04 LACRÈME /PAPO VÍNICO
Senhoras e senhores...os Douro Boystexto Ricardo Ditchunfotos Divulgação
LACRÈME 05PAPO VÍNICO/
Demorou, mas eles vieram. Em São Paulo, dia 25 de ju-
lho, e no Rio de Janeiro, no dia seguinte, os portugue-
ses do Douro Boys apresentaram, pela primeira vez no
Brasil, seus múltiplos talentos para plateias lotadas de
jornalistas, críticos e fãs. Show de rock, pop, rockabilly,
fado? Nada disso. Os integrantes do Douro Boys são a
representação contemporânea da ancestral aventura de cinco grandes viníco-
las situadas ao longo do Douro, o importante rio que nasce na Espanha, corta
todo o norte de Portugal e deságua no Atlântico, junto às cidades do Porto e de
Vila Nova de Gaia.
A LACRÈME foi o único veículo de comunicação de Minas Gerais a parti-
cipar das degustações promovidas no Brasil. A paulistana foi realizada no Baby
Beef Rubaiyat Faria Lima. Entre brancos, tintos e Porto Vintage, foram provados
22 vinhos, selecionados pelos Douro Boys (João Ferreira, José Teles, Tomás
Roquette, Cristiano van Zeller e Francisco Olazabal) para representar suas res-
pectivas vinícolas: Quinta do Vallado, Quinta de Nápoles/Niepoort, Quinta do
Crasto, Quinta do Vale D. Maria e Quinta do Vale Meão.
Surgido em 2002 para promover os vinhos produzidos ao longo do Douro,
e também as muitas atrações enoturísticas da região, o Douro Boys roda o
mundo e, como sempre, esbanja bom humor. Cristiano van Zeller, proprietário
da Quinta do Vale D. Maria, explica que o objetivo do Douro Boys é fazer uma
“revolução tranquila”. “Queremos mostrar que a região oferece bem mais que
o vinho do Porto. A instituição do grupo significou apenas a formalização de
um desejo comum que já existia e que agora se tornou uma ferramenta de
marketing. Além de levar muitas informações sobre os vinhos do Douro, nossas
viagens também proporcionam muita diversão (risos).”Entre os participantes da masterclass paulistana estavam os jornalistas
Alexandra Corvo, Dias Lopes, Jorge Carrara, Suzana Barelli e Alexandra Forbes,
além dos sommeliers Manoel Beato (Fasano), Gabriela Monteleone (D.O.M.), Jô
Barros (Dui) e Rafael Goulart (Le Marais Bistrot).
· O Douro na proximidade da Quinta do Vale Meão, uma das
cinco vinícolas que formam o grupo Douro Boys
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Entre os vinhos oferecidos para degustação pelas cinco vinícolas da
região do Douro destacam-se o icônico Redoma Reserva Branco 2009, da
Niepoort; o impagável tinto CV – Curriculum Vitae 2008, da Quinta do Vale D.
Maria; o intenso tinto Meandro 2008, da Quinta do Vale Meão; o tinto Quinta
do Vallado Reserva Field Blend 2008; o elegante varietal Touriga Nacional
2009, da Quinta do Crasto; o equilibradíssimo tinto Charme 2007, da Niepo-
ort; e, para fechar a noite em grande estilo, o Porto Vintage 2009, da Quinta
do Vallado.
Vinhos que representam a safra 2008 também apareceram com distin-
ção no evento. Este ano, na avaliação dos cinco produtores, foi excepcional.
Segundo Francisco Olazabal, da Quinta do Vale Meão, 2008 dificilmente vai
se repetir na história da vinicultura da região do Douro: “Foi um ano muito
fresco, com uma temperatura extremamente suave. Os vinhos desta safra,
por isso, têm apresentado um notável grau de refinamento, quase sempre
com um excelente potencial de envelhecimento”. Abaixo, as informações bá-
sicas sobre cada vinho degustado:
O Douro em22 lições
· Vista parcial do ambiente de guarda em tonéis da
Quinta do Vallado
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. Produtores de vinhos da região do Douro costumam dizer que o clima
local é dividido em nove meses de inverno e três de inferno. O solo também
não ajuda, pois é caótico e repleto de pedras, sobretudo o xisto. Apesar dis-
so, a produção apresenta uma peculiar diversificação de sabores com bom
potencial de envelhecimento;
. Em 2007, para celebrar o 5º aniversário de criação do Douro Boys, os
enólogos da cinco vinícolas criaram um vinho especial: Douro Boys Cuvée
2005. O vinho é um corte com os melhores barris colhidos em 2005 e repre-
senta a alma do Douro;
. A criação do Douro Boys, em 2002, foi uma ação estratégica para
fomentar a produção e a venda dos vinhos oriundos da região. Até 2010, as
cinco vinícolas apresentam números crescentes, como o do total de hectares
ocupados com vinhedos, de 240 para 526 (crescimento de 119%), e o de gar-
rafas produzidas, de 460 mil para 2,3 milhões (incremento de 400%);
. As castas predominantes na região são: Tinta Amarela, Tinta Barroca,
Tinta Roriz, Touriga Francesa, Touriga Nacional e Tinto Cão (tintas) e Malvasia
Fina, Viosinho, Donzelinho, Rabigato, Moscatel Galego e Gouveio (brancas);
. A Quinta do Crasto, uma das vinícolas que formam o grupo Douro Boys,
aparece mencionada em documentos que datam de 1615.
Segredos do Douro
Preços sujeitos a variações
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