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Tempestade De Paixões

(Saving The Devil)

Sophie Weston

Sabrina Nº 992

"Passei da época da redenção há muito tempo"Paulo Branco salvou a vida de Miranda

e acreditava que agora era ela quemqueria salvá-lo. Mas Miranda sabia que avida que levava até então não apreparara para lidar com um homemcínico e rude como Paul Branco. Logo eladescobriu que as atitudes dedescompromissada aspereza delepossuíam um charme perigoso que era

impossível resistir. e alguém precisavaser salvo! esse alguém era Miranda! e deseus pr"prios dese#os...

Digitalização: Ale M.Revisão: dna !antos

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$op%right & '(() b% ophie *eston +riginalmente publicado em'(() pela Mills , Boon Ltd.! Londres! nglaterra

odos os direitos reservados! inclusive o direito de reprodu/ão totalou parcial! sob qualquer 0orma.

1sta edi/ão é publicada através de contrato com a Mills , Boon Ltd.1sta edi/ão é publicada por acordo com a Mills , Boon Ltd.odos os personagens desta obra são 0ictícios. 2ualquer semelhan/a

com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincid3ncia.ítulo original4 aving the devil

radu/ão4 5na $arolina 6erreira do 7ascimento

18+95 7+:5 $;L;95L L85.9ua Paes Leme! <=) - '>? andar $1P4 ><)=)->'> - ão Paulo - Brasil

$op%right para a língua portuguesa4 '((@ 18+95 7+:5$;L;95L L85.

6otocomposi/ão4 1ditora 7ova $ultural Ltda. mpressão eacabamento4 Ará0ica $írculo

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AP#$%&' ( 

+ vento soprava violentamente contra as #anelas. Miranda cruzou os

bra/os e tentou convencer-se de que não estava com medo. 5venturaC gritou! embora não tivesse ninguém na Missão paraescutá-la. 1ra o que queria! nãoD :amos! aproveiteC

+ vento bateu 0orte mais uma vez contra as #anelas! s" que daquelavez seguiu-se o barulho de vidros estilha/ando-se e ob#etos caindo nochão.

e pelo menos meu pai estivesse aqui! ela pensou.Eenr% Lane saíra na manhã do dia anterior! ignorando os avisos de

Miranda quanto F amea/a de tempestade. Plane#ara a viagem ao longo dorio havia muitos meses! e quando o barco 0icara pronto para zarpar!nada o 0izera mudar de idéia! nem os perigos que poderia en0rentar!nem os pedidos da 0ilha para que 0icasse.

+ vento soprou com viol3ncia mais uma vez e algo tocou o tornozelode Miranda. 1la se assustou! embora 0izesse cinco anos que morasse na0loresta amazGnica! convivendo com suas surpresas. +lhou para o chão!alarmada.

:iu um gatinho e soltou um suspiro! aliviada. 9iu e 0ez um carinho nacabe/a do animal.

+lá! queridoC 8eiHaram voc3 para trásDMia! a gata da Missão! trans0erira seus 0ilhotes do alpendre para

algum lugar desconhecido.I1ssa mudan/a de Mia é um dos sinais que indicam que a tempestade

está chegandoI! dissera João! um dos homens que trabalhavam na

Missão. I+s animais pressentem.I+ gatinho! obviamente! não tinha no/ão de que 0ora abandonado.Miranda pegou-o no colo. + pequeno 0elino come/ou a ro/ar-secharmosamente contra o casaco dela.

6ico 0eliz por sentir-se con0ortado ela murmurou. Levantou-see caminhou pela casa. eguira as instru/Kes dadas por João e 0echaratodas as #anelas! desligara o gás e acendera algumas velas.

Preocupado! ele perguntara se ela ia 0icar bem. Parecera inquieto e

hesitante! mas #á 0icara lá o máHimo que pudera. inha uma 0amília paracuidar e! se Miranda não se enganava! morava rio abaiHo.

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:ou 0icar bem ela a0irmara. 5 Missão 0oi construída aquiporque é um lugar seguro. 7ada vai acontecer. 1u e papai #áen0rentamos muitas tempestades.

7aqueles cinco anos em que morara com o pai! vira ventos e

tempestades tão 0ortes que chegaram a arrancar árvores e criarverdadeiros lagos.obrevivera Fquilo! abrigando-se na casa e 0azendo conservas de

alimentos! enquanto o pai ignorava o perigo e 0alava sobre a santidadede sua Missão.

Mas não lembro de uma tempestade como essa! con0essou a simesma.

+ rádio não 0uncionava desde aquela tarde! antes de João partir. 1le

abrira o aparelho! trocara as baterias! mas não 0ora capaz de descobrirqual era o problema. 2uando Miranda convencera-o a largar o rádio e irpara #unto da 0amília! ele prometera mandar alguém para consertá-lo.

$om a ventania que está lá 0ora será di0ícil alguém conseguir chegaraqui! ela disse a si mesma.

omos apenas eu e voc3 0alou! a0agando o gatinho. 5 chuva caíatorrencialmente.

Menos de uma hora atrás! o céu estava limpo! pensou.Mordeu o lábio in0erior. 7unca 0icara naquela casa sozinha! massabia o que 0azer. 8evia vestir-se adequadamente para en0rentar atempestade! encher uma mochila com suprimentos essenciais e procurarum lugar alto e seguro antes que o rio :erde transbordasse.

+ problema era que com a viol3ncia do temporal! todos os caminhosque conhecia deviam estar intransponíveis.

2ual é sua sugestãoD perguntou secamente ao 0ilhote.

6icamos aqui em casaD +u nos arriscamos a morrer de 0ome! sermordidos por uma cobra ou sabe lá 8eus o que maisD+ bichano 0echou os olhos e permaneceu im"vel. +brigada pela a#uda Miranda agradeceu! irGnica. 50agou-o

atrás da orelha e! sem saber ao certo por qu3! sentiu-se melhor. +medo que eHperimentara come/ava a desaparecer.

+ pnico pode me matar com mais 0acilidade do que a0luente do5mazonas ou a pr"pria 0loresta! disse a si mesma.

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Bem! não há tempo para hesitar! ou 0icar conversando com animais declarou. 5 tempestade não vai passar tão cedo. 5 melhor coisa a0azer é sairmos daqui.

6oi até um armário e retirou uma mochila que o pessoal da Missão #á

deiHava pronta para caso de emerg3ncia! com alimentos! vitaminas!tabletes puri0icadores de água e utensílios rudimentares. 9etirou amaioria dos medicamentos para colocar mais alimentos! dizendo a simesma que precisaria muito mais de comida do que de aspirinas.

5prendera o que tinha de vestir num dia como aquele! na primeirasemana em que chegara! quando os antrop"logos americanos aindaestavam ali.

eu pai 0icara 0urioso por que 9ol0 Pulos! um dos #ovens

antrop"logos! a levara para a 0loresta! dizendo a Miranda o que eladeveria usar! o que observar e como guiar-se entre as grandes eopulentas árvores que escondiam o céu com suas copas.

9ol0 mostrara como ela devia utilizar a bssola e um velho mapa!desenhado num peda/o de pano com tinta F "leo.

Eenr% mostrara-se totalmente contra aquela caminhada e! poralguma desconhecida razão! insultado por aquele mapa.

sso é trabalho do demGnio dissera! tirando o mapa das mãosde 9ol0. N um mapa Ido demGnioI muito bom o antrop"logo retrucara.

2uem 0ez era um pro0issional. ;m sedutor pro0issional. 1le s" conheceu este lugar porque a

0amília pagou para que saísse do 9io de Janeiro. aiu mundo a0oradando IpalestrasI. :eio para cá porque a 0amília não o suportava mais. Num homem perigoso.

Mas o mapa que ele desenhou é muito bom.Eenr% abrira e 0echara a boca! então voltara a aten/ão paraMiranda.

:oc3 não é uma turista declarara. 1stá aqui a trabalho.Miranda recusara-se a acompanhar 9ol0! depois daquilo! e ele não

aceitara sua decisão! passando a mal conversar com ela.1u sabia que não seria 0ácil trabalhar aqui no Brasil com meu pai!

Miranda pensou. Eenr% Lane é um homem obcecado pelo trabalho. e0ez todo o pessoal da Missão trabalhar duro! por que me tratariadi0erenteD

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odos avisaram-na dos riscos que correria ao aceitar o convite dopai.

5 curiosidade e o dese#o de uma "r0ã de estar ao lado de seu entequerido me trouHeram para cá! disse a si mesma.

5prendera muito! 0icando ao lado do pai durante aqueles anos!principalmente uma coisa4 a0ei/ão não era um complemento automáticoem rela/Kes 0amiliares.

$om certeza! 0ora um erro que #amais cometeria de novo. 5lém domais! passara a maior parte de sua vida sem amor e sobrevivera. 7ãoprecisava desse sentimento. 7unca mais iria magoar-se de novo.

sso! se eu sair daqui acrescentou. +u sobreviver a estanoite.

6oi para o quarto trocar de roupa. + que precisava vestir paraen0rentar a 0loresta eram roupas 0eitas com 0ibras naturais. 5briu oarmário e pegou uma cal/a! uma camisa! um cachecol! um casaco! meiasde seda e bota de cano médio! estilo militar.

1ssas botas não são nem um pouco con0ortáveis! mas é melhor usá-las do que ser atacada por sanguessugas! pensou.

1 agoraD perguntou em voz alta. Ogua potável! claro. ;ma

0aca... 1 o que maisD +lhou-se no espelho que ganhara de presentedos pro0essores da Missão. $omo estou horrorosaC eHclamou. enão 0osse pelos cabelos compridos! eu pareceria um homem.

$olocou as mãos na cintura e riu. 5 pr"pria 1rrol 6l%nn zombou.+ gato! que estava deitado sobre o travesseiro! na cama! ergueu a

cabe/a e miou. 5cho que deve estar com 0ome Miranda supGs. $om certeza!

nesse momento! os outros 0ilhotes estão aconchegados na mãe! mas elanão virá buscar esse aqui! pensou. Pobre "r0ão disse. :oc3 e eu temos muito em comum.

5cariciou o animal. e eu 0or embora! vou deiHar bastante comidapara voc3. 1spero que sua 0amília volte para buscá-lo depois dotemporal.

" que o gato parecia saber que algo di0erente estava acontecendo.$omeu um pouco da comida que Miranda lhe deu! mas assim que elavoltou para o quarto! seguiu-a.

:ai ser di0ícil Miranda murmurou.

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Prendeu os cabelos e vestiu a capa de chuva. + 0ilhote soltou maisum miado. Miranda levou-o de volta até o prato de comida! mas ele aseguiu de novo. 1la o pegou no colo e o abra/ou.

Lá 0ora está chovendo e ventando muito! sem contar que está 0rio

0alou. 6icará mais aquecido aqui dentro! e provavelmente maisseguro.+ bichano ro/ou a cabe/a no queiHo dela. udo bem! voc3 venceu Miranda declarou. $om certeza vou

me perder e não saberei tomar conta de voc3 na 0loresta! mas acho que"r0ãos tem de 0icar #untos.

7o íntimo! estava com medo. :ivera muito tempo na 0loresta e ouviralendas que relatavam que visitantes desacostumados F mata virgem

nunca mais haviam sido vistos.e o pai não tivesse subido o rio... e ela não tivesse ido ao Brasil em

busca de não sabia o qu3... Bem! 0oi um erro admitiu. Mas 0ui eu que escolhi vir para cá.Pegou uma 0aca no dep"sito e prendeu-a no cinto. 6oi até a

prateleira abaiHo do mapa do continente americano! no aposento queservia como sala de aulas! e pegou a bssola.

5quele era o momento de decisão. +u Miranda tirava a capa dechuva! sentava e esperava a tempestade passar! ou ganhava coragem e0azia o que era mais sensato.

$om o gato! acrescentou mentalmente. e quisesse sobreviver!teria de sair dali! e rápido. +lhou ao redor da sala! procurando por algoonde pudesse carregar o animal. 8ecidiu levá-lo abrigado embaiHo desua #aqueta! numa tip"ia! que ela passaria ao redor do pesco/o.

:oc3 vai me manter aquecida disse ao 0elino! acariciando-o.

5gora! se eu tivesse um mapa...Lembrou-se do mapa que o pai arrancara das mãos do #ovemantrop"logo e chamara de Itrabalho do demGnioI. 1la nunca descobrirapor qu3. alvez por causa dos santuários indígenas! pois ele não toleravaas cren/as daquele povo.

em muita esperan/a! vasculhou as prateleiras onde 0icavam livrossobre geogra0ia. 7ão via aquele mapa havia cinco anos.

1 se meu pai! por detestá-lo tanto! destruiu-oD! perguntou-se.

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+uvi um gritoC uma voz masculina eHclamou. 1 achei que nemaquele velho lunático 0icaria aqui com a possibilidade de um vendavalC

Miranda estava petri0icada e não conseguia pronunciar uma palavra.5 outra porta da sala abriu-se de repente. Miranda pousou a mão na

0aca presa ao seu cinto. ;m homem alto apareceu. Eá velas acesas! mas... Bom 8eus! quem é voc3D questionou emportugu3s.

Miranda não gostou do tom de voz dele e ergueu a cabe/adesa0iadoramente.

Eenr% Lane... come/ou a eHplicar. Bom 8eus! o velho idiota ainda está aqui. + estranho virou-se e

gritou4 Eeitor! voc3 tem razão! tem um garoto aqui.

;m garotoD! Miranda repetiu para si mesma. +utro homem! maisbaiHo e mais velho que o primeiro! apareceu.

7ão há mais ninguém nos quartos declarou. +nde está seupro0essor! garotoD

Eenr%... + sr. Lane subiu o rio ontem Miranda declarou. 1stáem uma cruzada.

Eeitor pareceu ainda mais preocupado e comentou com o outro4

1le 0az essas cruzadas tr3s ou quatro vezes por ano. :ai até asvilas! pregando a Bíblia. Aeralmente! segue o rio :erde! mas se pegou umde seus a0luentes... abe para onde ele 0oi! garotoD

Miranda sabia eHatamente aonde o pai 0ora. 1le seguira rio acima!onde ninguém tinha se aventurado antes. eria sua tentativa maisperigosa de Isalvar almasI.

6oi para um lugar chamado 5maral Miranda respondeu. :isitar uma tribo indígena.

5maralC Eeitor eHclamou. 2uando ele partiuD o outro perguntou. Miranda come/ou a 0icarnervosa. 6echou as mãos com 0irmeza! na tentativa de controlar-se.

+ntem pela manhã 0alou. ozinhoD 9ubens Monteiro e seu irmão 0oram com ele. 1 iam pegar Lotte

Me%er no caminho. ;ma missionária alemã Eeitor in0ormou. N uma eHcelente

médica. rabalha muito bem! Paulo.

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Parece que ele está tentando acalmar esse tal de Paulo! Mirandadisse a si mesma.

Eá rádio! em 5maralD Paulo indagou. 7ão sei Eeitor declarou. Mas duvido.

2uando teve notícias do sr. Lane pela ltima vezD 7ão tive notícias Miranda respondeu. 1le não liga para suaseguran/a.

+u a minha! acrescentou mentalmente. 7ão dá para mandar uma equipe de busca Paulo disse. + tom de

voz arrogante dele lembra o do meu pai! Miranda pensou. 1 como eleconhece Eenr% Lane tão bemD

+nde estão as crian/asD Paulo perguntou.

6oram mandadas para casa! ao primeiro sinal de tempestade elain0ormou.

Ara/as a 8eus. 1 os outrosD 6oram embora ontem! eHceto João Montes. 6iz com que 0osse

embora há umas tr3s horas. 6oi João quem vi na escola. 1stá seguro Eeitor declarou.Miranda sentiu-se aliviada.

1ntão! é s" voc3. + que vamos 0azerD Paulo indagou! olhando-ade cima a baiHo.$laro que ele ainda não percebeu que sou uma garota! Miranda disse

a si mesma. 1u estava me preparando para procurar um lugar seguro 0alou. +ndeD Paulo perguntou. 7ão sei. " pensei em sair daqui. Peguei um mapa e a bssola... :oc3 tem um mapaD

;m antrop"logo deiHou-o aqui. Eenr% 0alou que era trabalho dodemGnio! mas... rabalho do demGnio! heinD 1u gostaria de ver esse mapa. Paulo... Eeitor murmurou. Mostre Paulo insistiu.Miranda estava con0usa! mas não sabia ao certo por qu3.

Provavelmente ele entenderá o mapa melhor do que eu! pensou.irou o mapa de dentro do saco de plástico! guardado no bolso do

casaco e mostrou-o. Paulo olhou-o com ar ineHpressivo. Auarde-o ordenou. 7ão eHistem muitos mapas da 0loresta.

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Paulo... Eeitor resmungou mais uma vez. Paulo sorriu para ocompanheiro.

N melhor irmos disse. 5 0or/a do vento pode piorar. :amoslevar o garoto conosco. 2uando a tempestade passar! procuraremos por

Eenr% Lane. Levar o garoto para ondeD Eeitor perguntou. Para a 0azenda Branco! claro. Mas... Eeitor...+ outro encolheu os ombros e indagou F Miranda4 +nde está seu cavaloD 7ão sei cavalgar ela respondeu.

eremos mesmo de caminhar a maior parte do percurso Paulointrometeu-se. 2uando tivermos de cavalgar! posso levá-lo comigo! nolombo de Leman#a. N uma égua 0orte! pode carregar duas pessoas. 1 ogaroto não parece pesar muito.

enho medo de cavalos.Eeitor e Paulo pareceram surpresos. Lamento! #ovem missionário Paulo declarou ! mas vai ter de

superar. :amos.Eeitor #á se retirara! quando Miranda bu0ou. Paulo encarou-a. 1ntenda-me! garoto! não sou amigo dos missionários disse.

Eenr% Lane e eu temos muitas diverg3ncias. :oc3 pode vir conosco ecolaborar! ou pode continuar aqui sozinho. + que vai serD

Miranda 0itou-o e arrepiou-se.7ão tenho medo dele! 0alou a si mesma. 7ão tenho medo de homem

nenhum. Pouco me importa o que ele pense de mim. 5s pessoas s" podem

nos magoar quando gostamos delas. 1 não gostei do #eito desse aí. :ou colaborar a0irmou. :enha Paulo disse! pousando a mão no ombro dela. + tempo lá

0ora estava pior do que Miranda imaginava.1la tentou subir na égua! mas o animal não parava no lugar. 6ique quieto! monstro maldito Hingou. 2ue linguagem para um missionárioC Paulo comentou. $om

certeza! nem aprendizes de missionários podem utilizar palavras dessetipo.

Miranda encarou-o! ardendo de raiva.

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+u essas que está pensando agora ele completou. :amos! não temos o dia inteiro.Miranda subiu na égua.1stou tão longe do chão! pensou.

+ que ensinam a voc3s! antes de mandá-los para cáD Primeirossocorros urbanosD Paulo zombou. 7ão tenha medo. Leman#a sabe oque 0az! mesmo que voc3 não saiba.

Miranda ia dar uma IbelaI resposta! mas o gato meHeu-se. 1squecido gatoC! disse a si mesma! alarmada! achando que o bichano estivessesu0ocando.

5#eitou-o discretamente em seu casaco de maneira que eleconseguisse mais ar.

enho certeza de que Paulo não dará as boas-vindas ao meu amigo0elino! 0alou a si mesma.

Já andei em mulas! mas! antes de vir para cá! não tinha montadonenhum animal declarou.

Paulo subiu na égua! passando os bra/os ao redor de Miranda. Mais tarde! vai me contar como veio parar aqui. 1 como Eenr%

Lane deiHou-o 0icar. :amos na dire/ão do decliveC Paulo gritou ao

companheiro! apontando na dire/ão sul.Eeitor moveu a cabe/a a0irmativamente. Parece que ninguém vaicontra as ordens desse tal de Paulo! Miranda pensou.

AP#$%&' ((

5quela cavalgada 0oi como um pesadelo para Miranda. 1m pouco

tempo! suas pernas estavam doloridas. e procurasse uma posi/ão maiscon0ortável! acabaria encostando-se no corpo másculo de Paulo.1le e Eeitor pareciam comunicar-se sem palavras. Levaram os

cavalos até o declive íngreme! que num dia ensolarado transmitiatranqilidade! mas que! num dia de chuva como aquele! era apavorante.

1la perdeu a no/ão de tempo. 5s copas das árvores #untavam-se! tãodensas! que era di0ícil dizer se era dia ou noite. 1mbora detestasse ocomportamento de Paulo! 0icava maravilhada com a seguran/a que elemostrava para guiá-los pela 0loresta.

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6alta uma hora para o pGr-do-sol ele in0ormou. Eeitormostrava-se ansioso. irou da #aqueta um rádio! mas o aparelho não0uncionou! devido F estática. 1m algum lugar! um papagaio gritou.Miranda não se assustou! pois estava acostumada com aquelas aves.

Eeitor movimentou a cabe/a negativamente! guardando o rádio. 5inda há muita inter0er3ncia 0alou.Paulo 0ranziu a testa. 6alta mais ou menos uma hora para chegarmos F clareira e

acamparmos disse. :ou voltar. :ão precisar de mim na vila! quando trouHerem os

0eridos Eeitor comentou. 1 depois vai conseguir encontrar o caminho para a 0azendaD

7ão tão bem quanto voc3! mas seguirei para sudeste. 5charei atrilha.

1 se não acharD 1ntão! passarei a noite na 0loresta. 7ão será a primeira vez.

Eeitor pousou a mão no bra/o de Paulo. 7ão se preocupe! meu amigo!voc3 me ensinou todos os truques. 1 voc3 tem de voltar F 0azenda paraver se tudo está bem.

e eu pudesse entrar em contato com eles através do rádio... " há uma solu/ão e voc3 sabe qual é. Eeitor hesitou. 2uerque eu leve o garoto comigoD

N horrível saber que nenhum dos dois me quer! Miranda pensou. 7ão! ele será til na 0azenda Paulo respondeu. 1sses

missionários também entendem de primeiros-socorros. N o básico! masprecisaremos de toda a#uda que encontrarmos.

Miranda 0icou atGnita. 1ra verdade que os missionários eram

treinados para prestarem primeiros-socorros! mas ela nunca participaradaquele treinamento. udo que sabia sobre medicina aprendera com opai.

1spero que se#a o su0iciente! disse a si mesma. Mantenha contato Paulo 0alou! pousando a mão num bolso da

 #aqueta! onde presumivelmente estava seu rádio. Pedirei socorro! se uma sucuri de dez metros vier atrás de mim

Eeitor brincou.Paulo riu.

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N gostoso ouvi-lo rir! Miranda pensou. 8eiHe de ser idiota. 1le nãoestá rindo para voc3.

Paulo e Miranda seguiram em 0rente. 5s árvores! naquela trilha!eram mais densas e mais baiHas. Qs vezes! eles tinham de baiHar as

cabe/as para evitar os galhos.5 escuridão era total. Paulo tirou da #aqueta uma lanterna eprendeu-a na sela da égua. Miranda podia ouvir o som de pequenosanimais ecoando na 0loresta.

8e repente! Paulo desceu da égua. Miranda olhou ao redor. 1stavamnuma pequena clareira cercada por quatro ou cinco árvores.

+utras pessoas estiveram aqui! ela pensou. Eá marcas no chão! ecinzas! onde acenderam uma 0ogueira.

Por que paramosD perguntou! nervosa. :amos descansar aqui. 7ão podemos cavalgar a noite inteira. 1u... 7ão precisa parar por minha causa. 1u agento. 5 égua não agenta! está eHausta por carregar duas pessoas.

8es/a e acenda uma 0ogueira.Miranda não se moveu. Paulo 0itou-a. abe como 0azer uma 0ogueira! não é #ovem missionárioD

indagou. ei.1stou há cinco anos morando na 0loresta! Miranda disse a si mesma.

ei o básico. 1ntão! des/a e deiHe a pobre égua descansar Paulo ordenou. 7ão consigo.Por um momento! ele a observou! em seguida riu. 7unca pensei nisso 0alou. 5posto que 0oi uma longa cavalgada

para voc3.1stendeu os bra/os e a#udou-a a descer. Miranda quase caiu no chão!quando ele a soltou.

$ãibrasD Paulo supGs. 7ão... não sei. " não consigo sentir minhas pernas direito. eus msculos não estão acostumados ele declarou! a#udando-a

a sentar-se no chão. 6a/a massagem.Miranda aceitou o conselho e logo que o sangue voltou a circular!

aquela horrível sensa/ão desapareceu. Paulo pegou a lanterna e tirou os

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arreios da égua. + gato que Miranda trazia dentro da #aqueta miou esaiu da #aqueta! todo atrapalhado. 5pesar de a0lita! Miranda riu.

+ qu3DC Paulo eHclamou! observando! com ar irritado! o gatovoltar para dentro da #aqueta dela.

Miranda engoliu em seco.1u devia estar louca! quando resolvi trazer o gatinho comigo! pensou. N... um dos 0ilhotes da gata da Missão eHplicou. 5 mãe

mudou-se com os outros e esqueceu esse aqui. Pretende entregar a elaD Paulo perguntou! sarcástico. 1ra

por isso que estava prestes a sair! quando chegamosD $laro que não. 1u... apenas não poderia deiHá-lo para trás. 1 como

achei que não ia sobreviver mesmo! pensei que não 0aria a menor

di0eren/a.Paulo abriu e 0echou a boca! parecendo espantado! então encolheu os

ombros e olhou-a! curioso. Por que achou que não 0osse sobreviverD indagou. 1u não sabia para onde ir. 7unca dormi na 0loresta. 7a teoria! sei

o que tenho de evitar! mas...Paulo voltou a descarregar a égua! colocando algumas mochilas no

chão e abrindo-as. Eá quanto tempo está aquiD perguntou. $inco anos. $inco anosD +h! não com Eenr%! claro. $om Eenr%. 7ão conhe/o Eenr% Lane muito bem! mas se ele tivesse um #ovem

assistente consigo! os comerciantes saberiam! ou os mineiros. 7ão saberiam.

1le escondeu voc3 deliberadamenteDPaulo 0itou-a de cima a baiHo! parecendo incrédulo. Miranda sentiusuas 0aces corarem.

1scondeu respondeu. 2uer me dizer por qu3D N complicado... $omo eu. 8iga. +u devo adivinharD eria por causa de sua idadeD

:oc3 não passava de uma crian/a! quando veio para cá. 2uantos anostinhaD +nzeD 8ozeD

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7a verdade! Miranda chegara ao Brasil com dezoito anos! mas! comoPaulo a vira como um garoto! ela não podia dizer que era muito maisvelha. 1! #á que ele cometera o erro de con0undi-la com um rapaz! elanão tinha nenhuma inten/ão de contar que era mulher.

1le... n"s... quisemos assim. 1u costumava entrar na 0lorestaquando os visitantes chegavam. 5s crian/as e os índios sabiam onde eu0icava! ninguém mais.

Paulo 0itou-a! então encolheu os ombros. Miranda observou-o tiraruma barraca de dentro de uma mochila.

Por que ele o manteve escondidoD Paulo perguntou.Miranda mordeu o lábio. Eenr% Lane é meu pai disse.

1le parou de armar a barraca e encarou-a por alguns segundos! entãovoltou a concentrar a aten/ão em sua tare0a.

:oc3 me deiHou perpleHo 0alou. 1le tem uma esposa em algumlugarD +u voc3 é 0ruto do pecadoD

5quela brincadeira 0oi inesperada e indelicada. Miranda estremeceu. 7ada disso negou. Minha mãe 0oi esposa dele e morreu na

1uropa. 6oi quando ele me trouHe para cá. 1la detestava a Missão! e sua

0amília estava determinada a impedir que eu 0icasse com meu pai. Jáhouve batalhas #udiciais.5 barraca estava quase pronta. 1ntão! Eenr% Lane queria o 0ilho por perto Paulo concluiu.

Para continuar com seu trabalhoD 1u ensino as crian/as pequenas a ler e escrever! e geogra0ia para

as mais velhas. 1 um pouco de botnica. 7unca ouvi 0alar de voc3. 1le realmente conseguiu escond3-lo.

1 eu nunca ouvi 0alar de nenhum Paulo. Provavelmente! seu pai achou que eu não era um assuntointeressante para crian/as. Mas roubou meu mapa.

Miranda 0ranziu a testa. eu mapaD repetiu. 6ui eu que desenhei. Eenr% decidiu que precisava dele mais do que

eu. sso não é importante. :enha! entre na barraca.Miranda levantou-se do chão como pGde e caminhou

desa#eitadamente. Paulo observou-a com a testa 0ranzida! mas nãodisse nada até os dois abrigarem-se na pequena barraca.

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ire as roupas e coloque-as para secar instruiu. :ou verLeman#a. 1 enHugue esse gato.

aiu da barraca.Miranda tirou a capa de chuva! a #aqueta e a cal/a. $onseguia ver o

0eiHe de luz movendo-se de um lado para o outro. +uviu Paulo conversarsuavemente com a égua.N muito mais educado com a égua do que comigo! disse a si mesma.

Parece que ele não tem tempo para pessoas desacostumadas com a0loresta. +u talvez não queira responsabilizar-se por alguém. 7ão oculpo por isso.

Paulo tornou a entrar. ;sou as roupas adequadas comentou! indi0erente. 5prendeu

alguma coisa! a0inal de contas. +brigado Miranda agradeceu! seca. Mas ele #á saíra da barraca

de novo. :ai ser di0ícil 0azer uma 0ogueiraC gritou. 6a/a o possível.2uando Paulo reapareceu! minutos depois! com dois pratos de

comida quente! Miranda não sabia se 0icava agradecida ou descon0iada!

mas a 0ome venceu. 1le sentou-se na 0rente dela! de pernas cruzadas! ecome/ou a comer.Miranda sentia-se pouco F vontade. 5quela barraca 0ora 0eita para

abrigar apenas uma pessoa. 5 0or/osa proHimidade deles 0azia com queseu cora/ão batesse descompassado. 1la não 0icava tão pr"Hima de umestranho desde que era crian/a.

Mas Paulo não parecia importar-se nem um pouco com aquelasitua/ão.

1stá muito nervoso para um intrépido missionário declarou. 7ão sou missionário. 7ãoD Paulo repetiu! colocando seu prato no chão e abra/ando

um #oelho. $omo se chamaD5inda não me dei um nome! Miranda pensou! atGnita. MarR disse. 5posto que a Missão central! em ão Paulo! não sabe de sua

eHist3ncia. 7ão sabe mesmo. Por qu3D

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1le está cismado e intrigado! Miranda 0alou a si mesma. +s missionários não deiHam os 0ilhos láD Paulo perguntou.

$rian/as não 0azem com que os che0es das MissKes distraiam-se dotrabalhoD 7ão desviam o amorD

7ão sei do que está 0alando. 7a dade Média! as 0reiras não podiam 0icar com seus cachorrosde estima/ão! se os amassem mais do que ao enhor.

7unca ouvi isso. 5cho que não. Mas lhe asseguro que é verdade. Bem! é por isso

que! há cinco anos! Eenr% 0inge que voc3 não eHisteD 7ão.7ão há como a aten/ão de meu pai ser desviada do ob#etivo da

Missão! Miranda pensou. 7a maior parte do tempo! ele nem nota que euestou lá.

1ntão! por qu3D Paulo indagou.7ão gosto de seu #eito! mas ele salvou minha vida! ela re0letiu. 8evo-

lhe pelo menos alguma eHplica/ão. 5 0amília de minha mãe mandou detetives particulares atrás de

mim contou. Eenr% tinha receio de que eles convencessem a #usti/a

brasileira a me mandar de volta para a nglaterra. +u que meseqestrassem. 1 voc3 quis 0icar aquiD +h! quis! sim. Porque ama Eenr%D +u o BrasilD +u por que estava in0eliz na

nglaterraD 5s tr3s coisas.Paulo moveu-se! e Miranda 0icou tensa! mas tudo o que ele 0ez 0oi

meHer numa sacola para pegar um cigarro e acend3-lo. ei que é um péssimo hábito comentou. 1ntão! indagou4 7inguém nunca tentouD

entou o qu3D 1Htradi/ão. eqestro. 2ualquer coisa. 2uando alguém vinha me procurar! Eenr% me mandava para uma

vila indígena. João ia me buscar! depois que a pessoa partia. João. N! voc3 o conheceD

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7ão! quem o conhece é Eeitor. 6oi João que pediu que 0Gssemosaté a Missão. abe! nunca passou por minha cabe/a que Eenr% 0osse tãodescuidado...

Eouve um momento de sil3ncio! eHceto pelos trovKes que abalavam o

céu e o barulho da chuva caindo. 6osse lá o que Paulo estivessepensando! não transparecia em seus olhos pretos! nem em sua vozlnguida! mas não devia ser nada a 0avor de Miranda.

1la estremeceu e olhou para o gato! que criara coragem para sair eeHplorava a barraca. Paulo também passou a observar o pequeno animal.

5s mulheres devem achá-lo um homem irresistível! Miranda pensou!olhando-o pelo canto dos olhos. 1 o que sei sobre mulheres acharemhomens irresistíveisD 8esde que 9ol0 0oi embora! as nicas pessoas com

quem conversei! além das crian/as! 0oram Eenr%! João e Maria $lara!que sabe menos ainda do que eu sobre homens.

entiu as 0aces corarem e torceu para que a pouca luz escondessesua rea/ão. +utro pensamento! mais perturbador do que o anterior!ocorreu-lhe.

e Paulo descobrisse que sou mulher! 0icaria atraído por mimDMaria $lara tinha uma irmã em 9eci0e! que mandava livros com

hist"rias de paiHKes incontroláveis. Maria $lara e Miranda escondiam oslivros de Eenr%. 5 heroína era pura e inocente! até conhecer o beloher"i! nada puro e inocente! por quem se apaiHonava. 1la e Maria $laraconcordavam que não podiam imaginar um homem se comportando damesma maneira que os personagens daqueles livros.

Miranda teve a sensa/ão de que a barraca 0icara pequena demaispara os dois. 8e repente! seus olhos verdes encontraram os de Paulo.

7ão precisa me olhar dessa maneira ele disse. 7ão vou

brigar com voc3. e Eenr% estivesse aqui! ouviria poucas e boas! masnão vou descontar em voc3 a raiva que sinto dele. 7ão quer me contar oque seu pai tem em menteD

Miranda encarou-o! con0usa. + que Eenr% tem em menteD ecoou. 6ala como se ele 0osse

um criminosoC 7ão! não acho que se#a um criminoso Paulo declarou com um

sorriso cínico. 5cho que ele é um 0anático obsessivo! sem compaiHãoou caridade. Parece que acha que pode 0azer o que bem entender emnome de 8eus. 8eus! de acordo com sua interpreta/ão! claro.

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Miranda pestane#ou! abalada.Meu pai 0icaria ultra#ado com essa acusa/ão! pensou. +u será que #á

a ouviu! antesD e ouviu! por que nunca mencionou o nome de PauloD8istraiu-se com o gato! que cheirava as botas de Paulo. 1las estavam

cobertas de lama! mas isso não dis0ar/ava o 0ato de que eram 0eitas decouro legítimo. Miranda não tinha muita no/ão de pre/o! mas sabia quebotas de boa qualidade eram caríssimas! porque a Missão nunca dispu-nha de dinheiro para comprá-las. 1le é rico! concluiu.

2uem é voc3D indagou.Paulo pareceu ter sido pego de surpresa. Paulo Branco respondeu. BrancoD

1la 0ranziu a testa. + nome da 0azendaD $omo conheceu Eenr%D perguntou. 7este territ"rio! é virtualmente impossível não conhecer um

europeu! eHceto voc3! claro. + que nos leva de volta a minha pergunta. Paulo estendeu a mão na dire/ão do gato! que a cheirou cominteresse. + que Eenr% pensa 0azer com voc3D

Miranda suspirou.

1le queria me treinar respondeu. Para substituí-loD 8eve estar brincando. Eouve uma queda no nmero de voluntários. 5cho que Eenr% quis

come/ar uma tradi/ão 0amiliar.+ gatinho pareceu concluir que estava seguro e decidiu escalar a

perna de Paulo! que não 0ez men/ão de tirá-lo. 1 está 0eliz aquiD ele indagou.7ão! Miranda não estava. 1 0icava cada vez mais in0eliz! quando o pai

a ignorava. abia que não tinha nenhuma voca/ão para missionária! e!mais ainda! que Eenr% não precisava dela.N "bvio que meu pai não precisa de ninguém! além dele mesmo!

pensou. 7ão há nada para mim aqui.inha de ir embora. 1la! João e Maria $lara sabiam disso! mas a

nica pessoa que parecia não querer enHergar a verdade era Eenr%." que não ia contar nada disso Fquele arrogante chamado Paulo

Branco.BaiHou a cabe/a e murmurou uma resposta incompreensível. Paulo

0itou-a! desnorteado! então suspirou! impaciente.

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:oc3 ainda é uma crian/a declarou. + que os che0es daMissão disseram! quando ele o deiHou sozinhoD

Miranda não tinha certeza de que eles sabiam. 7otou que o gato #áestava no bra/o de Paulo.

Eenr% tem de ser preso Paulo 0alou! eHasperado. + quepensou que estava 0azendo! quando deiHou voc3 na Missão! sabendo queuma tempestade e tanto se aproHimavaD

1le diz que devemos ter 0é. sso é bem típico de Eenr%. 6oi sorte Eeitor ter se encontrado

com João Montes! caso contrário! nunca chegaríamos até voc3. 6oi mesmo Miranda murmurou! 0icando arrepiada. Mas voc3 estava prestes a sair da Missão! certoD 5 eHpressão

masculina suavizou-se. eve medoD ive. N um garoto cora#oso disse! rindo! então olhou para o gato e

acariciou-o. 1 tinha um leão para proteg3-lo. Eonestamente! estava 0eliz com a companhia dele ela

con0idenciou! abrindo um sorriso. :oc3 deve achar tudo isso ridículo. 7ão. 5cho que é muito... humano.

Miranda teve a impressão de que Paulo ia dizer algo mais. Mas ele seconteve e passou a observá-la! 0ranzindo a testa. 2uer dizer que Eenr% estava treinando voc3 para assumir os

neg"cios da 0amília! mas voc3 não quer comentou. 1 o que ele dirá!quando souber que descobri o segredoD

6icará 0urioso comigo! ela pensou. 7em quero estar perto! quandoele 0icar sabendo.

1ncolheu os ombros e respondeu4

1le terá de compreender. $ompreenderD enho 0é e acredito que o enhor colocou voc3 no meu caminho

para me salvar.Paulo riu! e Miranda abriu um breve sorriso! envergonhada. 7ão vou discutir quanto a isso! mas devo deiHar bem claro que

Eenr% não me aprova ele declarou. Parece que é mtuo.

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em razão. 7"s... nos desentendemos há alguns anos. Eenr% sedesentende com todos! menos com os índios! que aceitam tudo o que elediz.

7o que voc3s dois discordaramD Miranda perguntou.

5 respeito de minhas regras morais e do direito dos índios Fterra. Eenr% achava que tinha a tare0a divina de mudar minhas normas!e eu... Bem! desaconselhei-o.

+uvi Eenr% dizer algo a respeito de Paulo! durante aquela discussãoque teve com 9ol0! ela lembrou. inha alguma coisa a ver com sedu/ão!acho. 1 chamou alguém de maldito. erá que esse alguém era PauloBrancoD

7inguém desaconselha Eenr% observou.

6iz pior. 1le queria construir a Missão no centro de uma triboindígena. 1u o impedi.

1le deve ter 0icado 0urioso Miranda disse! lamentando não terprestado mais aten/ão ao que o pai dizia aos outros missionários. Porque nunca ouvi 0alar de voc3D

5cho que Eenr% não é do tipo que conta seus 0racassos. 7ão! não é. Meu 8eusC 1le vai 0icar bravo! quando souber que 0oi

voc3 quem me tirou da Missão.Paulo eHibiu um amplo sorriso. em razão concordou. 1! por muitas razKes! estou disposto a

brigar com ele. 2uando seu pai roubou o mapa que desenhei! deiHou-meum bilhete. 6oi há alguns anos! durante a luta para situar a Missão.

1le disse que o mapa era trabalho do demGnio.Paulo riu. $omo 0ui eu que desenhei! devo me considerar o diabo em pessoa!

certoD

AP#$%&' (((

Miranda assustou-se. 7ão tenho medo de Paulo Branco! disse a simesma. " não gosto dele. 7ão gosto do #eito como 0ala comigo! mas eleusa o mesmo tom prepotente com Eeitor. 5lém disso! depois de morarcinco anos na 0loresta! convivendo com Eenr%! aprendi a ter medo demuitas coisas! mas não de um tom de voz sarcástico e autoritário.

sso não é nada engra/ado retrucou.

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+h! é sim. 7em imagina quanto. 1Hplique.Paulo encolheu os ombros. Precisa aprender um pouco mais sobre mim... e o mundo.

diota! intransigente! arrogante! Miranda pensou. 1u o detesto cadavez maisC " que! nesses cinco anos! aprendi a ser diplomática. 1ntão! quem sabe! com o tempo eu aprenda 0alou com meiguice.5quele tom de voz sempre deiHara seu pai sem rea/ão! pegava-o de

surpresa! mas não obteve sucesso com Paulo. :ai ser descon0ortável para n"s dois. :oc3 não entendeu nada do

que eu disse! minha crian/a! e não vou eHplicar.ornou a rir.

ei que pensa que estou sendo in#usto! mas acredite em mim! vaiser melhor para n"s dois! se não nos #ulgarmos mutuamente! atéchegarmos a minha casa. Lá! haverá outras pessoas para servirem de

 #uiz. 2uero que pare de me chamar de crian/a. N um bom lembrete para n"s dois. LembreteD 8e qu3D

8e que as coisas não são o que parecem. 2uer dizer que voc3 parece um demGnio! mas na verdade é uman#oD

Paulo riu. 1spere até amanhã! quando poderemos ter um #ulgamento #usto

declarou. ermine de comer. Precisamos dormir.5cabou sua re0ei/ão rapidamente! então a#eitou-se contra uma

sacola! olhando admirado para o gatinho! que aninhara-se em suas

pernas. 7ada tira o equilíbrio dele! não éD comentou! acariciando oanimal. 1le não miou durante a viagem! ou não percebiD

:oc3 nem percebeu que não sou um garoto! Miranda re0letiu. 8eu altima gar0ada na comida.

1les dormem muito! nessa idade respondeu. Mesmo durante um caminho íngreme! onde 0oi #ogado de um lado

para o outroD + caminho não era tão ruim assim! e ele estava dentro de minha

 #aqueta! aquecido e sequinho.

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:oc3 teve muita coragem. 2ue nada. 1stava morrendo de medo. Mas ia sair da Missão de qualquer #eito. sso é coragem.Paulo colocou o gato no chão! ignorando os miados de protesto! e

pegou o colchonete. Miranda teve de 0leHionar as pernas para nãoatrapalhar. 2uando ele acabou de esticar a cama improvisada! a#oelhou-se sobre ela e observou Miranda! pensativo.

1u não esperava companhia eHplicou. 5 cama s" dá para um.eremos de 0azer o melhor que pudermos.

1la 0icou preocupada. 7ão havia como um dos dois dormir 0ora dabarraca por causa da chuva que caía incessantemente.

+ que sugereD perguntou.

eremos de dividir a cama. erá apenas por uma noite. N o quepe/o a 8eus. :oc3 deita! então eu me acomodo a seu lado e nos cubrocom o len/ol.

Miranda olhou para o colchonete e estremeceu. $omo ele havia dito!0ora 0eito para uma nica pessoa. 1la 0icaria espremida contra o corpomásculo durante horas de escuridão.

1 não é nenhuma sugestão Paulo 0alou. N uma ordem.

Miranda obedeceu.5quela! com certeza! não 0oi a noite mais con0ortável de sua vida.Paulo! ao contrário! dormiu com a maior naturalidade. Miranda nemconseguiu 0echar os olhos. " quando ele 0oi ver a égua! que seassustara com os relmpagos! ela conseguiu ter privacidade paraarrumar os grampos que prendiam seus cabelos. 8aquela vez prendeu-oscom tanta 0irmeza que 0ez com que lágrimas surgissem em seus olhos. 1também tirou as botas e colocou-as ao lado do colchonete.

2uando Paulo voltou e viu as botas! comentou4 5inda bem. 7ão queria ser chutado por elas. 1u não me meHo muito! quando durmo. 1spero que não! caso contrário! a barraca virá abaiHo. Miranda

quis rir! mas ele se acomodou na cama! 0azendo com que ela selembrasse das hist"rias que lera nos livros de Maria $lara. Pela primeiravez! pensou que Eenr% tivera razão ao condená-los.

empre achara que aquelas hist"rias eram um inocenteentretenimento e continuava a l3-las sem o conhecimento do pai. 5gora!

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sozinha com um homem! pela primeira vez em sua vida! mesmo comeHperi3ncia limitada! percebeu que sua imagina/ão come/ava a 0luir.

e ela não tivesse lido aquelas hist"rias! deiHaria de ver cadamovimento de Paulo Branco como uma amea/aD 5mea/aD udo não

passava de 0ruto de sua imagina/ão. Paulo achava que ela era um rapaz!por quem se tornara temporariamente responsável. 1nquanto nãodescon0iasse que estava deitado com uma mulher! tudo iria bem.

+ que ele 0aria! se soubesse que sou uma garotaD! Mirandaperguntou-se. + her"i de 7oite de PaiHão dominou a adorável Santhe ecobriu-a de bei#os! enchendo-a de dese#o.

+lhou para Paulo.7ão dava para imaginá-lo apaiHonado por nada! muito menos por uma

garota magrela e tonta! que não sabia nada da vida e dos homens.Paulo olhou-a rapidamente! sentou-se de costas para ela e tirou as

botas. 6az isso com 0req3nciaD Miranda indagou. + qu3D 5campar. 7ão é meu passatempo pre0erido.

Mas sabe muito bem o que está 0azendo. $laro ele respondeu! surpreso. odos os que moram no meioda 0loresta devem conhecer um mínimo de técnicas de sobreviv3ncia.

5comodou-se debaiHo do len/ol. Miranda engoliu em seco. 1sta é minha primeira vez contou. Eouve um breve sil3ncio. Já percebi Paulo declarou! seco. 8esculpe ela pediu! magoada. 1stou 0azendo o melhor que

posso.

enho certeza de que está. 8urma.Mas! por alguma razão! Miranda queria a aprova/ão dele. 6arei o que voc3 mandar disse. 7ão quero ser um estorvo.Mais uma vez! o sil3ncio pairou no ar. Paulo meHeu-se e Miranda

0icou tensa! mas ele apenas colocou o bra/o esquerdo sob a cabe/a eolhou para o teto da barraca.

7ão será um estorvo assegurou. 1 não quero que 0a/a nada!minha crian/a! eHceto dormir.

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Miranda sabia que ele tinha razão em mandá-la dormir! pois o diaseguinte seria tão cansativo quanto aquele! e ela nem imaginava quantotempo mais 0icaria montada na pobre égua.

6echou os olhos! mas não conseguiu relaHar. 1stava muito consciente

da proHimidade de Paulo. +uvia a respira/ão dele! sentia o cheiro doHampu que ele usara para lavar os cabelos! e cada vez que ro/ava nocorpo musculoso! tomava consci3ncia da intimidade que #amaiseHperimentara com nenhuma outra pessoa em toda sua vida.

7a manhã seguinte! Miranda acordou sonolenta e com pregui/a! aocontrário de Paulo! que parecia bem alerta! depois de uma boa noite desono.

+ vento diminuiu ele in0ormou.

Miranda demorou para despertar. 7a verdade! 0icou deitada um bomtempo! escutando os sons da 0loresta.

1stá chovendoD perguntou! co/ando os olhos. 1le sentou-se. Parece que não respondeu! então observou-a. Pode guardar o

colchoneteD$om certeza! Miranda não tinha a mesma prática que ele! mas não ia

admitir! sem antes tentar.

Posso a0irmou.Paulo andou de #oelhos até a abertura da barraca. 1ntão! guarde disse. :ou ver o que posso encontrar para o

nosso ca0é da manhã.5ssim que ele saiu! Miranda 0icou de pé. Prendeu os cabelos com os

grampos mais uma vez.5inda bem que Paulo está preocupado demais para notar as mechas

de meus cabelos que escaparam do capuz do agasalho! pensou. Mas ele

terá de saber que sou mulher. " não conto agora! porque aindaestamos sozinhos.5#eitou a camiseta dentro da cal/a e dobrou o colchonete a seu

modo! mas sem a colabora/ão do gato! que não parava de entrar e sairda mochila! enquanto ela tentava guardar o rolo volumoso.

9indo! acariciou-o e colocou-o no ombro. Paulo entrou na barraca e0icou olhando a cena. + gatinho tentava lamber a orelha de Miranda!que virava a cabe/a! evitando-o. 2uando ela viu a eHpressão de Paulo!deiHou de rir.

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1le estacara na entrada da barraca. 1stendeu o bra/o. Mirandaarregalou os olhos! im"vel! como se tivesse visto uma aranha venenosa.+s dedos dele ro/aram sua 0ace. 1la respirou 0undo e aguardou umcomentário sarcástico. Mas Paulo não disse nada! apenas tirou o

animalzinho do ombro dela! levando-o para 0ora da barraca. 1spero que goste de 0ruta-do-conde declarou. 6oi tudo o queconsegui para o ca0é da manhã.

Mostrou a 0ruta. Miranda 0ez uma careta. 8etestava o gostodaquilo! embora os nativos o achassem delicioso. 5lém do mais! achavasua apar3ncia horrorosa.

Parece mais um abacate coberto de pelotas comentou!segurando a 0ruta que Paulo entregou-lhe.

1le cruzou a barraca! abriu uma das mochilas e pegou uma 0aca. 7ão é bonita! concordo 0alou. Mas nos dará energia para a

cavalgada. 83 aqui.1la entregou-lhe a 0ruta e observou-o cortá-la em tr3s peda/os com

a a0iada lmina. Pegou um dos peda/os! olhando 0iHamente para a 0aca. Parece mortal comentou.Paulo deu de ombros.

7ão há por que se ter uma 0aca! se ela não corta. 1stou surpresa por voc3 não ter trazido um 0acão. 1u trouHe. 1le sorriu. 7ão sei quantos estragos a

tempestade pode ter causado. :im preparado.1la tremeu. 1stava come/ando a perceber os riscos que correria! se

andasse pela 0loresta sozinha. $oma Paulo ordenou.Miranda sorriu e encostou o peda/o da 0ruta contra a boca. $omo de

costume! não gostou da teHtura! mas sabia que ele tinha razão. 5 polpaera adocicada! e eles precisariam de a/car para ganhar energia para alonga #ornada.

1la mordeu a 0ruta e 0ez uma careta. Paulo observou-a por ummomento! então abriu um leve sorriso.

1le tem lábios muito sedutores! Miranda pensou. Pode ser que para voc3 o gosto não se#a dos melhores! mas terá

de comer. e não conseguir! engula o sumo e cuspa a polpa. :ou levaralgumas conosco. 5hC 1stamos com pouca água.

Miranda surpreendeu-se.

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Mas e o rioD perguntou. + rio deve ser pura lama. Mesmo com os tabletes de puri0ica/ão!

voc3 não vai querer beber aquela água.1la mordeu o lábio.

ou completamente ineHperiente! nãoD comentou. Paulo lan/ou-lhe um olhar enigmático. 1u não diria isso respondeu. 8e qualquer 0orma! pretendo

chegar F 0azenda esta noite.1 chegaram. 7ão 0oi uma viagem 0ácil. + vento cessara! depois de

derrubar inmeras árvores. 5 chuva parara! mas em muitos lugaresainda havia grandes po/as de água! sem 0alar nas gotas que caíam das0olhas das árvores. 7a maior parte do caminho! Miranda não conseguiu

ver o céu.6izeram a maior parte do percurso caminhando. Qs vezes! Miranda

achava que estavam andando em círculos.5s árvores eram altíssimas. 1m certo momento! durante a tarde!

Miranda teve a impressão de que eles eram os nicos seres vivosandando na 0loresta! tamanho o sil3ncio que pairava no ar. 1ntão! viu umbei#a-0lor. oltou uma eHclama/ão de prazer e parou. Paulo olhou na

dire/ão em que ela apontava e! por alguns instantes! seu rosto relaHou. ;m belo pássaro disse. erá a oportunidade de ver mais! na0azenda. :enha.

Mas Miranda estava completamente encantada com a ave! quebrilhava como uma #"ia no meio do verde.

em tanta... tanta vida 0alou.Por um momento! Paulo parou e observou-a. ;ma vida livre declarou secamente. ;ma especialidade da

0loresta. e quiser continuar vivo também! é melhor mover-se.9elutante! ela voltou a caminhar. 1 olhe onde pisa ele alertou-a.8e vez em quando! parava para permitir que Miranda bebesse um

pouco de água e sugasse um pouco do suco de uma 0ruta-do-conde! masos intervalos não passavam de cinco minutos. $om o passar do tempo!Miranda e a égua demonstraram sinais de cansa/o! ao contrário dePaulo.

Miranda escorregou numa pedra que estava coberta de limo!deiHando escapar um grito! mais de surpresa do que de medo.

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1m segundos! Paulo alcan/ou-a! enla/ando-a pela cintura delicada epuHando-a para si. 1la teve a impressão de que em vez de salvá-la! eleestava eHpondo-a ao perigo. 1le a 0itou bem dentro dos olhos antes desoltá-la com cuidado.

eria uma pena torcer o tornozelo tão perto de casa declarou. Perto de casaDPaulo movimentou a cabe/a a0irmativamente e apontou para as

árvores adiante. Miranda olhou naquela dire/ão! mas não viu nada.eguiram em 0rente. 8e repente! ela viu um caminho aberto na mata eapressou o passo. 1ntraram numa clareira. 1la ouviu o som de águacorrente.

5 cachoeira Paulo in0ormou. 1stamos em minhas terras.

:amosD :amos.5gora que estava perto de uma cama onde descansar e de um teto

sob o qual se abrigar! Miranda abriu um amplo sorriso. Paulo pestane#ou. Monte na égua disse. Auio voc3s. 8eve haver algumas árvores

caídas no caminho.em esperar pelo consentimento de Miranda! a#udou-a a subir para o

lombo do animal. Leman#a sacudiu a cabe/a! espirrando água para todosos lados. Miranda segurou as rédeas! rindo. 5o olhar para Paulo!descobriu que ele a observava com uma estranha eHpressão. Parou derir.

8esculpe pediu. 1stou perdendo tempoD 7ão! não! eu é que estou ele respondeu educadamente.

8evemos nos apressar! se quisermos chegar antes do anoitecer.Passou-se uma meia hora antes de eles avistarem a casa da 0azenda

e ouvirem vozes. Parece um paraíso Miranda 0alou. Paulo levou a égua direto paraa cocheira.

Eeitor enviou uma mensagem pelo rádio um homem alto e debigode in0ormou! andando na dire/ão dele. 1sse é o garoto da Missãode Eenr% LaneD

Paulo a#udou Miranda a descer da égua. + homem de bigode tinhauma eHpressão impassível! embora ela tivesse a impressão de que eleestava pasmo.

1 os estragosD Paulo indagou.

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+ outro homem encolheu os ombros! pousou os olhos em Miranda!então olhou para Paulo e respondeu4

5inda é cedo para dizer alguma coisa. Levou Leman#a até umabaia. Bebel Martins trouHe a alemã.

Paulo olhou para Miranda. 1la achou que percebeu um certo alívio emseu rosto. 8uas missionárias dividindo o mesmo espa/o ele declarou.

+uviremos muitas li/Kes de moral. 2uer dizer que Lotte Me%er está aquiD Miranda perguntou!

duvidosa.Lotte era a pessoa que supostamente acompanhara o pai dela na

cruzada.

Paulo ergueu uma sobrancelha com ar crítico. 1le escondeu voc3 da 6rTulein  Me%er também! não éD indagou

com aspereza. 5gora é tarde demais. 1sta é uma emerg3ncia.Levou-a na dire/ão da casa.sto aqui é o paraíso! comparado com a 0loresta! Miranda disse a si

mesma.9espirou 0undo ao sentir o cheiro de ca0é e pão 0resco.

N mágicoC eHclamou. 7ão eHperimentava aquela sensa/ão de paze con0orto havia muitos anos. em razão! estamos em casa disse.Paulo 0itou-a! curioso. :oc3 passou muito tempo na 0loresta declarou. + que precisa

é de um belo prato de comida e uma cama.1mpurrou uma grande porta de madeira. 1ntraram na cozinha! ou

pelo menos Miranda assim achou. 7unca vira uma cozinha daqueletamanho! um aposento aconchegante e cheio de gente.

5naC gritou Paulo. +h! voc3 voltou uma mulher 0alou! radiante. Eeitor quer quese comunique com ele o mais rápido possível.

udo bem. Prepare uma boa re0ei/ão para esta crian/a! enquantoentro em contato com Eeitor.

5na lan/ou um olhar descon0iado para Miranda. + gato resolveu sairde dentro da #aqueta. Miranda segurou-o e disse alegremente4

8ois pratos.

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Paulo riu. 5na acomodou Miranda numa das mesas! colocando na0rente dela um prato de carne cozida! pão e um copo de água. + gatotambém recebeu uma tigela de carne.

Miranda comeu com gosto! mas! ao chegar na metade da re0ei/ão!

sua cabe/a come/ou a doer. Paulo reapareceu e ela observou-o parar emalgumas mesas para conversar com as pessoas. 1le passava pela ltimamesa! antes da de Miranda! quando uma mulher alta e muito bonitapousou a mão em seu bra/o. 1le se virou! surpreso.

Bebel! voc3 ainda está aquiC disse! deslizando a mão para acintura dela.

Por alguma razão! Miranda não tirou os olhos deles e! de repente!perdeu completamente a 0ome.

1 quem é voc3D uma mulher de cabelos grisalhos e "culosperguntou-lhe.

Parece que ela não gostou de mim! Miranda pensou. 1u estava na Missão respondeu cuidadosamente. 7a MissãoD 5 Missão de Eenr% LaneD $omo é que voc3 estava láD 8eiHe a inquisi/ão para amanhã! 6rTulein   Me%er Paulo

inter0eriu. 1ssa crian/a precisa dormir.

Miranda sentiu-se aliviada. Paulo 0itou-a e a0agou-lhe o rosto. 7ada de eHplica/Kes esta noite 0alou. Lotte Me%er pareceuinsatis0eita.

1 não é para menos! Miranda re0letiu. Mas Paulo tem razão. 7ãoestou disposta a responder Fs perguntas dela esta noite. into-meeHausta.

5doraria uma cama declarou. :enha comigo Paulo disse.

1la se levantou! então parou e olhou ao redor. + que 0oiD ele indagou! impaciente. + gato. Meu gato. 7ão posso abandoná-lo! não depois de tudo o

que passamos #untos.Paulo bu0ou. :iu o gatinho embaiHo da mesa! agachou-se e pegou-o!

colocando-o nas mãos de Miranda. 5qui está 0alou. e ele miar F noite! será sua

responsabilidade.Auiou-a através da cozinha até uma outra porta. 1le não miou ontem F noite Miranda argumentou.

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Paulo 0itou-a. 1le sabia que! se abrisse a boca! eu o matava disse 0riamente.

1 estou tentando esquecer ontem F noite. 1u sei.

1le ergueu as sobrancelhas! surpreso. 7ão 0ez nenhum comentário!apenas levou-a ao andar superior! por uma magní0ica escada em espiral.e o momento 0osse outro! Miranda se espantaria com o luHo que arodeava! mas estava tão cansada que nem percebeu direito.

$aminharam por um longo corredor de piso encerado. 1la notouvagamente quadros e ob#etos que pareciam bem antigos! mas não 0eznenhum comentário.

2uando eu acordar! vou me sentir completamente deslocada! pensou.

Ara/as a 8eus! estou morrendo de sono.Paulo abriu uma porta. + aposento era decorado com antiguidades do

come/o do século. Miranda apertou o gato contra o peito e pestane#ou!admirada. 1ntão! entrou vagarosamente no quarto. 1le 0icou paradoentre os batentes.

Pode usar a camiseta que está na cadeira! para dormir 0alou eapontou para uma porta numa parede lateral. e quiser tomar banho!

o banheiro é ali. +brigada.Miranda colocou o gatinho no chão e sentou-se na cama. ;m per0ume

0eminino pairava no ar! como se muitas mulheres elegantes tivessemocupado aquele aposento. 1la sentia-se insegura! horrivelmentedesa#eitada e imunda.

5cho que não devo tomar banho! certoD perguntou. Paulo riu!obviamente divertido.

e houver um 0uracão! nossas reservas de água não serão umproblema declarou. Pode tomar quantos banhos quiser. " nãodurma na banheira! para não se a0ogar.

6oi embora. Miranda encontrou "leos para banho e lo/Kes sobre a piado banheiro. irou as roupas su#as e molhadas com prazer. 1ntão!encheu a banheira e colocou "leo per0umado na água. 5comodou-se esuspirou! adorando aquela sensa/ão de 0rescor.

2uanto luHoC! disse a si mesma. 7unca tinha visto nada igual. 7uncaimaginei algo parecido! muito menos no meio da selva. Meu pai 0icaráhorrorizado! quando souber que usu0ruí deste luHo. 5manhã pensarei

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numa boa desculpa. 1sta noite! quero 0icar aqui e... 1le disse para eu nãodormir. " vou esquentar a água um pouco mais e...

8e repente! a porta do quarto abriu-se. 6oi o que pensei Paulo declarou! entrando no banheiro. Miranda

assustou-se! sentindo-se embara/ada! chocada e culpada. entoumergulhar o quanto pGde na água! vermelha de vergonha.Paulo mostrou-se impaciente e aborrecido ao #ogar a toalha para ela!

mas nem um pouco embara/ado. aia ordenou. :á embora. Minha querida crian/a! agora que estamos em casa podemos parar

de 0ingir.

Miranda pegou a toalha e levantou-se! lan/ando-lhe um olhar0ulminante.

:oc3 passou a maior parte do dia cavalgando entre os bra/os deum homem ele observou. 8evia saber que seria descoberta.

+hC abia que eu não era um rapazD Por que não disseD 1 quando eu deveria ter ditoD 2uando sentamos lado a lado na

barraca e voc3 mostrou-se tão amedrontada que quase não respiravaD

+u quando dividimos o mesmo colchoneteDerá que ele está 0uriosoD! Miranda perguntou-se. Paulo abriu umsorriso irGnico.

7inguém precisa saber que voc3 estava mentindo ele 0alou. 1ninguém 0ará nenhum comentário! se voc3 se mantiver longe de meuquarto.

Miranda apertou ainda mais a toalha ao redor de seu corpo. 7ão entendi 0alou.

7ão mesmo! 0ilha do missionárioDPaulo aproHimou-se. Miranda encarou-o. 1le abra/ou-a gentilmente!sorrindo.

:ou ser mais eHplícito declarou. e chegar perto do meuquarto! estará se arriscando a... isso.

+ bei#o 0oi ardente.+s livros de Maria $lara nunca mencionaram que a heroína entraria

em pnico ao ser bei#ada! Miranda pensou.alvez! as heroínas da vida real agissem de modo di0erente. 5lém do

mais! Paulo Branco! em sua opinião! não era capaz de demonstrar uma

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incontrolável paiHão! como os her"is daqueles livros. N capaz de 0icarbravo! impaciente! mas não apaiHonado.

AP#$%&' ()

Miranda a0astou-o. 1Hperimentava con0usos sentimentos! baseadosnos livros de Maria $lara. 7ão sabia se deveria ter apreciado o bei#o! oudado um tapa no rosto de Paulo. 8eu dois passos para trás e colocou amão na boca.

Por que 0ez issoD questionou. :oc3 deve conhecer os riscos. +s... os riscosD

Pare/o uma estpida colegial! ela pensou! desconcertada. ;m homem! uma mulher! sozinhos ele murmurou. 5 escuridão e o perigo. Mas... N uma combina/ão eHplosiva. 7ão entendo. 7ão corremos perigo! aqui. 7ão temos que voltar F

0loresta! é o que espero. 1 não estamos mais sozinhos. 5 casa está

cheia de gente. 5gora! mas 0icamos sozinhos ho#e e ontem F noite. 7a escuridão eno perigo. 1m termos químicos! a eHplosão estava prestes a acontecer.7ão há nada que eu possa 0azer! eHceto tentar cont3-la.

erá que ele quer dizer que me #oguei em seus bra/os! ontem FnoiteD! Miranda indagou-se. +u que! #á que estou em sua casa! vouaproveitar para... $omo ousaD 6iz o melhor que pude para não encostarnele ontem F noite e convenc3-lo de que era um rapaz.

7ão está vendo problemas onde não eHiste nenhumD indagou. +nde há mulheres #ovens e bonitas! há problemas ele retrucousecamente. 1ntão! riu. Pelo menos! quando eu estou por perto. +h!8eus! nem sei seu nome.

Miranda.Miranda nem deu muita importncia ao 0ato de Paulo ter insinuado

que ela era bonita. 1stava disposta a não acreditar nele. 7ão corre risco nenhum comigo a0irmou. 5cha que os riscos terminaramD 5cho! estão apenas em sua imagina/ão.

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e pensa assim! é mais inocente do que eu #ulgava.Miranda ergueu o queiHo. 1stava tão indignada! que esqueceu o

cansa/o. Mas não gritou! nem perdeu o autocontrole.Pelo menos! minhas muitas discussKes com Eenr% serviram para me

ensinar alguma coisa! pensou. :oc3 tem muita imagina/ão declarou com do/ura. ei.Paulo aproHimou-se! mas Miranda recusou-se a ser intimidada!

erguendo o queiHo e encarando-o. +nde estão os riscosD ela perguntou. 1m mim! ou em voc3DPaulo observou-a! então suspirou! movendo a cabe/a numa negativa. 9ealmente não entende! não éD indagou. Miranda considerou

aquela declara/ão como um ltimo insulto. 1stava prestes a dizer bemalto que não era mais uma adolescente deslumbrada! mas controlou-se.;ma tal rea/ão s" serviria para convenc3-lo de que ela era realmentemuito inocente.

7ão ve#o problema nenhum disse. 1stá tudo na sua cabe/a. 7ão! não está nem na minha cabe/a! nem na sua. 1ntão...

7os corpos! Miranda. 5tra/ão 0ísica! química eHplosiva! o nomeque voc3 queira dar. 7ão se pode ver! mas está presente. Mas n"s mal nos conhecemosC 7"s mal nos conhecemos! mas eu toquei em voc3. Mas achava que eu era homem. 5chavaD 5chavaC :oc3...Miranda lembrou-se do sarcástico tom de voz de Paulo! quando ele a

chamara de garoto! da maneira como ele a segurara! quando elaescorregara. e não vivesse apenas com seu velho pai missionário! teria

percebido que 0ora descoberta Paulo comentou. 1scute! nãoprecisa ter medo. 7ão vou machucá-la.

1la ergueu o queiHo mais uma vez. 7ão estou com medo declarou. 8evia estar. 1u estou. 7ão corre perigo! comigo. +h! corro! sim. 7em imagina quanto.

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1scute! isso não 0az o menor sentido. ei que estou cansada! masconsigo entender que voc3 0ala como se 0Gssemos pessoas incapazes demanter as pr"prias a/Kes sob controleC

$ontroleD Paulo repetiu! incrédulo. 1stamos dan/ando na

beira de um vulcão! e voc3 vem me 0alar de controleD 5gora está sendo ridículo... 1 voc3 está me provocando.8aquela vez! o bei#o 0oi mais gentil e sedutor. eduzida pelas novas

sensa/Kes que eHperimentava! Miranda inclinou a cabe/a para trás!convidando Paulo a bei#ar seu pesco/o.

1le baiHou a toalha que envolvia o corpo esbelto! deslizando os lábiosaté os seios redondos. 6oi quando a barba que despontava no rosto dele

ro/ou sua pele delicada! que Miranda percebeu o que estava 0azendo.8esesperada! empurrou-o.

Por alguns segundos! ele resistiu! então bu0ou e soltou-a! a0astando-se. Miranda enrolou-se na toalha. 7ão sabia ao certo o que estavaacontecendo! mas odiou Paulo por 0az3-la sentir-se uma idiota. Podia serineHperiente! mas sabia! quando um homem tentava seduzi-la.

1le a observou! aguardando um insulto. Mas Miranda estava muito

nervosa para dizer alguma coisa. ;ma pequena demonstra/ão do que pode acontecer! se o vulcãoentrar em erup/ão ele disse com 0rieza. Boa noite.

aiu e 0echou a porta suavemente.Miranda estava cansada demais para não dormir! mas seus sonhos

0oram turbulentos. Muitas vezes! de madrugada! acordou! pensando queainda estava na barraca! deitada ao lado de Paulo. 1ntão! achava queestava no castelo do Barba 5zul! e que alguém tentava entrar em seu

quarto.7uma dessas vezes! virou-se para o lado da porta! apoiando-se numcotovelo. 7o ltimo sonho! o homem do outro lado da porta era seuinimigo! um homem que a conhecia melhor do que ela mesma e que usariaesse conhecimento em proveito pr"prio.

sso não 0az sentido! Miranda pensou.+uviu um miado. +lhou para o chão e viu o gatinho. 1stá com medo tambémD murmurou.

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50agou-o atrás da orelha! mas nitidamente não era aquilo que eledese#ava! pois o animalzinho andou até a porta e arranhou-asugestivamente.

5h! nãoC Miranda sussurrou. 7ão me diga que quer sair...

+ gato arranhou a porta mais uma vez. +h! tudo bem Miranda concordou. 5cho que voc3 tem osmesmos direitos que todos n"s.

:irou-se na cama e acendeu o aba#ur. + gatinho mostrou-se muitosatis0eito. 1la se levantou e olhou ao redor do quarto. 7otou! pelaprimeira vez! uma porta de vidro numa das paredes.

8eve dar para uma varanda! pensou.$om certo es0or/o! abriu a pesada porta. Pegou o gatinho no colo e

saiu para a varanda. +lhou para um lado e para o outro! então viu umaescada que dava acesso ao #ardim. Levou o gato naquela dire/ão!percebendo que havia luz num dos quartos que davam para a varanda.

Passou rapidamente pela #anela aberta! notando que a cama era iguala de seu quarto. 9eparou também que a mulher no aposento era a mesmaque segurara o bra/o de Paulo na cozinha. 5gora! ela estava usando umalinda camisola e escovava os longos cabelos loiros! conversando com

alguém.Miranda colocou o gato no chão e 0icou no alto da escada! de modoque nenhuma das duas pessoas lá dentro a visse. ;m homem passoudiante da #anela. 1ra alto! e vestia camisa de mangas curtas! masMiranda não pGde ver-lhe o rosto.

+ casal não parava de conversar. 8e repente! a mulher riu e inclinoua cabe/a para trás. + homem aproHimou-se! bei#ou-lhe o ombro eassanhou os cabelos loiros.

Miranda disse a si mesma que não queria saber quem ele era! masantes que pudesse a0astar-se! o homem caminhou até a #anela ecome/ou a 0echar as venezianas.

+ gato miou! e Miranda abaiHou-se para pegá-lo. 5ntes que o homemacabasse de 0echar a #anela! ela viu quem era. Paulo Branco.

Miranda correu para seu quarto. 1stava tão nervosa! que malconseguiu 0echar a porta de vidro e puHar as cortinas. Por algum motivo!não estava preparada para a cena que tinha acabado de testemunhar.

1stou assim porque espionei duas pessoas que pensavam encontrar-se sozinhas! disse a si mesma.

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abia que era mais do que isso. :er Paulo e aquela loira #untosmagoara seu cora/ão.

Por qu3D! perguntou-se! deitando-se na cama. Porque nunca viadultos preparando-se para uma intimidade maiorD +u porque! horas

antes! 0ui bei#ada por PauloDPousou a mão nos lábios.sso é impossível! ralhou consigo mesma. Posso ser inocente! como

ele mesmo diz! mas não sou idiota. 1le me bei#ou! mas isso não querdizer que me dese#e! ou! pelo menos! não tanto quanto dese#a a loira.

$obriu-se. 8evia era estar grata por ele t3-la avisado para nãoemitir sinais que desconhecia. + engra/ado! porém! era que aquele avisodera-lhe um conhecimento que ela ainda não entendia bem! mas que

parecia mais eHcitante do que suas aventuras na 0loresta.$aiu num sono pro0undo. 7ão despertou! quando alguém abriu a porta

do quarto! entrou e colocou uma bande#a a seu lado! na cama. Masacordou! sobressaltada e con0usa! quando a porta de vidro e as cortinas0oram abertas! deiHando os raios de sol entrar.

Maria $laraD murmurou.6oi 5na quem se aproHimou da cama.

rouHe chocolate quente disse. 1 roupas secas. 5 srta. BebeldeiHou algumas para voc3. + patrão disse que voc3 deve descansar! estamanhã. :ai v3-la na hora do almo/o.

aiu! antes que Miranda despertasse completamente e pudessepensar com clareza. 2uando 0inalmente levantou-se! Miranda vestiu asaia e a blusa que 5na deiHara sobre a cadeira.

2ueria um elástico! ou 0ita para prender os cabelos! e como nãoachasse nada disso nas gavetas! decidiu pedir algo emprestado a alguma

outra mulher.8esceu ao térreo e! vendo uma porta aberta no 0im do corredor! 0oiaté lá e espiou para dentro. 5 médica alemã. Lotte Me%er! ergueu osolhos de um papel e 0itou-a! carrancuda.

8esculpe... Miranda pediu. 1stou procurando algo paraprender meus cabelos.

5 alemã continuou a observá-la com a testa 0ranzida! por algunssegundos! então sua eHpressão relaHou.

N a 0ilha de Eenr% disse. eu nome é Miranda! certoD + quequer! crian/aD

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;m elástico. $laro.Lotte abriu uma das gavetas da escrivaninha a sua 0rente e pegou

alguns aros de borracha! desses de prender ma/os de dinheiro.

ome. 8evo dizer que! por alguns segundos! não a reconheci. 1stábem di0erente de ontem F noite. Pareceu não gostar da saia coloridae da blusa que Miranda usava. uponho que essas roupas se#am desabel Martins.

7ão sei. 5na! a governanta! disse de quem eram! mas eu estavacom tanto sono que não prestei aten/ão.

8evem ser de sabel. 7enhuma das empregadas usaria uma roupadessas. 6alta aqui uma dona de casa decente! que acabe com certas

libertinagens e certas visitas.Parece Eenr% 0alando! Miranda pensou. Bem! mas 0oi muita gentileza dela declarou. 1la pode se dar ao luHo. N de 0amília rica! e Paulo Branco não é

sovina a alemã disse sugestivamente. 5inda acho que 0oi muita gentileza dela emprestar roupas para

alguém de quem nunca ouviu 0alar.

Lotte riu. 1la #á deve ter ouvido 0alar! a essa hora.Miranda permaneceu im"vel! pensando na bela loira com quem Paulo

passara a noite. 7ão acha que ele se comporta decentemente! s" porque encheu a

casa de re0ugiados! achaD a alemã perguntou com aspereza. 1lenão se importa com o que as outras pessoas dizem ou pensam. $omcerteza! seu pai deve ter-lhe avisado.

Pelo que me lembro! Eenr% nunca mencionou nada a respeito do sr.Branco.Lotte pareceu incrédula. 7a verdade! ele nunca mencionou nada a respeito das pessoas que

moram nesta área Miranda complementou. 1Hceto a senhora! claro.1u... bem... eu não era para estar na Missão. Eenr% sempre 0oi muitocuidadoso.

5 médica riu. 1 não lhe 0alou nada sobre Paulo BrancoD 7ão 0oi tão cuidadoso

assim. N típico dos homens! ignorar um problema que não podem

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eliminar. Eenr% sabe como Paulo é. 8iz que ele é o demGnio em pessoa.6icou aqui algumas vezes! mas sempre preocupado.

$om medo de ser contaminado Paulo declarou com ironia!entrando na sala.

Miranda e Lotte viraram-se. 1le não parecia o0endido pelo queacabara de ouvir! pelo contrário! parecia estar se divertindo.Miranda corou. 7ão conseguia parar de pensar na cena que

testemunhara na noite anterior. Lotte olhou-o com desprezo. sso não me surpreende declarou. 5qui voc3s #ogam cartas!

bebem e mant3m aquela mulher. 5quela mulher arriscou-se! trazendo voc3 para cá. 5cho que ela

merece um pouco mais de respeito Paulo disse.

6ez isso por ostenta/ão. + que aconteceu com a caridade cristã! minha querida dra.

Me%erD 7ão sou sua IqueridaI. 1 provavelmente sou a nica mulher por

aqui que pode dizer isso.Paulo riu. 5cho que está subestimando meu charme! doutora. 5ssim como

também está subestimando os e0eitos da selva. 7ão tenho comoresistir.Miranda corou ao recordar como entregara-se aos carinhos dele na

noite anterior. 7unca ouvi 0alar que voc3 tenha resistido a uma mulher bonita

Lotte retrucou.Paulo encostou-se na parede e colocou as mãos nos bolsos da cal/a!

obviamente achando aquela conversa muito interessante.

Pesquisou minha vidaD perguntou. 7ão! não precisei a alemã respondeu com raiva. ua vida é umlivro aberto.

1le eHibiu um sorriso irGnico.5cho que é melhor a doutora parar por aqui! Miranda pensou. 7ão tenho tanta certeza assim Paulo replicou. :oc3 nunca escondeu nada. 5 tal de sabel Martins! a con0usão no

9io de Janeiro. abe lá 8eus quantas outras...

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6ico lison#eado por interessar-se por minha vida particular. "não ve#o razão para aborrecer minha h"spede com detalhes. Pauloolhou para Miranda. $omo está se sentindo ho#eD

I1nvergonhadaI seria a resposta mais adequada! Miranda pensou.

1stou bem respondeu. 7enhum 0erimentoD ele indagou. EematomasD 5rranhKesD8ores muscularesD

8ores musculares Miranda disse! sorrindo! mas sem encará-lo. 6oi minha primeira cavalgada longa.

Eá quanto tempo não toma uma vacina antitetnicaD 8esde que eu era crian/a. Por qu3DPaulo olhou para Lotte.

:3! há coisas mais importantes para serem discutidas do queminha vida seHual declarou. 5plique a vacina antes de ir! certoD1starei em meu escrit"rio. :e#o voc3s no almo/o.

7enhuma das duas tinha nada a acrescentar! pelo menos 0oi o queMiranda concluiu! quando a médica manteve-se calada. Paulo saiucon0iante! sabendo que suas ordens seriam cumpridas.

Lotte levou Miranda para uma casa que servia de pronto-socorro!

perto das cocheiras. $uidou dos arranhKes que encontrou pelo corpo deMiranda e aplicou a vacina contra tétano! mostrando grande interessepor um hematoma no pesco/o dela.

7unca ouviu 0alar em Paulo Branco! heinD ironizou. Mirandamoveu a cabe/a negativamente.

1 o que achou dele! agora que #á o conheceD a alemã indagou. ;m homem rude e arbitrário. 1 atraenteD

Miranda encolheu os ombros. 1le é muito protetor Lotte 0alou. $uidou bem de voc3 na0lorestaD

$uidou de n"s dois. ei! claro. magino que tenha sido uma nova eHperi3ncia para ele. Pelo contrário! tive a impressão de que ele conhecia muito bem a

0loresta.Lotte come/ou a guardar seus instrumentos de trabalho. 1le é cínico disse. :oc3 certamente o acha muito divertido.

eH%. 1sse é o termo que as garotas usam ho#e em dia! certoD Metade

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das mulheres por aqui concordam com voc3. odas v3em a habilidade!mas esquecem-se da 0rieza.

+lhou de soslaio para Miranda! enquanto suas mãos estavamocupadas! guardando o pacote de algodão e a água oHigenada.

1le é um homem muito 0rio prosseguiu. 7ão se importa comos e0eitos de suas a/Kes sobre os outros. Precisa de... bem! de alguémque coloque #uízo na cabe/a dele. ;ma mulher boa! inocente! que o 0a/asentir-se responsável.

6echou a maleta de primeiros-socorros e olhou para Miranda. 7ão vai encontrar essa mulher! claro continuou. ;ma mulher

inocente correria de um homem como ele. N uma pena. Eá muitas coisasboas em Paulo Branco por debaiHo daquele cinismo. N realmente uma

pena! não éDMiranda levantou-se. 5cho que sim a0irmou. :amos almo/arD+ almo/o 0oi servido num pequeno salão de 0rente para o #ardim.

Miranda percebeu que Paulo não estava presente. 5na serviu bebidasgeladas e saladas! pedindo desculpas pela aus3ncia do patrão. 5legou

que havia muitas pessoas que precisavam de a#uda! e que ele estavatomando as devidas provid3ncias.Minutos depois! Paulo apareceu! acompanhado da mesma loira com

quem supostamente passara a noite. +lá a loira cumprimentou. 1stava procurando voc3! Lotte.

Paulo disse que não poderá mant3-la aqui! por 0alta de lugar. Lamento.erá de voltar comigo de helic"ptero! esta tarde. 1ncontraremosalguém para levá-la até anta $ruz.

5 médica 0ranziu a testa! mas não protestou. :ou arrumar minha mala disse apenas. aiu do salãorapidamente.

7ão sei se 0oi uma decisão sensata! querido a loira declarou.Paulo 0oi até o balcão e pegou duas bebidas. 1la quer 0icar aqui para tentar me converter. 8eiHou isso bem

claro! várias vezes. Pode ser uma eHcelente médica! mas 0rancamente!Bebel! acho que ela é uma causadora de problemas. 1u a quero 0ora deminha casa.

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Bem! conseguiu tirá-la de sua casa. Pense um pouco. 1la não é tãomá assim e 0ez um "timo trabalho com os mineradores.

1la é uma prova viva de que a 0raternidade humana não passa deuma 0arsa. 1sta manhã! estava dando uma palestra sobre minhas

ImaldadesI! para Miranda.Por um terrível momento! Miranda achou que Paulo ouvira oscomentários de Lotte! no pronto-socorro. Mas logo percebeu que ele sere0eria F conversa que haviam tido de manhã! quando aconselhara aalemã a aplicar-lhe uma vacina antitetnica.

+lhando para Bebel! Miranda notou que ela a observava. Parece que o nico ob#etivo de Lotte é me 0azer ver que tenho um

comportamento desa#ustado. 8esa#ustado do ponto de vista dela! claro

Paulo 0alou secamente. 1la não vai conseguir a loira disse! então sorriu para Miranda.

ou sabel Martins. Parece que Paulo esqueceu-se de nos apresentar.Já soube de sua terrível viagem. $omo estáD

1stou bem Miranda respondeu! sorrindo. 5lguns arranhKes!mais nada.

Por instinto! tocou no hematoma no pesco/o. Bebel ergueu uma

sobrancelha e olhou de lado para Paulo! então voltou a 0itar Miranda. + helic"ptero estará lotado! esta tarde! mas! se voc3 quiser!podemos levá-la até anta $ruz nos pr"Himos dois dias o0ereceu.

Miranda negou com um gesto de cabe/a. ei que parece estupidez! mas ainda não pensei no que 0azer

con0essou. 2uero dizer! tudo que 0iz até ho#e 0oi seguir ordenseHpressas de Eenr%.

1sse comportamento! um dia! terá de ser mudado! pensou. 1 as

recentes discussKes com meu pai 0oram causadas por essa 0uturamudan/a. Mas não há por que eu contar isso para esses dois estranhos!por mais simpáticos que se#am. N um assunto entre mim e Eenr%.

2uer esperar por Eenr% aquiD a loira perguntou. 5cho melhor Miranda declarou. Bebel olhou para Paulo. + que acha! queridoD indagou.1le tomou o ltimo gole de sua bebida! antes de responder4 7ão 0az a mínima di0eren/a para mim. Eá muitos quartos. Pode

0icar! contanto que não tente me converter.5 loira riu! parecendo aliviada! então olhou para Miranda.

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Pode 0azer uma promessa solene de que não vai tentar convert3-loD brincou.

Miranda sorriu. $onversão é departamento de meu pai! não meu 0alou.

$erto Paulo disse. erviu-se de outro drinque. 1stá decidido.1la 0ica na 0azenda até que Eenr% volte. Muito bem. e Eenr%... demorar! o que vai 0azer! MirandaD

perguntou Bebel. em um tutor no BrasilD utorD 7ãoC enho vinte e tr3s anosCBebel mostrou-se atGnita. Paulo tomou seu drinque de um gole s". :inte e tr3s ele repetiu. 2ue tipo de brincadeira Eenr% está

aprontandoD

$omo assimD Miranda questionou! con0usa e o0endida. 8eiHando voc3 presa na Missão. +lhe-se no espelho! de vez em

quando. 7ão entendi.Miranda olhou para Bebel! mas a loira 0itava Paulo com uma

eHpressão muito curiosa. Parece uma colegial ele declarou. :oc3 se comporta como

uma colegial. 8eus me a#udeC 5chei que tinha dezessete anos. 2ue di0eren/a 0az quantos anos tenhoD Miranda indagou. :oc3 não pode voltar para a Missão. em de ir para algum lugar

onde ha#a muitas pessoas e onde possa crescer! e rápido. 8iga a ela!Bebel.

$oncordo que é uma situa/ão peculiar! mas acho que Miranda temo direito de esperar até que Eenr%... volte! antes de tomar uma decisão.5lém do mais! se#a lá o que aconte/a! ele não conseguirá mais manter a

eHist3ncia dela em segredo. 2uer saberD :ou cuidar disso pessoalmente Paulo 0alou. N muita gentileza sua! mas não precisa se preocupar comigo

Miranda declarou. 1u estava mesmo pensando em voltar para anglaterra.

1 #á preparou-se para a voltaD Bebel perguntou. Eenr% e eu vínhamos 0alando sobre isso! ultimamente. Podem continuar discutindo esse assunto aqui! em minha casa!

quando aquele velho monstro aparecer Paulo disse secamente. 7aminha opinião! discussKes desse tipo 0luem melhor com apoio moral.

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Boa idéia Bebel concordou. 1! se quiser alguma coisa! é s" mechamar. Posso entrar em contato com sua 0amília! ou seus amigos nanglaterra! por eHemplo.

+brigada Miranda agradeceu.

Já que um dos muitos problemas estava resolvido! Bebel 0alou sobreo trabalho de resgate! até que chegou a hora de levar a dra. Me%er ealgumas outras pessoas para anta $ruz.

Paulo acompanhou a todos até o helic"ptero e trocou algumaspalavras com o piloto. $hovia muito! e Miranda observou toda amovimenta/ão da varanda. 5ssim que o helic"ptero levantou vGo! Paulocorreu para casa.

Miranda descia a escada! quando o encontrou! e 0icou observando-o

por alguns instantes. 2ual o problemaD ele perguntou. 7ada. Preocupada por estar sozinha mais uma vez comigoD ozinhaD Mas! 5na... as empregadas... odas 0oram emboraDPaulo riu. 7ão! ainda estão aqui 0alou. Mas duvido que a dra. Me%er

tenha se re0erido a elas como boas companhias. + qu3D N isso que está incomodando voc3! não éD +uvi voc3s duas

conversando.Miranda enrubesceu. 1la sente-se responsável! eu acho argumentou. N uma das

poucas pessoas que sabem de minha eHist3ncia! aqui. 7ão leve em considera/ão o que ela disse. :oc3 #á teve a

in0lu3ncia de um autocrata boa parte de sua vida. Eenr% não bagun/ou minha vida. 7ãoD 2uer passar o resto de sua vida escondida na 0loresta!

enquanto o resto de sua gera/ão está estudando em universidades! indoa 0estas e 0azendo viagensD

7ão eHatamente! mas 0oi minha escolha vir para cá! não seesque/a. 1u era in0eliz na casa de meus tios! e o que Eenr% o0ereceu...parecia valer a pena.

5té que descobri que a a0ei/ão que procurava não passava de ilusão!ela completou mentalmente.

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1 ele aceitou sua decisão de partirD Paulo perguntou. 5inda não. Pelo que sei! Eenr% é tão persistente quanto idiota. :oc3s v3m

discutindo desde que ele decidiu partir! aposto.

Miranda riu. 7ão se discute com Eenr% Lane disse. 6az-se o que elemanda! ou se é ignorado. 1 ele passou a maior parte do tempo meignorando! ultimamente.

Bom 8eusC1la não gostava de ouvir críticas sobre Eenr%. :oc3 não entende declarou. ei que não 0ui a 0estas! não

0reqentei uma universidade nem 0iz outras coisas mais. ambém sei

que voc3 me acha completamente ineHperiente! mas isso não é tão ruimassim. Eenr% ensinou-me a ter con0ian/a em mim mesma.

Paulo não 0ez nenhum comentário. N que as vezes! sinto-me sozinha ela continuou. ozinhaD into 0alta de uma companhia.7unca 0alei nada disso com ninguém! nem com Maria $lara! pensou.

5lguém para dividir minhas eHperi3ncias prosseguiu. 5lguémcom quem rir! que não a#a o tempo todo como #uiz. 5i! o que estoudizendo não 0az o menor sentido.

6ez uma pausa. Eenr% s" age como #uiz de vez em quando! mas é que penso que...

bem! que há alguém nesse mundo! que... 7ão sei... Aostaria de ter alguéma meu lado! que se divertisse comigo! dividisse pensamentos....

+lhou para o chão! envergonhada e 0uriosa consigo mesma.

+h! deve estar achando tudo o que 0alei uma bobagem murmurou.+s olhos pretos de Paulo brilhavam! enquanto ele a observava

demoradamente. Eouve um longo sil3ncio. 7ão! não acho bobagem ele assegurou. :oc3 está 0alando da

solidão da alma. Mas mesmo no meio de uma cidade populosa! podemosnos sentir assim. + sentimento não vai desaparecer! quando voc3 sair da0loresta. Pode até piorar.

Miranda encarou-o. Pode acreditar em mim ele a0irmou.

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AP#$%&' )

Paulo e Miranda entreolharam-se. ;ma onda de calor percorreu ocorpo dela! e as batidas de seu cora/ão aceleraram.

1le continuou a observá-la em sil3ncio. 1la queria tocar-lhe o rosto!deslizar os dedos sobre os tra/os 0irmes! aliviá-lo de toda a tensão.

+ que estou pensandoD! perguntou-se. 7ão tenho a menor idéia decomo lidar com um homem como Paulo Branco. 7ão tenho eHperi3ncia!de0esas ou 0or/as para me recuperar da mágoa que ele pode causar ao

meu cora/ão. ou muito vulnerável! e ele! muito esperto. 7ão me olhe assim disse! a0astando-se. Por que meu pai o

chamou de demGnioD ei lá. abe muito bem por qu3.Paulo encolheu os ombros e abriu um sorriso irGnico. 7"s discutimos sobre prioridades! uma vez.

Por que dizer IprioridadesI! quando na verdade discutiram sobrepadrKes moraisD 6oi essa a impressão que lhe deiD :oc3 mesmo disse. 8isseD ;ma dedu/ão interessante.Miranda encarou-o. 1 pela maneira como vem me tratando... 2uer dizer! tirando voc3 da Missão! que estava prestes a ser

coberta pela água! quando seu pai! impecavelmente moral! deiHou-asozinhaD1la ergueu o queiHo desa0iadoramente! recusando-se a deiHá-lo

perceber como a recorda/ão da indi0eren/a de Eenr% a magoava. 7ão! na maneira como me trouHe até aqui replicou. ua

insuportável arrogncia! sua aspereza! especialmente ontem F noite. 5hC Paulo eHclamou! rindo. N isso. 1sse é o problema! querida.

1stá brava comigo por que eu a bei#eiD +u por que não 0ui mais longeDMiranda engoliu em seco. $omo ousaD questionou.

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+h! ouso! sim. 5 pergunta é4 :oc3 ousariaD 5cho que não. + qu3DPaulo segurou-a pelo bra/o. 1scute 0alou. :oc3 é #ovem e teve uma vida pouco comum

aqui na 0loresta! nos ltimos cinco anos! mas não é mais uma crian/a! nãoimporta o que Eenr% Lane diga. Pare de se comportar como uma.1la o encarou! ultra#ada. + que quer dizerD indagou! odiando-o. Preciso de uma adolescente cheia de não-me-toques tanto quanto

de um 0uracão.Miranda permaneceu calada. 1ncare os 0atos ele prosseguiu. 7ão sou nenhum santo! e

seus impulsos seHuais estão loucos para se libertar.1la teve vontade de acertar um tapa no rosto dele! mas cerrou os

punhos! contendo-se. 5cho que #á passou um pouco da idade de come/ar a dar vazão a

esses instintos! mas tudo bem! s" não os volte para mim Paulodeclarou.

Miranda deu um passo para trás. 1stava embara/ada e indignada.

1stá querendo dizer que 0ui eu quem o bei#ou ontem F noiteD perguntou! 0uriosa.Por segundos! ele pareceu pasmo. 7ão. 5quele bei#o 0oi um aviso natural do que pode vir a acontecer

0alou. $omo eu #á disse! não sou nenhum santo. 1 há uma químicaentre n"s. ;ma 0orte atra/ão.

1la estava tr3mula. 7ão 0ique assim Paulo pediu. 7ão é nada demais. e vivesse

no mundo real! saberia que isso acontece o tempo todo. N por isso quedeve se soltar. " me 0a/a um 0avor4 não comece! antes de sair daqui!certoD

7ão comecei nadaC $oncordo que não 0oi intencional! mas come/ou. $omoD Pode se vestir como um garoto! prender os cabelos e até usar um

saco de batatas como vestido! mas isso não 0az com que o #eito de voc3andar mude! nem a maneira como os homens reagem a esse andar.

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Miranda corou! e lágrimas encheram seus olhos. 1le deu dois passosa 0rente! mas parou de repente. 1la enHugou as lágrimas e ergueu oqueiHo.

Por que não me deiHou ir embora com Bebel Martins! se sou um

perigo ambulanteD indagou com raiva. Porque o helic"ptero estava lotado. Lotte Me%er não queria ir. 1u poderia ter ido no lugar dela.Eouve um breve sil3ncio. 5 dra. Me%er tem problemas de cora/ão! e Bebel queria que ela

0icasse perto de um hospital! caso so0resse um ataque cardíaco PauloeHplicou.

Eavia algo no tom de voz dele que 0ez com que Miranda não

acreditasse em suas palavras.Mas! que outras razKes poderiam eHistir para Paulo querer que eu

0ique na 0azendaD! indagou-se. 1le acabou de deiHar bem claro que querme ver longe daqui o mais rápido possível.

Mas! assim que os casos de emerg3ncia 0orem atendidos! voc3será a primeira a voar para anta $ruz Paulo declarou. Podeacreditar.

5lguém chamou-o. 1le passou a mão nos cabelos molhados. Para seuhorror e grande surpresa! Miranda sentiu seu cora/ão bater mais 0orteao ver aquele gesto.

alvez Paulo tenha razão! quando diz que há uma 0orte atra/ão entren"s! pensou! apática. sso é humilhante.

5té que isso aconte/a! vou 0icar 0ora de seu caminho disse.1le a encarou com um brilho estranho no olhar. Pode tentar 0alou.

$om isso! seguiu na dire/ão de onde o haviam chamado. Miranda nãoo viu o resto do dia. 7ão teve de 0azer nada para evitar de cruzar ocaminho dele. 5na disse-lhe que ele 0ora Fs planta/Kes! veri0icar sehavia pessoas 0eridas ou desabrigadas.

5na estava sempre preparada para receber pessoas necessitadas!com comida e roupas secas. Miranda o0ereceu-se para a#udar.

1ssa noite vai ser muito ruim a governanta comentou! olhando océu nublado através da #anela da cozinha.

$omo sabeD Miranda indagou! a0lita. 7ão sei. 6oi o ltimo recado do patrão.

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5na levou duas pessoas! que tinham acabado de chegar! até uma dasmesas e serviu-lhes tigelas de 0ei#oada.

+s irmãos Monteiro trouHeram o recado prosseguiu. +patrão 0oi Fs vilas ribeirinhas! ver se o pessoal de lá está bem. 5visou

que não pretende voltar ho#e.Miranda arrepiou-se.1u não passaria outra noite no meio da chuva e do vento! pensou.

Paulo Branco pode ser cínico! mas é um homem cora#oso. 1stánovamente en0rentando o mau tempo para salvar as vidas de pessoasque mal conhece. $omo salvou a minha. N di0ícil odiá-lo.

+ patrão 0icará bem 5na 0alou com simpatia. odas as vezesque tem alguém perdido na 0loresta! chamam-no. 1le sabe cuidar de si

mesmo. enho certeza de que sabe. 7unca conheci um homem tão hábil e

e0iciente. Eabilidoso! cínico e 0rio. ei 5na murmurou com ar malicioso. Bem! não sabemos

quando ele vai voltar. 5 que horas vai querer o #antarDMiranda pouco se importava com a hora do #antar. 2ueria a#udar os

desabrigados! dando-lhes len/"is e roupas secas. 1 0oi o que 0ez.

2uando viu que não seria mais til! caminhou pela casa! entrando esaindo de aposentos vazios! arrumando prateleiras! procurando algo comque ocupar-se.

5té que seguiu para seu quarto. 7ão estava com sono! mas poderiabrincar com o gato. 5o abrir a porta do aposento! notou um envelopesobre o criado-mudo.

erá que Paulo deiHou um bilhete para mimD! perguntou-se. erá quese arrependeu de seu cinismo! sua asperezaD erá que ali estão escritas

coisas que ele não tem coragem de me dizer 0rente a 0renteD5quele pensamento era alarmante. Miranda pegou o envelopecautelosamente. + gatinho! deitado no tapete! levantou a cabe/a eobservou-a. 1la re0letiu que aquela letra redonda e bem-0eita não podiapertencer a alguém impaciente e arrogante como Paulo Branco.

6icou desapontada. 5briu o envelope rapidamente e retirou o peda/ode papel. Procurou logo pela assinatura4 Lotte Me%er. 6ranziu a testa.

Minha querida garota!

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1stou preocupada por deiHá-la sozinha na 6azenda Branco. 5naantos é uma boa mulher! mas é dedicada a Paulo Branco. 1le não écon0iável. 5cho que na aus3ncia de seu pai! eu devo avisá-la.

Miranda bu0ou.

1ntão! Lotte também quer me avisar! disse a si mesma. + que elapensaria! se soubesse que Paulo Branco 0oi o primeiro a me dar avisosDei que seu pai acha que Paulo Branco é um homem perigoso.Miranda engoliu em seco. 5 carta quase caiu de suas mãos. 1ra como

se ela pudesse ouvir Eenr% pronunciar aquelas palavras.;m sedutor pro0issional.Miranda arrepiou-se.Mas Paulo Branco não tentou me seduzir! pensou.

7ão apenas um sedutor pro0issional! mas uma pessoa que a pr"pria0amília eHpulsou de casa. Eenr% acredita que a 0amília pagou! para queele saísse do 9io de Janeiro. 5 6azenda Branco com certeza 0oi o pre/o.

1 que pre/oC! Miranda 0alou a si mesma! olhando a mobília antiga e deinestimável valor. + que será que ele 0ezD

8epois do envolvimento de Paulo com a cunhada! a reputa/ão denenhuma mulher está a salvo com ele.

$unhadaD! Miranda repetiu mentalmente. 5i! meu 8eusC1le não tem respeito pela inoc3ncia. 1HpGs voc3 a boatos! passandouma noite em sua companhia! na selva. Pouco se importa. 7ão liga para oque as pessoas dizem a seu respeito. Por isso! se#a cuidadosa! minhacrian/a. :oc3 tomará decisKes! nas pr"Himas semanas! que poderãomudar sua vida. e escolher errado! terá de pagar o pre/o.

$unhada! Miranda repetiu mais uma vez! horrorizada. 7ão! ele não éassim. N um homem duro! cínico! impiedoso e sem cora/ão! mas não é um

canalha. e 0or verdade! como Eenr% e Lotte acreditam ser! s" umanica razão pode eHplicar seu comportamento. 1le se apaiHonou pela cunhada concluiu em voz alta. 1! por

esse motivo! a 0amília abandonou-o.8eiHou a carta cair no chão ao se levantar e caminhar até a #anela.

1ntendia um pouco sobre re#ei/ão 0amiliar! por isso não ia condenarPaulo Branco.

Mas o que o trans0ormou num cínicoD! indagou-se. + relacionamentocom a esposa de seu irmãoD

9espirou 0undo e olhou para a chuva que caía sem parar.

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1le está lá 0ora! em algum lugar! com 0rio e cansado! disse a simesma. +u armou a barraca e está abrigando uma das vítimas da chuva!como 0ez comigoD

1ngoliu em seco. 50astou-se da #anela! tr3mula.

$ime 0alou. 1stou com cimeC $omo possoD +h! 8eus! o queestá acontecendo comigoDaiu do quarto. ;ma hora depois! Paulo entrou na sala de estar e

encontrou-a sentada numa poltrona! lendo um livro de bolso.Miranda ergueu a cabe/a e! ao notar a eHpressão curiosa dele!

enrubesceu. udo bemD perguntou. $omo 0oiDPaulo encolheu os ombros! então serviu-se de um drinque.

1stou molhado e eHausto respondeu. odos! naquelasredondezas! evacuaram a área! antes de o rio subir. 1 não encontreinenhum sinal de Eenr%! por lá.

+hC Miranda murmurou! surpresa! não esperando que elehouvesse procurado por seu pai. 5chou que ele estaria láD

:oc3 não o conhece muito bem! não éD 1u o conhe/o tanto quanto ele permite.

$laro. Paulo olhou para o copo! pensativo. 1le não lhe dissenadaD obre o que ia 0azer! ou ondeD 7ão! nada. 8izia que eu não precisava gastar meu tempo pensando

em assuntos que não me interessavam. 1la riu. Eenr% não gosta queas pessoas percam tempo. 5cha que eu 0a/o isso! contando hist"rias Fscrian/as! em vez de ensinar-lhes geogra0ia.

1le sorriu. 1 Eenr% nunca 0alou nada a meu respeitoD indagou.

1u #á lhe disse! ele não me 0alou nada. 5cho que 0icou com receiode que eu usasse suas palavras contra ele pr"prio. 1le dizia que o mundoestá cheio de traidores.

ncluindo voc3DMiranda mordeu o lábio.Meu pai come/ou a suspeitar de mim! quando eu disse que gostaria

de deiHar a Missão! pensou. 1u queria desesperadamente ver o mundo.6oi daí em diante que come/ou a esconder as coisas de mim.

1le passou a ser muito intolerante com as pessoas que nãocompartilhavam de seu ponto de vista contou.

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Paulo riu. PassouD repetiu com ironia. 1u nunca o vi como um homem

tolerante. Eá quanto tempo voc3 o conheceD

Eá mais tempo do que voc3! que está com ele há cinco anos. eupai apareceu por aqui há uns quinze anos! se não me engano. 1u nãoconhecia nada deste lugar! na época. 7"s tivemos umas pequenasdiscussKes! ou melhor! eu o desaconselhei a 0azer umas coisas.

Miranda estava impressionada. 7unca pensara em desaconselharEenr%.

Paulo encostou-se na mesa de mogno e 0itou-a curiosamente. Por que veio para cáD indagou de repente. 1la não estava

preparada para aquela pergunta. N uma longa hist"ria respondeu! evasiva.Paulo olhou pela #anela. + vento voltara a soprar 0orte. erá uma longa noite ele declarou. 7ão vou a lugar nenhum.Miranda 0itou-o! notando que ele vestia cal/a de sar#a! camisa e

 #aqueta! e que não 0izera a barba pela manhã. Passava a imagem de umhomem duro e amea/ador. $hocada! ela admitiu que adorava aquele seu

ar de homem mau. 1! entãoD Paulo incentivou-a! cortando o sil3ncio. :oc3 tinha...dezoito anos! quando veio para cá! certoD ;m pouco tarde para estar0ugindo da escola. 1ntão! do que estava 0ugindoD

$omo sabe que eu estava 0ugindo de alguma coisaD Para aceitar vir morar na selva com Eenr%! voc3 devia estar

desesperada. 8iga. 7otas baiHasD ;m amor não correspondidoDMiranda 0icou calada.

6oi isso Paulo concluiu! tomando o resto do drinque num gole s". + que o garoto 0ezD 7ão 0oi a um encontroD erá que Eenr% e a selvaamazGnica não 0oram uma solu/ão muito drásticaD

1la o encarou com desdém. 1u e o garoto morávamos sob o mesmo teto! e ele achava que eu

devia ser sua amante. 1ra meu primo contou.Paulo ergueu as sobrancelhas! atGnito! o que deiHou Miranda

perversamente satis0eita. $onseguira surpreend3-loC Me assediava! quando a esposa não estava ela acrescentou.Paulo recuperou sua pose 0ria e colocou o copo sobre a mesa.

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1le 0alava sobre a dra. Me%er! mas também não a aprovava.5chava que ela 0azia muitas perguntas.

1stá aí uma coisa em que eu e Eenr% concordamos. Por isso a 0iz irembora o mais rápido possível. $omo 0oi seu relacionamento com elaD

Bom! eu acho. 1la pareceu muito curiosa a meu respeito. $om certeza. +h! 8eus! por que tenho de agentar a doutora eEenr% em meu territ"rioD

Miranda riu. Paulo aproHimou-se e sentou no bra/o da poltrona ondeela estava acomodada.

8evia rir mais vezes declarou. 6az lembrar o quanto é #ovem.1spero que a doutora não tenha in0luenciado voc3. 1la a deiHoupreocupadaD

$omoD +h! não. 7ão brigou por termos passado a noite #untosDMiranda 0icou pasma. Lembrou do que Lotte havia dito e corou. Bem... murmurou. 8iga a verdade.1la olhou para o chão! envergonhada. 7ão! eHatamente 0alou. Mas ela deiHou uma carta. 8isse

que... que queria me alertar. obre mimDMiranda moveu a cabe/a a0irmativamente! incapaz de pronunciar

uma palavra. 1u devia ter esperado algo do g3nero Paulo declarou. + que

me surpreende é que ela a deiHou aqui. alvez ache que a 0ilha de ummissionário se#a capaz de resistir a mim. 7a verdade! não mesurpreenderia! se ela lhe pedisse para tentar me corrigir.

Lembrando das palavras de Lotte! sobre ele precisar de alguém queo redimisse! Miranda desviou o olhar! incomodada.Paulo! obviamente! interpretou mal sua rea/ão. Muito bem ele disse! rindo! passando a mão no rosto dela.

7ão tente. Passei da época da reden/ão há muito tempo.

AP#$%&' )(

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Miranda pensou nas ltimas palavras de Paulo enquanto preparava-separa dormir.

Por que ele me disse que passou da época da reden/ãoD! perguntou-se. erá que está tentando! a sua maneira! avisar-me para não se

envolver com seus casos amorososDLembrou-se do bei#o que ele lhe dera naquele mesmo quarto.+lhou para a porta.erá que ele vem aqui esta noiteD! pensou. 1 se vier! o que direiD +

que 0areiD + que ele 0aráD +h! 8eus. sso é alarmanteC Passou a mãonos cabelos.

Paulo em pessoa a avisara para não brincar com ele. Lotte dera omesmo aviso! e na carta escrevera mais detalhes! mais razKes. 1 desde

que Miranda o vira! percebera que ele era um idiota arrogante! que nãose importava com ninguém! a não ser com ele mesmo.

1la não queria envolver-se com ele. 7ão era tola! ou! pelo menos!nunca 0ora! até então.

entou-se na cama e observou a porta. 5 casa encontrava-se emcompleto sil3ncio! eHceto pela chuva e o vento contra as #anelas.

Paulo não vai invadir meu quarto de novo! concluiu mentalmente.

Bem devagar! trocou de roupa e acomodou-se sob o len/ol. 2uandodormiu! sonhou que estava na 0loresta! perdida e amedrontada.5cordou na manhã seguinte! antes do nascer do sol. + vento parara

de soprar! mas o céu estava nublado. 1la vestiu-se e saiu do aposento.Paulo estava no topo da escada! preparando-se para descer! mas ao

v3-la! esperou-a. Miranda aproHimou-se. Bom dia ele cumprimentou. :e#o que se recuperou dos

e0eitos da selva e voltou a ser uma missionária.

1la sorriu. 7ão sei se um dia me recuperarei dos e0eitos da selva disse!rindo. + engra/ado é que eu disse a Maria $lara! um dia antes de cairaquela tempestade! que queria aventura.

$uidado com o que dese#a. em razão.Paulo a0agou-lhe uma das 0aces. 7ão desanime! minha crian/a 0alou. 1ssa é uma das muitas

li/Kes que deve aprender.

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Miranda recordou quantas li/Kes #á aprendera ao lado de PauloBranco. 6icou arrepiada. 1le deslizou a mão até o queiHo dela! pousandoo olhar nos lábios carnudos.

Lembre-se de tudo o que aprendeu até agora murmurou.

1le também estava pensando no bei#o! ela concluiu! 0icando com as0aces levemente avermelhadas e sentindo-se triun0ante. 2ueria dizerque! mesmo indo ao quarto de Bebel! ele também não conseguiraesquecer o bei#o.

50astou-se dele. Lembro muito bem de todas as li/Kes declarou. 1 voc3DPor um momento! Paulo pareceu desconcertado! então riu. Boa pergunta admitiu. 1stá 0icando espertinha. :ou me

lembrar disso.+lhou-a com especula/ão. Miranda abriu um sorriso. 7enhuma

re0er3ncia a minha #uventude! pensou! eHultante. N bom lembrar! mesmo 0alou Paulo riu. $om certeza a0irmou. 5gora venha e tome o ca0é da manhã 

comigo. 5 menos que 0ilhas de missionários não comam antes de o solnascer.

Miranda riu e seguiu-o. +lhou para uma pequena #anela com vistapara o #ardim e arrepiou-se. 5cha que o sol vai aparecer ho#eD perguntou. 6oi estranho e

depressivo! quando abri a #anela. 5medrontador. 1stá sentindo-se assim porque tem que usar as mesmas roupas

dois dias seguidos. oda mulher que conhe/o acharia deprimente.1la negou! movendo a cabe/a. 1 com toda razão ele continuou. :enha. :amos procurar

outra roupa para voc3 vestir.Pegou-a pela mão! assustando-a.N como se estivéssemos brincando com 0ogo! ela pensou. erá que

ele não v3D5chou que seria levada a um quarto onde 0icavam as roupas

destinadas aos desabrigados que chegavam! mas ele 0ez com quedessem meia volta e seguissem pelo corredor! na dire/ão de um quartoonde ela nunca estivera antes.

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Miranda 0icou atGnita. Parada entre os batentes da porta! olhou!maravilhada! a bela mobília que decorava o aposento. Paulo! com a maiornaturalidade! abriu o armário.

$oisas da vov" 0alou. 1ra uma mulher de ossos largos! mas

deve haver algo aqui que lhe sirva. 9iu da eHpressão atordoada dela. 1ncontre uma roupa de que goste e des/a para tomar o melhor ca0éda manhã da região.

Miranda entrou no quarto e olhou as roupas. 1stavam muito bemcuidadas! apesar de antigas. odas haviam sido desenhadas por grandesestilistas e eram de eHcelente qualidade. 1la escolheu uma saia creme euma blusa p3ssego! com pequenos botKes es0éricos na 0rente. :estiu-see desceu para a cozinha.

Paulo 0itou-a de cima a baiHo. 5rregalou os olhos! admirando-lhe obelo corpo! abertamente.

Parece que temos outra mulher de ossos largos na casa comentou.

Miranda sentou-se F mesa. 1la deve ter sido muito bonita declarou. Porque gastava 0ortunas com roupasD 1ssa é uma l"gica bem

0eminina. 1u não disse isso. 2uis dizer que vov" tinha bom gosto. 6oi ela quem insistiu em

construir esta casa. 6oi ela também quem deu vida aos #ardins. Eerdei a0azenda e o RnoU-hoU.

$resceu aquiD 7ão! no 9io de Janeiro! em Paris e *ashington. 2uando meu avG

morreu! ele me deiHou a 0azenda. ambém! não era de interesse para

meu pai! que é político. Leve-o a cinquenta quilGmetros da cidade! e elecome/a a duvidar de sua pr"pria eHist3ncia. Mas voc3 não vive numa simplicidade rural! viveD 7ãoD +lhe ao seu redor. 2uanto luHoC udo isso pode vir abaiHo com a 0or/a da natureza. 1 #á que esse

pode ser o ltimo dia desta casa em pé! que tal tomarmos o ca0é damanhã em grande estiloD 50inal de contas! voc3 está vestida para isso.

Arande estiloD iga-me.

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6oi o que Miranda 0ez. Paulo abriu a porta de um pequeno aposentoque ela nunca vira antes. 1ra localizado num dos cantos da casa e tinhauma bela vista dos #ardins e da 0loresta. Miranda caminhou até a #anelae olhou F distncia. 6icou arrepiada e cruzou os bra/os no peito.

1sque/a a 0loresta Paulo 0alou. 5precie o momento. ente-se! e pedirei a 5na para preparar o ca0é da manhã que meus av"sestavam acostumados a o0erecer a seus h"spedes.

5na apareceu meia hora depois! com uma bande#a com omeletes!panquecas! 0rutas e pão 0resco. Paulo continuou a conversa agradávelque acalmara Miranda! 0azendo-a esquecer o vento e a 0loresta.

8evia ser maravilhoso! passar os dias aqui! em companhia de seusav"s ela con#eturou.

Paulo descascava uma manga e riu ao ouvir aquelas palavras. ei lá disse. Miranda encarou-o. 7ão deve ter a impressão errada de mim ele 0alou. 1stive

sozinho nas estradas de outros países. Qs vezes! s" tinha dinheiro paracomer e arran#ava emprego em constru/Kes! ou como guia turístico.

6ez uma pausa. 7ão me olhe assim pediu. :oc3 v3 a decora/ão da casa e a

eHtensão da 0azenda e pensa que cresci como rico. Minha mãe era umadan/arina de cabaré! e meu pai não me reconheceu! até que meu avGobrigou-o. 5lém disso...

nterrompeu-se! como que arrependido daquela con0issão. 1u não sabia Miranda murmurou. 1 como poderia saberD 5 maioria das pessoas não sabe. 1 voc3 não

sabia nem de minha eHist3ncia! há tr3s dias. 7ão me olhe assim. 7ão 0oiuma vida ruim.

7ãoD! Miranda duvidou mentalmente. 1le não 0ora reconhecido pela0amília! depois 0ora re#eitado! por ter se apaiHonado pela cunhada. Pelo menos! Eenr% nunca me re#eitou ela declarou

impulsivamente.Paulo riu. 7ão me torne um mártir zombou. Já é ruim o su0iciente ser

responsável pela 0ilha de um missionário! por isso não crie ilusKes emrela/ão a mim.

9esponsávelD 8o que está 0alandoDPaulo deu-lhe uma 0atia de manga! ela aceitou.

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$laro que sou responsável por voc3 ele a0irmou. 1u me 0izresponsável! no momento em que não a deiHei ir com Eeitor.

Miranda ergueu o queiHo. 7em voc3! nem ninguém é responsável por mim replicou.

Paulo sorriu. 7ão é! não ela insistiu.1le colocou mais ca0é nas Hícaras. Beba seu ca0ezinho. alvez se#a mais doce do que seu

temperamento. +lhou para o rel"gio de pulso. +utra horadiscutiremos o que 0azer com voc3! 0ilha de missionário. enho umencontro com Eeitor e #á estou atrasado.

1rgueu-se! 0itou-a com um amplo sorriso e acariciou-lhe o rosto

aveludado. 7ão me olhe assim disse mais uma vez. abe! ninguém nunca

me atrasou! como voc3 acaba de 0azer.Miranda engoliu em seco! pega totalmente de surpresa. 5ntes que

pudesse pedir uma eHplica/ão! Paulo saiu.1le não apareceu o dia inteiro. Miranda caminhava de um lado para o

outro da cozinha! ouvindo as mensagens que o capataz! 9ubens! recebia

pelo rádio e relatava a 5na.Miranda a#udou no que pGde! na cozinha! mas nada a 0azia esquecerPaulo.

+nde ele estáD perguntou a 5na! quando come/ou a escurecer. 7ão vai voltar para casa ho#eD

5 governanta parecia preocupada! mas tentou dis0ar/ar. enho certeza de que ele voltará! se puder respondeu. 1 quanto ao seu maravilhoso #antarD eve tanto trabalho para

prepará-lo! e ele nem se importa de in0ormar se vai vir! ou nãoD + clima! aqui! permite que a comida 0ique quente por um poucomais de tempo. 1 ele sempre come quando pode.

Mas...5na olhou pela #anela. :em outra tempestade por aí anunciou. 9ubens disse que o

rio está subindo. N por isso que estão tentando levar o maior nmeropossível de pessoas para anta $ruz.

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Miranda mal percebera as chegadas e partidas do helic"ptero!durante toda tarde. 7aquele momento! notou que as nicas pessoas queestavam na casa eram as empregadas.

1stamos em perigoD perguntou.

5quiD 7ão! o rio nunca chega até a casa. Mas podemos 0icar semeletricidade por um tempo. Mas acho que voc3 deveria ter ido paraanta $ruz também.

5 mulher 0ez uma pausa! suspirando. Mas a srta. Martins e o patrão tinham achado que voc3 0icaria

melhor aqui na 0azenda! então eu não disse nada a 9ubens. 1spero que opatrão não 0ique bravo! quando descobrir que não a deiHei partir.

5 alegria de Miranda não durou muito! pois Paulo entrou pela porta

da cozinha! segundos depois! parecendo muito cansado.e ele reclamar porque me encontrou aqui depois da evacua/ão em

massa! vou ser bem o0ensiva! ela pensou. 6az muito tempo desde que se comunicou pelo rádio continuou.

5lguma emerg3nciaD enho péssimas notícias Paulo declarou. Eenr%... Miranda murmurou! sentindo um aperto no cora/ão.

Lamento. +h! nãoC 7"s o encontramos num riacho. + barco virou! e ele deve ter

submergido muito rápido. into muito. 9etiramos o corpo. udo bem Miranda disse! desnorteada. enho certeza de que

voc3 0ez o melhor que pGde! tentando encontrá-lo e salvá-lo.Paulo pousou as mãos nos ombros dela e encarou-a. 50agou a 0ace

delicada e os cabelos sedosos.

7ão se#a tão calma 0alou. $hore! grite! 0a/a qualquer coisa.8eiHe seus sentimentos virem F tona. 7ão os su0oque.Miranda movimentou a cabe/a negativamente. 7ão sabia o que dizer!

muito menos o que sentir. 8iga alguma coisa ele pediu. 8iga qualquer coisa! não é hora

de esconder sentimentos. 7ão tenho certeza do que sinto. 1u... eu... não estou sentindo

nada. 1stá em choque. $omo sou idiotaC :amos F sala de estar. :ou lhe

preparar um drinque.

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Miranda acompanhou-o. Paulo entregou-lhe um copo de conhaque. Beba ordenou.1la obedeceu! mas! ap"s o primeiro gole! colocou o copo sobre a mesa

mais pr"Hima.

1le 0ranziu a testa. +h! não! não! por 0avor! não quero beber issoC ela implorou.Paulo a#oelhou-se ao lado da poltrona onde Miranda sentara-se. $a0éD sugeriu. $a0éD Por 0avor! não. 7ão quero nada. 7ão tomava ca0é! na MissãoD 7ão tão 0orte e doce como o que voc3s 0azem. N como os brasileiros tomam. 8eve ter estragado sua garganta!

tomando ca0é F moda inglesa. 7ão. Eenr% não nos deiHa tomar ca0é. empre tomamos chá...Miranda parou de repente! chocada! então respirou 0undo. 7ão gosto de ca0é murmurou. +h! minha querida Paulo sussurrou! abra/ando-a. $hore.Miranda não agentou mais segurar as lágrimas. 1le a segurou nos

bra/os o tempo todo! não 0azendo nenhum comentário. Por 0im! elasentiu-se cansada de chorar! seus olhos estavam inchados! e a cabe/adoía.

Paulo levou-a até o so0á! onde sentaram! envolvidos um nos bra/os dooutro.

8esculpe Miranda pediu! passando as mãos nos olhos. 1lea0agou os cabelos macios! depois o0ereceu o copo de conhaque mais umavez.

8esculpá-la pelo qu3D perguntou. Por ter choradoD odoschoramos! de vez em quando. 5gora! beba o conhaque.Levantou-se e serviu-se de um copo de uísque! que tomou num gole

s".5 apar3ncia dele está horrível! Miranda pensou. 8eve ter trabalhado

muito! antes de encontrar Eenr%. Mesmo não sendo amigos! ele deve terso0rido! ao retirar o corpo de meu pai da água. 1 outros corpos! talvez.Eenr% pretendia trazer seus seguidores para a Missão.

1le... ele estava sozinhoD indagou! apática.

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1stava! gra/as a 8eus. Paulo serviu-se de outro drinque!tomando o líquido de um gole s"! mais uma vez.

Eenr% não insistiu em levá-la com eleD 7ão. 1le sabia que eu não concordava com aquelas cruzadas pela

selva. 5inda bem. Mas que diabos ele pensava que estava 0azendo...D Por 0avor... 8esculpe! mas um homem com responsabilidades não devia entrar

na selva! tentando inter0erir na vida de outras pessoas! antes deresolver a sua.

9esponsabilidadesDPaulo serviu-se de outro drinque! mas daquela vez 0icou olhando para

o copo por alguns instantes! então encarou Miranda. 1ncostou-se namesa de mogno.

9esponsabilidades repetiu deliberadamente. Mas... ;ma 0ilha "r0ã de mãe! num país estranho! sem dinheiro! nem

amigos! ou qualquer outro bem.Miranda entendeu! então! que Paulo! que #á acreditava ser

responsável por ela! sentira-se ainda mais! com a morte de Eenr%. 1estava deiHando bem claro que não gostava nem um pouco da situa/ão. Posso cuidar de mim mesma murmurou. 5gora! voc3 está bem. Mas e se Eeitor não tivesse descoberto

voc3 na MissãoD 2uem iria salvá-laD 2uem! se ninguém ao menos sabiaque voc3 eHistiaD

+h! eu não tinha pensado nisso. 1! 0elizmente! não precisa pensar.

Porque estou aqui em sua casa! é issoD 7ão quero abusar de suahospitalidade.Miranda sentia-se desamparada! mas buscou o autocontrole. 7ão que eu não se#a grata continuou. Minhas chances de

sobreviver! sem voc3! teriam sido...5i! estou piorando a situa/ão! pensou. Paulo olhava-a! carrancudo.Miranda 0icou calada. +h! por que ele tinha esse e0eito demolidor

sobre elaD 5cho que! de agora em diante! voc3 abusará de minha

hospitalidade Paulo declarou.

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Eouve um breve sil3ncio. + que 0izeram com o corpo de Eenr%D ela perguntou com

di0iculdade. ei que haverá um 0uneral! mas não sei quais são as0ormalidades.

1u cuidarei de tudo. Mas... 1le não 0oi o nico que morreu. enho de providenciar outros

enterros. +brigada.Miranda sentiu as lágrimas correrem por suas 0aces! e Paulo

entregou-lhe um len/o. 8esculpe pediu. 1u não queria...

7ão pe/a desculpas. em razKes su0icientes para chorar.Paulo parecia 0rio! distante! e aos poucos a0astou-se dela.Miranda percebeu! magoada! e levantou-se! bruscamente. Posso ter muitas razKes! mas não preciso 0icar aborrecendo voc3

declarou. Já está sendo muito gentil. AentilD N esse o nome que dáD +lha! não sou um homem gentil.

1u...

Paulo 0oi interrompido por um barulho que veio do lado de 0ora dacasa. n0ernoC eHclamou! respirando 0undo e passando a mão nos

cabelos. 1scute! não posso 0icar com voc3 agora. 8esculpe. eremosuma longa conversa! prometo. :eremos quais são suas op/Kes e aa#udarei no que quiser.

Mas... Poderá arran#ar um emprego! ir para a universidade! voltar F

nglaterra! ir aos 1stados ;nidos. 6alaremos sobre isso depois.Miranda tinha a impressão de que ele construíra uma barreira entreeles. 1rgueu o queiHo.

$laro que 0alaremos depois disse com ironia. ei que estámuito ocupado. 5grade/o ter perdido seu tempo conversando comigosobre Eenr%.

1u lhe disse que não era gentil. 5credite! não estou 0azendo issopor caridade. e quisesse! teria pedido a outra pessoa para lhe dar anotícia. Bebel! talvez! 0osse a melhor pessoa! mas eu quis estar aqui! aseu lado.

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Paulo parecia impaciente! 0urioso! e aquilo deiHou Miranda con0usa.2uer dizer que se preocupa comigoD! ela indagou-se. Por qu3D 1 por

que a raiva dele me incomoda tantoD 7ão sou uma mulher covarde.Eenr% brigou comigo várias vezes! e eu sempre ria! no 0inal.

+brigada agradeceu.+s sons lá 0ora tornaram-se mais intensos. 5na deu tr3s batidasrápidas na porta antes de abri-la e entrar.

+nde está EeitorD + servi/o de resgate aéreo perguntou se voc3o viu.

8ois homens entraram na sala e come/aram a 0alar em portugu3s.Miranda conhecia um pouco a língua! mas não conseguiu acompanhá-los!devido a rapidez com que conversavam com Paulo. 7o entanto! entendeu

alguma coisa. 2uando ele desapareceuD Paulo indagou. +ndeD +s homens

contaram tudo o que sabiam.Miranda entendeu que havia ocorrido um acidente. + cavalo de

Eeitor 0ora visto atolado na lama. alvaram o cavalo! mas nãoencontraram nenhum sinal de Eeitor. 1 logo ia estar escuro demais.

;ma caminhonete me levaria até láD Paulo perguntou. + homem

pareceu duvidoso. 5na! pe/a para arrearem Perroquet 0alou. Leman#a estácansada. ambém quero que arrumem cavalos descansados para essesdois senhores. Pe/a a obias para preparar as mochilas.

Prendeu o rádio no cinto! 0echou a #aqueta e cal/ou as luvas quetirou do bolso.

:oc3 está eHausto Miranda protestou. 7ão pode mandaroutra pessoaD

2uemD 7ão há ninguém aqui que conhe/a a 0loresta melhor do queeu. 6oi por isso que esses homens vieram aqui. Pode deiHar para amanhã cedo. 5manhã cedo Eeitor pode estar morto. 1ntão! pelo menos! leve alguém com voc3. Já se olhou no espelhoD

ua apar3ncia está horrível.Paulo riu. 8esculpe! 0a/o a barba amanhã zombou. abe que eu não quis dizer isso Miranda replicou! pousando a

mão no bra/o musculoso. :oc3 não entende. 1stá eHausto.

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7ão! é voc3 que não entende. Eeitor é meu amigo. 1 mesmo quenão 0osse! não há ninguém além de mim para ir a#udá-lo.

Leve-me com voc3.Miranda não tinha no/ão do que acabara de dizer. 5 ltima coisa que

dese#ava era voltar para a escuridão da 0loresta! mas! por outro lado!não deiHaria Paulo sozinho.1le segurou-lhe a mão. Minha querida! é muita gentileza sua! mas não sabe como é lá 0ora

declarou. 7ão seiD 1squeceu-se de que passei uma noite na 0loresta! há dois

diasDPor um momento! houve completo sil3ncio na sala. Pela eHpressão

chocada dos dois homens! eles entendiam bastante ingl3s paracompreender a ltima 0rase. 5na olhou para Paulo e depois paraMiranda! mostrando-se consternada.

N! passou uma noite na 0loresta Paulo repetiu. $omo eupoderia esquecerD

Bem! então... Lamento! mas não tem eHperi3ncia o su0iciente para en0rentar a

0loresta de novo. 1u 0icaria muito preocupado com voc3. 6ique aqui com5na e arrume um quarto para Eeitor. 1 reze por ele.:irou-se para conversar com os dois homens. Miranda sabia que não

havia como 0az3-lo mudar de idéia. Pestane#ou muitas vezes para evitarque as lágrimas tombassem.

ome cuidado murmurou.Paulo 0itou-a e bei#ou-a com ardor! ignorando os outros. 1u voltarei sussurrou. 1spere por mim.

$om certeza ela murmurou! o0egante. 8escanse. 7ão sei quando vou voltar. Paulo olhou para agovernanta. 6a/a com que ela 0ique na cama.

im! senhor. 1 tome conta dela.$om isso! saiu da sala! seguido pelos dois brasileiros. Miranda 0icou

olhando para a porta 0echada! com o cora/ão batendo acelerado. N melhor 0azer o que o patrão disse 5na aconselhou. Miranda

0itou-a! sentindo-se desnorteada.1stou amando! pensou.

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:ou lhe trazer um chocolate quente a governanta continuou. :enha. Precisa descansar. eve dois dias perigosos.

PerigososD5na apenas sorriu enigmaticamente.

AP#$%&' )((

7a manhã seguinte! chegaram notícias de Paulo. 1les encontraram o dr. Eeitor 5na contou. + patrão enviou a

mensagem de anta $ruz! do helic"ptero. 1le está machucadoD Miranda perguntou! apreensiva.

$omo vou saberD Por 0avor! precisa me dizer. enho de saber. + patrão está bem. Eeitor machucou as costas. $oitadoC Bem! poderia ter acontecido coisa pior. + patrão voltará assim que puder 5na 0alou. 1 virá com a

srta. Martins. BebelD Mas por qu3D

Porque ela estava com o médico! quando ele se machucou! eu acho. 5na olhou para os legumes que lavava. 1la é uma velha amiga do patrão. 5hCMiranda recordou o que vira em sua primeira noite na casa! quando

estivera na varanda com o gato.erá que Bebel Martins é amante de PauloD! perguntou-se.1stava prestes a perguntar a 5na! mas disse a si mesma que a

empregada não contaria nada.1 quero que Paulo em pessoa me diga a verdade! pensou. 1 eHplique oque signi0icou aquele bei#o! na 0rente de todos. erá que acha que estoudisponível para entret3-lo! quando não houver outra mulher em casaD

Pensando isso! 0icou 0uriosa. eguiu para a biblioteca para tentardistrair-se com um livro! mas não 0uncionou.

Por 0im! admitiu que não era com Paulo que estava brava.1ra consigo mesma. entia-se magoada e humilhada! eHposta ao

ridículo! por causa daquele bei#o. $om Paulo! ela estava preocupada! nãozangada.

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1le tem mesmo de estar bem! pensou! colocando de lado o romanceque tentara ler. erá que estou realmente apaiHonada por um homemtão enigmático e arroganteD 7ão. Já pensei estar amando! antes! e nãoestava.

Veith *are era amigo dos tios dela! na nglaterra. 5 0amília delenão era rica! mas tinha prestígio. Miranda #amais imaginara que ele secasaria com $laire! sua prima mais velha! depois de ter-lhe dito que aamava. $horara um pouco! mas se con0ormara depressa. 8epois! 0icaracom "dio de Veith! por ele! #á casado com $laire! tentar seduzi-la. 6orasua nica eHperi3ncia amorosa.

1ra completamente ineHperiente. Mesmos as heroínas maisinocentes dos livros de Maria $lara sabiam mais de amor e seHo do que

ela.+ gatinho pulou em seu colo e acomodou-se! come/ando a miar.

Miranda estava atenta a todos os sons que vinham da casa! esperando achegada de Paulo.

1le chegou acompanhado de Bebel Martins. Miranda estava na portade uma das cocheiras e teve a impressão de que seu cora/ão partia-seem peda/os! quando os viu #untos.

anto Bebel quanto Paulo mostravam evidentes sinais de cansa/o eabatimento. Bebel parecia um zumbi. Miranda deiHou o cime de lado ecorreu para a#udá-la.

+brigada a mo/a agradeceu. 7ão consigo dar mais nenhumpasso.

5poiou-se no ombro de Miranda. Paulo observou-a e pegou-a no colo. :enha comigo ele disse a Miranda.$arregou Bebel até o quarto dela e colocou-a na cama. Miranda

0echou as cortinas. 1la 0ez o que pGde Paulo comentou. 7ão deveria ter insistidoem ir comigo.

Miranda sentiu cime novamente! mas lutou contra esse sentimento!porque sabia que Bebel precisava de sua a#uda.

5 nica coisa que seu período de treinamento na Missão lhe ensinara0ora a#udar as pessoas.

1la precisa descansar 0alou. :ai sentir-se melhor! depois dedormir algumas horas. 8eve estar desidratada. :ou trazer uma garra0ade água.

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+h! queridaC Bebel murmurou! vendo a eHpressão 0echada deMiranda. 1u não quis...

+ sr. Branco tem sido muito gentil. 1 eu! muito indelicada. 1scute! eu e Paulo nos conhecemos há

muito tempo! e eu o escuto. Bebel riu. Bem! como a maioria daspessoas! eu acho. 8eiHei-o me persuadir de que seria melhor voc3 0icaraqui.

Miranda encarou-a. 1ntendo. Mas não precisa 0icar! se não quiser. e não tiver ninguém no

Brasil e estiver sem dinheiro! será minha responsabilidade a#udá-la continuou Bebel. Posso providenciar sua partida.

odos gostam de dizer que sou sua responsabilidade Mirandadeclarou com raiva. enho vinte e tr3s anos! pelo amor de 8eusC7inguém precisa cuidar de mim como se eu 0osse uma crian/a.

$laro que não. 1u nunca... +h! voc3 e Paulo adoram dizer que sou responsabilidade de voc3s.

Parem com isso. Posso cuidar de mim mesma.Miranda respirou 0undo. Bebel observava-a! curiosa.

uponho que queira tomar banho Miranda 0alou com 0rieza!retomando seu equilíbrio. 5na trouHe toalhas limpas. 8isse que voc3tem bastante roupa aqui.

enho! sim. Precisa de a#udaD indagou Miranda. 7ão! obrigada.Miranda encolheu os ombros.alvez eu devesse insistir! pensou. Mas Bebel #á perdeu a apar3ncia

de cansa/o e não quero passar nem mais um segundo com ela. :e#o voc3 depois despediu-se.5o sair do aposento! deparou-se com uma das empregadas da casa. + patrão quer v3-la! srta. Miranda a mo/a in0ormou

timidamente. +brigada. +nde ele estáD 7o laborat"rio. 1 onde 0icaD Lá 0ora! perto das cocheiras. 1u lhe mostro.

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Miranda seguiu a #ovem empregada. aíram da casa! passaram pelascocheiras e entraram numa pequena casa. 7o 0im de um corredor! aempregada bateu tr3s vezes numa porta e a0astou-se! deiHandoMiranda sozinha.

1ntreC Paulo gritou.Miranda abriu a porta e viu-o sentado diante de uma bancada!olhando através do microsc"pio o que parecia ser um peda/o de 0olha desamambaia. 1le deiHou o microsc"pio e digitou alguma coisa numcomputador a seu lado.

2ueria me verD ela perguntou.Paulo olhou-a. Miranda notou que ele tomara banho! 0izera a barba e

que devia ter dormido! pois não tinha mais marcas de cansa/o no rosto.

2ueria! sim ele respondeu.Auardou a lmina que estava sob microsc"pio e desligou o

computador. + que está 0azendoD Miranda indagou. entando colocar meu trabalho em dia. rabalhoD 5cha que passo a vida procurando donzelas inde0esas na 0lorestaD

Miranda enrubesceu. $laro que não negou! olhando ao redor. + que 0az aquiD Pesquisa botnica. Pesquisa botnicalDPaulo riu. 7ão 0ique tão surpresa disse. N o que sou. Botnico. 6oi por

isso que meu avG deiHou-me a 0azenda. ;ma das razKes. emos umpequeno programa de pesquisas aqui.

Miranda abanou a cabe/a! incrédula.7unca pensaria que Paulo pudesse dedicar-se Fquele tipo detrabalho.

:oc3 é quem organiza as pesquisasD perguntou. ou o diretor do programa. " que! quando estou ausente! 9ubens

cuida de tudo. 5usenteD ou palestrante. ;ltimamente estive na 1uropa e nos 1stados

;nidos. ornei-me muito popular! no ramo da homeopatia. 2uer dizer que brinca de resgate na selva! nas horas vagasD

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Para surpresa de Miranda! Paulo não riu. 7unca vi nada igual ao que aconteceu aqui nesses ltimos dias

ele comentou. Mas teremos muita sorte! se a coisa parar por aí. 2uer dizer que a tempestade pode voltarD

Para ser honesto! pensei que 0osse chover a noite toda. 6iqueipreocupado com voc3 e as empregadas! sozinhas aqui. Mas Eeitorquebrou algumas costelas e eu não podia deiHá-lo sozinho.

Por alguns instantes! Paulo pareceu entretido com seus pr"priospensamentos.

+ que está pensandoD Miranda arriscou-se a perguntar. 2ue eu esperava coisa pior. 1 o que seria pior do que a tempestadeD

;m 0uracão. ;m 0uracãoCD Mas... 8eve ter percebido que o vento soprava mais 0orte do que nunca!

ontem. +s meteorologistas acreditam que o 0uracão não volte a passarpor perto! pois em teoria #á passou. Mas na prática... 7ão é nadaincomum um 0uracão ir e voltar. Mas! talvez tenhamos sorte.

orteD

N. 7unca se sabe o que pode acontecer! quando se trata da 0or/ada natureza. 1 quais as chances de ele voltarD indagou. Poucas! de acordo com os meteorologistas de Manaus. 7ão acredita nelesD 7ão sei. 7ão sou nenhum perito em previsão do tempo. Mas eles

disseram que não havia perigo de o rio subir! e erraram. + nível daságuas #á subiu um metro! s" esta manhã. Mais alguns metros! e inundará

9osário. 1 as conseq3nciasD + pessoal da vila #á 0oi evacuado. Mas os estragos... 5 0azenda!

com certeza! 0icará sem energia. 2uero tirar Bebel daqui o mais rápidopossível. 1 voc3! claro.

6a/a o que achar melhor Miranda declarou com raiva. 5cho... 5cho que as pessoas não pensam com clareza no meio de

uma crise. e vai dizer mais uma vez que se sente responsável por mim...

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+i! a loira cumprimentou com um sorriso. +i. $omo estáD :oltei a ser humana. Eouve um momento! ho#e de manhã! em que

achei que era uma rã. 6oi minha primeira e ltima eHperi3ncia numa

barraca na 0loresta. 1 voc3 passou uma noite inteira naqueledescon0orto. 7ão sinto um pingo de inve#a. 6oi uma noite memorável declarou Miranda.6ez uma pausa! recordando a sensa/ão de ter o corpo de Paulo

colado no seu! na escuridão da barraca. 5rrepiou-se. Mas não quero repetir a eHperi3ncia disse.7o íntimo! porém! sabia que aquilo não era verdade. Bebel sorriu e

come/ou a 0alar das roupas mostradas na revista.

Miranda mal escutava.1u 0aria de tudo para 0icar sozinha com Paulo mais uma vez! admitiu

para si mesma. Mesmo tendo sido re#eitada. udo que mais quero é0icar com ele e amá-lo.

1la o amava! sim. 7ão era capricho de adolescente. Julgara estarapaiHonada por 9ol0! o #ovem antropologista! mas s" 0icaraimpressionada com ele! nada mais. + que sentia por Paulo era muito

maior! muito mais 0orte. 1ra amor.entou-se numa poltrona. 1stava con0usa e alarmada.;ma coisa é amar um homem que parece preocupar-se com voc3!

outra é continuar amando-o! quando ele a re#eita! pensou. udo bemD Bebel perguntou. EãD Miranda olhou para a loira e viu-a colocar a revista sobre a

mesa. +h! está tudo bem. 1u... bem... estava relembrando certascoisas.

Lembran/as nada agradáveis! pelo #eito. e quiser conversar arespeito...+ que vou dizerD Miranda perguntou-se! com lágrimas nos olhos. 2ue

estou apaiHonada pelo homem com quem ela dormeDMoveu a cabe/a negativamente. Bebel suspirou! mas não insistiu!

para alívio de Miranda. 5 brasileira parecia preocupada. Mesmo quandoPaulo #untou-se Fs duas F mesa do #antar! Bebel manteve seu ar deabstra/ão.

+bservando Bebel e Paulo #untos! Miranda concluiu que não haviaamor entre os dois. 1les apenas gostavam da companhia um do outro. 1m

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alguns momentos! durante aquele interminável #antar! Mirandaperguntou-se se eles percebiam que ela estava lá também.

1u queria ter coragem de dizer a Paulo que ele não está apaiHonadopor Bebel! pensou.

1le! 0inalmente! levantou-se. :ou terminar minhas anota/Kes eHplicou. 5lguém pode levarmeu ca0é ao escrit"rioD

$laro Bebel a0irmou. Podemos nos ver! quando voc3 acabarseu trabalhoD

Miranda baiHou os olhos! corando. 1stava ciente de que Paulo aolhava! mas não tinha como dis0ar/ar aquela rea/ão.

7aturalmente ele respondeu com 0rieza. 2uando saiu da sala

de #antar! o sil3ncio imperou. Bebel come/ou a brincar com a colher!como se estivesse entretida com seus pr"prios pensamentos.

7ão estou sendo uma companhia agradável! não é! MirandaD observou por 0im. 8esculpe. 1stava pensando nos momentos quepassei na 0loresta. 6iquei superamedrontada.

alvez se#a melhor ir para a cama Miranda opinou. em razão. Pode levar o ca0é para PauloD

$laro. 1ntão! vou subir. Boa noite. Boa noite.2uanto tempo vai demorar para os dois 0icarem #untos no quarto

delaD! Miranda con#eturou. 1le pode não amar Bebel! mas é um homemviril! e ela! uma mulher linda.

6oi ao escrit"rio de Paulo! andando por um estreito corredor! até altima porta. Bateu de leve e entrou.

1ra uma sala ampla! decorada com antiguidades! como o resto dacasa. Eavia mapas nas paredes e um belo tapete indígena cobrindo ochão.

Paulo pareceu não notar sua aproHima/ão. egurava um copo eapoiara os pés sobre a mesa. inha tirado o palet" que usara no #antar!arrega/ara as mangas da camisa e abrira os tr3s botKes de cima.

Miranda aproHimou-se silenciosamente. 5o perceber a presen/adela! Paulo ergueu os olhos e 0itou-a! admirado.

+ que veio 0azer aquiD perguntou. Miranda respirou 0undo. Pensei que voc3... 0alou.

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2ue eu o qu3D 2uisesse ca0é. 1 eu não queria tomar o meu sozinha. 1ntão! decidiu ser sociávelD N.

Muito bem.Miranda mordeu o lábio. Posso ir buscar o ca0éD indagou. +h! não seria uma perda de tempoD + qu3D :oc3 não gosta do meu ca0é. 1 eu #á tomei estimulantes demais.Miranda observou-o. Paulo ergueu o copo. ;ísque disse. 1Hperimente.

+ cheiro da bebida era muito 0orte. Miranda recusou com um gestode cabe/a. Paulo sorriu.

:amos! 0ilha de missionário. e quiser me converter! terá de sees0or/ar mais.

$onverterD 7ão é o que está tentando 0azerD + #ogo da salva/ãoD antas

virtudes na erra! tantas recompensas no $éu. 7ão estou aqui para

barganhar! Miranda. 7ão sei o que tem em mente! ou se aquela alemã in0luenciou voc3...Miranda corou. 5h! então é isso ele concluiu! levantando-se da poltrona

girat"ria. Bem! sei o que Lotte Me%er quer4 outra Missão. 1u #á dissea ela que não traga seus planos para cá. + que nos leva até voc3. + quepensa que está 0azendo aqui a esta hora da noite! o0erecendo-me umaHícara de ca0éD + que realmente querD

7ão quero que vá atrás de Bebel Martins esta noiteC Mirandagritou.

AP#$%&' )(((

Eouve um longo sil3ncio. 7ão querD Paulo indagou por 0im. Por qu3DMiranda desviou o olhar! sentindo suas 0aces avermelharem-se.

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7ão vá procurá-la pediu. :oc3 não liga para ela! não mesmo! eela não ama voc3.

N verdade.+ tom de voz suave dele 0ez com que Miranda 0icasse paralisada por

alguns segundos. 2uando a viu hesitar! Paulo riu. $laro que é verdade! minha doce Miranda. Mas... pensei... :oc3 não... está apaiHonado por Bebel MartinsD :oc3 mesma disse que não ligo para ela. 1 não ligaC e olhar bem dentro de seu cora/ão! verá que o que

digo é verdade. 1 o que sabe sobre sentimentos! 0ilha de missionárioDMiranda ergueu o queiHo.

ei que o amor é mais 0orte do que tudo respondeu. 5mor... + que essa simples palavra signi0ica para voc3D $om certeza não é o que há entre voc3 e Bebel.Paulo riu. Miranda tinha a impressão de que ele estava 0urioso. Bem! pelo menos aprendeu alguma coisa nesta casa ele declarou.

Bebel e eu nos entendemos muito bem.Miranda tentou esconder seu desdém! mas não conseguiu.

7ão me olhe assim Paulo pediu! acariciando o queiHo dela. 7ão é de sua compet3ncia! aprovar ou desaprovar meu relacionamentocom Bebel. :oc3 é minha h"spede e não minha consci3ncia.

1u não estava... 1stava! sim. 5liás! está #ulgando. 7ão! não estou. 7ãoD 1ntão! por que não devo ir ao encontro de Bebel esta noiteDMiranda hesitou! sua coragem sumiu. 7ão con0essaria que

descobrira que o amava. Lembrou-se de que ele mesmo havia dito quenão era um homem gentil.1le ia rir na minha cara! se me declarasse! pensou. 1u não suportaria.BaiHou o olhar. uas 0aces aqueceram-se devido a 0ria que a

consumia por dentro. il3ncioD 7enhuma palavra de amor para me tirar do meu caminho

das trevasD Paulo ironizou. :oc3 não entende. 7ãoD Bem! voc3 é 0ilha de missionário. lumine meu caminho. +

que signi0ica a palavra IamorI em sua concep/ãoD

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+ tom sarcástico magoou Miranda. 5mor é quando voc3 se importa mais com a outra pessoa do que

consigo mesmo ela eHplicou. 2uando abandona todos ossentimentos triviais! como dignidade e orgulho! a 0avor do amor.

Eouve um breve sil3ncio. Parece um péssimo caso de martiriza/ão Paulo retrucou. uperioridade moral. Muito suspeito. 1 ainda há uma barganha! v3D Podenão admitir! mas há. :oc3 sacri0ica seu orgulho e dignidade por outrapessoa! então essa outra pessoa supostamente sacri0ica-se também!certoD

1u disse que voc3 não entendia. +h! entendo sim. 1stamos 0alando de um conto de 0adas. + que

Lotte disse a voc3D 2ue eu seria salvo pelo amor de uma mulherdecenteD

Miranda 0itou-o! pasma! e colocou as mãos nas 0aces quentes. Pauloriu com desdém! a0agando-lhe os cabelos com gentileza.

+ neg"cio é o seguinte4 pelo #eito! devo abandonar Bebel epermitir que Lotte pregue o 1vangelho no novo centro médico comentou.

7ão. Podemos ver isso de outra maneira. :oc3 me ama. 1u te amo. 7"samamos o mundo. 1 é aqui que está a barganha. N um #ogo. 1ncare os0atos.

7ão #ogo com o amor Miranda disse.Paulo encolheu os ombros. odos #ogamos com o amor a0irmou. 7ão podemos evitar. N a

química.

7ão acredito nisso.1le a observou por alguns instantes. :oc3 é mesmo uma perigosa inocente 0alou. Mas não devo

esquecer que voc3 0ez um curso completo de ilusão. 7ão! não estou me iludindo. 1stá sim.Miranda riu. Para mim! o amor é muito mais do que uma barganha declarou.

Mais do que um #ogo. emos pontos de vista di0erentes. 7ão sabe do que está 0alando.

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ei! sim.Paulo ergueu-lhe o queiHo! deiHando seus rostos a centímetros de

distncia. :oc3 é uma crian/a disse.

BaiHou a mão! mas Miranda segurou-a com 0irmeza e 0alou4 7ão sou! não. 5credite! sei que o amor não é uma barganha.1le a encarou com uma eHpressão indeci0rável. :ai me dizer tudo sobre o amor! não vai! minha pequenaD

perguntou com suavidade. 5mar é dar! não 0azer trocas. +h! se eu pudesse lhe mostrar o

quanto está errado.Eouve um breve sil3ncio.

alvez possa Paulo sugeriu.5quela declara/ão pegou Miranda desprevenida. Por alguma razão!

ela 0icou tensa. Minha eHperi3ncia me diz que as mulheres nunca 0azem nada sem

um motivo Paulo declarou. :ira e meHe! 0alam de amor. Mas voc3está sendo di0erente.

5quilo era um desa0io. Miranda permaneceu im"vel.

nesperadamente! Paulo levou a mão macia até seus lábios e bei#ou-a.1la 0icou arrepiada. ;m amor de mão nica ele 0alou. N uma idéia encantadora.

8ar tudo o que se tem pelo bem do outro. eria capaz disso! MirandaD8ar tudo o que temD

1la movimentou a cabe/a a0irmativamente. 5s batidas de seucora/ão estavam aceleradas. 1le bei#ou a mão dela mais uma vez.

Por mimD indagou.

8e repente! Miranda percebeu onde estavam chegando. 6echou osolhos e moveu a cabe/a! novamente a0irmando. 8evo estar louca!pensou.

7ada de promessas! nada de direitos eHclusivos! nada decompromissos para amanhã! nada além de puro amor Paulo observou!cínico.

1la hesitou. 5briu os olhos e viu Paulo eHaminando-a com umaeHpressão curiosa! meio triun0ante! meio preocupada. 5rregalou osolhos.

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:3D $omo pessoa sensata! não gosta nem um pouco dessa idéia ele declarou com 0rieza. 2uando damos alguma coisa! queremos algoem troca. $omo eu disse! amar é 0azer uma barganha.

50astou-se.

:ou provar que não é Miranda 0alou.Paulo parou. 1la aproHimou-se! parou na 0rente dele e pousou umadas mãos em seu peito. 1le 0icou tenso.

N o que quer! nãoD ela perguntou. Miranda... ei que é. 2uer que eu deiHe minhas con0ortáveis concep/Kes e

não pe/a nada como garantia. 2uer isso desde que cheguei aqui! não éDPaulo colocou a mão sobre a dela.

:oc3 não é tão inocente quanto parece disse. 1u nem pensaria nisso! há uma semana. :oc3 me ensinou muita

coisa! Paulo Branco. 7ada que voc3 não quisesse aprender. sso é ridículo. 7ão sabe o

que está 0azendo. :olte para Lotte! pequena. 1le virou-se e come/oua abotoar a camisa. 1stará segura! com ela.

7ão estamos 0alando de seguran/a. 1stamos 0alando de amor.

N a mesma coisa.Paulo encarou-a. ua eHpressão era indeci0rável! mas os olhosescuros tinham um brilho intenso. 1le pousou as mãos nos ombros dela.

$res/a! Miranda. + tipo de amor de que está 0alando não eHiste!eHceto nas "peras. 7a vida real! as pessoas dão o que podem! querendoem troca tudo o que possam usar.

1la cobriu as 0aces dele com as mãos. 8eiHe-me provar pediu. 83-me uma chance.

Paulo deu um passo para trás. :oc3 está vivendo num conto de 0adas 0alou.5 0rieza com que aquelas palavras 0oram ditas amedrontaram

Miranda mais do que se ele estivesse 0urioso ou demonstrasse cinismo.1la teve certeza de que precisava convenc3-lo do contrário. Pegou amão máscula e colocou-a sobre seu seio.

N um conto de 0adas! o 0ato de voc3 me dese#arD indagou.Paulo pareceu congelar! como se tivesse parado de respirar! então

0alou4

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7ão! mas dese#ar é di0erente de amar. 8ese#ei muitas mulheres.1 voc3 acha que me dese#a! mas conheceu pouco homens nos ltimoscinco anos. $onhecerá muitos outros.

Mas voc3 me dese#a! não éD

1les se olharam. Paulo sorriu. 8ese#o admitiu. Miranda sentiu-se triun0ante. 1 levaria esse seu dese#o adiante! se não achasse que há uma

barganha implícita declarou. e não achasse que terá de pagar umpre/o.

empre há. 7ão.Miranda come/ou a abrir os botKes de sua blusa e! ao terminar!

tirou-a e #ogou-a no chão! pousando a mão dele no vão entre seus seios. 7ão há pre/o disse. 7ada de barganha. 7ada de censura.Paulo permaneceu im"vel. Miranda não tinha dvida de que ele a

dese#ava! mesmo que não a amasse.Por que não 0azia amor com elaD Por que pre0eria estar nos bra/os

de BebelDMiranda respirou 0undo e acariciou a mão dele.

1stá brincando com 0ogo Paulo avisou. 1u lhe disse. 7ão #ogo com o amor. sso não é amor.Miranda percebeu que discutir com Paulo seria intil! pois ele era

muito esperto. BaiHou a cabe/a vagarosamente e bei#ou a mão dele!pousada sobre seu seio.

edu/ãoD Paulo murmurou.1la 0icou na ponta dos pés e bei#ou os lábios 0irmes. 1le a segurou

com 0irmeza pelos ombros delicados e a0astou-a. 5cha que não tenho escrpulosD perguntou. 1stava re#eitando-a! mesmo tendo admitido que a dese#avaC Miranda não podia acreditar.

e ele continuar a me re#eitar! seremos estranhos e inimigos peloresto de nossas vidas! pensou! desesperada. 7ão posso suportar.

8e sbito! Paulo agarrou-a e bei#ou-a com 0erocidade. Miranda!naquele momento! teve certeza de que ele a dese#ava. 1le a pegou nosbra/os e olhou-a bem dentro dos olhos.

5ntes de irmos mais longe! acho que devo #ogar limpo e avisá-la deuma coisa4 não 0a/o promessas! nem na cama! nem 0ora dela declarou.

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Eouve um breve sil3ncio. Paulo 0itou-a com um brilho zombeteiro noolhar.

$oloque-me no chão Miranda pediu.1le riu.

em certezaD indagou. 8epois de sua tentativa de meseduzirD 6oi muito convincente! para uma garota com limitadaeHperi3ncia.

1la sentiu suas 0aces avermelharem-se. $oloque-me no chão! por 0avor repetiu. 1stá desistindo de se entregar por inteiro em troca de nadaD Para mim! não é uma barganha. 1u lhe disse. Mas não posso 0ingir

que não sei que! para voc3! é. Posso ter uma eHperi3ncia limitada! mas

não sou uma completa idiota. $oloque-me no chão! por 0avor.$om eHagerado cuidado! Paulo colocou-a no chão. ua eHpressão era

rígida! cínica e entediada. ábia decisão disse! voltando para a mesa. ugiro que

escreva para Lotte e diga-lhe que 0ez o melhor que pGde! mas não0uncionou. Bebel pode entregar a carta.

Miranda pestane#ou ao ouvir aquele tom de voz 0rio sarcástico e a

deliberada re0er3ncia a Bebel Martins. 1stava magoada! mas seuorgulho não a deiHou demonstrar. :oc3 está errado 0alou. sso não tem nada a ver com Lotte.

5baiHou-se! pegou a blusa e vestiu-a. :ou para a cama. 8iante das circunstncias! devo deduzir que não é seu convite

Paulo ironizou.Miranda mordeu o lábio. Eesitou! então encarou-o. + que o deiHou assimD indagou. 5ssim... tão... tão

descon0iadoD + chamamos de IamadurecimentoI.1la ergueu o queiHo. enho vinte e tr3s anos. 7inguém diria. 1stou ganhando amadurecimento! nãoD Aanhará! no tempo certo. +h! vá para a cama! minha crian/a! antes

que amadure/a mais do que n"s dois este#amos preparados paraen0rentar.

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Miranda voltou para o quarto. entou-se na cama! pegou o gato nocolo e come/ou a acariciá-lo.

7unca me senti tão idiota em toda minha vida! pensou. 7unca 0areinada parecido com a idiotice desta noite.

1 o melhor que tinha a 0azer era nunca mais pGr os olhos em PauloBranco. 5pesar dos problemas com Veith e $laire! escreveria para seutio 7eil! pedindo a#uda para providenciar sua partida da 0azenda o maisrápido possível.

7esse meio tempo! ignoraria Paulo! nem que isso signi0icasse ter deesconder-se.

7a manhã seguinte! Miranda desceu para o ca0é da manhã um poucomais tarde do que de costume! na esperan/a de 0icar sozinha! mas Bebel

apareceu. :ai aproveitar e ir ho#e para anta $ruz comigo! de helic"pteroD

a loira perguntou. Eo#e não. 5inda não. 7ão estou preparada.Bebel mostrou-se aborrecida.erá que Paulo contou sobre a conversa que tivemos ontemD!

Miranda indagou-se! preocupada.

ei que é di0ícil! querida! mas terá que encarar a civiliza/ão! umdia Bebel 0alou. Precisa de alguma coisaD5inda bem que ela não descon0iou da verdadeira razão pela qual

estou relutante em deiHar a 0azenda Branco! Miranda disse a si mesma. Preciso de tempo respondeu. $erto! mas... MasD erá que é uma atitude sábia! 0icar aqui! tão perto de PauloD

6oi o que Lotte disse. 5quela mulherC 1u não estava me re0erindo a 0o0ocas. 1stoupensando em voc3. 1le é um homem muito atraente e... +h! sabe o quevou dizer. :oc3 sempre 0oi superprotegida! é di0erente da maioria das

 #ovens de sua idade. 1le pode magoá-la.7ão tão di0erente! Miranda pensou com ironia. 1u disse a Paulo... Bebel prosseguiu! então hesitou. Bem! é

melhor eu ir ver se 9ubens 0alou com o pessoal do servi/o de resgate econseguiu uma carona para mim. em certeza de que não quer irD

Miranda moveu a cabe/a negativamente.

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Bem! sabe o que é melhor para voc3 Bebel declarou.+ helic"ptero pousou horas depois. 8urante aquele tempo! Miranda

não viu Paulo. Mas quando o helic"ptero chegou! ele acompanhou Bebelaté lá e trocou algumas palavras com o piloto! então correu de volta

para casa! passando por Miranda! mas mal percebendo a presen/a dela.Miranda dis0ar/ou a mágoa. 8isse a si mesma que não podia deiHá-loperceber a dor que sua indi0eren/a causava. eria uma boa desculpapara Paulo mandá-la para anta $ruz.

1la encolheu os ombros e seguiu-o! notou que ele se dirigia F cozinha. + rio #á subiu oito metros Paulo in0ormou aos empregados ali

reunidos. 1 a represa de 9osário está abalada.+lhou para os rostos ansiosos das empregadas! de 5na e 9ubens.

7ão preciso lhes dizer o quanto a situa/ão é séria continuou. Podemos 0icar ilhados aqui sabe lá 8eus quanto tempo. 5s nossasreservas de água podem 0icar contaminadas. emos gasolina e gás parauns dez dias! mais ou menos. 2uem quiser ir para casa! deve dizeragora.

Eouve um murmrio. + piloto 0oi bem claro e disse que não voltará continuou. +s

casos de emerg3ncia estão aumentando cada vez mais. Pelo menos!temos casa e comida. e quiserem estar com suas 0amílias! deverão iragora.

5s empregadas entreolharam-se! hesitantes! mas logo 0icou claroque todas queriam partir.

5té 5na! Miranda notou! surpresa. 7unca lhe passara pela cabe/aque a governanta não morasse lá.

Paulo... 9ubens chamou.

:oc3 mora aqui Paulo observou. +h! quer ír para #unto deEelena! claro. Mas as plantas... Pessoas são mais importantes do que plantas. Posso cuidar delas

sozinho por uns dias. :á! 9ubens. N até melhor! pois não preciso ir evoltar. Leve a caminhonete e 0ique com ela na vila.

Paulo olhou ao redor. $inco minutos para #untarem suas coisas avisou. Precisam

sair daqui o mais rápido que puderem.

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5s empregadas espalharam-se pela casa. Miranda a0astou-se daporta! antes que 0osse atropelada. Paulo #ogou a chave da caminhonetepara 9ubens.

8iri#a rápido como o diabo recomendou. 9ubens pegou a chave!

sorriu e saiu correndo. Miranda ouviu as vozes das empregadas! algunsrisos e! então o barulho do motor da caminhonete. 1n0im! s"s Paulo declarou.Miranda 0oi pega de surpresa. 5 0rieza que ele demonstrara antes

tinha desaparecido. Paulo não a olhava como se ela 0osse uma crian/a. 1stá com medo! MirandaD 8o rio subirD 7ão.1la sabia que Paulo não se re0erira ao rio! mas achou melhor 0azer-

se de desentendida! pois agitara-se toda por dentro. 1 voc3! estáD indagou. Já passei por tempestades horríveis. 5té um 0uracão! uma vez! na

6l"rida. e 0ormos sensatos! dará tudo certo.:irou-se para a pia! tapou o escoadouro e abriu a torneira. 1ncha de água tudo o que encontrar instruiu. Banheiras!

bacias! vasilhas! tudo o que encontrar.

1les trabalharam duro! armazenando água! até o 0im da tarde. eremos de economizar eletricidade Paulo declarou. +gerador 0unciona a "leo.

:oc3s t3m lamparinas de queroseneD ;m pensamento prático. im! temos! em algum lugar. 1mbora eu

tenha de admitir que não sei como 0uncionam. 1u sei.7a Missão não tínhamos gerador pr"prio! Miranda pensou.

1ntão! venha comigo Paulo disse.1ncontrou duas lamparinas na despensa! depois de alguma busca. +s pavios precisam ser aparados! mas as lmpadas estão em

per0eito estado! embora su#as Miranda 0alou.Paulo acomodou-se numa cadeira e observou-a. :oc3 não pára de me surpreender admitiu. " porque sei acender uma lamparinaD Porque parece tão 0rágil! e de repente mostra-se competente.Miranda riu. 7ão sou 0rágil declarou. :oc3 pensa que sou.

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7ão s" eu. Bebel vive me lembrando de como voc3 é #ovem.enho vinte e tr3s anosC 6az tempo que saí da adolesc3ncia. $oncordo! mas voc3 tem de admitir que teve uma vida eHc3ntrica

nesses ltimos anos.

1 voc3! nãoD+ olhar atGnito dele 0ez com que Miranda risse. ão eHcentricidades di0erentes ela esclareceu. 1ntão! acha-nos peculiaresD 8i0erentes do rebanhoD 1scolhemos

caminhos di0erentesD N.Paulo cruzou os bra/os.1le precisa 0azer a barba de novo! Miranda pensou! olhando-o!

0ascinada. N tão seH%C 5cho que terei de me es0or/ar muito nospr"Himos dias! para não perder o controle.

5cha que somos parecidosD Paulo perguntou! pensativo. 7ão em tudo! claro ela respondeu com ironia. 1le riu e 0ez

men/ão de aproHimar-se dela! mas um tremendo barulho do lado de 0orada casa! interrompeu-o. 5quilo 0ez com que Miranda se lembrasse dashoras apavorantes que passara na Missão! tentando tomar coragem para

en0rentar a 0loresta. em certeza de que não está com medoD Paulo indagou!percebendo sua apreensão.

7ão. 7ão precisa bancar a cora#osa. + medo é per0eitamente aceitável!

numa situa/ão como esta. 1 as coisas vão piorar.Miranda estremeceu. Paulo olhou-a com um sorriso. :amos ver se essas geringon/as 0uncionam. 2ue tal irmos para a

sala de estar! tomar um drinque F luz de lamparinas do tempo de minhaav"D Paulo sugeriu. 9omntico! nãoDMiranda 0icou aliviada com a mudan/a de assunto. $laro que vão 0uncionar disse! o0endida. 5s chamas não vão

tremular. erão "timas para leitura.Paulo pegou as duas lamparinas das mãos dela e sorriu. 7ão quero ler 0alou. 2uero uma noite civilizada! em minha

sala de estar. Podemos beber e conversar. $ontar hist"rias de nossasvidas.

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egundos depois! entravam na escura sala de estar. 5s #anelasestavam 0echadas! assim como todas as outras! na casa inteira.

Paulo colocou as lamparinas numa mesa! tirou um isqueiro do bolso eacendeu-as. Miranda notou que as mãos másculas não tremeram! nem

por um segundo. 7ão está mesmo com medo comentou. 5prendi a lidar com os elementos da natureza. enho outras

coisas a temer.Miranda sentou-se no so0á. 1 as hist"rias de nossas vidasD cobrou! zombeteira Eouve um

breve sil3ncio. 5cho que não 0oi boa idéia Paulo negou.

+h! não vou tentar desvendar seus segredos... ela disse!surpresa e um tanto o0endida.

1le acomodou-se a seu lado! no so0á! e 0itou-a. +s segredos não são o problema 0alou. N o que está por trás

deles. $oisas que queremos! sentimos! não admitimos! nem para n"smesmos. 1mo/Kes reprimidas.

7ão estou reprimindo minhas emo/Kes.

+h! está sim. e está com medo! eHpresse seu medo. Arite. Briguecomigo por t3-la trazido para cá. Bata em mim! se quiser. 1le sorriu. Libere suas emo/Kes. e deiHá-las guardadas aí dentro! teráproblemas no 0uturo.

8e repente! uma onda de calor percorreu o corpo de Miranda. 1lanão entendia o que estava acontecendo! mas teve a sensa/ão de quePaulo podia ler seus pensamentos.

alvez se#a mais 0ácil lidar com os problemas 0uturos disse.

alvez! adiar a libera/ão das emo/Kes se#a uma boa idéia. 2uero dizer!se não 0or capaz de lidar com elas agora.eguiu-se um sil3ncio enervante. :oc3 pode lidar com um bom grito de medo Paulo declarou. alvez. Mas há outras emo/Kes! outros sentimentos! que não

posso encarar! no momento.Eouve um longo sil3ncio. 1u sei! não precisa dizer Paulo 0alou. Por que acha que eu...6ez uma pausa! levantando-se.

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7ão tente se comportar como se nada estivesse acontecendo aconselhou! mudando de assunto. Passou por maus momentos. emtodo o direito de perder o controle.

:oc3 me con0ortariaD! Miranda con#eturou! magoada.

$omo se eu 0osse uma crian/aD erá que não v3 que é #ustamenteisso que não queroD 7ão sei se agentarei! se ele me chamar de crian/a!de novo.

7ão se#a gentil comigo! Paulo. ou o ltimo que seria gentil com alguém. abe disso. 1 não estou

sendo gentil! quando digo a uma menina solitária! que ela tem direito ater sentimentos.

;ma menina solitária. N assim que me v3D

1 como não seria solitária! se s" teve como companhia um pailoucoD

:ários adultos 0reqentavam a escola! além das crian/as.7ão quero que ele sinta pena de mim! Miranda disse a si mesma. 7ão

quero. Mas todos! depois! saíam para cuidar de seus a0azeres ele

observou. 1 voc3 0icava sozinha. 7ão precisa 0ingir para mim. 6ale-me

de sua solidão. ei o que é sentir-se s". +utra coisa que temos emcomum. 7ão acho...Paulo a#oelhou-se na 0rente dela. 7ão mesmoD pressionou. 7ão é o que pensa de n"sD 2ue

somos uma dupla 0ora do comumD + que temos a perderD 7ão sei onde quer chegar. +h! sabe sim. :oc3 é uma mulher inteligente. neHperiente! mas

não idiota.Miranda encarou-o que ele estava zangado. 7ão atinou com o motivo!mas achou que a culpa era sua. Passou a língua nos lábios.

7ão 0a/a isso Paulo pediu! respirando 0undo! como se estivessequerendo controlar-se.

Levantou-se e sentou no so0á. 1scute. 7ão sei o que lhe disseram ao meu respeito! mas posso lhe

assegurar que não precisa ter medo de mim. disse! acariciando oqueiHo dela. 1ntendeuD

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2uer dizer que não vai me seduzirD 7ão acho muito lison#eiro!mas! diante das circunstncias! é muito tranqilizador.

7ão tem boa opinião a respeito de meus princípios morais! não é!MirandaD

6ormo meu #ulgamento de acordo com as provas. ProvasD Paulo repetiu! rindo. 1 eu que pensei que estava mecomportando bem. 5té a avisei! lembra-seD

Miranda corou! e ele olhou-a com ar malicioso. 2ue 8eus não permita que eu a 0a/a mudar de opinião! apesar das

provas ele continuou. 2uem melhor do que uma menina intocadapara me #ulgarD

1rgueu-se e a#udou Miranda a levantar-se! enquanto ela o observava!

pasma e alarmada. :oc3 não 0az mesmo idéia! não éD comentou. 8o que está 0alandoD 8as necessidades dos pobres mortais! de seres humanos comuns!

que! por instinto! procuram con0orto uns nos outros. " porque acredito nas provas... 5qui está mais uma prova! menina. 5credite nela.

Paulo inclinou a cabe/a e bei#ou-a com viol3ncia! como se a estivessepunindo.

AP#$%&' (*

8evo estar perdendo a cabe/a Paulo murmurou. Miranda...8eslizou as mãos para a cintura delicada. Miranda 0icou arrepiada.

1le a bei#ou no queiHo! no pesco/o e na ponta da orelha. 1la soltou um

gemido de prazer.2uando eu disse a Maria $lara que queria aventura! nunca imagineiisso! pensou. 7ão imaginei nada relacionado com amor. $omo 0ui idiotaC

Paulo apoderou-se dos lábios macios com ardor e 0erocidade. Miranda! eu... Bei#e-me de novo. +h! 8eus! se eu... 1u quero voc3.1le respirou 0undo. ei que quer concordou. Mas...

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Miranda pousou a mão no rosto dele. Bei#e-me! por 0avor pediu! movimentando-se sedutoramente

contra o corpo viril.Paulo 0echou os olhos.

:oc3 não sabe... sussurrou. 1nsine-me.Miranda 0itou-o e percebeu que sua eHpressão mudava! de repente. 7ão sou tutor recomendável para uma #ovem inocente declarou

com rispidez. abe disso tão bem quanto eu.50astou-se. Miranda observou-o! pasma! não acreditando no que

estava ouvindo. 7ão me olhe assimC ele disse! 0urioso. +h! 8eus! Bebel tinha

razão. BebelD 1la me avisou tantas vezesC :oc3 pode ter vinte e tr3s anos! mas é

uma crian/a! a nível de eHperi3ncia. " um canalha tiraria vantagem... 1 como ganharei eHperi3nciaDPaulo olhou-a bem dentro dos olhos! surpreso. $hutou um pequeno

tapete vermelho a seus pés.

7ão devia ter bei#ado voc3! eu sei 0alou. Mas...7unca me senti tão magoada em toda minha vida! Miranda pensou!contendo as lágrimas.

sso é um pedido de desculpasD questionou.Paulo pestane#ou e permaneceu im"vel. Por um momento! ela achou

que ele ia tocá-la mais uma vez. 5 eHpressão do rosto másculo eraindeci0rável! mas! de sbito! ele riu.

7ão! não é um pedido de desculpas negou. Posso até ser um

canalha! mas um canalha honesto. 7ão pe/o desculpas por coisas de quegostei. AostouDC5quela era uma palavra medíocre! perto do que Miranda sentira com

aquele bei#o. Eomens gostam de bei#ar garotas bonitas Paulo disse. +brigada Miranda agradeceu com doce ironia. Prometo me

lembrar disso. $onsidere como minha contribui/ão para sua educa/ão.Miranda teve a impressão de que! com aquelas palavras!

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Paulo queria magoar tanto a ela quanto a si mesmo. Lembre-me de estar preparada para qualquer outra IaulaI 0alou

com desprezo.1u amo esse homem! pensou. $omo isso aconteceuD 7ão temos nada

em comum. 1le acha que sou uma crian/a! e estamos #untos apenas porcausa da tempestade. 5ssim que o rio baiHar! ele me mandará embora!aliviado.

udo o que queria era ser envolvida pelos bra/os 0ortes e bei#arPaulo com toda sua paiHão! mas não ia admitir esses meus sentimentospara um homem tão sarcástico e 0rio. Podia amá-lo! mas não era tonta.7ão lhe 0aria bem nenhum! dizer a ele que o amava.

5cho que n"s dois devemos estar preparados Paulo declarou.

1squeci...Lá 0ora! o vento soprava com 0or/a. Miranda estremeceu. 7ão tenha medo ele tentou acalmá-la. ei que parece que o

mundo vai acabar! mas a tempestade logo passará.1la nunca sentira tanto medo.e pelo menos ele me abra/asse! pensou.Mas Paulo #á se encontrava no outro lado da sala.

:ai passar logo! mesmoD Miranda perguntou. :ai. 1 quando o rio baiHar! voc3 poderá voltar para a civiliza/ão erecome/ar sua vida.

1la mordeu o lábio. 6az muito tempo que saí da Iciviliza/ãoI 0alou. 7ão sei como

voltarei a viver lá depois de tantos anos. :ai gostar. :ouD

$laro. :oc3 perdeu muita coisa nesses cinco anos. 7ão apenas emeduca/ão. 7ão teve amigos de sua idade! roupas bonitas! não viu 5 Belae a 6era! de 8isne%. em muito o que 0azer.

Mais uma li/ãoD $hame de conselho. $onselho de alguém que conhece o mundo

melhor do que voc3. Paulo sorriu. :oc3 tem que se divertir!eHperimentar! aproveitar a vida. Mas não comigo.

Eouve um longo sil3ncio. 5té o vento pareceu parar de soprar contraas #anelas de madeira. Miranda tinha a impressão de que podia ouvir suapr"pria respira/ão.

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5chava que #á estava magoada! mas agora... pre0eria morrer acontinuar com aquilo.

$laro murmurou. Pode não acreditar em mim agora! mas um dia verá que tenho

razão. alvez.Paulo caminhou na dire/ão dela! então parou. alvez! não. $om certeza a0irmou com determina/ão. Miranda

movimentou a cabe/a negativamente. ei mais do que imagina declarou. Por que acha que vim 0icar

com Eenr%! em primeiro lugarD1le arregalou os olhos.

;ma paiHão de adolescente! que não deu certo! não constitui umavasta eHperi3ncia disse.

Miranda 0icou 0uriosa e encarou-o. 5cha que tem respostas para tudo! nãoD questionou. Bem!

neste caso! está errado. 1u era #ovem! tudo bem! mas não idiota.9espirou 0undo. inha um namorado que dizia que íamos nos casar prosseguiu.

1u... não era 0eliz na casa de meus tios. 8epois que minha mãe morreu!ninguém mais me queria por lá. 1stava sozinha. Veith 0ez com que euparasse de me sentir s". 8isse que nos casaríamos! e eu acreditei.

1 o que aconteceuD 1le era muito #ovem também. Miranda riu com ironia. 1u s"

não esperava pelo "bvio. 5 0amília dele não era rica. inham uma belacasa antiga! mas passavam por di0iculdades 0inanceiras. Minha prima$laire era quem tinha uma grande 0ortuna. 1ntão...

1ncolheu os ombros! calando-se.7a época! tive a impressão de que o mundo ia acabar! pensou. 5goramal posso me lembrar de como Veith era.

1le se casou com sua primaD Paulo indagou. $asou. 1 voc3 0ugiu para a selva amazGnicaDMiranda suspirou. Paulo não precisava mostrar-se tão desdenhosoC I6ugi para a selva amazGnicaI! como voc3 disse! porque morava na

mesma casa que o IcasalzinhoI! e Veith queria continuar com nosso...envolvimento.

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Eenr% sabia dissoD 7ão. 7inguém soube! além de mim e Veith. 1 agora! voc3.Paulo permaneceu im"vel. Minha mãe passou anos doente! antes de morrer Miranda

prosseguiu. 7unca vi a casa de meus tios como minha casa. emprepensei em sair dali. 7osso relacionamento 0amiliar não era lá essascoisas.

ei o que é isso Paulo a0irmou. 2uando minha mãe estava emturn3! eu morava uma semana em cada cidade. 6oi assim! até que meupai resolveu custear minha educa/ão! e 0ui mandado para uma escola nos1stados ;nidos.

Paulo 0ez uma pausa! 0itando-a nos olhos.

:oc3! então! procurou estabilidade ao lado de Eenr% Lane. 1a0ei/ão! claro. 7ão conseguiu nada disso! certoD perguntou.

Miranda mordeu o lábio. Meu 8eus! que con0usãoC Paulo murmurou. 1ra por isso que

estava pensando em voltar para a nglaterraD1la desviou o olhar. 1ra respondeu.

5cho que Bebel estava errada! esse tempo todo.5ntes que Miranda esbo/asse uma rea/ão Fquelas palavras! umbarulho terrível ergueu-se lá 0ora.

+ que 0oi issoD ela indagou. ;ma das árvores do #ardim deve ter caído Paulo respondeu.

7enhuma delas vai cair sobre a casa. Meu avG plantou-asplane#adamente! para evitar um acidente desse tipo. 1stamos seguros.Por que não vai para a cama e esquece o vendavalD

Miranda tremeu. 1squecerD repetiu! incrédula. N! não 0oi uma brilhante sugestão de minha parte. udo bem. Por

que não senta e eu lhe preparo um drinqueD1la acomodou-se numa poltrona. Paulo caminhou até o pequeno bar e

segundos depois voltou com um drinque de cor esbranqui/ada e cheirode lima e canela.

+ que éD Miranda perguntou. om $ollins. 7ão é uma bebida 0orte! mas é melhor tomá-la com o

mesmo respeito. 8iga-me! #oga HadrezD

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1la negou com um gesto de cabe/a. 8amasD $artasD 6orcaD ele indagou. 7ão sou crian/a Miranda reclamou! 0uriosa. 7ão precisa

tentar distrair minha mente da tempestade.

abe se não quero distrair minha pr"pria menteD Eá mais perigosaqui dentro! do que lá 0ora! com aquele vento. 1u gostaria que não dissesse coisas desse tipo. 7ão gosta da verdadeDMiranda encarou-o. 7ão gosto que brinquem comigo respondeu. 8esculpe. $onte como veio para cá e iniciou seu pro#eto de pesquisas ela

pediu! mudando para um assunto neutro.Paulo 0itou-a por alguns segundos! então riu. 2uer que eu con0irme os rumoresD perguntou. $omoD Muito bem. :ou contar. + que ouviu dizer a meu respeito é

verdade. Meu avG me deiHou a 0azenda porque achou que a 0amília demeu pai me devia alguma coisa.

Eouve um breve sil3ncio. 5pesar de eu ter seduzido minha cunhada ele acrescentou.Por alguns segundos! Miranda achou que não tinha ouvido direito e

0itou-o! pasma. Paulo riu. 7ão 0oi uma hist"ria nada parecida com a do seu Veith

continuou. 7ão precisa me olhar assim. 7ão traí homas! meu irmão.1u era #ovem e idealista. alvez igual a voc3. 2ueria casar com ela.

" os #ovens e idealistas se casamD

1le riu mais uma vez. ouché   disse. Eo#e! acho que s" uma pessoa sem #uízo secasaria com Bianca.

$omo ela eraD 1ncantadora! mas nada gentil com seus pretendentes. ;m dia era

adorável! no outro nem olhava para os coitados.Miranda sentiu-se enciumada. 1 voc3 0oi um pretendenteD indagou. Por um tempo.5té que Bianca escolheu homas! ela pensou.

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1 ela também o ignorava! de vez em quandoD perguntou. Principalmente em lugares pblicos.1le não devia gostar de ser ignorado em pblico! Miranda re0letiu.

7a verdade! devia odiar! mas suportou tudo por amor.

+ que aconteceuD quis saber.Paulo deu de ombros. 7"s costumávamos nos encontrar em meu quarto! na universidade

contou. 1la ainda não era casada! claro. 7em noiva. 1u pensava...Bem! eu estava completamente errado. 1la nunca se casaria comigo.

6ez uma pausa. Aostávamos de ir Fs montanhas prosseguiu. ;m amigo meu

emprestava-me um chalé! nos 0ins de semana. Bianca tinha seu álibi!

claro. 8izia que ia visitar a av". 50inal! a velhinha era tão con0usa quenunca sabia se a neta 0ora ou não visitá-la.

1Hibiu um sorriso cínico. ;ma atitude nada bonita! não é 0ilha de missionárioD 7em um pouco. $omo 0oram descobertosD Bianca 0icou noiva de meu meio-irmão. + 0ilho legítimo de meu pai.Miranda notou que ele 0alara em tom magoado.

7ão precisa... murmurou. :oc3 perguntou. 1 deve saber tudo o que 0iz de errado. entei convencer Bianca a não se casar Paulo contou. Mas

homas era rico! bem-humorado! e daria F esposa tudo o que elaquisesse.

uspirou! 0azendo uma breve pausa. Bianca disse que poderíamos continuar a nos encontrar! mesmo

depois que ela se casasse. 50irmou que seria mais 0ácil! porque ninguém

lhe perguntaria o que 0azia com seu tempo livre. homas nem 0icariasabendo.Miranda lembrou-se de que aqueles haviam sido os mesmos

argumentos usados por Veith. 1 o que 0ezD perguntou. $ontinuei tentando convenc3-la a não se casar. 7ão 0uncionou

Paulo respondeu. 1ntão! contei ao homas. Eomens apaiHonados sãocegos. 1le não acreditou em mim.

orriu! melanc"lico.

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Meu avG decidiu intrometer-se continuou. 1ra um velhoastuto e percebeu as inten/Kes de Bianca! antes de todos n"s. Levouhomas ao meu apartamento! uma noite em que Bianca estava lá.

+ que aconteceuD perguntou Miranda! ansiosa.

n0elizmente! homas continuou cego 0alou. 8istorceu os0atos e me viu como o vilão da hist"ria. ornei-me o desprezível sedutorque não conseguia 0icar com as mãos longe da inocente e inde0esamocinha rica.

1 aíD 6ui eHpulso! banido da 0amília! acusado de ingratidão. Meu pai

parou de pagar as mensalidades de minha p"s-gradua/ão. rabalheiarduamente! para poder continuar meus estudos. 2uando meu avG

morreu! deiHou-me esta propriedade. ;ma compensa/ão! como declarouno testamento.

1stava apaiHonado por ela! não estavaD e deiHou seus princípiosde lado! não era apenas seHo. 1stava apaiHonado.

PrincípiosD + que a 0az pensar que eu tinha princípiosD 6uiconsiderado um demGnio encarnado.

1u o conhe/o há menos de uma semana! mas #á o vi em situa/Kes

complicadas. itua/Kes que envolviam pessoas que dependiam de voc3.7ão se comportou como um IdemGnio encarnadoI. 1sse é seu #ulgamento a meu respeitoD N. Julgamento! ou instintoDPaulo sentou-se numa poltrona! observando-a. 5credite! é tolice con0iar nos instintos! no que se re0ere a n"s

dois.

+ cora/ão de Miranda come/ou a bater descompassado. + sil3ncioimperou no ambiente. 8e repente! ela se sentia 0ria e quente ao mesmotempo! com medo e eHcitada! consciente de que se aproHimava de umaescolha crucial! uma escolha que mudaria toda sua vida.

1ncarou-o. Paulo parecia distante! entretido com seus pr"priospensamentos.

1ncontrei o motivo da solidão que sempre senti eHistir nele! elapensou. Bianca. 1ssa mulher custou-lhe a 0amília e ainda o persegue.

+utro estrondo! muito pr"Himo! 0ez com que Miranda soltasse umgrito! trazendo Paulo de volta de seu devaneio.

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8esculpe ela pediu.1le se pGs de pé. udo bem disse. 5cho que 0oi no vestíbulo 6ique aqui.$orreu para 0ora da sala! indo na dire/ão de onde supunha que viera

o barulho. Miranda hesitou por alguns segundos! então 0oi atrás dele.5s vidra/as das #anelas do vestíbulo haviam sido arrancadas! e cacosde vidro e peda/os de madeira #uncavam o chão. 1la soltou um grito!alarmada. Paulo virou-se e gritou alguma coisa.

Miranda não entendeu e aproHimou-se dele! lutando contra o ventoque entrava pelos rombos e empurrava-a para trás.

aiaC Paulo gritou. :á para o outro lado da casaC1la não lhe deu ouvidos e agarrou-o pelo bra/o. 7um gesto instintivo!

ele envolveu-a pela cintura. em alguém lá 0oraC Miranda gritou. + qu3D1la apontou para o #ardim! através do buraco onde antes eHistira

uma vidra/a! mostrando um corpo estendido na alameda! longe da casa. Meu 8eusC Paulo eHclamou. 7ão podemos deiHá-lo lá. :oc3 não pode sairC :ai acabar se matandoC

erei cuidado. 7ãoC Miranda gritou! tomada de a0li/ão. enho de ir. 7ão há mais ninguém aqui. 5 pessoa está a uns

duzentos metros da casa. Eá uma corda! numa das cocheiras! que deveser comprida o bastante para chegar até lá.

1 onde vai prender a cordaD Miranda argumentou. 7ão váC 2uer se 0erir tambémDPaulo não respondeu. :oltou para o corredor! levando-a consigo.

:á para o escrit"rio! que 0ica 0ora da dire/ão do vento. ordenou. 1stará segura. :ou com voc3.1le riu. Minha querida! isso é absurdo disse. + vento a levaria para

longe! num piscar de olhos. 50agou os cabelos castanhos. 1 s" háuma corda.

1ntão! posso 0icar segurando a ponta.Paulo moveu a cabe/a! negando. :oc3 não agentaria declarou.

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7ão vou deiHá-lo sozinhoC ela teimou. Muito bem. Pode 0icar de guarda! para ter certeza de que a corda

está bem presa. 6ique aqui! enquanto vou Fs cocheiras.1le voltou em cinco minutos! trazendo um rolo de corda. 5marrou

uma das pontas ao redor da cintura. +nde vai prender a outra pontaD Miranda perguntou. udo!neste aposento! parece leve demais.

erá um desa0io. 1stá adorando tudo isso! não éD 5doro desa0ios. $omo voc3. Paulo declarou! batendo o dedo

indicador no nariz dela.5borrecida ao notar que não o demoveria daquela idéia! Miranda

suspirou. 1le sorriu e 0oi prender a outra ponta da corda num dospilares ao pé da escada.

7ão vai dar para 0echar a porta! então voc3 terá de colocar todoseu peso contra ela ele disse. Mantenha-a 0echada até que euvolte. 1m dez minutos tudo estará acabado. :enha. 1ncoste na porta!assim que eu sair.

1la não tinha outra op/ão! a não ser 0azer o que ele mandara.

6oram os dez minutos mais longos de sua vida. 1ncostada na porta!que as lu0adas impetuosas empurravam com viol3ncia! usando toda a0or/a que tinha para mant3-la 0echada! ela s" podia rezar.

7ão deiHe que nada aconte/a a Paulo! implorou em pensamento!ignorando a total escuridão e o alarido do vento! que uivava como umanimal en0urecido. 7ão o leve emboraC 8eiHe-me ao menos dizer a eleque o amo. Por 0avor.

5inda não declarara seu amor! por não ter certeza de que era

realmente isso que sentia por ele. 1stivera con0usa! lembrando as 0alsaspromessas de Veith! o homem que tanto a magoara.Mas Paulo não era nem um pouco parecido com Veith. " dizia o que

realmente pensava e sentia.1la deu uma risadinha! recordando que ele a0irmara que não 0azia

promessas! nem na cama! nem 0ora dela. 5pesar do tumulto lá de 0ora!sentiu a paz encher seu cora/ão. 1ncostou a cabe/a na porta e sorriu.

udo o que preciso 0azer! agora! é dizer que o amo murmurou.

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AP#$%&' *

Miranda não teve tempo para mais re0leHKes. Paulo batia na portadesesperadamente. 1la se a0astou para permitir que ele entrasse! car-

regando uma pessoa nos bra/os. ;ma mulher. N Eelena! namorada de 9ubens Paulo eHplicou. :eio para cá!enquanto ele ia para #unto dela. 8esencontraram-se. 8eus me livre dainsanidade dos apaiHonadosC

Miranda ressentiu-se ao ouvir aquela declara/ão! mas manteve aserenidade.

$uidarei dela disse! a#udando-o a colocar a #ovem no so0á. :ávestir roupas secas! antes que pegue uma pneumonia.

Paulo sorriu. im! senhora arreliou! subindo a escada. Miranda colocou o

bra/o de Eelena em volta de seus ombros e levou-a F cozinha! onde deu-lhe uma Hícara de chá quente. 2uando a mo/a saiu do estado de choque!mostrou-se con0usa! depois come/ou a chorar! preocupada com 9ubens.Mas assim que soube que o namorado voltara de caminhonete para a vila!onde devia estar seguro! sucumbiu F eHaustão.

Miranda levou-a a um quarto! onde a #ovem adormeceu assim que sedeitou na cama con0ortável.1 minha situa/ão com PauloD! Miranda perguntou-se. ei que ele me

dese#a! mas acha que sou muito ineHperiente para conhecer meuspr"prios dese#os. em princípios! por isso não me procurará! por maisque me dese#e. $abe a mim dar o primeiro passo.

6icou arrepiada. 5 idéia de se declarar a Paulo era alarmante.ou covardeD! indagou-se com severidade. Bem! talvez um pouquinho.

50inal! nunca 0iz amor com ninguém. Mas amo Paulo! não éD:oltou para a sala de estar e colocou mais querosene numa daslamparinas! apagando a outra. eguiu para seu quarto! onde tirou aroupa e vestiu um penhoar de seda! sem nada por baiHo.

abia onde 0icava o quarto de Paulo! embora nunca tivesse entradolá. ubiu a escada e andou pelo corredor até chegar F ltima porta! queabriu suavemente. 1stava escuro! lá dentro. udo em sil3ncio.

Parece que ele não está aqui! Miranda pensou.

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1ntrou no quarto e 0echou a porta! erguendo a lamparina. :iu Paulodeitado no meio da cama de casal e parou! indecisa. 1 se estivesseerradaD 1 se ele a eHpulsasseD e não a levasse a sérioD

Mas ela o amava. abia que não podia 0ugir! não importava o que

acontecesse! não importava o quanto estivesse com medo.5proHimou-se da cama.Paulo continuou deitado! im"vel! observando-a. +s olhos deles se

encontraram. 5rrepiada de apreensão! ela colocou a lamparina sobre ocriado-mudo.

1u... não ouvi nenhum ruído murmurou. 5chei que nãoestivesse aqui.

5chouD

5chei Miranda a0irmou! notando que ele tirara as botas e acamisa.

+ que está 0azendo aquiD 1u... eu... :oc3! o qu3D$ontrole-se! ela ralhou consigo mesma. Precisa de uma resposta

sensata.

Pensei que quisesse a#uda respondeu. 5#udaD Para tirar as botas.1stou sendo ridícula! Miranda pensou. 5chei que gostaria que eu as tirasse para voc3 prosseguiu.

1stá eHausto. 1u poderia lhe trazer um drinque. empre toma um!quando...

2uando minha resist3ncia está baiHa. Bem! tirei as botas sozinho.

$om um gesto de cabe/a! Paulo indicou uma garra0a de rum sobre ocriado-mudo de mogno. 1! como v3! estou bem servido.Miranda sentiu as 0aces avermelharem-se e desviou o olhar. Podemos conversarD perguntou. obre o qu3DMiranda corou ainda mais. 8e sbito! Paulo meHeu-se. 1la 0icou

tensa. 1le se levantou! sem pressa. 5cho que não quero saber o que veio 0azer aqui 0alou. 7ão

será bom para nenhum de n"s.

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Miranda encarou-o! notando que havia algo mais em sua eHpressão!além da indi0eren/a que ele tentava aparentar. 8eiHou de sentirvergonha e reconquistou a coragem.

e sabe por que estou aqui! então não preciso dizer declarou!

sorrindo.Paulo pestane#ou! parecendo surpreso! mas não desviou o olhar. 7ão entre em #ogos que não entende alertou-a. Miranda

observou-o! pensativa. JogosD repetiu! inclinando a cabe/a para o lado. :á para a cama! Miranda.1la moveu a cabe/a negativamente. 7ão a quero aqui ele insistiu.

1stá 0urioso! Miranda pensou. Mas há mais do que raiva em seuolhar. Preciso saber o que é.

Paulo... aia ele insistiu. 7ão sabe o que está 0azendo. aia.5pontou na dire/ão da porta.Mas as pernas de Miranda haviam come/ado a tremer! e ela não

seria capaz de caminhar! mesmo que quisesse.

7ão vou sair! Paulo. 1stou 0alando sério. aia. 5gora.1la soltou o cinto do penhoar! que se abriu! deiHando eHpostos os

seios redondos. Miranda... 7ão me mande embora. Por 0avor.5proHimou-se de Paulo e pousou as mãos nos ombros largos. Mesmo

com os olhos cheios de lágrimas! notou a eHpressão de puro dese#o no

rosto másculo.1Hultante! pensou que acertara! indo procurá-lo. 7ão importava oque ele dissesse! ela agira certo ao seguir seus instintos.

6icou na ponta dos pés e enla/ou-o pelo pesco/o. Bem devagar!0or/ou-o a baiHar a cabe/a. +s lábios deles se encontraram! e Paulobei#ou-a com voracidade. Miranda soltou um suspiro e teve a impressãode que seu corpo estava derretendo.

7ãoC ele eHclamou! a0astando-se.1la 0icou chocada. 7o instante seguinte! encontrou-se deitada na

cama! mas sem saber se caíra! ou se Paulo a empurrara.

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+ que pensa que eu souD ele indagou. 7ão estou entendendo. 5cordou para o seHo e decidiu eHperimentá-lo. Já que está a

caminho da civiliza/ão! espere até encontrar um garoto de sua idade.

Posso controlar meus impulsos seHuais e não estou aqui para 0azeruma eHperi3ncia ela declarou. 1u... 7ão 0az o menor sentido. er tolo! ou esperto! não tem nada a ver

com seHo. 7inguém pode controlar certos impulsos. 7inguém. 5credite... Mas... Pessoas civilizadas podem segurar esses impulsos! mas s" quando

percebem antes que vão perder o controle. 1 isso acontece apenasquando temos sorte e prevemos o que vai ocorrer.

Miranda 0itava-o! desnorteada. Para um homem! não é nada 0ácil manter o controle! quando uma

bela garota! que não t3m controle sobre seu corpo! #oga-se em seusbra/os...

Paulo calou-se e desviou o olhar! mas #á dissera o su0iciente para secondenar. Miranda! de sbito! sentiu-se 0ortalecida.

:oc3 me dese#a a0irmou! levantando-se.

7ão me 0a/a de cobaia para avaliar seu poder de sedu/ão!MirandaC1la deu dois passos na dire/ão dele. Paulo! não pode recusar-se a admitir a verdade. 8iga que me

dese#a.Por alguns segundos! os dois 0icaram se olhando. Lá 0ora! a chuva

continuava a cair! 0orte! e o vento ainda uivava. udo bem. 8ese#o voc3 ele admitiu.

Miranda não se sentiu vitoriosa! apesar de ter conseguido aquelacon0issão. Pelo contrário! teve de 0azer um grande es0or/o para nãodesistir! assustada com a eHpressão turbulenta que viu nos olhosescuros.

8ese#o voc3! sim Paulo con0irmou. 8esde que dormimos #untos! na barraca. :oc3 percebeu que estava acontecendo algumacoisa! mas não sabia o que era! certoD 8epois! despertou para aspossibilidades e me elegeu seu... pro0essor.

Miranda negou! movendo a cabe/a rapidamente. Paulo puHou-a contrasi! 0or/ando-a a encará-lo.

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7ão sou nenhum pro0essor! querida disse com cinismo. eentregar-se a mim! nosso relacionamento será de igual para igual. 1 voc3terá de assumir as conseq3ncias.

5bra/ou-a! esmagando os seios macios contra o peito largo e

musculoso.1la se sentiu magoada! notando que ele não 0azia concessKes a suaineHperi3ncia. entou lembrar-se de que o amava! mas s" tinhaconsci3ncia da 0or/a e da raiva que vibravam nos bra/os que aseguravam.

8e sbito! Paulo soltou-a! deiHando-a con0usa. + #ogo está 0icando sério demaisD ele perguntou. + problema

com esse #ogo é que voc3 pode escolher como come/ar! mas terá sorte!

se conseguir escolher mais alguma coisa! depois. Paulo... eus impulsos! meus impulsos ele a interrompeu. $hega de eHperi3ncias! por 0avor. Para a paz de espírito de n"s

dois. 7ão é uma eHperi3nciaC 1u te amoC Pelo amor de 8eusC 7ão acha que deve me pouparD

Miranda deu dois passos involuntários para trás. :á para a cama! garotinha Paulo ordenou. :á para a cama e0ique lá! agradecendo a 8eus por eu t3-la deiHado escapar ilesa.

2uero 0azer voc3 0eliz Miranda disse. 7ão! menina. udo o que quer é que eu a leve para a cama. 1u

avisei... N! avisou! mas nunca disse por que acha tão horrível a idéia de

0azer amor comigo.

5morD Paulo deu dois passos F 0rente. 5morD7um gesto insolente! tirou-lhe o penhoar. 8eslizou a mão pelopesco/o esbelto e por um dos seios empinados. Miranda inclinou acabe/a para trás! adorando o toque.

1le a puHou para a cama e deitou-se a seu lado. $ontinuou a acariciá-la! a0agando-lhe as coHas! os seios! torturando os mamilos com suavesmassagens! bei#ando-a na boca! no ombro! no pesco/o. Miranda 0echouos olhos e soltou um gemido de prazer! então houve um longo sil3ncio.

$uriosidade satis0eitaD ele indagou.

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Miranda abriu os olhos com relutncia. inha medo do que estavapara 0azer! mas isso não era nada! comparado com o receio de que Pauloa eHpulsasse do quarto e nunca mais quisesse v3-la.

1le parecia travar luta violenta consigo mesmo! tal a angstia que

havia em seu rosto. 5poiado num cotovelo! eHaminou-a longamente! semnada dizer! sem 0azer um gesto.Miranda teve a intui/ão de que não devia tocá-lo! que cabia a ele

0azer o pr"Himo movimento. entei mandá-la embora Paulo murmurou. entou. e eu tivesse certeza de que voc3 sabe o que está 0azendo... ei o que estou 0azendo. :oc3 me avisou que não 0azia promessas!

na cama! nem 0ora dela. sso teve um grande e0eito sobre mim. 5chou que eu estava dizendo a verdadeD 5chei. 1! mesmo assim! ainda quer... estar comigoDeguiu-se um breve sil3ncio. 2uero amar voc3 Miranda declarou num sussurro. 1ntão! que se#a.

Paulo deitou-se sobre ela. Pela primeira vez na vida! Miranda sentiu opeso de um potente corpo masculino.1le a bei#ou por todo corpo! acariciando-a! eHplorando pontos

sensíveis! enlouquecendo-a.1la nunca imaginara as sensa/Kes que estava eHperimentando! nunca

pensara que 0osse capaz de deiHar escapar aqueles gemidos agoniados!cheios de nsia e paiHão.

7ão... sussurrou em dado momento! assustada com a

intensidade das carícias de Paulo.Mas era tarde demais. 1le parecia não ser capaz de parar! e ela!embora houvesse protestado! sabia que não suportaria! se ele deiHassede acariciá-la. entiu seu corpo amoldar-se ao dele! com consci3ncia deque chegara a um ponto de onde não poderia voltar.

1stava com medo. entou avisá-lo! mas a voz não saiu. 1le separou-lhe as coHas! colocando-se entre elas. $ome/ou a penetrá-la cominvestidas cautelosas. 1la soltou um grito de dor. 1le hesitou! mas eratarde demais.

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+h! minha querida sussurrou! bei#ando-a no rosto. 8e repente!Miranda não teve mais medo nem dor. entiu seu corpo inundar-se deamor! mais uma vez.

1u te amo murmurou! lnguida! come/ando a mover os quadris

sensualmente.Paulo! então! perdeu todo o controle.+ vento parara de soprar com tanta viol3ncia! quando Miranda

acordou. 5inda estava escuro e! por alguns segundos! ela não soube ondeestava.

Mas tinha consci3ncia do corpo de Paulo ao lado do seu. 5indasonolenta! achou que estavam na 0loresta! naquela claustro0"bicabarraca! e que Paulo ainda pensava que ela era um garoto.

MirandaD ele chamou baiHinho.1le virou-se! para que 0icassem 0rente a 0rente. 1la queria ser

tocada! dese#ava que! mais uma vez! os bra/os 0ortes a envolvessem.Mas não 0ez um gesto! apenas continuando a 0itá-lo.

$omo se senteD Paulo perguntou.+ que vou dizerD! Miranda indagou-se com tristeza. 2ue estou

apaiHonada por um homem que não sente nada por mimD

Bem mentiu. Eouve um breve sil3ncio. entei lhe dizer Paulo 0alou.8izer que não me amaD! ela pensou. sso não precisa ser dito. uas

a/Kes #á demonstraram. entou a0irmou. Mais uma vez! o sil3ncio. 5brace-me! Miranda

pediu mentalmente. 7ão imaginei que o arrependimento surgisse tão depressa Paulo

comentou.

1la arregalou os olhos! perpleHa! e sentiu um aperto no cora/ão.Paulo #á estava arrependidoC 8esculpe pediu.1le! num movimento rápido! deitou-se sobre ela. 8esculpas! agora! não adiantam nada disse secamente! então

a0agou-lhe o rosto. 7ão se a0li#a! querida. udo passará! com otempo.

1la pestane#ou para evitar que as lágrimas rolassem por suas 0aces. enho certeza disso assegurou baiHinho. N que é tudo novo

demais para mim.

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1sse é o problema. 7ada é novo para mim. 5 di0eren/a entre n"s émuito grande declarou Paulo! rolando para o lado.

1la olhou ao redor! procurando o penhoar! mal podendo esperar parasair do quarto.

Miranda... :ou ver Eelena. +ntem F noite! ela estava... Muito molhada e muito cansada. 1la não vai agradecer! se voc3

acordá-la. 8eiHe a pobre dormir. emos coisas para discutir.2ue coisasD Minha partida para anta $ruz! tão logo Bebel apare/a

para me levarD Miranda perguntou-se.Paulo prendeu-lhe uma mecha dos cabelos castanhos atrás da orelha!

num gesto carinhoso que tocou o cora/ão de Miranda.

Por que veio aqui! ontem F noiteD Para me a#udar a tirar as botas! #á sei Paulo zombou. Mas! certamente! por outro motivo também.

Miranda enrubesceu. abe por qu3 murmurou. Pensei que soubesse.Paulo levantou-se da cama! caminhou até a #anela e abriu a cortina!

deiHando a luz do sol entrar.

1ntão! voltou para a cama. Miranda puHou o len/ol até acima dosseios! percebendo que Paulo a observava com um sorriso nos lábios.1squeceu o embara/o e encarou-o! con0usa.

5gora! diga por que veio ele ordenou.1la olhou em volta! mais uma vez procurando o penhoar. Pre0ere que eu digaD sugeriu Paulo. Miranda não respondeu. 5cho que cometi um erro a seu respeito ele prosseguiu. 7a

verdade! não 0ui s" eu. :oc3 devia ter ouvido o IsermãoI que Bebel me

0ez sobre sua #uventude. BebelD ela ecoou! aturdida. Paulo sorriu. 7ão somos amantes! mas reconhe/o que ela é uma mulher esperta

e bondosa declarou. 6icou preocupada ao deiHar voc3 aqui! sozinhacomigo. " concordou porque viu que eu... que eu estava disposto acuidar de voc3! no caso de Eenr% morrer.

8isposto a cuidar de mimD Mas mal me conheciaC eHclamouMiranda.

1le sentou-se na cama e segurou as mãos delicadas entre as suas.

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Minha querida! nunca me passou pela cabe/a que eu pudesse meapaiHonar de novo declarou. 7ão me dei bem na primeira vez e nãopodia imaginar que eHistisse uma mulher como voc3.

+ que quer dizer com... uma mulher como euD

Aentil! cora#osa! engra/ada! inocente. ão inocente! que muitasvezes tive a impressão de que caminhava por um campo minado.Paulo bei#ou as mãos dela. entei avisá-la do perigo! mas na verdade tudo que 0iz 0oi

amedrontá-la continuou. Bem! voc3 não estava com medo ontem Fnoite! estavaD Mais determinada a provar seu ponto de vista do queassustada.

Miranda moveu a cabe/a a0irmativamente.

sso mesmo a0irmou! erguendo o queiHo. 1scute! não precisaser gentil comigo. ei o que 0iz ontem F noite! e não 0oi sua culpa. 1u me

 #oguei em seus bra/os. N! #ogou-se! gra/as a 8eus. 1u estava dividido entre meus

impulsos e meus escrpulos ele contou! bei#ando as palmas das mãosdela! 0azendo-a arrepiar-se de prazer. Bem! tenho de admitir. 1stouapaiHonado.

1la puHou as mãos! assombrada. +h! PauloC1le tomou-lhe as mãos novamente. 7ão respondeu a minha pergunta disse. 2ue perguntaD Por que veio ao meu quartoDMiranda! mais uma vez! não respondeu.Paulo ergueu-lhe o rosto! obrigando-a a encará-lo.

1u devia ter escutado voc3! não Bebel 0alou. em razão!Miranda. 7ão é mais crian/a. abe muito bem o que esta noite signi0icoupara n"s dois.

1la corou! e seus olhos encheram-se de lágrimas. 7unca conheci ninguém tão honesto Paulo sussurrou.

1ntregou-se a mim de cora/ão! não é! minha queridaD 7ão 0oi para 0azernenhuma eHperi3ncia. 6oi por amor.

Miranda respirou 0undo e 0echou os olhos! constrangida. N tão di0ícil de dizerD ele indagou. 5#udaria! se eu dissesse

que adoro voc3D 2ue estou apaiHonado desde a primeira vez em que a

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vi! usando aquelas roupas enormes e 0ingindo ser um garotoD 2ue nãoquero viver sem voc3D

Mas Bebel... :oc3 esteve no quarto delaC 7ão vou mentir! querida. Eouve um tempo em que ela achou que

estava apaiHonada por mim! mas eu nunca me apaiHonei por ela.Paulo sorriu. 1u me sentia solitário! e ela me 0ez companhia! s" isso. 8isse isso

a Bebel! e depois ela descobriu que é apaiHonada por Eeitor. EeitorD +h! como 0ui idiotaC 5chei que voc3 e ela eram amantes. Bebel é uma grande amiga. 5 nica amante que tenho e dese#o! é

voc3. :ai se casar comigo! ou nãoD 7ão podemos casarC

Podemos! sim. 7enhum de n"s é casado. udo o que preciso é deseu consentimento. 1... agora sei como t3-lo.

Miranda enrubesceu e sorriu. 8isse que não 0azia promessas na cama! nem 0ora dela lembrou-

o. 6oi a declara/ão mais idiota que #á 0iz. 1ntão! não era verdadeD

1ra. Mas casar com voc3 não é uma promessa. N uma necessidade.Percebi que me procurou porque me ama. 7ão houve nenhuma outrarazão. :oc3 não se importou com o que as outras pessoas diziam a meurespeito.

Paulo aconchegou-a contra o peito. :oc3 me conhece melhor do que ninguém continuou. 1m

poucos dias! percebeu que eu não era um insensível! que realmente amei