SUMÁRIO // 04
Caixa Forte / Otto Stupakoff // 07
Texto Corrido / Eduardo Lima // 14
Texto Corrido / Fernando Nobre // 16
Falando bem pelas costas / Petrobras // 18
Falando bem pelas costas / Alex Cerveny // 19
Lado B / Quarteto Eletrônico // 21
Mesa Redonda / Sustentabilidade // 25
Melhores do Mercado 2007 / Os vencedores // 36
Foto-Legenda / Artivismo // 42
Pasta // 44
Alimentos/Restaurantes
Polenghi // 44
Café Suplicy // 45
JMacedo // 46
Nestlé // 48
Automotivos
Volkswagen do Brasil // 49
Iveco // 52
General Motors // 53
Bebidas Alcoólicas
Cervejaria Femsa / Xingu // 54
Escolas e Cursos
Skill // 55
Colégio Bandeirantes // 56
Mackenzie // 57
Farmacêuticos
Luper // 58
Higiene Pessoal
Sete Cosmetics // 59
Informática
Tempest // 60
Mídia
Editora Globo / Época Negócios // 61
Sony Entertainment Television / AXN Channel // 62
ESPN // 63
Outros
Papaiz // 64
King Seven Tatoo // 65
Panamericana Escola de Arte e Design // 66
São Paulo Alpargatas / Topper // 68
Petróleo e Derivados
Petrobras // 70
Serviço Público
OIT e CONATRAE // 72
Ministério da Saúde (Portugal) // 73
Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante // 74
IPAS Brasil //76
Surfrider Foundation Brasil // 77
Transportes e Turismo
Gol Linhas Aéreas // 78
TAM Viagens // 79
TAM // 79
Varejo
Tok&Stock // 80
Vestuário
Umbro // 81
São Paulo Alpargatas / Mizuno // 82
Polaroid Eyewear // 84
Adidas // 86
Filmes // 88
Índice Remissivo // 98
Capa // Santa Clara
Terceira capa // Diretor de arte convidado: // Pepê
CAIXA FORTE // 07
“Para fotografar, uso a cabeça e o coração” OTTO STUPAkOFF é MAIS DO QUE UM FOTógRAFO. é UM HOMEM QUE TRANSBORDA HISTóRIAS.
DURANTE OS úLTIMOS 50 E POUCOS ANOS TEM ENXERgADO O MUNDO ATRAVéS DAS LENTES. POR
ELAS PASSARAM RIQUEzA, MISéRIA, gUERRA, PAz E gALHOS RASgANDO O CéU. PERSONALIDADES
COMO O PRESIDENTE RICHARD NIXON, AS ATRIzES SOPHIA LOREN, gRACE kELLy E kATHERINE ROSS,
O MAESTRO TOM JOBIM, O ESCRITOR TRUMAN CAPOTE, ASSIM COMO REFUgIADOS DE gUERRA, OU
MASSACRADOS POR ELA, E SERINgUEIROS DO ACRE TIVERAM portraits ASSINADOS POR ELE. O
FOTógRAFO NASCEU EM SãO PAULO E AOS 10 ANOS REALIzOU SEU PRIMEIRO CLIQUE, UM AUTO-
RETRATO. AOS 17, FOI ESTUDAR FOTOgRAFIA NO ACLAMADO art Center College of Design, DE
LOS ANgELES. DEPOIS, AOS 30 ANOS, gANHOU O MUNDO DE VEz E, Só ATERRISSOU DE VOLTA, AOS 70.
é DONO DE UMA NARRATIVA SENSÍVEL, UM OLHAR QUE CATIVA E HÁ MUITO APRENDEU A DIzER NãO A
TRABALHOS QUE NãO FISgAM SUA ALMA
Revista Pasta: Você começou a fotografar moda, no
Brasil, no final dos anos 50, quando a atividade era
inédita por aqui. Como aconteceu?
Otto Stupakoff: Eu tinha 20 anos de idade e fui convidado pelo
Lívio Rangam, do marketing da Rhodia, e pelo Licínio de Almeida,
diretor de arte da Standard, agência que atendia a empresa, a fazer
fotos de moda para revistas. Isso nunca havia sido feito, por aqui.
Até então, só se faziam desenhos, ilustrações, croquis. A modelo
de minha primeira foto de moda chamava-se Duda Cavalcanti,
uma carioca que circulava por Ipanema com um cinto de caubói
preso ao biquíni. Acho que fui o primeiro a fotografar moda com
total naturalidade, no Brasil, como se estivesse fazendo fotos de
família. Os álbuns de meus avós e de meu bisavô sempre foram
forte referência na minha vida. Passei a infância folheando suas
páginas, fascinado. Meu bisavô, Henrique Stupakoff, era alemão,
veio de Hamburgo, e era filho de russos, de São Petersburgo.
Foi ele quem fundou a Companhia Cervejaria Bavária, aqui em
São Paulo, no Tatuapé. Já meu pai trabalhou a vida toda na
Brahma. Chegou a vice-presidente.
Pasta: Quando você descobriu seu próprio estilo,
como fotógrafo?
Otto: A primeira fotografia que tirei na vida foi com 10 anos
de idade, um auto-retrato, em frente a um espelho. Peguei
um espelho do banheiro, pendurei num varal e coloquei atrás
de mim um lençol, preso a outra corda do varal. Mais tarde,
quando comecei minha carreira, obviamente ainda não havia
desenvolvido um estilo próprio, mas dava início à minha maneira
Maurício Cassano
Otto Stupakoff
CAIXA FORTE // 08
de compreender o mundo e à minha necessidade de integrar
todas as formas de beleza à minha vida. O artista, no princípio, só
pode se valer da sensibilidade com a qual nasceu, de parâmetros
subjetivos e de sua formação, bem como de sua necessidade
de se expressar através de imagens. Estilo, eu adquiri quando
perdi o medo de entrar em cavernas escuras, onde o dragão
zela pela pérola. Depois disso, passei a percorrer outra heróica
e individual aventura. O importante é, durante esse processo,
ouvir a voz que vem do lado mais denso e escuro da floresta,
distante da luz que emana de trilhas que outros abriram. Quem
possui e preza por sua integridade, sabe das conseqüências de
aproveitar-se daquilo que não lhe pertence, e, assim, não bebe
em fontes alheias, nem copia o que já foi feito, mas busca o
novo, o que é seu. O trabalho do fotógrafo é o de trazer a pérola
de volta ao mundo. A compaixão, que não é freqüentemente
citada quando se fala sobre fotografia, deve ser a meta de sua
jornada e, ao curso da vida, ele deve aprender a ver uma aura,
em tudo que o cerca. Os deuses nos darão toda a beleza que
desejarmos, mas só se estivermos prontos para recebê-la.
Pasta: Você viajou incansavelmente pelo mundo, nos
últimos 40 anos. Foi bom?
Otto: Viajei muito, de 1965 a 2005, com pausas mais longas em
Nova York e em Paris. E sempre foi imenso, pelo menos para
mim, o valor do que acrescentava à minha bagagem. Na década
de 70, não me lembro em que ano foi, passei uns 220 dias
viajando. Ou seja, quase o ano todo. Resultado, parei de pagar
aluguel em Nova York, onde supostamente morava, e decidi que,
sempre que voltasse à cidade, ficaria cada vez em um hotel bom
e diferente.
Pasta: Qual é o maior desafio, ao se estar diante de
uma pessoa para retratá-la?
Otto: Diane Arbus, fotógrafa que foi uma grande amiga, me disse
que a fotografia é um segredo sobre um segredo. O retrato formal
é uma invasão de domicílio, se não for precedido pelo respeito
que o fotógrafo deve a si mesmo e ao retratado. Condensar um ser
humano em uma fotografia é impossível e, justamente por isso,
o fotógrafo tem que, por obrigação ética, exigir de si próprio um
conhecimento de causa, através de sua cultura e de informações
fidedignas sobre o fotografado. Mas o interessante é que, ao
fotografar, poderá descobrir uma nova e mais significativa visão
sobre o retratado. Mestre Richard Avedon fazia o impossível,
até conseguir destruir as barreiras que muitos constroem para
proteger sua imagem. De Avedon, um exemplo é seu retrato do
Duque e da Duquesa de Windsor, que projetavam eternamente uma
imagem plastificada e não tiravam o sorriso do rosto. O brilhante
intelecto de Avedon, desesperado ante uma muralha que parecia
ser impenetrável, lançou mão de uma armadilha inventada no
momento para conquistar a foto desejada. O casal tinha fascinação
por aquele cachorrinho Pug, de nariz achatado. Sabendo disso,
ele contou, de câmera em punho, uma história, aos dois, sobre
um Pug que havia sido atropelado, minutos antes. Pronto. O
casal se contorceu e ele fez a foto. Ele entrou onde queria entrar.
Álbum de família: o avô Luigi, à direita, seus dois irmãos e os bisavós do fotógrafo. Henrique Stupakoff fundou a Cervejaria Bavária, em 1889
Pôster de d ivulgação da Companhia Cervejaria Bavaria, do final do século XIX
Primeira foto de moda produzida no Brasil (1957). A modelo é Duda Cavalcanti, que namorava Otto, na época
CAIXA FORTE // 09
Pasta: Os fotógrafos de hoje, em sua maioria, buscam
se informar como deveriam?
Otto: Um grave problema para o artista surge quando ele permite
que tirem a autonomia do seu pensar, ou seja, quando um retrato
é feito sob encomenda, para um cliente acostumado ao superficial
e que deseja perpetuar uma falsa imagem pública. A maior parte
dos fotógrafos raramente pensa além do oportunismo, ou do
imediatismo. Nesses casos, a fotografia responde com um
vazio. Todos os artistas que nos deixaram um legado de imagens
surpreendentes foram seres pensantes. Por isso, um fotógrafo
precisa ler, precisa entender de sociologia, de psicologia, de
ética, de filosofia. Carl Gustav Jung dizia que o artista tem de
ser, tem que mostrar ao povo o caminho das profundas fontes
da vida. Um dos grandes mestres da arte do retrato foi August
Sander, mandado pastar, no verdadeiro sentido da expressão,
por Adolf Hitler, que discordava da maneira como Sander via os
alemães. Felizmente, o talento de Sander era imenso e não foi
abalado por isso.
Pasta: Por falar em Hitler, qual foi o momento em que
você mais temeu a morte, nessas décadas de andanças?
Otto: Uma foi quando fui preso pelo Khmer Vermelho, nas selvas
do Camboja, ao lado de meu filho, Bico. Fui também apedrejado
no Iran e no Marrocos. Mas sempre permaneci calmo, nessas
situações-limite. E já me perguntei por que permaneci calmo
em outras circunstâncias que causaram a morte de fotógrafos.
Só não me ocorreu fazer essa pergunta a um psicanalista. É
possível que seja devido a eu ter medo de sentir medo, ou algo
assim.
Pasta: Há algum episódio engraçado que você viveu e
que te faz rir até hoje?
Otto: Há, mas não é relacionado à fotografia. Ainda me faz
sorrir a lembrança de uma longa conversa ao telefone, que
mantive esticando ao máximo o sueco que falo e que não
praticava há anos, com minha ex-sogra (Otto foi casado com
a sueca Margareta Arvidsson, miss Universo em 1966, com
quem teve dois de seus seis filhos). Falei durante muito tempo
e pontuando bem, pois sabia o quanto ela sofria do avanço
do mal de Alzheimer. Terminada essa conversa, minha filha
pegou o telefone. Comentei então que sua avó não me havia
parecido estar tão mal quanto diziam. Rindo, ela me perguntou:
“Papi, você sabe com quem você falou esse tempo todo?”.
Senti aquela alfinetada de dúvida e disse: “Mas foi com sua
avó, não foi?”. Minha filha respondeu que não, que sua avó
já nem mais falava e que, nos últimos anos, minha ex-esposa
também havia se tornado avó. Dei-me conta do surrealismo
daquela situação e de ter conversado em sueco com minha ex-
mulher, que achei, aliás, mais lúcida do que esperava. Desculpe
a maldade. Minha filha disse que jamais me havia ouvido
rir aos borbotões, nem por tanto tempo, como naquele dia.
Pasta: Entre as centenas de pessoas famosas que você
fotografou, qual a que mais te impressionou?
Tom Jobim: olhar que só Otto poderia captar
Nixon e sua filha desfrutam de alguns momentos com o fotógrafo, na Casa Branca
Jack Nicholson: uma folha de papel branco para um astro insuportável
CAIXA FORTE // 10
Otto: Senti ser um momento especial para mim quando Richard
Nixon, então presidente dos Estados Unidos, saiu sozinho por
uma porta da Casa Branca e desceu o gramado, estendendo-me
a mão. Senti-me à vontade durante o tempo que caminhamos
a sós pelo jardim, conversando com uma certa e inesperada
intimidade. Mas voltei rapidamente à realidade do meu trabalho,
quando foi necessário pedir ao presidente que se levantasse do
banco e abaixasse as calças, que lhe haviam subido até o meio
da perna ao sentar. Além dele e de sua filha, meu assistente foi
a única outra pessoa presente. Ele levou anos até parar de contar
a todo mundo que encontrava a história do que eu havia dito
ao presidente, sobre suas calças. Isso aconteceu poucos meses
antes do escândalo Watergate.
Pasta: E qual foi a figura mais antipática?
Otto: A Lauren Bacall, que se deu ao trabalho de escrever a Nancy
White, editora da Harper’s Bazaar, queixando-se das fotografias
que fiz de Leslie, sua filha com Humphrey Bogart, exibidas em
seis páginas dedicadas à fragilidade de uma menina de 14 anos.
Em vez de por sua beleza, foi pela sua imensa sensibilidade que
a havia fotografado. Outro caso aconteceu com Jack Nicholson,
que chegou de nariz empinado e contrariado ao meu estúdio,
nos anos 70, reclamando de como eu estava recebendo uma
“estrela” daquela forma e recusando-se a “posar”. No fim,
descemos para que eu o fotografasse na rua. Ele, então, reclamou
da sujeira da calçada e eu lhe dei uma folha de papel branca,
que peguei numa gráfica vizinha, para que pisasse em cima.
Pasta: Você anda fotografando muito, ultimamente?
Otto: Ando fotografando todos os dias, mas na maior parte deles
para mim mesmo. Sigo “batendo chapas”, como se dizia, com
prazer e descontração, que há muitos anos as responsabilidades
e exigências do trabalho raramente me proporcionavam. Essa
espontaneidade é também um benefício. Como sou por ela
responsável e a utilizo consciente da clareza intelectual que
exige, é uma forma de exercício e de questionamento do espírito.
Pasta: E sobra tempo para as colagens?
Otto: Sempre fiz colagens. Doei muitas ao MAM (Museu de
Arte Moderna) de São Paulo, que as colocou numa pequena
série, na internet. Faz também anos que me dá muito prazer
pintar e inventar o que eu quiser. Às vezes, acho a fotografia
mais difícil que a pintura, porque representa melhor, de
certa maneira, saber ver e tornar aparente o problema do
constante transformar do ordinário em extraordinário.
Pasta: Sua volta ao Brasil, depois de tantos anos, te
parece definitiva?
Otto: Como contei antes, desde aquele episódio dos anos 70,
quando passei quase um ano sem voltar para casa, não “moro”
mais em lugar nenhum. Estava há oito meses arrumando meu
belo apartamento, dois metros acima do nível da água do rio
Chao-Phraya, em Bangkok, na Tailândia, quando a organização
da São Paulo Fashion Week me convidou para expor no Pavilhão
da Bienal, em 2005. Me convidaram mais de uma vez para vir,
Menino com perna amputada. Camboja, 1994. A foto é parte de trabalho voluntário realizado por Otto para projeto de Lady Diana
Vaso onde Anne Frank tinha de fazer suas necessidades fisiológicas, em Amsterdã
Óculos de Gandhi, fotografados na casa do pacifista, em Nova Delhi
isso me deu muito prazer, e acabei aceitando. Depois da festa da
chegada, porém, de toda aquela euforia, noto que ninguém sabe
muito bem o que fazer comigo, quando estou aqui. Nem eu mesmo
sei (risos). Existe algo que oscila, entre diversas e variadas
emoções. Mas acabo não trabalhando como gostaria, porque
acho que de alguma forma intimido as pessoas. Talvez porque
alguns achem que eu “abandonei” meu país, por ter passado
tantos anos fora, ou talvez porque me achem sério demais, eu
não sei. Quando retornei ao Brasil, em 1976, disposto a morar
aqui de novo, também não deu certo. Não conseguia trabalhar
no meu país. A maior parte dos trabalhos que fiz, até 1980, eu
mesmo inventei e propus diretamente aos clientes. Depois de
quatro anos tentando, acabei vencido por minhas contas a pagar
e parti novamente. Tenho um grande amigo, uma das pessoas
mais brilhantes que conheço, que fala: “O que acontece com
você? Qual é o seu problema? Você chega ao Brasil e só falta
levarem banda no aeroporto para te receber. Passada a euforia e
a festa, te esquecem”. Mas desta vez penso muito em ficar.
Pasta: Creio que sua seriedade no trabalho deveria ser
muito bem-vinda e não ao contrário.
Otto: O Brasil é um país engraçado, de bem com a vida, sem
dúvida. Mas às vezes sinto que as pessoas por aqui exigem
umas das outras que sempre estejam de bom humor, por
mais artificial que isso seja, em determinadas situações, em
determinados dias. Socialmente, é preciso evitar comentar sobre
o que possa incomodar as pessoas. E todos, em geral, são meio
avessos a gente séria (os chatos) e a assuntos sérios, reflexões
mais profundas. Papo sério, por aqui, chega ao cúmulo de
atrapalhar uma conversa. Sinto muita falta de bater grandes e
reveladores papos, com pessoas dispostas a pensar, a falar de
coisas que vão além do capítulo da novela, da roupa que vestia
a última celebridade instantânea lançada pela mídia, da festa
de casamento da prima e coisas assim. Se o Millôr Fernandes
fosse considerado, como o vejo, nosso grande filósofo, poucos
achariam o que ele escreve engraçado.
Pasta: Para viajar tanto como você fez, e absorver o
melhor de cada paragem, é preciso ter um espírito
desprovido de preconceitos?
Otto: Isso é sério e complicado. Quem viaja muito precisa estar
sempre atento a uma gigantesca variedade de maneiras de
pensar. No Ártico, por exemplo, você nunca pode caminhar sem
um Inuit experiente, alguns passos à sua frente. Com um arpão
na mão, ele anda devagar, sentindo o gelo, às vezes parando
para escutar. Não é possível ser guiado apenas pelas marcas
que os pés deixam no gelo, para voltar. Isso porque em minutos
a trilha trinca e você vê o resto dela a centenas de metros
de onde estava. Por onde e como você anda requer sempre
atenção, mesmo se não for um país muito longe. Se não forem
as minas explosivas, invisíveis, que todos os dias arrancam
pernas e braços de mulheres, crianças, elefantes; são taxistas
que deixam seu carro por horas numa rua escura com você
esperando dentro. Até que um dia, alguém te explica porque
CAIXA FORTE // 11
Mulheres no Tahiti. Foto produzida no finalzinho dos anos 70 para a revista Madame Figaro, que circula ao domingos no jornal francês Le Figaro
Imagem que integra o primeiro e único editorial de moda publicado na revista inglesa House & Garden, de decoração.A foto foi realizada em Paris, também em 1976
Foto registrada na França, no restaurante L’Acquarium, na mesa preferida de Marcel Proust, para Vogue Paris, em 1976
CAIXA FORTE // 12
aconteceu aquilo, ou o que você fez de errado, e tudo faz sentido.
É indispensável ser compreendido, mesmo quando a mulher
que limpou seu banheiro não tenha tido vontade de tirar uma
cobra do chão do chuveiro. Quando viajamos, somos sempre
hóspedes e há que se lembrar disso e de assim se comportar.
Por isso mesmo, sou agnóstico. Não posso me permitir ter uma
religião já que a cada lugar que vou procuro absorver o máximo
da cultura e dos valores, inclusive religiosos. E cada povo
possui sua grande verdade.
Pasta: Que balanço faz de sua vida, até aqui?
Otto: Tenho vivido a vida com toda intensidade possível e
imaginável, porque sempre mergulhei de cabeça em tudo. Nunca
hesitei um passo sequer frente a uma nova experiência. Nunca
me protegi nem me impedi de viver as coisas, seja por perigo ou
por inconveniência. E sempre vivi muito bem, maravilhosamente
bem até, eu diria, seja dormindo em hotéis seis estrelas, seja
acampado nos lagos do Canadá.
Pasta: Você conheceu o cearense Chico Albuquerque?
Otto: Sim, claro. Eu e o Albuquerque éramos muito amigos. Ele
é considerado um pioneiro na fotografia publicitária, e eu na
fotografia de moda.
Pasta: Você também foi muito amigo do Luís Carta?
Otto: Muito. Sou muito grato pela deferência com a qual ele
sempre me tratou, que fez com que eu formasse dele uma
imagem única, grande, um dos nomes mais dignos da imprensa
brasileira. O conheci quando trabalhava na Editora Abril, e
confiou em mim, no escuro, me dando algumas capas de
Claudia para fazer. Anos depois, quando nos vimos na Europa,
descobrimos que ele conhecia muito bem o meu avô Luigi. Meu
avô era taxista e levava o Luís e seu irmão, Mino, todo dia para
a escola. Veja que mundo. Foi meu avô que ensinou o pai deles
a dirigir, inclusive. Fotografo até hoje para a Vogue, no Brasil,
como que para preencher a saudade que ele deixou e para
agradecê-lo pela forma como sempre me acolheu.
Pasta: Vamos falar sobre outra grande amizade, a que
te uniu à editora de arte Bea Feitler, carioca que fez
carreira nos EUA.
Otto: Devo muito à Bea Feitler, minha grande amiga e a melhor
edi tora de ar te que conheci . Bea t rabalhou durante anos
na Harper’s Bazaar, em Nova York. Ela tinha um jeito muito
especial de tratar os fotógrafos com os quais trabalhava. Todos
nós devemos muito à Bea pela sua obstinação em manter um
fotógrafo em seu percurso. O carinho dela pelo fotógrafo era
vasto, e a recíproca também. Ela tinha uma dedicação ética
e didática imensa. Visitava muito o estúdio do fotógrafo,
observava seus objetos, o levava para assistir um filme ou
uma exposição que considerava tocante. Sempre se preocupava
em saber onde estava a cabeça do fotógrafo. E isso jamais é
cogitado. Nunca ninguém mais me perguntou isso ou quis saber
onde estavam meus desejos, o que tenho vontade de fazer, o
que fiz ultimamente de novo. Sua morte precoce ainda me dói.
Hoje, o processo criativo foi mecanizado a ponto de se tornar
totalmente impessoal. Você trabalha de maneira supostamente
criativa, com o intuito maior de fazer dinheiro, e não de
fazer arte. Uma pena.
Pasta: Você tem predileção por alguma câmera ou
equipamento, para trabalhar?
Otto: Acho que é tudo igual, trabalho com qualquer um. A
câmera, quanto mais simples, melhor. Porque a fotografia é
um processo que vem de dentro para fora, nunca de fora para
dentro. Para fotografar, uso basicamente a cabeça e o coração.
Há os que fotografam para ganhar a vida. Sou daqueles para
quem a fotografia representa uma maneira de viver.
Pasta: Algo mais?
Otto: Posso te assegurar que com o passar do tempo eu realmente
aprendi a amar no sentido mais profundo e verdadeiro, que é
aquele amor que você oferece sem esperar nada, nada, nada
em troca. Desaparece o departamento de cobranças. E isso eu
consegui porque extrai da fotografia.
Se quiser saber mais sobre o fotógrafo, compre o livro Otto Stupakoff, da editora Cosac Naify, lançado em 2006, ou Rioerótico – A Fotografia de Otto Stupakoff,da editora HarperCollins & Regan Books, também de 2006.
Chega de papinho furado
por eduardo limaDiretor de Criação da f/nazca saatchi & saatchi
Se a gente fosse escutar e levar a sério tudo o que ouvimos de
previsões e análises sobre a propaganda brasileira, teríamos um
único caminho: uma arma e uma bala na cabeça. Os profetas
falam. Quem não tem tempo para isso, trabalha.
Estou cansado de uma prática que se tornou usual na nossa
profissão. A crítica do trabalho geral que o Brasil vem fazendo.
Os profetas dizem que tudo está ruim. Sim, é muito mais cômodo
generalizar. Ver algum trabalho bom na rua dói. Machuca quem
não consegue colocar nada. Mas se a gente olhar para trás, vai
ver que sempre teve uns 97, 98% de coisa ruim no ar.
O que eu acho é que os profetas deveriam gastar mais energia
trabalhando nas campanhas e tentando convencer
seus clientes a colocar coisas boas na rua. A batalha
do dia-a-dia não é fácil para ninguém. Não existe
cliente fácil. Existe cumplicidade, existe conquista
de confiança, existe argumento, existe parceria.
Idéia boa nenhuma cai no colo. Tem que sentar em
cima. Pegar na unha a desgraçada. Domar a maldita.
É fácil ficar falando do alto de uma sabedoria de boteco que não
existe nada de bom por aí. Sim, porque a história mostra que
sempre foi mais fácil destruir do que construir. Sempre foi mais
tranqüilo o comodismo do que a luta para mudar uma situação.
Chega de teoria. Chega de papinho furado. Chega de bobagens.
Coisinha de garotinhos de playground. Maricas. Tem que ser
mais menino de rua. Se todos cuidarem de seus jardins, o todo
fica melhor. Até porque já tem gente fazendo isso.
Não quero parecer leviano de citar meu próprio jardim, mas acho
meu dever incluir a F/Nazca nessa lista. Eu também diria que a Santa
Clara busca coisas diferentes em seus trabalhos, sem medo de
errar. A AlmapBBDO. A Famiglia. Tem coisas diferentes na Loducca,
também. A minha análise aqui é crua. Estou falando de coisas que
eu percebo. Movimentações. Inquietações. Essa é a minha opinião.
Não sou dono da verdade. É a maneira como eu enxergo.
Acho que a criação tem que ter na alma a inquietude. A acomodação
para mim só leva ao comum. O release não pode se sobrepor à idéia.
A idéia tem que ser maior. Ninguém consegue decretar que isso ou
aquilo é uma grande idéia. Ela é porque ela é. Não vamos nos enganar.
E t ambém chega de f i c a r babando ovo de a rgen t i no .
Eles estão na frente e ponto. Isso é fato. Chegou
a nossa vez de fazer o que eles tentam no
futebol. Não podemos nos acomodar no
caos de nosso país. Na tristeza de abrir um
jornal pela manhã e ficar deprimido com o
que vemos.
A frustração não pode ser maior do que a luta.
As palavras não podem ser maiores do que os atos. Revolução.
Anarquia. Temos que fazer coisas que nos levem à demissão. Esse
lugarzinho comum de que tudo está ruim, pô, papo de derrotado.
Eu sempre luto até o final. Se você arranca meu braço esquerdo,
luto com o direito. Se você arranca o direito também, luto com
as pernas. Cortou as pernas? Luto com a cabeça.
Para mim está muito claro: o que importa é o autêntico. O genérico
só é bom para a saúde. E o mais ou menos só é confortante para
os medíocres.
TEXTO CORRIDO // 14
O M A I S O U M E N O S
Só é CONFORTANTE
PARA OS MEDÍOCRES
TEXTO CORRIDO // 16
Crônica de uma morte anunciada
por fernando nobresócio e Diretor de Criação da famiglia
T O M A R A Q U E E S T E
ARTIgO PROVOQUE AO
MENOS ALgUM DEBATE.
ISSO JÁ FUNCIONARIA COMO
UM DESFIBRILADOR PARA
O NOSSO QUERIDO ANUÁRIO
Estamos em época de Anuário. Assunto sempre palpi tante,
polêmico. Daí eu usar este espaço para dar os meus palpi tes
e, provavelmente, causar polêmica.
Não à toa, o t í tulo desse art igo é Crônica de uma morte
anunciada . Porque o Anuário – o mais tradicional e
respei tado prêmio que temos, o retrato f iel da qual idade da
criação publici tár ia brasi leira – está perdendo importância
ano a ano, deixando de ser referência a cada nova edição,
es tá agon i zando l en tamente . Não é ma is o re f l exo do ano
na p ropaganda b ras i l e i r a , não é uma fon te con f i áve l pa ra
um di re tor de cr iação cont ra tar, não é sequer percebido
pe los anunc ian tes .
Minha intenção aqui é tentar colocar este assunto na ordem
do dia. Porque toda rodinha de criat ivos, nesta época
do ano, discute o assunto. Mas pára por aí . Quem sabe
colocando algumas idéias no papel elas não acabem saindo
do papel?
O que vocês irão ler, a seguir, não tem nada de revolucionário,
inédito. São medidas simples que talvez ajudem a recolocar
o Anuário no rumo.
Não leiam, por favor, como se fosse um programa de
candidato. Tampouco como uma cr í t ica à Diretoria.
É apenas o olhar de alguém que integrou alguns júris e que adora
o Anuário. E quer vê-lo cheio de vida por muitos e muitos anos.
Por que o presidente do júri tem tão pouca importância
no Anuário?
Um presidente do júri , indicado pelo presidente do Clube
de Criação , com a devida antecedência e t ransparência,
tem muito mais poder para produzir um Anuário relevante.
Ele dá o tom do corpo de jurados, def ine cr i tér ios, é um
“voto de Minerva”. É alguém que dá a cara a tapa e que,
naturalmente, precisa ter estatura para o posto. Alguém
que não irá agir levianamente. E, se por acaso o f izesse,
seria tão simples responsabil izá-lo: ele é um só, não está
di luído em meio a outros 30 nomes. Acho inclusive que um
presidente do júri assim deveria indicar os jurados. E aí
passamos para o i tem seguinte.
Por que eleger os jurados pelo voto direto dos sócios
do Clube?
É mais democrát ico? Talvez. É mais demagógico? Sim. É mais
justo? Com quem? É mais cr i ter ioso? Não. Defini t ivamente,
não. Os prêmios mais respei tados do mundo – aqueles
que nós olhamos com admiração, desejo, inveja – não
elegem os jurados por voto direto. Ok, poderíamos fazer
Lúci
o Cu
nha
TEXTO CORRIDO // 17
diferente aqui no Brasi l , e fazer melhor. Mas infel izmente
não é o caso. Escolhemos pelo voto direto e simplesmente
al i jamos um bocado de nomes fundamentais para a cr iação
brasi leira. Dois exemplos só para i lustrar : Fabio Fernandes
e Marcel lo Serpa não f iguram entre os “elei tos” há alguns
anos. Um presidente do júri for te deve indicar os jurados.
Convidar nomes relevantes para julgar a produção criat iva
do ano. Poucos nomes, de peso, com história, cr i tér io,
comprometidos com a idéia, com o novo, com a boa
propaganda. Gente capaz de produzir um Anuário com mais
relevância, que ref l i ta o que de melhor foi fei to no ano.
Muitos vão dizer que isso já foi fei to no passado e o júri
acabava descambando para discussões pessoais – um não
vota no trabalho do outro, que não vota no outro e assim vai .
Ora, é claro que isso pode acontecer. Da mesmíssima forma
que acontece com o júri elei to pelos sócios. É mais velado,
mas acontece. E nos prêmios lá de fora deve acontecer
também. Talvez com um tempero menos lat ino, com mais
polidez e boas maneiras, sem ninguém chamar para a briga.
Mas o fato é que lá fora eles têm produzido anuários mais
f iéis ao trabalho que real izam ao longo do ano (não estou
comparando a qual idade dos trabalhos de lá e daqui, mas
a maturidade do júri) . O que não pode acontecer aqui é
acredi tarmos que é possível produzir um grande Anuário
sem ter os melhores julgando.
Por que um júri só para TV, Mídia Impressa, Mídia
Exterior, Rádio?
De novo, o mesmo problema: mais de 20 pessoas julgando
todas as categorias. Dilui demais. Ninguém é responsável
pelo resultado final. Impossível fazer um teste de DNA para
descobrir quem é o pai desta criança. Convenhamos: seria bem
mais razoável um júri só para TV, um para Rádio, outro para
Mídia Impressa e um para Mídia Exterior. Com sete jurados
cada, mais ou menos. Daí todo mundo sabe quem julgou o
quê. Quem é responsável pelo quê. Daí todo mundo sabe quem
aplaudir, quem vaiar. E o mais importante: daí o Anuário fica
melhor, mais criterioso, mais enxuto, mais relevante. Porque
um júri que pode se debruçar sobre uma única categoria
avalia melhor, com mais calma, sem a afobação de ter que
observar mais de 4 mil peças em um punhado de dias. Já foi
assim no passado, parece. Mas, um dia, alguém ficou melindrado
de ser convidado para o júri de Rádio enquanto fulano tinha sido
chamado para julgar TV. E recusou o convite. E aconteceu de novo
e de novo. Resultado: hoje todo mundo julga tudo.Que beleza.
Por que as peças não são premiadas por categoria?
Como acontece em Cannes e em muitos outros fest ivais, em
que f i lme de sabonete não compete com f i lme de provedor
de internet . Ou então, por que não adotar um outro cr i tér io
qualquer que não coloque tudo no mesmo saco de gatos?
Por exemplo, produções de TV com orçamento até x mil
reais não concorrem com produções de TV com budget acima
disso. O One Show faz isso (e não nos esqueçamos: eles
são o One Show ! ) . Enf im, poderíamos encontrar um cri tér io
para não julgar igual os di ferentes. Aqui conseguimos isso
t imidamente ao separar as campanhas comunitár ias das
demais. É um começo, mas talvez possamos ir além.
Por que a festa de premiação é tão informal?
Um pouco de pompa e circunstância também podem
contr ibuir para dar mais notoriedade ao prêmio. Algo mais
formal (não precisa ser besta!) talvez dê a real dimensão do
que representa ganhar uma medalha no Anuário do Clube de
Criação de São Paulo .
Para f inal izar : tomara que este ar t igo provoque ao menos
algum debate.
Isso já funcionaria como um desf ibri lador para o nosso
querido Anuário.
ANUNCIANTE // 18
Falando bem pelas costas
por luis antônio Vargasgerente de publicidade e promoções da petrobras
Ao receber o convite para escrever esta coluna, confesso
que fiquei um pouco receoso, pois, é certo que, para nós
publicitários, é muito mais fácil criticar do que elogiar. Porém,
lembrei de uma campanha recente à qual realmente devemos
“pagar tributos”.
Trata-se de uma campanha de posicionamento do Banco Real
(ABN AMRO), que é uma aula sobre sustentabilidade. Para se
ter idéia de como essa é uma palavra recente, e relativamente
desconhecida, nem o corretor ortográfico do meu editor de textos
a reconhece.
Realmente, explicar para toda a população, de forma clara
e eficiente, o que é sustentabilidade é um grande desafio
que, nesse caso, foi muito bem resolvido por quem cuida da
comunicação do Banco Real.
Nas campanhas da Petrobras, o aspecto sustentabilidade
sempre é abordado, porém, não conseguimos, ainda, fazer
uma ação focada na “conscientização” da população. Apesar de
Cena do filme Yuri (no alto) e anúncio relativo ao São Paulo Fashion Week: peças das campanhas de Sustentabilidade criadas pela Talent para o Banco Real
Stef
erso
n Fa
ria
QUAL A MELHOR CAMPANHA
QUE VOCÊ VIU NO AR,
NOS úLTIMOS TEMPOS?
termos o Índice Dow Jones Mundial de Sustentabilidade e o
Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa, e de termos
sido classificados em primeiro lugar como Empresa Exemplo de
Responsabilidade Social, pela pesquisa Market Analysis, nossa
comunicação, à exceção da divulgação de fatos, não consegue
ser tão didática e simples a ponto de explicar perfeitamente o
que é sustentabilidade.
O grande mérito do Banco Real é, justamente, conseguir
desmistif icar a palavra, veiculando campanhas bastante
didáticas no sentido de explicar realmente o que é a
responsabilidade social, ambiental e econômica, que as
empresas de hoje em dia tanto pregam.
Parabéns ao cliente e à agência por serem tão diretos e tocarem
a audiência dessa forma.
Para nós, fica a lição e a promessa de conseguir a mesma eficiência
na abordagem desse conceito, na nossa comunicação.
PERSONALIDADE // 19
por alex Cervenyartista plástico
Tenho uma certa dificuldade com a propaganda, de maneira
geral. Isso porque tenho a mente muito crítica e questionadora e
a publicidade muitas vezes busca soluções simplistas e óbvias,
chegando até a desrespeitar a inteligência do consumidor.
Quando digo isso, me vem à mente, por exemplo, a propaganda
de cerveja, que trata o produto como se fosse um elixir da
sensualidade e a mulher como um mero objeto que compõe
o cenário proposto pela publicidade. Acho um desrespeito.
Nossos publ ic i tá r ios são tão incr íve is , com cer teza
poder iam re f le t i r sobre out ras soluções cr ia t ivas que
fugissem de estereótipos. Afinal, a publicidade pode ter um
compromisso maior, eu d i r ia a té um compromisso
socioeducativo. Penso ainda na propaganda de carros, que
mostra até o mais simples automóvel 1.0 como uma fonte de
adrenalina e aventura, quando o que realmente precisamos, no
momento, é transformar esse trânsito maluco num ambiente
com mais segurança e controle. A palavra certa é prudência.
Outra abordagem igualmente equivocada, na minha opinião,
mas bastante utilizada, é a de agregar a produtos supérfluos,
va lores ecológicos: ecológico mesmo é consumir menos!
Mas apesar destes exemplos negativos, vejo coisas interessantes
e que realmente me chamam a atenção de forma positiva. Gosto
das mensagens que buscam a conscientização do consumidor.
Um bom exemplo é uma ação contra a pirataria, que vem
sendo veiculada e tem diversos comerciais diferentes (assinada
pela agência nova face). É interessante porque traz uma
mensagem que busca minar o velho “jeitinho brasileiro”,
demonstrando que a pirataria é crime. Obviamente que não vamos
ser ingênuos de achar que quem banca essa publicidade está
pensando somente no bem-estar da sociedade. Sabemos que,
por trás dessas mensagens, existem negócios e interesses, ou
seja, é importante para indústrias gigantes que os produtos não
sejam pirateados. Mas, de qualquer forma, é uma contribuição
social, já que o combate à pirataria é um tema de interesse
público e que tem impacto direto na questão dos empregos, dos
impostos e de outros aspectos importantes para o nosso país.
Outra campanha que vi há pouco e achei interessante é a da
Companhia Vale do Rio Doce (criada pela africa), veiculada
em jornais, que mostra que, apesar de ser uma empresa e visar
o lucro, claro, respeita o meio ambiente. Um dos anúncios diz:
“É possível uma mineradora crescer e manter seu compromisso
com o meio ambiente e a sociedade? Sim, é possível”. E segue
mostrando o compromisso social da companhia e os números
que indicam que a empresa cresceu. Esse envolvimento com a
sociedade e a prestação de contas é algo que deveria ser feito
cada vez mais, por mais empresas. Isso, para mim, é respeitar a
inteligência do consumidor.
Anúncios da CVRD, assinados pela Africa: responsabilidade socioambiental em destaque
Falando bem pelas costas
Cena do filme antipirataria, criado pela agênciaNova Face para o SETA – Sindicato das Empresasde TV por Assinatura
LADO B // 21
O som rola solto e vários participantes da festa se perguntam
quem é, afinal, o responsável pela animação daquela noite
agitada, numa casa localizada em Taubaté, no interior de
São Paulo. Para surpresa de muitos, o autor da “sonzeira” é
praticamente uma criança: Fábio Soares, 12 anos, já fissurado
por “dar um som” na casa dos amigos. Dois anos depois, em
1986, o cara começa a tocar no Country Club, ainda na terra de
Monteiro Lobato. “Era o início do house e eu curtia bastante o
estilo. Meus pais achavam um pouco estranho o filho na noite,
aos 14 anos, mas sabiam que minha onda era a música e não
a balada, em si”, conta Fabião. Os pais, aliás, foram grande
influência para que o menino tivesse notas musicais correndo
nas veias. Ambos trabalhavam numa gravadora, a Fermata/RGE,
e Fabião cresceu ouvindo de tudo um pouco. “Meus pais tinham
uma enorme coleção de discos que eu escutava sempre. Gostava
de bossa nova, de jazz”, recorda. “Ouvi quase que o catálogo
todo da gravadora. Passava horas e horas sentado, degustando
o que na época já era considerado antigo. Um compacto do Bill
Halley & The Comets era meu brinquedo favorito. O acesso a
esse repertório me abriu portas para os metais de Urbie Green
e Dave Brubeck, por exemplo”. Mais adiante, já vivendo em São
Paulo e cursando Rádio e TV na Faap, Fabião começou a definir
seu futuro profissional quando um tio, que trabalhava em uma
produtora de imagens, convidou-o para assistir ao processo de
finalização de um comercial. “A partir daí, me apaixonei pela
ilha de edição”. O jovem mergulhou, então, no mundo da pós-
produção e teve de “dar um tempo” com a música, que ficou
Quarteto Eletrônico
ELES VIVEM VIRANDO NOITES. E NãO Só PELO ACúMULO
DE TRABALHO NA AgÊNCIA OU NA PRODUTORA, MAS
PORQUE PROTAgONIzAM BALADAS E MUITA FERVEçãO,
à FRENTE DE piCk-ups OU POR TRÁS DE MICROFONES.
NO line-up A SEgUIR, CONHEçA O LADO DJ DE FÁBIO
SOARES, SóCIO E DIRETOR DE CENA DA CONSPIRAçãO
FILMES; O PRODUTOR MUSICAL QUE HÁ DENTRO DE
VITOR MAFRA, DIRETOR DE CENA DA REPUBLIkA
FILMES; A PORçãO VJ DE JOãO CARLOS PRADO,
DIRETOR DE ARTE DA AgNELO PACHECO; E A METADE
CANTORA E INSTRUMENTISTA DE LUCIANA LINS,
REDATORA DA FALLON. OS QUATRO, ALéM DE TUDO,
EMPRESTAM à PROPAgANDA QUE EXERCEM NO DIA-A-
DIA, REFERÊNCIAS E INSPIRAçãO QUE Só A MúSICA
PODE LIBERAR. SORTE NOSSA
submersa, mas não morta em sua vida. “Meu foco, naquele
momento, era aprender tudo na área de finalização e produção
digital”, explica. “Em 2000, mudei-me para o Rio de Janeiro e,
dois anos depois, quando já tinha experiência considerável em
pós-produção e abraçava outro desafio, o de dirigir comerciais,
percebi o quanto a música me fazia falta. Foram dez anos sem
tocar, não foi nada fácil”, lembra. Assim, em 2002, Fabião
voltou a tocar house na casa de amigos. “A galera gostava, me
chamava. Em 2003, passei a fazer barulho em diversas casas
noturnas do Rio, como a ‘00’, e continuo tocando direto”.
Esse lado DJ do sócio da Conspiração Filmes o ajuda muito
na produção de comerciais: “A intervenção narrativa do DJ é
parecida com a do diretor. A questão é a mesma: ‘como vou
contar a história?’. Quando tocamos, no fundo estamos criando
um roteiro”, compara. Fabião diz também que quando ouve uma
música, inevitavelmente pensa em filmes: “Para tocar, é preciso
fazer pesquisas constantes, ouvir estilos novos, manter-se
atualizado com o que está sendo produzido. Isso é ótimo para
minha carreira de diretor, porque a música está muito ligada à
parte emocional da narrativa”. O DJ conta ainda que atualmente
tem ouvido muito o britânico Matthew Herbert. “Para mim,
ele é o melhor produtor de música eletrônica em atividade”.
Fabião cita também a dupla dinamarquesa Pellarin e Lenler e,
no house, o brasileiro Dudu Marote (produtor musical e sócio da
Dr.DD), que usa Prztz como nome artístico. “Admiro profundamente
nosso querido Prztz e seu parceiro Rafael Droors. Estes caras
fazem hoje o melhor house de pista do mundo, sem exagero.”
Fabião: “Tocar, para mim, é uma necessidade fisiológica: dá muito prazer”
LADO B // 22
Vidal: “A música permite que você coloque seus sentimentos para fora. Tira a ‘nhaca’, mesmo”
Joca: “Na Holanda ser VJ é bem mais fácil porque a tecnologia está muito mais avançada”
Difícil quem no circuito da música eletrônica não conheça,
pelo menos de vista, o produtor Vidal, nome de guerra de
Vitor Mafra, diretor de cena da Republika Filmes. Músico
desde moleque, começou a estudar violão com 10 anos. Aos
15, já tocava guitarra numa banda. “Eu gravava rock, mas
achava tudo ruim”, conta. Em 1990, foi trabalhar na recém-
chegada MTV, justamente por conta dessa sua veia musical.
“Fui editor da primeira turma da emissora”, revela. Dez anos
depois, decidiu estudar jazz. “Para criar música, é necessário
estar atento a todos os estilos”, explica o produtor. “E o fato de
ter estudado jazz, me dá uma segurança musical”, completa.
Até que, de 2002 para cá, com o surgimento de softwares e
tecnologias tão avançadas quanto atraentes, Mafra resolveu
mergulhar no universo da música eletrônica. “Mostrei ao
Dudu Marote (olha o Dudu sendo citado de novo), ele gostou,
disse que eu tinha captado a linguagem”, recorda. Apesar de
já ter tocado no Clube Vegas e no finado Ampgalaxy, em São
Paulo, Mafra gosta mesmo é de estúdio. “Meu foco é compor,
eu curto isso. Sou meio seletivo para tocar ao vivo. O que
mais gosto é de ver DJs tocando minha música”, diz. Suas
principais influências são Funkadelic e Giorgio Moroder, dos
anos 70; Depeche Mode e Duran Duran, dos anos 80; Phuture e
Inner City, dos anos 90; e, atualmente, Anthony Rother, Green
Velvet, Tiga e DJ T, entre outros. Curioso para saber no que
é que deu tanta influência? Dê uma chegada no site do Vidal,
http://www.myspace.com/vidalzabriski. Para Mafra, a música
e o cinema andam de mãos dadas e, por isso, o fato de ser um
produtor musical o auxilia muito no trabalho como diretor de
filmes publicitários e cinematográficos. “O áudio fala direto
com o inconsciente”, declara. “É uma grande vantagem para
um diretor estar atento ao meio musical”. Ele acrescenta ainda
que tanto o diretor necessita seduzir a audiência quanto o DJ
ou produtor musical, a platéia. Assim, as atividades acabam
ficando parecidas. Apesar do fascínio pela composição e
execução de melodias, Vítor garante que seu “grande barato” é
mesmo filmar. “A música é um hobby que deu certo”, finaliza.
João Carlos Prado, mais conhecido como Joca, diretor de
arte da Agnelo Pacheco, confessa que até largaria tudo, um
dia, para se dedicar apenas à sua paixão maior: atuar como
VJ. “Ser DJ é algo relativamente comum no Brasil, mas ser
VJ, nem tanto”, começa Joca. Ele conta que sempre gostou
de baladas e, quando reparou que surgiam por aqui pessoas
que mixavam vídeos, juntando imagens às músicas, não teve
dúvidas: quis ser um VJ. “Mas falo de um trabalho que é
diferente do que fazem os apresentadores da MTV. O VJ é,
na verdade, um artista visual, trabalha ao lado do DJ, de
forma independente, expondo imagens, ao vivo”, explica. O
trabalho de Joca, assim como o do Fabião e do Vidal, é mais
voltado à música eletrônica. “Faço vídeos no estilo minimal
techno, que é um sub-gênero da techno music”, revela. O
VJ fez duas participações no FILE - Festival Internacional de
Linguagem Eletrônica. Também já projetou em casas noturnas
como Lov.e Club, Ultralounge, Soul Sister e AfroSpot, entre
LADO B // 23
outras. Dentre suas influências, cita o VJ Spetto e um grupo de
artistas visuais da Inglaterra, chamado D-Fuse. “Além disso,
a dupla inglesa Addictive TV, que reúne os dois melhores VJs
da atualidade, esteve no Brasil, em 2006, no Motomix, e veio
ao Skol Beats 2007, é grande fonte de inspiração”. Joca, que
também foi convidado a se apresentar no Skol Beats deste
ano, encerra dizendo que a publicidade o ajuda no trabalho
como VJ, já que desenvolve seu senso estético, essencial na
composição dos vídeos exibidos na noite, mas que o trabalho
como VJ também o inspira no dia-a-dia, dentro da agência.
Quem olha para a roqueira Luciana Lins, a Luli, no palco, jamais
diria que por trás da cantora e guitarrista se esconde uma
personalidade tímida. A pernambucana, natural de Recife, que hoje
é redatora da Fallon, em São Paulo, adora compor, desde criança,
além de tocar violão. Entre 8 e 9 anos, ela construiu sua própria
guitarra de madeira. “Comecei a tocar violão de brincadeira, em
casa, e não tinha nenhuma pretensão de ser cantora. Sou tímida”,
sublinha. “No colégio, gostava de compor para decorar algumas
matérias e, eventualmente, cantava canções também, mas sem
fazer alarde”. Ainda no Recife, onde trabalhava na agência
Ampla, gravou, de forma caseira, nada menos do que sete
discos. “Eu faço um indie rock twee, um pop experimental, para
simplificar. Meus amigos definem o som como ‘folk geográfico,
com arranjos futuro do pretérito’”, brinca. Há cerca de cinco
anos, Luli veio para São Paulo, passar férias. Decidiu mostrar
seu portfólio na W/Brasil, e ficou. “Queria mesmo trabalhar por
Luli: “Meus CDs têm nomes engraçados, como Bolhas na Pleura, porque eu tive bolhas na pleura. Minhas composições têm muito a ver com aquilo que acontece na minha vida”
Eugênio Vieira
aqui, e deu certo”. Foi quando lançou o disco Abduzida, também
gravado de forma caseira, que retratava o fato de ter vindo para
cá e não ter voltado. Luli conta que no seu primeiro ano na
capital paulista não conhecia ninguém, por isso ficava muito
sozinha, acompanhada de seu violão. “Até que uma turma de
Recife, que gostava do meu som, acabou mostrando o trabalho
para uma gravadora, a Slag. Eles curtiram e me convenceram
a fazer um show, entre 2004 e 2005”. Tocando suas próprias
composições, Luli juntou-se aos Causadores e formou a banda
Lulina e os Causadores, por intermédio da própria gravadora.
“Agora vamos lançar nosso primeiro CD, Cristalino. Escolhi
esse nome porque será meu primeiro CD sem chiado”, diverte-
se a redatora, que já se apresentou no Grazie a Dio, no Coppola
Music e até na Livraria Fnac. Dentre as influências musicais,
Luli cita Velvet Underground, Cat Power, Belle and Sebastian,
Beat Happening, Cartola e Nara Leão. “Já as influências pessoais
são Dostoievski, Super Nintendo, formigas e extraterrestres”,
mistura. “Acredito que, para compor, as influências vão além das
musicais. Tudo o que a gente vive, ouve e gosta conta”. Luli
acha que a música é uma espécie de “válvula de escape”, na sua
vida. “O que não posso botar na publicidade, boto na música”,
explica. “A música me ajuda a criar jingles, por exemplo,
mas acho que me auxilia muito mais como pessoa do que no
trabalho”. Por outro lado, a publicidade acaba dando uma mão
nas composições da pernambucana. “As minhas canções são
bastante irônicas, por influência da propaganda. Às vezes até tiro
onda do mercado”, fecha a artista.
Frames de vídeos mixados pelo VJ Joca, exibidos durante apresentações em casas noturnas como a Pacha, em São Paulo
How green is Your Company?
A REVISTA Pasta REALIzA SUA PRIMEIRA MESA
REDONDA, SOBRE O TEMA “o quão VerDe
é sua empresa” , ABORDANDO ASSUNTOS
RELATIVOS à SUSTENTABILIDADE. A MATéRIA
TEM SE DESTACADO NA MÍDIA, NãO APENAS DO
BRASIL, MAS DE TODO O MUNDO, E gANHOU
FORçA EM FEVEREIRO úLTIMO, QUANDO FOI
REALIzADA, EM PARIS, A PRIMEIRA RODADA DO
PAINEL INTERgOVERNAMENTAL DE MUDANçAS
CLIMÁTICAS (IPCC, NA SIgLA, EM INgLÊS), PELA
ORgANIzAçãO DAS NAçõES UNIDAS (ONU). NO
INÍCIO DE ABRIL, HOUVE A SEgUNDA PARTE DO
EVENTO, EM BRUXELAS, E O TEMA VOLTOU àS
MANCHETES. NãO HÁ DúVIDA DE QUE O RELATóRIO
ASSUSTADOR REVELADO AO MUNDO, SOBRE AS
CONSEQüÊNCIAS DO AQUECIMENTO gLOBAL à VIDA
NA TERRA, CHAMOU AINDA MAIS ATENçãO PARA A
QUESTãO DO MEIO AMBIENTE. MAS COMO TOMAR,
EM NOSSAS VIDAS E EM NOSSAS EMPRESAS,
DECISõES CONSCIENTES EM RELAçãO AO
IMPACTO AMBIENTAL E AO CONSUMO? CIDADãOS
E EMPRESAS TÊM CONHECIMENTOS SUFICIENTES
PARA DESENVOLVER PENSAMENTOS E AçõES
SUSTENTÁVEIS? REUNIMOS REPRESENTANTES DE
Fern
ando
Tor
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Fern
ando
Tor
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Fern
ando
Tor
res
Fern
ando
Tor
res
AgÊNCIAS, ANUNCIANTES E VEÍCULOS PARA INICIAR
UMA DISCUSSãO SOBRE O ASSUNTO, PARTINDO DA
PREMISSA DE QUE UMA NOVA ERA ESTÁ SURgINDO
PARA O PLANETA, QUE PRECISA DE TRATAMENTO
INTENSIVO, E PARA A PROPAgANDA, QUE PRECISA
DAR SUA CONTRIBUIçãO PARA QUE A CASA
gRAVEMENTE FERIDA CONSIgA SE SALVAR. A MESA
REDONDA CONTOU COM A PARTICIPAçãO DE SILVIA
CAMOSSA, DIRETORA DE PLANEJAMENTO PARA A
CONTA DE NATURA NA LEw’LARA; MURILO LICO,
REDATOR DA SANTA CLARA; ROSANgELA BACIMA,
DIRETORA DE RELAçõES SOCIOAMBIENTAIS DO
gRUPO PãO DE AçúCAR; ANDRé SkAF, SóCIO-
DIRETOR DA IMPOSSÍVEIS ENTRETENIMENTO;
JAIRO CANTARELLI, gERENTE DA ÁREA FLORESTAL
DA FABER CASTELL NO BRASIL E gERENTE gERAL
DA FABER CASTELL COSTA RICA; MATTHEw
SHIRTS, EDITOR-CHEFE DA VERSãO BRASILEIRA
DA REVISTA NATIONAL gEOgRAPHIC, CURADOR
DO PROJETO PLANETA SUSTENTÁVEL, DA EDITORA
ABRIL, E COLUNISTA DO JORNAL O ESTADO DE S.
PAULO; MENTOR MUNIz NETO, SóCIO E DIRETOR
DE CRIAçãO DA BULLET; E VALMIR LEITE, SóCIO E
VICE-PRESIDENTE DE CRIAçãO DA NOVAS/B
MESA REDONDA // 26
A preocupação com o meio ambiente não pode continuar a
ser encarada como apenas mais uma, dentre várias outras.
Ela envolve nossas vidas, nossos negócios e nosso futuro.
A proteção ambiental e a busca por um mundo sustentável
devem ser tarefas comuns a todos nós, pessoas e empresas.
Sustentabilidade, entendida como viabilidade econômica,
desenvolvimento social e conservação ambiental, já é hoje um
atributo considerado essencial e não apenas um diferencial
para marcas e empresas. Mas adotar uma espécie de “livro/
caixa/carbono” e sair plantando não sei quantas árvores,
com o intuito de compensar emissões de CO2 próprias,
será solução suficiente? Até que ponto pôr em prática essa
equação, como quem reza um Pai Nosso para ser perdoado
por pecados, vai resolver o futuro do planeta? Não seria mais
coerente e importante parar de pecar ou pecar menos? Outra
questão contundente: existe uma oposição intrínseca entre
sustentabilidade e publicidade, já que a publicidade, como
sabemos, é ponte entre produção e consumo e o planeta exige
que passemos a tomar decisões conscientes de consumo?
Discutimos ainda se deverá o mercado publicitário começar
a criar campanhas de esclarecimento e estímulo à população
na adoção de medidas de proteção ambiental e de atitudes de
respeito e integração ecológica. Será que veremos em breve,
ao final de anúncios e comerciais criados para quaisquer
produtos, o aviso: “Consuma com Moderação”? Pense sobre
tudo isso você também, mas antes siga em frente e veja no
que deu esse primeiro bate-papo.
Pasta: Como todos nós sabemos, o mercado está sempre
atento a tendências, oportunidades, modismos. Pois
bem, a pergunta inicial é: até que ponto essa “onda
verde”, que ultrapassa agora os limites das ONgs e o
apelo dos cientistas, para ganhar a mídia, as empresas
e os cidadãos comuns, pode perder sua legitimidade
e sua força, uma vez que “a causa ambiental” se
transforme em “commodity” e seja apenas aproveitada
para fortalecer marcas, de acordo com os anseios do
momento, e depois seja descartada e saia do embate
enfraquecida e desgastada?
Valmir Leite: Acho que a questão da sustentabilidade
não é modismo, pois envolve um problema que não era
encarado e parecia muito distante de ter suas conseqüências
perceptíveis. Há uma coisa nova aí, pois esse problema não
vai desaparecer e esta é a primeira vez que a gente vai ter
de enfrentar de verdade um obstáculo que, a princípio, não
tem solução. Uma crise que pode levar a humanidade a um
desfecho trágico.
Rosangela Bacima: Na verdade, esse nível de consciência leva
a uma necess idade de ação u rgen t e . Nós chegamos a
um ponto cr í t ico , no qual nos perguntamos se a inda há
retorno e como mudar prognósticos tão pessimistas. Isso traz
uma preocupação com re lação ao fu turo de nossos f i lhos,
das novas gerações.
Murilo: “No mundo ideal, as agências recomendariam que seus clientes colocassem em prática políticas verdes e de gestão responsável. As agências, cada vez mais, devem assumir o papel de gestoras dos negócios de seus clientes, deixando de ser apenas prestadoras de serviços ligadas à área de marketing. Elas precisam descobrir seu papel nessa nova era”
Fern
ando
Tor
res
Murilo Lico: O Brasil tem a tendência de pegar para si um
assunto pronto, ou seja, se algo é uma preocupação mundial, é
uma preocupação nossa também. De repente, aquilo vira capa
da revista Veja, capa de 200 jornais no país inteiro e, durante
duas semanas, a população só fala sobre sustentabilidade.
Só que, depois, o assunto desaparece. Essa é uma discussão
extremamente necessária, não pode sair da pauta do país. Tem
de se tornar inevitável a gente pensar sobre isso.
Mentor Muniz Neto: Arrisco dizer que essa tendência não acontece
só aqui, mas concordo que o brasileiro é muito permeável a idéias
que parecem ser de Primeiro Mundo e por isso seriam boas. Há um
pensamento de que se é bom para os Estados Unidos e a Europa,
é bom para a gente também. Mas confesso que estou confuso. Eu
falo isso com tranqüilidade, porque a nossa agência neutralizou
carbono, porém, nas últimas semanas, tenho ouvido informações
contraditórias e começo a pensar se não fomos “trouxas” por
aderir cedo demais à neutralização do carbono. Talvez eu devesse
ter questionado mais essa história. Tenho dúvidas sobre o quanto
isso realmente é importante e vai melhorar a perspectiva sombria
que há para o planeta.
Pasta: Aproveitando o gancho, vocês consideram
oportunistas ou autênticas as ações que temos visto
no mercado, protagonizadas por agências e empresas
que buscam agregar o “verde” ao seu dia-a-dia
neutralizando as emissões de carbono?
Valmir : Fizeram essa pergunta quando a novaS/B anunciou
que es tava se tornando a pr imeira agência bras i le i ra
a neut ra l i zar o carbono. Não se t ra ta de opor tunismo,
mas s im de responsabi l idade ambienta l . Como já d isse ,
não es tamos fa lando aqui de jogada de market ing ou de
modismo, mas s im de uma t ragédia anunciada, que ex ige
para ontem tomadas de decisões de cada um de nós e de
nossas empresas.
Mentor: Eu também não neutralizei o carbono da Bullet
por que pega bem, ou porque o consumidor vai achar mais
bacana. Neutralizei porque, embora me questione sobre
isso, achei que não podia ficar de braços cruzados. E vamos
instituir, na agência, dentro de algumas semanas, a opção
para nossos clientes de querer ou não que cada ação de
marketing realizada seja neutralizada. Eles escolherão.
Jai ro Cantare l l i : Ta lvez agora o crédi to do carbono se ja
a bola da vez . Mas isso não envolve somente a ge ladei ra
ou o combust íve l . Há uma questão socia l envolv ida n isso.
Se não houver o equi l íbr io socia l , não ex is te o equi l íbr io
ambienta l . Quando você faz uma cr í t ica , ou quando há
um balanço de carbono dent ro da sua a t iv idade, onde é
que es tá o balanço socia l? Essa é uma questão que não
vem sendo discut ida . Você pode equi l ibrar todo o carbono
que emi t i r, mas mui ta gente cont inua morrendo de fome
no mundo.
Mentor: “A água, o biocombustível e a Amazônia são nossos grandes ativos para este milênio, mas precisamos rapidamente reverter a imagem que o mundo tem da gente”
Fern
ando
Tor
res
MESA REDONDA // 27
MESA REDONDA // 28
Valmir : Pelo menos a gente conseguiu focar numa coisa
que é o in imigo públ ico número um. E foco é fundamenta l
para que consigamos a t ingi r um obje t ivo e amenizar essa
t ragédia anunciada.
Matthew Shirts: Por falar em modismo, eu li numa revista
americana que o metrossexual já era, e que agora o moderno
é ser ecossexual. Não sei o que é ser ecossexual, mas já acho
bacana o ecossexual, seja lá o que isso for (risos).
Pasta: Apesar dos ecologistas – muitas vezes chamados
de ‘ecochatos’ – já baterem nessas teclas, há anos,
parece que só agora a ficha começa a cair. Lembram da
Eco92? O Protocolo de kyoto foi assinado em 1997, só
para citar dois exemplos. Talvez seja bastante tarde,
mas não tarde demais. Vocês acham que a “virada”
aconteceu quando?
Valmir: Acho que se deu após o lançamento, em 2006, do
documentário de Al Gore, Uma Verdade Inconveniente, e de sua
cruzada contra o efeito estufa. Mas se fortaleceu neste ano, após
a primeira rodada do Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas, da ONU.
Mentor: Há dois aspectos a serem discutidos com relação
à sustentabilidade. O primeiro é o impacto que a exposição
do problema do aquecimento global, durante esses painéis
realizados pela ONU, em Paris e Bruxelas, teve na mídia e
no consumidor. O outro é a agenda polít ica que existe por
trás dessa discussão e qual a seriedade dos governantes em
realmente salvar o planeta. Outro dia, vi um documentário
i n g l ê s , b a t i z a d o T h e G r e a t G l o b a l W a r m i n g S w i n d l e
( t í tu lo que pode ser t raduz ido como A Grande Fraude do
Aquecimento Global), de Martin Durkin (cineasta do Reino
Unido, conhecido por sua postura contra os ambientalistas),
que contradiz totalmente o filme Uma Verdade Inconveniente,
de Al Gore, que ganhou Oscar, este ano. Quando a produção
inglesa terminou, fiquei quase convencido de que o que
Gore mostra é uma grande bobagem, que a gente não tem
nenhum poder de controlar as emissões de CO2 na atmosfera,
pois o ser humano é responsável por uma fração quase
i r re levante do que o p laneta em s i já o faz na tura lmente ,
seja por meio dos oceanos, das folhas secas ou quando
um animal que morre não é enterrado. Quanto de verdade
tem em toda essa história e quanto é espuma causada pelo
documentário do Gore? Quanto é agenda polít ica e quanto é
realmente científ ico?
Valmir : Eu não concordo que o documentár io do Gore
se ja apenas um f i lme. Mui to menos que se ja uma f raude.
O re la tór io da ONU é superconsis tente sobre o assunto,
e essa é a pr imeira vez que a humanidade se coloca de
verdade diante de um problema que é grave. Acho que esse
documentár io inglês é que deve ter in tenções escusas,
Jairo: “Há algumas semanas, li um artigo de um jornalista que perguntava: ‘Afinal de contas, de quem é o crédito do carbono?’. Acho muito interessante toda essa discussão, tudo isso que veio à tona agora, mas nós, como seres humanos, continuamos vendo as coisas numa escala muito pequena. A publicidade, acredito, pode fazer com que as pessoas alarguem seus horizontes”
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quem sabe a té para “permi t i r” que a população do Pr imeiro
Mundo cont inue a consumir e dest ru i r a a tmosfera , fe i to
louca, mas sem culpa. Por out ro lado, vemos que há
ingleses conscientes : um proje to da companhia aérea
Br i t ish Ai rways, por exemplo, que ex is te há uns t rês
ou quat ro anos, permi te a opção de cada passagei ro
neut ra l i zar o seu vôo. Você paga um pouco a mais para que
isso ocorra . Na minha percepção, não dá para deixar para
fazer isso daqui a dois meses, a gente tem que começar
agora . Eu es tava vendo o f i lme do Gore pela nona vez e
meu f i lho ent rou no quar to e perguntou: “O que você es tá
vendo, pa i?” . Eu fa le i para e le : “ In fe l i zmente , es tou vendo
um f i lme sobre o seu fu turo” . Querendo ou não, sendo
polêmico ou não, e le t raz a l i uma sér ie de in formações que
são super-re levantes . E os anunciantes sabem disso.
Muri lo : Como já d isse , me preocupa a forma como nós,
bras i le i ros , agimos com re lação às coisas. A gente dá
mui ta impor tância para o Oscar, que premia o documentár io
do Gore , vendendo assim a imagem de que o “Oscar é
verde” , que é uma premiação neut ra l i zada, e não damos a
mínima para o que par te de nossa população e de nossos
governantes es tá fazendo com a Amazônia , por exemplo.
Meu problema é com a manei ra como a sociedade bras i le i ra
tende a conduzi r assuntos como esse, resumindo tudo ao
seguinte : “Ah, be leza , eu compro uma geladei ra que é
neut ra l i zada e tudo bem, já es tou fazendo a minha par te” .
Valmir: Acho que existe uma vontade política de verdade, que vai
impedir que as coisas aconteçam da forma que eram antes. São
Paulo tem uma lei, hoje, que diz que nenhum evento pode ser feito
sem que seja “neutralizado”. O prefeito do Rio de Janeiro, César
Maia, soltou, na sexta-feira de Carnaval, um decreto dizendo que
toda construção de no mínimo três pavimentos precisa ter um
selo de neutralização. E assim as coisas começam a acontecer.
Lá fora, logo depois que saiu o relatório do IPCC, a Chevron
(bandeira de postos de abastecimento de combustível, controlada
pelo mesmo grupo que é dono da Texaco, na América Latina, e
da Caltex, na região da Ásia, África e Oriente Médio), e outras
companhias norte-americanas, passaram a oferecer de 10 a 100
mil dólares para jovens cientistas que encontrassem caminhos
e soluções para brecar os males previstos no documento.
Matthew: Quando foi lançado o Projeto Planeta Sustentável,
dentro da Editora Abril, do qual sou curador, achamos que os
jornalistas da casa, que são muito zelosos por sua independência,
fossem agir com um certo distanciamento, com relação à essa
idéia. Mas o que constatamos na prática foi o contrário. Cada
diretor de redação, cada editor das revistas da Abril quis e quer
participar, quer sugerir pautas, nos envia idéias. Todos estão
procurando colaborar, de uma maneira como nunca se viu
dentro da editora. Aliás, eu fui apresentar o documentário do
Al Gore para os funcionários de nossa gráfica, a pedido deles
mesmos. Precisei fazer três sessões porque todo mundo queria
ver o filme. Em todos os níveis hierárquicos, a receptividade ao
Rosangela: “Hoje, percebemos que é de uma urgência enorme a conscientização da população e das corporações sobre a necessidade de serem sustentáveis, pois chegamos a um ponto crítico. Nos perguntamos se ainda há volta, se ainda há tempo. E esta é uma preocupação que começa a estar presente até na conversa das crianças”
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assunto é tremenda. Sentimos isso em nossa empresa, assim
como percebemos que o tema sustentabilidade desperta a
atenção em todos os níveis na sociedade.
Pasta: Se queremos a preservação da natureza, vamos
ter de mudar nossos hábitos de consumo, embora
vivamos na chamada “sociedade de consumo”. Isso
levará à uma mudança de postura das agências e
dos anunciantes?
Jairo: A questão do consumo consciente tem alguns pontos
cruciais. Para exercê-lo, é necessário que haja oferta de
produtos e serviços conscientes, e as pessoas precisam ter
educação, informação. Se as pessoas não têm uma base de
conhecimento para exercer o consumo consciente, de repente
qualquer “estalo” pode levá-las para um lado que não é o
correto. E a publicidade pode ajudar nisso. Vou citar um
exemplo muito claro. Nós, da Faber Castell, fazemos lápis, que
é um produto à base de madeira, e temos uma história muito
grande por trás disso, projetos de preservação ambiental, de
reflorestamento, entre diversas outras iniciativas. Aí surge
um concorrente que faz o lápis com plástico e coloca na
cabeça do consumidor que para produzir aquele produto
com plástico ele não cortou nenhuma árvore. E como é que
você sai dessa?
Matthew: Isso soa como uma guerra de comunicação.
Valmir : Para mim, a publicidade é um instrumento que
pode contribuir de forma decisiva na adoção do consumo
consciente. Passou a época de falar de sustentabilidade,
apenas. Agora, toda agência tem de ser sustentável, todo
negócio tem que ser sustentável. Há um índice, na bolsa de
Nova York, e mesmo na Bovespa (São Paulo), indicando que
as empresas sustentáveis rendem mais do que aquelas que
não o são. É hora de por em prática a sensibilidade social,
de oferecer algo a mais ao consumidor, além do que ele já
compra. Hoje existe uma guerra nos Estados Unidos entre os
fabricantes de geladeiras, sobre qual deles faz os produtos
mais ecológicos. Os consumidores vão querer saber que
geladeira é melhor para a conservação do planeta, além de
conservar os alimentos.
Silvia Camossa: Desde que não seja a publicidade pela
publicidade, desde que exista uma pauta verdadeira, isso
pode ser muito positivo. Por exemplo, a Natura teve uma
campanha, ano passado, estimulando o uso de refis de seus
produtos, algo que é muito simples. Você tem um creme que
deixa sua pele mais bonita. Comprando um refil , o produto
consumirá menos matéria-prima, o que ajuda a preservar
o planeta. É bom para você e é bom para o mundo. Quer
dizer, quando você for comprar um xampu, você não precisa
comprar o tubo novamente, compra só o conteúdo e usa a
embalagem que já tem. As consumidoras aceitaram muito
bem essa campanha.
Matthew: “Só vejo coisas positivas nessa explosão do tema sustentabilidade. Mas a questão precisa ser entendida de uma forma mais profunda, com certeza, por cada um de nós”
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Murilo: Acho que o mais importante de tudo que estamos
falando, e que vai fazer alguma diferença na nossa vida, é o
consumo consciente. Consciente do custo ambiental, do custo
do dinheiro, do consumo versus consumismo.
Valmir: Dá para ter consumo consciente. Depende do anunciante
consciente, da agência consciente, do consumidor consciente.
Murilo: O legal dessa história de consumo consciente é que
quando ele tomar realmente conta das pessoas, quando deixar
de ser só uma discussão ou uma tendência e virar verdade,
isso mudará, sim, a dinâmica das agências, dos anunciantes,
da produção, dos negócios como um todo. E acho que isso vai
acontecer até mais rápido do que a gente pensa. Ainda estamos
mudando em função de conceitos superficiais, porque ficou
bacana falar da sustentabilidade. Quanto mais a gente discutir,
mais iremos nos aprofundar no tema, mais um anunciante vai ter
de explicar por que ele age em prol da sustentabilidade. E aí o
consumidor dele vai falar: “Tem razão, isso impacta minha vida
de tal maneira, portanto, eu vou resolver minhas necessidades
de consumo de outra maneira”. Isso pode acontecer com banco,
carro, sabão, qualquer marca ou produto.
Silvia: E não é só isso. Acho que agora as pessoas realmente começam
a perceber a importância de cuidar do planeta. Quando se vê um
Tsunami, ou furacões devastadores, ou como agora, quando começamos
a sentir que esse calor não é normal, somos obrigados a acordar.
Pasta: Em breve, (isso já é corrente para mais de
20% dos consumidores, segundo o Procon), no ato da
compra, o consumidor irá perguntar, frente a um bem
de consumo, quem o produziu, como foi produzido
e onde foi produzido, na tentativa de avaliar quais
impactos ambientais podem ser associados àquele
artigo. Passarão a ser escolhidos, então, produtos e
serviços de empresas que minimizem esses impactos
negativos. Anunciantes se preparam para isso?
Murilo: A verdade é que a gente vive na sociedade do
excesso. Todo mundo compra muito mais do que precisa. E
o verdadeiro estímulo ao consumo consciente será quando
uma marca de calça jeans, por exemplo, falar para seus
consumidores que o mundo mudou e que não basta ter estilo,
mas é preciso ter atitude, pensar no futuro, no futuro dos
fi lhos. E ela te dirá, então, que você não precisa comprar
duas calças iguais, mas apenas uma. Essa será uma maneira
moderna de se neutralizar o carbono.
Valmir: Há pouco tempo, vi uma coisa que achei espetacular.
A revendedora de automóveis Primo Rossi, famosa em São
Paulo, que não é pequena, mas é uma revendedora, lançou
num final de semana uma promoção na qual você comprava
um carro e ele vinha “neutralizado”.
Matthew: Neutralizavam o carro ou a fabricação dele?
Silvia: “A maioria das pessoas não sabe que algumas atitudes simples, e até mesmo isoladas, podem fazer a diferença. Transmitir informação para as outras pessoas, por exemplo, é algo que pode despertar um novo nível de consciência. O poder da mudança não está apenas nas mãos do governo ou das empresas, mas nas mãos de todos nós”
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Valmir: A compra do carro, não a fabricação.
Murilo: Mas as coisas não são simples assim. O consumo não
é consciente dessa maneira, senão, comprando uma samambaia
já se neutralizaria o carbono. Consumo consciente é muito mais
amplo do que ser verde, do que neutralizar. Quando consumimos
álcool ao invés de gasolina, temos de pensar nas condições de
trabalho dos cortadores de cana, no pagamento dos impostos, se
as plantações destroem ou não os mananciais. Há uma questão
muito mais macro do que a simples neutralização do carbono,
apesar dela também ser importante.
Silvia: Consumo consciente é um assunto muito novo e temos de
começar a prestar atenção em alguns pontos, com os quais não
estávamos acostumados. Mas há duas abordagens muito distintas.
Uma é de que, apesar de os seres humanos serem, no fundo,
preguiçosos, egoístas, preocupados com si mesmos, quando
recebem educação e informação, começam a olhar para tudo de um
jeito diferente. Como uma praia, por exemplo, que consideramos
bonita e não queremos imaginá-la destruída pela elevação do
nível do mar ou mesmo pela poluição humana. A educação mexe
com as pessoas e elas passam a agir de outro jeito, porque em sã
consciência não querem que as coisas que são bonitas deixem
de ser bonitas, não possam mais ser usufruídas por elas e pelas
futuras gerações. O outro jeito é por meio da propagação de
discursos muito chatos, que distanciam as pessoas. O legal é dar
espaço a formas de abordagem mais simples, que mostrem como
cada um pode fazer parte de um processo positivo, de um jeito
bacana e simples, bastando participar. Acho que a comunicação
pode passar a percepção de que isso não é um peso.
Valmir: Nos Estados Unidos, há um case muito interessante
da Chevron, que foi a público e disse: “Daqui dez anos nós
teremos o dobro de carros no mundo, mas apenas a metade
das reservas de petróleo. E aí, o que é que você tem a dizer
sobre isso? Vamos discutir o assunto?”. Daí ela criou um fórum,
e as pessoas começaram a se conscientizar sobre o problema,
começaram a falar sobre o assunto. A empresa lançou, então,
uma campanha criativa falando de verdade com o consumidor e,
ao mesmo tempo, agregando valor à sua marca. Foi a primeira
vez que uma companhia de petróleo assumiu uma postura
verdadeira com relação a um fato crítico, diante do consumidor.
Então, quando esse cara passar na rua e vir um posto daquela
bandeira, vai dar preferência a ele, por saber que fala a verdade.
Quer algo melhor do que uma marca que pareça ser honesta com
seus consumidores?
Pasta: Temos exemplos assim, no Brasil?
Valmir: No Brasil, acho que a Natura é exemplo disso.
Silvia: O que nós estamos falando de verdade, lá na essência?
Que o mundo hoje exige uma atitude de um pouco mais de
respeito, não só com o planeta, com a natureza, mas também
Valmir: “Sabe quanto custa neutralizar uma tonelada de carbono no Japão? 450 dólares. Para neutralizar a mesma quantidade na Amazônia, custa entre 15 e 20 dólares. Sim, e a casa é a mesma. Se você não está preocupado com o futuro da Terra, ou não está gostando do que está acontecendo, procure outro planeta para morar”
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com o próximo. Acho que existe uma nova consciência de
que tudo está relacionado, que o que a gente faz interfere na
vida dos outros, no que vai acontecer no futuro. Como eu
trabalho com planejamento, sei que há graus muito diferentes
de desconhecimento sobre o que é aquecimento global, por
exemplo, ou o que é sustentabilidade. Há ainda muita gente
longe de saber o que significam estas palavras, e que elas não
se referem apenas a uma questão ambiental, mas social também.
Entender e ajudar nesse processo significa um jeito novo de
fazer negócios, de pensar o mundo.
Valmir: Esse fenômeno que está acontecendo, que chamamos
de comunicação de interesse público, consumiu nada menos do
que 38% da verba de publicidade dos Estados Unidos, no ano
passado. Ou seja, 38% de um mercado de bilhões de dólares
foram destinados para campanhas de interesse público. É a
Coca-Cola dizendo “não recicle apenas, recicle certo”. A Toyota
superando a GM no mercado norte-americano por também fazer
o caminho de falar a verdade com o consumidor. É a publicidade
somada à informação. Uma coisa que tem como beneficiária a
sociedade. O caminho da propaganda, não tenha dúvidas, passa
por esse novo jeito de interagir. Volto a citar a Natura: basta
observar como essa empresa construiu sua marca e como é bem
vista pelo público.
André Skaf: O empresariado vem discutindo essa questão do
meio ambiente já faz alguns anos. Realizamos, recentemente, um
encontro na Bahia, com 200 jovens presidentes de empresas, de
24 Estados brasileiros, cujo tema central foi a sustentabilidade.
Levamos palestrantes que eram verdadeiras sumidades em
determinadas áreas, para discutir vários aspectos relativos ao
problema: a questão social, focada em educação, a questão
ambiental e a questão econômica.
Pasta: E quais foram as conclusões tiradas desse encontro?
André: A questão econômica é muito relevante, sempre foi. E
o que a gente percebe é que nada no mundo tem continuidade
se não houver uma contrapartida econômica envolvida. Como
cada um pode se beneficiar com essa situação, para fortalecer
a questão ambiental? Essa é a grande pergunta. E aí entram
diversos pontos, como o consumo consciente, plantação de
árvores, preservação de mananciais, controle de poluição de
rios e lagos, controle do lixo, reciclagem, entre outros. Por
exemplo, 75% das águas dos rios do Estado de São Paulo já
apresentam contaminação de alguma natureza, seja por detritos
de empresas ou de populações. O que a gente sofre hoje se
refere a distorções criadas há 30 anos e o que a gente vai pagar
nos próximos 40 anos estará relacionado ao que a gente faz
agora. O que tentamos descobrir atualmente é quem vai pagar a
conta desse impacto geral. Agora, empresas do mundo inteiro
estão se unindo e o empresariado começa a observar que se a
sustentabilidade não for tratada como uma questão ideológica,
o assunto morre. É por isso que para os jovens empresários a
André: “Há uma nova geração de empresários, no Brasil, que está, sim, consciente de que há questões relativas à sustentabilidade que precisam ser encaradas de frente. Esses novos líderes não podem cometer os mesmos erros cometidos pela geração passada. Precisamos ter uma visão única de ética, de responsabilidade social e ambiental, que possa transformar esse país em algo diferente”
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sustentabilidade é uma necessidade, está cada vez mais latente
nas nossas vidas. Não queremos repetir os mesmos erros
cometidos por empresários, no passado. Discutimos como
tratar as relações sociais e comerciais e como devemos estar
abertos à evolução do mundo, mas também como o banho de
cada um terá de ser menos demorado, a necessidade de controle
de natalidade e os efeitos da desigualdade social sobre a saúde
do planeta.
Pasta: Deixando agências e anunciantes de lado, por
um momento, e por falar em banho, o que cada um de
nós pode fazer, no dia-a-dia, na tentativa de contribuir
com a cura do planeta?
Murilo: Acho que a gente perde oportunidades fantásticas.
Todo mundo sabe que o Brasil é l íder em reciclagem de lixo,
em países onde a reciclagem não é obrigatória. Mas todo
mundo sabe também – ou não sei se todo mundo sabe – que
30% dos lares de São Paulo reciclam lixo, só que a coleta,
em si, é seletiva em apenas 3% da cidade. Ou seja, tem 27%
de lixo que as pessoas separam e alguém vem e junta. Isso
é inacreditável.
Silvia: Conversei com uma amiga que disse ter f icado
decepcionada justamente com isso. Ela foi numa praça depositar
o lixo que separou durante uma semana e lá viu um caminhão de
lixo juntando todos os contêineres em sua caçamba.
Rosangela: Com o lixo que as pessoas separam e levam para
os postos de coleta das lojas do Pão de Açúcar isso não
acontece, podem ficar sossegados. Há cooperativas por trás do
nosso processo, que fazem um grande trabalho voltado para a
reciclagem de lixo. Aliás, isso gera renda para milhares de famílias.
Jairo: Na verdade, o Brasil é líder em reciclagem porque há um
problema social muito grande no nosso país.
Pasta: Quando o Pão de Açúcar começou a estimular a
coleta seletiva e a reciclagem?
Rosangela: O Pão de Açúcar concluiu que, por ser uma empresa
que distribui produtos, precisava ter um grande trabalho no
pós-consumo, junto ao descarte de resíduos. Nós começamos a
fazer isso em 2001, com postos de coleta seletiva em três lojas.
Hoje, são 100. Direcionamos a coisa de tal forma, que optamos
por deixar de realizar ações que até dariam mais visibilidade
à empresa para trabalhar fortemente com postos de coleta
seletiva e ações correlatas. Temos como meta atingir todas as
nossas lojas, num espaço curto de tempo. As garrafas pet, por
exemplo, já estão entrando na cadeia de produtos de nossa
marca própria, com a produção de camisetas com o fio gerado
pelas embalagens plásticas. Ainda há muita coisa que pode
ser feita, junto à reciclagem, ao invés de ficarmos abraçando
outros projetos, não tão viceralmente ligados à nossa vocação.
Temos de adotar e promover iniciativas que se relacionem
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diretamente com nosso negócio, de forma responsável. O foco
deve ser mantido, sempre. Também estamos investindo em
pesquisas de outras formas de embalagem das mercadorias,
porque sabemos que as atuais não são as mais adequadas.
Aliás, acabo de saber que em São Francisco, nos Estados
Unidos, as sacolas plásticas para uso no varejo acabam de
ser proibidas.
Pasta: Puxando de volta a questão das agências. Elas
estão preparadas para mudar sua forma de se relacionar
com o consumidor?
Murilo: Todo mundo sabe que a publicidade é reativa. Ela não
cria demanda, ela responde à demanda. Dessa forma, acredito
que a gente pode ajudar na informação da população, sim, como
já disse a Silvia.
André: Vocês têm de convencer o consumidor a dizer: “Eu quero
isso porque é melhor para mim e para o planeta”.
Mentor: Acho que há um paradoxo importante que o André
apresentou, anteriormente, que é: se houver uma contrapartida
econômica para o anunciante, isso funciona. As duas coisas
precisam estar atreladas. Você precisa ter progresso, e o
progresso vai gerar ganhos econômicos, mas ao mesmo tempo
esse ganho econômico deve estar l igado a um forte trabalho
de sustentabilidade.
Jairo: O resultado econômico tem que ser legal, de ponta a
ponta, e não num pequeno pedaço, como nós contabilizamos
hoje. O consumidor entende quando uma empresa investe na
preservação do meio ambiente, no desenvolvimento social do
país, e não pensa apenas nos seus resultados financeiros. O
público acaba reconhecendo e indo buscar o produto dessa
empresa mais responsável. É um trabalho que tem um custo
alto para as corporações, mas, no fim das contas, elas se
beneficiam com isso também.
Valmir: O papel da agência, dos anunciantes, do mercado como
um todo será cada vez mais o de informar e conscientizar
corporações e pessoas sobre a necessidade de consumo
consciente, de preservação do meio ambiente, de desenvolvimento
social que leva ao desenvolvimento econômico. O mundo mudou,
a vida é outra e novos hábitos estão sendo instituídos, algo
que começa em casa, até mesmo quando deixamos de escovar
os dentes com a torneira aberta. A gente precisa começar a
informar as pessoas.
Rosangela: O fato é que nós todos continuamos buscando
desenvolv imento, cont inuamos buscando progresso, mas,
infelizmente, nem todos pensam no futuro da humanidade e
do planeta. A gente hoje percebe que o nível de consciência,
sensibilização e informação das pessoas é fundamental. Há
pouco tempo isso era mesmo o discurso do “ecochato”, mas
agora quem não adere já passa uma imagem de completamente
alienado. E há uma necessidade e uma urgência no sentido de
mudar atitudes, comportamentos, o que só terá efeito se essa
discussão envolver uma triangulação do mundo corporativo
com o poder público e a sociedade.
André: É preciso que se desenvolva, não somente no Brasil, mas
em todo o mundo, uma maior conscientização do que é gestão
ambiental. E a gestão ambiental envolve políticas públicas,
atividades corporativas e até mesmo a sua vida doméstica. O
publicitário precisa olhar para a Amazônia, mostrar que em
livros na Alemanha ou nos Estados Unidos ela é apresentada
como uma reserva internacional e não brasileira. Daqui a
pouco, se nós não tivermos cautela sobre isso, perderemos até
a Amazônia.
Fernando Torres
MELHORES DO MERCADO // 36
Melhores do Mercado 2007
COM O OBJETIVO DE RECONHECER E HOMENAgEAR
OS MAIS DESTACADOS PARCEIROS DOS CRIATIVOS
BRASILEIROS, O Clube De Criação De são
paulo LANçOU A PRIMEIRA EDIçãO DO prêmio
melHores Do merCaDo. VOCÊ CONHECEU,
NA Pasta 7, TODOS OS FINALISTAS, DAS 12
CATEgORIAS, INDICADOS PELA DIRETORIA DA
ENTIDADE – E PODERÁ REVER ESTA RELAçãO AQUI.
MAS O MAIS IMPORTANTE, AgORA, é REgISTRAR E
DAR DESTAQUE AOS VITORIOSOS DESTA PRIMEIRA
EDIçãO DO PRÊMIO, ESCOLHIDOS POR VOTAçãO
AUDITADA PELA PRICEwATERHOUSE COOPERS E
DECIDIDA PELOS SóCIOS DO CCsp. OS RESULTADOS
FORAM REVELADOS EM FESTA QUE ACONTECEU
EM SãO PAULO, NO DIA 17 DE ABRIL, REUNINDO
MAIS DE 400 PESSOAS. O EVENTO FOI CONDUzIDO
PELO APRESENTADOR LUIz gUILHERME FAVATI. OS
ENVELOPES Só FORAM ABERTOS NA HORA, QUANDO
PASSAVAM DAS MãOS DO AUDITOR PARA AS DOS
RESPONSÁVEIS PELA ENTREgA DOS TROFéUS,
ASSINADOS PELO ESTúDIO FLEX. SIgA EM FRENTE
E CONFIRA A relação de vencedores. ANO QUE
VEM TEM MAIS melHores Do merCaDo
Categoria Diretor de Cena
“Essa é a estréia de um prêmio que dará muita credibilidade aos vencedores” Carlos Manga Jr. - Republika Filmes
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MELHORES DO MERCADO // 37
Categoria Profissional de Atendimento de ProdutoraCategoria Diretor de Fotografia
“Finalmente um prêmio com organização competente, para reconhecer valores da produção que atendem ao dia-a-dia da publicidade” Alberto Lopes
“A maioria das premiações reconhece o talento dos criativos das agências e esse é o primeiro prêmio grande a reconhecer o talento dos fornecedores” Mateus de Paula Santos
Vetor / Lobo
Categoria Produtora de Animação / Computação gráfica
“Existe uma distância entre os diretores de fotografia e as agências, no Brasil. O prêmio é bacana porque, além de aproximar as pontas, certamente tem imparcialidade, porque quem votou em mim nem me conhece, conhece, sim, o meu trabalho. Ou seja, a votação que obtive foi baseada exclusivamente na capacidade que tenho de interpretar idéias e transformá-las em imagens. Não houve camaradagem” Vitor Amati
“O Melhores do Mercado está valorizando áreas que não são lembradas, como a dos profissionais de atendimento das produtoras. Com certeza, esse prêmio vai agregar valor não só para esta categoria de profissionais, mas para o mercado como um todo” Rejane Bicca - O2 Filmes
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“O Clube está de parabéns pela iniciativa de juntar essa turma, que muitas vezes trabalha meio isolada, entre si. Muitas vezes, sabemos quem são as pessoas só de nome, não as conhecemos. Nesse sentido, esse encontro foi muito bom, permitiu que muitos se conhecessem pessoalmente e trocassem informações” Jarbas Agnelli - AD Studio
“É genial ganhar esse prêmio porque os sócios do Clube de Criação foram os caras que escolheram. Considero muito importante essa iniciativa, porque, geralmente, os fornecedores ficam de fora dessas premiações. Agora há este reconhecimento pelo nosso trabalho” Maurício Nahas
“Existe um lado lúdico, neste mercado, que é o que a gente valoriza. Sabemos que não fazemos arte, a função desse mercado é vender, mas dá para fazer coisas nesse contexto que tenham qualidade. Acho que o Melhores do Mercado é um reconhecimento ao nosso trabalho, sobretudo porque esse prêmio é uma escolha dos criativos. Representa muito para nós e para o mercado” Silvio Piesco - Estúdio Tesis
Categoria Produtora de Som Categoria Fotógrafo Categoria Diretor de Animação / Computação gráfica
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“A iniciativa é fantástica, principalmente porque tira do anonimato as pessoas que compõem a anatomia do corpo publicitário, os fotógrafos, as pessoas que fazem a direção de cena, os ilustradores, os produtores. Enfim, só elogios ao prêmio” Brasílio Matsumoto - 6B Estúdio
“O prêmio é um reconhecimento ao trabalho que estamos desenvolvendo, de buscar viabilizar as idéias da melhor forma possível” Ricardo Figueira - AgênciaClick
“De tudo o que a Burti produz, nada existiria se não houvesse algo criativo e inteligente, por trás. Por isso, é ótimo ganhar um prêmio em que as pessoas que pensam a idéia do produto são as que elegem os vencedores. Para nós, o prêmio é muito importante” Leandro Burti – Burti
Categoria gráfica Categoria Agência de web Categoria Ilustrador
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“Essa premiação reflete o que o mercado realmente pensa e mostra quem os criativos admiram, entre indicados e vencedores. Para a Republika, é a consagração de um trabalho, resultado de dedicação e amor pelo que fazemos” Paula Manga - Republika Filmes
“O prêmio é julgado pelos profissionais das agências, ou seja, por aqueles que realmente entendem. Por isso, é um julgamento sensato, correto e torna o Melhores do Mercado realmente importante. Estamos muito felizes por termos ganhado já na primeira edição do prêmio” André Pulcini - Tribbo Post
Confira a relação de finalistas do Melhores do Mercado 2007
Produtora de Imagem Margarida Flores e Filmes Republika Filmes Zeppelin Filmes
diretor de cenaClaudio Borrelli (Killers) Clovis Mello (Cine Cinematográfica) Carlos Manga Jr. (Republika Filmes)
Produtora de animação / computação Gráfica Dínamo Digital Vetor / Lobo Trattoria
diretor de Fotografia Paulo Mendes da Rocha (Lito) Rhebling Jr. Vitor Amati
Profissional de atendimento de Produtora Julia Tavares (Killers) Marcos Araújo (Sentimental Filme) Rejane Bicca (O2 Filmes)
Produtora de som Estúdio Tesis Sax So Funny Tentáculo
Fotógrafo Andreas Heiniger Maurício Nahas Willy Biondani
diretor de animação / computação Gráfica Jarbas Agnelli (AD Studio)Renato Amoroso Mateus de Paula Santos (Lobo)
GráficaArizona Burti Stilgraf
agência de Web AgênciaClick Lov Wunderman
IlustradorAdelmo Barreira Brasílio Matsumoto (6B Estúdio) Macacolândia (Maurício Zuardi, Marcelo Braga, Marcelo Daldoce e Danilo Beyruth)
Finalizadora Digital 21 Tribbo PostPix Post
Categoria Finalizadora Categoria Produtora de Imagem
Mau
rício
Cas
sano
Mau
rício
Cas
sano
FOTO-LEgENDA // 42
O PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS, gEORgE BUSH, ESTEVE NO BRASIL, COMO TODO MUNDO
SABE, EM MARçO DESTE ANO. O gRUPO DE ARTIVISTAS BIJARI E O ARTISTA PEETSSA NãO
DEIXARAM BARATO. CRIARAM OUTDOORS E OS ESPALHARAM POR LUgARES PRóXIMOS AO HOTEL
ONDE BUSH E SUA COMITIVA SE HOSPEDARAM, EM SãO PAULO. VOCÊ NãO SABE DIREITO O QUE
é UM ARTIVISTA? A PRóXIMA EDIçãO DA REVISTA Pasta VAI TE EXPLICAR. AgUARDE. NA FOTO,
O OUTDOOR ESTÁ PENDURADO NA PONTE MORUMBI, SOBRE A MARgINAL DO RIO PINHEIROS. O
SLOgAN ADOTADO é AgRESSIVO E SARCÁSTICO: “ETHANOL MOLOTOV FOR yANkEE TARgET” (COM
UMA VERSãO EM PORTUgUÊS QUE DIz: “TEMOS ÁLCOOL PARA DAR E VENDER”). A ARTE MOSTRA
UM MANIFESTANTE ATIRANDO UM COQUETEL MOLOTOV E, AO LADO, UM gRAFITE COM A IMAgEM
DO BUSH. FORAM IMPRESSAS TRÊS PEçAS. A SEgUNDA FOI EXIBIDA PERTO DO HOTEL. A TERCEIRA,
COLOCADA NA FACHADA DO ESTúDIO DO BIJARI, NA RUA DA FUNDAçãO APRENDIz, ONDE A LAURA
BUSH ESTEVE. FOTOS DA AçãO FORAM DIVULgADAS EM SITES DA EUROPA E DOS ESTADOS UNIDOS.
ERA UMA IMAgEM QUE INTERESSAVA à MÍDIA, E FOI PENSADA EXATAMENTE PARA ESSE CONSUMO.
Anto
nio
Bras
ilian
o
CCSP
ALIMENTOS / RESTAURANTES // 44
O que as modelos comem entre uma refeição de alface e outra.Anunciante // Polenghi
FamigliaCriação // Fernando Nobre Samir Mesquita Fabio Brigido
Ilustração // Elisa Sassi Up
Dá água na boca. O que numa praia sem salva-vidas, convenhamos, é um perigo.Anunciante // Polenghi
FamigliaCriação // Fernando Nobre Samir Mesquita Fabio Brigido
Ilustração // Elisa Sassi Up
Muita gente falando numa reunião incomoda.Mande um cala-boca, ao menos, pro seu estômago.Anunciante // Polenghi
FamigliaCriação // Fernando Nobre Samir Mesquita Fabio Brigido
Ilustração // Elisa Sassi Up
Sem Título (Técnica Mista: alumínio sobre queijo processado.)Anunciante // Polenghi
FamigliaCriação // Fernando Nobre Samir Mesquita Fabio Brigido
Ilustração // Elisa Sassi Up
ALIMENTOS / RESTAURANTES // 45
Selecionamos apenas grãos frescos. Se ele chorou assistindo Ghost está dentro.Anunciante // Café Suplicy
F/Nazca S&SCriação // André Faria Keka Morelle
Fotografia // Lúcio Cunha
Um café tão fino que não estranhe se ele disser “até logo” quando sair pelo xixi.Anunciante // Café Suplicy
F/Nazca S&SCriação // André Faria Keka Morelle
Fotografia // Lúcio Cunha
Grãos rigorosamente selecionados. Na verdade é no singular ‘grão’, porque hoje só passou um. Anunciante // Café Suplicy
F/Nazca S&SCriação // André Faria Keka Morelle
Fotografia // Lúcio Cunha
O pessoal da máfia japonesa é sempre bem-vindo. Eles nunca vão poder levantar o mindinho na hora de tomar um café fino desses.Anunciante // Café Suplicy
F/Nazca S&SCriação // André Faria Keka Morelle
Fotografia // Lúcio Cunha
ALIMENTOS / RESTAURANTES // 46
Farinha Dona Benta Reserva Especial. Especialíssima.Anunciante // JMacedo
Lew’LaraCriação // Victor Sant’Anna Felipe Luchi
Fotografia // Fabio Ribeiro
Farinha Dona Benta Reserva Especial. Especialíssima.Anunciante // JMacedo
Lew’LaraCriação // Victor Sant’Anna Felipe Luchi
Fotografia // Fabio Ribeiro
ALIMENTOS / RESTAURANTES // 47
Farinha Dona Benta Reserva Especial. Especialíssima.Anunciante // JMacedo
Lew’LaraCriação // Victor Sant’Anna Felipe Luchi
Fotografia // Fabio Ribeiro
ALIMENTOS / RESTAURANTES // 48
Chegou Suflair Dark com 70% de cacau. Inexplicavelmente diferente.Anunciante // Nestlé
JwTCriação // Gustavo Gusmão Claudia Fugita
Fotografia // André FaccioliIlustração // 6B Estúdio
AUTOMOTIVOS // 49
Volkswagen. Única com rastreador de série em toda a linha.Anunciante // Volkswagen do Brasil
AlmapBBDOCriação // César Herszkowicz Gustavo Victorino
Fotografia // Stock Photos
AUTOMOTIVOS // 50
É impressionante o que cabe dentro de um SpaceFox. (Dicionário)Anunciante // Volkswagen do Brasil
AlmapBBDOCriação // César Herszkowicz Gustavo Victorino
Fotografia // Amir Campos
É impressionante o que cabe dentro de um SpaceFox. (Hino)Anunciante // Volkswagen do Brasil
AlmapBBDOCriação // César Herszkowicz Gustavo Victorino
Fotografia // Amir Campos
AUTOMOTIVOS // 51
É impressionante o que cabe dentro de um SpaceFox. (Discurso)Anunciante // Volkswagen do Brasil
AlmapBBDOCriação // César Herszkowicz Gustavo Victorino
Fotografia // Amir Campos
SpaceFox. Irado pra quem vê. Gigante pra quem anda.Anunciante // Volkswagen do Brasil
AlmapBBDOCriação // César Herszkowicz Gustavo Victorino
Fotografia // Fernando Zuffo
AUTOMOTIVOS // 52
Pense Grande.Anunciante // Iveco
BorghiErh/LoweCriação // Erh Ray José Henrique Borghi Edgard Gianesi Vinicius Miike Maurício Meirelles Lucas Jatobá
Fotografia // Ateliê de Imagem Eduardo Colesi Lucas Jatobá
Pense Grande.Anunciante // Iveco
BorghiErh/LoweCriação // Erh Ray José Henrique Borghi Edgard Gianesi Vinicius Miike Maurício Meirelles Lucas Jatobá
Fotografia // Ateliê de Imagem Eduardo Colesi Lucas Jatobá
AUTOMOTIVOS // 53
O que você faria com 147 búfalos na sua frente? Um test drive.Anunciante // General Motors
McCann EricksonCriação // Adriana Cury Danilo Janjácomo Roberto Cipolla Fabio Mozelli Carlos Bertuol
Fotografia // Fernando Zuffo
BEBIDAS ALCOóLICAS // 54
Black and Cool.Anunciante // Cervejaria Femsa / Xingu
TalentCriação // Philippe Degen Fábio Astolpho Fábio Rodrigues
Fotografia // Edu Rodrigues
Black and Cool.Anunciante // Cervejaria Femsa / Xingu
TalentCriação // Philippe Degen Fábio Astolpho Fábio Rodrigues
Fotografia // Edu Rodrigues
ESCOLAS E CURSOS // 55
Não deixe seu espanhol parecer ridículo.Anunciante // Skill
Leo Burnett BrasilCriação // Carlos Schleder André Kirkelis
Fotografia // Lúcio CunhaIlustração // Darcy Vieira
Não deixe seu inglês parecer ridículo.Anunciante // Skill
Leo Burnett BrasilCriação // Carlos Schleder André Kirkelis
Fotografia // Lúcio CunhaIlustração // Darcy Vieira
ESCOLAS E CURSOS // 56
LápisAnunciante // Colégio Bandeirantes
PátriaCriação // Ricardo Lordes Priscila Barroso Alberto Nagy
Fotografia // Rafael Quintino
ESCOLAS E CURSOS // 57
O coração é um músculo involuntário.Anunciante // Mackenzie
Publicis BrasilCriação // Adriano Matos Rodolfo Sampaio Fernando Carreira Guilherme Jahara
Fotografia // Banco de Imagens
A ordem dos fatores não altera o produto.Anunciante // Mackenzie
Publicis BrasilCriação // Adriano Matos Rodolfo Sampaio Fernando Carreira Guilherme Jahara
Fotografia // Banco de Imagens
FARMACÊUTICOS // 58
Virilon. Muita energia e pouca vergonha.Anunciante // Luper
TBwA\BRCriação // Alexandre Nino Fabio Pinheiro
Fotografia // Getty Images
Virilon. Muita energia e pouca vergonha.Anunciante // Luper
TBwA\BRCriação // Alexandre Nino Fabio Pinheiro
Fotografia // Getty Images
HIgIENE PESSOAL // 59
Ninguém precisa saber o que você tem feito.Anunciante // Sete Cosmetics
Ag_407Criação // Ricardo Wolff Gabriel Mattar
Ilustração // Cafeu Filmes
Ninguém precisa saber o que você tem feito.Anunciante // Sete Cosmetics
Ag_407Criação // Ricardo Wolff Gabriel Mattar
Ilustração // Cafeu Filmes
INFORMÁTICA // 60
Hackers são pessoas extremamente perseverantes.Anunciante // Tempest
F/Nazca S&SCriação // Eduardo Lima Luciano Lincoln
Fotografia // Manolo Moran
Hackers são pessoas extremamente obsessivas.Anunciante // Tempest
F/Nazca S&SCriação // Eduardo Lima Luciano Lincoln
Fotografia // Manolo Moran
MÍDIA // 61
O mundo dos negócios nunca foi tão inspirador.Anunciante // Editora Globo / Época Negócios
JwTCriação // Thiago Carvalho Silvio Medeiros
Ilustração // Silvio Medeiros
O mundo dos negócios nunca foi tão inspirador.Anunciante // Editora Globo / Época Negócios
JwTCriação // Thiago Carvalho Silvio Medeiros
Ilustração // Silvio Medeiros
MÍDIA // 62
Rodrigo Santoro segue os mestres: bonito como Paul Newman, carismático como Al Pacino, mudo como Chaplin.Anunciante // Sony Entertainment Television / AXN Channel
Publicis BrasilCriação // Adriano Matos Guilherme Jahara Carlos Lopes
Fotografia // Guto Nóbrega Arquivo Cliente Banco de Imagens
Direção: J. J. Abrams Roteiro: Damon Lindelof Cenografia: Deus Casting: SatanásAnunciante // Sony Entertainment Television / AXN Channel
Publicis BrasilCriação // Adriano Matos Guilherme Jahara Carlos Lopes
Fotografia // Guto Nóbrega Arquivo Cliente Banco de Imagens
MÍDIA // 63
Nova programação ESPN. Impossível sair de casa.Anunciante // ESPN
Neogama/BBHCriação // Marcelo Torma Bruno Souto
Fotografia // Bruno Cals
Nova programação ESPN. Impossível sair de casa.Anunciante // ESPN
Neogama/BBHCriação // Marcelo Torma Bruno Souto
Fotografia // Bruno Cals
OUTROS // 64
Veja filmes de ação na sua TV. Não no seu circuito interno de TV.Cadeados Papaiz. A melhor coisa que poderia acontecer entre você e um ladrão.Anunciante // Papaiz
DPzCriação // Pedro Rosa Roberto Kilciauskas
Fotografia // Gustavo Lacerda
Se ainda assim você se sentir inseguro, procure um terapeuta. Cadeados Papaiz. A melhor coisa que poderia acontecer entre você e um ladrão.Anunciante // Papaiz
DPzCriação // Pedro Rosa Roberto Kilciauskas
Fotografia // Gustavo Lacerda
OUTROS // 65
Uma tatuagem nunca te abandona.Anunciante // King Seven Tatoo
Publicis BrasilCriação // Rodrigo Strozenberg Marcelo Giannini
Fotografia // Max MoureIlustração // Filé com Fritas
Uma tatuagem nunca te abandona.Anunciante // King Seven Tatoo
Publicis BrasilCriação // Rodrigo Strozenberg Marcelo Giannini
Fotografia // Max MoureIlustração // Filé com Fritas
OUTROS // 66
Clio Awards. Nem vendendo sua alma fica fácil ganhar.Anunciante // Panamericana Escola de Arte e Design
AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros
Fotografia // Hugo TreuIlustração // Pix Post
Clio Awards. Nem vendendo sua alma fica fácil ganhar.Anunciante // Panamericana Escola de Arte e Design
AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros
Fotografia // Hugo TreuIlustração // Pix Post
OUTROS // 67
Clio Awards. Nem vendendo sua alma fica fácil ganhar.Anunciante // Panamericana Escola de Arte e Design
AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros
Fotografia // Hugo TreuIlustração // Pix Post
Clio Awards. Nem vendendo sua alma fica fácil ganhar.Anunciante // Panamericana Escola de Arte e Design
AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros
Fotografia // Hugo TreuIlustração // Pix Post
OUTROS // 68
Topper KV Carbon 12. A primeira bola do mundo com tecnologia A.S.A.F.* que garante maior precisão nos chutes. *Até sua avó fariaAnunciante // São Paulo Alpargatas / Topper
Lew’LaraCriação // Marco Gianelli (Pernil) Mozar Gudin
Fotografia // Rogério Miranda
Topper KV Carbon 12. A primeira bola do mundo com tecnologia A.S.A.F.* que garante maior precisão nos chutes. *Até sua avó fariaAnunciante // São Paulo Alpargatas / Topper
Lew’LaraCriação // Marco Gianelli (Pernil) Mozar Gudin
Fotografia // Rogério Miranda
OUTROS // 69
Topper KV Carbon 12. A primeira bola do mundo com tecnologia A.S.A.F.* que garante maior precisão nos chutes. *Até sua avó fariaAnunciante // São Paulo Alpargatas / Topper
Lew’LaraCriação // Marco Gianelli (Pernil) Mozar Gudin
Fotografia // Rogério Miranda
Topper KV Carbon 12. A primeira bola do mundo com tecnologia A.S.A.F.* que garante maior precisão nos chutes. *Até sua avó fariaAnunciante // São Paulo Alpargatas / Topper
Lew’LaraCriação // Marco Gianelli (Pernil) Mozar Gudin
Fotografia // Rogério Miranda
PETRóLEO E DERIVADOS // 70
Energia para vencer desafios.Anunciante // Petrobras
Duda PropagandaCriação // Ricardo Braga Marcelo Maia Marcelo Kertesz
Ilustração // Tribbo PostFotografia // Alexandre Salgado
Energia para acreditar que todo sonho é possível.Anunciante // Petrobras
Duda PropagandaCriação // Ricardo Braga Marcelo Maia Marcelo Kertesz
Ilustração // Tribbo PostFotografia // Alexandre Salgado
PETRóLEO E DERIVADOS // 71
Energia para superar limites.Anunciante // Petrobras
Duda PropagandaCriação // Ricardo Braga Marcelo Maia Marcelo Kertesz
Ilustração // Tribbo PostFotografia // Alexandre Salgado
Petrobras. Mais energia para o Pan 2007. Além do petróleo, a Petrobras vai buscar no mar, no sol, na terra e no vento muito mais energia para os Jogos Pan-Americanos.Anunciante // Petrobras
Duda PropagandaCriação // Ricardo Braga Marcelo Maia Marcelo Kertesz
Ilustração // Tribbo PostFotografia // Alexandre Salgado
SERVIçO PúBLICO // 72
Infelizmente, acabar com o trabalho escravo não é fácil assim.Anunciante // OIT e CONATRAE
AlmapBBDOCriação // Luiz Sanches Roberto Pereira Renato Simões Renato Fernandez
Fotografia // Márcia Ramalho
SERVIçO PúBLICO // 73
O colesterol não é brincadeira. Faça o exame. Fale com seu médico.Anunciante // Ministério da Saúde
McCann Erickson PortugalCriação // Fabio Seidl Diogo Mello
Fotografia // PlatinumIlustração // Platinum
O colesterol não é brincadeira. Faça o exame. Fale com seu médico.Anunciante // Ministério da Saúde
McCann Erickson PortugalCriação // Fabio Seidl Diogo Mello
Fotografia // PlatinumIlustração // Platinum
SERVIçO PúBLICO // 74
Seu corpo é sua casa. Não fume.Anunciante // Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante
Neogama/BBHCriação // Márcio Ribas Isabella Paulelli
Fotografia // Robert Polidori
Seu corpo é sua casa. Não fume.Anunciante // Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante
Neogama/BBHCriação // Márcio Ribas Isabella Paulelli
Fotografia // Robert Polidori
SERVIçO PúBLICO // 75
Seu corpo é sua casa. Não fume.Anunciante // Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante
Neogama/BBHCriação // Márcio Ribas Isabella Paulelli
Fotografia // Robert Polidori
Seu corpo é sua casa. Não fume.Anunciante // Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante
Neogama/BBHCriação // Márcio Ribas Isabella Paulelli
Fotografia // Robert Polidori
SERVIçO PúBLICO // 76
Lágrimas secam. Ficam os motivos.Anunciante // Ipas Brasil
Santa ClaraCriação // André Godoi Vico Benevides Fernando Campos
Fotografia // Edu Rodrigues
A pior cicatriz você só enxergade olhos fechados.Anunciante // Ipas Brasil
Santa ClaraCriação // André Godoi Vico Benevides Fernando Campos
Fotografia // Edu Rodrigues
Dividir a dor é cortar a dor pela metade.Anunciante // Ipas Brasil
Santa ClaraCriação // André Godoi Vico Benevides Fernando Campos
Fotografia // Edu Rodrigues
SERVIçO PúBLICO // 77
Tudo que o ser humano faz tem uma conseqüência. Para ele mesmo e para o mundo.Anunciante // Surfrider Foundation Brasil
Script (RJ)Criação // Bernardo Romero Daniel Duarte
Ilustração // Otávio Rios
Tudo que o ser humano faz tem uma conseqüência. Para ele mesmo e para o mundo.Anunciante // Surfrider Foundation Brasil
Script (RJ)Criação // Bernardo Romero Daniel Duarte
Ilustração // Otávio Rios
TRANSPORTES E TURISMO // 78
Lima. O mais novo destino da Gol. Venha voar com a gente.Anunciante // Gol Linhas Aéreas
AlmapBBDOCriação // Tales Bahu Rodrigo Almeida Eduardo Andrietta Marcus Kawamura
Fotografia // Rafael Costa
TRANSPORTES E TURISMO // 79
TAM. Voando dos céus do Brasil para os céus da Itália.Anunciante // TAM
y&RCriação // Widerson Souza Juliana Patera
Ilustração // JEO Ilustrações Julius Ohta
Rio de Janeiro. Maravilhosa, também na gastronomia.Anunciante // TAM Viagens
Dez BrasilCriação // Michel Zveibil Getúlio Albrecht
Fotografia // Arquivo do cliente
VAREJO // 80
Não se prenda aos seus móveis antigos.Anunciante // Tok&Stok
DM9DDBCriação // Antero Neto Edson Oda Christiano Neves Rodrigo Bombana
Ilustração // Bruno Cals
Não se prenda aos seus móveis antigos.Anunciante // Tok&Stok
DM9DDBCriação // Antero Neto Edson Oda Christiano Neves Rodrigo Bombana
Ilustração // Bruno Cals
Não se prenda aos seus móveis antigos.Anunciante // Tok&Stok
DM9DDBCriação // Antero Neto Edson Oda Christiano Neves Rodrigo Bombana
Ilustração // Bruno Cals
Não se prenda aos seus móveis antigos.Anunciante // Tok&Stok
DM9DDBCriação // Antero Neto Edson Oda Christiano Neves Rodrigo Bombana
Ilustração // Bruno Cals
VESTUÁRIO // 81
Umbro XBoot. Extremamente leve.Anunciante // Umbro
Neogama/BBHCriação // Isabella Paulelli Márcio Ribas
Ilustração // Studio Hector
Umbro XBoot. Extremamente leve.Anunciante // Umbro
Neogama/BBHCriação // Isabella Paulelli Márcio Ribas
Ilustração // Studio Hector
VESTUÁRIO // 82
Novo Mizuno Creation 8 com tecnologia Infinity. Run forever.Anunciante // São Paulo Alpargatas / Mizuno
AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros Danilo Boer
Fotógrafo // Fernando NalonIlustração // 6B Estúdio
VESTUÁRIO // 83
Novo Mizuno Creation 8 com tecnologia Infinity. Run forever.Anunciante // São Paulo Alpargatas / Mizuno
AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros Danilo Boer
Fotógrafo // Fernando NalonIlustração // 6B Estúdio
Novo Mizuno Creation 8 com tecnologia Infinity. Run forever.Anunciante // São Paulo Alpargatas / Mizuno
AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros Danilo Boer
Fotógrafo // Fernando NalonIlustração // 6B Estúdio
VESTUÁRIO // 84
Todo mundo nota. Só você vê.Anunciante // Polaroid Eyewear
Santa ClaraCriação // Mariana Borga Murilo Lico Kika Botto Vico Benevides
Ilustração // Felix Reiners
Todo mundo nota. Só você vê.Anunciante // Polaroid Eyewear
Santa ClaraCriação // Mariana Borga Murilo Lico Kika Botto Vico Benevides
Ilustração // Felix Reiners
VESTUÁRIO // 85
Todo mundo nota. Só você vê.Anunciante // Polaroid Eyewear
Santa ClaraCriação // Mariana Borga Murilo Lico Kika Botto Vico Benevides
Ilustração // Felix Reiners
VESTUÁRIO // 86
É tanta impulsão que o anúncio foi parar lá na página 89. Mega Bounce+ Um empurrão a cada passo.Anunciante // Adidas
180 Amsterdam / TBwA\BRCriação // Caio Grafietti Fábio Pinheiro e equipe 180
Ilustração // John Wayshak
FILMES // 88
Para assistir aos filmes
selecionados, digite
www.ccsp.com.br/novo/
“Teaser”Anunciante // CCAA
Agência 3 (RJ)Criação // Álvaro Rodrigues Daniel Ferreira Daniel Oksenberg Fábio Caveira Fábio Gil Guilherme Ginane Guilherme Pecego Leonardo Brossa Luís Claudio Salvestroni Marcelo Felício Marcello Pereira Marco Martins Direção // Pedro Becker Margarida Flores e Filmes Som // Raw Produtora de Áudio
“Superpoderes”Anunciante // CCAA
Agência 3 (RJ)Criação // Álvaro Rodrigues Daniel Ferreira Daniel Oksenberg Fábio Caveira Fábio Gil Guilherme Ginane Guilherme Pecego Leonardo Brossa Luís Claudio Salvestroni Marcelo Felício Marcello Pereira Marco Martins Direção // Pedro Becker Margarida Flores e Filmes Som // Raw Produtora de Áudio
“Dirigindo”Anunciante // Volkswagen do Brasil
AlmapBBDOCriação // Tales Bahu Rodrigo Almeida Direção // Pedro Becker Margarida Flores e FilmesSom // Tentáculo
“Lombada”Anunciante // Volkswagen do Brasil
AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Roberto Pereira Marcos Medeiros Luiz Sanches Direção // Rodrigo Pesavento Zeppelin FilmesSom // Tesis
FILMES // 89
“Quadras”Anunciante // Olympikus
DCS Comunicações (RS)Criação // Rafael Bohrer Tiago Mattos Direção // Rodrigo Pesavento Zeppelin FilmesSom // Voicez
“Sabor”Anunciante // Skol
F/Nazca S&SCriação // Fabio Fernandes Direção // Amon Zero FilmesSom // Tesis
“Mudanças”Anunciante // Greenpeace
AlmapBBDOCriação // Renato Simões Bruno Prosperi Marcos Medeiros Direção // Tyson CineSom // Tesis
FILMES // 90
“Bambina”Anunciante // Ceratti
FamigliaCriação // Átila Francucci Fernando Nobre Direção // Ricardo “Gordo” Carvalho Bossa Nova Films Som // Lua Nova
“Cerveja”Anunciante // Fiat
giovanni+DraftFCBCriação // Alexandre Peralta Direção // Paola Siqueira O2 FilmesSom // Tesis
“Fortões”Anunciante // Shopping Lar Center
Fallon SPCriação // Ana Carolina Reis Direção // Beto Salatini Lux Filmes Som // Lua Nova
“Se Beber, Não Faça”Anunciante // Unimed Rio
F/Nazca S&SCriação // Fabio Fernandes Marcelo Nogueira Alexandre (Rato) Pagano Direção // 300ml Hungry ManSom // Tesis
“Estréia”Anunciante // Fiat
giovanni+DraftFCBCriação // Alexandre Peralta Direção // Paola Siqueira O2 FilmesSom // Tesis
FILMES // 91
“Sede”Anunciante // Coca-Cola Brasil
JwTCriação // Ricardo Chester Roberto Fernandez Direção // Luciano Podcaminsky Revolucion (Buenos Aires) Som // MCR Brasil
“Combo”Anunciante // SKY
giovanni+DraftFCBCriação // Astério Segundo Direção // Paola Siqueira O2 FilmesSom // Tesis
“Dúvida”Anunciante // SKY
giovanni+DraftFCBCriação // Alexandre Peralta Direção // Paola Siqueira O2 FilmesSom // Tesis
FILMES // 92
“Rosa”Anunciante // Ford
JwTCriação // Fábio Brandão Theo Rocha Direção // Pedro Becker Margarida Flores e FilmesSom // Sax So Funny
“Dança”Anunciante // Publicar
Master Comunicação (PR)Criação // Marcelo Romko Direção // Tadeu Jungle Margarida Flores e FilmesSom // In Sonoris
“Pedro”Anunciante // Ford
JwTCriação // Fábio Brandão Theo Rocha Direção // Pedro Becker Margarida Flores e FilmesSom // Sax So Funny
“Gafes”Anunciante // Ford
JwTCriação // Ricardo Chester Fábio Brandão Theo Rocha Direção // Claudio Borrelli KillersSom // Sax So Funny
“Búfalos”Anunciante // General Motors
McCann EricksonCriação // Adriana Cury Danilo Janjácomo Roberto Cipolla Fabio Mozelli Carlos Bertuol Direção // Christiano Metri Margarida Flores e FilmesSom // Menina
FILMES // 93
“Jantar Romântico”Anunciante // Exército da Salvação
McCann EricksonCriação // Adriana Cury Eduardo Hernandez Doriano “Carneiro” Cecchettini Hugo Veiga Direção // Ernani Nunes CineSom // Lua Nova
“Chevrolet de Cinema”Anunciante // General Motors
Salles ChemistriCriação // Kevin Zung Hugo Rodrigues Direção // Breno Silveira Vicente Kubrusly Conspiração FilmesSom // S de Samba
“O Que Faz Você Feliz?”Anunciante // Pão de Açúcar
P.A. PublicidadeCriação // Ari Fidelis Mariangela Silvani Marcio Araujo Rodrigo Antonucci Direção // Amon Zero FilmesSom // Trah Lah Lah
FILMES // 94
“Montanha Russa”Anunciante // Intelig Telecom
Santa ClaraCriação // André Godoi Fernando Campos Direção // 300ml Hungry ManSom // Sax So Funny
“Trabalho”Anunciante // Altana Pharma
Santa ClaraCriação // Vico Benevides André Godoi Fernando Campos Murilo Lico Direção // Alexandre Chalabi Daniel Soro Piloto Cine TVSom // Play It Again
“Na Vida de Um Homem”Anunciante // Discovery Channel
Santa ClaraCriação // André Godoi Fernando Campos Flavio Meirelles Murilo Lico Vico Benevides Direção // 300ml Hungry ManSom // Tentáculo
“Raios”Anunciante // Intelig Telecom
Santa ClaraCriação // André Godoi Fernando Campos Direção // 300ml Hungry ManSom // Sax So Funny
“Jantar Romântico”Anunciante // Exército da Salvação
McCann EricksonCriação // Adriana Cury Eduardo Hernandez Doriano “Carneiro” Cecchettini Hugo Veiga Direção // Ernani Nunes CineSom // Lua Nova
FILMES // 95
“Apresentação”Anunciante // Net
TalentCriação // João Livi Adherbal Teixeira Rodrigo Bergel Henrique Del Lama Direção // René Sampaio TVZeroSom // Sound Design
“Puro Malte”Anunciante // Bavaria Premium
TalentCriação // Fábio Astolpho Philippe Degen Marcelo Jun Fábio Rodrigues Direção // Octávio Scopelliti Alessandra Pellegrino TVZeroSom // Dr. DD
“Dança”Anunciante // Net
TalentCriação // João Livi Adherbal Teixeira Rodrigo Bergel Henrique Del Lama Direção // Octávio Scopelliti René Sampaio TVZeroSom // Sound Design
“Detector”Anunciante // Net
TalentCriação // João Livi Adherbal Teixeira Rodrigo Bergel Henrique Del Lama Direção // Octávio Scopelliti René Sampaio TVZeroSom // Sound Design
FILMES // 96
“Pan Pan”Anunciante // Caixa Econômica Federal
TBwA\BRCriação // Marcelo Arbex Maurício Passarinho Eduardo Raggi Direção // José Furlan Dínamo FilmesSom // YB
“Cérebro”Anunciante // Grupo de Teatro Nós do Morrow/BrasilCriação // Marcelo Conde Eduardo Salles Rodrigo Lebrun Daniel D’Ávila Direção // Margarida Flores e FilmesSom // Lua Nova
“Tiozão”Anunciante // Nissan do Brasil
TBwA\BRCriação // Cibar Ruiz Sérgio Scarpelli Alessandro Cassulino Maurício Duarte Direção // Rodolfo Vanni Cia. de CinemaSom // Comando S
“Água”Anunciante // Bavaria Premium
TalentCriação // Fábio Astolpho Philippe Degen Marcelo Jun Fábio Rodrigues Direção // Octávio Scopelliti Alessandra Pellegrino TVZeroSom // Dr. DD
ÍNDICE REMISSIVO // 98
180 Amsterdam // 86300ml // 90, 946B Estúdio // 48, 82, 83Adherbal Teixeira // 95Adriana Cury // 53, 93Adriano Matos // 57, 62Ag_407 // 59Agência 3 (RJ) // 88Alberto Nagy // 56Alessandra Pellegrino // 95, 96Alessandro Cassulino // 96Alexandre (Rato) Pagano // 90Alexandre Chalabi // 94Alexandre Nino // 58Alexandre Peralta // 90, 91Alexandre Salgado // 70, 71AlmapBBDO // 49, 50, 51, 66, 67, 72, 78, 82, 83, 88, 89Álvaro Rodrigues // 88Amir Campos // 50, 51Amon // 89, 93Ana Carolina Reis // 90André Faccioli // 48André Faria // 45André Godoi // 76, 94André Kirkelis // 55Antero Neto // 80Ari Fidelis // 93Astério Segundo // 91Ateliê de Imagem // 52Átila Francucci // 90Bernardo Romero // 77Beto Salatini // 90BorghiErh/Lowe // 52Bossa Nova Films // 90Breno Silveira // 93Bruno Cals // 63, 80Bruno Prosperi // 89Bruno Souto // 63Cafeu Filmes // 59Caio Grafietti // 86Carlos Bertuol // 53, 93Carlos Lopes // 62Carlos Schleder // 55César Herszkowicz // 49, 50, 51Christiano Metri // 93Christiano Neves // 80Cia. de Cinema // 96Cibar Ruiz // 96Cine // 89, 93Claudia Fugita // 48Claudio Borrelli // 92Comando S // 96
Conspiração Filmes // 93Daniel D’Ávila // 96Daniel Duarte // 77Daniel Ferreira // 88Daniel Oksenberg // 88Daniel Soro // 94Danilo Boer // 82, 83Danilo Janjácomo // 53, 93Darcy Vieira // 55DCS Comunicações (RS) // 89Dez Brasil // 79Dínamo Filmes // 96Diogo Mello // 73DM9DDB // 80Doriano “Carneiro” Cecchettini // 93DPZ // 64Dr. DD // 95, 96Duda Propaganda // 70, 71Edgard Gianesi // 52Edson Oda // 80Edu Rodrigues // 54, 76Eduardo Andrietta // 78Eduardo Colesi // 52Eduardo Hernandez // 93Eduardo Lima // 60Eduardo Raggi // 96Eduardo Salles // 96Elisa Sassi // 44Equipe 180 // 86Erh Ray // 52Ernani Nunes // 93F/Nazca S&S // 45, 60, 89, 90Fábio Astolpho // 54, 95, 96Fábio Brandão // 92Fabio Brigido // 44Fábio Caveira // 88Fabio Fernandes // 89, 90Fábio Gil // 88Fabio Mozelli // 53, 93Fabio Pinheiro // 58, 86Fabio Ribeiro // 46, 47Fábio Rodrigues // 54, 95, 96Fabio Seidl // 73Fallon SP // 90Famiglia // 44, 90Felipe Luchi // 46, 47Felix Reiners // 84, 85Fernando Campos // 76, 94Fernando Carreira // 57Fernando Nalon // 82, 83Fernando Nobre // 44, 90Fernando Zuffo // 51, 53Filé com Fritas // 65
Flavio Meirelles // 94Gabriel Mattar // 59Getty Images // 58Getúlio Albrecht // 79Giovanni+DraftFCB // 90, 91Guilherme Ginane // 88Guilherme Jahara // 57, 62Guilherme Pecego // 88Gustavo Gusmão // 48Gustavo Lacerda // 64Gustavo Victorino // 49, 50, 51Guto Nóbrega // 62Henrique Del Lama // 95Hugo Rodrigues // 93Hugo Treu // 66, 67Hugo Veiga // 93Hungry Man // 90Hungry Man // 90, 94In Sonoris // 92Isabella Paulelli // 74, 75, 81JEO Ilustrações // 79João Livi // 95John Wayshak // 86José Furlan // 96José Henrique Borghi // 52Juliana Patera // 79Julius Ohta // 79JWT // 48, 61, 91, 92Keka Morelle // 45Kevin Zung // 93Kika Botto // 84, 85Killers // 92Leo Burnett Brasil // 55Leonardo Brossa // 88Lew’Lara // 46, 47, 68, 69Lua Nova // 90, 93, 96Lucas Jatobá // 52Luciano Lincoln // 60Luciano Podcaminsky // 91Lúcio Cunha // 45, 55Luís Claudio Salvestroni // 88Luiz Sanches // 72, 89Lux Filmes // 90Manolo Moran // 60Marcello Pereira // 88Marcelo Arbex // 96Marcelo Conde // 96Marcelo Felício // 88Marcelo Giannini // 65Marcelo Jun // 95, 96Marcelo Kertesz // 70, 71Marcelo Maia // 70, 71Marcelo Nogueira // 90
Marcelo Romko // 92Marcelo Torma // 63Márcia Ramalho // 72Marcio Araujo // 93Márcio Ribas // 74, 75, 81Marco Gianelli (Pernil) // 68, 69Marco Martins // 88Marcos Medeiros // 66, 67, 82, 83, 89Marcus Kawamura // 78Margarida Flores e Filmes // 88, 92, 93, 96Mariana Borga // 84, 85Mariangela Silvani // 93Master Comunicação (PR) // 92Maurício Duarte // 96Maurício Meirelles // 52Maurício Passarinho // 96Max Moure // 65McCann Erickson // 53, 93McCann Erickson Portugal // 73MCR Brasil // 91Menina // 93Michel Zveibil // 79Mozar Gudin // 68, 69Murilo Lico // 84, 85, 94Neogama/BBH // 63, 74, 75, 81O2 Filmes // 90, 91Octávio Scopelliti // 95, 96Otávio Rios // 77P.A. Publicidade // 93Paola Siqueira // 90, 91Pátria // 56Pedro Becker // 88, 92Pedro Rosa // 64Philippe Degen // 54, 95, 96Piloto Cine TV // 94Pix Post // 66, 67Platinum // 73Play it Again // 94Priscila Barroso // 56Publicis Brasil // 57, 62, 65Rafael Bohrer // 89Rafael Costa // 78Rafael Quintino // 56Raw Produtora de Áudio // 88Revolucion (Buenos Aires) // 91Renato Fernandez // 72Renato Simões // 72, 89René Sampaio // 95Ricardo “Gordo” Carvalho // 90Ricardo Braga // 70, 71Ricardo Chester // 91, 92Ricardo Lordes // 56Ricardo Wolff // 59
Robert Polidori // 74, 75Roberto Cipolla // 53, 93Roberto Fernandez // 91Roberto Kilciauskas // 64Roberto Pereira // 72, 89Rodolfo Sampaio // 57Rodolfo Vanni // 96Rodrigo Almeida // 78, 88Rodrigo Antonucci // 93Rodrigo Bergel // 95Rodrigo Bombana // 80Rodrigo Lebrun // 96Rodrigo Pesavento // 89Rodrigo Strozenberg // 65Rogério Miranda // 68, 69S de Samba // 93Salles Chemistri // 93Samir Mesquita // 44Santa Clara // 76, 84, 85, 94Sax So Funny // 92, 94Script (RJ) // 77Sérgio Scarpelli // 96Silvio Medeiros // 61Sound Design // 95Stock Photos // 49Studio Hector // 81Tadeu Jungle // 92Talent // 54, 95, 96Tales Bahu // 78, 88TBWA\BR // 58, 86, 96Tentáculo // 88, 94Tesis // 89, 90, 91Theo Rocha // 92Thiago Carvalho // 61Tiago Mattos // 89Trah Lah Lah // 93Tribbo Post // 70, 71TVZero // 95, 96Tyson // 89Up // 44Vicente Kubrusly // 93Vico Benevides // 76, 84, 85, 94Victor Sant’Anna // 46, 47Vinicius Miike // 52Voicez // 89W/Brasil // 96Widerson Souza // 79Wilson Mateos // 66, 67, 82, 83, 89Y&R // 79YB // 96Zeppelin Filmes // 89Zero Filmes // 89, 93
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