SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO
Oh precioso e admirável banquete, salutar e cheio de toda a suavida-
de! Que há de mais precioso que este banquete? Que há de mais sa-
lutar e admirável que este sacramento? Nele se purificam os nossos
pecados, aumentam as virtudes e se nutre a alma com a abundância
dos dons espirituais. É oferecido na Igreja pelos vivos e pelos mortos
para que a lodos aproveite, já que para todos foi instituído como re-
médio de salvação.
Das Horas Litúrgicas
MEDITANDO
Melquisedeque, rei de Salém
Este sacerdote do Antigo Testamento trousse pão e vinho e ofereceu-os a Abraão. O autor da Carta aos Hebreus, um es-
crito do Novo Testamento, diz-nos que Jesus é sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. E nesse sentido é o único
e eterno sacerdote, porque é o único intermediário e intercessor entre Deus e os homens. Os outros sacerdotes, mesmo
os do Novo Testamento, são apenas o rosto visível do Único sacerdote que é Jesus. O pão e o vinho levam-nos imediata-
mente a pensar na Eucaristia. Os povos antigos e também o povo hebreu ofereciam a Deus muitos sacrifícios de animais,
umas vezes para aplacar a ira de Deus outras vezes para obterem os seus favores. Esses sacrifícios cessaram por com-
pleto com a vinda de Jesus. O nosso Salvador instituiu um único sacrifício que é ao mesmo tempo uma aliança de amor.
Jesus chama-lhe o sacrifício da Nova e Eterna Aliança. Já não precisamos de aplacar um Deus irado e vingador porque tal
Deus não existe. Deus é o amor infinito que nos ama que nos perdoa que convive connosco.
Recebi do Senhor o que também vos transmiti
S. Paulo, dirigindo-se aos cristãos da cidade de Corinto descreve-lhes a instituição e o sentido da Eucaristia que Jesus
nos legou na última Ceia. Esta descrição da Instituição do mistério eucarístico é mesmo anterior á dos evangelhos.
Reparemos nalguns pormenores muito importantes.
O apóstolo diz-nos que recebeu do Senhor o dom da Eucaristia e é isso que também nos transmite a nós. “Recebi do Se-
nhor o que também vos transmiti”: “Isto é o meu Corpo entregue por vós…Isto é o Meu sangue, o sangue da Nova e
eterna aliança”.
A Eucaristia não é em primeiro lugar uma presença, mas sim uma dádiva, uma oblação que Jesus faz de si próprio e que
oferece pela salvação da humanidade. É próprio do amor dar-se sem limites. Na nossa pobre capacidade de amar coloca-
mos sempre alguns limites, manchamos sempre o amor com algum egoísmo. Não foi nem é assim com Jesus. Recorde-
mos mais uma vez a palavra de S. João: “Tendo amado os seus amou-os duma forma total, sem qualquer limite.
A Igreja sempre ensinou e ensina que a Eucaristia quase se identifica com a oblação de Jesus no Calvário. É o mesmo
sacrifício que se prolonga pelos tempos fora e se multiplica em todos os lugares da terra. E embora os sacerdotes huma-
nos sejam muitos e de mãos impuras, quem na realidade Celebra a Eucaristia é sempre Jesus Cristo.
É isto mesmo que Paulo quer dizer quando explica aos coríntios: “Todas a vezes que comerdes deste pão e beberdes des-
te cálice é a morte do Senhor que anunciais”
Mas a Eucaristia é também presença. Jesus multiplicou as formas de presença entre nós, mas a presença por excelência
é a presença eucarística. Seríamos todos muito diferentes, se passássemos mais tempo no diante do sacrário. Talvez
com distracções talvez até com algum cansaço. Mas a Eucaristia é como o sol que faz amadurecer, neste caso as nossas
pessoas e as nossas vidas.
S. João Maria Vianey encontrava com frequência um agricultor analfabeto calado na igreja diante do Sacrário e pergun-
tou-lhe o que fazia ali. Resposta: eu olho para Ele e Ele olha para mim.
Há na cide do Porto um pároco que valoriza muito a adoração eucarística e afirma que o povo, mesmo de fora da sua
paróquia, acorre e se alegra. Temos de intensificar a adoração eucarística nesta paróquia.
ARTE E LITURGIA
NATUREZA DA SAGRADA LITURGIA E SUA IMPORTÂNCIA NA
VIDA DA IGREJA
Deus, que «quer que todos os homens se salvem e cheguem
ao conhecimento da verdade», «tendo falado outrora muitas
vezes e de muitos modos aos nossos pais pelos profetas»,
quando chegou a plenitude dos tempos, enviou o Seu Filho,
Verbo feito carne, ungido pelo Espírito Santo, a evangelizar
os pobres, curar os contritos de coração, como «médico da
carne e do espírito, mediador entre Deus e os homens . A sua
humanidade foi, na unidade da pessoa do Verbo, o instru-
mento da nossa salvação. Por isso, em Cristo «se realizou
plenamente a nossa reconciliação e se nos deu a plenitude do
culto divino».
Esta obra da redenção dos homens e da glorificação perfeita
de Deus, prefigurada pelas suas grandes obras no povo da
Antiga Aliança, realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo
mistério pascal da sua bem-aven-turada Paixão, Ressurreição
dos mortos e gloriosa Ascensão, em que «morrendo destruiu
a nossa morte e ressurgindo restaurou a nossa vida» . Foi do
lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu o sacramento
Assim como foi enviado pelo Pai assim também Ele envi-
ou os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só para
que, pregando o Evangelho a toda a criatura, anuncias-
sem que o Filho de Deus, pela sua morte e ressurreição
nos libertara do poder de Satanás e da morte e nos in-
troduzira no Reino do Pai, mas também para que reali-
zassem a obra de salvação que anunciavam, mediante o
sacrifício e os sacramentos, à volta dos quais gira toda a
vida litúrgica. Pelo Baptismo são os homens enxertados
no mistério pascal de Cristo: mortos com Ele, sepultados
com Ele, com Ele ressuscitados, recebem o espírito de
adopção filial que «nos faz clamar: Abba,
Pai»,transformando-se assim nos verdadeiros adorado-
res que o Pai procura. E sempre que comem a Ceia do
Senhor, anunciam igualmente a sua morte até Ele vir.
Por isso foram baptizados no próprio dia de Pentecostes,
em que a Igreja se manifestou ao mundo, os que rece-
beram a palavra de Pedro.
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