SEMINÁRIO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: SUJEITOS, TEMPOS, ESPAÇOS
E SABERES
Monica Ribeiro da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁOBSERVATÓRIO DO ENSINO MÉDIO
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1. O ENSINO MÉDIO, SEU CURRÍCULO, SUA HISTÓRIA2. OS SUJEITOS: JOVENS, NÃO TÃO JOVENS, SER PROFESSOR E SER ALUNO DO ENSINO MÉDIO EM UM CENÁRIO DE DESIGUALDADES E (A)DIVERSIDADES3. AS POLÍTICAS CURRICULARES: A EXPERIÊNCIA DO PROEMI4. E OUTRAS AÇÕES DA POLÍTICA PÚBLICA: O ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO; O PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO; O CURRÍCULO DITADO PELAS AVALIAÇÕES E PELOS RESULTADOS; DISCURSOS E PROJETOS: A RETÓRICA DA (NECESSIDADE) DE REFORMULAÇÃO: A AÇÃO DO “EMPRESARIADO”; O PL 6840/20136. O CURRÍCULO E O DEBATE SOBRE CONHECIMENTO E CONHECIMENTO ESCOLAR
INTERLOCUÇÕES PARA PENSAR O CURRÍCULO DO ENSINO
MÉDIO
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UM ENSINO PARA POUCOS; PARA FORMAR AS “ELITES DIRIGENTES”
O RECONHECIMENTO TARDIO - O DIREITO À EDUCAÇÃO E O ENSINO MÉDIO COMO “EDUCAÇÃO BÁSICA” AINDA QUE NÃO OBRIGATÓRIO – 5 milhões entre e 15 e 17 anos que não estão no ensino médio
UM CURRÍCULO MARCADO PELA FRAGMENTAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
O DEBATE SOBRE A “IDENTIDADE” E SOBRE A “DUALIDADE” O FRÁGIL ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR: “preparar para o
vestibular” A FORMAÇÃO TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO: “preparar para o mercado”
OU “preparar para o mundo do trabalho”
O ENSINO MEDIO, SEU CURRÍCULO, SUA HISTÓRIA
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-O Seminário Nacional do Ensino Médio Integral – Construindo um ensino médio para todos no Brasil: a(s) juventude(s) como “referente permanente para pensar as políticas para o ensino médio”
Os jovens e os Sentidos da escolaUniversalização Abandono e PermanênciaCrescimento da matrícula e Distorções na oferta
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Sujeitos: “a juventude não é apenas uma palavra”
Pensar as políticas e práticas do Ensino Médio a partir dos sujeitos (jovens e adultos) que cursam a última etapa da educação básica, considerando sua diversidade e necessidades;Conhecer as razões do abandono escolar, particularmente do Ensino Médio Noturno, com vistas à sua contenção e ampliação do acesso com permanência e conclusão;Aproximar a formação inicial e continuada de professores das demandas e especificidades da última etapa da educação básica bem como dos dispositivos normativos que a regulamentam;Rever a organização curricular do Ensino Médio – saberes, tempos e espaços, com vistas a atender às necessidades dos que hoje estão na escola pública; do mesmo modo, há necessidade de rever a avaliação (feitas pela escola e pelo Estado);Adequar a estrutura física das escolas (equipamentos, laboratórios, climatização, quadras poliesportivas) às exigências de uma educação com qualidade social;Ampliar a produção de conhecimento acerca das relações entre juventude(s) e ensino médio, bem como das particularidades quando se trata do público da EJA;Instituir políticas e práticas de valorização da permanência dos jovens na escola;
Conclusões do Seminário Nacional Ensino Médio Integral: indicativos para a política
educacional Brasília, DF – junho 2012.
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Há uma diversidade de currículos e concepções relativas ao Ensino Médio no Brasil, com poucos elementos de unidade ou questões que consigam dar às políticas para essa etapa de ensino alguma identidade. Mesmo havendo normativas nacionais, as políticas efetivam-se nos estados em relação com a característica de cada governo e mesmo das escolas, de maneira que podemos falar em Ensinos Médios – ou de Ensino Médio no plural
Seminário Nacional Ensino Médio Integral: Conclusões a partir da participação nas Oficinas
com relatos de experiências das escolas
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“O Programa Ensino Médio Inovador tem a finalidade de estabelecer mudanças significativas nas escolas públicas de Ensino Médio, com a intenção de ampliar o acesso e a permanência dos estudantes, conter o abandono e a não aprendizagem e assegurar, para o maior contingente possível da população brasileira, a conclusão da escolarização básica. Tendo em vista esses objetivos os enunciados do ProEMI apontam para a necessidade de inserção de componentes pedagógico-curriculares que assegurem maior sustentabilidade das ações das escolas e reconhecem a importância de uma organização curricular que possa fomentar as bases para uma nova escola de ensino médio. (ProEMI, 2009)”
* Versões dos Documentos Orientadores: 2009; 2011; 2013; 2014
As políticas curriculares: O ProEMI
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O SENTIDO DO “INOVADOR”
Qual seria a interpretação da escola com relação ao sentido de “inovador”?
na maioria das vezes, para a escola, “inovador” significa qualquer ação e/ou conteúdo que se diferencie do que é “comum”, clássico do trabalho pedagógico.
Estão destacados a seguir exemplos presentes nos PRC das escolas e que são mencionadas como propostas e ações inovadoras
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TEMPO
Ampliação do tempo de permanência do aluno na escola: a ampliação do tempo por si só é considerada inovação
as atividades decorrentes dessa ampliação não necessariamente mostram vinculação com os princípios e proposições sugeridos pelo ProEMI, como elemento propiciador de maior integração curricular e resignificação da experiência escolar
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Espaço
Atividades isoladas realizadas fora do espaço escolar são consideradas inovadoras, por exemplo: visitas aos museus, parques, outras instituições, ainda que não estejam em articulação com as práticas curriculares consideradas “convencionais”.
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Saberes/conteúdo
Assuntos diversos que são considerados conteúdos de várias disciplinas (como forma de trabalho interdisciplinar) e/ou são trabalhados em atividades de contraturno são consideradas inovações, ainda que realizadas de forma esporádica e sem articulação com o currículo “convencional”;
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Questionários dirigidos a gestores e a professores das 2006 escolas em todas as unidades da federação que haviam feito adesão ao ProEMI até março de 2013 por meio de e-mail e correio convencional;
Retorno: 867 questionários respondidos por gestores e 1282 questionários respondidos por professores (em algumas escolas mais de um professor respondeu);
O percentual de respostas varia conforme o estado e a região: na região Sul, 64,62% das escolas respondeu aos questionários; na região Sudeste, 51,71%; na região Nordeste, 40,03%; na região Centro-Oeste, 36,66% e; na região Norte, 29,97%.
Dentre os fatores que explicam uma menor incidência de respostas nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, está o acesso mais restrito das escolas dessas regiões ao serviços de internet banda larga e mesmo correio convencional.
A implantação do ProEMI: o que dizem gestores e professores
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Maior participação ou envolvimento de alunos (432 respostas – 50%) Melhor desempenho ou aprendizagem de alunos Mudanças relacionadas aos professores: envolvimento, participação,
questões ligadas ao ensino Mudanças relacionadas aos saberes escolares como conteúdo do currículo Mudanças na infraestrutura: recursos didáticos, pedagógicos, estrutura
física da escola, laboratórios Mudanças na noção/organização do tempo dentro do currículo Mudanças na noção/organização do espaço dentro do currículo Mudanças relacionadas à comunidade escolar Diversificação das práticas pedagógicas Maior permanência ou menor abandono de alunos Mudanças e impactos negativos nos processos escolares (2,1%) Mudanças e impactos positivos não descritos Ausência de mudanças (2,1%)
Gestores: mudanças ocorridas na escola
relacionadas ao ProEMI
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Questionário dirigido aos Professores: 4 questões
abertas
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Identificação (disciplina ou área em que atua) 1) Conhecimento acerca de experiências
curriculares diferenciadas resultantes do ProEMI 2) Relato de pelo menos uma experiência
protagonizada como professor a partir das ações do ProEMI;
3) A contribuição do ProEMI no que se refere ao enfrentamento de dificuldades do ponto de vista pedagógico
4) Se conhece os documentos orientadores do ProEMI
A pesquisa exploratória levou à definição de uma hipótese que orientou a leitura e análise de conteúdo de cada questionário, agrupados inicialmente por estado. A hipótese foi assim enunciada:
“Predominam atividades, projetos e oficinas desarticulados da base curricular estruturada em disciplinas; esta base curricular permanece inalterada”
Professores: resultados mediante o procedimento de análise de
conteúdo
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Do total de questionários respondidos, apenas 16,61% não confirma a hipótese. As regiões que mais se aproximam das propostas do ProEMI são o Sul e o Nordeste, nesta ordem;
A hipótese é confirmada em 46,65% dos questionários respondidos. O número mais expressivo de experiências que se distanciam das proposições do ProEMI está na região Sudeste, seguida pela região Centro-Oeste e pela região Norte;
36,04% das respostas não ofereceram elementos suficientes para análise ou categorização;
Professores: resultados mediante AC
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Os estados que possuem ProEMI/PJF são os que mais se distanciam das proposições presentes nos documentos orientadores do ProEMI, conforme evidenciado na fala dos professores, especialmente Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul e Pará
Professores: resultados mediante AC
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Estado que mais se aproxima das propostas do ProEMI: a Paraíba, em todas as categorias definidas para análise: sujeitos, tempos, espaços e organização do conhecimento escolar.
Uma ação que se destaca é o planejamento coletivo semanal e por área de conhecimento.
Os professores apontam melhoria no rendimento escolar com redução dos índices de reprovação e abandono e o fortalecimento da autonomia e senso crítico dos estudantes.
Professores: resultados mediante AC
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Independentemente da confirmação ou não hipótese, isto é, das escolas se aproximarem mais, ou menos, das proposições do ProEMI, as respostas dos professores (e dos gestores) levam a concluir que o estudante se constitui no grande beneficiário das mudanças derivadas do Programa, pois em todos os casos se afirma, com uma conotação positiva, que houve mudança de atitude dos jovens com relação à escola
“[...] os alunos se tornam mais participativos e envolvidos com a escola, proporcionando uma proximidade que humaniza e consequentemente faz com que esse aluno sinta sua importância no ambiente escolar, o que pode ser percebido no melhoramento das notas e participação nas aulas do ensino regular.”
Professores: resultados mediante AC
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Os dados coligidos confirmam que há um predomínio de atividades, projetos e oficinas não necessariamente articulados ou integrados à base curricular estruturada em disciplinas e que os macrocampos são percebidos como atividades ou conjunto de atividades e não como possibilidades de integração curricular
Observa-se uma configuração “dupla” – um currículo/escola convencional e outro currículo/escola que se diferencia. Isso resulta na/da compreensão do ProEMI como uma ação separada da estrutura curricular da escola e que se distancia dela pelas lógicas de organização dos sujeitos, dos tempos, dos espaços e do conhecimento propiciadas pelo Programa.
Professores: resultados mediante AC
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E OUTRAS AÇÕES DA POLÍTICA PÚBLICA
O ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO DO RIO GRANDE DO SUL;
O PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO;
O CURRÍCULO DITADO PELAS AVALIAÇÕES E PELOS RESULTADOS;
DISCURSOS E PROJETOS: A RETÓRICA DA (NECESSIDADE) DE REFORMULAÇÃO: A AÇÃO DO “EMPRESARIADO”; O PL 6840/2013
O CURRÍCULO E O DEBATE SOBRE CONHECIMENTO E CONHECIMENTO ESCOLAR
A nanotecnología é a manipulação dos materiais na escala atômica ou molecular; é aplicação da nanociência em campos diversos que trabalham com materiais que vão de 1 a 100 nanômetros. Um nanômetro é um bilionésimo de metro, ou um milionésimo de milímetro . Um cabelo humano, por exemplo, pode ter 100.000 nanômetros de espessura. A nanotecnologia traz a possibilidade de fabricar materiais e máquinas a partir do reordenamento de átomos e moléculas em nanoescala. => isso implica na fusão de vários campos disciplinares
QUAL CURRÍCULO/QUAL CONHECIMENTO ?
“O currículo tem que levar em consideração o conhecimento local e cotidiano que os alunos trazem para a escola, mas esse conhecimento nunca poderá ser uma base para o currículo. A estrutura do conhecimento local é planejada para relacionar-se com o particular e não pode fornecer a base para quaisquer princípios generalizáveis. Fornecer acesso a tais princípios é uma das principais razões pelas quais todos os países têm escolas”. (YOUNG, Michael. Para que servem as escolas. 2007, p. 13)
Observatório do Ensino Médio
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