SOBRECARGA EM CUIDADORES DE IDOSOS: PROPOSIÇÃO DE
TECNOLOGIA EDUCACIONAL
CAROLINA GUEDES DE BRITO MONTOYA
Niterói-RJ
Outubro
2017
Rua Rua Dr. Celestino, 74
24020-091 - RJ – Brasil
Tel (21) 2629-9484
CAROLINA GUEDES DE BRITO MONTOYA
SOBRECARGA EM CUIDADORES DE IDOSOS: PROPOSIÇÃO DE TECNOLOGIA
EDUCACIONAL
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Profissional Enfermagem Assistencial da
Escola de Enfermagem Aurora de Afonso
Costa da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para obtenção do título
de Mestre.
Linha de Pesquisa: Processos de Cuidar em Enfermagem
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Selma Petra Chaves Sá
Niterói-RJ
Outubro
2017
Rua Rua Dr. Celestino, 74
24020-091 - RJ – Brasil
Tel (21) 2629-9484
CAROLINA GUEDES DE BRITO MONTOYA
SOBRECARGA EM CUIDADORES DE IDOSOS: PROPOSIÇÃO DE TECNOLOGIA
EDUCACIONAL
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Profissional Enfermagem Assistencial da
Escola de Enfermagem Aurora de Afonso
Costa da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para obtenção do título
de Mestre.
BANCA EXAMINADORA:
Profª. Drª. Selma Petra Chaves Sá (Presidente) – EEAAC/UFF
Profª. Drª. Mirian da Costa Lindolpho (1º Examinador) – EEAAC/UFF
Profª. Drª. Ana Maria Domingos (2º Examinador) – EEAN/UFRJ
Profa Dra Ana Inês Sousa- ( Suplente)- EEAN/UFRJ
Geilsa Valente- ( Suplente) – EEAAC/UFF
Niterói-RJ
Outubro
2017
M798 Montoya, Carolina Guedes de Brito.
Sobrecarga em cuidadores de idosos : proposição de
tecnologia educacional / Carolina Guedes de Brito
Montoya. – Niterói: [s.n.], 2017.
73f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Enfermagem
Assistencial) – Universidade Federal Fluminense, 2017.
Orientador: Profª Selma Petra Chaves Sá.
1. Enfermagem. 2.Cuidadores. 3. Enfermagem
Geriátrica. 4. Orientação. 5. Geriatria. 6. Qualidade de
Vida. 7. Idoso. I. Título.
CDD 610.7365
AGRADECIMENTOS
À Deus, por estar sempre ao meu lado, pelo Seu amor e infinita misericórdia.
À minha filha Maria Luiza, por me inspirar a cada dia, por iluminar minha vida com seu
sorriso e seu amor.
À minha mãe Estelita, pelo imenso amor, incentivo e sabedoria de vida. Que eu seja uma mãe
tão boa para Maria Luiza, quanto você é para mim.
Ao meu marido Guilhermo Danilo, pelo amor, companheirismo, disposição, preocupação e
apoio em todas as horas. Meu parceiro para tudo.
À minha orientadora, Profª. Drª. Selma Petra Chaves Sá, pelos ensinamentos, paciência,
alegria, foco e determinação. Momentos difíceis eu enfrentei e sem seu apoio e perseverança
essa conquista não seria possível. Meu respeito, admiração e consideração.
À Profª Mirian da Costa Lindolpho, pela parceria, dedicação, determinação e agilidade.
Acredite, sem o seu apoio eu não teria chegado até aqui.
Aos idosos, por emprestarem suas vidas para serem fonte do meu aprendizado.
Aos membros da Banca Examinadora, pela disponibilidade, carinho e contribuições, minha
gratidão.
Aos familiares e amigos que torcem por mim.
RESUMO
Objetivos: descrever o perfil sóciodemográfico e de saúde e os impactos objetivos da
sobrecarga, em cuidadores de idosos; analisar os impactos objetivos da sobrecarga em
cuidadores de idosos que podem interferir no cuidado do idoso e o autocuidado do cuidador;
elaborar uma tecnologia educacional a partir dos déficits identificados na escala de sobrecarga
a partir das demandas dos cuidadores. Método: pesquisa descritiva, transversal. Respeitados
os critérios de inclusão e exclusão participaram do estudo 50 cuidadores de idosos que
participam de todas as atividades do Programa EASIC/UFF. Foram identificados no EASIC
da Universidade Federal Fluminense as pessoas que já trabalham como cuidador ou são
cuidadores familiares. Após a identificação destes cuidadores e aprovação pelo comitê de
ética em pesquisa foi realizado contato para convite à participação no estudo. Como campo de
pesquisa, foram utilizadas as dependências do Centro de Atenção à Saúde do Idoso e seus
Cuidadores CASIC/UFF, em Niterói, RJ. A produção de dados ocorreu de setembro a outubro
de 2016, e de abril a junho de 2017. Os dados sóciodemográficos e clínicos e os escores
obtidos da escala de sobrecarga de Zarit foram organizados e tabulados em planilhas no
Microsoft Excel e submetidos à análise descritiva. Resultados: Com relação aos aspectos
sociodemográficos percebeu-se que dos 50 cuidadores da amostra, 90% são mulheres; 34%
dos cuidadores têm de 52 a 61 anos; 30% tem ensino médio completo; 36% possuem uma
renda familiar mensal de 1 a 2 salários mínimos; e 78% são cuidadores familiares. Da escala
Zarit, de sobrecarga vivida pelo cuidador foi possível identificar que 42% dos cuidadores
apresentavam grau moderado de sobrecarga. Como produto elaborou-se um manual com
orientações de enfermagem ao cuidador de idosos. Conclusão: pode-se concluir que o
cuidado ao idoso pode levar à sobrecarga moderada a saúde dos cuidadores resultando na
diminuição da sua qualidade de vida. Destaca-se a relevância do produto desta pesquisa que
constitui uma importante estratégia de educação em saúde, fornecendo orientações
direcionadas à realidade dos cuidadores de idosos. O trabalho contribui com a enfermagem
gerontológica e para a produção da tecnologia educacional direcionada aos cuidadores.
Descritores: Enfermagem, Cuidadores, Enfermagem Geriátrica, Orientação, Geriatria,
Qualidade de Vida, Idoso.
ABSTRACT
Objectives: to describe the sociodemographic and health profile and the objective impacts of
overload in caregivers of the elderly; analyze the objective impacts of overloading on
caregivers of the elderly that may interfere with the care of the elderly and caregiver self-care;
to elaborate an educational technology from the deficits identified in the scale of overload
from the demands of the caregivers. Method: descriptive, cross-sectional research. In
compliance with the inclusion and exclusion criteria, 50 elderly caregivers participating in all
activities of the EASIC / UFF Program participated in the study. People who already work as
caregivers or are family caregivers were identified in the EASIC of the Federal University of
Fluminense. After the identification of these caregivers and approval by the research ethics
committee, contact was made to invite the study participation. As a research field, the
facilities of the Center for Health Care of the Elderly and their Caretakers CASIC / UFF, in
Niterói, RJ, were used. Data production occurred from September to October 2016 and from
April to June 2017. The sociodemographic and clinical data and scores obtained from the
Zarit overload scale were organized and tabulated in spreadsheets in Microsoft Excel and
subjected to descriptive analysis. Results: Regarding the sociodemographic aspects, it was
noticed that of the 50 caregivers of the sample, 90% are women; 34% of caregivers are 52 to
61 years old; 30% have completed high school; 36% have a monthly family income of 1 to 2
minimum wages; and 78% are family caregivers. From the Zarit scale, of overload
experienced by the caregiver, it was possible to identify that 42% of the caregivers presented
moderate degree of overload. As a product, a manual with nursing orientations was developed
for caregivers of the elderly. Conclusion: it can be concluded that care for the elderly can
lead to a moderate burden on caregivers' health, resulting in a reduction in their quality of life.
It is important to highlight the relevance of the product of this research, which is an important
strategy for health education, providing orientations directed to the reality of caregivers of the
elderly. The work contributes to gerontological nursing and to the production of educational
technology directed to caregivers.
Descriptors: Nursing, Caregivers, Geriatric Nursing, Orientation, Geriatrics, Quality of Life,
Aged.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Possíveis Benefícios e Riscos de Pesquisas aos Participantes................................. 30
Tabela 2: Perfil Sóciodemográfico dos Cuidadores de Idosos. CASIC, UFF. Niterói,
2017...........................................................................................................................................33
Tabela 3: Perfil de Saúde dos Cuidadores de Idosos, segundo enfermidades relatadas, segundo
o sexo. CASIC, UFF. Niterói, 2017..........................................................................................34
Tabela 4: Frequência da Classificação da Sobrecarga Zarit nos Cuidadores de Idosos. CASIC,
UFF. Niterói, 2017....................................................................................................................37
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação do Tema, 12
1.2 Problema de Pesquisa, 14
1.3 Objetivos, 14
1.5 Justificativa,15
1.6 Relevância, 16
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Panorama do Envelhecimento, 17
2.1.1 Políticas públicas de atenção à saúde do idoso, 18
2.1.2 Senescência e Senilidade, 19
2.2 O Cuidador, 20
2.2.1 Caracterização do cuidador de idosos, 20
2.2.2 A regulamentação da profissão de cuidador, 21
2.2.3 O ato de cuidar, 22
2.2.4 Sobrecarga dos Cuidadores, 23
2.3 Tecnologia Educacional, 24
3. METODOLOGIA
3.1 Tipo de Estudo, 27
3.2 Local de Estudo, 27
3.3 População e Amostra, 28
3.4 Critérios de Elegibilidade do Estudo, 28
3.4.1 Critérios de inclusão, 28
3.4.2 Critérios de exclusão, 28
3.5 Coleta de Dados, 28
3.5.1 Formulário Sociodemográfico e de Saúde, 29
3.5.2 Escala de sobrecarga de Zarit, 29
3.6 Tratamento de Dados, 29
3.7 Aspectos Éticos, 30
3.8 O Produto, 31
3.8.1 Sistematização do conteúdo, 31
3.8.2 Seleção de Ilustrações, 32
3.8.3 Validação do Manual, 32
4. RESULTADOS E ANÁLISE
4.1 Perfil Sóciodemográfico e de Saúde do Cuidador, 33
4.2 Resultados da Escala de Sobrecarga de Zarit, 36
5. TECNOLOGIA EDUCACIONAL, 39
6. CONCLUSÃO, 59
7. REFERÊNCIAS, 60
8. ANEXOS
ANEXO A, 70
ANEXO B, 73
12
1. INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
Nas últimas décadas, até a atualidade, houve uma modificação no padrão demográfico
brasileiro, o que configurou uma mudança marcante na história da população. Observou-se
uma queda expressiva nas taxas de fecundidade, marcada por um fenômeno denominado de
transição da fecundidade. Este fenômeno em conjunto com a redução nos níveis de
mortalidade, levou a alterações significativas nas taxas de crescimento e na estrutura etária
das populações, configurando o processo de transição demográfica.1 Nesse processo, a
expectativa de vida vem crescendo, e com isso o envelhecimento passa a ter um papel de
destaque na população.
A estimativa é que a população idosa mais do que triplique nas próximas quatro
décadas, passando de 20 milhões em 2010 para cerca de 65 milhões em 2050.2 Essa mudança
na estrutura etária do país representa uma variação significativa na demanda por serviços de
saúde, por exemplo, o contingente de idosos, que em 2000 representava 10% da população,
deverá chegar a 49% em 20502.
Durante o envelhecimento, os idosos podem apresentar diversas doenças, muitas delas
crônicas não transmissíveis como Diabetes Mellitus e Hipertensão. Estudos apontam que 90%
dos idosos têm pelo menos uma doença crônica3. Patologias que apresentam como fator de
risco a idade, como o Alzheimer, tendem a aumentar a taxa de prevalência depois que o
sujeito passa dos 65 anos4. Esse aumento proporciona consequências o que demanda a busca
do serviço de saúde, acarretando gastos diretos e indiretos muito elevados.
Pesquisadores afirmam que três fatores podem aumentar o número de senis que irão
necessitar de cuidados a longo prazo, um se refere ao crescimento do número de idosos, o
segundo, a mudança no perfil familiar e dos valores sociais, e por último à extensão a mulher
de fatores de risco, que até então acometiam mais os homens, como álcool e o estresse no
trabalho.2 Os autores também abordam que haverá um aumento no número de pessoas que
serão cuidadas por cuidadores não familiares, os formais, que irá duplicar até 2020 em
comparação ao ano de 2010, sendo em 2040 cinco vezes maior.
Contudo, estudo realizado com cuidadores familiares aponta alguns desafios que
precisam ser superados. A amostra foi composta por 100 idosos e seus cuidadores. Os
resultados evidenciaram que 67% dos cuidadores residiam com os idosos, eram
13
predominantemente do sexo feminino, sendo 20% cônjuges de ambos os sexos. Os achados
permitiram identificar a necessidade de redirecionar as políticas públicas e sociais a favor da
rede de apoio à população idosa mais envelhecida, extensiva às famílias cuidadoras.5
Outro estudo define o cuidador como sendo aquele que irá cuidar de acordo com os
objetivos traçados por familiares ou instituições, cuidando da saúde, da qualidade de vida, das
necessidades básicas, da educação, fornecendo lazer para pessoa cuidada.6
O papel do cuidador na sociedade torna-se cada vez mais importante na medida em
que a demanda por este cuidado ou serviço aumenta. Ao assumir os cuidados com o idoso, o
cuidador imagina ser capaz de realizá-los, mas com o passar do tempo ele começa a se
descuidar das suas necessidades pessoais, simultaneamente ao processo gradativo de
envelhecimento do idoso, que exige cada vez mais atenção e demanda de cuidado do
cuidador.
Nessa perspectiva, a questão do cuidador familiar se torna mais delicada, pois o
envolvimento emocional acarreta em situações adversas e por vezes desagradáveis. Com isso
ele se sente sozinho, e tem a necessidade de compartilhar a responsabilidade com outras
pessoas.
Outro ponto a se destacar nessa problemática refere-se a contratação de um cuidador
formal pelo familiar do idoso. Frequentemente o contratante exige do cuidador formal a
execução de afazeres domésticos além das atividades de cuidado ao idoso, cabendo, portanto,
ao contratado, esclarecer as atribuições inerentes à sua ocupação no momento do acordo7.
Os cuidados ao idoso demandam ações que muitas vezes levam o cuidador ao estado
de esgotamento. Uma forma de transposição desse estado é a procura de estratégias de
enfrentamento. Aqueles que não recorrem à rede de apoio tendem a ter uma redução na sua
qualidade de vida.
A qualidade de vida é definida como uma percepção individual da posição do
indivíduo na vida, no contexto de sua cultura e sistema de valores nos quais ele está inserido e
em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações8.
Assim, é fundamental que o profissional de saúde esteja atento a essa temática afim de
auxiliar os cuidadores no enfrentamento das dificuldades inerentes ao processo de cuidar. Para
isso, este profissional deve imbuir-se de estratégias que auxiliem a sua prática.
Pesquisas realizadas mostram que há uma necessidade de educação em saúde dos
cuidadores e deixam claro que o cuidador precisa ter subsídios para cuidar do idoso ou do seu
familiar como, entendimento das necessidades humanas básicas, adaptações e mudanças que
14
ocorrem ao longo da vida em todas as dimensões, biológica, psicológica, social, cultural e
espiritual. Os autores fazem uma observação, ainda, acerca da necessidade e da vontade dos
cuidadores em obter orientações sobre a vida diária do idoso, as doenças, os medicamentos, a
dieta e o exercício. Porém, o grau de instrução interferiu diretamente na adesão ao processo de
educação em saúde, reforçando a necessidade e a importância da educação em saúde para os
cuidadores quanto para a população idosa.9
A partir do que foi exposto, podemos concluir a importância da educação em saúde na
vida os cuidadores, levando informação que irá refletir positivamente no cuidado ao idoso.
Através disso, percebe-se a necessidade da criação de uma tecnologia educacional (TE),
facilitando esse cuidado.
Tecnologia educacional “é um conjunto de conhecimentos e princípios científicos que
se aplicam ao planejamento, à construção e utilização de um equipamento em um
determinado tipo de atividade” e também relaciona educação e tecnologia como
indissociáveis, para ele “a maioria das tecnologias é utilizada como auxiliar no processo
educativo”.10
Podemos inferir que há uma lacuna entre o nível de conhecimento e a formulação de
TE para os cuidadores de idosos. Pesquisadores afirmam que há uma deficiência de suporte
para os cuidadores formais, mas sobretudo para os cuidadores familiares leigos, sendo
necessário a implantação de projetos de educação, em vista do aumento do número de senis e
de suas complicações.9
A partir das considerações acima, emergiu o problema de pesquisa abaixo
apresentado.
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA
Quais os impactos objetivos da sobrecarga em cuidadores de idosos e como o
enfermeiro pode intervir enquanto educador, para minimizá-los?
1.3 OBJETIVOS
Descrever o perfil sóciodemográfico e de saúde e os impactos objetivos da sobrecarga em
cuidadores de idosos.
15
Analisar os impactos objetivos da sobrecarga em cuidadores de idosos que podem
interferir no cuidado do idoso e o autocuidado do cuidador;
Elaborar uma tecnologia educacional a partir dos déficits identificados na escala de
sobrecarga a partir das demandas dos cuidadores.
1.4 JUSTIFICATIVA
Com o intuito de contextualizar as temáticas abordadas, foi realizada uma busca na
base de dados Lilacs (Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde), e foram utilizados
os descritores cuidadores, enfermagem geriátrica e idoso. Os critérios de inclusão foram:
textos completos, no idioma português e um recorte atemporal. Como resultado da busca
foram encontrados 53 estudos e selecionados oito.
O presente estudo se justifica em vista do aumento do envelhecimento populacional,
que vem se tornando um desafio para saúde pública. Nesse contexto, os cuidadores têm
função de destaque, tornando-se necessário a preservação do seu estado físico, mental e social
para que o cuidado com o idoso seja efetivo.
O tempo absorvido com o cuidado do idoso provoca redução do lazer, do convívio
com a família e os amigos, afeta a vida particular dos cuidadores, assim uma necessidade
imprescindível é o reconhecimento do abandono de si em razão da sobrecarga de atividade.
Estudos confirmam que a exaustão e a doença se tornam uma incidência inevitável na vida
dos cuidadores11
.
Para pesquisadores, as atribuições delegadas ao cuidador, na grande maioria das vezes
sem o direcionamento adequado de profissionais capacitados, e as mudanças na vida diária
refletem em impactos na qualidade de vida do cuidador. 12
A qualidade de vida do cuidador está entrelaçada com a sobrecarga do seu trabalho,
depois de um tempo longo cuidando do idoso no domicílio, na grande maioria das vezes,
esses sofrem com queda na vida social e familiar, desgaste, fadiga, problemas laborais e
alteração do nível físico e mental. Em vista disso, podemos perceber o quão importante é a
assistência à saúde; o apoio físico e emocional; e o acompanhamento com uma equipe
multiprofissional, que vise planejar intervenções que possam contribuir com a qualidade de
vida.
16
Diante deste panorama, autores afirmam que as políticas públicas de saúde devem
priorizar as condições de saúde dos idosos, assim como a de seus cuidadores, que na maioria
dos casos são seus próprios familiares.13
Contudo, isto representa um desafio para os gestores
uma vez que há falta de integração entre o sistema único de saúde, o sistema único de
assistência social e a previdência social. Essa falta de integração é percebida, ainda, dentro de
cada um desses sistemas. Isso gera a ineficiência em suprir a demanda da população idosa e
seus cuidadores.
1.5 RELEVÂNCIA
Este trabalho é relevante, pois contribui para a saúde dos cuidadores, visto o reduzido
número de publicações sobre esta temática quando comparado ao número de pesquisas que
investigam a saúde dos idosos. É necessário que os cuidadores enxerguem seu papel
fundamental no cuidado e não negligenciem a própria vida. A enfermagem atua em diversos
campos, e um deles é o da educação, área imprescindível que pode auxiliar no diagnóstico de
possíveis riscos e promover/prevenir a saúde dessa população. Este campo de atuação
associado à temática em discussão tem, ainda, por finalidade, fornecer orientações tanto para
o cuidado com o idoso, quanto para o seu autocuidado. Estudar esse grupo é extremamente
relevante para evitarmos o adoecimento de mais pessoas, e orientá-los com o objetivo de
terem um alto padrão de qualidade de vida, refletindo da mesma forma no cuidado ao idoso.
Esse estudo pode contribuir com: o serviço de assistência, com a produção de uma
tecnologia educacional com cuidados básicos para idosos, que irá facilitar a orientação do
cuidador e a sua compreensão; a pesquisa, onde podemos entender melhor como é a vida do
cuidador e quais os impactos são os mais relevantes para desenvolver estratégias que
minimizem esses danos; o ensino, como parte de aprendizado para os alunos sobre
intervenções de enfermagem.
17
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 PANORAMA DO ENVELHECIMENTO
Uma das maiores conquistas culturais de um povo em seu processo de humanização é
o envelhecimento de sua população, refletindo uma melhoria das condições de vida14
.
Pesquisadores discutem que, a população brasileira vem sofrendo uma transição como
consequência das mudanças nas taxas de mortalidade e fecundidade.15
Antes tínhamos um
regime de altas taxas de fecundidade e mortalidade e atualmente temos uma diminuição dos
níveis de mortalidade, seguido pela diminuição dos níveis de fecundidade.
Até a década de 1950, a estrutura etária do País efetivamente se assemelhava a uma
pirâmide (base larga, com muitas crianças e jovens, e pico estreito, com poucos idosos), em
decorrência das taxas de fecundidade de mais de 6 filhos por mulher. Nesse período, havia
uma necessidade demográfica de direcionamento das políticas sociais para a população
jovem, por exemplo, em políticas relacionadas à educação e saúde infantil.15
Analisando historicamente, evidenciou-se ao final do século XX uma nova
configuração no padrão demográfico brasileiro, resultante das acentuadas mudanças nos
níveis de fecundidade e de mortalidade que ocorreram nas últimas décadas e, sobretudo, da
aceleração no declínio da taxa de fecundidade a partir de meados da década de 1970. Este
processo de queda da fecundidade deu-se de forma generalizada, atingindo indistintamente
todas as regiões e estratos sociais, a ponto de, no ano 2000, existirem poucas diferenças entre
os valores observados para essas taxas nas Grandes Regiões brasileiras16
.
Atualmente, quando a taxa de fecundidade encontra-se abaixo de 2 filhos por mulher,
e a longevidade aumenta continuamente, há uma maior pressão demográfica para que as
políticas sociais sejam redirecionadas para os adultos e, principalmente, aos idosos. Ressalta-
se, contudo, que nem sempre as políticas sociais consideraram as transições demográficas,
uma vez que existem diversos outros fatores – políticos, sociais e institucionais – que têm sido
considerados num contexto de disputas de interesses, especialmente frente ao Estado e os
recursos destinados a essas políticas1.
Os idosos são a parte da população brasileira que mais aumenta, com um crescimento
de mais de 4% observado de 2012 a 2022.1 Em 2000 o Brasil tinha 14,2 milhões de pessoas
acima de 60 anos, em 2010 esse número atingiu 19,6 milhões, com uma projeção de 41,5
milhões em 2030 e 73,5 milhões em 2060. Para se ter uma ideia, só no município do Rio de
18
Janeiro são 940.851 idosos e o índice de envelhecimento na região metropolitana do Rio de
Janeiro chega a 80,2.
Os idosos apresentam múltiplas patologias, enfermidades crônicas, o que requer a
busca frequente a especialistas, que proporcionam gastos diretos e indiretos muito elevados. O
que impulsiona a estruturação de políticas e estratégias visando a prevenção e a promoção da
saúde e dos cuidadores.2
O envelhecimento populacional é um desafio para saúde pública, pois tem impactos
relevantes na sociedade. O aumento do número de idosos não deve ser visto como um
problema para a sociedade, e sim como uma conquista, exigindo um olhar especial a esse
grupo, para que eles possam envelhecer com saúde e tranquilidade. Em vista disso, a
construção de políticas públicas específicas para os idosos, é uma das grandes vitórias
alcançadas pela população.
2.1.1 Políticas públicas de atenção à saúde da pessoa idosa: questões à destacar
O Estatuto do idoso17
dispõe que toda pessoa com idade igual ou superior a 60 anos é
idosa. Foi criado a fim de regular os direitos assegurados ao idoso, e define que é obrigação
da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público garantir esses direitos com
absoluta prioridade.
Com o aumento do envelhecimento populacional, o idoso ganhou ênfase nas políticas
públicas do Brasil. Em 1988, a Constituição federal assegurou o direito à seguridade social,
englobando a saúde, previdência e assistência social; em 1994, houve a criação da Política
Nacional do Idoso; em 2003, a criação do Estatuto do idoso17
; e em 2006, a criação da
portaria GM 2.528 de Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSI)18
.
Pesquisadores citam que a PNSI (2006) assegura os direitos das pessoas idosas,
criando estratégias para promover sua autonomia, integração e participação ativa na sociedade
e ratificando o direito à saúde desde o nível primário até o mais complexo.19
Os estudiosos
comentam ainda que esta política relaciona a saúde do idoso considerando o Pacto pela Saúde
e suas Diretrizes Operacionais para consolidação do SUS (Encontro das Comissões
Intergestores Biparte da Amazônia Legal, 2006), reafirmando a necessidade de enfrentamento
dos desafios impostos por um processo de envelhecimento ora caracterizado por doenças e/ou
condições crônicas não transmissíveis.19
19
O envelhecimento é um processo longo, que pode ser vivido pelo idoso de forma ativa,
ou seja, sendo ele protagonista do seu autocuidado, ou de forma dependente, necessitando de
cuidador. As políticas públicas de atenção ao idoso são ferramentas de prevenção e promoção
à saúde que os gestores locais podem lançar mão, aprimorando o equipamento que já utilizam
e criando novas formas de trabalho. Dessa forma, o sistema público de saúde deve estar
preparado para atender as demandas dos idosos e seus cuidadores.
2.1.2 Senescência e Senilidade
A Organização Mundial de Saúde (OMS) trás a seguinte definição sobre o envelhecer:
Um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível,
universal, não-patológico, de deterioração de um organismo maduro,
próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo
o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e,
portanto, aumente sua possibilidade de morte20
.
Neste contexto, envelhecer é um processo natural, que consiste na redução gradativa
da reserva funcional que em situações normais não provocam problemas, chamado de
senescência.21
Em situações de doenças e estresse emocional, podem gerar patologias que irá
requerer a busca pela assistência, que é definido como senilidade.
Senescência e senilidade são processos que geram constantes alterações nos idosos,
porém esses distúrbios podem ser minimizados, se forem diagnosticados precocemente,
proporcionando um estilo de vida ativo aos senis.
Os autores afirmam que costumamos cometer dois erros nessa temática; primeiro é
que consideramos que todos os distúrbios que a pessoa idosa sofre é consequência do seu
envelhecimento, o que desfavorece o diagnóstico e o tratamento precoce de doenças. O
segundo é abordar o processo natural de envelhecimento como doença.21
A população idosa vem sofrendo constantes modificações, principalmente na sua
relação com a sociedade, atualmente, o idoso não é mais visto como um total dependente e
incapaz, tendo muitas vezes autonomia suficiente para promover o seu autocuidado e assim
viver com tranquilidade. Em contrapartida, devido a essa longevidade, muitas adquirem
distúrbios biopsicossociais como doenças crônicas, deficiências, fragilização da saúde,
levando ao aumento dos seus medos e anseios, o que demandará o auxílio de uma pessoa, que
favorecerá uma velhice com boa qualidade.
20
No entanto, cotidianamente, os idosos brasileiros vivem angústias com
a desvalorização das aposentadorias e pensões, com medos e
depressão, com a falta de assistência e de atividades de lazer, com o
abandono em hospitais ou asilos, além de enfrentar, ainda, todo o tipo
de obstáculos para assegurar alguma assistência por meio de planos de
saúde. À desinformação, ao preconceito e ao desrespeito aos cidadãos
da terceira idade somam-se a precariedade de investimentos públicos
para atendimento às necessidades específicas da população idosa, a
falta de instalações adequadas, a carência de programas específicos e
de recursos humanos, seja em quantidade ou qualidade22
.
2.2 O CUIDADOR
2.2.1 Caracterização do cuidador de idosos
Conceitualmente, o cuidador é definido como aquele que desempenha a função de
cuidar de pessoas dependentes numa relação de proximidade física e afetiva, podendo ser um
parente, que assume esse papel a partir das relações familiares ou até um profissional,
especialmente treinado para tal fim23
.
Cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo
forte traço de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. A
ocupação de cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações
– CBO sob o código 5162, que define o cuidador como alguém que
“cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições
especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde,
alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da
pessoa assistida”. É a pessoa, da família ou da comunidade, que presta
cuidados à outra pessoa de qualquer idade, que esteja necessitando de
cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais, com
ou sem remuneração6.
Existem dois tipos de cuidadores, o cuidador familiar, aquele que tem vínculo afetivo
com o idoso, podendo ser esposa (o), filha (o), Irmã (o).6 É notório, que frequentemente o
cuidador familiar é do sexo feminino por razões culturais. O outro tipo é o cuidador formal,
aquele que é profissional, que é preparado para exercer o cargo de cuidador, mediante uma
remuneração. Esse pode desempenhar suas funções na residência do idoso, em casas de idosos
ou acompanhar os idosos em unidades de saúde como hospitais.
21
O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode
fazer por si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades.
Cuidar não é fazer pelo outro, mas ajudar o outro quando ele
necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia,
mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso requer paciência e tempo6.
O cuidador, independente da sua classificação (formal ou familiar), tornou-se um
integrante fundamental nesse processo de envelhecimento dos idosos. Ele será responsável
por desenvolver habilidades e competências para planejar conjuntamente com o idoso as
atividades diárias, realizando as que ele não pode executar, e auxiliando/supervisionando nas
ações em que ele pode fazer o seu autocuidado.
2.2.2 A regulamentação da profissão de cuidador
Para Debret e Oliveira24
, a função de cuidador de idosos é nova no Brasil.
Antigamente essa atuação era chamada de acompanhante, mas atualmente, o papel do
cuidador ganhou destaque, estabelecendo um novo paradigma político, com projetos de ações
e intervenções governamentais e legislativas para sua atuação.
Nosso argumento central é o de que a regulamentação da profissão de
cuidador enfrenta um duplo desafio: (1) encontrar um espaço
profissional que delimite com clareza as fronteiras dessa atividade, de
modo a não confundi-la com as atividades de outros profissionais que
operam em áreas paralelas; e (2) dar dignidade a esse trabalhador,
evitando que suas funções se confundam com a de empregada
doméstica, profissão tida no nível mais baixo na escala das
profissões24
.
A profissionalização do cuidador de idoso vem passando por um longo processo de
aprovação. Ainda segundo esses autores, essa tentativa de regulamentação vem desde 1999,
por uma Portaria (nº 5.153) que constituía o primeiro Programa Nacional de Cuidadores de
Idosos. A partir desse projeto houve a inclusão desse grupo, na Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO), sob o código 51626. Em 2012, foi criado o Projeto de Lei (PL) nº 4702, a
fim de regulamentar a profissão, mas alguns pontos deste PL foi questionado pelo COFEN e
por deputados necessitando de revisão em seu texto. Então em 10 de dezembro de 2015 o PL
nº 4702 passou a conter em sua redação a diferença entre os cuidados especializados prestados
por profissionais de Enfermagem, e por cuidadores, deixando claro que o cuidador só está
22
autorizado a administrar medicamentos por via oral e sob orientação de profissionais de
saúde.25, 26
Atualmente, o referido Projeto de Lei segue em tramitação na Câmara dos
Deputados.
2.2.3 O ato de cuidar
O ato de cuidar é muito mais complexo do que se imagina. O cuidador e o idoso são
pessoas que podem apresentar reações e sentimentos diversos e contraditórios como raiva,
angústia, tristeza, entre outros.27
O cuidador deve estar atento e perceber as reações e
sentimentos do idoso, para que o cuidado seja efetivo.
Nesse sentido, as ações de cuidados aos idosos devem estar pautadas
no respeito mútuo entre cuidador e o ser cuidado, na busca pelo bem-
estar, visando um cuidado personalizado, resolutivo e com a
participação efetiva do idoso, embasado nos conceitos da ética,
criando condições para a existência e a melhoria da qualidade de vida
do idoso28
.
O cuidador, muitas vezes leigo, assume funções que não está preparado para oferecer.
Uma forma do cuidador contornar esse problema é buscar informação. Estudiosos afirmam
que: “uma das maneiras mais importantes de ajudar as pessoas é oferecer informação. As
pessoas que possuem informações estão mais bem preparadas para controlar a situação em
que se encontram”.27
O cuidado é visto, muitas vezes, como um dom, que dignifica o
cuidador e o faz sentir melhor. Porém, estes personagens tendem a se
sobrecarregar para que a assistência ao idoso seja prestada de modo
integral, mesmo não tendo uma orientação técnica para que preste um
cuidado de qualidade que não interfira na sua saúde. (Mendes,
Miranda e Borges, 2010, p.416)
Por meio da literatura evidencia-se a carência assistencial ao cuidador, que por desejo
ou obrigação, dispõe-se a cuidar do idoso. Percebe-se ainda, como é importante o suporte de
uma equipe multiprofissional, que enxergue o cuidador como sujeito.
A qualidade de vida é representada como resultado das respostas pessoais de cada
indivíduo a fatores físicos e mentais, que conjuntamente podem contribuir para uma vida
saudável.29
23
O trabalho do cuidador está associado à carga demasiada, na maioria das vezes, isso
gera conflitos ao desempenho do cuidado. O tratamento deve ser integrado com participação
efetiva do idoso pautado em respeito mútuo, viabilizando a qualidade de vida a esse
protagonista, com assistência de profissionais ao mesmo tempo capacitados e desenvolvendo
práticas holísticas28
.
O papel do cuidador muitas vezes é desvalorizado, não sendo oferecidas oportunidades
de treinamento e apoio. O desgaste emocional e físico é citado pelos autores como uma
associação de despreparo dos cuidadores familiares que assumem o cuidado do idoso.30
Aprimorar os conceitos dos que orientam os cuidadores de idosos, é
fato relevante que o cuidado do biopsicossocial esteja sempre atrelado
a técnica. O cuidado não é apenas para tratar, manter a vida e lutar
contra o irreversível, mais faz parte do desenvolvimento do bom
profissional31
.
Dedicar-se ao cuidado com o idoso durante um longo período, exige atenção
constante, ocasionando possíveis malefícios à saúde, principalmente para aqueles que são
responsabilizados totalmente pelo cuidado do indivíduo, sem ter com quem dividir, o
cuidador se sente sobrecarregado, o que prejudica o autocuidado.31
As sobrecargas físicas e emocionais sofridas pelo cuidador de idosos é resultado de
diversas carências como falta de conhecimento, de suporte das políticas públicas e de apoio de
profissionais capacitados que poderiam minimizar esses sofrimentos com orientações a esse
cuidador.
Esses cuidadores são desprovidos de orientações e suporte assistencial. Para isso, os
profissionais devem refletir sobre o processo de envelhecimento, englobando tanto a
qualidade de vida do idoso com a do cuidador, que coloca a sua saúde em risco para cuidar do
outro.30
2.2.4 Sobrecarga dos Cuidadores
A rede de apoio de saúde ao idoso e seus cuidadores, no município de Niterói ainda
não está completamente estabelecida e integrada, segundo os princípios e diretrizes que
norteiam o Sistema Único de Saúde. Dessa forma, essa população enfrenta uma condição de
vulnerabilidade social, estando à margem da atenção em saúde de qualidade. Para agravar o
quadro, como não há um grande investimento na atenção primária, “porta de entrada” do
24
SUS, nem no referido município e nem no Estado do Rio de Janeiro, na maioria dos casos,
quando o idoso e o cuidador conseguem acessar o sistema, a condição de saúde deles já está
bem debilitada, necessitando de um nível maior de complexidade32
.
Neste contexto, o cuidador depara-se com muitas dificuldades, principalmente aquele
que é familiar do idoso, pois não se preparou para a execução do cuidado, e nas adversidades
do dia-a-dia pode acumular uma sobrecarga tamanha que seja difícil de superar ou dar
continuidade ao cuidado do seu idoso.33
“A sobrecarga do cuidador pode ser definida como um conjunto de problemas físicos,
psicológicos, emocionais, sociais e financeiros vivenciados por aqueles que cuidam de
pacientes com algum tipo de comprometimento”.33, 34,35
Sá e Bom
33 em seu estudo identificaram as principais necessidades a serem trabalhadas
com os cuidadores. Essas necessidades foram apontadas de forma ampla, os cuidadores
relatam que não são orientados para promover o cuidado e possuem dificuldade no sentido de
saber mais sobre a doença e os aspectos gerais que circundam o idoso cuidado.
Na mesma pesquisa, foi encontrado um dado importante em relação às comorbidades
que afetam os cuidadores. Identificou-se a maior prevalência de patologias
musculoesqueléticas, apontadas por eles como “problema de coluna”. As autoras concluiram
que esse dado pode estar associado ao procedimento de mudança de posição ou transferência
do paciente sem uma orientação sobre a forma correta de sua realização.33
Ainda na mesma investigação, apontou-se a relevância de outro dado, quando
analisada a regressão na aplicação da escala de Zarit e SF-36, evidenciou-se a melhora da
qualidade de vida e diminuição da sobrecarga quando o cuidador exerce outra atividade, seja
profissional ou de lazer, fora do domicílio do idoso.33
Outro estudo identificou que alguns dos cuidadores pesquisados eram dependentes
funcionais, tinham alterações cognitivas, sintomas depressivos, altos níveis de estresse,
sobrecarga e apresentaram atitudes negativas em relação à velhice. Muitos desses cuidadores,
não recebiam ajuda para cuidar do idoso dependente.35
2.3 TECNOLOGIA EDUCACIONAL
A tecnologia educacional (TE) é tudo aquilo que o educador faz a cada dia para
enfrentar o problema de ter de ensinar ou orientar a um grupo de pessoas, determinados
conteúdos com determinadas metas.36
A tecnologia é resultado de processos concretizados a
25
partir da experiência cotidiana, com a finalidade de provocar intervenções sobre uma
determinada situação prática.37
Nietsche38
relata que a tecnologia educacional pode ser entendida com a formulação
ou não um produto, e tem a finalidade de gerar intervenções sobre determinada situação
prática. Assim sendo, a TE, é utilizada para gerar conhecimento, utilizando os espaços
educativos incluindo a vida diária, a educação formal e informal, preparando assim os
indivíduos para o trabalho. Para ele, aplicar a TE, o educador (profissional de saúde) deve ser
um facilitador e o educando (clientela) um sujeito participante desse processo em que ambos
utilizem da sensibilidade e da criatividade na busca de conhecimento pessoal e profissional.
Percebe-se que o uso de tecnologia educacional não trata apenas da construção e do
uso de equipamentos, mas também de processos tecnológicos.39
O processo tecnológico pode
evidenciar o “saber fazer e o saber usar o conhecimento e equipamentos em todas as situações
do cotidiano”. Este processo pode facilitar o processo de ensino-aprendizagem,
proporcionando ao educando um saber que favorece a construção e reconstrução do
conhecimento.39
Podemos perceber que uma tecnologia educacional não é apenas a criação e o uso de
equipamentos, nesse processo destaca-se o saber fazer e o saber usar o conhecimento e
equipamentos em todas as situações do cotidiano, podendo elas serem rotineiras ou não. A
tecnologia educacional é um instrumento facilitador, proporcionando o aluno a construir e
reconstruir o conhecimento.39
O uso da tecnologia pode contribuir para uma restruturação na vida dos sujeitos,
porém não necessariamente ocorre mudança de consciência, porque para isso devemos levar
em consideração outros aspectos do indivíduo, como aspecto social, éticos, moral, espiritual,
estético, filosofia. Sendo assim a TE não é o único elemento que provoca mudança apenas se
associado a outros componentes da vida dos sujeitos.37
Contudo, os autores comentam que diferentes tipos de TE’s podem ser utilizadas para
educação em saúde com a comunidade (educação comunitária), e nessa área há algumas
modalidades de TE em que se destacam: as TE táteis e auditivas, as TE expositivas e
dialogais, as TE impressas e as TE áudio-visuais. Dentre as TE impressas pode se criar
folderes, cartazes, cartilhas, manuais, cadernos de orientação ou apostilas.40
Neste contexto, optou-se neste estudo em utilizar um manual com orientações de
enfermagem ao cuidador de idosos, pela viabilidade de recursos financeiros e considerado o
tempo estipulado no cronograma da pesquisa para sua elaboração. Destaca-se que este tipo de
26
tecnologia educacional é recomendado como instrumento facilitador na prestação do cuidado
ao cliente, que neste estudo é o idoso. Por isso foi escolhida como ferramenta de intervenção
para auxiliar os cuidadores no cuidado ao idoso, consequentemente, promovendo uma melhor
qualidade de vida.
27
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de pesquisa descritiva, transversal para estudo do perfil sóciodemográfico e
de saúde e dos impactos da sobrecarga em cuidadores de idosos com vista à elaboração de
uma Tecnologia Educacional que favoreça o cuidado.
Estudos transversais são aqueles que produzem “instantâneos” da situação de saúde de
uma população ou comunidade com base na avaliação individual do estado de saúde de cada
um dos membros do grupo.41
Pesquisas descritivas pretendem descrever os fatos e fenômenos
de determinada realidade.42
3.2 LOCAL DO ESTUDO
Como campo de pesquisa, foram utilizadas as dependências do Programa de Extensão:
A Enfermagem na Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores (EASIC /UFF), atual Centro
de Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores (CASIC), em Niterói, RJ. Este centro presta
atendimento ambulatorial multiprofissional a idosos e seus cuidadores e sua equipe é
composta pelas especialidades de: enfermagem, medicina cardiologista, nutrição, fisioterapia,
serviço social, fonoaudiologia, farmácia e psicologia.44
Também oferece atendimento através
de terapias alternativas como: acupuntura, auriculoterapia, esparadrapoterapia e massoterapia
para atendimentos individuais. Oferece, ainda, oficinas em grupo para cuidadores,
estimulação cognitiva de idosos, informática, música, educação em saúde e diabetes,
fisioterapia e psicologia. Aos idosos acamados ou com grande dificuldade de locomoção é
realizada visita domiciliar por enfermeiro, assistente social e nutricionista.44
O CASIC é
vinculado ao Departamento de Fundamentos de Enfermagem e Administração da
Universidade Federal Fluminense, localizado à Avenida Jansen de Mello 174, Centro, Niterói,
RJ. Campus Mequinho.
O Programa de Extensão: A Enfermagem na Atenção à Saúde do Idoso e seus
Cuidadores (EASIC) da Universidade Federal Fluminense possui por objetivo desenvolver
práticas sociais de atenção primária em saúde, priorizando a prática de educação em saúde
junto aos idosos e seus familiares. Promove atividades como: consulta de enfermagem,
oficinas de suporte a idosos e seus cuidadores e o PRÓ-CUIDEM - Programa de Orientação
28
aos Cuidadores de Idosos com demência - com o objetivo de disponibilizar orientações
informações e suporte aos cuidadores acerca da patologia, tratamento e seus cuidados e a
oficina de suporte aos cuidadores de idosos com demência.40
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Os participantes da pesquisa foram 50 cuidadores de idosos que participam de todas as
atividades do CASIC e estão inclusos no EASIC/UFF. Identificou-se dentre os cuidadores os
que eram formais e os que eram cuidadores familiares, e destes os que realizavam o cuidado
ao idoso há pelo menos 6 meses. Após a identificação destes cuidadores foi realizado convite
à participação no estudo por livre demanda. Consequentemente, participaram das entrevistas
todos os cuidadores de idosos que aceitaram responder as questões da coleta de dados e a
aplicação da escala e formulários da pesquisa.
3.4 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DO ESTUDO
3.4.1 Critérios de inclusão
Ser cuidador formal ou familiar de idosos;
Cuidadores com idade superior a 18 anos de ambos os sexos com escolaridade acima
de quatro anos e que realizem o cuidado há mais de 6 meses.
Cuidadores que participam das atividades do Programa EASIC/UFF.
3.4.2 Critérios de exclusão
Analfabetismo;
Presença de dificuldade visual e auditiva.
3.5 COLETA DE DADOS
Estes instrumentos foram aplicados aos cuidadores que compareceram ao Centro de
Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores (CASIC /UFF), em Niterói, RJ para realizarem o
29
acompanhamento de suas condições de saúde e das condições de saúde dos idosos que os
mesmos prestam cuidado. Procedeu-se a leitura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, sendo incluídos os cuidadores que aceitaram participar da pesquisa. Os dados
foram coletados a partir da aplicação do questionário sobre o perfil sóciodemográfico e de
saúde (ANEXO D) do cuidador; e da aplicação da escala de sobrecarga Zarit (ANEXO B).
A produção de dados ocorreu de setembro a outubro de 2016, e de abril a junho de
2017.
3.5.1 Formulário Sociodemográfico e de Saúde
Este formulário aborda questões pertinentes ao cuidador: dados pessoais (parentesco
com o idoso, idade, sexo, cor, residência, bairro e cidade, prática religiosa, situação conjugal,
profissão, telefone para contato), grau de escolaridade, reside com o idoso, valor da renda
individual e familiar, atividade profissional atual, problemas de saúde, o tempo de atuação
como cuidador e número de horas gastas por dia cuidando do idoso.
3.5.2 Escala de Sobrecarga Zarit
A escala Zarit (Zarit Burden Interview) tem por objetivo avaliar a sobrecarga dos
cuidadores de idosos. Ela foi validada na Espanha e no Brasil. Apresenta 22 questões que
avaliam o impacto do cuidado nas esferas física, psicológica e social, cuja pontuação pode
variar de 0-4.45
O somatório destas questões é de 88 pontos e foi estabelecido um ponto de
corte para definir a sobrecarga do cuidador. Quanto maior a pontuação, maior a sobrecarga.
Sendo assim, classifica-se sobrecarga severa o escore entre 61-88; moderado a severo de 41-
60; moderado a leve entre 21-40 e ausência de sobrecarga escores inferiores a 21.
3.6 TRATAMENTO DE DADOS
Os dados sóciodemográficos e clínicos e os escores obtidos da escala de sobrecarga de
Zarit foram organizados e tabulados em planilhas no Microsoft Excel e submetidos à análise
descritiva.
30
3.7 ASPECTOS ÉTICOS
O projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do
Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) através da Plataforma Brasil, atendendo aos
princípios da Resolução 466, de 12 de outubro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde
(CNS) e aprovado com CAAE nº 19784013.3.0000.5243 e Parecer nº 458.860.
Foi apresentado ao cuidador o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo o
início da investigação condicionado a este consentimento. É conveniente esclarecer que não
houve incentivo financeiro à participação dos pacientes.
Admite-se nesta pesquisa um risco mínimo, que segundo pesquisadoras, é aquele que
não ultrapassa o risco comumente encontrado na vida cotidiana.41
A proporção risco-benefício
foi considerada em termos dos riscos serem compatíveis com o benefício à sociedade e à
enfermagem em termos de qualidade dos dados produzidos. Com base nessas autoras41
, lista-
se aqui os possíveis riscos e benefícios deste estudo:
Tabela 1: Possíveis Benefícios e Riscos de Pesquisas aos Participantes. (continua)
Benefícios Riscos
Acesso a uma intervenção potencialmente
benéfica, que sem a pesquisa, não estari
disponível;
Tédio;
Sensação de conforto por poder discutir
sua situação ou problema com uma pessoa
objetiva e compreensiva;
Sofrimento emocional, resultante de
autoexposição, introspecção, medo do
desconhecido, desconforto diante de
estranhos, medo de eventuais repercussões,
raiva ou constrangimento por causa do tipo
de pergunta feita;
Aumento do conhecimento de suas
condições pela oportunidade de
introspecção e pela interação direta com
os pesquisadores;
Perda de tempo.
Satisfação de saber que a informação
fornecida pode ajudar outras pessoas com
problemas semelhantes.
Fonte: Polit DF, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências
para a prática da enfermagem. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 151-152
31
3.8 O PRODUTO
O produto é um Manual de Orientações de Enfermagem para o Cuidador de Idosos,
com itens selecionados após a obtenção e análise dos dados, a partir das demandas
apresentadas pelos cuidadores, acerca da sobrecarga, resultante do impacto do cuidado no seu
cotidiano. Utilizou-se ainda, algumas referências bibliográficas a fim de propor estratégias de
enfrentamento que auxiliem a superação de dificuldades impostas no dia-a-dia para os
cuidadores.
O conteúdo consta da definição sobre o que é sobrecarga, e em seguida lista as
principais estratégias de enfrentamento que o cuidador pode utilizar, listadas na seguinte
sequência: acionando a rede de apoio, estabelecendo um programa regular de tarefas, falar dos
meus problemas, adaptando a casa para o idoso, mantendo o idoso ativo, a importância de se
cuidar. Utilizou-se também, imagens retiradas da internet, com cunho meramente ilustrativo, e
com as fontes devidamente referenciadas.
Escolheu-se fazer um manual por ser este um instrumento atrativo, objetivo, não muito
extenso, mas que orienta significativamente o leitor sobre o tema a que se propõe, por ser,
ainda, de fácil compreensão e por atender às necessidades específicas de uma determinada
situação de saúde estimulando as pessoas a lê-lo.46
3.8.1 Sistematização do conteúdo
Na etapa inicial houve a preocupação em fazer a adequação da linguagem. Esta
adequação caracteriza-se pela identificação dos termos técnicos e a transformação deles para a
linguagem popular, de forma a facilitar a compreenssão dos cuidadores de idosos.
“O cuidado em relação à adequação da linguagem, no sentido de
facilitar sua compreensão, é importante nos trabalhos relacionados à
educação e promoção da saúde. Nesse sentido, devem ser
preferencialmente utilizadas palavras de uso popular, sobretudo as
coloquiais. O emprego de termos técnicos deve se restringir ao
estritamente necessário e, neste caso, os devidos esclarecimentos
devem ser feitos mediante a utilização de exemplos.46
32
3.8.2 Seleção de Ilustrações
A fim de tornar a leitura dinâmica e atrativa para o leitor optou-se por inserir no
manual imagens retiradas da internet, com cunho ilustrativo e que estivessem dentro do
contexto apresentado. Cada figura teve a sua fonte devidamente referenciada no conteúdo do
manual.
3.8.3 Validação do Manual
A validação deste material será realizada pela pesquisadora em investigação futura.
33
4. RESULTADOS E ANÁLISE
Ao analisar os dados, interpretando e comparando os achados foi possível agrupá-los
de acordo com a semelhança, e assim elaborar os resultados. Optou-se por realizar nesta
pesquisa a análise descritiva que tem por finalidade descrever e resumir os dados.47
4.1 PERFIL SÓCIODEMOGRÁFICO E DE SAÚDE DO CUIDADOR
A amostra foi composta por 50 cuidadores atendidos no CASIC. A tabela 2, a seguir,
traz o Perfil Sóciodemográfico dos participantes.
Tabela 2: Perfil Sóciodemográfico dos Cuidadores de Idosos. CASIC, UFF. Niterói, 2017.
Variáveis Nº %
Sexo Feminino 45 90
Idade
52 | 61 (anos)
17 34
Escolaridade
Médio completo
15 30
Renda Individual 14 28
Renda Familiar
1 | 2 (salários mínimos)
18 36
Tipo de Cuidador
Familiar
39 78
Religião
Católica
20 40
Jornada Dedicada
12 | 24 (horas)
17 34
Tempo de Atuação do Cuidador
4 | 7 (anos)
12 24
Estado civil
Casado(a) 24 48
Fonte: A autora.
A tabela 3, abaixo, mostra o perfil de saúde do cuidador com a distribuição de
frequências referentes ao número de enfermidades relatadas pelo cuidador, às enfermidades
prevalentes e à prevalência das enfermidades para ambos os sexos.
34
Tabela 3: Perfil de Saúde dos Cuidadores de Idosos, segundo enfermidades relatadas,
segundo o sexo. CASIC, UFF. Niterói, 2017.
Variáveis Nº %
Número de Enfermidades relatadas pelo cuidador 15 30
Enfermidades Prevalentes
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), problemas de coluna e
artrose 23 46
Prevalência das enfermidades segundo sexo
Feminino - HAS
Masculino - Artrose
23
27
46
54
Fonte: A autora.
A partir da análise dos resultados percebeu-se que, dos 50 participantes 90% são do
sexo feminino, reforçando assim o papel da mulher, que desde muito nova já lhe é atribuído o
cuidado da casa e da família, o que corrobora com pesquisadores, ao dizerem que no âmbito
familiar, desde os primórdios, são as mulheres as responsáveis pelo papel de cuidar.48
O
mesmo achado é confirmado em outros estudos, dentre os quais avaliou-se a qualidade de
vida e a sobrecarga de trabalho em cuidadores de idosos. 49
Nessa pesquisa observou-se que a maior parte dos cuidadores, 34%, tem idades entre
52 a 61 anos. Para Papaléo50
, o ato de cuidar não é um papel fácil, requer muitas mudanças
na vida do cuidador. Em muitos casos, esse pode ser uma pessoa em processo de
envelhecimento, frágil, propenso a doenças, que sem o apoio adequado pode vir a se tornar
um idoso que irá necessitar de um cuidador.
Além disso, a partir desse achado pode-se inferir que a idade avançada corresponde
ao período da vida, em que surgem as doenças crônicas não transmissíveis, e o organismo
encontra-se num estágio avançado do processo de envelhecimento. Autores afirmam que,
quando o cuidador é um idoso, a situação é ainda mais preocupante porque ambos podem
expor limitações que dificultam o cuidado, interferindo diretamente na qualidade de vida tanto
do idoso cuidador como do próprio idoso. 51
Em relação ao nível de escolaridade, houve o predomínio do ensino médio completo
(30%), o que foi similar em outro estudo que identificou entre os cuidadores avaliados o
percentual de escolaridade.52
Essa condição evidencia um grau de conhecimento, entre os
35
cuidadores, que favorece a compreensão de determinadas questões, contudo isso não impede
que tenham dificuldades em compreender questões mais complexas.
Pesquisadores afirmam que, o baixo nível escolar pode diminuir a qualidade dos
cuidados prestados, além de ser um obstáculo para a educação em saúde.53
Assim, é
necessária uma atenção especial dos profissionais de saúde, com o intuito de ensiná-los a
evitar possíveis danos à saúde do idoso.
A renda familiar mensal encontrada na amostra foi de 1 a 2 salários mínimos para 36%
dos cuidadores, sendo similar ao estudo desenvolvido por Lindolpho40
que identificou que
42,40% dos cuidadores recebiam menos de 3 salários como renda familiar mensal.
Para Carvalho e Escobar54
, o cuidador formal está sendo cada vez mais requisitado no
mundo contemporâneo e principalmente pelas famílias que não conseguem suprir o cuidado
ao idoso, e quando esse cuidar se delonga, esse cuidador pode sofrer abalos em sua saúde,
devido à sobrecarga do trabalho. No entanto, nesta investigação os dados encontrados
evidenciam uma maior prevalência de cuidadores familiares (78%) na comparação com os
cuidadores formais (22%).
Ainda 64% dos cuidadores residiam com o idoso. Estudo desenvolvido por
Lindolpho40
com cuidadores de idosos portadores de Doença de Alzheimer com o objetivo de
analisar a relação existente entre os traços de personalidade e o autocuidado em cuidadores de
idosos com demência de Alzheimer, e a influência de fatores intervenientes nesta associação,
apontou que residir com o idoso influencia no traço de personalidade neuroticismo
diminuindo o poder para o autocuidado.
Na amostra deste estudo observou-se que 34% dos cuidadores possuíam o tempo de
atividade entre 12 a 24 horas, achado similar ao estudo de Coelho55
,em que os participantes
exerciam o trabalho por mais de 12 horas. Em outra pesquisa identificou-se que realizar o
cuidado com o idoso durante um longo período, exige atenção constante, ocasionando
possíveis malefícios a saúde, principalmente para aqueles que são responsabilizados
totalmente pelo cuidado do indivíduo, acarretando na sobrecarga do cuidador.56
Com relação à religião 74% declararam professarem algum tipo de religião. O Brasil é
um país onde a religião sempre foi muito difundida, fazendo parte da vida diária dos
brasileiros. Antigamente, a religiosidade fazia parte do processo de socialização dos
indivíduos. Atualmente, a religião é mantida pelas necessidades dos povos de acreditarem em
um bem maior, e que precisam dessa crença para superar situações cotidianas.
36
Através da pesquisa de Moreira57
, acredita-se que a religião pode amenizar o
sofrimento físico e mental, aumentando o bem-estar e reduzindo os casos de tristeza e
angústia, corroborando com ele, Koeing58
diz que as práticas e crenças religiosas podem
influenciar na saúde psíquica, ter impacto no bem-estar emocional e como consequência
ajudar no enfrentamento de situações adversas.
Dentre todas as informações colhidas, destaca-se a variável: tempo de exercício da
função. Estima-se que dentre os participantes, 24% tem o tempo de trabalho com essa
profissão de 4 a 7 anos. Para Gaioli59
, os cuidadores que possuem experiência nessa área e
que trabalham a mais de dois anos, as funções foram se tornando desgastantes. Eles relataram
oscilação no seu estado emocional e fadiga.
Muitas vezes ao se tornar cuidador, o indivíduo se sobrecarrega fisicamente e
mentalmente. Na maioria dos casos os cuidadores já possuíam doenças preexistentes, e em
vista disso, investigamos a situação do cuidador quantos as suas enfermidades. Desses 10%
não relataram nenhuma doença, 30% declararam pelo menos uma enfermidade, similar ao
estudo de Lindolpho40
que em sua amostra de cuidadores de idosos com Doença de Alzheimer
encontrou que 54,20% possuíam de 1 a 2 enfermidades. As doenças mais prevalentes foram
Hipertensão Arterial Sistêmica, “problemas de coluna” e artrose. Ao assumir essa função, sem
o apoio e as informações adequadas, o cuidador pode sofrer esforços que agravam o seu
estado de saúde.
4.2 RESULTADOS DA ESCALA DE SOBRECARGA ZARIT
Esta escala tem por objetivo mensurar a sobrecarga vivida pelo cuidador. Destaca-se a
seguir, na tabela 4, a distribuição dos participantes segundo a classificação de sobrecarga para
os cuidadores de idosos de um modo geral, e para cada tipo de cuidador (formal ou familiar)
destacando-se as que apresentaram maior percentual.
37
Tabela 4: Distribuição dos participantes de acordo com a Classificação da Sobrecarga Zarit.
CASIC, UFF. Niterói, 2017.
Variável N %
Cuidadores
Ausência de sobrecarga
Sobrecarga moderada
Sobrecarga moderada a severa
Sobrecarga severa
Total
Cuidadores Familiares
13
21
10
6
50
26
42
20
12
100
Ausência de sobrecarga
Sobrecarga moderada
Sobrecarga moderada a severa
Sobrecarga severa
Total
Cuidadores Formais
7
19
9
5
40
17,5
47,5
22,5
12,5
100
Ausência de sobrecarga
Sobrecarga moderada
Sobrecarga moderada a severa
Sobrecarga severa
Total
7
2
1
0
10
70
20
10
0
100
Fonte: A autora.
Comparando-se a diferença por sexo identificou-se que 32% das mulheres
apresentaram sobrecarga moderada, enquanto que apenas 6% dos homens apresentaram o
mesmo nível de sobrecarga. Esse achado foi o mais expressivo em relação aos outros níveis
de sobrecarga. No nível de moderada a severa registrou-se 14% para as mulheres e 4% para os
homens. Apenas 8% das mulheres participantes apontaram sobrecarga severa, e um número,
ainda menor, 2% das mulheres, declararam não apresentarem sobrecarga.
Um estudo transversal com amostra de 60 cuidadores de idosos realizado por
Stackfleth et al60
com o objetivo de avaliar a sobrecarga dos cuidadores de idosos fragilizados
evidenciou que a maioria dos cuidadores eram do sexo feminino. O estudo identificou, ainda,
38
que o nível de sobrecarga do cuidador aumenta de acordo com maior o grau de dependência
funcional do idoso.
Acerca do tipo dos cuidadores, se familiar ou formal, observou-se que 80% eram
cuidadores familiares e 20% formais. Os cuidadores familiares apresentaram 47,5% de
sobrecarga moderada comparativamente aos 20% dos cuidadores formais, conforme é
mostrado na tabela 4.
Observou-se ainda, nesta pesquisa, que 42% dos cuidadores, de um modo geral,
apresentam sobrecarga moderada. Resultados superiores foram encontrados por Lindolpho40
em seu estudo que possuía como objetivo analisar a relação existente entre os traços de
personalidade e o autocuidado em cuidadores de idosos com Doença de Alzheimer e a
influência de fatores intervenientes nesta associação, identificou sobrecarga moderada em
46% dos cuidadores.
Estudo epidemiológico, descritivo e transversal desenvolvido por Loureiro et al
61 com
objetivo de estimar a prevalência de sobrecarga entre os cuidadores familiares de idosos
dependentes, residentes no município de João Pessoa, encontrou em seus resultados alta
prevalência de sobrecarga entre os cuidadores (84,6%).
Portanto, os resultados desse estudo corroboram outras pesquisas apontando a
necessidade dos profissionais de saúde, especialmente o enfermeiro, em desenvolver
estratégias que facilitem a atuação do cuidador, seja ele familiar, ou formal. Essas estratégias
têm como objetivo reduzir ou eliminar a sobrecarga, proporcionando assim uma melhor
qualidade de vida para o cuidador, e uma maior qualidade do serviço prestado ao idoso.
59
6. CONCLUSÃO
Essa pesquisa teve como objetivos descrever o perfil sóciodemográfico e de saúde e os
impactos objetivos da sobrecarga em cuidadores de idosos; analisar os impactos objetivos da
sobrecarga em cuidadores de idosos, que interferem no padrão de qualidade de vida com vista
a elaboração de material didático, que favoreça o cuidado com o idoso e o autocuidado do
cuidador; e elaborar uma tecnologia educacional a partir dos déficits identificados na escala de
sobrecarga a partir das demandas dos cuidadores. Os objetivos foram criados no intuito de
responder ao problema de pesquisa: Quais os impactos objetivos da sobrecarga em cuidadores
de idosos e como o enfermeiro pode intervir enquanto educador, para minimizá-los?
Dentre os resultados identificados sobre o perfil sociodemográfico e de saúde dos
cuidadores destacou-se a predominância de mulheres que realizam o cuidado, em sua maioria
familiares do idoso, com jornada de trabalho diária de 12 a 24 horas e que atuam há mais de
quatro anos como cuidadoras. Dentre as doenças mais prevalentes identificou-se a
Hipertensão Arterial Sistêmica, problemas de coluna e Artrose.
Desta forma, a partir da análise dos resultados deste estudo, pode-se concluir que o
cuidado ao idoso pode levar à sobrecarga moderada a saúde dos cuidadores resultando na
diminuição da sua qualidade de vida. Os achados associados a revisão de literatura para a
construção do manual, nos leva à reflexão sobre possíveis estratégias que podem ser utilizadas
pelos cuidadores para o enfrentamento das dificuldades e da sobrecarga advindas do cuidar.
Desse modo, destaca-se a relevância do produto desta pesquisa que constitui uma
importante estratégia de educação em saúde, fornecendo orientações direcionadas à realidade
dos cuidadores de idosos.
As limitações do estudo se mostraram na impossibilidade de validação do manual,
tendo em vista o cronograma de realização desta pesquisa. Assim a posterior validação deste
material será realizada pela pesquisadora em futura investigação.
O trabalho contribui com a enfermagem gerontológica e a produção da tecnologia
educacional para os cuidadores onde são apresentadas estratégias de enfrentamento para
aumentar a qualidade de vida e, consequentemente, minimizar a sobrecarga.
60
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mudança Demográfica no Brasil no
início do século XXI: Subsídios para projeções da população. Rio de Janeiro, n.3, 2015.
Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93322.pdf. Acesso em: 13
de Setembro de 2017.
2. Brasil. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Idoso na saúde suplementar: uma urgência
para a saúde da sociedade e para a sustentabilidade do setor. Rio de Janeiro, 2016.p.132.
disponível em:
http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Materiais_por_assunto/web_fi
nal_livro_idosos.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
3. Ramos, Luiz Robert. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos
residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,
19(3):793-798, mai-jun, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v19n3/15882.pdf.
Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
4. Nasri F. O envelhecimento populacional no Brasil. Einstein: V.6, supl.1, p.4-6, 2008.
Disponivel em: http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/833-
Einstein%20Suplemento%20v6n1%20pS4-6.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
5. Gonçalves LTH, Leite MT, Hildebrandt LM, Bisogno SC, Biasutz S, Falcade BL. Convívio
e cuidado familiar na quarta idade: qualidade de vida de idosos e seus cuidadores. Rev. bras.
geriatr. gerontol. 2013;16(2):315- 25. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v16n2/11.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
6. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação brasileira de ocupações 5162-10.
Disponível em: < mtecbo.gov.br>. Acesso em: 18 de Junho de 2016.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Guia prático do cuidador. Brasília. Ministério da Saúde, 2008.
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf. Acesso
em: 13 de Setembro de 2017.
61
8. Fleck MPA. O instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da
Saúde (WHOQOL-100): características e perspectivas. Ciencia e Saúde coletiva, 5(1): 33-38,
2000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v5n1/7077.pdf. Acesso em: 13 de
Setembro de 2017.
9. Martins JJ, Albuquerque GL, Nascimento ERP, Barra DCC, Souza WGA, Pacheco WNS.
Necessidades de educação em saúde dos cuidadores de pessoas idosas no domicílio. Texto
Contexto Enferm. 2007 Abr-Jun; 16 (2): 254-62. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/tce/v16n2/a07v16n2.pdf. Acesso em 13 de setembro de 2017.
10. Kenski VM. Educação e tecnologia: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus,
2012, 141p. disponível em: http://www.scielo.br/pdf/bolema/v29n51/1980-4415-bolema-29-
51-0428.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
11. Portella MR. Atenção integral no cuidado familiar do idoso: desafios para a enfermagem
gerontológica no contexto da estratégia de saúde da família. Revista Brasileira de Geriatria e
Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, p.501-506, 2010. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v13n3/a15v13n3.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
12. Amendola F, Oliveira MAC, Alvarenga MRM. Qualidade de vida dos cuidadores de
pacientes dependentes no programa de saúde da família. Texto Contexto Enferm,
Florianópolis, 2008 Abr-Jun; 17(2): 266-72. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n2/07.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
13. Cerqueira, ATAR, Oliveira NIL. Programa de apoio a cuidadores: uma ação terapêutica e
preventiva na atenção à saúde dos idosos. Psicologia, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 133-150, 2002.
Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
65642002000100007&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 13 de setembro de 2017.
14. BRASIL (Juiz de Fora). Secretaria de Direitos Humanos (Org.). O Envelhecimento no
Brasil. Disponível em: http://www.ufjf.br/ladem/2014/10/01/o-envelhecimento-no-brasil/,
2014.
62
15. Lebrão ML. O envelhecimento no Brasil: aspectos da transição demográfica e
edpidemiológica. Saúde coletiva. São Paulo, v.4, n 17, p.135-140, 2007. Disponível em:
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2559.pdf. Acesso em: 13 de
Setembro de 2017.
16. Sabroza, PC. Concepções sobre Saúde e Doença. Curso de Especialização de Gestão em
Saúde . Educação A Distância/ Escola Nacional de Saúde Pública. Disponível em:
file:///C:/Users/Carolina/Desktop/Concep%C3%A7%C3%B5es_sobre_sa%C3%BAde_e_doe
n%C3%A7a.pdf. Acessado em: 01 de Maio de 2017.
17. Brasil. Estatuto do idoso. Lei nº 10.741. Disponível
em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.html. Acesso em: 13 de Setembro
de 2017.
18. Brasil. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 2006. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html. Acesso em: 13
de Setembro de 2017.
19. Lima TJV, Arcieri RM, Garbin CAS, Moimaz SAS. Humanização na Atenção à Saúde do
Idoso. Saude soc., São Paulo , v. 19, n. 4, p. 866-877, Dez. 2010. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/viewFile/29709/31584. Acesso em: 21 de Setembro
de 2017.
20. Oganización Panamericana de La Salud. Guia Clínica para Atención Primaria a las
Personas Mayores. 3. ed. Washington, DC, 2003. Disponível em:
http://www.sld.cu/galerias/pdf/sitios/gericuba/introduccion.pdf. Acesso em: 13 de Setembro
de 2017.
21. Brasil. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Departamento de
Atenção Básica. – Brasília, 2007. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad19.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
63
22. Parahyba MI, Simões CCS. A prevalência de incapacidade funcional em idosos no
Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 11, n. 4, p. 967-974, out.-dez. 2006.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v11n4/32333.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de
2017.
23. Wanderley MB, Blanes D. Publicização do papel do cuidador domiciliar. São Paulo: IEE,
PUC, 1998. Disponível em: http://www.ts.ucr.ac.cr/binarios/congresos/reg/slets/slets-016-
123.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
24. Debert GG, Oliveira AM. A profissionalização da atividade de cuidar de idosos no Brasil.
Revista Brasileira de Ciência Política, [s.l.], n. 18, p.7-41, dez. 2015. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbcpol/n18/2178-4884-rbcpol-18-00007.pdf. Acesso em: 13 de
Setembro de 2017.
25. Brasil. Projeto de Lei N.º 4.702, de 2012. Disponível em:
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/1053572.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
26. Conselho Federal de Enfermagem. Câmara aprova regulamentação da profissão de
cuidador, Dez 2015. Disponível em:
http://www.seet.org.br/upload/file/ca79c11d529ef3e39f2410d563c69995.pdf. Acesso em: 13
de Setembro de 2017.
27. Brasil. Ministério da Saúde. Cuidar Melhor e Evitar a Violência: Manual do Cuidador da
Pessoa – Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Subsecretaria de Promoção e
Defesa dos Direitos Humanos, 2008. Disponível em: http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-
idosa/legislacao/pdf/manual-do-cuidadora-da-pessoa-idosa. Acesso em: 13 de Setembro de
2017.
28. Nascimento LC, Moraes ER, Silva JC, Veloso LC, Vale ARM. Cuidador de idosos:
conhecimento disponível na base de dados LILACS. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 61, n.
4, p. 514-517, Ago. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n4/19.pdf.
Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
64
29. Farquhar, apud, Ferreira CG, Alexandre TS, Lemos ND. Fatores Associados à Qualidade
de Vida de Cuidadores de Idosos em Assistência Domiciliária. Saúde Sociedade, São Paulo,
v. 20, n. 2, p.398-409, 2011. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v20n2/12.pdf.
Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
30. Mendes GD, Miranda SM, Borges MMMC. Saúde do Cuidador de Idosos: um Desafio
para o Cuidado. Revista de Enfermagem Integrada, Ipatinga, v. 3, n. 1, p.408-421, ago. 2010.
Disponível em: https://www.unilestemg.br/enfermagemintegrada/artigo/v3/04-saude-
cuidador-idosos-desafio.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
31. Maffioletti VLR, Loyola CM, Nigri F. Os sentidos e destinos do cuidar na preparação dos
cuidadores de idosos. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 11, n. 4, p. 1085-1092, Dez.
2006. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v11n4/32344.pdf. Acesso em: 13 de
Setembro de 2017.
32. Abrahão AL, Souza AC, Dutra SRA, Senna MAA, Camuzi RC, Fernandes FLF. Redes de
atenção articulando ensino e serviço na saúde: estudo descritivo. Online braz j nurs [Internet].
2013. Disponível em:
http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/viewFile/4549%2A/pdf_2. Acesso em:
13 de Setembro de 2017.
33. Bom FS, Sá SPC. Oficina para cuidadores de idosos como tecnologia educacional:
contribuições da enfermagem gerontológica. Niterói: [s.n.], 2016. 175 f. Dissertação
(Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial) - Universidade Federal Fluminense,
2016. Disponível em:
http://www.repositorio.uff.br/jspui/bitstream/1/2547/1/Fayanne%20Schaustz%20Bom.pdf.
Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
34. Vitalino PP, Zhang J, Scanlan JM. A one-year randomized controlled psychosocial
intervention study among family carers of dementia patients – effects on patients and carers.
Psychol Bull. 2003;129(6):946-72. Disponivel em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17986818. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
65
35. George LK, Gwyther LP. Caregiver well being: a multidimensional examination of family
caregivers of demented adults. Gerontologist. 1986;26:253-9
36. Rezende F. As novas tecnologias na prática pedagógica sob a perspectiva construtivista.
Ensaio -Pesquisa em Educação em Ciências. 2000; 2(1): 1-18. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/epec/v2n1/1983-2117-epec-2-01-00070.pdf. Acesso em: 13 de
Setembro de 2017.
37. Nietsche EA, Teixeira E, Medeiros HP. Tecnologias cuidativo-educacionais: uma
possibilidade para o empoderamento do (a) enfermeiro (a)?. Porto Alegre: Moriá, 2014.
38. Nietsche EA, Backes VMS, Colomé
CLM, Ceratti
RN, Ferraz F. Tecnologias
educacionais, assistenciais e gerenciais: uma reflexão a partir da concepção dos docentes de
enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem. 2005; 13(3): 344-352. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n3/v13n3a09.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
39. Junior PRR, Corrente JE, Hattor CH, Oliveira IM, Zancheta D, Gallo CG, Miguel JP,
Galiego ET. Efeito da capacitação dos cuidadores informais sobre a qualidade de vida de
idosos com déficit de autocuidado. Ciênc. saúde coletiva. 2011; 16(7): 3131-3137. Disponível
em: http://www.scielosp.org/pdf/csc/v16n7/13.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
40. Lindolpho, Mirian da Costa. Personalidade e autocuidado de cuidadores familiares de
idosos com Doença de Alzheimer: implicações para a enfermagem. 2017. 180 f. Tese
(Doutorado em Enfermagem) – Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
41. Polit DF, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências
para a prática da enfermagem. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 151-152.
42. Sitta EI, Arakawa AM, Caldana ML, Peres SHCS. A Contribuição de Estudos
Transversais na Área da Linguagem com Enfoque em Afasia. Rev. CEFAC, São Paulo.
Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/2010nahead/14-10.pdf. Acesso em: 21 de
Setembro de 2017.
66
43. Gerhardt TE, Silveira DT. Métodos de pesquisa. Coordenado pela Universidade Aberta do
Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para
o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. 120
p. Disponível em: http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf. Acesso em:
21 de Setembro de 2017.
44. Ciconelli, Rozana Mesquita; Ferraz, Marcos Bosi; Santos, Wilton; Meinão, Ivone;
Quaresma, Marina Rodrigues. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário
genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev. bras.
reumatol;39(3):143-50, maio-jun. 1999. Disponível em:
http://www.ufjf.br/renato_nunes/files/2014/03/Valida%C3%A7%C3%A3o-do-
Question%C3%A1rio-de-qualidade-de-Vida-SF-36.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
45. Nardi EFR, Sawada NO, Santos JLF. Associação entre a incapacidade funcional do idoso
e a sobrecarga do cuidador familiar. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 21(5):[08 telas] set.-out.
2013. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v21n5/pt_0104-1169-rlae-21-05-
1096.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
46. Hoyashi, CMT. Ensino de enfermagem: proposta de um manual de práticas. Volta
Redonda: UniFOA, 2011. 61 f.: il Dissertação (Mestrado Profissional). Disponível em:
http://web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/27.pdf. Acesso em: 21 de
Setembro de 2017.
47. Davila, VHL. Estatística Descritiva. Aula1-aula5. Disponível em:
http://www.ime.unicamp.br/~hlachos/estdescr1.pdf. Acesso em: 21 de Setembro de 2017.
48. Santos SMA, Rifiotis T. Cuidadores familiares de idosos dementados: uma reflexão sobre
a dinâmica do cuidado e da conflitualidade intra-familiar. Laboratório de Estudo das
Violências. Florianópolis: UFSC, 2006. Disponível em:
http://www.academia.edu/3059020/Cuidadores_familiares_de_idosos_dementados_uma_refle
x%C3%A3o_sobre_a_din%C3%A2mica_do_cuidado_e_da_conflitualidade_intra-familiar.
Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
67
49. Oliveira APP. O cuidado familiar na perspectiva de cuidadores de idosos com demência
de Alzheimer. [Tese] Doutorado em Ciências. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, 2009.
50. Papaléo NM, Luders SLA, Klein EL. Demência II: Impacto sobre cuidador, família e
sociedade. In PAPALÉO NETTO, M. Tratado de Gerontologia. 2ª Ed. São Paulo: Editora
Atheneu, 2007. p. 339-349
51. Luchesi BM. Idosos Cuidadores de Idosos: atitudes em relação à velhice, sobrecarga,
estresse e sintomas depressivos. Ribeirão Preto, 2015. [Tese de doutorado]. Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto/ USP.
52. Araujo JS, Vidal GM, Brito FN, Gonçalves DCA, Leite DKM, Dutra CDT, Pires CAA.
Perfil dos cuidadores e as dificuldades enfrentadas no cuidado ao idoso, em Ananindeua, PA.
Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2013; 16(1):149-158. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v16n1/a15v16n1.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
53. Santos AA, Pavarini SCI, Barham EJ. Percepção de idosos pobres com alterações
cognitivas sobre funcionalidade familiar. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2011 Jan-
Mar; 20(1): 102-10. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v20n1/12.pdf. Acesso em:
13 de Setembro de 2017.
54. Carvalho JÁ, Escobar KAA. Gac: uma reflexão sobre as contribuições do grupo de apoio
ao cuidador da associação dos aposentados e pensionistas de volta redonda - aap-vr. Revista
Científica do ITPAC, Araguaína, v.7, n.3, 2014. Disponível em:
http://www.itpac.br/arquivos/Revista/73/artigo8.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
55. Coelho ER, Sacerdote DS, Cardoso LTS, Barreto, RMCS, Souza RC. Perfil
sociodemográfico e necessidades de educação em saúde entre cuidadores de idosos em uma
unidade de saúde da família em Ilhéus, Bahia, Brasil. Rev Bras Med Fam Comunidade. Rio
de Janeiro, 2013 Jul-Set; 8(28):172-9. Disponível em:
https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/rbmfc8%2828%29496. Acesso em: 13 de
Setembro de 2017.
68
56. Gonçalves LTH, Alvarez AM, Sena ELS, Santana LWS, Vicente FR. Perfil da família
cuidadora de idosos doente/fragilizado do contexto sociocultural de Florianópolis, SC. Rev.
Texto e Contexto, Florianópolis, v. 15, n. 4, out./dez. 2006. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/tce/v15n4/v15n4a04.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
57. Almeida AM, Pinsky I, Zaleski M, Laranjeira R. Envolvimento Religioso e fatores
sociodemográficos: resultados de um levantamento nacional no Brasil. Revista de Psiquiatria
Clínica, 2010;37(1):12-5. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rpc/v37n1/a03v 37n1.pdf .
Acesso em: 09 de abril de 2011.
58. Koening HG. Espiritualidade no cuidado com o paciente: por quê, como, quando e o quê.
FE Editora Jornalística Ltda., São Paulo, SP, 2005, p. 18-29.
59. Gaioli CCLO, Furegato ARF, Santos JLF. Perfil de cuidadores de idosos com doença de
Alzheimer associado à resiliência. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2012 Jan-Mar;
21(1): 150-7. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v21n1/a17v21n1.pdf. Acesso em:
12 de Setembro de 2017.
60. Stackfleth R, Diniz MA, Fhon JRS, Vendruscolo TRP, Fabrício-Whebe SCC, Marques S,
Rodrigues RAP. Sobrecarga de trabalho em cuidadores de idosos fragilizados que vivem no
domicílio. Acta paul. enferm., São Paulo , v. 25, n. 5, p. 768-774, 2012 . Disponível em:
http://www2.unifesp.br/acta/pdf/v25/n5/v25n5a19.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
61. Loureiro, LSN, Fernandes MGM, Marques S, Nóbrega MML, Rodrigues RAP.
Sobrecarga de cuidadores familiares de idosos: prevalência e associação com características
do idoso e do cuidador. Rev Esc Enferm USP 2013; 47(5):1133-40. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n5/pt_0080-6234-reeusp-47-05-1129.pdf. Acesso em: 13
de Setembro de 2017.
62. Reberte LM. Celebrando a vida: construção de uma cartilha para a promoção da saúde da
gestante. São Paulo, 2008. 130p. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo. Disponivel em:
file:///C:/Users/Carolina/Dropbox/enfermagem/MESTRADO%20UFF/2017/Minha%20disser
69
ta%C3%A7%C3%A3o/sistematiza%C3%A7%C3%A3o%20cartilha%20USP.pdf. Acesso
em: 21 de Setembro de 2017.
63. Vivan AS, Argimon IIL. Estratégias de enfrentamento, difi culdades funcionais e fatores
associados em idosos institucionalizados. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(2):436-444,
fev, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v25n2/22.pdf. Acesso em: 13 de
Setembro de 2017.
64. Sá SPC, Sales BC. Cuidadores de idosos com demência: avaliação e enfrentamento das
dificuldades no cuidado. Trabalho de Conclusão de Curso. Escola de Enfermgem.
Universidade Federal Fluminense, 2014. Disponível em:
http://www.repositorio.uff.br/jspui/handle/1/2878. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.
70
8. ANEXO
ANEXO A
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL
Projeto de Pesquisa: “O impacto objetivo do cuidado ao idoso na qualidade de vida, na
sobrecarga e nas estratégias de enfrentamento sofridos pelos cuidadores e o papel do
enfermeiro”
ESCALA DE ZARIT
1. O (a)senhor(a) sente que
NOME DO IDOSO(a) pede
mais ajuda do que ele(a)
necessita?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
10
3
4
1
1
2. O(a) senhor(a) sente que
por causa do tempo que o
senhor(a) gasta com o(a)
NOME DO IDOSO(a) não
tem tempo suficiente pra si
mesmo?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
7
0
1
2
10
3. O(a) senhor(a) se sente
estressado(a) entre cuidar de
NOME DO IDOSO(a) e suas
outras responsabilidades com
a família e o trabalho?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
5
1
7
2
4
4. O(a) senhor(a) se sente
envergonhado(a) com o
comportamento de NOME
DO IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
18
1
0
0
0
5. O(a) senhor(a) se sente irritado(a) quando o(a) NOME DO IDOSO(a) está por perto?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
14
3
1
0
1
6. O(a) senhor(a) sente que NOME DO IDOSO(a) afeta
negativamente seus relacionamentos com outros
membros da família ou amigos?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
12
2
3
1
1
7. O(a) senhor(a) sente receio pelo futuro de NOME DO
IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
6
1
3
1
71
Sempre
8
8. O(a) senhor(a) sente que NOME DO IDOSO(a) depende
do senhor?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
1
0
3
1
12
9. O(a) senhor(a) se sente tenso quando NOME DO IDOSO(a)
está por perto?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
10
2
3
3
1
10. O(a) senhor(a) sente que a sua saúde foi afetada por causa
do seu envolvimento com NOME DO IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
6
0
5
3
1
11. O(a) senhor(a) sente que não tem tanta privacidade
como gostaria por causa do(a) NOME DO IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
13
1
1
0
4
12.O(a) senhor(a) sente que sua vida social tem sido
prejudicada em razão de ter de cuidar de NOME DO IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
8
0
2
4
4
13. O(a) senhor(a) não se sente a vontade para receber visitas em casa por causa de NOME
DO IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
13
1
1
1
2
14. O(a) senhor(a) sente que NOME DO IDOSO(a) espera que
o(a) senhor(a) cuide dele(a) como se fosse a única pessoa
de quem ele(a) pode depender?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
3
0
0
1
14
15. O(a) senhor(a) sente que não tem dinhero suficiente para cuidar de NOME DO
IDOSO(a) somando-se as suas outras despesas?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
5
0
5
2
6
16. O(a) senhor(a) sente que será incapaz de cuidar de
NOME DO IDOSO(a) por muito mais tempo?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
10
1
6
0
0
17. O(a) senhor(a) sente que Nunca 9
72
perdeu o controle da sua vida desde a doença de NOME DO
IDOSO(a)?
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
1
5
1
2
18. O(a) senhor(a) gostaria de simplesmente deixar que outra pessoa cuidasse de NOME DO
IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
14
1
1
3
0
19. O(a) senhor(a) se sente em dúvida sobre o que fazer por
NOME DO IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
8
2
9
0
1
20. O(a) senhor(a) sentr que deveria estar fazendo mais por
NOME DO IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
5
0
4
0
5
21.O(a) senho(a)r sente que poderia cuidar melhor de
NOME DO IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
4
0
7
1
3
22. De uma maneira geral, quanto o(a) senhor se sente
sobrecarregado(a) por cuidar de NOME DO IDOSO(a)?
Nunca
Raramente
Algumas vezes
Frequentemente
Sempre
7
2
2
1
6
73
APÊNDICE B
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL
Projeto de Pesquisa: “O impacto objetivo do cuidado ao idoso na qualidade de vida, na
sobrecarga e nas estratégias de enfrentamento sofridos pelos cuidadores e o papel do
enfermeiro”
QUESTIONÁRIO SÓCIO DEMOGRÁFICO E DE SAÚDE
Questões Respostas
Nome
Idade
Sexo
Bairro
Cidade
Religião
Estado civil
Tipo de cuidador (familiar ou formal?)
Mora com o idoso?
Profissão
Escolaridade
Renda individual
Renda familiar
Enfermidades
Há quanto tempo é cuidador?
Quantas horas diárias dedica-se ao cuidado com
o idoso?
Há quanto tempo cuida de algum idoso?
Qual a sua jornada de trabalho?
Conhece o estatuto do idoso?
Top Related