e o retorno do investimento ocorre a
partir e 2 anos e meio; Faz sentido ecolgica e financeiramente no desperdiar um recurso natural escasso
em toda a cidade, e disponvel em abundncia no nosso telhado;
Ajuda a conter as enchentes, represando parte da gua que teria de ser drenada para
galerias e rios (algo atualmente exigido na cidade de So Paulo pela lei das
"piscininhas, para construes comrea impermeabilizada superior a 500m2);
Encoraja a conservao de gua, a auto-suficincia e uma postura ativa perante os
problemas ambientais da cidade;
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A instalao do sistema, que modular, pode ser realizada tanto em obras em
andamento como em construes finalizadas.
3.5.2 Aplicaes:
A gua de chuva pode ser utilizada em vasos sanitrios, lavagem de pisos, irrigao de
jardins e reas verdes, lavagem de veculos e ferramentas, mquinas de lavar roupa,
abastecimento de piscinas e diversos processos industriais.
Residncia:
O sistema pode ser aplicado tanto em residncias em construo - pode ser feito um
sistema paralelo ao da gua da rua - e incluir o uso em descarga de banheiros, lavagem de
roupa e torneiras externas, como em casas j construdas. Onde no se quer ou no for
possvel mexer nas instalaes existentes, possvel aproveitar a gua de chuva para jardins,
piscina, limpeza de caladas, lavar carros, entre outros usos.
Indstria, instalaes comerciais e rurais, clubes.
Em reas de maior porte, aproveitar a gua de chuva unir os benefcios ecolgicos
aos econmicos. A gua pode ser usada para resfriar equipamentos e mquinas, em servios
de limpeza, para descarga de banheiros, no reservatrio contra incndio, irrigao de reas
verdes. Nos dias de chuva intensa, as cisternas podem funcionar como "buffers" (reas de
conteno), diminuindo ou at evitando alagamentos e a sobrecarga da rede pluvial.
Condomnios
Em condomnios, a gua de chuva armazenada significa uma economia expressiva no
gasto de gua nas reas comuns. Ela pode ser utilizada lavagem das caladas, do playground,
de carros, na irrigao dos canteiros e jardins, no abastecimento da piscina, na reserva paracaso de incndio e at mesmo em banheiros das reas comuns ou casa do vigia.
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3.5.3 Caractersticas tcnicas
Para cada necessidade feito um estudo e dimensionamento correto para a melhorsoluo. Devem ser considerados os seguintes pontos: local de instalao do sistema, rea de
projeo do telhado, nmero de descidas, capacidade de armazenamento de gua de chuva e
consumo previsto para esta gua.
A gua coletada no telhado. Resultado: ela vem cheia de poluentes para os
reservatrios. No vero, o aproveitamento bem mais fcil porque h chuvas intensas e elas
provocam uma lavagem desses poluentes. A gua da chuva pode apresentar coliformes fecais
e totais, que so fezes de animais, ferrugem e outros poluentes. Seria adequado ter umdispositivo para remoo de material grosseiro: folhas, detritos, para no entupir as
tubulaes. Depois, remover as partculas mais finas.
O sistema prev a utilizao do telhado e calhas como captadores da gua de chuva,
que dirigida para um filtro autolimpante e levada para uma cisterna ou tanque subterrneo.
Para essa finalidade, lanamos um modelo exclusivo de cisterna que forma com o filtro um
conjunto eficiente e simples de instalar, mesmo sob a terra. Para evitar que a sedimentao do
fundo da cisterna se misture com a gua, esta canalizada at o fundo, onde por meio de um"freio d'gua" ela brota sem causar ondulaes. Estocada ao abrigo da luz e do calor, a gua se
mantm livre de bactrias e algas. Outra parte do sistema cuida de sugar a gua armazenada
de pontos logo abaixo da superfcie, para no movimentar eventuais resduos.
FIGURA 4: Reaproveitamento da gua
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FIGURA 5: Instalao para reaproveitamento da gua
3.6 Estudo de caso
Para exemplificar os princpios apresentados nesta pesquisa foi realizado um estudo de
caso de uma residncia construda no ano de 2007, localizada no Condomnio Vale dos
Cristais, com 600m e capacidade para 6 (seis) habitantes.
A coleta da gua da chuva foi um dos requisitos impostos pelos proprietrios durante a
concepo do projeto, o que permitiu que o sistema fosse integrado edificao e calculado
de acordo com as suas necessidades reais, as quais abrangem o jardim de aproximadamente
1.000m e 6 (seis) instalaes sanitrias.
Para tanto, foi construdo um reservatrio inferior com capacidade para 50.000 litros,
que aproveitou parte da estrutura inferior da casa permitindo grande economia na estruturao
do sistema. Alm deste, tambm foi instalado um reservatrio superior com capacidade para
2.000 litros, para atendimento exclusivo dos vasos sanitrios.
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O sistema muito simples e se resume coleta da gua da chuva atravs das calhas e
rufos do telhado, que se encaminham diretamente para o reservatrio superior, de onde segue
para os vasos sanitrios. Existem ainda os ralos instalados nas lajes impermeabilizadas que, ao
coletarem a gua, j servem como filtro para as impurezas maiores como as folhas. Esta gua
fica armazenada no reservatrio inferior, podendo atender tanto o sistema de irrigao quanto
reabastecendo o reservatrio superior atravs de uma bomba de recalque. Convm lembrar
ainda que ambos os reservatrios possuam alimentao da rede pblica para complementar o
abastecimento da gua da chuva em pocas de baixa pluviosidade.
A tubulao utilizada foi mesma que se utiliza normalmente para a coleta pluvial e o
abastecimento de gua, variando de 75 a 100 mm na captao de 50 a 40 mm na distribuio.
Foi implantado ainda um sistema de irrigao inteligente, dotado de sensores externos que
detectam o percentual de gua no ar, evitando assim que a rega do jardim ocorra durante os
dias chuvosos. O sistema encontra-se programado para realizar duas regas ao dia, abrangendo
os 04 setores do jardim e consumindo cerca de 2.400 litros de gua por ciclo.
FIGURA 6: Captao da guaFONTE: Silveira (2007)
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FIGURA 7:Instalao de ralos como filtroFONTE: Silveira (2007)
FIGURA 8: Tubulao na lajeFONTE: Silveira (2007)
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FIGURA 9: Acesso ao reservatrio inferiorFONTE: Silveira,2007
FIGURA 10:Alapo para inspeo do reservatrioFONTE: Silveira,2007
SENSOR DE UMIDADE: EVITAQUE O SISTEMA DE
IRRIGAO FUNCIONEDURANTE OS PERODOS DE
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FIGURA 11: Bomba do sistema de irrigao
FONTE: Silveira, 2007
FIGURA 12: Painel de controle do sistema de irrigaoFONTE: Silveira, 2007
BOMBA DE RECALQUE QUEENVIA A GUA AT A CAIXAD`GUA SUPERIOR.
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FIGURA 13: Reservatrios superioresFONTE: Silveira, 2007
FIGURA 14: Posicionamento da tubulao nos reservatriosFONTE: Silveira, 2007
TUBULAOPROVENIENTE DACALHA. =75
EXTRAVASOR
=100 mm.
TUBULAO DEDISTRIBUIO DEGUA. =50
TUBULAO DEDISTRIBUIO DEGUA DA COPASA.
=40
TUBULAO PROVENIENTEDA CALHA. =75 mm
EXTRAVASOR QUE DIRECIONAA GUA AT O RESERVATRIOINFERIOR. =100 mm
TUBULAO DEDISTRIBUIO DE GUA DA
=
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FIGURA 15: ReservatriosFONTE: Silveira, 2007
FIGURA 16: Posicionamento da tubulaoFONTE: Silveira, 2007
REGISTRO DE GUA DA COPASANA CAIXA DE COLETA DE GUAPLUVIAL.
LADRO DA CAIXA DE GUA FRIAQUE ALIMENTA OS COLETORESSOLARES.
ENTRADA DE GUA DA COPASA PARATORNEIRA LOCALIZADA NA PARTEEXTERNA DA CASA.
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FIGURA 17 Reservatrio para uso dos coletores solaresFONTE: Silveira, 2007
FIGURA 18: Irrigao do jardimFONTE: Silveira, 2007
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3.6.1 Anlise
O reaproveitamento da gua da chuva em residncias, alm de ser ecologicamentecorreto, pode ainda ser muito interessante economicamente.
Em casos como o apresentado, onde h uma rea significativa de irrigao, o
investimento se torna financeiramente vivel em um menor tempo, uma vez que este uso no
demanda nenhum tipo de tratamento gua coletada, evitando maiores despesas.
Os investimentos feitos no mbito estrutural foram irrisrios, visto que o sistema
aproveitou a prpria estrutura da residncia para ser implantado.
Quanto esfera hidrulica, os custos tambm no foram significativos j que
independentemente da instalao de um sistema deste tipo, a residncia deve encaminhar a
gua pluvial rede pblica coletora, demandando a utilizao de grande quantidade de
tubulaes. O custo adicional veio da instalao do reservatrio superior, no valor
aproximado de R$12.000,00 (doze mil reais), e a bomba de recalque, que envia a gua do
reservatrio inferior para o superior em caso de necessidade.
Para se avaliar, ento, o custo benefcio do sistema, necessrio considerar apluviometria anual, a rea de captao e a demanda do recurso.
O ano de 2007 e incio do ano de 2008 apresentaram ndices pluviomtricos muito
baixos em relao mdia dos anos anteriores. Desta forma foram coletados apenas 50m de
gua no perodo de chuvas.
Isto significa que o sistema no atuou em seu estado pleno, ficando os reservatrios,
na maior parte do tempo, com pouca gua, levando a um consumo de gua da COPASA
muito alto e gerao de custos extras que poderiam ser evitados.
Apenas durante duas semanas, quando ocorreram chuvas prolongadas, o reservatrio
superior conseguiu se manter em seu estado pleno, garantindo uma economia de cerca de
8.000 litros.
Estima-se que a economia gerada ao final de 1 (um) ano de funcionamento do sistema
seja de R$ 1.000,00 (hum mil reais), o que far com que o retorno do investimento ocorra
somente em aproximadamente 15 anos.
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Passa-se ento ao questionamento da eficincia do sistema e busca de alternativas
para potencializ-lo. A partir do momento em que ele se torna eficiente somente com a
incidncia de chuvas alternadas, quando a gua captada em um perodo utilizada no outro,
conclui-se que ele no ser til em reas de baixa pluviosidade ou regies com perodos de
chuvas curtos. Alm disto, deve-se considerar que mesmo em perodos de chuvas
prolongadas, uma vez cheio o reservatrio, todo o restante da chuva no ser coletado,
restringindo a capacidade de coleta ao tamanho do reservatrio.
Uma sugesto para solucionar esta deficincia conjugao com o sistema de poo
artesiano que apesar de apresentar alto custo inicial aproximadamente R$20.000,00
garante fornecimento de gua durante todo o ano.
O estudo de caso apresentado neste trabalho ilustra o reaproveitamento da gua da
chuva em uma residncia, demonstrando que alm de ser ecologicamente correto, o sistema
pode ainda ser muito interessante economicamente. Em casos como o ilustrado, onde h uma
rea significativa de irrigao, o investimento se torna financeiramente vivel em um menor
prazo, uma vez que este uso no demanda nenhum tipo de tratamento gua coletada,
evitando maiores despesas.
A captao da gua da chuva uma prtica muito difundida em pases como naAustrlia e a Alemanha, aonde novos sistemas vm sendo desenvolvidos, permitindo a
captao de gua de boa qualidade de maneira simples e bastante eficiente em termos de
custo-benefcio. A utilizao de gua de chuva traz vrias vantagens:
Reduo do consumo de gua da rede pblica e do custo de fornecimento da
mesma;
Evita a utilizao de gua potvel onde esta no necessria, como por exemplo,
na descarga de vasos sanitrios, irrigao de jardins, lavagem de pisos, etc;
Os investimentos de tempo, ateno e dinheiro so mnimos para adotar a captao
de gua pluvial na grande maioria dos telhados, e o retorno do investimento ocorre
a partir de (2,5) dois anos e meio;
Faz sentido ecolgica e financeiramente no desperdiar um recurso natural
escasso em toda a cidade, e disponvel em abundncia em todos os telhados;
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Ajuda a conter as enchentes, represando parte da gua que teria de ser drenada para
galerias e rios;
Encoraja a conservao de gua, a auto-suficincia e uma postura ativa perante osproblemas ambientais da cidade.
Algumas cidades brasileiras j transformaram em lei a captao da gua pluvial. A lei
municipal de Curitiba-Paran n. 10785 de 18 de setembro de 2003 diz que1:
"Cria no Municpio de Curitiba, o Programa de Conservao e Uso Racional da gua
nas Edificaes - PURAE."
Art. 1. O Programa de Conservao e Uso Racional da gua nas Edificaes
PURAE tem como objetivo instituir medidas que induzam conservao, uso racional e
utilizao de fontes alternativas para captao de gua nas novas edificaes, bem como a
conscientizao dos usurios sobre a importncia da conservao da gua.
Art. 7. A gua das chuvas ser captada na cobertura das edificaes e encaminhada
a uma cisterna ou tanque, para ser utilizada em atividades que no requeiram o uso de gua
tratada, proveniente da Rede Pblica de Abastecimento, tais como:
rega de jardins e hortas,lavagem de roupa;
lavagem de veculos;
lavagem de vidros, caladas e pisos.
Art. 8. As guas Servidas sero direcionadas, atravs de encanamento prprio, a
reservatrio destinado a abastecer as descargas dos vasos sanitrios e, apenas aps tal
utilizao, ser descarregada na rede pblica de esgotos.
Estabelece normas para a conteno de enchentes e destinao de guas pluviais.
Artigo 1 - obrigatrio a implantao de sistema para a captao e reteno de
guas pluviais, coletadas por telhados, coberturas, terraos e pavimentos descobertos, em
lotes, edificados ou no, que tenham rea impermeabilizada superior a 500m2 (quinhentos
metros quadrados)...
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Existe ainda a norma NBR-15.527, gua de chuva Aproveitamento de coberturas
em reas urbanas para fins no potveis Requisitos, instituda em setembro de 2007 pela
Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), que prev, entre outras coisas, os
requisitos para o aproveitamento da gua pluvial coletada em coberturas de reas urbanas e
aplica-se a usos no potveis em que as guas podem ser utilizadas aps o tratamento
adequado.
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4. CONSIDERAES FINAIS
Ao final do trabalho possvel avaliar que o reaproveitamento de gua e o uso de guade chuva podem ser uma boa alternativa para minimizar um grande problema que a populao
pode vir a ter de passar, que a falta de gua para as suas necessidades.
O Brasil um pas com grandes reservas de gua, o problema est na utilizao de
gua tratada. Essa gua est cada vez mais escassa, tem ainda o problema de falta de gua em
algumas cidades muito populosa em poca de seca. Podemos concluir que o reaproveitamento
da gua, no somente a pluvial, mas tambm das guas servidas, representa uma alternativa
eficiente e econmica no combate ao desperdcio.
Como o aumento da demanda pela gua segue seu curso, natural que alternativas
para seu uso sejam previstas. Nossa contribuio, no mbito da presente proposta, foi projetar
a ampliao do uso da gua reciclada, expectativa de que, com a comprovao das vantagens
de seu aproveitamento, tal recurso torne-se uma prtica mais comum, a ponto de as novas
construes j serem projetadas com a previso do mesmo.
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