UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCÂNTARA GOMES
DEPARTAMENTO DE ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
PROJETO
Desenvolvimento e Produção de Material Pedagógico Diferenciado
para o Ensino de Ciências e Biologia em Escolas Públicas do Estado do Rio de Janeiro
EQUIPE RESPONSÁVEL PELO PROJETO
Prof.ª Esp. Marly Cruz Veiga da Silva
Prof.ª Dra. Magui Aparecida Vallim da Silva
(Coordenadora)
Edmilson Costa Pinto da Cruz
(Designer Gráfico)
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
AO PROFESSOR
O projeto Botânica no dia-a-dia é resultado de muitos anos dedicados a formar, especializar e atualizar
professores de Ciências e Biologia dentro de uma abordagem metodológica moderna teórico-experimental.
O Projeto fornece sugestões de atividades práticas que poderão servir para o enriquecimento do trabalho
na sala de aula oferecendo também material de apoio às discussões que surjam. Não pretendemos que
este projeto seja um livro de Botânica, em cada roteiro discutimos apenas tópicos que possam embasar as
atividades práticas sugeridas.
O Projeto Botânica no dia-a-dia foi desenvolvido em vinte roteiros que tratam das substâncias mais
comuns encontradas nas plantas, das estruturas que as produzem (ou utilizam) e dos processos que
mantém as plantas vivas.
Cada roteiro é composto por duas partes:
PASSO A PASSO
o modo mais simples de fazer cada experiência proposta utilizando-se material de baixo
custo, de fácil manuseio e de fácil reposição. As experiências podem ser realizadas em sala
de aula (caso o colégio não tenha uma sala de ciências), como demonstração ou quando
possível por grupos de alunos.
PARA DISCUSSÃO
tópicos necessários para embasamento teórico dos problemas levantados durante e depois
da realização das experiências. Os tópicos escolhidos são aqueles utilizados nas aulas de
Ciências e Biologia e são resultado da demanda dos professores de Ciências e Biologia que
frequentam os cursos do DECB/IBRAG/UERJ.
Os roteiros foram validados pelos professores do curso de Especialização em Ensino de Ciências e Biologia
oferecido pelo DECB/IBRAG/UERJ (turma 2013) e pelos professores participantes do curso
“Experimentando as ciências – III”, oferecido pelo CECIERJ (Centro de Ciências do Estado do Rio de Janeiro).
Todas as modificações sugeridas pelos professores para tornar a linguagem mais clara e as etapas das
experiências mais precisas foram incorporadas aos roteiros.
Alguns roteiros foram adaptados do Projeto Ciência no dia-a-dia, em realização no DECB/IBRAG/UERJ desde
1992. No entanto a maioria deles foi criado especialmente para este projeto de modo que o ensino de
Botânica possa ser efetivamente realizado com grande agrado pelos professores e seus alunos.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ÍNDICE
I - AS SUBSTÂNCIAS
01. Glicose
02. Amido
03. Óleos e Gorduras
04. Proteínas
05. Celulose
06. Pigmentos
07. Catalase
08. DNA
II - AS ESTRUTURAS
09. Folhas
10. Flores
11. Frutos
12. Sementes
13. Caules
14. Raízes
III - OS PROCESSOS
15. Fotossíntese
16. Respiração
17. Circulação
18. Transpiração
19. Germinação
20. Crescimento
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
ROTEIROS
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
As Substâncias
01. Glicose
02. Amido
03. Óleos e Gorduras
04. Proteínas
05. Celulose
06. Pigmentos
07. Catalase
08. DNA
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BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 01 GLICOSE
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
A glicose é produzida pelas plantas que usam como
material os átomos das moléculas de água e de gás
carbônico e como fonte de energia a luz do sol
captada pela clorofila (e em menor escala por
outros pigmentos).
O processo é comandado por enzimas específicas.
A glicose não pode ser armazenada nas células por
ser uma substância osmótica. Ela é transformada
em sacarose (não osmótica) e assim corre dentro
das nervuras e dos vasos condutores de seiva
elaborada do caule (Floema) dissolvida em água. A
sacarose é distribuída para toda a planta e vai ser
usada como fonte de material e energia para a
produção de amido, celulose, gorduras e vitaminas
A, C, D, E.
Para fabricar outras substâncias, as plantas
necessitam de íons dos sais minerais que entram
dissolvidos na água pelas raízes.
OBS. - Recomendamos fazer experiências com
adoçantes, por ser ocasião de discussão de fatos do
cotidiano. Os adoçantes que usamos para o café e
sucos podem apresentar resultado positivo no
teste, não significando que contenham açúcar.
Como não foram feitos para ir ao fogo podem
durante a fervura, modificar a sua estrutura,
tornando o teste inválido.
Os adoçantes próprios para forno e fogão, sempre
darão resultados negativos.
Coloque 2 tubos de ensaio na estante
apropriada.
Coloque neles água até a altura de 2 cm.
Pingue 5 gotas de Reagente de Benedict
em cada um.
Num deles coloque duas colherinhas de
açúcar (marque-o com a caneta de
retroprojetor).
Prepare e acenda a lamparina (VEJA O
ROTEIRO).
Segure o tubo sem açúcar com o pegador
de tubo de ensaio.
Aqueça o líquido com cuidado até que ele
ferva.
Coloque-o na estante.
Aqueça o líquido do outro tubo, do
mesmo modo.
COMPARE OS RESULTADOS
o líquido que continha o açúcar fica com
uma cor que varia do amarelo ao laranja.
a cor do líquido do outro tubo não varia.
Ele foi usado como CONTROLE.
todas as vezes que o teste der positivo
(cor amarela até o laranja) a substância
testada tem glicose.
FAÇA TAMBÉM
Teste outros líquidos como sucos de
frutas, refrigerantes e adoçantes.
mesmo que o líquido seja escuro, se ele tiver glicose pode-se detectar a cor amarelo- alaranjada.
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BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 02 AMIDO
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
O amido é produzido nas células das plantas, dentro
dos cloroplastos. Ele é insolúvel na água, por isso
não é fabricado no citoplasma.
Para fabricar uma molécula de amido a planta utiliza
como material cerca de 1000 moléculas de glicose.
A energia necessária para isso vem da queima de
outras moléculas de glicose durante a respiração
celular. Este processo é comandado por enzimas
específicas.
Observe na figura que as moléculas de glicose estão
arrumadas todas na mesma direção.
Para duas moléculas de glicose se unirem, uma
molécula cede um íon H+, a outra um íon OH
-
formando uma molécula de água.
O amido substância não osmótica é usado como
reserva nas sementes, raízes e caules. Quando
precisa ser utilizado, outras enzimas juntam uma
molécula de água entre duas moléculas de glicose,
recompondo-as.
As longas moléculas de amido se enrolam em forma
de hélice e os íons de iodo, componente do lugol se
encaixam entre as espiras, fazendo com que o
amido fique roxo.
O papel de jornal é feito apenas de celulose, que
não apresenta a cor roxa quando em contato com o
lugol. Para fazer com que o papel fique branco é
colocado amido na massa de celulose, isto facilita a
leitura e faz com que o papel dure mais.
Coloque uma colherinha de farinha de
trigo numa plaquinha de plástico.
Em outra plaquinha coloque uma
colherinha de açúcar.
o açúcar servirá como CONTROLE da
experiência.
Com o molhador coloque um pouco de
água nas duas plaquinhas.
Misture bem.
Pingue 2 gotas de lugol em cada
plaquinha.
Observe o aparecimento da cor roxa em
uma delas.
a cor roxa indica a presença do
amido.
Agora teste as substâncias em que você
quiser verificar a presença do amido.
todas as vezes que aparecer a cor
roxa, a substância tem amido.
FAÇA TAMBÉM
Pingue uma gota de lugol no papel de
jornal e uma gota no papel branco.
verifique o aparecimento da cor
roxa no papel branco
OBS - Forre a mesa com um plástico antes de
pingar o lugol nos papéis.
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BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 03 ÓLEOS E GORDURAS
PARA DISCUSSÃO
Os óleos e as gorduras são produzidos pelas
plantas que usam apenas os átomos das
moléculas de glicose e energia que obtém na
respiração celular, queimando outras moléculas
de glicose. O processo é realizado com a ajuda
das enzimas específicas.
Os óleos e as gorduras são da família química dos
ácidos orgânicos. Os óleos à temperatura
ambiente são líquidos como os de soja, girassol,
canola, algodão. As gorduras são sólidas como a
de coco e do chocolate.
Estas substâncias são armazenadas no citoplasma
das sementes (e em outros órgãos em baixa
percentagem) em forma de gotinhas
microscópicas.
Através de processos químicos os óleos podem
virar gorduras como os óleos de amendoim,
algodão, soja. As margarinas são um exemplo
desta transformação.
Óleos e gorduras são utilizados pela planta como
reserva nas sementes.
Em algumas plantas podemos encontrar os óleos
essenciais, dentro de pequenas glândulas nas
folhas ou na casca de frutos cítricos. Estes óleos
essenciais são responsáveis pelo aroma e agem
como repelentes de insetos. O mentol e o
limoleno (das frutas cítricas) são exemplos
comuns.
PASSO A PASSO
Separe dois pedaços de papel branco.
Pingue num deles uma gota de água.
Pingue no outro uma gota de óleo de soja.
Coloque os dois papéis em cima de uma mesa e espere mais ou menos por 5 minutos.
COMPARE OS RESULTADOS
no papel em que foi pingado óleo fica uma mancha translúcida.
no outro não fica mancha nenhuma quando a água evapora.
Corte no meio uma semente de castanha
do Pará.
Esfregue a parte cortada num papel branco.
Observe se a mancha de óleo apareceu.
Amasse algumas sementes de girassol entre duas folhas de papel branco.
Observe se aparece a mancha translúcida característica dos óleos.
Pegue uma semente de castanha do Pará com a pinça de metal.
Coloque-a na chama da lamparina.
Quando pegar fogo afaste-a da chama.
Observe como ela fica pegando fogo durante muito tempo.
FAÇA TAMBÉM
Tire a casca de uma laranja pêra ou seleta.
Prenda a vela na placa de azulejo.
Acenda a vela.
Dobre a casca no meio e “espirre” com cuidado o líquido que sai da casca na chama da vela.
Observe como as gotinhas do limoleno pegam fogo.
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BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 04 PROTEÍNAS
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
Para fazer proteínas e também outras substâncias
como vitamina B, pigmentos, hormônios,
aminoácidos, enzimas e outros produtos, as plantas
necessitam além dos átomos da molécula de
glicose, íons das moléculas de sais minerais que
entram dissolvidos na água, pelas raízes. A energia
para isso é conseguida pela quebra das moléculas
de glicose na respiração celular e o processo é
comandado por enzimas específicas.
As proteínas são armazenadas principalmente nas
sementes onde são utilizadas na construção das
novas plantinhas durante a germinação. As
sementes de soja como as do feijão contém
bastante proteína e são utilizadas em dietas
vegetarianas.
Quando testamos a presença de proteína na farinha
de trigo o teste costuma dar positivo. Como nos
grãos de trigo o fruto e a semente estão muito
unidos, quando eles são moídos para fazer a
farinha, a proteína das sementes se mistura com o
amido do fruto fazendo com que o teste dê
positivo.
O leite em pó sugerido para teste é feito através da
desidratação do leite dos herbívoros produzido com
o material das plantas que comem.
Coloque uma colherinha rasa de farinha
de soja na plaquinha de plástico.
Coloque um pouco de água e misture
bem.
Prepare outra plaquinha da mesma forma
usando o açúcar.
Pingue em cada plaquinha 5 gotas de
hidróxido de sódio e 5 gotas de sulfato de
cobre e misture bem.
COMPARE OS RESULTADOS
a coloração roxa que aparece na farinha
de soja indica a presença de proteína.
OBS - O açúcar foi usado como controle da
experiência (não apareceu a cor roxa).
Faça este teste sempre que quiser
verificar se um alimento contém proteína.
se usar grãos não se esqueça de
amassá-los bem antes de fazer o
teste.
FAÇA TAMBÉM
Faça o teste usando farinha de trigo.
Faça o teste utilizando leite em pó.
discuta o resultado positivo destes
testes.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 05 CELULOSE
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
A celulose é fabricada pelas plantas que utilizam as
moléculas de glicose como material e como fonte de
energia. Enzimas específicas arrumam cerca de 1000
moléculas de glicose unindo-as da forma que
podemos ver na figura abaixo.
A forma como ela é arrumada (em direções opostas
umas às outras) faz com que seja o principal
material da estrutura das plantas dando a elas
dureza e maleabilidade.
A celulose é um dos materiais que forma as paredes
dos tubos condutores de seiva que se estendem
desde as raízes até as finas nervuras das folhas,
passando pelo caule.
Além da celulose, os vasos condutores têm um
outro composto, a lignina, que colabora para sua
rigidez e impede a expansão de suas paredes
quando a água sobe sob pressão por eles.
A forma de arrumação das moléculas de glicose
comandadas por enzimas específicas fazem com que
amido e celulose sejam muito diferentes quanto à
estrutura e aproveitamento pelos animais. Podemos
digerir facilmente o amido mas não digerimos a
celulose por falta de enzimas digestivas para isso. Só
alguns tipos de bactérias e protozoários têm
celulase - enzima que digere a celulose.
OBS - Como não temos um teste específico para
celulose de fácil realização sugerimos que se
façam experimentos de exclusão para ver o que
ela não é ou contém.
Use a serragem (celulose) e faça os testes
para amido, gordura, proteína e glicose.
todos darão negativo.
FAÇA TAMBÉM
Recolha folhas secas ou gravetos para
demonstrar a dureza e a maleabilidade da
celulose.
Queime um graveto e observe quanta
energia sai dele em forma de calor e luz.
discuta como a celulose é fabricada
pelas plantas.
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BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 06 PIGMENTOS
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
A grande variedade de coloração das folhas das
plantas pode ser explicada pela qualidade e
quantidade dos pigmentos presentes em cada uma.
Os principais pigmentos das plantas são:
CLOROFILAS - há vários tipos, sendo as principais a
clorofila a e a clorofila b. Como são insolúveis em
água as clorofilas estão dentro de plastos. São as
responsáveis principais pela absorção da energia do
sol e sua transferência para as moléculas de glicose.
A clorofila absorve a radiação vermelha, azul e
violeta não absorvendo quase a verde.
CAROTENÓIDES – pigmentos acessórios na
fotossíntese são de cor amarela, laranja ou
vermelha. São insolúveis em água e também estão
dentro de plastos. São estes pigmentos que dão a
cor vermelha ao tomate, amarela aos grãos de
milho e laranja às cenouras.
Estes pigmentos estão presentes nas folhas das
plantas, mascarados pelo verde da clorofila.
Quando as plantas estão prestes a perder as folhas,
retiram delas a clorofila para aproveitar os íons Mg.
Então podemos ver os carotenóides, que fazem
com que fiquem amarelas ou vermelhas. Este
processo é bem visível nas amendoeiras. A xantofila
é também um carotenóide amarelo muito comum
em folhas.
A cor amarela das flores é produzida também pelos
carotenóides.
ANTOCIANINAS – pigmentos solúveis em água
serão discutidos no Roteiro 09 – Flores, por sua
importância na polinização das flores e dispersão
dos frutos.
Separe algumas folhas verde escuro.
Corte-as em pedaços pequenos.
Coloque os pedaços no amassador com
um pouco de álcool e de água.
Amasse bem até obter um líquido bem
concentrado.
se for preciso coloque um pouco
mais de álcool e de água.
Deixe repousar um pouco e transfira o
líquido, com a ajuda do funil para um
copo.
Dobre a tira de papel de filtro no sentido
longitudinal e coloque-a dentro do
líquido do copo.
Após uns 5 minutos retire o papel do
líquido e observe-o.
dependendo do tipo de folha que
você usou poderá observar 3
faixas coloridas:
- verde escuro (clorofila a)
- verde claro (clorofila b)
- amarelo (carotenoides)
Use folhas de coloração verde claro (e de
outros tons) e repita a experiência.
Compare o tipo (cor e tamanho) das
faixas coloridas.
FAÇA TAMBÉM
Repita a experiência com folhas
vermelhas ou roxas.
Observe uma nova faixa colorida
referente à presença de antocianina
nestas folhas.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 07 CATALASE
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
Para a observação da ação de enzimas escolhemos a
CATALASE presente em todas as células animais e
vegetais.
Esta enzima age nas células destruindo as moléculas
de água oxigenada que se formam numa das etapas
de respiração celular.
A reação química é a seguinte:
Catalase
2 H2O2 2 H2O + O2
Além da catalase, luz, calor e algumas substâncias
químicas provocam a quebra das moléculas de água
oxigenada em água e oxigênio.
A água oxigenada é usada como antisséptico:
quando nos ferimos, as células de nossa pele são
lesadas e deixam sair de dentro delas a catalase.
Quando colocada no ferimento produz oxigênio que
podemos ver pelas borbulhas que aparecem.
Este oxigênio é muito eficaz na eliminação de
bactérias anaeróbicas (não precisam de ar) que
possam estar presentes no ferimento e causar
inflamações.
O oxigênio sai da água oxigenada em forma de
moléculas invisíveis aos nossos olhos.
Separe cinco grãos de feijão.
se tiver tempo ponha-os de molho
na água durante 10 minutos.
Triture-os no amassador em pedaços
pequenos.
Coloque os grãos amassados numa
plaquinha.
Separe outra plaquinha.
Coloque água oxigenada nas duas.
Espere uns cincos minutos e observe:
na plaquinha com o feijão
amassado, a enzima catalase
presente nas células quebra
rapidamente as moléculas da água
oxigenada liberando o oxigênio,
que forma as borbulhas
observadas.
na plaquinha controle o oxigênio
também sai muito lentamente,
pois a luz e a temperatura
também quebram as moléculas de
água oxigenada, mas não o
podemos ver.
FAÇA TAMBÉM
Prepare outras plaquinhas com pedaços
amassados de outras partes de vegetais:
folhas, flores, raízes, caule, frutos.
Pingue água oxigenada nelas e verifique a
presença de catalase.
as vezes o processo é muito lento
e você deve esperar uns 10
minutos, para observar os
resultados.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 08 DNA
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
Os procedimentos para a extração do DNA eram
realizados apenas em laboratórios especializados.
Hoje, levando-se em consideração as características
químicas das células e das moléculas de DNA é fácil
extraí-lo das células. Assim são escolhidos reagentes
que desempenham funções diferentes no processo:
SAL
Arrebenta a membrana celular por osmose.
quando colocamos sal num pedaço de
batata crua, ela perde a água de suas células
e começa a murchar.
DETERGENTE
Dissolve a membrana celular, que tem os lipídios
como principal constituinte.
os detergentes removem a gordura
agarrada na louça e nas panelas.
Após usar estes reagentes a membrana celular se
rompe e o conteúdo da célula (citoplasma e núcleo)
é liberado.
ÁLCOOL
Dissolve água mas não dissolve açúcar.
esta é uma experiência que você pode fazer.
O álcool dissolve o citoplasma aquoso, mas não o
DNA que por ser menos denso que a solução forma
feito uma nuvem esbranquiçada próxima à
superfície.
O DNA é formado por nucleotídeos feitos de:
um grupo fosfato
uma pentose (açúcar)
uma base nitrogenada
Coloque a embalagem de álcool no
congelador.
Coloque 2 morangos (ou 2 pedaços de
banana) dentro do saco plástico.
Aperte bem o saco plástico para obter
uma pasta da fruta.
Adicione 1 colher de sobremesa de sal e
misture bem.
Adicione 2 colheres de sobremesa de
detergente neutro.
Amasse bem (se for necessário coloque 1
ou 2 colheres de água).
Use um funil para colocar um pouco
desta pasta no tubo de ensaio de 2,5 cm
de diâmetro, até a metade dele.
Derrame o álcool gelado no tubo até
quase a borda.
Com o palito de madeira mexa a solução
em movimentos circulares por 1 min.
Observe a separação do DNA que fica
flutuando na solução.
OBS – Como não temos um experimento
fácil para testar o DNA, faça as
experiências de exclusão para evidenciar
o que ele não é, e o que não contém ou
contém.
Retire com o palito de madeira o DNA
que fica sobrenadando na solução e
coloque-o na placa de plástico média.
Distribua o DNA em 3 plaquinhas
menores e em 1 tubo de ensaio de 15 cm
de diâmetro.
Faça os testes para gordura, amido,
proteína e glicose.
(consulte os Roteiros 1, 2, 3 e 4).
os testes para gordura, amido e
proteína serão negativos.
o teste para glicose dará positivo,
graças à desoxirribose – um açúcar
da estrutura do DNA.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
ROTEIROS
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
As Estruturas
09. Folhas
10. Flores
11. Frutos
12. Sementes
13. Caules
14. Raízes
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 09 FOLHAS
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
As folhas das plantas exercem várias funções, entre
outras:
Fotossíntese Transpiração Respiração Circulação Brotamento
A estrutura das folhas é bem semelhante.
PECÍOLO – um cabinho por onde entram os vasos
condutores de seiva bruta – água e sais minerais e
por onde saem da folha vasos condutores de seiva
elaborada – água e açúcar (sacarose).
Por estes vasos também passam muitas outras
substâncias como hormônios, aminoácidos,
vitaminas, enzimas.
NERVURAS – formadas pelos vasos condutores e
que vão ficando mais finas à medida que se afastam
da nervura central.
Nas monocotiledôneas em geral as nervuras são
paralelas à nervura central como no milho, arroz,
lírios.
Nas dicotiledôneas as nervuras são bem espalhadas
em todas as direções.
MESÓFILO – tecido onde estão as células que fazem
a fotossíntese. Todas estas células estão muito
próximas às finas nervuras por onde entram e saem
os produtos da folha.
O conjunto das nervuras e do mesófilo forma o
LIMBO.
A parte superior das folhas é coberta por uma
película impermeável à água – a cutícula, feita de
cera, que a deixa com aspecto mais brilhante.
Na parte inferior do mesófilo encontramos os
estômatos que regulam a quantidade de água que
sai da folha e a de gás carbônico que entra.
Os estômatos estão em muito maior quantidade na
parte ventral da folha, mais protegidos contra a
poeira, o calor e o vento.
Escolha algumas folhas verdes de plantas diferentes.
Observe nelas as seguintes estruturas: o pecíolo (cabinho); as nervuras; o tecido entre as nervuras
(mesófilo).
Observe as duas faces da folha: quais as diferenças entre elas?
Observe a posição das nervuras: são paralelas entre si? são bem ramificadas? são monocotiledôneas ou
dicotiledôneas?
Observe as diferenças quanto: forma, espessura, tamanho, textura, forma das nervuras, borda, brilho e cor.
Faça um herbário com as folhas da seguinte maneira:
Escolha folhas com nervuras finas.
Arranje um catálogo telefônico velho. Se não tiver, corte folhas de jornal em quatro partes.
Distribua as folhas das plantas entre as páginas do catálogo ou do jornal esticando-as bem.
Anote num papel branco o número da folha e dados que sejam importantes: nome da planta, data, local onde foi coletada, nome do coletor e mais o que achar importante.
Coloque o catalogo ou jornal com as folhas das plantas debaixo de um livro pesado.
Espere uma semana e verifique se já secaram.
Se não secaram, mude as folhas de lugar.
Quando estiverem secas aplique no pecíolo e no ápice da folha um pouco de cola em bastão.
Prenda-as em folhas de papel branco.
Passe os dados para estas folhas.
Coloque dentro do saco plástico.
OBS - Veja o modelo fornecido.
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BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 10 FLORES
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
A grande variedade de cores das flores é devida à
presença de pigmentos que encontramos em suas
pétalas:
CAROTENÓIDES – responsáveis pelas cores amarelo
e laranja. São insolúveis em água e por isso ficam
dentro dos plastos.
Os carotenoides não são substâncias indicadoras de
pH, (as clorofilas também não) e assim a cor de uma
flor amarela ou laranja não varia na mesma flor.
ANTOCIANINAS – responsáveis pelas cores
vermelha, rosa, azul, lilás e roxa das flores (e
também pelas cores vermelha e roxa de algumas
folhas). São solúveis em água e por isso podem
estar espalhadas no citoplasma ou dentro de
vacúolos.
As antocianinas são substâncias indicadoras de pH,
variando sua cor se o líquido do citoplasma for
ácido ou básico.
flores do manacá nascem roxas. À medida
que as substâncias básicas do citoplasma
vão sendo gastas as flores começam a
perder a cor até ficarem brancas quando o
suco celular fica neutro.
FLAVONOL – é um pigmento encontrado nas flores,
invisível para nós. Está localizado nas células da flor
funcionando como um guia para o nectário, para
abelhas, vespas borboletas que conseguem
enxergá-lo.
As flores noturnas são geralmente verdes e
perfumadas. As plantas não gastam material e
energia fabricando pigmentos que não seriam
visíveis para as mariposas, seu principal polinizador.
Consiga flores de várias cores.
Dobre as tiras de papel de filtro de 15 cm
pelo meio, no sentido do comprimento.
Coloque entre as duas partes da tira
pétalas do mesmo tipo de flores.
Amasse as pétalas entre as tiras de papel
de filtro rolando um lápis ou caneta sobre
elas até o papel ficar bem colorido com o
suco das pétalas.
Abra as tiras e tire o resto das pétalas de
dentro delas.
Pingue numa das pontas da tira uma gota
de ácido clorídrico.
pode usar também ácido acético.
Pingue na outra ponta uma gota de
hidróxido de sódio.
pode usar também bicarbonato de sódio.
Compare os resultados.
as flores amarelas ou de cor laranja não alteram sua cor. Os pigmentos são carotenoides.
as flores azuis, lilás ou roxas ficam avermelhadas com os ácidos. O
pigmento é a antocianina.
as flores cor de rosa e vermelho ficam arroxeadas ou verdes com as bases. O pigmento também é a antocianina.
OBS - Cada flor utilizada dá um resultado próprio,
que deve ser analisado tendo em vista o
comportamento das antocianinas responsáveis
por sua cor.
OBS - Podem também ser usados nesta prática os
procedimentos iguais aos do Roteiro 06 -
PIGMENTOS
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 11 FRUTOS
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
Todas as estruturas das plantas que possuem
sementes dentro, sejam grandes como abóboras ou
pequenas como uvas são consideradas frutos. Além
de protegerem as sementes colaboram em sua
dispersão
Os frutos estão ligados ao caule por um “cabo”
formado por tecido bem resistente. Dentro dele
passam o xilema e o floema que levam para o fruto
e para as sementes, as substâncias necessárias para
seu desenvolvimento.
Enquanto as sementes não estão maduras (prontas
para germinar) os frutos permanecem presos às
plantas e apresentam algumas características que
dificultam os mecanismos de dispersão: cor verde,
falta de açúcar, de cheiro, presença de cica nos
frutos comestíveis e presença de muita água nos
frutos secos.
Quando as sementes estão prontas para germinar,
estas características se modificam: aparecem cores
e cheiros atrativos, o amido se transforma em
açúcar e a cica some.
Os frutos secos, sem água podem explodir ou voar
espalhando as sementes para longe.
Muitos frutos são chamados legumes como o jiló,
pepino, tomate, pois normalmente são comidos
com sal. Outros são chamados de frutas como a
laranja, o caqui e comidas como sobremesa.
Observe os frutos do amendoim.
a fina capa que o cobre é o
epicarpo de cor amarela.
Aperte suavemente o fruto para que ele
se separe em duas partes.
a capa branca e macia que está
perto da semente é o endocarpo.
Com a faca alfa corte a casca do fruto.
Observe o mesocarpo fibroso, cheio de ar
que faz com que o fruto de amendoim
seja bem leve.
Observe as sementes bem arrumadas
dentro do fruto.
Com a ajuda da lente procure em cada
semente uma cicatriz pequena,
esbranquiçada deixada pela entrada da
nervura.
em vagens não maduras pode-se
observar a nervura que liga a
semente ao fruto.
Escolha outros frutos fáceis de serem
observados pelos alunos como vagens,
mamão, abóbora, melancia e identifique
as suas partes.
OBS - Devido à grande variedade de frutos é difícil
neste roteiro comentarmos as estruturas de cada
um.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 12 SEMENTES
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
Cada semente, não importando o seu tamanho, das
minúsculas sementes dos capins, às grandes
sementes dos abacates, é formada por três partes.
TEGUMENTO – capa protetora de cor, textura e
consistência muito variadas. Geralmente é
impermeável à umidade do ar. Algumas resistem
até à ação das enzimas digestivas dos animais
podendo assim contribuir para a dispersão das
sementes.
ENDOSPERMA – tecido constituído de substância
de reserva, localizado entre o embrião e o
tegumento.
As substâncias de reserva são:
amido – como no feijão
óleo – como no girassol
proteína – como na soja
Estas substâncias são consumidas durante a
germinação e nas primeiras fases do crescimento.
OBS – Nas sementes de feijão o amido está dentro
dos cotilédones – folhas embrionárias. Em outras
sementes, como nas de abóbora está fora deles.
EMBRIÃO – constituído de um ou dois cotilédones –
folhas embrionárias. Preso no meio destas folhas
encontramos o caulículo (caule pequeno). Numa
das pontas do caulículo ficam duas pequenas
folhinhas que depois da germinação se
desenvolverão nas folhas primárias. Na outra ponta
do caulículo fica a radícula (pequena raiz) que dará
origem à raiz primária.
Nas folhas embrionárias – os cotilédones, estão as
enzimas responsáveis pela transformação das
substâncias de reserva em moléculas aproveitáveis
pelo embrião para crescer.
Coloque 10 sementes de feijão de molho
na água no dia anterior à experiência.
Quando for utilizá-las, seque-as bem.
Separe as cascas (o tegumento) utilizando
a faca alfa.
Seque bem as cascas e cole-as numa
folha de papel.
Observe os dois cotilédones de cor
branca – são feitos de amido.
Amasse dois cotilédones e faça o teste do
amido com eles.
Abra com a faca alfa outros dois
cotilédones.
Observe o embrião preso num deles.
Transfira o embrião para uma placa de
plástico.
Seque os cotilédones e cole-os perto das
cascas.
Observe o embrião com a lupa e
diferencie suas partes:
caulículo
radícula
folhinhas primárias
Cole o embrião na folha de papel, perto
dos cotilédones.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 13 CAULES
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
Dentro do caule das plantas, dia e noite, a água está
sempre correndo em vasos feitos de celulose e
lignina:
das raízes para as folhas a água com sais
minerais dissolvidos – seiva bruta, sobe
pelos vasos chamados lenhosos na parte
mais interna da casca – o conjunto deles é o
xilema.
das folhas para toda a planta em direção às
raízes, bem junto à parte mais externa da
casca, vasos liberianos conduzem água com
diferentes tipos de açúcares – a seiva
elaborada. O conjunto é chamado floema.
O açúcar mais comum é a sacarose.
Pelo xilema e pelo floema são conduzidos outros
produtos como hormônios, vitaminas, resinas,
aminoácidos, enzimas.
Na experiência proposta ao se cortar o caule da
planta no sentido longitudinal pode-se ver os vasos
do xilema coloridos pela anilina.
Nas folhas pode-se ver as nervuras coloridas, mas o
corante se espalha também pelo mesófilo. Todas as
células das folhas recebem água e sais minerais,
hormônios e outras substâncias através das
nervuras.
OBS - As moléculas das anilinas são muito grandes
para entrarem nos microscópicos pelos absorventes
das raízes. Por isso na experiência recomendamos
usar só os caules.
Você pode fazer uma experiência
CONTROLE colocando as plantas com raízes
na anilina.
Com uma semana de antecedência ponha
para germinar 10 sementes de girassol ou
de feijão.
use terra preta e os copinhos transparentes furados.
Molhe todos os dias.
Quando as plantinhas estiverem com
mais ou menos 10 cm prepare as anilinas.
Coloque separadamente as anilinas
vermelha e azul em 2 tubos de ensaio até
a altura de 2 cm.
Prepare outro tubo com água.
Corte as três plantinhas maiores bem
próximo à raiz com a faca alfa.
Mergulhe imediatamente as três
plantinhas, cada uma num tubo de
ensaio.
Coloque os tubos na estante.
Espere 10 minutos e observe se as folhas
das plantas já começaram a mudar de
cor.
se precisar espere mais 10 minutos.
Retire uma das plantas da anilina e lave
para tirar o corante da parte externa do
caule.
Agora corte com a faca alfa,
cuidadosamente, o caule no sentido do
comprimento, bem no meio.
Com a lupa observe as finas linhas que
levam o corante para as folhas.
Faça o mesmo com a outra planta da
anilina.
Observe as folhas com a lupa e procure
observar se as nervuras estão coloridas e
se o corante já se espalhou para as
células da folha.
a planta na água pura foi usada como CONTROLE da experiência.
OBS - Guarde a anilina para outra experiência.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 14 RAÍZES
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
A observação de raízes aéreas pode ser feita em
algumas plantas como o fícus, a Costela-de-Adão,
entre outras.
tente observar na ponta de algumas destas
raízes, uma estrutura chamada COIFA, que
serve para facilitar o crescimento no solo.
As plantas mono e dicotiledôneas têm raízes bem
diferentes e que são um bom critério para classificá-
las.
MONOCOTILEDÔNEAS – raízes em “cabeleira”:
muitas raízes quase da mesma espessura, com
muitos pêlos nas pontas.
observe as raízes de plantas mono-
cotiledôneas como coqueiros que
aparecem na superfície do solo.
DICOTILEDÔNEAS – uma raiz central mais grossa de
onde saem outras mais finas.
observe as raízes das mangueiras, fícus
que aparecem na superfície do solo.
Nas pontas mais finas de todas as raízes estão
PÊLOS ABSORVENTES que só podem ser vistos com
o microscópio.
OBS - Para a experiência estamos fornecendo
sementes não irradiadas.
Muitas sementes (principalmente as vendidas em
supermercados) não germinam, pois são irradiadas
para matar ovos de besouros que possam ter. Desta
forma os cereais duram muito mais, mas a radiação
– que não permanece na semente – mata também
suas células germinativas impedindo-as de
germinar.
Prepare dois copinhos de café
transparentes (furados embaixo)
colocando areia até a metade deles.
Coloque-os em cima das placas de
plástico de tamanho médio.
Use a caneta de retroprojetor e escreva
nos copinhos o que vai plantar.
num deles coloque 4 sementes de
feijão.
no outro 10 sementes de arroz.
Cubra as sementes com areia.
Coloque água com o molhador, bem
devagar, até ela aparecer na placa de
plástico.
Observe todos os dias colocando água
quando necessário.
Quando as plantinhas estiverem com
mais de 10 cm, tire-as do copinho com
cuidado lavando bem as raízes.
a areia sai facilmente delas.
Observe a estrutura das raízes, a falta de
clorofila delas e seu modo de
crescimento.
Observe com a lupa nas pontas das raízes
pêlos cada vez mais finos.
Compare as raízes do feijão e do arroz.
Discuta a diferença entre as raízes de
plantas mono e dicotiledôneas.
FAÇA TAMBÉM
Use o mesmo método para ver raízes de
outras plantas como soja, milho e
girassol.
descubra quais são as mono e
quais são as dicotiledôneas.
Faça um herbário com as plantinhas.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
ROTEIROS
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
Os Processos
15. Fotossíntese
16. Respiração
17. Circulação
18. Transpiração
19. Germinação
20. Crescimento
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 15 FOTOSSÍNTESE
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
Com exceção da energia nuclear toda a energia que
consumimos na Terra, vem do sol. A energia que
retiramos dos alimentos ou do álcool quando usado
como combustível está relativamente há pouco
tempo da Terra, quando comparada com a energia
dos derivados de petróleo guardada há cerca de 250
milhões de anos.
Durante o processo da fotossíntese as folhas
liberam as moléculas do oxigênio produzido para
atmosfera. Nas plantas terrestres não podemos ver
este processo, já que sai em forma de moléculas
invisíveis aos nossos olhos.
Nas plantas aquáticas como a elódea, o oxigênio
(como não é muito solúvel em água), à medida que
vai sendo produzido se acumula em cima das folhas,
podendo então ser visualizado.
A colocação de bicarbonato de sódio na água torna
o processo mais rápido, já que a reação química
entre ele e a água produz gás carbônico necessário
para a fotossíntese.
Coloque bicarbonato de sódio na água para discutir
com os alunos, que o gás carbônico obtido fica
dissolvido na água não formando bolhinhas.
Como vemos inúmeras bolhinhas em uma das folhas
e elas não são de gás carbônico, só podem ser do
oxigênio produzido na fotossíntese.
A colocação do experimento na sombra evidencia o
papel da luz do sol no processo.
Consiga alguns ramos de elódea e
mantenha-os dentro de um vidro cheio
de água sem cloro
para tirar o cloro da água deixe-a
em repouso por um dia numa
vasilha aberta.
Separe 2 tubos de ensaio de boca larga
(diâmetro de 2,5cm).
Marque-os com os números 1 e 2, com a
caneta de retroprojetor.
Coloque neles água do vidro até quase a
borda.
Coloque no tubo 2 uma colherinha rasa
de bicarbonato de sódio.
Coloque-os na estante.
Corte duas pontas da elódea com
aproximadamente 5 cm.
Coloque cada uma das partes dentro de
um dos tubos.
Coloque o conjunto na luz do sol.
Observe após 10 minutos
cada folhinha da elódea deverá
estar coberta por minúsculas
bolhinhas.
no tubo 2, a quantidade de
bolhinhas é muito maior.
FAÇA TAMBÉM
Prepare outros dois tubos da mesma
maneira e coloque-os na sombra.
compare os resultados obtidos
com os das plantas colocadas no
sol.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 16 RESPIRAÇÃO
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
Todos os seres vivos, plantas ou animais respiram
dia e noite enquanto estiverem vivos.
No processo da respiração a glicose reage com o
oxigênio produzindo gás carbônico, água e calor.
No nosso corpo, uma parte do gás carbônico
produzido pelos nossos trilhões de células é
carregada para os pulmões combinado com as
moléculas de hemoglobina. A outra parte é
carregada em forma de ácido carbônico, dissolvido
em água.
O azul de bromotimol usado nesta experiência é um
indicador de pH. Em meio ácido é amarelo, em
meio básico azul. Quando sopramos nele a água fica
ácida e o líquido fica amarelo.
Sabendo-se que o gás carbônico se transforma em
ácido carbônico quando dissolvido em água e que o
azul de bromotimol é um indicador ácido-base
pode-se entender a experiência proposta.
As plantas respiram também dia e noite, mas
durante o dia o gás carbônico produzido é utilizado
na fotossíntese. Durante a noite (ou no escuro) não
ocorre a fotossíntese e o gás carbônico é liberado
para o ar. Ao se combinar com a água que dissolve
o azul de bromotimol, torna-a ácida mudando a cor
do líquido.
Escolha dois galhos com folhas de uma
planta que esteja no sol. (não os
arranque)
Prepare dois sacos plásticos colocando 10
gotas de azul de bromotimol dentro
deles.
Leve-os até as plantas e coloque um
galho com folhas dentro de cada um
deles.
Feche-os com os pregadores.
Cubra um dos sacos com folhas com dois
sacos plásticos pretos para não entrar
nenhuma luz.
Espere uma hora.
Abra os sacos com as folhas e verifique a
cor do azul de bromotimol dentro deles.
FAÇA TAMBÉM
Prepare dois tubos de ensaio colocando
neles 5 gotas de azul de bromotimol e
água até a altura de 2 cm.
Sopre devagar dentro de um deles com o
canudo plástico.
observe o resultado.
Coloque-o na estante.
No outro tubo coloque uma gota de
ácido.
Se não acontecer nada pingue mais uma
gota.
Quando o líquido mudar de cor para
amarelo, pingue gotas de hidróxido de
sódio até ele retornar à cor azul.
CO2 + H2O H2CO3
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 17 CIRCULAÇÃO
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
No Roteiro 13 – Caules, foram discutidos a estrutura
e as funções do xilema e do floema.
A água que penetra pelos microscópicos pêlos
absorventes das raízes, conduzindo os sais minerais
em forma de íons, chega através dos vasos lenhosos
até cada folha da planta, passando pelo tronco e
pelos galhos.
Por mais alta que a planta seja – algumas podem
alcançar 100 m – a água chega às folhas, vencendo
a gravidade que a puxa para baixo.
O conjunto dos vasos lenhosos é chamado XILEMA.
Os vasos condutores do xilema resistem às grandes
pressões de água do seu interior graças às
substâncias de que são feitos: celulose e lignina.
As substâncias produzidas nas células das folhas na
fotossíntese e em outros processos, constituem a
seiva elaborada. Estas substâncias dissolvidas na
água penetram nas finas nervuras da folha e
passam para os vasos liberianos do caule – o
FLOEMA, em direção às raízes.
No floema são transportadas substâncias como
sacarose – um açúcar menos osmótico que a
glicose, aminoácidos, enzimas, vitaminas e
hormônios.
O floema está localizado na parte mais externa e o
xilema na parte mais interna da casca dos caules.
As anilinas usadas neste experimento são as usadas
em alimento. Outras anilinas podem não dar
resultados por terem moléculas grandes que não
entram nos vasos condutores.
- Consiga lírios, rosas ou cravos brancos.
plantas de jardim de caules bem
claro como beijos e coleus
podem ser usados com ótimos
resultados.
Prepare as anilinas vermelha e azul
colocando-as em tubos de ensaio de 2,5
cm de diâmetro separados, até a altura
de 3 cm.
Prepare outro tubo usando água pura.
ele será usado como CONTROLE.
Coloque os tubos na estante própria.
Corte os caules das plantas deixando-os
com aproximadamente 15 cm das folhas.
Mergulhe-os rapidamente nos líquidos.
Coloque-os num lugar bem iluminado.
Observe de 10 em 10 minutos até que as
flores ou folhas das plantas que estão no
corante apresentem alguma coloração.
Retire as plantas das anilinas e lave bem
os caules.
Corte os caules no sentido do seu
comprimento e observe os vasos do
xilema coloridos.
Observe nas folhas (ou nas pétalas) com a
lupa:
a rede de nervuras cada vez mais
claras à medida que se afastam
da nervura central.
as células da folha entre as
nervuras – o mesófilo, onde o
corante se espalha.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 18 TRANSPIRAÇÃO
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
A transpiração é o processo responsável pela subida
de água das raízes até as folhas formando um
sistema hidráulico contínuo ligando a água do solo
ao vapor de água do ar.
Nas folhas, a água que chega às células trazidas
pelas nervuras evapora rapidamente. Cada
molécula de água que sai é imediatamente reposta
por outra que estava na nervura mais próxima e
assim por diante através dos vasos lenhosos até que
uma molécula de água entra nos pelos absorventes
da raiz.
A parte superior das folhas é coberta por uma
cutícula feita de cera que a protege da invasão dos
microorganismos e do excesso de transpiração.
Na parte inferior das folhas encontramos uma
grande quantidade de estômatos microscópicos por
onde sai à água e entra o gás carbônico necessário
para a fotossíntese.
O vapor de água é invisível, mas podemos sentir a
umidade nas estufas e nas florestas.
Quando o vapor de água condensa dentro de um
saco plástico podemos ver que ele fica embaçado
pelas pequenas gotinhas de água que se formam.
A transpiração é responsável também pela
manutenção da temperatura das folhas, sempre
baixa mesmo que as folhas estejam no sol.
Quando usamos o papel de cobalto para evidenciar
a transpiração, apenas o que está em contato com a
parte inferior onde estão os estômatos fica na cor
rosa.
O cloreto de cobalto tem a cor azul quando seco e
rosa quando dissolvido em água.
Separe dois sacos plásticos transparentes,
bem secos.
Coloque num deles algumas folhas de
plantas vivas.
Deixe o outro sem nada, ele servirá de
CONTROLE.
Feche-os com pregador.
Observe por uns cinco minutos.
as paredes do saco com as folhas
deverão ficar cobertas de
minúsculas gotinhas de água
(embaçadas).
FAÇA TAMBÉM
Separe duas tiras de papel de filtro.
Pingue nelas cloreto de cobalto até
ficarem bem molhadas.
Escolha um dos modos abaixo para secar
as tiras. Elas deverão ficar com a cor azul:
coloque-as no sol, ou
coloque-as no forno de micro-
ondas, ou
aqueça-as com cuidado no calor
da chama da vela
Quando o papel de filtro ficar azul –
chamado papel de cobalto, prossiga.
escolha a folha de uma planta que
esteja no sol, mas não a arranque.
cubra as duas faces da folha com o
papel de cobalto.
cubra os dos lados do papel de
cobalto com as lâminas, de vidro.
prenda o conjunto com os
pregadores
espere 20 minutos
Desfaça o conjunto e observe o papel de
cobalto, ele deverá estar rosa na parte
inferior e continuar azul na parte superior
da folha.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 19 GERMINAÇÃO
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
Enquanto as sementes estão secas elas não
germinam. A casca impermeável não deixa a
umidade do ar penetrar no seu interior.
Quando ficam de molho ou na terra molhada a
casca amolece e a água penetra nelas. As
substâncias de reserva – na maioria das sementes o
amido, começam a se transformar nos açúcares que
serão utilizados pelo embrião para crescer – É o
início da GERMINAÇÃO.
Dependendo do tipo de semente: feijão, girassol,
arroz, milho o modo como o processo acontece
varia um pouco, mas sempre dentro de um padrão.
As enzimas para transformação do amido em
açúcares estão dentro dos cotilédones – folhas
embrionárias.
O desenvolvimento do embrião geralmente começa
pelo crescimento da radícula que força a abertura
da casca, cresce para baixo, empurrando a semente
para fora da casca.
O hipocótilo cresce para cima levando os
cotilédones. Eles com a luz começam a ficar verdes.
No ápice do caule estão as folhas primárias que
ainda não têm o padrão de folhas da planta.
O alimento continua a ser fornecido pelas
substâncias de reserva até as folhas começarem a
fazer fotossíntese. Os cotilédones ficam murchos e
caem.
Na germinação fica bem evidenciado o caráter que
distingue as plantas mono das dicotiledôneas.
A técnica da herborização permite que tenhamos
vários modelos para comparação.
Coloque 5 sementes de feijão e 5 grãos
de milho de molho, de um dia para o
outro.
Coloque areia em 10 copinhos furados.
Coloque uma semente de feijão em cada
copinho e marque-os com a caneta de
retroprojetor.
Coloque um pouco de areia por cima.
Coloque os copinhos em cima de uma
placa de plástico média.
Molhe até a água aparecer na placa.
Faça a mesma coisa com os grãos de
milho.
Molhe todos os dias.
À medida que forem germinando tire-os
da areia, lave-os e seque-os para fazer
uma sequência de germinação.
Cole os exemplares numa folha de papel,
colocando a data em cada um.
Utilize a técnica usada para herborizar
folhas.
use folhas de papel separadas
para o feijão e para o milho.
Coloque para germinar as outras
sementes fornecidas: girassol e arroz.
Observe a diferença entre a germinação
das mono e das dicotiledôneas.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
ROTEIRO 20 CRESCIMENTO
PARA DISCUSSÃO PASSO A PASSO
Para as plantas crescerem é necessário que além de
água e ar obtenham sais minerais. Estes entram
pelos absorventes, em forma de íons dissolvidos em
água. As condições ideais para que uma planta
cresça são fornecidas pela terra preta, composta de
areia, argila e húmus.
A areia composta de grãos de quartzo favorece a
presença de ar entre seus grandes grãos. Os
minúsculos grãos de argila feitos de feldspato e
mica adsorvem a água mantendo-a sempre úmida e
o húmus resultante da decomposição de plantas e
animais do solo fornece os sais minerais.
Após a germinação lentamente a planta vai
ganhando estruturas que permitem sua
sobrevivência.
A radícula vai se diferenciando apresentando na
ponta um tecido especial de proteção – a coifa e de
uma zona coberta de minúsculos pêlos absorventes.
O caule cresce em comprimento e em espessura e
aparecem pequenas protuberâncias que originam
as folhas. Com apenas alguns milímetros as folhas já
tem todas as suas células, que depois só se
distendem tomando a forma própria de cada
planta.
Todo o processo de crescimento é comandado por
hormônios específicos em cada estrutura. O
crescimento das raízes para baixo, dos caules para
cima e “para o sol” em alguns casos é devido à
presença de um fitormônio – a auxina.
O papel da auxina nas células é “amolecer” a
celulose da parede celular permitindo que ela se
distenda – aumente de tamanho sob a pressão da
água. Quando a auxina se concentra num dos lados
da célula só esse lado “amolece” permitindo o
crescimento. O outro lado, com pouca auxina fica
mais rígido e não cresce. O crescimento só de um
dos lados enverga a célula para o lado que não
cresce.
Os fatores que concentram a auxina num dos lados
da célula são a gravidade e a destruição dela pela
luz do sol.
Repita os procedimentos para colocar 5
sementes de feijão e 5 grãos de milho
para germinar.
Use terra preta em vez de areia para as
plantas poderem crescer.
Observe as modificações que ocorrem
durante o crescimento.
Compare o crescimento do milho e o
feijão.
Herborize as pequenas plantas para
poder compará-las.
FAÇA TAMBÉM
Coloque algumas plantinhas numa janela
em que bata sol só de manhã ou só de
tarde.
Não mexa nelas durante alguns dias.
Observe o seu crescimento em direção ao
sol.
Coloque outras plantinhas num lugar em
que peguem sol de manhã e de tarde.
Observe como crescem retas, para cima
sem inclinações.
Prof.ª Marly Cruz Veiga da Silva
BOTÂNICA NO DIA-A-DIA
BIBLIOGRAFIA
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CARVALHO, Anna M. Pessoa; Gil-Pérez, Daniel. Formação de Professores de Ciências:
tendências e inovações. São Paulo, Cortez, 1993.
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SCHULTZ, ALarich R. Botânica na Escola Secundária. Centro Brasileiro de Pesquisas
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TAIZ, Lincoln; ZEIGER, Eduardo. Fisiologia Vegetal. 3ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2004.