1Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Fevereiro
Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
2012
Sementes de Esperança
2 Sementes de Esperança | Fev12
Intenção Geral
Acesso à água
Para que todos os povos tenham acesso à água e aos recursos necessários ao sustento quotidiano.
Intenção Missionária
Profissionais da saúde
Para que o Senhor sustente o esforço dos profissionais de saúde das regiões mais pobres no serviço aos doentes e aos idosos
Intenção Nacional
Pelas mulheres de Portugal
Para que não percam o sentido da sua dignidade e de responsabilidade nesta hora histórica da nossa vida colectiva como nação e não se deixem seduzir pelas miragens do lucro fácil que a sua condição feminina pode facultar.
SEMENTES DE ESPERANÇAFolha Mensal de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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PERIODICIDADEIMPRESSÃOPAGINAÇÃO
Fundação AIS, Rua Prof. Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 LisboaTel.: 217 544 000, [email protected], www.fundacao-ais.ptP. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Félix Lungu© Fundação AIS; Mapas © GEOnextVaticano. Relatório 2010 - Liberdade Religiosa no MundoGratuita, mediante simples pedido11 Edições AnuaisGráfica ArtipolJSDesign
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Intenção de Oração do Santo Padre
3Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Vivemos tempos complexos e hoje espe-
cialmente marcados pela crise, que diz
respeito directamente aos aspectos mais
materiais da nossa vida pessoal e colectiva,
as questões da economia, dos mercados, da
especulação financeira. Ainda recentemen-
te uma professora universitária brasileira
que conheci num Congresso na Roménia,
em Outubro passado, sobre o matrimónio
nas grandes religiões monoteístas, e que
estava de visita a Portugal, me dizia que
os seus familiares que aqui residem vivem
muito atribulados e sem esperança, por
causa das grandes dificuldades que estão a
passar; e muitos brasileiros estão a regres-
sar ao Brasil, considerando que afinal a
esperança que tinham depositado nas
possibilidades que poderiam encontrar em
Portugal foram goradas e por isso tiveram
de regressar, agora que a economia brasi-
leira se encontra em pleno florescimento.
Sentimos todos que a crise é global, e
as agências de notação financeira como
que se divertem neste jogo de altos e
baixos, de classificações, determinando o
lugar que cada país está a ocupar, sendo
que, no nosso caso já estamos quase no
lixo. Lembrei-me do que me aconteceu
quando era criança e frequentava a 3ª
classe. Porque não tinha estudado bem a
lição, um texto de leitura sobre o Mosteiro
da Batalha, fui numa aula desclassificado
e colocado pelos colegas que nessa aula
me superaram no cesto do lixo, o lugar na
sala reservado aos alunos cuja prestação
escolar só assim poderia ser classificada.
Cair no cesto do lixo foi rápido e relativa-
mente fácil; sair de lá é que foi um cabo
dos trabalhos e que exigiu da minha parte
um esforço enorme, porque a concorrên-
cia entre os alunos já naquele tempo era
muito forte e foi preciso muito tempo para
que conseguisse não só sair do cesto do
lixo, mas também alcançar um lugar mais
adequado ao meu esforço e real saber.
No caso das agências de notação finan-
ceira foi-me dito que elas são financiadas
pelos próprios países que analisam e clas-
sificam. Não percebo muito destas coisas,
devo dizer. Mas se assim é e se declaram
que Portugal está nesta condição de não
poder honrar os seus compromissos, então
o que devia fazer era mesmo deixar de
lhes pagar.
Quando a pessoa é degradada a objecto de troca ou de aluguer
Reflectir
4 Sementes de Esperança | Fev12
Mas eu próprio penso que é muito mais grave a crise que estamos a viver; é uma crise de sentido, de valores, é uma crise de humanidade. Parece que se perdeu a noção da dignidade e que tudo se pode comprar ou vender, tudo, mesmo a pessoa, pode ser objecto de troca e de negócio. É o caso entre nós da questão em torno das barrigas de aluguer. Então a mulher já pode vender-se ou alugar-se, em parte ou no todo? Surpreendeu-me até certo ponto, quando soube, o resulta-do do inquérito que foi feito – sabe-se já com que critérios de objectividade – sobre este tema a adolescentes e a estudantes universitárias, a preparar o ambiente para a proposta legislativa sobre este tema, que uma percentagem muito elevada das entrevistadas concordava com este aluguer de barrigas e que estaria mesmo disposta a entrar neste negócio. Além disso, fiquei verdadeiramente admirado com o silêncio (pelo menos não ouvi nada sobre este tema) de quem, em nome do seu patriótico catolicismo, deu a cara pela supressão dos feriados religiosos - uma causa de tal grandeza que justifica um lugar parlamentar -, e nada tenha feito ou declarado sobre este tema das barrigas de aluguer, um tema verdadeiramente merecedor, porque fracturante da digni-dade da pessoa, neste caso da mulher,
que é degradada a objecto de troca ou de aluguer, numa época de asfixia do espíri-to, na qual a crise financeira tudo justifica.
Como é urgente que se recorde o tema da tentação de Adão e de Eva que a Escritura narra, de quererem apoderar-se do fruto da árvore da vida e que por isso mesmo foram expulsos do paraíso, e as portas guardadas por querubins. Este relato bíblico tem uma potencialidade simbólica enorme para os nossos dias. E aquela outra palavra que o Senhor cita respondendo à tentação satâni-ca: nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Ou a palavra de S. Paulo que exorta os cristãos a não profanarem o próprio corpo, porque é o templo do Espírito Santo.
Há limites que não se podem ultrapassar. Estas medidas fracturantes, fracturam não a sociedade, mas os próprios que as pro-põem, defendem ou aprovam e sobretudo quem as pratica. É urgente que as nossas consciências meio adormecidas despertem para a nossa responsabilidade e para as contas que havemos de dar não só diante do tribunal da história, mas sobretudo diante do tribunal de Deus, sob cujo juízo nos encontramos.
P. José Jacinto Ferreira de Farias, scjAssistente Eclesiástico da Fundação AIS
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5Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Favorável à liberdade religiosa, a
Indonésia confronta-se hoje com ata-
ques terroristas que põem em causa o
equilíbrio existente entre muçulmanos e
cristãos. Há violência denunciada pelas
autoridades religiosas num clima de
inquietação económica e política.
A tensão sobe. Desde o ano 2000 que
a Indonésia sofre atentados terroristas
muçulmanos que fizeram dezenas de
mortos (o atentado à bolsa de Jacarta
no ano 2000, o atentado em Bali em
2002, etc.). As eleições presidenciais
de 2004 pareceram apaziguar o país.
Mas, desde 2009, a violência, nome-
adamente contra os cristãos, aumentou
sensivelmente.
Um relatório revela que 216 casos de
violação da liberdade religiosa foram
registados em 2010 e, na sua maioria,
tiveram como alvo os cristãos. Um
aumento de quase 10% em relação a
2009. Neste país com 17.000 ilhas, as
numerosas etnias e religiões tinham
encontrado um modo equilibrado de
convivência, desde 1949, com um
sentimento nacional e real e uma
Constituição que reconhecia, oficial-
mente, as seis religiões dominantes
A caminho do fundamentalismo islâmico?
Superfície 1 904 569 Km2População 240 milhões de habitantes
ReligiõesMuçulmanos 79 %Cristãos 11,8 % Animistas 2,6 % Outros 6,6 %
Cristãos 29.085.930Católicos 6.881.000
Língua oficial Indonésio (742 línguas e dialectos diferentes)
Indonésia
6 Sementes de Esperança | Fev12
no país: o Islão, o Protestantismo, a
Igreja Católica Romana, o Hinduísmo,
o Budismo e o Confucionismo. Se bem
que a grande maioria dos indonésios
seja muçulmana, as Igrejas Católica e
Protestantes tinham e, ainda têm, boas
relações com as autoridades muçul-
manas. Todavia, nestes últimos anos,
o marasmo económico e a debilidade
governamental abriram espaço às cor-
rentes fundamentalistas muçulmanas
que, com inquietação, os cristãos vêem
crescer com toda a impunidade.
AUMENTO DA VIOLÊNCIA
FUNDAMENTALISTA
Em Fevereiro de 2011, uma avalan-
che de violência muçulmana sacu-
diu a Indonésia: ataques contra os
Ahmadis, muçulmanos supostamente
heréticos, e, dois dias mais tarde, na
região de Java-Centro, três igrejas
profanadas e dois cristãos alvo da
violência duma multidão em fúria,
depois da condenação, considerada
“leve”, dum cristão acusado de pro-
-selitismo e de blasfémia…
Os meses seguintes trazem cada vez
mais provas da vontade de certos muçul-
manos implicarem com os cristãos e
com os muçulmanos muito moderados:
pacotes armadilhados, pressões sobre
as autoridades locais para encerrarem
os locais de culto cristãos (mais de
50 edifícios encerrados desde 2010),
celebração do “martírio” de Osama Bin
Laden e apelo à jihad contra “os infiéis
que mataram um grande defensor do
Islão”, perturbação das reuniões cristãs
e desejo de os amedrontar, etc.
As autoridades cristãs e muçulma-
nas condenam estes factos e denun-
ciam a passividade do Governo face a
estas “acções contrárias à constitui-
ção indonésia”.
Em Setembro, a violência sobe de
tom. Aquando do funeral dum taxista
muçulmano, em Ambon, corre o boato
que fora atacado e morto por cristãos.
É a faísca que faz rebentar a pólvora
na capital das Molucas, fazendo três
mortos e sessenta feridos entre os
cristãos. Depois deste acontecimento a
polícia anti-motim acalmou a cólera da
Indonésia
7Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
comunidade muçulmana e os respon-
sáveis religiosos fazem o possível por
acalmar os ânimos. Há comunicados de
paz espalhados pelas igrejas, mesquitas
e escolas de Ambon, mas os integristas
islâmicos declaram-se prontos a enviar
milícias para as Molucas exortando os
muçulmanos de Ambon a “despertar”
e prometendo-lhes todo o apoio neces-
sário tal como “novos soldados para a
jihad”… A situação está estabilizada e
o Núncio Apostólico, D. Filippazzi, que
esteve presente de 15 a 18 de Outubro
nos 100 anos da evangelização das
Molucas, afirma que a sua visita decor-
reu “no meio da alegria da população
cristã e muçulmana”.
Os habitantes de Ambon querem a
paz inter-religiosa, mas será que não
mudam de opinião se os extremistas
exacerbarem a tensão? D. Leteng,
bispo de Ruteng, está de sobreaviso
em relação a uma evolução recente
que observou em várias ilhas: o apa-
recimento de “fanáticos religiosos”
vindos de outras ilhas, tais como Java,
que incitam os muçulmanos locais a
uma maior agressividade. A acrescen-
tar a isto há o proselitismo de alguns
protestantes fundamentalistas que
suscita a cólera dos muçulmanos. Nesta
região Java-Centro, província onde as
diversas comunidades religiosas vivem
em boa harmonia, um atentado suicida
fez dois mortos numa comunidade pro-
testante de Solo, no passado dia 25 de
Setembro. Este novo ataque anti-cristão
chocou as pessoas e a opinião pública
parece estar cansada das promessas do
Governo que não se concretizam. Os
comentários na Internet e nos media
não param. Põe-se uma questão:
“Quem pode ter interesse em reavivar
hoje as tensões inter-comunitárias?”
Oração
Para que os muçulmanos indonésios não
se deixem influenciar pelo fanatismo que
tem como objectivo instaurar um reinado
de ódio e violência, Senhor nós Te pedimos.
PRESERVAR A PAZ A TODO O CUSTO
Hoje em dia, a polícia garante a
segurança de todos os lugares de
culto cristãos da Indonésia. A palavra
de ordem para os fiéis é: “Não ceder
às provocações.” “Devemos estar
atentos aos que espalham o ódio
e trabalham para a destruição da
8 Sementes de Esperança | Fev12
nossa fraternidade”, lembrava o Rev.
Ruhulessin, chefe do sínodo da Igreja
Protestante das Molucas.
O P. Magnis-Suseno, jesuíta naturali-
zado indonésio desde 1977, tem espe-
rança: “A Indonésia atravessou fases de
euforia e, por vezes, de tragédias incrí-
veis. Mas sempre superou tudo. Os cris-
tãos, especialmente os católicos, nunca
tiveram tão boas relações pessoais
como hoje com os chefes muçulmanos
mais importantes. A reconciliação tem
uma dimensão histórica na Indonésia e,
deste ponto de vista, as Igrejas deram
e darão ainda durante muito tempo
uma contribuição especial.”
Uma delegação da influente
“Associação dos estudantes muçul-
manos da Indonésia” (mais de um
milhão de membros) foi a Roma, no
princípio de Setembro, para convidar
o Papa Bento XVI a visitar a Indonésia
em 2012. O Papa convidou os bispos
indonésios, em visita ad limina a Roma,
no princípio de Outubro, a continuar o
seu trabalho de paz para “ultrapassar
a incompreensão e a desconfiança”. A
paz é verdadeiramente desejada pela
população e pelos responsáveis reli-
giosos e, de momento, as provocações
extremistas estão controladas, apesar
das vítimas e dos estragos materiais.
Mas, com a debilidade do poder polí-
tico, se a pobreza aumentar os funda-
mentalistas muçulmanos terão bons
motivos para manipular a população
faminta e pôr o país a ferro e fogo…
Oração
Para que os cristãos recordem as pala-
vras e promessas de Cristo e as inscre-
vam no coração, Senhor nós Te pedimos.
Indonésia
9Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Pai nosso, que estais no Céu, durante esta época de arrependimento,
tende misericórdia de nós.
Com nossa oração, nosso jejum
e nossas boas obras, transformai
o nosso egoísmo em generosidade.
Abri nossos corações à vossa Palavra,
curai as nossas feridas do pecado, ajudai-nos a fazer o bem neste mundo.
Que transformemos a escuridão e a dor em vida e alegria. Concedei-nos estas coisas
por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amen.
Oração para a Quaresma
Oração
10 Sementes de Esperança | Fev12
“Temos de nos tornar pedagogos da alma, educadores do optimismo. Não só na
escola, mas em casa, no trabalho, na rua. Pedagogos da alma, porque alma signi-
fica ânimo significa alegria! Uma pedagogia do olhar e do ânimo interior, porque o
que vemos é um mundo muito infeliz, um mundo insatisfeito, fragilizado, ressenti-
do. Precisávamos desta pedagogia do ânimo.”
Vasco P. Magalhães, sj
Onde há crise há esperança
Pensamento Positivo
11Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Os primeiros anos do cristianismo
foram por muitos considerados o perí-
odo da história mais ligado ao martírio
dos cristãos. Mas agora os números não
deixam dúvidas: o século XX atingiu um
recorde nunca visto de mártires, pela
duração das ferozes perseguições e pela
vasta quantidade de vítimas, ainda hoje
difícil de apurar.
Tertuliano defendia que sanguis martyrum est semen christianorum (o sangue dos márti-
res é semente de cristãos). Com efeito, o martírio sempre foi considerado pela Igreja como
a forma mais sublime de testemunho cristão. É que, identificado com o sacrifício de Cristo
no Calvário, o martírio traz dentro de si uma misteriosa semente de crescimento da fé, de
reforço da caridade e incentivo à oração.
Ao seguir os passos da Via Sacra dos
mártires do século XX, possamos tam-
bém nós crescer na fé confortados na
esperança do exemplo de tantos que
deram a vida por Cristo e pela Igreja,
tornarmo-nos sinal de amor para com
os outros, à semelhança dos discípulos
de Cristo.
Aura Miguel Jornalista RR
Testemunhas de Fé
12 Sementes de Esperança | Fev12
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