Endocardiose
Resumo
• A endocardiose é uma doença cardíaca que resulta
da degeneração progressiva das válvulas do coração.
Quando as válvulas não estão a funcionar
correctamente, o coração tem que trabalhar mais
arduamente para compensar esta falha, o que a
longo termo vai provocar o enfraquecimento e
danificação do miocárdio.
• A insuficiência cardíaca congestiva desenvolve-se
quando o coração já não tem capacidade de
compensar a falha valvular. A sintomatologia mais
comum inclui tosse, intolerância ao exercício e
dificuldades respiratórias.
• A medicação oral e as reavaliações periódicas são
essenciais para aumentar a esperança de vida do seu
animal e ajudar a mantê-lo confortável e feliz.
Quais são os sinais clínicos?
Se a endocardiose for ligeira, o seu animal de
estimação pode parecer completamente
normal, no entanto, casos mais avançados
podem manifestar a seguinte sintomatologia:
• Tosse (principalmente à noite ou quando estão deitados)
• Intolerância ao exercício (cansam-se mais facilmente)
• Dificuldade a respirar
• Letargia
• Distensão abdominal (acumulação de fluidos no abdómen)
• Desmaios
Como se diagnostica?
O diagnóstico de endocardiose pode requerer uma combinação de vários testes:
• Auscultação: recorrendo ao uso do
estetoscópio é possível ouvir os sons cardíacos
e pulmonares. Neste exame, podem ser
detectados sopros cardíacos, um ritmo cardíaco
irregular e sons pulmonares anormais, que
podem surgir quando já está presente
insuficiência cardíaca congestiva.
• Análises de sangue: a realização do
hemograma e bioquímica sanguínea permitem
avaliar o estado geral do animal, assim como
obter informação sobre outros órgãos
importantes (p.ex. rins e fígado). Pode ser
também necessário realizar uma análise para
despiste de dirofilaria (parasita cardíaco).
• Radiografia: Permite avaliar o tamanho,
forma e posição do coração. Na endocardiose o
coração pode estar aumentado de tamanho
devido ao aumento de esforço a que o músculo
cardíaco é sujeito. As radiografias possibilitam
também a visualização dos pulmões, o que é
fundamental quando está presente
insuficiência cardíaca congestiva (acumulação
de líquido nos pulmões).
• Electrocardiografia: Também conhecida como
ECG, é um teste que regista as alterações
Doenças Comuns
A endocardiose é uma das causas mais comuns de insuficiência cardíaca em cães; a insuficiência cardíaca congestiva pode ser fatal, principalmente quando
não é tratada.
Válvula mitral
Válvula aórtica
Válvula
pulmonar
Válvula
tricúspide
eléctricas cardíacas, cuja interpretação fornece
informações importantes acerca do ritmo
cardíaco, saúde e tamanho do miocárdio.
• Pressão arterial: doenças cardíacas podem
causar alterações na pressão arterial e interferir
desta forma no tipo de medicação a
administrar.
• Ecocardiografia: é, provavelmente, o exame
que fornece mais informação sobre o
funcionamento e estrutura cardíaca. Através da
tecnologia de ultra-sons, este teste permite que
o coração seja visualizado num ecrã digital,
fornecendo dados extremamente importantes
sobre as válvulas cardíacas.
Como se trata?
Na maior parte dos casos a endocardiose é
tratada com medicação oral. Estes
medicamentos ajudam o coração a funcionar
mais eficientemente e a remover o excesso de
fluído que se pode acumular nos pulmões. Por
vezes, uma dieta especial (baixa em sódio)
pode ser recomendada.
É muito importante que os pacientes com
cardiopatias sejam reavaliados periodicamente,
não só para detectar alterações anormais
antecipadamente, mas também para modificar
a terapia de acordo com a evolução da doença.
Também pode ser necessário repetir alguns
testes de diagnóstico, como as análises de
sangue para controlar efeitos secundários
associados à terapêutica, ou as radiografias
torácicas para avaliar o grau de edema
pulmonar (líquido acumulado).
Saiba mais sobre a
endocardiose!
Nos cães e gatos, o coração contém quatro
válvulas. A abertura das válvulas cardíacas
permite que o sangue flua livremente, e
sempre na mesma direcção, de uma câmara
cardíaca para a seguinte câmara ou para um
vaso sanguíneo. O fecho das válvulas, por sua
vez, impede o refluxo do sangue para a câmara
anterior. A endocardiose, ou doença valvular
degenerativa, resulta da danificação e
consequente mau funcionamento de uma ou
mais válvulas, prejudicando desta forma o
correcto fluxo sanguíneo através do coração. As
válvulas danificadas podem ficar espessadas,
libertar-se das estruturas que as fixam ou
perder a flexibilidade necessária para se
moverem livremente. Quando as válvulas não
funcionam correctamente, o fluxo de sangue
pelo coração pode tornar-se turbulento ou
irregular, forçando o coração a trabalhar mais,
o que causa lesões adicionais ao músculo
cardíaco com o passar do tempo. Estes factores
podem levar a uma condição chamada
insuficiência cardíaca congestiva, quando o
coração não funciona apropriadamente.
Data da
reavaliação Objectivos
Connosco, o seu animal de
estimação está em boas mãos.
Insuficiência Renal Crónica
Resumo
• Insuficiência Renal Crónica (IRC) é uma doença progressiva que não tem cura, no entanto é possível atrasar a sua evolução e atenuar a sua sintomatologia.
• Os sinais clínicos associados a esta doença incluem aumento da sede e produção de urina, perda de peso e de apetite.
• Muitos animais conseguem ter uma boa qualidade de vida durante alguns anos antes de serem diagnosticados com IRC.
Quais são os sinais clínicos de
Insuficiência Renal Crónica?
Inicialmente, os sinais clínicos de IRC são
imperceptíveis ou muito ligeiros, no entanto
intensificam-se à medida que a doença
progride:
• Aumento da sede e da produção de urina
• Perda de peso
• Vómitos
• Perda de apetite
• Desidratação
• Letargia/Apatia
• Pêlo em más condições
• Salivação (devido a náusea e úlceras na boca)
Qual é a função dos rins?
Os rins são responsáveis por várias funções
importantes no corpo, incluindo as seguintes:
• Eliminação de produtos tóxicos, através da sua concentração na urina
• Produção de eritropoietina, uma hormona que estimula a produção de glóbulos vermelhos
• Ajudar a manter o equilíbrio de água no corpo/hidratação
• Metabolização e excreção de vários tipos de fármacos
• Regular a concentração de importantes electrólitos sanguíneos, como o sódio e o potássio
As doenças renais vão diminuir a capacidade dos rins para realizarem estas funções, contribuindo desta forma para o aparecimento de sinais clínicos e progressão da doença.
A Insuficiência Renal Crónica é irreversível, podendo ter como causas nefrolitíase (“pedras renais”) e doença renal poliquística. Na maior parte dos animais, a IRC não tem uma causa evidente, surgindo apenas como um declínio da função renal associado à idade. Embora a IRC não seja reversível, geralmente é possível atrasar a sua progressão e atenuar as suas manifestações clínicas, para que o animal se sinta mais confortável.
Como se diagnostica a
Insuficiência Renal Crónica?
O diagnóstico de IRC pode requerer uma
combinação de vários testes:
• Análises sanguíneas: frequentemente são
realizadas como parte de um check-up geral a
um animal saudável ou como método de
testagem inicial para animais doentes. Estes
testes fornecem informação importante sobre
Apesar de o dar a entender, o termo Insuficiência Renal não significa que os rins estão a parar de produzir urina. De facto, acontece exactamente o oposto, já que os rins deixam de ter capacidade para a concentrar.
Doenças Comuns
os diferentes órgãos e sistemas corporais,
como por exemplo o doseamento da
concentração sanguínea de ureia e creatinina,
substâncias que podem estar alteradas em caso
de doença renal.
• Urianálise: A avaliação da urina é
fundamental para determinar a função renal.
Urina muito diluída ou que contém material
que não deve estar presente pode indicar
alterações renais.
• Radiografia: Podem evidenciar pedras renais
ou rins com tamanho ou forma anormal.
• Ecografia abdominal: A visualização do
abdómen por ecografia é um teste muito útil
para examinar os rins, na medida em que
permite “olhar” para o interior dos órgãos e
assim detectar massas, quistos, ou outro
problema que possa contribuir para a IRC.
Como se trata a Insuficiência
Renal Crónica?
A IRC é uma condição progressiva e irreversível.
Tecnicamente não é “tratável” nem “curável”,
embora em muitos casos os seus efeitos
possam ser atenuados/retardados. Os
objectivos da terapêutica instituída incluem a
melhoria da qualidade de vida do animal e o
atraso da progressão da doença.
Os animais que estão severamente doentes
podem necessitar de hospitalização e cuidados
intensivos para que estabilizem. A continuação
da recuperação em casa costuma ser eficaz
através da administração suplementar de
fluidos e outra medicação. É também
fundamental a alimentação com dietas
especiais e até alguns suplementos dietéticos.
Por vezes, os animais podem viver com muito
boa qualidade de vida anos depois de serem
diagnosticados com IRC.
Connosco, o seu animal de
estimação está em boas mãos.
Data da
reavaliação Objectivos
Análises sanguíneas e urinárias
periódicas são indispensáveis para avaliar
a resposta do animal ao tratamento e
determinar a velocidade de progressão
da doença.
Síndrome Urológico Felino
Resumo
O termo Síndrome Urológico Felino engloba
várias condições que afectam o sistema
urinário, podendo surgir isoladamente ou
combinadas. Entre as mais comuns encontram-
se a obstrução urinária, a cistite idiopática, a
urolitíase (“pedras na bexiga”) e a infecção do
tracto urinário.
Quais são os sinais clínicos?
Os principais sinais clínicos associados a estas
doenças incluem:
• Incapacidade ou dificuldade em urinar
(urina apenas algumas gotas, ou mesmo nada)
• Idas mais frequentes ao caixote
• Vocalização durante o acto (dor)
• Urinar em locais inapropriados (banheira,
tapetes, sofás, etc.)
• Presença de sangue na urina
• Vómitos e falta de apetite
• Letargia
Obstrução urinária
A obstrução urinária ocorre quando existe um
bloqueio físico da uretra, impedindo a
passagem da urina. Existem várias causas que a
podem provocar, como pedras urinárias, muco,
“rolhas” de sedimento urinário e coágulos de
sangue. Apesar de todos os animais serem
susceptíveis, os gatos machos são os mais
frequentemente afectados, visto que possuem
uma uretra longa e estreita. Caso não seja
resolvida rapidamente, a obstrução urinária
pode ser fatal, devido à acumulação de
produtos tóxicos e lesões renais provocadas
pela pressão da urina no tracto urinário.
Cistite idiopática
Define-se como uma inflamação da bexiga em
que não é possível encontrar uma causa
subjacente. A sua origem é provavelmente
psicológica, uma vez que regride muitas vezes
graças ao tratamento para a ansiedade.
Urolitíase
Os gatos podem desenvolver cristais ou até
mesmo pedras em qualquer parte do tracto
urinário. Estes podem ser responsáveis por dor
e inflamação de todas as estruturas do sistema
urinário e, em casos extremos, por obstrução
urinária.
Infecção do tracto urinário
As infecções urinárias em gatos podem surgir
através da ascensão de bactérias pela uretra,
ou através da disseminação de bactérias pela
corrente sanguínea até aos rins. Em
semelhança às doenças anteriores, pode causar
dor ao urinar, urina com sangue, urinar com
mais frequência, etc.
Como se diagnostica?
O diagnóstico pode requerer uma combinação de vários testes:
• Análises de sangue: a realização do
hemograma e bioquímica sanguínea são
fundamentais para avaliar o estado geral do
animal, detectar anomalias na função renal e
até a presença de uma infecção urinária.
• Radiografia abdominal: é importante para
visualizar pedras urinárias ou outras alterações
relacionadas com o sistema urinário.
• Electrocardiografia: pode ser necessária para
quantificar os efeitos tóxicos cardíacos
resultantes da acumulação de potássio no
Doenças Comuns
sangue, quando está presente obstrução
urinária.
• Urianálise: a medição da densidade urinária,
tira reactiva, avaliação do sedimento e cultura
urinária fazem parte desta análise e são
fundamentais para detectar a presença de
elementos anormais na urina (cristais,
bactérias, células, etc.). A urianálise é, também,
uma óptima ferramenta para verificar a eficácia
do tratamento instituído.
• Ecografia abdominal: é mais sensível que a
radiografia abdominal e, além disso, permite a
visualização do interior dos órgãos e a detecção
de anomalias anatómicas do tracto urinário.
Como se trata?
O tratamento de Síndrome Urológico Felino
depende da causa subjacente e da condição
geral do paciente. Quando existe uma
obstrução urinária, é essencial desobstruir o
animal rapidamente e reverter as alterações
sanguíneas (p. ex. acumulação de toxinas)
resultantes desta situação. Neste caso em
particular, o internamento durante alguns dias
é extremamente importante, pelo menos até
que o animal esteja estabilizado e fora de
perigo. Quando a causa da obstrução são
urólitos, ou pedras urinárias, pode ser
necessário realizar uma cirurgia para as
remover da bexiga. Por sua vez, a presença de
infecção do tracto urinário exige a
administração de antibióticos, e a cistite
idiopática a correcção de factores causadores
de stress. É importante ter em consideração
que muitas vezes os gatos são afectados por
mais do que uma destas condições, sendo
necessário uma abordagem terapêutica
multimodal (analgésicos, antiespasmódicos,
antibióticos, ansiolíticos, antiinflamatórios,
etc.).
Como prevenir?
Frequentemente é aconselhada uma ração
veterinária específica para doenças do tracto
urinário inferior, sendo que em muitos casos é
a única forma de manter o animal livre de
recidivas. Esta ração tem como base a diluição
e acidificação da urina, factores que impedem a
formação e sedimentação de cristais e,
consequentemente, a inflamação das vias
urinárias. Quando não é detectada uma causa
subjacente, a eliminação do stress assume-se
como um dos meios preventivos mais eficazes,
visto que a ansiedade está associada a
espasmos uretrais e agravamento da doença
urinária:
• Manter a higiene dos caixotes e mudar a areia
frequentemente
• Ter, pelo menos, um caixote WC para cada
gato
• Diminuir os conflitos entre gatos (p.ex. todos
castrados)
• Aumento do número e diversidade dos
brinquedos, assim como do tempo de
socialização entre o gato e os donos
• Enriquecimento do ambiente – arranhadores,
plataformas, esconderijos, etc.
• Diluir a urina através do aumento de ingestão
de água – utilizar fontes de água, manter o
nível de água das tigelas sempre alto, alterar a
alimentação para ração urinária húmida
• Administração de ansiolíticos
• Realizar terapia hormonal (Feliway® spray ou
difusor)
Finalmente, devem ser efectuadas reavaliações
periódicas para verificar a eficácia do
tratamento e/ou detectar anomalias
precocemente.
Data da
reavaliação Objectivos
Connosco, o seu animal de
estimação está em boas mãos.
Diabetes Mellitus canina Tratamento e Controlo
Data da
reavaliação Objectivos
Resumo
• A diabetes mellitus é uma doença crónica
caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar
(glucose) no sangue. À quantidade de glucose no
sangue chama-se glicemia e ao aumento da glicemia,
chama-se hiperglicemia.
• A diabetes pode apresentar vários sinais clínicos,
entre os quais:
- Aumento da sede
- Aumento da produção de urina
- Perda de peso
- Aumento do apetite
- Vómito, apatia, desidratação
- Cataratas, cegueira
• A insulina é uma hormona produzida pelo pâncreas
e é responsável pela regulação da glucose. Quando a
insulina é insuficiente, não ocorre movimentação de
glucose para as células, portanto o organismo
começa a utilizar as reservas de gordura e proteína
como fontes alternativas de energia. Como resultado
o cão come mais, mas vai emagrecendo. Para além
disto, os níveis de glucose sanguínea vão-se elevar,
sendo esta eliminada pela urina. Desta forma ocorre
diurese osmótica, responsável pelo aumento de
produção de urina e consequente ingestão de água.
• A maior parte dos cães diabéticos tem diabetes
mellitus insulino-dependente, ou seja, o organismo
não é capaz de produzir insulina suficiente para
satisfazer as suas necessidades. No entanto, uma
pequena percentagem dos animais pode ter algum
grau de resistência à acção da insulina, a chamada
diabetes mellitus insulino-resistente. A insulino-
resistência é mais provável de acontecer em cães
obesos, em diestro (período pós-cio em fêmeas), ou
com doenças concomitantes, por exemplo
hiperadrenocorticismo (Síndrome de Cushing) e
infecção urinária.
• Após o início do tratamento para a diabetes,
podem ser recomendadas análises sanguíneas e
urinárias periódicas para assegurar que a dose de
insulina está bem ajustada.
Endocrinologia
O prognóstico para cães diabéticos é bom, desde que a insulinoterapia e os sinais clínicos do animal sejam devidamente controlados em casa pelos donos e periodicamente pelo veterinário.
Como se diagnostica?
O diagnóstico de diabetes é feito com base no exame físico, sintomatologia clínica e uma combinação de vários testes:
• Análises de sangue: a realização do
hemograma e bioquímica sanguínea permitem
avaliar o estado geral do animal, assim como
obter informação sobre outros órgãos
importantes (p.ex. rins e fígado). Estas são de
extrema importância não só pelo diagnóstico
de diabetes, mas também para descartar a
presença de outras doenças. Na diabetes a
glucose do sangue está tipicamente elevada.
• Urianálise: É essencial para confirmar
diabetes através da presença de glucose na
urina. Outras alterações associadas incluem
infecção urinária e presença de corpos
cetónicos (pode acontecer quando a diabetes
está mal controlada).
Tratamento
O tratamento baseia-se essencialmente na
administração de injecções subcutâneas de
insulina para toda a vida do animal. A alteração
da dieta, correcção de factores predisponentes
(p.ex. obesidade) e tratamento de doenças
concomitantes devem também ser
consideradas no tratamento para evitar a
insulino-resistência.
• Insulinoterapia – A dose de insulina
adequada para controlar a glicemia pode variar
consideravelmente de animal para animal.
Deste modo torna-se necessário avaliar a
resposta glicémica do cão periodicamente, de
forma a adaptar a dose de insulina que consiga
controlar eficazmente os sinais clínicos,
minimizando os riscos de hipoglicemia e
hiperglicemia. Assim, o internamento periódico
do animal durante 12 horas para medição da
glucose sanguínea a cada 2 horas (curva de
glicemia) é inevitável, visto que é o único
método que nos permite avaliar rigorosamente
a progressão da glicemia após a administração
da insulina. Uma vez ajustada a dose, estas
análises vão-se tornando mais raras e
espaçadas no tempo.
As injecções de insulina devem ser
administradas por via subcutânea e em sítios
alternados, para evitar reacções locais (p.ex. de
manhã no lado esquerdo e à noite no lado
direito). Antes de cada injecção é também
recomendado rodar o frasco para evitar a
sedimentação do líquido.
• Dieta – O controlo dietético é muito
importante para atingir o controlo da glicemia.
Deve-se:
- Corrigir gradualmente a obesidade;
- Manter consistência na quantidade
calórica, número e hora das refeições;
- Fornecer ração com conteúdo alto em
fibra e baixo em gorduras e açúcares simples;
- Não exagerar nas “guloseimas” e, caso seja
impossível evitá-las, devem ser baixas em
açúcar e ser dadas a horas constantes;
• Exercício – Deve ser regular, rotineiro (à
mesma hora) e não exaustivo.
Efeitos adversos do tratamento
Os efeitos adversos associados à
insulinoterapia são raros, no entanto o risco de
hipoglicemia (baixo nível de açúcar sanguíneo)
é grave e deve ser tratado com máxima
urgência. Os principais sinais de hipoglicemia
são:
- Fraqueza muscular extrema
- Apatia, Letargia
- Sinais neurológicos (convulsões,
irresponsividade a estímulos, coma, etc.)
• Como evitar?
1) Se houver previsão de exercício muito
elevado deve-se reduzir a dose de insulina
precedente em cerca de 25 a 50%
2) Caso o animal não coma uma das
refeições, a dose de insulina deve ser
reduzida em 50%
3) Respeitar as datas das curvas de
glicemia
• E se acontecer, como tratar?
1) Esfregar soluções fortemente
açucaradas ou mel nas gengivas e debaixo
da língua do animal (rápida absorção de
açúcares simples por via oral)
2) Levar imediatamente o cão ao
veterinário para administração intravenosa
de glucose
Monitorização em casa
O papel dos donos é muito importante, porque é através da informação recolhida em casa que o veterinário vai basear a necessidade ou não de reavaliação, assim como a eficácia do tratamento. Deste modo, os donos devem estar atentos à presença de sinais clínicos (consumo de água, continência urinária, apetite, peso corporal, nível de actividade) e à sua intensidade. Em casos mais complicados, poderá também ser recomendado a compra de tiras de urianálise, para os donos poderem verificar em casa o nível de glucose ou de corpos cetónicos na urina.
Connosco, o seu animal de
estimação está em boas mãos.
Mastocitoma
Resumo
• Os mastocitomas são tumores malignos que
podem ocorrer em qualquer local do organismo, no
entanto surgem mais frequentemente como massas
associadas à pele.
• Estes tumores não podem ser diagnosticados
apenas através do seu aspecto externo, na medida
em que assemelham a várias outras massas,
benignas e malignas.
• O seu diagnóstico pode requerer uma punção
aspirativa por agulha fina (citologia), biopsia, ou
análise histopatológica após remoção cirúrgica.
• Outros testes de diagnóstico podem ser
recomendados para determinar se ocorreu
metastização do tumor (disseminação para os outros
órgãos ou sangue), como análises ao sangue
(hemograma e painel bioquímico geral), urianálise,
radiografias e técnicas de imagiologia avançada:
ecografia, tomografia computorizada e ressonância
magnética.
• A excisão cirúrgica da massa é considerada o
tratamento mais eficaz, no entanto muitas vezes
podem ser também recomendadas a radioterapia e a
quimioterapia.
O que são mastocitomas?
Os mastócitos são células que se podem
encontrar normalmente em todo o organismo,
desempenhando um papel activo nas reacções
inflamatórias e alérgicas. Os mastocitomas são
massas constituídas por estas células que
colectivamente se tornam malignas.
Apesar dos mastocitomas se poderem
desenvolver em qualquer parte do organismo,
geralmente são encontrados em continuidade
com a pele ou logo abaixo desta,
representando cerca de 20% dos tumores
cutâneos caninos. Estes tumores surgem mais
frequentemente em cães adultos a idosos, e
nas raças Boxer, Boston Terrier, Bulldog, Basset
Hound, Golden Retriever e Labrador Retriever.
Quais são os graus do
mastocitoma?
Alguns mastocitomas podem ser mais
agressivos do que outros. Tendo em conta as
características morfológicas e estruturais
destes tumores, os mastocitomas são
classificados como de grau I, II, III ou IV em
ordem crescente de agressividade
(probabilidade de metastização). Esta
classificação só é possível através de uma
análise histopatológica, podendo a colheita da
amostra ser feita por biopsia ou remoção
cirúrgica completa da massa.
O que é o estadiamento do
mastocitoma?
O estadiamento é um processo de pesquisa de
metástases (disseminação tumoral) pelo corpo
do animal, podendo requerer a realização de
vários testes:
• Punção aspirativa por agulha fina (citologia)
ou biopsias
• Radiografias
• Imagiologia avançada: ecografia, tomografia
computorizada, ressonância magnética
Tratamento e prognóstico
Dependendo da localização da massa(s), o
tratamento pode incluir:
É importante pesquisar regularmente a
pele do seu animal para o aparecimento
ou alteração do aspecto de massas ou
nódulos cutâneos, pois o diagnóstico e
tratamento precoce melhoraram muito
o prognóstico.
Oncologia
• Cirurgia: A remoção cirúrgica do mastocitoma
e das margens envolventes é considerada o
tratamento mais eficaz. Muitas vezes, devido a
uma localização anatómica difícil, as margens
podem não ser totalmente excisadas,
requerendo uma terapia adicional.
• Radioterapia: Pode eliminar as células
remanescentes na área do tumor. Infelizmente
não se encontra disponível para animais de
companhia em Portugal.
• Quimioterapia: Geralmente é usada para
tumores de grau II ou III. O curso de
quimioterapia mais indicado para os
mastocitomas raramente produz efeitos
adversos graves, sendo bem tolerado na maior
parte dos casos.
O prognóstico depende de vários factores. Se o
tumor está limitado à pele, não demonstra
sinais de metastização e foi completamente
removido durante a cirurgia, o prognóstico é
muito bom. Caso seja um tumor de grau III,
com evidência de metástases noutros órgãos e
esteja localizado em áreas sensíveis (boca,
focinho, ânus, etc.) o prognóstico já não será
tão favorável.
Quimioterapia
O protocolo de quimioterapia utilizado na
Clínica Veterinária d’Arrábida baseia-se na
literatura mais recente a nível mundial. O curso
quimioterápico geralmente tem uma duração
de 12 semanas, sendo constituído pela
administração de medicação oral em casa e
medicação intravenosa na clínica. Durante o
tratamento é necessário fazer várias
reavaliações hematológicas para controlar e
prevenir possíveis efeitos adversos.
Efeitos Adversos
Alterações hematológicas
A medula óssea é susceptível a lesões provocadas por agentes quimioterápicos, devido à sua elevada taxa de crescimento.
Nos pacientes com quimioterapia de longa duração o animal pode apresentar anemia, mas regra geral é ligeira e sem significado clínico.
Durante a quimioterapia é comum encontrar neutropenia (diminuição de neutrófilos) e trombocitopenia (diminuição das plaquetas), sendo o valor mais baixo detectado entre os 5 e os 7 dias após a administração dos agentes quimioterápicos. Assim, torna-se fundamental avaliar o hemograma antes do paciente iniciar cada tratamento.
Vómitos
Este é o efeito lateral mais comum na quimioterapia e pode resultar do efeito directo da droga no centro do vómito ou na zona dos quimiorreceptores. O vómito pode ocorrer de forma aguda (em 8 horas) ou nos 2 a 5 dias após o tratamento.
Os vómitos são geralmente controlados com antieméticos e convém tê-los em casa para qualquer eventualidade.
Diarreia
Tal como o vómito, a diarreia é relativamente comum, mas na maioria dos casos é autolimitante. Geralmente uma dieta apropriada resolve a situação e só poucos casos necessitam de medicação e fluidoterapia.
Alopécia
A extensão da alopécia, ou queda de pêlo, está dependente da raça e é mais severa em cães com crescimento contínuo de pelo, tal como os caniches. No entanto, este é um dos efeitos adversos que mais raramente se manifestam em pacientes caninos.
Reações alérgicas
Os sinais clínicos mais comuns associados às reacções alérgicas são os tremores, urticaria, eritema, prostração, vómitos e edema. Reações severas podem causar hipotensão e colapso.
Extravasamento
Algumas drogas quimioterápicas causam lesões locais significativas, isto acontece particularmente em animais muito activos que conseguem remover o cateter do local.
Connosco, o seu animal de
estimação está em boas mãos.
Plano de Quimioterapia
Dia Vinblastina
(2 mg/m2)
Lepicortinolo® Bioquímica Hemograma
0 2 mg/kg SID
7 1 mg/kg SID
21 1 mg/kg SID
28 1 mg/kg q48h
35 1 mg/kg q48h
42 1 mg/kg q48h
49 1 mg/kg q48h
56 1 mg/kg q48h
63 1 mg/kg q48h
70 1 mg/kg q48h
77 1 mg/kg q48h
84 1 mg/kg q48h
SID – 1 vez/dia; q48h – a cada 48 horas
Importante!
É importante que os fármacos sejam administrados no tempo de intervalo
óptimo. Se forem administrados com intervalos demasiado curtos podem levar a
uma toxicidade significativa e, se por outro lado, forem administradas muito
afastados as células tumorais podem ter tempo para desenvolverem resistência e
para se repopularem.
Qualquer sinal de prostração, anorexia, vómitos e diarreia deve ser transmitido
ao veterinário.
O plano quimioterápico pode ser alterado, dependendo única e exclusivamente
da evolução do paciente.
Qualquer massa que apareça deve ser analisada, puncionada e/ ou removida.
Após o período de quimioterapia, o paciente deve ser reavaliada ao fim de 1,3,6,
9,12,15 e 18 meses. Posteriormente cada 6 meses. O exame deve consistir numa
consulta, avaliação ganglionar e ecografia.
Tumores da tiroide
Resumo
• Os tumores da tiroide representam
aproximadamente 1-4% de todos os tumores caninos
e estão tipicamente presentes em cães adultos a
velhos. As raças mais predispostas incluem o Boxer,
Beagle e Golden Retriever.
• Os carcinomas (tumores malignos com
capacidade de disseminação) representam 50 a 70%
dos tumores da tiroide, e os adenomas (tumores
benignos) os 30 a 50% restantes.
• Infelizmente os carcinomas têm elevada taxa de
metastização, disseminando-se maioritariamente
para os pulmões. No entanto existe uma pequena
percentagem (cerca de 20 a 40%) que nunca chega a
metastizar-se, caso seja instituído tratamento
precoce.
• Os testes de diagnóstico para esta neoplasia
podem incluir análises ao sangue (hemograma e
painel bioquímico geral), urianálise, radiografias,
ecografia, citologia aspirativa e biópsia.
• O estadiamento (verificação da existência ou não de metástases) é muito importante, visto que pode alterar significativamente o tratamento a ser instituído.
• Os tratamentos para este tipo de tumor podem ser vários, dependendo do tamanho, grau de invasão e sinais clínicos na altura do diagnóstico. Quando possível, a cirurgia combinada com outros métodos de citorredução, como radioterapia, medicina nuclear e quimioterapia, representam geralmente a forma mais eficaz de remoção parcial a completa das células neoplásicas. Infelizmente, a medicina nuclear e radioterapia não se encontram disponíveis em Portugal para veterinária.
O que é o estadiamento?
O estadiamento é um processo de pesquisa de metástases (disseminação tumoral) pelo corpo do animal e é muito importante, na medida em que
pode alterar significativamente o tratamento a ser
instituído. O estadiamento pode requerer a realização de vários testes:
• Punção aspirativa por agulha fina (citologia)
ou biopsias de gânglios linfáticos ou outros
orgãos
• Radiografias pulmonares
• Ecografia local ou abdominal
Tratamento
Dependendo da localização da massa(s), o
tratamento pode incluir:
• Cirurgia: A remoção cirúrgica do tumor é
considerada o tratamento mais eficaz. Muitas
vezes, se houver indícios de invasão vascular ou
dos tecidos adjacentes, pode ser necessário
uma terapia adicional.
• Radioterapia e Medicina Nuclear: Podem
eliminar as células remanescentes na área do
tumor. Infelizmente não se encontram
disponível para animais de companhia em
Portugal.
• Quimioterapia: O curso de quimioterapia
mais indicado para os carcinomas da tiroide
raramente produzem efeitos adversos graves,
sendo bem tolerado na maior parte dos casos.
Quimioterapia
O protocolo de quimioterapia utilizado na Clínica Veterinária d’Arrábida baseia-se na literatura mais recente. O curso quimioterápico geralmente tem uma duração de 12 a 18 semanas, sendo constituído pela administração de medicação oral em casa e medicação
Devido à enorme variedade de tumores
da tiroide, o tratamento deve ser
adaptado a cada paciente
individualmente, dependendo da sua
condição física e grau de invasão do
tumor.
Oncologia
intravenosa na clínica. Durante o tratamento é necessário fazer várias reavaliações hematológicas e cardíacas para controlar e prevenir possíveis efeitos adversos.
Efeitos Adversos
Alterações hematológicas
A medula óssea é susceptível a lesões provocadas por agentes quimioterápicos, devido à sua elevada taxa de crescimento.
Nos pacientes com quimioterapia de longa duração o animal pode apresentar anemia, mas regra geral é ligeira e sem significado clínico.
Durante a quimioterapia é comum encontrar neutropenia (diminuição de neutrófilos) e trombocitopenia (diminuição das plaquetas), sendo o valor mais baixo detectado entre os 5 e os 7 dias após a administração dos agentes quimioterápicos. Assim, torna-se fundamental avaliar o hemograma antes do paciente iniciar cada tratamento.
Vómitos
Este é o efeito lateral mais comum na quimioterapia e pode resultar do efeito directo da droga no centro do vómito ou na zona dos quimiorreceptores. O vómito pode ocorrer de forma aguda (em 8 horas) ou nos 2 a 5 dias após o tratamento.
Os vómitos são geralmente controlados com antieméticos e convém tê-los em casa para qualquer eventualidade.
Diarreia
Tal como o vómito, a diarreia é relativamente comum, mas na maioria dos casos é autolimitante. Geralmente uma dieta apropriada resolve a situação e só poucos casos necessitam de medicação e fluidoterapia.
Alopécia
A extensão da alopécia, ou queda de pêlo, está dependente da raça e é mais severa em cães com crescimento contínuo de pelo, tal como os caniches. No entanto, este é um dos efeitos adversos que mais raramente se manifestam em pacientes caninos.
Reações alérgicas
Os sinais clínicos mais comuns associados às reacções alérgicas são os tremores, urticaria,
eritema, prostração, vómitos e edema. Reações severas podem causar hipotensão e colapso.
Extravasamento
Algumas drogas quimioterápicas causam lesões locais significativas, isto acontece particularmente em animais muito activos que conseguem remover o cateter do local.
Toxicidade Sistema Urinário
Mais comum quando é usada cisplatina (toxicidade renal), ou ciclofosfamida (toxicidade bexiga urinária).
Toxicidade Cardíaca
Mais comum quando é usada doxorrubicina. Neste caso em particular, a toxicidade é cumulativa, ou seja, só após algumas doses é que o fármaco costuma produzir efeitos deletérios a nível cardíaco (cardiomiopatia dilatada).
Importante!
É importante que os fármacos sejam
administrados no tempo de intervalo óptimo.
Se forem administrados com intervalos
demasiado curtos podem levar a uma
toxicidade significativa e, se por outro lado,
forem administradas muito afastados as células
tumorais podem ter tempo para
desenvolverem resistência e para se
repopularem.
Connosco, o seu animal de
estimação está em boas mãos.
Plano de Quimioterapia Doxorrubicina
Dia Doxorrubicina
(30 mg/m2)
Cerenia®
(1 mg/kg) Acalma® Hemograma Bioquímica ECG Radiografias
(3 projecções tórax)
0
21
42
63
84
105
A realizar Pode ser ou não efectuado, dependendo dos resultados anteriores/evolução
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