SPSPnotíciasANO 1 l NÚMERO 5
Programa de Recuperação Socioambiental revitalizará a Serra do Mar
Programa de Recuperação
Patrimônio verde
Educação capacita 50 mil professores
Billings terá lei para proteção de mananciais
Madrugada agitada nos túneis do Metrô
Pesquisadores inovam na maneira de ensinar
editorial
SPnotícias 3
Desde 2007, o governo do Estado se comprometeu a impe-dir novas invasões na Serra do Mar e evitar que a vegetação fosse mais comprometida do que já está. E a evitar também que o Rio Cubatão, que fica no pé da serra e é responsável
pelo abastecimento de água de 70% da população da Baixada San-tista, ficasse ainda mais poluído. Porém, apenas o impedimento da expansão da população local na área de Cubatão não é suficiente para resolver o problema. Por isso, o governo do Estado iniciou o Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar, que, em uma primeira etapa, fez o mapeamento da população local e o levantamento do perfil das famílias.
Feito isso, a segunda fase do programa agora se preocupa em proporcionar condições de moradia para as 5 mil famílias que se-rão removidas e dar infra-estrutura para as outras 2 mil famílias que permanecerão na serra. Esse é o tema de capa da edição de outubro de SPnotícias.
O bem-estar e as boas condições de infra-estrutura para moradia também são destaque no programa Onda Limpa, que chega ao litoral norte com a proposta de aumentar a coleta e o tratamento de esgoto em quatro municípios.
A área social é abordada ainda na reportagem sobre o programa Virada Social, que tem resultado em índices positivos nos bairros da capital paulista onde foi adotado. Queda da criminalidade e aumento da auto-estima das populações locais são alguns dos benefícios que o programa está conseguindo levar aos moradores do Jardim Elisa Maria, bairro de São Mateus e Jardim Alba.
Na reportagem sobre o interior, na região de Campinas, a criminalida-de também é combatida com o investimento em segurança. A região de Campinas recebe do governo do Estado investimento em ensino técnico e tecnológico para atender à demanda crescente dos 90 municípios.
Outro investimento está na área de transportes, com a reforma e recuperação de estradas. Nos transportes metropolitanos, o Corredor Metropolitano Noroeste tirou os ônibus urbanos da estrada e garantiu mais segurança aos passageiros.
O tema é ampliado em entrevista com o secretário José Luiz Portella, que explica como a expansão do transporte sobre trilhos pode melhorar a qualidade do transporte coletivo, com a redução do intervalo entre os trens e mais conforto.
Esses são alguns dos destaques desta edição. Boa leitura e até a próxima edição.
A recuperação da Serra do Mar
SPsumário
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Ano 1 | Nº 5 | 200811.000 exemplares Distribuição estadual
Governo do estado de sÃo PauloGovernador José Serravice-governador Alberto Goldman
secretaria estadual da administração Penitenciária Antônio Ferreira Pinto
secretaria estadual da agricultura e abastecimento João de A. Sampaio Filho
secretaria estadual da assistência e desenvolvimento social Rogério Pinto Coelho Amato
secretaria estadual da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira Filho
secretaria estadual da Casa Militar Coronel PM Luiz Massao Kita
secretaria estadual de Comunicação Bruno Caetano
secretaria estadual da Cultura João Sayad
secretaria estadual de desenvolvimento Alberto Goldman
secretaria estadual de economia e Planejamento Francisco Vidal Luna
secretaria estadual da educação Maria Helena Guimarães de Castro
secretaria estadual do emprego e relações do trabalho João Francisco Aprá
secretaria estadual de ensino superior Carlos Alberto Vogt
secretaria estadual de esporte, lazer e turismo Claury Santos Alves da Silva
secretaria estadual da Fazenda Mauro Ricardo Machado Costa
secretaria estadual da Gestão Pública Sidney Beraldo
secretaria estadual da Habitação Lair Alberto Soares Krähenbühl
secretaria estadual da Justiça e defesa da Cidadania Luiz Antônio Marrey
secretaria estadual do Meio ambiente Francisco Graziano Neto
secretaria estadual dos direitos da Pessoa com deficiência Linamara Rizzo Battistella
secretaria estadual de relações Institucionais José Henrique Reis Lobo
secretaria estadual de saneamento e energia Dilma Seli Pena
secretaria estadual da saúde Luís Roberto Barradas Barata
secretaria estadual da segurança Pública Ronaldo Augusto Bretas Marzagão
secretaria estadual dos transportes Mauro Arce
secretaria estadual dos transportes Metropolitanos José Luiz Portella
a revista SPnotícias é uma publicação men sal do Governo do estado de são Paulo, distribuída gratuitamente. seu conteúdo é informativo e sua venda é proibida. www.saopaulo.sp.gov.brSugestões para a revista pelo e-mail: [email protected], impressão e acabamento:edição concluída em outubro
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BASTIDORESA vida noturna no Metrô40
6 ENTREVISTAJosé Luiz Portella fala sobre Plano de Expansão sobre trilhos
20 ONDA LIMPAPrograma de saneamento básico chega ao litoral norte
24 BILLINGSNova lei dá parâmetros para regularização urbana em manancial
26 CAPACITAÇÃOEducação qualifica 50 mil professores
30 VIRADA SOCIALProjeto dá nova cara a bairrosperiféricos e reduz criminalidade
32 CAMPINAS
Governo investe em recupe ração de estradas e em ensino técnico e tecnológico
48 O ESTADO EM NúMEROS
50 ACONTECEu
PERSONAGENSDoutores ensinam deficientes de forma descontraída
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CAPAPrograma recupera a Serra do Mar
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SPentrevista
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Expansão com qualidadeEm 2010, serão 240 quilômetros de trilhos com qualidade de metrô
Em quatro anos, o governo do Estado vai quadruplicar a exten-são do transporte com qualidade
de metrô. Essa é a meta da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolita-nos. Com o Plano de Expansão, os 61 quilômetros de trilhos atuais do Me-trô passarão a ser 240 quilômetros em 2010. Além disso, o secretário José Luiz Portella diz que os trens estão sendo trocados ou reformados e as duas frotas – Metrô e CPTM – ampliadas. As es-
tações de trem também estão sendo reformadas. Tudo para atender à de-manda de passageiros e atrair os mo-toristas de carros parti cu lares para o transporte coletivo. Para isso, o plano compreende não só o transporte de qualidade como al ternativas para re-tirar os carros das ruas, a construção de bolsões e também o empréstimo de bicicletas. Esses e outros assun-tos são detalhados pelo secretário na entrevista a seguir.
SPNotícias: O que é o Plano de Ex pansão?
José Luiz Portella: É o plano do go verno para o transporte sobre tri lhos e pneus na região metropo-litana de São Paulo que envolve Metrô, CPTM (Companhia Pau-lista de Trens Metropolitanos) e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). Em 2010, teremos 240 quilômetros de trilhos com qualidade de metrô. Em 40 anos, foram feitos 61 quilômetros de Metrô e em quatro anos vamos quadruplicar esse número, contan-do com CPTM e Metrô. Outra no-vidade é o Metrô Leve, nova forma de transporte que é muito parecida com o Metrô, mas que transporta menos gente e normalmente é de superfície. Uma forma de transpor-te que se aplica nas extremidades do Metrô. É muito mais barato de ser feito e mais bonito, corre pelo gramado e pode ter em seu percur-so parques infantis, quadras de fu-tebol, contribuindo para melhorar a qualidade de vida local. Vamos iniciar o processo de criação das linhas do Metrô Leve, sempre em lugares mais afastados, ligando-os, como já disse, às extremidades do Metrô. O Metrô transporta 40 mil, 45 mil passageiros por hora por sentido; o Metrô Leve transporta de 15 mil a 30 mil pes soas por hora por sentido. Gasta-se na construção do Metrô Leve um terço do valor do Metrô, ou até menos.
SP: O que será construído e o que será transformado, considerando o que já existe?
Portella: Vamos entregar em 2010 de 22 a 25 quilômetros do Metrô tradicional. Outros 160 quilômetros de linhas da CPTM (a companhia tem 260 quilômetros) serão transfor-mados em metrô de superfície, que chegará a 22 municípios da região metropolitana de São Paulo. Há cinco requisitos que caracterizam o metrô de superfície. Primeiro, confiabilidade. Segundo, o interva-lo entre trens deve ser igual ou me-nor do que cinco minutos. Terceiro, trem de qualidade. Quarto, estação de qua lidade. E, quinto, um siste-ma de si nalização que garanta se-gurança ao controlar a mobilidade dos trens. Vamos colocar trens com 15 metros de distância. Atualmen-te, estão separados por 150 metros no Metrô e 450 metros na CPTM. Para fazermos essa mudança, pre-cisamos comprar mais trens e ter esse sistema de sinalização que co manda o trem. Esse conjunto de medidas está previsto para 2010.
SP: Quantos trens serão compra-dos e quantos reformados?
Portella: Estamos comprando 107 trens novos para CPTM e Metrô e vamos reformar toda a frota de Me trô das Linhas 1 e 3, as mais antigas – a Linha 1-Azul (Ja ba-quara–Tucuruvi), de 34 anos, e a Li nha 3-Vermelha (Corinthians/Ita quera–Palmeiras/Bar ra Funda), com 29 anos. Na CPTM acontecerá o mesmo, ou seja, vamos reformar 79 trens. Alguns ficarão prontos na nossa gestão, outros serão entre-gues depois.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella
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SP: Com o novo padrão do metrô de superfície, o motorista está ade-rindo ao transporte coletivo?
Portella: Pouco, porque ainda não há acessibilidade. A CPTM tinha uma imagem ruim; com as melho-rias, essa imagem não se justifica mais. Outra questão é a falta de es-tacionamento. Estamos criando es-ses acessos. A Linha 9-Esmeralda, por exemplo, que já tem trens no-vos e estações modernas, vai ter um bolsão no Villa-Lobos. O motorista deixa o carro no estacionamento e pega o trem para ir trabalhar. No fim da tarde, faz o inverso.
SP: Onde serão esses bolsões?Portella: Vamos ter, até o fim do ano, um próximo da Estação Imi-grantes, na Linha 2-Verde, e outro em Itaquera, na Linha 3-Vermelha. É um piloto que vai começar de-vagar. Vamos chegar a dez bolsões no Metrô e pelo menos meia dúzia na CPTM. Precisamos restringir o
carro e podemos viabilizar viagens mais curtas. Em vez de o motorista viajar 16 quilômetros, ele trafega apenas 4 até a estação do Metrô mais próxima, onde estaciona num bolsão e vai de Metrô trabalhar. Assim, ele faz apenas um quarto da viagem que fazia com o carro.
SP: O que constatou a última pes-quisa de origem-destino, que aca-bou de sair?
Portella: Pela primeira vez em 40 anos, há mais gente andando de transporte coletivo do que de car-ro. As pessoas arrumaram empre-go, têm dinheiro e pegam condu-ção. Se não respondermos a isso, o caos vai ser total, vai aumentar ainda mais o número de veículos nas ruas e ainda assim o transpor-te coletivo vai ficar muito saturado. Vamos deixar mais dois projetos do Metrô licitados. Um é o trecho de Vila Prudente–Penha, na Linha 2-Verde – que vai descongestionar a Linha 3-Vermelha, a linha mais congestionada do mundo, onde te -mos 8,5 passageiros por metro qua drado, número que tem de cair para 6 ou 6,5 passageiros por me-tro quadrado –, e deixar os proje-tos da Linha 6-Laranja (Freguesia do Ó– São Joaquim) licitados.
SP: Como estão as reformulações das estações de trem?
Portella: Estamos construindo seis e entregamos nove (Jurubatuba, Au tódromo, Primavera/Interlagos e Grajaú na Linha 9-Esmeralda; e USP Leste, Comendador Erme-lino, Jardim Helena/Vila Maria, Itaim Paulista e Jardim Romano na Linha 12-Safira), todas com quali-dade de metrô. A reforma de todas está prevista num grande projeto em estudo.
SP: Quantos trens serão compra-dos pelo governo?
Portella: No Metrô, são 47 trens. Já compramos 17, estamos ad-quirindo mais 16 e virão mais 14. Na CPTM, são 60. Nossa meta era comprar 99. Vamos superar es- se número, chegando a 107.
SP: O Plano de Expansão prevê a construção de corredores?
Portella: Prevê o corredor Gua ru-lhos–São Paulo. Guarulhos é a se-gunda maior cidade do Estado. Há uma relação muito forte entre Gua-rulhos e a zona Norte de São Paulo, na área do Tucuruvi. Muita gente mora lá e trabalha em Guarulhos. Vamos ter também um corredor no Brooklin, pelas Avenidas Cupecê, João de Lucca, Vicente Rao e Luís Carlos Berrini.
SP: Há uma tendência de que a bi-cicleta seja um novo modal?
Portella: Sim, isso será uma rea-lidade. Hoje a bicicleta está as-sociada à economia com transpor-te, mas, à medida que formos in centivando, será uma alterna-tiva. Inauguramos a primeira ci-
clovia com 6 quilômetros fora de parques, na Radial Leste, e se-rão 12 quilômetros nos próximos meses. Lançamos o projeto Me-troCiclista, com o empréstimo de bicicletas. Estamos com oito bici-cletários (Guilhermina/Esperança, Corinthians/Itaquera, Car rão, Sé, Vi la Mariana, Paraíso, Anhanga-baú e Marechal Deodoro). A me-ta é chegar até 16. Vamos fazer ciclovias ao longo das linhas do Metrô. A pessoa pega a bicicleta e devol ve em bicicletários ou em qualquer estacionamento em que a empresa de seguros Porto Seguro tenha convênio.
SP: Há projetos previstos para a Baixada Santista?
Portella: Vamos fazer um grande Metrô Leve em Santos, que pas-sará por onde existe o trilho do trem. Vamos derrubar o muro e fazer uma inserção urbana. Pela primeira vez, Santos não ficará di-vidida. O Metrô Leve vai ligar os municípios vizinhos de Santos e São Vicente. o
“Precisamos restringir o uso do carro e podemos viabilizar viagens mais curtas”
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Entrada do Cota 95. Casas em risco serão retiradas e local será urbanizado
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A cidade e a serra
Programa do Estado prevê o maior reassentamento de famílias da história. Em Cubatão, iniciativa ajudará na
revitalização da Mata Atlântica na Serra do Mar
Recuperação ambiental e social, esse é o objetivo do Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar, projeto criado pelo governo do Estado de São Paulo em 2007. O desafio é árduo: recuperar grande parte da área verde do
Parque Estadual da Serra do Mar (Pesm). Para isso, cerca de 5 mil famílias residentes em bairros na encosta da serra no município de Cubatão serão reassentadas em novos bairros, fora dessas áreas.
Segundo o coordenador do projeto, coronel Elizeu Eclair Teixeira, a retirada das famílias será feita de maneira digna. “Vamos respeitar a qualidade de vida do indivíduo que está lá dentro”, afirma.
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Todo o lixo produzido nestas casas vai parar no Rio Cubatão
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Com a ação, a floresta terá suas funções hidrográficas recuperadas e haverá uma redução significativa do esgoto despejado no Rio Cubatão, responsável pelo abastecimento de água de cerca de 70% da população da Baixada Santista.
Atualmente, o Pesm é o maior cor redor biológico restante da Mata
Atlântica. São mais de 315 mil hectares no Estado de São Paulo, compreendendo um total de 23 municípios. Para controlar e proteger o parque, existe um Plano de Manejo, criado em 2006. No plano, foram definidas 11 áreas prioritárias para ações emergenciais. O Núcleo ItutingaPilões – onde está inserido o município
de Cubatão – é o ponto mais crítico no que se refere a pressões ambientais. O grande problema é a ocupação irregular do solo.
Cerca de 23 mil pessoas residem dentro do perímetro do Pesm ou em áreas de pressão do parque. São os bairroscota 95, 100, 200, 400 e 500 (levam esse nome por causa de sua
altura em relação ao nível do mar), Água Fria, Pilões e Sítio dos Queirozes. Segundo a gestora do Núcleo ItutingaPilões do Parque da Serra do Mar, Adriane Tempest, o maior impacto ambiental causado pela ocupação irregular é a contaminação dos mananciais às margens do Rio Cubatão. “Todo o lixo e o esgoto dessas casas vão para o Rio Cubatão”, afirma.
A flora também sofre as conseqüências da devastação da mata com o aumento das ocupações. A ocupação na encosta desestabiliza o solo e há risco de deslizamentos. A fauna não passa incólume a essa situação. O parque possui um grande número de espécies endêmicas, ou seja, animais que só existem naquela determinada região e condições climáticas.
A única solução para a recuperação total do parque é a transferência das famílias. Segundo Adriane, na situação de compactação de solo em que se encontra a região, se não houver uma interferência humana, a floresta não vai se recompor, mesmo com a retirada das famílias que vivem lá. “Para que o solo volte ao normal, vamos retirar esse material que foi colocado lá e substituir partes de terra”, explica Adriane Tempest.
CadastroA Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) ini
Casas consoli-dadas no Cota 95. Alguns moradores estão no bairro há mais de 30 anos
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famílias vizinhas ou com laços de parentesco poderão permanecer juntas nas áreas de reassentamento”, diz.
Todos os detalhes foram pensados. Algumas unidades terão como opção a abertura de um comércio ou serviço na parte de baixo da residência: são as unidades mistas.
As áreas das casas que serão preservadas nos bairroscota 200, 100 e 95 e no Pinhal do Miranda serão urbanizadas de acordo com um plano de sustentabilidade geotécnica, para que não ofereçam riscos aos moradores. “Vamos oferecer à prefeitura um código de obras específico”, diz Maria Tereza. Todas as casas deverão obedecer a um recuo de 30 metros da Rodovia Anchieta. Também deverá ser guardado um segundo recuo de 15 metros de cursos d’água (drenagens naturais), além do respeito
ao espaço de segurança das linhas de alta tensão.
Atualmente, a travessia dos moradores é feita perigosamente pela Rodovia Anchieta. O projeto prevê a construção de um viaduto e de uma passagem de nível para garantir a segurança dos pedestres e veículos.
No levantamento, foram identificados cerca de 800 chefes de família que trabalham fora de Cubatão, o que possibilitou a oferta de unidades habitacionais em outras cidades da Bai
ciou em maio deste ano um cadastramento de todos os residentes nos bairros da região. O levantamento identificou 7.831 edificações, entre re sidências, comércio, serviços e templos religiosos. A estimativa é que 7,5 mil famílias residam no local, das quais cerca de 5 mil deverão ser reassentadas em novos bairros.
O primeiro passo do programa foi realizar um congelamento da ocupação das encostas. Em abril de 2007, um contingente formado por 76 homens e 11 viaturas do Pelotão de Policiamento Ambiental mais 54 homens e sete viaturas da Polícia Militar da área passou a monitorar os bairros 24 horas, evitando novas ocupações.
Além do levantamento, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizou o estudo topográfico da re gião. “Com o estudo do IPT foi possível verificar os setores de risco e as edificações que devem sair e quais podem ficar”, afirma o coodenador do projeto, coronel Eclair.
As famílias retiradas serão deslocadas para outros bairros existentes no município: Bolsão 7, Bolsão 9 e Jardim Casqueiro. O número de unidades construídas pela CDHU é tão grande que serão novos bairros. Três mil casas já estão em processo de licitação. “As pessoas não serão mandadas para debaixo da ponte”, afir ma o coronel.
Segundo a superintendente de Projetos Especiais da CDHU, Maria Tereza Soares Silveira, as unidades seguem o padrão novo da companhia. A distribuição das unidades obedecerá a critérios flexíveis de escolha. “Prefiro que a escolha das unidades obedeça a critérios discutidos com as comunidades locais. Por exemplo:
Retirada de mato das encostas da serra aumenta o risco de deslizamentos
Edifícios construídos seguirão os novos padrões da CDHU
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EntEnda o projEto EntEnda o projEto
xada Santista. “No caso das unidades construídas em Cubatão, acredito que as primeiras famílias se mudarão no começo de 2010”, estima o coronel.
Por fim, é necessário recuperar a floresta degradada. O projeto prevê a recuperação da biodiversidade da flora da região, principalmente do palmitojuçara. Serão plantadas cerca de 40 mil mudas da flora original do Parque da Serra do Mar, além da criação do Jardim Botânico de Cubatão, o que deve ajudar no estímulo à educação ambiental.
ConscientizaçãoGrande parte das famílias que moram na serra tem residência consolidada na região. Não é raro entrar em algum desses bairros e encontrar casas de alvenaria com acabamento impecável e garagem.
A conscientização sobre os riscos geotécnicos (deslizamentos e desmoronamentos) do local tem sido o principal trabalho da equipe que coordena o programa.
Para a superintendente de Projetos Especiais, a resistência inicial encon
trada entre os moradores é natural. “Existem pessoas que nasceram lá, há uma insegurança”, afirma Maria Tereza. Por isso, ela montou equipes sociais que estão atuando dentro dos bairros. “Temos agentes trabalhando na conscientização das pessoas. Sentimos que a maioria já aceita a idéia de sair de lá”, explica.
Dentro dos bairros, as opiniões divergem. Para o morador do bairrocota 200 Wellington Ribeiro da Silveira, a aceitação é difícil porque existe um enraizamento cultural da população.
“Não há uma aceitação imediata de que o Parque Estadual precise ser recuperado”, afirma. Além disso, para o morador, a grande quantidade de dúvidas sobre o projeto gera medo na população.
Para ajudar na conscientização, os executores do projeto têm realizado reuniões periódicas com a prefeitura e com moradores, além de cursos de educação ambiental. A iniciativa parece estar surtindo resultados, mesmo entre as pessoas que devem ser transferidas. O aposentado e líder
pinhal doMiranda
Grotão
Área com risco geotécnico
Áreas de reflorestamentoRecuo das drenagens naturais
Edificações em risco
Edificações que serão preservadas
Casas que serão removidas
Área com risco geotécnico
Áreas de reflorestamentoRecuo das drenagens naturais
Edificações em risco
Edificações que serão preservadas
Casas que serão removidas
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co munitário Ademir Ribeiro da Silva é favorável ao projeto. “Tem muita gente que montou casas estruturadas, mas não sabe que o solo pode ruir a qualquer momento”, afirma.
História da Mata AtlânticaAntes de ser colonizado, o Brasil ostentava um enorme conjunto de formações florestais, que se estendia por uma faixa de 1,2 milhão de quilômetros do Rio Grande do Sul ao Piauí, cortando 17 Estados brasileiros: a Mata Atlântica.
Para que ela serve? A Mata Atlântica contribui para a manutenção dos recursos hídricos disponíveis nas localidades em que está inserida, regulando o fluxo dos mananciais e asseguram a fertilidade do solo, além de ajudar a controlar o clima e proteger as encostas das serras.
A floresta abrange nada menos do que sete bacias hidrográficas do país. Estimase que mais de 110 milhões de pessoas vivam nessas regiões.
Noventa e três por cento da Mata Atlântica foi devastada. Os motivos são diversos e antigos, como a extração do paubrasil e o exaustivo cultivo de monoculturas como o café e a canadeaçúcar. o
parQUE EStadUaL da SErra do Mar
Criação: 30 de agosto de 1977
Cidades: Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebas tião, Bertioga, Cubatão, Santos, São Vi cente, Praia Grande, Mongaguá, Ita nhaém, Peruíbe, Cunha, São Luís do Paraitinga, Natividade da Serra, Paraibu na, Salesópolis, Biritiba-Mirim, Mogi das Cr u-zes, Santo André, São Bernardo do Campo, São Paulo, Juquitiba e Pedro de To ledo
Espécies catalogadas:n 373 avesn 111 mamíferosn 144 anfíbiosn 46 répteis
rio Cubatão será um dos principais beneficiados pela recuperação da Serra do Mar
Mesmo estando entre os que saem, Ademir é a favor do projeto de recuperação
SPonda limpa
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Segunda etapa do programa Onda Limpa vai beneficiar 3,5 milhões de pessoas na regiãoSegunda etapa do programa Onda Limpa vai
Limpeza no litoral Norte
Inauguração da ETE Porto Novo foi o primeiro passo
SPnotícias 21
O governo do Estado lançou em agosto o Onda Limpa no litoral norte. O programa de sanea
mento da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) é o maior do país e está na sua segunda fase. A primeira começou em 2007 na Baixada Santista, onde a coleta de esgoto já alcançou o índice de 62% e a meta é que atinja a marca de 95% até 2011. No litoral norte, atualmente, apenas 30% da população tem saneamento básico (são 383 quilômetros de rede de coleta de esgoto, tratado na totalidade) e o objetivo é que esse número chegue a 85% até 2012.
O programa todo prevê um investimento de 1,588 bilhão de reais. Serão beneficiados 3,5 milhões de pessoas, contadas a população residente e a flutuante do litoral do Estado.
O primeiro passo no litoral norte foi
dado com a inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Porto No vo, em Caraguatatuba, que somou um investimento de 21 milhões de reais. Também estão previstas obras em Paúba, que fica no município de São Sebastião, em Ilhabela e na região de Ubatuba. Todos os cálculos de obras e custos são feitos pela média de dados da população local, mais a freqüência de turistas durante o ano. Uma projeção para que o sistema não fique ocioso na maior parte dos meses de baixa temporada, mas que também dê conta do turismo no verão, especialmente nos picos de réveillon e carnaval.
Caraguatatuba
População
Coleta de esgoto
Metas
Investimentos
Obras
Beneficiados(*)
Ilhabela São Sebastião UbatubaIlhabela São Sebastião UbatubaIlhabela São Sebastião Ubatuba
101,6 mil pessoas 27,9 mil pessoas 82,6 mil pessoas 170,7 mil pessoas
272,3 mil pessoas 50,2 mil pessoas 125,4 mil pessoas 230,9 mil pessoas
36% 5% 44% 30%
85% 69% 86% 73%
R$ 70,4 milhões R$ 23 milhões R$ 63,5 milhões R$ 83 milhões
206 quilômetros de rede coletora, coletor-tronco, interceptores e emissários, cerca de 11 mil ligações domicilia-
res, 47 estações elevatórias e uma
estação de tratamento
Um emissário subma-rino com a estação de bombeamento
acoplada, a 38 metros de profundidade e com 900 metros de extensão total, 42 quilômetros de rede coletora, coletor-tronco, interceptores e emissários, com mais
de 3 mil ligações domi-ciliares, 15 estações elevatórias e duas de
tratamento
53 quilômetros de rede coletora, coletor-
tronco, interceptores e emissários, mais de 3,4 mil ligações domi-ciliares, 44 estações elevatórias, sete de
tratamento, ampliação do precondicionamento
e prolongamento do emissário submarino do Araçá em 449 metros
89 quilômetros de rede coletora, coletor-
tronco, emissários, mais de 9 mil ligações domi-
ciliares, 42 estações elevatórias e cinco de tratamento de esgoto
O qUe Será feItO
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Praia de Ilhabela, que será contemplada pelo projeto
* soma da população residente e população flutuanteoma da população residente e população flutuanteoma da população residente e população flutuante
onda limpa
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PrOgraMa Onda lIMPa
De acordo com o superintendente da Unidade de Negócio Litoral Norte da Sabesp, Benedito Felipe Oliveira Costa, as intervenções exigem cuidados específicos por se tratar de uma área de proteção ambiental. As obras de coleta e tratamento de esgoto são dificultadas pela topografia plana nas proximidades da praia, o que exige a construção de estações de bombeamento (diferentemente de áreas de relevo, em que a possibilidade de esgotos correrem por ação da gravidade
é maior), e os lençóis freáticos são próximos da superfície.
Segundo o engenheiro, obras em regiões como essa, onde há morros e serras e superfície plana próxima da orla, são mais complexas, os custos são mais altos e o licenciamento ambiental tornase mais difícil.
Nos quatro municípios, a Sabesp vai fazer redes de ligações domiciliares de esgoto, construções de coletorestronco, emissários e estações elevatórias e de tratamento.
Segundo o engenheiro sanitarista Reynaldo Young, atual superintendente regional da Sabesp na Baixada Santista, há dez anos existe um plano diretor de coleta e tratamento de esgoto na Baixada, região da primeira etapa do programa, que é seguido
Obras complementares em fase de licitaçãoNo Sistema de Esgotamento Sanitário de Paúba (São Se-bastião) e no Sistema de Esgotamento Sanitário de Ubatuba:n 12,5 km de rede coletoran 580 ligações domiciliaresn 10 estações elevatórias n 5.002 m de linhas de recalquen 2.239 m de coletores-troncon 232 m de travessias
MunicípiosBertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente (Baixada San-tista), São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba Caraguatatuba e Ubatuba (litoral norte)
OBraSBaixada Santista n 1.175 km de redes coletoras/coletores-tronco/emissáriosn 120.424 ligações domiciliaresn 101 Estações Elevatórias de Esgoto (EEEs)n 7 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs)n Emissários submarinos de Santos e Praia Grande
litoral norte n 860 km de redes, coletores-tronco, interceptores
e emissários n 25.700 novas ligações domiciliaresn 100 estações elevatórias de esgoto (execução e reforma)n 15 estações de tratamento de esgotosn 1 estação de precondicionamento (EPC) e emissário
submarino em Ilhabela, melhoria e ampliação da EPC + emis-sário submarino do Araçá em São Sebastião
pelo governo do Estado inclusive para obtenção de financiamentos internacionais em programas de recuperação ambiental.
Young lembra que a Baixada Santista é uma região me tropolitana. “Em todos os nos sos projetos temos de considerar questões como mortalidade infantil, transporte, telefonia, empreendimentos que formam a infraestrutura em geral.” A Baixada também conta com especificidades de regiões turísticas, com picos de maior afluxo, “da mesma forma que Rio de Janeiro e Salvador”, exemplifica o engenheiro. “Precisamos pensar nesse afluxo e ainda nos indicadores de balneabilidade das praias, por exemplo, lembrando que o turismo resulta em geração de emprego e de renda.”
A região projeta o futuro pensando no potencial proporcionado pelo turismo. Simultaneamente, as obras de saneamento básico ajudam na conscientização da edu cação ambiental da população local, detalhe que a própria Sabesp faz questão de ressaltar.
A Baixada Santista tem 2,7 mil quilômetros quadrados de área e é formada pelos municípios de Cubatão, Bertioga, Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande, Monga guá, Itanhaém e Peruíbe, com 82 praias em 162,5 quilômetros. Tem 1,6 milhão de moradores, mas na alta temporada, o número salta para 2,95 milhões. Da mesma maneira, o litoral norte, com a implantação do Onda Limpa, poderá ficar mais estruturado para receber os turistas na alta temporada.
“A nossa grande busca é a universalização do sistema de coleta e de tratamento de esgoto até 2011”, diz o Reynaldo Young, salientando a viabilidade da meta. o
População1,86 milhão de pessoas residentes, mais 1,64 milhão flutuantes
Meta para rede de esgotoDe 62% de atendimento para 95% na Baixada Santista, de 30% para 85% no litoral norte
Investimentosr$ 1,588 bilhão (R$ 1,28 bilhão em coleta e tratamento de esgoto e R$ 308 mil em abastecimento de água)
financiamentoJapan Bank International Cooperation (JBIC), com contrapartida da Sabesp e financiamento do BNDES
Sabesp fará ligações de esgoto, coletores-tronco, emissores e ETEs
Ilustração: serI
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estação de tratamentoPorto Novo, em Caraguatatuba
SPnotícias 23
SPbillings
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Billings dentro da leiLei Específica da Billings foi encaminhada para a Assembléia, e o governo do Estado quer aprovação até o fim do ano
O governo do Estado encaminhou em setembro à Assembléia Legislativa o projeto da
Lei Específica da Billings. O texto regulamenta o reservatório como Área de Proteção e Recuperação de Mananciais. Em conjunto com a Lei Estadual 9.866/97, a Lei de Proteção aos Mananciais, o texto pretende regularizar a utilização do solo nas margens da Billings e garantir melhor qualidade de água ao reservatório que abastece 4 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo.
A lei é um projeto antigo do governo do Estado de São Paulo. O texto começou a ser discutido em 2001. Segundo a coordenadora do Projeto Ambiental Estratégico dos Mananciais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Fernanda Bandeira de Me llo, o resultado do texto final é bastante satisfatório. “Fizemos no texto todas as considerações que julgamos necessárias”, afirma.
Estimase que cerca de 860 mil pessoas vivam às margens da represa. A lei não pretende realizar a retirada dessas famílias do local, mas sim regularizar sua situação e impedir novas ocupações.
Para atingir o objetivo, o manancial foi dividido em cinco partes. Pa ra
cada uma foi estabelecida uma meta de redução da quantidade de poluição. O fósforo foi adotado como padrão para medir o nível de poluição no reservatório, uma vez que a substância está presente em diferentes tipos de atividades humanas poluidoras.
A meta é reduzir em 70% a quantidade de fósforo despejada dia riamente no manancial. De acordo com o último índice, medido em 2000, são despejados por dia 1.043 quilos de fósforo no reservatório. Quando a lei for aprovada, esse número deverá cair para 281 quilos por dia.
Para conseguir baixar esses níveis de poluição, é preciso regularizar as edificações já existentes. O lote mínimo para a construção foi estipulado em 250 metros quadrados, sendo que cada lote deverá ter uma área verde cultivada obri gatória para a drenagem da água pelo solo, além de estar ligado à rede pública de esgoto, evitando assim o despejo direto dos dejetos nas águas da represa. Assim que for aprovada, a lei estipula um prazo de 24 meses para que as atividades existentes no local se enquadrem nos parâmetros urbanísticos e ambientais apresentados no texto.
Mais do que o tamanho do lote, o principal fator para impedir novos
adensamentos na região será a fiscalização. De acordo com o texto, a fiscalização será feita em conjunto por órgãos estaduais e federais. As penalidades para quem não se enquadrar nos termos da lei são as mesmas aplicadas na Lei de Proteção aos Mananciais, que prevê multas de 450 vezes a 220 mil vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir). Cada Ufir vale 1,06 reais.
“É importante que os municípios realizem as intervenções necessárias para o cumprimento da lei. Esperamos que os prefeitos alte rem seus planos diretores no que estiver em desacordo com a nova lei”, afirma a coordenadora Fernanda Ban deira.
A previsão é que o texto seja aprovado ainda neste ano. “Sabemos que ainda haverá discussões para alterações nos textos. Estamos abertos a isso”, afirma Fernanda. o
Ocupação na beira da Represa Billings
cidades atendidas pela Billings
Municípios inseridos no sistema Billingsn Diademan Santo Andrén São Bernardo do Campon São Paulon Ribeirão Piresn Rio Grande da Serra
abastecimento3,9 milhões de habitantesn Diademan Santo Andrén São Paulo (Região Sul)n São Bernardo do Campo
o que diz a leiobjetivosn Melhorar a qualidade da águan Manter e ampliar áreas preservadasn Disciplinar e regularizar o uso e ocupação do solo
Metas de redução de carga poluidoraDe 1.043 kg de fósforo/dia para 281 kg de fósforo/dia
ocupaçãon Lote mínimo: 250 m²n Taxa de permeabilidade: 15%n Índice de área com vegetação: 8%
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SPcapacitação
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Profissionais assistem a videoaulas e participam de fóruns de debates pela internet para trabalhar com os Cadernos do Professor
50 mil professoresmais preparados
A Secretaria do Estado da Educação iniciou em setembro um grande programa de capacita
ção de professores. O plano de ação está em andamento e termina na primeira semana de dezembro. Até lá, serão capacitados 50 mil profissionais dos ensinos fundamental e médio da rede pública estadual.
O programa é mais uma etapa das
medidas que a Secretaria da Educação vem implantando para alcançar as dez metas de qualidade de ensino traçadas pelo governo do Estado para serem cumpridas até 2010.
A capacitação ocorre por meio de videoaulas e fóruns de debate pela internet, mais videoconferências de professores especialistas de cada disciplina e convidados, para represen
tantes das 91 diretorias regionais de ensino do Estado. O objetivo é capacitar professores para que aprendam a aproveitar da melhor forma possível os Cadernos do Professor, distribuídos por fascículo a cada bimestre.
Primeiro, os professores acompanham as videoaulas e integram fóruns de debates e sugestões. Na seqüência, participam de videoconferências específicas para cada uma das disciplinas – no ensino fundamental são oito, enquanto no médio, 12.
Especialistas e convidados de ca
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Programação: www.rededosaber.sp.gov.br e www.educacao.sp.gov.br
Disciplinas em caDa ciclo
ensino fundamentaln Portuguêsn Matemátican Ciências
n Histórian Educação Física
n Inglêsn Geografian Arte
ensino médion Portuguêsn Matemátican Físican História
n Químican Biologian Filosofian Sociologia
n Educação Físican Arten Inglêsn Geografia
capacitação
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As videoaulas são ferramentas para a implantação donovo currículo
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da disciplina mostram para os professores mediadores – representantes de cada diretoria de ensino – as propostas dos Cadernos do Professor. Esses mediadores, que também tiram dúvidas e apresentam sugestões, serão agentes multiplicadores nas regiões onde atuam.
Valéria de Souza está à frente da Coordenadoria de Ensino e Normas Pedagógicas (Cenp) da Secretaria de Estado da Educação e é com ela que os professores especialistas de cada disciplina se reúnem toda segundafeira pela manhã para avaliação das sugestões recebidas.
“Com o programa São Paulo Faz Escola (que inclui a reformulação curricular da rede), reunimos tudo o que a rede já desenvolvia, as experiências de êxito que vêm desde as décadas de 80 e de 90, e recebemos sugestões de professores que quiseram participar, observando ainda os parâmetros curriculares nacionais. Com isso, passamos a montar nossa primeira versão da nova proposta curricular para o Estado”, afirma a coordenadora.
As videoaulas e os fóruns fazem parte das ferramentas para a implementação dessa mudança curricular e integram um projeto chamado A Rede Aprende com a Rede.
Em agosto, a Secretaria da Educação abriu espaço para que os profes
sores interessados preenchessem um formulário eletrônico para participar das videoaulas e dos fóruns. “Tivemos 49.888 inscritos. Inicialmente nos preocupamos que pudesse haver resistência, por conta de o processo ser feito pela internet. Mas isso não aconteceu”, informa a coordenadora Valéria de Souza.
As videoconferências acontecem da seguinte forma: os professores de cada disciplina se sentam em uma das três salas de transmissão instaladas na sede da secretaria, no centro da capital paulista, e apresentam sugestões para utilizar os Cadernos do Professor. Do outro lado estão os professores representantes das diretorias de ensino, que acompanham a palavra de cada um dos colegas na parte aberta às perguntas e sugestões. Eles serão os multiplicadores.
Como são três as salas de transmissão na sede da Secretaria da Educação, as videoconferências podem ser simultâneas, tanto de manhã como à tarde. “A adequação do calendário não foi brincadeira”, diz a coordenadora Valéria.
AdesãoLuis Fábio Pucci é professor de Física e um dos especialistas da Cenp que comanda as videoconferências. Pucci trabalha com educação há 15 anos e conta que está havendo muitas participações nos fóruns. “Nas videoconferências, os professores apontam tudo o que gostam e o que não gostam”, diz.
Segundo ele, o objetivo é apoiar o professor. “Tivemos a proposta curricular, depois os Cadernos do Professor e agora entramos na terceira fase, que é o curso – com as videoaulas,
fóruns e videoconferências”, explica. Os professores inscritos recebem
uma certificação de participação, que vale para sua evolução funcional e, conseqüentemente, para a remuneração do profissional.
Em 2009, haverá uma nova iniciativa para capacitação de professores, o programa Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). O projeto deverá criar cerca de 6,6 mil vagas. “Faremos o curso de formação continuada de professores em nível de especialização, com parcerias da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campi nas (Unicamp)”, explica a coordenadora Valéria. A previsão é que os cursos comecem em março. o
as 10 metas Do plano estaDual De eDucação
Todos os alunos de 8 anos plenamente alfabetizados
Redução de 50% das taxas
de reprovação da 8ª série Redução de 50% das taxas de reprovação do ensino médio Implantação de programas
de recuperação de aprendi-zagem nas séries finais de todos os ciclos (2ª, 4ª e 8ª séries do
ensino fundamental e 3ª série do ensino médio)
Aumento de 10% nos
índices de desempenho dos ensinos fundamental
e médio nas avaliações nacionais e estaduais
Atendimento de 100%
da demanda de jovens e adultos do ensino médio com oferta diversificada de currículo profissionalizante
Implantação do ensino
fundamental de nove anos, em colaboração com os municípios, com prioridade à municipalização das séries iniciais (1ª à 4ª séries)
Utilização da estrutura de
tecnologia da informação e Rede do Saber para programas de formação continuada de professores, integrados em todas as 5,3 mil escolas, com foco nos resultados das avaliações; estrutura de apoio à
formação e ao trabalho de coordenadores pedagó-gicos e supervisores para reforçar o monitoramento das escolas e apoiar o tra-balho do professor em sala de aula, em todas as DEs; programa de capacitação dos dirigentes de ensino e diretores de escola com foco na eficiência da gestão administrativa e pedagógica do sistema
Descentralização e/ou
municipalização do progra-ma de alimentação escolar nos 30 municípios ainda centralizados
Programa de obras e infra-
estrutura física das escolas: garantia de condições de
acessibilidade em 50% das escolas, para atender à de manda dos alunos com deficiência; construção de 74 novas unidades, reforma e ampliação de 77 escolas (417 salas de aula); extinção das salas com padrão Nakamura; recuperação e cobertura de quadras de esportes; implantação de circuito interno de TV para melhorar a segurança em escolas da Grande São Pau-lo; 100% das escolas com laboratórios de informática e de ciência; 100% das sa las dos professores com computadores, impressoras e ambiente de multimídia; atualização e informatização do acervo de todas as bi-bliotecas das 5,3 mil escolas
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SPvirada social
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Inclusão social. Esse é o lema do programa Virada Social, coor denado pela Se cretaria da
Assistência e Desenvolvimento So-cial, mas que integra quase todas as secretarias do governo.
O objetivo desse projeto é agir em determinados bairros de regiões me-tropolitanas do Estado onde a vulne-rabilidade social é maior. “Esse con-ceito envolve diversos fatores. Como renda, educação, segurança, saú de e habitação”, afirma o secretário da As-sistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato. “Para diminuir isso, não adian ta fazer uma ação isolada”, explica. A participação de todas as secretarias é fundamental. Isso evita conflito na execução das ações, como, por exemplo, asfaltar uma rua que será quebrada para a manutenção do encanamento depois.
Atualmente, três áreas estão sen-do atendidas. São os bairros da capi-tal Jardim Elisa Maria, São Mateus e Jardim Alba. Segundo dados da Fun-dação Seade, no Elisa Maria existem mais de 52 mil pes soas vivendo em condições de vulnerabilidade social muito alta. Em São Mateus esse nú-mero é de aproximadamente 43 mil.
Apesar de não existir fórmula, o primeiro passo do projeto é sempre o mesmo: a Operação Saturação. Tro-pas especiais da Polícia Militar são deslocadas até o bairro para diminuir a criminalidade. Em São Mateus, por exemplo, a operação realizou 86 pri-sões em 48 dias (veja quadro).
MelhoriasAlgumas voltas pelas ruas de São Mateus, na zona Leste da capital, e é possível perceber a chamada vul-
nerabilidade. O local tem uma série de ocu-pações irregulares, ruas sem asfalto e pouca iluminação. Na região, a Virada começou há três meses. Para o morador Rubens Luchini, a segurança melhorou muito. “Antes não existia ronda à noite. Agora sempre vemos as viaturas rodando pelo bairro”, afirma. Luchini é comer-ciante, e sua mulher está completando os estu-dos no período noturno numa escola estadual próxima à sua casa. “Agora espero por ela mais tranqüilo”, afirma.
Para a moradora e presidente do Conselho de Segurança (Conseg) do bairro, Fátima Maga-lhães, a grande vantagem da Virada é a tentativa de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Professora de geografia, ela está trabalhando no projeto de um livro sobre o bairro com seus alu-nos. “Está sendo ótimo, o programa trouxe pa-lestrantes da Universidade de São Paulo (USP) e do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran) para a escola, para ajudar na confecção dos livros”, orgulha-se. o
ações do programa
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são mateusInício – junho/2008ações n Construção de 13 escolas na região nRevitalização urbana, dois locais na região terão
ampliação da rede de água e da rede coletora de esgoto
n Reforma de quatro Unidades Básicas de Saúde n Curso de dança, artesanato e informática,
exposição de artesãos locais e instalação de biblioteca na Casa de Cultura de São Mateus
n Implantação de dois núcleos do programa Esporte Social
n Construção de unidade de longa permanência para atender 60 idosos
n Programas de qualificação profissional e convo-cação de 670 moradoras da região para
o programa Frente de Trabalhon Poupatempo móvel n Operação Saturação (em 48 dias de ação, a
polícia vistoriou 14.120 veículos e registrou 112 ocorrências, que resultaram em 86 prisões em flagrante e 21 processos de investigação)
Jardim elisa mariaInício – maio/2007açõesn Inauguração de Atendimento Médico Ambula-
torial (AMA)n Ampliação de 60 vagas no CEI Elisa Maria n Coleta seletiva de lixo n Construção da Emef Cel. José Hermínio Rodrigues n Curso profissionalizante para 600 jovensn Despoluição de córrego n Implantação do programa Fábrica de Cultura n Implantação do programa Ação Jovem para
600 adolescentesn Frente de trabalho para 120 trabalhadoresn Instalação de Posto Comunitário Móveln Poupatempo
Jardim albaInício – setembro/2008n Operação Saturação em andamento. Ações
estão sendo planejadas pelas secretarias
Acão integradaSecretarias unem esforços para melhorar qualidade de vida em bairros
Fátima magalhães numa das escadarias de São Mateus
Vulnerabilidade social. Bairro de são mateus tem ruas sem asfalto e mal iluminadas
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A economia na região de Cam-pinas é uma das mais diversifi-cadas de todo o Estado de São
Paulo. Compreen dida por 90 muni-cípios, sua localização geográfica no Estado foi essencial para seu desen-volvimento econômico, pois per mite um fácil acesso aos grandes mercados consumidores. Seus principais pro-dutos são a cana-de-açúcar, laranja, avicultura, suinocultura, horticultu-ra, fruticultura e floricultura.
Os investimentos na região são pe-sados. Uma das novidades neste ano foi o curso de Bioenergia Sucroalcoo-leira na Fatec de Piracicaba, baseado
SPSPnotícias 33
Vicinal, recuperada, que liga Jaguariúna a Santo Antônio de Posse
na economia da cidade, basicamente canavieira por conta do crescimen-to do combustível biodiesel no país. Desde de 2007, a região ganhou três Fatecs e três Etecs e ainda receberá seis Etecs até 2010. Nos transportes, os investimentos são direcionados à recuperação das estradas estaduais, rodovias de acesso aos municípios e vicinais. Existem ainda concessões de rodovias maiores, com obras pre-vistas em cada uma delas.
A região metropolitana de Campi-nas ganhou em setembro o Corredor Metropolitano Noroeste, que tirou os ônibus urbanos da Rodovia Anhan-
güera, proporcionando mais seguran-ça ao passageiro que viaja de um mu-nicípio para outro diariamente.
Na Saúde, haverá a implantação de Ambulatórios Médicos de Espe-cialidades (AMEs), que têm a finali-dade principal de desafogar os hospi-tais, transferindo consultas, exames e cirurgias de menor complexidade para as novas unidades, facilitando o acesso da população aos serviços de média complexidade ambulatorial.
Nas estradasOs investimentos na malha rodoviá-ria estão sendo feitos em estradas estaduais (as SPs), em acessos que
ligam grandes rodovias às cidades (as SPAs), em estradas vicinais e na reforma e implantação de diversos sistemas que permitirão melhorar o tráfego local. São intervenções em 57 estradas, num total de 186,336 milhões de reais de investimentos do governo do Estado. Para se ter idéia, estão em curso obras de pavimenta-ção, duplicação e recapeamento em 34 estradas vicinais. São 60 milhões de reais para as vicinais, o que resul-ta em dois fatores: garantia do escoa-mento das riquezas de São Paulo com maior rapidez e reforço da segurança dos motoristas.
Cerca de 50% das obras já estão
A evolução de CampinasInvestimentos são direcionados ao ensino profissionalizante, recuperação de estradas e para desafogar a rede hospitalar
Estado (%)
Municípios 90 645 13,95
População (2007)População (2007)População (2007 6,032 milhões 41,029 milhões 14,7
PIB (2005) R$ 110 bilhões R$ 727 bilhões 15,1
PIB per capita (2005) R$ 18.500 R$ 17.977 3*
IDH (2000) 0,823 0,814 –
Região Administrativa de Campinas
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(*) A mais que a média do Estado
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campinas
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terminadas. A previsão é que o restante fique pronto até abril de 2009.
Uma das intervenções é a recuperação de 59 quilômetros da Estrada Velha de Campinas (a SP-332). As intervenções começam em Caiei-ras, passam por Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e chegam a Campinas.
A estrada tem grande tráfego local, de mora-dores desses municípios, com média de 6 mil a 7 mil veículos por dia. A pavimentação da ro-dovia será total, inclusive no trecho de Vinhedo a Campinas, que era de terra. O acostamento de terra também vai ser pavimentado, com a criação de uma terceira faixa de rolamento nos trechos da estrada onde há subida e construção de rotatórias de acesso às cidades.
Nas SPAs, vias que ligam as grandes rodo-vias aos municípios (como Anhangüera, Ban-deirantes e D. Pedro I), estão sendo feitas obras em 12 acessos. Paralelamente às obras, a Se-cretaria dos Transportes realizou uma série de licitações para concessões de estradas maiores, como a D. Pedro I; a SP-332, que liga Campinas a Conchal; a SP-360, que liga Jundiaí a Itatiba; e a SP-101, de Campinas a Capivari.
Dentro do pacote de concessões para a região, entre as obras mais importantes nas estradas estão: prolongamento até Viracopos, construção de marginais e de trevos (anel viário), obras de compensação ambiental, prolongamento até a Bandeirantes e duplicação da Jundiaí–Itatiba.
A rodovia D. Pedro I receberá um investi-mento de R$ 2,410 bilhões em obras de recu-peração, sinalização e monitoração em cerca de 300 quilômetros de extensão. O anel viário, por sua vez, está orçado em R$ 161 milhões.
Transporte urbanoNa região metropolitana de Campinas, um in-vestimento destacado é o Corredor Metropoli-tano Noroeste, cuja primeira etapa foi entregue em setembro. São 33 quilômetros de extensão ligando Campinas a Hortolândia e Sumaré. A grande vantagem é que, com o corredor, os ôni-bus deixam de passar pela Rodovia Anhangüe-ra e seguem por dentro das cidades.
“Dá mais segurança ao passageiro. Na região noroeste são realizadas cerca de 70% das via-gens metropolitanas. Além de mais seguras, as viagens são mais rápidas e confortáveis”, afir-ma o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella. Com o corredor, 3,5 milhões de passageiros são beneficiados mensalmente. Um investimento de 150 milhões de reais.
A região ganhou também dois terminais, o de Hortolândia e o Terminal Prefeito Magalhães Teixeira (em Campinas), e uma estação de transferência na Avenida Lix da Cunha, deno-minada Estação Anhangüera.
Ensino profissionalizanteEm dois anos, o número de vagas do ensino tec-nológico nas Faculdades de Tecnologia (Fatecs) da região de Campinas saltará de 440 para 1,44 mil. Um aumento de 327%, comparando o nú-mero de vagas oferecidas em janeiro de 2007 com o que será ofertado no primeiro semestre do ano que vem.
A região de Campinas tem a maior con-centração industrial do interior do Estado de São Paulo. “É uma das regiões do Estado que mais têm demanda de mão-de-obra qua-lificada. Além disso, essa demanda é diversifi-
inVEstimEntos
sEgURAnÇARecursos para obrasR$ 3,5 milhõesReformas e readequações de cadeias e delegacias
Compra de materiais80 viaturas policiais, armas, sistemas de informática Ampliação do Registro Digital de Ocorrência (RDO) para cidades com mais de 100 mil habitantes (Bragança Paulista, Atibaia, Indaiatuba, Jundiaí, Várzea Paulista e Mogi Guaçu). Atualmente, o sistema é utilizado em Campinas
Todas as unidades subordinadas ao Deinter 2 deverão ter o RDO implantado em meados do ano que vem
A partir do RDO são geradas outras informações: n Infocrim (sistema de geomapeamento estatístico) n Phoenix (identificação criminal de voz, imagens e impressões digitais) n Omega (sistema de investigação policial)
tRAnsPoRtE mEtRoPoLitAnoCorredor metropolitano noroesteEntrega: final de 2008Investimento: R$ 150 milhõesMunicípios beneficiados: Campinas, Hortolândia
e SumaréPopulação beneficiada: 3,5 milhões passageiros/mêsO que já foi feito:33 quilômetros de extensão de corredor; construção
dos terminais de Hortolândia e Prefeito Magalhães Teixeira (Campinas); paradas com piso podotátil (com saliências para deficientes visuais) com plataformas de embarque elevadas, rampas, traves-sias no mesmo nível das calçadas; bicicletários com 100 e 150 vagas; ciclovias; 10 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus; construção da Estação de Transferência Anhangüera, com escadas e três elevadores; reforma do Terminal em Monte Mor
O que será feito até o final do ano:Alargamento de viadutos; construção de paradas;
construção de passarelas; construção do Terminal Americana; passagem subterrânea para acessar o terminal em Campinas
inVEstimEntos
tRAnsPoRtEs sPsObras: duplicação, criação de terceiras faixas, recuperação de pistas, implantação de barreiras de concreto Estradas beneficiadas: SP-167, Moji Mirim–Mogi Guaçu; SP-95; SP-133, trecho Anhangüera–Cosmópolis; SP-332, trecho de Campinas–distrito de Barão Geraldo (Tapetão); SP-63, em Itatiba; SP-107, da Rodovia Prefeito Aziz Lian ao trecho Santo Antônio de Posse e Artur Nogueira; SP-332, passando por Franco da Rocha, Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas; SP-101; SP-360
sPAsObras: restauração, recapeamento, pavimentação de pistas e de acostamentos
Estradas beneficiadas: SPAs-115; 330; 127/304 (Nossa Odessa–Sumaré); 031/107 (Holambra); 110/330 (Paulínia); 127/340 (Jaguariúna); 082/330 (Valinhos–Fonte Sônia); 70/354 (Jarinu); 53/332 (Várzea Paulista); 148/360 (Serra Negra); 113/008 (Pinhalzinho); 122/065 (trecho entre a Rodovia D. Pedro I e Valinhos)
Pró-Vicinais i e Pró-Vicinais iiObras: recuperação e recapeamento em 34 estradas
Estradas estão sendo recuperadas e algumasdelas pavimentadas
Corredor Metropolitano Noroeste tirou ônibus urbanos da Anhangüera
investimento total: R$ 186,336 milhões
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campinas
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cada, quase tanto quanto na capital paulista”, afirma o secretário de Desenvolvimento, Al-berto Goldman.
Desde janeiro de 2007, três Fatecs foram inauguradas na região: a de Moji Mirim (se-gun do semestre de 2007), com dois cursos de Me cânica; a de Bragança Paulista (segundo semestre de 2008), com os cursos de Informá-tica e de Gestão de Produção Industrial; e a de Piracicaba (primeiro semestre de 2008), com o curso de Bioenergia Sucroalcooleira. A região também recebeu Etecs nas cidades de Piraci-caba, Vargem Grande do Sul e Itapira.
Para abrir novos cursos e novas unidades de Fatecs, a Secretaria Estadual de Desenvol-vimento faz uma pesquisa entre empresários locais, associações comerciais e industriais e prefeituras para verificar os déficits da região.
Foi o que ocorreu em Piracicaba, onde foi inaugurado o curso de Bioenergia Sucroalcoo-leira, uma área que surge com toda a força por conta do crescimento do biocombustível.
Nos últimos quatro anos, o plantio de cana-
sAÚdEJUndiAíAmbulatório médico de Especialidades (AmE)Investimento estimado:Obras - R$ 1 milhãoEquipamentos - R$ 2 milhõesInício do atendimento: (previsão) segundo semestre de 2009Previsão de atendimento:23 mil consultas por mês47 mil exames, incluindo os laboratoriais
sAntA BáRBARA d´oEstE / HosPitAL diAAmE com Unidade Cirúrgica Ambulatorial e HospitalarInvestimento:Obras - R$ 2,5 milhõesEquipamentos - R$ 3,3 milhões Início do atendimento: (previsão) final de novembro de 2008Previsão de atendimento: 3,2 mil consultas por mês800 cirurgias por mês300 procedimentos endoscópicos350 ecocardiografias100 litotripsias
PiRACiCABA / HosPitAL diAAmE com Unidade Cirúrgica Ambulatorial e HospitalarReforma do prédio está sendo feita pela prefeitura (*)Investimento: Equipamentos - R$ 1,5 milhãoInício do atendimento: (previsão) começo de 2009Previsão de atendimento: 400 cirurgias por mês2,3 mil consultas por mês
Rio CLARoAmbulatório médico de Especialidades (AmE)Investimento:Obras – 500 mil (readequação do local)Equipamentos - R$ 2,3 milhõesInício do atendimento: (previsão) começo de 2009Previsão de atendimento:14 mil consultas por mês37,4 mil exames, incluindo laboratoriais(*) Unidade depois será gerenciada pelo governo do Estado
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CEntRo PAULA soUZAnovas unidades das Fatecs Ensino tecnológico
n Fatec moji mirim Implantação: 2º sem. 2007 Cursos: Mecânica – Modalidade Projetos e Mecânica de Precisão
n Fatec Bragança Paulista
Implantação: 2º sem. 2008 Curso: Informática –
Modalidade Gestão Financeira e Gestão da
Produção Industrial
n Fatec Piracicaba Implantação: 1º sem. 2008 Curso: Bionergia
Sucroalcooleira
Três Fatecs foram inauguradas em Moji Mirim, Bragança Paulista e Piracicaba
DivU
lgAÇ
ÃO
Etec de Vargem Grande do Sul
investimento total: R$ 6 milhões
1º semestre (todas com ensino médio)n Etec Capivari
Cursos previstos: Administração, Design e Vestuário, Informática e Química
n Etec monte mor Cursos previstos:
Administração, Informática e Logística
n Etec nova odessa Cursos previstos:
Administração, Contabilida-de, Design de Vestuário
e Segurança do Trabalho
2º semestren Etec Campo Limpo
Paulista Cursos previstos: Enfer-magem e Instrumentação e Equipamentos Industriais
n Etec mogi guaçu Cursos previstos:
Contabilidade, Eletrotécnica, Automação Industrial
e Logística
n Etec Várzea Paulista Cursos previstos:
Contabilidade, Informática, Química e Segurança do Trabalho
UnidAdEs PREVistAs PARA ComEÇAR A FUnCionAR Em 2009
novas unidades das Etecs - todas oferecem ensino
médio e técnico
n Etec Piracicaba Implantação: 2º sem. 2008
n Vargem grande do sul Implantação: em 2008 Cursos: Alimentos
e Informática
n Etec de itapira Implantação: 1º sem. 2008 Cursos: Administração e Informática
campinas
38 SPnotícias SPnotícias 39
de-açúcar na região de Campinas expandiu-se 15%, e o governo do Estado investe na forma-ção de tecnólogos da área para que São Paulo mantenha a liderança da tecnologia do etanol de cana-de-açúcar no país. “A região de Cam-pinas é o centro sucroalcooleiro e falta mão-de-obra especializada”, afirma o secretário. A União dos Produtores de Bioenergia (Udop) estima que em cinco anos a demanda para esse tipo de mão-de-obra qualificada chegue a 100 mil profissionais em todo o país.
É forte também a procura por profissionais qualificados na área de mecânica na região. Por isso, o curso da Fatec de Moji Mirim tem grande procura. “Esses estudantes vão tra balhar com projetos de alta precisão. Há demanda por esse profissional no mercado de Campinas. Por isso, quando eles começarem a se formar, haverá um impacto na economia local”, afirma o secretário.
Em setembro foi inaugurado o campus Limei-ra da Unicamp, que contará com 480 vagas na graduação de Ciências Aplicadas já em 2009.
Saúde públicaNa área de saúde, estão sendo construídos ou em fase de projeto para início em 2009 os Am-bulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) de Jundiaí e Rio Claro. Até 2010, serão seis unidades na região.
A inauguração dos seis ambulatórios deve aliviar o sistema hospitalar da região, especial-mente o Hospital Estadual de Su maré e o Hos-pital de Clínicas da Unicamp. “Vamos desafogar um setor estrangulado e fazer com que os hos-pitais se voltem mais às ações de maior com-plexidade, como deve ser”, explica José Carlos
Ramos de Oliveira, diretor do Departamento Regional de Saúde da região de Campinas.
Os AMEs vão prestar atendimentos de mé-dia complexidade nas áreas de cardiologia, oftalmo logia, orto pe dia, neurologia e reuma-tologia. To das as con sultas são marcadas com antecedência. O ambulatório, no entanto, não atende sem agendamento de pacientes.
Segundo o diretor, a inauguração das duas unidades cirúrgicas ambulatoriais em Santa Bár bara d’Oeste e em Piracicaba também cola-borará para reduzir o número de atendimentos de menor complexidade nos hospitais. Os dois ambulatórios serão responsáveis por cirurgias em várias áreas, todas eletivas, marcadas ante-cipadamente. “O paciente entra de manhã, fica em observação durante o dia e vai embora à tar-de. Funciona como um hospital-dia”, explica.
Todas as intervenções são de média comple-xidade. “Hoje esse paciente vai para o hospital e ocupa um leito que poderia ser utilizado por um paciente em estado mais grave”, explica o diretor do Departamento Regional de Saúde.
Oliveira destaca ainda a construção do Cen-tro de Reabilitação Lucy Montoro, que vai aten-der pessoas que têm algum tipo de deficiência física. O centro deve começar a funcionar no início de 2010.
Segundo censo do Instituto Bra sileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE), a região de Campi-nas tem cerca 240 mil pessoas com algum tipo de deficiência física.
Serão investidos 6,1 milhões de reais na cons trução da unidade, a primeira a compor a Rede Lucy Montoro, que será ampliada para todo o Estado de São Paulo. o
EsCoLA PÚBLiCA mAis AntigA do PAís é REstAURAdAAMEs devem desafogar
hospitais estaduais de Sumaré e da Unicamp
População terá exames nas áreas de cardiologia, oftalmologia e ortopedia
Em julho, a Secretaria da Educação iniciou o res-tauro da mais antiga escola em funcionamento no Brasil, a EE Culto à Ciência, em Campinas. A unidade foi fundada em 13 de abril de 1873. Serão investidos 4 milhões de reais no prédio, que é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de Estado de São Paulo (Condephaat) e pelo Con-selho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc). A previsão é que a conclusão da primeira etapa de obras ocorra no segundo semestre do ano que vem.
A entrada principal e os anexos laterais que são tombados serão restaurados; o restante do prédio será reformado. Nas reformas estão incluí-dos galpão, sala de informática, sala do grêmio, biblioteca, pátio coberto, prédio da administração, auditório, piscina, ginásio e sede da associação de ex-alunos.
O colégio atende cerca de 1,3 mil alunos do ensino médio.
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APoUPAtEmPo Poupatempo JundiaíÁrea: 2 mil metros quadradosLocal: Av. União dos Ferroviários, Centro
(Complexo Fepasa) Inauguração: prevista para o 1º semestre de 2009Capacidade de atendimento: 2,5 mil por dia,
55 mil por mêsInvestimento: aproximadamente R$ 30 milhões (*)
Poupatempo Piracicaba Área: 1,8 mil metros quadradosLocal: Praça José Bonifácio, s/nº, Centro Inauguração: prevista para o 1º semestre de 2009 Capacidade de atendimento: 2,1 mil por dia,
46,2 mil por mês Investimento: aproximadamente R$ 32 milhões (*)
Poupatempo Rio Claro Área: aproximadamente mil metros quadradosLocal: ainda não definidoro Capacidade de atendimento: 2,6 mil por dia,
57,2 mil por mês Investimento: aproximadamente R$ 16 milhões (*)
sERViÇos Emissão de R.G, Emissão de antecedentes criminais, 2ª Via de CNH, Renovação de CNH,
Emissão de Carteira de Trabalho, Acesso grátis à internet, E-poupatempo, recebimento de tributos, IPVA e Correios
(*) Valor a ser desembolsado pelo Estado em 60 meses (cinco anos), que inclui investimento para a implantação e o custeio total da manutenção do posto ao longo desse período
SPbastidores
40 SPnotícias
O relógio já marca meia-noite e 15. Dentro das estações do Me-trô ouve-se a voz do controlador
anunciar que a operação comercial daquele dia está encerrada. Enquanto isso, os últimos passageiros do dia são entregues a seus destinos. É o fim do expediente. Exceto para um grupo de funcionários que se prepara para co-meçar a jornada de trabalho. São os responsáveis pela manutenção do ser-viço do Metrô.
Um trabalho essencial que nun ca é visto pela grande maioria da popula-ção. Os serviços são os mais diversos possíveis: conserto de composições, lim peza das estações e a manutenção da “linha permanente”, popularmente conhecida como trilhos. Quatro pátios funcionam como centros de operação: Jabaquara, Itaquera, Capão Redondo e Belém. Todos anexos às estações de que levam o nome. O do Jabaquara é responsável pelo controle das Linhas 1-Azul e 2-Verde e pela coordenação do trabalho na Linha 5-Lilás, que é rea-lizado pela equipe de Capão Redondo. Já o pátio de Itaquera comanda toda a Linha 3-Vermelha. “O de Belém é o menor, mas também trabalha na Linha Vermelha”, afirma o gerente de Manu-tenção do Metrô, Walter Castro.
Dois mil funcionários formam o con-tingente de manutenção. Além dos tur-nos fixos na madrugada, equipes se re-vezam durante as 24 horas do dia para garantir a manutenção permanente.
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SPnotícias 41
Madrugada no túnelA jornada dos funcionários que garantem a manutenção e a segurança do Metrô enquanto a cidade dorme
Minucioso. Funcionários da manutenção regulam cabos de energia dos trilhos
bastidores
42 SPnotícias SPnotícias 43
O trabalhoPor volta da 1 de manhã, o terceiro trilho, responsável por fornecer a ener gia elétrica que movimenta as com posições, já está completamente de se nergizado e é possível entrar nos túneis do Metrô.
No pátio Jabaquara, uma pequena plataforma funciona como estação extra para o embarque dos funcionários. Os veículos utilizados, alguns novos, são caminhões de médio porte adaptados. As rodas comuns receberam suportes que se encaixam perfeitamente nos trilhos e permitem aos carros se locomover livremente.
Trafegar por dentro dos túneis den
tro de um caminhão, e não de uma composição comum do Metrô, dá uma sensação completamente di ferente. Os túneis são bem iluminados e amplos, e a velocidade que se consegue desenvolver é elevada.
Na Estação Vila Mariana estão mais dois caminhões estacionados. A estrutura dos veículos revela um pequeno estoque de miudezas, material de trabalho da equipe. Parafusos, porcas, juntas para solda. O serviço do dia é o mais detalhado e demorado entre todos os realizados nas madrugadas: a troca de um trilho. Dentro da estação, mais de 50 pessoas trabalham na colocação de uma peça de
Na madrugada, as composições são substituídas por caminhões com rodas adaptadas aos trilhos. Ao lado, funcionários colocam trilhos no lugar certo
Ao lado, funcionários soldam ponta de novo trilho ao antigo
bastidores
44 SPnotícias SPnotícias 45
cerca de 180 metros. Entre um parafuso e outro, os fun
cionários aproveitam para tomar um pouco de café, que trazem dentro dos caminhões. Ajuda a despertar na madrugada. Enquanto isso, uma voz no altofalante solicita que um funcionário da limpeza compareça aos bloqueios. Com todos os setores em funcionamento, fica claro um detalhe que muita gente não acredita que aconteça. O Metrô não pára.
O processo da troca de trilho é duro e utiliza boa parte do plantel disponível naquela noite no pátio do Jabaquara, cerca de cem pessoas. “O grau de dificuldade dos serviços varia em função do tipo da linha”, explica
o coordenador Castro. Com o novo trilho no local certo,
é necessário fazer a solda das pontas. Considerando as proporções, o processo é praticamente o mesmo de uma solda comum. O funcionário apli ca a mistura para solda e aquece até que os metais se fundam. Uma última máquina trata de nivelar o trilho, corrigindo quaisquer imperfei ções em sua superfície. A peça antiga ficará armazenada num suporte junto aos outros dois trilhos para ser retirada no dia seguinte, revelando que toda a manutenção no Metrô é feita por etapas.
Com o serviço pronto, os caminhões que estavam estacionados seguem de volta para os pátios.
Anel sanitárioQuando se faz um trabalho abaixo da superfície, o primeiro pensamento que vem à cabeça é que se trata de um lugar sujo, repleto de bichos. Errado. Além da limpeza rotineira, há um serviço terceirizado que faz um programa de sanificação nas vias, edifícios, trens e nas áreas lindeiras do Metrô, em um raio de até 50 metros dos eixos das linhas e dos muros das estações. Esse perímetro é chamado de anel sanitário.
O serviço é orientado por um médico sanitarista, e um grupo de 25 pessoas é responsável pela desinsetização e desratização dos túneis. Ao trafegar pelos túneis, percebemse sa
cos de lixo cheios ao longo dos trilhos. Tudo o que os usuários jogaram ou o lixo que caiu nas vias é recolhido. No fim do turno de manutenção, um caminhão recolhe todos os sacos.
Com a partida do último caminhão, os responsáveis pela conservação ainda dão os últimos retoques na limpeza da estação. Chão, catracas, banheiros, tudo é limpo e esterilizado com água, sabão e álcool.
O relógio marca 4 e meia da manhã. A operação comercial começará em dez minutos, mas alguns passageiros já esperam do lado de fora das estações. A equipe da manutenção acaba seu turno e vai descansar enquanto a população acorda. o
Manutenção não é feita só de reparos nos trilhos. A equipe da limpeza também capricha para deixar estações brilhando
Manutenção rende cenas curiosas na madrugada. Acima, reação química da solda
SPpersonagens do mês
46 SPnotícias
Nova forma de ensinarCasal de pesquisadores usa sucata e criatividade Casal de pesquisadores usa sucata e criatividade para desvendar o universo das ciências biológicaspara desvendar o universo das ciências biológicas
Paixão por educar. A frase resu-me a vida do casal de pesquisa-dores do Instituto Adolfo Lutz
Pedro Federsoni e Silvana Calixto. Há dois anos eles criaram o projeto “Aprenda comigo, dr. Sabidinho”. Um projeto lúdico, de inclusão e inovador. O casal utiliza formas diferentes de mostrar o que é uma célula nervosa, por exemplo, com modelos gigantes do que se pretende mostrar.
Tudo começou há 23 anos. Na época, Pedro Federsoni era um dos responsáveis pelo museu do Institu-to Butantan e Silvana, sua estagiária. Um belo dia, eles se depararam com um grupo de alunos especiais. “Eram alunos do Instituto de Cegos Padre Chico”, lembra Federsoni. “Ficamos preocupados, pensando como iría-mos mostrar os animais para eles”, diz. A solução foi pegar todo tipo de material no qual os alunos pudessem tocar: esqueletos e mudas de pele de cobra, aranhas empalhadas e até uma cobra viva.
Segundo Federsoni, a experiência foi única. Ele ainda se lembra em de-talhes de diversas passagens daquele dia. “Uma menina resistiu a entrar no instituto por causa do cheiro de éter. Achava que ali era um hospital.” O ponto alto daquela experiência, lem-bram, foi quando, ao tocar em uma cobra viva, um aluno de 27 anos per-cobra viva, um aluno de 27 anos per-cobra viva, um aluno de 27 anos perguntou pelas patas do réptil. “Ele co-nhecia tudo sobre cobras, inclusive da história de Adão e Eva, mas não sabia que o animal não tinha patas”, diz.
Foi assim que surgiu a idéia de confeccionar modelos gigantes de cé-lulas e de seres microscópicos para auxiliar no processo educativo. “Nos-so material é universal, todo mundo
tem de entender o que é aquilo. Não importa se a pessoa tem deficiência ou não”, afirma Silvana.
Praticamente todo tipo de material pode se transformar em um modelo de estudo nas mãos dos dois: iso-por, massa de biscuit, bexigas e até bolinhas de pingue-pongue. “Somos conhecidos como a turma da caçam-ba”, brinca Federsoni. “Certa vez, vi que as bolinhas de um prendedor de cabelo de uma funcionária aqui do instituto poderiam virar um vírus da dor de garganta”, diz Silvana.
Atualmente eles coordenam o mu-seu do Adolfo Lutz e trabalham difun-dindo as ações do instituto. Mais de duas décadas não apagaram o gosto por transmitir a informação correta-mente. “Todas as visitas me garantem experiências diferentes e gratifican-tes”, afirma Federsoni. o
Abaixo, peças de trabalho montadas pelo casal. Entre as maquetes,vírus e glóbulos vermelhos
Silvana segura o vírus da dor de garganta e Pedro, um barbeiro
O material deve ser universal para que qualquer um entenda
SPnotícias 47
SPo estado em números
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Centro Paula Souza
HoSPitaiS eStaduaiS
internaçõeS
2006621.682 671.386
181.812.687 225.468.354
2007
atendimentoS laboratoriaiS
aCeSSa SP
1,5 milhãode usuários cadastrados
Mais de
3.810computadores espalhados
pelo Estado
420postos em 365 municípios
PouPatemPo
lei SeCa
1 bafômetro para cada
100 km de rodovia
79bafômetros para a Polícia Rodoviária
51bafômetros para a
Polícia Militar
queda de
55% em atendimento nos hospitais da capital
Novos bafômetros para 2007
298 para o interior
102 para a capital
27.899.763atendimentos em 2007
21.195.566atendimentos até set/2008
obraS novaS
eSColaS
valor inveStido (r$)
novaS SalaS de aula
valor inveStido (r$)
508
5175,46 milhões
415,453 milhões
deSde 2007
reforma de eSColaS
*Em reformas, incluem-se reformas em geral, de pequeno porte, pintura, ampliação, adequação e substituição
eduCação
escolas técnicas (etecs) faculdades de tecnologia (fatecs)
Ensino técnico Ensino superior tecnológico
Número de unidadesEnsino médio
Habitação
18.166Novas unidades da CDHU
desde jan/2007
eStradaS ruraiS
1.895 kmrecuperados pelo “Melhor Caminho” desde jan/2007
fundação CaSa
27novas unidades desde 2007
A meta é atingir
64 até 2010
frente de trabalHo
110.688pessoas convocadas
desde janeiro de 2007
nota fiSCal PauliSta
394.028estabelecimentos
1,7 bilhãode cupons registrados
Beneficiados em jun/08
7.522.731pessoa jurídica +
pessoa física
271.720.468é o valor total distribuído
Projeto tietê
1ª fase (1992 a 1998) Investimento de US$ 1,1 bilhão
metas:n Aumento da coleta de
esgoto na Região Metropolitana de São Paulo
de 70% para 80%n Aumento do tratamento de esgoto na Região Metro-
politana de São Paulo de 24% para 62%
obrasn ETE São Migueln ETE ABC n ETE Parque Novo Mundon 1,5 quilômetro de redes coletorasn 315 quilômetros de
coletores-troncon 37 quilômetros de interceptoresn 250 mil ligações domiciliares
2ª fase (2002 a 2008) – em andamentoInvestimento US$ 400 milhões (US$ 200 milhões financiados pelo BID e US$ 200 milhões com recursos da Sabesp)
metas:n Aumento da coleta de
esgoto na Região Metropoli-tana de São Paulo de 80% para 84%
n Aumento do tratamento de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo
de 62% para 70%
obrasn 36 quilômetros de interceptoresn 110 quilômetros de coletores - troncon 1,2 mil quilômetros de redes
coletorasn 290 mil ligações domiciliares
de esgotos
3ª fase (2009 a 2015)Investimento US$ 800 milhões
metas:n Aumento da coleta de
esgoto na Região Metropolitana de São Paulo
de 84% para 88%n Aumento do tratamento de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo
de 70% para 80%
obrasn Construção de novas ETEs
(Francisco Morato, Franco da Rocha e Caieiras)
Vagas em 2007
Vagas em 2007
Vagas em 2008
Vagas para o 1º semestre
de 2007
2007 2008Vagas para o 2º semestre
de 2008
29.037
33.987
7.96113.288
4.1707.155
29
47
Vagas para o 2º semestre
de 2008
SPagenda
50 SPnotícias
Dois eventos ligados à São Pau lo Companhia de Dança mar caram o mês de setembro: o encerramento da carreira da bailarina Marilena Ansaldi e a apresentação do espetáculo Polígono, que marcou a estréia da Companhia. A despedida da ar tista, com o espetáculo Figuras da Dança, foi no Teatro Franco Zampari. Toda de vermelho, Marilena An saldi subiu ao palco, aos 74 anos, e se apresentou para amigos, diretores, autores e jornalistas. Po-lígono foi cria do pelo italiano Alessio Sil vestrin e teve seleção de bai larinos em cinco regiões do país. As apresentações foram realizadas no Teatro Sérgio Cardoso, na capital. An
tôni
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