PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título Leitura de Poesias: Figuras de Linguagem
Autor Eliara Silva Sant’Ana Parro
Escola de Atuação CEEBJA
Município da escola Umuarama
Núcleo Regional de Educação Umuarama
Orientador Luzia Aparecida Berloffa Tofalini
Instituição de Ensino Superior UEM
Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Não
Público Alvo
(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)
Alunos do Ensino Médio do CEEBJA
Localização
(identificar nome e endereço da escola de implementação)
CEEBJA, Av. Maringá, 5035, Centro, Umuarama, PR, 87502-080
Apresentação:
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Pela necessidade que os alunos têm de fazer leituras, este trabalho pretende estudar um pouco Cecília Meireles e alguns de seus poemas, fazendo um mergulho em um mundo literário rico, amplo e profundo. Trabalharemos o sentido conotativo e as figuras de linguagem por meio do método da Estética da Recepção.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Poemas- sentido conotativo- figuras de linguagem
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE 2010
ELIARA SILVA SANT’ANA PARRO
SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
ÁREA DO PDE: Português
PROFESSORA PDE: Eliara Silva Sant’Ana Parro
ORIENTADORA: Prof. Drª. Luzia Aparecida Berloffa Tofalini
CONCEPÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA: Estética da Recepção
MARINGÁ 2010
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UNIDADE DIDÁTICA – PDE 2010
1 IDENTIFICAÇÃO
1.1 ÁREA: Língua Portuguesa
1.2 PROFESSOR PDE: Eliara .Silva Sant’Ana Parro
1.3 PROFESSORA ORIENTADORA: Drª. Luzia Aparecida Berloffa Tofalini
1.4 IES vinculada: Universidade Estadual de Maringá (UEM)
SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
GÊNERO TEXTUAL: poesia ESCOLA: CEEBJA de Umuarama SÉRIE: Ensino Médio do CEEBJA DURAÇÃO: 32 aulas
MARINGÁ
2010
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SUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO .................................................................................................................. 1
2. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3
3. ATIVIDADES PREVISTAS ................................................................................................. 11
3.1. DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS .......................................... 11
3.2. ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS.............................................. 15
3.3. RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS ........................................................ 19
3.4. QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS ...................................... 26
3.5. AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS ................................................... 28
4. AVALIAÇÃO ........................................................................................................................ 30
5. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 31
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2. INTRODUÇÃO
“Só há uma monotonia em Cecília Meireles. (…) é a inacreditável qualidade de seus versos, (...).”
(Paulo Mendes Campos em Flor de Poemas)
A leitura é uma atividade essencial na vida do homem do século atual. É através
dela que se obtêm informações, que se entra em contato com as novas descobertas, que
se aprende a regular os comportamentos do homem em seu convívio social. Em todos os
momentos da vida da humanidade a leitura se faz presente, sem limites de espaço.
A dificuldade de leitura em sala de aula, porém, tem sido alvo de preocupação
constante dos professores compromissados com a educação, especialmente, no que diz
respeito à leitura de textos literários. Tal fato tem levado especialistas a elaborar
estratégias que permitam ao leitor compreender cada vez melhor aquilo que ele está
lendo. O primeiro passo consiste em propiciar o prazer da leitura, desenvolvendo, dessa
forma, o gosto de ler.
Por observar, contemporaneamente, na escola, uma grande resistência à leitura, à
concentração, à investigação e ao recolhimento de pistas diante dos textos literários é
que o tema, “Descobrindo a leitura e suas riquezas nas poesias de Cecília Meireles”, foi
escolhido para trabalhar com os alunos do Ensino Médio do CEEBJA, no projeto do
PDE 2010, que ora é apresentado. A sequência didática aqui proposta como produção
de material didático, tem como finalidade auxiliar o professor PDE na implementação
do seu projeto em sala de aula no terceiro período desse programa, trabalhando na
contramão da realidade observada acima, no primeiro parágrafo, que é a enorme
resistência à leitura. Embora se tenha consciência de que o trabalho ao qual se propõe
este projeto não será capaz de fazer uma mudança total na educação dos envolvidos,
entende-se que contribuirá de forma significativa para o crescimento dos educandos.
Maria Lopes (2006, p.78) esclarece que “um projeto, isoladamente não vai transformar
o aluno num leitor proficiente da noite para o dia, mas é um passo à frente”.
O mundo da leitura possui muitas faces. Lemos para ampliar nossos
conhecimentos, para obtermos respostas ou informações, sejam elas simples ou
complexas, ou para buscar diversão e prazer. O indivíduo que lê vive “em geral, num
processo permanente de interação entre sensações, emoções e pensamentos”
(MARTINS, 1994, p.81), porque ao ler, colocamos no texto todos os nossos valores, a
nossa visão de mundo, a nossa ideologia. Ângela Kleiman (2001, p.10) sustenta que “ao
lermos um texto, qualquer, colocamos em ação todo o nosso sistema de valores, crenças
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e atitudes que refletem o grupo social em que se deu nossa sociabilização primária, isto
é, o grupo social em que fomos criados”.
Outros estudiosos como Geraldi (1997, p.111) e Martins (1994, p.14), afirmam
que “aprendemos a ler, lendo”. É que adquirindo o hábito de fazer leituras, inteiramo-
nos de tudo o que acontece no mundo, em todos os sentidos. Portanto, é por meio dela
que podemos ampliar nossos conhecimentos e, também, conquistar espaços na
sociedade em que vivemos. Ela é imprescidível para o ser humano contemporâneo, uma
vez que a aquisição de novas informações e a consequentente expansão de novos
horizontes decorrentes de leituras ecléticas vão se tornar instigadoras de diálogos mais
freqüentes e de comunicações mais autênticas. Nesse sentido, “ler é realmente participar
mais crítica e ativamente da comunicação humana” (SILVA, 1996, p.41).
A leitura de textos literários contribui sobremaneira para ampliar a cosmovisão
do leitor. A literatura ajuda, de fato, na organização da mente e desenvolve a
sensibilidade num mundo carregado de valores tão conturbados. Na verdade,
É a literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos (LAJOLO, 2008. p.106).
A literatura é arte e como tal vem preencher a necessidade do belo do ser
humano. Como representação da realidade, ela se move e abarca vários campos tais
como o da cultura, da linguagem, da arte, da economia, entre outros. É uma arte prática
aberta, move-se tanto no exterior (tempo, local, características históricas, visual, etc.)
como no interior (vozes interiores, percepções, alma, intelecto, vivência, etc.),
movendo-se até onde o mundo interno do leitor permitir.
Para Candido (Apud PARANÁ, 2008, p.57), a literatura possui funções que
podem ser divididas em três: a psicológica, a formadora e a social. É na psicológica que
o leitor pode viajar e se enriquecer com mundos diferentes, identificar-se e refletir com
a obra. A segunda serve como meio de educação, mostrando um mundo ao homem, que
não é o dominante. E finalmente, a função social mostra o homem de diferentes meios e
regiões. O texto, devido às suas lacunas, aos seus vazios, permite interpretações em
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diversos níveis. Não há uma leitura única para cada texto, mas diversas, dependendo da
mundividência do leitor. Dessa forma,
O texto literário permite múltiplas interpretações, uma vez que é na recepção que ele significa. No entanto, não está aberto a qualquer interpretação. O texto é carregado de pistas/estruturas de apelo, as quais direcionam o leitor, orientando-o para uma leitura coerente. Além disso, o texto traz lacunas, vazios, que serão preenchidos conforme o conhecimento de mundo, as experiências de vida, as ideologias, as crenças, os valores, etc. ..., que o leitor carrega consigo (PARANÁ, 2008, p.59).
Dentro da literatura existem diversos gêneros. Alguns em prosa, outros em
poesia. O gênero da poesia, sendo muito rico, traz oportunidades de trabalhar inúmeras
facetas: em primeiro lugar, procurando despertar da sensibilidade dos discentes; além
disso, exposição histórico-social, mostrando encontros e desencontros entre o passado,
presente e futuro; exploração do vocabulário; conhecimento de mundo; o conhecimento
e o reconhecimento da autora. É que a poesia aprimora a inteligência, “abrindo a cabeça
para a compreensão da diversidade, e a sensibilidade, ensinando valores morais e
espirituais” (Cf. GEBARA, 2002: p. 41).
Para Regina Zilberman (1993, p.21), a literatura é a fonte primeira e mais
profunda para a leitura na escola, podendo desencadear eficazmente um novo pacto
entre as crianças e jovens e o texto, do mesmo modo entre o aluno e o professor. Trata-
se tão somente de estimular uma vivência singular com a obra literária, o que permite o
enriquecimento pessoal do leitor, sem uma finalidade específica ou cobranças
posteriores.
Na história da literatura, a teoria sempre procurou definir poesia lírica como um
modelo pré-determinado, regido por normas, a partir de uma visão tradicional dos
gêneros como esquemas fechados (lírico, épico e dramático). Entretanto, Salete Cara,
em introdução ao estudo A poesia lírica (1998, p.05) salienta que a poesia “nunca
gostou dos esquemas classificatórios, já que sua natureza não se presta a encaixes
dóceis, em modelos previamente constituídos”. “Não se trata dum problema relacionado
com a forma, mas, sim, com o conteúdo que as palavras transmitem e com a postura
assumida por quem pretende transmiti-lo” (MOISÉS, 1984, p.83).
Na poesia, “a estrutura sintática permanece como acessória, latente, imanente,
submetida às ordenações rítmicas e métricas” (MOISÉS, 1984, p.87). Por isso “se diz
que o discurso literário é um discurso específico em que a seleção e a combinação das
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palavras se fazem não apenas pela significação, mas também por outros critérios, um
dos quais, o sonoro” (GOLDSTEIN, 1985, p.5), e pelo apelo ao simbólico.
A poesia lírica, por sua vez, teria sua origem na necessidade humana de
expressão individual: “quanto mais a vida dos cidadãos ficava submetida às leis da
‘Polis’, parecia crescer a necessidade de uma expressão individual: nascia a poesia
lírica” (CARA, 1998, p.14). Assim, “compreende-se que a poesia lírica possa
conceituar-se como a poesia do ‘eu’, poesia da confissão ou poesia da emoção. Aliás,
diga-se de passagem, a diferença essencial entre a poesia lírica e a poesia épica e a
dramática [...] reside no seu caráter emocional” (MOISÉS, 1984, p.235). Quanto à
denominação “poesia lírica”, observa Cara, vem do fato de, naquela época, utilizar-se
habitualmente para acompanhar a poesia, a flauta e a lira. No Romantismo, a poesia
perde o conceito de imitação e passa a ser vista como “expressão inspirada de uma
alma. O poeta será comparado a um organismo vivo” (CARA, 1998, p.31).
No Modernismo, ao contrário do poeta romântico, que ainda acredita na poesia
como expressão do “eu”, “o poeta moderno sabe perfeitamente que qualquer recorte do
mundo será apenas linguagem e não lhe é possível mais do que isso: o poeta moderno
se vê projetado no mundo exterior, sabendo que desse mundo poderá fazer apenas uma
tradução parcial” (CARA, 1998, p.40). Essas diferentes perspectivas de visualização do
“eu”, na poesia, reforçam a impossibilidade de se pré-determinar modelos a partir de
uma concepção de gêneros fechados.
Na poesia moderna, o sujeito lírico e o poeta não são a mesma pessoa: a
existência do primeiro, “brota da melodia, do canto, da sintaxe, do ritmo: o sujeito lírico
é o próprio texto, e é no texto que o poeta real transforma-se em sujeito lírico” (CARA,
1998, p.48). Massaud Moisés (1984, p.141), entretanto esclarece que no poema lírico,
“parece que o ‘eu’ é do poeta, mas na verdade é o instrumento que este manipula para
se converter em realidade palpável: exclusivo meio de comunicação que é, não concede
vez a nenhum outro”.
Para Massaud Moisés (1984, p.94), a poesia é a “expressão metafórica do ‘eu’,
cujo resultado, o poema, pode ser em verso ou em ‘prosa’. Para ele, “o verso parece
corresponder mais de perto à essência da poesia, graças ao seu jogo rítmico. Mas pode o
verso não ter poesia, e pode esta exprimir-se em prosa”.
A relação entre texto poético e seu leitor “não vem de nada que seja anterior à
própria matéria verbal do poema” (CARA, 1998, p.58), porque há dois elementos
fundamentais para o estabelecimento de qualquer texto: a construção do texto e o leitor.
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Para Wilson Martins (Apud MOISÉS, 1984, p.90), o leitor “não é um molde passivo,
destinado a receber a ‘poesia’, e a função do poeta não é a de fabricá-la para entregá-la,
intocável, ao leitor”, porque o leitor
reproduz o estado lírico do poeta, enriquecido das sugestões do poema, emanadas da fixação daquilo que ao próprio criador do poema era absolutamente insuspeitado. (...) O poeta sente a poesia e ato contínuo a plasma no poema, e não mais volta a sentir o que motivou o empenho verbal, a não ser como leitor, encarando o poema como obra estranha. (...) O poema independe do seu criador, tem vida própria, mas somente comunica poesia em nós: sem o leitor, é letra morta ou hieróglifo à espera da decifração (MOISÉS, 1984, p.90).
Na leitura de poesia, a linguagem poética é tão única que se renova e se
constitui a cada texto, com cada autor e com cada um dos leitores (Cf. GEBARA, 2002,
p.33). Com efeito, o discurso poético é profundo e os significados passam além daquilo
que, numa primeira leitura, parece explícito. Eis o motivo pelo qual é relevante a
proposta do projeto e desta unidade didático-pedagógica. Com efeito, as figuras de
linguagem são canais de expressão do poeta para externar sentimentos mais íntimos.
Assim, de acordo com a experiência de cada leitor, o implícito também é desvendado,
uma vez que está, muitas vezes, com as roupagens conotativas. Tudo isso faz da poesia
um canal aberto, levando o leitor até onde sua mente e alma permitirem. Soares Amora
(1971, p. 74-75) relembra que “... poesia é o “estado emotivo” ou “lírico” do poeta, no
momento da criação do poema; o “estado lírico” reviverá na alma do leitor se este lograr
transformar o poema em poesia”.
Poesia é uma arte e é bela a partir do momento que mexe com a nossa
sensibilidade: “O que chamamos belo não é, pois, senão, o que na realidade afeta a
nossa sensibilidade...” (COCHOFEL, 1980, p.25). A arte da poesia é imitadora do belo
da vida, o belo no sentido de ser profundo, envolver e sensibilizar. Muitas vezes o belo
na poesia é conseguir enxergar o triste na vida e denunciar. E assim é a poesia. Faz uso
das palavras, escolhe-as e as coloca distribuídas de uma maneira que cative o leitor e o
envolva para despertar e focalizar seus olhos para outros mundos, mundos imaginários
que imitam e, ao mesmo tempo, ficam tão perto da realidade.
Ler poesias implica enxergar o que está nítido e claro e também desvendar o
misterioso escondido nas entrelinhas e que, muitas vezes, encontramos por meio do
sentido conotativo e de figuras de linguagem. Percebemos que na escola, o discente
ainda não consegue ver a poesia e descobrir sentidos mais profundos dela. É necessário
apresentá-la e trabalhar para que o aluno tenha uma experiência de sensibilidade e
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descubra o que a poesia quer marcar e sugerir: “É preciso ver e ouvir para além do
objecto, ir até o que ele significa, até ao que ele sugere” (COCHOFEL, 1980 p.97).
Lembrando que, dependendo da experiência de vida de cada aluno, as leituras também
são diferentes. Indo do superficial ao mais profundo do enxergar, dos enlevos e
sentimentos. Para mostrar toda essa riqueza e profundidade que a poesia traz, foram
escolhidos poemas da escritora Cecília Meireles.
Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 1901 e morreu na mesma cidade,
em 1964. Bem cedo perdeu os pais e foi criada pela avó materna. Três dos quatro avós
eram portugueses e seu primeiro marido também. Daí se explica a influência da
literatura lusa em sua vida. Casou-se duas vezes. A primeira em 1922, com o artista
plástico Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Ficou viúva e mais tarde,
1940, casou-se pela segunda vez com o agrônomo e professor Heitor Grillo. Leu,
estudou, foi professora, poeta, escritora, jornalista, organizou a primeira biblioteca
infantil e a partir de certa época de sua vida viajou para muitos países, regiões e culturas
diferentes. De tudo isso que viveu, algumas coisas que não escolheu e outras que
buscou, foi formando uma mulher interessantíssima, com olhares profundos e grande
sensibilidade para coisas, pessoas e fatos ao seu redor.
O perder e o passar muito rápido das coisas trouxe uma consciência de conseguir
cavar, buscar e segurar tudo que é essência, compensador e poético. As “circunstâncias
dramáticas que lhe envolveram nos primeiros tempos de vida foram, em grande parte,
causadoras do precoce desenvolvimento de sua consciência e do afinamento de sua
sensibilidade” (DMASCENO, 1975, p.11). Nos poemas de Cecília Meireles, o leitor
pode deparar-se com sua visão de mundo e agudeza de sensações, a brevidade da vida e
a consciência da transitoriedade, a musicalidade e o lirismo, porque o leitor é sempre
coautor do texto.
Na década de 60, do século XX, Hans Robert Jauss questionou os estudos que
havia sobre literatura (PARANÁ, 2008 p.58). Depois teorizou seus estudos. Hoje,
quando se fala em Estética da Recepção, associamos os nomes de Jauss e de Iser a ela,
embora coubesse ao último a denominada ‘teoria do efeito’ (Cf. PARANÁ, 2008, p.59).
Essas teorias não consideram apenas a obra e o autor, mas especialmente o leitor, que
passa a ser considerado como parte de um tripé. A recepção do leitor, na hora da leitura,
torna-se importantíssima e sem ela, segundo tais teorias, a obra não se realiza.
Jauss vai além e esclarece que a relação entre literatura e público não se resolve
no fato de cada obra possuir seu público específico, histórica e sociologicamente,
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definível de cada escritor, depende do meio, das concepções e da ideologia de seu
público (Cf. JAUSS, 1994, p.32).
Ler é, portanto, atribuir significados ao texto. Tais sentidos só são possíveis pela
compreensão e pela interação e diálogo entre leitor e texto, ou seja, “dar sentido a um
texto implica sempre levar em conta a situação desse texto e de seu leitor...”, e ainda, ...
“a leitura se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido” (MARTINS, 1994,
p.33). Um leitor competente sabe selecionar, dentre os textos que circulam socialmente,
aqueles que podem atender a suas necessidades, conseguindo estabelecer as estratégias
adequadas para abordar tais textos. O leitor hábil “tem capacidade de ler as entrelinhas,
identificando, a partir do que está escrito, elementos implícitos, estabelecendo relações
entre o texto e seus conhecimentos prévios ou entre o texto e outros textos já lidos”
(PCN, 1998, p.70).
Ao falar ou escrever, precisamos de colocações e palavras que vão além do
sentido real, limitado, do dicionário. Em tais momentos, para a nossa fala ter mais
expressão e ficar mais rica, precisamos utilizar outro sentido verdadeiro, mas é como se
ele viesse com outra roupagem, que leva a nossa mensagem para o receptor,
preenchendo toda lacuna que ficaria se usássemos do sentido comum.
Esse sentido mais rico e com mais recursos é o sentido conotativo; diferente do
sentido denotativo, que é o do dicionário, ele é muito mais rico e amplo em seus
alcances. Por isso, muitas vezes ele é usado nas poesias, músicas, nas falas do dia-a-dia
através de ironias, nas propagandas. E dentro deste sentido, que também chamamos de
sentido figurado, há uma divisão: que são as figuras de linguagem.
Figuras de linguagem são palavras que usamos no sentido conotativo. Quando
usadas apropriadamente, são palavras e expressões que dão vida, força, ênfase, colorido
e beleza ao texto e à fala. Neste projeto trabalharemos com comparação, metáfora,
metonímia, catacrese, onomatopéia, perífrase, prosopopéia, apóstrofe, antítese, ironia,
hipérbole, eufemismo e pleonasmo.
É importantíssimo o trabalho com elas porque desenvolvem o raciocínio, a
lógica, a sensibilidade e a visão de palavras e expressões que estão implícitas no texto e
que, muitas vezes, sem o conhecimento e o domínio das figuras de linguagem, a leitura
não se torna mais profunda e eficiente.
Para Luis A. Cadore (2003, p.36), as figuras de linguagem “ou de estilo são
modos de falar e escrever que dão mais beleza, graça e força à expressão”. E acrescenta
que ao estudá-las, não devemos nos limitar a decorar seus nomes apenas. É necessário
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“antes entendê-las, saborear-lhes o sentido conotativo e, o que é muito importante,
recolhê-las das nossas leituras literárias para depois empregá-las em nossa comunicação
escrita e oral”.
As figuras de linguagem são utilizadas exatamente quando as palavras comuns
não conseguem traduzir toda a gama de emoções e sentimentos do ‘eu’. Além disso, o
seu uso constitui uma ferramenta que corrobora na interação autor/obra/leitor. Trata-se
de um modo de sugerir em vez de traduzir.
Partindo das teorias que privilegiam o leitor como coautor do texto, Maria da
Glória Bordini e Vera Teixeira Aguiar, desenvolveram o Método Recepcional que é
dividido em cinco fases. Nele, o leitor tem um destaque, no momento em que lê e
aprecia a obra. A obra não existe por si só, tendo o mesmo aspecto e valor em cada
época, mas ela vai depender da bagagem de cada leitor, de seu horizonte de expectativa.
O texto quanto mais “difícil”, mais distante do que o leitor espera, mais
enriquecerá e alongará os limites de seus horizontes: “Quanto mais leituras o indivíduo
acumula, maior a propensão para a modificação de seus horizontes, porque a excessiva
confirmação de suas expectativas produz monotonia, que a obra “difícil” pode quebrar.”
(LOPES, 2006 p.85).
O trabalho com poesias em sala de aula colabora muito na formação do leitor.
Levando em conta o papel do leitor e a sua formação é que elegemos o Método
Recepcional para trabalhar com poesias de Cecília Meireles. Nele, o leitor tem liberdade
de compreensão e interpretação daquilo que lê. Suas experiências são consideradas e
seus horizontes de expectativas são valorizados. Por meio deste método, os alunos têm
maior facilidade de apreensão, porque são auxiliados no exercício que visa à ampliação
de seus conhecimentos. Através desse método, os horizontes de expectativas podem ser
modificados e alargados, fazendo do discente um leitor mais rico, crítico e sensível.
O Método Recepcional, proposto por Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de
Aguiar, é dividido em cinco etapas:
- Determinação do horizonte de expectativas
- Atendimento do horizonte de expectativas
- Ruptura do horizonte de expectativas
- Questionamento do horizonte de expectativas
- Ampliação do horizonte de expectativas.
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3.1. DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
(05 aulas)
Objetivos: - despertar no aluno o gosto pela leitura usada no sentido figurado a partir de
pequenos textos que são os ditos populares e provérbios;
- observar e sondar no aluno como ele recebe, lê e devolve com sua
assimilação e expressão a respeito destes textos;
- fazer a sondagem de como os estudantes recebem a poesia e interagem
com ela.
Na primeira etapa, será realizada uma sondagem para averiguar o que os alunos
conhecem ou já vivenciaram sobre textos que contemplem o sentido conotativo,
verificando seus interesses ou barreiras por temas ligados à emoção, transitoriedade,
existência humana, através de colocações que os envolvam afetivamente.
A primeira atividade consistirá em apresentar ditos populares e dizeres de
parachoques de caminhões e observar como os alunos compreendem o discurso. Os
ditos ou ditados populares estão presentes em muitas falas que ouvimos e lemos. Eles
fazem parte da fala cotidiana, de folhetos, gibis, propagandas, frases em caminhões. É
só irmos para a estrada que vemos muitos deles nas carrocerias de caminhões. Está
presente também na infância de muitos, pois os mais velhos sempre se expressam
através dos ditos. Os ditados populares podem ser uma ponte dentro de um trabalho
educacional, especialmente no que concerne ao trabalho de leitura de poesias e outros
textos maiores, mais profundos e às vezes até mais complexos. Mesmo que os leitores
não tenham total compreensão da profundidade do que é dito.
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a. DINÂMICA COM DITOS POPULARES
1o Passo
As salas de coletivo do CEEBJA, muitas vezes ficam em torno de dezoito a vinte
e cinco alunos. Não sendo este número tão alto, algumas vezes podemos até ouvi-los
individualmente. E é isso que faremos a seguir. Em cada papelzinho será escrito um
destes ditos populares. Ocuparemos de papéis, tanto quanto for o número de alunos.
Eis alguns ditados populares que serão trabalhados:
2o Passo
Em seguida, embaralharemos os papéis e cada aluno tirará o seu. Será dado um
tempo para cada um ler e pensar o que significa o enunciado e o que ele vai dizer.
• Antes tarde do que nunca. • Melhor um pássaro na mão do que dois voando. • Dize-me com quem andas e eu te direi quem és. • Pássaros da mesma pena andam juntos. • A pressa é inimiga da perfeição. • Águas passadas não movem moinhos. • Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. • A cavalo dado não se olha os dentes. • A fome é a melhor cozinheira. • Briga de marido e mulher, ninguém mete a colher. • Cada macaco no seu galho. • Cão que ladra não morde. • Cada um sabe onde lhe aperta o sapato. • Não cutuque a onça com vara curta. • Cada panela tem sua tampa. • Com o tempo tudo se cura. • Devagar se vai ao longe. • De milho em milho a galinha enche o papo, de tostão em tostão
faz-se um milhão. • De médico e de louco, todos temos um pouco. • Depois da tempestade vem a bonança. • Deus ajuda, quem cedo madruga. • É difícil agradar a gregos e troianos. • Em tempos de guerra não se limpam armas. • Macaco que muito pula quer chumbo. • Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. • Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto. • Patrão fora, dia santo na loja. • Quando o gato sai, os ratos fazem a festa. • Quem muito fala, dá bom dia a cavalos.
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Depois, pode ser em ordem da disposição de como estão sentados, cada um irá à frente
dizer para a turma o que o seu ditado quer dizer e até mesmo dar exemplos de situações
e circunstâncias que podem enriquecer aquele dizer. Dessa forma, cada um terá
oportunidade de interagir com o texto, ser responsável por sua própria voz e interagir
com a classe.
b. DINÂMICA COM PROVÉRBIOS
Sendo a Bíblia Sagrada um livro universal e que contempla, também,
provérbios, trabalharemos agora alguns deles que estão contidos no famoso livro da
sabedoria: Provérbios. Os provérbios selecionados para essa atividade são seis.
PROVÉRBIOS • Quem procura o bem alcança favor, mas ao que corre atrás do
mal, este lhe sobrevirá. • Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos
e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento.
• O que repreende o escarnecedor traz afronta sobre si; e o que censura o perverso a si mesmo se injuria. Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e ele te amará.
• A esperança que se adia faz adoecer o coração, mas o desejo cumprido é árvore de vida.
• O que trabalha com mão remissa empobrece, mas a mão dos diligentes, vem a enriquecer-se.
• A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto (BÍBLIA, 2009, p.1007, 1012, 1013, 1014, 1017, 1019, 1031)
A seguir, o trabalho será realizado em grupos, devido a esses provérbios
alcançarem um grau mais profundo de significação e algumas palavras serem mais
difíceis também. Dividiremos a turma em cinco grupos e cada grupo pegará um dos
provérbios que serão escritos em papéis e sorteados. Um sobrará e ficará de reserva.
Caso não precise, não será usado. Serão, também, distribuídos dicionários para as
equipes. A orientação é que os alunos de cada grupo leiam seu provérbio, escrevam nos
cadernos o que entenderam e anotem exemplos que queiram dar. Além disso, que façam
uma reflexão acerca do alcance dos provérbios para nossa vida.
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No final, cada representante de equipe, lerá em nome do grupo, as suas colocações.
Espera-se que a turma consiga interagir com a temática e os valores dos provérbios, que
reflitam sobre a luta perene entre o bem e o mal: vida e morte, diligência e preguiça,
sabedoria e tolice.
c. LEITURA DE TEXTO
Será realizada a leitura do poema Além da imaginação, de Ulisses Tavares
(2011, p.01).
ALÉM DA IMAGINAÇÃO
Tem gente passando fome. E não é a fome que você imagina entre uma refeição e outra. Tem gente sentindo frio. E não é o frio que você imagina entre o chuveiro e a toalha. Tem gente muito doente. E não é a doença que você imagina entre a receita e a aspirina. Tem gente sem esperança. E não é o desalento que você imagina entre o passeio e a casa. Tem gente sem dinheiro. E não é a falta que você imagina entre o presente e a mesada. Tem gente pedindo ajuda. E não é aquela que você imagina entre a escola e a novela. Tem gente que existe e parece imaginação.
Será realizada a leitura, primeiro silenciosamente, depois em voz alta pela
professora e, em seguida, também por um aluno. Então, será feito um momento de
reflexão sobre o que leram e ouviram. Depois ouviremos alguns alunos, que queiram
participar, exteriorizarem seus pontos de vista a respeito da temática da poesia.
Após, será passado um questionário para que seja respondido individualmente.
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1) Você gosta de ler e escrever? Justifique sua resposta.
2) O que é leitura para você?
3) Do que você mais gosta de ler?
4) Você já leu poesias? Comente.
5) Lembra de algum nome de poeta ou poetas?
6) O que você sabe sobre o gênero poesia?
7) Para você, há diferentes tipos e graus de sofrimentos?
Explique.
8) Como esta poesia fala a seu coração? Como você resume
a sua temática?
Esse questionário será recolhido, lido pela professora com o intuito de realizar
uma sondagem dos horizontes de expectativas dos alunos, para prosseguimento dos
estudos. O passo seguinte será uma breve discussão a respeito da temática do poema, na
qual toda a turma participará. Espera-se que os discentes percebam no poema a intenção
de denúncia das mazelas da sociedade, referindo-se à desigualdade que tanto paira sobre
nosso país. Pois o belo na poesia, algumas vezes, é conseguir enxergar o triste na vida e
denunciar.
3.2. ATENDENDO O HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
(04 Aulas)
Objetivos: Ler, refletir, assimilar e interagir com a música e a poesia dadas nesta
unidade, permitindo atingir as emoções e o intelecto.
Nessa etapa, depois de ter sido feita a sondagem acerca dos conhecimentos
relativos à poesia e da recepção de poemas, propomos as seguintes atividades no intuito
de atender o horizonte de expectativas.
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Os alunos entrarão em contato com letras de músicas para reflexão e interação
com a temática poética. As músicas serão trabalhadas em sala de aula. Primeiro, os
alunos ouvirão o CD, depois cantarão juntos. Em seguida, farão a leitura do texto e
refletirão sobre a beleza da letra e destacarão palavras e expressões referentes ao tema
do projeto.
EPITÁFIO
Devia ter amado mais
EPITÁFIO
Devia ter amado mais Ter chorado mais Ter visto o sol nascer Devia ter arriscado mais E até errado mais Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado As pessoas como elas são... Cada um sabe a alegria E a dor que traz no coração...
O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído
Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr Devia ter me importado menos Com problemas pequenos Ter morrido de amor... (...)
(Sérgio Brito/Titãs, 2011)
1ª Passo
Na sua opinião, quais as seis palavras que tem mais a ver com a música:
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Esperamos que as palavras escolhidas sejam: amor, arriscar, emoção, descansar,
vida, alegrias.
2o Passo
Será distribuída uma folha com exercício para cada um dos alunos.
GUERRA - PAÍS – AMOR – INTELECTO – ARRISCAR – ESTUDO –
JOIAS – ROUPAS – EMOÇÃO – DESCANSAR – VELOCIDADE –
MURO – VIDA – ALEGRIAS.
1) Leias as frases abaixo e assinale as seis que lembram a mensagem da música:
a) Medo é bom, pois nos traz sempre proteção. b) As emoções existem para ser vividas, mesmo com riscos. c) Complicar às vezes nos ajuda, pois nos faz ser diferentes. d) Ao nos estressarmos menos, saboreamos mais a vida. e) Vamos aceitar a vida com serenidade e vivê-la da melhor
forma possível. f) A preocupação não nos traz proteção, por isso podemos ser
mais leves diante da vida. g) Como é bom ter alguns inimigos! h) É bom não nos abrirmos muito em sentimentos, pois
podemos nos machucar. i) Cada pessoa tem seu jeito que adquire no decorrer da vida,
podemos aceitá-las como elas são. f) Fixemos mais nossa atenção nas coisas mais profundas da vida
e não nos pequenos problemas.
Esperamos que a resposta seja: b; d; e; f; i; j.
Após aplicação, correção e comentários das questões, voltaremos a ouvir e cantar
a música, saboreando a beleza que há nela, apreciando tanto a voz quanto a melodia
e a letra.
Os discentes farão a leitura de um poema de Cecília Meireles. Ler tal texto é
como adentrar em um mundo distante, trazendo vozes, pessoas e elementos da natureza
de um tempo já passado. Eis o poema
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A poesia será lida primeiro silenciosamente. Depois será questionado se alguém
não entendeu o significado de alguma palavra. Caso afirmativo, será explicado pela
professora ou por colegas que saibam. Será explicado pela professora quem foi Cecília
Meireles e em que época ela viveu e sua obra se situou. O poema será lido em voz alta,
uma ou duas vezes, por alunos.
1) Quais sentimentos você consegue enxergar no texto?
O TEMPO NO JARDIM
Nestes jardins- há vinte anos- andaram os nossos muitos passos,
e aqueles que então éramos se contemplaram nestes lagos.
Se algum de nós avistasse o que seríamos com o tempo,
todos nós choraríamos, de mútua pena e susto imenso.
E assim nos separamos, suspirando dias futuros,
e nenhum se atrevia a desvelar seus próprios mundos.
E agora que separados vivemos o que foi vivido,
com doce amor choramos quem fomos nesse tempo antigo.
(MEIRELES, 2003, p. 114)
AMOR SAUDADE ÓDIO DOÇURA PREGUIÇA
GUERRA INVEJA TERROR MELANCOLIA SUSTO
RECORDAÇÃO
Esperamos que a resposta contemple os sentimentos de amor, saudade, doçura,
melancolia, susto, recordação.
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2) A poesia se refere a um único tempo ou a mais tempos?
3) Quem você consegue imaginar que são os personagens da poesia?
4) O tempo passou... mas se o “eu” do poema conseguisse voltar no tempo,
mudaria alguma coisa para ser diferente o seu presente?
5) Você também, se voltasse no tempo, mudaria alguma coisa para ser diferente o
seu presente?
6) Leia novamente, em silêncio, a música e a poesia. Descubra qual o tema, ou
mensagens que predomina nas duas.
7) Escreva em folha separada, a qual será lida só pela professora, o que você quer
fazer: mudanças de pensamento, de atitudes, estudos, cursos, projetos de vida,
etc., que podem trazer mudanças favoráveis e que você sonha para sua vida.
Ao terminar essa parte, a intenção é que cada aluno consiga desvendar, nos dois
textos, a intenção do autor e fazer com que a leitura, de um modo geral, faça sentido
para cada um deles e acrescente novos conhecimentos e sentimentos. Que eles, de
acordo com seus horizontes, possa ter um “despertar”, permitindo-lhe mudanças e
passem a pensar num projeto de vida, fazendo hoje o que precisa agora e não deixando
para o amanhã.
3.3. ROMPENDO O HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
(12 Aulas)
Objetivos: - A pretensão é que através de conteúdos, explicações e atividades, o
aluno possa chegar mais perto da poesia, conseguir ter olhos mais
aguçados para ler e interiorizá-la, pois trabalharam e possuem
ferramentas para tal;
- conduzir os alunos a conhecer o sentido conotativo, diferenciando-o
do sentido denotativo;
- levar também a conhecer várias figuras de linguagem;
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- formar leitores atentos e capazes de estabelecer diálogos com os
textos.
Nessa terceira etapa temos a pretensão de trazer o conteúdo “diferente” para o
horizonte de cada aluno. No começo poderá haver uma estranheza a esse acréscimo de
conteúdo. Mas com explicações e atividades, aos poucos poderão assimilar os novos
conteúdos, dentro de um trabalho simples, mas coerente e possível. A intenção é que
aos poucos haja uma mudança em suas leituras de poesia: em alguns discentes menos,
em outros mais, mas que a nova matéria possa mexer com o interior de cada um.
As primeiras ferramentas que passaremos a trabalhar são o sentido denotativo e
conotativo das palavras.
Sentido Denotativo: É o sentido literal, do dicionário.
Ex: A fera está presa na jaula.
Sentido Conotativo: É o sentido figurado, até mesmo poético em alguns casos.
Ex: Meu pai é uma fera.
Explicar, questionando mais exemplos dados pelos alunos. Após passar a matéria e
explicação, entraremos nas atividades para fixação.
Analise as frases abaixo e coloque (D) para denotativo e (C) para conotativo:
1) Aquela mulher é uma biblioteca ambulante. ( )
2) Peguei este livro na biblioteca do CEEBJA. ( )
3) Esta menina é uma florzinha. ( )
4) Este homem tem um coração de pedra. ( )
5) Jesus é fonte de águas vivas. ( )
6) Comprei flores vermelhas para o vaso. ( )
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7) Cheguei em casa na boca da noite.( )
8) Machuquei meu pé batendo numa pedra. ( )
9) Já tomou água hoje? ( )
10) Comprei cinco dentes de alho. ( )
11) Eles aprontaram uma cachorrada com você. ( )
12) Minha vizinha é muito azeda. ( )
13) Nanci cortou a boca no copo. ( )
14) Sua visita aqueceu meu coração. ( )
15) Estela é uma menina muito cabeça. ( )
16) Estela está com dor de cabeça. ( )
O sentido conotativo é muito amplo e rico. Empregamos palavras e expressões
em sentido conotativo na nossa fala cotidiana, mesmo sem ter consciência disso. Além
do mais ouvimos outras pessoas empregarem-no. Agora vamos estudar para termos
mais consciência dessa riqueza que temos em nosso vocabulário.
A linguagem conotativa usa recursos de expressão chamados figuras de linguagem.
As figuras de linguagem dão vida, força, ênfase, colorido e beleza ao texto e à fala,
quando usadas apropriadamente.
Vamos conhecer algumas delas. O que nos ajudará a nos expressar melhor na fala, na
escrita e facilitará a nossa compreensão de textos literários: (Além das explicações
escritas e exemplos, a professora reforçará com explicações complementares e mais
exemplos).
- Comparação: Estabelece uma comparação entre dois elementos por meio de uma
qualidade que é comum aos dois. São ligados por palavras: como, tal qual, igual.
Ex: Minha tia é brava como uma onça.
- Metáfora: É uma comparação direta, sem a presença das palavras de ligação: como, tal
qual, igual.
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Ex: Minha tia é uma onça.
- Metonímia: É o emprego de uma palavra por outra, baseando-se numa relação
constante entre as duas.
Ex: Gosto muito de Agatha Christie. ( o livro)
Ganha o pão com o suor do rosto. (alimento/trabalho)
Cortou-se com uma gilete. (marca pelo produto)
- Catacrese: É o emprego impróprio de um termo (por não existir termo adequado para
designar certas ações, coisas ou qualidades).
Ex: Embarquei em um trem hoje.
Quebrei o braço da cadeira.
- Onomatopéia: É um recurso que consiste em imitar sons e ruídos próprios dos seres
por meio de palavras.
Ex: Delém, delém...é hora da missa.
- Perífrase (ou Antonomásia): É uma espécie de metonímia, porque implica a
substituição de um nome próprio por uma circunstância ou qualidade que a ele se refere.
Ex: O rei do futebol acaba de chegar. (Pelé)
A cidade-Luz continua bela e majestosa. ( Paris )
- Prosopopeia: Temos prosopopéia ou personificação quando atribuímos a animais ou
seres inanimados ações e sentimentos próprios do homem.
Ex: Lá em cima a lua assistia ao beijo dos enamorados.
- Apóstrofe: É a interpelação a alguém em meio ao discurso.
Ex: “Os espíritos errantes sobre a terra!” (Castro Alves)
- Antítese: Consiste no uso de palavras ou idéias de sentido contrário.
Ex: Entre o bem e o mal, escolhe o bem.
- Ironia: Depende do contexto, da expressão, dos gestos, da voz. Consiste em dizer o
contrário do que pensamos, geralmente em tom de zombaria.
Ex: Tirou zero na prova. Como é inteligente!
- Hipérbole: É o uso do exagero para reforçar uma ideia.
Ex: Já te expliquei isto mil vezes!
Chorou rios de lágrimas.
- Eufemismo: É o suavizar, o abrandar expressões duras e rudes.
Ex: Ele passou desta para uma melhor.
Dormiu o seu derradeiro sono.
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- Pleonasmo: É a palavra ou expressão redundante para dar mais ênfase na frase ou
ideia. Não se trata de pleonasmo vicioso.
Ex: Vi com meus próprios olhos aquela cena terrível.
1) Vimos e estudamos treze figuras de linguagem. Abaixo estão treze frases.
Reflita e faça a classificação colocando uma figura para cada frase:
1) A morte e a vida estão em tuas mãos. ( )
2) Sua calça tem a boca muito larga. ( )
3) Cuidado! E lê é perigoso como uma cobra. ( )
4) A onda vinha e beijava a areia do mar. ( )
5) Ó homens maus, por que não aprendem a viver? ( )
6) Ela está aqui há séculos te esperando. ( )
7) Andei com minhas próprias pernas aqueles dez quilômetros. ( )
8) Zum, zum...que inseto insistente! ( )
9) Como ele é trabalhador! Trabalha uma hora por dia. ( )
10) Você tirou dinheiro da minha bolsa indevidamente. ( )
11) Gosto muito de ouvir Roupa Nova. ( )
12) O rei da selva está chegando. ( )
13) Cuidado! Ele é uma cobra. ( )
2) Agora que você chegou aqui, já deve ter notado a riqueza e o grande uso das
figuras de linguagem. Neste exercício, fomos nos lembrando de alguns pedaços
de música em que ocorre o uso das figuras. A sua tarefa vai ser classificar qual
figura está sendo usada:
1) “Porque eu só vivo pensando em você...” (Henrique Cerqueira)_____________
2) “... Que as portas do seu coração se abrissem para eu te conquistar.” (Henrique
Cerqueira)_______________________________
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3) “Futebol sem bola, Piu-Piu sem Frajola, sou eu assim sem você.” (Claudinho e
Buchecha)____________________________
4) “... eu fico ali sonhando acordado, juntando o antes, o agora, o depois.” (Caetano
Veloso)____________________________
5) “Eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir/E me entrego corpo e alma pra
você...” (Roupa Nova)_________________________
6) “Palavras são iguais/Sendo diferentes.” (Titãs)_________________________
7) “Meu coração, sem direção, voando só por voar.” (Ivete Sangalo)____________
8) “Meu calhambeque, bip, bip,... quero buzinar meu calhambeque bip, bip, bip...”
(Roberto Carlos)______________________________
Em seguida será pedido que os alunos leiam o texto abaixo
TEMPESTADE
Suspiraram as rosas E surpreendidas e assustadas esconderam-se nos seus veludos. Não eram borboletas! Nem rouxinóis! Não eram pavões que passavam pelo jardim. De um céu ruidoso caíam essas grandes asas luminosas e inquietas. Relâmpagos azuis voavam entre os canteiros, retalhando os lagos. Tremiam veludos e sedas, e o pólen delicado, na noite violenta, alta demais, despedaçada, despedaçante. Ah, como era impossível suster a forma das rosas!
(MEIRELES, 2003, p.279)
Leia a poesia, algumas vezes, com muita atenção, silenciosamente. Depois leia em
voz alta, ouvindo a sua própria voz.
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1) Que elemento da natureza está acontecendo ali?
Resp: Tempestade. (As respostas não aparecerão para o aluno)
2) Transcreva o verso que mostra qual o horário que está acontecendo a tempestade
no jardim.
Resp: Na noite violenta.
3) Quem é mais afetada no jardim, nesta tempestade?
Resp: As rosas.
4) Quando a poeta diz “Suspiraram as rosas/e surpreendidas e
assustadas/esconderam-se nos seus veludos”, ela está usando de um recurso que
é uma das figuras de linguagem. Qual é?
Resp: Prosopopeia.
5) Essa figura é muito rica porque concede gestos, atitudes e sentimentos a seres
que não são próprios deles tê-los. Seja criativo e crie mais dois versos usando a
prosopopeia para as rosas deste jardim, dentro destas circunstâncias.
Resp: Esperam-se respostas tais como: As rosas empalideceram/As rosas foram
caindo com seus bracinhos enfraquecidos etc.
6) Transcreva o verso que mostra o elemento mais assustador desta tempestade e
que também ocorre a prosopopéia.
Resp: Relâmpagos azuis voavam entre os canteiros.
7) No poema também ocorre a metonímia, que é a troca de uma palavra por outra,
mas que existe uma forte relação entre elas. Copie este verso onde a rosa é
chamada por palavras que expressam sua roupagem.
26
Resp: Tremiam veludos e sedas,
8) Esse poema também nos faz pensar em tantas tempestades que podem nos
ocorrer e nos assustar. Se você estivesse passando por momentos difíceis, como
você gostaria de ser tratado?
Resp: Resposta pessoal.
DINÂMICA DA FIGURA/ATITUDE
a) Agora faremos uma dinâmica assim: Cada aluno vai escolher e ler apenas uma
atitude de sua resposta da questão de número oito. A professora vai escrevendo no
quadro e montando uma lista, sem ter nenhuma repetida. Caso houver resposta repetida,
transformaremos em apenas uma. No final, cada estudante copiará esta lista em seu
caderno, fará sua leitura em silêncio e ficará responsável, em colocar em prática em
algumas situações para com o outro.
b) Para terminar essa dinâmica, depois de internalizar o poema e chegar até aqui,
imagine, como num quadro, como é a cena da tempestade dessa poesia. Desenhe,
colorindo, no papel sulfite.
Durante essa atividade, será acordado com os alunos, que os trabalhos
(desenhos) realizados por eles, serão colocados em um varal ou mural na sala de aula.
Chamaremos a turma de Português, do ensino fundamental, e nossos alunos farão um
relato da atividade que foi realizada com o poema “Tempestade” de Cecília Meireles (
mais ou menos 30 minutos). Será uma pequena parcela em treinar/repartir
conhecimentos para uma turma que está antes deles. Todos contribuirão com sua parte:
leitura da poesia, comentários sobre a poeta, sobre o sentido conotativo, as figuras de
linguagem, as figuras que entram na poesia e os desenhos. Tal atividade pretende
romper uma possível timidez ou susto em expor/relatar conhecimentos em público.
3.4. QUESTIONANDO O HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
(04 Aulas)
Objetivos: - Levar o aluno a refletir e a demonstrar o que aprendeu sobre o
sentido conotativo, as figuras de linguagem e as usá-las para ler
poesias.
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Nessa etapa, os alunos, através de questionamentos e atividades, refletirão sobre
o que foi assimilado nas questões anteriores. Serão também realizados debates.
a) DINÂMICA DAS ESTROFES
Nessa atividade, dividiremos a sala em seis equipes, com mais ou menos quatro
alunos em cada equipe. Serão embaralhados seis papéis e cada equipe pegará um para
si. Em cada papel estará escrita uma estrofe de poesias diferentes de Cecília Meireles
(1997).
MOTIVO (1ª estrofe)
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
(MEIRELES, 1997, p.03)
DISCURSO (1ª e 2ª estrofes)
E aqui estou, cantando
Um poeta é sempre irmão do vento e da
água:
deixa seu ritmo por onde passa.
(MEIRELES, 1997, p.05)
ACEITAÇÃO (2ª estrofe)
É mais fácil, também, debruçar os olhos
no oceano
e assistir, lá no fundo, ao nascimento
mudo das formas,
que desejar que apareças, criando com teu
simples gesto
o sinal de uma eterna esperança.
(MEIRELES, 1997, p.14)
ALVA (3ª estrofe)
Caminhei tantos caminhos,
Tanto tempo e não sabia
como era fácil a morte
pela seta do silêncio
no sangue de uma alegria.
(MEIRELES, 1997, p.21)
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CORPO NO MAR (7ª estrofe)
Ah! Sobrevive o mar no meu ouvido...
“Marinheiro! Marinheiro!”
(MEIRELES, 1997, p.33)
ACONTECIMENTO ( 1ª ESTROFE)
Aqui estou, junto à tempestade,
Chorando como uma criança
Que viu que não eram verdade
O seu sonho e a sua esperança.
(MEIRELES, 1997, p.50)
Será pedido para que cada equipe trabalhe um tempo juntos, façam anotações
(cada um em seu caderno). Cada grupo, depois de ler várias vezes a estrofe, chegará à
conclusão, de que há figura de linguagem em sua estrofe. Depois, faremos um grande
grupo e cada grupo menor exporá suas conclusões, fazendo comentários. Espera-se que
consigam enxergar as figuras nos poemas: antítese, metáfora, hipérbole, apóstrofe,
pleonasmo e comparação.
b) DINÂMICA DAS CARTAS
A professora levará várias cartinhas, cada uma escrita um nome de figura de
linguagem que os alunos aprenderam. Ao todo são treze figuras estudadas. Então, é
claro que elas se repetirão nas cartas. Cada aluno tirará uma carta, contendo o nome de
sua figura de linguagem. A tarefa será montar uma frase, de preferência poética, e
também saber explicar a figura de linguagem.
Depois das atividades realizadas, será pedido que cada aluno vá à frente da
turma e faça seus comentários, sobre a dinâmica e sobre todo o processo, demonstrando
o que aprendeu das etapas anteriores.
3.5. AMPLIANDO OS HORIZONTES DE EXPECTATIVA
(07 Aulas)
Objetivos: - Pesquisar sobre Cecília Meireles e seus poemas;
- escrever poesia utilizando figuras de linguagem;
- ler e interagir com suas poesias e suas figuras de linguagem e poder
expressar, localizando e mostrando a função das figuras no poema.
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Enfim, chegamos ao final! Neste momento cada aluno já carrega dentro de si um
acréscimo de novos conteúdos, fazendo-os ter um novo olhar para a poesia, ditados
populares, provérbios, enfim, uma nova estrutura: estrutura esta que se tornou ampla e
sólida para enxergar e trabalhar o sentido conotativo.
Os discentes farão, nessa etapa, suas próprias pesquisas para ampliação dos
horizontes de expectativa. Serão encaminhados ao Laboratório de Informática do
colégio. Dependendo da quantidade de computadores, cada um ficará em uma máquina
ou de dois em dois. Será explicado que eles deverão entrar em sites já previamente
sugeridos, procurar no Google ou em outros optados por eles mesmos. Deverão ler
sobre Cecília Meireles, ver suas fotos, procurar suas poesias e lerem, tantas quantas
puderem (ou gostarem).
O objetivo é que leiam, observando a maneira de ela escrever: seus temas, suas
colocações, seus versos, além de procurar figuras de linguagem em suas poesias.
Quando precisarem, poderão perguntar e trocar ideas com a professora ou com os
colegas. Depois de várias leituras, será pedido que cada um copie em seu caderno uma
poesia que lhe agradou ou tocou mais e que contemple pelo menos uma figura de
linguagem.
Na próxima aula, em sala, cada um irá à frente, ou mesmo em seu lugar,
comentando o que entendeu da poesia, por que ela foi escolhida, o quê de mais belo tem
naquele poema, qual a parte tocante e significativa para ele, que figura aparece no
poema e qual sua função ali.
Será pedido a cada um que crie sua própria poesia usando uma figura de
linguagem. Pode ser com rima, sem rima, em forma de acróstico, longa ou curta. Serão
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vistas e corrigidas, no que for preciso, pela professora. Cada estudante se debruçará
sobre esta tarefa com esmero, dedicação e sensibilidade.
Quando estiver escrita, lida e corrigida, cada um dos alunos passará sua poesia
em pedaços de cartolina do tamanho do papel sulfite ou um pouco maior. Decorará a
cartolina com um desenho que combine com o tema da poesia. Os trabalhos serão
guardados para nossa última aula que será a NOITE da POESIA e da confraternização,
como coroamento de todo o trabalho vivenciado.
Cada um dos alunos e também a professora levarão para a sala de aula um prato
de doces, salgados ou refrigerantes para realizarem uma confraternização e celebrarem o
conhecimento. Os diretores, coordenadores e demais professores da escola serão
convidados para participa da festa. Esperamos ter uma noite cultural muito agradável. A
decoração da sala ficará por conta das poesias com desenhos feitos pelos alunos. Assim,
todos terão oportunidade de ler e apreciar as obras de arte.
Cada aluno lerá ou declamará a sua poesia, falando da figura de linguagem que
utilizou. Também receberemos nesta noite a visita do professor e poeta Adegilson
Parro, membro da AULA (Academia Umuaramense de Letras e Artes) que declamará
uma poesia de Cecília Meireles. Naquela noite, num pequeno sarau, encerraremos a
implantação do projeto na escola.
4. AVALIAÇÃO
As avaliações serão contínuas e no decorrer do processo. Em cada etapa
trabalhada será feita uma avaliação de acordo com o que foi trabalhado. E em alguns
momentos, as próprias atividades desenvolvidas com os alunos também serão materiais
para avaliação.
No final da implantação, a professora pedirá aos alunos para avaliarem as aulas e
a si próprios em relação aos novos conhecimentos.
31
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5. REFERÊNCIAS AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura: a formação do
leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
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BÍBLIA. 2a ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 3a ed., São Paulo; Cultrix,
1986.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
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CADORE, Luís Agostinho. Curso prático de português. 8a ed. São Paulo: Ática, 2003.
COCHOFEL João José. Iniciação Estética. 3ª ed. São Paulo: Publicações Europa,
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DAMASCENO, Darcy. Seleta em prosa e verso de Cecília Meireles. 2ª ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1975.
GOLDSTEIN, N. Versos, sons, ritmos. São Paulo: Ática, 1985.
ISER, Wolfgang. O ato da leitura. Vol.I. Trad.Johannes Kretschmer. São Paulo: Ed.34,
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JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação à teoria literária.
Trad. Sérgio Telaroli. São Paulo: Ática, 1994.
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LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6a ed. São Paulo:
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LOPES, Maria Aparecida Garcia. Gêneros Discursivos no Ensino de Leitura e
Produção de Textos. In: ACIR, Mário; GAYDECZAKA, Beatriz; BRITO, Karim S.
(Orgs). Gêneros Textuais: reflexões e ensino. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.
MARTINS, Helena Maria. O que é leitura? São Paulo: Brasiliense, 1994.
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32
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TAVARES, Ulisses. Poemas. Disponível em htpp//:www.brasilescola.com – Acesso
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