ISSN 2237-8308
SEAPE2015
REVISTA PEDAGÓGICALÍNGUA PORTUGUESA
5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
SISTEMA ESTADUAL DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRETIÃO VIANA
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRENAZARÉ MELLO ARAÚJO LAMBERT
SECRETÁRIO DE ESTADO DE EDUCAÇÃO E ESPORTEMARCO ANTONIO BRANDÃO LOPES
SECRETÁRIO ADJUNTO DE EDUCAÇÃO E ESPORTEJOSÉ ALBERTO NUNES
SECRETÁRIO ADJUNTO DE EDUCAÇÃO E ESPORTEMOISÉS DINIZ LIMA
SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESPORTESHIRLEY MARIA DA SILVA SOUTO
DIRETORA DE ENSINORÚBIA DE ABREU CAVALCANTE
DIRETOR DE GESTÃO INSTITUCIONALEVALDO DOS SANTOS VIANA
DIRETORA DE INOVAÇÃOCLEIDE HELENA PRUDÊNCIO DA SILVA
DIRETOR DE RECURSOSRUY MORENO DE ARAÚJO
COORDENADORA DE AVALIAÇÃOMARIA CRISTINA MAIA GUILHERME
COORDENADORA DE ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAISMARIA DO SOCORRO ACIOLI HOLANDA
COORDENADORA DE ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAISRAISSA CUNHA ROCHA
COORDENADORA DE ENSINO MÉDIONAYRA CLAUDINNE GUEDES MENEZES COLOMBO
COORDENADORA DE ENSINO RURALALDA SILVA DIÓGENES
Apresentação
Caros colegas professores, coordenadores pedagógicos e de ensino e diretores das escolas de Educação Básica da
rede pública do Acre.
Ao encaminhar o relatório do SEAPE 2015, a Secretaria de Estado de Educação e Esporte manifesta especial agra-
decimento à equipe escolar pelo trabalho que vem realizando em prol da construção e consolidação da qualidade social
escolar, cujo caráter aprendente se ancora na inclusão, na solidariedade, no respeito aos direitos humanos e no tempo de
aprendizagem de cada aluno.
Sabemos que o compromisso dos educadores acreanos tem como escopo o entendimento da educação como con-
dição de cidadania e requisito básico da democracia que, como “bem público” deve ser estendido a todos. Para que a
qualidade da educação pretendida seja alcançada, é necessário o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de ferramentas
e diagnósticos que permitam a aferição da qualidade, a partir do estabelecimento de parâmetros de referência de apren-
dizagem, bem como de padrões, insumos e processos efi cazes que permitam avançar e qualifi car os processos de ensino
e de aprendizagem, na perspectiva da equidade de oportunidades. É esse o papel do SEAPE, que, ao disponibilizar os
resultados do desempenho dos alunos, pretende que escolas e SEE se mobilizem na defi nição de ações compartilhadas
para enfrentar os desafi os da sala de aula, consolidando a escola como instituição aprendente, e, assim, sustentar o direito
de aprender de todos os alunos, no tempo devido.
A escola não é a única instituição responsável pela qualidade do ensino público, embora seja o principal lócus de pro-
dução dessa qualidade; por isso, a autoavaliação organizada na escola, a partir dos dados da avaliação, é capaz de alimen-
tar, nas unidades escolares e nas redes de ensino, uma articulação sistemática entre o movimento necessário e permanente
de acompanhamento e aprimoramento das políticas educacionais e o fortalecimento da capacidade de desenvolver ações
concretas e cotidianas que gerem os avanços necessários no atendimento educacional.
A efi cácia das escolas e dos sistemas educativos se dá quando os educadores conhecem o conteúdo e as metas do
currículo, quando a sala de aula se organiza de forma a favorecer a aprendizagem e quando sistemas e escolas avaliam o
progresso dos alunos e sua própria efi cácia, de modo a ajustar-se continuamente. Por isso, não basta determinar os níveis
de desempenho alcançados pelos alunos: são necessárias análises aprofundadas que ajudem a explicar os resultados à luz
das distintas varáveis que tecem a complexa trama do processo educativo, para orientar a tomada de decisões no campo
pedagógico e ajustar as políticas e as ações aos sujeitos concretos e à realidade de cada escola.
tornar a aprendizagem do aluno o foco central do sistema educativo é fator decisivo para que a qualidade se efetive
nas escolas, especialmente as que atendem as populações mais pobres, uma vez que a educação é de qualidade quando
contribui para a equidade. Confi antes de que fazer da educação uma ferramenta para um Acre melhor é o propósito que
nos une, disponibilizamos este importante material como orientador do planejamento e da organização escolar, para que
os membros da escola, com a assessoria dos técnicos da SEE, por meio de processos participativos, avaliem, descrevam,
interpretem e julguem as ações do Projeto Político Pedagógico, redefi nindo ou fortalecendo prioridades, rumos, exigências,
formas de acompanhamento e ajustes necessários para a melhoria das atividades e do ambiente escolar como fundamento
para o sucesso escolar de cada um dos alunos, neste ano que se inicia.
MARCO ANTÔNIO BRANDÃO LOPESSecretário de Estado de Educação e Esporte
Sumário
Como a escola pode se
apropriar dos resultados da
avaliação? 45
Como são apresentados
os resultados do SEAPE?
43
Como é a avaliação no
SEAPE? 16
O que é avaliado no
SEAPE? 13
Por que avaliar a educação no
Acre? 10
Que estratégias pedagógicas podem ser
utilizadas para desenvolver
determinadas habilidades?
50
01
02
04
05
06
03
Prezado(a) educador(a),
POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO NO ACRE?
O QUE É AVALIADO NO SEAPE?
COMO É A AVALIAÇÃO NO SEAPE?
COMO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DO SEAPE?
Apresentamos a Revista Pedagógica da coleção de divulga-
ção dos resultados do SEAPE 2015.
As perguntas a seguir serão nosso roteiro para compreender
os resultados da avaliação.
1
2
3
4
POR QUE AVALIAR A
EDUCAÇÃO NO ACRE?
Nos últimos anos, seja no âmbito dos sistemas ou das escolas, muito se tem falado
sobre a importância da avaliação externa. Mas, apesar de possuir sua legitimidade
ancorada nos princípios jurídicos e pedagógicos disseminados pelos documentos
normativos e orientadores da educação nacional, essa temática ainda tem provo-
cado alguma incompreensão entre os principais atores inseridos no meio escolar.
Seção 01
É muito comum, no cotidiano da
escola, depararmo-nos com as seguin-
tes questões: como, de fato, a ava-
liação externa em larga escala pode
contribuir para melhorar e aperfeiçoar
os processos educativos e os sistemas
de ensino? A avaliação externa pode
mesmo fornecer elementos que sinali-
zem caminhos para modificar o cená-
rio educacional? A avaliação externa
está a serviço de que e de quem? Ela
pode, mesmo, se configurar como um
elemento que está serviço do aluno e
do professor?
Esses são alguns dos questiona-
mentos que ainda permeiam os de-
bates nas reuniões pedagógicas das
escolas, as conversas informais que
ocorrem entre os professores na sala
do café, ou até mesmo estão presen-
tes nas reflexões, muitas vezes solitá-
rias, que fazemos sobre nossa prática
pedagógica.
Sem dúvida, a avaliação externa
está a serviço da educação e fornece
informações preciosas sobre o proces-
so de ensino-aprendizagem. Nessa
perspectiva, as informações coletadas
e analisadas, através dos processos
avaliativos (sejam externos ou internos),
constituem um retrato do que ensina-
mos, como ensinamos e, principalmen-
te, como os nossos alunos estão apren-
dendo.
Nesse sentido, fica difícil não reco-
nhecer a funcionalidade da avaliação
e a sua inerência ao ato educativo. Em
outras palavras, ao concebermos o pro-
cesso avaliativo como parte do proces-
so educacional, se torna inviável com-
preender a avaliação externa como um
fato isolado daqueles que ocorrem no
âmbito escolar. Assim como a avaliação
interna, a avaliação externa está dire-
tamente relacionada ao currículo e aos
fins pedagógicos da escola, e guarda,
na sua natureza, a função de auxiliar a
ação educativa, fornecendo informa-
ções sobre o ensino desenvolvido na
sala de aula, na escola e no sistema
educacional.
Diante do exposto, é possível in-
ferir que a avaliação externa não é um
fim em si mesmo, mas um meio, que
tem como referência uma matriz com-
posta por competências e habilidades
básicas que fazem parte do currículo,
constituindo, dessa forma, uma impor-
tante ferramenta de planejamento,
monitoramento e replanejamento das
ações educacionais em âmbitos micro
(escola) ou macro (sistemas de ensino).
Mas a questão é: como nós, educado-
res, podemos utilizá-la como tal?
Muitas vezes, alguns educadores
olham para um cartaz no corredor da
escola, ou mesmo uma revista do pro-
grama de avaliação exposta em uma
mesa na sala de professores, analisam
a distribuição dos alunos por Padrão de
Desempenho e se perguntam: como
esses resultados contribuem para mo-
dificar a realidade da escola?
Os resultados, por si só, não alte-
ram a realidade educacional, mas cum-
prem uma função fundamental: eles
apresentam um diagnóstico amplo so-
bre quais competências foram desen-
volvidas pelos alunos e quais são as
que ainda precisam ser desenvolvidas.
Essas informações são essenciais para
auxiliar quem, de fato, pode alterar a
realidade da educação, por meio do
planejamento e da execução de ações
pedagógicas.
Com base nessas demandas, esta
revista foi elaborada com o propósito
de apresentar os resultados da escola
e do sistema de ensino em que está
inserida, bem como oferecer elemen-
tos que auxiliem na apropriação dos
resultados e na utilização destes para
a elaboração de ações interventivas,
com vistas à melhoria do desempenho
educacional.
“ Sem dúvida, a avaliação externa está a serviço da educação e fornece informações preciosas
sobre o processo de ensino-aprendizagem.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
11
Comecemos, então, pela revisão de alguns conceitos básicos sobre avaliação.
Nosso ponto de partida é a diferenciação entre avaliação externa e interna.
Existem, principalmente, duas formas de produzir a medida de desempenho dos alunos submetidos a esse tipo
de avaliação: (a) a teoria Clássica dos testes (tCt) e (b) a teoria de resposta ao item (tri).
Os resultados analisados a partir da teoria Clássica dos testes (tCt) são calculados de uma forma muito próxima
das notas dadas pelas avaliações realizadas pelo professor. Consistem, basicamente, no percentual de acertos em
relação ao total de itens do teste, apresentando, também, o percentual de acerto para cada descritor avaliado.
A teoria de resposta ao item (tri), por sua vez, permite a produção de uma medida mais robusta do desempe-
nho dos alunos, porque leva em consideração um conjunto de modelos estatísticos capazes de determinar um valor/
peso diferenciado para cada item que o aluno respondeu no teste de proficiência.
A compreensão e análise dos resultados do desempenho dos alunos podem se constituir em um primeiro passo para
que a equipe pedagógica caminhe em busca do alcance das metas educacionais.
Nas seções a seguir apresentaremos as ferramentas necessárias para a interpretação dos resultados da avaliação
externa em larga escala.
Avaliação interna
é aquela que ocorre no âmbito da escola. Nor-
malmente, o agente que elabora, aplica, analisa,
corrige e comanda todo o processo avaliativo per-
tence à mesma realidade na qual o processo de
ensino e aprendizagem ocorre.
Já a avaliação externa
consiste em um modelo avaliativo pautado na
aplicação de testes e questionários padronizados,
para um maior número de pessoas, com tecnolo-
gias e metodologias bem definidas e específicas
para cada situação. Permite, sobretudo, retratar
como uma população está no que se refere à qua-
lidade do ensino e à efetividade de seu modelo
educacional.
EXTERNAINTERNA
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
12
O QUE É AVALIADO NO SEAPE?
O primeiro passo para avaliar uma rede de ensino é estabelecer precisamente o
que será avaliado.
Essa é uma condição essencial para que o processo avaliativo atinja seu objetivo
– oferecer dados confiáveis sobre o desempenho dos alunos da rede.
Seção 02
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA - SEAPE5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
I. PROCEDIMENTOS DE LEITURA
D1 Localizar informações explícitas em um texto.
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 Inferir uma informação implícita em um texto.
D6 Identificar o tema de um texto.
D11 Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
II. IMPLICAÇÕES DO SUPORTE, DO GÊNERO E/OU DO ENUNCIADOR NA COMPREENSÃO DO TEXTO
D5 Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.).
D9 Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
III. RELAÇÃO ENTRE TEXTOS
D15 Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.
IV. COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
D7 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
D8 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
D12 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.
V. RELAÇÕES ENTRE RECURSOS EXPRESSIVOS E EFEITOS DE SENTIDO
D13 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
D14 Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
VI. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
D10 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
Matriz de Referência
O QUE É UMA MATRIZ DE REFERÊNCIA?
As Matrizes de referência indicam as habilidades que se
pretende avaliar nos testes do SEAPE. É sempre importante
lembrar que as Matrizes de referência constituem uma parte
do Currículo, ou Matriz Curricular: as avaliações em larga escala
não tencionam avaliar o desempenho dos alunos em todos os
conteúdos existentes no Currículo, mas, sim, naquelas habilida-
des consideradas essenciais para que os alunos progridam em
sua trajetória escolar.
No que se refere ao SEAPE, o que se pretende avaliar está
descrito nas Matrizes de referência desse programa. Como o
próprio nome diz, as Matrizes de referência apresentam os
conhecimentos e as habilidades para cada etapa de escolari-
dade avaliada. Ou seja, elas especificam o que será avaliado,
tendo em vista as operações mentais desenvolvidas pelos alu-
nos em relação aos conteúdos escolares, passíveis de serem
aferidos pelos testes de proficiência.
QUAIS SÃO OS ELEMENTOS DE UMA MATRIZ DE REFERÊNCIA?
O TÓPICO agrupa um conjunto de habilidades, indica-
das pelos descritores, que possuem afinidade entre si.
Os DESCRITORES descrevem as habilidades que se-
rão avaliadas por meio dos itens que compõem os tes-
tes de uma avaliação em larga escala.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
14
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA - SEAPE5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
I. PROCEDIMENTOS DE LEITURA
D1 Localizar informações explícitas em um texto.
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 Inferir uma informação implícita em um texto.
D6 Identificar o tema de um texto.
D11 Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
II. IMPLICAÇÕES DO SUPORTE, DO GÊNERO E/OU DO ENUNCIADOR NA COMPREENSÃO DO TEXTO
D5 Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.).
D9 Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
III. RELAÇÃO ENTRE TEXTOS
D15 Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.
IV. COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
D7 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
D8 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
D12 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.
V. RELAÇÕES ENTRE RECURSOS EXPRESSIVOS E EFEITOS DE SENTIDO
D13 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
D14 Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
VI. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
D10 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
15
COMO É A AVALIAÇÃO NO SEAPE?
O segundo passo consiste em definir como serão elaborados os testes do SEAPE,
após a definição das habilidades a serem avaliadas, e como serão processados
seus resultados.
Seção 03
Leia o texto abaixo.
5
10
15
Curaçao, um simpático e colorido paraíso
Há uma lenda que explica a razão de Curaçao ser uma ilha tão colorida. Consta que um governador, há muitos anos, sentia dores de cabeça terríveis por todas as construções serem pintadas de branco e refletirem muito a luz do sol. Ele teria então sugerido algo a seus conterrâneos: colocar outras cores nas fachadas de suas residências e comércios; ele mesmo passaria a usar o amarelo em todas as construções que tivessem a ver com o governo. E assim nasceu o colorido dessa simpática e pequena ilha do Caribe.
E quem se importa se a história é mesmo real? Todo o colorido de Punda e Otrobanda combina perfeitamente com os muitos tons de azul que você vai aprender a reconhecer no mar que banha Curaçao, nos de branco, presentes na areia de cada uma das praias de cartão-postal, ou nos verdes do corpo das iguanas, o animal símbolo da ilha.
Acostume-se, aliás, a encontrar bichinhos pela ilha. Sejam grandes como os golfinhos e focas do Seaquarium, os lagartos que vivem livres perto das cavernas Hato, ou os muitos peixes que vão cercar você assim que entrar nas águas da lindíssima praia de Porto Mari. Tudo em Curaçao parece querer dar um “oi” para o visitante assim que o avista.
A ilha, porém, tem mais do que belezas naturais. Descoberta apenas um ano antes do Brasil, Curaçao também teve um histórico [...] que rendeu ao destino uma série de atrações [...], como o museu Kura Hulanda, ou as Cavernas Hato. [...]
Disponível em: <http://zip.net/bhq1CS>. Acesso em: 11 out. 2013. Fragmento. (P070104F5_SUP)
(P070105F5) De acordo com esse texto, qual é o animal símbolo da ilha?A) A foca.B) A iguana.C) O golfinho.D) O lagarto.
Item
O que é um item?
O item é uma questão utilizada nos
testes das avaliações em larga escala
Como é elaborado um item?
O item se caracteriza por avaliar uma
única habilidade, indicada por um descri-
tor da Matriz de referência do teste. O item,
portanto, é unidimensional.
UM ITEM É COMPOSTO PELAS SEGUINTES PARTES:
1. Enunciado – estímulo para que o aluno mobilize recursos
cognitivos, visando solucionar o problema apresentado.
2. Suporte – texto, imagem e/ou outros recursos que ser-
vem de base para a resolução do item. Os itens de Mate-
mática e de Alfabetização podem não apresentar suporte.
3. Comando – texto necessariamente relacionado à ha-
bilidade que se deseja avaliar, delimitando com clareza a
tarefa a ser realizada.
4. Distratores – alternativas incorretas, mas plausíveis – os
distratores devem referir-se a raciocínios possíveis.
5. Gabarito – alternativa correta.
1ª ETAPA – ELABORAR OS ITENS QUE COMPORÃO OS TESTES.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
17
2ª ETAPA – ORGANIZAÇÃO DOS CADERNOS DE TESTE.
Itens São organizados em blocos Que são distribuídos em cadernos
CADERNO DE TESTE
CADERNO DE TESTE
Cadernos de TesteComo é organizado um caderno de teste?
A definição sobre o número de itens é crucial para a composição dos
cadernos de teste. Por um lado, o teste deve conter muitos itens, pois um
dos objetivos da avaliação em larga escala é medir de forma abrangente as
habilidades essenciais à etapa de escolaridade que será avaliada, de forma a
garantir a cobertura de toda a Matriz de referência adotada. Por outro lado, o
teste não pode ser longo, pois isso inviabiliza sua resolução pelo estudante.
Para solucionar essa dificuldade, é utilizado um tipo de planejamento de tes-
tes denominado Blocos incompletos Balanceados – BiB.
O que é um BIB – Bloco Incompleto Balanceado?
No BiB, os itens são organizados em blocos. Alguns desses blocos for-
mam um caderno de teste. Com o uso do BiB, é possível elaborar muitos
cadernos de teste diferentes para serem aplicados a alunos de uma mes-
ma série. Podemos destacar duas vantagens na utilização desse modelo de
montagem de teste: a disponibilização de um maior número de itens em cir-
culação no teste, avaliando, assim, uma maior variedade de habilidades; e o
equilíbrio em relação à dificuldade dos cadernos de teste, uma vez que os
blocos são inseridos em diferentes posições nos cadernos, evitando, dessa
forma, que um caderno seja mais difícil que outro.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
18
Língua Portuguesa Matemática
77 itens divididos em: 7 blocos de Língua Portuguesa com 11 itens cada
77 itens divididos em: 7 blocos de Matemática com 11 itens cada
2 blocos (22 itens) de Língua Portuguesa 2 blocos (22 itens) de Matemática
formam um caderno com 4 blocos (44 itens)
Ao todo, são 21 modelos diferentes de cadernos.
VERIFIQUE A COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS DE TESTE DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL:
7x 7x
CADERNO DE TESTE
77 x 77 x
21x
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
19
3ª ETAPA – PROCESSAMENTO DOS RESULTADOS.
Existem, principalmente, duas formas de produzir a medida de
desempenho dos alunos submetidos a uma avaliação externa
em larga escala: (a) a Teoria Clássica dos Testes (TCT) e (b) a
Teoria de Resposta ao Item (TRI).
Os resultados analisados a partir da Teoria Clássica dos Testes
(TCT) são calculados de uma forma muito próxima às avaliações
realizadas pelo professor em sala de aula. Consistem, basica-
mente, no percentual de acertos em relação ao total de itens do
teste, apresentando, também, o percentual de acerto para cada
descritor avaliado.
Teoria de Resposta ao Item (TRI) e Teoria Clássica dos Testes (TCT)
Teoria de Resposta ao Item (TRI)
A Teoria de Resposta ao Item (TRI), por sua vez, permite a produção de
uma medida mais robusta do desempenho dos alunos, porque leva em
consideração um conjunto de modelos estatísticos capazes de determi-
nar um valor/peso diferenciado para cada item que o aluno respondeu
no teste de proficiência e, com isso, estimar o que o aluno é capaz de
fazer, tendo em vista os itens respondidos corretamente.
Comparar resultados de di-
ferentes avaliações, como o
Saeb.
Avaliar com alto grau de
precisão a proficiência de
alunos em amplas áreas de
conhecimento sem subme-
tê-los a longos testes.
Ao desempenho do aluno nos testes pa-
dronizados é atribuída uma proficiência,
não uma nota
Não podemos medir diretamente o conhecimento
ou a aptidão de um aluno. Os modelos matemáticos
usados pela TRI permitem estimar esses traços não
observáveis.
A TRI nos permite:
Comparar os resultados en-
tre diferentes séries, como
o início e fim do Ensino Mé-
dio.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
20
A proficiência é estimada considerando o padrão de respostas dos alunos,
de acordo com o grau de dificuldade e com os demais parâmetros dos itens.
Parâmetro A
Discriminação
Capacidade de um item de dis-
criminar os alunos que desenvol-
veram as habilidades avaliadas e
aqueles que não as desenvolve-
ram.
Parâmetro B
Dificuldade
Mensura o grau de dificuldade dos
itens: fáceis, médios ou difíceis.
Os itens são distribuídos de forma
equânime entre os diferentes ca-
dernos de testes, o que possibilita a
criação de diversos cadernos com
o mesmo grau de dificuldade.
Parâmetro C
Acerto ao acaso
Análise das respostas do aluno
para verificar o acerto ao acaso nas
respostas.
Ex.: O aluno errou muitos itens de
baixo grau de dificuldade e acertou
outros de grau elevado (situação
estatisticamente improvável).
O modelo deduz que ele respon-
deu aleatoriamente às questões e
reestima a proficiência para um ní-
vel mais baixo.
Que parâmetros são esses?
A proficiência relaciona o conhecimento do alu-
no com a probabilidade de acerto nos itens dos
testes.
Cada item possui um grau de difi-
culdade próprio e parâmetros di-
ferenciados, atribuídos através do
processo de calibração dos itens.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
21
Escala de Proficiência - Língua PortuguesaO QUE É UMA ESCALA DE PROFICIÊNCIA?
A Escala de Proficiência tem o objetivo de traduzir me-
didas de proficiência em diagnósticos qualitativos do de-
sempenho escolar. Ela orienta, por exemplo, o trabalho do
professor com relação às competências que seus alunos
desenvolveram, apresentando os resultados em uma es-
pécie de régua em que os valores de proficiência obtidos
são ordenados e categorizados em intervalos, que indicam
o grau de desenvolvimento das habilidades para os alunos
que alcançaram determinado nível de desempenho.
Os resultados dos alunos nas avaliações em larga esca-
la da Educação Básica realizadas no Brasil usualmente são
inseridos em uma mesma Escala de Proficiência, estabeleci-
da pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
(Saeb). Como permitem ordenar os resultados de desempe-
nho, as Escalas são ferramentas muito importantes para a
interpretação desses resultados.
* As habilidades relativas a essas competências não são avaliadas nessa etapa de escolaridade.
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Identifica letras
*
Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras Localiza informação D1 Identifica tema D6 Realiza inferência D3, D4, D5, D13 e D14 Identifica gênero, função e destinatário de um texto D9 Estabelece relações lógico-discursivas D2, D8 e D12 Identifica elementos de um texto narrativo D7 Estabelece relações entre textos D15 Distingue posicionamentos D11 Identifica marcas linguísticas D10
PADRÕES DE DESEMPENHO - 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DA ESCRITA
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
PROCESSAMENTO DO TEXTO
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
22
Os professores e toda a equipe pedagógica da esco-
la podem verificar as habilidades já desenvolvidas pelos
alunos, bem como aquelas que ainda precisam ser traba-
lhadas, em cada etapa de escolaridade avaliada, por meio
da interpretação dos intervalos da Escala. Desse modo, os
educadores podem focalizar as dificuldades dos alunos, pla-
nejando e executando novas estratégias para aprimorar o
processo de ensino e aprendizagem.
A gradação das cores indica a complexidade da tarefa.
Abaixo do Básico
Básico
Adequado
Avançado
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Identifica letras
*
Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras Localiza informação D1 Identifica tema D6 Realiza inferência D3, D4, D5, D13 e D14 Identifica gênero, função e destinatário de um texto D9 Estabelece relações lógico-discursivas D2, D8 e D12 Identifica elementos de um texto narrativo D7 Estabelece relações entre textos D15 Distingue posicionamentos D11 Identifica marcas linguísticas D10
PADRÕES DE DESEMPENHO - 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
23
Na primeira coluna da Escala, são apresentados
os grandes Domínios do conhecimento em Língua
Portuguesa, para toda a Educação Básica. Esses Do-
mínios são agrupamentos de competências que, por
sua vez, agregam as habilidades presentes na Matriz
de referência. Nas colunas seguintes são apresenta-
das, respectivamente, as competências presentes na
Escala de Proficiência e os descritores da Matriz de
referência a elas relacionados.
Perceber, a partir de um determinado Domínio, o grau de complexidade das
competências a ele associadas, através da gradação de cores ao longo da Es-
cala. Desse modo, é possível analisar como os alunos desenvolvem as habilida-
des relacionadas a cada competência e realizar uma interpretação que oriente o
planejamento do professor, bem como as práticas pedagógicas em sala de aula.
Primeira
COMO É A ESTRUTURA DA ESCALA DE PROFICIÊNCIA?
As competências estão dispostas nas várias linhas
da Escala. Para cada competência, há diferentes graus
de complexidade, representados por uma gradação de
cores, que vai do amarelo-claro ao vermelho. Assim, a
cor mais clara indica o primeiro nível de complexidade da
competência, passando pelas cores/níveis intermediá-
rios e chegando ao nível mais complexo, representado
pela cor mais escura.
As informações presentes na Escala de Proficiência podem ser interpretadas de três formas:
PADrÕES DE DESEMPENHO - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Identifica letras
*
Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras
APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DA ESCRITA
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
24
Ler a Escala por meio dos Padrões
e Níveis de Desempenho, que apresen-
tam um panorama do desenvolvimento
dos alunos em determinados intervalos.
Assim, é possível relacionar as habilida-
des desenvolvidas com o percentual de
alunos situado em cada Padrão.
interpretar a Escala de Proficiência a
partir do desempenho de cada instância
avaliada: estado, regional e escola. Des-
se modo, é possível relacionar o interva-
lo em que a escola se encontra ao das
demais instâncias.
Segunda Terceira
Na primeira linha da Escala de Proficiência, podem ser observados, numa
escala numérica de 0 a 500, intervalos divididos em faixas de 25 pontos. Cada
intervalo corresponde a um nível e um conjunto de níveis forma um Padrão de
Desempenho. Esses Padrões são definidos pela Secretaria de Estado de Edu-
cação e Esporte (SEE) e representados em tons de verde. Eles trazem, de forma
sucinta, um quadro geral das tarefas que os alunos são capazes de fazer, a partir
do conjunto de habilidades que desenvolveram.
PADrÕES DE DESEMPENHO - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Identifica letras
*
Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
25
Padrões de Desempenho EstudantilO QUE SÃO PADRÕES DE DESEMPENHO?
Os Padrões de Desempenho constituem uma caracterização das competências
e habilidades desenvolvidas pelos alunos de determinada etapa de escolaridade,
em uma disciplina / área de conhecimento específica.
Essa caracterização corresponde a intervalos numéricos estabelecidos na Es-
cala de Proficiência (vide p. 22). Esses intervalos são denominados Níveis de De-
sempenho, e um agrupamento de níveis consiste em um Padrão de Desempenho.
Apresentaremos, a seguir, as descrições das habilidades relativas aos Níveis de
Desempenho do 5º ano do Ensino Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa, de
acordo com a descrição pedagógica apresentada pelo inep, nas Devolutivas Pedagó-
gicas da Prova Brasil, e pelo CAEd, na análise dos resultados do SEAPE 2015.
Esses Níveis estão agrupados por Padrão de Desempenho e vêm acompanha-
dos por exemplos de itens. Assim, é possível observar em que Padrão a escola, a
turma e o aluno estão situados e, de posse dessa informação, verificar quais são as
habilidades já desenvolvidas e as que ainda precisam de atenção.
Padrão de Desempenho muito abaixo do mínimo esperado para a
etapa de escolaridade e área do conhecimento avaliadas. Para os alu-
nos que se encontram nesse padrão de desempenho, deve ser dada
atenção especial, exigindo uma ação pedagógica intensiva por parte
da instituição escolar.
Até 125 pontosABAiXO DO BÁSiCO
Padrão de Desempenho básico, caracterizado por um processo
inicial de desenvolvimento das competências e habilidades correspon-
dentes à etapa de escolaridade e área do conhecimento avaliadasDe 125 a 175 pontosBÁSiCO
Padrão de Desempenho adequado para a etapa e área do co-
nhecimento avaliadas. Os alunos que se encontram nesse padrão,
demonstram ter desenvolvido as habilidades essenciais referentes à
etapa de escolaridade em que se encontramDe 175 a 225 pontosADEQuADO
Padrão de Desempenho desejável para a etapa e área de conhe-
cimento avaliadas. Os alunos que se encontram nesse padrão demons-
tram desempenho além do esperado para a etapa de escolaridade em
que se encontram.Acima de 225 pontosAvANÇADO
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
26
Até 125 pontos
ABAiXO DO BÁSiCO
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS 0 25 50 75 100 125
Identifica letras Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras Localiza informação Identifica tema Realiza inferência Identifica gênero, função e destinatário de um texto Estabelece relações lógico-discursivas Identifica elementos de um texto narrativo Estabelece relações entre textos Distingue posicionamentos Identifica marcas linguísticas
APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DA ESCRITA
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
PROCESSAMENTO DO TEXTO
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
27
Até 125 pontos
NÍVEL DE DESEMPENHO 1
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/por-que-nao.gif>. Acesso em: 26 mar. 2014. (P050209F5_SUP)
(P050209F5) No último quadrinho desse texto, o pássaroA) agradece ao homem por soltá-lo.B) fica com medo do homem.C) não consegue mais voar.D) não quer sair da gaiola.
» Localizar informações em frases, em bilhetes curtos e em um verso.
» reconhecer gênero e finalidade de receita.
» interpretar texto curto com auxílio de elementos não verbais, como tirinhas.
» identificar o personagem principal em conto.
Esse item avalia a habilidade de os estudantes interpretarem texto com au-
xílio de material gráfico diverso. Para tanto, foi utilizado, como suporte para a
tarefa, uma tirinha estruturada a partir de imagens, cuja sequência compõe uma
narrativa curta.
Para satisfazer a proposta do item, os respondentes precisam reconhecer
a evolução da história: incialmente, o pássaro está preso na gaiola, no segundo
quadrinho, o homem aparece para libertá-lo e, na sequência, o pássaro beija-lhe
o rosto em forma de agradecimento. Nesse sentido, aqueles que optaram pela
alternativa A demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
28
De 125 a 175 pontos
BÁSiCO
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS 125 150 175
Identifica letras Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras Localiza informação Identifica tema Realiza inferência Identifica gênero, função e destinatário de um texto Estabelece relações lógico-discursivas Identifica elementos de um texto narrativo Estabelece relações entre textos Distingue posicionamentos Identifica marcas linguísticas
APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DA ESCRITA
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
PROCESSAMENTO DO TEXTO
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
29
De 125 a 150 pontos
NÍVEL DE DESEMPENHO 2
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://chc.cienciahoje.uol.com.br/no-fundo-do-mar/>. Acesso em: 1 abr. 2014. (P050235F5_SUP)
(P050236F5) No início desse texto, no trecho “Galera, bem-vindos!”, a palavra destacada é exemplo de linguagem encontrada emA) conversas entre amigos.B) documentos.C) notícias de jornal.D) palestras.
» realizar inferência em textos não verbais e que conjugam linguagem
verbal e não verbal, como tirinhas.
» identificam expressões próprias da oralidade e marcas de informalidade
na fala de personagem em história em quadrinhos.
Esse item avalia a habilidade de os estudantes identifi-
carem as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o
interlocutor de um texto. Nesse item, o comando solicita a
identificação do tipo de linguagem utilizada em um trecho
da fala de um personagem em uma história em quadrinhos.
Para isso, é necessário que os estudantes voltem ao texto
para encontrar o fragmento indicado pelo comando, a fim
de compreenderem o contexto no qual esse fragmento está
inserido e, finalmente, identifiquem a variante linguística em-
pregada no trecho em destaque no comando para resposta.
Na resolução do item, é necessário que os estudantes
atentem-se à solicitação do comando, percebendo que o
termo “galera” é uma expressão popular comumente em-
pregada entre jovens, contexto apontado pela alternativa A.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
30
De 150 a 175 pontos
NÍVEL DE DESEMPENHO 3
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://www.artereciclada.com.br/infantil/brinquedo-com-reciclaveis#.UzHMW6hdWYE>. Acesso em: 25 mar. 2014. (P050174F5_SUP)
(P050174F5) Esse texto foi escrito para A) contar uma história. B) divertir os leitores.C) ensinar uma montagem.D) fazer um convite.
» Localizar informação explícita em contos.
» identificar o assunto principal em reportagens e a personagem principal em
fábulas.
» reconhecer a finalidade de receitas, manuais e regulamentos.
» inferir características de personagem em fábulas.
» interpretar linguagem verbal e não verbal em tirinhas.
» inferir a causa do comportamento de um personagem em fragmento de diário.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
31
Esse item avalia a habilidade de os estudantes reconhecerem o objetivo co-
municativo de diferentes gêneros textuais. Nesse caso, o texto que serve de su-
porte ao item é um texto instrucional que, por ser voltado ao público infantil, faz uso
das linguagens verbal e não verbal em sua composição.
Para chegar ao gabarito desse item, os respondentes precisariam articular
o texto verbal ao não verbal, percebendo que as imagens não são meramente
ilustrativas, uma vez que sugerem a forma correta de proceder cada etapa da
montagem do palhaço. Deveriam, também, associar essa leitura ao texto verbal,
que também marca o caráter instrucional do texto, pois é composto pelo tópico
“materiais” e pela predominância do modo verbal imperativo presente nos proce-
dimentos. Nesse sentido, a escolha pela alternativa C sugere que esses estudan-
tes procederam corretamente à leitura do texto, reconhecendo sua finalidade.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
32
De 175 a 225 pontos
ADEQuADO
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS 175 200 225
Identifica letras Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras Localiza informação Identifica tema Realiza inferência Identifica gênero, função e destinatário de um texto Estabelece relações lógico-discursivas Identifica elementos de um texto narrativo Estabelece relações entre textos Distingue posicionamentos Identifica marcas linguísticas
APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DA ESCRITA
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
PROCESSAMENTO DO TEXTO
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
33
De 175 a 200 pontos
NÍVEL DE DESEMPENHO 4
Leia o texto abaixo.
Estoura 20
Objetivo: Chegar com somas ao número 20 ou mais próximo dele. Participantes: 2 a 4 participantes.Material necessário: Dado, tabuleiro e canetinha.Como jogar: Decidam quem vai começar. O primeiro participante joga o dado, anota o número que cair no quadro de cima do tabuleiro. Os outros participantes também jogam o dado e fazem a anotação. Na próxima rodada, ao jogar o dado, o participante soma o número com o anterior e coloca o resultado no quadrinho de baixo. Se o jogador perceber que a soma dá um número próximo de 20 pode parar e avisa dizendo “Parei”, se outro jogador quiser continuar jogando o dado pode continuar. Quem chegar primeiro em 20 ou fi car mais próximo ganha o jogo. Quem ultrapassar perde. Disponível em: <http://www.escolasanti.com.br/content.php?Categ=4&contentID=503>. Acesso em: 26 mar. 2014. (P050193F5_SUP)
(P050194F5) De acordo com esse texto, ganha o jogo quemA) anotar o número que sair no dado.B) chegar primeiro no 20.C) colocar o resultado no quadrinho.D) ultrapassar o número 20.
» Localizar informação explícita em contos e reportagens.
» Localizar informação explícita em propagandas com ou sem apoio de re-
cursos gráficos e em instrução de jogo.
» reconhecer relação de causa e consequência em poemas, contos e tirinhas.
» inferir o sentido de palavra, o sentido de expressão ou o assunto em car-
tas, contos, tirinhas e histórias em quadrinhos com o apoio de linguagem
verbal e não verbal.
» Depreender o efeito de sentido sugerido pelo ponto de exclamação em conto.
Esse item avalia a habilidade de localizar informações explícitas em um texto
verbal. Para tanto, escolheu-se um texto instrucional de curta extensão e lingua-
gem simples, que orienta sobre o jogo de tabuleiro “Estoura 20”. Essas caracte-
rísticas tornam o texto acessível aos estudantes avaliados, contribuindo para a
resolução do item.
Para realizar a tarefa, é necessário que os avaliandos identifiquem a ação
que torna um dos jogadores o vencedor da partida, informação que se encontra
na penúltima linha do texto.
Sendo assim, os estudantes que fizeram a opção pela alternativa B demons-
traram ter desenvolvido a habilidade em questão, percebendo que o comando
do item reproduz o trecho do texto de forma literal: “Quem chegar primeiro em
20 ou ficar mais próximo ganha o jogo”, o que pode ter facilitado a tarefa de lo-
calização da informação.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
34
Leia o texto abaixo.
Nosso folclore
O nosso Brasil é um país riquíssimo em tradições folclóricas. Isso se deve às várias infl uências que recebemos de outros povos, como os europeus, asiáticos, africanos, além dos indígenas que aqui viviam.
Todos esses povos ajudaram a formar o nosso folclore, através dos costumes, crendices e lendas que trouxeram de seus países de origem. [...]
O folclore está presente nas músicas, nas quadrinhas, nos brinquedos e brincadeiras, nas superstições e crendices populares, nas adivinhas, nos pratos típicos, nas danças, nos mitos e lendas. As lendas são pequenas histórias contadas ao longo do tempo por nossos antepassados e que continuam vivas através de personagens reais ou não.
Disponível em: <http://www.brasilzinho.com.br/base_folclore.htm>. Acesso em: 20 mar. 2014. Fragmento. (P050162F5_SUP)
(P050164F5) O trecho desse texto que apresenta ideia de lugar é: A) “O nosso Brasil é um país riquíssimo...”. B) “Isso se deve às várias infl uências...”. C) “... esses povos ajudaram a formar o nosso folclore,...”.D) “... são pequenas histórias contadas ao longo do tempo...”.
A habilidade avaliada por esse item refere-se ao reconhecimento de rela-
ções lógico-discursivas, estabelecidas por meio de conjunções ou preposições,
e da identificação de circunstâncias adverbiais, expressas principalmente por ad-
vérbios e suas locuções.
No caso em análise, utilizou-se como suporte um texto informativo que dis-
corre sobre o folclore brasileiro e apresenta linguagem adequada à etapa de es-
colarização avaliada. A partir de trechos desse texto, o item solicita ao estudante
que identifique aquele que expressa a circunstância de lugar, o qual se encontra
na alternativa A, cuja escolha sugere que o respondente desenvolveu a habili-
dade avaliada no tocante às circunstâncias básicas como lugar, tempo e modo.
De 200 a 225 pontos
NÍVEL DE DESEMPENHO 5
» identificar informação explícita em sinopses e receitas
culinárias.
» identificar assunto principal e personagem em contos e letras
de música.
» identificar formas de representação de medida de tempo em
reportagens.
» identificar assuntos comuns a duas reportagens.
» identificar o efeito de humor em piadas.
» reconhecer sentido de expressão, elementos da narrativa e
opinião em reportagens, contos e poemas.
» reconhecer relação de causa e consequência e relação en-
tre pronomes e seus referentes em fábulas, poemas, contos,
tirinhas e texto didático, além de reconhecer o referente de
expressão adverbial em conto.
» inferir sentido decorrente da utilização de sinais de pontua-
ção e sentido de expressões em poemas, fábulas e contos.
» inferir efeito de humor em tirinhas e em histórias em qua-
drinhos.
» Estabelecer relação lógico-discursiva marcada por locução
adverbial de lugar em texto didático.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
35
AvANÇADO
Acima de 225 pontos
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Identifica letras Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras Localiza informação Identifica tema Realiza inferência Identifica gênero, função e destinatário de um texto Estabelece relações lógico-discursivas Identifica elementos de um texto narrativo Estabelece relações entre textos Distingue posicionamentos Identifica marcas linguísticas
APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DA ESCRITA
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
PROCESSAMENTO DO TEXTO
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
36
De 225 a 250 pontos
NÍVEL DE DESEMPENHO 6
» identificar assunto e opinião em reportagens e contos.
» identificar assunto comum a cartas e poemas.
» identificar informação explícita em letras de música e contos.
» reconhecer assunto em poemas e tirinhas.
» reconhecer sentido de conjunções e de locuções ad-
verbiais em verbetes, lendas e contos.
» reconhecer finalidade de reportagens e cartazes.
» reconhecer relação de causa e consequência e relação
entre pronome e seu referente em tirinhas, contos e re-
portagens.
» inferir elementos da narrativa em fábulas, contos e cartas.
» inferir finalidade e efeito de sentido decorrente do uso
de pontuação e assunto em fábulas.
» inferir informação em poemas, reportagens e cartas.
» Diferenciar opinião de fato em reportagens e em conto.
» interpretar efeito de humor e inferir sentido de palavra em
piadas e tirinhas.
» inferir sentido de palavra em reportagem.
Leia o texto abaixo.
5
10
15
Estratégias para a vida noturna
Trocar o dia pela noite pode parecer estranho para nós, mas faz parte do estilo de vida de algumas espécies. À noite, há alguns animais que podem surpreender.
Os animais noturnos têm uma série de características especiais para viver à noite. Por exemplo, o lobo-guará enxerga muito bem, mesmo sem luminosidade. Seu olfato fi ca melhorado e sua audição é uma poderosa aliada, devido às grandes orelhas que ele tem. Além disso, ele tem as patas acolchoadas para não fazer barulho e, assim, chegar bem pertinho da presa sem assustá-la. Diferentemente de outros lobos, ele também se alimenta de frutas.
A audição é um dos sentidos fundamentais para as corujas, assim como a visão perfeita. Além disso, elas têm penas especiais que permitem voar sem fazer barulho nenhum – uma boa estratégia para pegar a presa de surpresa!
O morcego, por sua vez, não faz questão de ser silencioso. Pelo contrário, para poder se guiar na noite, ele emite um barulho e, pelo eco que o som faz, descobre onde estão os obstáculos e alimentos que procura. Essa estratégia, chamada ecolocalização, é usada por outros animais como o boto – que, apesar de não ser considerado noturno, é um mamífero que vive em um ambiente de águas muito escuras, o rio Negro, na Amazônia.
No leito dos rios amazônicos, também vive o poraquê, peixe de hábitos noturnos que usa descargas elétricas para capturar outros peixes para comer.
Ciência Hoje. Ano 22. n. 206. Out. 2009. p. 5. Fragmento. (P050738ES_SUP)
(P050742ES) De acordo com esse texto, o boto usa o som para se localizar porqueA) é um mamífero aquático. B) gosta de caçar à noite.C) tem grandes orelhas.D) vive em águas escuras.
Esse item avalia a habilidade de estabelecer relações de
causa e consequência entre partes e elementos de um texto.
Nesse caso, o suporte do item apresenta um texto informati-
vo, que expõe sobre os artifícios utilizados pelos animais para
se localizarem em ambientes com pouca luminosidade.
um ponto de dificuldade para resolução desse item
pode ser o fato de essa relação causal ocorrer de forma
implícita no texto, ou seja, sem marcas linguísticas evidentes,
o que exige do estudante refinamento da leitura.
Dessa forma, os respondentes que acertaram o item,
marcando a alternativa D, conseguiram compreender que o
trecho “é um mamífero que vive em um ambiente de águas
muito escuras” oferece a causa de o boto usar o som como
forma de localização.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
37
De 250 a 275 pontos
NÍVEL DE DESEMPENHO 7
» identificar opinião em biografia e informação explícita em fábulas, contos,
crônicas e reportagens.
» identificar informação explícita em reportagens com ou sem o auxílio de
recursos gráficos.
» reconhecer a finalidade de verbetes, fábulas, charges e reportagens.
» reconhecer relação de causa e consequência em reportagem e relação
entre pronomes e seus referentes em poemas, fábulas e contos.
» inferir assunto principal e sentido de expressão em poemas, fábulas, con-
tos, crônicas, reportagens e tirinhas.
» inferir informação em contos e reportagens.
» inferir moral e efeito de humor em piadas, fábulas e em história em quadrinhos.
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://chc.cienciahoje.uol.com.br/no-fundo-do-mar/>. Acesso em: 1 abr. 2014. (P050235F5_SUP)
(P050235F5) Esse texto é engraçado porque A) o peixe diz que o turista faz parte do fundo do mar.B) o peixe mostra os animais que existem no mar. C) o turista tira fotos do fundo do mar. D) o turista usa óculos de mergulho.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
38
Esse item avalia a habilidade de reconhecer o fato gerador do humor em
textos diversos. Nesse caso, o texto utilizado como suporte é uma história em
quadrinhos, gênero em que comumente pretende-se criar um efeito humorístico.
Como esperado, o fato que confere o humor dessa história em quadrinhos
encontra-se no desfecho da narrativa, momento em que há uma quebra da ex-
pectativa do leitor, a partir da qual se explora a comicidade. Nesse sentido, no
último quadrinho, quando o peixe que guia o passeio afirma que os turistas fazem
parte do fundo do mar, ocorre o fato que gera uma ruptura com as falas anteriores
do personagem, nas quais foram citadas somente espécies marinhas. Sendo as-
sim, a expectativa do leitor é rompida, o que confere o humor do texto.
Nesse sentido, os estudantes que marcaram a alternativa A, o gabarito, de-
monstraram ter compreendido a história em quadrinhos.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
39
De 275 a 300 pontos
NÍVEL DE DESEMPENHO 8
Leia o texto abaixo.
Porto Alegre, 20 de setembro de 2009.
Querida Amanda,
Estou com saudades das nossas conversas.Aqui em Porto Alegre é tudo muito bonito e está tudo bem. Meu curso termina em poucos
meses, logo voltarei para a nossa cidade natal e poderemos conversar muito!Gostaria de saber como estão todos da sua família e o que você tem feito de bom...Não deixe de escrever contando as novidades!
Com carinho,
Bianca.Disponível em: <http://www.historias-infantis.com/>. Acesso em: 2 abr. 2014. (P050382F5_SUP)
(P050383F5) O trecho desse texto que mostra uma opinião é:A) “Aqui em Porto Alegre é tudo muito bonito...”.B) “Meu curso termina em poucos meses,...”. C) “Gostaria de saber como estão todos da sua família...”.D) “Não deixe de escrever contando as novidades!”.
» identificar assunto principal e informações explícitas em poemas, fábu-
las e letras de música.
» identificar opinião em poemas, crônicas e em carta pessoal.
» reconhecer o gênero textual a partir da comparação entre textos e o
assunto comum a duas reportagens.
» reconhecer elementos da narrativa em fábulas.
» reconhecer relação de causa e consequência e relação entre prono-
mes e seus referentes em fábulas, contos e crônicas.
» inferir informação em fábula e efeito de sentido decorrente do uso de
sinais gráficos em reportagens e em letras de música.
» interpretar efeito de humor em piadas e contos.
» interpretar linguagem verbal e não verbal em histórias em quadrinhos.
» identificar marcas da linguagem formal em reportagem.
» reconhecer a finalidade de texto didático.
Esse item avalia a habilidade de reconhecer marcas
de opinião em contraposição a trechos que apresentam fa-
tos objetivamente expressos. Nesse caso, o texto utilizado
como suporte é uma carta pessoal, gênero caracterizado
pela subjetividade, em que a opinião do locutor é marcada-
mente expressa, seja pelo uso da primeira pessoa verbal ou
pela utilização de adjetivos.
Nesse sentido, para chegar ao gabarito do item, os
respondentes precisariam reconhecer que a expressão
“tudo muito bonito”, presente na alternativa A, caracteriza,
de forma marcadamente pessoal, a cidade de Porto Alegre,
sendo, portanto, o trecho que mostra uma opinião. Desse
modo, a escolha dessa alternativa sugere o desenvolvimen-
to da habilidade avaliada no tocante às marcas opinativas
apresentadas por meio de expressões adjetivas.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
40
De 300 a 325 pontos
NÍVEL DE DESEMPENHO 9
Leia o texto abaixo.
Congo ensinará Português nas escolas
Um acordo assinado em junho entre Portugal e a República do Congo prevê que a Língua Portuguesa seja ensinada nas escolas congolesas a partir de 2011. A ideia, explicou Basil Ikoubéké, ministro dos Negócios Estrangeiros do Congo, é que o país africano se aproxime de seus vizinhos. A princípio, a implantação do ensino da língua será experimental e voltada para diplomatas congoleses, com a ajuda de professores de Portugal. Em entrevista à BBC Brasil, Domingos Alvim, que negociou o acordo pelos portugueses, afi rmou que o ensino do idioma começará em setembro de 2011. Até lá, faltam alguns detalhes a serem acertados, entre eles o número de escolas congolesas que irão adotar o idioma. [...]
Língua Portuguesa. Ano 5. n. 59. Set. 2010. Fragmento. (P051014ES_SUP)
(P051015ES) No trecho “... entre eles o número de escolas...”, a palavra destacada está no lugar deA) vizinhos.B) professores. C) portugueses.D) detalhes.
» identificar assunto principal e opinião em contos e em cartas do leitor.
» reconhecer sentido de locução adverbial e conjunção aditiva em notí-
cia e elementos da narrativa em fábulas e contos.
» reconhecer relação de causa e consequência e relação entre prono-
mes e seus referentes em fábulas e reportagens.
» reconhecer assunto comum entre textos de gêneros diferentes.
» inferir informações e efeito de sentido decorrente do uso de pontuação
em fábulas, piadas e tirinha e ainda inferir o sentido de expressão em
poema narrativo.
O objetivo desse item é avaliar a habilidade de os estudantes realizarem
operações de retomada pronominal ou lexical, identificando repetições e subs-
tituições que contribuem para a continuidade do texto. Nesse caso, utilizou-se
como suporte para a tarefa um fragmento de reportagem sobre o ensino de
português no Congo.
Para chegar ao gabarito do item, os estudantes deveriam retornar ao texto
e localizar, na última sentença do texto, o referente do pronome “eles”, destaca-
do no comando do item. Nesse sentido, aqueles que marcaram a alternativa D
compreenderam que esse pronome retoma a palavra “detalhes”, reconstruindo
o sentido da frase “entre esses detalhes o número de escolas...”, demonstrando,
dessa forma, ser capazes de realizar operações de retomada por meio de pro-
nome pessoal reto.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
41
Acima de 325 pontos
NÍVEL DE DESEMPENHO 10
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://www.bugigangue.com.br/?m=hq/tirinhas_materia>. Acesso em: 24 abr. 2014. (P050365F5_SUP)
(P050366F5) No último quadrinho desse texto, no trecho “Estranho!”, a exclamação reforça a ideia deA) alegria.B) dúvida.C) espanto.D) medo.
» identificar opinião em fábulas e reconhecer sentido de advérbios em
cartas do leitor.
» reconhecer a informação comum em duas reportagens.
» inferir o efeito de espanto sugerido pelo uso de exclamação na fala de
personagem em tirinha.
» identificar marcas da linguagem informal em trecho de reportagem.
A habilidade avaliada por esse item diz respeito ao reconhecimento do efeito
de sentido decorrente da pontuação e de outras notações. Nesse caso, utilizou-
-se como suporte uma tirinha, gênero familiar aos estudantes, em que é comum o
uso dos sinais de exclamação e interrogação, assim como outras notações, para
marcar sentimentos e expressões nas falas dos personagens.
Para satisfazer a proposta do item, era preciso compreender a narrativa apre-
sentada na tirinha para então perceber que o ponto de exclamação presente
no trecho de fala em análise sugere o espanto da personagem ao ver que suas
vassouras estavam sem os cabos, pois estes estavam sendo usados como brin-
quedos pelos garotos.
Nesse sentido, os estudantes que marcaram a alternativa C sugerem ter de-
senvolvido a habilidade no tocante ao uso do ponto de exclamação.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
42
COMO SÃO APRESENTADOS
OS RESULTADOS DO SEAPE?
O passo seguinte consiste na divulgação dos resultados obtidos
pelos alunos, terminado o processamento dos testes.
Seção 04
O processo de avaliação em larga escala não termina
quando os resultados chegam à escola. Ao contrário, a partir
desse momento toda a escola precisa estudar as informações
obtidas, a fim de compreender o diagnóstico produzido sobre
a aprendizagem dos alunos. Em seguida, é necessário elaborar
estratégias que visem à garantia da melhoria da qualidade da
educação ofertada pela escola, expressa na aprendizagem de
todos os alunos.
Para tanto, todos os agentes envolvidos – gestores, profes-
sores, famílias – devem se apropriar dos resultados produzidos
pelas avaliações, incorporando-os ao debate sobre as práticas
estabelecidas pela escola.
O encarte de divulgação dos resultados da escola apre-
senta uma sugestão de roteiro para a leitura dos resultados ob-
tidos pelas avaliações do SEAPE. Esse roteiro pode ser usado
para interpretar os resultados divulgados no Portal da Avaliação
http://www.seape.caedufjf.net.
Encarte Escola à Vista!
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
44
COMO A ESCOLA PODE SE APROPRIAR
DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO?
Existem diversos casos de apropriação dos resultados das avaliações em larga escala,
no interior das escolas. Esta seção traz um Estudo de Caso, que ilustra uma das várias
estratégias desenvolvidas para que esse processo seja efetivo e válido.
Seção 05
Se for para acrescentar, vamos soletrarEra mais um dia de trabalho na
escola. As aulas haviam começado e
o cronograma com as atividades que
seriam desenvolvidas durante aquele
ano era aplicado há poucos meses
por toda a equipe. tudo estava de
acordo com o planejamento; entre-
tanto, alguns problemas já eram iden-
tificados pelos professores.
um desses problemas, vamos re-
latar um pouco mais neste momento.
Foi apontado pela professora Bárba-
ra, que lecionava geografia em algu-
mas turmas daquela escola. Para ela,
muitos alunos não compreendiam o
significado das palavras em sua dis-
ciplina e, além disso, tinham dificulda-
des na morfologia e na escrita correta
das mesmas.
Na primeira reunião após o início
das aulas, Bárbara, que era professora
da escola há 4 anos, decidiu expor o
problema com que lidava, diariamente,
desde o início do ano letivo, com seus
alunos do 6°, 7° e 9° anos do Ensino
Fundamental.
Eu tenho percebido – disse
Bárbara para os colegas de trabalho
– que os alunos não compreendem
o sentido de alguns termos que ve-
nho trabalhando desde o início des-
se ano, ou então não conseguem
apresentar conhecimentos sobre
termos que foram abordados em
etapas de escolaridade anteriores.
Eu tenho procurado formas de reto-
mar esses conceitos e modificar o
modo como apresento o conteúdo
em sala, mas ainda tenho encontra-
do muitas dificuldades no desenvol-
vimento do conteúdo previsto para
cada etapa de escolaridade em que
leciono. É certo – prosseguiu Bárba-
ra – que eu devo apresentar e expli-
car cada desses novos termos para
os alunos, mas percebo que eles
não relacionam com palavras que
já são ou deveriam ser conhecidas
por eles, ou melhor, por todos nós.
Para mim – prosseguiu a pro-
fessora em sua exposição –, termos
como indicadores demográficos,
assistência médica, condições sani-
tárias, discriminação, vulnerabilidade,
saneamento básico, ou então bacia
hidrográfica, sedimentação, erosão
fluvial, estiagem, afluente seriam de fá-
cil compreensão, se os alunos conhe-
cessem o significado e a morfologia
de cada palavra apresentada, o que
não acontece. Por exemplo, bacia hi-
drográfica está relacionado, de algum
modo, a água, pois contém “hidro” na
formação do termo. Mas os alunos
não conseguem fazer nem ao menos
essa relação.
Para Bárbara, o desenvolvimen-
to do conteúdo em suas aulas po-
deria ser orientado de outro modo,
mais significativo para cada aluno,
com menos dificuldades para as
turmas, se os alunos conseguissem
fazer essa relação inicial.
gente, vamos organizar nossas
discussões. isso deveria ser um as-
sunto para a nossa reunião? Deve
ser resolvido por todos os professo-
res da escola? Não deveria ser uma
ação da equipe de Língua Portugue-
sa? Questionou um outro professor.
Bárbara não deixou que ninguém
pudesse se manifestar antes e logo
respondeu: Sim! E por que não seria
problema de toda a equipe?
um silêncio tomou conta da
sala de reuniões, mostrando que os
professores, mesmo apresentando
alguma opinião, não conseguiam
justificá-la
Então Bárbara continuou sua
fala: Apresentei um problema, mas
já venho pensando em uma propos-
ta. Posso apresentá-la?
A maioria balançou a cabeça po-
sitivamente, concordando que Bárba-
ra continuasse se expressando.
Bárbara, assim, prosseguiu. So-
mos uma escola da rede pública que,
hoje, atende alunos do Ensino Funda-
mental do 6° ao 9° ano e das três eta-
pas do Ensino Médio. temos algumas
turmas da Educação integral também,
que participam de um trabalho diferen-
ciado dentro da escola, pois os alunos
permanecem um período maior aqui.
Procuramos oferecer atendimento
educacional especializado para to-
dos os alunos com deficiência. Além
disso, conseguimos montar e manter
uma sala de recursos audiovisuais,
com computador e acesso à inter-
net, além de televisão, aparelho de
DvD, e uma lousa digital que chegou
“ [...] Bárbara considerava
que a equipe pedagógica deveria rever algumas estratégias da prática
docente.
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
46
recentemente. Procuramos trabalhar
nossos conteúdos em sala de aula de
forma contextualizada, fazendo uso de
diferentes projetos pedagógicos e de
modo interdisciplinar. Mesmo assim,
não conseguimos alcançar o resultado
que desejamos no desenvolvimento
de nossos alunos.
Percebia-se ainda, nesta es-
cola, um grande envolvimento e
participação da comunidade nos
eventos promovidos pela instituição,
tais como plantões pedagógicos,
reuniões escolares, festas culturais
(Festa Junina, Dia das Crianças, Na-
tal, Dia do índio, Páscoa e outras).
Sempre que necessário, a escola
podia contar com a presença de
pais e responsáveis na escola.
A professora Bárbara sabia que
os alunos da escola já haviam pro-
gredido, com as novas práticas de-
senvolvidas. Entretanto, ela ainda
observava alguns problemas para
serem resolvidos. Problemas es-
tes que não estavam relacionados
apenas à compra de equipamentos
e utilização de recursos pedagógi-
cos, nem a aspectos relacionados
à gestão ou participação da família
na escola. Continuamente, Bárbara
considerava que a equipe pedagó-
gica deveria rever algumas estraté-
gias da prática docente.
A proposta inicial, pensada por
Bárbara, consistia na opinião de to-
dos os professores em relação ao
problema apresentado. Será que
todos já haviam observado esse
problema? Era um problema para to-
dos? Para isso, ela propôs que todos
fizessem uma espécie de estudo
dos resultados da avaliação realiza-
da por eles dentro da escola.
A coordenadora Miriam interfe-
riu, nesse momento.
Estou pensando, posso trazer
para a reunião, o resultados das
avaliações externas que acabaram
de chegar na escola, o que vocês
acham? Perguntou Miriam, que pros-
seguiu em sua fala. Não conheço
muito bem, mas podemos pensar de
modo paralelo aos resultados que
vocês trouxerem. Os dados acaba-
ram de chegar, e os testes foram
realizados pelos alunos no final do
ano passado.
Por que utilizar esses resulta-
dos, se já sabemos o que nossos
alunos já aprenderam com a nossa
avaliação? Foi o questionamento do
professor Marcelo, que lecionava a
disciplina de Matemática para algu-
mas turmas da escola.
Miriam, que havia participado
de algumas capacitações realizadas
pelo CAEd e tinha observado o ma-
terial com os resultados da avaliação
entregue na escola, explicou que
todos eles poderiam apresentar, na-
quela reunião, a aprendizagem dos
alunos com base nas avaliações
aplicadas em suas aulas, o que seria
indispensável para a continuidade
do trabalho. Entretanto, a equipe po-
deria ter outro olhar para os alunos
da escola, com base em habilidades
e competências, como exemplificou:
Fernando – direcionando sua
pergunta para um dos professores de
Língua Portuguesa –, qual a avaliação
que você consegue tecer, agora, em
relação aos alunos que concluíram o
9° ano do ano passado?
Fernando, observando o pro-
grama organizado para os alunos
do 9° ano, responde que, do que
havia sido planejado, poucos foram
os alunos que tinham desenvolvido
todo o conteúdo, pois tinham ido
para o Ensino Médio com algumas
dificuldades em interpretação de
texto em linguagem poética, não sa-
biam construir e identificar orações
subordinadas, e faziam uso inapro-
priado, por exemplo, das preposi-
ções, pois não compreendiam as re-
lações entre o verbo (ou o nome) e
seu complemento (regência verbal
ou nominal).
tudo bem, Fernando, interrom-
peu a coordenadora. Por que eles
tinham essas dificuldades e por que
você não conseguiu resolver?
Fernando ficou quieto um tem-
po, mas respondeu o questiona-
mento da coordenadora. talvez por-
“ [...] por que não procuramos saber sobre essas dificuldades
consultando, também, os resultados das avaliações externas?
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
47
que eles não tenham desenvolvido
conceitos importantes nas etapas
anteriores, disse ele.
Então, por que não procura-
mos saber sobre essas dificuldades
consultando, também, os resultados
das avaliações externas? Com os
resultados destes testes, podemos
verificar quais habilidades e compe-
tências já foram desenvolvidas pe-
los alunos. E assim, em vez de uma
análise por conteúdos programáti-
cos, como regência verbal ou inter-
pretação de texto, como você citou,
buscaremos compreender o que os
alunos desenvolveram em relação
a habilidades e competências, em
diferentes etapas e disciplinas.
vamos retomar o exemplo dado
pela professore Bárbara, sugeriu a
coordenadora Miriam. Os alunos es-
tão com dificuldades em compreen-
der o significado e escrita correta das
palavras e morfologia. você, Fernan-
do, disse que os alunos estão com di-
ficuldades em interpretação de textos
em linguagem poética. Esse conteúdo
está relacionado ao contexto apre-
sentado pela professora de geogra-
fia. vamos todos ver se os resultados
das avaliações externas apontam o
mesmo?
Miriam teve que se ausentar da
sala alguns instantes para buscar o
material. Ao consultar o resultado
do 9° ano do Ensino Fundamental,
em Língua Portuguesa, todos pu-
deram perceber que os alunos que
alcançaram proficiência alocada no
padrão de desempenho mais bai-
xo, conseguiam realizar operações
relativas à realização de inferência
de sentido de palavra ou expres-
são. Mas, ao observar o percentual
de acerto por descritor, perceberam
que havia baixo percentual de acer-
to nos itens relativos a “inferir o sen-
tido de uma palavra ou expressão”,
ou “reconhecer o efeito de sentido
decorrente da escolha de uma de-
terminada palavra ou expressão”,
por exemplo.
Com isso, todos puderam per-
ceber o problema apresentado por
Bárbara.
Depois desse momento, a coor-
denadora e os professores se reuni-
ram outras vezes e perceberam que
apresentavam as mesmas dificuldades
encontradas por Bárbara, para cada
disciplina. todos, juntos, estudaram os
resultados da avaliação que realizavam
com seus alunos e passaram a consul-
tar, também, os resultados da avaliação
externa.
Como se tratava de um problema
de todos, propuseram, desse modo,
desenvolver um projeto que pudesse
envolver todas as disciplinas, permitin-
do que os alunos preenchessem la-
cunas apresentadas na aprendizagem
não somente de Língua Portuguesa,
mas de História, geografia, Artes, Bio-
logia, entre outros. Foi assim que “nas-
ceu”, na escola, o projeto “Soletrar”.
A primeira etapa de desenvol-
vimento do projeto foi dada pelas
reuniões com os professores e a
coordenação, em que foram estipu-
ladas as fases de desenvolvimento
do “Jogo vamos todos Soletrar” e as
atividades que deveriam ser cumpri-
das por cada um. Na segunda etapa,
foi dado início às atividades com os
alunos.
Nessa segunda etapa, várias fa-
ses foram realizadas. todos tiveram
que, em um primeiro momento, cata-
logar palavras importantes em cada
disciplina, formando o banco de pa-
lavras. Sim, as palavras citadas por
Bárbara no início da reunião estavam
presentes no banco de palavras dos
alunos. E todos os professores, junto
com seus alunos, deveriam fazer o
mesmo.
Em seguida, foi realizada uma visita
à biblioteca, com o professor de Língua
Portuguesa de cada turma. Nesta fase,
os alunos realizaram algumas consul-
tas na internet, revisando a escrita das
palavras selecionadas, o significado
delas e a origem de cada uma. Para
isso, consultaram o dicionário e textos
diversificados.
Ainda nessa etapa, os alunos re-
tornaram à sala de aula e revisaram as
palavras com os professores de cada
disciplina, discutindo aspectos refe-
rentes ao significado delas. Eles ainda
tiveram que selecionar as frases que
seriam inseridas no jogo, consideran-
do o melhor contexto para cada uma.
Nessa ocasião, foi importante, também,
separar as palavras mais simples e as
mais complexas, montando diferentes
bancos de palavras para o jogo.
“Como se tratava de um problema de
todos, propuseram, desse modo,
desenvolver um projeto que pudesse
envolver todas as disciplinas [...].
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
48
Pronto, estava montado o jogo!
um mês antes do início de apli-
cação do jogo, a escola divulgou a
“gincana de Soletração” que seria
realizada na escola e convidou todos
os alunos a participarem do even-
to. A partir desse período, os alunos
começaram a praticar brincadeiras
com o dicionário construído por eles,
pois queriam estar preparados para o
jogo de soletração. Logo, teve início a
terceira etapa do projeto, com o mo-
mento de aplicação do jogo.
A gincana foi conduzida da se-
guinte forma: os alunos declararam
estar dispostos a participar do jogo e
foi realizada uma fase de soletração
com cada turma; a realização deu-se
por rodadas, quando, em cada uma,
era feito o sorteio de uma palavra di-
ferente para cada aluno; os alunos, na
sua vez de soletrar, poderiam recor-
rer à aplicação dessa palavra em uma
frase ou conhecer o seu significado e,
quem acertasse a soletração, ia para
a rodada seguinte; as rodadas termi-
navam quando restasse apenas um
aluno. Dessa fase, um aluno de cada
turma foi classificado para a fase se-
guinte.
Na segunda fase, os alunos parti-
cipantes puderam conhecer palavras
mais difíceis e concorrer com alunos
de outras turmas e etapas de escola-
ridade: haveria o campeão do Ensino
Fundamental e o campeão do Ensino
Médio. Apesar do número reduzido
de alunos participantes, os demais
continuaram acompanhando a gin-
cana e ajudaram no treinamento dos
colegas de classe, torcendo para que
eles fossem os campeões do evento.
Mais uma vez, a realização foi condu-
zida por rodadas, quando era feito o
sorteio de uma palavra diferente para
cada aluno. Do mesmo modo que na
fase anterior, os alunos, na sua vez
de soletrar, poderiam recorrer à apli-
cação dessa palavra em uma frase
ou conhecer o seu significado. Ao
final da gincana, foram classificados
três alunos do Ensino Fundamental
e três alunos do Ensino Médio, que
receberam medalhas de ouro, prata
e bronze.
Apesar de focar em um trabalho
de soletração de palavras, o jogo foi
montado com o intuito de desenvolver
conhecimentos sobre escrita e signi-
ficado das palavras que eram vistas
nas diferentes disciplinas de cada eta-
pa de escolaridade. A coordenadora
Miriam percebeu o envolvimento de
toda a escola, com alunos e profes-
sores empenhados nas atividades
propostas em cada momento. Que
professor não ficaria feliz em ver seus
alunos compreendendo um pouco
mais do conteúdo apresentado em
sua disciplina? Para os alunos, era um
desafio a mais, todos queriam ser cam-
peões em soletração!
Mas, e a professora Bárbara?
Como estava? Ah, ela estava sa-
tisfeita com o resultado do projeto,
uma vez que pôde ver seus alunos
compreendendo melhor alguns ter-
mos e citando-os em sala de aula,
muitas vezes com base no dicioná-
rio construído no projeto. Esse pro-
jeto virou uma atividade regular na
escola: o dicionário era atualizado
a cada gincana, que passou a ser
realizada anualmente pelos profes-
sores e alunos.
Foi fácil perceber que os alunos
passaram a se interessar mais pe-
las palavras novas apresentadas por
cada professor e, por consequência,
compreenderam melhor o conteúdo
abordado na sala de aula. Professores
e responsáveis puderam perceber,
também, que o interesse por leitura
aumentou, pois os alunos compreen-
deram que, como falado tantas vezes
pelo professor de Língua Portuguesa,
realizar leituras de textos ampliaria o
vocabulário. Claro, com um melhor vo-
cabulário, maiores seriam as chances
de realizar uma excelente gincana no
próximo ano!
“ A coordenadora Miriam percebeu o envolvimento de toda a
escola, com alunos e professores empenhados nas atividades propostas em cada momento.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
49
QUE ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PODEM
SER UTILIZADAS PARA DESENVOLVER
DETERMINADAS HABILIDADES?
Com o intuito de subsidiar o trabalho docente, o texto seguinte traz sugestões
para que os professores de Língua Portuguesa trabalhem algumas habilidades
com os alunos, em sala de aula.
Seção 06
O trABALHO COM A LíNguA POrtuguESA A PArtir DE tEXtOS NÃO-vErBAiS E MiStOS NA AtuALiDADE
Este texto pretende abordar o ensino de Língua Portu-
guesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental, mais espe-
cificamente até o quinto ano, a partir das novas propostas de
trabalho com a língua materna na exploração de textos mul-
timodais (não verbal e misto) expondo novas perspectivas e
desafios para os educadores. Assim, começaremos por um
breve histórico do caminho percorrido para chegar ao que
se pretende atingir em sala de aula na atualidade.
Primeiramente, inseridos neste contexto, professores e
educandos passaram a desempenhar papéis diferentes na
escola. O professor abandonou o papel de detentor supre-
mo dos saberes para se posicionar como facilitador, como
mediador que procura orientar o <<aluno>> para que este
consiga explorar plenamente o que o mundo intra e extraes-
colar lhe oferece. A formação do educador passou a ser
construída mediante a soma de pelo menos três elementos:
o que lhe ensinam, o que ele passa a saber em virtude de
seu empenho e curiosidade, e, principalmente, o que apren-
de/apreende no ato de tentar ensinar.
O educando, por sua vez, não permitiu mais que o vis-
sem como um receptáculo vazio e assumiu um papel ativo e
dinâmico, expondo, em sala de aula, seus próprios saberes,
questionamentos e discordâncias com determinadas ques-
tões preestabelecidas.
Finalmente, os estudos em torno da linguagem passa-
ram por profundas mudanças, iniciadas no curso de Linguís-
tica geral de Saussure e, de forma lenta, contínua e gradual,
chegaram até nós. vejamos um pouco do caráter dessas
transformações para que possamos compreender plena-
mente não só a posição de um <<aluno>>, de quinto ano,
diante do texto não verbal e misto, como também a posição
do educador consciente de que é necessário buscar o letra-
mento pleno como perspectiva para que o educando leia e
escreva suficientemente bem para dar conta das demandas
diárias da vida.
Por muitos anos, no universo educacional, a definição de
texto apontava diretamente para a linguagem verbal, ou seja,
qualquer produção linguística, para ser considerada texto, de-
veria ser feita com base na linguagem escrita e, ainda que a
imagem, ou a linguagem não verbal, estivesse presente nas
publicações textuais, esta era meramente ilustrativa ou, no má-
ximo, relegada a segundo plano, e raramente explorava-se
uma interconexão na construção de sentido entre os textos
verbais e não verbais. A utilização do texto como suporte di-
dático se resumia a realizar atividades de localização, análise e
classificação de elementos da organização estrutural da frase.
Como essa forma de trabalho objetivava apenas a palavra
escrita, no âmbito educacional, o ato da leitura processava-se
apenas por práticas mecânicas de reprodução e de decodifi-
cação do conteúdo do texto. O trabalho com essa competên-
cia linguística, em sala de aula, focava-se em atividades que
exigiam localizar, extrair e reescrever trechos de textos, que
funcionavam como “respostas” para perguntas que, geral-
mente, seguiam a sequência dos parágrafos do texto. Assim,
de forma única e exclusiva, o ato de ler amparava-se no plano
verbal localizado na superfície textual e desconsiderava-se a
dimensão pragmático-enunciativa da língua.
No entanto, com o advento da linguística moderna e a
progressiva circulação de seus estudos no Brasil, iniciada
por volta da metade final do século XX, é iniciado um pro-
cesso, mesmo que incipiente, de promover alterações no
ensino escolar da língua materna. Começaram a emergir
propostas de trabalho pautadas em diferentes concepções
de ensino de linguagem, alterando a perspectiva do ensino
de Língua Portuguesa, que começa a deixar de ser trabalha-
da apenas sob seu aspecto normativo, isolada em palavras,
frases e orações, para priorizar o texto nas práticas de sala
de aula. O que estudiosos chamam de pedagogia da leitura
passou a despertar o interesse de pesquisadores de dife-
rentes áreas – Linguística, Linguística Aplicada, Linguística
do texto, Pedagogia, Psicologia, Psicologia Cognitiva, Psico-
logia da Aprendizagem, Psicolinguística, Filosofia, Sociologia
– abrindo o leque do campo de investigação. Sob essa nova
perspectiva, a atividade discursiva – e o texto em que ela se
materializa – foi colocada no centro das preocupações dos
pesquisadores/educadores e o enfoque dado à natureza
simbólica da linguagem volta-se para suas funções textuais.
Ora, se anteriormente a noção de texto estava, única
e exclusivamente, condicionada e determinada pela escrita,
agora, tal noção é ampliada e um novo conceito de texto
como unidade de sentido passa a abranger todas as práti-
cas interativas construídas com base na linguagem escrita,
oral e imagética. Com isso, a imagem passa a ser parte sig-
nificativa da construção linguística do texto.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
51
“ a leitura é concebida em uma
perspectiva sociointeracionista, ato de atribuição de efeitos de sentidos
diante do texto, baseando-se na articulação entre autor-texto-leitor
Surge, então, uma nova concepção de leitura ancorada
na construção/ produção de sentido. Nesta visão, a leitura é
concebida em uma perspectiva sociointeracionista, ato de
atribuição de efeitos de sentidos diante do texto, baseando-
-se na articulação entre autor-texto-leitor. Seu alicerce vem
da junção de aspectos cognitivos, linguísticos, discursivos
e sociais. Em um contexto paradigmático, o aspecto social
da linguagem contribui para gerar significações em face do
texto, ao utilizar conhecimentos prévios sobre a temática
abordada, sobre o autor e, também, sobre vários outros co-
nhecimentos de caráter gramatical, lexical, social, textual etc.
Para ilustrar a grandeza da mudança descrita, observe-
mos dois textos que tratam do mesmo assunto:
veja que ambos tratam do avanço da dengue e o <<alu-
no>>, no contexto paradigmático que descrevemos, irá acio-
nar seu conhecimento de mundo para fazer as inferências
necessárias. Essas inferências variam muito de <<aluno>> a
<<aluno>>, pois o que se pretende é que, por exemplo, um
<<aluno>> de quinto ano já tenha um nível básico dessa ha-
bilidade desenvolvida, sendo capaz de inferir informações
em textos não verbais e mistos, desde que a temática de-
senvolvida e o vocabulário empregado lhes sejam familia-
res. Fazer inferências é uma competência bastante ampla e
que caracteriza leitores mais experientes, que conseguem ir
além daquelas informações que se encontram na superfície
textual, atingindo camadas mais profundas de significação.
Para realizar inferências, o leitor deve conjugar, no processo
de produção de sentidos para o que lê, as pistas oferecidas
pelo texto aos seus conhecimentos prévios, à sua experiên-
cia de mundo.
Para um leitor de quinto ano, que ouve todos os dias, em
diferentes veículos, notícias sobre a proliferação da doença,
o primeiro texto é facilmente lido, uma vez que apresenta
um homem, uniformizado como agente de saúde, disposto
a combater os mosquitos da dengue. No entanto, o que ele
encontra é muito mais desafiador: uma “nuvem” de mosqui-
tos, invertendo a situação, ou seja, não é o agente que vai
acabar com o mosquito, mas o mosquito que vai “acabar”
com o agente. No momento atual, é provável que o <<alu-
no>> esteja familiarizado com essa temática, o que pode fa-
cilitar a leitura do texto multimodal.
Já a segunda imagem poderá ser mais ou menos com-
plexa, de acordo com a bagagem do educando, uma vez
que exige conhecimento ortográfico para que o texto seja
plenamente compreendido. Caso esse conhecimento orto-
gráfico seja precário, algo possível para um <<aluno>> de
quinto ano, ele não conseguirá identificar que a palavra ma-
ternidade está escrita de forma errada: maternidaedes. Por
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
52
outro lado, se ele já desenvolveu habilidades de leitura es-
peradas para a construção da competência de realizar infe-
rências na idade escolar em questão, será capaz de discutir,
a partir do tema lido no texto não verbal, assuntos comple-
xos, como a situação de descarte adequado para pneus e
garrafas, lotes em que os proprietários não fazem a limpeza,
entre outros.
As imagens selecionadas foram propositais para acionar
a discussão de que a temática e a complexidade do texto
não verbal ou misto pode e deve ultrapassar o texto imagé-
tico simples ao se chegar ao quinto ano, para que as infe-
rências tornem-se cada vez mais sofisticadas. No universo
educacional do indivíduo, a espiral que desencadeia todo o
processo de inferência dos textos não verbais está enraiza-
da no nosso passado biológico e, desde a tenra idade, tal
processo se configura como um significativo meio de inte-
ração, sendo a forma de comunicação mais primária, isto é,
gestos e ações que fazem sentido desde muito cedo na in-
fância configuram-se como um dos mais significativos meios
de diálogo que a criança faz com o mundo exterior.
Focalizando o início da educação institucionalizada (a
educação infantil), vamos pensar na apreensão do signo não
verbal. Nesse ambiente, a criança passa a conviver com limi-
tes e regras diferentes do que observava no lar: os banhei-
ros separados e identificados pelos bonequinhos, repre-
sentando menino e menina, em suas respectivas portas; o
escovódromo, que, geralmente, traz a imagem de uma esco-
va de dente ou de alguém escovando os dentes sobre a pia.
Em escolas maiores, que abrigam da Educação Fundamen-
tal ao Ensino Médio, é comum ver placas que proíbem fumar,
entrar sem camisa, utilizar o celular e vários outros textos
que dão início à leitura de imagens, que vão se ampliando
para outros espaços além daquele ambiente, na medida em
que a criança percebe a presença deste tipo de texto em
outros locais, como nos banheiros dos shoppings, em mer-
cados, restaurantes, ambientes religiosos, etc., fazendo com
que exista mentalmente a conexão daquele primeiro univer-
so “escolar” com o mundo. A percepção dessa conexão é
muito importante para que haja interesse no aprendizado e
a constatação de que aquilo que se aprende na escola tem
utilidade além dela.
Atingido o primeiro ano do Ensino Fundamental, a utili-
zação dos gêneros textuais como suporte didático nos pro-
cessos de ensino e de aprendizagem de Língua Portuguesa
apresenta-se como base para que a língua comece a ser
vista como enunciação, discurso, não apenas como comuni-
cação, incluindo suas relações com aqueles que a utilizam,
com o contexto em que é utilizada, com as condições so-
ciais e históricas de sua utilização, como vimos nos exem-
plos dados pelas charges apresentadas.
Assim, o conceito de multimodalidade ganha espaço no
ambiente educacional, já que aponta para as mais distintas
formas de construção linguística e de apresentação da infor-
mação/mensagem e uma diversidade de formas advindas
da articulação/junção de palavras e imagens. O conceito
de multimodalidade, segundo estudiosos, não está limita-
do à leitura, mas abrange diversas práticas sociais, pois, em
qualquer situação de comunicação, vários elementos estão
envolvidos como: aspectos gestuais, entoacionais, sonoros,
textuais, tipográficos, vozeados e outros que, juntos, contri-
buem de forma substancial para a atribuição de sentido e
para a elaboração de significação.
No que se refere especificamente ao texto não verbal
ou misto, o educando já alfabetizado, no quinto ano, tem
nas cores, imagens, formato/tamanho das letras, disposição
da grafia e das ilustrações presentes na superfície textual,
traços e marcas multimodais que deixam ver a pretensão
comunicativa do texto e, sobretudo, contribuem de forma
significativa para a elaboração de significação por parte do
mesmo. Assim, o educando é capaz de realizar inferências
em textos não verbais e nos que conjugam elementos ver-
bais e não verbais, inferir o sentido de palavras ou expres-
“ a utilização dos gêneros textuais
como suporte didático nos processos de ensino e de aprendizagem de
Língua Portuguesa apresenta-se como base para que a língua
comesse a ser vista como enunciação, discurso, não apenas como comunicação, incluindo suas
relações com aqueles que a utilizam, com o contexto em que é utilizada,
com as condições sociais e históricas de sua utilização
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
53
sões a partir do contexto em que estão inseridas. Caminhan-
do para uma sofisticação na elaboração de significado, é
possível iniciar o trabalho de inferência relacionado ao efeito
de sentido produzido por sinais de pontuação e o efeito de
humor presente nos textos. A perspectiva deste trabalho é
romper a barreira da leitura enquanto decodificação mecâ-
nica dos signos linguísticos e levar o <<aluno>> a perceber
que a articulação de todos os elementos, no plano verbal ou
visual, contribui para a produção de vários efeitos de sentido
durante o processo de leitura.
Consciente de que esse é o caminho, o educador, ao
trabalhar com a língua materna, nos dia de hoje, deve e
precisa explorar os mais variados textos disponíveis na con-
temporaneidade. As atividades educacionais se estendem
muito além dos livros, até porque, na sociedade em que
estamos inseridos, a informação é muito rápida e imediata,
tornando o trabalho pautado no uso exclusivo do livro didá-
tico algo maçante, uma vez que aquela publicação selecio-
nou imagens, propagandas, frases de efeito, etc, no mínimo,
dois ou três anos antes que o material chegasse às mãos do
<<aluno>>, de maneira que o novo já vem com um “desgas-
te” de tempo, entre o acontecimento e o agora. Não se trata
da defesa de que o livro didático seja abolido da sala de
aula, mas apontá-lo como mais um dos possíveis materiais
disponíveis no processo de letramento.
Ao elencarmos materiais disponíveis para o trabalho
com textos multimodais, pensamos na exploração de anún-
cios, charges, histórias em quadrinhos – HQs, propagandas,
tirinhas, pinturas, imagens, ilustrações, etc. tais gêneros são
os que, geralmente, estão disponíveis em materiais didáti-
cos publicados para este fim, no entanto há outros contextos
possíveis de trabalhar, espalhados pelo nosso entorno. Por
exemplo, é possível realizar um passeio ao redor da escola
com <<aluno>>s do quinto ano para observar e explorar este
ambiente que pode passar despercebido. Assim, encontra-
mos uma variedade enorme de registros para trabalhar dife-
rentes aspectos da nossa língua.
Os suportes de trabalho podem estar nos locais mais
diversos, sendo passíveis de exploração pelo professor que
está disposto a trabalhar para a ampliação do universo de
conhecimento do <<aluno>> e que busca se manter atento
a toda oportunidade possível, não a partir de desdobramen-
tos mirabolantes, mas de possibilidades reais. vamos regis-
trar um exemplo de atividade muito bem aceita. Certa vez,
havia no ônibus do bairro da escola em que um professor
trabalhava um cartaz, informando sobre uma campanha de
vacinação:
A partir da fixação desse texto, com fita adesiva, no qua-
dro da sala de aula, foi possível, para o professor, explorar
diversas facetas como: o local em que o cartaz estava e o
período em que ele ficou exposto no ônibus, para quem a
mensagem estava dirigida, o significado da expressão “ves-
tir a camisa”, as cores predominantes no cartaz – tons de
verde e amarelo, fazendo referência à Copa do Mundo –,
a sugestão das crianças formarem um time e estarem em
campo para jogar contra um adversário. O texto despertava
interesse por ter sido extraído do cotidiano daquelas crian-
ças e por ser um assunto predominante naquele momento.
Os resultados surpreendentemente foram além da sala de
aula, no momento em que uma mãe relatou ao professor, em
uma das reuniões realizadas na escola, que o filho explicou
para ela o conteúdo do cartaz, ainda afixado em um dos ôni-
bus do bairro. ver o pequeno leitor conseguir compreender
“ O professor que está disposto
a trabalhar para a ampliação do universo de conhecimento do
<<aluno>> busca se manter atento a toda oportunidade possível
SEAPE 2015 rEviStA PEDAgógiCA
54
o propósito comunicativo de um dado gênero, que faz uso não só dos signos
verbais, mas também dos elementos que compõem o plano visual, é ver que os
objetivos do trabalho de educador estão sendo plenamente realizados.
uma excelente aliada do trabalho com a multimodalidade em sala de aula é
a internet. A exploração do texto não verbal e misto nesse vasto universo digital
é quase infinita, já que é possível trabalhar plenamente a multimodalidade, explo-
rando os tridimensionais, movimentos e até mesmo os sons, o que enriquece a
interpretação das imagens.
Por outro lado, a capacitação do educador é um desafio tão grande quanto
é a falta de acesso. Sabemos que a velocidade das mudanças e a produção
incessante de informação fazem com que o profissional precise reinventar a sua
atividade, de modo a torná-la atrativa aos <<aluno>>s.
Outro desafio referente à cibercultura e claramente observado em sala de
aula pelo professor, é a falta de interesse, por parte dos <<aluno>>s, em ultra-
passar os limites daquilo que eles julgam ser o suficiente. Por exemplo, existe
a forte tendência do educando permanecer focado no que lhe interessa e no
que lhe é útil de imediato, por exemplo, o emprego de símbolos e abreviações
do WhatsApp e Facebook. ultrapassar esse desafio pode e deve ser o ponto
de partida para o reconhecimento da diversidade de modos de construção de
conhecimento disponíveis na atualidade. uma aula que tem como tema o celular
e a internet pode ser a abertura do diálogo entre educação escolar e educação
para dar conta das demandas solicitadas na vida. Nesse sentido, a inserção de
aspectos e traços multimodais na construção do texto é hoje e importante ferra-
menta para a consolidação das habilidades trabalhadas pelo professor dos anos
inicias do Ensino Fundamental.
LíNguA POrtuguESA - 5º ANO DO ENSiNO FuNDAMENtAL SEAPE 2015
55
Vice-Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (em exercício da Reitoria)Marcos Vinício Chein Feres
Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira
Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares
Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende
Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias
Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo
Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoRenato Carnaúba Macedo
Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva
Coordenação de Monitoramento e IndicadoresLeonardo Augusto Campos
Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira
Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage
Vice-Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (em exercício da Reitoria)Marcos Vinício Chein Feres
Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira
Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares
Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende
Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias
Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo
Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoRenato Carnaúba Macedo
Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva
Coordenação de Monitoramento e IndicadoresLeonardo Augusto Campos
Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira
Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage
Ficha catalográfica
ACrE. Secretaria de Estado de Educação e Esporte.
SEAPE – 2015/ universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
v. 1 ( jan./dez. 2015), Juiz de Fora, 2015 – Anual.
Conteúdo: revista Pedagógica - Língua Portuguesa - 5º ano do Ensino Fundamental.
iSSN 2237-8308
CDu 373.3+373.5:371.26(05)
Top Related