Alex Borges
Antonio Jose de Almeida
Gessica Santos
Jacqueline Almeida
Nivaldo Pedreira
Rosane de Oliveira
SEGURANÇA DO TRABALHO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
Feira de Santana
2010
1.Definição
É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados
previdenciários, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para
o trabalho.
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2. Histórico Hipócrates, IV séculos antes de cristo, fez menção à
existência de moléstias entre mineiros e metalúrgicos.
Galeno, que viveu no seculo II fez varias referencias a
doencas profissionais entre trabalhadores das Ilhas do
Mediterraneo.
Em 1556, Georgius Agricola publicou o livro “De Re
Metallica”, doença “asma dos mineiros”.
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2. Histórico
Em 1700 o medico Bernardino Ramazzine (conhecido depois como o pai da medicina do trabalho) publica na Italia o livro “De Morbis Artificum Diatrabe” (As doencas do Trabalho), relacionando cerca de 50 doencas a quase 100 profissoes.
Em 1802 surgem as primeiras legislações visando proteção do trabalhador.
1970 Brasil campeão mundial de acidentes de trabalho, despertando na necessidade de legislações protecionistas.
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3.NR 18 Esta norma regulamentadora estabelece diretrizes de ordem administrativa,
de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de
medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas
condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.
É vedado o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de
obra, sem que estejam assegurados pelas medidas prevista nesta NR e
compatíveis com a fase da obra.
A observância do estabelecido nesta NR não desobriga os empregadores do
cumprimento das disposições relativas às condições e meio ambiente de
trabalho, determinadas na legislação federal, estadual e/ou municipal, e em
outras estabelecidas em negociações coletivas de trabalho.
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3.NR 18 Legislação Brasileira da Segurança do Trabalho:
A primeira lei, data de 1919 (Lei 3.724, de 15/01/19), implantando a indenização obrigatória pela empresa, das conseqüências do acidente de trabalho.
A partir daí, observam-se alterações nos textos das leis, destacando as ocorridas em 1967 e 1976, sempre relacionadas ao seguro de acidente de trabalho.
A maior e mais recente alteração aconteceu em 1977 que determinada que as empresas ofereçam condições adequadas de trabalho.
Em junho de 1978 o ministério do trabalho sancionou a portaria 3.214 aprovando as normas regulamentadoras – NR.
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3.NR 18 Objetivo e campo de aplicação:
Prevenir ou remediar
A segurança de trabalho considera que acidente de trabalho é a
ocorrência imprevista e indesejada que interrompe a execução
de um trabalho;
HEINRICH (1959), com base em um estudo com
aproximadamente 5.000 casos, desenvolveu o primeiro modelo
sobre as causas dos acidentes;
Aprender com os erros;
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3.NR 18 Riscos Profissionais
Ato Inseguro - É o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está contra as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem cinto de segurança contra quedas, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e dirigir em altas velocidades;
Condição Insegura - é a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao trabalhador. São exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados, máquinas em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil feitos com materiais inadequados;
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3.NR 18
Exemplos de Ato Inseguro:
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3.NR 18
Exemplos de Ato Inseguro:
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4.Seguranca do Trabalho Considerada uma das maiores indústrias do mundo, a construção civil
também representa, proporcionalmente, um dos segmentos com maior
índice de acidentes e doenças, num cenário que registra um elevado índice
de mortes.
A Indústria da Construção Civil é uma das que apresenta as piores
condições de segurança, em nível mundial. No Brasil, em 1995, ocorreram,
no setor, 3381 Acidentes de Trabalho com 437 óbitos; em 2000, houve
3.094 Acidentes de Trabalho, sendo 10,5% na Indústria da Construção Civil
(Brasil, 2001); em julho de 2001, registraram-se 12,5 afastamentos por mil
empregados. Como se vê, Indústria da Construção Civil perdeu apenas para
a indústria pesada, com a marca de 13,4 (Brasil, 2002).
Segurança do Trabalho
Segurança do Trabalho
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5.Causas dos Acidentes de Trabalho
Falta de qualificação profissional X Instabilidade
Empregatícia
Em épocas de crescimento do setor, são recrutados da
zona rural ou de estados mais pobres sem nenhum
treinamento específico e, portanto, sem qualificação
profissional (Barros Júnior et al., 1990). A baixa
qualificação, a elevada rotatividade e o reduzido
investimento por parte das empresas em treinamento e
desenvolvimento costumam ser algo característico dessa
indústria (Andrade e Bastos, 1999).
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Informalidade das relações contratuais
Tendo-se, no Brasil, uma grande massa de trabalhadores em situação de informalidade das relações contratuais, a tendência é elevar-se a subnotificação acidentária, já importante no país (Rigotto, 1998). Essa situação, acrescida do fato de a população ser formada ainda por uma grande parcela de pessoas desconhecedoras de seus direitos, faz com que os trabalhadores acabem admitindo a culpa pelos Acidentes de Trabalho, não chegando a procurar atendimento à saúde ou, quando o fazem, omitem o seu problema de saúde como sendo relacionado ao trabalho.
5.Causas dos Acidentes de Trabalho
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5.Causas dos Acidentes de Trabalho
Desvalorização do trabalho e do trabalhador
A força de trabalho empregada na construção civil
compõe-se, predominantemente, de indivíduos jovens, do
sexo masculino e com baixa escolaridade. Por
conseguinte, esses trabalhadores apresentam os menores
níveis de remuneração entre os demais ramos da indústria,
o que lhes impõe a necessidade de estender a jornada de
trabalho através da realização de horas extras ou da adoção
de regime de tarefas (SESI, 1998).
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5.Causas dos Acidentes de Trabalho
Ademais, outros agravos comuns aos trabalhadores desse
ramo, como o alcoolismo, doenças mentais e doenças
psicossomáticas, podem ser tomados como sintomas do
sofrimento provocado pelo trabalho (BORGES &
MARTINS, 2004).
Diante desse cenário, é possível apreender que a grande
maioria dos trabalhadores da construção civil convive com
características da informalidade, sendo afetada por esse
traço de precarização do trabalho.
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5.Causas dos Acidentes de Trabalho Uso de EPI’s Ainda encontra-se grande parte dos canteiros de obra com ordem e
limpeza deficientes, diante do acúmulo de materiais pontiagudos, escombros e outros, além da falta de dispositivos de proteção ao acesso da obra, rampas e passarelas. O transporte do pessoal, muitas vezes, ainda não atende as normas de segurança e também é utilizado para o transporte de materiais. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) mais usados são os capacetes e luvas, ficando esquecidos os protetores auriculares e faciais, os cintos de segurança e os sapatos especiais. Na fase mais demorada da construção (trabalho em concreto armado), freqüentemente há quedas nas beiras de lajes, choques elétricos causados por vibradores e até por fios de alta tensão, além de queda de materiais nas áreas junto às fachadas (CADERNO..., 1993).
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5.Causas dos Acidentes de Trabalho
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6.Quem se acidenta mais?
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7.Acidentes de Trabalho Fatais por
estado em 2004
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8.Riscos mais frequentes:
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9.Acidentes de Trabalho
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9.Acidentes de Trabalho
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9.Acidentes de Trabalho
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9.Acidentes de Trabalho
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9.Acidentes de Trabalho
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10.A Psicologia na prevenção dos
Acidentes de Trabalho A Psicologia se apropria de aspectos peculiares do comportamento
humano:
Atenção;
Percepção;
Cognição;
Afetividade;
Emoção;
Pensamento;
Linguagem, etc.
Estuda processos mentais e fenômenos psicossociais, entre
outros.
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11.Psicologia x Acidentes de Trabalho Para a Psicologia, o estudo da influência humana na ocorrência de acidentes de
trabalho necessita levar em conta a forma como o Ser Humano se relaciona com
seu meio de trabalho.
“Os comportamentos, as atitudes e as reações dos indivíduos em ambiente de
trabalho não podem ser interpretados de maneira válida e completa sem se
considerar a situação total a que eles estão expostos, todas as inter-relações
entre as diferentes variáveis, incluindo o meio, o grupo de trabalho e a própria
organização como um todo (...) Acidente de trabalho, neste sentido, pode ser
visto como expressão da qualidade da relação do indivíduo com o meio social
que o cerca, com os companheiros de trabalho e com a organização”. (Coleta –
1991)
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12. A predisposição a sofrer acidentes
Greenwood e Woods (1919)
Os acidentes são devidos puramente ao acaso;
Não existem diferenças individuais ligadas à ocorrência de
acidentes;
Existem certos sujeitos predispostos a sofrer acidentes.
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12. A predisposição a sofrer acidentes
Probabilidade de acidente (Farmer) – Todas as variáveis
que determinam a taxa de acidentes.
Fator humano
- Característica estável que acompanha o indivíduo por toda
a vida.
Ambiente
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12. A predisposição a sofrer acidentes
Schulzinger (1954) – Todas as pessoas atravessam
períodos em que estão dispostas a sofrer mais
acidentes.
Problemas devido a fatores psicológicos, ambientais.
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12. A predisposição a sofrer acidentes
Controvérsias
A predisposição é afetada pelos acidentes sofridos?
- O operário perderia o medo e se acostumaria com o
acidente?
- O operário se tornaria tão temerário que sofreria reações
emocionais que o predisporiam aos acidentes?
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13.Evolucao Historica Sujeito predisposto a sofrer o acidente.
Sujeito acidentável em certas situações, durante
certo período de tempo.
Procura-se cada vez mais ligar os acidentes de
trabalho as características do sujeito, abandonando a
idéia de indivíduo acidentável
Presença de variáveis:
- Idade, experiência, inteligência.
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14.Caracteristicas de personalidade e
sua relação com os Acidentes
Muitos pesquisadores defendem opiniões a respeito
desse tema:
Schorn (1925)
- Desequilíbrios afetivos podem causar acidentes.
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14.Caracteristicas de personalidade e
sua relação com os Acidentes
Adler (1941)
- Definiu as características de 130 operários frequentemente acidentados:
Atitudes de revolta contra os pais e educadores (suicídio).
Medo do sucesso e desejo do fracasso
Existência de processos mentais em conflito com os processos
conscientes.
Sentimento de falta de sorte
Necessidade de ser cercado de cuidados.
Alto nível de ambição.
Medo à base de ansiedade.
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14.Caracteristicas de personalidade e
sua relação com os Acidentes
Dunbar (1944)
- Agressividade pode manifestar-se por atos que tenham sentido de
autopunição.
Csillag (1944)
- Estudo de grupo de sujeitos que tiveram muitos acidentes:
54% dos sujeitos tinham perdido durante a infancia parte ou todo o
apoio dos pais.
Em 1/3 dos casos o pai morreu violentamente, enquanto isso era
observado em apenas 0,06% da população normal.
Interrupção da relação pais/filho seria uma causa de acidentes.
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14.Caracteristicas de personalidade e
sua relação com os Acidentes
Freud (1948)
- Ferimentos provocados por tendências autopunitivas.
Bonnardel (1949)
- Sugere que os poliacidentados apresentam menores quocientes de
inteligência.
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14.Caracteristicas de personalidade e
sua relação com os Acidentes
McFarland (1954)
- Revolta contra a autoridade.
Faverge (1955)
- O acidente pode ser causado inconscientemente pelo desejo de se refugiar
na doença.
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14.Caracteristicas de personalidade e
sua relação com os Acidentes
Jenkins (1956)
- Aponta sete síndromes que estariam associadas à acidentabilidade:
Distração.
Falta de discernimento.
Sentimento de independência social.
Falta de sensibilidade pelos outros.
Atitude pouco racional frente ao dano sofrido.
Confiança em si exagerada.
Atitude social agressiva e pouco integrada.
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14.Caracteristicas de personalidade e
sua relação com os Acidentes
Tiffin e Maccormmick (1967)
- Relacionam a pouca capacidade de adaptação aos riscos a um certo baixo
limiar de inteligência
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15.Contribuicao da Psicologia a
prevencao de Acidentes
Seleção de pessoal
Treinamento e formação profissional
Propaganda em segurança
Aplicação de conceitos e métodos da ergonomia
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15.Contribuicao da Psicologia a
prevencao de Acidentes
Seleção de pessoal
Conhecimento das variáveis humanas relacionadas com os acidentes de
trabalho;
Indivíduos mais novos tendem a sofrer mais acidentes;
Incompatibilidade entre mão dominante e exigência das maquinas;
Alcoolismo;
Maiores distâncias casa – trabalho;
Capacidade muscular/esforço físico;
Anormalidades físicas e psicológicas.
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15.Contribuicao da Psicologia a
prevencao de Acidentes
Treinamento e formação profissional
Treinamento operacional para o exercício do trabalho seguro;
Domínio da execução das diversas tarefas que compõem cada um dos
cargos da empresa;
- Chances reduzidas de comportamentos incorretos.
Treinamento em atividades de recuperação de sistema;
- Situações anormais.
- Colocar em funcionamento um sistema em pane.
- Técnica dos incidentes críticos.
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15.Contribuicao da Psicologia a
prevencao de Acidentes
Propaganda em segurança
Utilizada de forma intensiva desde alguns anos;
Slogans, Símbolos, cartazes, filmes, murais;
Concurso de produção pessoal recomendando o uso de equipamentos de
segurança;
Disputa entre setores da empresa.
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15.Contribuicao da Psicologia a
prevencao de Acidentes
Aplicação de conceitos e métodos da ergonomia
Maior probabilidade de resultados significativos;
Maquinas que não façam grande exigência aos operários;
Concepção de maquinas, ferramentas e processos que compreendam
posturas corretas dos operadores;
Jornadas de trabalho compatíveis com as condições físicas dos operários;
Tarefas de acordo com a capacidade confortável;
Desenvolver sistemas que possibilitem ao homem falhar.
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15.Contribuicao da Psicologia a
prevencao de Acidentes O Comportamento Seguro de um trabalhador, de um grupo ou de uma
organização é definido por Bley (2004) como sendo a capacidade de identificar e
controlar os riscos presentes numa atividade no presente, de forma a reduzir a
probabilidade de ocorrências indesejadas no futuro, para si e para os outros. É
esta competência que deve ser desenvolvida e estimulada nos processos
educativos para que os comportamentos seguros sejam mais freqüentes nas
frentes de trabalho. Ao trabalhador devem ser dadas condições (capacitação e
abertura) para PENSAR, SENTIR e AGIR considerando os riscos aos quais está
exposto e as melhores formas de controlá-los. Coerência entre pensamento,
sentimento, ação e objetivo final é o que se chama popularmente de
consciência.
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