Cursinho PROCEU Oficinas Literrias
Contexto Histrico Lus Vaz de Cames nasceu em 1524, na cidade de Coimbra, Portugal. Suas obras so caracterizadas por pertencerem ao perodo do Classicismo literrio. Essa fase localiza-se no perodo ps Idade Mdia e pr Renascimento.
Cames se utiliza das epopias clssicas como modelo:
Ilada e Odissia / Eneida (Homero) ( Virglio)O Modelo Clssico, idade Antiga. O Classicismo, idade Moderna.Classicismo
Obraspica Os Lusadas
O teatro de cames caracteriza sua fase inicial mais imatura de escrita. Eles deixou trs autos:
El-Rei SeleucoAuto de Filodemo
Anfitries O teatro camonianoPossui caractersticas vicentinasPossui caractersticas moda clssica
A lrica
A poesia de Cames marca a transio da medida velha (usada no perodo medieval Barroco), para a medida nova (os sonetos - Classicismo).
Lus Vaz de Cames considerado o maior poeta renascentista portugus e uma das mais expressivas vozes de nossa lngua.
Busque Amor novas artes, novo engenho para matar-me, e novas esquivanas; que no pode tirar-me as esperanas, que mal me tirar o que eu no tenho.
Olhai de que esperanas me mantenho! Vede que perigosas seguranas! Que no temo contrastes nem mudanas, andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto no pode haver desgosto onde esperana falta, l me esconde Amor um mal, que mata e no se v.
Que dias h que nalma me tem posto um no sei qu, que nasce no sei onde, vem no sei como, e di no sei por qu. *Medida Nova:2 quartetos2 tercetos4 versos4 versos3 versos3 versos
Teve influncia da escola renascentista italiana em que Cames compe a formamais perfeita de sua lrica. Com os decasslabos e com as formas fixas do Classicismo que ele aprende o alto equilbrio entre a disciplina, o virtuosismo formal e a reflexo sobre osentidodo amor e da vida. Tudo o que Cames pensa, ele diz mostra o que ele sente principalmente em relao ao que havia sofrido por causa de suas desavenas amorosas.
Os sonetos compostos de 14 versos, duas estrofes com quatro versos e duas estrofes com trs versos, possuem rimas nosistemaABBA, ABBA, nos quartetos (rimas interpoladas ou opostas), e CDC, DCD nos tercetos (rimas intercaladas ou alternadas), mas o mais comum nos tercetos so trs rimas alternadas no esquema CDE, CDE.
Fonte:http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/literatura/classicismo/camoes-lirico-a-lirica-classica-a-medida-nova.html#ixzz3YFN0guzq
Os temas de Cames
Amor, no ideal platnico, no se fundamenta num interesse material, mas na virtude. Plato defendia que o verdadeiro Amor nunca deveria ser concretizado, pois quando se ama tende-se a cultuar a pessoa amada com as virtudes do que perfeito. Quando esse amor concretizado, aparecem os defeitos de carter da pessoa amada. Cames e Neoplatonismo
Cames cultivou o ideal Platnico (de Plato): o Amor - com maiscula - um ideal superior, nico e perfeito, o Bem supremo pelo qual ansiamos. Mas, como seres decados e imperfeitos, somos incapazes de atingir esse ideal. Resta-nos a contingncia do amor fsico (com minscula), simples imitao do Amor ideal. A constante tenso entre esses dois plos gera toda a angstia e insatisfao da alma humana. Amor x amorSuperiorPerfeitoDivinoFsicoSuperficialhumanoNeoplatonismo
Soneto XXIITransforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar; no tenho, logo, mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada. Se nela est minha alma transformada, que mais deseja o corpo de alcanar? Em si somente pode descansar, pois consigo tal alma est ligada. Mas esta linda e pura semidia, que, como um acidente em seu sujeito, assim como a alma minha se conforma, est no pensamento como idia: [e] o vivo e puro amor de que sou feito, como a matria simples busca a forma.
A mulher, objeto do desejo, tambm ela um ser imperfeito, espiritualizada, tornando-se a imagem da
Mulher ideal.
Soneto XXVI Alma minha gentil, que te partiste to cedo desta vida descontente, repousa l no Cu eternamente e viva eu c na terra sempre triste. Se l no assento etreo, onde subiste, memria desta vida se consente, no te esqueas daquele amor ardente que j nos olhos meus to puro viste. E se vires que pode merecer-te alguma cousa a dor que me ficou da mgoa, sem remdio, de perder-te,
roga a Deus, que teus anos encurtou, que to cedo de c me leve a ver-te, quo cedo de meus olhos te levou.
*Este soneto tem sido freqentemente interpretado como um soneto autobiogrfico, dedicado a Dinamene, a namorada chinesa de Cames, morta em um naufrgio.
Soneto XVIIIAmor fogo que arde sem se ver, ferida que di, e no se sente; um contentamento descontente, dor que desatina sem doer.
um no querer mais que bem querer; um andar solitrio entre a gente; nunca contentar-se de contente; um cuidar que ganha em se perder.
querer estar preso por vontade; servir a quem vence, o vencedor; ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor nos coraes humanos amizade, se to contrrio a si o mesmo Amor?
Soneto XLII*Cames contrape a perfeio do mundo das Idias (neoplatonismo) s imperfeies do mundo terreno. Disso resulta uma viso pessimista da vidaMudam-se os tempos, mudam-se as vontades,muda-se o ser, muda-se a confiana:todo o mundo composto de mudana,tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperana;do mal ficam as mgoas na lembrana,e do bem se algum houve -, as saudades.
O tempo cobre o cho de verde manto, que j coberto foi de neve fria,e enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,outra mudana faz de mor espanto:que no se muda j como soa.
As redondilhas so versos de sete slabas, a regularidade do ritmo e as rimas so responsveis por uma musicalidade simples, que traduz o sentimento de um eu que se julga perseguido pela m sorte. Ao colocar em evidncia o contraste entre o Bem e o Mal, o poeta lastima-se no somente por verificar o triunfo constante dos maus, mas especialmente est desesperanado com o prprio destino cruel, porque esforando-se por ser mau nem assim alcanou descanso dos sofrimentos. Reflexo Filosfica ao desconcerto do mundo
Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos; e para mais me espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos. Cuidando alcanar assim o bem to mal ordenado, fui mau, mas fui castigado. Assim que, s para mim, anda o mundo concertado.
publicado em 1572 Os Lusadas uma obra potica do escritor Lus Vaz de Cames, considerada a epopia portuguesa por excelncia. Provavelmente concluda em 1556, foi publicada pela primeira vez em 1572 no perodo literrio do classicismo, trs anos aps o regresso do autor do Oriente. A obra composta de: dez cantos de 8.816 versos com 1.102 estrofes que so oitavas decasslabas. Com o esquema rtmico fixo (AB AB AB CC ). Veja a seguir:
A epopia Os Lusadas
1 Nesta frescura tal desembarcavam A
2 J das naus os segundos Argonautas*, B 3 Onde pela floresta se deixavam A 4 Andar as belas Deusas, como incautas. B 5 Algumas doces ctaras tocavam, A 6 Algumas harpas e sonoras flautas, B 7 Outras com os arcos de ouro se fingiam C 8 Seguir os animais, que no seguiam. CCanto IX,64.*Argonautas so, na mitologia grega, tripulantes da nau Argo que, segundo a lenda grega, foi at Clquida em busca da l do carneiro alado (velo de ouro). 12345678910 10 slabas poticasem cada verso
Viso Geral
Canto IA frota viaja do Canal de Moambique a MombaaCanto IIDe uma cilada em Mombaa a uma recepo calorosa em MelindeCantos III, IVHistria de Portugal relatada por Gama ao rei de Melinde Canto VGama relata ao rei de Melinde a sua viagem at ali: a armada vai de Lisboa Ilha de Santiago, passa o equador, toca na Angra de Santa Helena, dobra o Cabo, surge em Moambique, chega a MelindeCanto VIDe Melinde a Calecute Cantos VII, VIII CalecuteCanto IX Ilha dos Amores Canto XDescrio do mundo pela deusa Ttis
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