Departamento de Psicologia
SOBRE MEMÓRIA SOCIAL E COLETIVA: ANÁLISE DOCUMENTAL
DA EXPERIÊNCIA DO MUSEU DE FAVELA
Aluno: Lis Ribeiro Pires de Amorim
Orientador: Solange Jobim e Souza1
Introdução
Em março de 2011 foi inaugurado, no âmbito dos estudos e pesquisas do Grupo
Interdisciplinar de Pesquisa da Subjetividade do Departamento de Psicologia (GIPS)2, o
Núcleo Interdisciplinar de Memória, Subjetividade e Cultura – NIMESC. Em linhas gerais, o
NIMESC, com base em abordagens multidisciplinares, tem como objetivo articular estudos e
pesquisas em memória social e coletiva, se constituindo como um espaço para apoiar a
formação de recursos humanos para projetos sociais e culturais em comunidades que
demonstrem interesse em desenvolver estratégias de ação para valorização da expressiva
diversidade cultural das histórias de vida de seus habitantes. O Núcleo Interdisciplinar de
Memória, Subjetividade e Cultura - NIMESC, núcleo de estudos, pesquisa e extensão, que
integra os Departamentos de Psicologia e Artes & Design da PUC-Rio, vem desenvolvendo
uma parceria com o Museu de Favela – MUF 3, uma organização não governamental privada
de caráter comunitário, fundada em 2008 por lideranças culturais moradoras das favelas
Pavão, Pavãozinho e Cantagalo. Em linhas gerais, a proposta do MUF é valorizar a memória
social e coletiva destas comunidades, a partir do cidadão, de suas origens, histórias e valores.
O NIMESC visa apoiar, através de oficinas de memória, os espaços de narrativa e valorização
de experiências de vida que já foram abertos pela ação inovadora do MUF, construindo junto
com os integrantes deste projeto um acervo digitalizado de “contos e imagens”, assim como
produtos (livros, documentários, exposições itinerantes, espetáculos teatrais com circulação,
objetos artísticos, etc.) que revelem janelas para seus mundos de origem. Além disso, tem
como desafio fazer pesquisa junto às pessoas da comunidade, criando estratégias
metodológicas adequadas às particularidades locais (oficinas de memória, rodas de conversa e
entrevistas mediadas por diferentes suportes, tais como: fotografia, gravação em áudio e em
vídeo gravação).
Esta pesquisa de iniciação científica insere-se dentro de um projeto maior, que, além de
interinstitucional e interdisciplinar, compreende outros projetos menores, trabalhos de
graduação, mestrado e doutorado. A primeira etapa desta pesquisa teve como meta realizar
um levantamento sobre os trabalhos de pesquisa que já foram realizados no âmbito do MUF,
com o objetivo de organizar e sistematizar os acervos de memória já existentes, realizados
pela comunidade, podendo, dessa forma, oferecer subsídios para o planejamento das etapas
subsequentes. Posteriormente, a presente pesquisa caminhou para o acompanhamento e
suporte do trabalho da doutoranda Cíntia de Sousa Carvalho.
Objetivos
Os objetivos gerais desta pesquisa são:
1 Profa. Dra. do Departamento de Psicologia da PUC-Rio. Coordenadora do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa
da Subjetividade (GIPS). Coordenadora do NIMESC. Pesquisadora do CNPq ([email protected]). 2 Para saber mais acesse: http://gips.usuarios.rdc.puc-rio.br/.
3 Ver mais informações sobre este projeto no seguinte endereço http://www.museudefavela.org/.
Departamento de Psicologia
• Oferecer subsídios teóricos e práticos para políticas locais que contribuam para
superar os problemas da violência urbana, gerados em sua grande maioria por
processos de exclusão e marginalização social e cultural, em parceria com o Museu
de Favela;
• Contribuir para a produção de um olhar diferenciado e integrador para os habitantes
das comunidades pobres submetidas historicamente a altos índices de violência, na
cidade do Rio de Janeiro;
• Promover o reconhecimento e valorização da memória coletiva das favelas como
parte de uma identidade mais ampla de todos os habitantes da cidade do Rio de
Janeiro;
• Produzir um conhecimento compartilhado, entre o pesquisador e seu outro, que
contribua para desconstruir preconceitos e estigmas que afetam e dificultam a
integração dos habitantes das comunidades pobres;
• Considerar as experiências de vida dos habitantes destas localidades, articulando
suas histórias particulares com a dimensão da experiência coletiva, levando em
conta o entrelaçamento de narrativas que perpassam diferentes gerações e diferentes
culturas ao longo de quase um século de história;
• Criar as condições históricas através de projetos educativos e atividades culturais,
para que a herança cultural da comunidade seja reconhecida como patrimônio
imaterial das gerações subsequentes.
Esta pesquisa tem como objetivos específicos:
a) Realizar levantamento bibliográfico de estudos e pesquisas sobre memória,
mapeando tendências teóricas e metodológicas;
b) Realizar um levantamento das pesquisas realizadas pelo próprio MUF e também por
outras instituições para organizar um banco de dados com informações sobre: temas das
pesquisas realizadas; áreas disciplinares das produções de conhecimento realizadas no âmbito
do MUF; abordagens teóricas e metodológicas;
c) Acompanhar as pesquisas que estão sendo realizadas no MUF, com o apoio do
NIMESC, produzindo atas das reuniões e diários de campo e participando da construção de
estratégias metodológicas de pesquisa em psicologia social nesta comunidade, que apresenta
demandas específicas.
Metodologia
Inicialmente, a pesquisa teve como meta a análise sobre estudos teóricos e pesquisas
empíricas no campo da memória social e coletiva, pelos seguintes caminhos: a) Trabalho de
pesquisa de documentos existentes no MUF, produzidos pelos integrantes da comunidade; b)
Levantamento bibliográfico das pesquisas acadêmicas já realizadas no MUF, caracterizando
áreas disciplinares e temas das pesquisas.
O grande desafio da parceria NIMESC/PUC-Rio e MUF pode ser sintetizado através de
três linhas de trabalho: a) Conhecimento, organização e sistematização dos acervos de
memória já existentes, produzidos pela comunidade, e levantamento bibliográfico das
publicações e das pesquisas já realizadas por outras instituições no âmbito do MUF; b) a
pesquisa propriamente dita, junto às pessoas da comunidade, criando estratégias
metodológicas adequadas às particularidades locais (oficinas de memória, rodas de conversas
e entrevistas mediadas por diferentes suportes, tais como: fotografia, gravação em áudio e
vídeo gravação); c) a criação de produtos que darão materialidade e visibilidade aos acervos
de memória, reunidos ao longo do trabalho de pesquisa.
Departamento de Psicologia
O NIMESC/ Puc-Rio tem um modo de fazer pesquisa que busca a produção coletiva de
conhecimento. Dessa forma, nossas ações se caracterizam pelo pesquisar com o outro, e não
sobre o outro4. O pesquisar com implica em compreender o interlocutor da pesquisa como
aquele que é necessariamente co-autor irrefutável de todo o processo de produção de
conhecimento que está posto em ação no momento da pesquisa. Tal postura impulsiona um
modo outro de estar no campo, não hierarquizado e preocupado em estar em sintonia com os
interesses/desejos dos envolvidos (Carvalho, C. S. et ali. , 2013, prelo).
O NIMESC busca garantir, através da pesquisa, não só um espaço de produção de
conhecimento teórico metodológico, mas, também, de intervenção nas práticas sociais,
criando oportunidades para que os sujeitos envolvidos possam redimensionar de modo crítico
a experiência cotidiana. As intervenções no campo, que caracterizam as etapas subsequentes à
pesquisa documental, acontecem a partir de estratégias construídas com a colaboração dos
integrantes do MUF, de forma compartilhada, incluindo o uso de mediações técnicas,
fotografia e vídeo, como formas de produção de narrativas audiovisuais. Portanto, através de
questões específicas no interior de um projeto mais amplo de reflexão, buscamos encaminhar
propostas de intervenção que levem em consideração dimensão social, ética, política e
cultural no campo da psicologia social.
Conclusões
1) Revisão bibliográfica: conhecendo o campo e reconhecendo o território
Em 2012, na primeira etapa da pesquisa, foi realizado um levantamento bibliográfico
das publicações e das pesquisas já realizadas por outras instituições no âmbito do MUF:
monografias, dissertações de mestrado e artigos; além de estudos feitos pelo Governo do
Estado sobre o território das favelas do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo. Estes estudos foram
sintetizados da seguinte maneira:
a) Monografias
Título Autor Ano/ Instituição/
Área
Resumo
Graffiti como
atrativo
turístico: um
estudo de caso
sobre as casas-
tela do Pavão,
Pavãozinho e
Cantagalo.
Fernanda da
Silva
Figueira
Rodrigues.
2011/
Universidade
Federal do Rio
de Janeiro
(UFRJ) /
Turismo.
O estudo buscou investigar as relações
do graffiti com o turismo, demonstrando
que esta manifestação urbana é um
potencial atrativo turístico. Para tanto,
foi realizada uma pesquisa de cunho
bibliográfico sobre a história do graffiti,
entrevistas com grafiteiros e um estudo
de caso nas favelas Pavão, Pavãozinho e
Cantagalo, localizadas na Zona Sul do
Rio de Janeiro. No breve histórico sobre
o graffiti, pode-se perceber que desde a
pré-história até os tempos atuais o
homem vem marcando as paredes por
diversos motivos: superstições,
revoluções, muralismo, dentre outros. A
4 Não compreendemos o pesquisar com como um método de pesquisa que prescreve formas de fazer, mas como
uma estratégia que embasa um modo de estar com o outro. Sobre o conceito “pesquisar com” ver o seguinte
texto: JOBIM e SOUZA, S.; SALGADO, R. G. (2008). Mikhail Bakhtin e a ética das imagens nos estudos da
infância: uma proposta de pesquisa-intervenção. In: CORREA, J.; CASTRO, L. R.; BESSET, V. L. (org)
Pesquisa-intervenção na infância e juventude. Rio de Janeiro: Nau Editora.
Departamento de Psicologia
prática do graffiti, diferenciada por
muitos da pichação, mas não por todos,
foi descriminalizada no Brasil no ano de
2011 através da Lei nº 12.408. Esta lei é
um estímulo à prática, o que possibilita
ainda mais as ações de grafiteiros. O
graffiti muitas vezes revitaliza locais
abandonados, tornando-os mais
agradáveis e percebe-se uma maior
aceitação da população em geral. Ele
vem entrando nas galerias de arte e
museus e adquirindo patamar de arte,
uma arte democrática, pois mesmo
entrando nesses locais, sua origem é a
rua. O graffiti já vem sendo incorporado
a roteiros turísticos e isso é demonstrado
em alguns casos, em especial no estudo
de caso desta pesquisa, as Casas-Tela das
favelas supracitadas.
b) Dissertações de Mestrado
Título Autor Ano/ Instituição /
Área
Resumo
Shaping cultural
identities in the
slums of Rio de
Janeiro: A
community-driven
strategy for urban
inclusion.
(Formando
identidades
culturais nas favelas
do Rio de Janeiro: a
estratégia
comunitária
orientada para a
inclusão urbana).
Izabel
Torres
Cordeiro
Rennó.
2011/
Universidade
Técnica de
Berlim/ Gerência
Urbana.
Esta dissertação é sobre como
moradores de favela organizados em
comunidades locais empregam suas
identidades culturais de formas
inovadoras para promover a sua
inserção econômica e social na
cidade.
Identidades são construídas por
imagens culturalmente produzidas,
através das quais os diferentes atores
e grupos se identificam e são
identificados por outros. Embora a
experiência de resistência do
morador de favela seja a principal
fonte para a identidade do seu
território, os outros cidadãos muitas
vezes associam favelas a bolsões de
pobreza e violência, sem qualquer
contribuição positiva para a cidade.
Este estudo explora estratégias
criadas pela comunidade para a
produção e divulgação de novas
imagens de favelas, com base em sua
herança cultural intangível. O estudo
aborda duas experiências que
Departamento de Psicologia
reconstruíram a memória coletiva de
favelas no Rio de Janeiro, Brasil:
MUF - Museu de Favela e Museu da
Maré. O objetivo foi identificar as
motivações, as redes e os resultados
dessas estratégias. A pesquisa
baseia-se na análise dos dados
recolhidos através da observação
participante, entrevistas e análise de
documentos.
Os resultados do estudo mostram
que, embora tais estratégias sigam o
entendimento de cada organização
sobre as aspirações locais,
necessidades e recursos, elas
compartilham o objetivo principal de
combater o estigma social de
moradores de favelas, produzindo
novos significados para o estilo de
vida na favela. Os dados revelam que
essas estratégias criam novos canais
de comunicação entre os moradores
de favelas e outros atores de
diferentes origens, assim como o
Estado, possibilitando futuras
parcerias. Tais estratégias concebem
um novo sentimento de orgulho e
pertencimento entre os moradores,
fundamental para fortalecer os
moradores locais.
Rio de Janeiro
l'heure de la
fermeture : enjeu
de l'espace public.
Mélina
Echivard.
2011/ Escola
Nacional Superior
de Arquitetura de
Paris - Malaquais,
M2/ Arquitetura.
Depois de uma compreensão
abrangente sobre a cidade do Rio de
Janeiro e suas questões geográficas,
o trabalho discute como a Zona Sul
do Rio se desenvolveu através de
grandes programas urbanos
(planejamento urbano e políticas
públicas) que ocorreram durante o
século 20. Algumas áreas específicas
são analisadas para compreender as
questões espaciais e sociais na
cidade. Estas áreas específicas
colocam em questão o fechamento
de áreas com status do espaço
público. O trabalho discute ainda
questões sobre dois tipos de habitat:
os que emergem das favelas
reurbanizadas do Rio e os
condomínios fechados.
Este trabalho aborda as obras de
Departamento de Psicologia
urbanização e a vida dos moradores
na favela do Cantagalo-Pavão-
Pavãozinho.
c) Artigos
Título Autor Ano/ Veículo / Área Resumo
Alegoria das
Casas Telas:
Turismo e
Patrimônio no
Museu de
Favela
Camila
Maria dos
Santos
Moraes
(UNIRIO)
2011/ IX Reunião de
Antropologia do
Mercosul / Turismo
O trabalho versa sobre o Museu de
Favela (MUF) e o Circuito das
Casas-Telas. O MUF é um museu do
tipo comunitário fundado nas favelas
do Pavão, Pavãozinho Cantagalo na
Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro
– Brasil. O circuito das Casas-Telas é
o primeiro acervo produzido pelo
MUF e consiste em grafites pintados
em vinte e seis casas das favelas
contado sua historia, constituindo-se
assim em uma alegoria, conforme
definição de Gonçalves (2002).
Deste modo este trabalho tem como
objetivo analisar a relação turismo e
patrimônio acionada pela diretoria do
Museu de Favela, que tem como foco
central apresentar a favela como
patrimônio, bem como o patrimônio
da favela, o que simbolizaria a
preservação e valorização do
patrimônio da favela, para que a
favela como local deste patrimônio
vire “objeto de desejo” dos turistas e
um produto turístico para o segmento
do Turismo Cultural.
Os caminhos
do Pavão,
Pavãozinho e
Cantagalo.
2010/
INTRATEXTOS,
Número Especial 01/
Turismo.
O trabalho versa sobre a
implementação do Projeto Turismo
no Museu de Favela, em andamento
no Complexo de favelas Pavão,
Pavãozinho e Cantagalo. O projeto
surge após a fundação da
organização não-governamental
Museu de Favela (MUF), constituída
por moradores das comunidades,
com o objetivo de valorização da
memória coletiva. Para a promoção
de visitas ao museu pensaram em
aliar sua proposta ao Turismo, em
função da localização das favelas e
do interesse por turistas em visitá-
Departamento de Psicologia
las. Deste modo, foi elaborado em
convenio com o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e
com a Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
um curso de extensão em
Turismologia para a comunidade
capacitar-se para a organização de
visitas e elaboração de roteiros nas
favelas. Como turismóloga
responsável pelo projeto, estou
analisando, em trabalho de campo, a
construção dos roteiros pelos alunos,
as escolhas dos caminhos por onde
vão passar os turistas, como eles
imaginam a favela e o que eles
querem mostrar. Nos caminhos do
Pavão, Pavãozinho e Cantagalo há
muitas histórias, muitos conflitos.
Tudo o que os moradores querem é
serem vistos, serem lembrados, e
estão encontrando no Turismo e no
Museu de Favela esta oportunidade.
Turismo e o
museu de
favela:
Um caminho
para novas
imagens das
favelas do Rio
de Janeiro.
2010/ Revista
Eletrônica do
Turismo Cultural,
volume 04, número
01/ Turismo.
O trabalho versa sobre a
implementação do Projeto Turismo
no Museu de Favela, em andamento
no Complexo de favelas Pavão,
Pavãozinho e Cantagalo. O projeto
surge após a fundação da
organização não- governamental
Museu de Favela (MUF), constituída
por moradores das comunidades,
com o objetivo de valorização da
memória coletiva. Para a promoção
de visitas ao museu pensaram em
aliar sua proposta ao Turismo, em
função da localização das favelas e
do interesse por turistas em visitá-
las. Deste modo, foi elaborado em
convenio com o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e
com a Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
um curso de extensão em
Turismologia para a comunidade
capacitar-se para a organização de
visitas e elaboração de roteiros nas
favelas. Como turismóloga
responsável pelo projeto estou
analisando, em trabalho de campo, a
Departamento de Psicologia
relevância da relação Turismo e
Museus para a
reafirmação das comunidades
faveladas do Rio de Janeiro.
d) Estudos do território
Título Ano/
Instituição
Resumo
Projeto de trabalho
social:
Reurbanização do
complexo Pavão
Pavãozinho
Cantagalo.
2007/
Governo do
Estado do Rio
de Janeiro
Este documento apresenta o diagnóstico das comunidades do Complexo Pavão-Pavãozinho-
Cantagalo, para fins da realização do Projeto
Técnico Social do PAC-Rio nessas comunidades. As
bases de dados e informações utilizadas para o embasamento deste documento foram:
. Pesquisas de campo e cadastro sócio-econômico de
famílias beneficiárias aí realizados em setembro/outubro/novembro de 2007;
. Estudos sócio-econômicos antecedentes aí realizados
há cerca de 5 anos;
. Dados e estudos oficiais sobre população favelada na Cidade do Rio de Janeiro ;
. Programa Favela-Bairro. Comunidade de Cantagalo
– Diagnóstico. Consórcio Cobrape/Mayerhofer &
Toledo. Fev.2002
. Programa Favela-Bairro. Comunidade de Pavão
Pavãozinho – Diagnóstico. Consórcio
Cobrape/Mayerhofer & Toledo. Fev.2002
Este documento está estruturado em duas partes: A primeira parte relata o cadastramento Sócio-
Econômico realizado com jovens da comunidade
capacitados como cadastradores para os fins da
pesquisa. A segunda parte contempla o Diagnóstico Físico-Territorial Urbano e Socioeconômico.
Pesquisa nas favelas
com Unidade de
Polícia Pacificadora
da cidade do Rio de
Janeiro
2010 / IETS –
Instituto de
Estudos do
Trabalho e
Sociedade
Com o propósito de atender às disposições sociais
dos moradores residentes em favelas pacificadas do
Rio de Janeiro, esta pesquisa levantou demandas por
serviços públicos e infraestrutura urbana de favelas
onde existe UPP.
A melhoria da qualidade de vida depende do acesso
adequado à infraestrutura, a serviços públicos de
qualidade, como saúde e educação, da proximidade
com meios de transporte, entre muitos outros.
Garantir o acesso a fatores de desenvolvimento e
serviços públicos essenciais gera um alicerce sobre o
qual a população pode aumentar seu bem-estar, no
Departamento de Psicologia
curto e longo prazo.
O trabalho auscultou as favelas Batan, Cantagalo,
Pavão Pavãozinho, Ladeira dos Tabajaras, Cidade de
Deus e Providência.
A partir do mapeamento e análise deste material, foi possível ter um panorama do que
já havia sido produzido por outras instituições no âmbito do Museu. Para o NIMESC, esse
conhecimento é importante, pois orienta o trabalho feito em parceria e nos faz refletir sobre a
relação que o Museu tem com a academia ou com pesquisadores de fora. Foi possível
perceber que as os pesquisadores que até então tiveram como campo de pesquisa o MUF são
de áreas como turismo, arquitetura e urbanismo, não havendo nenhum trabalho no campo da
psicologia. Algumas das pesquisas expostas acima serviram como orientação e fonte para
trabalhos do NIMESC, mais especificamente o da mestranda Elisa Farbain, cuja temática é o
grafitti e as Casas-Tela5, e que tem como campo de pesquisa e ação o MUF.
Além dos trabalhos acadêmicos, tivemos acesso a dois estudos feitos sobre o território
das favelas do Cantagalo, Pavão-Pavãozinho, realizados no contexto das obras do Programa
de Aceleração do Crescimento, PAC, em 2007, e da instalação da Unidade de Polícia
Pacificadora, UPP, em 2010. Estes estudos nos trouxeram um maior entendimento dos 10
territórios que existem dentro das favelas, suas infraestruturas urbanas e quem são e como
vivem seus moradores. Ter acesso a dados objetivos sobre a qualidade de vida dos moradores
da favela nos ajudou na compreensão e aproximação com o campo. Trouxe também as
especificidades de cada território, que devem ser levadas em conta na hora de fazer a
escavação da memória dos moradores, orientando, portanto, estratégias a serem utilizadas nos
processos subsequentes desta pesquisa.
A primeira parte desta pesquisa também incluiu a busca pelos acervos de memória já
existentes no Museu de Favela - MUF, produzidos pela comunidade, através de um banco de
arquivos disponibilizados pelo próprio Museu, contendo imagens, vídeos, banners. Esta foi
uma forma de se familiarizar com o trabalho do Museu e seus modos de fazer. Além disso, as
reuniões interinstitucionais entre o NIMESC/ PUC- Rio e o MUF, registradas através de atas,
permitiram que fosse feita uma análise dos projetos já existentes dentro da instituição e das
demandas e dificuldades apresentadas por parte do Museu. Foi construído um banco de
demandas do MUF, sinalizando investimentos que devem ter prioridade:
Banco de demandas MUF
Acervo Fotográfico do MUF Organização e sistematização do acervo de
fotos por tema, por data ou por qualidade das
fotos.
A partir desse acervo podem sem criados
produtos e projetos tais como: Bazar de fotos
(“varal de fotos”) e venda de imagens de alta
qualidade através da internet.
Mulheres Guerreiras 2012 Filmagem das entrevistas e do dia do prêmio.
Confecção de um álbum de fotos e de um
DVD contendo imagens do chá e as
5 As Casas- Tela são um conjunto de obras de arte pintadas nas paredes de 26 casas na favela, retratando
memórias e a cultura local, executada por uma equipe de vários artistas. São 02 tótens (portais), 20 telas de arte
grafite e diversas placas-esculturas de orientação. O tour pelo percurso das telas é uma das principais ações do
MUF.
Departamento de Psicologia
entrevistas na íntegra para serem entregues
como prêmio.
Chá Mulheres Guerreiras
2012
Filmagem do evento.
Edição de um vídeo de 10 minutos para ser
entregue como prêmio Mulheres Guerreiras e
ser apresentado como abertura das exposições
itinerantes do Mulheres Guerreiras 2011.
Manutenção das Casas-Tela Montar um projeto de captação de recursos
para a manutenção das obras; associado a isso
seria um trabalho junto à comunidade de
sensibilização do olhar, de construção de
sentido e valor para esses muros que
receberam os grafittis e que não estão sendo
devidamente preservados.
Banco telefônico do morro Criação de um banco telefônico do morro,
onde todas as informações a serem divulgadas
seriam enviadas via SMS.
Mapeamento dos idosos Mapeamento dos idosos ilustres por
subterritório ou por tronco familiar.
Documentação do relato dos
idosos
Documentar as histórias dos moradores idosos
ilustres da comunidade.
Sustentabilidade econômica
das Casas-Tela
Tornar o programa Casas-Tela sustentável e
lucrativo. Para isso, é preciso investir em
profissionalização e planejamento econômico
que dê conta de sustentar todo o processo.
Kátia pensa que deve-se começar por um
cálculo de quantas visitas são necessárias para
que isso aconteça. Ela ressaltou que é
fundamental remunerar todos os agentes
envolvidos no processo. Desde o guia até o
dono da casa tela.
Proposta para incremento do programa:
1) Projeto de venda casada de ingresso –
incluir o ingresso da visita à comunidade em
pacotes com outros pontos turísticos da
cidade, como Pão de Açúcar, Corcovado,
Jardim Botânico.
2) Elaboração de uma programação que inclua
alimentação, hospedagem, participação em
atividades na comunidade.
3) Elaboração de um roteiro para mediação
das visitas.
4) Estabelecer novas bases para MUF em
virtude da dimensão das comunidades.
Banco de projetos MUF Sistematizá-los por tema, área de atuação,
além de produzir ementa de cada projeto.
Projeto Religiosidade na
Favela
Ópera ou opereta sobre memórias da
religiosidade criada para a Jornada Mundial
Departamento de Psicologia
da Juventude Católica.
Como resultado, as ações descritas acima tornaram possível oferecer subsídios para
apoiar a realização dos projetos já existentes no MUF e oferecer possibilidade concreta de
avanços de suas metas. Sendo assim, em meados de 2012, a parceria entre MUF e NIMESC
se deu através do apoio ao Prêmio Mulheres Guerreiras, realizado anualmente pelo MUF.
2) Prêmio Mulheres Guerreiras
Em uma segunda etapa desta pesquisa, a aluna de IC acompanhou e deu suporte à
pesquisa da doutoranda Cintia de Sousa Carvalho, em andamento no programa de pós-
graduação em Psicologia Clínica, cujo campo de pesquisa e ação é o Museu de Favela –
MUF, acompanhando todo o processo de pesquisa da equipe do MUF para o Prêmio
Mulheres Guerreiras, além de participar das reuniões interinstitucionais (NIMESC e MUF) de
negociações metodológicas para a sua produção e realização.
O prêmio tem como objetivo homenagear mulheres que possuem um valor social para
a favela, cujas histórias apresentem luta e superação, mulheres que são compreendidas como
guardiãs da memória da família. O prêmio até então funcionava da seguinte maneira: primeiro
as mulheres se candidatavam ou eram indicadas por alguém; em seguida, eram entrevistadas
pelo MUF; depois, com base nas entrevistas, o Colegiado de Diretores do MUF6 escolhia as
doze mulheres com as melhores histórias, sendo estas as ganhadoras do prêmio. A equipe
NIMESC acompanhou a principal responsável por realizar entrevistas com as mulheres desta
comunidade, de modo que pudéssemos observar seu trabalho e registrar o processo em fotos e
vídeo-gravação. Todo o processo de acompanhar a pesquisa da equipe do MUF teve como
propósito a sistematização da discussão metodológica sobre o trabalho realizado.
No mesmo período, aconteceu um Chá com as vencedoras do prêmio “Mulheres
Guerreiras 2011”, quando estavam presentes também as candidatas ao Mulheres Guerreiras
2012. Na ocasião, foram feitas por nós algumas entrevistas com estas mulheres, que acabaram
resultando em um produto: um vídeo documentário que foi exibido no dia do Prêmio de 2012.
O vídeo documentário foi feito em parceria com o MUF, após diversas reuniões para
decupagem e edição do material7.
Durante todo o processo de feitura do prêmio, que incluiu a realização das entrevistas,
do vídeo documentário e de reuniões interinstitucionais, foi possível levantar uma série de
questões a serem discutidas e pensadas junto com a equipe do Museu, resultado das nossas
percepções acerca do que foi feito e de como foi realizado. Seguem algumas dessas questões:
a) Prêmio ou homenagem? Alguns diretores do MUF manifestaram bastante incômodo
em ter que escolher algumas mulheres para ganhar o prêmio e excluir outras. Além disso, não
há uma justifica lógica para o número de doze mulheres premiadas. Dessa forma, o premio
acabou por gerar em algumas mulheres não escolhidas o sentimento de desqualificação e
inferioridade.
b) Como fazer entrevista? Emergiu a importância de debatermos o que é entrevista e
como fazê-la. Surgiu também a necessidade de pensarmos nas implicações éticas envolvidas
no fazer entrevista e a especificidade desta ação dentro da comunidade.
c) Aprender para fazer ou fazer para aprender? Acompanhando todo o processo de
realização do prêmio, pudemos conhecer a lógica que opera em todas as ações do MUF: o
fazer para aprender. Esta lógica atua devido a grande demanda de trabalho, falta de recursos
humanos e financeiros. Constatamos que a forma de trabalhar dos integrantes do MUF, que
6 A estrutura de governança do MUF é horizontal e composta por cerca de sete diretores. As decisões são
discutidas, votadas e deliberadas internamente pelo grupo. 7 Assista ao vídeo através do link: http://www.youtube.com/watch?v=aV_xoR2ZqnM.
Departamento de Psicologia
privilegia a ação urgente e seus resultados, é diferente dos métodos adotados pelo NIMESC
que, como núcleo de pesquisa acadêmica, organiza suas ações a partir de um planejamento
estratégico que envolve reflexão crítica para tomada de decisão.
Sendo assim, como compartilhar nossos modos de fazer pesquisa com as ações
urgentes do MUF? Como compartilhar com o MUF estratégias metodológicas de escavação
da memória na favela, sem impor um conhecimento hierarquizado, que vai à contramão do
pesquisar com?
Para atender as demandas surgidas ao longo do processo, no início de 2013, foi
fundado o Núcleo de Formação para Escutadoras de Memória. O objetivo do grupo, que é
formado por integrantes da PUC-Rio, equipe do MUF e mulheres moradoras da favela, é
discutir estratégias de escuta das memórias da favela, assim como questões teóricas e práticas
relativas ao Prêmio Mulheres Guerreiras. Foram realizados até então oito encontros
quinzenais, nos quais discutimos o processo do prêmio de 2012, modos de escuta, discussão e
construção de estratégias de trabalho para o prêmio 2013 e práticas de entrevista. Também
foram abordados conceitos no campo da memória pessoal e coletiva, aproximando pontos que
apareceram no próprio discurso das mulheres com as reflexões teóricas de autores como
Maurice Halbwachs, Walter Benjamin, Michael Pollak e Jean Marie Gagnebin. De forma
mais detalhada, os seguintes conteúdos foram trabalhados:
• Apresentação das observações referentes ao prêmio Mulheres Guerreiras 2012;
• Reflexão sobre os conceitos de memória individual e memória social e coletiva;
• Discussão sobre a potência política da memória e da criação de uma comunidade de
ouvintes;
• Problematização do conceito “mulher guerreira”, de modo a possibilitar a emergência
de outros sentidos (conceito que se consolida a partir dos relatos);
• Definição de escutadora: aquela que escuta com interesse (sem insistir nas questões) e
sabe sustentar os silêncios do outro;
• Limites e possibilidades na escuta de uma história já conhecida;
• Memória como reconstrução: importância de se respeitar aquilo que o outro deseja que
seja lembrado de si;
• Confiança como elemento essencial à relação do narrador junto ao escutador;
• Relação entre histórias privadas e histórias públicas: sigilo e ética da escuta;
• Processo de escuta: importância da espontaneidade e dos silêncios;
• Identidade como fenômeno que se constitui em negociação com os outros;
• Memória como constituidora da identidade (relato como escuta de si e construção de
si para o outro);
• Escuta atenta que prescinde de roteiros fechados. Possibilidades de pensar mais do que
em uma sequencia de perguntas prontas (roteiro), mas em questões de memória a
serem exploradas. Quais são as boas questões para iniciar uma conversa sobre
memórias?;
• Empatia (capacidade de escuta que faz eco no interior de quem ouve) e cumplicidade
como valores à uma escuta sensível;
• Encontro como momento aberto à imprevisibilidade;
• Problemáticas acerca do encerramento da conversa (respeitar o desejo ou não por
terminar, tanto da parte do entrevistador quanto da parte do entrevistado). Abrir
espaço para, se necessário, dar continuidade à conversa num segundo encontro.
• Ética da escuta (discurso como violência: entrar na vida do outro e insistir que fale
sobre acontecimentos que não deseja lembrar naquele momento);
• A especificidade da presença da câmera: o modo como o aparato afeta a
discursividade e seus desdobramentos éticos;
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• Ao invés de entrevista entre-falas, um tipo de bate-papo;
• Diferença de escuta de memória para uma escuta analítica/psicológica;
• Não estar disponível para algumas escutas: escutadora é tão humana quanto aquele
que narra (sermos sensíveis as nossas limitações).
A seguir, fotos dos encontros de formação:
A primeira parte da formação terminou com entrevistas itinerantes feitas
pelas escutadoras no território da favela, entrevistas que serão utilizadas para selecionar as
vencedoras do prêmio. Na segunda parte da formação, a ser realizada no segundo semestre de
2013, as escutadoras realizarão entrevistas nas casas das vencedoras no Prêmio Mulheres
Guerreiras 2013. Nesse âmbito, a pesquisa ainda encontra-se em andamento, com um longo
caminho a ser percorrido.
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