_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Simulação em Matlab do Sistema Respiratório
Trabalho Elaborado Por: Luís Filipe Ferreira Neves Marisa Leal Ferreira
Ricardo Miguel H. Soares Costa
Sistema RespiratórioSistema Respiratório
Simulação em Matlab
Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 2
Conteúdos
Sistema Respiratório – Introdução ..................................................................................
Biofísica Pulmonar ..........................................................................................................
Simulação Computacional ..............................................................................................
Referências Bibliográficas ...............................................................................................
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 3
Introdução
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários
órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses
órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os
bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e
terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa
denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que
forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de
muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas,
como traqueia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais
existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfacto. Têm as funções de
filtrar, humedecer e aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestivo e respiratório e comunica-se
com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa
necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.
Fig 1 – Sistema Respiratório http://www.afh.bio.br/
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 4
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na
parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que
aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe.
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingüeta”
de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos
alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o
alimento ingerido penetre nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de
produzir sons durante a passagem de ar.
Fig 2 : Traqueia http://www.afh.bio.br/ Fig 3 : Epiglote http://www.afh.bio.br/
Traqueia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12
centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos.
Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos
pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e
bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas
para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 5
Fig 4 : Arvore Respiratória http://www.afh.bio.br/
Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente
25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada
pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos
cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos
é a árvore brônquica ou árvore respiratória.
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 6
Fig 5 : Pulmões http://www.afh.bio.br/
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais
achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sanguíneos,
denominadas alvéolos pulmonares.
Diafragma: A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-
membranoso que separa o tórax do abdómen, presente apenas em mamíferos,
promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios.
Localizado logo acima do estômago, o nervo frénico controla os movimentos do
diafragma
Fig 6: Alvéolo http://www.afh.bio.br/
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 7
FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO
Ventilação pulmonar
A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da
musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as
costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com conseqüente
redução da pressão interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos
pulmões.
A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo relaxamento da
musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se e as
costelas abaixam, o que diminui o volume da caixa torácica, com conseqüente
aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões.
Fig 7 : Mecanismos Respiratórios http://www.afh.bio.br/
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 8
Fig 8 : Músculos Intercostais http://www.afh.bio.br/
Transporte de gases respiratórios
O transporte de gás oxigénio está a cargo da hemoglobina, proteína presente nas
hemácias. Cada molécula de hemoglobina combina-se com 4 moléculas de gás
oxigénio, formando a oxi-hemoglobina.
Fig 9 : Trocas Gasosas http://www.afh.bio.br/
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 9
Nos alvéolos pulmonares o gás oxigénio do ar difunde-se para os capilares
sanguíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto
o gás carbónico (CO2) é liberado para o ar (processo chamado hematose).
Fig 10 : Hematose http://www.afh.bio.br/
Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigénio dissocia-se da
hemoglobina e difunde-se pelo líquido tissular, atingindo as células. A maior parte do
gás carbónico (cerca de 70%) liberado pelas células no líquido tissular penetra nas
hemácias e reage com a água, formando o ácido carbónico, que logo se dissocia e dá
origem a iões H+ e bicarbonato (HCO3-), difundindo-se para o plasma sanguíneo, onde
ajudam a manter o grau de acidez do sangue. Cerca de 23% do gás carbónico
liberado pelos tecidos associam-se à própria hemoglobina, formando a
carboemoglobina. O restante dissolve-se no plasma.
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 10
Fig 11 : Diagrama da Respiração dos tecidos http://www.afh.bio.br/
Controle da respiração
Em relativo repouso, a frequência respiratória é da ordem de 10 a 15 movimentos
por minuto.
A respiração é controlada automaticamente por um centro nervoso localizado no
bulbo. Desse centro partem os nervos responsáveis pela contracção dos músculos
respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos são
transmitidos desse centro através da coluna espinhal para os músculos da
respiração. O mais importante músculo da respiração, o diafragma, recebe os sinais
respiratórios através de um nervo especial, o nervo frénico, que deixa a medula
espinhal na metade superior do pescoço e dirige-se para baixo, através do tórax até o
diafragma. Os sinais para os músculos expiratórios, especialmente os músculos
abdominais, são transmitidos para a porção baixa da medula espinhal, para os
nervos espinhais que enervam os músculos. Impulsos iniciados pela estimulação
psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem afectar a respiração. Em condições
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 11
normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segundos, um impulso nervoso
que estimula a contracção da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos
inspirar. O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto a frequência como a
amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui quimio-receptores que são
bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade permite que os tecidos recebam
a quantidade de oxigénio que necessitam, além de remover adequadamente o gás
carbónico. Quando o sangue se torna mais ácido devido ao aumento do gás
carbónico, o centro respiratório induz a aceleração dos movimentos respiratórios.
Dessa forma, tanto a frequência quanto a amplitude da respiração tornam-se
aumentadas devido à excitação do CR.
Em situação contrária, com a depressão do CR, ocorre diminuição da frequência
e amplitude respiratórias.
A respiração é ainda o principal mecanismo de controlo do pH no sangue.
O aumento da concentração de CO2 desloca a reacção para a direita, enquanto
sua redução desloca para a esquerda.
Dessa forma, o aumento da concentração de CO2 no sangue provoca aumento de
iões H+ e o plasma tende ao pH ácido. Se a concentração de CO2 diminui, o pH do
plasma sanguíneo tende a se tornar mais básico (ou alcalino).
Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é excitado,
aumentando a frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios. O aumento da
ventilação pulmonar determina eliminação de maior quantidade de CO2, o que eleva o
pH do plasma ao seu valor normal.
Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), o centro respiratório é
deprimido, diminuindo a frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios.
Com a diminuição na ventilação pulmonar, há retenção de CO2 e maior produção de
iões H+, o que determina queda no pH plasmático até seus valores normais.
A ansiedade e os estados ansiosos promovem liberação de adrenalina que,
frequentemente levam também à hiper ventilação, algumas vezes de tal intensidade
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 12
que o indivíduo torna seus líquidos orgânicos básicos, eliminando grande quantidade
de dióxido de carbono, precipitando, assim, contracções dos músculos de todo o
corpo.
Se a concentração de gás carbónico cair a valores muito baixos, outras
consequências extremamente danosas podem ocorrer, como o desenvolvimento de um
quadro de alcalose que pode levar a uma irritabilidade do sistema nervoso,
resultando, algumas vezes, em tetania (contracções musculares involuntárias por
todo o corpo) ou mesmo convulsões epilépticas.
Existem algumas ocasiões em que a concentração de oxigénio nos alvéolos cai a
valores muito baixos. Isso ocorre especialmente quando se sobe a lugares muito altos,
onde a concentração de oxigénio na atmosfera é muito baixa ou quando uma pessoa
contrai pneumonia ou alguma outra doença que reduza o oxigénio nos alvéolos. Sob
tais condições, quimio-receptores localizados nas artérias carótida (do pescoço) e
aorta são estimulados e enviam sinais pelos nervos vagos e glosso-faríngeo,
estimulando os centros respiratórios no sentido de aumentar a ventilação pulmonar.
A capacidade e os volumes respiratórios
O sistema respiratório humano comporta um volume total de 5 litros de ar
(capacidade pulmonar total). Desse volume, apenas meio litro é renovado em cada
respiração em repouso. Esse volume renovado é o volume corrente
Se no final de uma inspiração forçada, executarmos uma expiração forçada,
conseguiremos retirar dos pulmões uma quantidade de 4 litros de ar, o que
corresponde à capacidade vital, e é dentro de seus limites que a respiração pode
acontecer.
Mesmo no final de uma expiração forçada, resta nas vias aéreas cerca de 1 litro
de ar, o volume residual.
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 13
Fig 12 : Capacidade e Volumes respiratórios http://www.afh.bio.br/
Nunca se consegue encher os pulmões com ar completamente renovado, já que
mesmo no final de uma expiração forçada o volume residual permanece no sistema
respiratório. A ventilação pulmonar, portanto, dilui esse ar residual no ar renovado,
colocado em seu interior
O volume de ar renovado por minuto (ou volume-minuto respiratório) é obtido
pelo produto da frequência respiratória (FR) pelo volume corrente (VC): VMR = FR x
VC.
Em um adulto em repouso, temos:
FR = 12 movimentos por minuto
VC = 0,5 litros
Portanto: volume-minuto respiratório = 12 x 0,5 = 6 litros/minuto
Os atletas costumam utilizar o chamado “segundo fôlego”. No final de cada
expiração, contraem os músculos intercostais internos, que abaixam as costelas e
eliminam mais ar dos pulmões, aumentando a renovação.
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 14
Biofísica Pulmonar
Volumes e Capacidades Pulmonares –Espirometria
A espirometria é o processo através do qual se realiza a medição dos volumes de
ar que se movem no aparelho respiratório. O espirómetro é o dispositivo usado para
medir esses volumes pulmonares.
Volume Corrente – volume de ar inspirado ou expirado durante uma inspiração
ou expiração. Num adulto jovem é cerca de 0,5L/min.
Volume de reserva inspiratória – quantidade de ar que pode ser inspirada,
forçadamente, após a inspiração do volume corrente normal. Num adulto jovem é
cerca de 3L/min.
Volume de reserva expiratória – quantidade de ar que pode ser expirada,
forçadamente, após a expiração do volume corrente normal. Num adulto jovem é
cerca de 1,1L/min.
Volume residual – volume de ar que permanecenas vias aéreas e nos pulmões
após expiração, omais forçada possível. Num adulto jovem é cerca de 1.2L/min.
Capacidade inspiratória quantidade máxima de ar que uma pessoa pode
inspirar. Corresponde à soma do volume corrente com o volume de reserva
inspiratória. Num adulto jovem é cerca de 3.5L/min.
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 15
Capacidade residual funcional quantidade de ar que permanece nos pulmões
no final de uma expiração. Corresponde à soma do volume residual com o volume
expiratória.Num indivíduo adulto jovem é cerca de 2.3L/min.
Capacidade vital volume máximo de ar que uma pessoa consegue expelir, após
a inspiração. Corresponde à soma dos Num indivíduo adulto jovem é cerca de
4.6L/min.
Capacidade pulmonar total Corresponde à soma de todos os volumes
pulmonares.Num indivíduo adulto jovem é cerca de 5.8L/min.
O sexo, a idade, a altura e a condição física são factores que influenciam as
variações das capacidades e volumes respiratórios, de um indivíduo para o outro.
Fig 13 : Espirómetro, volumes e capacidades pulmonares. O volume corrente nafigura é o
volume corrente em repouso. [1]
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 16
Os pulmões contém cerca de 3 x 108 alvéolos, nos quais ocorrem as trocas
gasosas. O principais gases trocados são O2, que se difunde no fluxo sanguíneo, e
CO2 que sai do sangue e entra para as vias aéreas dos pulmões.
Para estudar o transporte de gases nos pulmões, é necessário ter em conta as leis
e as condições consideradas óptimas para que esse transporte ocorra.
Transporte de gás a nível dos alvéolos
A ventilação alveolar consiste no volume de ar que entra nos alvéolos por unidade
de tempo. Alguma quantidade de ar inspirada que não chega aos alvéolos, denomina-
se por volume do espaço morto. Este volume não está incluido na ventilação alveolar.
A ventilação alveolar da inspiração é diferente da ventilação alveolar da expiração,
uma vez que o consumo de O2 pelo corpo, não é exactamente igual à produção de
CO2. Todavia, vamos considerar um único valor de ventilação alveolar, VA.
As equações matemáticas que traduzem este mecanismo são:
VA – ventilação alveolar Q – fluído sanguíneo C – concentração de um gás P – pressão parcial de um gás σ - solubilidade de um gás K – constante de Boltzmann T – temperatura I – ar inspirado E – ar expirado A – ar alveolar v – sangue venoso
a – sangue arterial Fig.14 – Representação do mecanismo das trocas gasosas nos alvéolos.
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 17
aEAVIA cQcVcQcV +=+ ( 1 )
Ocorre a conservação molecular, isto é, o número de moléculas de gás que entram
nos alvéolos, por unidade de tempo, é igual ao número de moléculas deixadas por
esse gás.
AE cc = ( 2 )
O ar expirado tem a mesma amostra que o ar alveolar.
Lei dos gases ideais:
AA cTKP = , em que A
A Vnc = . ( 3 )
A constante K é universal, não depende, por isso, da identidade do gás. Numa
amostra de gás podemos encontrar vários gases diferentes. Assim, temos que
considerar o conceito de pressão parcial de cada gás. No entanto, a pressão total
da amostra é a soma de todas as pressões parciais. A pressão intrapulmonar (nos
alvéolos) é inversamente proporcional ao volume dos alvéolos.
aa Pc σ= ( 4 )
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 18
As moléculas de gás que se difundem num líquido formam uma solução. A
concentração de gás na solução é proporcional à pressão parcial desse gás. As
soluções que obedecem a esta lei são chamadas de soluções simples. σ representa
o coeficiente de solubilidade, isto é, mede a facilidade com que o gás se dissolve no
sangue. Neste caso particular, consideramos a solubilidade no sangue arterial.
Este conceito pode ser extendido a gases que não formam soluções simples, como
acontece com o O2 no fluxo sanguíneo. A relação linear da equação ( 4 ) é
substituída por uma relação não-linear cj = Cj ( Pj ), em que Cj é uma função
crescente.Como Cj aumenta, existe uma função inversa Cj-1 tal que Pj = Cj-1 ( cj ). A
função Cj-1 também é uma função crescente. Esta equação representa a pressão
parcial que é precisa numa fase gasosa em contacto com um líquido para manter
a concentração cj. Contudo, consideramos gases que formam soluções simples no
sangue, incluindo certos anestésicos que são removidos do corpo pelos pulmões e
o transporte de O2 no sangue pela hemoglobina, isto é, o O2 não forma uma
solução simples no sangue.
PA =Pa ( 5 )
Os gases movem-se de áreas de maior pressão parcial para aquelas onde ela é
menor.Como o sangue passa pelos alvéolos, acha-se o equilíbrio com o ar alveolar.
Assim, a pressão parcial desse gás no sangue arterial é igual à do ar alveolar.
Combinando as duas primeiras equações, achamos a expressão que representa o
transporte de gás nos alvéolos:
VA (cI - cA) = Q (ca - cV) ( 6 )
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 19
A quantidade da esquerda representa o número de moléculas de gás, por unidade de
tempo, que são dadas pelo ar, enquanto que a da direita representa o número de
moléculas de gás que se difundem no sangue.
Para que o transporte de gás ocorra é necessário que o ar alveolar tenha uma
composição diferente do ar inspirado: cI ≠ cA.
Neste sistema, consideramos os gases O2 e CO2, tendo em conta que as
concentrações são proporcionais às pressões parciais( pela lei dos gases ideais!). Assim,
PO2 (ar inspirado) = 160 mm Hg
PO2 (alvéolos) = 100 mm Hg
PCO2 (ar inspirado) = 0
PCO2 (alvéolos) = 40 mm Hg
Consequentemente, o sinal cI – cA é positivo para O2 e negativo para CO2. Este facto
determina a entrada de O2 para o fluxo sanguíneo e a saída de CO2 do sangue.
Relação Ventilação – Perfusão
Em situações de ventilação e fluxo sanguíneo ( perfusão) normais, as trocas de
oxigénio e de dióxido de carbono, são próximas do ideal. A relação entre a ventilação e a
perfusão pode ser afectada de duas formas: quando a ventilação excede a capacidade do
sangue para captar O2 e quando a ventilação não é suficiente para fornecer o O2
necessário para oxigenar o sangue que circula nos capilares alveolares. Em repouso, os
pulmões não estão completamente expandidos, havendo alguns alvéolos que têm uma
cI – cA < 0 , para o CO2 cI – cA > 0 , para O2
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 20
PO2 inferior à normal e, o sangue que flui nos capilares desses alvéolos não fica
completamente oxigenado.
• Combinando as equações anteriores determinamos as equações das
concentrações alveolar e arterial:
Achada a razão entre a ventilação e a perfusão, verifica-se que estas variáveis
dependem do factor r.
Quando r → ∞, a composição do ar alveolar aproxima-se da concentração do ar
inspirado e quando r → 0, cA → cv / σ k T, a composição do sangue arterial aproxima-se
da concentração do sangue venoso.
Como, na realidade, a performance pulmonar é heterogénea devido às diferentes
correlações ventilação e perfusão existentes nos pulmões, isto é, à variação de r.
Podemos considerar um parâmetro β que tem em conta essa heterogeneidade
pulmonar,variando entre zero e um.Assim, quando:
β=0, a correlação entre a ventilação e a perfusão é constante.
β=1, não existe correlação entre a ventilação e a perfusão.
Transporte de gás a nível pulmonar
TKrccr
TKQVcQcVc vI
A
vIAA σσ +
+=
++
=
QV
r A=
TKrccr
TKc vIa σ
σ+
+=
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 21
Algumas quantidades físicas mantém as suas grandezas em todos os alvéolos. A
composição do ar inspirado, a composição do sangue venoso, a solubilidade do gás no
sangue é a mesma para os diferentes alvéolos. A constante de Boltzmann, k não varia e
a temperatura T é uniforme, 37ºC, a nível pulmonar.
Contudo, a ventilação VA e a perfusão Q variam de alvéolo para alvéolo. Isto acontece
devido à gravidade e ao gradiente de concentração sanguínea no pulmão. A parte inferior
pulmonar tem maior fluxo sanguíneo que a superior, sendo causado pelos efeitos da
pressão hidrostática nas veias pulmonares livremente distensíveis. A ventilação também
é superior na parte inferior pulmonar: a ventilação depende da diferença entre o máximo
e o mínimo volumes nos alvéolos, durante o ciclo respiratório. Os máximos volumes
achado durante a inspiração são aproximadamente uniformes através do pulmão, mas
os mínimos volumes achados durante a expiração são pequenos na parte inferior
pulmonar, uma vez que a gravidade do tecidos pulmonar participa na compressão dos
alvéolos. Consequentemente, a ventilação alveolar e o fluxo sanguíneo são maiores na
parte inferior do pulmão, como tal, verifica-se que a razão ventilação-perfusão, r é
diferente em diferentes alvéolos.
O fluxo sanguíneo pulmonar total, f é dado por: ( ) EQPPf vI 0−= σ , onde ∑=i
iQQ0 e
E representa o parâmetro da eficiência do transporte de gás. Esta quantidade varia entre
0 e 1, expressando-se através da equação ∑ +=
i i
ii
TkrrQ
QE
σ0
1 .
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 22
Simulação Computacional
Na resolução deste trabalho, utilizamos o software de programação Matlab®, que
possibilita a simulação do modelo desenvolvido para estudar o sistema respratório.
O algoritmo utilizado para a implementação deste modelo, num script de Matlab, tem
em conta um largo número de parâmetros, que correspondem às variáveis de estado
utilizadas na nossa simulação. Devido ao inúmero número de combinações possíveis
das variáveis de estado, poderíamos obter um conjunto enorme de representações
gráficas, mas devido a questões de simplificação, optámos por apresentar os dados
numa representação gráfica da Ventilação em função da Perfusão. O algoritmo utilizado
foi construído, de modo a se poder ter uma apresentação dos resultados, numa janela
de ambiente gráfico. Para esse fim, recorremos ao uso das potencialidades do Matlab,
conjugando a programação do script em conjunto com a construção de uma interface
gráfica (GUI).
Figura 15: Aspecto geral da janela do Simulink® / Matlab®
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 23
Figura 16: Aspecto Geral da Janela de Interface Gráfica
Variáveis de Estado
As variáveis de estado, que o algoritmo implementado possui são bastantes, e deste
modo seguimos um objectivo na apresentação dos resultados, de modo a não tornar
confusa a apresentação dos resultados finais. São exemplos de variáveis de estado, que
podem ser facilmente alteradas: número de iterações do algoritmo, concentração de
oxigénio no sangue arterial, pressão parcial de oxigénio no sangue arterial, pressão
parcial do oxigénio no ar alveolar, concentração de oxigénio no ar alveolar, concentração
de oxigénio no sangue venoso (fase sistémica), concentração de oxigénio arterial no
organismo inteiro, concentração de oxigénio alveolar no organismo inteiro, pressão
parcial de oxigénio no sangue venoso, pressão parcial de oxigénio no sangue arterial,
pressão parcial de oxigénio alveolar, pressão parcial de oxigénio no ar inspirado, factor
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 24
de correlação ventilação / perfusão (V/P), número de alvéolos, concentração de oxigénio
no ambiente em estudo, concentração da hemoglobina, número de sub-domíminos da
hemoglobina ocupados, taxa de consumo de oxigénio, ... Como se conclui o algoritmo
possibilita a simulação tendo em conta variadíssimos parâmetros, que podem ser
combinados entre si e posteriormente simulados. Na construção da interface gráfica,
resolvemos seleccionar as variáveis de estado: número de alvéolos, correlação ventilação
/ perfusão (V/P), taxa de consumo de oxigénio, concentração de oxigénio e a
concentração de hemoglobina no sangue. Estas variáveis de estado permitem uma
simulação, tendo em conta variáveis de estado bastante importantes.
Na implementação do algoritmo, foram estipulados como parâmetros standard, a
concentração de oxigénio ao nível marítimo, e a temperatura corporal a 37º C. A
utilização da interface gráfica, possibilita a interacção do utilizador, não sendo
necessário qualquer tipo de conhecimentos de programação, para um qualquer
utilizador poder efectuar a simulação.
Interpretação do Modelo / Resultados
Como já foi referido, neste trabalho, utilizámos como variável de estado, a correlação da
ventilação vs. Perfusão (V/P), que se revela essencial à compreensão do modelo, que
permite evidenciar as duas vertentes deste modelo, por um lado, a
compartimentalização pulmonar, bem como a heterogeneidade pulmonar (estudo
compartimental / funcional). Se tivermos uma V/P nula, estamos perante um modelo
linear, que admite que o pulmão é homogéneo, logo trata-se de um modelo teórico,
porque não corresponde a uma situação real, mas sim a uma situação ideal. Neste caso,
o fluxo de oxigénio e o fluxo sanguíneo estão numa proporção fixa, isto é, a taxa de
ventilação em função da perfusão é constante ao longo de todo o pulmão. No entanto, se
0<V/P≤1, estamos perante um modelo não linear, que admite a heterogeneidade
pulmonar. Na situação extrema, em que consideramos V/P igual a 1, o fluxo de oxigénio
e o fluxo sanguíneo são independentes entre si, o que implica que por exemplo, alguns
alvéolos consigam alta perfusão com baixa ventilação. Como se conclui, então a
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 25
correlação V/P, revela-se altamente importante, no estudo da heterogeneidade
pulmonar.
Outro aspecto, bastante importante, que se teve em conta, na implementação do
modelo, foi o factor de impresibilidade inerente aos fenómenos biológicos, possuindo
deste modo, uma inicialização aleatória, de modo a demonstrar este factor.
No que diz respeito, às limitações deste modelo, existem alguns aspectos a serem
considerados, na medida em que este modelo, apenas conduz a resultados aproximados,
verificando-se erros pouco significativos. No entanto, as limitações existem e são
exemplos, o facto do modelo considerar que a totalidade do ar inspirado alcança as
superfícies alveolares. Na realidade, no entanto, existe volume residual, ao longo do
tracto respiratório (‘dead space’), que é desprezado pelo modelo, por questões de
simplificação.
Uma interpretação que se constrói, com base na análise detalhada do algoritmo,
demonstra-se que a taxa de ventilação é variável de acordo com a região pulmonar, que
se traduz numa consequência prática, isto é, o organismo deve aumentar a ventilação
total, o débito cardíaco ou ambos com o fim de assegurar níveis normais de transporte
gasoso a pressões parciais normais. Evidencia-se aqui o factor de adaptação do modelo,
que pretende retratar, a adaptação característica do organismo humano.
Outra consideração a ter em conta, é o facto deste modelo permitir o estudo de
soluções gasosas simples, dependentes do tipo de gás em estudo. No nosso estudo,
considerámos o oxigénio, gás vital à sobrevivência do ser humano. Por outro lado, por
questões de simplificação e de poupança de recursos computacionais, o modelo tem
apenas em consideração o oxigénio ligado à hemoglobina, desprezando o oxigénio
dissolvido. No entanto, esta limitação pode tornar-se grave, se se quiser efectuar este
estudo, tendo em conta, que o indivíduo em estudo se encontra no interior de uma
câmara hiperbárica, logo admitindo que conseguem respirar oxigénio puro (100%). Neste
caso o modelo deveria ser adaptado a estas condições ambientais envolventes.
Como já foi referido, apesar das limitações presentes neste modelo, este possui a
possibilidade de avaliar o grau de erro cometido durante a simulação, tendo em conta,
os valores obtidos e os valores esperados para a Ventilação Alveolar (5 l/min) e Perfusão
Alveolar (5.6 l/min), o que se traduz por erros pouco significativos. O facto destes erros
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 26
serem mínimos, deve-se ao facto da estrutura do algoritmo, possuir um factor de
correcção dos dados, recorrendo a métodos matemáticos de optimização (método da
média). No entanto este modelo, pode ser optimizado, recorrendo a inúmeros modelos de
optimização matemáticos, que devido à sua extrema complexidade, não foram aqui
estudados.
Algumas aplicações práticas deste modelo, são o facto de se poderem realizar
inúmeros estudos, tais como: estudos de actividade física, tendo em conta a variação
dos resultados com altitude; estudos de pacientes anémicos ou policitémicos, ou ainda
combinações destas condições bem como de outras que se enquadram neste contexto.
No caso de um indivíduo anémico, que se desloque para uma região de alta altitude,
verificam-se duas situações, que são altamente prejudiciais ao paciente, por um lado
ocorre uma diminuição da concentração do oxigénio (diminui com o aumento de
altitude) e por outro lado o organismo já possui baixas concentrações de hemoglobina
no sangue.
Figura 17: Influência da altitude com a variação da concentração de oxigénio
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página 27
Figura 18: Esquema ilustrativo da hemoglobina
Refira-se ainda, para finalizar, que este modelo, pretende apenas fazer uma aproximação dos
resultados esperados. As simulações em que se tentam aproximar o número de alvéolos,
conduzem sempre ao “consumo” de recursos computacionais, acabando por se abortar a
simulação, por falta de memória. No entanto, é de todo viável realizar simulações, até cerca dez
mil alvéolos.
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página ii
Referências Bibliográficas
Na elaboração deste trabalho, recorremos ao uso do livro:
e também introduzimos algum material proveniente de sites de Internet, que se encontram
devidamente referidos ao longo deste trabalho, bem como
[1] Seeley, R., Stephens, T., Tate, P., Anatomy and Physiology, Lusodidacta, Lisboa, 1997
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página iii
Código Matlab utilizado para a construção da Interface Gráfica (GUI)
function varargout = modelos1(varargin)
% MODELOS1 Application M-file for modelos1.fig
% MODELOS1, by itself, creates a new MODELOS1 or raises the existing
% singleton*.
%
% H = MODELOS1 returns the handle to a new MODELOS1 or the handle to
% the existing singleton*.
%
% MODELOS1('CALLBACK',hObject,eventData,handles,...) calls the local
% function named CALLBACK in MODELOS1.M with the given input arguments.
%
% MODELOS1('Property','Value',...) creates a new MODELOS1 or raises the
% existing singleton*. Starting from the left, property value pairs are
% applied to the GUI before modelos1_OpeningFunction gets called. An
% unrecognized property name or invalid value makes property application
% stop. All inputs are passed to modelos1_OpeningFcn via varargin.
%
% *See GUI Options - GUI allows only one instance to run (singleton).
%
% See also: GUIDE, GUIDATA, GUIHANDLES
% Edit the above text to modify the response to help modelos1
% Last Modified by GUIDE v2.5 28-May-2005 23:48:14
% Begin initialization code - DO NOT EDIT
gui_Singleton = 1;
gui_State = struct('gui_Name', mfilename, ...
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página iv
'gui_Singleton', gui_Singleton, ...
'gui_OpeningFcn', @modelos1_OpeningFcn, ...
'gui_OutputFcn', @modelos1_OutputFcn, ...
'gui_LayoutFcn', [], ...
'gui_Callback', []);
if nargin & isstr(varargin{1})
gui_State.gui_Callback = str2func(varargin{1});
end
if nargout
varargout{1:nargout} = gui_mainfcn(gui_State, varargin{:});
else
gui_mainfcn(gui_State, varargin{:});
end
% End initialization code - DO NOT EDIT
% --- Executes just before modelos1 is made visible.
function modelos1_OpeningFcn(hObject, eventdata, handles, varargin)
% This function has no output args, see OutputFcn.
% hObject handle to figure
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% varargin command line arguments to modelos1 (see VARARGIN)
% Choose default command line output for modelos1
handles.output = hObject;
% Update handles structure
guidata(hObject, handles);
% UIWAIT makes modelos1 wait for user response (see UIRESUME)
% uiwait(handles.figure1);
% --- Outputs from this function are returned to the command line.
function varargout = modelos1_OutputFcn(hObject, eventdata, handles)
% varargout cell array for returning output args (see VARARGOUT);
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página v
% hObject handle to figure
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Get default command line output from handles structure
varargout{1} = handles.output;
% --------------------------------------------------------------------
function varargout = plot_button_Callback(h, eventdata, handles, varargin)
% hObject handle to plot_button (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Solicita-se ao utilizador que introduza os parâmetros na janela GUI
z=str2double(get(handles.edit19,'String'))
w=str2double(get(handles.edit20,'String'))
y=str2double(get(handles.edit21,'String'))
% Cálculo dos dados
%filename: setup_lung.m
%heterogeneity parameter (0<=beta<=1):
%beta=0 for homogenous lung
%beta=1 for no ventilation/perfusion correlation
beta = str2double(get(handles.f2_input,'String'))
%
%number of iterations used in bisection:
maxcount=20
%
%number of ''alveoli'':
n = str2double(get(handles.f1_input,'String'))
%
%reference oxygen concetration (moles/liter):
cref=(0.2*w)/(22.4*(310/273))
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página vi
%cref=concentration of oxygen
%in air at sea level at body temperature
%
%oxygen concentration in the inspired air:
cI=cref %
%blood oxygen concentration
%at full hemoglobin saturation:
cstar=cref*y
%cstar=4*(concentration of hemoglobin)
%in blood expressed in moles/liter)
%
%rate of oxygen consumption (moles/minute):
M=0.25*cref*5.6*z
%
%oxygen partial pressure
%at which hemoglobin is half-satured:
Pstar=25
%
%gas constant*absolute temperature
%(mmHg*liters/mole):
RT=760*22.4*(310/273)
%
%oxygen partial pressure
%in the inspired air (mmHg):
PI=RT*cI
%
%oxygen concentration
%in blood exposed directly to inspired air:
camax=cstar*(PI/Pstar)^3/(1+(PI/Pstar)^3)
%camax is an upper bound
%on oxygen concetration in blood
%
%expected value of total alveolar ventilation:
VAtotal=5.0 %(liters/minute)
%
%expected value of total perfusion:
Qtotal=5.6 %(liters/minute)
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página vii
%
%expected alveolar ventilation per alveolus:
VAbar=VAtotal/n
%
%expected perfusion per alveolus:
Qbar=Qtotal/n
%
%random initialization
%of ventilation and perfusion:
%create two independent vectors
%of exponential random variables
%with mean 1:
a1=-log(rand(n,1));
a2=-log(rand(n,1));
av=(a1+a2)/2;
%components of av have mean 1
%and distribution like t*epx(-t)
VA=VAbar*(a1*beta+av*(1-beta));
Q=Qbar*(a2*beta+av*(1-beta));
%when beta=0, VA and Q are in a fixed proportion
%when beta=1, VA and Q are independent
r=VA./Q;
%
%find actual values of
%VAtotal, Qtotal, VAbar, and Qbar:
VAtotal=sum(VA)
Qtotal=sum(Q)
VAbar=VAtotal/n
Qbar=Qtotal/n
% Create frequency plot
axes(handles.frequency_axes)
plot(Q,VA,'.')
set(handles.frequency_axes,'XMinorTick','on')
grid on
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página viii
function edit9_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit9 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit9 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit9 as a double
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
function edit9_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit9 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
function edit10_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit10 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit10 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit10 as a double
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página ix
function edit10_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit10 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
function edit11_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit11 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit11 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit11 as a double
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
function edit11_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit11 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página x
function edit12_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit12 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit12 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit12 as a double
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
function edit12_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit12 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
function edit13_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit13 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit13 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit13 as a double
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página xi
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
function edit13_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit13 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
% --- Executes on button press in pushbutton2.
function pushbutton2_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to pushbutton2 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
function edit14_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit14 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit14 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit14 as a double
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
function edit14_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit14 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página xii
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
function edit15_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit15 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit15 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit15 as a double
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
function edit15_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit15 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página xiii
function edit18_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit18 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit18 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit18 as a double
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
function edit18_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit18 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
function edit19_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit19 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit19 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit19 as a double
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página xiv
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
function edit19_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit19 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
function edit20_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit20 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit20 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit20 as a double
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
function edit20_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit20 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página xv
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
function edit21_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit21 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
% Hints: get(hObject,'String') returns contents of edit21 as text
% str2double(get(hObject,'String')) returns contents of edit21 as a double
% --- Executes during object creation, after setting all properties.
function edit21_CreateFcn(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to edit21 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles empty - handles not created until after all CreateFcns called
% Hint: edit controls usually have a white background on Windows.
% See ISPC and COMPUTER.
if ispc
set(hObject,'BackgroundColor','white');
else
set(hObject,'BackgroundColor',get(0,'defaultUicontrolBackgroundColor'));
end
% --- Executes on button press in pushbutton3.
function pushbutton3_Callback(hObject, eventdata, handles)
% hObject handle to pushbutton3 (see GCBO)
% eventdata reserved - to be defined in a future version of MATLAB
% handles structure with handles and user data (see GUIDATA)
_________________________________________Modelos dos Processos Fisiológicos no Homem
Resolução do Trabalho Prático N.º 3
Página xvi
Top Related