UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS ndash ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA CIVIL Aacuterea de concentraccedilatildeo Tecnologia Ambiental e Recursos Hiacutedricos
SANEAMENTO URBANO E QUALIDADE DAS AacuteGUAS DE PEQUENAS OBRAS HIacuteDRICAS NA AacuteREA DE XINGOacute
RECIFE ndash PE 2OO7
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS ndash ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA CIVIL Aacuterea de concentraccedilatildeo Tecnologia Ambiental e Recursos Hiacutedricos
TESE DE DOUTORADO
GIOVANNI DE MELO PERAZZO
SANEAMENTO URBANO E QUALIDADE DAS AacuteGUAS DE PEQUENAS OBRAS HIacuteDRICAS NA AacuteREA DE XINGOacute
Recife 2007
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
GGIIOOVVAANNNNII DDEE MMEELLOO PPEERRAAZZZZOO SANEAMENTO URBANO E QUALIDADE DAS AacuteGUAS DE PEQUENAS OBRAS HIacuteDRICAS NA AacuteREA DE XINGOacute
TTeessee aapprreesseennttaaddaa aaoo PPrrooggrraammaa ddee PPoacuteoacutess--ggrraadduuaaccedilccedilatildeatildeoo eemm EEnnggeennhhaarriiaa CCiivviill ddaa UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee PPeerrnnaammbbuuccoo ppaarraa oobbtteennccedilccedilatildeatildeoo ddoo ttiacuteiacutettuulloo ddee DDoouuttoorr eemm EEnnggeennhhaarriiaa CCiivviill AacuteAacuterreeaa ddee CCoonncceennttrraaccedilccedilatildeatildeoo TTeeccnnoollooggiiaa AAmmbbiieennttaall ee RReeccuurrssooss HHiacuteiacuteddrriiccooss OOrriieennttaaddoorr MMaarriioo TTaakkaayyuukkii KKaattoo
PPrrooff aaddjjuunnttoo PPhhDD eemm TTeeccnnoollooggiiaa AAmmbbiieennttaall ppeellaa UUnniivveerrssiiddaaddee AAggrriacuteiacuteccoollaa ddee WWaaggeenniinnggeenn HHoollaannddaa
CCoo--oorriieennttaaddoorr SSaacuteaacutevviiaa GGaavvaazzzzaa ddooss SSaannttooss PPrrooffaa aaddjjuunnttaa ddoouuttoorraa ppeellaa UUnniivveerrssiiddaaddee ddee SSatildeatildeoo CCaarrllooss--SSPP
RReecciiffee 22000077
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
P427s Perazzo Giovanni de Melo
Saneamento urbano e qualidade das aacuteguas de pequenas obras hiacutedricas na aacuterea de Xingoacute Giovanni de Melo Perazzo ndash Recife O Autor 2007
xii 264 f il graacutefs tabs Tese (Doutorado) ndash Universidade Federal de
Pernambuco CTG Depto de Engenharia Civil Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Civil 2007
Inclui referecircncias bibliograacuteficas e anexos 1 Engenharia Civil 2 Saneamento Ambiental 3
Aacutegua - Qualidade 4 Aacutegua ndash Abastecimento - Xingoacute I Tiacutetulo
624 CDD (22ed) UFPEBCTG2007-065
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ldquoA aacutegua eacute um recurso natural renovaacutevel que apresenta sinais de escassez Esta escassez se faz sentir quando a aacutegua eacute desperdiccedilada ou perdida por natildeo se reconhecer o seu verdadeiro valorrdquo (BANCO MUNDIAL 1992)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Geraldo Perazzo e Diana Abrantes de Melo Perazzo minha eterna gratidatildeo
Agrave toda minha famiacutelia pelo que me tem proporcionado
Ao Professor Mario Takayuki Kato orientador e idealizador desta tese
pelo apoio orientaccedilatildeo e pela confianccedila que depositou em mim
Agrave professora e co-orientadora Saacutevia Gavazza pelas sugestotildees
orientaccedilotildees e amizade
Agrave Professora Lourdinha Florencio pela amizade e conhecimentos transmitidos
Aos professores da UFPE que fazem a Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia
Civil em especial aos professores Maria do Carmo Sobral Joseacute Mariano de
Saacute Aragatildeo Paulo Tadeu Ribeiro de Gusmatildeo Suzana Montenegro Jaime
Cabral Sylvio Campello pela contribuiccedilatildeo acadecircmica e profissional
imprescindiacuteveis para a construccedilatildeo do meu doutorado
Aos colegas Vicente de Paula e Ronaldo Faustino pela amizade
sincera companheirismo cooperaccedilatildeo lealdade e por terem compartilhado
duacutevidas problemas soluccedilotildees e alegrias
Ao professor da UFRPE Joseacute Antonio Aleixo pela contribuiccedilatildeo na parte
estatiacutestica
Aos dedicados funcionaacuterios do Departamento de Engenharia Civil
Ronaldo Fonseca Teacutecnico do Laboratoacuterio de Saneamento Ambiental
Laudenice Bezerra e Andreacutea Negromonte secretaacuterias do curso de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia Civil da UFPE pelo profissionalismo e sincera
amizade
A todos os amigos e colegas da Poacutes-graduaccedilatildeo e do Grupo de
Saneamento Ambiental em especial a Ana Maria Bastos Ana Paula de
Arauacutejo Ana Claacuteudia Andreacute Felipe Santos Diogo Santana Flaacutevio Joseacute Castro
Filho Jefferson Henrique Bonfim Kenia Barros Maria Clara Mendonccedila Mariacutelia
Lyra Mauriacutecio Pimenta Marcos Vieira Petronildo Bezerra Silvana Arauacutejo
Simone Machado Sergio Carneiro Suzana Pedroza Tauil Selingardi Joseacute
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Armando Torres Moreno e Valmir Marques pelo companheirismo e alegria
durante toda nossa convivecircncia
Agrave professora e diretora do Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e
Tecnoloacutegico de Xingoacute professora Isabel Marinho pelo indispensaacutevel apoio agrave
pesquisa A todos os amigos que convivi no Instituto Xingoacute e que de alguma
forma ajudaram-me na soluccedilatildeo de problemas Rivaldo Pereira (Pingo)
Anselmo Alves Rivaldo Couto Jucelino Schaeffer Renato Figueiredo Jailza
Siqueira Joseacute Gomes Auro Andrade Marcelo Barbalho Renata Paulino
Ricardo Bezerra Ana Rute Bernardino Ramalho Alberto Guedes Joseacute Castro
Erick Lopes Paulo Belchior Aidil Almeida e Wbaneide Andrade
A todos os amigos que estatildeo ou que passaram pelo Laboratoacuterio de Saneamento Ambiental em especial a Juliana Cardoso Juilma Anailda da
Silva Luiacuteza Feitosa Taciana dos Santos Sylvia Costa Aparecida Guilherme
Poliana Maria Andreacute Diego Cinthia Melquiacuteades Elizabeth Pastich Ewson
Andrade Ednaldo Gomes Aline Brasil Aluiacutezio Galdino Ismaacutelia Melo Luiz
Galdino Rodrigo Mendonccedila Solange Melo Yuri Vieira entre outros pela
colaboraccedilatildeo e amizade
Agrave FUNASA pelo apoio financeiro e em especial ao consultor ad hoc
Osman Lins e agrave Sra Filomena Kotaka pela amizade e apoio agrave pesquisa
Ao Ministeacuterio da Ciecircncia e TecnologiaCAPES pelo apoio financeiro agrave
pesquisa
Agrave Universidade Federal de Pernambuco pela oportunidade iacutempar de
desenvolver este trabalho
Ao Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico de Xingoacute pelo
apoio logiacutestico
Agraves prefeituras dos municiacutepios de Xingoacute em particular agrave prefeitura de
Poccedilo Redondo pelas informaccedilotildees e apoio
Aos moradores entrevistados em Poccedilo Redondo pelas entrevistas aos
questionaacuterios semi-estruturados
Aos proprietaacuterios das 20 cisternas monitoradas por consentirem a coleta
de aacutegua para anaacutelise
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
SUMAacuteRIO
Paacutegina
LISTA DE FIGURAS i
LISTA DE TABELAS iv
LISTA DE SIGLAS E SIacuteMBOLOS vii
RESUMO ix
ABSTRACT xi
CAPIacuteTULO 1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
1
1 OBJETIVOS DA PESQUISA 4 11 OBJETIVO GERAL DA PESQUISA 4 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 4 13 HIPOacuteTESE 4 14 ORGANIZACcedilAtildeO DA TESE 5 CAPIacuteTULO 2 O ESTADO DA ARTE
7 21 A SECA E A DEGRADACcedilAtildeO AMBIENTAL NO SEMI-
AacuteRIDO BRASILEIRO
7 22 SANEAMENTO AMBIENTAL 14 23 QUALIDADE DE AacuteGUA 16 231 Generalidades 16 232 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos 18 233 Paracircmetros bacterioloacutegicos 23 234 Padrotildees de potabilidade de aacutegua para consumo humano 24 24 ABASTECIMENTO DE AacuteGUA 26 241 Sistemas adutores de abastecimento de aacutegua 26 242 Obras hiacutedricas de pequeno porte 29 24 ALGUMAS ALTERNATIVAS DE MELHORIA DA
QUALIDADE DE AacuteGUA
45 241 Dessalinizaccedilatildeo 45 242 Filtraccedilatildeo domiciliar 55 243 Desinfecccedilatildeo 56 244 Moringa 56 245 Aguapeacute (Eichornia crassipes) 58
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Paacutegina 25 USO RACIONAL OU EFICIENTE DA AacuteGUA APLICADO
AgraveS CARACTERIacuteSTICAS DO REGIME HIacuteDRICO SEMI-AacuteRIDO
59 251 Controle de perdas e desperdiacutecio 59 252 Reuacuteso de aacutegua 60 26 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 61 CAPIacuteTULO 3 PERFIL DO SANEAMENTO AMBIENTAL NA AacuteREA DE XINGOacute
77
RESUMO 77 ABSTRACT 77 31 INTRODUCcedilAtildeO 78 32 METODOLOGIA 78 33 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 79 331 Caracteriacutesticas gerais da aacuterea da pesquisa 79 332 Perfil do saneamento ambiental 85 34 CONCLUSOtildeES 100 35 RECOMENDACcedilOtildeES 101 36 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 102 CAPIacuteTULO 4 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE POCcedilOS DOTADOS DE DESSALINIZADORES NA AacuteREA DE XINGOacute
105
RESUMO 105 ABSTRACT 105 41 INTRODUCcedilAtildeO 106 42 METODOLOGIA 107 43 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 111 44 CONCLUSOtildeES 138 45 RECOMENDACcedilOtildeES 140 46 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 141
CAPIacuteTULO 5 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE CISTERNAS EM POCcedilO REDONDO-SE
143 RESUMO 143 ABSTRACT 143 51 INTRODUCcedilAtildeO 144 52 METODOLOGIA 147 53 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 152 54 CONCLUSOtildeES 167
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Paacutegina 55 RECOMENDACcedilOtildeES 169 55 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 170 CAPIacuteTULO 6 LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE BARREIROS EM
POCcedilO REDONDO-SE
173
RESUMO 173 ABSTRACT 173 61 INTRODUCcedilAtildeO 173 62 METODOLOGIA 174 63 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 176 64 CONCLUSOtildeES 180 65 RECOMENDACcedilOtildeES 181 66 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 181 CAPIacuteTULO 7
DETERMINACcedilAtildeO DO PERFIL DAS CONDICcedilOtildeES SANITAacuteRIAS DE POCcedilO REDONDO-SE
183
RESUMO 183 ABSTRACT 183 71 INTRODUCcedilAtildeO 184 72 METODOLOGIA 184 73 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 188 731 Perfil dos moradores 188 732 Objeto (perfil sanitaacuterio) 191 733 Aberto (opiniatildeo do entrevistado sobre os serviccedilos de
saneamento)
200 74 CONCLUSOtildeES 203 75 RECOMENDACcedilOtildeES 203 76 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 204
CAPIacuteTULO 8 CONCLUSOtildeES GERAIS
205
ANEXOS 209 ANEXO A FLUXOGRAMA EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DO DESSALINIZADOR
(MODELO AP 10004000 da Perenne) DE MINUIM (SANTA BRIacuteGIDAndashBA) 210
ANEXO B CISTERNAS MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE 215 ANEXO C RESULTADOS DOS PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DAS
CISTERNAS MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE 219
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Paacutegina ANEXO D BOMBA BOLA DE GUDE 240 ANEXO E CLORADOR DA EMBRAPA 242 ANEXO F FILTRO DE AREIA 246 ANEXO G BARREIROS MONITORADOS EM POCcedilO REDONDO-SE 248 ANEXO H RESULTADOS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DOS BARREIROS
MONITORADOS EM POCcedilO REDONDO-SE 250
ANEXO I MODELO DE QUESTIONAacuteRIO SEMI-ESTRUTURADO APLICADO EM POCcedilO
REDONDO-SE 259
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
i
LISTA DE FIGURAS Paacutegina Figura 11 Aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto Xingoacute e alvo da pesquisa com o
detalhe de Poccedilo Redondo-SE (Fonte GeoXingoacute)
3 Figura 21 Localizaccedilatildeo do Troacutepico Semi-Aacuterido no Brasil (IBAMA 2003
apud Freire 2004)
10 Figura 22 Barreiro-trincheira (SOUZA 1999) 32 Figura 23 Barragem subterracircnea modelo CPATSA (ABREU 2001) 37 Figura 24 Barragem subterracircnea modelo CAATINGA (ABREU 2001) 38 Figura 25 Barragem subterracircnea modelo Costa e Melo (ABREU 2001) 39 Figura 26 Perfil esquemaacutetico de uma cacimba (FREITAS 1997) 40 Figura 27 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo tubular profundo (FREITAS
1997)
41 Figura 28 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo de monitoramento e
amostragem (FREITAS 1997)
41 Figura 29 Processos de osmose (CRAVO 1999) 47 Figura 210 Eletrolisador utilizado por Mota et al (2005) e Matos et al
(2006)
54 Figura 31 Algumas deficiecircncias comuns envolvendo o abastecimento
de aacutegua na aacuterea de Xingoacute
88 Figura 32 Domiciacutelios particulares na aacuterea de Xingoacute por forma de
abastecimento de aacutegua (Fonte IBGE 2001a)
89 Figura 33 Alguns locais de lanccedilamento de esgoto bruto de cidades da
aacuterea de Xingoacute no rio Satildeo Francisco e seus afluentes
90 Figura 34 Algumas lagoas de estabilizaccedilatildeo abandonadas ou com
utilizaccedilatildeo inadequada na aacuterea de Xingoacute
91 Figura 35 Situaccedilotildees inadequadas envolvendo o esgotamento sanitaacuterio
na aacuterea de Xingoacute
91 Figura 36 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao esgotamento sanitaacuterio na aacuterea
de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)
92 Figura 37 Problemas relacionados agrave drenagem urbana na aacuterea de
Xingoacute
93 Figura 38 Situaccedilotildees inadequadas relacionadas aos resiacuteduos soacutelidos e
limpeza puacuteblica na aacuterea de Xingoacute
95 Figura 39 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao destino dos resiacuteduos soacutelidos
na aacuterea de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)
95 Figura 310 Algumas formas que contribuem para a degradaccedilatildeo do meio
ambiente na aacuterea de Xingoacute
99 Figura 41 Situaccedilatildeo encontrada durante visitas a poccedilos sem
dessalinizador em Poccedilo Redondo
113 Figura 42 Dessalinizadores monitorados 117 Figura 43 Locais onde a populaccedilatildeo apanha aacutegua dessalinizada para
consumo
121
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ii
Paacutegina Figura 44 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Areias 123 Figura 45 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Aroeira 125 Figura 46 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Minuim 127 Figura 47 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Icozeira 129 Figura 48 Locais de despejo do rejeito produzido pelo processo de
dessalinizaccedilatildeo em cada um dos 4 dessalinizadores monitorados
136 Figura 51 Algumas situaccedilotildees improacuteprias presenciadas nas cisternas
monitoradas
154 Figura 52 Peneira de coar chaacute utilizada na tubulaccedilatildeo de entrada da
cisterna do Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute para impedir o acesso de insetos e outros animais de pequenas dimensotildees aleacutem de detritos
155 Figura 53 Caixa construiacuteda com impermeabilizante para a determinaccedilatildeo
de pH
163 Figura 54 Caixa construiacuteda sem impermeabilizante para a determinaccedilatildeo
de pH
163 Figura 55 pH da aacutegua de torneira e da aacutegua de chuva armazenadas
nas caixas confeccionadas com e sem impermeabilizante
163 Figura 71 Niacutevel de escolaridade dos chefes de famiacutelia de Poccedilo
Redondo
188 Figura 72 Profissatildeo exercida pelos chefes de famiacutelia de Poccedilo
Redondo
188 Figura 73 Horas diaacuterias trabalhadas pelos chefes de famiacutelia em Poccedilo
Redondo
188 Figura 74 Renda mensal dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo 189 Figura 75 Nuacutemero de pessoas por domiciacutelio em Poccedilo Redondo 189 Figura 76 Culturas cultivadas em Poccedilo Redondo 190 Figura 77 Quantitativo de animais em Poccedilo Redondo 190 Figura 78 Tipo de alvenaria das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 79 Tipo de revestimento das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 710 Tipo de revestimento do piso das casas de Poccedilo Redondo 191 Figura 711 Presenccedila de fissuras nas paredes e nos pisos das casas de
Poccedilo Redondo
192 Figura 712 Presenccedila de umidade nas paredes e nos pisos das casas de
Poccedilo Redondo
192 Figura 713 Maacutes condiccedilotildees verificadas nas paredes durante as entrevistas 193 Figura 714 Forma de abastecimento de aacutegua no inverno em Poccedilo
Redondo
195 Figura 715 Forma de abastecimento de aacutegua no veratildeo em Poccedilo Redondo 195 Figura 716 Domiciacutelios que possuem ou natildeo banheiro 196 Figura 717 Reservatoacuterio localizado acima do banheiro para descarga do
vaso sanitaacuterio
196 Figura 718 Aacuteguas cinzas despejadas no quintal de residecircncia 196 Figura 719 Destino do esgoto do vaso sanitaacuterio das residecircncias em Poccedilo
Redondo
197
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
iii
Paacutegina Figura 720 Condiccedilotildees precaacuterias das unidades de tratamento de Santa
Rosa do Ermiacuterio
198 Figura 721 Culturas cultivadas na eacutepoca que havia um projeto de reuacuteso
em Santa Rosa do Ermiacuterio
198 Figura 722 Tipo de pavimentaccedilatildeo da rua onde se situam as casas de
Poccedilo Redondo
198 Figura 723 Niacutevel de acessibilidade a unidades de sauacutede na opiniatildeo dos
entrevistados
200 Figura 724 Pior serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados 200 Figura 725 Melhor serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados 201 Figura 726 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua
na opiniatildeo dos entrevistados
201 Figura 727 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao esgotamento sanitaacuterio na
opiniatildeo dos entrevistados
202 Figura 728 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave drenagem urbana na
opiniatildeo dos entrevistados
202 Figura 729 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de limpeza na
opiniatildeo dos entrevistados
202 Figura 730 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de sauacutede na
opiniatildeo dos entrevistados
202
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
iv
LISTA DE TABELAS
Paacutegina Tabela 21 Nordeste oficialmente delimitado 7 Tabela 22 Classificaccedilatildeo da aacutegua quanto agrave potabilidade de acordo com a
salinidade
25 Tabela 23 Padratildeo de aceitaccedilatildeo para consumo humano segundo a
Portaria no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede
26 Tabela 24 Tipos de dessalinizadores 46 Tabela 25 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo da
atriplex
53 Tabela 26 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos dos rejeitos utilizados na irrigaccedilatildeo
de atriplex
53 Tabela 27 Vantagens e desvantagens do uso da moringa como
coagulante
58 Tabela 31 Populaccedilatildeo residente aacuterea territorial e taxa de urbanizaccedilatildeo dos
29 municiacutepios pesquisados da aacuterea de abrangecircncia do Instituto Xingoacute
80 Tabela 32 Classificaccedilatildeo do potencial hiacutedrico dos municiacutepios da aacuterea de
Xingoacute
83 Tabela 33 Informaccedilotildees gerais sobre o abastecimento de aacutegua nas sedes
municipais da aacuterea de Xingoacute
86 Tabela 41 Localizaccedilatildeo e periacuteodo de monitoramento da qualidade de aacutegua
dos 4 poccedilos com dessalinizador investigados
109 Tabela 42 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 4
poccedilos com dessalinizador monitorados com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado
109 Tabela 43 Paracircmetros determinados no extrato de saturaccedilatildeo do solo
coletado no local de disposiccedilatildeo do rejeito e a jusante deste com o local onde foi realizada a sua determinaccedilatildeo e o meacutetodo utilizado
110 Tabela 44 Classificaccedilatildeo do solo segundo o US Salinity Laboratory 111 Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea
de Xingoacute
114 Tabela 46 Orccedilamento para fornecimento de peccedilas serviccedilos e
deslocamentos a serem necessaacuterios ou natildeo para a efetiva manutenccedilatildeo em dessalinizadores
116 Tabela 47 Caracteriacutesticas dos 4 dessalinizadores com a produccedilatildeo de
permeado e nuacutemero de residecircncias atendidas
118 Tabela 48 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)
permeado e rejeito do dessalinizador de Areias
122 Tabela 49 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)
permeado e rejeito do dessalinizador de Aroeira
124
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
v
Paacutegina Tabela 410 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)
permeado e rejeito do dessalinizador de Minuim
126 Tabela 411 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo)
permeado e rejeito do dessalinizador de Icozeira
128 Tabela 412 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de
coliformes termotolerantes de amostras coletadas nos 4 poccedilos monitorados (aacutegua bruta permeado e rejeito)
135 Tabela 413 Caracteriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos
coletados no local de despejo do rejeito e a jusante deste dos 4 dessalinizadores monitorados
137 Tabela 414 Caracteriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos
coletados com sua classificaccedilatildeo no local de despejo do rejeito e a jusante destes dos 4 dessalinizadores monitorados
137 Tabela 51 Localidade com o nuacutemero de residentes e periacuteodo de
monitoramento da qualidade da aacutegua de 20 cisternas localizadas em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem
148 Tabela 52 Paracircmetros de qualidade de aacutegua determinados na aacutegua
coletada nas 20 cisternas com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado
150
Tabela 53 Niacutevel da aacutegua armazenada em 13 cisternas monitoradas localizadas em Poccedilo Redondo-SE
155
Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio-padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE
157
Tabela 55 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta
159
Tabela 56 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta
159
Tabela 57 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de ferro (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta
160
Tabela 58 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta
160
Tabela 59 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de zinco (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta
161
Tabela 510 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de cobre (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta
161
Tabela 511 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) de amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta
162
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
vi
Paacutegina Tabela 512 pH da torneira e da chuva antes e apoacutes a sua colocaccedilatildeo na
caixa construiacuteda com impermeabilizante e em outra caixa construiacuteda sem o impermeabilizante
164
Tabela 513 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 20 cisternas em Poccedilo Redondo
166
Tabela 61 Localidades e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua de 8 barreiros localizados em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem
176
Tabela 62 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 8 barreiros com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado
176
Tabela 63 Informaccedilotildees quanto agrave localidade custo de implantaccedilatildeo e populaccedilatildeo beneficiada com os 8 barreiros monitorados
177
Tabela 64 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio-padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua coletada de 8 barreiros no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE
178
Tabela 65 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 8 barreiros em Poccedilo Redondo-SE
180
Tabela 71 Nuacutemero de domiciacutelios cadastrados nas aacutereas de atuaccedilatildeo do PSF e o nome das localidades onde foram realizadas as entrevistas com o respectivo nuacutemero de domiciacutelios entrevistados
187
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
vii
LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS E SIacuteMBOLOS
A Ampegravere (unidade de corrente eleacutetrica) ABCMAC Associaccedilatildeo Brasileira de Captaccedilatildeo e Manejo de Aacuteguas de
Chuva ABES Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ABRH Associaccedilatildeo Brasileira de Recursos Hiacutedricos Al siacutembolo quiacutemico do alumiacutenio AL sigla do estado de Alagoas AMASE Associaccedilatildeo Matildeo no Arado de Sergipe APHA American Public Health Association AWWA American Water Works Association BA sigla do estado da Bahia BaSO4 foacutermula quiacutemica do sulfato de baacuterio CaCO3 foacutermula quiacutemica do carbonato de caacutelcio CaSO4 foacutermula quiacutemica do sulfato de caacutelcio CASAL Companhia de Abastecimento drsquoAacutegua e Saneamento do
Estado de Alagoas CDJBC Centro Dom Joseacute Brandatildeo de Capacitaccedilatildeo CECAC Centro de Capacitaccedilatildeo de Canudos CECOR Centro de Educaccedilatildeo Comunitaacuteria Rural CERB Companhia de Engenharia Rural da Bahia CHESF Companhia Hidro Eleacutetrica do Satildeo Francisco Cl - iacuteon cloreto CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e
Tecnoloacutegico CODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Satildeo Francisco
e do Parnaiacuteba COMPESA Companhia Pernambucana de Saneamento CPATSA Centro de Pesquisa Tecnoloacutegica do Semi-Aacuterido CPVC cloreto de polivinila clorado CV coeficiente de variaccedilatildeo CV cavalo-vapor (unidade de potecircncia) DESO Companhia de Saneamento de Sergipe dSm deciSimens por metro EE estaccedilatildeo elevatoacuteria EMBASA Empresa Baiana de Aacuteguas e Saneamento EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ETA estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua FADE Fundaccedilatildeo de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade
Federal de Pernambuco Fe siacutembolo quiacutemico do ferro FIB Faculdade Integrada da Bahia ha hectare (unidade de aacuterea) IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Renovaacuteveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ICV Iacutendice de Condiccedilatildeo de Vida
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
viii
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano IPEa Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada IRCSA International Rainwater Catchment Systems Association IRPAA Instituto Regional da Pesquisa Agropecuaacuteria Apropriada K siacutembolo quiacutemico do potaacutessio kg quilograma (unidade de massa) L litro (unidade volumeacutetrica) mg miligrama (unidade de massa) Mn siacutembolo quiacutemico do manganecircs MOGGOD Mixed Oxidant Gases Generated On site for Disinfection MS Ministeacuterio da Sauacutede mScm miliSimens por centiacutemetro (unidade de condutividade eleacutetrica) MST Movimento dos Sem Terra Na siacutembolo quiacutemico do soacutedio no nuacutemero OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede ONG Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas OPS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede p paacutegina PE sigla do estado de Pernambuco pH potencial hidrogeniocircnico ppm partes por milhatildeo PNUD Programa da Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento ldquo polegada porcentagem permil partes por mil PST percentagem de soacutedio trocaacutevel PVC policloreto de vinilo RAS relaccedilatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio SAAE Serviccedilo Autocircnomo de Aacutegua e Esgoto SE sigla do estado de Sergipe SECTMA Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Meio Ambiente STD Soacutelidos Totais Dissolvidos SUDENE Superintendecircncia de Desenvolvimento do Nordeste UFPE Universidade Federal de Pernambuco UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco UHE usina hidroeleacutetrica UNEP United Nations Environment Programme UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia v volume V Volt (unidade de potencial eleacutetrico) WEF Water Environment Federation WHO World Health Organization Zn siacutembolo quiacutemico do zinco
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ix
RESUMO
Neste trabalho avaliou-se a situaccedilatildeo do saneamento ambiental
(abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza
puacuteblica e sauacutede puacuteblica) na zona urbana de 29 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute
Satildeo analisadas principalmente as principais deficiecircncias encontradas atraveacutes
de levantamentos de campo e consultas a oacutergatildeos oficiais Esta aacuterea encontra-
se totalmente inserida no semi-aacuterido brasileiro De acordo com os resultados da
pesquisa em geral a aacuterea de Xingoacute apresenta infra-estrutura sanitaacuteria e
gerenciamento deficientes
O municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE um dos 29 municiacutepios da aacuterea de
Xingoacute foi selecionado para um estudo especiacutefico sobre a qualidade de aacutegua
para consumo humano de obras hiacutedricas de pequeno porte (um poccedilo com
dessalinizador 8 aguadas e 20 cisternas) Foi efetuada tambeacutem uma pesquisa
no campo atraveacutes da aplicaccedilatildeo de 307 questionaacuterios a fim de obter-se
informaccedilotildees sobre os serviccedilos puacuteblicos de acordo com a opiniatildeo dos
moradores de Poccedilo Redondo
Para o estudo da qualidade de aacutegua dos dessalinizadores (aacutegua bruta
permeado e rejeito) 4 poccedilos incluindo aquele que se localiza em Poccedilo
Redondo foram monitorados Tambeacutem foram coletadas amostras de solo no
local de disposiccedilatildeo dos rejeitos A qualidade de aacutegua do permeado produzido
em cada uma das 4 unidades de dessalinizaccedilatildeo monitoradas nem sempre
atendeu aos padrotildees de potabilidade Os resultados de anaacutelises de laboratoacuterio
e determinaccedilotildees no campo do rejeito mostraram elevadas concentraccedilotildees de
cloretos de STD e de condutividade eleacutetrica Os maiores valores foram
verificados no rejeito gerado no dessalinizador de Areias (Poccedilo Redondo-SE)
sendo esses valores iguais a 6226 mgL (cloretos) 26826 mgL (STD) e
condutividade eleacutetrica de 18020 microScm Amostras de solo coletadas no local de
despejo do rejeito dessas unidades mostraram que o mesmo eacute prejudicial ao
solo Mesmo assim o rejeito produzido nessas e nas outras unidades da aacuterea
de Xingoacute vem sendo descartado no meio ambiente sem nenhum criteacuterio
Verificou-se tambeacutem que de 56 unidades dessalinizadoras instaladas na aacuterea
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
x
de Xingoacute apenas 11 vinham produzindo aacutegua devido agrave ausecircncia de cuidados
com operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo A condutividade eleacutetrica de cada um dos
extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas no ponto de despejo do
rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo como salino sendo
prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor foi verificado no
local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm)
No estudo sobre a qualidade da aacutegua armazenada nas cisternas
constatou-se que geralmente natildeo se atendia aos padrotildees de potabilidade
principalmente o pH e a presenccedila de coliformes termotolerantes devido a
deficiecircncias na sua proteccedilatildeo sanitaacuteria e por natildeo servirem apenas para
armazenar aacutegua de origem pluvial
A qualidade da aacutegua estocada nos barreiros natildeo eacute apropriada para ser
consumida pela populaccedilatildeo pois a cor aparente a turbidez e a presenccedila de
coliformes natildeo atenderam em nenhuma ocasiatildeo aos padrotildees de potabilidade
Na opiniatildeo da maior proporccedilatildeo dos residentes na zona rural (3887)
de Poccedilo Redondo que foram entrevistados o melhor serviccedilo puacuteblico era o de
sauacutede puacuteblica enquanto que a maior proporccedilatildeo dos entrevistados que mora na
zona urbana (3206) respondeu que o melhor serviccedilo puacuteblico era o de
limpeza puacuteblica Por outro lado em ambas as regiotildees a maior proporccedilatildeo dos
entrevistados disse que o pior serviccedilo era o de esgotamento sanitaacuterio
Palavras-chave saneamento ambiental qualidade de aacutegua abastecimento de
aacutegua aacuterea de Xingoacute
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
xi
ABSTRACT
This work dealt with the environmental sanitation (water supply sewage
drainage solid wastes and public health) in the urban zone of 29 municipalities
of Xingoacute area The research showed the main deficiencies found through
surveys on site and by consultings in official institutions The Xingoacute area is
entirely located in the semi-arid zone of Brazil According to the results obtained
in this research the Xingoacute area usually showed a deficient sanitary infra-
structure and management
Poccedilo Redondo municipality is located in the state of Sergipe and it
belongs to Xingoacute area It was selected for a specific research In this specific
study the water quality for human consumption purposes of small sized water
works (1 well with desalinator 20 cisterns and 8 water traps) was evaluated
Besides semi-structured 307 questionnaires survey by house interview were
applied for getting information about public services according to the opinion of
dwellers
The water quality monitoring has been accomplished in 4 wells with
desalinator installed in the Xingoacute area In addition soil samples were collected
in the disposal site of water desalinator wastes
Concerning the permeate produced by desalination units several results
showed that some water quality parameters did not always comply the water
quality standards as such pH (permeate produced in the Aroeira and Icozeira
desalinators) TDS (total dissolved solid) and chloride (permeate produced in
the Areias desalinator) and thermotolerant coliforms (permeate produced in the
Areias Aroeira Icozeira and Minuim desalinators) According to the results
obtained the concentrate from 4 desalinators monitored showed high
concentrations of chloride TDS and electrical conductivity The concentrate
from Areias (Poccedilo Redondo) desalinator reached the highest values 6226 mgL
(chloride) 26826 mgL (TDS) and 18020 microScm The results of soil samples
collected in the disposal sites of concentrate from these desalinators showed
that the discharge is harmful to soil Even so the concentrate from desalinators
installed in the Xingoacute area has been disposed without any criterion It was found
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
xii
that of total of 56 desalinators only 11 have been producing water This
occured due to the lack of suitable technical operations and maintenance
The water quality stored in the cisterns usually did not comply entirely
with the potable water standards mainly the pH and the presence of
thermotolerant coliforms This occured due their unsuitable sanitary protection
and because these units not have been used for storing rainwater only
The water quality stored in the water traps must not be consumed by
inhabitants because the parameters apparent colour turbidity and the
presence of thermotolerant coliforms did not comply with the potable water
standards
In the opinion of majority of the interviewed inhabitants in the rural zone
a highest proportion (3887) declared that the most efficient public service
was the public health while in the urban zone the highest proportion (3206)
answered that the best public service was the solid waste collection On the
other hand the highest proportion of inhabitants living in both zones of Poccedilo
Redondo answered that the poorest public service was the sewerage
Keywords environmental sanitation water quality water supply Xingoacute area
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
1
CAPIacuteTULO 1
INTRODUCcedilAtildeO GERAL
O semi-aacuterido brasileiro eacute marcado sobretudo pela escassez e
imprevisibilidade das chuvas assim como por uma variabilidade temporal e
espacial das precipitaccedilotildees e por elevadas taxas de evaporaccedilatildeo As formaccedilotildees
geomorfoloacutegicas dessa regiatildeo predominantemente apresentam grandes
extensotildees de rochas cristalinas constituindo o pediplano sertanejo Nessas
formaccedilotildees as aacuteguas de chuva se perdem rapidamente escoadas pela rede
fluvial temporaacuteria devido agrave baixa capacidade de retenccedilatildeo do solo Aleacutem do
mais apesar de sua importacircncia vital o saneamento ambiental na regiatildeo via
de regra natildeo tem recebido a devida importacircncia Esse quadro desfavoraacutevel
tem contribuiacutedo para a deterioraccedilatildeo da qualidade de vida dos sertanejos
No entanto diversos oacutergatildeos e entidades tecircm se dedicado agrave busca por
soluccedilotildees de melhoria a fim de suplantar as adversidades apresentadas nessa
regiatildeo Entre eles encontra-se o Instituto de Desenvolvimento Cientiacutefico e
Tecnoloacutegico de Xingoacute (Instituto Xingoacute) com sede em Canindeacute do Satildeo
Francisco-SE Sua aacuterea de atuaccedilatildeo inicialmente era constituiacuteda por 29
municiacutepios nos estados de Alagoas Bahia Pernambuco e Sergipe Esses
municiacutepios ocupavam uma aacuterea de 40204 km2 com uma populaccedilatildeo de
608771 habitantes Posteriormente os municiacutepios de Belo Monte-AL Satildeo
Joseacute da Tapera-AL Santa Briacutegida-BA Ibimirim-PE e Parnamirim-PE
(municiacutepios assistidos) foram incorporados agrave aacuterea de atuaccedilatildeo desse instituto
Com a inclusatildeo desses 5 municiacutepios a aacuterea de atuaccedilatildeo passou a ser de
45492 km2 com uma populaccedilatildeo de 703537 habitantes Essa regiatildeo que
neste trabalho eacute denominada de a ldquoaacuterea de Xingoacuterdquo encontra-se integralmente
no semi-aacuterido nordestino
Nesta tese de doutorado foram realizados estudos sobre o saneamento
ambiental na zona urbana dos 29 municiacutepios originais onde atua o Instituto
Xingoacute A pesquisa consistiu em levantamentos sobre abastecimento de aacutegua
esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
2
assim como estudos sobre a qualidade de aacutegua em 4 poccedilos dotados de
dessalinizador Em virtude da enorme extensatildeo territorial da aacuterea de Xingoacute foi
selecionado apenas o municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE para o desenvolvimento
de um estudo especiacutefico no campo do saneamento ambiental A escolha
baseou-se no fato de que o municiacutepio tem uma boa representatividade do
saneamento ambiental da aacuterea de Xingoacute e dentre os 29 municiacutepios onde
foram realizados estudos sobre o saneamento na zona urbana eacute o detentor do
menor IDH (Iacutendice de Desenvolvimento Humano) e por ser um dos municiacutepios
mais secos
O estudo especiacutefico em Poccedilo Redondo abrangeu a determinaccedilatildeo de
paracircmetros de qualidade de aacutegua de unidades (poccedilo com dessalinizador
barreiros e cisternas) cuja qualidade natildeo era ou natildeo vinha sendo monitorada
Adicionalmente foram realizadas entrevistas atraveacutes de questionaacuterios
aplicados sobre o saneamento ambiental (abastecimento de aacutegua
esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica)
junto agrave populaccedilatildeo de Poccedilo Redondo-SE
A aacuterea alvo desta pesquisa de doutorado pode ser visualizada na Figura
11 com destaque para Poccedilo Redondo-SE onde se desenvolveu um estudo
detalhado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38ordm00rsquoW
TerraNova
BAHIA
PERNAMBUCOPARAIacuteBA
SERGIPE
9ordm00rsquoS9ordm00rsquoS
40ordm00rsquoW
Delmiro Gouveia
P iranh
as
Paulo Afonso
Portoda Folha
Gararu
Gloacuteria
Rodelas
M acurureacute
Chorrochoacute
Abareacute
Curaccedilaacute
Santa Mariada Boa Vis ta Orocoacute
Cabroboacute
Beleacutem do Satildeo Francisco
Ita cur uba
Petrolacircndia
Tacaratu
Aacutegu aBranca
Poccedilo Redondo
Jatobaacute
Patildeo de Accediluacutecar
Monte Alegre do Sergipe
Nossa Senhora da Gloacuteria
Pariconha
Municiacutepios Integrantes
Municiacutepios Assistidos
Aacuterea Total 45492 kmPopulaccedilatildeo (2000) 703537 hab
2
SantaBriacutegida Belo
Monte
Flore sta
ALAGOAS
N
Ibimirim
Parnamirim
Satildeo Joseacute da Tapera
Rio Moxotoacute
Olho
Daacuteg
ua do
Cas
ado
Canind eacute do Satildeo Francisco
Rio
Xin
gozi
nho
Figura 11 Aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto Xingoacute e alvo da pesquisa com o detalhe de Poccedilo Redondo-SE (Fonte GEOXINGOacute)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
4
1 ndash OBJETIVOS DA PESQUISA
11 ndash OBJETIVO GERAL DA PESQUISA
Elaborar accedilotildees para melhoria do saneamento ambiental na aacuterea de
Xingoacute com maior ecircnfase para o setor de abastecimento de aacutegua do municiacutepio
de Poccedilo Redondo-SE considerado um dos mais secos do semi-aacuterido e o de
pior iacutendice de desenvolvimento humano daquela aacuterea
12 ndash OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
(i) Determinar o perfil do saneamento ambiental (abastecimento de aacutegua
esgotamento sanitaacuterio drenagem limpeza urbana e sauacutede puacuteblica) na aacuterea
urbana dos 29 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute
(ii) Realizar levantamentos sobre a situaccedilatildeo das unidades de dessalinizaccedilatildeo
existentes na aacuterea de Xingoacute e monitorar a qualidade de aacutegua
(iii) Diagnosticar a situaccedilatildeo em que se encontram as obras hiacutedricas de pequeno
porte no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE e avaliar a qualidade de aacutegua destas
(iv) Determinar o perfil das condiccedilotildees sanitaacuterias (abastecimento de aacutegua
esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza urbana e sauacutede puacuteblica) do
municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios semi-
estruturados
13 ndash HIPOacuteTESE
O presente trabalho tem como hipoacutetese de que a qualidade de aacutegua
armazenada em cisternas e tambeacutem a que eacute produzida em poccedilos com
dessalinizadores satildeo adequadas ao consumo humano Por outro lado a aacutegua
estocada em barreiros eacute recomendada para usos menos exigentes
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
5
14 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DA TESE
Esta tese de doutorado estaacute subdividida em 8 capiacutetulos com o seguinte
conteuacutedo
O capiacutetulo 1 informa a aacuterea onde se desenvolveu esta pesquisa de
doutorado os seus objetivos e uma siacutentese dos capiacutetulos que a compotildeem
No capiacutetulo 2 atraveacutes de uma revisatildeo na literatura descreve-se os
aspectos que contribuem para a degradaccedilatildeo do semi-aacuterido brasileiro Tambeacutem
satildeo abordadas a conceituaccedilatildeo e importacircncia do saneamento ambiental e da
qualidade de aacutegua para consumo humano
No capiacutetulo 3 eacute apresentado resultados do levantamento e avaliaccedilatildeo das
caracteriacutesticas do saneamento ambiental na zona urbana de 29 municiacutepios da
aacuterea de Xingoacute
No capiacutetulo 4 eacute feita uma abordagem sobre a situaccedilatildeo em que se
encontram os dessalinizadores dos 34 municiacutepios da aacuterea de Xingoacute
Apresenta-se tambeacutem resultados de qualidade de aacutegua de 4 dessalinizadores e
de amostras coletadas no ponto de despejo do rejeito e a jusante deste
No capiacutetulo 5 apresenta-se os resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
e bacterioloacutegicos da aacutegua armazenada em 20 cisternas localizadas em Poccedilo
Redondo-SE e suas condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo
No capiacutetulo 6 satildeo apresentados os resultados de paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos e bacterioloacutegicos da aacutegua estocada em 8 barreiros situados em Poccedilo
Redondo-SE
O capiacutetulo 7 trata de uma descriccedilatildeo do perfil do saneamento ambiental
obtido mediante a aplicaccedilatildeo de 229 questionaacuterios na zona rural e 78 na zona
urbana de Poccedilo Redondo Registra-se tambeacutem a opiniatildeo dos entrevistados
com relaccedilatildeo aos serviccedilos de abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio
drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
6
O capiacutetulo 8 apresenta as conclusotildees finais obtidas com esta pesquisa
de doutorado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
7
CAPIacuteTULO 2
O ESTADO DA ARTE
21 ndash A SECA E A DEGRADACcedilAtildeO AMBIENTAL NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO
O Nordeste oficialmente delimitado compreende uma aacuterea de 1561176
km2 abrangendo completamente 9 estados e uma porccedilatildeo de Minas Gerais
conforme pode ser visto na Tabela 21 onde 645 da aacuterea territorial do
Nordeste se encontra inserida no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo e cerca de 56 da
mesma estaacute em clima considerado semi-aacuterido (ANDRADE 2001) O semi-
aacuterido inclusive o norte de Minas Gerais eacute composto por 1031 municiacutepios
cobrindo a aacuterea de 8923 mil km2 que abriga uma populaccedilatildeo de 194 milhotildees
correspondendo a 496 e a 363 respectivamente da aacuterea e da populaccedilatildeo
da regiatildeo de atuaccedilatildeo da Superintendecircncia de Desenvolvimento dos Estados do
Nordeste (SUDENE) Sem incluir os municiacutepios de Minas Gerais o semi-aacuterido
abrange 537 e 392 respectivamente da aacuterea e da populaccedilatildeo do
Nordeste em 991 municiacutepios (SECTMA 2004)
Tabela 21 Nordeste oficialmente delimitado
Estadoregiatildeo Total Aacuterea (km2) Aacuterea no poliacutegono das
secas Aacuterea em clima
semi-aacuterido Alagoas 279331 14704 11900 Bahia 5672953 361206 392955 Cearaacute 1463463 143080 119081 Maranhatildeo 3333656 ----- ----- Paraiacuteba 565846 56972 48502 Pernambuco 989376 90067 85574 Piauiacute 2523785 234084 125692 Regiatildeo litigiosa 29774 ----- ----- Rio Grande do Norte 533068 51210 48344 Sergipe 220504 13163 10928 Regiatildeo Nordeste 15611756 964486 842976 Norte de Minas Gerais 1207010 120701 57530 Total 16818788 1085187 900506
Fonte Andrade (2001)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
8
Considera-se o semi-aacuterido uma aacuterea tradicional de expulsatildeo
populacional em decorrecircncia das secas das baixas vantagens competitivas
em termos econocircmicos e da estrutura fundiaacuteria altamente concentrada
(ANDRADE 2001)
O conceito de seca estaacute intimamente relacionado com o ponto de vista
do observador Embora a causa primaacuteria das secas resida na insuficiecircncia ou
na irregularidade das precipitaccedilotildees pluviais existe uma sequumlecircncia de causas e
efeitos na qual o efeito mais proacuteximo de uma seca torna-se a causa de um
outro efeito e esse efeito passa a ser denominado tambeacutem de seca Assim
para citar as mais comuns pode-se definir a seca climatoloacutegica (causa primaacuteria
ou elemento que desencadeia o processo) a seca edaacutefica (efeito da seca
climatoloacutegica) a seca social (efeito da seca edaacutefica) e a seca hidroloacutegica
(SOacuteLON et al 2001) Segundo Sabino (2002) a SUDENE (1999) faz alusatildeo a
3 principais tipos de secas de acordo com sua irregularidade na distribuiccedilatildeo
espacial e temporal
(i) Seca hidroloacutegica poucas chuvas mas bem distribuiacutedas suficientes para
agricultura Diminuiccedilatildeo no volume de aacutegua acumulada
(ii) Seca agriacutecola (seca verde) chuvas mal distribuiacutedas natildeo garantindo as
colheitas
(iii) Seca efetiva quando coincidem baixa precipitaccedilatildeo e maacute distribuiccedilatildeo
causando frustraccedilatildeo das safras e esgotamento dos reservatoacuterios hiacutedricos
Adicionalmente Sabino (2002) afirma que todas as definiccedilotildees de seca
satildeo tentativas de melhor entender o fenocircmeno e suas variaccedilotildees e criar uma
uacutenica nomenclatura Poreacutem fica claro que o foco principal da questatildeo seca
perpassa pela vulnerabilidade das populaccedilotildees
A seca eacute um binocircmio climaacutetico de um periacuteodo chuvoso muito curto cerca
de 40 a 60 dias de chuva por ano e um periacuteodo muito longo de evaporaccedilatildeo
(300 dias) Esta eacute a razatildeo da ocorrecircncia da seca Na Europa nas cidades de
Londres Paris e Moscou por exemplo chove aproximadamente 600 mm por
ano mas o clima eacute temperado a aacutegua eacute distribuiacuteda e permanece ao inveacutes de
evaporar enquanto que no semi-aacuterido brasileiro ocorre o terriacutevel fenocircmeno da
evaporaccedilatildeo (SUASSUNA 2000)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
9
Dentre os desastres naturais a seca eacute com certeza o fenocircmeno mais
complexo de se analisar Furacotildees terremotos e enchentes possuem iniacutecios e
teacuterminos bem definidos e suas consequumlecircncias satildeo muito evidentes para a
populaccedilatildeo As secas por sua vez iniciam-se lentamente e possuem duraccedilotildees
relativamente longas cobrindo grandes aacutereas e ocasionando uma seacuterie de
danos agrave populaccedilatildeo atingida A complexidade do fenocircmeno com suas
diferentes causas e efeitos pode ser a razatildeo pela qual haacute na literatura tantas
definiccedilotildees diferentes para seca (PAIXAtildeO et al 2003)
A fragilidade econocircmica do semi-aacuterido brasileiro a sua vulnerabilidade
social agraves secas a consideraacutevel dimensatildeo do seu contingente demograacutefico em
face de sua estreita base econocircmica resultam em indicadores sociais tiacutepicos
de regiotildees profundamente atrasadas onde prevalece a pobreza a
desigualdade no acesso a ativos e a renda e a exclusatildeo social O grande
nuacutemero de carros-pipa mobilizados todos os anos em situaccedilotildees de seca ou de
chuvas normais reflete o grau de inadequaccedilatildeo entre oferta e demanda de aacutegua
na regiatildeo tanto em termos temporais como espaciais O nuacutemero de carros-
pipa constitui por isso importante indicador da carecircncia de aacutegua cuja
constataccedilatildeo eacute reforccedilada a cada ano (SECTMA 2004)
O fenocircmeno ENOS (episoacutedio quente ou El Nintildeo) consiste basicamente
de um aquecimento anocircmalo do oceano Paciacutefico Equatorial em conjunto com
variaccedilotildees do campo de pressatildeo ao niacutevel do mar na regiatildeo tropical Embora a
existecircncia do fenocircmeno ENOS natildeo implique necessariamente em ocorrecircncia
de secas sobre o nordeste brasileiro sabe-se que sua atividade moderada a
muito intensa pode provocar condiccedilotildees de seca moderada a severa sobre o
semi-aacuterido nordestino (ARAGAtildeO 2004) De acordo com Quintans (2001) o
interesse cientiacutefico pelo El Nintildeo aumentou em meados da deacutecada de 70
quando se percebeu que um conjunto de fenocircmenos climaacuteticos acontecia
antes durante e depois da sua chegada Seu impacto climaacutetico e social passou
a ser considerado natildeo soacute entre os cientistas mas tambeacutem por grupos de
gestatildeo puacuteblica Segundo Aragatildeo (2004) os organismos estaduais nacionais e
internacionais de meteorologia tecircm tido ecircxito consideraacutevel nas previsotildees dos
ciclos do ENOS por meio de simulaccedilotildees (modelos) de evoluccedilatildeo solidaacuteria dos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
fenocircmenos fiacutesicos da interface oceano-atmosfera As previsotildees de tempo e de
variaccedilotildees climaacuteticas representam uma nova e extraordinaacuteria ferramenta para o
desenvolvimento sustentaacutevel agrave medida que ensejaratildeo melhorias significativas
no manejo dos recursos naturais e consequumlentemente na qualidade de vida
para as populaccedilotildees das regiotildees mais vulneraacuteveis aos impactos da variabilidade
climaacutetica
No Brasil as aacutereas sujeitas aos processos de desertificaccedilatildeo
correspondem basicamente agravequelas oficialmente delimitadas como ldquoPoliacutegono
das Secasrdquo ocupando cerca de 10837907 km2 pois estatildeo sujeitas a periacuteodos
curtos ou prolongados de estiagens Estende-se por boa parte do Nordeste
brasileiro atingindo tambeacutem uma pequena porccedilatildeo ao norte do estado de Minas
Gerais conforme ilustra a Figura 21 Trata-se do ldquoTroacutepico do Semi-Aacuteridordquo
incorporando caracteriacutesticas climaacuteticas do semi-aacuterido e do sub-uacutemido seco
possuindo estruturas geoloacutegicas referentes ao escudo cristalino e agraves bacias
sedimentares morfoestruturas com blocos soerguidos e depressotildees
apresentando formaccedilotildees de Caatinga e de Cerrado Segundo dados do Censo
Demograacutefico 2000 (IBGE 2003) a aacuterea tem cerca de 185 milhotildees de
habitantes sendo 85 milhotildees na zona rural com densidade demograacutefica de 20
habkm2 isto representa 42 da populaccedilatildeo do Nordeste ou ainda 11 da
populaccedilatildeo brasileira (IBAMA 2003 apud FREIRE 2004)
Figura 21 Localizaccedilatildeo do Troacutepico Semi-aacuterido no Brasil (IBAMA 2003 apud
FREIRE 2004)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
Conforme o SECTMA (2004) atualmente admite-se a existecircncia no
semi-aacuterido nordestino de quatro nuacutecleos de desertificaccedilatildeo
(i) Nuacutecleo de Seridoacute localizado na regiatildeo centro-sul do Rio Grande do Norte e
centro norte da Paraiacuteba compreendendo uma aacuterea com cerca de 2341 km2
envolvendo vaacuterios municiacutepios vizinhos ao municiacutepio de Parelhas
(ii) Nuacutecleo de Irauccediluba localizado no noroeste do estado do Cearaacute que
abrange uma aacuterea de 4000 km2 incluindo os municiacutepios de Irauccediluba Forquilha
e Sobral
(iii) Nuacutecleo de Gilbueacutes localizado no Piauiacute com uma aacuterea com
aproximadamente 6131 km2 envolvendo os municiacutepios de Gilbueacutes e Monte
Alegre
(iv) Nuacutecleo de Cabroboacute localizado em Pernambuco que totaliza uma aacuterea de
cerca de 5960 km2 e abrange os municiacutepios de Cabroboacute Beleacutem do Satildeo
Francisco e Floresta
Segundo o SECTMA (2004) aleacutem da fragilidade natural motivada pelas
caracteriacutesticas dos seus solos e pelas condiccedilotildees climaacuteticas esses nuacutecleos
desenvolveram-se sob forte e indevida interferecircncia humana Entre as causas
antroacutepicas apontadas como de importacircncia no processo de desertificaccedilatildeo
algumas satildeo comuns a todos os nuacutecleos de desertificaccedilatildeo enquanto outras
podem ser atribuiacutedas agraves caracteriacutesticas especiacuteficas das atividades
desenvolvidas nos municiacutepios incluiacutedos em cada um deles Entre as causas
comuns estatildeo o desmatamento indiscriminado as queimadas e o
sobrepastejo em razatildeo principalmente dos caprinos e ovinos No nuacutecleo de
desertificaccedilatildeo do Seridoacute o problema do desmatamento eacute agravado por cerca de
70 olarias cujos produtos ceracircmicos satildeo de reconhecida qualidade nos
grandes centros urbanos do Nordeste A ineficiecircncia na geraccedilatildeo de energia
pelas induacutestrias de ceracircmica dessa regiatildeo tem agravado o processo de
desertificaccedilatildeo por causa da demanda por lenha
Os ambientes aacuteridos e semi-aacuteridos satildeo mais vulneraacuteveis ao
desmatamento visto a falta de chuvas e quando ocorrem provocam efeitos
erosivos intensos em solos geralmente rasos Com isso a vegetaccedilatildeo tem
recuperaccedilatildeo lenta (MOURA 2003)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
Aleacutem dos jaacute mencionados outros fatores antroacutepicos desempenham
papel importante nos processos de desertificaccedilatildeo no semi-aacuterido Nesse
contexto a salinizaccedilatildeo eacute a principal causa da degradaccedilatildeo dos solos e
consequumlente desertificaccedilatildeo nas aacutereas de agricultura irrigada Dos 4 nuacutecleos de
desertificaccedilatildeo mencionados o de Cabroboacute eacute o uacutenico onde a salinizaccedilatildeo
mesmo sem se constituir na principal causa apresenta alguma relevacircncia no
processo de desertificaccedilatildeo das suas aacutereas situadas agraves margens do rio Satildeo
Francisco Esses nuacutecleos de desertificaccedilatildeo tecircm sido objeto de estudos em
anos recentes e embora ainda insuficientes as informaccedilotildees obtidas nesses
estudos representam a base do acervo sobre desertificaccedilatildeo no Nordeste do
Brasil (SECTMA 2004)
Efluentes domeacutesticos e industriais sem tratamento lanccedilados nos cursos
drsquoaacutegua associados agrave deficiecircncia de educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo ambiental da
populaccedilatildeo satildeo as causas principais da degradaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e de
propagaccedilatildeo de doenccedilas endecircmicas que debilitam a populaccedilatildeo do semi-aacuterido
Para enfrentar esse quadro preocupante torna-se necessaacuterio repensar o
modelo de sauacutede puacuteblica empregado e atuar emergencialmente articulando
accedilotildees desse setor com as aacutereas de saneamento alimentaccedilatildeo habitaccedilatildeo
promoccedilatildeo social e geraccedilatildeo de emprego e renda (LOacuteCIO 2000) Segundo
Nunes et al (2000) os estudos da qualidade das aacuteguas superficiais nessa
regiatildeo satildeo fundamentais porque a maioria dos corpos hiacutedricos eacute destinada a
usos muacuteltiplos e recebem esgotos ldquoin naturardquo (apenas 128 dos habitantes
tecircm rede de esgotos e soacute 4 dos coletados recebem algum tratamento)
Os rios que se encontram na regiatildeo semi-aacuterida vecircm padecendo e
muitos deles tecircm tido uma diminuiccedilatildeo no seu volume e na sua vazatildeo Algumas
das aacutereas ao longo destes rios satildeo ldquobolsotildees uacutemidosrdquo no sentido de que eles
satildeo menos secos e sua vegetaccedilatildeo eacute mais verde do que no restante do semi-
aacuterido propenso agrave seca Estes bolsotildees uacutemidos satildeo chamados de brejos de
altitude Em um ambiente hostil como a regiatildeo semi-aacuterida estas aacutereas satildeo
diferentes no sentido de que elas mantecircm sua populaccedilatildeo e desta forma o
fluxo migratoacuterio eacute bem menor quando comparado a outras localidades
Entretanto isto natildeo quer dizer que sua populaccedilatildeo tenha aprendido como tratar
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
estas aacutereas de forma sustentaacutevel preservando-a Pelo contraacuterio devido agrave
grande confianccedila nos recursos hiacutedricos e agrave ausecircncia de medidas que
assegurem a preservaccedilatildeo destas aacutereas estes rios estatildeo literalmente
ldquomorrendordquo A maior parte deles eacute muito poluiacuteda pois eles atendem natildeo soacute agraves
necessidades das populaccedilotildees ribeirinhas mas tambeacutem a muitas outras que
tecircm que caminhar longas distacircncias em busca de aacutegua Como estas
populaccedilotildees natildeo satildeo cientes das implicaccedilotildees causadas pela degradaccedilatildeo
destes recursos lanccedilam lixo nas margens dos rios tornando a aacutegua
contaminada Aleacutem do mais a maioria das casas localizadas nestas aacutereas natildeo
possui sistemas de esgoto agravando ainda mais a contaminaccedilatildeo (BRANCO
ALMEIDA 2002)
Branco e Almeida (2002) apresentaram um estudo de caso da
mobilizaccedilatildeo de mulheres do Movimento das Trabalhadoras Rurais do Sertatildeo
Central (porccedilatildeo do semi-aacuterido localizada no centro do estado de Pernambuco)
voltadas para a revitalizaccedilatildeo do pequeno rio Olho drsquoAacutegua localizado no
municiacutepio de Santa Cruz da Baixa Verde A comunidade ocupa as margens do
rio e eacute formada por 1000 pessoas Desde que o problema da aacutegua estava
intimamente relacionado agraves vidas das mulheres elas perceberam que o uacutenico e
vital recurso hiacutedrico (rio Olho drsquoAacutegua) estava desaparecendo entatildeo decidiram
revitalizaacute-lo Esta iniciativa demonstra a ausecircncia de accedilatildeo governamental na
soluccedilatildeo do problema aleacutem da importacircncia da forccedila da mobilizaccedilatildeo das
mulheres da zona rural Aleacutem da poluiccedilatildeo existente nas aacutereas ocupadas pelos
pequenos posseiros o sistema de esgoto de Jatiuacuteca despeja o esgoto no rio A
populaccedilatildeo local tinha seacuterios problemas de sauacutede incluindo hepatite que pode
ser vista como um resultado da sua exposiccedilatildeo agrave aacutegua contaminada Embora a
iniciativa do movimento esteja no seu estaacutegio inicial todas as fases foram
planejadas pela populaccedilatildeo local Esta iniciativa vem sendo considerada como
um projeto piloto e espera-se que na conclusatildeo deste projeto o mesmo seja
feito em outras aacutereas Aleacutem das organizaccedilotildees rurais femininas e da uniatildeo de
trabalhadoras rurais uma Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental (ONG) chamada
CECOR (Centro de Educaccedilatildeo Comunitaacuteria Rural) jaacute vem sendo envolvida Esta
ONG conta com engenheiros agrocircnomos especialistas que recomendaram
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
quais tipos de vegetaccedilotildees nativas deveriam ser plantadas aleacutem de outros
assuntos relacionados agrave silvicultura
Um retrato da realidade que predomina nos municiacutepios do semi-aacuterido
nordestino eacute mostrado no trabalho de Duque e Balbino (2000) Estes autores
realizaram um trabalho no periacuteodo de janeiro a fevereiro de 1998 no municiacutepio
de Major Isidoro-AL O municiacutepio apresenta um clima semi-aacuterido e possui uma
populaccedilatildeo de cerca de 18000 habitantes O estudo tinha como objetivo a
caracterizaccedilatildeo das formas de abastecimento de aacutegua detectar focos de
contaminaccedilatildeo do meio ambiente e a orientaccedilatildeo direta agrave populaccedilatildeo induacutestrias
comeacutercio e autoridades competentes As principais atividades desenvolvidas na
pesquisa foram visitas a escolas onde foram entrevistados professores
funcionaacuterios e alunos aleacutem de visitas a bairros da periferia Tambeacutem foram
feitas visitas agrave zona rural onde foram realizadas entrevistas com moradores e
autoridades administrativas do municiacutepio reuniotildees com os principais liacutederes
comunitaacuterios e inspeccedilatildeo agraves principais fontes de abastecimento de aacutegua
Concluiu-se que neste municiacutepio natildeo havia nenhuma cultura ambiental com
relaccedilatildeo agrave racional utilizaccedilatildeo da aacutegua nem com relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo dos riscos
ambientais
22 ndash SANEAMENTO AMBIENTAL
Segundo Chaudhry (2003) o conceito de saneamento ambiental
explicitado pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) difere pouco do de
saneamento claacutessico que eacute totalmente antropocecircntrico e retrata aquilo que no
Brasil se denomina de saneamento baacutesico Segundo a OMS (WHO 2003)
saneamento ambiental eacute a promoccedilatildeo da higiene e a prevenccedilatildeo de doenccedilas e
de outras consequumlecircncias da maacute sauacutede relacionada a fatores ambientais Para a
OMS o saneamento tem duas dimensotildees baacutesicas os fatores ambientais que
exercem impacto sobre agentes infecciosos e sobre a transmissatildeo de doenccedilas
incluem disposiccedilatildeo de dejetos humanos esgotos resiacuteduos soacutelidos e outros
drenagem pluvial abastecimento de aacutegua para uso domeacutestico e habitaccedilatildeo e
as praacuteticas de higiene que envolvem fatores soacutecio-culturais e comportamentais
relacionados agrave sauacutede estilo de vida e consciecircncia ambiental incluem higiene
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pessoal limpeza domeacutestica e limpeza dos ambientes comunitaacuterios Enfatiza-se
que no sentido mais amplo eacute finalidade do saneamento ambiental controlar e
modificar o ambiente fiacutesico para prevenir a transmissatildeo de doenccedilas aos seres
humanos A ecircnfase por parte da OMS com relaccedilatildeo ao saneamento ambiental
sobre o ambiente humano deve-se agraves estatiacutesticas preocupantes sobre a
populaccedilatildeo mundial que ainda natildeo tem suas necessidades sanitaacuterias baacutesicas
atendidas principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A consequumlecircncia
em niacutevel mundial eacute de milhotildees de mortes causadas por doenccedilas transmitidas
via aacutegua em focos representados por habitaccedilotildees informais na forma de
barracos favelas e similares natildeo contemplados por serviccedilos de saneamento
A definiccedilatildeo mais atual do saneamento ambiental reporta-se ao sentido de
remediar o meio ambiente mitigar os impactos negativos das intervenccedilotildees
humanas ou outras sobre os ecossistemas e prevenir tais impactos no futuro
O saneamento possui um impacto profundo na qualidade de vida de
uma populaccedilatildeo interagindo com questotildees culturais econocircmicas e poliacuteticas de
uma determinada regiatildeo A carecircncia de investimentos nesse setor acaba
ocasionando entre outras coisas um aumento da incidecircncia de casos de
doenccedilas relacionadas com as condiccedilotildees sanitaacuterias em geral interferindo
negativamente no bem estar da populaccedilatildeo (TEIXEIRA et al 2003)
A estrutura fiacutesica dos serviccedilos de saneamento em particular a dos
sistemas de abastecimento de aacutegua e de esgotos sanitaacuterios estaacute associada agrave
realidade complexa da urbanizaccedilatildeo e agrave multiplicidade de atribuiccedilotildees de
competecircncia aleacutem de possuir estreita ligaccedilatildeo com o desempenho do setor
puacuteblico Como tal sofre influecircncia do processo de desenvolvimento vigente no
Brasil que promoveu ao longo dos anos um desgaste das financcedilas puacuteblicas
com repercussatildeo direta nas suas instituiccedilotildees Atualmente a estrutura do setor
de saneamento no Brasil eacute caracterizada de um lado pelo esgotamento do
modelo de financiamento existente e de outro por um intenso processo de
debates e articulaccedilotildees em torno da formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de novos
arranjos institucionais para o setor processo esse cujo resultado ainda se
encontra indefinido (SOARES et al 2003)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
O setor de saneamento no Brasil assim como outros setores de serviccedilos
puacuteblicos essenciais sempre careceu de um ordenamento institucional que
permitisse a implementaccedilatildeo de accedilotildees coordenadas entre os trecircs niacuteveis de
governo e dado o seu caraacuteter multidisciplinar tambeacutem com os outros setores
afins tais como sauacutede puacuteblica meio ambiente recursos hiacutedricos e
desenvolvimento urbano (PEROSA et al 2000)
Somente em 5 de janeiro de 2007 foi sancionada pelo presidente da
Repuacuteblica Luiacutes Inaacutecio Lula da Silva e publicada posteriormente em 8 de
janeiro do mesmo ano no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a lei que estabelece
diretrizes nacionais baacutesicas para o saneamento baacutesico a Lei 1144507
Segundo ela as poliacuteticas puacuteblicas de saneamento baacutesico deveratildeo criar
mecanismos de controle social ou seja formas de garantir agrave sociedade
informaccedilotildees e participaccedilatildeo no processo de formulaccedilatildeo das medidas
relacionadas ao setor Aleacutem da universalizaccedilatildeo do acesso a lei prevecirc que o
abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e o manejo dos
resiacuteduos soacutelidos sejam feitos de forma adequada agrave sauacutede puacuteblica e agrave proteccedilatildeo
do meio ambiente (AGEcircNCIA BRASIL 2007)
23 ndash QUALIDADE DE AacuteGUA
231 ndash Generalidades
Muito jaacute se sabe da relaccedilatildeo saneamento e sauacutede e mais
especificamente da aacutegua e sauacutede puacuteblica Em 400 aC Hipoacutecrates jaacute chamava
a atenccedilatildeo de seus colegas para a relaccedilatildeo entre a qualidade da aacutegua e a sauacutede
da populaccedilatildeo Afirmava que ldquoo meacutedico que chega numa cidade desconhecida
deve observar com cuidado a aacutegua usada por seus habitantesrdquo (COSTA et al
2001b)
Chagas e Souza (2003) salientam que com o desenvolvimento da
tecnologia e o aumento populacional a qualidade da aacutegua tornou-se um
importante toacutepico de estudo para cientistas e engenheiros a niacutevel mundial
Atualmente os problemas da poluiccedilatildeo hiacutedrica satildeo tatildeo importantes quanto os
mais importantes problemas que envolvem as questotildees quantitativas da aacutegua
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
Apesar da preocupaccedilatildeo com problemas relacionados com a qualidade
de aacutegua vaacuterios casos de morbidade relativos agrave falta de saneamento
continuam sendo registrados principalmente em paiacuteses em desenvolvimento
(TEIXEIRA et al 2003) Richter e Netto (1991) afirmam que a OMS
(Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede) identifica que 80 dos casos de doenccedilas em
paiacuteses em desenvolvimento satildeo de veiculaccedilatildeo hiacutedrica Segundo Teixeira et al
(2003) alguns estudos (CARVALHO1997 MEDRONHO 1999) comprovam a
correlaccedilatildeo entre niacuteveis socioeconocircmicos com a incidecircncia de doenccedilas
relacionadas com o saneamento
Uma das dificuldades na avaliaccedilatildeo do impacto do abastecimento de
aacutegua destinada ao consumo na sauacutede eacute a ausecircncia de estatiacutesticas
demograacuteficas sobre os habitantes locais especialmente em comunidades
rurais Portanto o conhecimento sobre as incidecircncias de doenccedilas que ocorrem
nas aacutereas rurais em decorrecircncia de aacutegua poluiacuteda eacute importante Isso possibilita
comparar a incidecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica entre comunidades
que tecircm acesso agrave aacutegua potaacutevel e aquelas que natildeo tecircm (ZAMXAKA et al
2004)
A falta de aacutegua para consumo e de medidas sanitaacuterias adequadas
podem ocasionar vaacuterias doenccedilas tais como coacutelera disenteria salmonelose e
febre tifoacuteide A diarreacuteia eacute a principal causa pela morte de mais de 2 milhotildees de
pessoas no mundo A maioria destas pessoas eacute composta por crianccedilas com
idade inferior a 5 anos (ZAMXAKA et al 2004)
Alguns indicadores criacuteticos relacionados ao saneamento e agrave carecircncia de
aacutegua nos paiacuteses em desenvolvimento foram comentados por Maia Neto
(1997) Dentre esses paracircmetros destaca-se que a pobreza e a falta de
saneamento baacutesico satildeo responsaacuteveis nesses paiacuteses pelo oacutebito de uma
crianccedila a cada 10 segundos em consequumlecircncia de doenccedilas evitaacuteveis caso a
aacutegua fosse tratada totalizando 10 milhotildees de oacutebitos a cada ano
Rush et al (2000) afirmam que levantamentos realizados em campo
com o intento de identificar impropriedades do uso da aacutegua satildeo fundamentais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
Eles proporcionam um conhecimento baacutesico adequado para a tomada de
accedilotildees corretivas relacionadas ao abastecimento de aacutegua
232 ndash Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Von Sperling (1996) afirma que a qualidade de uma determinada aacutegua eacute
resultante do uso e da ocupaccedilatildeo do solo na bacia hidrograacutefica sendo afetada
tanto pelas condiccedilotildees naturais como tambeacutem pela interferecircncia do homem
Os diversos componentes presentes na aacutegua e que alteram sua qualidade
podem ser avaliados a partir de suas caracteriacutesticas fiacutesicas (cor sabor
temperatura turbidez entre outras) quiacutemicas (alcalinidade cloretos
condutividade eleacutetrica dureza pH entre outras) e bioloacutegicas (coliformes
termotolerantes e totais entre outras) que devem ser entendidas de uma
forma abrangente com suas possiacuteveis interaccedilotildees
2321 ndash Condutividade eleacutetrica
A capacidade da aacutegua de conduzir corrente eleacutetrica eacute conhecida como
condutividade eleacutetrica ou condutacircncia especiacutefica e depende da concentraccedilatildeo
de iacuteons em soluccedilatildeo (UNEPWHO1996)
2322 ndash Soacutelidos totais dissolvidos (STD)
Soacutelidos totais dissolvidos eacute o peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua por unidade de volume Representa a concentraccedilatildeo de
todo o material dissolvido na aacutegua seja ou natildeo volaacutetil (SANTOS 1997)
Aacuteguas com STD superior a 30000 mgL (ppm) satildeo consideradas como
aacuteguas salgadas enquanto que aquelas com STD inferior a 500 mgL (ppm)
satildeo aacuteguas doces As aacuteguas salobras apresentam uma concentraccedilatildeo desse
paracircmetro intermediaacuteria entre a aacutegua doce e a aacutegua salgada (MMAABEAS
1999)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
2323 ndash Temperatura
A temperatura eacute a mediccedilatildeo da intensidade de calor Elevaccedilotildees da
temperatura aumentam a taxa das reaccedilotildees quiacutemicas e bioloacutegicas e diminuem a
solubilidade dos gases e aumentam a taxa de transferecircncia de gases (VON
SPERLING 1996)
Segundo Santos (1997) a amplitude teacutermica anual das aacuteguas
subterracircneas em geral eacute baixa (de 1 a 2 oC) e independem da temperatura
atmosfeacuterica a natildeo ser nos aquumliacuteferos freaacuteticos pouco profundos onde a
temperatura eacute um pouco superior agrave da superfiacutecie
2324 ndash pH
O potencial hidrogeniocircnico representa a concentraccedilatildeo de iacuteons
hidrogecircnio H+ (em escala anti-logariacutetimica) dando uma indicaccedilatildeo sobre a
condiccedilatildeo de acidez neutralidade ou alcalinidade da aacutegua O pH eacute um dos mais
importantes paracircmetros de qualidade de aacutegua (VON SPERLING 1996)
Este paracircmetro eacute essencialmente uma funccedilatildeo do gaacutes carbocircnico
dissolvido e da alcalinidade da aacutegua Varia de 1 a 14 sendo neutro com o valor
7 aacutecido com valores inferiores a 7 e alcalino ou baacutesico com valores superiores
a 7 A maioria das aacuteguas subterracircneas tem pH entre 55 e 85 Em casos
excepcionais pode variar entre 3 e 11 (SANTOS 1997)
2325 ndash Cor
Eacute o resultado das substacircncias dissolvidas na aacutegua provenientes
principalmente da lixiviaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica (SANTOS 1997)
O termo cor aparente inclui natildeo apenas a cor devido a substacircncias em
soluccedilatildeo mas tambeacutem a cor devido agrave mateacuteria em suspensatildeo A cor verdadeira
eacute aquela na qual a turbidez tenha sido removida (APHA et al 1998)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
2326 ndash Turbidez
A turbidez representa o grau de interferecircncia com a passagem da luz
atraveacutes da aacutegua conferindo uma aparecircncia turva agrave mesma (Von Sperling
1996) Eacute causada pela mateacuteria em suspensatildeo e coloidal tais como argila silte
mateacuteria orgacircnica e inorgacircnica finamente dividida e placircncton e outros
organismos microscoacutepicos (APHA et al 1998)
2327 ndash Alcalinidade
Alcalinidade de uma aacutegua eacute sua capacidade de neutralizar um aacutecido A
alcalinidade de algumas aacuteguas deve-se somente aos bicarbonatos de caacutelcio e
magneacutesio Quando o pH da aacutegua natildeo excede a 83 e sua alcalinidade total eacute
praticamente idecircntica agrave sua alcalinidade de bicarbonato Aacuteguas que tecircm um
pH acima de 83 contecircm carbonatos e possivelmente hidroacutexidos aleacutem de
bicarbonatos (UNEPWHO1996)
Como a alcalinidade de muitas aacuteguas superficiais eacute primariamente uma
funccedilatildeo de carbonato bicarbonato e teor de hidroacutexidos este paracircmetro eacute
considerado como uma indicaccedilatildeo da concentraccedilatildeo destes constituintes (APHA
et al1998) Segundo Custoacutedio e Llamas (1983) a alcalinidade das aacuteguas
subterracircneas em geral situa-se entre 100 e 300 mg CaCO3L e somente em
casos especiais pode atingir 1000 mg CaCO3L
2328 ndash Cloreto
Uma elevada concentraccedilatildeo de cloretos ocorre em aacuteguas que tiveram
contato com formaccedilotildees geoloacutegicas que os continham Senatildeo devido a isto
altos teores podem indicar uma poluiccedilatildeo por esgoto ou resiacuteduos industriais ou
atraveacutes da intrusatildeo de aacutegua do mar ou salina no corpo drsquoaacutegua doce ou
aquumliacutefero Uma concentraccedilatildeo alta deste elemento tem um efeito corrosivo em
condutos e estruturas de metal aleacutem de ser prejudicial agrave maioria dos vegetais
(UNEPWHO 1996)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
2329 ndash Dureza
A dureza eacute a medida da capacidade de aacutegua precipitar sabatildeo (APHA et
al1998) Utiliza-se geralmente o teor de caacutelcio e magneacutesio de uma aacutegua
expresso em teores de carbonato de caacutelcio e magneacutesio para definir a dureza
Em termos de tratamento e abastecimento puacuteblico de aacutegua tem-se (Von
Sperling 1996)
(i) Dureza lt 50 mgL CaCO3 ndash aacutegua branda
(ii) Dureza entre 50 e 150 mgL CaCO3 ndash aacutegua de dureza moderada
(iii) Dureza entre 150 e 300 mgL CaCO3 ndash aacutegua dura
(iv) Dureza gt 300 mgL CaCO3 ndash aacutegua muito dura
Desde o final da deacutecada de 50 numerosos estudos tecircm relatado que a
dureza da aacutegua ou seja a sua concentraccedilatildeo de caacutelcio e magneacutesio estaacute
associada agraves doenccedilas cardiovasculares (ROSENLUND 2005)
Ao contraacuterio do que se acreditou no passado a ingestatildeo de aacuteguas duras
pode influenciar favoravelmente a sauacutede humana eacute o que indicam algumas
pesquisas epidemioloacutegicas que relacionaram o seu uso com a menor incidecircncia
de enfermidades cardiovasculares (LIMA 1993)
23210 ndash Metais
As concentraccedilotildees de metais na aacutegua ocorrem em funccedilatildeo do
comportamento eletroquiacutemico e quiacutemico das partiacuteculas como tambeacutem de
outras condiccedilotildees do ambiente hidroloacutegico Esses niacuteveis podem variar de
algumas ngL (10-9 gL) ou microgL (10-6 gL) naqueles conhecidos como metais
traccedilos (beriacutelio caacutedmio mercuacuterio entre outros) a mgL (10-3 gL) ou ainda em
alguns casos gL com relaccedilatildeo aos metais principais (caacutelcio magneacutesio soacutedio
entre outros) Alguns metais podem ser beneacuteficos ou toacutexicos dependendo das
suas concentraccedilotildees e do comportamento fisioloacutegico (GALVIacuteN 1996)
Embora o alumiacutenio seja um dos elementos mais abundantes da crosta
terrestre ele estaacute presente apenas em concentraccedilotildees traccedilo nas aacuteguas
naturais Este elemento ocorre em muitas rochas minerais e argilas e estaacute
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
presente em praticamente todas as aacuteguas superficiais (UNEPWHO 1996)
Segundo Juan (2000) este metal normalmente natildeo estaacute presente em aacuteguas
subterracircneas nem superficiais a menos que ocorra uma contaminaccedilatildeo
industrial Para Galviacuten (1996) o metabolismo do alumiacutenio nos seres humanos
natildeo eacute bem compreendido O principal problema deste metal com relaccedilatildeo agrave
ingestatildeo por seres humanos eacute baseado na possibilidade de favorecer a
incidecircncia de certos distuacuterbios neuroloacutegicos como por exemplo o mal de
Alzheimer em pacientes de diaacutelise renal tratados com aacutegua obtida de aacuteguas
potaacuteveis ricas em alumiacutenio (mais de 011 mgL)
Aacuteguas pobres em compostos orgacircnicos como por exemplo na
Alemanha apresentam concentraccedilotildees de cobre na ordem de 5 a 10 microgL
Aacuteguas com quantidades mais elevadas de compostos orgacircnicos assim como
na Sueacutecia apresentam concentraccedilotildees acima de 390 microgL Concentraccedilotildees de 3
a 5 mgL de cobre conferem um sabor amargo e adstringente e ateacute mesmo
uma irritaccedilatildeo gaacutestrica aguda em alguns indiviacuteduos como tambeacutem efeitos na
cor e turbidez seu niacutevel excede 1 mgL (GALVIacuteN 1996)
O ferro pode estar presente com baixos teores (lt 03 mgL) em quase
todas as aacuteguas e ocorre sob diversas formas quiacutemicas e frequumlentemente
aparece associado ao manganecircs No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo
da hemoglobina A sua carecircncia pode causar anemia (SANTOS 1997) No
entanto segundo Galviacuten (1996) a ingestatildeo deste metal em elevadas
quantidades causa graves distuacuterbios reversiacuteveis nos tecidos humanos
Eacute a formaccedilatildeo de oacutexido feacuterrico hidratado que torna aacuteguas carregadas de
ferro objetivaacuteveis Este precipitado feacuterrico causa manchas alaranjadas em
quaisquer superfiacutecies em que venham a se sedimentar incluindo roupas
alimentos e utensiacutelios usados na cozinha e aparelhos sanitaacuterios (UNEPWHO
1996)
O manganecircs encontra-se frequumlentemente presente com baixos teores
(lt 02 mgL) em quase todas as aacuteguas naturais (SANTOS 1997) Eacute um
elemento traccedilo essencial estando envolvido na siacutentese de proteiacutenas dinacircmica
do colesterol e na produccedilatildeo de hemoglobina aleacutem de ser um catalisador
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
enzimaacutetico Sua deficiecircncia no corpo humano estaacute associada a doenccedilas
cardiacuteacas anemia e maacute formaccedilatildeo oacutessea em crianccedilas No entanto a ingestatildeo
habitual de aacuteguas ricas em manganecircs (14 mgL) causa lesotildees cerebrais Com
relaccedilatildeo ao consumo de aacutegua potaacutevel baixos niacuteveis deste metal podem
ocasionar o surgimento de bacteacuterias manganosas em sistemas de rede como
tambeacutem cor e turbidez Concentraccedilotildees deste elemento que excedem a 02
mgL produzem sabor desagradaacutevel (GALVIacuteN 1996)
Segundo Santos (1997) os teores de potaacutessio nas aacuteguas subterracircneas
satildeo inferiores a 10 mgL Em aacuteguas meteoacutericas os teores de potaacutessio estatildeo
geralmente no intervalo de 01 a 4 mgL Ainda segundo estes autores a
carecircncia de potaacutessio no organismo humano pode provocar fadiga baixa de
accediluacutecar no sangue e insocircnia enquanto que seu excesso pode causar catildeimbra
fadiga paralisia muscular e diarreacuteia
O soacutedio eacute o principal responsaacutevel pelo aumento constante da salinidade
das aacuteguas naturais do ponto de vista catiocircnico As aacuteguas naturais com
elevados teores de soacutedio satildeo prejudiciais agraves plantas por reduzir a
permeabilidade do solo (SANTOS 1997) Fisiologicamente altos niacuteveis de
soacutedio no sangue resultam em problemas cardiacuteacos como hipertensatildeo
patologias nos rins e no fiacutegado e intoxicaccedilatildeo em gestantes e em bebecircs
(GALVIacuteN 1996)
O zinco entre os metais pesados eacute o mais soluacutevel Sua concentraccedilatildeo
em geral eacute inferior a 10 microgL nas aacuteguas subterracircneas (Santos 1997) Pode ser
considerado um metal natildeo toacutexico ainda que em doses elevadas Contudo
aumentos de zinco em aacuteguas potaacuteveis satildeo geralmente associadas com os
efeitos toacutexicos do caacutedmio Este fato deve alertar agraves autoridades responsaacuteveis
pelo controle da qualidade da aacutegua com relaccedilatildeo ao consumo de aacuteguas
relativamente ricas em zinco e potencialmente em caacutedmio (GALVIacuteN 1997)
233 ndash Paracircmetros bacterioloacutegicos
Existem vaacuterios meacutetodos de detectar o grau de contaminaccedilatildeo de uma
aacutegua A teacutecnica microbioloacutegica baacutesica consiste na detecccedilatildeo e na contagem de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
organismos indicadores Esta teacutecnica eacute utilizada no monitoramento da
qualidade de aacutegua As bacteacuterias do grupo coliforme podem ser definidas como
os principais indicadores da pureza da aacutegua para consumo domeacutestico
industrial entre outros (ZAMXAKA et al 2004)
O isolamento de patoacutegenos eacute inviaacutevel pois eles estatildeo presentes em
nuacutemeros relativamente pequenos comparados com outros gecircneros de
microorganismos Aleacutem do mais existem muitos gecircneros de patoacutegenos e cada
um requer uma teacutecnica especiacutefica de isolamento A metodologia que tem sido
adotada consiste em analisar para organismos indicadores que habitam o
intestino em expressivas quantidades e que satildeo excretados nas fezes
humanas A presenccedila destes organismos indicadores na aacutegua evidencia a
contaminaccedilatildeo fecal e portanto o provaacutevel risco de que patoacutegenos estejam
presentes O termo ldquocoliformes totaisrdquo inclui coliformes termotolerantes e
bacteacuterias de origem fecal assim como tambeacutem algumas bacteacuterias que podem
ser isoladas de fontes do meio ambiente A presenccedila de coliformes totais pode
indicar ou natildeo a presenccedila de contaminaccedilatildeo fecal O termo coliforme fecal tem
sido utilizado em microbiologia para denotar organismos coliformes que se
desenvolvem a 44 ou 445 oC e fermentam lactose para produzir aacutecido e gaacutes
Na praacutetica alguns organismos que apresentam estas caracteriacutesticas podem
natildeo ser de origem fecal e o termo ldquocoliforme termotoleranterdquo eacute portanto mais
correto e eacute mais comumente empregado (UNEPWHO 1996)
234 - Padrotildees de potabilidade de aacutegua para consumo humano
A qualidade de aacutegua constitui-se de grande importacircncia para a
humanidade O sabor foi a forma mais simples de se reconhecer a adequaccedilatildeo
da aacutegua para consumo Assim sendo os antigos sistemas de classificaccedilatildeo
dividiam as aacuteguas naturais como aacuteguas doces aacuteguas salobras e aacuteguas
salgadas Esta classificaccedilatildeo tem sido empregada ateacute o presente Contudo
estes tipos de aacuteguas poderiam variar tremendamente de acordo com as
condiccedilotildees locais As pessoas que usavam aacutegua de rio (cong 200 mgL de
salinidade) para beber considerariam uma aacutegua subterracircnea com uma
salinidade de 800 mgL como altamente salobra enquanto que habitantes dos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
desertos poderiam admitir que uma aacutegua com salinidade de 1500 mgL seria
satisfatoacuteria para consumo No Sinai do Sul os beduiacutenos assim como o seu
rebanho sobreviviam com aacutegua de poccedilo com uma salinidade em torno de 2000
mgL Em 1988 a OMS (Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede) estabeleceu padrotildees
quiacutemicos e bioloacutegicos para a qualidade de aacutegua destinada ao consumo e
classificou as aacuteguas quanto agrave potabilidade de acordo com a salinidade como
mostra a Tabela 22 (EL-MANHARAWY HAFEZ 2003)
Tabela 22 Classificaccedilatildeo da aacutegua quanto agrave potabilidade de acordo com a
salinidade
Qualidade da aacutegua STD (mgL) Excelente lt 300 Boa 300 - 600 Regular 600 - 900 Insatisfatoacuteria 900 - 1200 Inaceitaacutevel gt 1200
Fonte El-Manharawy e Hafez (2003)
Em 1996 a Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental dos Estados Unidos
recomendou um niacutevel de STD de 500 mgL como seguro para fins de consumo
humano a longo prazo e 1000 mgL como maacuteximo para consumo humano a
curto prazo Os padrotildees de qualidade de aacutegua estabelecidos por ambos
mencionam detalhadamente os limites bacterioloacutegicos e tambeacutem para
substacircncias quiacutemicas perigosas (FATH et al 2003) A maior parte da aacutegua
disponiacutevel na terra tem uma salinidade superior a 10000 mgL enquanto que a
aacutegua salgada normalmente tem uma salinidade entre 35000-45000 mgL na
forma de sais dissolvidos
De acordo com o Art 16 da Portaria no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do
Ministeacuterio da Sauacutede a aacutegua potaacutevel deve estar em conformidade com o padratildeo
de aceitaccedilatildeo de consumo expresso na Tabela 23
A referida Portaria recomenda que o pH da aacutegua seja mantido na faixa
de 60 a 95 que o teor maacuteximo de cloro residual livre em qualquer ponto do
sistema de abastecimento seja de 20 mgL Aleacutem disso recomenda-se a
realizaccedilatildeo de testes para detecccedilatildeo de odor e gosto em amostras de aacutegua
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
coletadas na saiacuteda do tratamento e na rede de distribuiccedilatildeo Aleacutem disso as
amostras de aacutegua para consumo humano devem tambeacutem estar isentas de
coliformes termotolerantes
Tabela 23 Padratildeo de aceitaccedilatildeo para consumo humano segundo a Portaria
no 518 de 25 de marccedilo de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede
Paracircmetro Unidade VMP(1)
Alumiacutenio mgL 02 Amocircnia (como NH3) mgL 15 Cloreto mgL 250 Cor aparente UH(2) 15 Dureza mgCaCO3L 500 Etilbenzeno mgL 02 Ferro mgL 03 Manganecircs mgL 01 Monoclorbenzeno mgL 012 Odor - Natildeo objetivaacutevel(3)
Gosto - Natildeo objetivaacutevel(3)
Soacutedio mgL 200 Soacutelidos totais dissolvidos (STD)
mgL 1000
Sulfato mgL 250 Sulfeto de hidrogecircnio mgL 005 Surfactantes mgL 05 Tolueno mgL 017 Turbidez UT(4) 5 Zinco mgL 5 Xileno mgL 03 (1) Valor maacuteximo permitido (2) Unidade Hazen (mg Pt ndash CoL) (3) Criteacuterio de referecircncia ( 4) Unidade de turbidez
24 ndash ABASTECIMENTO DE AacuteGUA
241 - Sistemas adutores de abastecimento de aacutegua
A bacia do rio Satildeo Francisco possui 52 de sua aacuterea inserida no
ldquoPoliacutegono da Secardquo (SUASSUNA 2000) Possui uma disponibilidade de aacutegua
de 644 bilhotildees de m3ano respondendo por 69 da disponibilidade de aacuteguas
superficiais e por 73 da disponibilidade superficial garantida do Nordeste
face agrave sua perenidade (MONTENEGRO et al 2003) Este vital recurso hiacutedrico
tem desempenhado o papel de principal fonte de recurso hiacutedrico da regiatildeo
Nordeste como elemento fornecedor de aacutegua atraveacutes de sistemas integrados
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
e sistemas isolados de abastecimento de aacutegua Apesar de ser um manancial
notoriamente reconhecido pela sua boa qualidade nem sempre a qualidade
de aacutegua dos sistemas adutores de fornecimento de aacutegua do Satildeo Francisco
atendem aos padrotildees de potabilidade preconizados como mostra o trabalho de
Santos e Daltro Filho (2000) Estes autores realizaram um levantamento
exploratoacuterio visando avaliar a qualidade de aacutegua de abastecimento fornecida
pelo sistema integrado Escurial (Sergipe) as condiccedilotildees de vida sauacutede
percepccedilatildeo e postura da populaccedilatildeo ao recurso da aacutegua Neste trabalho fez-se
uso de questionaacuterios que foram aplicados junto agrave populaccedilatildeo agraves autoridades e
oacutergatildeos atuantes nos 5 povoados atendidos aleacutem de terem sido efetuadas
coletas e anaacutelises de aacutegua no rio Satildeo Francisco e em diversos pontos deste
sistema O referido sistema inicia no povoado Escurial onde existe a captaccedilatildeo
o tratamento uma unidade de armazenamento e uma estaccedilatildeo elevatoacuteria
Atende aleacutem do povoado Escurial aos povoados Carro Quebrado Lagoas
Catingueira e Areias Todos estes povoados pertencem ao municiacutepio sergipano
de Nossa Senhora de Lourdes e estatildeo inseridos no semi-aacuterido Este sistema de
responsabilidade da DESO (Companhia de Saneamento de Sergipe) foi
projetado para o alcance de 2011 quando se pretende atender a uma
populaccedilatildeo de 4476 pessoas De acordo com os resultados apresentados
Santos e Daltro Filho (2000) concluiacuteram
(i) Com a chegada do abastecimento de aacutegua as comunidades adquiriram a
percepccedilatildeo da aacutegua como um bem disponiacutevel (de consumo) e mesmo de
conforto apesar de sofrimento pela sua falta
(ii) Tanto a aacutegua do manancial como a que eacute distribuiacuteda natildeo atende
totalmente aos padrotildees de potabilidade
(iii) O alto grau de pobreza que estava submetida a populaccedilatildeo da aacuterea
estudada representava um risco agrave sustentabilidade do meio ambiente pois as
famiacutelias natildeo dispunham de recursos nem conhecimento para evitar a
degradaccedilatildeo do ambiente onde viviam
(iv) As atividades da DESO atraveacutes do sistema integrado de Escurial que
abastece os cinco povoados estudados tecircm representado um ganho parcial
para aquelas comunidades principalmente no que se refere ao ldquoconfortordquo Essa
situaccedilatildeo eacute particularmente importante para a populaccedilatildeo dos povoados mais
distantes na busca pela aacutegua Os efeitos positivos daquela infra-estrutura na
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
sauacutede da comunidade dependem natildeo soacute da qualidade da aacutegua mas de
muacuteltiplos fatores e demais intervenccedilotildees como destino e tratamento dos
resiacuteduos soacutelidos instalaccedilotildees sanitaacuterias adequadas nos domiciacutelios boa higiene
comunitaacuteria e niacuteveis soacutecio-econocircmicos e educacionais compatiacuteveis ao bem
estar de qualquer comunidade No mais pocircde-se perceber que o simples
fornecimento de aacutegua tem representado impacto parcialmente positivo agrave
qualidade de vida da populaccedilatildeo apesar das constantes faltas drsquoaacutegua
particularmente no periacuteodo de estiagem
Atualmente o nuacutemero de accediludes existentes no semi-aacuterido nordestino eacute
superior a 100 mil e a capacidade de armazenamento eacute de 25 bilhotildees de
metros cuacutebicos (DUARTE 2002) No Nordeste do Brasil que eacute a principal
regiatildeo onde as condiccedilotildees aacuteridas e semi-aacuteridas satildeo encontradas tecircm sido
construiacutedos centenas de reservatoacuterios a fim de armazenar aacutegua para consumo
humano e para irrigaccedilatildeo Infelizmente a maioria destes reservatoacuterios (cerca de
80) natildeo eacute conectada aos sistemas de distribuiccedilatildeo de aacutegua para consumo
humano Aleacutem da evidente necessidade de uma quantidade suficiente de aacutegua
existem seacuterios problemas relacionados com a qualidade da aacutegua destes
reservatoacuterios (VON SPERLING 1998)
(i) Eutrofizaccedilatildeo (florescecircncia de plantas aquaacuteticas causadas pela descarga de
nutrientes)
(ii) Assoreamento (acuacutemulo de material inorgacircnico tal como areia silte e
argila)
(iii) Salinizaccedilatildeo (elevaccedilatildeo do teor de sais no corpo drsquoaacutegua quando a
evaporaccedilatildeo excede a precipitaccedilatildeo)
Segundo Santos et al (2000) a construccedilatildeo simples de accediludes grandes
e pequenos sem criteacuterios de distribuiccedilatildeo nas bacias hidrograacuteficas tem levado
ao agravamento do quadro da falta drsquoaacutegua ou mesmo da qualidade de aacutegua
(salinizaccedilatildeo)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
242 ndash Obras hiacutedricas de pequeno porte
Como no semi-aacuterido brasileiro a escassez de aacutegua para o consumo
humano ainda eacute um drama social principalmente durante as secas a
necessidade diaacuteria de buscar aacutegua para o consumo domeacutestico obriga
principalmente as mulheres a longas caminhadas agrave sua procura As
estimativas apontam que dois terccedilos dos domiciacutelios rurais no Nordeste se
encontram nessa situaccedilatildeo Na maioria dos casos sem ter outra alternativa
utilizam aacutegua improacutepria ao consumo humano ou esperam dias e ateacute semanas
pelo abastecimento do carro-pipa cuja qualidade de aacutegua muitas vezes natildeo
atende aos padrotildees de potabilidade O esforccedilo despendido para obtenccedilatildeo de
aacutegua nos periacuteodos de escassez de chuvas eacute significativo Satildeo cerca de trecircs
diashomem por semana para obtenccedilatildeo de aacutegua segundo estudos da
EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria) sem falar dos
problemas causados pelo consumo de aacutegua contaminada A UNICEF (Fundo
das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia) usando dados do Ministeacuterio da Sauacutede do
Brasil alerta para o fato de que a cada quatro crianccedilas que morrem na regiatildeo
uma deixa a vida acometida por diarreacuteia consequumlecircncia indesejaacutevel do
consumo de aacutegua improacutepria Os custos diretos e indiretos financeiros e sociais
desta situaccedilatildeo satildeo imensos e se repetem com uma frequumlecircncia inaceitaacutevel
(LIMA et al 2001)
Em funccedilatildeo disto tem-se buscado para o povo nordestino soluccedilotildees
simples praacuteticas e economicamente viaacuteveis Por meio de parcerias diversas
ONGs instituiccedilotildees eclesiaacutesticas e governamentais tecircm desenvolvido algumas
experiecircncias localizadas e conseguido melhorar as condiccedilotildees de vida da
populaccedilatildeo rural difusa Um princiacutepio elementar do manejo dos recursos
hiacutedricos no semi-aacuterido eacute a captaccedilatildeo no periacuteodo chuvoso e utilizaccedilatildeo no periacuteodo
de estiagem imediato (COSTA et al 2001a)
A realidade econocircmica e social do homem do campo nordestino exige
que as soluccedilotildees encontradas para a convivecircncia com a seca envolvam
tecnologias de baixo custo e de faacutecil execuccedilatildeo Dentre estas alternativas
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
empregadas historicamente destacam-se os barreiros as barragens
subterracircneas os poccedilos tubulares e as cisternas (ABREU 2001) Uma consideraacutevel quantidade de estudos hidroloacutegicos e obras
hidraacuteulicas tem levado progressivamente agrave atenuaccedilatildeo dos problemas
decorrentes das condiccedilotildees de semi-aridez Todavia como observam Costa et
al (2001a) soluccedilotildees definitivas estatildeo ainda longe de serem alcanccediladas e
soluccedilatildeo uacutenica natildeo existe
Qualquer que seja a soluccedilatildeo ou conjunto de soluccedilotildees deve-se ter
sempre em mente a busca mais apropriada a cada condiccedilatildeo de escassez de
aacutegua banindo-se a cultura de soluccedilotildees aplicadas a regiotildees uacutemidas como
tradicionalmente tecircm-se comportado a pesquisa e a extensatildeo rural do semi-
aacuterido (BATISTA 2001) Um aspecto ressaltado por Mota e Studart (1996) eacute que
na implantaccedilatildeo de obras hiacutedricas devem ser considerados os sistemas jaacute
existentes e os impactos que podem causar nos meios abioacutetico bioacutetico e
antroacutepico tendo como unidade de anaacutelise a bacia hidrograacutefica Assim aleacutem
dos impactos localizados decorrentes de cada empreendimento devem ser
analisados os impactos cumulativos do mesmo sobre a bacia hidrograacutefica
onde se situaraacute
As pequenas obras hiacutedricas (barreiros cisternas barragens
subterracircneas e poccedilos) satildeo estruturas de pequeno porte e de custo construtivo
relativamente baixo construiacutedas com a finalidade de armazenar aacuteguas
superficiais subterracircneas ou pluviais para a sua utilizaccedilatildeo de alguma forma ou
de muacuteltiplas formas (abastecimento de aacutegua dessedentaccedilatildeo animal irrigaccedilatildeo
entre outras) Enfoca-se a seguir alguns aspectos relacionados a estas
estruturas 2421 ndash Barreiros
O aproveitamento de aacutegua conhecido regionalmente por barreiro
tanque ou aguada consiste no acuacutemulo de aacuteguas de superfiacutecie que recolhe a
aacutegua da chuva ou represa a aacutegua de um rio proporcionado pela construccedilatildeo de
um barramento eou pela simples escavaccedilatildeo do terreno Sua capacidade de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
acumulaccedilatildeo varia de poucas centenas ateacute algumas dezenas de milhares de
metros cuacutebicos A partir de um acuacutemulo superior a cerca de 100000 m3 a obra
eacute considerada como um pequeno accedilude Trata-se de um aproveitamento de
pequeno porte construiacutedo com teacutecnicas simples custo relativamente baixo e
sobretudo extremamente variaacutevel conforme o tamanho do barreiro podendo
ser adaptado agrave disponibilidade de investimento Por essas razotildees o barreiro
encontra-se difundido por toda a regiatildeo semi-aacuterida do Nordeste (OLIVEIRA
LEITE 1984) No entanto como observam Arauacutejo et al (2003) estas
estruturas apresentam baixiacutessima eficiecircncia hidroloacutegica perdas por evaporaccedilatildeo
elevadas e qualidade de aacutegua incompatiacutevel com as miacutenimas exigecircncias de
potabilidade
No que se refere agrave utilizaccedilatildeo da aacutegua armazenada as famiacutelias a utilizam
para os mais diversos usos em funccedilatildeo destas estruturas exercerem um papel
importante no abastecimento familiar Apesar da alta turbidez encontrada
nestas aacuteguas chegando a valores acima de 600 uT elas tambeacutem satildeo
destinadas ao consumo familiar Eacute comum as famiacutelias utilizarem produtos
minerais tais como sulfato de alumiacutenio gesso cal etc para clarificar a aacutegua
desses barreiros Ciente dos riscos que estes produtos podem trazer agrave sauacutede
humana quando ingeridos em dosagens excessivas e por periacuteodos
prolongados a ONG CAATINGA vem introduzindo o uso da semente de
moringa oleifera para clarificar e tratar a aacutegua dos barreiros destinada ao uso
familiar (SOUZA 1999)
Atraveacutes da observaccedilatildeo de alguns poucos barreiros profundos
(profundidade superior a 4 m) existentes no municiacutepio de Ouricuri-PE
confirmou-se na praacutetica que a evaporaccedilatildeo era reduzida agrave medida em que se
aumentava a profundidade Daiacute em 1987 o barreiro-trincheira (Figura 22)
surgiu como proposta para armazenamento e fornecimento de aacutegua para
consumo humano e dessedentaccedilatildeo animal das pequenas propriedades da
regiatildeo de Ouricuri (SOUZA 1999)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
Figura 22 Barreiro-trincheira (SOUZA 1999)
2422 ndash Cisternas
Construir cisternas eacute uma tradiccedilatildeo antiga em regiotildees aacuteridas ou semi-
aacuteridas do ldquoVelho Mundordquo como no Oriente Meacutedio e na Aacutesia onde a captaccedilatildeo
de aacuteguas pluviais para o abastecimento humano faz parte do acervo cultural
dos povos haacute milhares de anos (SCHISTEK 2001)
A cisterna consiste em um reservatoacuterio fechado destinado a armazenar
aacuteguas pluviais para consumo humano Eacute constituiacuteda por um tanque de
armazenamento um sistema de filtragem e a aacuterea de captaccedilatildeo O tanque de
armazenamento eacute o proacuteprio reservatoacuterio que pode ser semi-enterrado ou
totalmente subterracircneo no caso da aacuterea de captaccedilatildeo ser no solo (Brito e Porto
1999) Trata-se de uma tecnologia de soluccedilatildeo local e de baixo custo com
perspectiva de equacionar a demanda de aacutegua para consumo humano e
animal aproveitando o proacuteprio telhado das construccedilotildees eou solo da
circunvizinhanccedila como aacuterea de captaccedilatildeo Existe portanto possibilidade de
aproveitamento das superfiacutecies de captaccedilatildeo existentes numa propriedade (casas-
sede casas de colono instalaccedilotildees animais) livre de taxa e sem necessidade de
transporte da aacutegua por longas distacircncias aleacutem do benefiacutecio de reduzir a demanda
por aacutegua tratada (GONDIM 2001)
Segundo Gnadlinger (1999) a cisterna de placas de cimento eacute o tipo de
cisterna mais utilizado no semi-aacuterido brasileiro Esse reservatoacuterio consiste em
placas de concreto (mistura cimento-areia na proporccedilatildeo de 14) de cerca de 50
por 60 cm com 3 cm de espessura curvadas de acordo com o raio projetado
da parede da cisterna dependendo da capacidade prevista Haacute variantes
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
onde por exemplo as placas de concreto satildeo menores e mais espessas e com
um traccedilo de cimento mais magro A parede da cisterna eacute levantada com essas
placas finas a partir do chatildeo jaacute cimentado Para evitar que a parede venha a
cair ela eacute sustentada com varas ateacute que a argamassa esteja seca Apoacutes isso
um arame de accedilo galvanizado (no 12 ou 277 mm) eacute enrolado no lado externo
da parede e essa eacute rebocada Em seguida a parede interna e o chatildeo satildeo
rebocados e cobertos com nata de cimento forte O telhado da cisterna tambeacutem
eacute feito de placas de concreto Um reboco externo eacute suficiente para dar firmeza
O espaccedilo vazio em volta da cisterna eacute aterrado
A qualidade da aacutegua da chuva pode ser alterada durante o processo de
transporte e armazenamento A primeira possibilidade de alteraccedilatildeo ocorre
durante sua passagem pelo telhado da casa De fato o telhado recebe vaacuterios
tipos de depoacutesitos trazidos pelo vento como folhas madeira papel aleacutem da
poeira Eacute tambeacutem o lugar de passagem de animais como roedores aves e
insetos Os resiacuteduos ou dejetos animais satildeo levados pelo escoamento da aacutegua
de chuva nas telhas podendo contaminar a aacutegua que seraacute armazenada Uma
vez acumulados dentro da cisterna esses resiacuteduos podem se constituir em
fonte de mateacuteria orgacircnica que pode favorecer o desenvolvimento de patoacutegenos
(BERNAT et al 1993) Outra possiacutevel fonte de contaminaccedilatildeo ocorre durante a
retirada de porccedilotildees de aacutegua da cisterna e manuseio da aacutegua para os vaacuterios
usos A segunda fonte de contaminaccedilatildeo eacute menos significativa pois afeta
somente uma porccedilatildeo de aacutegua enquanto a primeira pode contaminar toda a
aacutegua armazenada (contaminaccedilatildeo do manancial) (ANDRADE NETO 2003
2004) Aleacutem disso a construccedilatildeo de cisternas proacuteximas a fossas e pontos de
lanccedilamento de esgotos a ausecircncia de conservaccedilatildeo e de manejo adequados
da aacutegua aliados ao uso de tampas inadequadas problemas de rachaduras e
uso de cordas e baldes para retirada de aacutegua da cisterna tambeacutem podem
representar fontes de contaminaccedilatildeo da aacutegua Desta forma vaacuterios
microorganismos natildeo soacute os pertencentes ao grupo coliformes totais e
termotolerantes mas tambeacutem outras bacteacuterias podem estar presentes na aacutegua
(AMORIM PORTO 2003) Geralmente indicadores tradicionais assim como
os coliformes totais e termotolerantes satildeo utilizados para avaliar a qualidade
microbioloacutegica das aacuteguas de chuva (MEERA AHAMMED 2006)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Amorim e Porto (2001) avaliaram a qualidade bacterioloacutegica da aacutegua de
cisternas da comunidade de Volta do Riacho localizada no municiacutepio de
Petrolina-PE Eles enfocaram medidas de proteccedilatildeo da contaminaccedilatildeo por
agentes patogecircnicos associados agraves doenccedilas veiculadas pela aacutegua Os
resultados obtidos indicaram contaminaccedilatildeo de origem fecal em todas as
cisternas avaliadas e tambeacutem a ausecircncia de medidas de prevenccedilatildeo de
contaminaccedilatildeo principalmente o uso da desinfecccedilatildeo da aacutegua pelo cloro
O dispositivo destinado a desviar automaticamente as primeiras aacuteguas
de chuva apresentado no trabalho de Andrade Neto (2003 2004) consiste
num pequeno tanque localizado na cobertura da cisterna para o qual satildeo
desviadas automaticamente as primeiras aacuteguas de cada chuva utilizando-se
um ldquoTrdquo (intercalado na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna) que deriva para este
pequeno tanque as aacuteguas de lavagem da superfiacutecie de captaccedilatildeo Como o
tanque de desvio permanece todo fechado quando o telhado estaacute lavado ele
enche e soacute entatildeo eacute que a aacutegua de melhor qualidade vai para a cisterna O
fecho hiacutedrico dispensa boacuteias ou outros artifiacutecios Apoacutes a chuva e antes que se
acumule sujeira na superfiacutecie de captaccedilatildeo o tanque de desvio deve ser
esvaziado por meio de uma tubulaccedilatildeo de descarga que novamente fechada
deixa o dispositivo pronto para o desvio automaacutetico das primeiras aacuteguas da
proacutexima chuva O tanque de desvio eacute pequeno e portanto perde-se muito
pouco da aacutegua que aliaacutes pode ser empregada em usos menos exigentes e
ganha-se muito em qualidade
Aleacutem de apresentar um dispositivo destinado a desviar automaticamente
as primeiras aacuteguas de chuva Andrade Neto (2003 2004) analisa vaacuterios
aspectos da qualidade da aacutegua e da proteccedilatildeo sanitaacuteria de cisternas rurais a
fim de evitar a contaminaccedilatildeo da aacutegua da cisterna com a sujeira acumulada na
superfiacutecie de captaccedilatildeo e propotildee as seguintes medidas
(i) Deve haver um dispositivo para desviar automaticamente as primeiras
aacuteguas de chuva Em alguns casos quando a aacutegua eacute utilizada para outros fins
que natildeo abastecimento humano podem ser utilizadas grades ou peneiras
autolimpantes que natildeo desperdiccedilam aacutegua e removem as sujeiras da linha de
fluxo mas satildeo relativamente caras e requerem manutenccedilatildeo Tambeacutem podem
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
ser usados filtros de areia externos ou internos (na proacutepria cisterna) que
quando dimensionados adequadamente podem reter impurezas e
microorganismos de maior dimensatildeo melhorando a qualidade da aacutegua
coletada
(ii) Natildeo se deve ter contato direto com a aacutegua na cisterna a aacutegua deve ser
retirada preferencialmente por meio de tubulaccedilatildeo (tomada direta se a cisterna
for apoiada no solo ou por bomba se for enterrada) Quando necessaacuteria
(obrigatoacuteria em cisternas puacuteblicas enterradas) a bomba pode ser simples como
as bombas de ecircmbolo ou com bola de gude Contudo em alguns casos pode
ser requerido um sistema motor-bomba mais eficiente Em cisternas familiares
o uso de bomba pode ser dispensado se forem tomados cuidados higiecircnicos
severos na retirada da aacutegua
(iii) As cisternas enterradas devem ser impermeabilizadas para evitar
infiltraccedilotildees de aacuteguas contaminadas sempre que houver risco
(iv) A cisterna deve ser provida de extravasor e ventilaccedilatildeo a fim de garantir a
reoxigenaccedilatildeo da aacutegua mas sem propiciar o acesso de insetos ou de luz
abundante (prejudica a qualidade da aacutegua pois favorece a proliferaccedilatildeo de
algas tornando a aacutegua improacutepria para consumo)
(v) Deve haver uma tela de naacuteilon ou arame em todas as saiacutedas a fim de
evitar o acesso de insetos e pequenos animais mas na calha e na tubulaccedilatildeo
de entrada da aacutegua na cisterna natildeo deve haver tela ou outra coisa que possa
reter a sujeira na linha de fluxo
Mesmo adotados todos os procedimentos pertinentes eacute prudente tratar a aacutegua
da cisterna antes de usaacute-la principalmente nos casos em que natildeo se tem a
garantia de que a cisterna eacute abastecida apenas por aacutegua de chuva ou que natildeo
se tenha a garantia da potabilidade da aacutegua de carros-pipa (AMORIM PORTO
2003) Existem muitas formas de tratamento das aacuteguas das cisternas Os mais
comuns satildeo cloraccedilatildeo fervura filtraccedilatildeo e exposiccedilatildeo aos raios ultravioleta do
sol A cloraccedilatildeo eacute o tratamento mais apropriado para aacuteguas pluviais quando se
suspeita de contaminaccedilatildeo devido a aacutegua apresentar coloraccedilatildeo ou odor
desagradaacutevel (GOULD 1999)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
2423 ndash Barragens subterracircneas
Este tipo de obra se caracteriza por um barramento artificial do fluxo de
aacutegua subterracircnea construiacutedo comumente encaixado no leito de riachos com o
fim de manter elevado o niacutevel freaacutetico aumentar o armazenamento de aacutegua e
estabelecer condiccedilotildees favoraacuteveis de captaccedilatildeo a montante Tais caracteriacutesticas
evitam que os recursos hiacutedricos do aquumliacutefero aluvial continuem a escoar ateacute
que se esgotem com o fim do periacuteodo de chuvas fato comumente verificado
nas regiotildees semi-aacuteridas (COSTA et al 2001a) As barragens subterracircneas satildeo
menos susceptiacuteveis agrave evaporaccedilatildeo e contaminaccedilatildeo da aacutegua do que
reservatoacuterios superficiais (accedilude) como mostram Puerari e Castro (2001)
Uma pesquisa para locaccedilatildeo de uma barragem subterracircnea deve levar
em conta diversos aspectos fundamentais entre eles (COSTA 2001) se a
aacutegua do rio jaacute possui elevado teor de sais natildeo se deve construir uma barragem
subterracircnea pois a tendecircncia natural seraacute aumentar a sua concentraccedilatildeo salina
tornando-a imprestaacutevel ao consumo humano
Dentre os vaacuterios modelos de barragem subterracircnea segundo Abreu
(2001) os mais conhecidos satildeo
(i) Modelo CPATSA (Figura 23) padratildeo desenvolvido por pesquisadores do
CPATSAEMBRAPA em Petrolina-PE no iniacutecio dos anos 80 constando
essencialmente de
bull Uma escavaccedilatildeo em arco
bull Uma parede elevada (cerca de 1 m de altura) a jusante da escavaccedilatildeo
bull Impermeabilizaccedilatildeo da parede elevada e da escavaccedilatildeo
bull Um sangradouro em cimento e alvenaria ou em concreto
bull Uma cisterna coberta com telhado a jusante da barragem
bull Um filtro de areia e carvatildeo na escavaccedilatildeo
bull Uma tubulaccedilatildeo para conduccedilatildeo da aacutegua da barragem atraveacutes do filtro ateacute a
cisterna a jusante
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
Figura 23 Barragem subterracircnea modelo CPATSA (ABREU 2001)
(ii) Modelo CAATINGA (Figura 24) modelo desenvolvido pela ONG
CAATINGA e consta basicamente de
bull Escavaccedilatildeo de uma trincheira linear em geral de modo manual
bull Preenchimento da trincheira com o mesmo material retirado submetido a
uma compactaccedilatildeo manual ou feita por animais
bull Enrocamento de pedras arrumadas sem rejunte sobre a barragem
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
Figura 24 Barragem subterracircnea modelo CAATINGA (ABREU 2001)
(iii) Modelo Costa e Melo (Figura 25) desenvolvida pelos pesquisadores da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Waldir D Costa e Pedro G de
Melo no iniacutecio da deacutecada de 80 tendo sido posteriormente modificado
ampliado e adequado agraves condiccedilotildees locais pelo primeiro dos pesquisadores
Consta de
bull Escavaccedilatildeo de uma trincheira retiliacutenea perpendicular agrave direccedilatildeo de
escoamento do riacho
bull Septo impermeaacutevel ao longo da trincheira
bull Um ou mais poccedilos amazonas sendo um necessariamente colocado junto do
septo impermeaacutevel e a montante deste
bull Enrocamento de pedras arrumadas sem rejunte na superfiacutecie junto ao
septo impermeaacutevel e a jusante deste
bull Um ou mais piezocircmetros ao longo da bacia hidraacuteulica da barragem
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Figura 25 Barragem subterracircnea modelo Modelo Costa e Melo (ABREU
2001)
2424 ndash Poccedilos
A utilizaccedilatildeo da aacutegua subterracircnea no Brasil vem crescendo de maneira
significativa provavelmente com taxas superiores agrave da proacutepria economia como
um todo Entretanto pode-se afirmar que a mesma ainda natildeo atingiu um niacutevel
de divulgaccedilatildeo adequado e continua sendo um recurso natural completamente
desconhecido e marginal ao planejamento econocircmico do Paiacutes Ocorrem
atualmente demandas localizadas e sazonais ora movidas pela trageacutedia das
secas nas regiotildees semi-aacuteridas e ora por efeitos artificiais dos interesses
eleitoreiros (RIBEIRO 2001) Silans (2002) informa que os poccedilos constituem
junto com a pequena accediludagem a soluccedilatildeo mais difundida para o
abastecimento de aacutegua difuso no semi-aacuterido
A captaccedilatildeo da aacutegua subterracircnea daacute-se pelo bombeamento da aacutegua de
poccedilos O tipo de poccedilo a ser construiacutedo depende da finalidade a que se destina
e da vazatildeo que se espera retirar Os poccedilos podem ser classificados por sua
profundidade diacircmetro material de construccedilatildeo tipo de aquumliacutefero entre outros
As cacimbas (Figura 26) satildeo um dos tipos mais conhecidos de poccedilos Este
tipo de poccedilo eacute usado para captaccedilatildeo de aquumliacuteferos livres freaacuteticos e de aluviatildeo
de domiacutenio poroso Natildeo satildeo profundos e possuem grande diacircmetro (maior que
2 m) e as vazotildees de explotaccedilatildeo satildeo baixas O material de revestimento pode
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
ser de manilhas de concreto ladrilho tijolos cimento ou pedras As bombas
empregadas para retirada de aacutegua satildeo de baixa potecircncia muitas vezes em
poccedilos com menos de 10 m de profundidade empregam-se compressores
(FREITAS 1997)
Figura 26 Perfil esquemaacutetico de uma cacimba (FREITAS 1997)
Os poccedilos tubulares (Figura 27) usualmente chamados poccedilos
artesianos possuem diacircmetro menor que as cacimbas e sua profundidade
varia de dezenas a centenas de metros Satildeo revestidos por tubos de PVC
geomecacircnico ou accedilo galvanizado intercalados com filtros que nada mais satildeo
do que os revestimentos dotados de ranhuras ou espaccedilos vazios para permitir
a entrada de aacutegua Estes poccedilos atingem todo o tipo de aquumliacutefero empregam
bombas submersas para a explotaccedilatildeo da aacutegua (FREITAS 1997)
Haacute ainda os poccedilos de monitoramento e amostragem (Figura 28) Estes
poccedilos satildeo utilizados no monitoramento da qualidade da aacutegua subterracircnea em
um determinado local Satildeo em geral construiacutedos proacuteximos a aterros
sanitaacuterios lixotildees estaccedilotildees de tratamento de esgoto e outras instalaccedilotildees que
podem vir a contaminar a aacutegua subterracircnea principalmente o lenccedilol freaacutetico
(FREITAS 1997)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
Figura 27 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo tubular profundo (FREITAS 1997)
Figura 28 Perfil esquemaacutetico de um poccedilo de monitoramento e amostragem
(FREITAS 1997)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
Os materiais visualizados anteriormente nas Figuras 27 e 28 satildeo
imprescindiacuteveis na construccedilatildeo de poccedilos de qualidade Nenhum deles deve ser
suprimido O revestimento interno consiste de tubos de PVC da linha
geomecacircnica (resistente agrave traccedilatildeo provocada pelo bombeamento) ou de accedilo
galvanizado Tem a funccedilatildeo de revestir as paredes do poccedilo Os tubos de PVC
soacute podem ser empregados em poccedilos de no maacuteximo 250 m de profundidade
No entanto em poccedilos com menor profundidade deve-se sempre optar por
revestimento e filtros deste material uma vez que eacute praticamente inerte agrave
maioria das substacircncias e natildeo eacute susceptiacutevel agrave corrosatildeo quiacutemica O filtro possui
a propriedade de permitir a entrada de aacutegua do aquumliacutefero para dentro do poccedilo e
de impedir a penetraccedilatildeo de alguma impureza Existem vaacuterios tipos de filtros
poreacutem o mais comum eacute o do tipo ranhurado O preacute-filtro consiste de areia
lavada de gratildeos de quartzo ou pedriscos de quartzo inertes e resistentes O
preacute-filtro ocupa o espaccedilo anular entre o filtro e a parede de perfuraccedilatildeo A
granulometria do preacute-filtro eacute funccedilatildeo da granulometria do aquumliacutefero O preacute-filtro
tem a funccedilatildeo de estabilizar areias muito finas e bem selecionadas e permitir
maior percentual de aacuterea aberta das ranhuras do filtro A proteccedilatildeo sanitaacuteria tem
a funccedilatildeo de evitar que a aacutegua superficial contamine o poccedilo atraveacutes da
infiltraccedilatildeo pelo espaccedilo anular Eacute formada pelo selo sanitaacuterio e pela caixa de
proteccedilatildeo O selo sanitaacuterio consiste de uma argamassa de cimento na
extremidade superior do espaccedilo anular A laje de proteccedilatildeo eacute um piso de
cimento ao redor da boca do poccedilo construiacutedo com um pequeno declive
(FREITAS 1997)
A primeira fase na construccedilatildeo de um poccedilo eacute a execuccedilatildeo de um projeto
do poccedilo Neste projeto define-se a vazatildeo pretendida para o sistema Devem
constar um estudo que contenha informaccedilotildees sobre a geologia local planta
topograacutefica em escala adequada com localizaccedilatildeo e cadastro de obras e de
poccedilos existentes a existecircncia de outros poccedilos abrangidos pelo mesmo
aquumliacutefero o meacutetodo de locaccedilatildeo o perfil estratigraacutefico previsto meacutetodo de
perfuraccedilatildeo entre outras informaccedilotildees A obra propriamente dita inicia-se com a
perfuraccedilatildeo inicial para a colocaccedilatildeo do tubo de proteccedilatildeo sanitaacuteria Pode-se ou
natildeo executar executar um furo guia para obtenccedilatildeo de dados preliminares das
caracteriacutesticas rochas em subsuperfiacutecie Existem basicamente dois tipos de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
sonda utilizados para a perfuraccedilatildeo de poccedilos rotativa e agrave percussatildeo A rotativa
eacute empregada em terrenos cujas rochas possuem grande resistecircncia A
perfuraccedilatildeo agrave percussatildeo baseia-se na perfuraccedilatildeo mediante o movimento
alternativo (para cima e para baixo) de uma pesada massa que em sua queda
fratura e desagrega a rocha desprendendo fragmentos de variados tamanhos
que satildeo extraiacutedos por meio de uma vaacutelvula de limpeza (FREITAS 1997)
A forma de construccedilatildeo do poccedilo eacute fundamental para garantir a qualidade
da aacutegua captada e maximizar a eficiecircncia da operaccedilatildeo do poccedilo e a explotaccedilatildeo
do aquumliacutefero Essa questatildeo encontra-se regulamentada atraveacutes de duas
normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas (ABNT) publicadas em
1990 O projeto de poccedilo para captaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea eacute regulamentado
pela norma NBR-12212 de 1992 que prevecirc a elaboraccedilatildeo de especificaccedilotildees
teacutecnicas de construccedilatildeo planilha orccedilamentaacuteria e croquis construtivos O projeto
executivo deve seguir as normas teacutecnicas para construccedilatildeo de poccedilos
apresentada na NBR-12244 de 1990 (ANA 2005)
Entre os principais fatores construtivos dos poccedilos tubulares que podem
representar risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas estatildeo (ANA 2005)
(i) Natildeo isolar as camadas indesejaacuteveis durante a perfuraccedilatildeo como por
exemplo a parte de rochas alteradas mais superficiais que satildeo mais
vulneraacuteveis agrave contaminaccedilatildeo
(ii) Ausecircncia de laje de proteccedilatildeo sanitaacuteria e altura inadequada da boca do poccedilo
(iii) Proximidade com pontos potencialmente contaminantes da aacutegua tais como
fossas lixotildees entre outros
(iv) Natildeo desinfectar o poccedilo apoacutes a construccedilatildeo
(v) Natildeo cimentaccedilatildeo do espaccedilo anelar entre o furo e o poccedilo que facilita a
entrada de aacuteguas superficiais
A resoluccedilatildeo no 15 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH)
de 2001 considera que poccedilos abandonados e desativados devem ser
adequadamente lacrados a fim de que natildeo se tornem possiacuteveis fontes de
contaminaccedilatildeo para o aquumliacutefero (ANA 2005)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
A vida uacutetil de um poccedilo depende tanto da metodologia adequada de
construccedilatildeo como tambeacutem da manutenccedilatildeo posterior A manutenccedilatildeo consiste
de operaccedilotildees necessaacuterias ao bom funcionamento do poccedilo e eacute de suma
importacircncia para se prevenir problemas futuros que podem quando natildeo
sanados a tempo inutilizar o poccedilo Os problemas mais comuns em poccedilos satildeo
(FREITAS 1997)
(i) Obstruccedilatildeo das seccedilotildees filtrantes pode indicar incrustaccedilatildeo (aacuteguas
incrustantes) ou deposiccedilatildeo de argila silte ou areia fina nos filtros ou ainda
pode ser decorrente de mau desenvolvimento do poccedilo
(ii) Produccedilatildeo de areia geralmente eacute resultado do rompimento de algumas
seccedilotildees de filtro ou do proacuteprio revestimento
(iii) Deterioraccedilatildeo da estrutura do poccedilo (accedilo inoxidaacutevel) reflete-se em geral
pela alteraccedilatildeo da cor da aacutegua e presenccedila de partiacuteculas em suspensatildeo
Tambeacutem pode ser reflexo de accedilatildeo bacteriana (bacteacuterias do ferro)
(iv) Defeitos de equipamento de bombeamento a temperatura do motor a
tensatildeo dos tubos e o comportamento da parte eleacutetrica refletem este tipo de
problema
(v) Incrustaccedilatildeo a queda da vazatildeo especiacutefica indica este problema
(vi) Modificaccedilotildees nas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua podem ser
reflexo da corrosatildeo do revestimento da construccedilatildeo de algum tipo de
instalaccedilatildeo que altere a qualidade da aacutegua subterracircnea tais como lixotildees
aterros ou fossas nas cercanias do local
(vii) Atividade bacteriana tambeacutem pode refletir instalaccedilotildees com potencial de
contaminaccedilatildeo Ainda estatildeo relacionadas a bacteacuterias do ferro que satildeo nativas
da aacutegua e atuam na corrosatildeo de revestimentos e filtros de accedilo galvanizado
Estas bacteacuterias tambeacutem geram material que se deposita nas ranhuras dos
filtros
(viii) Queda da vazatildeo de produccedilatildeo praticamente todos os fatores supracitados
contribuem para a queda da vazatildeo
A fim de evitar estes e outros problemas deve-se proceder com a
manutenccedilatildeo preventiva Um programa de manutenccedilatildeo preventiva requer
estreita articulaccedilatildeo com atividades de operaccedilatildeo (FREITAS 1997)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
No semi-aacuterido considerando a grande extensatildeo aflorante das rochas
cristalinas a maioria dos poccedilos eacute perfurada inevitavelmente nessas rochas A
fraca vocaccedilatildeo hidrogeoloacutegica influenciada pela deficiente circulaccedilatildeo de aacutegua
ao longo das fraturas aliada ainda ao desconhecimento de seu subsolo e da
hidraacuteulica nas zonas fraturadasfissuradas tem acarretado inuacutemeros
insucessos (MOTA STUDART 1996) Abreu (2001) relata que soacute no semi-
aacuterido pernambucano em 1998 foram perfurados 206 poccedilos em rocha
cristalina Destes 87 resultaram secos eou com teor de sais dissolvidos muito
elevados (resiacuteduo seco gt 7000 mgL) o que inviabilizou a instalaccedilatildeo dos
mesmos
24 ndash ALGUMAS ALTERNATIVAS DE MELHORIA DA QUALIDADE DE AacuteGUA
241 ndash Dessalinizaccedilatildeo
A dessalinizaccedilatildeo consiste em uma tecnologia empregada que possibilita
a separaccedilatildeo de sais de aacuteguas salobras e aacuteguas salinas tornando-as potaacuteveis
Este processo vem se expandindo rapidamente principalmente em aacutereas
aacuteridas semi-aacuteridas e remotas onde se verifica escassez hiacutedrica ou os custos
para aduccedilatildeo ateacute estas regiotildees satildeo elevados
Arabi e Zurigat (2005) salientam que a escassez hiacutedrica natildeo eacute a uacutenica
causa da crescente aplicaccedilatildeo da tecnologia da dessalinizaccedilatildeo Em diversas
partes do mundo o aumento da poluiccedilatildeo de rios lagos e em alguns casos da
aacutegua subterracircnea tem reduzido significativamente a qualidade das fontes de
aacutegua doce disponiacuteveis Por exemplo nos Paiacuteses Baixos os quais possuem
abundacircncia em aacutegua doce as aacuteguas dos seus rios tornaram-se poluiacutedas com
resiacuteduos de sais provenientes da mineraccedilatildeo Isso levou agrave fundaccedilatildeo em 1999
da maior usina de dessalinizaccedilatildeo com a tecnologia de membrana do mundo na
eacutepoca com 2000 m3h
Diariamente satildeo produzidos cerca de 25 milhotildees de metros cuacutebicos da
demanda hiacutedrica do mundo em usinas de dessalinizaccedilatildeo Estas faacutebricas de
aacutegua tecircm uma capacidade que pode alcanccedilar ateacute 230000 m3dia e podem
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
abastecer grandes cidades com aacutegua potaacutevel (KOSCHIKOWSKI et al 2003)
Kahraman et al (2004) mencionam que a maior parte das usinas de
dessalinizaccedilatildeo estaacute no Oriente Meacutedio com quase 50 da capacidade mundial
A Araacutebia Saudita eacute o maior usuaacuterio da tecnologia de dessalinizaccedilatildeo com 24
da capacidade mundial e os Estados Unidos satildeo o segundo maior com 16 Os processos de dessalinizaccedilatildeo podem ser classificados em processos
teacutermicos que implicam em mudanccedila de fase e processos que utilizam
membrana de filtraccedilatildeo conforme a Tabela 24 (SILANS 2002)
Tabela 24 Tipos de dessalinizadores Processo Tipo de dessalinizador Teacutermico (i) Criogecircnico
(ii) Simples efeito (destilaccedilatildeo por energia solar) (iii) Muacuteltiplo efeito (iv) Destilaccedilatildeo instantacircnea (v) Compressatildeo de vapor
Membranas de filtraccedilatildeo (i) Eletrodiaacutelise (ii) Osmose inversa ou reversa
Fonte Silans (2002)
A tecnologia que utiliza processos teacutermicos envolvendo a mudanccedila de
estado fiacutesico estaacute perdendo mercado para as membranas seletivas devido
basicamente agrave escala de produccedilatildeo e agrave evoluccedilatildeo da tecnologia Para se ter
uma ideacuteia em 1991 uma instalaccedilatildeo de osmose reversa em Santa Baacuterbara
(EUA) com capacidade instalada de cerca de 22 mil m3dia produzia aacutegua a
um custo de US$ 21m3 Atualmente uma unidade em Singapura de 142 mil
m3dia produz aacutegua a um custo de US$ 043m3 (NATIONAL RESEARCH
COUNCIL 2004)
A osmose eacute um fenocircmeno natural de caraacuteter fiacutesico-quiacutemico identificado
haacute mais de 200 anos Nela quando duas soluccedilotildees com diferentes
concentraccedilotildees satildeo separadas em um mesmo recipiente por uma membrana
semi-permeaacutevel ocorre espontaneamente a passagem da soluccedilatildeo de menor
concentraccedilatildeo no sentido da soluccedilatildeo menos diluiacuteda ateacute que se estabeleccedila um
equiliacutebrio como mostra a Figura 29(a) O fluxo ocorre porque a soluccedilatildeo menos
diluiacuteda encontra-se em um estado de maior energia Neste ponto de equiliacutebrio
a coluna de soluccedilatildeo menos concentrada estaraacute relativamente abaixo da
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
coluna do lado da soluccedilatildeo mais diluiacuteda A esta diferenccedila de altura entre as
colunas das soluccedilotildees daacute-se o nome de pressatildeo osmoacutetica Por outro lado a
osmose inversa eacute um processo induzido obtido por intermeacutedio da aplicaccedilatildeo
mecacircnica de uma pressatildeo superior agrave pressatildeo osmoacutetica do lado da soluccedilatildeo
mais concentrada fazendo com que ocorra um fluxo no sentido da soluccedilatildeo de
menor concentraccedilatildeo salina como eacute visto na Figura 29(b) Este princiacutepio fiacutesico
eacute utilizado na concepccedilatildeo de operaccedilatildeo dos dessalinizadores nos quais satildeo
utilizadas membranas sinteacuteticas (CRAVO 1999)
(a) osmose natural (b) Osmose inversa Figura 29 Processos de osmose (CRAVO1999)
A vantagem da osmose inversa eacute o baixo custo da aacutegua produzida que
pode ser entorno de 050-070 US$m3 comparado a 10-14 US$m3 com o
processo de destilaccedilatildeo com muacuteltiplo efeito e com a destilaccedilatildeo instantacircnea com
muacuteltiplos efeitos dependendo dos custos com energia O consumo de energia
do processo de osmose inversa eacute baixo comparado com os processos de
destilaccedilatildeo embora os custos com bombas sejam ainda consideraacuteveis A
qualidade do permeado eacute muito boa com concentraccedilotildees totais de soacutelidos
dissolvidos entre 100 e 500 mgL Podem ocorrer poluiccedilotildees com pequenas
moleacuteculas orgacircnicas (ex dioacutexido de carbono) o que pode ser evitado atraveacutes
de aeraccedilatildeo A desvantagem da osmose inversa eacute a sua susceptibilidade de
suas membranas ao ldquofoulingrdquo por exemplo soacutelidos suspensos e aos danos
causados por compostos oxidados tais como o cloro ou oacutexidos de cloro
Geralmente um preacute-tratamento eacute necessaacuterio para garantir o desempenho
estaacutevel do moacutedulo A otimizaccedilatildeo do preacute-tratamento eacute um dos aspectos mais
criacuteticos da osmose inversa O ldquoscalingrdquo de por exemplo CaCO3 CaSO4 e
BaSO4 eacute um outro possiacutevel problema dependendo da taxa de recuperaccedilatildeo da
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
48
produccedilatildeo do permeado e da alimentaccedilatildeo Numa recuperaccedilatildeo de 50 o
ldquoscalingrdquo pode ser efetivamente evitado pela adiccedilatildeo de produtos anti-
incrustaccedilotildees agrave aacutegua O aumento da recuperaccedilatildeo tem um impacto negativo no
scaling da membrana (BRUGGEN VANDERCASTEELE 2002)
Os processos de separaccedilatildeo com membrana tecircm demonstrado um
grande potencial para o tratamento de aacutegua e de esgoto por atender em todo o
mundo aos padrotildees restritivos relacionados agrave qualidade de aacutegua potaacutevel e a
padrotildees de lanccedilamento de esgotos Microfiltraccedilatildeo ultrafiltraccedilatildeo nanofiltraccedilatildeo e
osmose inversa tecircm sido usados cada vez mais para o tratamento de aacutegua e
de esgoto para remover soacutelidos suspensos e reduzir o teor de mateacuteria
orgacircnica e inorgacircnica (DING et al 2005)
No semi-aacuterido brasileiro de acordo com Duarte (2002) cerca de 80
dos poccedilos existentes se encontram em aacutereas de cristalino e cerca de 60
desses poccedilos contecircm aacutegua salobra contendo em meacutedia entre 30 e 40 gL de
sal Frente a este problema a partir dos anos 90 diversos programas federais
e estaduais incentivaram a utilizaccedilatildeo de dessalinizadores da aacutegua na
proximidade dos poccedilos
O processo de osmose reversa ou inversa segundo Porto et al (2000)
eacute o meacutetodo predominantemente usado na dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra no
Nordeste Amorim et al (2000) informam que o princiacutepio operacional desta
teacutecnica de dessalinizaccedilatildeo foi desenvolvido no final da deacutecada de 60 e suas
aplicaccedilotildees foram iniciadas em meados de 1970 Atraveacutes de programas federais
e estaduais realizados a partir da deacutecada de 90 ocorreu consideraacutevel
disseminaccedilatildeo dos dessalinizadores no semi-aacuterido nordestino (Duarte 2002)
No Anexo A satildeo apresentadas informaccedilotildees sobre o funcionamento e os
componentes de um dessalinizador (modelo AP 10004000 utilizado para
abastecimento de aacutegua da comunidade de Minuim no municiacutepio de Santa
Briacutegida-BA) que utiliza a tecnologia de osmose reversa
Os efluentes gerados (rejeito) pelo processo de dessalinizaccedilatildeo
ameaccedilam o meio ambiente da regiatildeo pois satildeo aacuteguas com elevados teores de
sais e cujo meacutetodo atual de disposiccedilatildeo geralmente eacute o uso de um corpo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
receptor ou simplesmente o despejo indiscriminado no solo contribuindo para
contaminar mananciais solo e ateacute a fauna e flora (AMORIM et al 2000) A
depender do equipamento de dessalinizaccedilatildeo usado e da qualidade da aacutegua do
poccedilo a quantidade de rejeito gerado eacute da ordem de 30 a 70 do total de
aacutegua que passa pelo equipamento (PORTO et al 2000) Apesar do
significante impacto ambiental causado pela instalaccedilatildeo de dessalinizadores as
aacuteguas salobras podem e devem ser aproveitadas como alternativa de
suprimento de aacutegua potaacutevel nas regiotildees de escassez (AMORIM et al 2000)
Segundo Einav e Lokiec (2003) embora os processos de dessalinizaccedilatildeo
contribuam beneficamente para a humanidade assim como para a
preservaccedilatildeo da natureza concomitantemente eles podem causar danos
ambientais Contudo isto pode ser minimizado atraveacutes de um planejamento
adequado
O devido tratamento do rejeito da dessalinizaccedilatildeo vem preocupando e
instigando os cientistas que propotildeem soluccedilotildees tais como criaccedilatildeo de
crustaacuteceos ou plantas capazes de se desenvolverem em um meio salino O
concentrado de unidades proacuteximas agrave costa do mar normalmente eacute
simplesmente lanccedilado ao mar natildeo causando com isso grandes impactos
ambientais Entretanto o maior problema se encontra em unidades de
dessalinizaccedilatildeo de aacuteguas salobras instaladas no interior do continente onde o
concentrado chega a possuir uma concentraccedilatildeo ateacute 10 vezes a da aacutegua bruta
original Este concentrado eacute muitas vezes despejado novamente no poccedilo de
origem salinizando-o ainda mais Em outras ocasiotildees o concentrado eacute
lanccedilado sobre o solo o que em pouco tempo pode esterilizaacute-lo (RIFFEL
2005)
Amorim et al (2000) observaram que a reduccedilatildeo do volume de efluentes
(resultantes do processo de dessalinizaccedilatildeo) e a sua transformaccedilatildeo em um
produto soacutelido atraveacutes do emprego de evaporaccedilatildeo solar facilitava seu
manuseio evitava seu contato com o solo e os sais obtidos pela cristalizaccedilatildeo
indicaram possiacutevel utilizaccedilatildeo tanto para o setor humano e animal como no
industrial
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
50
Porto et al (2001) cultivaram durante 1 ano nos campos da Estaccedilatildeo
Experimental da Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuaacuteria) a Atriplex
nummularia Estas plantas foram irrigadas com rejeito proveniente do processo
de dessalinizaccedilatildeo com concentraccedilatildeo salina meacutedia de 1138 dSm Cada uma
das plantas recebeu 75 L de aacutegua por semana durante 48 semanas A
salinidade meacutedia do perfil do solo da camada de 0 a 90 cm era de 064 dSm
antes de se iniciar a irrigaccedilatildeo das plantas Apoacutes a colheita das plantas a
salinidade do mesmo perfil de solo foi de 1274 dSm enquanto a
produtividade da atriplex foi de 6537 kgha de mateacuteria seca com teor de
proteiacutena bruta de 1840 nas folhas A atriplex apresentou grande potencial de
extraccedilatildeo de sais do perfil de solo No entanto quando irrigadas com rejeito de
alta concentraccedilatildeo salina a quantidade de sais extraiacuteda foi da ordem de 393
do total de sais adicionados ao solo pelas irrigaccedilotildees Segundo os
pesquisadores isto implica no fato de que para um manejo de aacutegua
sustentaacutevel haacute a necessidade de se gerar mais informaccedilotildees sobre as relaccedilotildees
de solo e aacutegua para a atriplex nas condiccedilotildees das zonas aacuteridas do Brasil
Segundo Montenegro et al (2001) os rejeitos do dessalinizador
instalado pelo DNOCS implantado em aacuterea de solo salino (com condutividade
eleacutetrica meacutedia de 603 dSm em maio de 1999) em uma unidade piloto situada
no povoado de Morro Vermelho (Poccedilo Redondo-SE) vinham sendo utilizados
para cultivo de haloacutefitas (Atriplex nummularia) O experimento fazia parte do
acircmbito de atividades do programa Xingoacute Segundo o relato de Montenegro et
al (2001) a cultura apresentou bom desenvolvimento crescendo de 15 cm de
altura ateacute 170 cm (meacutedia) em um periacuteodo de 19 meses Segundo Montenegro
et al (2003) existia tambeacutem no referido povoado uma barragem subterracircnea
Desde que foi implantada a salinidade da aacutegua desta barragem sempre se
mostrou elevada (com condutividade eleacutetrica entre 32 e 37 dSm) A salinidade
era poreacutem adequada ao uso pretendido para a aacutegua da barragem que era o
de complementaccedilatildeo da aacutegua do rejeito do dessalinizador usada no cultivo da
atriplex e nos viveiros de criaccedilatildeo do camaratildeo marinho e tilaacutepia
Furtado e Mota (2003) realizaram um trabalho em Caucaia-CE com o
objetivo de estudar os impactos do uso de rejeitos de um dessalinizador na
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
51
irrigaccedilatildeo da Atriplex nummularia Lindl (erva-sal) sobre a planta e o solo O
dessalinizador utilizado na pesquisa era abastecido por 2 poccedilos com
salinidade entre 1500 e 3500 mgL de STD Os poccedilos dotados de bombas
se alternavam na alimentaccedilatildeo do dessalinizador O modelo de dessalinizador
empregado foi o PS-14 com uma bomba de alta pressatildeo 2 filtros de cartucho
de 5 microcircmetros 1 vaso de pressatildeo (permeador) com uma membrana de 100
mm de diacircmetro e com 1 m de comprimento Foi empregado um delineamento
experimental totalmente casualizado com 4 tratamentos e 3 repeticcedilotildees Os
tratamentos definidos foram
(i) T1 - terreno natural irrigado com o rejeito do dessalinizador
(ii) T2 ndash terreno com adubo orgacircnico irrigado com o rejeito do dessalinizador
(iii) T3 ndash terreno natural irrigado com aacutegua de cacimba
(iv) T4 ndash terreno com adubo orgacircnico irrigado com aacutegua de cacimba
O rejeito apresentou condutividade eleacutetrica de 5660 microScm e a aacutegua da
cacimba uma condutividade eleacutetrica de 1032 microScm As plantas foram irrigadas
com 10 litros de aacutegua por dia durante 7 meses Verificou-se que a
produtividade no tratamento irrigado com rejeito do dessalinizador foi superior
agrave obtida nos demais tratamentos com valor de 25000 kgha de mateacuteria fresca
De acordo com os resultados a atriplex mostrou ser capaz de extrair do solo o
soacutedio presente no rejeito do dessalinizador Os teores de soacutedio e potaacutessio
encontrados no tecido da planta foram elevados evidenciando sua eficiecircncia
em retirar sais do solo
A Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede (OPS) promoveu em 1982 um
programa para incrementar na Ameacuterica Latina em comunidades natildeo assistidas
pelo abastecimento puacuteblico de aacutegua o desenvolvimento de equipamentos que
viabilizassem a implantaccedilatildeo de unidades geradoras de cloro no mesmo local
de utilizaccedilatildeo Para tanto foi implementada a teacutecnica Mixed Oxidant Gases
Generated On site for Disinfection (MOGGOD) Esta teacutecnica baseia-se na
eletroacutelise de uma soluccedilatildeo de cloreto de soacutedio produzindo in loco misturas de
gases oxidantes para a desinfecccedilatildeo de aacuteguas (MATOS et al 2006) As
vantagens dessa teacutecnica satildeo vistas pelo baixo custo e facilidade de obtenccedilatildeo
da mateacuteria prima (cloreto de soacutedio) tornando-se ideal para atender pequenas
comunidades Ressaltam-se as vantagens em relaccedilatildeo agrave tecnologia
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
52
convencional que requer o uso de produtos agrave base de cloro os quais embora
eficientes apresentam desvantagens em face das dificuldades no transporte
armazenamento acondicionamento manuseio dosagem aleacutem dos perigos de
toxidez corrosividade e agressividade ambiental (BOLLMANN 1995 apud
MATOS et al 2006) A teacutecnica MOGGOD sofreu alteraccedilotildees e como inovaccedilatildeo
tecnoloacutegica foi desenvolvido um novo sistema que produz uma soluccedilatildeo de
misturas oxidantes com a mesma eficiecircncia dos gases oxidantes A soluccedilatildeo
obtida (produto da reaccedilatildeo eletroliacutetica do sal) conteacutem principalmente hipoclorito
de soacutedio aleacutem do cloro livre e outros oxidantes Essa tecnologia eacute mais
vantajosa visto ser mais conveniente trabalhar com misturas de soluccedilotildees
oxidantes do que com misturas de gases oxidantes (REIFF WITT 1995)
Mota et al (2005) e Matos et al (2006) realizaram estudos sobre o
aproveitamento dos rejeitos de dessalinizadores de duas formas 1) na
irrigaccedilatildeo da Atriplex nummularia Lindl (erva-sal) e 2) na produccedilatildeo pelo
processo de eletroacutelise de soluccedilatildeo oxidante para desinfecccedilatildeo de aacutegua A
Tabela 25 apresenta as caracteriacutesticas do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo da
atriplex Na preparaccedilatildeo da soluccedilatildeo oxidante para desinfecccedilatildeo de aacutegua pelo
processo de eletroacutelise os autores utilizaram 3 rejeitos coletados nos
municiacutepios de Caucaia (rejeito 1) Chorozinho (rejeito 2) e Ocara (rejeito 3) que
apresentaram os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos mostrados na
Tabela 26
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
53
Tabela 25 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do rejeito utilizado na irrigaccedilatildeo de
atriplex
Paracircmetro Resultado Turbidez (uT) 120 Cor aparente (uH) 25 Odor Inodoro pH 72
Hidroacutexidos (mg CaCO3L) 0 Carbonatos (mg CaCO3L) 0
Alcalinidade
Bicarbonatos (mg CaCO3L) 200 Dureza (mg CaCO3L) 1080 Caacutelcio (mg CaCO3L) 1624 Magneacutesio (mg MgCO3L) 1860 Condutividade eleacutetrica (microScm) 5660 Cloreto (mg Cl -L) 1340 Cloro residual (mgL) Ausecircncia Sulfato (mg SO4
=L) 827 Ferro (mg FeL) 006 O2 Consumido (mg O2L) 51 Soacutedio (mg NaL) 3380 Potaacutessio (mg KL) 309 Nitrito (mg N-NO2L) 020 Nitrato (mg N-NO3L) 307 Amocircnia (mg N-NH3L) 038 Soacutelidos totais (mg STDL) 2883 Alumiacutenio (mg AlL) Ausecircncia
Fonte Mota et al (2005) e Matos et al (2006)
Tabela 26 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos dos rejeitos utilizados na irrigaccedilatildeo de
atriplex
Paracircmetro Rejeito 1 Rejeito 2 Rejeito 3 Turbidez (uT) 095 040 070 Cor aparente (uH) 5 9 12 pH 72 83 77 Temperatura (oC) 27 27 27 Dureza (mg CaCO3L) 1386 4562 10977 Caacutelcio (mg CaCO3L) 1656 2617 14074 Magneacutesio (mg MgCO3L) 2362 9495 18120 Condutividade eleacutetrica (microScm) 5400 13000 24500 Cloreto (mg Cl -L) 1678 5458 10200 Sulfato (mg SO4
=L) 33 59 711 Ferro (mg FeL) lt 01 lt 01 01 Soacutedio (mg NaL) 4880 14400 14800 Potaacutessio (mg KL) 386 1232 2510 Manganecircs (mg MnL) 070 N N Nitrato (mg N-NO3L) 06 33 20 Mateacuteria orgacircnica (mg O2 consL) 71 56 92 Soacutelidos dissolvidos (mgL) 2883 10738 19310 Soacutelidos totais (mgL) 3010 11718 19494 Coliformes totais (NMP100 mL) 46 x 102 lt 30 78 x 102
Coliformes termotolerantes (NMP100 mL) lt 30 lt 30 697 = valor meacutedio = natildeo determinado
Fonte Mota et al (2005) e Matos et al (2006)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
54
Os ensaios de eletroacutelise foram executados com um eletrolisador que
produzia em 8 horas 25 L da soluccedilatildeo oxidante por batelada O equipamento
possuiacutea uma fonte de corrente com alimentaccedilatildeo de 220 V2A e saiacuteda de 65
V25A uma cacircmara de recirculaccedilatildeo uma ceacutelula eletroliacutetica com 1530 cm3 de
volume livre 2 eletrodos de titacircnio sendo um positivo revestido com rutecircnio e
outro negativo sem revestimento com espessura de 2 mm e aacuterea de 48 cm2 2
cabos de alimentaccedilatildeo um vermelho conectado ao eletrodo positivo (acircnodo) e
o cabo preto ao eletrodo negativo (caacutetodo) A Figura 210 mostra o esquema
do eletrolisador
Figura 210 Eletrolisador utilizado por Mota et al (2005) e Matos et al (2006) Nesses estudos Mota et al (2005) mostraram que a Atriplex nummularia
Lindl apresentou bom desenvolvimento quando irrigada com rejeitos de um
dessalinizador A erva-sal mostrou-se capaz de retirar o soacutedio lanccedilado no solo
pelo rejeito do dessalinizador exigindo-se estudos de manejo desse rejeito
para aplicaccedilatildeo em larga escala Segundo Mota et al (2005) e Matos (2006)
tambeacutem ficou constatado que o hipoclorito gerado a partir de rejeitos eacute
indicado para ser utilizado na desinfecccedilatildeo de ambientes domeacutesticos e puacuteblicos
como na lavagem de preacutedios escolas faacutebricas calccediladas banheiros e no
transporte de esgotos havendo necessidade de mais estudos visando avaliar
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
55
a possibilidade de seu uso no tratamento de aacuteguas destinadas ao
abastecimento humano
As teacutecnicas de recuperaccedilatildeo de solos afetados por sais satildeo de
fundamental importacircncia uma vez que possibilitam o retorno deles ao processo
de produccedilatildeo Dentre as teacutecnicas de recuperaccedilatildeo de solos salino-soacutedicos a
aplicaccedilatildeo de corretivos quiacutemicos e a lavagem do solo satildeo bastante utilizadas
por atuarem diretamente na correccedilatildeo dos problemas desses solos em relaccedilatildeo
agraves plantas As demais teacutecnicas ou praacuteticas utilizadas satildeo consideradas
auxiliares tais como drenagem araccedilatildeo aplicaccedilatildeo de resiacuteduos orgacircnicos
sistematizaccedilatildeo e nivelamento entre outros por agirem indiretamente sobre
algumas propriedades do solo que facilitam a recuperaccedilatildeo Em muitas aacutereas a
salinidade ocorre conjuntamente com o aumento dos niacuteveis de soacutedio
originando os solos salino-soacutedicos e soacutedicos A teacutecnica convencional de
recuperaccedilatildeo de solos salino-soacutedicos e soacutedicos eacute a aplicaccedilatildeo de melhoradores
seguida pela irrigaccedilatildeo excessiva Os melhoradores comumente empregados
satildeo o cloreto de caacutelcio o fosfogesso e o gesso Uma alternativa que vem
surgindo para a recuperaccedilatildeo de solos salinos eacute a fitorremediaccedilatildeo utilizando
haloacutefitas como a Atriplex nummularia (LEAL 2005)
242 - Filtraccedilatildeo domiciliar
Pode-se afirmar que a filtraccedilatildeo domiciliar constitui um haacutebito cultural dos
brasileiros No entanto eacute controvertida sua necessidade de uso A seu favor
argumenta-se que constitui a uacuteltima barreira sanitaacuteria capaz de reter eventuais
partiacuteculas ateacute mesmo microorganismos presentes na aacutegua No entanto
existem argumentos contraacuterios agrave sua utilizaccedilatildeo tais como (HELLER CASSEB
1995)
(i) Baixa eficiecircncia e irregularidade na remoccedilatildeo da turbidez e de patoacutegenos
(ii) Formaccedilatildeo de uma peliacutecula bioloacutegica em torno do elemento filtrante na qual
pode ocorrer o desenvolvimento de patoacutegenos oportunistas
(iii) Nos paiacuteses desenvolvidos natildeo eacute empregada a filtraccedilatildeo domiciliar pois a
qualidade da aacutegua do sistema puacuteblico eacute inteiramente confiaacutevel embora ali
tambeacutem natildeo sejam utilizados os reservatoacuterios domiciliares
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
56
Ainda segundo Heller e Casseb (1995) os filtros domiciliares mais
tradicionais satildeo o filtro de vela e o filtro de areia
243 - Desinfecccedilatildeo
A desinfecccedilatildeo de aacutegua consiste em um processo unitaacuterio essencial e
necessaacuterio para eliminar os microorganismos patogecircnicos proporcionando
uma aacutegua potaacutevel que eacute segura para o consumo humano Esta aacutegua reduz a
ocorrecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica e a incidecircncia de mortalidade de
crianccedilas e idosos (GENTHE DU PREEZ 1995 GENTHE SEAGER 1996
apud MEYER REED 2001) No entanto Genthe e Seager (1996) apud Meyer
Reed (2001) observam que a utilizaccedilatildeo deste processo em aacutereas rurais
afetadas pela escassez e sem aacutegua corrente permanece como um grande
problema
Vaacuterios meacutetodos simplificados de purificaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo tecircm sido
utilizados mas a maioria requer alguma forma de infra-estrutura investimento
econocircmico e uso capacitado Estes meacutetodos incluem filtraccedilatildeo coagulaccedilatildeo
cloraccedilatildeo e oxidaccedilatildeo Fervura e aeraccedilatildeo tambeacutem tecircm sido empregados com
aplicaccedilatildeo limitada (pequenos volumes) e algumas vezes apresentam
resultados natildeo confiaacuteveis (SOLSONA 1996) 244 - Moringa
A Moringa oleifera pertence agrave Famiacutelia Moringaceae que eacute composta
apenas de um gecircnero (Moringa) e quatorze espeacutecies conhecidas Nativa do
Norte da Iacutendia esta planta desenvolve-se atualmente em vaacuterios paiacuteses dos
troacutepicos Eacute um arbusto ou aacutervore de pequeno porte de crescimento raacutepido que
alcanccedila 12 m de altura (RANGEL 2004) Esta planta eacute considerada uma
alternativa alimentar estrateacutegica em paiacuteses em desenvolvimento pois se trata
de uma planta perene resistente agrave seca pouco exigente quanto agrave qualidade do
solo e pouco susceptiacutevel a doenccedilas (A MORINGA OLEIFERA 2004)
Segundo Bezerra et al (2004) esta planta eacute cultivada devido ao seu
valor alimentar (folhas frutos verdes flores e sementes torradas) forrageiro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
57
(folhas frutos e sementes) medicinal (todas as partes da planta) condimentar
(principalmente as raiacutezes) culinaacuterio e na induacutestria de cosmeacuteticos (oacuteleo extraiacutedo
das sementes) meliacutefero (flores) combustiacutevel (madeira e oacuteleo) e no tratamento
de aacutegua para o consumo humano (cotileacutedones e tegumento das sementes)
Um dos usos mais registrados da moringa na literatura no entanto eacute a
utilizaccedilatildeo do extrato das suas sementes no tratamento de aacuteguas turvas
substituindo de forma eficiente o sulfato de alumiacutenio (BAKKE 2001)
No iniacutecio do seacuteculo XX mulheres aacuterabes do Sudatildeo descobriram que as
sementes da moringa foram mais eficientes para a clarificaccedilatildeo de aacuteguas turvas
do rio Nilo do que outros materiais vegetais anteriormente conhecidos
Pesquisas comparativas mostraram que sementes de 5 espeacutecies da famiacutelia
Moringaceae (Moringa oleifera M peregrina M longituba M drouhardii e M
ovalifolia) tambeacutem continham coagulantes altamente eficientes Estes
coagulantes tecircm propriedades semelhantes ao coagulante usado
convencionalmente (sulfato de alumiacutenio) (SILVA1996) Comparada com o
alumiacutenio as sementes da moringa natildeo alteram significativamente o pH e a
alcalinidade da aacutegua apoacutes o tratamento e natildeo causam problemas de corrosatildeo
(GALLAtildeO et al 2006)
Atualmente a cultura da moringa vem sendo difundida em todo o semi-
aacuterido nordestino devido agrave sua utilizaccedilatildeo no tratamento de aacutegua para uso
domeacutestico (GALLAtildeO et al 2006)
No meio rural os moradores geralmente consomem a aacutegua bruta com
contaminaccedilatildeo microbioloacutegica e turbidez muito acima dos ldquolimites aceitaacuteveisrdquo A
possibilidade de utilizar um coagulante primaacuterio natural produzido no local e
com baixo custo representa um grande potencial na luta contra os problemas
ligados ao consumo de aacutegua natildeo potaacutevel (PINTO HERMES 2006)
Borba (2001) efetuou um estudo sobre a viabilidade do uso da Moringa
oleifera no tratamento simplificado de aacutegua para pequenas comunidades
Nesse estudo constatou-se que a moringa eacute um excelente coagulante
apresentando durante os ensaios uma reduccedilatildeo de 925 a 977 da turbidez
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
58
e uma reduccedilatildeo da cor de 907 a 975 O pesquisador tambeacutem constatou
que ela vem sendo utilizada em muitos locais como alternativa para a
clarificaccedilatildeo de aacutegua de abastecimento de casas isoladas na zona rural No
entanto foi constatado que ela eacute inviaacutevel para sistemas comunitaacuterios
considerando a grande dificuldade de obtecirc-la em quantidades suficientes para
atender a sistemas desse porte aleacutem de natildeo ser um eficiente bactericida
Pinto e Hermes (2006) apresentam vantagens e desvantagens do uso
da moringa como coagulante (Tabela 27)
Tabela 27 Vantagens e desvantagens do uso da moringa como coagulante
Vantagens Desvantagens
(i) Meacutetodo faacutecil e barato para paiacuteses
em desenvolvimento (especialmente
em tratamentos caseiros)
(ii) A eficiecircncia natildeo depende do pH
da aacutegua bruta
(iii) O processo natildeo modifica o pH da
aacutegua
(iv) Natildeo altera o sabor da aacutegua a
natildeo ser que seja adicionada uma
dose muito alta
(i) O tratamento clarifica a aacutegua e a
torna em boas condiccedilotildees para ser
bebida poreacutem ela pode possuir
alguns germes patogecircnicos
(ii) O coagulante natildeo pode ser
utilizado na sua forma pura ele deve
ser previamente preparado
Fonte Pinto e Hermes (2006)
245 ndash Aguapeacute (Eichornia crassipes)
Todas as macroacutefitas exercem importante papel na remoccedilatildeo de
substacircncias dissolvidas assimilando-as e incorporando-as agrave sua biomassa No
entanto a espeacutecie Eichornia crassipes tem sido a mais pesquisada para o
tratamento de aacutegua com plantas (PACHECO 2004) Essa planta recebe
diferentes nomes populares no Brasil como aguapeacute baronesa murureacute pavoacuteia
rainha do lago uapeacute e uapecirc (SALATTI 2003)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
59
O aguapeacute por funcionar como um autecircntico filtro bioloacutegico passou a ser
pesquisado e utilizado em projetos de preacute-tratamento de rios e esgotos pois
suas raiacutezes retecircm as impurezas contidas na aacutegua e estas quando se
decompotildeem pela accedilatildeo de microorganismos vatildeo servir de nutrientes para a
planta O aguapeacute pode ser usado tambeacutem em aacuteguas destinadas ao
abastecimento puacuteblico pois remove naturalmente muitas das impurezas que
de outra forma teriam de ser eliminadas com substacircncias quiacutemicas
(MEDEIROS et al 2001)
Quando o aguapeacute eacute cultivado de forma correta do ponto de vista
teacutecnico-cientiacutefico ele pode ser um agente de despoluiccedilatildeo No entanto quando
esta planta cresce de forma descontrolada e sem manejo adequado pode se
transformar num problema ambiental (PACHECO 2004)
25 ndash USO RACIONAL OU EFICIENTE DA AacuteGUA APLICADO AgraveS CARACTERIacuteSTICAS DO REGIME HIacuteDRICO SEMI-AacuteRIDO
251 ndash Controle de perdas e desperdiacutecio
Nas uacuteltimas deacutecadas uma das principais preocupaccedilotildees dos gestores de
sistemas de abastecimento de aacutegua em todo o mundo tem sido a minimizaccedilatildeo
de perdas de aacutegua que atingem frequumlentemente valores superiores a 30 ou
mesmo 40 de toda aacutegua que entra nos sistemas Portanto o problema das
perdas e do seu controle em sistemas de aduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de aacutegua
assume importacircncia cada vez maior na atual tendecircncia para promover a
sustentabilidade dos serviccedilos e a proteccedilatildeo do ambiente (ARAUacuteJO et al
2004) No Brasil as perdas fiacutesicas satildeo em meacutedia superiores a 50 do volume
injetado nos sistemas em decorrecircncia de muitos fatores tais como valores
extremos de pressotildees nas redes rupturas nas tubulaccedilotildees golpes de ariacuteete
sobrepressotildees decorrentes de interrupccedilotildees no fluxo drsquoaacutegua nas tubulaccedilotildees
desperdiacutecios entre outros (SILVA et al 2004) O controle de perdas e
desperdiacutecio deve ser feito pelo poder puacuteblico por empresas privadas e pela
populaccedilatildeo em geral Vaacuterias medidas de controle podem ser adotadas entre
elas (MOTA 2002)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
60
(i) Controle de vazamentos nos sistemas puacuteblicos de abastecimento de aacutegua e
nas edificaccedilotildees Reduccedilatildeo do consumo de aacutegua na rega de jardins Em regiotildees
com carecircncia de aacutegua deve ser incentivado o plantio de vegetais que
consomem menor quantidade bem como adotadas praacuteticas para reduzir a
evaporaccedilatildeo tais como promover a cobertura do solo com folhas e palhas para
manter a umidade junto agraves plantas
(ii) Adoccedilatildeo de medidas de reduccedilatildeo do consumo e controle de desperdiacutecios tais
como fechar a torneira enquanto se escova os dentes utilizaccedilatildeo de aacutegua
necessaacuteria no banho evitar usar mangueiras e utilizar balde e pano na
lavagem de carros usar somente o necessaacuterio na lavagem de roupas e na
preparaccedilatildeo de alimentos manter as torneiras descargas chuveiros boacuteias de
caixas drsquoaacutegua e tubulaccedilotildees sem vazamentos
252 ndash Reuacuteso de aacutegua
Na atualidade a reutilizaccedilatildeo de aacutegua de qualidade inferior em
atividades menos exigentes eacute imperativo Primeiramente como forma de
preservar a aacutegua de melhor qualidade para o consumo humano e depois
como barreira contra a contaminaccedilatildeo dos corpos receptores A reutilizaccedilatildeo de
aacuteguas residuaacuterias tratadas pressupotildee riscos sanitaacuterios que no entanto quando
devidamente tratadas e controladas em aacutereas onde os recursos hiacutedricos satildeo
escassos podem ser aproveitadas como um recurso natildeo convencional A aacutegua
residuaacuteria bruta deveraacute ser submetida a tratamentos antes de ser reutilizada
O niacutevel de tratamento exigido dependeraacute do uso proposto devendo no
entanto apresentar caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas que
assegurem a proteccedilatildeo da sauacutede puacuteblica (BRITO et al 2004) Vaacuterias regiotildees
aacuteridas e semi-aacuteridas do Planeta tecircm-se tornado um campo ideal para a
aplicaccedilatildeo de aacuteguas residuaacuterias recuperadas como ocorre nos paiacuteses da regiatildeo
do Mediterracircneo que tecircm praticado o uso das aacuteguas residuaacuterias em vaacuterias
localidades No Brasil o Nordeste brasileiro em particular o semi-aacuterido pelas
suas caracteriacutesticas climaacuteticas conducentes agrave escassez dos recursos hiacutedricos
poderaacute ser suprido com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de reuacuteso de aacutegua (SANTOS
SOUZA 2000) O conhecimento acumulado sobre o reuacuteso no Brasil eacute escasso
e a proacutepria pesquisa sobre tratamento de esgotos desenvolvida no paiacutes
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
61
pouco recebeu o enfoque do reuacuteso Isso natildeo quer dizer que natildeo ocorra e de
forma indiscriminada e sem controle O reuacuteso indireto eacute com certeza praacutetica
corrente haja vista a quase inexistecircncia de tratamento de esgotos e somente
10 do volume total de esgotos coletados no paiacutes satildeo submetidos a algum tipo
de tratamento Aleacutem disso vaacuterios estudos sobre a qualidade de aacuteguas de
irrigaccedilatildeo ou de hortaliccedilas comercializadas em diversas regiotildees do paiacutes
reforccedilam os indiacutecios da praacutetica disseminada de irrigaccedilatildeo com esgotos ao
menos de forma indireta Portanto torna-se premente a necessidade de
pesquisas e accedilotildees no sentido do reuacuteso controlado incluindo sua
regulamentaccedilatildeo (TSUTIYA 2001)
26 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU GHFG Avaliaccedilatildeo das barragens subterracircneas no estado de
Pernambuco 183 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia Ambiental e
Recursos hiacutedricos) Universidade Federal de PernambucoCTG Recife-PE
2001
AGEcircNCIA BRASIL Lei de saneamento baacutesico eacute publica no Diaacuterio Oficial
Disponiacutevel em lthttpwwwagenciabrasilgovbrnoticias20070108materia20
07-01-087624620635viewgt Acesso em 10 jan 2007
ALMEIDA NETO MA Uso da semente do gecircnero moringa In 9a
CONFEREcircNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTACcedilAtildeO DE
AacuteGUA DE CHUVA 1999 Petrolina Anais Petrolina ABCMAC 1999 1 CD-
ROM
A MORINGA OLEIFERA Disponiacutevel em lthttpwwwoesteubbicombrgt
Acesso em 14 fev 2004
AMORIM MCC PORTO ER Avaliaccedilatildeo da qualidade bacterioloacutegica das
aacuteguas de cisternas estudo de caso no municiacutepio de Petrolina-PE In 3o
SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001
Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
62
______ Consideraccedilotildees sobre controle e vigilacircncia da qualidade de aacutegua de
cisternas e seus tratamentos In 4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO
DE AacuteGUA DE CHUVA 2003 Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1
CD-ROM
AMORIM MCC PORTO ER SILVA JUacuteNIOR LGA Evaporaccedilatildeo solar
como alternativa de reuacuteso dos efluentes da dessalinizaccedilatildeo por osmose inversa
In XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y
AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-
ROM
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama da qualidade das aacuteguas
subterracircneas no Brasil Brasiacutelia 2005 Disponiacutevel em lt
httpwwwanagovbrpnrh_novodocumentos02b20Panorama20da20Qu
alidade20C1guas20SubterrE2neasVF20Qualidade20AguasSubterr
aneaspdf gt Acesso em 24 nov 2006
ANDRADE MC Nordeste semi-aacuterido limitaccedilotildees e potencialidades In
BATISTA FILHO M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife IMIP 2001
p 12-18
ANDRADE NETO CO Seguranccedila sanitaacuteria das aacuteguas de cisternas rurais In
4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003
Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM
______ Proteccedilatildeo sanitaacuteria das cisternas rurais In XI SILUBESA Simpoacutesio
Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal Anais Natal ABES
2004 1 CD-ROM
APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20
ed Washington American Public Health Association American Water Works
Associations Water Environmental Federation 1998
ARAGAtildeO JOR A influecircncia dos oceanos Paciacutefico e Atlacircntico na dinacircmica do
tempo e do clima do Nordeste do Brasil In Oceanografia um cenaacuterio tropical
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
63
Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociecircncias
Departamento de Oceanografia Recife Bagaccedilo 2004 p 131-184
ARAUacuteJO JC MOLINAS PA JOCA ELL BARBOSA CP BEMFEITO
CJS BELO PSC Avaliaccedilatildeo de custos de disponibilidade da aacutegua na regiatildeo
semi-aacuterida In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003
Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM
ARAUacuteJO LS RAMOS H COELHO ST Maximizaccedilatildeo do desempenho de
redes de distribuiccedilatildeo de aacutegua atraveacutes da inserccedilatildeo e ajuste de vaacutelvulas In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM
ARABI MA ZURIGAT Y Year-round comparative study of three types of
solar desalination units Desalination Elsevier Science BV v 172 p 137-143
2005
BAKKE IA Caracteriacutesticas de crescimento e valor forrageiro da moringa
(Moringa oleifera Lam) submetida a diferentes adubos orgacircnicos e intervalos
de corte 45 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) Universidade Federal da
Paraiacuteba CCA-CFT-CSTR Areia-PB 2001
BATISTA LF Aacutegua mais aacutegua eacute a soluccedilatildeo para o semi-aacuterido In Batista
Filho M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife IMIP 2001 p 32-37
BERNAT C A cisterna de placas teacutecnicas de construccedilatildeo 2a ed Recife
FUNDAJ 1993 74 p
BEZERRA AME MOMENTEacute VG MEDEIROS FILHO S Germinaccedilatildeo de
sementes e desenvolvimento de placircntulas de moringa (Moringa oleifera Lam)
em funccedilatildeo do peso da semente e do tipo de substrato Horticultura Brasileira
Brasiacutelia v 22 no 2 p 295-299 2004
BEZERRA MRC MONTENEGRO SMGL CIRILO JA BLACKBURN
DM COSTA NETTO MLC Avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua em fontes
superficiais e subterracircneas da regiatildeo semi-aacuterida do Nordeste brasileiro In XV
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
64
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais
Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM
BOLMANN HA Desenvolvimento de um equipamento simplificado de
desinfecccedilatildeo de aacuteguas de abastecimento puacuteblico pela geraccedilatildeo de gases
oxidantes produzidos no local In 18o CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENGENHARIA SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 1995 Salvador Anais Salvador
ABES 1995
BORBA LR Viabilidade do uso da Moringa oleifera Lam no tratamento
simplificado de aacutegua para pequenas comunidades 84 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Desenvolvimento e Meio Ambiente) Universidade Federal da Paraiacuteba
Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza Joatildeo Pessoa -PB 2001
BRANCO AM ALMEIDA V Women mobilization and the revitalization of
water resources the case of Northeastern Brazil In FORUM WATER IN THE
AMERICAS IN THE 21ST CENTURY 2002 Cidade do Meacutexico
BRITO LTL PORTO ER Cisterna rural aacutegua para consumo humano In 1o
SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO
BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-
AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 59-62
BRITO LP TINOcircCO JD COSTA JT Reuacuteso Planejado de esgoto no semi-
aacuterido nordestino Serra Negra do Norte ndash RN um estudo de caso In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM
BRUGGEN B VANDERCASTEELE C Distillation vs membrane filtration
overview of process evolutions in seawater desalination Desalination Elsevier
Science BV v 143 p 207-218 2002
CARVALHO MS Aplicaccedilatildeo de meacutetodos de anaacutelise espacial na caracterizaccedilatildeo
de aacutereas de risco agrave sauacutede 1997 138 f Tese (Doutorado em Engenharia
Biomeacutedica) COPPEUFRJ Rio de Janeiro-RJ 1997
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
65
CHAGAS P SOUZA R Aplicaccedilatildeo da teoria dos nuacutemeros difusos na anaacutelise
de risco em problemas de qualidade de aacutegua In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO
DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1
CD-ROM
CHAUDHRY FH Saneamento ambiental e recursos hiacutedricos ndash as muacuteltiplas
interfaces In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003
Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM
COSTA WD Barragem subterracircnea uma obra de redenccedilatildeo no semi-aacuterido In
XII ENCONTRO NACIONAL DE PERFURADORES DE POCcedilOS E EM IV
SIMPOacuteSIO DE HIDROGEOLOGIA DO NORDESTE 2001 Recife Anais
p175-181
COSTA MR ABREU GHFG CIRILO JA COSTA WD Barragem
subterracircnea ndash uma alternativa tecnoloacutegica para a convivecircncia com a seca In
XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju
Anais Aracaju ABRH 2001a 1 CD-ROM
COSTA SS MACIEL FILHO AA CANCIO JA OLIVEIRA MLC Seleccedilatildeo
de indicadores sanitaacuterios como instrumento de vigilacircncia e controle da
qualidade da aacutegua para consumo humano na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas
de veiculaccedilatildeo hiacutedrica In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA
SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES
2001b 1 CD-ROM
CRAVO JG O programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do nordeste brasileiro In
1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO
BRASILEIRO1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-
AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 95-114
CUSTODIO E LLAMAS MR Hidrologia subterracircnea 2a ed Barcelona
Omega SA 1983 v 2 2350 p
DAVIS PA Wave powered desalination resource assessment and review of
technology Desalination Elsevier Science BV v 186 p 97-109 2005
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
66
DING Z LIU L EL-BOURAWI MS MA R Analysis of a solar-powered
membrane distillation system Desalination Elsevier Science BV v 171 p
27-40 2005
DUARTE RS Do desastre natural agrave calamidade puacuteblica a seca de 1998-1999
Recife FUNDAJ 2002 280 p
DUQUE MG BALBINO MA Estuacutedio ambiental en el municiacutepio de Major
Izidoro Del Estado de Alagoas de Brasil In XXVII CONGRESSO
INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y AMBIENTAL 2000 Porto
Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-ROM
EINAV R LOKIEC F Experimental aspects of a desalination plant in
Ashkelon Desalination Elsevier Science BV v 156 p 79-85 2003
EL-MANHARAWY S HAFEZ A A new chemical classification system of
waters for desalination and other industrial uses Desalination Elsevier Science
BV v 156 p 163-180 2003
FATH HES EL-SHERBINY SM GHAZY A Transient analysis of a new
humidification-dehumidification solar still Desalination Elsevier Science BV v
155 p 187-203 2003
FREIRE NCF Desertificaccedilatildeo na Regiatildeo de Xingoacute mapeamento e anaacutelise
espectro-temporal 168 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Geodeacutesicas e
Tecnologia da Geoinformaccedilatildeo) Universidade Federal de PernambucoCTG
Recife-PE 2004
FREITAS ALS Uso racional da aacutegua subterracircnea aplicado agraves ciecircncias
agraacuterias Brasiacutelia Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo Agriacutecola Superior 1997
75 p
FURTADO FN MOTA S Impactos do uso de rejeitos de um dessalinizador
de aacutegua na irrigaccedilatildeo da erva-sal sobre plantas e o solo Revista SANEAS Satildeo
Paulo p 6-10 2003
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
67
GALLAtildeO MI DAMASCENO LF BRITO ES Avaliaccedilatildeo quiacutemica e estrutural
da semente de moringa Revista Ciecircncia Agronocircmica Centro de Ciecircncias
Agraacuterias ndash Universidade Federal do Cearaacute v 37 no 1 p 106-109 2006
GALVIacuteN RM Occurrence of metals in waters an overview Water SA v 22 no
1 p 7-18 1996
GENTHE B DU PREEZ M Evaluation of rapid methods for the detection of
indicator organisms in drinking water WRC Report no 610195 1995
GENTHE B SEAGER J The effects of water supply handling and usage on
water quality in relation to health indices in developing communities WRC
Report 562196 1996
GNADLINGER J Apresentaccedilatildeo teacutecnica de diferentes tipos de cisternas
construiacutedas em comunidades rurais do semi-aacuterido brasileiro In 1o SIMPOacuteSIO
SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO
1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 81-
93
GONDIM RS Difusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuvas no financiamento rural In 3o
SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001
Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM
GOULD J Is Rainwater Safe to Drink A Review of Recent Findings In 9a
CONFEREcircNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMAS DE CAPTACcedilAtildeO DE
AacuteGUA DE CHUVA 1999 Petrolina Anais Petrolina ABCMAC 1999 1 CD-
ROM
HELLER L CASSEB MMS Abastecimento de aacutegua In BARROS RT et
al Manual de saneamento e proteccedilatildeo ambiental para os municiacutepios Belo
Horizonte Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental DESAUFMG
1995 p 63-112
IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renovaacuteveis) Desertificaccedilatildeo no Brasil Brasiacutelia-DF Ministeacuterio do Meio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
68
Ambiente 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwibamagovbrgt Acesso em 22 set
2003
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo demograacutefico 2000
Agregado por Setores Censitaacuterios dos resultados do universo ndash v 3
Pernambuco Alagoas Sergipe e Bahia 2a ed Rio de Janeiro IBGE 2003 1
CD-ROM
KAHRAMAN N CENGEL YA WOOD B CERCI Y Energy analysis of a
combined RO NF and EDR desalination plant Desalination Elsevier Science
BV v 171 p 217-232 2004
KOSCHIKOWSKI J WIEGHAUS M ROMMEL M Solar thermal-driven
desalination plants based on membrane distilation Desalination Elsevier
Science BV v 156 p 295-304 2003
LEAL IG Utilizaccedilatildeo de Atriplex nummularia e gesso de jazida na
fitorremediaccedilatildeo de solo salino-soacutedico 45 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia
do Solo) Departamento de Agronomia Universidade Federal Rural de
Pernambuco 2005
LIMA AF Reduccedilatildeo de dureza In Problemas de Engenharia Sanitaacuteria Recife
Editora Universitaacuteria da UFPE 1993 cap 16 p167-175
LIMA MF SOUSA GN ASSIS JA ARAUacuteJO IP Captaccedilatildeo da aacutegua de
chuva integrada ao trabalho da pastoral da crianccedila In 3o SIMPOacuteSIO DE
CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001 Campina
Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM
LOacuteCIO AM Plano de desenvolvimento sustentaacutevel da bacia do rio Satildeo
Francisco e do semi-aacuterido nordestino In II SIMPOacuteSIO BRASILEIRO SOBRE
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL DO SEMI-AacuteRIDO
2000 Mossoroacute Anais Recife 2000 p 89 - 107
MAIA NETO R F A aacutegua para o desenvolvimento sustentaacutevel A Aacutegua em
Revista Belo Horizonte no 9 p21-32 1997
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
69
MATOS JF MOTA S AVELINO FF PAacuteDUA VL BRAGA EAS
MALVEIRA JQ Soluccedilatildeo oxidante gerada a partir da eletroacutelise de rejeitos de
dessalinizadores de aacutegua Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v 11 no
2 p 143-152 2006
MEDEIROS YDP OLIVEIRA IB PROENCcedilA CNO SILVA AMS
Seleccedilatildeo de tecnologias limpas utilizadas no controle e preservaccedilatildeo dos
recursos hiacutedricos do semi-aacuterido do estado da Bahia In XIV SIMPOacuteSIO
BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju
ABRH 2001 1 CD-ROM
MEDRONHO RA Avaliaccedilatildeo do meacutetodo geoestatiacutestico no estudo da
distribuiccedilatildeo espacial da hepatite A 146 f Tese (Doutorado em Sauacutede Puacuteblica)
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFIOCRUZ Rio de Janeiro 1999
MEYER V REED RH SOLAIR disinfection of coliform bacteria in hand-
drawn drinking water Water SA v 27 no 27 p49-52 2001
MMA (Ministeacuterio do Meio Ambiente) ABEAS (Associaccedilatildeo Brasileira de
Educaccedilatildeo Superior) Aacutegua subterracircnea conceitos reservas usos e mitos
Brasiacutelia-DF 1999 28 p
MONTENEGRO A MARINHO I SILVA VP ANDRADE A SILVA JG
PEREIRA R ALBUQUERQUE KS Impacto do uso de aacutegua subterracircnea
salina em aacutereas agriacutecolas do programa Xingoacute In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO
DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1
CD-ROM
MONTENEGRO SMGL SCHAFFER JMM MONTENEGRO AAA
MARINHO I Barragem subterracircnea a experiecircncia do Programa Xingoacute In 4o
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003
Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM
MOTA S Aacutegua controle do desperdiacutecio e reuacuteso In Aacutegua e desenvolvimento
sustentaacutevel no semi-aacuterido Fortaleza Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2002 p 53-
68
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
70
MOTA S STUDART TMC O estudo de impacto ambiental como
instrumento para o desenvolvimento sustentaacutevel de bacias hidrograacuteficas do
semi-aacuterido In III SIMPOacuteSIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DO NORDESTE
1996 Salvador Anais Salvador ABRH 1996 p 259-264
MOTA S MATOS JF FURTADO FN Aproveitamento de rejeitos salinos
na irrigaccedilatildeo e para geraccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio In WORKSHOP USO E
REUacuteSO DE AacuteGUAS DE QUALIDADE INFERIOR 2005 Campina Grande
UFCGUFPB 2005 p 453-471 1 CD-ROM
MOURA DC Riqueza e abundacircncia de abelhas em diferentes estaacutegios de
degradaccedilatildeo da caatinga como indicadores ambientais no entorno da usina
hidreleacutetrica de Xingoacute 98 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo e Poliacuteticas
Ambientais) Departamento de GeografiaUFPE Recife 2003
NATIONAL RESEARCH COUNCIL Review of the desalination and water
purification technology roadmap Washington DC The National Academies
Press Disponiacutevel em lthttpwwwnapedubooks0309091578htmlgt Acesso
em 10 out 2004
NUNES ABA MAGALHAtildeES NF PEREIRA CB CEBALLOS BSO
TEIXEIRA EC KONIG A Resposta do processo de autodepuraccedilatildeo ao
impacto dos esgotos domeacutesticos em um rio do semi-aacuterido paraibano ndash Baixo
Bodocongoacute In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE
ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES
2000 1 CD-ROM
OLIVEIRA AMS LEITE CAG Tecnologias simples para aproveitamentos
de pequeno porte dos recursos hiacutedricos do semi-aacuterido nordestino Satildeo Paulo
Divisatildeo de Minas e Geologia Aplicada do IPT 1984 83 p
PACHECO JR Estudo de certas potencialidades de processos oxidativos
avanccedilado para o tratamento de percolado de aterro sanitaacuterio 81 f Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Quiacutemica Analiacutetica) Setor de Ciecircncias Exatas Universidade
Federal do Paranaacute Curitiba-PR 2004
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
71
PAIXAtildeO MP STUDART TMC BEZERRA JN CARVALHO RM
Aplicaccedilatildeo de indicadores de performance na avaliaccedilatildeo de sistemas hiacutedricos
um estudo de caso In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS
HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM
PEROSA PT RIBEIRO H BORGES VMNA PEREIRA AS Regulaccedilatildeo
dos serviccedilos de saneamento baacutesico aspectos conceituais e fatores
intervenientes In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE
ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES
2000 1 CD-ROM
PINTO NO HERMES LC Sistema simplificado para melhoria da qualidade
da aacutegua consumida nas comunidades rurais do semi-aacuterido Jaguariuacutena
EMBRAPA Meio Ambiente 2006 47 p
PORTO ER AMORIM MCC ARAUacuteJO OJ Potencialidades da erva sal
(Atriplex nummularia) irrigada com o rejeito da dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra
no semi-aacuterido brasileiro com alternativa de reutitilizaccedilatildeo) In XXVII
CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y
AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-
ROM
PORTO ER AMORIM MCC SILVA JUacuteNIOR LGA Uso do rejeito da
dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra para irrigaccedilatildeo da erva-sal (Atriplex
nummularia) Revista Brasileira de Engenharia Agriacutecola e Ambiental v 6 no 1
p 111-114 2001
PUERARI EM CASTRO MAH Barragem subterracircnea versus accedilude
anaacutelise comparativa dos dois sistemas de armazenamento de aacutegua no semi-
aacuterido In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITAacuteRIA E
AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES 2001 1 CD-
ROM
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
72
QUINTANS LJ A globalizaccedilatildeo econocircmica o Nordeste brasileiro e seu semi-
aacuterido In BATISTA FILHO M Viabilizaccedilatildeo do semi-aacuterido nordestino Recife
IMIP 2001 p 83-102
RANGEL MS Moringa oleifera um purificador natural de aacutegua e complemento
alimentar para o Nordeste do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwjardimdeflorescombrfloresefolhasa10moringahtmgt Acesso em
20 fev 2004
REIFF FM WITT VM Manual de desinfeccioacuten guias para la seleccion y
aplication de tecnologias de desinfeccion del aacutegua para consumo humano em
pueblos pequentildeos y comunidades rurales en Ameacuterica Latina y el Caribe
Washington Editora OPS Seacuterie Teacutecnica no 30 1995 227 p
RIBEIRO AC Mercado atual e futuro da perfuraccedilatildeo de poccedilos In XII
ENCONTRO NACIONAL DE PERFURADORES DE POCcedilOS E EM IV
SIMPOacuteSIO DE HIDROGEOLOGIA DO NORDESTE 2001 Recife
AnaisRecife ABAS 2001 p83-88
RICHTER CA AZEVEDO NETTO JMD Tratamento de aacutegua tecnologia
atualizada Satildeo Paulo Editora Edgar Bluumlcher Ltda 1991 332p
RIFFEL DB Unidade de osmose reversa acionada por energia solar
fotovoltaica sem baterias simulaccedilatildeo projeto e validaccedilatildeo experimental 125 p
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Eleacutetrica) - Departamento de Engenharia
Eleacutetrica Universidade Federal do Cearaacute 2005
ROSENLUND M Environmental factors in cardiovascular disease 69 f Tese
(Doutorado em Epidemiologia) Karolinska Institutet Estocolmo Sueacutecia 2005
Disponiacutevel em lthttpdisskibkise200591-7140-292-6thesispdfgt Acesso em
16 mar 2007
RUSH K HUYSSTEEN V OLIVIER J Pattern of domestic water inadequacy
on the South Africa West Coast Water SA v 26 no 4 p 537-554 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
73
SABINO STBO Programas emergenciais de combate aos efeitos da seca o
que mudou na deacutecada de 90 175 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo
Puacuteblica) ndash Universidade Federal de PernambucoCCSA RecifendashPE 2002
SANTOS AC Noccedilotildees de hidroquiacutemica In Hidrologia conceitos e aplicaccedilotildees
Fortaleza CPRM LABHID-UFPE 1997 cap 5 p 81-108
SALATTI E Utilizaccedilatildeo de sistemas de wetlands construiacutedas para tratamento
de aacuteguas Bioloacutegico Satildeo Paulo v 65 nos 12 p 113-116 2003
SANTOS JB ASSIS EG MACHADO TTV A qualidade dos recursos
hiacutedricos superficiais no semi-aacuterido ndash Curimatauacute Paraibano In XXVII
CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIA SANITARIA Y
AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-
Rom
SANTOS MJ DALTRO FILHO J Importacircncia da aacutegua na qualidade de vida
das comunidades rurais do sistema integrado de aacutegua de Escurial no semi-
aacuterido de Sergipe-Brasil In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE
ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES
2000 1 CD-ROM
SANTOS IJ e SOUZA MAA Reuacuteso de aacutegua uma anaacutelise da
adequabilidade da utilizaccedilatildeo das aacuteguas residuaacuterias tratadas no Distrito Federal
In XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIARIA SANITARIA Y
AMBIENTAL 2000 Porto Alegre Anais Porto Alegre ABES 2000 1 CD-
ROM
SECTMA (Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia e Meio Ambiente) Cenaacuterio para
o bioma Caatinga Recife SECTMA 2004 283 p
SCHISTEK H A cisterna de tela e cimento In 3o SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO
DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001 Campina Grande Anais
Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
74
SILANS AP Alternativas cientiacuteficas e tecnologias para o abastecimento de
aacutegua no semi-aacuterido In Aacutegua e desenvolvimento sustentaacutevel no semi-aacuterido
Fortaleza Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2002 p 133-160
SILVA AR Estudos sobre o gecircnero Moringa 87 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Geneacutetica e Bioquiacutemica) Departamento de Geneacutetica e BioquiacutemicaUniversidade
Federal de Uberlacircndia 1996
SILVA LMC Accediludes e reservatoacuterios mecanismos legais e institucionais para
uma gestatildeo sustentaacutevel In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS
HIacuteDRICOS In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS
2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1 CD-ROM
SILVA FC DIAS I CS BEZERRA STM Anaacutelise econocircmica da
reabilitaccedilatildeo de redes de abastecimento ndash EPANET e PNL 2000 In XI SILUBESA Simpoacutesio Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal
Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM
SOARES SRA CORDEIRO NETTO OMC BERNARDES RS Avaliaccedilatildeo
de aspectos poliacutetico-institucionais e econocircmico-financeiros do setor de
saneamento no Brasil com vistas agrave definiccedilatildeo de elementos para um modelo
conceitual Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v8 nos 12 p 84-94
2003
SOacuteLON AO CAMPOS JNB STUDART TMC Estimativa dos valores
esperados para duraccedilotildees maacuteximas de secas hidroloacutegicas no accedilude Castanhatildeo-
CE In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001
Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1 CD-ROM
SOLSONA F Disinfection for small water supplies CSIR Technical Guide no C
2878 1996
SOUZA RA Barreiro trincheira In 1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE
AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais
EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 171-173
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
75
SUASSUNA J Contribuiccedilatildeo ao estudo hidroloacutegico do semi-aacuterido nordestino
Recife Editora Massangana 2000 98 p
SUDENE (Superintendecircncia para o Desenvolvimento do Nordeste) A seca e
as accedilotildees do Governo Federal no Nordeste do Brasil ndash Pronunciamento do
superintendente professor Marcos formiga na Comissatildeo de Fiscalizaccedilatildeo
Financeira e Controle da Cacircmara de Deputados Brasiacutelia-DF (natildeo publicado)
1999
TEIXEIRA ALF ROTUNNO FILHO OC AREND FILHO LA GONCcedilALVES
RC Anaacutelise da evoluccedilatildeo temporal dos indicadores hiacutedricos e socioeconocircmicos
aplicada ao municiacutepio de Niteroacutei In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE
RECURSOS HIacuteDRICOS 2003 Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-
ROM
TORNISIELO WL A santa praga da purificaccedilatildeo Revista Globo Rural p 39-
40 1987
TSUTIYA MT Uso agriacutecola dos efluentes das lagoas de estabilizaccedilatildeo do
estado de Satildeo Paulo In 21o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA
SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2001 Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES
2001 1 CD-ROM
UNEP (United Nations Environment Programme) WHO (World Health
Organization) Water quality monitoring Publicado por E amp FN Spon Londres
1996 383 p
VON SPERLING M Introduccedilatildeo agrave Qualidade das Aacuteguas e ao Tratamento de
Esgotos Belo Horizonte Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental
da Universidade Federal de Minas Gerais 1996 v 1 243 p
VON SPERLING E Water quality in semi-arid Brazilian reservoirs In 24th
WEDC CONFERENCE SANITATION AND WATER FOR ALL 1998
Islamabad Pakistan p 322-323
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
76
WHO (WORLD HEALTH ORGANIZATION) ltProtection of human environment
Disponiacutevel em lthttpwhointpehsite_maphtmgt Acesso em 15 dez 2003
ZAMXAKA M PIRONCHEVA G MUYIMA NYO (2004) Microbiological and
physico-chemical assessment of the quality of domestic water sources in
selected rural communities of the Eastern Cape Province South Africa Water
SA v 30 no 3 p 333-340 2004
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
77
CAPIacuteTULO 3
PERFIL DO SANEAMENTO AMBIENTAL NA AacuteREA DE XINGOacute
RESUMO Apresenta-se neste trabalho uma visatildeo geral do saneamento
ambiental (abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem urbana
limpeza puacuteblica sauacutede puacuteblica e fontes de poluiccedilatildeo) na zona urbana de 29
municiacutepios da aacuterea de Xingoacute Esta regiatildeo localiza-se integralmente no semi-
aacuterido brasileiro O estudo envolveu levantamentos de campo e consultas a
oacutergatildeos oficiais de interesse De acordo com os resultados em geral os
municiacutepios dispotildeem de uma infra-estrutura e de um gerenciamento deficientes
Baixos iacutendices de cobertura de esgoto desperdiacutecios de aacutegua e disposiccedilatildeo de
resiacuteduos soacutelidos em depoacutesitos de lixo a ceacuteu aberto satildeo apenas alguns
exemplos que foram encontrados
Palavras-chave saneamento ambiental zona urbana da aacuterea de Xingoacute infra-
estrutura sanitaacuteria
ABSTRACT In this work an overview about environmental sanitation (water
supply sewage urban drainage public cleasing public health and sources of
pollution) in the urban zone of 29 municipalities of Xingoacute area is shown This
region is entirely located in the semi-arid zone of Brazil The research evolved
surveys on site and consultings to the official institutions of concern According
to the results in general the municipalities showed a deficient sanitary infra-
structure and management Poor sewage services water wastefulness and
solid waste disposal on dumps are some examples that were found
Keywords environmental sanitation urban zone of Xingoacute area sanitary infra-
structure
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
78
31 ndash INTRODUCcedilAtildeO
O Saneamento estaacute intimamente relacionado agrave qualidade de vida e agrave
sauacutede da populaccedilatildeo de uma cidade Modernamente tem-se preferido o termo
saneamento ambiental para abranger a sauacutede puacuteblica e as aacutereas afins como
coleta e tratamento de esgotos e efluentes industriais destinaccedilatildeo e tratamento
de resiacuteduos soacutelidos drenagem urbana etc As aacutereas de saneamento recursos
hiacutedricos e de meio ambiente estatildeo intimamente relacionadas principalmente
quando o assunto a tratar eacute a aacutegua e o seu uso mais nobre o abastecimento
puacuteblico (LAHOacuteZ 2000)
Embora o saneamento ambiental seja de suma relevacircncia para o
homem e o meio ambiente diversos trabalhos encontrados na literatura
especiacutefica (DUQUE BALBINO 2000 LOacuteCIO 2000 NUNES et al 2000
BRANCO ALMEIDA 2002) apresentam a forma equivocada como vem sendo
conduzido o saneamento ambiental no semi-aacuterido
No presente trabalho apresenta-se uma avaliaccedilatildeo do saneamento
ambiental principalmente a exposiccedilatildeo das principais deficiecircncias encontradas
em uma regiatildeo a aacuterea urbana de 29 cidades que faz parte da aacuterea de Xingoacute
32 ndash METODOLOGIA
Basicamente na conduccedilatildeo e obtenccedilatildeo dos dados aqui apresentados
foram realizadas consultas a oacutergatildeos oficiais da prefeitura IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) e companhias de aacutegua e de esgoto aleacutem
de inuacutemeras visitas a captaccedilotildees de aacutegua estaccedilotildees de tratamento de aacutegua e de
esgoto e locais de disposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos usinas de
reciclagem e compostagem aterros controlados e fontes de poluiccedilatildeo
Secretaacuterios de sauacutede de infra-estrutura gerentes e operadores de companhias
de saneamento fizeram descriccedilotildees sobre o abastecimento de aacutegua
esgotamento sanitaacuterio limpeza puacuteblica drenagem urbana e sauacutede inclusive
apontando as principais carecircncias As visitas de campo foram bastante uacuteteis na
identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo do saneamento na aacuterea alvo sendo
fotograficamente documentadas
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
79
33 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
331 ndash Caracteriacutesticas gerais da aacuterea da pesquisa 3311 ndash Aspectos fiacutesicos geograacuteficos e demograacuteficos
A aacuterea de Xingoacute eacute aquela sob a influecircncia direta das usinas hidreleacutetricas
de Xingoacute Paulo Afonso e Itaparica Ela situa-se integralmente no Nordeste
brasileiro entre as coordenadas de 8o13rsquo S e 37o05rsquo e 39o05rsquo e 39o54 W Numa
delimitaccedilatildeo provisoacuteria que foi necessaacuteria a fim de possibilitar o funcionamento
das atividades previstas nos diversos convecircnios que compunham o Instituto
Xingoacute essa aacuterea foi definida como se estendendo por 29 municiacutepios
localizados em quatro estados do Nordeste Alagoas Bahia Pernambuco e
Sergipe Segundo o IBGE (2001b) em 2000 a referida aacuterea tinha uma
populaccedilatildeo total de 608771 habitantes Os municiacutepios da aacuterea de Xingoacute situam-
se no Submeacutedio e no Baixo Satildeo Francisco Todos eles encontram-se inseridos
no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo Aleacutem dos 29 municiacutepios 5 municiacutepios (municiacutepios
assistidos) foram posteriormente incorporados agrave aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto
Xingoacute Belo Monte-AL Satildeo Joseacute da Tapera-AL Santa Briacutegida-BA Ibimirim-PE
e Parnamirim-PE
A populaccedilatildeo a aacuterea e taxa de urbanizaccedilatildeo dos 29 municiacutepios da aacuterea de
Xingoacute constam na Tabela 31
Do apresentado na Tabela 31 tem-se
(i) Os municiacutepios de maior e menor dimensatildeo territorial satildeo respectivamente
Curaccedilaacute-BA (6449 km2) e Pariconha-PE (262 km2)
(ii) Os municiacutepios de maior e menor populaccedilatildeo satildeo respectivamente Paulo
Afonso-BA (96428 habitantes) e Itacuruba-PE (3669 habitantes)
(iii) Os municiacutepios de maior e menor taxa de urbanizaccedilatildeo satildeo respectivamente
Paulo Afonso-BA (8557) e Piranhas-AL (670)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
80
Tabela 31 Populaccedilatildeo residente aacuterea territorial e taxa de urbanizaccedilatildeo dos 29
municiacutepios pesquisados da aacuterea de abrangecircncia do Instituto
Xingoacute Populaccedilatildeo (habitantes) Municiacutepio Estado
Urbana Rural Total
Aacuterea (km2)
Urbanizaccedilatildeo ()
Aacutegua Branca 4496 14164 18660 455 2409
Delmiro Gouveia
33563 9432 42995 607 7806
Olho drsquoAacutegua do Casado
3887 3172 7059 323 5506
Patildeo de Accediluacutecar 10806 13545 24351 659 4438
Pariconha 2404 7682 10086 262 2384
Piranhas
Alagoas 1340 18667 20007 407 670
Abareacute 5529 8105 13634 1694 4055
Chorrochoacute 2153 7741 9894 2652 2176
Curaccedilaacute 10750 18650 29400 6449 3656
Gloacuteria 2365 12194 14559 1277 1939
Macurureacute 2355 6257 8612 2279 2735
Paulo Afonso 82514 13914 96428 1693 8557
Rodelas
Bahia 4764 1473 6237 2575 7638
Beleacutem do Satildeo Francisco
11803 8416 20219 1835 5838
Cabroboacute 15759 10632 26391 1623 5971
Floresta 15540 9184 24724 3675 6285
Itacuruba 3233 436 3669 437 8812
Jatobaacute 5412 7736 13148 276 4116
Orocoacute 3572 7251 10823 560 3300
Petrolacircndia 19599 7721 27320 1084 7174
Santa Maria da Boa Vista
13960 22780 36740 2965 3800
Tacaratu 7242 9854 17096 1249 4236
Terra Nova
Pernambuco
3869 3550 7419 361 5215
Canindeacute do Satildeo Francisco
9303 8451 17754 904 5240
Gararu 2988 8375 11363 638 2630
Monte Alegre de Sergipe
6468 5119 11587 417 5582
Nossa Senhora da Gloacuteria
17137 9773 26910 742 6368
Poccedilo Redondo 6360 19662 26022 1215 2444
Porto da Folha Sergipe 8712 16952 25664 891 3395
Total 317883 290888 608771 40204 -----
Fonte IBGE (2001b)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
81
3312 ndash Aspectos climaacuteticos
A totalidade da aacuterea de Xingoacute estaacute inserida numa aacuterea onde predomina
o clima semi-aacuterido que segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen pode ser definido
como do tipo BSh ou seja clima seco de estepe de baixas latitudes Esta
regiatildeo do ponto de vista meteoroloacutegico apresenta um deacuteficit hiacutedrico os iacutendices
pluviomeacutetricos anuais verificados variam de 400 a 900 mm enquanto que os
valores de precipitaccedilatildeo ficam entre 1500 a 2500 mmano (CHESF et al 1999)
3313 ndash Vegetaccedilatildeo e aspectos pedoloacutegicos
A vegetaccedilatildeo dominante na regiatildeo constitui-se predominantemente pelas
caatingas Essas formaccedilotildees satildeo lenhosas espinhosas e de caraacuteter xeroacutefilo
Quanto aos aspectos pedoloacutegicos na aacuterea de Xingoacute tem-se (CHESF et
al 1999)
(i) Aacuterea de Xingoacute em Alagoas ndash haacute dois tipos de associaccedilotildees de solos
predominantes na aacuterea alagoana de Xingoacute os Planossolos Soloacutedicos e os
Solos Litoacutelicos Os Litoacutelicos restringem-se a oeste e norte de Delmiro Gouveia
norte de Olho DrsquoAacutegua do Casado e Piranhas e todo o municiacutepio de Patildeo de
Accediluacutecar Os Planossolos Soloacutedicos distribuem-se nas partes mais baixas jaacute
proacuteximas ao rio Satildeo Francisco nos vales dos baixos cursos dos rios sem
riachos que correm para este rio Eles predominam nos municiacutepios de Delmiro
Gouveia e partes sul de Olho drsquoAacutegua e Piranhas Os Planossolos apresentam
textura arenosa areno argilosa ou argilosa O relevo eacute predominantemente
plano ou com ondulaccedilotildees muito suaves Em alguns trechos estes solos
apresentam-se pedregosos Satildeo solos de horizonte A (ldquohorizonte agriacutecolardquo)
muito delgado requerendo cuidados especiais no cultivo para evitar erosatildeo
laminar e por isto natildeo satildeo recomendaacuteveis para mecanizaccedilatildeo A drenagem eacute
tambeacutem difiacutecil correndo-se o risco de salinizaccedilatildeo em condiccedilotildees de irrigaccedilatildeo
Contudo satildeo solos moderadamente aacutecidos a neutros e muito ricos em
nutrientes minerais para as plantas Uma irrigaccedilatildeo manejada com extremo
cuidado eacute possiacutevel Os solos Litoacutelicos satildeo solos de arenoso a pedregosos
localizados nas aacutereas de maior declividade Desenvolveram-se a partir dos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
82
granitos e gnaisses do substrato Ocorrem muitos afloramentos de rochas
(ldquolajedosrdquo) Satildeo muito rasos por vezes o ldquohorizonte agriacutecolardquo (A) assenta-se
diretamente sobre o material originaacuterio ou rocha Altamente susceptiacuteveis agrave
erosatildeo Satildeo moderadamente aacutecidos a neutros O uso agriacutecola concentra-se
nas aacutereas mais aplainadas Como satildeo solos pedregosos com alta limitaccedilatildeo
hiacutedrica e extremamente susceptiacuteveis agrave erosatildeo o mais recomendado eacute a sua
compreensatildeo funcional no sentido da utilizaccedilatildeo como parte do complexo
paisagiacutestico para serviccedilos ambientais (proteccedilatildeo de mananciais preservaccedilatildeo de
flora fauna e conjuntos ecoloacutegicos) ecoturismo e turismo educacional
(ii) Aacuterea de Xingoacute na Bahia ndash Podem ser identificadas na regiatildeo de Xingoacute
dentro do estado da Bahia trecircs aacutereas de solos a aacuterea de Macurureacute Rodelas e
Gloacuteria onde predominam as Areias Quartzozas na parte central da Regiatildeo a
aacuterea oeste de Abareacute e Curaccedilaacute onde respectivamente predominam o Solonetz
Solodizado e o Planossolo Soloacutedico Eutroacutefico e a aacuterea de leste ou de Paulo
Afonso onde predomina o Planossolo Soloacutedico Eutroacutefico
(iii) Aacuterea de Xingoacute em Pernambuco ndash As seguintes associaccedilotildees de solos
destacam-se as Areias Quartzozas (de Petrolacircndia para o norte) os Bruno
Natildeo Caacutelcicos (vatildeo do Municiacutepio de Floresta ateacute o municiacutepio de Cabroboacute mais
dominantemente e daiacute em Santa Maria da Boa Vista nos baixos vales dos
afluentes do rio Satildeo Francisco) e os Latossolos Vermelho Amarelo Eutroacuteficos
(dominantes nos municiacutepios de Orocoacute e Santa Maria da Boa Vista e nos
interfluacutevios entre os rios que correm para o Satildeo Francisco
(iv) Aacuterea de Xingoacute em Sergipe ndash A aacuterea do estado de Sergipe dentro da Regiatildeo
de Xingoacute oferece um rico complexo de associaccedilotildees de solos e esta
diversidade por certo auxilia nas suas funccedilotildees agropecuaacuterias Em contraste
com os demais estados o estado de Sergipe apresenta solos mais
estruturados e manejaacuteveis a um custo mais baixo Nas superfiacutecies dos
municiacutepios de Canindeacute do Satildeo Francisco e Poccedilo Redondo destacam-se os
solos Bruno Natildeo Caacutelcicos enquanto que nas superfiacutecies dos municiacutepios de
Porto da Folha Monte Alegre de Sergipe Gloacuteria e Garuru dividem importacircncia
os Podzols e os Litoacutelicos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
83
3314 ndash Recursos hiacutedricos
O uacutenico rio perene na referida regiatildeo eacute o Satildeo Francisco Todos os
afluentes do Satildeo Francisco no espaccedilo considerado tecircm um regime fluvial do
tipo semi-aacuterido ou seja os rios permanecem secos (total ou parcialmente) ao
longo do periacuteodo de estiagem (CHESF et al 1999)
Os maiores mananciais de aacutegua subterracircnea concentram-se nos terrenos
fanerozoacuteicos sedimentares especialmente na bacia do Jatobaacute onde dominam
rochas porosas Os terrenos preacute-cambrianos natildeo se prestam satisfatoriamente
ao armazenamento de aacutegua subterracircnea Este em tais terrenos quando se
verifica concentra-se nas aacutereas falhadas eou fraturadas A anaacutelise do
potencial hiacutedrico integrado na aacuterea permite a identificaccedilatildeo das aacutereas vistas na
Tabela 32 Em face da heterogeneidade geoloacutegica alguns municiacutepios
aparecem em mais de uma aacuterea nessa regionalizaccedilatildeo procedida do potencial
hiacutedrico (CHESF et al 1999)
Tabela 32 Classificaccedilatildeo do potencial hiacutedrico dos municiacutepios da aacuterea de Xingoacute Aacuterea Caracteriacutesticas Municiacutepios
1 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice fraco bull Excedente hiacutedrico fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada
Gararu-SE
2 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice fraco bull Excedente hiacutedrico muito fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada
Abareacute-BA Curaccedilaacute-BA Macurureacute-BA Paulo Afonso-BA Cabroboacute-PE Santa
Maria da Boa Vista-PE Monte Alegre de Sergipe-SE Nossa Senhora da Gloacuteria-
SE e Porto da Folha-SE 3 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio
bull Excedente hiacutedrico muito fraco bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada
Rodelas-BA Curaccedilaacute-BA Terra Nova-PE e Santa Maria da Boa Vista-PE
4 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice bom bull Excedente hiacutedrico bom bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada
Olho drsquo Aacutegua do Casado-AL Paulo Afonso-BA Petrolacircndia-PE e Tacaratu-
PE
5 bull Aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio bull Excedente hiacutedrico meacutedio bull Distribuiccedilatildeo anual das aacuteguas superficiais superconcentrada
Santa Maria da Boa Vista-PE
6 bull Distribuiccedilatildeo Anual das aacuteguas subterracircneas iacutendice meacutedio bull Excedente hiacutedrico meacutedio bull Aacuteguas superficiais concentrada
Aacutegua Branca-AL
Fonte CHESF et al (1999)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
84
3315 ndash Aspectos econocircmicos
A atividade econocircmica predominante dos municiacutepios estaacute pautada
eminentemente na lavoura e na pecuaacuteria de pequeno porte A falta de
investimento tecnoloacutegico na produccedilatildeo agriacutecola e pecuaacuteria traduz o estaacutegio
pouco desenvolvido destas atividades nos municiacutepios A atividade produtiva
agriacutecola de alguns produtos destina-se geralmente agrave substistecircncia (CHESF et
al 1999)
A avaliaccedilatildeo geral da induacutestria na aacuterea de Xingoacute revela a quase
inexistecircncia de atividade que possa ser considerada de relevacircncia econocircmica
Isto pode ser atribuiacutedo agrave completa ausecircncia de condiccedilotildees miacutenimas de fomento
para o capital privado apesar da aacuterea dispor de dotaccedilotildees excepcionais no
tocante a dois insumos baacutesicos para vaacuterios segmentos da induacutestria energia e
abundacircncia de aacutegua A baixa qualificaccedilatildeo dos recursos humanos as precaacuterias
condiccedilotildees da infra-estrutura e a pouca articulaccedilatildeo das poliacuteticas de
desenvolvimento tornam a regiatildeo muito pouco atraente para investimentos
industriais (CHESF et al 1999)
3316 ndash Educaccedilatildeo
A anaacutelise da situaccedilatildeo educacional de Xingoacute evidencia em resumo a
baixa qualidade do ensino bem como a sua baixa cobertura aleacutem da evasatildeo e
repetecircncia escolar elevadas Isto sinaliza que deve haver formas mais
arrojadas de intervenccedilatildeo do setor puacuteblico no sentido de universalizaccedilatildeo do
ensino de qualidade em todos os niacuteveis (CHESF et al 1999)
3317ndash Indicadores de qualidade de vida
Em consulta aos dados publicados pelo PNUD (Programa das Naccedilotildees
Unidas para o Desenvolvimento) verificou-se que vem ocorrendo uma
ascensatildeo do ICV (Iacutendice de Condiccedilatildeo de Vida) e do IDH (Iacutendice de
Desenvolvimento Humano) ao longo do tempo dos municiacutepios da aacuterea de
Xingoacute Contudo no contexto do cenaacuterio nacional eles aparecem numa
modesta posiccedilatildeo Entre 5507 municiacutepios brasileiros o melhor colocado eacute o
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
85
municiacutepio de Paulo Afonso-BA ocupando a 2643a posiccedilatildeo e o pior colocado
Poccedilo Redondo-SE ocupando a 5394a posiccedilatildeo No entanto cabe mencionar
que as estatiacutesticas utilizadas possuem limitaccedilotildees como quaisquer outras que
se proponham a medir condiccedilotildees de vida e desenvolvimento humano Em
primeiro lugar porque utilizam eventos quantitativos para medir dimensotildees
qualitativas e da vida segundo porque tais indicadores satildeo obtidos atraveacutes de
dados com datas especiacuteficas gerando uma visatildeo estaacutetica da realidade um
corte no tempo
332 ndash Perfil do saneamento ambiental
3321 ndash Abastecimento de aacutegua
Das 29 sedes municipais que integram a aacuterea de atuaccedilatildeo do Instituto
Xingoacute apenas Tacaratu-PE e Macurureacute-BA satildeo abastecidas por aacuteguas
subterracircneas As demais satildeo abastecidas atraveacutes de captaccedilotildees superficiais
situadas na calha do rio Satildeo Francisco O fornecimento de aacutegua da cidade de
Macurureacute eacute de responsabilidade da prefeitura sendo que os serviccedilos de
manutenccedilatildeo satildeo efetuados pela CERB (Companhia de Engenharia Rural da
Bahia) A CHESF responsabiliza-se por este serviccedilo no municiacutepio de Jatobaacute
Nas 27 demais sedes municipais o abastecimento de aacutegua fica sob
responsabilidade de concessionaacuterias como mostra a Tabela 33 Esta tabela
tambeacutem mostra outras informaccedilotildees (localizaccedilatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua o tipo e
a localizaccedilatildeo da ETA)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
86
Tabela 33 Informaccedilotildees gerais sobre o abastecimento de aacutegua nas sedes
municipais da aacuterea de Xingoacute Sede municipal
Concessionaacuteria responsaacutevel pelo abastecimento de aacutegua
Localizaccedilatildeo da captaccedilatildeo para abastecimento
Localizaccedilatildeo da ETA Tipo de ETA
Aacutegua Branca CASAL Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia (1)
Delmiro Gouveia Compacta
Delmiro Gouveia CASAL Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia (1)
Delmiro Gouveia Compacta
Povoado de Salgado em Delmiro Gouveia(1)
Delmiro Gouveia Compacta Olho drsquoAacutegua do Casado
CASAL
Olho drsquoAacutegua do Casado Olho drsquoAacutegua do Casado
Compacta
Patildeo de Accediluacutecar CASAL Patildeo de Accediluacutecar Patildeo de Accediluacutecar Convencional Pariconha CASAL Povoado de Salgado em
Delmiro Gouveia (1) Delmiro Gouveia Compacta
Piranhas CASAL Piranhas (2) ----- Natildeo possui Abareacute EMBASA Abareacute Abareacute Compacta
Chorrochoacute EMBASA Barra do Tarrachil em Chorrochoacute
Barra do Tarrachil em Chorrochoacute
Compacta
Curaccedilaacute SAAE Curaccedilaacute Curaccedilaacute Compacta Gloacuteria EMBASA Gloacuteria Gloacuteria Compacta
Paulo Afonso EMBASA Paulo Afonso (3) Paulo Afonso Convencional Rodelas SAAE Rodelas Rodelas Compacta
Beleacutem do Satildeo Francisco
COMPESA Beleacutem do Satildeo Francisco Beleacutem do Satildeo Francisco
Convencional
Cabroboacute (4) Cabroboacute Compacta Cabroboacute COMPESA
Cabroboacute (5) Cabroboacute Compacta Floresta COMPESA Floresta Floresta Compacta Itacuruba COMPESA Itacuruba Itacuruba Compacta
Jatobaacute COMPESA Jatobaacute Jatobaacute Compacta Orocoacute COMPESA Orocoacute Orocoacute Compacta
Petrolacircndia COMPESA Petrolacircndia Petrolacircndia Convencional Santa Maria da
Boa Vista COMPESA Santa Maria da Boa Vista Santa Maria da Boa
Vista Compacta
Terra Nova COMPESA Cabroboacute (5) Terra Nova Compacta Canindeacute do Satildeo
Francisco DESO Canindeacute do Satildeo
Francisco Canindeacute do Satildeo
Francisco Compacta
Gararu DESO Gararu Gararu Compacta Monte Alegre de
Sergipe DESO Ilha do Ouro em Porto da
Folha (6) Porto da Folha Compacta
Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)
Porto da Folha Compacta Nossa Senhora da Gloacuteria
DESO
Proacutexima do povoado de Satildeo Joseacute em Amparo do
Satildeo Francisco (7)
Proacutexima do povoado de Satildeo
Joseacute em Amparo do Satildeo Francisco
Compacta
Poccedilo Redondo DESO Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)
Porto da Folha Compacta
Porto da Folha DESO Ilha do Ouro em Porto da Folha (6)
Porto da Folha Compacta
(1) O sistema coletivo do Sertatildeo abastece as cidades de Aacutegua Branca Canapi Delmiro Gouveia Inhapi Mata Grande Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha aleacutem de vaacuterios povoados (2) A aacutegua para abastecimento da sede do municiacutepio de Piranhas recebe apenas hipoclorito de soacutedio ou Hypocal aplicados na EE Para abastecer os bairros Xingoacute e Nossa Senhora da Sauacutede faz-se a captaccedilatildeo a montante da UHE Xingoacute A aacutegua eacute aduzida por recalque ateacute uma ETA onde se efetua o tratamento (3) A cidade de Paulo Afonso possui duas captaccedilotildees para o seu abastecimento (4) captaccedilatildeo individual para atender apenas Cabroboacute (5) O sistema coletivo Salgueiro atende agraves cidades de Cabroboacute Parnamirim Salgueiro Serrita Terra Nova Umatildes e Verdejante (6) O sistema coletivo Alto Sertatildeo abastece as cidades de Porto da Folha Poccedilo Redondo Monte Alegre de Sergipe Satildeo Miguel do Aleixo Nossa Senhora Apararecida Nossa Senhora da Gloacuteria Frei Paulo Pedra Mole Pinhatildeo e Pedro Alexandre (BA) aleacutem de 56 povoados (7) O sistema coletivo Adutora Sertaneja abastece as cidades de Amparo do Satildeo Francisco Canhoba Nossa Senhora das Dores Nossa Senhora das Dores Itabi Graccho Cardoso Cumbe Feira Nova Nossa Senhora da Gloacuteria Carira Aquidabatilde aleacutem de povoados do municiacutepio de Gararu e mais 73 outros povoados
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
87
Algumas precariedades comuns foram identificadas nos sistemas de
abastecimento de aacutegua da aacuterea avaliada durante os levantamentos de campo
Estas envolviam principalmente
(i) Deficiecircncias na preservaccedilatildeo das instalaccedilotildees das unidades do sistema de
abastecimento - ausecircncia de tela protetora de reservatoacuterios maacute conservaccedilatildeo
unidades de tratamento em ETAs hidrocircmetros inutilizados entre outros
(ii) Desperdiacutecios de aacutegua e ausecircncias ou ineficiecircncias relacionadas agrave
fiscalizaccedilatildeo do conjunto do abastecimento de aacutegua - desperdiacutecios de aacutegua
accedilatildeo de vacircndalos em tubulaccedilotildees principalmente as de PVC hidrocircmetros sem
cobertura e com cobertura improvisada vazamentos na rede operadores sem
utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo facilidade de acesso de animais agraves
instalaccedilotildees inclusive animais peccedilonhentos intermitecircncias no fornecimento de
aacutegua entre outros Algumas deficiecircncias comuns satildeo vistas na Figura 31
Segundo Arauacutejo (2001) se as perdas de aacutegua vatildeo aleacutem de valores
aceitaacuteveis (20 em sistemas de pequeno porte e 30 em sistemas de grande
porte) podem ocorrer problemas de funcionamento e com isso exigir a
pesquisa de vazamentos invisiacuteveis ligaccedilotildees clandestinas e outras perdas De
acordo com os levantamentos efetuados no sistema de abastecimento de aacutegua
na aacuterea de Xingoacute esses sistemas operam com valores acima dos mencionados
por esse autor atingindo ateacute cerca de 76 de perda de aacutegua no sistema de
abastecimento de aacutegua de Petrolacircndia Soacute com o montante de aacutegua aduzida
ateacute a ETA da cidade de Patildeo de Accediluacutecar perde-se entre 30 e 40 de aacutegua
(lavagem de filtros lavagem de decantadores e extravasamento de
reservatoacuterios)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
88
(a) Adutora de aacutegua bruta de PVC avariada devido agrave praacutetica de furto (Itacuruba-PE)
(b) Vazamento em adutora de aacutegua bruta (Rodelas-BA)
(c) Estrutura deteriorada de um filtro de ETA (Gloacuteria-BA)
(d) Combogoacutes em via puacuteblica servindo de proteccedilatildeo para hidrocircmetro (Monte Alegre de Sergipe-SE)
(e) Ofiacutedio peccedilonhento em estaccedilatildeo elevatoacuteria (Macurureacute-BA)
(f) Tubulaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo do clorador desconectada (Petrolacircndia)
Figura 31 Algumas deficiecircncias comuns envolvendo o abastecimento de
aacutegua na aacuterea de Xingoacute
Os graacuteficos da Figura 32 plotados com os dados do IBGE (2001a) do
Censo 2000 fornecem uma panoracircmica sobre a forma do abastecimento de
aacutegua dos 29 municiacutepios da aacuterea pesquisada Os resultados indicam que a
forma predominante de abastecimento de aacutegua eacute aquela que ocorre atraveacutes da
rede geral com um total de 95256 domiciacutelios (6923 do total de domiciacutelios
que eacute de 137787 domiciacutelios)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
89
Embora esta estatiacutestica do IBGE tenha a sua relevacircncia ela natildeo
contempla questotildees tais como a quantidade per capita a qualidade da aacutegua
distribuiacuteda e as intermitecircncias no abastecimento
Figura 32 Domiciacutelios particulares na aacuterea de Xingoacute por forma de
abastecimento de aacutegua (Fonte IBGE 2001a)
3322 ndash Esgotamento sanitaacuterio
Nos municiacutepios da aacuterea alvo desta pesquisa as prefeituras atraveacutes
normalmente de suas Secretarias de Obras ou das Secretarias de Infra-
Estrutura responsabilizam-se pelas questotildees pertinentes ao esgotamento
sanitaacuterio municipal No entanto no municiacutepio de Piranhas o responsaacutevel eacute a
CASAL e em Curaccedilaacute eacute o SAAE (autarquia municipal)
As cidades de Patildeo de Accediluacutecar Piranhas Chorrochoacute e Monte Alegre de
Sergipe natildeo possuem rede coletora de esgoto Delmiro Gouveia Olho drsquoAacutegua
do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo Francisco Orocoacute
Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo Redondo possuem
menos de 50 das casas conectadas agrave rede puacuteblica de esgoto O efluente
sanitaacuterio das casas natildeo ligadas agrave rede de esgoto tem como destino o terreno
eou fossa Verificou-se que vaacuterias cidades utilizavam o rio Satildeo Francisco eou
os seus afluentes para diluir seus esgotos sem tratamento Na Figura 33 satildeo
vistos alguns desses pontos de lanccedilamento do esgoto bruto Algumas cidades
8154
34177
95256
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
Nuacutem
ero
de d
omic
iacutelios
par
ticul
ares
per
man
ente
s Rede geral
Poccedilo ou nascente (na propriedade) Outra
6923
593
2484
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
90
possuem lagoas de estabilizaccedilatildeo construiacutedas para processar a depuraccedilatildeo dos
efluentes liacutequidos gerados bairros Nossa Senhora da Sauacutede e Xingoacute no
municiacutepio de Piranhas Curaccedilaacute Rodelas Floresta Jatobaacute Itacuruba
Petrolacircndia e Canindeacute do Satildeo Francisco Entretanto constatou-se que algumas
estavam em pleno abandono eou funcionavam em condiccedilotildees inadequadas
como mostra a Figura 34 Em Paulo Afonso maior cidade da aacuterea apenas os
bairros Cleacuteriston Andrade e Jardim Aeroporto possuem coleta e tratamento de
esgoto (reator UASB)
(a) Rio Capivara (Porto da Folha) (b) Rio Jacareacute (Poccedilo Redondo)
(c) Rio do Accedilude (Delmiro Gouveia) (d) Rio Satildeo Francisco (Gararu)
Figura 33 Alguns locais de lanccedilamento de esgoto bruto de cidades da aacuterea
de Xingoacute no Satildeo Francisco e seus afluentes
Outras situaccedilotildees inadequadas e comuns relacionadas com o
esgotamento sanitaacuterio na aacuterea de estudo satildeo visualizadas na Figura 35
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
91
(a) Lagoa de estabilizaccedilatildeo abandonada (Itacuruba)
(b) Lagoa de estabilizaccedilatildeo abandonada (Canindeacute do Satildeo Francisco)
(c) Pescaria com tarrafa em lagoa de estabilizaccedilatildeo (Piranhas)
(d) Emissaacuterio de lagoa de lagoa de estabilizaccedilatildeo avariada (Rodelas)
Figura 34 Algumas lagoas de estabilizaccedilatildeo abandonadas ou com utilizaccedilatildeo
inadequada na aacuterea de Xingoacute
(a) Dano em rede coletora (Gloacuteria)
(b) Caixa de passagem com ferragem exposta (Terra Nova)
(c) Escoamento de esgoto (Pariconha)
(d) Lavagem de roupa proacutexima proacutexima de local de despejo de esgoto (Gararu)
Figura 35 Situaccedilotildees inadequadas evolvendo o esgotamento sanitaacuterio na
aacuterea de Xingoacute
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
92
Segundo os dados apresentados nos graacuteficos da Figura 36 uma
parcela expressiva das residecircncias dos municiacutepios da aacuterea de Xingoacute nos 4
estados natildeo dispotildee de instalaccedilotildees sanitaacuterias (natildeo possuem banheiro nem
sanitaacuterio) Outros meios rudimentares e arcaicos satildeo utilizados no esgotamento
dos municiacutepios desta regiatildeo tais como fossa rudimentar (2585 dos
domiciacutelios) e vala (165 dos domiciacutelios)
Figura 36 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao esgotamento sanitaacuterio na aacuterea de
Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)
De acordo com dados do IBGE (2001a) 46272 domiciacutelios na aacuterea de
Xingoacute estatildeo ligados agrave rede geral de esgoto ou pluvial Dentre os tipos de
esgotamento sanitaacuterio este eacute o que apresenta maior percentual (3363) na
aacuterea de Xingoacute Um percentual expressivo (3073) dos domiciacutelios natildeo dispotildee
de banheiro nem sanitaacuterio Meios rudimentares e arcaicos satildeo utilizados no
esgotamento desses municiacutepios tais como fossa rudimentar e vala Vale
salientar que esse indicador do tipo de esgotamento sanitaacuterio refere-se apenas
agrave sua disponibilidade natildeo incluindo as condiccedilotildees de funcionamento e
conservaccedilatildeo dos serviccedilos e instalaccedilotildees nem o destino final dos dejetos
3323 ndash Drenagem urbana
De acordo com os levantamentos na ampla maioria dos casos
verificou-se que natildeo havia um planejamento quanto agrave drenagem urbana nas
9122
35568
42284
13992276666
46272
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
50000
Nuacutem
ero
de d
omic
iacutelios
par
ticul
ares
per
man
ente
s Rede geral de esgoto ou pluvialFossa seacutepticaFossa rudimentarValaRio lago ou marOutro escoadouroNatildeo tinha banheiro nem sanitaacuterio
2585663165
049
102
3073
3363
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
93
cidades da aacuterea de Xingoacute Assim sendo via de regra o escoamento das aacuteguas
pluviais ocorre no calccedilamento das ruas a maioria desprovida de bocas de lobo
galerias de aacuteguas pluviais e bueiros entre outras obras drsquoarte Muitas vias
puacuteblicas natildeo satildeo calccediladas ou apresentam calccedilamento bastante precaacuterio Um
exemplo de exceccedilatildeo quanto a isso foi o bairro Xingoacute no municiacutepio de Piranhas-
AL Nesta localidade o sistema de drenagem compunha-se de bocas de lobo
sarjetas galerias de aacuteguas pluviais concentrados nos pontos de mais baixa
cota e todas as ruas satildeo calccediladas Na Figura 37 satildeo vistas algumas
deficiecircncias no que concerne a drenagem urbana na aacuterea em estudo
(a) Valetas ocasionadas por Erosatildeo (Aacutegua Branca)
(b) Canal com resiacuteduos soacutelidos (Delmiro Gouveia)
(c) Canal na iminecircncia de transbordar (Cabroboacute)
(d) Galeria de aacuteguas pluviais que recebe esgoto de ligaccedilotildees clandestinas (Canindeacute do Satildeo Francisco)
(e) Calccedilamento irregular (Monte Alegre de Sergipe)
(f) Boca de lobo obstruiacuteda (Nossa Senhora da Gloacuteria)
Figura 37 Problemas relacionados agrave drenagem urbana na aacuterea de Xingoacute
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
94
3324 ndash Limpeza puacuteblica
Em geral nos municiacutepios da aacuterea alvo desta pesquisa a prefeitura
atraveacutes normalmente da Secretaria de Obras ou da Secretaria de Infra-
Estrutura responsabiliza-se pelas questotildees pertinentes agrave limpeza urbana
municipal Os serviccedilos de coleta dos resiacuteduos soacutelidos restringem-se em
grande parte dos municiacutepios agrave zona urbana Os resiacuteduos soacutelidos urbanos na
maioria das cidades da aacuterea de Xingoacute satildeo lanccedilados em terrenos onde ficam
expostos numa situaccedilatildeo bastante precaacuteria
Algumas cidades no entanto como eacute o caso de Delmiro Gouveia (uma
parte) Patildeo de Accediluacutecar os resiacuteduos soacutelidos recolhidos satildeo enviados para uma
usina de reciclagem e compostagem embora operem com condiccedilotildees aqueacutem
do ideal devido a uma falta de uma melhor infra-estrutura e de recursos
humanos de melhor qualificaccedilatildeo teacutecnica Patildeo de Accediluacutecar dispotildee aleacutem de uma
usina de reciclagem um aterro controlado As cidades de Paulo Afonso que
conta com uma usina de reciclagem e Petrolacircndia com um aterro sanitaacuterio no
acircmbito das cidades da aacuterea de Xingoacute satildeo as que dispotildeem de melhores
condiccedilotildees de infra-estrutura no tocante ao tratamento e disposiccedilatildeo do lixo
urbano A Figura 38 retrata algumas das situaccedilotildees inadequadas e comuns
com relaccedilatildeo aos resiacuteduos soacutelidos na aacuterea de Xingoacute
A partir de dados sobre o destino dos resiacuteduos soacutelidos dos municiacutepios da
aacuterea de Xingoacute obtidos do IBGE (2001a) foram plotados os graacuteficos da Figura
39 A forma predominante de destino do lixo na aacuterea de Xingoacute eacute aquela em
que os resiacuteduos soacutelidos satildeo coletados por serviccedilo de limpeza com 630009
(4580 do total de domiciacutelios na aacuterea de Xingoacute) domiacutecilios enquadrando-se
nessa situaccedilatildeo
Esse indicador utilizado pelo IBGE no entanto refere-se apenas agrave
disposiccedilatildeo de serviccedilos regulares de coleta de lixo domiciliar Poreacutem natildeo inclui
as condiccedilotildees de funcionamento assiduidade volume transportado e forma de
tratamento dos resiacuteduos soacutelidos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
95
(a) Veiacuteculo de limpeza urbana inutilizado por falta de pneus (Curaccedilaacute)
(b) Suiacutenos em lixo colocado em via puacuteblica (Chorrochoacute)
(c) Entulhos em local improacuteprio (Beleacutem do Satildeo Francisco)
(d) Depoacutesito de lixo proacuteximo de curso drsquoaacutegua (Olho drsquoAacutegua do Casado)
(e) Catadores descalccedilos em lixatildeo (Monte Alegre de Sergipe)
(f) Lixo hospitalar exposto (Abareacute)
Figura 38 Situaccedilotildees inadequadas relacionados aos resiacuteduos soacutelidos na aacuterea
de Xingoacute
Figura 39 Situaccedilatildeo domiciliar quanto ao destino dos resiacuteduos soacutelidos na
aacuterea de Xingoacute (Fonte IBGE 2001a)
10528
20041
877 5404244
63009
38348
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
Nuacutem
ero
de d
omic
iacutelios
par
ticul
ares
per
man
ente
s
765
4580
308039
064
2787
1457
Coletado por serviccedilo de limpeza
Coletado por caccedilamba de serviccedilo de limpeza
Queimado (no proacuteprio terreno)
Enterrado (no proacuteprio terreno)
Jogado em terreno baldio ou logradouro
Jogado em rio lago ou mar
Outro destino
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
96
Segundo Perazzo et al (2002) um estudo realizado pelo GRS-UFPE
(Grupo de Resiacuteduos Soacutelidos da Universidade Federal de Pernambuco) sobre a
composiccedilatildeo gravimeacutetrica dos resiacuteduos soacutelidos de 3 cidades (Jatobaacute
Petrolacircndia e Tacaratu) da aacuterea de Xingoacute verificou-se que quanto agrave origem
dos resiacuteduos soacutelidos a de origem domiciliar predomina Aleacutem disso a
composiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos gerados era predominantemente composta
por mateacuteria orgacircnica com os seguintes valores 5420 em Jatobaacute 6140
em Petrolacircndia e 6140 em Tacaratu
Muniz et al (2001) informam que no Brasil do total de resiacuteduos soacutelidos
urbanos produzidos cerca de 65 satildeo constituiacutedos de mateacuteria orgacircnica
putresciacutevel Este material orgacircnico pode causar poluiccedilatildeo contaminando a
populaccedilatildeo mais carente que reside na periferia dos centros urbanos
3325 ndash Sauacutede puacuteblica
Para Longuinho (2002) o programa de municipalizaccedilatildeo da sauacutede no
Brasil representa um avanccedilo em termos das poliacuteticas puacuteblicas adotadas pois
considera o municiacutepio como ente fundamental no processo decisoacuterio de
aplicaccedilatildeo dos recursos A maior participaccedilatildeo do municiacutepio no planejamento e
execuccedilatildeo dos recursos da sauacutede puacuteblica pode conduzir a uma elevaccedilatildeo da
eficiecircncia das poliacuteticas puacuteblicas uma vez que com o deslocamento do
processo decisoacuterio para fim da cadeia (municiacutepio) a sociedade poderaacute dispor
com mais facilidade de instrumentos legais que a possibilitem influir na
formataccedilatildeo das poliacuteticas a serem adotadas reduzindo a sua possibilidade de
falha aleacutem do que eleva a capacidade de controle por parte da sociedade que
eacute a principal beneficiaacuteria das poliacuteticas puacuteblicas
Com relaccedilatildeo agrave municipalizaccedilatildeo da sauacutede nos municiacutepios da aacuterea de
Xingoacute via de regra esta aconteceu na deacutecada de 90
Atraveacutes de levantamentos realizados junto agrave Secretaria de Sauacutede de
cada um dos 29 municiacutepios foram constatados os seguintes principais
problemas na aacuterea de sauacutede nos 29 municiacutepios
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
97
(i) Baixa resolutividade (incapacidade de solucionar casos de sauacutede que
possuem uma certa complexidade levando ao deslocamento do paciente para
ser tratado em outras unidades ateacute mesmo localizadas em outro municiacutepio
com condiccedilotildees para tal atendimento) e infra-estrutura deficitaacuteria das unidades
de sauacutede
(ii) Carecircncia de profissionais na aacuterea de sauacutede
(iii) Nuacutemero elevado de mortes por causa desconhecida (com um aacutepice de
941 em Olho drsquoAacutegua do Casado)
(iv) Frequumlentes altas taxas de mortalidade infantil (acima do iacutendice aceitaacutevel
da ONU que eacute de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos) atingindo um
aacutepice no municiacutepio de Olho drsquoAacutegua do Casado (1716permil) As principais causas
satildeo a desnutriccedilatildeo e as deficiecircncias no saneamento baacutesico
(v) Nuacutemero elevado de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo
cerca de 1200 casos de diarreacuteia notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE
em 2001
De acordo com as informaccedilotildees obtidas junto agrave Secretaria de Sauacutede dos
municiacutepios pesquisados os agravos agrave sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo relacionados
principalmente agrave baixa renda familiar agraves carecircncias nutricionais agrave sauacutede
puacuteblica e ao saneamento deficitaacuterios
3326 ndash Fontes de degradaccedilatildeo do meio ambiente
De acordo com os estudos efetuados na aacuterea de abrangecircncia do
Instituto Xingoacute as principais fontes geradoras de poluentes satildeo
(i) Os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos sem tratamento ou com tratamento deficiente
tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo do meio ambiente sobretudo a fauna a
flora o solo e os recursos hiacutedricos subterracircneos e superficiais (rio Satildeo
Francisco e afluentes)
(ii) Despejo do efluente industrial de uma induacutestria tecircxtil na cidade de Delmiro
Gouveia parcialmente tratado em um rio afluente do Satildeo Francisco gerando
transtornos principalmente agrave populaccedilatildeo ribeirinha ocorrendo inclusive a
mortandade de peixes
(iii) Liberaccedilatildeo de gases de faacutebricas especialmente em Paulo Afonso cidade
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
98
mais avanccedilada da aacuterea de Xingoacute do ponto de vista industrial
(iv) Estabelecimentos comerciais tais como postos de gasolina lava-jatos
matadouros puacuteblicos padarias bares e restaurantes entre outros
(v) Rejeitos gerados por dessalinizadores que satildeo descartados
indiscriminadamente no meio ambiente favorecendo o processo de
dessalinizaccedilatildeo do solo e dos corpos hiacutedricos
(vi) Praacuteticas inadequadas de irrigaccedilatildeo propiciando a salinizaccedilatildeo do solo e de
corpos hiacutedricos
(vii) Utilizaccedilatildeo indiscriminada de agrotoacutexicos principalmente no periacutemetro
irrigado Califoacuternia em Canindeacute do Satildeo Francisco sem conhecimento adequado
sobre dosagem preparaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo aleacutem de se verificar a ausecircncia de
equipamento de proteccedilatildeo quando na aplicaccedilatildeo O destino de parte desses
agrotoacutexicos eacute devido agrave lavagem de plantas e do solo pelas aacuteguas de
precipitaccedilatildeo ou de irrigaccedilatildeo os cursos daacutegua e drenos naturais que compotildeem
principalmente a sub-bacia do riacho da Onccedila afluente do rio Satildeo Francisco
(viii) Poluiccedilatildeo agropastoril oriunda da presenccedila de animais nos rios e riachos
(ix) Animais mortos em cursos de aacutegua ou proacuteximos destes e cemiteacuterios em
locais inadequados que como se sabe geram o necrochorume que contecircm
elevado teor de metais pesados patoacutegenos entre outras substacircncias
prejudiciais ao meio ambiente
Atraveacutes do cruzamento de seacuteries temporais de imagens de sateacutelite do
periacuteodo compreendido entre 1989 a 2003 e dados demograacuteficos (Censo do
IBGE 2000) Freire (2004) estabeleceu uma metodologia para detecccedilatildeo de
aacutereas de risco e passiacuteveis de desertificaccedilatildeo em seis municiacutepios (Olho drsquoAacutegua
do Casado-AL Patildeo de Accediluacutecar-AL Piranhas-AL Canindeacute do Satildeo Francisco-SE
Poccedilo Redondo-SE e Porto da Folha-SE) circunvizinhos agrave UHE Xingoacute
Pesquisas de campo validaram os resultados obtidos em laboratoacuterio apoiados
em extensa literatura sobre os indicadores de desertificaccedilatildeo Nesse estudo o
autor constatou uma significativa devastaccedilatildeo da caatinga aumento de solo
exposto e diminuiccedilatildeo de aacutereas agropastoris na aacuterea de estudo Dos 4405 km2
da aacuterea de estudo cerca de 985 km2 (2237) apresentaram problemas
ambientais significativos quanto ao risco de desertificaccedilatildeo Estes resultados
tambeacutem satildeo apresentados por Freire e Pacheco (2005)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
99
Algumas das formas de degradaccedilatildeo do meio ambiente na aacuterea
pesquisada satildeo vistas na Figura 310
(a) Despejo em rio oriundo de matadouro (Canindeacute do Satildeo Francisco-SE)
(b) Culturas no Periacutemetro Califoacuternia com uso de agrotoacutexico (Canindeacute do Satildeo Francisco-SE)
(c) Emanaccedilatildeo de gases de faacutebrica de ceracircmicas (Paulo Afonso-BA)
(d) Efluente de induacutestria tecircxtil lanccedilado em rio (Delmiro Gouveia-AL)
(e) Popular ateando fogo (Paulo Afonso- BA)
(f) Bar na margem do rio Satildeo Francisco (Gloacuteria-BA)
(g) Poluiccedilatildeo agropastoril no rio Jacareacute (Poccedilo Redondo-SE)
(h) Cemiteacuterio localizado acima da cidade (Piranhas-AL)
Figura 310 Algumas formas que contribuem para a degradaccedilatildeo do meio
ambiente na aacuterea de Xingoacute
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
100
34 ndash CONCLUSOtildeES
De acordo com estatiacutesticas do PNUD (Programa das Naccedilotildees Unidas
para o Desenvolvimento) os indicadores ICV e IDH dos municiacutepios da aacuterea de
Xingoacute vecircm ascendendo no transcorrer dos anos o que de certa forma ofusca a
realidade das precaacuterias condiccedilotildees de vida na aacuterea de Xingoacute Mesmo com essa
ascenccedilatildeo os municiacutepios da aacuterea situam-se numa posiccedilatildeo modesta no cenaacuterio
nacional Vale observar que as estatiacutesticas utilizadas possuem limitaccedilotildees
como quaisquer outras que se proponham a medir condiccedilotildees de vida e
desenvolvimento humano Em primeiro lugar porque utilizam eventos
quantitativos para medir dimensotildees qualitativas e da vida segundo porque tais
indicadores satildeo obtidos atraveacutes de dados com datas especiacuteficas gerando uma
visatildeo estaacutetica da realidade um corte no tempo
Visitas in loco agraves localidades de interesse da pesquisa e de consultas a
oacutergatildeos oficiais possibilitaram uma obtenccedilatildeo do perfil sanitaacuterio inclusive
detectar deficiecircncias no tocante ao abastecimento de aacutegua esgotamento
sanitaacuterio limpeza puacuteblica drenagem urbana e serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso
essa investigaccedilatildeo permitiu a identificaccedilatildeo das principais fontes geradoras de
poluiccedilatildeo
No setor de abastecimento de aacutegua da aacuterea pesquisada constatou-se
com frequumlecircncia deficiecircncias que envolviam a maacute preservaccedilatildeo de unidades do
sistema de abastecimento desperdiacutecios de aacutegua e fiscalizaccedilatildeo ausente Os
sistemas de abastecimento de aacutegua existentes na aacuterea de Xingoacute operam
comumente com perdas drsquoaacutegua superior a valores considerados aceitaacuteveis por
Arauacutejo (2001) (20 em sistemas de pequeno porte e 30 em sistemas de
grande porte)
No tocante ao esgotamento sanitaacuterio algumas cidades natildeo satildeo servidas
por rede coletora (Patildeo de Accediluacutecar Piranhas Chorrochoacute e Monte Alegre de
Sergipe) e algumas apresentam uma cobertura inferior a 50 (Delmiro
Gouveia Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo
Francisco Orocoacute Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
101
Redondo) Algumas cidades possuem unidades destinadas ao tratamento
sendo que em algumas delas estas unidades encontram-se abandonadas ou
funcionando precariamente Essa situaccedilatildeo encontrada tem acarretado o
lanccedilamento desses resiacuteduos liacutequidos no solo e nos corpos hiacutedricos da bacia do
rio Satildeo Francisco
Na quase totalidade das cidades o escoamento das aacuteguas pluviais
ocorre com a ausecircncia de planejamento Situaccedilotildees inadequadas tais como a
presenccedila de resiacuteduos soacutelidos e escoamento de aacuteguas residuaacuterias em unidades
integrantes do sistema de drenagem das cidades entre outros problemas
puderam ser constatados durante as visitas de campo
Via de regra os resiacuteduos soacutelidos vecircm sendo dispostos em depoacutesitos a
ceacuteu aberto Algumas cidades como Delmiro Gouveia e Patildeo de Accediluacutecar dispotildeem
de usina de reciclagem e compostagem que no entanto requerem melhorias
Petrolacircndia com um aterro sanitaacuterio e Paulo Afonso com sua usina de
reciclagem satildeo as cidades que possuem uma melhor infra-estrutura no tocante
ao tratamento e disposiccedilatildeo do lixo
A fragilidade do niacutevel de sauacutede na aacuterea de Xingoacute eacute evidenciada pela
baixa resolutividade infra-estrutura deficitaacuteria das unidades de sauacutede a
insuficiecircncia de profissionais na aacuterea de sauacutede o nuacutemero elevado de mortes
por causa desconhecida (atingiu um aacutepice em Olho drsquoAacutegua do Casado com
941) as altas taxas de mortalidade infantil (geralmente ultrapassam o iacutendice
aceitaacutevel da ONU que eacute de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos com
um valor maacuteximo em Olho drsquoAacutegua do Casado com 1716permil) aleacutem do nuacutemero
elevado de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo cerca de 1200
casos de diarreacuteia notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE em 2001
35 ndash RECOMENDACcedilOtildeES
Sugere-se criar instrumentos de incentivos fiscais para as empresas e
oacutergatildeos puacuteblicos natildeo poluiacuterem o meio ambiente
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
102
Sugere-se investir em estudos de verificaccedilatildeo da viabilidade do
estabelecimento de consoacutercios intermunicipais Esses consoacutercios consistem
em um acordo firmado entre municiacutepios visando agrave realizaccedilatildeo de interesses e
objetivos comuns nas diversas aacutereas do saneamento Isso dar-se-ia mediante
a utilizaccedilatildeo de recursos humanos e materiais de cada integrante do consoacutercio
para atender agraves necessidades que isoladamente natildeo conseguiriam
Intensificar a eficaacutecia da integraccedilatildeo das accedilotildees de saneamento com
outras poliacuteticas puacuteblicas A implementaccedilatildeo dessa integraccedilatildeo requer uma
articulaccedilatildeo no niacutevel de cada poliacutetica setorial e dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela
coordenaccedilatildeo global das poliacuteticas como os de planejamento no niacutevel dos
conselhos onde pode verificar-se a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo
Promover o fortalecimento da educaccedilatildeo ambiental e mobilizaccedilatildeo social
atraveacutes de diversas accedilotildees
(i) Capacitaccedilatildeo de educadores da rede ensino para a identificaccedilatildeo de temas
ambientais nos conteuacutedos curriculares
(ii) Elaboraccedilatildeo de material educativo e de comunicaccedilatildeo para subsidiar accedilotildees
de educaccedilatildeo ambiental
(iii) Difundir as informaccedilotildees contidas no material educativo por intermeacutedio de
diversos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo
36 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ARAUacuteJO FAS Avaliaccedilatildeo de perdas em setor de abastecimento de aacutegua no
distrito de Cruz de Rebouccedilas 135 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade
Federal de PernambucoCTG Recife-PE 2001
CHESF SUDENE CNPQ UFPE FADE IPEA I Plano diretor de Xingoacute 2000-
2004 Recife 1999 519 p 1 CD-ROM
FREIRE NCF Desertificaccedilatildeo na Regiatildeo de Xingoacute mapeamento e anaacutelise
espectro-temporal 168 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Geodeacutesicas e
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
103
Tecnologia da Geoinformaccedilatildeo) Universidade Federal de PernambucoCTG
Recife-PE 2004
FREIRE NCF PACHECO AP Aspectos da detecccedilatildeo de aacutereas de risco agrave
desertificaccedilatildeo na regiatildeo de Xingoacute In XII SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE
SENSORIAMENTO REMOTO 2005 Goiacircnia Anais Goiacircnia INPE 2005 p
525-532
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo Demograacutefico 2000
- Caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios Rio de Janeiro-RJ IBGE
2001a v 1
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Sinopse preliminar do
censo demograacutefico 2000 Rio de Janeiro-RJ IBGE 2001b v 7
LAHOacuteZ FCC Uma experiecircncia em mobilizaccedilatildeo para a gestatildeo
descentralizada e participativa dos recursos hiacutedricos In IX SILUBESA -
SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto
Seguro Anais Porto Seguro ABES 2000 1 CD-ROM
LONGUINHOS MAA Anaacutelise do programa de municipalizaccedilatildeo da sauacutede o
caso do municiacutepio de Vitoacuteria da Conquista-BA 80 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina
Florianoacutepolis-SC 2002
MUNIZ ACS BRITO ALF LEITE UD PRASAD S Eficiecircncia de
transformaccedilatildeo de carbono total e nutrientes no processo de compostagem de
resiacuteduos soacutelidos orgacircnicos In 21o Congresso Brasileiro de Engenharia
Sanitaacuteria e Ambiental Joatildeo Pessoa Anais Joatildeo Pessoa ABES 2001 1 CD-
Rom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
104
PERAZZO GM KATO MT FLORENCIO L Avaliaccedilatildeo do saneamento
ambiental em 29 municiacutepios na regiatildeo do semi-aacuterido Nordeste do Brasil In
XXVIII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIacuteA SANITAacuteRIA Y
AMBIENTAL CancuacutenndashMeacutexico Anais Cancuacuten-Meacutexico ABES 2002 1 CD-
ROM
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
105
CAPIacuteTULO 4
LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE POCcedilOS DOTADOS DE
DESSALINIZADOR NA AacuteREA DE XINGOacute
RESUMO A aacuterea de Xingoacute abrange uma aacuterea de 45492 km2 com 34
municiacutepios totalmente inseridos no ldquoPoliacutegono das Secasrdquo Dessalinizadores tecircm
sido instalados nessa regiatildeo a fim de incrementar a oferta hiacutedrica Foi
realizado um levamento com relaccedilatildeo aos dessalinizadores existentes nesta
aacuterea Constatou-se que a maioria desses equipamentos natildeo estava produzindo
aacutegua dessalinizada devido principalmente agrave falta de importacircncia dada agrave
questatildeo da sua correta manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo A qualidade de aacutegua de 4
poccedilos com dessalinizador (Areias Poccedilo Redondo-SE Aroeira e Minuim Santa
Briacutegida-BA e Icozeira Abareacute-BA) foi monitorada Com relaccedilatildeo ao permeado
produzido alguns paracircmetros de qualidade de aacutegua (cor aparente turbidez e
dureza total) sempre atenderam aos padrotildees de potabilidade No entanto
outros paracircmetros tais como pH do permeado produzido nos dessalinizadores
instalados em Aroeira e Icozeira e o STD e a concentraccedilatildeo de cloreto do
permeado produzido pelo dessalinizador instalado em Areias nem sempre
atenderam aos padrotildees de potabilidade Natildeo foi detectada a presenccedila de
coliformes termotolerantes na maioria das amostras do permeado poreacutem
conveacutem efetuar a desinfecccedilatildeo antes de ser consumido Foram coletadas
amostras de solo no local de disposiccedilatildeo dos rejeitos provenientes dos
dessalinizadores monitorados Constatou-se que o despejo indiscriminado eacute
prejudicial ao solo
Palavras-chave dessalinizadores qualidade de aacutegua rejeito aacuterea de Xingoacute
ABSTRACT The Xingoacute area comprises 45492 km2 with 34 municipalities It is
entirely located in the so-called ldquoDrought Polygonrdquo Water desalinators have
been installed for increasing the water offer in this area A survey about the
situation of these units of desalination was accomplished It was found that
most of them were not producing desalting water due to the lack of suitable
technical operations and maintenance The water quality of 4 wells with
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
106
desalinator (Areias Poccedilo Redondo-SE Aroeira e Minuim Santa Briacutegida-BA e
Icozeira Abareacute-BA) was monitored With regard to the permeate produced
some water quality parameters (apparent colour turbidity and total hardness)
always met the water quality standards However some parameters not always
met such as pH of the permeate produced by desalinators installed in Aroeira
and Icozeira and TDS and chloride concentration of the permeate produced by
desalinator installed in Areias In most of the analysis the presence of
thermotolerant coliforms were not detected however the permeate must be
disinfected before consumption Soil samples were collected in the disposal site
of water desalinators wastes It was found that the indiscriminate discharge is
harmful to soil
Key words water desalinators water quality desalinators wastes Xingoacute area
41 ndash INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil a maior parte do semi-aacuterido nordestino cerca de 600000 km2
eacute constituiacuteda por terrenos cristalinos A associaccedilatildeo nesta regiatildeo de baixas
precipitaccedilotildees distribuiccedilatildeo irregular das chuvas delgado manto intempeacuterico
quando natildeo ausente e cobertura vegetal esparsa especialmente no bioma
caatinga favorece o escoamento superficial em detrimento da infiltraccedilatildeo
Assim no cristalino do semi-aacuterido brasileiro os poccedilos para abastecimento de
aacutegua muito comumente apresentam vazotildees entre 1 e 3 m3h e elevado
conteuacutedo salino comumente acima dos padrotildees de potabilidade Apesar
disso em muitas pequenas comunidades esses poccedilos constituem a uacutenica
fonte de abastecimento disponiacutevel Em geral a qualidade quiacutemica da aacutegua nos
terrenos cristalinos eacute boa Os problemas quando existentes relacionam-se agrave
elevada salinidade que eacute tiacutepica dos aquumliacuteferos do cristalino do semi-aacuterido
nordestino e agrave elevada dureza da aacutegua e salinidade observadas em algumas
aacutereas de ocorrecircncia das rochas calcaacuterias (ANA 2005) Diante dessa realidade
foi dada grande atenccedilatildeo aos programas de dessalinizaccedilatildeo o que permitiu a
exploraccedilatildeo de aacuteguas subterracircneas por meio da instalaccedilatildeo de dessalinizadores
no semi-aacuterido brasileiro com a finalidade de converter aacutegua salgada ou salobra
em aacutegua potaacutevel (MATOS et al 2006)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
107
Na aacuterea de Xingoacute foram instalados vaacuterios dessalinizadores Neste
trabalho satildeo apresentados os resultados de anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas e
bacterioloacutegicas da aacutegua de coletas realizadas em 4 poccedilos com dessalinizador
Estes resultados satildeo confrontados com os padrotildees de potabilidade As aacuteguas
analisadas foram a aacutegua de alimentaccedilatildeo (bruta) o permeado e o rejeito
Tambeacutem satildeo apresentados os resultados de amostras de solo no local de
lanccedilamento do rejeito e a jusante deste Estas unidades dessalinizadoras
situam-se em Areias (Poccedilo Redondo-SE) Aroeira (Santa Briacutegida-BA) Minuim
(Santa Briacutegida-BA) e Icozeira (Abareacute-BA)
42 ndash METODOLOGIA
Foram efetuados levantamentos sobre poccedilos que possuiacuteam
dessalinizador existentes nos municiacutepios onde o instituto Xingoacute exerce suas
atividades O objetivo dessas investigaccedilotildees foi escolher algumas unidades que
estivesem produzindo aacutegua dessalinizada e determinar paracircmetros de
qualidade de aacutegua aleacutem de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do solo no local de
despejo do rejeito e a jusante deste Na escolha das unidades cujos resultados
satildeo aqui apresentados foram levados em consideraccedilatildeo questotildees relacionadas
com a distacircncia acessibilidade e adequaccedilatildeo ao roteiro e agraves atividades do
projeto No municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE aleacutem de levantamentos dos poccedilos
com dessalinizaccedilatildeo foram levantados os poccedilos de aacutegua sem dessalinizador
existentes Os levantamentos incluiacuteram consultas agraves prefeituras e visitas de
campo No levantamento dos poccedilos de aacutegua em Poccedilo Redondo tambeacutem foi
consultado Bomfim et al (2002)
Os paracircmetros condutividade eleacutetrica temperatura STD (soacutelidos totais
dissolvidos) pH cor aparente e turbidez da aacutegua (aacutegua bruta permeado e
rejeito) dos 4 poccedilos monitorados foram determinados com equipamentos
portaacuteteis Foram utilizados recipientes de plaacutestico com 1000 mL para as
coletas destinadas agrave determinaccedilatildeo dos paracircmetros alcalinidade cloreto e
dureza no laboratoacuterio No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes
recipientes com detergente neutro e aacutegua destilada Apoacutes isso no local de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
108
coleta os recipientes eram lavados 3 vezes com a proacutepria aacutegua a ser coletada
antes de sua coleta definitiva
Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios
bacterioloacutegicos
(i) Foram utilizados recipientes autoclavados de boca larga com capacidade de
250 mL natildeo toacutexicos e esteacutereis
(ii) O recipiente era destampado no momento da coleta removendo a tampa e
o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente tendo o cuidado de natildeo
deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer superfiacutecie aleacutem de natildeo
tocar no bocal
Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos
eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a
funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto
ateacute o laboratoacuterio
Na Tabela 41 consta a localizaccedilatildeo o periacuteodo de monitoramento da
qualidade da aacutegua (aacutegua bruta permeado e rejeito) dos 4 poccedilos com
dessalinizador estudados Os paracircmetros que foram determinados o local de
sua determinaccedilatildeo e meacutetodo empregado satildeo apresentados na Tabela 42
Todas as anaacutelises foram realizadas em conformidade com o que preconiza o
APHA et al (1998) O paracircmetro cor aparente foi determinado apenas em
marccedilo e abril de 2006 nas amostras coletadas no poccedilo com dessalinizador de
Areias e de marccedilo a junho de 2006 nos poccedilos com dessalinizador de Aroeira
Minuim e Icozeira
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
109
Tabela 41 Localizaccedilatildeo e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua
dos 4 poccedilos com dessalinizador investigados Localidade do poccedilo
com dessalinizador
monitorado
Municiacutepio Estado Periacuteodo de monitoramento
Areias Poccedilo Redondo Sergipe bull Julho a setembro de 2005
(semanalmente)
bull Outubro e novembro de 2005
(mensalmente)
bull Janeiro a abril de 2006
(mensalmente)
Aroeira Santa Briacutegida Bahia bull Janeiro a junho de 2006 (quinzenalmente)
Minuim Santa Briacutegida Bahia bull Janeiro a junho de 2006 (quinzenalmente)
Icozeira Abareacute Bahia bull Fevereiro a junho de 2006 (quinzenalmente)
Tabela 42 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 4
poccedilos com dessalinizador monitorados com o local de sua
determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado
Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico
Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico Coliformes (totais e
termotolerantes) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos
Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro Cor aparente Campo Coloriacutemetro
Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico pH Campo Potenciomeacutetrico
Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro Temperatura Campo Leitura direta
Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico
O rendimento de cada um dos 4 dessalinizadores monitorados foi
determinado atraveacutes da determinaccedilatildeo da vazatildeo do permeado produzido e do
rejeito gerado no processo de dessalinizaccedilatildeo Para isso utilizou-se um balde
graduado ateacute 11 L e um cronocircmetro onde foram efetuadas 30 leituras pois os
rotacircmetros (indicadores de vazatildeo dos equipamentos dessalinizadores)
apresentavam-se defeituosos eou o visor da leitura devido agraves condiccedilotildees natildeo
permitia a visualizaccedilatildeo Esse procedimento foi realizado todas as vezes em
que se determinava os paracircmetros de qualidade de aacutegua destas unidades
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
110
A fim de avaliar-se os impactos decorrentes do despejo do rejeito dos
dessalinizadores foram coletadas amostras de solo com o emprego de trado
no local do despejo do rejeito dos dessalinizadores localizados em Areias
Aroeira Minuim e Icozeira Tambeacutem foram coletadas amostras de solo
supostamente sem contato direto com o rejeito a 50 e 100 m a jusante do
despejo do dessalinizador de Areias e apenas a 50 m a jusante do despejo dos
dessalinizadores de Aroeira Minuim e Icozeira As amostras de solo foram
coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm em Areias e de 0-40 cm
em Aroeira Minuim e Icozeira
Os paracircmetros determinados nas amostras coletadas de solo com os
respectivos locais de determinaccedilatildeo e meacutetodos utilizados constam na Tabela
43 As anaacutelises de solo foram realizadas usando-se a metodologia constante
no Manual de Meacutetodos de Anaacutelise de Solo (EMBRAPA 1997)
Tabela 43 Paracircmetros determinados no extrato de saturaccedilatildeo do solo
coletado no local de disposiccedilatildeo do rejeito e a jusante deste com o
local onde foi realizada a sua determinaccedilatildeo e o meacutetodo utilizado
Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo Condutividade eleacutetrica Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Condutiviacutemetro pH Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute pHmetro Soacutedio Laboratoacuterio de Fertilidade do
Solo (Depto de Agronomia da UFRPE)
Fotometria de chama
Caacutelcio Laboratoacuterio de Fertilidade do Solo (Depto de Agronomia da
UFRPE)
Espectrofotometria de absorccedilatildeo
atocircmica Magneacutesio Laboratoacuterio de Fertilidade do
Solo (Depto de Agronomia da UFRPE)
Espectrofotometria de absorccedilatildeo
atocircmica
Na avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas para a irrigaccedilatildeo a classificaccedilatildeo
mais utilizada eacute aquela proposta pelo US Salinity Laboratory que relaciona a
concentraccedilatildeo de sais soluacuteveis como indicadora do perigo de salinizaccedilatildeo do
solo e a Relaccedilatildeo de Absorccedilatildeo de Soacutedio (RAS) como indicadora do perigo de
sodificaccedilatildeo Esta relaccedilatildeo eacute dada pela seguinte foacutermula (CRUCIANI 1980)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
111
2
++++
+
+=
MgCaNaRAS (Eq41)
Obs teores de Na+ Ca++ e Mg++ em miliequivalentelitro
Existe uma relaccedilatildeo linear entre PST (percentagem de soacutedio trocaacutevel) e o
RAS A equaccedilatildeo que relaciona estes paracircmetros eacute (CRUCIANI 1980)
)01475001260(1)01475001260(100
RASxRASxPST
+minus++minus
= (Eq42)
Nesta pesquisa foram utilizadas as equaccedilotildees 1 e 2 indicadas por
Cruciani (1980) Com os seus resultados efetuou-se a classificaccedilatildeo do solo
segundo o US Salinity Laboratory tambeacutem apresentada em Cruciani (1980)
de acordo com a Tabela 44
Tabela 44 Classificaccedilatildeo do solo segundo o US Salinity Laboratory
Solo Condutividade
eleacutetrica do extrato
(dSm)
PST
()
pH
Normal lt 4 lt 15 lt 85
Salino gt 4 lt 15 lt 85
Soacutedico lt 4 gt 15 gt 85
Salino-soacutedico gt 4 gt 15 lt 85
Fonte Cruciani 1980
43 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Bomfim et al (2002) constataram a presenccedila de 32 pontos daacutegua em
Poccedilo Redondo-SE sendo que todos eram do tipo poccedilo tubular e localizados
sobre o aquumliacutefero do tipo fissural Alguns de propriedade puacuteblica e outros de
propriedade particular Desses 32 pontos 5 poccedilos possuiacuteam dessalinizador
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
112
No entanto em levantamentos realizados nesta pesquisa foram constatados
29 pontos de aacutegua sendo 5 poccedilos com dessalinizador e 24 sem
Nas visitas de campo verificou-se que das 24 unidades encontradas que
natildeo possuiacuteam dessalinizador apenas uma (Fazenda Jurema) estava
produzindo aacutegua Foram determinados em campo alguns paracircmetros de
qualidade de aacutegua deste poccedilo durante a visita Obteve-se os seguintes
resultados da aacutegua do poccedilo da Fazenda Jurema condutividade eleacutetrica = 3200
microScm STD = 4869 mgL pH = 88 e temperatura = 310 oC
Portanto nota-se que a aacutegua do poccedilo da Fazenda Jurema era improacutepria
para consumo humano devido ao valor de STD ser superior ao valor maacuteximo
permido para consumo humano recomendado pela Portaria 518 do MS Com
isso os moradores pouco utilizavam desta aacutegua preferindo a aacutegua de um
barreiro proacuteximo
Verificou-se que os demais poccedilos sem dessalinizador natildeo estavam
produzindo aacutegua e apresentavam uma das seguintes situaccedilotildees (i) em alguns o
poccedilo havia sido perfurado poreacutem natildeo tinham sido equipados com sistema e
bombeamento e distribuiccedilatildeo estando abandonado (ii) alguns estavam
paralisados sem funcionamento devido a problemas relativos agrave manutenccedilatildeo ou
quebra de equipamentos e (iii) outros encontravam-se abandonados devido agrave
salinidade excessiva eou terem sido submetidos agrave superexplotaccedilatildeo (retirada
de um volume de aacutegua superior agrave capacidade do aquumliacutefero) Tambeacutem constatou-
se que alguns elementos da infra-estrutura de alguns poccedilos tais como
catavento bomba estavam danificados Exemplos dessas situaccedilotildees
encontradas satildeo ilustradas na Figura 41
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
113
(a) Poccedilo perfurado e abandonado (localidade Titoacuteia)
(b) Bomba do poccedilo danificada (localidade Fazenda Satildeo Paulo)
(c) Poccedilo seco (localidade Barra da Onccedila)
(d) Palhetas do catavento danificadas e abandonadas (localidade de Monte Alegre Velho)
Figura 41 Situaccedilatildeo encontrada durante visitas a poccedilos sem dessalinizador
em Poccedilo Redondo
Com relaccedilatildeo aos 5 poccedilos com dessalinizador situados em Poccedilo
Redondo apenas 1 estava operando Este poccedilo foi escolhido para
monitoramento de sua qualidade de aacutegua como seraacute visto adiante
As unidades de dessalinizaccedilatildeo existentes nos municiacutepios integrantes da
aacuterea de Xingoacute utilizam a tecnologia da osmose reversa Na Tabela 45 eacute
apresentada a situaccedilatildeo dessas unidades com relaccedilatildeo a se estavam ou natildeo
produzindo aacutegua dessalinizada Do total de 56 instalaccedilotildees de dessalinizaccedilatildeo
apenas 11 (1964) estavam em atividade e 45 (8036) natildeo estavam
produzindo aacutegua dessalinizada Via de regra a principal causa disso eacute a
ausecircncia de cuidados relacionados agrave manutenccedilatildeo do equipamento O pessoal
teacutecnico capacitado para as tarefas de manutenccedilatildeo e reparos destes
equipamentos tecircm que se deslocar das capitais para o atendimento aleacutem do
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
114
que os materiais de manutenccedilatildeo e reposiccedilatildeo algumas vezes apresentam um
orccedilamento aqueacutem dos recursos financeiros disponiacuteveis das prefeituras
Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea
de Xingoacute
Produzindo aacutegua dessalinizada
Estado Municiacutepio Localidade com dessalinizador
Sim Natildeo Aacutegua Branca Natildeo haacute
Belo Monte Olho dacuteAacutegua Novo x
Delmiro Gouveia Caraiacuteba do Limo x
Siacutetios Barracas x
Rede de Luz x
Lagoa da Cruz x
Olho drsquoAacutegua do Casado
Poccedilos x
Ass Selma Bandeira x
Bom Nome x
Chico do Bode x
Japatildeo x
Patildeo de Accediluacutecar
Xexeacuteu x
Coleacutegio (na sede) x
Verdatildeo x Pariconha
Campinhos x
Juazeiro x Piranhas Olho drsquoAguinha x
Caboclo (2 poccedilos) x
Cacimba do Barro x
Umbuzeiro Doce x
Alagoas
Satildeo Joseacute da Tapera
Cachoeirinha x
Abareacute Icozeira x
Chorrochoacute Caraiacutebas x
Barro Novo x
Mundo Novo x
Pata Mute x
Curaccedilaacute
Poccedilo de Fora x
Gloacuteria Natildeo haacute
Macurureacute Formosa x
Paulo Afonso Natildeo haacute
Rodelas Natildeo haacute
Arauacutejo x
Aroeira x
Bugi x
Minuim x
Bahia
Santa Briacutegida
Trapiaacute x
Poccedilos com dessalinizador que foram monitorados
(continua)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
115
Tabela 45 Situaccedilatildeo dos poccedilos com dessalinizador nos municiacutepios da aacuterea
de Xingoacute (cont)
Produzindo aacutegua dessalinizada
Estado Municiacutepio Localidade com dessalinizador
Sim Natildeo Beleacutem do Satildeo Francisco Riacho Pequeno x
Cabroboacute Natildeo haacute Floresta Ass Papagaio x
Poccedilo Boi x Jeritacoacute x Angico x
Ibimirim
Barro Branco x Itacuruba Natildeo haacute
Jatobaacute Natildeo haacute
Orocoacute Natildeo haacute
Parnamirim Fazenda Pau de Colher (Siacutetio Chapada do Arapoaacute)
x
Petrolacircndia Natildeo haacute
Baixa do Curral x Santa Maria da Boa Vista Curimamatilde x
Tacaratu Siacutetio Olho drsquoAacutegua do Juliatildeo x
Pernambuco
Terra Nova Natildeo haacute Canindeacute do S Francisco Natildeo haacute
Gararu-SE Tanque da Pedra (Fazenda S Joaquim)
x
Monte Alegre de Sergipe Natildeo haacute Aningas x Retiro II x
Nossa Senhora da Gloacuteria
Santa Helena x Areias 1 x Areias 2 x
Fazenda Santa Maria x Flor da Serra x
Poccedilo Redondo
Morro Vermelho x Bela Aurora x
Belos Ares (Craibeiras) x Esperanccedila x
Junco x
Sergipe
Porto da Folha-
Pedro Leatildeo x Poccedilos com dessalinizador que foram monitorados
A Tabela 46 fornece uma noccedilatildeo de gastos com peccedilas serviccedilos e
deslocamentos relativos agrave manutenccedilatildeo de dessalinizadores
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
116
Tabela 46 Orccedilamento para fornecimento de peccedilas serviccedilos e deslocamentos a
serem necessaacuterios ou natildeo para a efetiva manutenccedilatildeo em desalinizadores Item Quantidade Preccedilo unitaacuterio (R$)
Membrana Hidranautcs mod Cpa 2 4040 (nova)
1 110000
Cartucho de filtro 9x frac34 5micras 1 1500 Anti-incrustante 1 kg 4500
Manocircmetros glicerinado 1 8500 Rotacircmetro mod Hedland 0 a 60LPM 1 49000
Bomba dosadora 1 75000 Bomba de retrolavagem 14 CV Dancor
termoplaacutestica 1 25000
Bomba de alta pressatildeo 32b25 monofaacutesica motor aberto
1 195000
Bomba de alta pressatildeo 32b25 trifaacutesica motor aberto
1 169000
Bomba de alta pressatildeo 32b20 monofaacutesica motor aberto
1 175000
Bomba de alta pressatildeo 32b20 trifaacutesica motor aberto
1 150000
Tubo cpvc 28 1 vara 6000 Joelho 90ordm cpvc 28 1 515
Tecirc cpvc 28 1 535 Luva cpvc 28 1 350 Uniatildeo cpvc 28 1 1150
Luva de transmissatildeo cpvc 22 x 34 1 750 Conector Aquatherm cpvc28x1rdquo 1 2635 Luva de reduccedilatildeo de frac12 x 25mm 1 150
Mangueira 14 x 14 pmanocircmetros 1 m 450 Adaptador para manocircmetro 14 x 18 1 1500 Adaptador para manocircmetro 14 x 12 1 2500
Mangueira tranccedilada de 12 1m 300 Espelho para vaso de alta pressatildeo 1 15000
Anel elaacutestico para vaso 4 ldquo 1 3000 Pressostato danfoss 12KGF 1 35000
Bucha de reduccedilatildeo 112 x 1rdquo PVC 1 300 Bucha de reduccedilatildeo 34 x 12 ldquo PVC 1 200
Carcaccedila de Filtro 9 x 34 1 16000
Materiais
Adaptador entrada dosador 1 4000 Limpeza quiacutemica de membranas (preccedilo
cobrado por membrana lavada) - 13000 Matildeo de
obra Visita teacutecnica para avaliaccedilatildeo e pequenos
reparos e substituiccedilatildeo de peccedilas 1 km rodado 100
O Custo eacute de R$ 100km rodado aleacutem de uma diaacuteria de R$ 9000
Fonte Osmose Peccedilas e Manutenccedilatildeo de Dessalinizadores e Sistemas de Aacutegua Feira de
Santana-BA (10082006) atraveacutes de consulta pessoal
Cravo (1999) informa que no Brasil estima-se que 25 dos
equipamentos estatildeo desativados por problemas que vatildeo desde questotildees
poliacuteticas ateacute falta de aacutegua no poccedilo passando por equipamentos mal
dimensionados incorretamente operados ou com ausecircncia de manutenccedilatildeo
Em termos de reparos e de manutenccedilatildeo satildeo as membranas aleacutem dos filtros
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
117
que necessitam de maior atenccedilatildeo A vida uacutetil de uma membrana eacute de 3 anos e
a periodicidade de manutenccedilatildeo eacute em meacutedia de 3 meses dependendo da
qualidade da aacutegua de alimentaccedilatildeo da operaccedilatildeo manutenccedilatildeo e do sistema de
preacute-tratamento
Cada dessalinizador monitorado (Figura 42) na corrente pesquisa eacute
alimentado por um poccedilo Consta na Tabela 47 uma siacutentese das caracteriacutesticas
desses equipamentos e dos respectivos poccedilos de alimentaccedilatildeo Nesta mesma
tabela haacute tambeacutem informaccedilotildees quanto ao volume de aacutegua produzido
(permeado) e a quantidade de casa atendidas
(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)
(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)
(c) Minuim (Santa Briacutegida-BA)
(d) Icozeira (Abareacute-BA)
Figura 42 Dessalinizadores monitorados
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Tabela 47 Caracteriacutesticas dos 4 dessalinizadores com a produccedilatildeo de permeado e nuacutemero de residecircncias atendidas
Caracteriacutesticas do dessalinizador
Potecircncia das bombas do dessalinizador
(CV)
Local Profundidade
do poccedilo (m)
Potecircncia da
bomba do poccedilo que alimenta o
dessalinizador (CV)
Ano de
instalaccedilatildeo do dessalinizador
Nuacutemero de
filtros de cartucho
Nuacutemero de vasos
de pressatildeo (permeadores) Principal Retrolavagem Dosadora
Volume de aacutegua
dessalinizada produzida
Nuacutemero de
residecircncias atendidas
Areias 42 34 1998 4 2 3 13 12 Ateacute nov2005
bull 15 m3semana
(eacutepoca seca)
bull 5 m3semana
(eacutepoca chuvosa)
Apoacutes nov2005
bull 25 a m3mecircs
Ateacute nov2005
bull 30 residecircncias
(eacutepoca seca)
bull 10 residecircncias
(eacutepoca chuvosa)
Apoacutes nov2005
bull 2 a 4 residecircncias
Aroeira 60 75 2005 3 1 2 13 --- bull 10 m3semana
(eacutepoca seca)
bull 10 m3 quinzenalmete
(eacutepoca chuvosa)
bull 42 residecircncias
Minuim 64 5 2005 6 3 5 13 --- bull 10 a 20 m3semana bull 100 a 150
residecircncias
Icozeira 18 1 1996 3 1 3 13 Natildeo possui
bomba
dosadora
bull 5 a 10 m3dia bull 92 residecircncias
Natildeo havia informaccedilatildeo quanto agrave potecircncia poreacutem a vazatildeo era de 6 Lh
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
119
Vale observar que tambeacutem com relaccedilatildeo agrave Tabela 47 que apoacutes
novembro de 2005 algumas residecircncias localizadas em Areias passaram a
ser contempladas com aacutegua encanada Com isso houve um decreacutescimo de
casas que consumiam aacutegua da unidade dessalinizadora instalada nesta
comunidade
Os moradores de Areias e Icozeira natildeo pagam tarifa pela aacutegua
produzida nas unidades de dessalinizaccedilatildeo A comunidade de Minuim paga por
uma ficha um valor de R$020 (vinte centavos) por cada balde de 20 L de aacutegua
produzida A ficha eacute inserida em um chafariz automaacutetico Com isso satildeo
acionadas duas bombas cada uma com 13 CV (localizadas no proacuteprio abrigo
onde estaacute o dessalinizador) Isso permite que a aacutegua dessalinizada seja
conduzida ateacute um chafariz automaacutetico para o enchimento de um balde de 20 L
Procedimento semelhante ao de Minuim era o que acontecia em Aroeira No
entanto durante o periacuteodo de monitoramento em Aroeira e tambeacutem poucos
meses antes deste monitoramento natildeo era cobrada tarifa pela aacutegua produzida
Alguns moradores de Minuim pagam o valor de R$100 (um real)
mensalmente pela aacutegua bruta captada nesse poccedilo para ter essa aacutegua em
suas torneiras
Os operadores das unidades de dessalinizaccedilatildeo monitoradas satildeo
pessoas da proacutepria comunidade onde estas estatildeo instaladas aleacutem de
residirem proacuteximo destas Eles natildeo recebem nenhuma remuneraccedilatildeo O grau de
escolaridade do operador da unidade de Aroeira e do operador de Minuim eacute 5a
seacuterie concluiacuteda enquanto o do operador de Areias eacute de 3a seacuterie concluiacuteda De
acordo com o proacuteprio operador de Icozeira este natildeo havia frequumlentado a
escola e apenas sabia assinar o nome e identificar algarismos
Apenas o operador da unidade de Minuim possui um manual de
operaccedilatildeo do dessalinizador (modelo AP 10004000)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
120
De acordo com os operadores a limpeza das membranas vinha sendo
efetuada com a utilizaccedilatildeo da bomba de retrolavagem A frequumlecircncia dessa
operaccedilatildeo era de acordo com os operadores a seguinte
(i) em Areias natildeo havia uma frequumlecircncia certa algumas vezes passava ateacute uns
2 meses sem lavar
(ii) em Aroeira e Icozeira era semanal
(iii) duas vezes por semana (agraves quartas-feiras e saacutebados) em Minuim
Em Areias e Icozeira a manutenccedilatildeo perioacutedica do equipamento natildeo era
realizada A equipe teacutecnica soacute era acionada quando algum equipamento ou
acessoacuterio deixava de funcionar
Por um periacuteodo de 1 ano a empresa que vendeu os 4 equipamentos de
dessalinizaccedilatildeo monitorados na corrente pesquisa assumiram a sua
manutenccedilatildeo eou reparo Apoacutes esse prazo essas funccedilotildees ficaram a cargo da
prefeitura
O dinheiro arrecado na venda das fichas no dessalinizador de Minuim
tambeacutem eacute utilizado nas despesas de manutenccedilatildeo e reparos
As despesas com energia e reparos dos equipamentos de Areias e
Icozeira eram arcadas respectivamente pelas prefeituras de Poccedilo Redondo-
SE e Abareacute-BA Em Aroeira as despesas com energia e manutenccedilatildeo ateacute pouco
antes do monitoramento do trabalho aqui apresentado era por conta dos
recursos arrecadados com a venda das fichas e depois passou a cargo da
prefeitura de Santa Briacutegida-BA Por outro lado em Minuim o valor arrecadado
com as fichas era destinado a pagar as despesas com energia e manutenccedilatildeo
do dessalinizador No entanto as despesas com a energia gasta pelo poccedilo
que alimentava o dessalinizador de Minuim fica sob a responsabilidade da
prefeitura de Santa Briacutegida-BA
Na Figura 43 satildeo vistos os locais onde os moradores retiram a aacutegua
dessalinizada pelos dessalinizadores monitorados A aacutegua eacute conduzida em
balde(s) ateacute as suas residecircncias
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
121
(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)
(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)
(c) Minuim (Santa Briacutegida-BA)
(d) Icozeira (Abareacute-BA)
Figura 43 Locais onde a populaccedilatildeo apanha aacutegua dessalinizada para
consumo
De acordo com determinaccedilotildees efetuadas no campo os dessalinizadores
Areias Aroeira Minuim e Icozeira apresentaram em meacutedia respectivamente
um rendimento de 4326 5119 5644 e 3512 Isso significa que estas
unidades geram em meacutedia uma quantidade de rejeito que corresponde a
respectivamente 5674 4881 4356 e 6488 do total de aacutegua a ser
dessalinizada Segundo Porto et al (2004) em funccedilatildeo da eficiecircncia do
dessalinizador e da qualidade da aacutegua do poccedilo a quantidade de efluente
gerado eacute da ordem de 40 a 70 do total de aacutegua salobra a ser dessalinizada
Nas Tabela 48 a 411 e nas Figuras 44 a 47 satildeo apresentados os
resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos obtidos no campo e em laboratoacuterio
da aacutegua bruta do permeado e do rejeito dos 4 dessalinizadores monitorados
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Tabela 48 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Areias
Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor
maacuteximo Valor
miacutenimo Meacutedia Desvio
padratildeo Coef de variaccedilatildeo
()
Valor maacuteximo
Valor miacutenimo
Meacutedia Desvio padratildeo
Coef de variaccedilatildeo
()
Valor maacuteximo
Valor miacutenimo
Meacutedia Desvio padratildeo
Coef de variaccedilatildeo
() Temperatura
(oC) 336 242 278 26 94 330 234 268 31 116 323 242 276 24 87
pH 83 59 74 05 68 74 65 69 03 43 87 70 81 05 62 Cor aparente
(uH) 941 534 738 288 390 0 0 0 --- --- 1789 1161 1475 444 301
Turbidez (uT) 278 82 1370 608 444 14 048 07 02 286 151 16 38 35 921 Alcalinidade
(mg CaCO3L) 245 20 1441 821 570 16 4 101 36 356 469 26 3169 1526 481
Condutividade eleacutetrica (microScm)
11000 1725 55732 24192 434 1143 198 4593 2987 650 18020 7800 111604 33409 299
STD (mgL) 16463 5567 96449 37712 391 1687 295 7386 4859 658 26826 11725 164505 55730 339 Cloreto
(mg Cl-L) 3587 566 20715 9291 449 324 36 1269 823 648 6226 2289 35422 9578 270
Dureza total (mg CaCO3L)
3086 398 13623 9685 711 81 10 296 198 669 5481 1428 25098 12461 496
Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)
1218 119 4796 3458 721 35 6 142 91 641 2314 612 959 5174 539
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
123
Figura 44 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Areias
0
50
100
150
200
250
300
Turb
idez
(uT)
0
5
10
15
20
25
30
35Te
mpe
ratu
ra (o C
)
(a)
123456789
1011121314
pH
(b)
0
100
200
300
400
500
Alca
linid
ade
(mg
CaC
O3
L)
0
5000
10000
15000
20000C
ondu
tivid
ade
eleacutet
rica
( microS
cm
)
0
50
100
150
200
Cor
apa
rent
e (u
H)
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
STD
(mg
L)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
Clo
reto
(mg
Cl- L
)
(h)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 50 100 150 200 250 300Dias
Dur
eza
tota
l (m
g C
aCO
3 L)
Aacutegua bruta Permeado Rejeito
(i)
(g)
(d)(c)
(f)(e)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 50 100 150 200 250 300DiasD
urez
a caacute
lcic
a (m
g C
aCO
3 L)
Aacutegua bruta Permeado Rejeito
(j)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Tabela 49 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Aroeira
Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor
maacuteximo Valor
miacutenimo Meacutedia Desvio
padratildeo Coef de variaccedilatildeo
()
Valor maacuteximo
Valor miacutenimo
Meacutedia Desvio padratildeo
Coef de variaccedilatildeo
()
Valor maacuteximo
Valor miacutenimo
Meacutedia Desvio padratildeo
Coef de variaccedilatildeo
() Temperatura
(oC) 307 252 286 19 67 320 257 295 22 74 321 256 295 22 74
pH 91 69 75 06 86 72 50 64 07 112 73 67 71 02 25 Cor aparente
(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---
Turbidez (uT) 15 03 07 04 552 05 02 03 010 357 45 03 11 10 09 Alcalinidade
(mg CaCO3L) 30 6 116 81 702 7 3 47 13 285 39 9 167 98 586
Condutividade eleacutetrica (microScm)
1324 1130 12094 712 59 501 26 411 80 196 2330 1840 20652 1809 88
STD (mgL) 1961 1674 18078 999 55 717 374 557 126 226 3433 2727 30583 2627 86 Cloreto
(mg Cl-L) 630 290 4266 973 228 6 2 34 13 397 750 510 5656 823 145
Dureza total (mg CaCO3L)
568 305 4493 878 196 20 0 72 63 874 832 650 7164 597 83
Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)
345 122 2360 739 313 18 0 23 29 1265 406 203 3131 709 227
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
125
Figura 45 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Aroeira
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Clo
reto
(mg
Cl- L
)
0100200300400500600700800900
0 50 100 150 200Dias
Dur
eza
caacutelc
ica
(mg
CaC
O3L
)
Aacutegua bruta Permeado Rejeito
0
5
10
15
20
25
30
35
Tem
pera
tura
l (o C
)
123456789
1011121314
pH
0
3
6
9
12
15
Cor
apa
rent
e (u
H)
0
1
2
3
4
5
Turb
idez
(uT)
05
1015202530354045
Alca
linid
ade
(mg
CaC
O3
L)
0
500
1000
1500
2000
2500C
ondu
tivid
ade
eleacutet
rica
( microS
cm
)
0500
1000150020002500300035004000
STD
(mg
L)
0100200300400500600700800900
0 50 100 150 200Dias
Dur
eza
tota
l (m
g C
aCO3
L)
Aacutegua bruta Permeado Rejeito
(i)
(h)(g)
(f)(e)
(d)(c)
(a) (b)
(j)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Tabela 410 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Minuim
Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor
maacuteximo Valor
miacutenimo Meacutedia Desvio
padratildeo Coef de variaccedilatildeo
()
Valor maacuteximo
Valor miacutenimo
Meacutedia Desvio padratildeo
Coef de variaccedilatildeo
()
Valor maacuteximo
Valor miacutenimo
Meacutedia Desvio padratildeo
Coef de variaccedilatildeo
() Temperatura
(oC) 316 262 296 18 60 318 263 295 17 59 331 265 307 26 84
pH 86 72 75 04 52 69 60 64 03 54 78 73 76 02 21 Cor aparente
(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---
Turbidez (uT) 13 02 05 03 554 05 01 03 01 464 08 03 06 02 274 Alcalinidade
(mg CaCO3L) 51 20 294 107 361 12 2 58 30 519 66 22 391 136 349
Condutividade eleacutetrica (microScm)
4995 4770 48984 962 20 124 633 986 173 176 8110 7330 73122 15353 210
STD (mgL) 7491 7072 72850 1700 23 1772 954 1404 173 124 11986 11061 115767 3490 30 Cloreto
(mg Cl-L) 1750 1232 14811 1643 111 28 2 90 73 813 2849 2019 23652 2342 99
Dureza total (mg CaCO3L)
1969 1096 13489 2760 205 20 0 137 148 1078 2578 1827 21667 2864 132
Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)
609 311 4599 1137 247 20 0 50 73 1464 609 311 9762 412 42
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
127
Figura 46 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Minuim
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
Clo
reto
(mg
Cl- L
)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 50 100 150 200Dias
Dur
eza
caacutelc
ica
(mg
CaC
O3
L)
Aacutegua bruta Permeado Rejeito
05
10152025303540
Tem
pera
tura
l (o C
)
123456789
1011121314
pH
0
3
6
9
12
15
Cor
apa
rent
e (u
H)
0
02
04
06
08
1
12
14
Turb
idez
(uT
)
0
10
20
30
40
50
60
70
Alc
alin
idad
e (m
g C
aCO
3 L)
0100020003000400050006000700080009000
Con
dutiv
idad
e el
eacutetric
a ( micro
Sc
m)
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
STD
(mg
L)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 50 100 150 200Dias
Dur
eza
tota
l (m
g C
aCO
3 L)
Aacutegua bruta Permeado Rejeito
(j)
(h)(g)
(f)(e)
(d)(c)
(a) (b)
(i)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Tabela 411 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua bruta (alimentaccedilatildeo) permeado e rejeito do dessalinizador de Icozeira
Paracircmetro Aacutegua bruta Permeado Rejeito Valor
maacuteximo Valor
miacutenimo Meacutedia Desvio
padratildeo Coef de variaccedilatildeo
()
Valor maacuteximo
Valor miacutenimo
Meacutedia Desvio padratildeo
Coef de variaccedilatildeo
()
Valor maacuteximo
Valor miacutenimo
Meacutedia Desvio padratildeo
Coef de variaccedilatildeo
() Temperatura
(oC) 337 241 302 25 84 343 256 309 23 75 349 249 309 26 85
pH 76 61 70 04 63 62 57 59 02 27 76 58 72 05 76 Cor aparente
(uH) 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- --- 0 0 0 --- ---
Turbidez (uT) 06 02 04 01 333 05 02 04 01 351 44 03 07 04 507 Alcalinidade
(mg CaCO3L) 32 22 269 33 124 9 4 61 19 311 36 31 328 17 52
Condutividade eleacutetrica (microScm)
7640 6840 70917 2422 34 475 368 4193 399 95 9760 8930 92256 3091 33
STD (mgL) 11222 10101 104609 3628 35 690 542 6059 469 78 14436 13263 136817 4895 36 Cloreto
(mg Cl-L) 2429 1629 18956 2985 157 88 76 811 43 52 3029 1709 22923 4360 190
Dureza total (mg CaCO3L)
2436 1989 21467 1809 84 67 41 581 87 149 3979 2639 30838 3620 117
Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)
1218 853 99400 1132 114 25 18 217 25 118 1543 1102 13107 1669 127
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
129
Figura 47 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do dessalinizador de Icozeira
05
10152025303540
Tem
pera
tura
l (o C
)
123456789
1011121314
pH
0
1
2
3
4
5
Turb
idez
(uT)
0
3
6
9
12
15
Cor
apa
rent
e (u
H)
05
10
152025
303540
Alc
alin
idad
e (m
g C
aCO
3 L)
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000C
ondu
tivid
ade
eleacutet
rica
( microS
cm
)
020004000
60008000
1000012000
1400016000
STD
(mg
L)
0500
10001500200025003000350040004500
0 50 100 150 200Dias
Dur
eza
caacutelc
ica
(mg
CaC
O3
L)
Aacutegua bruta Permeado Rejeito
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Clo
reto
(mg
Cl- L
)
0500
10001500200025003000350040004500
0 50 100 150 200Dias
Dur
eza
tota
l (m
g C
aCO
3 L)
Aacutegua bruta Permeado Rejeito
(i) (j)
(h)(g)
(f)(e)
(d)(c)
(a) (b)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
130
Com base nos resultados dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos verificou-se (i) Temperatura
A temperatura da aacutegua bruta dos poccedilos ficou situada entre 24 e 34 oC
durante o periacuteodo de monitoramento O poccedilo que apresentou maior faixa de
variaccedilatildeo foi o poccedilo de Icozeira com uma variaccedilatildeo de temperatura de 96 oC
(241 ndash 337 oC) seguido por Areias com 94 oC (242 ndash 336 oC) Aroeira com
55 oC (252 ndash 307 oC) e Minuim com 53 oC (263 ndash 316 oC)
A temperatura do permeado ficou entre 23 e 35 oC O permeado
produzido em Icozeira tambeacutem foi o que apresentou maior variaccedilatildeo (87 oC)
A temperatura do rejeito gerado ficou entre 24 e 35 o C A maior
temperatura registrada do rejeito foi em Icozeira com 349 oC e a menor foi em
Areias com 242 oC
(ii) pH
Com relaccedilatildeo ao pH das aacuteguas subterracircneas segundo Santos (1997)
nestas aacuteguas este paracircmetro geralmente fica entre 55 e 85 e em casos
excepcionais entre 3 e 11 O pH da aacutegua bruta do poccedilo de Areias esteve entre
59 - 83 a de Aroeira esteve entre 69 - 91 a de Minuim esteve entre 72 - 86
e a de Icozeira entre 61 -76 A condiccedilatildeo excepcional a que Santos (1997) se
refere soacute foi verificada uma uacutenica vez com a aacutegua bruta do poccedilo de Aroeira
sendo de 91 e uma uacutenica vez em Minuim com a aacutegua bruta apresentando um
pH de 86
A faixa do pH da aacutegua destinada ao consumo humano segundo a
Portaria 518 do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) eacute de 60 ndash 95 O pH do permeado
produzido pelo dessalinizador de Areias e Minuim sempre esteve nesta faixa
Em duas ocasiotildees das 10 coletas realizadas o pH da aacutegua do permeado
produzido pelo dessalinizador de Aroeira esteve abaixo da faixa recomendada
(na 1a coleta o pH foi 50 e na 3a coleta foi de 56) Das 9 coletas da aacutegua do
permeado do dessalinizador de Icozeira em 6 ocasiotildees (3a 4a 6a 7a 8a e 9a
coletas com o pH respectivamente sendo 58 57 59 59 58 e 59) o pH
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
131
natildeo atendeu ao recomendado indicando que necessita que procedimentos de
ajuste desse paracircmetro sejam efetuados por um profissional capacitado a fim
de atingir-se os valores recomendados
O pH do rejeito de Aroeira variou entre 67 ndash 73 Em Areias esse
paracircmetro variou de neutro a alcalino variando entre 70 ndash 87 O pH do rejeito
de Minuim foi o que menos oscilou os seus valores esteve entre 73 ndash 78 O
pH do rejeito produzido em Icozeira somente uma vez esteve abaixo de 70 e
nas demais apresentou um valor de 76
(iii) Cor aparente
Diferentemente dos resultados da cor aparente da aacutegua bruta dos poccedilos
de Aroeira Minuim e Icozeira onde este paracircmetro determinado foi sempre de
0 uH a cor aparente da aacutegua bruta do poccedilo de Areias foi sempre elevada (534
ndash 941) Natildeo se conseguiu precisar exatamente qual a causa disto No
entanto Segundo a ANA (2005) a inadequaccedilatildeo do filtro e preacute-filtro (alguns dos
materiais empregados na construccedilatildeo do poccedilo) agrave formaccedilatildeo geoloacutegica
normalmente reflete em problemas de cor e turbidez da aacutegua subterracircnea Por
isso eacute comum que vaacuterios estudos mostrem frequentemente que estes
paracircmetros natildeo atendem aos padrotildees de potabilidade no caso das aacuteguas
subterracircneas
Por outro lado a aacutegua analisada do permeado produzido em todas as
unidades inclusive na de Areias sempre apresentou uma cor aparente de 0
uH Desta forma esse paracircmetro da aacutegua do permeado atende ao que
estabelece a Portaria no 518 cujo valor maacuteximo permitido para esse paracircmetro
eacute de 15 uH
(iv) Turbidez
A turbidez da aacutegua bruta dos poccedilos apresentou-se de forma similar agrave cor
aparente da aacutegua bruta dos poccedilos ou seja com valores muito elevados em
Areias (valor maacuteximo de 278 uT) e muito baixos nos demais poccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
132
A aacutegua do permeado produzido em todas as unidades atendeu aos
padrotildees de potabilidade cujo valor maacuteximo permitido eacute de 5 uT
(v) Alcalinidade
Segundo Custoacutedio e Llamas (1983) a alcalinidade das aacuteguas
subterracircneas geralmente situa-se entre 100 e 300 mg CaCO3L e em casos
excepcionais pode atingir 1000 mg CaCO3L No entanto Franca et al (2006)
encontrou alguns valores de alcalinidade da aacutegua em poccedilos tubulares
localizados em Juazeiro do Norte-CE inferiores a 100 mg CaCO3L com um
valor miacutenimo de 173 mg CaCO3L
O menor valor de alcalinidade entre todas as coletas realizadas nos
poccedilos foi no poccedilo de Aroeira (8 mg CaCO3L) e o maior foi em Areias (245 mg
CaCO3L)
A Portaria no 518 natildeo estabelece valores recomendados com relaccedilatildeo agrave
alcalinidade em aacutegua destinada ao consumo humano Mota (2000) afirma que
a alcalinidade excessiva pode proporcionar sabor desagradaacutevel agrave aacutegua sem no
entanto informar a partir de que valores isso pode ocorrer
O maior valor encontrado com relaccedilatildeo a esse paracircmetro nas
determinaccedilotildees realizadas na aacutegua do permeado produzido nas 4 unidades foi
de 16 mg CaCO3L Com relaccedilatildeo ao rejeito o maior valor encontrado desse
paracircmetro foi em Areias com 469 mg CaCO3L
(vi) Condutividade eleacutetrica
A condutividade eleacutetrica da aacutegua bruta de todos os poccedilos foi sempre
elevada que eacute uma caracteriacutestica tiacutepica de poccedilos situados no cristalino O valor
maacuteximo encontrado foi de 11000 microScm no poccedilo de Areias
O menor valor de condutividade eleacutetrica do permeado foi verificado em
Aroeira com 26 microScm A aacutegua do permeado coletada nas 5 uacuteltimas coletas
apresentou valores elevados chegando a um maacuteximo de 1143 microScm na uacuteltima
coleta (abril de 2006) Antes dessas 5 uacuteltimas coletas a condutividade eleacutetrica
natildeo chegava a 500 microScm Em maio de 2006 o dessalinizador apresentou-se
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
133
defeituoso e natildeo conseguiu mais desempenhar suas funccedilotildees Essa elevaccedilatildeo
de certa forma suacutebita da condutividade eleacutetrica pode ter sido um indiacutecio de que
havia uma necessidade premente de manutenccedilatildeo inclusive com troca das
membranas o que natildeo foi efetuado na ocasiatildeo
A condutividade eleacutetrica do rejeito como era de se esperar apresentou-
se sempre elevada com um valor miacutenimo de 1840 microScm encontrado em
Aroeira e um valor maacuteximo de 18020 microScm em Areias
(vii) Soacutelidos totais dissolvidos (STD)
Conforme a Portaria no 518 do MS o valor maacuteximo permitido para os
soacutelidos totais dissolvidos (STD) eacute 1000 mgL Teores elevados deste paracircmetro
indicam que a aacutegua tem sabor desagradaacutevel podendo causar problemas
digestivos principalmente em crianccedilas aleacutem de danificar as redes de
distribuiccedilatildeo
O STD da aacutegua bruta de todas as coletas nos 4 poccedilos sempre esteve
acima de 1000 mgL Isso deve servir de alerta para as pessoas natildeo
consumirem essa aacutegua principalmente em Minuim onde algumas pessoas natildeo
tecircm condiccedilotildees de sempre pagar R$020 por um balde de 20 L e preferem
pagar R$100 mensalmente por aacutegua bruta do poccedilo e algumas vezes a
consomem
O STD do permeado de todos os poccedilos estiveram abaixo de 1000 mgL
exceto na 10a 12a 13a e 14a coletas em Areias onde nesta uacuteltima chegou a
1687 mgL
O STD do rejeito como era de se esperar apresentou-se sempre
elevado com um valor miacutenimo de 3433 mgL encontrado em Aroeira e um
valor maacuteximo de 26826 mgL em Areias
(viii) Cloreto
Conforme a Portaria no 518 do MS o valor maacuteximo permitido para a
concentraccedilatildeo de cloreto eacute 250 mg Cl -L Em todas as coletas realizadas na
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
134
aacutegua bruta dos poccedilos o teor de cloretos sempre esteve acima dessa
concentraccedilatildeo com o valor miacutenimo encontrado em 290 mg Cl -L em Aroeira
As amostras de aacutegua do permeado que foram coletadas sempre
estiveram com uma concentraccedilatildeo abaixo do que preconiza essa Portaria
exceto nas duas uacuteltimas coletas em Areias que apresentaram
respectivamente 293 e 324 mg Cl -L
(ix) Dureza
De acordo com as anaacutelises realizadas na aacutegua bruta dos poccedilos
monitorados estas satildeo classificadas como muito duras (dureza gt 300 mg
CaCO3L) A aacutegua dos poccedilos de Areia Minuim e Icozeira apresentaram uma
dureza caacutelcica inferior a 50 da dureza total Isso indica que esses poccedilos tecircm
uma dureza magnesiana superior agrave caacutelcica Em 6 das 10 coletas realizadas
na aacutegua do poccedilo de Aroeira a dureza caacutelcica foi inferior agrave dureza magnesiana
O maior valor de dureza do permeado produzido nos 4 dessalinizadores
foi de 81 mg CaCO3L o que atende aos padrotildees de potabilidade (valor
maacuteximo permitido igual a 500 mg CaCO3L)
A Tabela 412 reuacutene os resultados das anaacutelises bacterioloacutegicas das 4
localidades Na maioria das anaacutelises da aacutegua do permeado natildeo foi detectada a
presenccedila de coliformes termotolerantes No entanto como foi apresentado
anteriormente a aacutegua eacute conduzida pelas pessoas por baldes ateacute as
residecircncias estando muito susceptiacutevel agrave contaminaccedilatildeo Recomenda-se que a
aacutegua antes de ser consumida seja desinfetada Dos trecircs tipos de aacutegua
analisados apenas o rejeito produzido nos 4 dessalinizadores em algumas
ocasiotildees (1665 das anaacutelises em Areias 2000 em Aroeira 1000 em
Minuim e 2222 em Icozeira) apresentou um NMP100 mL gt 16 (Valor
maacuteximo correspondente a 5 tubos com reaccedilatildeo positiva a partir de 5 tubos de
10 mL) Como a tabela para a determinaccedilatildeo do NMP100 mL soacute apresenta
como maior valor o nuacutemero gt 16 natildeo eacute possiacutevel afirmar a intensidade da
contaminaccedilatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
135
Tabela 412 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de
coliformes termotolerantes de amostras coletadas nos 4 poccedilos
monitorados (aacutegua bruta permeado e rejeito) Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes
(NMP100 mL)
0 (ausente)
22 51 92 16 gt 16
Local Aacutegua analisada
( de amostras)
Aacutegua bruta 5834 1110 555 0 555 0
Permeado 8890 555 555 0 000 000
Areias
Rejeito 7780 1667 0 0 555 1665
Aacutegua bruta 70 0 20 0 10 0
Permeado 90 10 0 0 0 0
Aroeira
Rejeito 60 0 0 10 10 20
Aacutegua bruta 80 0 0 10 10 0
Permeado 80 10 10 0 0 0
Minuim
Rejeito 80 0 0 10 0 10
Aacutegua bruta 7778 0 1111 0 1111 0
Permeado 8889 0 0 1111 0 0
Icozeira
Rejeito 6667 0 0 0 1111 2222
Conforme informam Montenegro et al (2001) e Montenegro et al (2003)
um dos projetos implantados pelo Instituto Xingoacute foi a construccedilatildeo de uma
barragem subterracircnea na comunidade de Morro Vermelho (Poccedilo Redondo-SE)
para complementaccedilatildeo da aacutegua do rejeito de um dessalinizador utilizada nos
viveiros de cultivo de camaratildeo marinho (Litopenaeus vannamei) tambeacutem
construiacutedos pelo Instituto Xingoacute e tambeacutemno desenvolvimento da Atriplex
nummularia O projeto beneficiava cerca de 170 pessoas O permeado desse
dessalinizador era utilizado para o consumo humano e dessedentaccedilatildeo animal
De acordo com informaccedilotildees obtidas junto agrave coordenaccedilatildeo do Instituto Xingoacute o
moacutedulo de Morro Vermelho ateacute o ano de 2003 contava com assistecircncia
teacutecnica com manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do Instituto Xingoacute Desta data em diante
ele ficou sob responsabilidade da prefeitura de Poccedilo Redondo e da proacutepria
comunidade de Morro Vermelho Devido a principalmente conflitos nesta
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
136
comunidade o referido moacutedulo teve suas atividades produtivas (aquumlicultura e
agricultura) paralisadas
Na aacuterea de Xingoacute com exceccedilatildeo do que ocorria em Morro Vermelho os
efluentes gerados durante a produccedilatildeo nos dessalinizadores da aacutegua potaacutevel
satildeo lanccedilados no meio ambiente sem nenhum criteacuterio Na Figura 48 pode ser
visto o local de despejo do rejeito das unidades de dessalinizaccedilatildeo que foram
monitoradas
(a) Areias (Poccedilo Redondo-SE)
(b) Aroeira (Santa Briacutegida-BA)
(c) Minuim (Santa Briacutegida)
(d) Icozeira (Abareacute-BA)
Figura 48 Locais de despejo do rejeito produzido pelo processo de
dessalinizaccedilatildeo em cada um dos 4 dessalinizadores monitorados
Foram coletadas amostras de solo no local do despejo do rejeito
proveniente das 4 unidades de dessalinizaccedilatildeo e amostras de solo
supostamente sem contato direto com o rejeito a 50 e 100 m a jusante do
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
137
despejo (Areias) e a 50 m a jusante do despejo (Aroeira Minuim e Icozeira) As
amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm
em Areias e de 0-40 cm em Aroeira Minuim e Icozeira Os resultados das
anaacutelises quiacutemicas dos paracircmetros determinados nas amostras constam na
Tabela 413 Na Tabela 414 eacute vista a classificaccedilatildeo do extrato de saturaccedilatildeo do
solo coletado
Tabela 413 Carateriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos
coletados no local de despejo do rejeito e a jusante deste dos 4
dessalinizadores monitorados
Local Ponto Prof (cm)
Condutividade eleacutetrica (dSm)
pH Na+
(meqL) Ca++
(meqL) Mg++
(meqL) CaMg RAS
P1 0-20 509 71 3200 367 994 037 1228 P1 20-40 639 72 3796 457 1997 023 1084 P2 0-20 314 73 1761 363 756 048 745 P2 20-40 152 76 939 145 240 060 678 P3 0-20 055 66 352 063 166 038 329
Areias
P3 20-40 077 67 430 069 131 053 430 P1 0-40 403 77 365 159 322 049 236 Aroeira P2 0-40 033 74 070 057 075 076 086 P1 0-40 601 73 2609 406 1163 035 932 Minuim P2 0-40 462 72 3235 434 2343 019 869 P1 0-40 794 78 3561 644 2353 027 921 Icozeira P2 0-40 493 73 2374 480 2398 020 626
Obs Ponto P1 ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P2 50 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P3 100 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador
Tabela 414 Carateriacutesticas quiacutemicas do extrato de saturaccedilatildeo dos solos
coletados com sua classificaccedilatildeo no local de despejo do rejeito e
a jusante destes dos 4 dessalinizadores monitorados
Local Ponto Prof (cm)
Condutividade eleacutetrica (dSm)
pH PST () Classificaccedilatildeo do solo
P1 0-20 509 71 1442 Salino P1 20-40 639 72 1284 Salino P2 0-20 314 73 887 Normal P2 20-40 152 76 804 Normal P3 0-20 055 66 347 Normal
Areias
P3 20-40 077 67 484 Normal P1 0-40 403 77 217 Salino Aroeira P2 0-40 033 74 001 Normal P1 0-40 601 73 1110 Salino Minuim P2 0-40 462 72 1036 Salino P1 0-40 794 78 1097 Salino Icozeira P2 0-40 493 73 738 Salino
Obs Ponto P1 ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P2 50 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador Ponto P3 100 metros a jusante do ponto de despejo do rejeito oriundo do dessalinizador
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
138
Os resultados das anaacutelises do solo obtidas confirmaram o potencial do
rejeito em causar problemas ao mesmo A condutividade eleacutetrica de cada um
dos extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas no ponto de
despejo do rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo como salino
sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor foi verificado
no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm) e o menor foi em Aroeira
(403 dSm) As amostras coletadas a jusante do ponto de despejo do rejeito
variaram entre solo normal e solo salino
Conforme mostrou a Tabela 413 a proporccedilatildeo CaMg sempre foi inferior
a unidade o que segundo Porto et al (1999) caracteriza uma intoxicaccedilatildeo pelo
iacuteon especiacutefico de magneacutesio
44 ndash CONCLUSOtildeES
Os poccedilos de aacutegua sem dessalinizador localizados em Poccedilo Redondo-
SE encontravam-se sem aproveitamento Alguns estavam paralisados sem
funcionamento e outros abandonados Foi identificado apenas um poccedilo que
estava produzindo aacutegua Esta aacutegua era salobra condiccedilatildeo comumente
encontrada na regiatildeo
Predominantemente as unidades de dessalinizaccedilatildeo localizadas na aacuterea
de Xingoacute vecircm sendo operadas ineficientemente e com ausecircncia de cuidados
na manutenccedilatildeo dos equipamentos De 56 unidades implantadas 45 natildeo
vinham produzindo aacutegua dessalinizada Aleacutem dessas 45 unidades acrescente-
se a paralisaccedilatildeo do dessalinizador de Areias em maio de 2006 Trata-se de
mais um exemplo tiacutepico da forma equivocada que vecircm sendo administradas
estas instalaccedilotildees no semi-aacuterido
Por um periacuteodo de 1 ano a empresa que vendeu os 4 equipamentos de
dessalinizaccedilatildeo monitorados na corrente pesquisa assumiu a sua manutenccedilatildeo
eou reparo Apoacutes esse prazo essas funccedilotildees ficaram a cargo da prefeitura
O rendimento meacutedio dos dessalinizadores monitorados ficou entre
3512 (Icozeira) e 5644 (Minuim) Assim sendo em meacutedia estas unidades
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
139
geravam entre 6488 e 4356 do total de aacutegua a ser dessalinizada Esta
faixa de variaccedilatildeo obtida situa-se nos limites encontrado na literatura (PORTO
et al 2004)
Em nenhuma ocasiatildeo os paracircmetros de qualidade da aacutegua bruta que
foram determinados dos 4 poccedilos monitorados atendeu a todos os padrotildees de
potabilidade determinados
O pH das amostras de aacutegua do permeado de Areias e Minuim sempre
atenderam aos padrotildees de potabilidade no entanto em duas das dez
amostras coletadas do permeado produzido pelo dessalinizador de Aroeira e
em 6 das 9 amostras coletadas do permeado em Icozeira esse paracircmetro
esteve abaixo da faixa (60 ndash 95) recomendada pela Portaria 518 do MS
A cor aparente e a turbidez determinadas em amostras de aacutegua do
permeado produzido nas 4 instalaccedilotildees sempre estiveram compatiacuteveis com os
padrotildees de potabilidade
A concentraccedilatildeo de STD e de cloretos da aacutegua do permeado em todas
as ocasiotildees com exceccedilatildeo das duas uacuteltimas amostras do permeado produzido
em Areias sempre estiveram abaixo do valor maacuteximo recomendado pelo MS
(TDS le1000 mgL e cloretos le 250 mg Cl -L)
Os valores de dureza da aacutegua do permeado sempre atenderam ao
estabelecido pelo MS (dureza le 500 mg CaCO3L)
Em geral natildeo foi detectada a presenccedila de coliformes termotolerantes na
aacutegua do permeado dos poccedilos Contudo eacute recomendada a desinfecccedilatildeo pois as
torneiras onde se retira o permeado ficam expostas Aleacutem disso essa aacutegua eacute
transportada em baldes ou latas com boa possibilidade de ficar contaminada
Os rejeitos produzidos nas unidades de dessalinizaccedilatildeo que operam na
aacuterea de Xingoacute satildeo despejados no meio ambiente de forma indiscriminada As
anaacutelises de amostras coletadas no local de despejo do rejeito proveniente dos
4 dessalinizadores monitorados confirmaram o prejuiacutezo que esta disposiccedilatildeo
inadequada no solo traz para este A condutividade eleacutetrica e o teor de STD
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
140
elevados do rejeito contribuiacuteram O maacuteximo valor de condutividade eleacutetrica foi
verificado no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm) e o menor foi
em Aroeira (403 dSm) As amostras nesses pontos de acordo com a
classificaccedilatildeo satildeo salinas sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas
45 ndash RECOMENDACcedilOtildeES
A construccedilatildeo de futuros poccedilos em Poccedilo Redondo soacute deveraacute ser
procedida mediante um rigoroso estudo de viabilidade teacutecnica-econocircmica
aleacutem de um severo comprometimento do(s) responsaacuteve(l)is pela sua
administraccedilatildeo e manutenccedilatildeo para atendimento no que preceitua a legislaccedilatildeo
sanitaacuteria e ambiental em vigor
Campanhas educativas e informativas devem ser promovidas por
organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais na aacuterea de sauacutede e meio
ambiente no sentido de alertar aos consumidores da aacutegua dessalinizada para
a importacircncia da desinfecccedilatildeo da aacutegua antes do consumo final
As autoridades competentes devem proibir o consumo de aacutegua para
abastecimento humano da aacutegua bruta do poccedilo de Minuim por natildeo atender aos
padrotildees de potabilidade
Propotildee-se que nos futuros processos de licitaccedilatildeo de compra dos
dessalinizadores que porventura ocorram seja orccedilado o preccedilo do
dessalinizador acrescido da manutenccedilatildeo por um periacuteodo de 3 anos Sugere-
se tambeacutem que nessa licitaccedilatildeo seja ajustado um valor de produccedilatildeo de
determinado volume mensal de aacutegua doce (permeado) com uma qualidade
especificada Essas propostas tambeacutem satildeo recomendadas por Cravo (1999)
no seu trabalho sobre o programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do Nordeste
brasileiro
Devem ser realizadas periodicamente capacitaccedilotildees dos operadores
dos poccedilos com dessalinizaccedilatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
141
A gestatildeo municipal deve fomentar projetos e pesquisas que possibilitem
um destino adequado (piscicultura carcinocultura cultivo de atriplex) ao rejeito
Existem inuacutemeras experiecircncias positivas nesse sentido retratados em
universidades no EMBRAPA Semi-Aacuterido IRPAA e no Instituto Xingoacute
46 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama da qualidade das aacuteguas
subterracircneas no Brasil Brasiacutelia 2005 Disponiacutevel em lt
httpwwwanagovbrpnrh_novodocumentos02b20Panorama20da20Qu
alidade20C1guas20SubterrE2neasVF20Qualidade20AguasSubterr
aneaspdf gt Acesso em 24 nov 2006
APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste
20a ed Washington American Public Health Association American Water
Works Associations Water Environmental Federation 1998
BOMFIM LFC COSTA IVG BENVENUTTI SMP Projeto Cadastro da
Infra-Estrutura Hiacutedrica do Nordeste Estado de Sergipe Diagnoacutestico do
municiacutepio de Poccedilo Redondo Aracaju CPRM 2002 12 p 1 CD-ROM
CRAVO JG O programa de dessalinizaccedilatildeo de aacutegua do nordeste brasileiro In
1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO
BRASILEIRO1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-
AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 95-114
CRUCIANI DE A drenagem na agricultura Satildeo Paulo Editora Nobel 1980
333 p
CUSTODIO E LLAMAS MR Hidrologia subterracircnea 2a ed Barcelona
Omega SA 1983 v 2 2350 p
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria Manual de
meacutetodos de anaacutelise de solo Centro Nacional de Pesquisa de Solos 2a Ed
revisada e atualizada Rio de Janeiro 1997 212 p
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
142
FRANCA RM FRISCHKORN H SANTOS MRP MENDONCcedilA LAR
BEZERRA MC Contaminaccedilatildeo de poccedilos tubulares em Juazeiro do Norte-CE
Engenharia Sanitaacuteria Ambiental v 11 no 1 p 92-102 2006
MATOS JF MOTA S AVELINO FF PAacuteDUA VL BRAGA EAS
MALVEIR JQ Soluccedilatildeo oxidante gerada a partir da eletroacutelise de rejeitos de
dessalinizadores de aacutegua Revista Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental v 11 no
2 p 143-152 2006
MONTENEGRO A MARINHO I SILVA VP ANDRADE A SILVA JG
PEREIRA R ALBUQUERQUE KS Impacto do uso de aacutegua subterracircnea
salina em aacutereas agriacutecolas do programa Xingoacute In XIV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO
DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2001 Aracaju Anais Aracaju ABRH 2001 1
CD-ROM
MONTENEGRO SMGL SCHAFFER JMM MONTENEGRO AAA
MARINHO I Barragem subterracircnea a experiecircncia do Programa Xingoacute In 4o
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003
Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM
PORTO ER AMORIM MCC Aproveitamento dos rejeitos da
dessalinizaccedilatildeo In 1o SIMPOacuteSIO SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA
NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO 1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-
AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 51-57
PORTO ER AMORIM MCC SILVA JUacuteNIOR LGA Uso do rejeito da
dessalinizaccedilatildeo de aacutegua salobra para irrigaccedilatildeo da erva-sal (Atriplex
nummularia) Revista Brasileira de Engenharia Agriacutecola e Ambiental v 6 no 1
p 111-114 2001
PORTO EP ARAUacuteJO O ARAUacuteJO GGL AMORIM MCC PAULINO
RV MATOS ANB Sistema integrado usando efluentes da dessalinizaccedilatildeo
Petrolina EMBRAPA Semi-Aacuterido 2004 22 p
SANTOS AC Noccedilotildees de hidroquiacutemica In Hidrologia conceitos e aplicaccedilotildees
Fortaleza CPRM LABHID-UFPE 1997 cap 5 p 81-108
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
143
CAPIacuteTULO 5
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE CISTERNAS EM POCcedilO
REDONDO-SE
RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo estaacute situado na regiatildeo semi-aacuterida do
estado de Sergipe Apesar da proximidade com o rio Satildeo Francisco o
fornecimento de aacutegua potaacutevel eacute bastante precaacuterio sendo frequumlente o
abastecimento por caminhotildees pipa contratados pela prefeitura do municiacutepio
Para complementar a demanda de aacutegua satildeo construiacutedas cisternas pelos
moradores que em geral envolvem a participaccedilatildeo de ONGs A qualidade da
aacutegua de chuva armazenada nas cisternas e consumida pela populaccedilatildeo eacute
desconhecida Eacute portanto importante o monitoramento da qualidade dessa
aacutegua a fim de se verificar o atendimento ao padratildeo de potabilidade e avaliar a
possibilidade de associar a qualidade da aacutegua agrave ocorrecircncia de doenccedilas de
veiculaccedilatildeo hiacutedrica No presente trabalho foi realizado o monitoramento de
alguns paracircmetros de qualidade em amostras de 20 cisternas construiacutedas no
municiacutepio cuja aacutegua eacute utilizada para consumo humano Dentre os paracircmetros
analisados constatou-se que o padratildeo de potabilidade natildeo eacute completamente
atendido e que os principais problemas de contaminaccedilatildeo satildeo decorrentes do
inadequado manejo da aacutegua Palavras-chave semi-aacuterido de Sergipe abastecimento de aacutegua aacutegua de
chuva qualidade de aacutegua cisternas
ABSTRACT The Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of
the state of Sergipe Brazil In despite of being bordered by the Satildeo Francisco
river the potable water supply is very poor Thus the local city hall has often
hired water delivery trucks Cisterns have also been built by inhabitants with
support of Non Governmental Organizations (NGOs) in order to complement
the water demand However the rainfall water quality stored and consumed by
people is unknown Thefore it is important to accomplish the water quality
monitoring in order to investigate if it complies with the potable water standards
and evaluate the possibility of association between water quality and
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
144
occurrence of waterborne diseases In this research the monitoring of some
water quality parameters collected at 20 cisterns built for human consumption
purposes was performed The results show that the water quality of these
cisterns does not comply entirely with the potable water standards and that the
water quality of them is affected due their unsuitable management
Key words semi-arid of Sergipe water supply rainfall water water quality
cisterns
51 ndash INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade da aacutegua da chuva pode ser alterada durante o processo de
transporte e armazenamento A primeira possibilidade de alteraccedilatildeo ocorre
durante sua passagem pelo telhado da casa De fato o telhado recebe vaacuterios
tipos de depoacutesitos trazidos pelo vento como folhas madeira papel etc aleacutem
de poeira Eacute tambeacutem o lugar de passagem de animais roedores aves e
insetos Os resiacuteduos ou dejetos de animais satildeo levados pelo escoamento da
aacutegua de chuva nas telhas podendo contaminar a aacutegua que seraacute armazenada
Uma vez acumulados dentro da cisterna esses resiacuteduos podem se constituir
fonte de mateacuteria orgacircnica que pode favorecer o desenvolvimento de patoacutegenos
(BERNAT et al 1993) Outra possiacutevel fonte de contaminaccedilatildeo ocorre durante a
retirada de porccedilotildees de aacutegua da cisterna e manuseio da aacutegua para os vaacuterios
usos A segunda fonte de contaminaccedilatildeo eacute menos significativa pois afeta
somente uma porccedilatildeo de aacutegua enquanto a primeira pode contaminar toda a
aacutegua armazenada (contaminaccedilatildeo do manancial) (ANDRADE NETO 2003
2004)
Apoacutes um periacuteodo prolongado sem chuva uma certa quantidade de
sujeira permanece acumulada no telhado Por essa razatildeo eacute aconselhado evitar
a entrada das primeiras aacuteguas escoadas do telhado na cisterna colocando as
tubulaccedilotildees de conduccedilatildeo fora do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo da cisterna O tempo
de ldquolavagemrdquo do telhado depende da intensidade da precipitaccedilatildeo pode ser
reduzido a menos de uma hora no caso de uma chuva forte ou pode ser
prolongado ateacute um ou dois dias no caso de uma chuva de pequena intensidade
e constante (BERNAT 1993)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
145
A construccedilatildeo de cisternas proacuteximas a fossas e pontos de lanccedilamento de
esgotos a falta de conservaccedilatildeo e de manejo adequado da aacutegua aliados ao
uso de tampas inadequadas problemas de rachaduras e uso de cordas e
baldes para retirada de aacutegua da cisterna tambeacutem podem representar fontes de
contaminaccedilatildeo da aacutegua Desta forma vaacuterios microorganismos natildeo soacute os
pertencentes ao grupo coliformes totais e termotolerantes mas tambeacutem outras
bacteacuterias podem estar presentes na aacutegua (AMORIM PORTO 2003)
Meera e Ahammed (2006) fazem uma revisatildeo na literatura sobre a
questatildeo da qualidade de aacutegua de sistemas de coleta de aacutegua de chuva De
acordo com esses autores a maioria das pesquisas revela que a aacutegua destes
sistemas eacute bastante contaminada microbiologicamente a menos que cuidados
especiais sejam tomados durante a coleta e o armazenamento da aacutegua de
chuva Aleacutem disso estudos revelam que em geral a qualidade fiacutesico-quiacutemica
atende aos padrotildees de potabilidade com notaacutevel exceccedilatildeo sendo o pH
Contudo amplas variaccedilotildees na concentraccedilatildeo de iacuteons principais como caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio cloretos sulfatos e nitratos Essa variaccedilatildeo reflete
diferenccedilas no material do telhado o seu tratamento a sua orientaccedilatildeo e
declividade aleacutem da qualidade do ar das caracteriacutesticas de precipitaccedilatildeo da
regiatildeo Aleacutem disso metais pesados e compostos orgacircnicos traccedilos podem
tambeacutem apresentar problemas em alguns casos
Andrade Neto (2003 2004) analisa vaacuterios aspectos da qualidade da
aacutegua e da proteccedilatildeo sanitaacuteria de cisternas rurais a fim de evitar a contaminaccedilatildeo
da aacutegua da cisterna com a sujeira acumulada na superfiacutecie de captaccedilatildeo e
propotildee as seguintes medidas
(i) Deve haver um dispositivo para desviar automaticamente as primeiras
aacuteguas de chuva Em alguns casos quando a aacutegua eacute utilizada para outros fins
que natildeo abastecimento humano podem ser utilizadas grades ou peneiras
autolimpantes que natildeo desperdiccedilam aacutegua e removem as sujeiras da linha de
fluxo mas satildeo relativamente caras e requerem manutenccedilatildeo Tambeacutem podem
ser usados filtros de areia externos ou internos (na proacutepria cisterna) que
quando dimensionados adequadamente podem reter impurezas e
microrganismos de maior tamanho melhorando a qualidade da aacutegua coletada
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
146
(ii) Natildeo se deve ter contato direto com a aacutegua na cisterna a aacutegua deve ser
retirada preferencialmente por meio de tubulaccedilatildeo (tomada direta se a cisterna
for apoiada no solo ou por bomba se for enterrada) Quando necessaacuterio
(obrigatoacuteria em cisternas puacuteblicas enterradas) a bomba pode ser simples como
as bombas de ecircmbolo ou com bola de gude Contudo em alguns casos pode
ser requerido um sistema motor-bomba mais eficiente Em cisternas familiares
o uso de bomba pode ser dispensado se forem tomados cuidados higiecircnicos
severos na retirada da aacutegua
(iii) As cisternas enterradas devem ser impermeabilizadas para evitar
infiltraccedilotildees de aacuteguas contaminadas sempre que houver risco
(iv) A cisterna deve ser provida de extravasor e ventilaccedilatildeo a fim de garantir a
reoxigenaccedilatildeo da aacutegua mas sem propiciar o acesso de insetos ou de luz
abundante
(v) Deve haver uma tela de naacuteilon ou arame em todas as saiacutedas a fim de
evitar o acesso de insetos e pequenos animais Na calha ou tubulaccedilatildeo de
entrada da aacutegua na cisterna natildeo deve haver tela ou qualquer outra forma de
retenccedilatildeo de sujeira na linha de fluxo
Mesmo adotados todos os procedimentos pertinentes conveacutem tratar a
aacutegua da cisterna antes de usaacute-la principalmente nos casos em que natildeo se tem
a garantia de que a cisterna eacute abastecida somente por aacutegua de chuva ou que
natildeo se tenha a garantia da potabilidade da aacutegua de carros-pipa (AMORIM
PORTO 2003)
O municiacutepio de Poccedilo Redondo pertence agrave Microrregiatildeo Sergipana do
Sertatildeo e agrave Mesorregiatildeo do Sertatildeo Sergipano estando inserido no ldquoPoliacutegono
das Secasrdquo Apesar de ser banhado em 23 km de extensatildeo do seu territoacuterio
pelo rio Satildeo Francisco uma significativa parcela de sua populaccedilatildeo
principalmente a rural natildeo dispotildee de acesso regular ao abastecimento de
aacutegua Isso tem levado a prefeitura e algumas vezes ateacute algumas pessoas a
contratar carros-pipa principalmente na eacutepoca de estiagem Outras formas de
abastecimento satildeo poccedilos com dessalinizador aguadas e cisternas Segundo o
IBGE (2001) sua aacuterea eacute de cerca de 1200 km2 e na sua zona rural vivem
19660 habitantes enquanto que na zona urbana satildeo 6360 habitantes
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
147
Algumas ONGs tais como o CDJBC (Centro Dom Joseacute Brandatildeo de
Capacitaccedilatildeo) AMASE (Associaccedilatildeo Matildeo no Arado de Sergipe) o CECAC
(Centro de Capacitaccedilatildeo de Canudos) do MST (Movimento dos Sem Terra) e a
Caacuteritas (instituiccedilatildeo da Igreja Catoacutelica) tecircm se ocupado em angariar e gerir
recursos no sentido de construir cisternas em Poccedilo Redondo Com os recursos
geridos pelo CDJBC foram construiacutedas nos uacuteltimos anos 520 cisternas 100
pela AMASE (construiacutedas de 2003 a 2005) 67 pelo CECAC (2002 a 2004) e 30
pela Caacuteritas
Embora as aacuteguas pluviais sejam em geral de boa qualidade eacute
necessaacuterio que alguns cuidados sejam tomados Eacute muito importante que se
conheccedila a qualidade da aacutegua que se encontra armazenada nessas cisternas a
fim de se verificar o atendimento dos padrotildees de potabilidade uma vez que
essa aacutegua eacute utilizada para consumo pela populaccedilatildeo Este trabalho apresenta
os resultados do monitoramento de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e
bacterioloacutegicos da qualidade de aacutegua de algumas das cisternas instaladas em
Poccedilo Redondo-SE Aleacutem disso a forma de manejo da aacutegua armazenada nas
cisternas eacute tambeacutem abordada
52 ndash METODOLOGIA
As 20 cisternas utilizadas no presente trabalho foram escolhidas
aleatoriamente uma em cada localidade situada em Poccedilo Redondo-SE onde
foram construiacutedas cisternas com os recursos geridos pelo CECAC CDJBC
AMASE e Caacuteritas com frequumlecircncia mensal e periacuteodos distintos de duraccedilatildeo do
monitoramento No Anexo B podem ser vistas as 20 cisternas monitoradas Na
Tabela 51 consta as localidades das cisternas monitoradas com o nuacutemero de
residentes aleacutem do periacuteodo de monitoramento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
148
Tabela 51 Localidade com o nuacutemero de residentes e periacuteodo de
monitoramento da qualidade da aacutegua de 20 cisternas localizadas
em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia mensal de amostragem Nuacutemero
da cisterna
Localidade Nuacutemero de pessoas
residentes
Periacuteodo de monitoramento
1 Areias 4
2 Assentamento
Cajueiro
7
3 Assentamento
Maria Bonita
7
4 Assentamento
Maria Feitosa
7
5 Assentamento
Mulungu
3
6 Assentamento
Pioneira
4
7 Assentamento Satildeo
Francisco
1
8 Assentamento Satildeo
Joseacute de Nazareacute
6
9 Maranduba 10
10 Pia do Boi 3
11 Queimadas 4
12 Rancho Velho 5
11 meses
bull Julho a novembro de 2005
(mensalmente)
bull Janeiro a junho de 2006
(mensalmente)
13 Tanque Novo 4 10 meses
bull Agosto a novembro de 2005
(mensalmente)
bull Janeiro a junho de 2006
(mensalmente)
14 Berro Grosso 5
15 Flor da Serra 5
16 JacareacuteCurituba 6
17 Peacute da Serra 9
18 Salgadinho 5
19 Satildeo Joseacute 4
20 Serra da Guia 7
2 meses
bull Julho a agosto de 2005
(mensalmente)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
149
Adotou-se o seguinte procedimento de coleta para os ensaios fiacutesico-
quiacutemicos (alcalinidade cloreto e dureza) realizados no laboratoacuterio
(i) Foram utilizados recipientes de 1000 com mL nas coletas para os ensaios
destinados agrave determinaccedilatildeo de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua das
cisternas monitoradas
(ii) No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes recipientes com detergente
neutro e aacutegua de destilada
(iii) Quando era possiacutevel aacutegua era coletada diretamente com o referido
recipiente de 1000 mL Nas ocasiotildees onde natildeo era possiacutevel coletaacute-la
diretamente foi utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde atado a uma
corda utilizado pelo usuaacuterio da cisterna) Entatildeo a aacutegua coletada no recipiente
de transposiccedilatildeo era transferida para o referido recipiente de 1000 mL
A aacutegua coletada em cada cisterna com o balde era tambeacutem transferida
(em algumas coletas) para 2 recipientes de 100 mL sendo um destinado agrave
determinaccedilatildeo de soacutedio e potaacutessio no laboratoacuterio e o outro (com 5 mL de aacutecido
niacutetrico) para a determinaccedilatildeo de alumiacutenio cobre ferro manganecircs e zinco no
laboratoacuterio
Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios
bacterioloacutegicos
(i) Foram utilizados recipientes autoclavados de boca larga com capacidade de
250 mL natildeo toacutexicos e esteacutereis contendo 01 mL (aproximadamente 2 gotas)
de soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio a 10 a fim de neutralizar a accedilatildeo do cloro
(ii) O recipiente autoclavado era destampado no momento da coleta
removendo a tampa e o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente
tendo o cuidado de natildeo deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer
superfiacutecie aleacutem de natildeo tocar no bocal
(iii) Na impossibilidade de coletar-se diretamente com o recipiente autoclavado
era utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde atado a uma corda utilizado
pelo usuaacuterio da cisterna) Em seguida a aacutegua coletada nesse recipiente de
transposiccedilatildeo era colocada no recipiente autoclavado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
150
Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos
eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a
funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto
ateacute o laboratoacuterio
Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos que foram
determinados o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo empregado satildeo
apresentados na Tabela 52 Todas as anaacutelises foram realizadas em
conformidade com o que preconiza o APHA et al (1998) A cor aparente foi
determinada apenas nas coletas realizadas entre marccedilo a junho de 2006
Tabela 52 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nas 20
cisternas com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado
Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo
Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico
Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico
Coliformes (totais e termotolerantes) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos
Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro
Cor aparente Campo Coloriacutemetro
Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico
pH Campo Potenciomeacutetrico
Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro
Temperatura Campo Leitura direta
Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico
As concentraccedilotildees de alumiacutenio cobre ferro manganecircs e zinco
presentes na amostras de aacutegua coletadas foram determinadas utilizando-se o
espectrofotocircmetro de emissatildeo atocircmica em plasma indutivamente acoplado
(ICP) As concentraccedilotildees de soacutedio e potaacutessio foram determinadas atraveacutes do
emprego do fotocircmetro de chamas Vale observar que a concentraccedilatildeo de ferro
nas amostras coletadas em novembro de 2005 foi determinada atraveacutes do
emprego do fotocircmetro de chamas
Para cada cisterna monitorada foram levantados os seguintes dados
nuacutemero de pessoas atendidas realizaccedilatildeo de desvio das primeiras aacuteguas de
chuva procedimento de retirada de aacutegua da cisterna existecircncia e tipo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
151
tratamento local de aplicaccedilatildeo de produtos quiacutemicos (quando aplicados)
acessoacuterios existentes (extravasor ventilaccedilatildeo etc) e origem da aacutegua
armazenada no dia da coleta (chuva abastecimento puacuteblico (DESO) caminhatildeo
pipa mistura entre estas) Nos uacuteltimos 3 meses de monitoramento da
qualidade da aacutegua (abril maio e junho de 2006) foi determinado o niacutevel da
aacutegua armazenada nas cisternas de no 1 a 13
Como seraacute visto mais adiante o pH da aacutegua das cisternas diversas
vezes atingiu valores bem elevados Foram construiacutedas duas caixas de 70 x 60
cm x 15 cm de altura (uma foi confeccionada com um produto comercial
utilizado na impermeabilizaccedilatildeo de cisternas e a outra foi confeccionada sem
este impermeabilizante) para investigar a sua influecircncia na elevaccedilatildeo do pH
Este produto quiacutemico tem a propriedade de impermeabilizar concretos e
argamassas por hidrofugaccedilatildeo do sistema capilar e permite a respiraccedilatildeo dos
materiais mantendo os ambientes salubres Sua composiccedilatildeo baacutesica eacute de sais
metaacutelicos e silicatos As etapas para a confecccedilatildeo da caixa com o referido
produto na sua composiccedilatildeo foram as seguintes
(i) Utilizou-se um pedaccedilo de telha de fibrocimento do tipo calhetatildeo da Eternit
(ii) As duas extremidades foram fechadas com pedaccedilos da proacutepria telha
recortada de forma a se ajustar perfeitamente na calha da telha
(iii) Foi aplicado internamente sobre toda a superfiacutecie um chapisco no traccedilo 11
de cimento e areia grossa
(iv) Sobre o chapisco foi aplicada uma camada de cerca de 2 cm de espessura
de reboco no traccedilo 13 de cimento e areia com adiccedilatildeo do impermeabilizante na
aacutegua de amassamento
(v) Foi deixado durante 7 dias mantendo-se a caixa sempre cheia drsquoaacutegua a fim
de proporcionar uma boa cura da argamassa aplicada
(vi) Foi colocado aacutegua da torneira e foram realizadas mediccedilotildees do pH durante 5
dias desta aacutegua armazenada na caixa Apoacutes os 5 dias a caixa foi esvaziada e
enchida com aacutegua da chuva onde foi determinado o pH durante 5 dias
Antes da colocaccedilatildeo da aacutegua da torneira e da de chuva na caixa foi determinado
o pH destas aacuteguas aleacutem do pH do impermeabilizante
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
152
Para a caixa construiacuteda sem o impermeabilizante na sua composiccedilatildeo
utilizou-se o mesmo procedimento anterior com exceccedilatildeo da etapa iv onde natildeo
houve adiccedilatildeo deste produto Da mesma forma descrita anteriormente foram
deteminados o pH da aacutegua da torneira e o pH da aacutegua da chuva antes e apoacutes a
sua colocaccedilatildeo na caixa
53 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Todas as cisternas levantadas e monitoradas eram de placa de cimento
de forma ciliacutendrica coberta e semi-enterrada algumas com capacidade para
armazenar 15 m3 outras com capacidade para 16 m3 O telhado de todas as
casas era de material ceracircmico (telha canal) Segundo Yaziz et al (1989) e
Lanka Rainwater Harvesting Forum (2001) a qualidade microbioloacutegica da aacutegua
de chuva proveniente de telhados metaacutelicos eacute geralmente melhor que outros
tipos de telhados e segundo o Lanka Rainwater Harvesting Forum (2001) o
inverso se verifica para os telhados ceracircmicos
A calha de todas as 20 cisternas monitoradas era de zinco e a tubulaccedilatildeo
que interligava a calha a essas cisternas era de PVC Todas essas cisternas
foram pintadas de branco que segundo Gnadlinger (1999) diminui o
aquecimento a fim de dificultar o surgimento de fissuras
Os agentes de sauacutede distribuiacuteam hipoclorito para os proprietaacuterios das
cisternas Poreacutem a distribuiccedilatildeo natildeo vinha sendo frequumlente Alguns moradores
colocavam esse produto somente na cisterna outros soacute no pote outros em
ambos e alguns admitem que natildeo o utilizavam (Assentamento Maria Bonita
Maranduba Areias e Assentamento Pioneira)
Quanto agrave origem da aacutegua armazenada nas cisternas no dia de cada
coleta de aacutegua para anaacutelise obteve-se dos moradores proprietaacuterios o seguinte
a aacutegua tinha as mais variadas procedecircncias chuva carro pipa sistema de
abastecimento puacuteblico (DESO) de chafariz puacuteblico ou uma mistura (carro pipa
chafariz chuva rede puacuteblica e chuva) Segundo Amorim e Porto (2003) essa
praacutetica de natildeo armazenar somente aacutegua de chuva em cisterna vem sendo
comum nas comunidades do semi-aacuterido nordestino
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
153
Todos os 20 proprietaacuterios retiravam a aacutegua da cisterna atraveacutes de balde
(quando necessaacuterio atado a uma corda) embora algumas cisternas
possuiacutessem bomba bola de gude (Areias Assentamento Cajueiro
Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute Assentamento Satildeo Francisco Maranduba
Peacute da Serra e Salgadinho) pois se queixavam da baixa vazatildeo desta Na
cisterna de Queimadas inclusive o proprietaacuterio a removeu da cisterna Ao
longo das visitas (dias de coleta) algumas situaccedilotildees improacuteprias foram
presenciadas tais como por exemplo presenccedila de animais no interior de
cisterna fissuras em cisterna tampa da cisterna aberta deteriorada eou
inadequada entre outras Eacute recomendado que a cisterna seja localizada a pelo
menos 30 m de fossas galinheiros pocilgas e similares Essa recomendaccedilatildeo
natildeo foi verificada em nenhuma das 20 cisternas monitoradas Na Figura 51
satildeo vistas alguns exemplos de manejo inadequado das cisternas monitoradas
Das cisternas monitoradas apenas a cisterna do Assentamento Satildeo
Joseacute de Nazareacute era dotada de peneira na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna o
que previne a passagem de resiacuteduos carreados com a aacutegua de chuva Esta
peneira eacute vista na Figura 52
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
154
(a) Tampa deteriorada (b) Anfiacutebio no interior
(c) Presenccedila de fissuras (d) Fossa com distacircncia inferior a 30 m
da cisterna
(e) Bomba de bola de gude retirada da cisterna
(f) Tubulaccedilatildeo que interliga a calha agrave cisterna colocada no chatildeo
Figura 51 Algumas situaccedilotildees improacuteprias presenciadas nas cisternas
monitoradas
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
155
(a) Detalhe da peneira (b) Insetos retidos pela peneira
Figura 52 Peneira de coar chaacute utilizada na tubulaccedilatildeo de entrada da cisterna
do Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute para impedir o acesso de
insetos e outros animais de pequenas dimensotildees aleacutem de
detritos
Em abril (geralmente mecircs seco em Poccedilo Redondo) maio e junho
(geralmente meses chuvosos em Poccedilo Redondo) de 2006 uacuteltimos meses de
monitoramento das cisternas foi medido o niacutevel da aacutegua no interior da cisterna
Os resultados satildeo apresentados na Tabela 53 onde se nota uma
heterogeneidade no niacutevel da aacutegua das cisternas
Tabela 53 Niacutevel da aacutegua armazenada em 13 cisternas monitoradas
localizadas em Poccedilo Redondo-SE Niacutevel da cisterna
monitorada (cm)
2006
Nuacutemero
da
cisterna
Localidade
Abril Maio Junho
1 Areias 11 92 22
2 Assentamento Cajueiro 18 65 32
3 Assentamento Maria Bonita 30 22 14
4 Assentamento Maria Feitosa 41 33 47
5 Assentamento Mulungu 85 53 51
6 Assentamento Pioneira 96 126 146
7 Assentamento Satildeo Francisco 88 79 14
8 Satildeo Joseacute de Nazareacute 22 29 19
9 Maranduba 140 125 147
10 Pia do Boi 52 34 26
11 Queimadas 107 102 108
12 Rancho Velho 50 71 98
13 Tanque Novo 34 21 29
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
156
Os resultados das anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas na aacutegua das cisternas satildeo
apresentados na Tabela 54 enquanto que nas Tabelas 55 a 511 satildeo
apresentado os resultados das anaacutelises de metais na aacutegua coletada nas
cisternas 1 a 13 O Anexo C conteacutem graacuteficos dos resultados dos paracircmetros
fiacutesico-quiacutemicos determinados com a indicaccedilatildeo da origem da aacutegua
armazenada que foi coletada Vale observar que na coleta realizada em marccedilo
de 2006 a cisterna de Tanque Novo encontrava-se vazia Os moradores
estavam armazenando aacutegua proveniente de um barreiro em recipientes Ela
tinha um aspecto bastante turvo poreacutem vinha sendo consumida pelos
moradores Essa aacutegua foi coletada para a determinaccedilatildeo de seus paracircmetros
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua
coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE Paracircmetro
No da
cisterna
Localidade Condutividade eleacutetrica (microScm)
STD (mgL)
Temperatura (oC)
pH Cor aparente (uH)
Turbidez (uT)
Alcalinidade total (mg
CaCO3L)
Cloreto (mg Cl-L)
Dureza total (mg
CaCO3L)
Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)
1 Areias
2630 ndash 795 1736 plusmn 511 CV = 295
3345 ndash 1175 2523 plusmn 849 CV = 337
306 ndash 235 272 plusmn 26 CV = 95
94 ndash 81 89 plusmn 04
CV = 45
134 ndash 40 77 plusmn 43
CV = 558
318 ndash 044 102 plusmn 079
CV = 7745
66 ndash 4 304 plusmn 273 CV = 898
16 ndash 1 38 plusmn 47
CV = 1237
110 ndash 30 598 plusmn 239 CV = 400
102 ndash 24 584 plusmn 224 CV = 383
2
Ass
Cajueiro
3920 ndash 1033 1571 plusmn 877 CV = 558
2580 ndash 1551 1819 plusmn 339 CV = 186
319 ndash 225 273 plusmn 31
CV = 113
91 ndash 66 82 plusmn 08
CV = 97
226 ndash 62 145 plusmn 67
CV = 462
413 ndash 055 13 plusmn 10
CV = 7692
91 ndash 5 326 plusmn 279 CV = 856
10 ndash 2 47 plusmn 24
CV = 511
87 ndash 24 402 plusmn 173 CV = 430
79 ndash 10 301 plusmn 177 CV = 588
3 Ass Maria
Bonita
2460 ndash 816 1645 plusmn 540 CV = 328
3696 ndash 1196 2408 plusmn 856 CV = 355
297 ndash 240 269 plusmn 27
CV = 100
93 ndash 82 88 plusmn 03
CV = 34
93 ndash 03 39 plusmn 38
CV = 974
177 ndash 048 112 plusmn 048
CV = 4286
63 ndash 5 258 plusmn 255 CV = 988
18 ndash 2 95 plusmn 115
CV = 1211
102 ndash 41 589 plusmn 202 CV = 343
88 ndash 30 425 plusmn 212 CV = 499
4 Ass Maria
Feitosa
1233 ndash 610 1073 plusmn 302 CV = 281
3170 ndash 1222 1734 plusmn 583 CV = 336
293 ndash 238 266 plusmn 19 CV = 71
89 ndash 77 81 plusmn 06 CV = 74
110 ndash 02 76 plusmn 51
CV = 671
135 ndash 061 097 plusmn 025
CV = 2577
33 ndash 5 154 plusmn 124 CV = 805
6 ndash 1 28 plusmn 16
CV = 571
95 ndash 37 564 plusmn 195 CV = 346
65 ndash 16 304 plusmn 149 CV = 490
5 Ass
Mulungu
1540 ndash 970 1200 plusmn 210 CV = 175
2210 ndash 1359 1728 plusmn 288 CV = 167
322 ndash 232 280 plusmn 30
CV = 107
87 ndash 71 83 plusmn 05
CV = 60
101 ndash 04 52 plusmn 40
CV = 769
137 ndash 029 078 plusmn 031
CV = 3974
44 ndash 5 247 plusmn 174 CV = 704
8 ndash 2 37 plusmn 21
CV = 567
65 ndash 36 441 plusmn 93
CV = 211
51 ndash 20 303 plusmn 103 CV = 340
6 Ass
Pioneira
1511 ndash 864 1240 plusmn 180 CV = 145
2240 ndash 1291 1818 plusmn 269 CV = 148
312 ndash 232 276 plusmn 28
CV = 101
89 ndash 65 82 plusmn 07
CV = 85
136 ndash 03 60 plusmn 58
CV = 967
095 ndash 034 061 plusmn 019
CV = 3115
47 ndash 6 252 plusmn 151 CV = 599
6 ndash 2 45 plusmn 18
CV = 400
51 ndash 36 440 plusmn 49
CV = 111
41 ndash 24 350 plusmn 54
CV = 154 7
Ass Satildeo Francisco
3070 ndash 1235 2727 plusmn 1781
CV = 653
7500 ndash 1846 3484 plusmn 1915
CV = 550
312 ndash 239 277 plusmn 26 CV = 94
105 ndash 75 90 plusmn 089 CV = 99
168 ndash 67 115 plusmn 41
CV = 356
127 ndash 057 085 plusmn 019
CV = 2235
126 ndash 4 533 plusmn 452 CV = 848
4 ndash 2 31 plusmn 12
CV = 387
61 ndash 14 347 plusmn 107 CV = 309
51 ndash 8 230 plusmn 129 CV = 561
8
Ass Satildeo Joseacute de Nazareacute
7110 ndash 1179 3808 plusmn 2381
CV = 625
8360 ndash 1752 4596 plusmn 2955
CV = 643
312 ndash 231 274 plusmn 25 CV = 91
118 ndash 88 104 plusmn 12
CV = 115
97 ndash 21 54 plusmn 33
CV = 611
099 ndash 056 075 plusmn 014
CV = 1867
162 ndash 5 785 plusmn 655 CV = 834
18 ndash 2 62 plusmn 48
CV = 774
102 ndash 14 706 plusmn 327 CV = 463
79 ndash 10 301 plusmn 177 CV = 588
9 Maranduba
1920 ndash 1290 1494 plusmn 170 CV = 114
2390 ndash 1918 2163 plusmn 156
CV = 72
317 ndash 230 269 plusmn 24 CV = 89
101 ndash 84 96 plusmn 06
CV = 62
70 ndash 00 31 plusmn 29
CV = 935
089 ndash 040 064 plusmn 015
CV = 2344
70 ndash 4 305 plusmn 261 CV = 856
6 ndash 2 29 plusmn 13
CV = 448
80 ndash 41 562 plusmn 135 CV = 240
45 ndash 21 314 plusmn 101 CV = 322
10 Pia do Boi
2410 ndash 1190 1839 plusmn 437 CV = 237
3590 ndash 1650 2719 plusmn 747 CV = 275
299 ndash 234 264 plusmn 25 CV = 95
90 ndash 67 84 plusmn 08
CV = 95
67 ndash 44 54 plusmn 09
CV = 167
152 ndash 046 079 plusmn 028
CV = 3544
71 ndash 5 332 plusmn 259 CV = 780
18 ndash 2 56 plusmn 51
CV = 911
132 ndash 36 835 plusmn283 CV = 339
102 ndash 24 584 plusmn 224 CV = 383
Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo (Continua)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Tabela 54 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua
coletada de 20 cisternas no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE (cont) Paracircmetro
No da
cisterna
Localidade Condutividade eleacutetrica (microScm)
STD (mgL)
Temperatura (oC)
pH Cor aparente (uH)
Turbidez (uT)
Alcalinidade total (mg
CaCO3L)
Cloreto (mg Cl-L)
Dureza total (mg
CaCO3L)
Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)
11 Queimadas
1920 ndash 1290 1659 plusmn 127 CV = 77
2797 ndash 2130 2488 plusmn 206
CV = 83
306 ndash 246 276 plusmn 22 CV = 80
97 ndash 84 90 plusmn 04
CV = 44
60 ndash 00 31 plusmn 33 1064
225 ndash 041 084 plusmn 050
CV = 5952
51 ndash 4 263 plusmn 201 CV = 764
12 ndash 2 60 plusmn 35
CV = 583
57 ndash 41 496 plusmn 55
CV = 111
53 ndash 20 380 plusmn 91
CV = 239
12
Rancho Velho
2070 ndash 1298 1695 plusmn 264 CV = 156
2960 ndash 1928 2462 plusmn 354 CV = 144
306 ndash 238 275 plusmn 22 CV = 80
107 ndash 83 95 plusmn 08
CV = 84
115 ndash 33 73 plusmn 41 562
1684 ndash 043 292 plusmn 494
CV = 1692
82 ndash 5 420 plusmn 351 CV = 834
8 ndash 2 37 plusmn 19
CV = 514
92 ndash 41 521 plusmn 145 CV = 278
51 ndash 8 230 plusmn 129 CV = 561
13 Tanque
Novo
4760 ndash 784 2119 plusmn 1293
CV = 610
7060 ndash 1166 3217 plusmn 2054
CV = 638
284 ndash 226 263 plusmn 20 CV = 76
88 ndash 67 81 plusmn 08
CV = 99
29300 ndash 58 7409 plusmn 14594
1970
20100 ndash 069 2189 plusmn 6296 CV = 28762
47 ndash 5 239 plusmn 165 CV = 690
50 ndash 3 139 plusmn 146
CV = 1050
126 ndash 34 646 plusmn 330 CV = 511
88 ndash 20 397 plusmn 242 CV = 609
14 Berro
Grosso
1750 ndash 1720 1735 plusmn 21 CV = 12
2570 ndash 2570 --- ---
236 ndash 235 235 plusmn 01 CV = 04
96 ndash 93 94 plusmn 02
CV = 21
--- --- ---
079 ndash 069 074 plusmn 007 CV = 946
15 ndash 15 15 plusmn 0
CV = 00
8 ndash 6 70 plusmn 14
CV = 200
55 ndash 41 480 plusmn 99
CV = 206
88 ndash 20 397plusmn 242 CV = 609
15 Flor da
Serra
1980 ndash 1630 1805 plusmn 247 CV = 137
2420 ndash 242 2420 plusmn 00 CV = 00
243 ndash 240 241 plusmn 02 CV = 08
93 ndash 92 92 plusmn 01
CV = 11
--- --- ---
109 ndash 054 080 plusmn 040
CV = 5000
65 ndash 64 645 plusmn 07 CV = 11
12 ndash 8 100 plusmn 28
CV = 280
40 ndash 39 395 plusmn 07 CV = 18
41 ndash 24 350 plusmn 54
CV = 154
16 Jacareacute Curituba
2110 ndash 2010 2060 plusmn 71 CV = 34
3144 ndash 3144 3144 plusmn 00 CV = 00
231 ndash 225 228 plusmn 04 CV = 18
73 ndash 71 72 plusmn 01
CV = 14
--- --- ---
121 ndash 118 120 plusmn 002 CV = 167
77 ndash 75 760 plusmn 14 CV = 18
6 ndash 4 50 plusmn 14
CV = 280
78 ndash 69 735 plusmn 64 CV = 87
53 ndash 20 380 plusmn 91
CV = 239
17
Peacute da Serra 1940 ndash 1470 1705 plusmn 332 CV = 195
2222 ndash 2222 2222 plusmn 00 CV = 00
246 ndash 240 243 plusmn 04 CV = 16
82 ndash 80 81 plusmn 014 CV = 17
--- --- ---
189 ndash 071 130 plusmn 083 CV = 638
60 ndash 49 545 plusmn 78
CV = 143
20 ndash 14 170 plusmn 42
CV = 247
53 ndash 41 470 plusmn 85
CV = 181
65 ndash 16 304 plusmn 149 CV = 490
18 Salgadinho
2840 ndash 2530 2685 plusmn 219
CV = 82
4290 ndash 4290 4290 plusmn 00 CV = 00
250 ndash 237 243 plusmn 09 CV = 37
90 ndash 90 90 plusmn 00
CV = 00
--- --- ---
082 ndash 068 070 plusmn 099
CV = 1414
95 ndash 74 845 plusmn 148 CV = 176
20 ndash 14 170 plusmn 42
CV = 247
89 ndash 82 855 plusmn 49 CV = 57
51 ndash 20 303 plusmn 103 CV = 340
19 Satildeo Joseacute
4500 ndash 1660 3080 plusmn 2088
CV = 678
6705 ndash 6705 6705 plusmn 00 CV = 00
250 ndash 242 246 plusmn 06 CV = 24
91 ndash 90 90 plusmn 01
CV = 11
--- --- ---
204 ndash 075 140 plusmn 091 CV = 650
118 ndash 102 1100 plusmn 113 CV = 103
8 ndash 2 50 plusmn 42
CV = 840
51 ndash 41 460 plusmn 71
CV = 154
45 ndash 21 314 plusmn 101 CV = 322
20 Serra da
Guia
1460 ndash 1090 1275 plusmn 262 CV = 205
1640 ndash 1640 1640 plusmn 00 CV = 00
242 ndash 235 238 plusmn 05 CV = 21
92 ndash 90 91 plusmn 01
CV = 11
--- --- ---
116 ndash 072 094 plusmn 031 CV = 330
26 ndash 24 490 plusmn 28 CV = 57
18 ndash 4 110 plusmn 99
CV = 900
36 ndash 35 355 plusmn 07 CV = 20
88 ndash 30 425 plusmn 212 CV = 499
Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
159
Tabela 55 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) de
amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com
indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta
2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Cisterna
Concentraccedilatildeo de potaacutessio (mgL) Areias 178 ------ ------ 128 139 116 62 48 Ass Cajueiro 156 ------ ------ 32 40 47 39 48 Ass Maria Bonita
36 ------ ------ 82 23 32 36 64
Ass Maria Feitosa
25 ------ ------ 60 24 30 25 20
AssMulungu 32 ------ ------ 24 35 43 32 37 Ass Pioneira 46 ------ ------ 36 40 34 24 23 Ass SFrancico
118 ------ ------ 138 160 77 88 35
AssSJoseacute de Nazareacute
396 ------ ------ 514 94 77 78 67
Maranduba 130 ------ ------ 104 80 83 71 72 Pia do Boi 99 ------ ------ 87 103 113 106 106 Queimadas 125 ------ ------ 138 86 102 81 81 Rancho Velho
186 ------ ------ 161 182 81 72 69
Tanque Novo 24 ------ ------ 160 251 33 32 18
Tabela 56 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) de amostras
coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data
em que foi realizada a coleta Data da coleta
2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Cisterna
Concentraccedilatildeo de soacutedio (mgL) Areias 60 ------ ------ 43 41 66 44 26 Ass Cajueiro 76 ------- ------ 44 43 76 37 45 Ass Maria Bonita
29 ------- ------ 44 24 72 51 67
Ass Maria Feitosa
27 ------ ------ 30 25 60 34 29
AssMulungu 26 ------ ------ 26 25 46 29 36 Ass Pioneira 34 ------ ------ 27 27 51 26 40 Ass SFrancico
213 ------ ------ 41 59 57 52 22
AssSJoseacute de Nazareacute
68 ------ ------ 88 40 62 32 44
Maranduba 47 ------ ------ 32 29 53 34 43 Pia do Boi 34 ------ ------ 35 33 69 45 43 Queimadas 88 ------ ------ 95 59 89 64 60 Rancho Velho
38 ------ ------ 42 39 74 50 55
Tanque Novo 27 ------ ------ 433 564 63 39 40
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
160
Tabela 57 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de ferro (mgL) de amostras
coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data
em que foi realizada a coleta Data da coleta
2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar
Cisterna
Concentraccedilatildeo de ferro (mgL) Areias 02 ------ ------ -------- 00401 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 0 Ass Maria Bonita
02 ------ ------ 02824 02496
Ass Maria Feitosa
------ ------ ------ 0 0
AssMulungu 03 ------ ------ 0 Ass Pioneira 02 ------ ------ 0 0 Ass SFrancico
01 ------ ------ 0 --------
AssSJoseacute de Nazareacute
01 ------ ------ 0 00066
Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi lt 01 ------ ------ 0 0 Queimadas 02 ------ ------ 00793 0 Rancho Velho
------ ------ ------ ------ 0
Tanque Novo 03 ------ ------ 04411 1006 Determinado com o fotocircmetro de chamas
Determinado com o ICP Tabela 58 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) de
amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com
indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta
2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar
Cisterna
Concentraccedilatildeo de alumiacutenio (mgL) Areias ------ ------ ------ 00927 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 Ass Maria Bonita ------ ------ 02400 00100 Ass Maria Feitosa ------ ------ ------ 0 0 AssMulungu ------ ------ 0 00321 Ass Pioneira ------ ------ 0 00687 Ass SFrancico ------ ------ 0 00813 AssSJoseacute de Nazareacute ------ ------ 01390 01152 Maranduba ------ ------ ------ 00360 00228 Pia do Boi ------ ------ 00705 00035 Queimadas ------ ------ 00555 0 Rancho Velho ------ ------ ------ ------ 00333 Tanque Novo ------ ------ 01077 2615
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
161
Tabela 59 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de zinco (mgL) de amostras
coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data
em que foi realizada a coleta Data da coleta
2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar
Cisterna
Concentraccedilatildeo de zinco (mgL) Areias ------ ------ ------ 0 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 0 0 Ass Maria Bonita
------ ------ 0 0
Ass Maria Feitosa
------ ------ ------ 0 0
AssMulungu ------ ------ 0 0 Ass Pioneira ------ ------ 0 0 Ass SFrancico
------ ------ 0 0
AssSJoseacute de Nazareacute
------ ------ 0 0
Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 0 0 Rancho Velho
------ ------ ------ 0
Tanque Novo ------ ------ 0 0 Tabela 510 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de cobre (mgL) de amostras
coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com indicaccedilatildeo da data
em que foi realizada a coleta Data da coleta
2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar
Cisterna
Concentraccedilatildeo de cobre (mgL) Areias ------ ------ 00032
Ass Cajueiro ------ ------ ------ 00002 0 Ass Maria
Bonita ------ ------ 00044 00085
Ass Maria Feitosa
------ ------ ------ 00019 0
AssMulungu ------ ------ 0 00321 Ass Pioneira ------ ------ 00026 00012
Ass SFrancico
------ ------ 00081 0
AssSJoseacute de Nazareacute
------ ------ 00027 00066
Maranduba ------ ------ ------ 0 00006 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 00002 00032
Rancho Velho
------ ------ ------ 00056
Tanque Novo ------ ------ 0 0
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
162
Tabela 511 Resultados obtidos da concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) de
amostras coletadas nas cisternas de Poccedilo Redondo com
indicaccedilatildeo da data em que foi realizada a coleta Data da coleta
2005 2006 Nov Dez Jan Fev Mar
Cisterna
Concentraccedilatildeo de manganecircs (mgL) Areias ------ ------ 00038 Ass Cajueiro ------ ------ ------ 00036 0 Ass Maria Bonita
------ ------ 00045 00080
Ass Maria Feitosa
------ ------ ------ 0 0
AssMulungu ------ ------ 0 0 Ass Pioneira ------ ------ 0 00012 Ass SFrancico
------ ------ 0 0
AssSJoseacute de Nazareacute
------ ------ 00004 0
Maranduba ------ ------ ------ 0 0 Pia do Boi ------ ------ 0 0 Queimadas ------ ------ 0 0 Rancho Velho
------ ------ ------ -------- 00002
Tanque Novo ------ ------ 00291 03097
Com base nos resultados da Tabela 54 e excluindo-se a aacutegua coletada
em marccedilo de 2006 em Tanque Novo pode-se afirmar
(i) A condutividade eleacutetrica mais elevada foi verificada na cisterna 8
(Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute) que atingiu o valor de 711 microScm Os
valores de STD de todas as cisternas excetuando o da coleta em Tanque
Novo em marccedilo de 2006 sempre foram inferiores a 1000 mgL atendendo
portanto agrave Portaria no 518 do Ministeacuterio da Sauacutede
(ii) Percebe-se que algumas cisternas (7 8 9 11 12 e 14) apresentaram
valores de pH superior a 95 chegando a 118 na cisterna 8 tornando a aacutegua
inaceitaacutevel para consumo humano Isso pode estar relacionado ao fato de que
essas cisternas natildeo terem mais de 3 anos que foram construiacutedas e que
segundo Meera e Ahammed (2006) esse paracircmetro diminui com a idade da
cisterna Tambeacutem possivelmente os materias utilizados na construccedilatildeo da
cisterna inclusive o impermeabilizante podem ter contribuiacutedo para essa
elevaccedilatildeo do pH A fim de verificar a influecircncia ou natildeo deste
impermeabilizante usado na construccedilatildeo de cisternas no pH de aacutegua
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
163
armazenada foram construiacutedas duas caixas conforme foi descrito na
metodologia sendo uma com esse produto quiacutemico (Figura 53) e a outra sem
(Figura 54) A seguir foram colocadas aacutegua de chuva e de torneira nessas
duas caixas e determinado o pH durante 5 dias O pH deste produto comercial
utilizado na impermeabilizaccedilatildeo de cisternas e o pH dessas aacuteguas foram
determinados antes da sua colocaccedilatildeo na confecccedilatildeo das caixas Na Figura 55
e na Tabela 512 satildeo apresentados os resultados dessa investigaccedilatildeo
Figura 53 Caixa construiacuteda com impermeabilizante para a determinaccedilatildeo de pH
Figura 54 Caixa construiacuteda sem o impermeabilizante para a determinaccedilatildeo de pH
123456789
1011121314
0 1 2 3 4 5Tempo (dias)
pH
Caixa com impermeabilizante - aacutegua de torneiraCaixa com impermeabilizante - aacutegua de chuvaCaixa sem impermeabilizante - aacutegua de torneiraCaixa sem impermeabilizante - aacutegua de chuva
Figura 55 pH da aacutegua de torneira e da aacutegua de chuva armazenadas nas
caixas confeccionadas com e sem impermeabilizante
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
164
Tabela 512 pH da torneira e da chuva antes e apoacutes a sua colocaccedilatildeo na caixa
construiacuteda com impermeabilizante e em outra caixa construiacuteda
sem o impermeabilizante Caixa confecionada com o
produto comercial para impemeabilizaccedilatildeo
Caixa confecionada sem o produto comercial para
impemeabilizaccedilatildeo
Tempo (dias)
pH com aacutegua da torneira
pH com aacutegua da chuva
pH com aacutegua da torneira
pH com aacutegua da chuva
0 102 88 98 78 1 101 88 98 77 2 102 87 98 75 3 102 86 96 76 4 102 87 97 75 5 101 87 96 75
Obs 1) pH do produto comercial para impermeabilizaccedilatildeo = 103 2) pH da aacutegua de chuva antes de colocar na caixa confeccionada com o impermeabilizante = 69 3) pH da aacutegua da torneira antes de colocar na caixa confeccionada com o impermeabilizante = 77 4) pH da aacutegua de chuva antes de colocar na caixa confeccionada sem o impermeabilizante = 69 5) pH da aacutegua da torneira antes de colocar na caixa confeccionada sem o impermeabilizante = 72
Como se pode observar os valores de pH da caixa construiacuteda com o
impermeabilizante alcanccedilaram valores elevados de pH sendo tambeacutem mais
elevados que os da caixa confeccionada sem a adiccedilatildeo desse produto Como o
monitoramento do pH deste experimento foi realizado durante apenas 5 dias
para se chegar a resultados mais conclusivos eacute necessaacuterio um estudo por um
periacuteodo mais extenso
Valores de pH alcalino foram verificados por Awadallah (2004) que
coletou aacutegua de 30 cisternas domiciliares escolares e puacuteblicas no distrito de
Hebron (18 na aacuterea de Yatta e 12 na aacuterea de Arab Ramadeen) O pH da aacutegua
das cisternas da aacuterea de Yatta variou entre 851-1152 com valor meacutedio de
911 O pH da aacuterea de Arab Ramadeen variou entre 831-1016 com valor
meacutedio de 883 De acordo com a pesquisa o pH era alcalino devido ao
acuacutemulo de sedimentos alcalinos no fundo da cisterna e devem ser removidos
pelo menos uma vez ao ano
(iii) Com relaccedilatildeo agrave turbidez a Portaria no 518 do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)
estabelece que satildeo aceitaacuteveis valores ateacute 50 uT Portanto de acordo com os
resultados a aacutegua de todas as cisternas atendeu a esse valor maacuteximo
permitido De acordo com os padrotildees para aacutegua potaacutevel a cor aparente natildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
165
deve ser superior a 150 uH Apenas a aacutegua coletada nas cisternas 2
(Assentamento Cajueiro) em maio de 2006 e na cisterna 7 (Assentamento Satildeo
Francisco) coletada em maio de 2006 apresentaram valores maiores que o
recomendado (226 uH para a cisterna 2 e 168 para a cisterna 7)
(iv) A alcalinidade determinada nas cisternas variou de 4 mg CaCO3L
(cisterna 4 Queimadas) a 162 mg CaCO3L (cisterna 8 Satildeo Joseacute de Nazareacute)
Mota (2000) afirma que a alcalinidade excessiva pode proporcionar sabor
desagradaacutevel agrave aacutegua sem no entanto informar a partir de que valores isso
pode ocorrerer
(v) Os valores da concentraccedilatildeo de cloreto e de dureza em todas as cisternas
atenderam ao padratildeo de potabilidade
(vi) As dispersotildees nos valores dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das amostras
coletadas entre outras causas podem estar associadas agrave diversidade de
origem da aacutegua armazenada e agraves variaccedilotildees nos niacuteveis da aacutegua armazenada
nas cisternas
De acordo com os dados obtidos e apresentados nas Tabelas 55 a
511 apenas a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 na cisterna de Tanque Novo
natildeo atendeu aos padrotildees de potabilidade no que concerne agrave concentraccedilatildeo de
alumiacutenio (VMP = 02 mgL) e de ferro (VMP = 03 mgL) na aacutegua coletada em
marccedilo de 2006 onde essas concentraccedilotildees foram respectivamente de 2615
mgL e 1006 Aleacutem disso a aacutegua coletada em fevereiro de 2006 apresentou
uma concentraccedilatildeo de ferro de 04411 mgL ultrapassando portanto o limite
maacuteximo permitido para aacutegua potaacutevel que eacute de 03 mgL A referida cisterna
encontrava-se esvaziada em marccedilo de 2006 e os moradores estavam
armazenando aacutegua proveniente de um barreiro proacuteximo da residecircncia em
recipientes sendo essa aacutegua coletada para anaacutelises de qualidade de aacutegua
Conforme se observa na Tabela 51 natildeo foi detectada a presenccedila de
coliformes termotolerantes em 910 das coletas no Ass Cajueiro Ass Maria
Feitosa Ass Satildeo Francisco e Pia do Boi em 7210 de Satildeo Joseacute de Nazareacute
(uacutenica dotada com uma peneira na tubulaccedilatildeo de entrada) e em 1820 em
Rancho Velho Nas demais cisternas foi detectada a presenccedila destes
microorganismos em todas as coletas
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
166
A presenccedila de coliformes termotolerantes em aacuteguas armazenadas em
cisternas tambeacutem foi detectada por algumas pesquisas que indicaram a
influecircncia da maacute utilizaccedilatildeo da cisterna (AMORIM PORTO 2001 BRITO et al
2005 HANDIA 2005)
Tabela 513 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de
coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 20
cisternas em Poccedilo Redondo
Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes (NMP100 mL)
0 (ausente) 22 51 92 16 gt 16
No da cisterna
Localidade
( de amostras)
1
Areias 0 2730 2730 1820 1820 910
2 Assentamento Cajueiro 910 0 0 5450 2730 1820
3 Assentamento Maria Bonita 0 910 0 1820 5450 1820
4 Assentamento Maria Feitosa 910 1820 2730 2730 910 910
5 Assentamento Mulungu 0 910 1820 1820 3630 1820
6 Assentamento Pioneira 0 910 2730 1820 3630 910
7 Assentamento Satildeo Francisco 910 0 2730 2730 2730 910
8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute
7270 910 1820 0 0 0
9 Maranduba 0 0 910 1820 1820 5450
10 Pia do Boi 910 1820 910 0 6360 0
11 Queimadas 0 910 2730 2730 3630 0
12 Rancho Velho 1820 1820 2730 2730 910 0
13 Tanque Novo 0 0 0 2000 5000 3000
14 Berro Grosso 0 0 0 0 50 50
15 Flor da Serra 0 0 0 100 0 0
16 Jacareacute Curituba 0 0 0 0 50 50
17 Peacute da Serra 0 0 0 50 0 50
18 Salgadinho 0 0 0 0 0 100
19 Satildeo Joseacute 0 0 0 0 0 100
20 Serra da Guia 0 50 50 0 0 0
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
167
54 ndash CONCLUSOtildeES
As cisternas unifamiliares construiacutedas no municiacutepio de Poccedilo Redondo e
avaliadas nesta pesquisa satildeo utilizadas para armazenar aacutegua de diferentes
origens aleacutem da aacutegua de chuva Isso se deve ao fato de que o volume
armazenado de aacutegua nestas unidades para ser consumida no periacuteodo seco
ser insuficiente para atender agrave demanda familiar
Diversas formas de maacute conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo ficaram evidenciadas
Portanto compete aos gestores puacuteblicos providenciarem uma capacitaccedilatildeo
intensa e sistemaacutetica nas comunidades onde estatildeo instaladas cisternas sobre
o gerenciamento e o tratamento da aacutegua (manejo tratamento) Medidas tais
como natildeo colocar recipientes sujos dentro da cisterna evitar deixar a cisterna
aberta limpar canos e calhas na eacutepoca das chuvas natildeo permitir que animais
fiquem no telhado da casa estimular a utilizaccedilatildeo da bomba bola de gude
(Anexo D) ao inveacutes do balde na retirada de aacutegua da cisterna entre outras
medidas devem ser abordadas nessa capacitaccedilatildeo Adicionalmente deve-se
distribuir hipoclorito frequentemente e ensinar como utilizaacute-lo de forma correta e
estimular os moradores a ferver a aacutegua antes de ser consumida
Em todas as cisternas foi detectada a presenccedila de coliformes
termotolerantes sendo que a cisterna 7 (Satildeo Joseacute de Nazareacute) foi a que
apresentou a menor frequumlecircncia natildeo sendo detectada em 8 (7270) das 11
coletas realizadas Em amostras individuais desse tipo de aacutegua devem estar
ausentes dessa presenccedila Recomenda-se portanto que algum tipo de
desinfecccedilatildeo seja adotado uma vez que a ocorrecircncia de coliformes
termotolerantes pode estar relacionada agrave presenccedila de microrganismos
patogecircnicos
Com base nos resultados dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos obtidos e
excluindo-se a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 em Tanque Novo (cuja
cisterna estava vazia sendo coletada aacutegua proveniente de um barreiro em um
dos recipientes sendo consumida pelos moradores) pode-se afirmar
(i) A condutividade eleacutetrica mais elevada foi verificada na cisterna do
Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute que atingiu o valor de 711 microScm Os
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
168
valores de STD de todas as cisternas excetuando o da coleta em Tanque
Novo em marccedilo de 2006 sempre foram inferiores a 1000 mgL que o valor
maacuteximo permitido para consumo conforme a Portaria 518 do MS
(ii) Percebe-se que as cisternas do Assentamento Satildeo Francisco
Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute Maranduba Rancho Velho e Berro
Grosso algumas vezes apresentaram valores de pH superior a 95 chegando
a 118 na cisterna de Satildeo Joseacute de Nazareacute tornando a aacutegua inaceitaacutevel para
consumo humano Isso pode estar relacionado ao fato de que essas cisternas
natildeo terem mais de 3 anos que foram construiacutedas e que segundo Meera e
Ahammed (2006) esse paracircmetro diminui com a idade da cisterna Tambeacutem
possivelmente os materias utilizados na construccedilatildeo da cisterna inclusive o
impermeabilizante vedacit podem ter contribuiacutedo para essa elevaccedilatildeo do pH
(iii) Com relaccedilatildeo agrave turbidez esta deve ser sempre inferior a 10 uT sendo que
para consumo satildeo aceitaacuteveis valores ateacute 50 uT Portanto a aacutegua de todas as
cisternas atendeu a esse paracircmetro embora seja recomendaacutevel a manutenccedilatildeo
de valores ateacute 10 uT De acordo com os padrotildees para aacutegua potaacutevel a cor
aparente natildeo deve ser superior a 150 uH Apenas a aacutegua coletada nas
cisternas do Assentamento Cajueiro em maio de 2006 e na cisterna do
Assentamento Satildeo Francisco coletada em maio de 2006 apresentaram
valores maiores que o recomendado
(iv) A alcalinidade determinada nas cisternas variou de 4 mg CaCO3L
(cisterna de Queimadas) a 162 mg CaCO3L (cisterna de Satildeo Joseacute de Nazareacute)
(v) Os valores da concentraccedilatildeo de cloreto e de dureza em todas as cisternas
atenderam ao padratildeo de potabilidade
Com relaccedilatildeo agrave concentraccedilatildeo de metais na aacutegua armazenada nas
cisternas monitoradas apenas a aacutegua coletada em marccedilo de 2006 na cisterna
de Tanque Novo natildeo atendeu aos padrotildees de potabilidade no que concerne agrave
concentraccedilatildeo de alumiacutenio (VMP = 02 mgL) e de ferro (VMP = 03 mgL) na
aacutegua coletada em marccedilo de 2006 onde essas concentraccedilotildees foram
respectivamente de 2615 mgL e 1006 Aleacutem disso a aacutegua coletada em
fevereiro de 2006 apresentou uma concentraccedilatildeo de ferro de 04411 mgL
ultrapassando portanto o limite maacuteximo permitido para aacutegua potaacutevel que eacute de
03 mgL Esta cisterna encontrava-se esvaziada em marccedilo de 2006 e os
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
169
moradores estavam armazenando aacutegua proveniente de um barreiro proacuteximo
da residecircncia em recipientes sendo essa aacutegua coletada para anaacutelises de
qualidade de aacutegua
5 5 ndash RECOMENDACcedilOtildeES
Apenas a construccedilatildeo de cisternas para atenuar as dificuldades dos
beneficiaacuterios com esse empreendimento natildeo eacute o suficiente Deve-se tambeacutem
provecirc-los de informaccedilatildeo e treinamento sobre as questotildees que envolvem a
preservaccedilatildeo da qualidade de aacutegua da cisterna e sua integridade fiacutesica
Existem diversos meios de difusatildeo de informaccedilotildees concernentes a esse
assunto tais como programas de raacutedio comunitaacuterios distribuiccedilatildeo de cartilhas
baseadas em literatura de cordel ou em uma linguagem acessiacutevel em escolas
e nas comunidades oficinas ministradas por especialistas entre outras
Recomenda-se que para cada capacitaccedilatildeo promovida seja por entidade
de qualquer natureza ao menos um membro da famiacutelia que disponha de
cisterna e de agentes comunitaacuterios de sauacutede estejam presentes nesse evento
Deve-se prever em programas comunitaacuterios ou municipais o
monitoramento e o controle da qualidade de aacutegua quando esta destinar-se ao
consumo humano Nesse processo eacute indispensaacutevel a participaccedilatildeo dos
usuaacuterios bem como da sua conscientizaccedilatildeo da importacircncia da sua
participaccedilatildeo Quando natildeo ocorrerem os referidos monitoramento e controle da
qualidade de aacutegua a sociedade civil deve acionar o Ministeacuterio Puacuteblico atraveacutes
de uma accedilatildeo civil puacuteblica para o cumprimento da Portaria no 518 de 25 marccedilo
de 2004 do Ministeacuterio da Sauacutede que rege a qualidade de aacutegua para consumo
humano
Existem no comeacutercio diferentes tipos de aacutegua sanitaacuteria que satildeo
utilizadas como desinfetante da aacutegua de consumo Recomenda-se que soacute deve
ser utilizado cloro ativo a 25 na dosagem de 2 gotas por litro de aacutegua e
nunca utilizar aacutegua sanitaacuteria Essa recomendaccedilatildeo foi mencionada na oficina
ldquoAvanccedilos nos estudos sobre cisternas qualidade de aacutegua e cisterna tipo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
170
alambradordquo realizada em 20 e 21 de abril de 2006 promovida pela Associaccedilatildeo
Brasileira de Captaccedilatildeo e Manejo de Aacutegua de Chuva (ABCMAC) e que contou
com o apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Satildeo Francisco e
do Parnaiacuteba (CODEVASF) e da EMBRAPA Semi-Aacuterido
Brito et al (2005) recomendam que o cloro deve ser aplicado da forma
mais homogecircnea possiacutevel e apoacutes sua aplicaccedilatildeo deve-se esperar no miacutenimo
30 minutos para consumir a aacutegua
Uma alternativa viaacutevel para a aplicaccedilatildeo do cloro consiste na utilizaccedilatildeo do
clorador da EMBRAPA (ver Anexo E) Antes poreacutem da aplicaccedilatildeo do cloro com
esse equipamento deve-se efetuar uma filtraccedilatildeo Esta pode ser realizada com
o emprego de um filtro de areia como apresentado por Pinto e Hermes (2006)
(ver anexo F)
Sugere-se que as instituiccedilotildees de pesquisa e especialistas do meio a
investirem em pesquisas que proporcionem confeccionar bombas bola de
gude que apresentem um maior vazatildeo Isso seria uma tentativa de contribuir
para inibir que os usuaacuterios retirem aacutegua da cisterna com baldes (fato verificado
em todas as 20 cisternas monitoradas em Poccedilo Redondo) comprometendo a
sua qualidade
Sugere-se que sejam aprofundados os conhecimentos sobre os fatores
que afetam e controlam o pH da aacutegua armazenada nas cisternas Como foi
visto na revisatildeo na literatura realizada por Meera e Ahammed (2006) em geral
a qualidade fiacutesico-quiacutemica da aacutegua nelas estocadas atende aos padrotildees para
fins de consumo humano com notaacutevel exceccedilatildeo sendo o pH Esse fato tambeacutem
foi verificado em vaacuterias ocasiotildees na aacutegua coletada nas cisternas monitoradas
em Poccedilo Redondo
56 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
AMORIM MCC PORTO ER Avaliaccedilatildeo da qualidade bacterioloacutegica das
aacuteguas de cisternas estudo de caso no municiacutepio de Petrolina-PE In 3o
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
171
SIMPOacuteSIO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO 2001
Campina Grande Anais Campina Grande ABCMAC 2001 1 CD-ROM
______ Consideraccedilotildees sobre controle e vigilacircncia da qualidade de aacutegua de
cisternas e seus tratamentos In 4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO
DE AacuteGUA DE CHUVA 2003 Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1
CD-ROM
ANDRADE NETO CO Seguranccedila sanitaacuteria das aacuteguas de cisternas rurais In
4o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2003
Juazeiro Anais Juazeiro ABCMAC 2003 1 CD-ROM
______ Proteccedilatildeo sanitaacuteria das cisternas rurais In XI SILUBESA Simpoacutesio
Luso-Brasileiro de Engenharia Ambiental 2004 Natal Anais Natal ABES
2004 1 CD-ROM
APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20
ed Washington American Public Health Association American Water Works
Associations Water Environmental Federation 1998
AWADALLAH W Water quality of 30 rainwater harvesting cisterns in the
Hebron district Palestinian Hydrology Group Technical Paper 2004 p 1-12
Disponiacutevel em lthttpwwwPhgorgstudygvctechpaperreport20about20
cisterns20cisterns20water20quality_vers_04_laura3pdf gt Acesso em 02
nov 2006
BERNAT C A cisterna de placas teacutecnicas de construccedilatildeo 2a ed Recife
FUNDAJ 1993 74 p
BRITO LTL ANJOS JB PORTO ER SILVA AS SOUZA MA
XENOFONTE GHS Qualidade fiacutesico-quiacutemica e bacterioloacutegica das aacuteguas de
cisternas no municiacutepio de Ouricuri-PE In 5o SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE
CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA 2005 Teresina Anais Teresina
ABCMAC 2005 1 CD-ROM
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
172
EMBRAPA Tecnologia desenvolvidas e produtos Disponiacutevel em
lthttpwattscnpdiaembrapabrmenuleft_desenv_produtos_cloradorhtmlgt
Acesso em 01 dez 2006
GNADLINGER J Apresentaccedilatildeo teacutecnica de diferentes tipos de cisternas
construiacutedas em comunidades rurais do semi-aacuterido brasileiro In 1o SIMPOacuteSIO
SOBRE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA NO SEMI-AacuteRIDO BRASILEIRO
1997 Petrolina-PE Anais EMBRAPA Semi-AacuteridoIRPAAIRCSA 1999 p 81-
93
HANDIA L Comparative study of rainwater quality in urban Zambia Journal of
Water Supply Research and Technology ndash Aqua v 54 no 1 p 55-64 2005
IBGE Sinopse preliminar do Censo Demograacutefico 2000 Rio de Janeiro 2001
v7
LANKA RAINWATER HARVESTING FORUM Domestic roof water harvesting
and water security in the humid tropics Milestone report D5 2001 Disponiacutevel
em lthttpwwwengwarwickacukdturwheudoesc1pdfgt Acesso em 24 set
2006
MEERA V AHAMMED MM Water quality of rooftop rainwater harvesting
systems a review Journal of Water Supply Research and Technology
Technology ndash Aqua v 55 no 1 p 257-268 2006
MOTA S Introduccedilatildeo agrave engenharia ambiental 2a ed Rio de Janeiro ABES
2000 416 p
PINTO NO HERMES LC Sistema simplificado para melhoria da qualidade
a aacutegua consumida nas comunidades rurais do semi-aacuterido do Brasil
Jaguaraiuacutena EMBRAPA Meio Ambiente 2006 47 p
YAZIZ MI GUNTING H SAPIARI N GHAZALI A Variations in rainwater
quality from roof catchments Water Research v 23 no 6 p 761-765 1989
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
173
CAPIacuteTULO 6
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE AacuteGUA DE BARREIROS EM POCcedilO
REDONDO-SE
RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo localiza-se no estado de Sergipe
Brasil Ele enfrenta seacuterios problema relacionados ao abastecimento de aacutegua
principalmente na zona rural Existem diversos barreiros sendo utilizados para
muacuteltiplos fins inclusive o consumo humano Foi realizado o monitoramento da
qualidade de aacutegua de 8 barreiros Em nenhuma oportunidade os paracircmetros
de qualidade de aacutegua turbidez cor aparente e coliformes termotolerantes
atenderam aos padrotildees de potabilidade
Palavras-chave abastecimento de aacutegua qualidade de aacutegua barreiros
ABSTRACT The Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of
the state of Sergipe Brazil It faces serious problems related with the water
supply mainly in the rural zone There are several water traps being used for
multiple purposes including human consumption Water quality monitoring has
been accomplished in 8 of them In any occasion the water quality parameters
turbidy apparent colour and thermotolerant coliforms never complied with the
potable water standards
Keywords water supply water quality water traps
61 ndash INTRODUCcedilAtildeO
Os barreiros tecircm sido usados para armazenar aacutegua de chuva
proveniente do escoamento superficial haacute muitos seacuteculos em diversas partes
do mundo Poreacutem geralmente satildeo rasos cobrindo uma grande aacuterea de terra e
apresentam elevadas perdas por evaporaccedilatildeo (BRITO et al 1999)
Essa forma de aproveitamento de aacutegua consiste no acuacutemulo de aacuteguas
de superfiacutecie que recolhe a aacutegua da chuva ou represa a aacutegua de um rio
proporcionado pela construccedilatildeo de um barramento eou pela simples escavaccedilatildeo
do terreno Sua capacidade de acumulaccedilatildeo varia de poucas centenas ateacute
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
174
algumas dezenas de milhares de metros cuacutebicos Trata-se de um
aproveitamento de pequeno porte construiacutedo com teacutecnicas simples custo
relativamente baixo e sobretudo extremamente variaacutevel conforme o tamanho
do barreiro podendo ser adaptado agrave disponibilidade de investimento Por essas
razotildees o barreiro encontra-se difundido por toda a regiatildeo semi-aacuterida do
Nordeste (OLIVEIRA LEITE 1984) No entanto como observam Arauacutejo et al
(2003) estas estruturas apresentam baixiacutessima eficiecircncia hidroloacutegica perdas
por evaporaccedilatildeo elevadas e qualidade de aacutegua incompatiacutevel com as miacutenimas
exigecircncias de potabilidade
O municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE estaacute inserido no ldquoPoliacutegono das
Secasrdquo com um clima do tipo megateacutermico semi-aacuterido Apresenta uma
temperatura meacutedia anual de 25 oC e uma precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia
anual de cerca de 605 mm Geograficamente a sede municipal apresenta as
seguintes coordenadas geograacuteficas 09o48rsquo17rdquo de latitude sul e 37o41rsquo06rdquo de
longitude oeste (BOMFIM et al 2002) Apesar de ser banhado pelo rio Satildeo
Francisco a sua populaccedilatildeo sobretudo a da zona rural enfrenta problemas
relacionados ao abastecimento de aacutegua Um das formas de aproveitamentos
hiacutedricos existentes cuja aacutegua eacute consumida por alguns satildeo os barreiros O
presente trabalho apresenta os resultados do monitoramento da qualidade de
aacutegua de 8 barreiros localizados na zona rural deste municiacutepio
62 ndash METODOLOGIA
Como havia centenas de barreiros alguns puacuteblicos e outros particulares
no municiacutepio de Poccedilo Redondo foram selecionados aleatoriamente apenas 8
O criteacuterio adotado foi a escolha de barreiros que estivessem entre os usos de
suas aacuteguas o consumo humano A partir daiacute foram considerados aspectos
relacionados agrave distacircncia e agrave acessibilidade
Adotou-se o seguinte procedimento de coleta para os ensaios fiacutesico-
quiacutemicos (alcalinidade cloreto e dureza) realizados no laboratoacuterio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
175
(i) Foram utilizados recipientes de 1000 com mL nas coletas para os ensaios
destinados agrave determinaccedilatildeo de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua dos
barreiros monitorados
(ii) No laboratoacuterio era efetuada uma limpeza nestes recipientes com detergente
neutro e aacutegua de destilada
(iii) Foi utilizado um recipiente de transposiccedilatildeo (balde previamente limpo atado
a uma corda) A coleta com o balde foi sempre efetuada em um ponto aleatoacuterio
afastado das margens dos barreiros A aacutegua coletada no recipiente de
transposiccedilatildeo era transferida para o referido recipiente de 1000 mL
Foram adotados os seguintes procedimentos de coleta para os ensaios
bacterioloacutegicos
(i) O recipiente de transposiccedilatildeo era lavado 3 vezes com a proacutepria aacutegua do
barreiro Depois coletava-se a aacutegua com esse recipiente transferindo-a em
seguida para um recipiente autoclavado de boca larga com capacidade de
250 mL natildeo toacutexico e esteacuteril
(ii) O recipiente autoclavado era destampado no momento da coleta
removendo a tampa e o material protetor (papel alumiacutenio) conjuntamente
tendo o cuidado de natildeo deixar que a tampa natildeo tivesse contato em qualquer
superfiacutecie aleacutem de natildeo tocar no bocal
Os recipientes destinados aos ensaios fiacutesico-quiacutemicos e bacterioloacutegicos
eram identificados e colocados em uma caixa de isopor com gelo com a
funccedilatildeo de preservar a qualidade da aacutegua neles armazenadas durante o trajeto
ateacute o laboratoacuterio
Na Tabela 61 satildeo mostrados a localizaccedilatildeo dos barreiros e o periacuteodo de
monitoramento da qualidade de aacutegua destas O local de sua determinaccedilatildeo e o
meacutetodo empregado constam na Tabela 62 Todas as anaacutelises foram
determinadas conforme o APHA et al (1998)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
176
Tabela 61 Localidade e periacuteodo de monitoramento da qualidade da aacutegua de
8 barreiros localizados em Poccedilo Redondo-SE com frequumlecircncia
mensal de amostragem
Nuacutemero do barreiro
Localidade Periacuteodo de monitoramento
1 Pia do Boi
2 Rancho Velho
3 Satildeo Sebastiatildeo
11 meses
bull Julho a novembro de 2005
(mensalmente)
bull Janeiro a junho de 2006
(mensalmente)
4 Titoacuteia 3 meses
bull Julho a setembro de 2005
(mensalmente)
5 Junca
6 Maravilha
7 Poccedilo Preto
8 Salitrado
2 meses
bull Julho e agosto de 2005
(mensalmente)
Tabela 62 Paracircmetros de qualidade determinados na aacutegua coletada nos 8
barreiros com o local de sua determinaccedilatildeo e meacutetodo utilizado Paracircmetro Local de determinaccedilatildeo Meacutetodo
Alcalinidade Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Potenciomeacutetrico
Cloretos Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico
Coliformes (totais e
termotolerantes)
Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Tubos muacuteltiplos
Condutividade eleacutetrica Campo Condutiviacutemetro
Cor aparente Campo Coloriacutemetro
Dureza (total e caacutelcica) Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Titulomeacutetrico
pH Campo Potenciomeacutetrico
Soacutelidos totais dissolvidos (STD) Campo Condutiviacutemetro
Temperatura Campo Leitura direta
Turbidez Laboratoacuterio do Instituto Xingoacute Nefelomeacutetrico
63 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Os 8 barreiros monitorados (Anexo G) foram construiacutedos pela
CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do Satildeo Francisco)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
177
Estas unidades consistiam de uma aacuterea de armazenamento e de um
barramento de terra destinado a conter o escoamento das aacuteguas
armazenadas Aleacutem disso estas estruturas natildeo dispunham de estruturas
hidraacuteulicas (comportas vertedouros etc)
Informaccedilotildees quanto agrave populaccedilatildeo beneficiada e valor gasto na
implantaccedilatildeo de cada um dos barreiro satildeo apresentadas na Tabela 63 Natildeo
havia informaccedilotildees com relaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento dessas
estruturas
Tabela 63 Informaccedilotildees quanto agrave localidade custo de implantaccedilatildeo e
populaccedilatildeo beneficiada com os 8 barreiros monitorados Localidade Custo de implantaccedilatildeo (R$) Populaccedilatildeo beneficiada
Pia do Boi 525000 300
Rancho Velho 525000 400
Satildeo Sebastiatildeo 525000 220
Titoacuteia 350000 250
Junca 350000 200
Maravilha 425000 250
Poccedilo Preto 576000 51
Salitrado 320000 63
Fonte 4a Superintendecircncia Regional da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do
Vale do Satildeo Francisco) atraveacutes de consulta pessoal
Segundo algumas informaccedilotildees obtidas na prefeitura e de moradores da
regiatildeo onde se localizavam estes barreiros eles nem sempre armazenavam
somente aacuteguas pluviais Algumas vezes quando se encontrava praticamente
seco caminhotildees-pipa traziam aacutegua proveniente do rio Satildeo Francisco ou ateacute
mesmo de outros barreiros para abastececirc-los Esses barreiros vecircm sendo
utilizados de muacuteltiplas formas lavagem de utensiacutelios domeacutesticos
dessedentaccedilatildeo animal praacutetica de banho e consumo humano
Na Tabela 64 consta os resultados de paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
determinados na aacutegua armazenada nesses barreiros Esses resultados satildeo
representados graficamente como o mostra o Anexo H
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
Tabela 64 Valores maacuteximo miacutenimo meacutedia desvio padratildeo e coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos da aacutegua
coletada de 8 barreiros no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE Paracircmetro
Local
Condutividade eleacutetrica (microScm)
STD (mgL)
Temperatura (oC)
pH Cor (uH) Turbidez (uT)
Alcalinidade total
(mg CaCO3L)
Cloreto (mg Cl-L)
Dureza total (mg
CaCO3L)
Dureza caacutelcica (mg CaCO3L)
Pia do Boi 19710 ndash 4040 9954 plusmn 6172 CV = 620
28920 ndash 5980 16185 plusmn 9397
CV = 581
305 ndash 226 273 plusmn 23 CV = 85
88 ndash 78 82 plusmn 03
CV = 129
15550 ndash 5840 16847 plusmn 8473
CV = 503
2620 ndash 318 1068 plusmn 821 CV = 768
1280 ndash 150 638 plusmn 426 CV = 668
4920 ndash 100 1822 plusmn 1811 CV = 994
3650 ndash 840 2014 plusmn 1072 CV = 532
2640 ndash 440 1350 plusmn 807 CV = 598
Satildeo Sebastiatildeo
8430 ndash 2590 5389 plusmn 2157 CV = 400
12230 ndash 5820 9236 plusmn 2640 CV = 286
298 ndash 235 270 plusmn 21 CV = 80
96 ndash 81 88 plusmn 04
CV = 48
13000 ndash 5380 9534 plusmn 3623 CV = 380
955 ndash 121 361 plusmn 308 CV = 851
960 ndash 170 519 plusmn 333 CV = 642
1060 ndash 200 501 plusmn 314 CV = 627
1790 ndash 310 1117 plusmn 413 CV = 370
1020 ndash 160 609 plusmn 344 CV = 565
Rancho Velho
2520 ndash 870 1639 plusmn 538 CV = 328
3700 ndash 1282 2521 plusmn 783 CV = 311
292 ndash 245 274 plusmn 14 CV = 51
87 ndash 79 82 plusmn 02
CV = 27
38800 ndash 27500 34400 plusmn 5475
159
371 ndash 975 2272 plusmn 1208 CV = 532
480 ndash 50 258 plusmn 178 CV = 691
160 ndash 100 133 plusmn 22
CV = 166
910 ndash 350 634 plusmn 192 CV = 304
570 ndash 140 361 plusmn 125 CV = 346
Titoacuteia 6630 ndash 3460 4757 plusmn 1662 CV = 349
9160 ndash 6270 7715 plusmn 2045 CV = 265
258 ndash 234 242 plusmn 14 CV = 56
79 ndash 77 78 plusmn 01
15
--- --- ---
223 ndash 118 168 plusmn 52
CV = 311
1770 ndash 1500 1637 plusmn 135 CV = 82
340 ndash 140 260 plusmn 106 CV = 407
1240 ndash 650 923 plusmn 297 CV = 322
780 ndash 220 477 plusmn 283 CV = 593
Poccedilo Preto 4980 ndash 4830 4905 plusmn 106 CV = 22
7200 ndash 7200 7200 plusmn 00 CV = 00
254 ndash 247 249 plusmn 03 CV = 14
77 ndash 76 76 plusmn 01
CV = 09
--- --- ---
268 ndash 166 217 plusmn 73
CV = 334
1330 ndash 1220 1275 plusmn 78 CV = 61
680 ndash 620 650 plusmn 42 CV = 65
1000 ndash 820 910 plusmn 127 CV = 140
440 ndash 410 425 plusmn 21 CV = 50
Salitrado 6480 ndash 6100 6290 plusmn 269 CV = 43
9089 ndash 9089 9089 plusmn 00 CV = 00
251 ndash 248 249 plusmn 02 CV = 08
80 ndash 78 79 plusmn 01
CV = 18
--- --- ---
680 ndash 645 662 plusmn 25 CV = 37
1310 ndash 1220 1265 plusmn 64 CV = 50
1960 ndash 1280 1620 plusmn 481 CV = 297
1620 ndash 1590 1605 plusmn 21 CV = 13
970 ndash 830 900 plusmn 99
CV = 110
Junca 1380 ndash 1000 1190 plusmn 269 CV = 226
1330 ndash 1330 1330 plusmn 00 CV = 00
287 ndash 254 271 plusmn 23 CV = 86
83 ndash 78 81 plusmn 03
CV = 44
--- --- ---
289 ndash 149 219 plusmn 99
CV = 452
400 ndash 310 355 plusmn 64
CV = 179
120 ndash 50 85 plusmn 49
CV = 582
330 ndash 220 275 plusmn 78
CV = 283
80 ndash 60 70 plusmn 14
CV = 202
Maravilha 2850 ndash 2330 2590 plusmn 368 CV = 142
4280 ndash 4280 4280 plusmn 00 CV = 00
226 ndash 215 220 plusmn 08 CV = 35
83 ndash 81 82 plusmn 01
17
--- --- ---
697 ndash 605 651 plusmn 65
CV = 100
640 ndash 530 585 plusmn 78
CV = 133
200 ndash 120 160 plusmn 57
CV = 354
610 ndash 410 510 plusmn 141 CV = 277
200 ndash 160 180 plusmn 28
CV = 157 Obs CV eacute o coeficiente de variaccedilatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
179
Com exceccedilatildeo de algumas amostras coletadas nos barreiros Pia do Boi
(5 uacuteltimas coletas) e Satildeo Sebastiatildeo (4 uacuteltimas coleta) os teores de STD dos
demais barreiros foram inferiores a 1000 mgL
Apenas em uma coleta realizada em Satildeo Sebastiatildeo verificou-se um pH
em desacordo com os padrotildees de aacutegua para consumo (60 ndash 95) Naquela
ocasiatildeo o pH foi de 96 Natildeo se identificou a possiacutevel causa para isto
A turbidez e a cor aparente sempre apresentaram valores acima do
permitido para consumo humano O paracircmetro cor aparente soacute foi determinado
nos barreiros de Pia do Boi Satildeo Sebastiatildeo e Rancho Velho apresentando
valores acima de 500 uH sendo necessaacuteria a diluiccedilatildeo da aacutegua analisada pois
a faixa de leitura do equipamento portaacutetil para a determinaccedilatildeo desse
paracircmetro era de 0 ndash 500 uH Embora a cor e a turbidez comprometam
diretamente as caracteriacutesticas organoleacutepticas da aacutegua a aacutegua vem sendo
consumida pelos moradores principalmente durante a ausecircncia de alternativas
de abastecimento Aleacutem disso em aacuteguas de elevada turbidez as partiacuteculas
que a causam servem de abrigo a microorganismos sendo alguns deles
patoacutegenos
O uacutenico barreiro que apresentou um teor de cloretos acima de 250 mg
Cl-L foi o de Pia do Boi (4 uacuteltimas coletas)
A dureza total de todas as amostras coletas sempre esteve compatiacutevel
com os padrotildees de potabilidade (dureza lt 500 mg CaCO3L)
Na Tabela 65 satildeo vistos os resultados de anaacutelises bacterioloacutegicas
realizadas na aacutegua coletada dos barreiros Como pode ser visto na Tabela 65
em todas as amostras coletadas nos barreiros foi detectada a presenccedila de
coliformes termotolerantes Por terem a aacutegua utilizada de diversas forma e por
ficarem expostas a ceacuteu aberto eles estatildeo bastante susceptiacuteveis agrave
contaminaccedilatildeo Em diversas ocasiotildees a aacutegua coletada nos barreiros
apresentou um valor de NMP100 mL gt 16 (Valor maacuteximo correspondente a 5
tubos com reaccedilatildeo positiva a partir de 5 tubos de 10 mL) Como a tabela para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
180
determinaccedilatildeo do NMP100 mL apresenta como maior valor gt16 natildeo eacute possiacutevel
afirmar a intensidade da contaminaccedilatildeo
Tabela 65 Percentuais de amostras e respectivas concentraccedilotildees de
coliformes termotolerantes de amostras coletadas em 8 barreiros
em Poccedilo Redondo-SE Concentraccedilatildeo de coliformes termotolerantes (NMP100 mL)
0 (ausente) 22 51 92 16 gt 16
Localidade
( de amostras)
Pia do Boi 0 0 1818 909 1818 5455
Satildeo Sebastiatildeo 0 0 909 909 1818 6364
Rancho Velho 0 0 0 1818 1818 6364
Titoacuteia 0 0 0 0 3333 6667
Poccedilo Preto 0 0 0 0 0 100
Salitrado 0 0 0 50 50 0
Junccedila 0 0 0 0 0 100
Maravilha 0 0 0 0 50 50
64 ndash CONCLUSOtildeES
A deficiecircncia apresentada no suprimento de aacutegua na zona rural de Poccedilo
Redondo aliada agrave irregularidade e escassez das precipitaccedilotildees tem
impulsionado a construccedilatildeo de barreiros puacuteblicos e particulares Apesar dessas
estruturas natildeo atenderem aos padrotildees de potabilidade algumas pessoas
consomem a aacutegua neles armazenada
De acordo com os resultados da aacutegua analisadas em 8 barreiros
localizados na zona rural de Poccedilo Redondo-SE estes natildeo satildeo recomendados
para consumo humano Paracircmetros como cor aparente turbidez sempre
estiveram muito acima do valor maacuteximo permitido pelos padrotildees de aacutegua para
consumo Aleacutem disso coliformes termotolerantes sempre estiveram presentes
Por ficarem livremente expostos natildeo tendo nenhuma proteccedilatildeo e por
serem utilizados de muacuteltiplas formas concomitantemente eles satildeo
extremamente passiacuteveis de contaminaccedilatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
181
65 ndash RECOMENDACcedilOtildeES
Os barreiros que foram monitorados natildeo devem ser usados para
consumo humano No entanto podem ser recomendados para usos menos
exigentes como por exemplo lavagem de ambientes domeacutesticos Sugere-se
que se procedam estudos de viabilidade de projetos por profissionais
competentes envolvendo a utilizaccedilatildeo dos barreiros na irrigaccedilatildeo de salvaccedilatildeo
Devem ser realizados programas de educaccedilatildeo ambiental no sentido de
orientar os consumidores da aacutegua dos barreiros a natildeo consumi-la aleacutem dos
gestores municipais a ofertarem outras fontes a esses usuaacuterios
66 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
APHA AWWA WEF Standards methods for the examination of waterwaste 20
ed Washington American Public Health Association American Water Works
Associations Water Environmental Federation 1998
ARAUacuteJO JC MOLINAS PA JOCA ELL BARBOSA CP BEMFEITO
CJS BELO PSC Avaliaccedilatildeo de custos de disponibilidade da aacutegua na regiatildeo
semi-aacuterida In XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIacuteDRICOS 2003
Curitiba Anais Curitiba ABRH 2003 1 CD-ROM
BOMFIM LFC COSTA IVG BENVENUTTI SMP Projeto Cadastro da
Infra-Estrutura Hiacutedrica do Nordeste Estado de Sergipe Diagnoacutestico do
municiacutepio de Poccedilo Redondo Aracaju CPRM 2002 12 p 1 CD-ROM
BRITO LP TINOcircCO JD COSTA JT Reuacuteso Planejado de esgoto no semi-
aacuterido nordestino Serra Negra do Norte ndash RN um estudo de caso In XI SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
2004 Natal Anais Natal ABES 2004 1 CD-ROM
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
182
OLIVEIRA AMS LEITE CAG Tecnologias simples para aproveitamentos
de pequeno porte dos recursos hiacutedricos do semi-aacuterido nordestino Satildeo Paulo
Divisatildeo de Minas e Geologia Aplicada do IPT 1984 83 p
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
183
CAPIacuteTULO 7
DETERMINACcedilAtildeO DO PERFIL DAS CONDICcedilOtildeES SANITAacuteRIAS DE POCcedilO
REDONDO-SE
RESUMO O municiacutepio de Poccedilo Redondo localiza-se na regiatildeo semi-aacuterida do
estado de Sergipe Brasil Foi realizada uma pesquisa no campo neste
municiacutepio a fim de obter-se informaccedilotildees a respeito dos serviccedilos puacuteblicos de
acordo com a opiniatildeo dos moradores Foram aplicados 307 questionaacuterios semi-
estruturados em entrevistas realizadas nas casas dos moradores A
metodologia adotada foi a por amostragem aleatoacuteria estratificada proporcional
Conforme os resultados obtidos no municiacutepio prevalecem condiccedilotildees precaacuterias
na educaccedilatildeo renda familiar e nas condiccedilotildees sanitaacuterias A maior proporccedilatildeo dos
entrevistados em ambas as aacutereas da pesquisa escolheu o esgotamento
sanitaacuterio como o pior serviccedilo Por outro lado na zona rural a maior proporccedilatildeo
(3887) escolheu os serviccedilos de sauacutede como o melhor enquanto que na
zona urbana a maior proporccedilatildeo (3206) escolheu o serviccedilo de limpeza
puacuteblica
Palavras-chave serviccedilos puacuteblicos questionaacuterios condiccedilotildees sanitaacuterias
precaacuterias
ABSTRACT Poccedilo Redondo municipality is located in the semi-arid zone of the
state of Sergipe Brazil A field study was conducted in this municipality in order
to obtain information on public services according to the opinion of the
dwellers The semi-structured 307 questionnaires survey by house interview
were applied The approach adopted was the proportional random sampling
rural zone and zone urban According to the results obtained poor education
income and sanitary conditions prevail on this municipality In the opinion of
majority of the interviewed inhabitants in the rural zone a highest proportion
(3887) declared that the most efficient public service was the public health
while in the urban zone the highest proportion (3206) answered that the best
public service was the solid waste collection On the other hand the highest
proportion of inhabitants living in both zones of Poccedilo Redondo answered that
the poorest public service was the sewerage
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
184
Keywords public services questionnaires poor sanitary conditions
71 ndash INTRODUCcedilAtildeO
A ideacuteia de qualidade de vida representa um conceito ainda indefinido
pois abrange uma seacuterie extremamente heterogecircnea e diversificada de
aspiraccedilotildees necessidades e desejos inerentes a cada indiviacuteduo ou
coletividade inseridos no seu contexto histoacuterico social e cultural Em suma a
qualidade de vida deve representar em geral a plena satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas humanas concebida dentro de um processo ecoloacutegico e
eticamente corretos (SANTOS DALTRO FILHO 2000)
Segundo o IBGE (2001) as caracteriacutesticas dos domiciacutelios e dos serviccedilos
de infra-estrutura sanitaacuteria constituem elementos baacutesicos para a avaliaccedilatildeo da
qualidade de vida de uma populaccedilatildeo
O presente trabalho mostra os resultados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo
de questionaacuterios a pessoas residentes em Poccedilo Redondo-SE O objetivo foi
determinar o perfil sanitaacuterio e conhecer a opiniatildeo dos moradores sobre o
saneamento ambiental nos setores de abastecimento de aacutegua esgotamento
sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e serviccedilos de sauacutede O periacuteodo de
execuccedilatildeo da pesquisa foi de junho de 2005 a junho de 2006
72 ndash METODOLOGIA
Para coleta dos dados formulou-se um questionaacuterio semi-estruturado
dirigido aos moradores de Poccedilo Redondo-SE afim de obter informaccedilotildees que
permitissem obter o perfil do saneamento ambiental Dados sobre as
caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas tambeacutem estatildeo incluiacutedas neste questionaacuterio
Antes de iniciar a corrente pesquisa foi necessaacuteria a aprovaccedilatildeo pelo
comitecirc de Eacutetica do CCSUFPE (Centro de Ciecircncias Sociais da Universidade
Federal de Pernambuco) aleacutem de uma carta de Anuecircncia da prefeitura do
municiacutepio de Poccedilo Redondo e cada vez que o questionaacuterio era aplicado ao
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
185
entrevistado era apresentado o termo de consentimento (na primeira paacutegina do
questionaacuterio) onde a pessoa entrevistada lia e assinava dando permissatildeo
para a entrevista
Tal procedimento foi necessaacuterio tendo em vista que a Resoluccedilatildeo no
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede preconiza que
todas as pesquisas que envolvem seres humanos (pesquisa que
individualmente ou coletivamente envolva o ser humano de forma direta ou
indireta em sua totalidade ou partes dele incluindo o manejo de informaccedilotildees
ou materiais) deve atender agraves exigecircncias eacuteticas e cientiacuteficas fundamentais
devendo ser submetida agrave apreciaccedilatildeo de um Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa e soacute
pode se processar apoacutes o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos
indiviacuteduos ou grupos que por si eou por seus representantes legais
manifestem a sua anuecircncia agrave participaccedilatildeo na pesquisa
Os uacutenicos requisitos exigidos durante as entrevistas eacute que o
entrevistado fosse residente no domiciacutelio onde era realizada a entrevista aleacutem
de haver pelo menos um morador no domiciacutelio que soubesse ler e assinar o
nome a fim de assinar o termo de consentimento da entrevista
A pesquisa no municiacutepio de Poccedilo Redondo envolveu os seguintes
aspectos
(i) Perfil ndash niacutevel de escolaridade profissatildeo quantidade de horas diaacuterias que
trabalha e renda mensal do chefe de famiacutelia nuacutemero de pessoas residentes
onde mora as culturas que cultiva e os animais que cria
(ii) Objeto ndash tipologia habitacional abastecimento de aacutegua esgotamento
sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica
(iii) Aberto ndash qual o conceito que o entrevistado tem com relaccedilatildeo a cada
serviccedilo (abastecimento de aacutegua esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial
limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica) e o grau de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo a cada
um destes serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
186
No Anexo I consta o modelo de questionaacuterio que foi aplicado As
informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes do sistema de amostragem estratificada
(COCHRAN 1965) foram considerados 2 estratos a zona rural e a zona
urbana De acordo com a Secretaria Municipal de Sauacutede Poccedilo Redondo conta
com 6 equipes do Plano de Sauacutede Familiar (PSF) sendo 4 equipes atuando na
zona rural (aacutereas 1 2 3 e 4) e duas atuando na sede (5 e 6) Foram aplicados
questionaacuterios em 5 dos domiciacutelios cadastrados de cada setor de atuaccedilatildeo das
equipes do PSF O sorteio das casas onde foram aplicados os questionaacuterios
foi realizado pelo meacutetodo de amostragem casual simples e de modo
proporcional agrave populaccedilatildeo de cada comunidade ou povoado A amostra total
compreendeu 307 questionaacuterios sendo 229 aplicados na zona rural e 78 na
zona urbana Os dados quantitativos foram processados utilizando-se a
planilha do Excel a partir dos dados do questionaacuterio
Na Tabela 71 consta o nuacutemero de domiciacutelios cadastrados em cada
aacuterea as localidades e o nuacutemero de domiciacutelios de cada uma das localidades
onde foram realizadas as entrevistas semi-estruturadas
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
187
Tabela 71 Nuacutemero de domiciacutelios cadastrados na aacutereas de atuaccedilatildeo do PSF e
o nome das localidades onde foram realizadas as entrevistas
com o respectivo nuacutemero de domiciacutelios entrevistados
Aacuterea Nuacutecleo(s) principal(is)
Nuacutemero total de domiciacutelios
Localidades pesquisadas Nuacutemero de domiciacutelios entrevistados
bull Bonsucesso 20
bull Curralinho 5
bull Assentamento Cajueiro 9
bull Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute
4
bull Assentamento Satildeo Francisco 4
bull Maravilha 1
bull Monte Ceacuteu 1
bull Titoacuteia 1
1
Bonsucesso Curralinho
919
bull Barra da Onccedila 1
bull Santa Rosa do Ermiacuterio 40
bull Pedrinhas 10
bull Pedra Grande 9
bull Peacute da Serra 2
bull Patos 2
bull Serra da Guia 1
bull Tanque Novo 1
bull Flor da Serra 1
2
Santa Rosa do Ermiacuterio
1342
bull Siacutetios Soares 1
bull Siacutetios Novos 54 3
Siacutetios Novos 1083
bull Serra do Boi 1
bull Queimadas 3
bull Areias 9
bull Assentamento Alto Bonito 30
bull Assentamento Mulungu 4
bull Assentamento Pioneira 4
bull Rancho Velho 1
bull Junca 1
bull Morro Vermelho 2
bull Maranduba 1
bull Assentamento Maria Feitosa 1
bull Assentamento Maria Bonita 1
4 Queimadas
Areias Assentamento
Alto Bonito
1221
bull Assentamento Nossa Senhora da Conceiccedilatildeo
4
5 Poccedilo Redondo
(sede) 58
6 Poccedilo Redondo (sede)
1560
bull
Poccedilo Redondo 20
Total 6125 Total 307
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
188
73 ndash RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
731 ndash Perfil dos moradores
Houve uma oacutetima receptividade durante a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios
Apenas um morador no povoado de Siacutetios Novos natildeo aceitou conceder
entrevista
Nas Figuras 71 a 75 satildeo apresentados os dados que foram obtidos
sobre o perfil do chefe de famiacutelia atraveacutes das entrevistas
3450
306
1616349
4279
4231
769
3852564
1795
256
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 71 Niacutevel de escolaridade dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo
1703
699
7031
087
043
175262
AgricultorComerciantePedreiroProfessorAgente de sauacutedeOutroNatildeo tem
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 72 Profissatildeo exercida pelos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo
6376
2183 1441 lt 4 hentre 4 e 8 hgt 8 h
2692
6539
769 lt 4 hentre 4 e 8 hgt 8 h
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 73 Horas diaacuterias trabalhadas pelos chefes de famiacutelia em Poccedilo
Redondo
2564
256
641
5133974
1667
385AgricultorComerciantePedreiroProfessorAgente de sauacutedeOutroNatildeo tem
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
189
7467
1922
218306
087lt 1 salaacuterio1 salaacuteriogt 1 e lt 2 salaacuterios2 salaacuterios3 salaacuterios
55143718
256128
128
256lt 1 salaacuterio1 salaacuteriogt 1 e lt 2 salaacuterios2 salaacuterios3 salaacuteriosgt 4 salaacuterios
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 74 Renda mensal dos chefes de famiacutelia de Poccedilo Redondo
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 75 Nuacutemero de pessoas por domiciacutelio em Poccedilo Redondo
Do exposto nas Figuras 71 a 75 comenta-se
(i) Observa-se que na zona rural 98 (4279 do total de 229) dos chefes de
famiacutelia satildeo analfabetos e que 79 (3450 do total de 229) foram alfabetizados
(sabe assinar o nome mas escreve e lecirc com dificuldade) Na Zona urbana o
grau de instruccedilatildeo dos chefes eacute superior aos da zona urbana Entretanto 20
(2564) satildeo analfabetos e (14 1795) mal sabem ler e escrever e apenas 2
possuem niacutevel superior
(ii) Do total de 229 entrevistados na zona rural 161 (7031) satildeo
exclusivamente agricultor Do total de 229 chefes de famiacutelia a maioria (146
chefes de famiacutelia) trabalha entre 4 e 8 horas diariamente Observa-se que 171
(7467) percebem vencimentos menores que 1 salaacuterio miacutenimo mensal O
nuacutemero meacutedio de habitante por domiciacutelio eacute de 493
(iii) Assim como na zona rural na zona urbana a maioria dedica-se agrave
agricultura O nuacutemero de horas que exercem o ofiacutecio que predomina eacute entre 4 e
8 horas Observa-se que 43 (5513) percebem vencimento inferior a 1 salaacuterio
miacutenimo mensal O nuacutemero meacutedio de habitante por domiciacutelio eacute de 546
5641
641
3718Ateacute 5 pessoasge 5 e le 10 pessoasgt 10 pessoas
546 habitantesdomiciacutelio
6856
2969175
Ateacute 5 pessoasge 5 e le 10 pessoasgt 10 pessoas
493 habitantesdomiciacutelio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
190
Conforme mostra a Figura 76 as culturas mais cultivadas nas duas
regiotildees satildeo o feijatildeo e o milho na zona rural 203 entrevistados responderam
que plantam feijatildeo e 197 que plantam milho enquanto que na zona urbana 33
cultivam feijatildeo e 31 cultivam milho O nuacutemero de entrevistados nas zonas rural
e urbana que respondeu que natildeo planta nenhuma cultura foram
respectivamente 27 e 22 Conforme apresenta a Figura 77 as aves (1037
cabeccedilas na zona rural e na zona urbana) e os bovinos (602 cabeccedilas na zona
rural e na zona urbana) satildeo os animais mais difundidos em ambas as aacutereas O
nuacutemero de entrevistados que respondeu que natildeo cria nenhum animal foi de 36
(1572) na zona rural e 51 na zona urbana (6456)
203 197
1534 25
195
0
50
100
150
200
250
Nuacutem
ero
de d
omic
iacutelios
Feijatildeo MilhoMandiocaMamatildeoMelanciaOutros
33 31
38
3
38
05
101520253035404550
Nuacutem
ero
de d
omic
iacutelios
Feijatildeo MilhoMandiocaMamatildeoMelanciaOutros
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 76 Culturas cultivadas em Poccedilo Redondo
74
602
82
1037
84 88
0
200
400
600
800
1000
1200
Nuacutem
ero
de a
nim
ais
CaprinosBovinosSuiacutenosAvesEquumlinosOvinos
693
31
16350 13
0
200
400
600
800
1000
1200
Nuacutem
ero
de a
nim
ais
CaprinosBovinosSuiacutenosAvesEquumlinosOvinos
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 77 Quantitativo de animais em Poccedilo Redondo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
191
732 ndash Objeto (perfil sanitaacuterio)
7321 ndash Habitaccedilatildeo
Informaccedilotildees concernentes agrave tipologia habitacional e suas caracteriacutesticas
estatildeo representadas nos graacuteficos das Figuras 78 a 712
4585
262175
4498
131 349TijoloTaipa
AdobeBloco de cimentoTijolo e taipa
Tijolo e bloco de cimento
3718
5256
1026TijoloBloco de cimentoTijolo e bloco de cimento
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 78 Tipo de alvenaria das casas de Poccedilo Redondo
21841179
1790
2620 2227
Sem reboco
Rebocada
Rebocada parcialmente
Rebocada e caiada
Outro
1538641
513
2436
4872
Sem reboco
Rebocada
Rebocada parcialmente
Rebocada e caiada
Outro
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 79 Tipo de revestimento das casas de Poccedilo Redondo
8734
305 175786 Terra
CeracircmicaCimentoCeracircmica e cimento
5256
1026
3718Ceracircmica
Cimento
Ceracircmica e cimento
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 710 Tipo de revestimento do piso das casas de Poccedilo Redondo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
192
7293
873
1048786 Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem fissura
128
1795
20516026
Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem fissura
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 711 Presenccedila de fissuras nas paredes e nos pisos das casas de Poccedilo
Redondo 524
1965
131
7380
Soacute na paredeSoacute no pisoNa parede e no pisoSem umidade
2180
1282
6538
Soacute na paredeNa parede e no pisoSem umidade
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 712 Presenccedila de umidade nas paredes e nos pisos das casas de
Poccedilo Redondo
Constatou-se em siacutentese a respeito das habitaccedilotildees da amostra
investigada
(i) Todas as 229 casas na zona rural e 78 na zona urbana tecircm cobertura com
telha ceracircmica do tipo canal
(ii) Tanto na zona rural como na urbana a maioria das casas das amostras
analisadas eacute de tijolo (105 domiciacutelios da zona rural e 29 domiciacutelios da zona
urbana) ou de bloco de cimento (103 domiciacutelios na zona rural e 41 da zona
urbana) Aleacutem destas na zona rural 6 casas satildeo de taipa enquanto que 3 satildeo
uma parte de taipa e outra de alvenaria de tijolo
(iii) Verificou-se que 50 casas da zona rural natildeo possuem reboco 60 satildeo
rebocadas parcialmente e 27 tecircm uma parte caiada e outra sem reboco
Segundo Daltro Filho e Sales (2003) a ausecircncia de revestimento nas paredes
gera dificuldades de higienizaccedilatildeo e no caso das casas de taipa riscos da
presenccedila do barbeiro (Triatoma sp) inseto transmissor da doenccedila de chagas
(Tripanossoma cruzi)
(iv) Na zona rural predomina o piso cimentado como material do piso das
residecircncias Observou-se durante as visitas que algumas casas possuiacuteam o
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
193
piso cimentado do tipo vitrificado outras o piso era do tipo cimentado queimado
e outras do tipo cimentado grosseiro Este uacuteltimo tipo de piso segundo Daltro
Filho e Sales (2003) costuma trazer dificuldades de higienizaccedilatildeo gerando
grande quantidade de poeira durante a varriccedilatildeo e por conseguinte favorece o
surgimento de doenccedilas respiratoacuterias Por outro lado o tipo de piso
predominantemente encontrado nas casas da zona urbana foi o de ceracircmica
(v) A maioria das casas (7380) da zona rural apresentava fissuras tanto na
parede como no piso do chatildeo enquanto que a maior proporccedilatildeo (6026) das
casas da zona urbana soacute apresentava fissuras na parede Apenas 786 das
residecircncias na zona rural e 2051 na zona urbana natildeo apresentavam fissura
nem na parede nem na piso
(vi) A maior proporccedilatildeo das casas na zona rural apresentava umidade tanto na
parede como no piso correspondendo a 7380 do total das casas
entrevistadas Na zona urbana o maior percentual das casas (6538)
apresentava umidade apenas na parede
Durante as entrevistas pocircde-se visualizar em algumas residecircncias
cavidades e irregularidades nas paredes conforme mostra a Figura 713
Paredes esburacadas e superfiacutecies irregulares segundo Daltro e Sales (2003)
aleacutem de favorecerem um maior acuacutemulo de sujeiras podem servir de abrigo a
insetos
(a) Irregularidades e ausecircncia de revestimento
(b) Presenccedila de cavidades
Figura 713 Maacutes condiccedilotildees verificadas nas paredes durante as entrevistas
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
194
7322 ndash Abastecimento de aacutegua
De acordo com as respostas das entrevistas 180 casas do universo da
amostra da pesquisa de 229 casas na zona rural recebem aacutegua da rede
puacuteblica Na zona urbana 74 residecircncias do total de 78 satildeo contempladas com
aacutegua da rede puacuteblica Essa aacutegua eacute proveniente da captaccedilatildeo no povoado
ribeirinho de Ilha do Ouro (municiacutepio de Porto da Folha-SE) no leito do rio Satildeo
Francisco Esse sistema integra o sistema do Alto Sertatildeo Antes de ser
distribuiacuteda para a populaccedilatildeo essa aacutegua submete-se a um tratamento em uma
ETA localizada na cidade de Porto da Folha A companhia responsaacutevel pelo
sistema de abastecimento de aacutegua eacute a DESO (Companhia de Saneamento de
Sergipe)
Vale observar que das 180 residecircncias acima referidas 155 delas
recebem do sistema acima descrito enquanto que 20 casas do povoado de
Bonsucesso tecircm captaccedilatildeo e tratamento (ETA) proacuteprios e 5 casas do povoado
de Curralinho possuem captaccedilatildeo proacutepria poreacutem soacute ocorre cloraccedilatildeo simples
Durante o periacuteodo de inverno (periacuteodo chuvoso) 167 (7293)
entrevistados afirmaram que a forma de abastecimento de aacutegua eacute somente a
rede puacuteblica enquanto que 62 se abastecem com aacutegua da rede puacuteblica e
tambeacutem atraveacutes de outra forma (carro pipa cisterna (aacuteguas pluviais) de
chafariz ou do parente ou vizinho) Isso eacute devido ao fato da ocorrecircncia da
intermitecircncia que ocorre mesmo no inverno e tambeacutem que algumas casas
ligadas agrave rede dispotildeem de cisterna para armazenamento de aacuteguas pluviais Na
zona urbana 73 (9359) durante esse periacuteodo soacute utilizam aacutegua da rede
puacuteblica e 1 utiliza de ambas (rede puacuteblica e ou outra forma) A forma de
abastecimento no inverno eacute vista na Figura 714 Analogamente acontece na
eacutepoca seca como mostra a Figura 715
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
195
7293
218393 612
1397
087
Rede puacuteblicaCisternaPoccediloBarreiro eou rioRede puacuteblica e outra(s) forma(s)Outras formas
9359
128513
Rede puacuteblica
Rede puacuteblica e outra(s) forma(s)
Outras formas
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 714 Forma de abastecimento de aacutegua no inverno em Poccedilo Redondo
087
1878
1790
175
6070
Rede puacuteblica
Poccedilo
Barreiro eou rioRede puacuteblica e outra(s) forma(s)
Outras formas
1539
3205
5256
Rede puacuteblica
Rede puacuteblica e outra(s) forma(s)Outras formas
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 715 Forma de abastecimento de aacutegua no veratildeo em Poccedilo Redondo
Da amostra de 180 casas da zona rural ligadas agrave rede de
abastecimento 118 (6556) possuem hidrocircmetro enquanto que na zona
urbana do total de 74 casas 71 dispotildeem
O nuacutemero de casas na zona rural que dispotildee de cisterna eou caixa
drsquoaacutegua para armazenamento de aacutegua eacute de 201 Na zona urbana eacute de 66 A
capacidade desses reservatoacuterios varia entre 250 e 16000 L Um total de 192
dos entrevistados na zona rural e 63 na zona urbana afirmaram que antes de
beber a aacutegua filtram eou coam eou fervem eou usam cloro Poreacutem da zona
rural 138 e da zona urbana 52 disseram que o fazem esporadicamente
7323 ndash Esgotamento sanitaacuterio
Um total de 22 casas da zona rural (960) e 3 (385) na zona urbana
natildeo possuem banheiro Como mostra a Figura 716
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
196
6289
960218
2533 Natildeo possuiInternoExternoInterno e externo
385897769
7949
Natildeo possuiInternoExternoInterno e externo
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 716 Domiciacutelios que possuem ou natildeo banheiro
Alguns banheiros da zona rural natildeo possuem descarga sendo utilizado
balde em alguns casos para apanhar a aacutegua armazenada em um reservatoacuterio
instalado acima do teto do banheiro (Figura 717)
O destino das aacuteguas cinzas de 191 casas na zona rural e 32 na zona
urbana eacute o terreno da forma como se vecirc na Figura 718 No restante das
casas estas aacuteguas servidas satildeo conduzidas agrave rede de esgoto
Figura 717 Reservatoacuterio localizado acima do banheiro para descarga do vaso sanitaacuterio
Figura 718 Aacuteguas cinzas despejadas no quintal
O esgoto oriundo do vaso sanitaacuterio (aacuteguas negras) da maioria das casas
eacute direcionado para fossa e desta para o terreno (geralmente o quintal das
casas) conforme mostra a Figura 719
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
197
1747
6332
1921 SoloRede de esgotoFossa e depois solo
384
4872
4744
SoloRede de esgotoFossa e depois solo
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 719 Destino do esgoto do vaso sanitaacuterio das residecircncias em Poccedilo
Redondo
A disposiccedilatildeo adequada dos esgotos eacute essencial agrave proteccedilatildeo da sauacutede
puacuteblica Cerca de 50 tipos de infecccedilotildees podem ser transmitidas por diferentes
caminhos envolvendo as excretas humanas (NASCIMENTO FILHO 2000)
Com relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de poluentes nas aacuteguas cinzas vindas do
banheiro da lavanderia e da cozinha variam sensivelmente entre si Aquelas
provenientes do banheiro considerando soacute as do lavatoacuterio e as do chuveiro
satildeo constituiacutedas de gorduras sabotildees oacuteleos entre outros As aacuteguas cinzas da
lavanderia apresentam uma alta concentraccedilatildeo quiacutemica de elementos como
soacutedio fosfatos nitrogecircnio boro e surfactantes Aquelas vindas da pia de
cozinha apresentam uma contaminaccedilatildeo fiacutesica maior em virtude da presenccedila
de partiacuteculas de alimentos oacuteleos e gorduras Natildeo obstante eacute extremamente
contaminada por microorganismos (BORGES 2003)
No entanto no municiacutepio de Poccedilo Redondo-SE apenas o povoado de
Santa Rosa do Ermiacuterio e o bairro Satildeo Joseacute localizado na sede municipal o
esgoto domiciliar eacute conduzido para fossa seacuteptica e em seguida para um filtro
anaeroacutebio que no entanto estatildeo funcionando precariamente
Constatou-se no local onde estatildeo estas unidades de tratamento de
Santa Rosa do Ermiacuterio mau cheiro obstruccedilatildeo fossa seacuteptica com tampas fora
da posiccedilatildeo e filtro seacuteptico com laje avariada aleacutem de vegetaccedilatildeo alta em lagoa
que recebe o efluente do filtro anaeroacutebio como se vecirc na Figura 720 Ateacute 2002
existia um projeto na aacuterea de Xingoacute em que o esgoto dessa lagoa era utilizado
na irrigaccedilatildeo de feijatildeo guandu (Cajanus cajan) sorgo (Sorghum bicolor (L)
Moench) e melatildeo (Cucumis melo L) vistos na Figura 721
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
198
(a) Fossa seacuteptica com
laje fora de posiccedilatildeo
(b) Filtro anaeroacutebio
com laje avariada
(c) Vegetaccedilatildeo alta no local
Figura 720 Condiccedilotildees precaacuterias das unidade de tratamento de Santa Rosa
do Ermiacuterio
(a) Feijatildeo guandu (b) Sorgo (c) Melatildeo
Figura 721 Culturas cultivadas na eacutepoca que havia um projeto de reuacuteso de
Santa Rosa do Ermiacuterio
7324 ndash Drenagem pluvial
A maioria das casas da zona rural localiza-se em rua com pavimentaccedilatildeo
de barro muitas vezes precaacuteria enquanto que a maior parte das casas da
zona urbana localiza-se em rua calccedilada em paralelepiacutepedo como mostra o
graacutefico da Figura 722
5284
699
25331484 Paralelepiacutepedo
AsfaltoBarroNatildeo tem
1667
8333
Paralelepiacutepedo
Barro
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 722 Tipo de pavimentaccedilatildeo da rua onde se situam as casas de Poccedilo
Redondo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
199
Natildeo existe um planejamento no que se refere a esse setor As aacuteguas
pluviais escoam atraveacutes do calccedilamento das ruas algumas vezes precaacuterio
sendo que em algumas estatildeo ausentes
7325 ndash Limpeza puacuteblica
De acordo com as informaccedilotildees dos entrevistados na zona rural em
5633 das casas os resiacuteduos soacutelidos domiciliares satildeo recolhidos pela
prefeitura e o restante queima eou enterra Na zona urbana os 78
entrevistados (100) responderam que este material eacute recolhido pela
prefeitura O lixo coletado eacute encaminhado e conduzido a um lixatildeo
7326 ndash Sauacutede puacuteblica
O nuacutemero de entrevistados que responderam que nenhuma pessoa na
residecircncia onde mora apresentou alguma enfermidade nos uacuteltimos 6 meses
foi de 135 (5895) na zona rural e 52 (6667) na zona urbana Na zona
rural segundo relatado pelos entrevistados as enfermidades mais frequumlentes
que acometeram pelo menos uma pessoa da residecircncia onde reside o
morador entrevistado foram virose dengue diarreacuteias respectivamente em 32
30 e 23 domiciacutelios da amostra pesquisada Na zona urbana foram virose
diarreacuteia dengue e doenccedilas respiratoacuterias respectivamente em 11 7 3 e 3
residecircncias Natildeo foi informado ao entrevistado da ocorrecircncia de oacutebitos
A opiniatildeo dos entrevistados quanto agrave acessibilidade agraves unidades de
sauacutede numa escala de oacutetima a peacutessima eacute representada na Figura 723
A maior porcentagem dos entrevistados na zona rural (2925)
classificou como ruim a acessibilidade enquanto que na zona urbana a maior
proporccedilatildeo correspondente a 6538 disseram que o acesso eacute bom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
200
2576
2926
1572480
2446
OacutetimoBomRegularRuimPeacutessimo
513513
898
6538
1538
OacutetimoBomRegularRuimPeacutessimo
(a) Rural (n = 229) (b) Urbana (n = 78)
Figura 723 Niacutevel de acessibilidade a unidades de sauacutede na opiniatildeo dos
entrevistados
733 ndash Aberto (opiniatildeo do entrevistado sobre os serviccedilos de saneamento)
Quando indagados sobre qual dos serviccedilos (abastecimento de aacutegua
esgotamento sanitaacuterio drenagem pluvial limpeza puacuteblica e sauacutede puacuteblica) o
entrevistado acha que lhe traz maiores problemas e dificuldades o maior
percentual de entrevistados em ambas as aacutereas respondeu que era o
esgotamento sanitaacuterio (2620 dos entrevistados na zona rural e 4231 dos
entrevistados na zona urbana) como representado nos graacuteficos da Figura 724
O segundo percentual maior em ambas as aacutereas correspondeu ao
abastecimento de aacutegua Um significativo nuacutemero de pessoas na zona rural
correspondendo a 2532 respondeu que natildeo sabe dizer
Por outro lado o serviccedilo mais escolhido como o melhor com 38 87 na
opiniatildeo dos entrevistados da zona rural foi o de sauacutede puacuteblica e na zona
urbana com 3206 dos entrevistados o serviccedilo de limpeza puacuteblica como
mostra a Figura 725 Ao responder o questionaacuterio muitos indagaram ao
entrevistador sobre o conceito de drenagem pluvial o qual respondeu de
forma simples e esclarecedora
2620
2621223
1223
2532 2140Abastecimento de aacuteguaEsgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblicaServiccedilos de sauacutedeNatildeo sabe
4231
256
769
513897
3334Abastecimento de aacuteguaEsgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblicaServiccedilos de sauacutedeNatildeo sabe
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 724 Pior serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
201
769
256
15382052
2179 3206
Abastecimento de aacutegua
Esgotamento sanitaacuterio
Drenagem pluvial
Limpeza puacuteblica
Serviccedilos de sauacutede
Natildeo sabe
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 725 Melhor serviccedilo puacuteblico na opiniatildeo dos entrevistados
O grau de satisfaccedilatildeo quanto aos serviccedilos puacuteblicos na opiniatildeo dos
entrevistados eacute representado nas Figuras 726 a 730
O maior percentual dos entrevistados na zona rural disse estar
insatisfeito com relaccedilatildeo aos serviccedilos de esgotamento e drenagem pluvial Com
relaccedilatildeo aos outros serviccedilos o maior percentual respondeu estar satisfeito
O uacutenico serviccedilo na zona urbana onde o maior percentual respondeu que
estava satisfeito foi o de drenagem pluvial Por outro lado o uacutenico serviccedilo em
que o maior percentual dos entrevistados respondeu estar insatisfeito foi o de
esgotamento sanitaacuterio Os demais serviccedilos a maior proporccedilatildeo respondeu estar
nem satisfeito nem insatisfeito Constata-se que embora o serviccedilo de limpeza
puacuteblica tenha sido escolhido como o melhor na opiniatildeo dos entrevistados na
zona urbana a maior proporccedilatildeo (5641) respondeu natildeo estar satisfeito nem
insatisfeito
4454
2664
2882 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 726 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua na
opiniatildeo dos entrevistados
087
480
131
25762839
3887
Abastecimento de aacutegua
Esgotamento sanitaacuterioDrenagem pluvialLimpeza puacuteblica
Serviccedilos de sauacutede
Natildeo sabe
4359
16673974 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
202
2533
1485
5982
SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito
4615
5128
257SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 727 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao esgotamento sanitaacuterio na
opiniatildeo dos entrevistados
2271
2009
4585
1135 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 728 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave drenagem pluvial na opiniatildeo
dos entrevistados
3450044
3537
2969
SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe
3718
5256
1026 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 729 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de limpeza puacuteblica
na opiniatildeo dos entrevistados
2183
4498
3319
SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito
5641
1538 2821 SatisfeitoMais ou menosInsatisfeito
(a) Zona rural (n = 229) (b) Zona urbana (n = 78)
Figura 730 Niacutevel de satisfaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos serviccedilos de sauacutede na
opiniatildeo dos entrevistados
5256
3846
385513
SatisfeitoMais ou menosInsatisfeitoNatildeo sabe
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
203
74 ndash CONCLUSOtildeES
De acordo com os resultados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo de 307
questionaacuterios sendo 229 na zona rural e 78 na zona urbana do municiacutepio de
Poccedilo Redondo constatou-se
Os chefes de famiacutelia na sua maioria agricultores que habitam na zona
rural possuem um baixo grau de escolaridade (na zona rural 4279 satildeo
analfabetos e 3450 sabem apenas assinar o nome mas escreve e lecirc com
dificuldade) Na zona urbana o grau de instruccedilatildeo dos chefes embora seja
superior aos da zona rural apresenta-se baixo (2564 satildeo analfabetos e 14
1795 mal sabem ler e escrever e apenas 256 possuem niacutevel superior)
Aleacutem disso um Percentual que corresponde a 6373 dos chefes de famiacutelia da
zona rural e 5514 da zona rural percebem menos que 1 salaacuterio miacutenimo e
vivem em moradia que apresenta um infra-estrutura sanitaacuteria deficitaacuteria
Embora sejam contemplados pelo abastecimento de aacutegua puacuteblico
alguns recorrem a outros meios para suprirem seu consumo devido agrave
intermitecircncia do fornecimento de aacutegua
Tanto na zona rural como na zona urbana o maior percentual dos
entrevistados escolheu o esgotamento sanitaacuterio como o pior serviccedilo Na zona
rural o maior percentual dos entrevistados disse achar os serviccedilos de sauacutede
como o melhor serviccedilo puacuteblico enquanto que na zona urbana disseram ser a
limpeza puacuteblica o pior
75 ndash RECOMENDACcedilOtildeES
Urge a necessidade de implantaccedilatildeo de um programa habitacional para
melhoria ou construccedilatildeo de casas populares dentro de padrotildees sanitaacuterios
adequados
A carecircncia de investimentos em saneamento eacute evidente Faz-se
necessaacuterio um ordenamento institucional que permita a implementaccedilatildeo de
accedilotildees e investimentos coordenados entre os trecircs niacuteveis de governo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
204
A educaccedilatildeo ambiental e a mobilizaccedilatildeo social devem ser prioritaacuterias
Dentre outras accedilotildees deveratildeo ser desenvolvidas a capacitaccedilatildeo de educadores
da rede ensino e difusatildeo de informaccedilotildees por diversos veiacuteculos de
comunicaccedilatildeo
76 ndash REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORGES NCF Caracterizaccedilatildeo da aacutegua cinza para promoccedilatildeo da
sustentabilidade dos recursos hiacutedricos 91 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Engenharia de Recursos Hiacutedricos e Ambiental) Universidade Federal do
ParanaacuteSetor de Tecnologia Curitiba-PR 2003
COCHRAN WG Teacutecnicas de amostragem Rio de Janeiro USAID 1965 555
p
DALTRO FILHO J SALES ATC Condiccedilotildees de salubridade de habitaccedilotildees
em uma comunidade do semi-aacuterido de Sergipe In 22o CONGRESSO
BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITAacuteRIA E AMBIENTAL 2003 Joinville
Anais Joinville ABES 2003 1 CD-ROM
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) Censo demograacutefico 2000
Agregado por Setores Censitaacuterios dos resultados do universo v 3
Pernambuco Alagoas Sergipe e Bahia 2a ed Rio de Janeiro IBGE 2001 1
CD-ROM
NASCIMENTO FILHO DG Contaminaccedilatildeo do manancial subterracircneo da
cidade de Feira de Santana por nitratos influecircncia das fossas seacutepticas In IX
SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES 2000 1 CD-ROM
SANTOS MJ DALTRO FILHO J Importacircncia da aacutegua na qualidade de vida
das comunidades rurais do sistema integrado de aacutegua de Escurial no semi-
aacuterido de Sergipe-Brasil In IX SILUBESA SIMPOacuteSIO LUSO-BRASILEIRO DE
ENGENHARIA AMBIENTAL 2000 Porto Seguro Anais Porto Seguro ABES
2000 1 CD-ROM
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
205
CAPIacuteTULO 8
CONCLUSOtildeES FINAIS
Com relaccedilatildeo agrave hipoacutetese formulada nesta tese verificou-se
(i) A aacutegua armazenada nas cisternas geralmente natildeo atendia aos padrotildees
estabelecidos para aacutegua destinada ao consumo humano Isso se deve ao fato
de que a aacutegua de chuva embora seja notoriamente de boa qualidade a aacutegua
armazenada nas cisternas monitoradas natildeo era exclusivamente de origem
pluvial e os cuidados com a proteccedilatildeo sanitaacuteria natildeo eram adequados
(ii) A aacutegua produzida nos quatro dessalinizadores monitorados embora nem
sempre tenha atendido aos padrotildees de potabilidade no geral mostrou-se de
boa qualidade para o consumo humano
(iii) Em nenhuma ocasiatildeo verificou-se que a qualidade de aacutegua dos barreiros
era apropriada para o consumo humano sendo no entanto recomendada
penas para usos menos nobres como por exemplo a dessedentaccedilatildeo de
animais Esse resultado jaacute era esperado em virtude de que estas estruturas
ficam bastante expostas sendo bastante susceptiacuteveis agrave contaminaccedilatildeo Aleacutem
disso havia sido verificado na literatura constataccedilatildeo similar
Com base nos estudos que foram conduzidos nesta pesquisa concluiu-
se
1 ndash Embora os indicadores ICV e IDH de desenvolvimento dos municiacutepios da
aacuterea de Xingoacute venham ascendendo ao longo dos anos verificou-se em geral
que as condiccedilotildees de saneamento estatildeo aqueacutem do ideal Vaacuterias deficiecircncias
foram identificadas na aacuterea em estudo
(i) Uma necessidade de melhorar a preservaccedilatildeo manutenccedilatildeo e vistorias das
unidades do sistema de abastecimento e conscientizaccedilatildeo de evitar o
desperdiacutecio de aacutegua Aleacutem disso eacute uma necessidade premente que as
empresas responsaacuteveis devam promover um controle efetivo do sistema de
abastecimento atraveacutes do desenvolvimento de dois planos independentes um
de manutenccedilatildeo e outro de reabilitaccedilatildeo pois como foi relatado as perdas de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
206
aacutegua nos sistemas de abastecimento de aacutegua na aacuterea estudada satildeo elevadas
atingindo ateacute 76 (Petrolacircndia)
(ii) A ausecircncia de rede coletora em vaacuterias cidades (Patildeo de Accediluacutecar Piranhas
Chorrochoacute e Monte Alegre de Sergipe) a baixa cobertura de coleta (menos de
50 das casas ligadas agrave rede de esgoto) em vaacuterias cidades (Delmiro Gouveia
Olho drsquoAacutegua do Casado Pariconha Gloacuteria Macurureacute Beleacutem do Satildeo Francisco
Orocoacute Tacaratu Terra Nova Nossa Senhora da Gloacuteria e Poccedilo Redondo) e a
maacute preservaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio tecircm contribuiacutedo para o
lanccedilamento desses resiacuteduos liacutequidos no solo e nos corpos hiacutedricos da bacia do
rio Satildeo Francisco
(iii) Necessidade de elaboraccedilatildeo de projetos criteriosos maior atenccedilatildeo com
relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos componentes do sistema de
drenagem
(iv) Uma necessidade de proporcionar um tratamento e disposiccedilatildeo adequados
aos resiacuteduos soacutelidos e elaboraccedilatildeo de um programa sistemaacutetico de educaccedilatildeo
ambiental
(v) Uma infra-estrutura deficitaacuteria das unidades de sauacutede e carecircncia de
profissionais de sauacutede o nuacutemero elevado de mortes por causa desconhecida
(atingiu um aacutepice em Olho drsquoAacutegua do Casado com 941) as altas taxas de
mortalidade infantil (geralmente ultrapassam o iacutendice aceitaacutevel da ONU que eacute
de ateacute 20 oacutebitos para cada 1000 nascidos vivos com um valor maacuteximo em
Olho drsquoAacutegua do Casado com 1716permil) e o nuacutemero elevado de doenccedilas de
veiculaccedilatildeo hiacutedrica como por exemplo cerca de 1200 casos de diarreacuteia
notificados por ano ocorridos em Tacaratu-PE
2 ndash Devido agrave ineficiecircncia no tocante aos cuidados com operaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos dessalinizadores de 56 unidades de dessalinizaccedilatildeo na aacuterea
de Xingoacute somente 11 vinham produzindo aacutegua dessalinizada Aleacutem de 45
unidades que natildeo estavam produzindo aacutegua dessalinizada acrescente-se a
paralisaccedilatildeo do dessalinizador de Areias em maio de 2006 Adicionalmente
verificou-se que o rejeito gerado vinha sendo descartado no meio ambiente
sem nenhum criteacuterio contribuindo para a sua degradaccedilatildeo As anaacutelises de aacutegua
do rejeito mostraram elevadas concentraccedilotildees de cloretos STD e condutividade
eleacutetrica Os maiores valores foram verificados no rejeito gerado no
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
207
dessalinizador de Areias (Poccedilo Redondo-SE) sendo esses valores iguais a
6226 mgL (cloretos) 26826 mgL (STD) e de 18020 microScm (condutividade
eleacutetrica) Amostras de solo coletadas no local de despejo do rejeito dessas
unidades mostraram que o mesmo eacute prejudicial ao solo A condutividade
eleacutetrica de cada um dos extratos de saturaccedilatildeo de todas as amostras coletadas
no ponto de despejo do rejeito foi superior a 4 dSm caracterizando o solo
como salino sendo prejudicial ao desenvolvimento de culturas O maacuteximo valor
foi verificado no local de despejo do rejeito de Icozeira (794 dSm)
3 ndash Os valores de cor aparente turbidez e dureza da aacutegua do permeado
produzido pelos dessalinizadores de Areias Aroeira Minuim e Icozeira sempre
atenderam agrave Portaria 518 do MS No entanto o pH do permeado produzido nos
dessalinizadores de Aroeira e no de Icozeira nem sempre o STD e a
concentraccedilatildeo de cloretos do permeado produzido no dessalinizador de Areias
nem sempre atenderam agrave Portaria no 518 do MS Embora natildeo tenha sido
detectada a presenccedila de coliformes termotolerantes no permeado conveacutem
efetuar a desinfecccedilatildeo pois as torneiras onde se retira o permeado ficam
expostas Aleacutem disso essa aacutegua eacute transportada em baldes com boa
possibilidade de ficar contaminada
4 ndash Levantamentos sobre as condiccedilotildees de uso das cisternas e anaacutelises de
aacutegua coletada evidenciaram a necessidade premente de um sistemaacutetico
programa de capacitaccedilatildeo dos usuaacuterios e de monitoramento e controle da
qualidade de aacutegua
5 ndash A aacutegua estocada nos barreiros natildeo deve ser consumida pela populaccedilatildeo
pois a cor aparente a turbidez e a presenccedila de coliformes natildeo estatildeo
compatiacuteveis com a Portaria 518 do MS
6 ndash Com os resultados da aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios agrave populaccedilatildeo de Poccedilo
Redondo constatou-se o baixo niacutevel de escolaridade e de renda dos chefes de
famiacutelia e da maacute qualidade dos setores de serviccedilo
7 ndash De acordo com a opiniatildeo dos entrevistados na zona rural de Poccedilo
Redondo o serviccedilo de sauacutede foi o que apresentou maior percentual com
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
208
389 dos entrevistados escolhendo-o como o melhor serviccedilo enquanto que
284 responderam que natildeo sabiam qual o melhor serviccedilo
8 ndash Na zona urbana o serviccedilo que apresentou maior percentual foi o de
limpeza puacuteblica com cerca de 321 dos entrevistados elegendo-o como o
melhor serviccedilo Um percentual de 205 dos entrevistados natildeo soube
responder
9 ndash Tanto na zona rural como na urbana o esgotamento sanitaacuterio foi escolhido
como o pior serviccedilo respectivamente com 262 e 423 das pessoas
questionadas
Espera-se que os resultados deste trabalho proporcionem subsiacutedios que
auxiliem os gestores nas tomadas de decisotildees nas questotildees que envolvam o
saneamento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
209
ANEXOS
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
210
ANEXO A FLUXOGRAMA EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DO DESSALINIZADOR (MODELO AP
10004000 da Perenne) DE MINUIM (SANTA BRIacuteGIDAndashBA)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
211
Bombadosadora
M - 4
M - 3M - 2M - 1 PSLV - 1
Filtros de cartucho
L1 L2 L3
V - 2
V - 4
Bomba de alta pressatildeo
RecirculaccedilatildeoL6
V - 9 P1
P2
P3
V - 3
Q1
Q2
V - 6
V - 5
VR
VR
V - 7
V - 8
Efluente concentrado
Efluentepermeado
L4
L5
A
B
Aacutegua de alimenta ccedilatildeo(Salobra)
Lim pezaquiacutem ica - eRetrolavagem -
B
A
Figura A1 Fluxograma do dessalinizador (modelo AP 10004000 da
Perenne) de Minuim (Santa Briacutegida-BA)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
212
A1 ndash DESCRICcedilAtildeO DO PROCESSO (RELACIONADO Agrave FIGURA A1)
A aacutegua salobra (L1) eacute admitida na unidade atraveacutes da vaacutelvula (V ndash 1) em seguida passa por uma bateria de filtros de cartucho onde satildeo removidos os soacutelidos em suspensatildeo A referida bateria eacute composta por 6 filtros de cartucho em paralelo Apoacutes a bateria de filtros a aacutegua salobra filtrada eacute enviada para a bomba de alta pressatildeo (L2) que fornece pressatildeo suficiente para remover os sais atraveacutes das membranas)
A linha L3 alimenta o vaso de pressatildeo onde ocorre o processo de separaccedilatildeo As linhas L4 e L5 conduzem respectivamente concentrado e aacutegua potaacutevel Obs No caso de queda de pressatildeo na L2 apoacutes os filtros de cartucho (por falta de aacutegua de alimentaccedilatildeo entupimento dos filtros vazamentos etc) o equipamento desliga-se automaticamente
A2 ndash DESCRICcedilAtildeO DAS LINHAS EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS A21 ndash LINHAS (REFERE-SE AO FLUXOGRAMA DE PROCESSO COMPLETO) Tabela A1 Linhas Linha Material Qualidade da aacutegua Utilizaccedilatildeo
L1 PVC Salobra (baixa pressatildeo natildeo exceder 7 kgcm2)
Alimentaccedilatildeo dos filtros de 5 micra
L2 CPVCnylon Salobra (baixa pressatildeo) Captaccedilatildeo da aacutegua dos filtros de 5 micra para
alimentaccedilatildeo da bomba de alta
pressatildeo L3 PVC Salobra (alta pressatildeo natildeo
exceder 30 kgcm2) Transporta aacutegua salobra filtrada e
pressurizada durante a operaccedilatildeo para
alimentar os permeadores
L4 PVC Salobra concentrada (baixa pressatildeo)
Transporta aacutegua salobra concentrada
L5 PVC Potaacutevel (baixa pressatildeo) Transporta aacutegua potaacutevel para o reservatoacuterio
L6 PVC Salobra concentrada (baixa pressatildeo)
Recircula o concentrado para
aumentar a recuperaccedilatildeo do
sistema (opcional)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
213
A22 ndash EQUIPAMENTOS Tabela A2 Bomba de alta pressatildeo
Tipo Pressatildeo de operaccedilatildeo (kgcm2)
Motor Potecircncia (CV)
Funccedilatildeo
Centriacutefuga multi-
estaacutegio
180 220380 V ndash monofaacutesicotrifaacutesico ndash 60
Hz
30 Comprimir a aacutegua salobra filtrada a ser
enviada aos permeadores
Tabela A3 Bomba de retrolavagem Tipo Pressatildeo de
operaccedilatildeo (kgcm2)
Motor Potecircncia (CV)
Funccedilatildeo
Centriacutefuga em Noryl
20 220 V ndash monofaacutesicondash
60 Hz
13 Fazer retrolavagem e limpeza quiacutemica
Tabela A4 Bomba dosadora (opcional) Tipo Pressatildeo de
operaccedilatildeo (kgcm2)
Motor Funccedilatildeo
Diafragma 180 Bobina Saw Dosar aacutecido eou anti-incrustante
Tabela A5 Vaacutelvulas Vaacutelvula Tipo Funccedilatildeo V ndash 1 Esferamanual Controlar a entrada da aacutegua salobra
(aacutegua do poccedilo) V ndash 2 Esferamanual Controlar a vazatildeo eou pressatildeo de
saiacuteda da bomba de alta pressatildeo V ndash 3 Esferamanual Controlar a vazatildeo eou pressatildeo de
saiacuteda do concentrado do permeador (regulagem do dessalinizador)
V ndash 4 Esferamanual Controlar o sistema de retrolavagem V ndash 5 Esferamanual Efetuar limpeza quiacutemica V ndash 6 Esferamanual Efetuar limpeza quiacutemica V ndash 7 Esferamanual Alimentar reservatoacuterio de retrolavagem V ndash 8 Esferamanual Alimentar reservatoacuterio de retrolavagem V ndash 9 Registromanual Ajustar a recirculaccedilatildeo (opcional) VR Retenccedilatildeo Assegurar o sistema
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
214
Tabela A6 Filtros de cartucho (5 micra) Quantidade Elemento filtrante Vazatildeo maacutexima de
operaccedilatildeo (m3helemento)
Pressatildeo maacutexima de operaccedilatildeo (kgcm2)
6 Cartucho de celulose
aglomerada eou polipropileno 5
micras
10 Diferencial de 18 ndash 24
Tabela A7 Permeadores (P1 P2 e P3) Nuacutemero de elementos
Comprimento (m) Diacircmetro (m)
Pressatildeo maacutexima de operaccedilatildeo
(psi)
Temperatura maacutexima de
operaccedilatildeo (oC)
3 30 01 3550 45 Obs os permeadores satildeo tubos de alta pressatildeo confeccionados em plaacutestico reforccedilado com fibra de vidro internamente montados com membranas de osmose reversa (3 membranas em cada permeador) e com vazatildeo maacutexima por permeador de 36 m3h
A23 ndash INSTRUMENTACcedilAtildeO Tabela A8 Manocircmetros
Manocircmetro Funccedilatildeo M ndash 1 Verificar a pressatildeo da alimentaccedilatildeo da bateria de filtros de cartucho
(5 micra) M ndash 2 Verificar a pressatildeo de saiacuteda da bateria de filtros de cartucho (5
micra) M ndash 3 Verificar a pressatildeo de alimentaccedilatildeo dos permeadores M ndash 4 Verificar a pressatildeo de saiacuteda dos permeadores (concentrado)
Tabela A9 Medidores de vazatildeo Manocircmetro Funccedilatildeo
Q1 Medir a vazatildeo da aacutegua concentrada Q2 Medir a vazatildeo da aacutegua potaacutevel
Tabela A10 Pressostato Pressatildeo de
acionamento (kgcm2)
Funccedilatildeo
10 Controlar a pressatildeo de alimentaccedilatildeo da bomba de alta pressatildeo e enviar sinal eleacutetrico para o desligamento da
bomba de alta pressatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
215
ANEXO B CISTERNAS MONITORADAS EM
POCcedilO REDONDO-SE (Figuras B1 a B20)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
216
Figura B1 Areias Figura B2 Assentamento
Cajueiro
Figura B3 Assentamento Maria Bonita
Figura B4 Assentamento Maria Feitosa
Figura B5 Assentamento Mulungu
Figura B6 Assentamento Pioneira
Figura B7 Assentamento Satildeo Francisco
Figura B8 Assentamento Satildeo Joseacute de Nazareacute
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
217
Figura B9 Maranduba Figura B10 Pia do Boi
Figura B11 Queimadas Figura B12 Rancho Velho
Figura B13 Tanque Novo Figura B14 Berro Grosso
Figura B15 Flor da Serra Figura B16 Assentamento
JacareacuteCurituba
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
218
Figura B17 Peacute da Serra Figura B18 Salgadinho
Figura B19 Satildeo Joseacute Figura B20 Serra da Guia
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
219
ANEXO C RESULTADOS DOS PARAcircMETROS FIacuteSICO- QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DAS CISTERNAS
MONITORADAS EM POCcedilO REDONDO-SE (Figuras C1 a C20)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
220
Figura C1 Areias
050
100150200250300350400450
STD
(mg
L)
(g)
0
5
10
15
20
25
30
35
Tem
pera
tura
(ordmC
)
123456789
1011121314
pH
(b)(a)
0
10
20
30
40
50
60
70
Alc
alin
idad
e to
tal (
mg
CaC
O 3 L
) (e)
02468
10121416
Cor
apa
rent
e (u
H)
0
1
2
3
4
5
Turb
idez
(uT)
02468
1012141618
Clo
reto
(mg
Cl - L
)
0
50
100
150
200
250
300
Con
dutiv
idad
e el
eacutetric
a ( micro
Sc
m)
(c) (d)
(f)
(h)
0
20
40
60
80
100
120
jul0
5
ago
05
set0
5
out0
5
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr0
6
mai
06
jun
06
Dur
eza
tota
l (m
g C
aCO
3L)
carro pipa + chuva chuva carro pipa
0
20
40
60
80
100
120
jul0
5
ago
05
set0
5
out0
5
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr0
6
mai
06
jun
06
Dur
eza
caacutelc
ica
(mg
CaC
O 3
L)
carro pipa + chuva chuva carro pipa
(i) (j)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
221
Figura C2 Assentamento Cajueiro
0
5
10
15
20
25
30
35
Tem
pera
tura
(ordmC
)
(a)
123456789
1011121314
pH
0
5
10
15
20
25
Cor
apa
rent
e (u
H)
0
20
40
60
80
100
Alc
alin
idad
e to
tal (
mg
CaC
O 3L
)
0
2
4
6
8
10
12
Clo
reto
(mg
Cl - L
)
050
100150200250300350400
Con
dutiv
idad
e el
eacutetric
a ( micro
Sc
m)
0
50
100
150
200
250
300
STD
(mg
L)
(f)
(h)(g)
(e)
(c)
(b)
0
1
2
3
4
5
Turb
idez
(uT)
(d)
0102030405060708090
100
jul0
5
ago
05
set0
5
out0
5
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr0
6
mai
06
jun
06
Dur
eza
tota
l (m
g C
aCO
3 L)
carro pipa + chuva chuva carro pipa
0102030405060708090
100
jul0
5
ago
05
set0
5
out0
5
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr0
6
mai
06
jun
06
Dur
eza
caacutelc
ica
(mg
CaC
O 3
L)
carro pipa + chuva chuva carro pipa
(j)(i)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
222
Figura C3 Assentamento Maria Bonita
0
5
10
15
20
25
30
35
Tem
pera
tura
(ordmC
)
123456789
1011121314
pH
0
2
4
6
8
10
Cor
apa
rent
e (u
H)
0
1
2
3
4
5
Turb
idez
(uT)
0
10
20
30
40
50
60
70
Alc
alin
idad
e to
tal (
mg
CaC
O 3L
)
0
50
100
150
200
250
300
Con
dutiv
idad
e el
eacutetric
a ( micro
Sc
m)
050
100150200250300350400
STD
(mg
L)
05
1015202530354045
Clo
reto
(mg
Cl - L
)
0
20
40
60
80
100
120
jul0
5
ago
05
set0
5
out0
5
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr0
6
mai
06
jun
06
Dur
eza
caacutelc
ica
(mg
CaC
O 3
L)
carro pipa + chuva chuva carro pipa
(a)
(d)(c)
(e) (f)
(g) (h)
(j)
(b)
0
20
40
60
80
100
120
jul0
5
ago
05
set0
5
out0
5
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr0
6
mai
06
jun
06
Dur
eza
tota
l (m
g C
aCO
3 L)
carro pipa + chuva chuva carro pipa
(i)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
223
Figura C4 Assentamento Maria Feitosa
0
5
10
15
20
25
30
35
Tem
pera
tura
(ordmC
)
123456789
1011121314
pH
0
2
4
6
8
10
12
Cor
apa
rent
e (u
H)
0
1
2
3
4
5
Turb
idez
(uT)
0
5
10
15
20
25
30
35
Alc
alin
idad
e to
tal (
mg
CaC
O 3 L
)
0
50
100
150
200
Con
dutiv
idad
e el
eacutetric
a ( micro
Sc
m)
0
50
100
150
200
250
300
350
STD
(mg
L)
0
1
2
3
4
5
6
7
Clo
reto
(mg
Cl - L
)
0102030405060708090
100
jul0
5
ago
05
set0
5
out0
5
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr0
6
mai
06
jun
06
Dur
eza
tota
l (m
g C
aCO
3 L)
carro pipa + chuva chuva carro pipa
0102030405060708090
100
jul0
5
ago
05
set0
5
out0
5
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr0
6
mai
06
jun
06Dur
eza
caacutelc
ica
(mg
CaC
O 3
L)
carro pipa + chuva chuva carro pipa
(b)
(d)(c)
(a)
(e) (f)
(g) (h)
(i) (j)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
224
Figura C5 Assentamento Mulungu
0
5
10
15
20
25
30
35
Tem
pera
tura
(ordmC
)
123456789
1011121314
pH
0
2
4
6
8
10
12
Cor
apa
rent
e (u
H)
0
1
2
3
4
5
Tur
bide
z (u
T)
0
10
20
30
40
50
Alc
alin
idad
e to
tal (
mg
CaC
O 3 L
)
020406080
100120140160180
Con
dutiv
idad
e el
eacutetric
a ( micro
Sc
m)
0
50
100
150
200
250
ST
D (m
gL)
0123456789
Clo
reto
(mg
Cl - L
)
(b)(a)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
0
20
40
60
80
100
jul0
5
ago
05
set0
5
out0
5
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr0
6
mai
06
jun
06
Dur
eza
caacutelc
ica
(mg
CaC
O 3
L)
DESO + chuva DESO
0
20
40
60
80
100
jul0
5
ago
05
set0
5
out0
5
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr0
6
mai
06
jun
06
Dur
eza
tota
l (m
g C
aCO
3L)
DESO + chuva DESO
(i) (j)
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom