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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
NOME: VALDIR MOISES NUNES
CADERNO PEDAGÓGICO DE HISTÓRIA TÍTULO: O PRECONCEITO RACIAL NA SOCIEDADE E NA REALIDADE
ESCOLAR
CURITIBA 2016
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VALDIR MOISES NUNES
CADERNO PEDAGÓGICO DE HISTÓRIA
TÍTULO: O PRECONCEITO RACIAL NA SOCIEDADE E NA REALIDADE
ESCOLAR
Material Didático-Pedagógico – Caderno
Pedagógico apresentado ao Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE da
Secretaria Estadual de Educação do
Paraná – SEED.
Orientador (a): Prof. Luiz Carlos Ribeiro
CURITIBA
2016
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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2016
Título: O preconceito racial na realidade escolar
Autor: Valdir Moises Nunes
Disciplina/Área:
(Ingresso no PDE)
História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Alfredo chaves
Município da escola: Colombo - PR
Núcleo Regional de Educação: Área Metropolitana Norte
Professor Orientador: Dr. Luiz Carlos Ribeiro
Instituição de Ensino Superior: Universidade Federal do Paraná
Relação Interdisciplinar:
Resumo: Este material traz textos e atividades relacionados ao problema do preconceito na sociedade brasileira e nas escolas. Propõe uma reflexão sobre as diversas formas da prática do preconceito em determinados períodos históricos; procura mostrar as diversas visões que a camada hegemônica da sociedade divulgava a respeito do povo negro em épocas diferentes, como a teoria da inferiorização biológica do negro no século XIX, a democracia racial já no início do século XX; a mudança desta visão com as novas pesquisas a partir dos anos cinquenta; faz uma reflexão do racismo nos dias de hoje na sociedade brasileira e nas escolas; traz também uma demonstração da grande contribuição dada pelo povo negro na formação da nossa cultura e na construção da nossa identidade.
Palavras-chave: Preconceito racial; reflexão sobre o preconceito; racismo nos dias de hoje; contribuição cultural.
Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico
Público alvo Alunos de 2º ano do ensino médio.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1- Um breve histórico sobre as relações raciais no Brasil..........................6
UNIDADE 2- Racismo: difícil de enxergar, mas ele está presente na sociedade
brasileira.....................................................................................................................11
UNIDADE 3- A contribuição dos afrodescendentes para a formação da nossa
cultura.........................................................................................................................18
UNIDADE 3.1- Contribuição dos negros para o folclore, danças, música, literatura e
outros..........................................................................................................................18
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1. APRESENTAÇÃO
Este material foi pensado para ser aplicado aos alunos do ensino médio.
Na unidade 01 deste trabalho, há um relato referente ao preconceito cientificista do
final XIX e início do século XX, passando por Gilberto Freire, sociólogo que
desenvolveu a tese da democracia racial devido a miscigenação e a cordialidade
existente entre negros e brancos.
Florestan Fernandes, apresenta o racismo como fruta da disparidade entre as
classes, sendo o negro desprovido de condições sociais, enquanto os brancos são de
condições mais favoráveis por não terem passado pela escravidão e parte deles
serem os proprietários e senhores desde a fundação do Brasil.
O Movimento Negro, a partir dos anos 1960, faz a crítica à Democracia Racial e
mostra o racismo como consequência da discriminação racial.
Na unidade 02, há a definição do conceito de racismo e como ele é forte na sociedade
brasileira, se manifestando de diversas formas. Vários dados estatísticos são
demonstrados nesta unidade para verificação de como se reflete a prática do racismo
na sociedade e as consequências que ele provoca. Finalmente, há um breve relato
sobre as manifestações do preconceito em sala de aulas e suas consequências.
Na unidade 03, o texto traz uma reflexão mais voltado para a exaltação povo
negro, relatando a contribuição deste, na formação da nossa cultura no que
corresponde à culinária, à música e produções intelectuais. Procura-se demonstrar as
africanidades brasileiras que são as influências dos afrodescendentes deixadas nos
outros grupos étnicos com quem conviveram e convivem.
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2. OBJETIVOS
- Fazer uma reflexão sobre a prática do preconceito racial.
- Reconhecer e problematizar a existência do preconceito na sociedade.
- Valorizar os integrantes negros no interior da escola.
- Promover respeito entre negros e brancos no ambiente escolar
3. UNIDADE 1 – UM BREVE HISTÓRICO SOBRE AS RELAÇÕES RACIAIS NO
BRASIL
A desigualdade política, social e cultural era vista como de origem biológica,
produto do cientificismo do século XIX. Ao se expressar cientificamente, a doutrina
racista determinou a desigualdade de posição social e de tratamento, a separação
espacial e a desigualdade de direito entre os indivíduos subordinados. Este racismo
rígido foi desenvolvido nas escolas de medicina da Bahia e de direito em recife; assim
afirma Antônio Sérgio Guimarães:
O racismo rígido desenvolvido no nordeste brasileiro passou por modificações de certa maneira mais otimista em São Paulo e Rio de Janeiro, com as práticas de políticas do embranquecimento e valorização de assimilação de caracteres, físicos, mentais e biológicos da população branca europeia. (GUIMARÃES, 2004, p.10)
O racismo científico passou a ser superado por Gilberto Freire, a partir do seu
encontro com a Antropologia Cultural de Franz Boas que substituiu a noção biológica
de raça pela noção de cultura. Gilberto Freire encontra na velha colônia de cultura
luso brasileira no nordeste, a alma nacional que em seus escritos, a partir de 1937,
ganhará nome de democracia racial e étnica.
Entretanto, se há motivo para dizer que as escolas de direito e medicina
importaram as teorias raciais europeias do século XIX, para justificar o preconceito
através das ciências sociais e raciais brasileira, pode-se dizer que a democracia racial,
reafirmou a prática do preconceito racial, entre brancos e negros no Brasil, pois, ao
colocar a não existência do mesmo e sim, a cordialidade entre negros, brancos e
mestiços, criou-se a ideia de que não havia problemas relacionados à vida social de
um modo geral, permitindo que a discriminação racial se perpetuasse. Assim afirma
Gustavo da silva Kern:
Para Freire, a miscigenação havia garantido o equilíbrio dos antagonismos presentes no processo de formação da sociedade brasileira, criando
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condições para surgimento de uma civilização original. Essa miscigenação que teria sedado no âmbito da cultura, restringindo sua aplicação à biologia, mas também permitindo que ela se ligasse ao conceito de democracia. (KERN Nº6, 2014, p.89?)
Gilberto Freire com seus estudos, elaborou um pensamento que compreendia
as ralações raciais no Brasil como sendo uma democracia racial, ou seja, em sua obra,
afirma que a distância social entre dominantes e dominados é modificada pelo
cruzamento inter-racial que apaga as contradições e harmoniza as diferenças levando
a uma diluição de conflitos.
Florestan Fernandes, criticando o mito da democracia racial de autoria de Freire
e promovendo outro entendimento sobre as relações raciais e a prática do preconceito
no Brasil. Para ele, as relações raciais são determinadas pela grande diferença de
condições sociais entre brancos e negros, ou seja, os negros vieram para o Brasil
como escravos, enquanto os brancos eram homens livres e muitos deles proprietários
e senhores. Sendo assim, quando veio a abolição da escravatura, a posição social
dos negros era muito inferior à dos brancos e nada foi feito, por parte dos governantes
para contribuir com os negros para se integrarem na sociedade de classes. Essa
exclusão social tornou-se o fator responsável pelos problemas existentes no que se
refere ás relações raciais entre brancos e negros em que o preconceito racial aparece
como um problema a ser resolvido.
O Movimento Negro e de cientistas sociais que procuraram fazer a crítica à
democracia racial, como também fizera a crítica à tese de Florestan Fernandes,
procurou evidenciar que o racismo é responsável pelas desigualdades sociais
brasileiras.
Os estudos mais recentes no Brasil feitas por setores do mundo acadêmico, tem
demonstrado que a exclusão e a discriminação racial, estão mais relacionadas a cor
da pele e aos traços faciais das pessoas. E apontam que as desigualdades entre
brancos e negros não se devem somente às condições de origem social. Elas
acontecem não somente pelas dificuldades impostas pela sociedade para impedir o
negro de ter as mesmas oportunidades de ascensão social disponível aos brancos,
mas, sobretudo pela discriminação dirigida à cor da pele.
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3.1 ATIVIDADES
Estas atividades serão dirigidas a alunos do 2º ano do ensino médio na forma de
questões reflexivas sobre o texto acima estudado, sendo a primeira questão com texto
auxiliar. Foi pensado em uma aula para leitura dos textos expostos neste caderno e
texto complementar, disponível no link:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103401419970002000
08, uma aula expositiva para esclarecimentos.
Responda as seguintes questões:
1) Leia o texto abaixo e responda a seguinte questão:
[...] no século XIX, as diferenças entre os grupos humanos tenderam a ser explicadas
pelas teorias raciais, que se apresentaram como um discurso científico. Serviram
como legitimadoras do imperialismo europeu, possibilitando a hierarquização da
humanidade de forma que o homem branco ocupasse o topo da evolução da espécie,
símbolo maior do progresso e da civilização. Estas doutrinas raciais - que ganharam
força na Europa no século XIX, através de autores como Darwin (1809-1882), Spencer
(1820-1903), Gobineau (1816-1882) e tantos outros - foram bem recebidas entre os
intelectuais brasileiros, que buscaram explicar os problemas nacionais e suas
soluções através do fator raça.
Revista: história e-história, Racismo e teorias raciais no século XIX: Principais noções
e balanço historiográfico, atualizado em 24 de agosto de 2010.
A ideia central do texto acima é o ser humano branco europeu considerado como
superior e símbolo do progresso e da civiliza ás outras? No seu entendimento, existem
pessoas superiores às outras? Justifique a sua resposta.
2) Ainda com base no texto acima, você considera o racismo do século XIX, um meio
utilizado para dominar as pessoas? Justifique sua resposta.
3) Com base no texto das páginas 6 e 7 deste caderno, Gilberto Freire declarou que
existe uma cordialidade e boa convivência entre brancos e negros a chamada
democracia racial. Você percebe pessoas, ainda nos dias de hoje, acreditando nesta
democracia racial? Explique.
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4) Segundo os estudos recentes, o preconceito racial está mais relacionado à cor da
pele e aos traços físicos das pessoas negras. Você já viu cena de preconceito dessa
natureza nos lugares que você frequenta? Faça um relato de como ocorreu a cena de
preconceito.
3.1.1 Observações
Na 1º questão, o objetivo é promover o conhecimento do educando para o
entendimento da prática do preconceito e sua justificação, realizada por intelectuais da
época; o aluno terá a possibilidade de enxergar a existência do preconceito como uma
prática pensada e promovida por um grupo social.
A 2º questão visa o desenvolvimento de uma visão crítica, frente ao pensamento
de Gilberto Freire, a Democracia Étnico Racial, com objetivo de fazer um exercício de
reflexão para visualizar a permanência ou não dessa visão de Gilberto Freire nos dias
atuais.
A 3º questão busca atingir o objetivo da 2º pois, favorece o confronto ao
pensamento freiriano a respeito do racismo.
Após a elaboração das respostas, o professor deverá fazer um relatório para
posterior apresentação aos alunos. Uma avaliação deverá ser realizada, podendo ser
a elaboração de um texto sobre as conclusões.
A conclusão do trabalho deverá ser levada em relatório para o conhecimento da
direção, equipe pedagógica e equipe multidisciplinar, para elaboração de um projeto
pedagógico que vise a continuidade do estudo, com base nas conclusões alcançadas
através da aplicação das atividades desse caderno.
3.1.2 Texto complementar
Democracia racial brasileira 1900-1990: um contraponto americano Link:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103401419970002000
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3.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Democracia racial brasileira 1900-1990: um contraponto americano – Scielo Brasil - Estud. av. vol.11 no. 30 São Paulo May/Aug. 1997, disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141997000200008 Acesso em 26/11/2016 Revista: história e-história, Racismo e teorias raciais no século XIX: Principais noções e balanço historiográfico, atualizado em: 24 de agosto de 2010. Disponível em: www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=31 HOFBAUER, Andreas. Uma História de Branqueamento ou o Negro em Questão, editora UNESP, São Paulo, 2006. BASTIDE, Roger. Os suicídios em São Paulo segundo a cor. Estudos Afro – Brasileiro segundo, 2º série, Boletim CXXI, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, 1951. FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo, Cia Editora Nacional, 1965. GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Preconceito de cor e racismo no Brasil. Texto com base na aula preparada como requisito parcial para o concurso público de Professor Titular em Sociologia das Relações Raciais, no Departamento de Sociologia da USP, em 13 de maio de 2004. GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. A Democracia Racial: O Ideal, O Pacto, O Mito. 27de junho de 2008. Disponível em: <novosestudos.uol.com.br/v1/files/uploads/contents/.../20080627_democracia_racial.p...>, Acesso em: 22 de junho de 2016. KERN, Gustavo da Silva. Gilberto Freyre e Florestan Fernandes: O Debate Em Torno da Democracia Racial no Brasil. In. Revista Historiador. Número 06, Ano 06, Janeiro de 2014, 16. Disponível em: http://www.historialivre.com/revistahistoriador/seis/, acesso em: 23 junho de 20
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4. UNIDADE 2 – RACISMO: DIFÍCIL DE ENXERGAR, MAS ELE ESTÁ
PRESENTE NA SOCIEDADE.
Racismo é uma definição simples, mas não simplória, podemos dizer que é um
conjunto de valores, cultura, posturas, comportamentos de um grupo que amplamente
divulgado, torna-se um pensamento social, uma forma de ver e explicar a vida e a
realidade.
Nesse sentido é a crença na existência das raças: branca, indígena, negra,
oriental e na superioridade de umas sobre as outra. O racismo não tem fundamento
científico, pois ele é uma verdade de um grupo que, pela força, se torna aceita pelo
convencimento como verdade legítima de todo um grupo social.
Todas as ciências provam que nos dias de hoje, ao falarmos da espécie humana,
não podemos falar de raças, mas somente de uma única raça. O ser humano pertence
a uma única espécie. Sabemos hoje, através da ciência, que o ser humano, ao se
deslocar do continente africano há milhares de anos atrás, se deparou com regiões
mais frias e de menor incidência dos raios solares, o que influenciou na coloração da
pele, fazendo com que surgissem pessoas classificadas como amarelas ou brancas.
Portanto, os seres humanos têm uma única origem: O Continente Africano e assim
torna-se difícil referir-se ao termo raças humanas, pois existe, segundo a ciência,
apenas uma raça humana.
Para falarmos a verdade, hoje a grande maioria das pessoas ainda não se guia pela ciência e pelo conhecimento. O baixo grau de estudo e informações faz com que a maioria da população do planeta ainda entenda e explique o mundo e a realidade a partir de suas crendices, fetiches e ignorâncias. (PAULA, de Adilton, 2005).
O racismo no Brasil é velado é mascarado, disfarçado, bem como o preconceito
em relação às mulheres, homossexuais etc. por outro lado, as pessoas praticam o
racismo, os preconceitos e as discriminações, são prejudicadas por essas atitudes,
mas não as percebem em seu cotidiano e seu fazer histórico. Assim afirma Adilton de
Paula:
No Brasil, olho a cor da pele doutro, olho a minha pele e, a partir desse olhar, me posiciono. Gosto, não gosto, respeito, não respeito, me vejo acima ou abaixo. “O pensamento social brasileiro é racial”, [...] ao pensarmos a sociedade a partir da ótica e do efeito das raças, construímos arquétipos, preconceitos e estereótipos. (PAULA, de Adilton, 2005).
O aluno negro não é tratado como o branco em nossas escolas. Muitas vezes, o
olhar sobre ele é um olhar de desprezo e às vezes é visto como uma possibilidade de
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fracasso. São inúmeros os casos de professores que veem estas crianças como
pessoas prestes a abandonar a escola e caírem no fracasso. Conforme Adilton de
Paula, 2005, Pg 91, “Em geral, os professores e as professoras vêem estas crianças
como futuros evadidos e fracassados. O carinho, o contato, o afeto são diferentes e
diferenciados.”.
De acordo com o censo comum, o racismo não existe no Brasil, entretanto, de
cada dez miseráveis, oito são negros, as mulheres brancas tem uma renda superior a
renda dos homens negros no mercado de trabalho e as mulheres negras tem o salário
mais baixo entre todos os trabalhadores.
O racismo “não existe” no Brasil, segundo o senso comum; no entanto, de cada dez miseráveis, oito são negros, os negros ganham menos que as mulheres brancas no mercado de trabalho – por jornadas iguais – e as mulheres negras ganham ainda menos que os homens negros e, provavelmente, haverá a mesma situação para nossos filhos e netos. Paula de, ADILTON, 2005, pg 91.
Os dados abaixo demonstram, em parte a situação dos afrodescendentes no
Brasil.
Recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), demonstra que 48% da população negra de São Paulo e Rio de Janeiro são parte da população indigente e, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), 70% das crianças miseráveis brasileiras são negras. Paula de, ADILTON, 2005, PG91.
Biologicamente, as raças não existem, sociologicamente elas existem e
determinam nossas relações. Psicologicamente, no que diz respeito à questão racial,
as pessoas se veem como: brancas, pretas, vermelhas, amarelas ou mestiças, e, ao
se identificarem se sentem dentro ou fora dos padrões de formas físicas exigidos pela
preconceituosa sociedade. Se suas características físicas não cumprem as exigências
impostas, normalmente o sentimento é de vergonha, medo ou aversão à sua própria
cor. Assim afirma Iray Carone:
[...] são as atitudes os comportamentos sociais desenvolvidos, cuja interiorização deixa marcas invisíveis no imaginário e nas representações coletivas, marcas essas que interferem nos processos de identificação individual e de construção da identidade coletiva. A interiorização pode, a rigor, levar à alienação e à negação da própria natureza humana para os que nasceram escuros. (CARONE, Iray, 2002).
Cada vez mais, o racismo vem disfarçado, camuflado, e sempre vem junto com
pedido de desculpas, onde o agressor simplesmente quer se livrar da reação do
agredido, mas não necessariamente do preconceito. Aparece nos apelidos, nas
brincadeiras e principalmente na exclusão e no isolamento.
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A prática do preconceito é vigente no interior das escolas e promove um
determinado número de evasão escolar, fato este que se caracteriza como fator de
exclusão social. Por esta razão, faz-se necessário a visualização dessa problemática
através do ensino de história.
É necessário também, estabelecer meios para promover o reconhecimento da
contribuição dada pelo povo negro na formação da cultura nacional e da história do
país.
4.1 ATIVIDADES
Estas atividades foram pensadas para serem a alunos de segundos anos do
ensino médio. Serão necessárias 04 (quatro aulas), sendo 01 (uma) para leitura dos
textos e 03 (três) para realização das atividades. O motivo que levou a disponibilizar
03 (três) aulas para realização das atividades, deve-se ao fato de serem extensas e
com a disponibilidade do filme a ser assistido pelos alunos.
Responda as seguintes questões:
1) Depois de fazer a leitura do texto: População negra no mercado de trabalho,
disponível no link: http://comciencia.br/reportagens/negros/05.shtml e de
acordo com os relatos deste caderno pedagógico, População negra no mercado de
trabalho, responda a seguinte questão:
a) Conforme as estatísticas, os negros, de um modo geral, ganham menos que os
brancos. Esta realidade pode ser vista como consequência do preconceito? Faça
um breve comentário.
b) A seu ver, porque as pessoas praticam o racismo e não percebem que são racistas?
2) Uma menina de 10 anos, perdeu a vontade de ir à escola, após supostamente sofrer
ofensas racistas feitas pelas colegas de classe, em Rio Branco. Segundo a tia da
criança, Cristina Caetano, ela teria sido chamada de 'preta imunda e suja' por várias
vezes, e a direção da unidade teria tratado o caso como "besteira".
A direção confirmou o caso, mas negou que não esteja tratando o caso com seriedade.
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De acordo com a tia da menina, Cristina Caetano, após as ofensas supostamente
sofridas, a criança teria chegado em casa muito abalada e chorando.
A tia diz que a garota sempre foi alegre e sorridente, mas tem apresentado mudança
no comportamento. "Na sexta [13], ela chegou em casa chorando. No final de semana,
nós tínhamos uma programação e ela não quis sair, e na segunda [16] não quis ir para
aula. Tem ficado tristonha e sem vontade e ir à aula", conta a tia.
Foto e texto disponível no link: http://www.osul.com.br/menina-que-sofreu-racismo-
em-escola-nao-quer-mais-ir-a-aula/
a) De acordo com o relato acima, a menina perdeu a vontade de ir par a escola. Você
considera suficiente as ofensas sofridas pela menina, para que ela viesse a perder
a vontade de ir para a escola? Justifique a sua resposta.
b) Você tomaria quais atitudes se estivesse no lugar dessa menina?
c) A seu ver, como a direção da escola deveria agir para que a menina se sentisse
segura caso resolvesse voltar para a escola?
d) No seu entendimento, o que cada aluno deve fazer para evitar a prática do
preconceito dentro da escola?
3) Leitura do texto, Preconceitos na escola: sentidos e significados atribuídos pelos
adolescentes no ensino médio disponível no link:
http://www.scielo.br/pdf/pee/v16n1/05.pdf. Este texto trata de uma pesquisa
escolar sobre o preconceito nas escolas. Depois do professor realizar uma reflexão
sobre o texto, responda s seguintes questões:
a) Você já viu algum colega ser excluído na escola?
b) O que você fez, sentiu ou pensou diante de uma situação de preconceito?
c) Você já foi tratado de forma diferente na escola?
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d) Você já teve preconceito por algum colega?
4) Após a leitura do texto, Preconceitos na escola: sentidos e significados atribuídos
pelos adolescentes no ensino médio e realizar as atividades propostas, assista ao
filme Vista a Minha Pele, disponível no seguinte link:
https://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM.
Vista a Minha Pele, trata-se de uma paródia da realidade brasileira, para servir
de material básico para discussão sobre racismo e preconceito em sala-de-aula.
Nessa história invertida, onde os negros são a classe dominante e os brancos foram
escravizados. Os países pobres são, por exemplo, Alemanha e Inglaterra, e os
países ricos são, por exemplo, África do Sul e Moçambique. Maria, é uma menina
branca pobre, que estuda num colégio particular graças à bolsa-de-estudos que
tem pelo fato de sua mãe ser faxineira nesta escola. A maioria de seus colegas a
hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com exceção de sua amiga
Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países pobres, possui uma
visão mais abrangente da realidade.
Maria quer ser Miss Festa Junina da escola, mas isso requer um esforço
enorme, que vai desde a predominância da supremacia racial negra (a mídia só
apresenta modelos negros como sinônimo de beleza), a resistência de seus pais,
a aversão dos colegas e a dificuldade em vender os bilhetes para seus conhecidos,
em sua maioria muito pobres. Maria tem em Luana uma forte aliada e as duas vão
se envolver numa série de aventuras para alcançar seus objetivos.
Vencer ou não o Concurso não é o principal foco do vídeo, mas sim a disposição
de Maria em enfrentar essa situação. Ao final ela descobre que, quanto mais confia
em si mesma, mais possibilidades ela tinha de convencer outros de sua chance de
vencer.
a) Depois de assistir ao filme elabore um texto procurando identificar cenas de
preconceitos semelhantes às do filme que você presenciou no ambiente
escolar.
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4.1.1 Observações
Após a elaboração das respostas, o professor deverá fazer um relatório para
posterior apresentação aos alunos. Uma avaliação deverá ser realizada, podendo ser
a elaboração de um texto sobre as conclusões.
A conclusão do trabalho deverá ser levada em relatório para o conhecimento da
direção, equipe pedagógica e equipe multidisciplinar, para elaboração de um projeto
pedagógico que vise a continuidade do estudo, com base nas conclusões alcançadas
através da aplicação das atividades desse caderno.
4.1.2 Texto(s) complementar(es)
- População negra no mercado de trabalho
Disponível em: http://comciencia.br/reportagens/negros/05.shtml
- Preconceitos na escola: sentidos e significados atribuídos pelos adolescentes no
ensino médio. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pee/v16n1/05.pdf
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4.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
População negra no mercado de trabalho - Sielo-Brasil- Atualizado em 10/11/2003, disponível em: http://comciencia.br/reportagens/negros/05.shtml, Acesso em 26/11/2016 Luis do Nascimento, SÉRGIO – Relações raciais e ensino religioso no Brasil, editora Nandyala,2012. NOGUEIRA, Oracy. Preconceito Racial de Marca e Preconceito Racial de Origem. In. Tempo social, revista de sociologia da USP. V. 19, N.1, p. 287-308.
HOFBAUER, Andreas. Uma História de Branqueamento ou o Negro em Questão, editora Unesp, São Paulo, 2006.
CARONE, Iray. Psicologia social do Racismo, pg 11, 2º edição, editora Vozes, Petrópolis – Rio de Janeiro, 2002.
PAULA, de Adilton. Racismo no Brasil, Percepções da Discriminação e do Preconceito no século XXI / organizadoras Gevanilda Santos, Maria Palmira da Silva. 1 ed São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005.
Preconceitos na escola: sentidos e significados atribuídos pelos adolescentes no ensino médio, CORDEIRO, Aliciene Fusca Machado, Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacion,SP. Volume 16, Número 1, Janeiro/Junho de 2012:45-54. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pee/v16n1/05.pdf, acesso em 26/11/2016. Menina que sofreu preconceito na escola, disponível em: http://www.osul.com.br/menina-que-sofreu-racismo-em-escola-nao-quer-mais-ir-a-aula/, acesso em 05/12/2016.
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5 UNIDADE III - A CONTRIBUIÇÃO DOS AFRODESCENDENTES PARA
FORMAÇÃO DA NOSSA CULTURA
Africanidades diz respeito às raízes da cultura brasileira que têm origem africana.
É se referir aos modos de ser e de viver, próprios dos negros brasileiros e
também às marcas da cultura africana que faz parte da vida de cada brasileiro,
independentemente da sua origem étnica.
Verificamos que todos nós comemos feijoada, cantamos e dançamos samba,
muitos frequentam academias de capoeira. Isto sem dúvida é influência africana.
Feijoada, samba, capoeira resultaram da criatividade dos africanos escravizados no
Brasil e representam formas encontradas para sobreviver, para expressar um jeito de
sentir, de construir a vida. Portanto, qualquer prato da culinária africana, contém mais
do que a combinação de ingredientes, são formas da busca de soluções para a
manutenção da vida física, de lembranças de sabores da pátria deixada ao vir para o
Brasil. Da mesma forma, a capoeira nasceu como um instrumento de defesa.
As africanidades Brasileiras vem sendo elaboradas há quase cinco séculos, na medida em que os africanos escravizados e seus descendentes, ao participar da construção da nação brasileira, vão deixando-nos outros grupos étnicos com quem convivem, suas influências e, ao mesmo tempo, recebem e incorporam as destes. (SILVA, Petrolina Beatriz Gonçalves, 2005 - pg 156).
5.1 CONTRIBUIÇÕES NA CULINÁRIA
Foram incorporados aos hábitos alimentares dos brasileiros o angu, o cuscuz, a
pamonha e a feijoada, nascida nas senzalas e feita a partir dos miúdos e outras partes
do porco que o senhor de escravos não dava importância; o uso do azeite de dendê,
leite de coco, temperos e pimentas; de panelas de barro e de colheres de pau.
5.2 CONTRIBUIÇÕES DOS NEGROS AO FOLCLORE, DANÇA, MÚSICA,
LITERATURA E OUTROS
O folclore é entendido como o conjunto de manifestações espirituais, materiais
e culturais de origem popular, transmitidos via oral ou pela prática de geração em
geração. Compreende, assim, as tradições, festas, danças, canções, lendas, comidas
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típicas, vestimentas e artesanatos cultivados especialmente pelas camadas
populares.
Frevo: teve origem na capoeira, cujos movimentos foram estilizados para
evitar a repressão policial. O nome vem da ideia de fervura, pronunciada
incorretamente como “frevura”. É uma dança coletiva, executada com uma
sombrinha, que serve para manter o equilíbrio e embelezar a coreografia.
Atualmente, é símbolo do carnaval pernambucano.
Maracatu: é propriamente um desfile carnavalesco, remanescente das
cerimônias de coroação dos reis africanos. A tradição teve início pela necessidade
dos chefes tribais, vindos do Congo e de Angola, de expor sua força e seu poder,
mesmo com a escravidão. Atualmente faz parte do carnaval de Pernambuco.
Capoeira: trazida pelos negros de Angola, inicialmente, não era praticada como
luta, mas como dança religiosa. Mas, no século XVI, para resistir às expedições que
pretendiam exterminar Palmares, os escravos foragidos aplicavam os movimentos da
Capoeira como recurso de ataque e defesa. O Decreto-lei 487 acabou
temporariamente com a capoeira, mas os negros resistiram até a sua legalização. E
em 15 de julho de 2008 a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro
e registrada como Bem Cultural de Natureza Imaterial.
5.3 O SAMBA
Entre as diversas modalidades de samba, o samba de roda é reconhecido com
Patrimônio cultural da Humanidade.
O samba de roda do recôncavo baiano foi registrado como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2004 e proclamado Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2005. Portal Brasil 2015.
O samba carioca nasceu através da migração de negro que vieram da Bahia
para o Rio de Janeiro, já no final do século XIX, que buscaram reproduzir sua cultura
de origem onde as festas e o samba tinham lugar de destaque.
As famosas tias baianas, como tia Amélia, tia Perciliana e tia Ciata e seus filhos,
Donga e João da Baiana, até meados dos anos de 1920, tiveram papel importante
como pioneiros do samba.
Em 1917 foi gravado em disco o primeiro samba, “Pelo telefone”, de Donga e Mauro de Almeida. Aos poucos o ritmo chegava ao mercado fonográfico, até se popularizar com o
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surgimento do rádio e ser aceito pela burguesia. (Portal Brasil, 2015)
Nos anos 1930, os compositores, Ernesto Nazaré, Noel Rosa e Cartola, com
suas excelentes composições nesta modalidade musical, levaram o samba para o
rádio e o popularizou, tornando-o parte da cultura oficial.
5.4 ALGUMAS NOTÁVEIS PERSONALIDADES NEGRAS
Pixinguinha, Alfredo da Rocha Viana Filho, nascido em 1898, no Rio de Janeiro.
Ainda adolescente, Pixinguinha se tornaria músico profissional, tocando flauta em
casas noturnas da Lapa. Depois de ter lançado vários discos, em 1930 foi contratado
como músico pela Victor Talking of Brazil, e regravou o samba-choro, “Carinhoso”, de
1928.
Assis Valente, nasceu em Santo Amaro Bahia, no dia 19 de março de 1911.
Viveu no interior baiano e, mais tarde, mudou-se para Salvador, onde estudou prótese
dentária.
Em Novembro de 1927, foi para o rio de Janeiro, incentivado por Heitor dos
Prazeres, compôs Tem Francesa no Morro, uma sátira à moda de falar francês,
gravada por Aracy Cortes, em1932. Em 1933, compôs Cai, Cai Baião para as festas
juninas. Em 1941, o conjunto Anjos do Inferno gravaram o famoso samba- exaltação,
Brasil Pandeiro. É considerado um dos maiores compositores da música popular
brasileira.
Abdias do Nascimento, foi um brande jornalista da imprensa negra no Brasil e
também sociólogo. Foi fundador do movimento Negro Unificado e fundador do
periódico Quilombo, editado no rio de Janeiro entre dezembro de 1948 e julho de 1950.
O jornal Quilombo tinha como característica a pluralidade de seus
colaboradores, embora fosse fundado para tratar das questões raciais.
A interação neste jornal, entre negros e brancos, fez do Quilombo um meio de
comunicação importante nas ações contra a discriminação racial no Brasil.
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5.5 ATIVIDADES
As atividades a seguir serão aplicadas para alunos de segundos anos, em três
aulas, sendo 1 (uma) para realização de leituras de textos contidos neste caderno,
uma para aula expositiva e uma para realização das atividades.
1) O texto abaixo é referente a Lei 9.394 de dezembro de 1996. Faça a leitura do
texto e responda as questões;
Assim é o estudo da africanidade. Quem lê a expressão de imediato tira sua
conclusão lógica e inevitável - algo de origem africana - extraída instintivamente da
composição da própria expressão. Embora tal conclusão seja ignorante, não pode
estar tão errada. As africanidades representam a somatória de diversas
características de um ser humano que necessariamente tem origem africana, por
exemplo: seu modo de viver, de ser, sua culinária, sua música, suas tradições, seus
costumes, suas religiões e etc., inerente aos afrodescendentes. Complementado, mas
não exaurindo os estudos da expressão supracitada, podemos até dizer que as
africanidades são raízes ou marcas culturais, de origem africana, que se arrastam
com o tempo em uma sucessão de gerações, independente da origem étnica de
determinada pessoa, bastando apenar ter origem no Continente Africano.
Podemos atribuir as africanidades ao fenômeno sociocultural da Diáspora
Africana (ou Diáspora Negra), onde os africanos imigraram forçadamente para
diversos cantos do mundo, por fins escravagistas. Não abrindo mão de suas raízes e
nem se rendendo, os africanos acabaram plantando sementes culturais que
germinaram e cresceram por todo o mundo. (Ver vídeo infracitado).
Não basta que saibamos do significado da expressão em vislumbre se não
garantirmos o seu respeito, e é ai que entra a Constituição Federal, com os direitos e
garantias fundamentais (art. 5º, CF/88), que deveria ser respeitada pelo Estado para
podermos zelar pelas africanidades existentes na cultura brasileira. Mais do que
traços culturais, essas africanidades representam pessoas, que devem ser protegidas
por nossa Carta Magna, zelando precipuamente pela dignidade da pessoa humana,
pilar fundamental do ordenamento jurídico pátrio. Os negros, evidentemente lutam por
esse respeito mais do que qualquer pessoa, um respeito retardado pela ignorância de
alguns homens.
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Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de dezembro de
1996.
a) Partindo da leitura do texto acima, você considera importante a valorização das
africanidades?
b) O Estado tem o dever de respeitar e zelar pelas africanidades? Por quê?
2) A formação da nossa rica culinária tem grande participação dos negros. Partindo
desta afirmação responda:
a) Você vê como positiva esta participação dos negros na formação da nossa
culinária? Justifique a sua resposta.
b) Ao saber dessa participação na formação da nossa cultura de um modo geral, no
seu entendimento, porque este reconhecimento ainda é pequeno?
3) A jornalista Maria Julia Coutinho voltou a ser vítima de comentários racistas, desta
vez em uma publicação na página do Facebook do Jornal Nacional na noite desta
quinta-feira (2). Os comentários publicados durante a madrugada por leitores da
página e expectadores do jornal foram extremamente pejorativos e racistas. "Só
conseguiu emprego no JN por causa das cotas preta imunda", "Não bebo café para
não ter intimidade com preto", diziam alguns dos comentários racistas.
Com base no texto acima, responda:
a) Por que a jornalista Maria Júlia Coutinho, mais conhecida como Maju, apesar de
ser considerada por muitos como bonita e inteligene, foi alvo de preconceito?
b) Há quem diz que preconceito não existe para os negros que tem uma posição social
mais favorável. O caso de Maria Júlia confirma esta hipótese?
c) Você conhece pessoas que tem rejeição por pessoas de cor escura? Como eles
justificam essa rejeição?
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5.5.1 Observações
Após a elaboração das respostas, o professor deverá fazer um relatório para
posterior apresentação aos alunos. Uma avaliação deverá ser realizada, podendo ser
a elaboração de um texto sobre as conclusões.
A conclusão do trabalho deverá ser levada em relatório para o conhecimento
da direção, equipe pedagógica e equipe multidisciplinar, para elaboração de um
projeto pedagógico que vise a continuidade do estudo, com base nas conclusões
alcançadas através da aplicação das atividades desse caderno.
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5.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PAULA, de Adilton. Racismo no Brasil, Percepções da Discriminação e do Preconceito no século XXI / organizadoras Gevanilda Santos, Maria Palmira da Silva. 1 ed São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005. SILVA, Petrolina Beatriz Gonçalves, Superando o Racismo na Escola, edições MEC/BID/UNESCO, 2005, pg 156. Portal Brasil, Conheça as Origens do Samba Brasileiro, publicado: 09k/02/2015, disponível no seguinte link:
-as-origens-do-samba-brasileiro. SILVA, e André Marcos de Paula, História e Cultura Afro-brasileiras, editora Expoente, 2008. Lei nº 9.934 - Africanidade, Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação de dezembro de 1996, disponível em:
http://mcdovanci.jusbrasil.com.br/artigos/127807353/africanidade-constituicao-
federal-e-a-lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional - acesso em 01/12/2016
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