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Ano 3 | Edição 16 | nov dEz - 2012

IMPRESSO ESPECIAL991 22 55 307- DR/MGSOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS

CORREIOS

MERCADO DE TRABALHOEngenharia estáentre melhores profissões de futuro

QUANTOGANHA O ENGENHEIRO ?Veja cenário emMinas e no Brasil

P&D | EMPRESAS INVESTEM E ABREM OPORTUNIDADES PARA ENGENHEIROS | 21º PRÊMIO SME - CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

CARREIRANovos cursos e mais vagas para formar os futuros engenheiros

ENGENHEIRA DO ANO

Maria das Graças Fosterpresidente da Petrobras

Ano 3 | Edição 16 | nov dEz - 2012

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Aengenharia química estáinscrita na história da hu-manidade influenciandoe sendo alterada pelas

mu danças que marcam a aventurahumana ao longo do tempo. Nos primór-dios, os princípios dessa ciência estive-ram presentes no dia a dia de grupose comunidades, incorporados à culturade cada época. À mesa na hora das re-feições com a feitura do pão e do vinho,nas façanhas proporcionadas pela alqui-mia, na produção de materiais básicos,a exemplo do sabão, na busca de curapara seus males na natureza.

Na atualidade, a engenharia química queteve relevante papel no processo de in-dustrialização no mundo, principalmentena indústria petroquímica, apresenta hoje,num período de avanços constantes daciência e da tecnologia, realizações impen-sadas há poucas décadas, rompendo fron-teiras, mas sem perder sua identidade.Para tanto, a engenharia química passou aatuar junto com outras áreas do conhe-cimento, a exemplo da biologia, da áreaambiental, em processos tecnológicosmais refinados como a nonotecnologia,nas áreas da engenharia molecular, biotec-nologia, engenharia da saúde e das ciên-cias da vida, de energias renováveis, entreoutros.

Nas últimas décadas, é provável que a en-genharia química tenha sido um dos cam-pos do saber e de desenvolvimentoprofissional que mais passou por mu-danças e inovações. Nesse caso, asse-guram os especialistas, a engenhariaquímica poderia então ser definida

como a ciência de processos quepermitem a transformação química, bio-lógica e física, da matéria ou energia,em produtos necessários para o desen-volvimento da sociedade.

Uma das medidas de progresso de umpaís é a capacidade de desenvolvi-mento tecnológico e o uso da tecno-logia para a melhoria das condições devida de sua população. Este desenvol-vimento tecnológico pode ser obtidoatravés do aproveitamento dos conhe-cimentos gerados no país ou pelaadaptação de conhecimentos obtidosem outros países e que são de livre di-vulgação, mas nenhum modelo ou pro-cesso independe da ação humana, dasboas práticas de um profissional.

É pensando nessas mudanças tão pro-fundas, nas idéias e práticas que a enge-nharia química surge como um modelode ciência compreendida em toda sua ex-tensão e importância dentro de um qua-dro mundial e brasileiro de mudançasprofundas. Isso passa a requer dos pro-fissionais, além de profundo conheci-mento da área, empreendedorismo,iniciativa, liderança e, sobretudo, motiva-ção e compromisso. Ou seja, uma gamade aptidões profissionais e sociais quedemonstrem capacidade de negociação,de trabalho sem fronteiras, uma com-preensão técnica mais avançada dosprocessos diante de novos desafios, de sefazer compreender e de acompanharcom afinco todas as mudanças em curso.

É com esse entendimento que nós da

Sociedade Mineira de Engenheiros

homenageamos todos os engenheiros, na

figura de Maria das Graças Foster, enge-

nheira química de formação, com a Me-

dalha Engenheiro do Ano 2012. Através

de sua atuação, de sua trajetória profis-

sional pode-se identificar esse espírito

empreendedor, em sintonia com as trans-

formações tecnocientíficas, econômicas,

políticas e sociais no mundo que reper-

cutem no Brasil. Mas, também nos pro-

gressos, nas inovações da engenharia

química, nas suas contribuições na forma

de seus processos e produtos. Mas, prin-

cipalmente por meio da prática dos pro-

fissionais que fazem a engenharia química,

que emprestam a inteligência para buscar

o novo, descobrir aquilo que até então

era impensado e que reflita em cresci-

mento para o país, do envolvimento de

engenheiros que devem estar conectados

com esse cenário instigante e desafiante

apresentado pelo nosso século.

EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

Ailton Ricaldoni Lobo

Presidente da SME

Uma inscrição na história da humanidade

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Compromisso com Você!

A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de suaequipe, tem desenvolvido uma série de trabalhos para aten-der cada vez mais e melhor a cada um dos associados.

Em seus 81 anos de existência,a SME trabalha para integrar,desenvolver e valorizar a Enge-nharia, a Arquitetura, a Agronomiae seus profissionais, contribuindopara o aprimoramento tecnoló-gico, científico, sociocultural eeconômico.

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Em nosso site há uma série de produtos e serviços comocursos, palestras, seminários, eventos e uma extensa gamade convênios que você poderá desfrutar.

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Compromisso com o futuro

Aprimoramento profissional e inova-ção tecnológica também têm sidouma das grandes bandeiras da SMEpara oferecer os melhores produtose serviços para você e sua família.

Por meio de nosso site, da revista,dos eventos e da participação nas

redes sociais, a SME tem se tornado, cada vez mais, umcanal aberto para ouvir suas sugestões e para representarseu interesse.

Seja um associado da SME

Mais informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou [email protected]

PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo

VICE - PRESIDENTESRonaldo José Lima GusmãoJosé Luiz Nobre RibeiroVictório Duque Semionato Alexandre Francisco Maia Bueno Délcio Antônio Duarte

DIRETORESLuiz Felipe de Farias Diogo de Souza CoimbraAntônia Sônia Alves Cardoso DinizMarcílio César de Andrade Alessandro Fernandes Moreira José Flávio Gomes Fabiano Soares Panissi Janaína Maria França dos Anjos Normando Virgílio Borges Alves Clemenceau Chiabi Saliba Júnior

SUPERINTENDENTE José Ciro Mota

CONSELHO DELIBERATIVOMarcos Villela de Sant'Anna Teodomiro Diniz Camargos Jorge Pereira Raggi Flavio Marques Lisbôa Campos Rodrigo Octavio Coutinho Filho Paulo Safady SimãoJosé Luiz Gattás Hallak Alberto Enrique Dávila BravoCláudia Teresa Pereira Pires Márcio Tadeu Pedrosa Sílvio Antônio Soares Nazaré Felix Ricardo Gonçalves Moutinho Levindo Eduardo Coelho NetoFernando Henrique Schuffner NetoIvan Ribeiro de Oliveira

CONSELHO FISCALJosé Andrade Neiva Nilton Andrade Chaves Carlos Gutemberg Junqueira Alvim Alexandre Rocha Resende Wanderley Alvarenga Bastos Júnior

CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo Antônia Sônia Alves Cardoso DinizJanaína Maria França dos AnjosFabiano Soares Panissi José Ciro MotaRonaldo José Lima Gusmão

Coordenador EditorialRonaldo José Lima Gusmão

Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira MG 05203 JP

Projeto Gráfico Blog Comunicação Marcelo Tá[email protected]. Bento Simão, 518 | São BentoBelo Horizonte | Minas GeraisCEP - 30350-750(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

Depto. Comercial | Vendas Blog Comunicação [email protected](31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral

Distribuição GratuitaVia Correios e Instituições parceiras

Publicação | SMESociedade Mineira de EngenheirosAv. Álvares Cabral, 1600 | 3ºandar Santo Agostinho Belo Horizonte | Minas GeraisCEP - 30170-001 Tel. (31) 3292 3962 [email protected]

Fale conosco Contato [email protected]

ApoioPublicação

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821º Prêmio SME de CiênciaTecnologia e Inovação

12ENTREVISTA Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras

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69ª SOEA Proposta de Mudanças na legis-lação do Sistema32

CARREIRANovos cursos e mais vagaspara formar os futuros engenheiros

MERCADO DE TRABALHO Engenharia, no Brasil e nomundo, está entre melhoresprofissões de futuro

PONTO E CONTRA PONTO Remuneração dos engenheiros

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54

MERCADO DE TRABALHOEngenharia deve movimentaro mercado nacional

36

56

SME HISTÓRIA Legado de Aloísio Vasconcelos26

MESTRES DA ENGENHARIAProfessor Luiz Fernando Rispoli Alves 20

NOVOS ENGENHEIROS Juliana de Oliveira Pena

58 CAUSOS DE ENGENHARIA

P&DEmpresas investem e abrem oportunidades para engenheiros

ERRAMOS: Diferentemente do informado pela Revista Mineira de Engenharia (Edição 15 – Set - Out 2012), na página 16 (Homenagem/Engenheira do Ano), no terceiro parágrafo damatéria “Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras, será a homenageada de 2012” , onde se lê “O presidente da Eletrobras, engenheiro eletricista José da Costa Carvalho Neto,que recebeu a Medalha Lucas Lopes neste ano, pela sua atuação à frente da estatal, é o curador da Medalha Engenheiro do Ano 2012” lê-se “chanceler da Medalha Engenheiro do Ano2012”, conforme designação de cargo estabelecido pela Sociedade Mineira de Engenheiros no Regulamento da medalha.

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Os vencedores da 21ª edição do Prêmio SME de Ciência,Tecnologia e Inovação, voltado para alunos de graduaçãodos cursos de engenharia, arquitetura e agronomia emMinas, foram premiados no último dia 26 de novembro,em solenidade no auditório da Cemig, com a participa-ção de amigos, familiares, professores, dirigentes de Ins-tituições de Ensino Superior (IES) e diretores daentidade.

O Prêmio SME, como é conhecido, é um dos mais rele-vantes do Estado e único em sua categoria. Em seus 21anos de existência, mais de 1.700 trabalhos foram inscritose analisados e cerca de 160 foram premiados. O presi-dente da SME, Ailton Ricaldoni Lobo, afirmou que o obje-tivo do prêmio é incentivar a criatividade, a inovação e ointeresse pela pesquisa acadêmica e científica nas áreas deengenharia, arquitetura e agronomia.

Nesta edição do 21ª Prêmio SME, entre os cinco vence-dores estão trabalhos técnicos científicos, nas áreas deengenharia civil, engenharia eletrônica e telecomunica-ções, engenharias química e de produção. Outros três tra-balhos nas áreas de engenharia metalúrgica, engenharia

de controle e automação e de energia receberammenção honrosa. A Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG) foi agraciada com um troféu pelo maior númerode trabalhos inscritos e classificados para a última fase deavaliação.

Cada um dos trabalhos passou por uma criteriosa avalia-ção de enquadramento, conforme regulamento doPrêmio divulgado e publicado pela SME, feita por umacomissão julgadora, sem a revelação de autoria nem dainstituição a que pertenciam. Essa comissão é compostade sócios da SME com reconhecida experiêncianas d iversas áreas. Dez juízes fizeram a avaliação final.A comissão foi coordenada pelo engenheiro eletricista,consultor e professor José Henrique Diniz.

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PRÊMIO SMECT&IPrêmio SME de Ciência

Tecnologia e Inovação

Ciência, Tecnologia e Inovação

José Henrique Diniz, coordenador do

Prêmio SME CT&I

Aline Xavier FidêncioEngenharia de Controle e Automação | UFOPProjeto | Avaliação de Técnicas de Regressão para Predição de Fluxo de Veículos na Cidade de Belo Horizonte

Ana Clara Faleiro Petrucelli Rafael KajimotoEngenharia Metalúrgica UFMGProjeto | Imagawa Efeito da Configuração do Bico da Lança naPenetração do Jato no Banho Metálico em Convertedor LD

Menção Honrosa

Rafaela Garcia Diniz de Souza Isadora Avelar FerreiraLuciana de Lima Guimarães Paolla Camargos Silva Raíssa Gabriela Delamora AlvesEngenharia de Energia | PUC MINASProjeto | Célula Solar Utilizando Corantes Foto Excitáveis

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3° LUGARViviane de Souza CarlitoEngenharia Eletrônica e Telecomunicações | PUC MINASProjeto | Sistema de Detecção de Instabilidade em Construções Prediais - Monitoramento e Prevenção de Acidentes

VENCEDORES DO 21ºPRÊMIO SME DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

5° LUGARDayane Maximiano CarvalhoFernando Antonio Azevedo PereiraEngenharia de Produção UFJFProjeto | Estudo sobre a Formação em Engenharia no Brasil

1° LUGARJéssica Andrade PrataEngenharia Civil | UFOPProjeto | Inovação em Simulação Dinâmica paraUtilização Sustentável de Materiais que compõem o Pavimento Ferroviário

2° LUGARMagno Augusto MottaMacieiraLeandro de SouzaAmancioDrumondVinícius Avelar Ribeiro LouraEngenharia Civil | Newton PaivaProjeto | Análise da Eficiência do Resfriamento Adiabático Evaporativo por PainéisCompostos de Bucha Vegetal (Luffa Cylindrica) para Acondicionamento Térmico de Ambientes

4° LUGARErika Helena Fernandes Lisboa Jessica Paola Ferreira da Silva Laise Oliveira Santos Marcos Valverde de Souza JúniorNatália Gonçalves VieiraPriscila Bina Silva Renata Amorim Alves SabinoEngenharia Química | UNAProjeto | Filme Biodegradável à Base de Amido

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Antônia Sônia Alves Diniz, José Henrique Diniz, Ailton Ricaldoni Lobo, Romualdo Cardoso, Ayrton Mangualde, Silvino Abreu e Angela Menin e André Martins

PRÊMIO SMECT&IPrêmio SME de Ciência

Tecnologia e Inovação

José Henrique Diniz, José Ciro, Ronaldo Gusmão, Ailton Ricaldoni Lobo, Ederson Bustamante e Werner Rohlfs

A confraternização da 21ª edição do Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação teve a participação de amigos, familiares, professores, dirigentes das Instituições de Ensino Superior e diretores da SME

Patrocínio Apoio Realização

Wagner Almeida, José Ciro, Ailton Ricaldoni, MarcílioCésar de Andrade e Mirian Elizabeth

Ailton Ricaldoni Lobo e Alexandre Bueno em discurso e

palestra de abertura do Prêmio CT&I

Alexandre Bueno, Fabiano Panissi, Krisdany Cavalcanti, Marco Aurélio Guimarães, Angela Menin e André Martins

Ronaldo Gusmão , o diretor Benjamin Rodrigues de Menezes daescola de Engenharia da UFMG, e Ailton Ricaldoni Lobo

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Os inúmeros grá-

ficos do painel

de informações

que municiam

o trabalho da

engenheira química e presidente

da Petrobras, Maria das Graças

Foster, 59 anos, no seu escritório,

no centro do Rio de Janeiro, não

são suficientes para ela.

Afinal, a técnica que foi alçada

à condição de gestora pelo

conhecimento adquirido ao

longo de mais de 30 anos de

dedicação à Petrobras tem um

desafio: aumentar a produção

nacional de petróleo. Por isso,

acompanha tudo de perto. Mi-

neira de nascimento, embora

tenha vivido no Rio de Janeiro

desde a infância, Maria das

Graças Foster levou na baga-

gem da alma a sabedoria do

povo da terra natal que afirma

que é o “olho do dono que

engorda o rebanho”.

Em novembro último, passou 10

dias rodando o Brasil inteiro para

conferir o andamento das obras

da Petrobras. Nesses encontros, a

engenheira se sobrepõe à execu-

tiva para observar a desempenho

dos profissionais e empresas en-

volvidos em tantos e tamanhos

projetos. A maior empresa do

Brasil tem desafios e muitos com-

promissos a cumprir.

Depois de ser eleita a terceira

mulher de negócios mais pode-

rosa do mundo, Maria das Graças

Foster, fã confessa de Beatles,

Janis Joplin e Jimi Hendrix, é a

primeira engenheira a receber a

comenda da Sociedade Mineira

de Engenheiros (SME), ingres-

sando na seleta lista de Engenhei-

ros do Ano da entidade.

ENTREVISTA | MARIA DAS GRAÇAS FOSTER

Maria das Graças Foster, Engenheira

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A cerimônia, marcada para o dia 11 de dezembro, no

Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte, certamente

marcará um novo tempo para a Engenharia mineira.

A Sra. não é de família rica. Como conseguiu ingressar

em universidade pública e estudar engenharia?

As escolas públicas eram muito boas: primário,

ginásio, científico. Elas eram excepcionais. Essa é

a diferença. Não sei dizer se hoje, com todas as

melhorias que o Governo fez no ensino nos últimos

dez anos, estamos próximos do que era.

Mas, naquela época, o curso primário da escola

pública, que corresponde ao ensino fundamental I

hoje, era muito bom. Você estava preparado para

os concursos e a admissão ao ginásio, que era

quase igual a um vestibular.

Quando saí no terceiro científico, fiz um meiocursinho de vestibular, parte que era bolsa, outraparte que era pago e aí, de fato, eu atribuo ao ex-celente nível da escola primária e do ginásio.

Eu também já dava aulas, meu pai já estava emuma situação melhor, já podia me ajudar a pagaro cursinho de vestibular. Eu senti uma diferençamuito grande no cursinho, daqueles que fizeramum curso particular do científico, do segundograu na época, e nós, que fizemos nas escolas pú-blicas. Na verdade, também depende de cada um:estudar mais, saber estudar e ter foco.

E na Universidade?

A minha primeira faculdade foi na UniversidadeFederal Fluminense em Niterói. Comecei meusestudos no ano da inauguração da Ponte Rio Niterói,mas era muito caro pagar a passagem do ônibus.Então, nós quase não usávamos. Às vezes, pegava

carona com os professores que estavam voltando.

Não era comum ver as escolas federais com muitoscarros no estacionamento. Hoje em dia é mais fácilcomprar carro. Na universidade nós já trabalháva-mos: dávamos aulas, trabalhávamos na cantina,fazia-se qualquer coisa para ganhar algum dinheiropara poder pagar o sanduíche ou o bandejão.

Eram coisas normais da vida. E tudo isso alegre davida, graças a Deus. Divertidíssima! Eu acho queera muito mais legal comer lá no bandejão do quemuitos almoços de negócios que eu tenho hoje.Eu acho que aquela comida era mais gostosa.Depois voltei à UFRJ para o mestrado.

Mineira de nascimento,embora tenha vivido no Riode Janeiro desde a infância,Maria das Graças Fosterlevou na bagagem da alma asabedoria do povo da terranatal que afirma que é o“olho do dono que engordao rebanho”.

a do Ano 2012

Divulgação Petrobras

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No passado, havia poucas mulhe-

res nos cursos de Engenharia.

Hoje, esse número aumentou

consideravelmente. O que a Sra.

falaria hoje para as mulheres que

estão estudando Engenharia?

Não tem diferença nenhuma entre

mulher engenheira e homem enge-

nheiro. Depende do que a pessoa

gosta de fazer na vida. Eu, como en-

genheira, prefiro muito mais estar

no campo que no escritório. Como

engenheira sempre foi assim.

Eu acho mais interessante o

trabalho de campo que estar

dentro de um projeto, em cima

da bancada. Então, eu não vejo

diferença. Hoje até está muito

mais fácil para as mulheres, por-

que a tecnologia ajuda muito.

Você vai a uma obra e tem muito

mais tecnologia, tem muito mais

informação, com um foco muito

maior.

Também em uma plataforma de

produção de petróleo, por exem-

plo, é mais fácil o trabalho para as

mulheres e para os homens que

não são fisicamente fortes. Então,

o trabalho que era mais pesado

no passado, hoje, é favorecido pela

tecnologia.

Um exemplo que eu vi recente-

mente foi na sonda de perfuração.

O plataformista, o pusher, o toca-

dor da sonda, tem toda a instru-

mentação e os controles a seu

favor. Ele sobe e desce bem

menos escadas do que antes.

Todos os dados estão disponíveis.

Há uma sala com dobradinha, tem

duas pessoas sentadas na sala fa-

zendo controle de sonda nas per-

furações.

No caso da obra de Engenharia,

por exemplo, na construção de

uma refinaria ou de um gasoduto,

são mais e melhores informações

que permitem ao engenheiro ficar

mais tempo no escritório que no

campo.

Além do quadro de indicadores

que “enfeita” o seu escritório, a

Sra. também costuma visitar as

obras da Petrobras. Por que?

Porque é importante ter uma

visão real da evolução das obras,

do desempenho dos empreiteiros

e das empresas que eles contra-

tam, o que cria uma aproximação

maior com as empresas que estão

executando as obras da Petrobras.

Também aumenta o comprome-

timento da equipe quando a pre-

sidente da companhia faz uma

declaração local para as equipes

que trabalham no campo. Dizer

como é importante o trabalho

que esses profissionais estão fa-

zendo e como é necessário

cumprir prazos e o planeja-

mento financeiro da obra.

Então, sair do escritório é im-

portante. Mas o principal é que

eu tenho um prazer imenso em

ver a Petrobras do lado de fora

dessa sala. Eu trago a Petrobras

para dentro através de indicado-

res que nós rodamos em meu

painel. Várias vezes, todo dia nós

trocamos os indicadores. Mas o

prazer maior é de ver acontecer,

estar dentro das atividades. Um

prazer muito maior do que par-

ticipar de qualquer conferência

internacional.

E a aproximação de equipe, sair

do escritório são características

da engenheira ou é a sensibilidade

da mulher que fala mais alto?

Quanto mais o profissional sobe

na hierarquia da empresa, menos

acesso tem às pessoas, e se não

cuidar não tem acesso a pratica-

mente ninguém. Então, faz a dife-

rença ter uma aproximação boa

com o sindicato, para estar perto

da massa de trabalho da compa-

nhia. Faz a diferença ver com os

próprios olhos para fazer as pró-

prias interpretações. E, evidente-

mente, que em uma empresa

gigante é imprescindível contar

com a ajuda dos assessores, dire-

tores e executivos, mas é muito

importante estar perto.

ENTREVISTA | MARIA DAS GRAÇAS FOSTER

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E eu acho que isso acontece não só com as mu-

lheres líderes, mas com muitos homens que tem

sensibilidade para isso. Que sabem que estar

perto, ver com os próprios olhos e passar uma pa-

lavra de apoio e/ou quando é necessário, dar uma

construtiva e boa bronca faz toda a diferença.

É uma sensibilidade também, mas essa sensibilidade

não é característica única das mulheres. Temos cola-

boradores que com extrema sensibilidade para esse

tipo de aproximação no mundo real, que me cha-

mam e dão uns toques sobre o que é preciso fazer,

se temos que estar aqui ou diretamente no campo.

Hoje, construir uma carreira em uma empresa só

é quase impossível. A Sra. ingressou na Petrobras

como estagiária e chegou a presidência da compa-

nhia. Como conseguiu?

Trabalhando muito, sem ter medo de mudar. Porque

não se pode chegar até aqui se sempre trabalhou

somente em uma área da empresa. Pode até chegar,

mas eu acho que é importante para a tomada de

decisão a experiência em várias áreas da companhia,

ter paciência para reaprender coisas, que já sabia, de

aprender várias outras que não sabia.

Uma coisa é ficar em uma área três, quatro anos,

quando o profissional já sabe fazer e outra e passar

para área que não conhece. Depois de 15 anos na

área de Exploração e Produção, com domínio da

grande maioria dos processos, eu fui chamada para

trabalhar na área de Gás e Energia, com venda de gás

em um país que consumia 1 milhão de m³ de GNV.

Eu fui para a área comercial quando estava sendo

construído o Gasoduto Bolívia - Brasil e eu tive que

abrir o livro para ver o que era gás natural. Qual é

a composição, quem compra, quem faz. Eu era uma

ilustre desconhecida da área.

Eu tinha saído de um evento da Petroleum Engineer,

onde eu era muito conhecida pelo trabalho que eu

fazia na área de águas profundas, em perfuração e

cimentação de poços para participar de eventos de

gás e energia, sentada na última fila, porque as pes-

soas não me conheciam e quem conhecia logo per-

guntava o que eu estava fazendo ali.

Os melhores técnicos sempre acabam recebendo

convites para ocupar cargos de gestão. Como foi a

sua trajetória até a presidência?

Eu era técnica. Eu não era gerente, eu não era dire-

tora. Era uma pessoa respeitada tecnicamente para

voltar à condição de ter que reaprender, ou apren-

der o que não sabia. Então construí tudo de novo,

fui para uma área e depois para outra. É isso que

traz pessoas para posições mais altas na empresa.

Eu não trabalhei para isso. Não trabalhei para estar

aqui. Eu estou aqui, de presidente. Aconteceu.

É difícil chegar aqui em cima? Muito. Hoje está mais

fácil? Todos os diretores estão na empresa há 30

anos e todos podem ser presidentes da Petrobras.

Qual foi o maior desafio da sua carreira?

Os dois primeiros anos como diretora de Gás e

Energia foram muito difíceis. Porque havia uma

imensa demanda por energia elétrica no país, o país

Sair do escritório é importante. Mas o principal é que eu tenho um prazer imensoem ver a Petrobras do lado de fora dessa sala. Eu trago a Petrobras para dentro atravésde indicadores que nós rodamos em meu painel. Várias vezes, todo dia nós trocamosos indicadores. Mas o prazer maior é de ver acontecer, estar dentro das atividades.Um prazer muito maior do que participar de qualquer conferência internacional!

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voltando para crescer e ou não

tinha o gás, ou tinha o produto

mas não tinha o gasoduto ou,

ainda, havia o gasoduto mas a tér-

mica não funcionava porque es-

tava parada há quatro anos.

Então esse foi realmente um

trabalho muito grande para o

qual tive o apoio do José Sergio

Gabrielli de Azevedo, que era o

nosso presidente, o Renato de

Souza Duque, que era o diretor

de Engenharia. Diversas empresas

que trabalharam vigorosamente,

violentamente, para poder cons-

truir esses gasodutos.

E em quatro anos saímos de 5 mil

quilômetros para quase 10 mil

quilômetros de gasoduto. Foi um

trabalho enorme. Foram muitas

térmicas também. Foi um trabalho

alucinante que quando eu olho

para trás não acredito que conse-

guimos fazer aquilo tudo. Foi

o maior desafio, até agora.

E hoje, qual é o seu maior desafio?

Se você me perguntar, o meu

maior desafio hoje é aumentar a

curva de produção da Petrobras.

É o maior desafio que eu tenho

hoje, mas de toda a história, de

tudo que eu fiz até hoje, acho que

o grande desafio foi atender a de-

manda por gás no país.

O que são os engenheiros para a

Petrobras?

Vida. Nós somos o coração e o

sangue da empresa. Sem a Engenha-

ria não existe a Petrobras. Os en-

genheiros da Petrobras são a vida

da companhia. Mas é uma vida que

sozinha não floresce, não dá frutos

sozinha, não gera outras vidas. Por-

que precisamos dos advogados,

economistas, geólogos, geofísicos,

geoquímicos, administradores e do

pessoal da comunicação para “fun-

cionar” da melhor forma.

A Petrobras oferece oportunida-

des de carreiras interessantes

para os engenheiros?

A Petrobras é interessante para

várias disciplinas, para várias espe-

cializações, embora a Engenharia

seja a mais atrativa de todas. Todo

empregado da Petrobras tem que

ser concursado. Um engenheiro

que chega concursado pode ter

23 anos, 21 anos ou 50 anos.

Quando jovem, ele vem puro para

nós. Nós temos que formar, como

eu fui formada pela Petrobras. For-

mar o quê? Engenheiro de Petró-

leo, Engenheiro de Equipamentos,

Engenheiro de Transportes etc.

Então tem várias atividades na com-

panhia, mas você não fica carimbado

para nunca mais mudar. Engenheiro

de petróleo e nunca mais ser enge-

nheiro de equipamentos ou vice-

versa. Isso não existe na Petrobras.

O engenheiro de petróleo pode,

mais tarde, passar para outras ativi-

dades da empresa. Você pode ir

para os Recursos Humanos. O pro-

fissional pode ser tudo dentro da

companhia.

Mas, normalmente, o engenheiro

entra zerado e a empresa o forma.

Por isso não temos dificuldades,

Recursos Humanos não é um obs-

táculo para nós, de jeito nenhum,

porque nós formamos as pessoas.

Quando eu entrei fui treinada nos

cursos de formação, nos cursos

avançados de perfuração e ou-

tros, fiz muitos estágios no campo

e tive muito tempo para aprender.

Outros entram e não tem o

mesmo tempo que eu tive para

aprender.

16

ENTREVISTA | MARIA DAS GRAÇAS FOSTER

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Page 17: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

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Eu acho que eu usufruí de um privilégio, eu e o pessoal

da minha época. Tem muito garoto que entra e faz um

curso enquanto está trabalhando. Eu não acho isso

legal. Acho que nós precisamos mudar isso. Precisamos

ter pessoas com tempo para aprender. Essas pessoas

que também entram na companhia, hoje, principal-

mente os mais jovens, são muito melhores do que nós

quando entramos. Eles são muito capazes, têm muito

mais coragem, têm muito mais acesso à informação,

são muito mais dinâmicos, têm raciocínio lógico muito

melhor do que eu vi acontecer.

Então, eu vejo meninos e meninas de 25 anos, enge-

nheiros e representantes de outras carreiras, com

uma coragem, um discernimento e alcançam a matu-

ridade muito rapidamente. Acho que eles são muito

melhores e a Petrobras dá oportunidades.

A Petrobras é uma empresa muito grande. O profis-

sional, para ser a diferença, tem que fazer a diferença.

Aqui não tem esse negócio de colocar uma pessoa

aqui ou ali por indicação. Há não ser aqui, como pre-

sidente. Eu sou uma indicação do controlador da

companhia, que é o Governo Federal. Mas os meus

colegas diretores e as pessoas que ocupam a posição

de gerência estão pelo talento deles. Não tem indi-

cação na diretoria, não tem indicação nas outras

áreas da empresa. Quem está lá é porque é bom,

porque trabalhou e fez por onde. Então para aparecer,

para não ser um número a mais, para ser aquela

pessoa, aquele profissional, é preciso ter muita

vontade e capacidade de trabalho. E realmente precisa

ter percepção do negócio Petrobras e da sua atividade

diferenciada.

A Sra. foi eleita a terceira mulher de negócios

mais poderosa do mundo. O que acha disso?

Algum dia pensou em algo do gênero?

Nem que eu quisesse. Não pensei nada disso. Nem

nunca prestei atenção nisso. Quando me falaram, é

que questionei o que isso significa. Aí que eu fui ler e

foi realmente uma grande satisfação, um orgulho

muito grande e uma responsabilidade maior ainda.

Cada vez que eu recebo uma medalha, sou colocada

em uma posição em rankings que o mercado faz,

a minha responsabilidade perante a companhia

aumenta mais, juntamente com a expectativa em

relação ao meu trabalho.

Formada em engenharia quí-

mica pela Universidade Federal

Fluminense (UFF), Graça Foster

tem mestrado em Engenharia

Química e pós-graduação em

Engenharia Nuclear pela

(COPPE/UFRJ), e MBA em

Economia pela (FGV/RJ).Divulgação Petrobras

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A companhia e seus acionistasacreditam em mim e me creditam.São duas palavras diferentes. Eutenho que responder e correspon-der a esse entendimento, a essapercepção sobre a minha capacidadede trabalho, de decisão e de dizersim e dizer não.

E o título de Engenheira do Ano

de 2012, pela Sociedade Mineirados Engenheiros (SME), como aprimeira mulher em 23 anos?

Nossa! Eu acho que essa é real-mente uma grande homenagempara uma profissional da Petro-bras. Lógico que quem me possi-bilitou a ocupar essa primeira posição entreengenheiros e engenheiras do país, sem dúvida ne-nhuma foi a uma visibilidade que o cargo me dá.Mas eu também não chegaria a essa posição se nãotivesse feito os trabalhos que solicitaram de mim.Eu não tenho dúvida disso. São as duas coisas. Vocênão separa.

Outro ponto importantíssimo: eu ocupo essa posi-ção por uma eleição do Conselho de Administraçãoda Petrobras porque durante anos da minha vida, 30e tantos anos, equipes que eu integrei participaramcomigo quando eu as liderava. Então são várias coisasque levam a essa posição de ser eleita a primeiramulher nesse ranking dos engenheiros desseano. É um combinado de coisas. Você, profissional;você, presidente da Petrobras e é você tendo passadopor tantas áreas da companhia e ter contado com otrabalho de tantas pessoas.

Quem eu sou dentro dessa sala? Um ser isolado?Não, não posso ser. Eu me jogo para várias reuniões,

para vários encontros, vários pai-néis de discussão e programas.Então, de novo, são as equipes mesegurando e me mantendo produ-tiva. Aí eu venho e recebo um prê-mio como esse. Para mim é umaemoção muito grande.

Eu já recebi alguns prêmios, algu-mas posições em listas, mas não

tenha dúvida, essa é uma daque-las que eu nunca vou esquecerporque é realmente é muito im-portante na minha vida, pois umacoisa que eu amo é ser enge-nheira. Eu nunca duvidei da minhaescolha, nunca pensei: “poxa de-veria ter feito outro curso...”.

Eu preciso aprender um pouco mais de direito dotrabalho, eu preciso aprender um pouco mais dodireito econômico, eu preciso aprender um poucomais de tributação, mas sempre é a engenheira pro-curando outros aprendizados, outros conhecimen-tos, para complementar e atender bem dentrodaquela posição que eu estou ocupando. Mas nuncaduvidei da Engenharia. Eu tenho uma verdadeirapaixão, uma grande admiração pela Engenharia.Adoro!

Adoro matemática e física. Eu não poderia ser outra

coisa na minha vida. É algo que eu vou levar comigo

para a minha vida inteira. Pode acontecer qualquer

coisa, eu sair daqui – o que certamente acontecerá

em algum momento - trabalhar em algum lugar

diferente, mas será sempre a engenheira. Sou eu e o

meu número do Conselho Regional de Engenharia.

Gostaria de dizer mais alguma coisa?

Vou deixar para dizer lá, na festa.

ENTREVISTA | MARIA DAS GRAÇAS FOSTER

Eu já recebi alguns prêmios, algumasposições em listas, mas não tenha dúvida,essa é uma daquelas queeu nunca vou esquecerporque é realmente émuito importante naminha vida, pois umacoisa que eu amo é ser

engenheira.

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MESTRES DA ENGENHARIA | LUIZ FERNANDO RISPOLI ALVES

Engenheiro civil formado pela Es-cola de Minas da Universidade Fe-deral de Ouro Preto (UFOP),engenheiro de Segurança do Tra-balho pelo Fundacentro/Kennedye doutor em Ciência Pedagógicapela UFOP/ICCP – Havana-Cuba,o professor Luiz Fernando RispoliAlves, 64 anos, ainda alimenta umamor diferente por Ouro Preto epela instituição que o formou.

Mas é na sala de aula que ele serealiza, desde 1974. O início da suahistória como professor foi umconvite para lecionar InstalaçõesElétricas Domiciliares da primeiraturma do curso de EngenhariaCivil da Universidade de Uberlân-dia, sua cidade natal. “Eu percebi aoportunidade de estruturar umaementa com conteúdos que nãotinha cursado na graduação. Paraquem nunca pensou em ser pro-fessor, a experiência foi tão gratifi-cante que me apaixonei peladocência”, recorda-se.

Depois da primeira experiênciana sala e aulas, ele foi trabalharem instalações industriais na FujiEletric (1975/1978) e Valle Nor-deste (1979/1981). Mas nessemeio tempo, em 1978, foi convi-dado para levar e assumir amesma disciplina da UFU naEscola de Minas/UFOP. E desdeentão, o professor tem estrutu-rado novas ementas/disciplinas naárea de Projetos Prediais para oscursos de Engª. Civil, Produção,Controle e Automação, Arquite-tura e Museologia. Entre elas, Ins-talações Hidráulicas Prediais,Instalações Elétricas Industriais,Inst. Elétricas Prediais, Planeja-mento das Instalações e Projetosde Iluminação, evidentemente,cada uma com a ênfase para ocurso no qual é ministrada.

Com tantas atividades no am-biente acadêmico, ele tornou-seoptante pelo regime de dedica-ção exclusiva. Porém, por estar

em Ouro Preto e estudar oassunto para soluções locais, oprofessor tornou-se especia-lista em projetos de instalaçõesem bens imóveis tombados,principalmente nas áreas deInstalações Elétricas e Hidráuli-cas, Iluminação de Monumen-tos, entre outras.

“Tenho em meu currículo umaparticipação efetiva em consul-torias para vários monumentosespalhados pelo Brasil.”. Minhasconsultorias me mantêm atuali-zado com as novas tendênciaspara a área em que leciono. É o“meu laboratório real”, portanto,matéria prima fundamental parameus cursos.

A ideia de laboratório está pre-sente na sua trajetória comoprofessor. De acordo com Rispoli,por lecionar em diversos cur-sos, foi possível estruturar umaunidade multidisciplinar onde

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Passados quase 40 anos dedocência, ele continua apostando na motivação dos alunos

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atuam alunos das graduações deEngenharia, Arquitetura, Museo-logia, Computação e até mesmode projetos médicos.

O Laboratório de Automação Pre-dial (LAP) conta com 30 alunosque trabalham para demonstrar, naprática, a importância do trabalhoem equipe, principalmente nos diasde hoje, quando um profissionalnecessita de outros, de especiali-dades distintas, para seus projetos.“É um ambiente em que se praticaa autogestão. O Estatuto de parti-cipação elaborado com a ajudados alunos. Isto tem permitidoque o local seja “alegre, motivadore criativo”, destaca o professor.

Como todo mestre, Luiz Fer-nando Rispoli não coloca frontei-ras para ensinar. Durante doisanos, foi professor do curso deformação dos Bombeiros deMinas Gerais e dá palestras emdiversas universidades do Estado.

“Não sei se teria um diferencialcomo professor. Sempre faço oque gosto e falo com o cora-ção. Até pela minha formação,sou daqueles que não acreditaem métodos pedagógicos queprimam pelo sofrimento. Acre-dito na capacidade de motivar,nunca “adestrar”. O educadorsabe que ninguém ensina, sãoos alunos que motivados,aprendem”, aponta.

O professor enfatiza que osalunos de hoje estão cada vezmais “imediatistas” e que o vo-lume e disponibilidade de infor-mações fazem com que eles seprendam a conteúdos com apli-cações quase que de imediato.“Tento motivá-los a transformarinformações em conhecimento.Isso se faz com o “ver, ler, discu-tir e aplicar”, ensina.

Formar engenheiros, para o pro-fessor, não é tarefa corriqueira.

Para ele, o ato de engenhar(criar) exige uma formação holís-tica, algo que as escolas têm per-dido ao optarem por formarbons especialistas ou técnicospara abastecer o mercado detrabalho. “Acredito no “genera-lista especializado”, bem dife-rente do especialista puro. Nãogosto do termo “perfil profissio-nal”, acho o mesmo conservadore estático, típico da “pedagogiapositivista”! Temos que incentivara formação continuada, o hábitode estudar sempre”, recomenda.

Enquanto isso, ele continua suavida como professor, feliz porter escolhido a sala de aula e olaboratório como ambientes detrabalho. “Cada vez mais, tenho acerteza de que estou fazendo oque gosto. Conviver com jovense enxergá-los como filhos, fun-ciona como fonte da juventudemental. Faria tudo de novo”,considera.

“Acredito no “generalista especializado”,bem diferente do especialista puro. Não gosto do termo “perfil profissional”, achoo mesmo conservadore estático, típico da “pedagogia positivista”!

Luiz Fernando Rispoli Alves, engenheiro civil formado pela Universidade Federal de Ouro Preto | UFOP

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ART | A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENGENHEIRO

De acordo com a Lei Federal 6496, de 07 dedezembro de 1977, todo contrato para prestaçãode serviços por engenheiro, agrônomo,geógrafo e meteorologista, seja eleprofissional autônomo ou comvínculo empregatício, está su-jeito à Anotação de Respon-sabilidade Técnica - ART.

O documento deve ser preen-chido e assinado pelo profissio-nal e pelo seu contratante, pararegistro no Conselho Regional deEngenharia e Agronomia - CREA da re-gião onde os serviços serão executados.

Além de ser uma necessidade legal, o profissional,ao registrar os projetos de sua autoria no CREA

ao longo da carreira, forma um acervo técnico depropriedade legal, reconhecido pelas empresas na

análise de seu currículo.

Parte da taxa recolhida parao registro da ART é des-tinada à entidade declasse escolhida poropção do profissional,para aplicação em pro-jetos de valorização daprofissão e do profissional

e de outras atividades asso-ciadas às suas atividades. O formu-

lário para preenchimento dos dados estádisponível no site do CREA-MG, mas o registropode ser feito pela internet.

ART-0086LEMBRE-SE!

Ao preencher o campo “entidade de classe” na ART,

escolha a SME através do código0086. Assim, você ajuda a SME a

representar a engenharia e oferecer os melhores cursos, serviços,

convênios e produtos para você.

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Page 23: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

Unidade de Hidrotratamento de Corrente de Instáveisna Repar, construída pela Odebrecht Engenharia Industrial,

em Araucária-PR

Excelênciae inovação a serviço do desenvolvimento

A Odebrecht Engenharia Industrial é líderem seu segmento de atuação com larga experiência nos setores de Petróleoe Gás, Química e Petroquímica, Bioenergia, Fertilizantes, Termoeletricidade, Siderurgiae Metalurgia, Mineração, Papel e Celulose.

Provê a melhor solução integrada às necessidades do projeto atuando em todas as etapas de sua implantação e tem presença de destaque na América Latina e Estados Unidos.odebrecht.com

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Page 24: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

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ARTIGO | RONALDO GUSMÃO

Próspero, segundo o DicionárioHouaiss, é o adjetivo que caracterizaquem tem êxito, que progride,que é bem-sucedido. Qualquerbrasileiro, de todas as faixas derenda e educação, entende essadefinição. Todos almejamos aprosperidade.

No entanto, de nada adiantaalguns de nós sermos prósperos,se o país como um todo não ofor. Para que o Brasil tenha êxitoe se torne, definitivamente, umagrande nação, é necessário bemmais do que crescer. É necessáriodesenvolver.

Assim como ocorre com as pes-soas, que para serem prósperasprecisam primeiro ter o básico –moradia, alimentação, mobilidade,segurança, saúde e educação – umpaís também precisa do básico, ouseja, proporcionar a todas as pes-soas o acesso a estes serviços,compreendidos como básicospara a prosperidade individual.

A prosperidade também pode sertraduzida como a esperança e oestado de felicidade das pessoas

ou de uma nação. Hoje mais doque nunca poupar para assegurarum futuro melhor e investimen-tos em educação nos proporcio-nam este estado de felicidade.

Poupar para investir

Segundo o estudo ‘O ObservadorBrasil 2012’, os brasileiros têm in-vestido mais na poupança e emoutras aplicações. Entre 2005 e2011, houve crescimento de61,4% no valor poupado. Em2005, os brasileiros declararam in-vestir R$393 mensalmente napoupança, valor que passou paraR$635 no ano passado, regis-trando a maior média em seisanos. Esse novo cenário refleteuma maior e melhor percepçãodo brasileiro do valor do seu di-nheiro. Essa realidade ilustra,ainda, uma mudança de cultura,com o cidadão privilegiando in-vestimentos de médio e longoprazo, como a aquisição da casaprópria.

É bom ressaltar que isso ocorremesmo com o governo insistindoem promover o consumo e o

endividamento das pessoas efamílias. Vejam o caso dos emprés-timos consignados, criado nogoverno passado, e a redução deimpostos seletivamente (IPI deautomóveis), ao invés de promo-ver uma redução geral.

Além de poupar mais, há um nú-mero maior de pessoas pen-sando em guardar emdetrimento de compras supér-fluas. De acordo com o censo se-mestral divulgado pelo FundoGarantidor de Crédito (FGC),pela primeira vez na história,mais da metade dos brasileirospossui alguma economia deposi-tada na caderneta de poupança.São mais de 100 milhões de pou-padores, um fato inédito e dignode registro.

Nós, brasileiros, precisamosmudar nosso modelo mental.Precisamos desenvolver uma novamentalidade, onde o planejamentoe a disciplina sejam valorizados.Precisamos valorizar o trabalhoem detrimento da Lei de Gerson,de levar vantagem em tudo.

POR UM BRASIL PRÓSPERO

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Educar para desenvolver

Em relação ao investimento emeducação, o que tem crescido deforma consistente são os valoresinvestidos em treinamento eeducação profissional. Há seisanos, a Associação Brasileira deTreinamento e Desenvolvimento(ABTD) realiza a pesquisa“Retrato do Treinamento noBrasil”, divulgando os númerosno mês de dezembro. Os dadosreferentes a 2012 corroboram atese de maior investimento –tanto por parte das empresascomo das pessoas físicas – naqualificação profissional.

De acordo com o levantamento,os investimentos em Treinamentoe Desenvolvimento seriam 36,9%maiores ao aferido no ano ante-rior, com um valor médio supe-rior ao verificado em 2011, quefoi de R$3.627. A regra é clara:fazer mais com menos, melhor emais rápido. Para isso, não existe

mágica. É necessário pensar dife-rente, fazer diferente; usar a cria-tividade para gerar novas ideias eprincipalmente, transformá-las eminovação.

Esse contexto, de poupança internae de maiores investimentos emeducação profissionalizante, gerauma expectativa de que, enfim,estejamos no caminho certo.

O Brasil cresceu, mas ainda nãosabe o que quer ser. Precisamosnos desenvolver, e isso tem queser um sonho coletivo, materiali-zado pelas políticas de longo prazodo Estado brasileiro.

O momento mais propício ao au-mento da produtividade é agoraque vivemos o Pleno Emprego.Necessitamos valorizar, mais emais, a educação e o treinamentopara o trabalho, pois a produtivi-dade do trabalhador brasileiro nãoaumentou quase nada, nas últimasdécadas, comparada aos trabalha-dores dos países desenvolvidos.

Para um incremento da produti-vidade brasileira é necessário umavanço significativo em inovaçãotecnológica, que por sua vez sóserá possível através da valoriza-ção da engenharia. Essa inovaçãodeve ser em produtos e/ou emprocessos, radical ou incremental.Para a engenharia produzir inova-ção, precisamos de engenheirosinovadores com formação inova-dora. Este é o maior desafio noincremento da produtividade dotrabalhador brasileiro.

O país ainda é muito desigual,precisamos ter consciência deque o planeta tem limites, e que jáconsumimos 30% a mais doque a capacidade de regeneraçãoda Terra. E mesmo assim temosfamintos no Brasil. Maior produ-tividade, poupança, investimentoem educação, melhor distribuiçãode renda e inovação. Só assim nostornaremos uma nação próspera,de fato e de direito.

““Se quiser ter prosperidade por um ano, cultive grãos.Por dez, cultive árvores.Mas para ter sucessopor 100 anos, cultive gente.”

Ronaldo Gusmão,

vice presidente

da SME

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O engenheiro mecânico e eletri-cista formado pela UniversidadeFederal de Minas Gerais (UFMG)em 1966, Aloísio Vasconcelos, 69anos, conheceu a Sociedade Mi-neira de Engenheiros (SME)quando a entidade promovia me-moráveis horas dançantes aosdomingos, na sede localizada naárea central da capital mineira.Para participar dos eventos,muito famosos à época, ele tor-nou-se sócio aspirante, quandoainda era estudante.

O contato com a SME consoli-dou-se com o tempo. Em 1981,depois de exercer o cargo de di-retor social e vice-presidente, elefoi eleito presidente da entidade,em um pleito concorrido quecontou com a participação do en-genheiro e professor, Hugo Sepúl-veda na chapa de oposição.

Ele ficou no cargo até 1983 e dei-xou um grande legado para aSME: as comissões técnicas. Foi nagestão de Aloísio Vasconcelos queos grupos de trabalho formadospor engenheiros de todas asáreas foram implantados. “Foi umenorme sucesso e prevalece atéhoje”, afirma sem modéstia, umsentimento que realmente nãocabe quando se fala no impor-tante trabalho que é feito até osdias de hoje.

Outro foco do trabalho desen-volvido pelo engenheiro à frenteda SME foi a independência e au-tonomia da entidade para atuarem prol do desenvolvimento deMinas Gerais e, também, da En-genharia.

A desvinculação com os gover-nos, que persiste até os diasatuais, e o que garante à Socie-dade a possibilidade de elogiar,sugerir e criticar o poder público.“Acho que a SME está bem, diri-gida de forma correta. Falta par-ticipar mais dos debates nacionaisda Engenharia, como o da MedidaProvisória 579, que dispõe sobreas concessões de geração, trans-missão e distribuição de energiaelétrica, sobre a redução dos en-cargos setoriais, sobre a modici-dade tarifária, a questão mineral,entre outros”, aponta.

O engenheiro continua contri-buindo com a entidade, comparticipação prazerosa com par-ticipação nos eventos promovi-dos. “Tenho muito carinho peloque a SME representa para mim.Se puder sugerir, gostaria quehouvesse mais edições do SME12:30”, destaca.

Engenheiro e cidadão atuante,Vasconcelos tem posiciona-mento político bem claro. “Essaé uma área que tem grande im-portância para a sociedade, em-bora tenha sido desvalorizadapor alguns políticos qe usaramo dinheiro como instrumentoeleitoral.“Eu acho que o Brasilprecisa demais, e depressa, deuma reforma do Sistema Polí-tico Eleitoral. Defendo a revi-são do texto constitucional quefará 25 anos e a implantação dovoto distrital misto”, ressalta.

Nas últimas eleições, o enge-nheiro foi candidato a vice-pre-feito na chapa de PatrusAnanias (PT). “Não pretendiaser candidato mas foi umahonra ser lembrado pelo PMDBnacional e pelo governo fede-ral para estar ao lado de Patruse oferecer programas e alterna-tivas para Belo Horizonte, comética e sem promessas vãs”,conclui.

SME HISTÓRIA – LEGADO DE ALOÍSIO VASCONCELOS

Comissões técnicas e independênciado setor público marcaram sua atuação

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Page 27: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

DESENVOLVIMENTO. HÁ 7 DÉCADAS ESSA É A NOSSA MARCA.Neste ano comemoramos 71 anos de trabalho e compromisso com o desenvolvimento do Brasil

A partir do sonho de visionários dos anos 40, marcamos a história da industrialização do Paíscom a pavimentação da estrada do crescimento.

Hoje, somos um complexo siderúrgico integrado, moderno e competitivo, que atua em toda a cadeia produtiva do aço e nos segmentos de mineração, logística, cimento e energia, nos mercados europeu e norte-americano.

Orgulhosa de carregar as cores da bandeira brasileira e contar com a força e a dedicação de milhares de homens e mulheres, nos tornamos um negócio sustentável e estamos entre as empresas que mais investem no País.

CSN: 71 anos e muita história pela frente

SIDERURGIA | Volta Redonda - RJ MINERAÇÃO | Congonhas - MG

LOGÍSTICA | Salgueiro - PEENERGIA | Igarapava - SPCIMENTO | Arcos - MG

www.csn.com.br

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Page 28: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

As Comissões Técnicas da SME começam a fazer uma avaliação dos traba-lhos realizados, neste ano, para organizar a programação de atividades para2013. No último encontro, os integrantes da Comissão de Educação emEngenharia, por exemplo, analisaram um questionário enviado pelo Gestordas Comissões, engenheiro Normando Virgílio Borges Alves, com questõessobre os objetivos da comissão, que eventos pretendem realizar no próximoano e as sugestões da comissão para a diretoria da SME, entre outras. A presidente da Comissão de Educação Antônia Sônia dizque o trabalho da comissão é criar espaços de discussão sobre a formação do engenheiro e as demandas do mercado

O Ministério Público do Estado doRio de Janeiro (MP-RJ) suspendeu olançamento e o início das obras dastorres Oscar Niemeyer Monumental, complexo multiuso em Niterói,no Rio de Janeiro. Planejadas para compor o Caminho Niemeyer, asduas torres são questionadas por não se adequarem à política urba-nística da cidade, já que possuem 26 pavimentos, dez a mais do queo permitido na região.

A Associação Brasileira de Normas Técni-cas (ABNT) disponibilizou para consultapública os projetos de revisão das normasque tratam de blocos de concreto celularautoclavados. As normativas foram revisa-das pelo Comitê de Cimento, Concreto eAgregados (CB-18). O projeto fica em con-sulta até o dia 28 de dezembro deste ano.

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O presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME),Ailton Ricaldoni Lobo, o superintendente da entidade JoséCiro Mota, participaram de reunião com o cerimonial da Pe-trobras no dia 12 de novembro, para acertar os últimos deta-lhes sobre a cerimônia da Medalha SME - Engenheiro do Anopara a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster.Ricaldoni acredita que, mais uma vez, a festa será um sucesso."Maria das Graças Foster representa muito bem a classe dosengenheiros pela competência, envolvimento com o trabalhoe desempenho à frente da Petrobras, uma das maiores domundo da área de Petróleo & Gás", enfatiza.

Torres projetadaspor Oscar Niemeyer

José Ciro Mota superintendente da SME, Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez e Engenheiro do Ano 2011, Maria das Graças Foster,

Presidende da Petrobras e Ailton Ricaldoni Lobo, Presidente da SME.

Reunião de Comissões

Visita à Petrobras

Normas ABNTpara blocos deconcreto celular

Mineirão em fase final

Fonte: piniweb.com.br

A SME representada pelo seu presidente AiltonRicaldoni Lobo e o superintendente José CiroMota e acompanhados pelo presidente daLeme Engenharia Flávio Campos e HenriqueCampos, engenheiro da NOE, Novas OpçõesEnergérticas visitaram as obras do EstádioMagalhães Pinto – Mineirão, que já estão emfase final, prontas para serem entregues àcomunidade esportiva brasileira.

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Natal Solidário

A partir de 1º de dezembro, a Sociedade Mineira de Enge-nheiros (SME) iniciou a entrega dos donativos recolhidos du-rante o mês de novembro, na Campanha Natal Solidário 2012,que contou com a atuação de voluntários e a contribuição deinúmeras pessoas e de empresas com a doação de alimentosnão perecíveis, cestas básicas, fraldas, materiais de limpeza ehigiene, entre outros. Caminhões carregados de alimentosforam levados diretamente para os postos de recebimentoinstalados pela entidade.

Cinco instituições que atendem criançase idosos serão beneficiadas com a en-trega das doações recolhidas na sede da SMEe na Paróquia de Nossa Senhora Rainha,no bairro Belvedere. São elas: Creche Vir-gílio Pedro de Almeida que atende maisde cem crianças; a Casa do Pão que desenvolve trabalho so-cioeducativo com crianças e adolescentes e atende adultos eidosos; o Núcleo Assistencial Paz e Trabalho que presta aten-dimento a 33 idosos; o Lar da Vovó que acolhe em média 40

idosas no aglomerado Santa Lúciae Morro do Papagaio e Projeto"Thalita Kum" que ajuda idosos aca-mados do Morro do Papagaio daPastoral Social da Paróquia NossaSenhora Rainha (Belvedere) – BH.

A SME agradece a todos aquelesque contribuíram para a realização da Campanha Natal Soli-

dário 2012, para levar um pouco mais de alegria e conforto afamílias e pessoas necessitadas. O gesto humanitário faz todaa diferença na vida de muitas pessoas.

A Comissão Técnica de Transportes da SME,também, está definindo as atividades para2013. Na última reunião, o presidente da co-missão, engenheiro Geraldo Dirceu de Oli-veira, solicitou a cada um dos integrantesapresentação de sugestões de temas paraserem debatidos. Ele é de opinião que a co-missão deve discutir de forma mais aprofun-dada os projetos de implantação de monotrilho comopossível alternativa para o transporte urbano e, ainda, a

realização de um estudo detalhadoquanto à praticidade do BRT no trân-sito de Belo Horizonte. Há propostasde realização de mais edições do semi-nário sobre mobilidade urbana que foiuma das iniciativas da comissão, nesseano, reunindo grande números de as-sociados, empresários do setor, repre-

sentantes de entidades de classe e autoridades do município,estado e do governo federal.

Geraldo Dirceu de Oliveira

Mobilidade urbana

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Page 32: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

3232

CAPACITAÇÃO | UNIVERSIDADE

Universidades ampliam númerode cursos e vagas para formaros futuros engenheiros

O vestibular 2013 da Univer-

sidade Federal de Minas Ge-

rais tem dois cursos de

Engenharia na lista dos cinco

mais concorridos. Em segundo

lugar, Engenharia Química, com

24,18 candidatos por vaga (c/v).

Na quinta, Engenharia Civil, com

16,72 c/v.

No exame para ingresso na

Pontifícia Universidade Católica

de Minas Gerais (PUCMinas)

no próximo ano, a Engenharia

também está entre as áreas

mais cotadas. Em segundo lugar,

Engenharia Civil manhã, com

15,3 c/v, seguida pela Engenha-

ria Química manhã, com 13,6

c/v. Engenharia Mecânica noite

atraiu 13,5 c/v e a Engenharia

Civil noite, 13,4 c/v.

Apesar dos cursos de Enge-

nharia terem retornado ao

seu lugar de origem nos últi-

mos anos na preferência dos

estudantes e a oferta de vagas

tenha aumentado considera-

velmente no país, sobretudo

nas instituições de ensino su-

perior privadas, são poucos

os estudantes que se formam

no tempo regulamentar de

cinco anos.

De acordo com dados da úl-

tima edição do Censo Nacional

da Educação Superior do Insti-

tuto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira/MEC (INEP), relativos

ao ano de 2011, há 3.429

cursos de graduação na área de

Engenharia, Produção e Cons-

trução, com total de 759.873

matrículas. Os concluintes, no

período, foram 64.929.

Especificamente para Engenharia

Civil e de Construção, foram

153.917 matrículas, com 8.415

concluintes. Engenharia de

Produção totalizou 111.848

matriculas, com 8.322 graduados.

Engenharia Elétrica, com

67.881 matrículas, colocou no

mercado de trabalho 5.842

profissionais da área.

Atrair estudantes para a área

de Engenharia não é tarefa sim-

ples, principalmente quando se

considera que a qualidade de

ensino das matérias de Exatas

– matemática, física e química –

fica a desejar no Brasil. Quem

se interessa pela Engenharia

sabe que vai enfrentar grandes

desafios até concluir o curso.

Lucas Henrique Silva Alves, 21

anos, está no sexto período do

curso de Engenharia de Siste-

mas da UFMG. O programa é

novo – o primeiro a ser lan-

çado no Brasil - e tem a pro-

posta de integrar o trabalho

desenvolvido por outras áreas.

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 13:59 Página 32

Page 33: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

3333

Como tem constatado, na prática,

que esse é um profissional de

grande importância, o estudante

tem mantido a motivação necessá-

ria. “Vou me formar na primeira

turma do curso e sei que, no

futuro próximo, seremos muito

requisitados”, explica.

No caso de Lucas, a escolha pela

Engenharia não está apenas pela

oportunidade de carreira promis-

sora. Ele sempre gostou das ma-

térias da área de Exatas e já está

trabalhando na área de automa-

ção residencial, como contratado.

A Engenharia voltou a atrair famílias

inteiras. O irmão, Bruno Aguiar dos

Santos Cazarim, 22 anos, está no sé-

timo período do curso de Engenha-

ria de Controle e Automação na

UFMG e a irmã mais nova, Aline, 19,

acaba de ingressar na Engenharia de

Produção, na mesma universidade.

“Na verdade, quando defini fui

mais por causa do resultado do

teste vocacional”, afirma. O mer-

cado de trabalho aquecido também

foi um aspecto observado pela es-

tudante que já conheceu as dificul-

dades da disciplina de Cálculo e de

outras, do ciclo básico, apostando

que os conteúdos específicos

serão menos complicados.

Alunos levam maisde cinco anos para concluir os cursos.

A falta de regularidadepode ser vista na

quantidade de alunos que fazem

as mesmas disciplinas em vários períodos

ao longo de sua formação

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Page 34: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

34

O engenheiro de Telecomunica-

ções e de Eletrônica, o diretor do

Instituto Politécnico da PUCMinas

(IPUC), Janes Landre, é o gestor

responsável pelos cursos da área,

oferecidos pela instituição. São eles:

Engenharia Civil, Engenharia de

Controle e Automação, Engenharia

Elétrica, Engenharia Eletrônica e de

Telecomunicação, Engenharia de

Energia, Engenharia Mecânica,

Engenharia Mecânica – linha de

formação em Mecatrônica, Enge-

nharia Metalúrgica, Engenharia de

Produção e Engenharia Química.

Dos 63 mil alunos da PUCMinas,

9.900 são alunos da Engenharia.

“A área, como qualquer outra

do ensino superior, está total-

mente atrelada à demanda do

mercado. Passamos a ser procu-

rados por uma grande quanti-

dade de candidatos, muitos com

perfil alinhado ao que é necessá-

rio ao profissional da Engenharia

e outros que não apresentam as

mesmas características”, afirma.

Entre elas estão perfil investiga-

tivo e questionador e, ainda, ele-

vado padrão intelectual.

Para o diretor, receber um aluno

como esse exige que a universidade

esteja preparada. A PUCMinas tem

investido no aprimoramento dos

seus projetos, para disponibilizar in-

fraestrutura e corpo docente qua-

lificado para explorar o potencial

dos futuros engenheiros. O IPUC

também tem investido nos seus la-

boratórios, tornando-os adequados

e compatíveis cm as necessidades

de formação dos profissionais.

De acordo com Landre, a quan-

tidade de alunos que levam mais

que cinco anos para concluir os

cursos é enorme. A falta de re-

gularidade pode ser vista na

quantidade de alunos que fazem

mesmas disciplinas em vários

períodos ao longo de sua forma-

ção. Atentos a esta realidade o

IPUC e a PUC Minas acompa-

nham estes casos ajustando suas

atividades e horários de forma a

facilitar o trânsito destes alunos

durante o período letivo. Atitu-

des como essas, que tentam en-

tender a individualidade de cada

aluno, sem esquecer do rigor

acadêmico ao qual eles estão

expostos, são tentativas para

minimizar a evasão que não seja

fruto de uma escolha equivocada.

Um arrojado programa de está-

gios completa a estratégia do

IPUC, para manter os alunos mo-

tivados. O bom momento do

mercado de trabalho está fazendo

com que a instituição aposte em

dois novos cursos, Engenharia

Química (manhã) e Engenharia

Metalúrgica (noite).

Com quatro cursos de Engenha-

ria no portfólio – Engenharia de

Controle e Automação, Engenha-

ria Biomédica, Engenharia da

Computação e Engenharia de

Telecomunicações – o Instituto

Nacional de Telecomunicações

(Inatel) trabalha para formar

CAPACITAÇÃO | UNIVERSIDADES

Simulador solar no Green/Ipuc PUC Minas para testes de coletores solares

Crédito: Arquivo PUC Minas/João Castilho

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Page 35: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

35

profissionais para atuar em todo

o mundo, seja como técnicos ou

pesquisadores da área de tecno-

logia, principalmente no Vale da

Eletrônica instalado em Santa Rita

do Sapucaí, sede da instituição.

O vice-diretor do Inatel e coor-

denador do curso de Engenharia

de Telecomunicações, Carlos Na-

zareth Motta Marins, destaca que

as oportunidades de carreira para

os futuros engenheiros são muito

grandes. Como o número de pro-

fissionais disponíveis no mercado

é menor que a demanda, há em-

presas que fazem programas de

captação de mão de obra dentro

do Instituto, antes mesmo que os

estudantes se graduem. “Nossa

empregabilidade chega a 98% mas

o mercado só recebe de braços

abertos aqueles que estão bem

qualificados”, lembra.

No caso da área de telecomunica-

ções, o carro chefe do Inatel, a

Copa do Mundo de 2014 e os

Jogos Olímpicos de 2016 são

oportunidades ímpares para que o

país modernize seus sistemas e

tecnologias que, desenvolvidas em

centros de pesquisa como o Inatel

Competence Center (ICC) são

testadas no mercado nacional e

posteriormente enviadas para

outros países. “Temos a necessi-

dade de formar cientistas também.

A área de pesquisa e desenvolvi-

mento atrai menos profissionais

mas não pode ser tratada como

oportunidade secundária de

carreira”, ressalta.

Mesmo com todo esforço e um

mercado em potencial de 140

empresas ávidas por pesquisa em

Santa Rita do Sapucaí, desenvolvi-

mento e inovação na forma de

produtos e serviços, ainda há

dificuldade em encontrar novos

pesquisadores. Dos 150 especia-

listas do ICC, entre 80% e 90%

são engenheiros.

Segundo o professor, há vagas em

aberto para especialistas em radio-

frequência, em microeletrônica

com ênfase no desenvolvimento de

projetos usando a linguagem VHDL

que permite implementar soluções

em componentes do tipo FPGA,

entre outros.

E as oportunidades estão em todas

as áreas. Na Engenharia Biomédica,

o desenvolvimento e manutenção

de equipamentos hospitalares é

mercado em potencial. No seg-

mento de Tecnologia da Informa-

ção (TI), o desenvolvimento de

softwares é sempre bem aceito

pelo setor produtivo e pela socie-

dade que já assimilou a ideia de

mobilidade tecnológica.

Carlos NazarethMotta Marins, vice-diretor do Inatel

E as oportunidades estão em

todas as áreas. Na Engenharia

Biomédica, o desenvolvimento

e manutenção de equipamentos

hospitalares é mercado em potencial.

No segmento de TI,o desenvolvimento

de softwares é sempre bem aceito

pelo setor produtivo e pela

sociedade que já assimilou a ideia

de mobilidade tecnológica.

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Page 36: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

36

MERCADO DE TRABALHO | TENDÊNCIA

Engenharia, no Brasil e no mundo, está entre melhores profissões de futuro

A Engenharia construiu as Sete Maravilhas da Huma-

nidade e não parou por aí. Mais tarde fez as

Sete Maravilhas do Mundo Moderno. Mas há tam-

bém as igrejas barrocas de Ouro Preto, a Ponte Rio-

Niterói – encantadora mesmo quando engarrafada -,

as Cataratas do Iguaçu e outros milhares de projetos

de construção que revolucionaram a vida de milhares

de pessoas em todo o mundo.

É a Engenharia, também, que gera energia elétrica para

iluminar cidades inteiras e coloca as indústrias para

funcionar. A arte de tirar petróleo das profundezas da

terra e, ainda, desenvolver as inovações tecnológicas

que aguçam o desejo de milhares de pessoas em todo

o mundo têm mãos e cérebros que engenham.

A revolução dos telefones celulares, a partir da década

de 90, é uma prova dos avanços realizados, ano a ano.

A Engenharia estava muito bem representada

quando a internet foi “inventada” e, ao que tudo

indica, vai ampliar o seu espaço de atuação no futuro

com novas especialidades. Como? Basta consultar

alguma das listas de profissões que, de acordo com

multinacionais de Recursos Humanos, entidades de

classe e publicações, vão movimentar o mundo

daqui a cinco ou dez anos.

De acordo com a diretora executiva da Thomas Case

& Associados em Minas Gerais, Heloísa Gontijo, o pro-

cesso de crescimento econômico do país passa, de

forma obrigatória por investimentos em infraestru-

tura, produção, agronegócio e energia. Por isso, as

oportunidades para engenheiros de todas as áreas

continuam aquecidas nos próximos 20 anos.

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 13:59 Página 36

Page 37: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

Isso, no entanto, não restringe o espaço para novas es-

pecialidades. “Essa ideia de prever o futuro do mercado

de trabalho não é novidade, mas deve servir para que

os profissionais se capacitem à tempo de não serem

pegos de surpresa e que os estudantes escolham de

acordo com suas vocações, áreas pouco exploradas

mas que têm potencial de crescimento”, ressalta.

Para a executiva, o que explica a abertura de novos

cursos universitários de Engenharia são demandas do

mercado. Algumas antigas, como na área de Sanea-

mento Básico e outras inovadoras, como o executivo

de sustentabilidade. “Os profissionais que querem ter

sucesso em suas áreas de atuação devem se reciclar

sempre. Só assim estarão preparados para as mu-

danças que afetam o mercado de trabalho”, aponta.

Pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Rio de

Janeiro (Firjan) concluiu que a maioria das empresas

brasileiras pretende ampliar seus quadros de funcio-

nários nos próximos 18 anos. As vagas abertas,

ainda de acordo com o estudo, revelam quais são

as profissões do futuro, com ênfase para a Engenha-

ria, Automação e Informática.

A pesquisa ouviu 402 empresas do Brasil, que são

responsáveis por aproximadamente 2,2 milhões

de postos de trabalho. Cursos de MBA, mestrado

ou doutorado serão pré-requisitos que devem ser

solicitados por até 35% das empresas para profissionais

que se candidatem a cargos de gerência ou diretoria.

As Engenharias de Petróleo, de Mobilidade e, ainda, a

Ambiental e Sanitária estão entre as especialidades que

devem ser demandadas pelas empresas no futuro

próximo. Mas há outras em franco crescimento.

A Bioengenharia, que alia os procedimentos médicos

às técnicas de manipulação de tecidos e o Engenheiro

Hospitalar, carreira que atualmente é dominada por

técnicos – embora uma regulamentação da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obrigue

hospitais a terem equipes de engenharia clínica –

também aparecem como oportunidades de carreira

para o futuro próximo.

A Engenharia de Aquicultura, que cuida da qualidade

dos alimentos provenientes da água, a Engenharia de

Energia, responsável pelo desenvolvimento de sistemas

eficazes e alternativos de geração de energia e a

Engenharia Industrial Madeireira, que pretende fazer o

uso inteligente dos recursos naturais ainda são pouco

conhecidas pelo público em geral, embora já sejam

oferecidas por diversas universidades brasileiras.

Outro ranking, o da multinacional de RH Michael Page,

elegeu as sete profissões do futuro. Entre elas também

está a Engenharia. O gestor de reestruturação abre

espaço para profissionais da área com especialização

em Finanças e experiência comprovada em área de

riscos e de crédito.

Empresas e, principalmente gestores públicos mu-

nicipais e estaduais, continuam a procurar gestores

de projetos, um profissional considerado estraté-

gico, pois “joga no meio de campo” para interagir o

departamento de Tecnologia da Informação com os

outros da companhia.

Os salários compensam, de acordo com a pesquisa. Para

alguns cargos, o teto pode chegar a R$ 45 mil.

Heloísa Gontijo,diretora executiva daThomas Case & Associados

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 13:59 Página 37

Page 38: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

Arenda das engenhei-

ras e engenheiros que

trabalham em Minas

Gerais é 20% menor

quando comparada à renda des-

tes profissionais no resto do Bra-

sil. Esta é uma das principais

conclusões do estudo “O Mer-

cado de Trabalho Formal da Enge-

nharia em Minas Gerais”, realizado

pelo Departamento Intersindical

de Estatísticas e Estudos Socioe-

conômicos (Dieese) e transfor-

mado em cartilha pelo Sindicato

de Engenheiros no Estado de

Minas Gerais (Senge-MG). A pes-

quisa conclui que o mercado de

trabalho formal brasileiro teve

bom desempenho entre 2004 e

2010, crescendo cerca de 40%.

Nas ocupações vinculadas à enge-

nharia, houve aumento ainda mais

expressivo: 52,7%. Em Minas

Gerais, esse crescimento foi

maior ainda, ficando em torno de

66%, mais intenso do que no

resto do país. No entanto, a renda

dos profissionais mineiros ficou

abaixo da média nacional.

De acordo com dados da Rela-

ção Anual de Informações Sociais

(Rais), o rendimento médio dos

profissionais de engenharia no

Brasil, em dezembro de 2010,

era de R$7.739,00, valor quase

20% maior do que o recebido

em Minas Gerais, que corres-

pondia a R$6.492,00. Fazendo

uma separação por especiali-

dade, nota-se que os engenhei-

ros civis, grupo predominante,

recebiam, em média, R$7.030,00

no Brasil. Este valor corresponde

a 17% a mais que essa mesma

especialidade recebia em Minas

Gerais.

O estudo revela que, no país, os

maiores rendimentos, em 2010,

eram pagos aos engenheiros quí-

micos e afins (R$11.260,00) e aos

38

PONTO E CONTRA PONTO | REMUNERAÇÃO DOS ENGENHEIROS

Raul Otávio da Silva Pereira,presidente do Senge-MG

Engenheiros em Minas recebem

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 04/12/2012 11:58 Página 38

Page 39: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

39

20% menos que a média nacionalgeólogos, oceanógrafos, geofísicos

e afins (R$11.054,00). Já em Minas

Gerais, os geólogos, oceanógrafos,

geofísicos e afins são o que tiveram

o maior rendimento médio

(R$8.227,00), mas que não ultra-

passaram, novamente, os rendi-

mentos das mesmas categorias no

resto do Brasil.

O estudo também constata que

não é apenas a especialidade da en-

genharia que influencia nas diferen-

ças de rendimento. A natureza

jurídica dos estabelecimentos em

que os engenheiros trabalham

também é significativa.

Os maiores rendimentos médios

de engenheiros foram pagos àque-

les que atuavam em empresas esta-

tais (R$ 12.941,00 no Brasil e

R$ 8.020,00 em Minas Gerais)

e no setor públ ico federa l

(R$ 10.061,00 no Brasil e R$ 9.123,00

em Minas Gerais). Neste caso, os

rendimentos recebidos pelos pro-

fissionais das empresas estatais em

Minas Gerais equivaliam a 62% da

média nacional.

Caso o salário das estatais minei-

ras se aproximasse mais da

média nacional no setor de esta-

tais, o valor médio pago em

Minas Gerais passaria a ser cerca

de 88% dessa média global.

Acreditamos que uma das expli-

cações possíveis é a de que as

estatais mineiras, embora pos-

suam um significativo número de

engenheiros se comparadas com

empresas de outros estados,

puxam a média para baixo, talvez

em função de políticas de go-

verno. Outra explicação também

possível é a existência de estatais

federais de grande porte em ou-

tras unidades da federação, com

nível de remuneração bem mais

condizente com a realidade.

Com relação às mulheres enge-

nheiras, o número de vínculos

empregatícios da engenharia

ocupados por elas cresceu a

taxas mais elevadas do que a

verificada entre os homens.

No entanto, o crescimento do

número de vagas ocupadas

por mulheres não significou

igualdade entre engenheiros

e engenheiras no que diz

respeito aos salários recebi-

dos. Em 2010, as engenheiras,

no Brasil, recebiam, em média,

R$ 6.339,00, valor que corres-

pondia a 79% do rendimento dos

homens (R$ 8.020,00).

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 04/12/2012 11:58 Página 39

Page 40: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

A situação das engenheiras emMinas Gerais, no entanto, se mos-trava um pouco menos desigualem relação aos seus colegas ho-mens. Em 2010, as engenheirasmineiras recebiam, em média,R$ 5.615,00, que equivalia a 84%da remuneração média recebidapelos engenheiros no Estado(R$ 6.678,00). Contudo, o saláriodas engenheiras de Minas Geraistambém estava defasado se com-parado ao rendimento dasengenheiras no resto do país.A remuneração daquelas equiva-lia a 89% da remuneração destas.

Em Minas Gerais, a remunera-ção das engenheiras se mos-trou menor do que a dosengenheiros em todas as mo-dalidades analisadas pela pes-quisa do Dieese, com aproporção variando de 74% a93%. A engenharia civil emMinas Gerais é que melhor re-munera as engenheiras (93% emrelação aos engenheiros) e asengenharias de produção, dequalidade e afins são as quepior remuneram as mulheres(74% em relação aos enge-nheiros).

PONTO E CONTRA PONTO | REMUNERAÇÃO DOS ENGENHEIROS

40

>

Engenheirosquímicos e afins

BRASIL

R$ 11.260, R$ 9002,

Geólogos, oceanógrafos, geofísicos e afins

R$ 11.054, R$ 8.227,

Profissionais de engenharia no Brasil

MINAS GERAIS

R$ 7.739, R$ 6.492,

R$ 12.941, R$ 8.020,

Engenheiros que atuam em estatais brasileiras

R$ 10.061, R$ 9.123,Engenheiros queatuam no setor públicofederal brasileiro

R$7.030, R$ 5.835,Engenheiros civis

MÉDIA SALARIAL

FONT

E : D

epartam

ento

Inters

indica

l de Estat

ística

e E

studo

s Socioe

conô

micos (

Dieese)

QUANTO GANHA O ENGENHEIRO BRASILEIRO?

Segundo pesquisa

a remuneração das engenheiras,em Minas, se mostrou menordo que a dos engenheiros em todas as modalidades

m

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Page 41: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

Com tanta coisa poluindo o meio ambiente, tinha que existir um combustível mais limpo.O gás natural da Gasmig une desenvolvimento e preservação do meio ambiente: move indústrias, carros, pessoas. Tudo isso sem poluir. Gás Natural. Invisível e essencial.

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 13:59 Página 41

Page 42: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

Esta diferença entre a remunera-

ção de engenheiras e engenheiros

ainda pode ser motivada por fato-

res culturais, que fazem com que

as empresas pratiquem algum tipo

de diferenciação velada, e também

por desconhecimento dos direitos

trabalhistas por parte das mulheres

engenheiras. O recente ingresso

massivo da mulher no mercado de

trabalho da engenharia pode trazer

consigo, além da inicial necessidade

de demonstrar sua capacidade, o

relativo desconhecimento das en-

genheiras em relação aos direitos

sindicais, notadamente o salário

mínimo profissional. O Senge-MG

tem divulgado a cartilha dos direi-

tos das mulheres e ampliado,

consistentemente, o número de

mulheres em sua diretoria.

Acreditamos que este é um movi-

mento inicial que vai trazer, no

médio prazo, uma maior mobiliza-

ção e poder de reivindicação das

profissionais.

No que se refere à ques-

tão salarial, o papel do

Sindicato da Indústria

da Construção Civil no Estado de

Minas Gerais (Sinduscon-MG) é o

de realizar, de 12 em 12 meses, as

negociações coletivas de trabalho,

compatibilizando os interesses das

partes envolvidas (empregador/em-

pregado). Assim, após a negociação

consensada com cada categoria de

sua abrangência, são estipulados os

respectivos pisos salariais. No caso

dos pisos dos salários dos enge-

nheiros, estes são definidos anual-

mente na negociação realizada

entre o Sinduscon-MG e o Sindi-

cato de Engenheiros do Estado de

Minas Gerais (Senge-MG). É impor-

tante esclarecer que os pisos sala-

riais são referências de valores

acordados entre as partes, mas que

podem ser praticados de acordo

com o mercado. Isto é, cada em-

presa contratante pode estabelecer

o salário que achar conveniente e

o empregado pode acatar ou não,

conforme seu interesse. Portanto,

os sindicatos patronal e laboral de-

finem apenas o piso da categoria,

não se admitindo que o profissional

seja contratado por valor inferior

ao estabelecido em Convenção

Coletiva. Acima do piso, as empre-

sas podem pagar o que quiserem,

não cabendo aos sindicatos qual-

quer ingerência quanto ao valor

máximo a ser pago aos profissio-

nais, sendo uma questão pura-

mente de mercado.

42

PONTO E CONTRA PONTO | REMUNERAÇÃO DOS ENGENHEIROS

Walter Bernardes de CastroVice-presidente de Política, Relações Trabalhistas e RecursosHumanos do Sinduscon-MG

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Page 43: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

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Page 44: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

44

Uma boa notícia para

quem acompanhou

ou se beneficiou do

aumento da demanda

por engenheiros nos últimos cinco

anos no Brasil. Estudo realizado

pelo Instituto de Políticas Econômi-

cas Aplicadas (IPEA) demonstra que

o número de vagas para os profis-

sionais da área devem continuar

crescendo entre 2011 e 2020,

no comparativo com o intervalo

entre 2000 e 2010. Em um cenário

otimista, com índice de crescimento

nacional de 5,5%, o incremento será

de 15% mais postos de trabalho.

Em um cenário mediano, com per-

centual de crescimento de 4% do

Produto Interno Bruto (PIB), o au-

mento do número de vagas proje-

tado seria de 10,5%. Um cenário

pessimista, com incremento de 2,5%,

também foi traçado. Nele, a demanda

pelos engenheiros seria de 6,3%.

Considerando que, entre 2000 e

2010, a oferta de vagas ficou em

7,8% - marcando a retomada da

carreira após duas décadas de

ostracismo - o Brasil vai precisar de

engenheiros. E muitos. Em números

absolutos, considerando os cená-

rios traçados, a quantidade varia de

1,5 milhão a 1,8 milhão no país.

Atualmente, o Conselho Regional

de Engenharia e Agronomia de

Minas Gerais (CREA-MG), no

Estado, são 105.735 engenheiros no

nível superior, 45.918 no nível

técnico e 1.040 tecnólogos. No

País, de acordo com o Conselho

Federal de Engenharia e Agronomia

(Confea) são 986.107.

De acordo com o estudo, as opor-

tunidades estão em diversas áreas.

O destaque é Petróleo e Gás, no

topo de ranking, com 36,7% mais

vagas para engenheiros abertas no

cenário otimista de crescimento

nacional. Basta lembrar que o Pré-sal

ainda está no começo. Caso o PIB

brasileiro não ultrapasse os 2,5%,

o índice seria de 21,1% mais

colocações.

Administração pública, saúde e

educação também estão na lista,

juntamente com mineração, indús-

tria de transformação, serviços de

informação, intermediação finan-

ceira, infraestrutura e prestação

de serviços. A construção civil

residencial é outra área que deve

continuar aquecida nos próximos

anos em função do programa

ENGENHARIA | CARREIRA

Oportunidades em diversas áreas da Engenharia devem movimentar o mercado nacional

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 44

Page 45: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

45

“Minha Casa, Minha Vida”, prevê 16,6% mais contrata-

ções no cenário positivo e 7,7% no pessimista.

Não há como negar a estreita ligação entre Engenharia e

desenvolvimento econômico. Não há, também, como

dissociar a atividade da melhoria da infraestrutura do

país, do desenvolvimento de produtos e serviços para

atender a indústria, da manutenção dos equipamentos, da

construção de rodovias, pontes, fábricas, casas e hotéis e,

ainda, da fabricação de aviões, carros e navios. Todas essas

atividades dependem da figura do engenheiro.

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e

Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG), Jobson Andrade

é um otimista em relação ao futuro da atividade no país.

Distribuição de renda, migração de milhares de brasileiros

para classes sociais mais elevadas e valorização das com-

modities agrícolas e minerais pelo mercado internacional

são alguns dos fatores que explicam esse sentimento.

Por isso, as oportunidades, para ele, estão em diversas

áreas como infraestrutura, construção civil e produção

industrial. “As perspectivas para a carreira são muito

boas. Uma década passa muito rápido e o processo de

crescimento econômico em curso demora muito para

ser desacelerado”, observa.

Há que se considerar, ainda, que embora não tenha ven-

cido o problema da pobreza, o Brasil já está enfrentando

obstáculos provenientes da riqueza.

Jobson Andrade,

presidente do

(CREA-MG)

Número de vagaspara os profissionaisda área devem

continuar crescendoentre 2011 e 2020

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 45

Page 46: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

46

Os engenheiros, ressalta Andrade, estão na origem das

soluções, em ambos os casos. As obras de saneamento

básico, o aumento do fornecimento de água potável

e de energia elétrica e a gestão do lixo são alguns dos

serviços em aberto. Na mesma linha estão mobilidade

urbana, planejamento das cidades e cuidado com o

meio ambiente.

“Desenvolvimento econômico tem que se tornar de-

senvolvimento humano. Pessoas sabem discernir

sobre seus caminhos e futuro”, alerta. No entanto, a

população ainda convive com sérios problemas

provenientes da baixa qualidade da educação e com

a falta de infraestrutura.

Para Andrade, este é o momento para construir

a infraestrutura brasileira, a exemplo do que já aconteceu

com os países europeus, logo após a Segunda Guerra

Mundial. “Só há desenvolvimento econômico com

conhecimento tecnológico”, afirma o dirigente.

Uma política industrial bem desenhada – o que ainda

não existe no Brasil – pode abrir postos de trabalho

para engenheiros da área de Eletrônica, Mecatrônica,

Aeronáutica, Naval e de bens de produção.

Muitas empresas têm apostado na mão de obra im-

portada para ocupar as vagas para engenheiros. Se-

gundo o dirigente, uma coisa é o intercâmbio entre

os profissionais. Outra, bem diferente é aceitar passi-

vamente o que vem de fora como solução para pro-

blemas internos, como a formação de novos

engenheiros para alimentar o mercado de trabalho

nacional. “Para nós, isso é muito ruim. É o mesmo que

entregar ouro em troca de espelho”, argumenta.

O desafio, agora, é não abrir mão da soberania e do

conhecimento nacional.

O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado

de Minas Gerais (Senge-MG), Raul Otávio da Silva

Pereira, acredita que as oportunidades, no Estado,

devem seguir a tendência nacional. Setores como

petróleo e gás – não só na extração mas no refino –

serviços de eletricidade, saneamento e indústria

automobilística estão entre as áreas que criarão

postos de trabalho para esses profissionais.

A construção civil, para o dirigente, deve ser conside-

rada de forma ampla, englobando áreas como infraes-

trutura e logística. Da mesma forma, a informática

inclui atividades de pesquisa e desenvolvimento de

Raul Otávio daSilva Pereira,presidente doSenge-MG

ENGENHARIA | CARREIRA

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 46

Page 47: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

47

hardware e software e, ainda, a oferta de serviços de

alto valor agregado. “A indústria de transformação mi-

neira corresponde a cerca de 30% do total nacional e

a atividade mineral também deve ser considerada”,

aponta.

Pereira também acredita que as oportunidades de tra-

balho para engenheiros passam necessariamente pelo

tipo e pujança do modelo de desenvolvimento eco-

nômico nacional, baseado em três frentes: disposição

política, recursos para investimento e ambiente favo-

rável nas relações de trabalho, que culmina na sinergia

entre os diversos segmentos da sociedade envolvidos.

“Acredito, me referindo ao terceiro aspecto, ser des-

propositada a silenciosa campanha que alguns seto-

res da economia discretamente incentivam no

sentido de obter reduções nas conquistas trabalhis-

tas (frutos de mais de 60 anos de lutas). Em um am-

biente competitivo, e com o país experimentando

taxas de juros razoavelmente civilizadas, o estimulo

deveria passar a ser o ganho de produtividade ba-

seado na melhoria da tecnologia e processos produ-

tivos utilizados, e não através da redução de

benefícios” atenta o engenheiro.

A partir do momento em que se perceber a impor-

tância da educação para obter mão de obra mais

qualificada, certamente os resultados aparecerão,

sem a necessidade de retirar conquistas trabalhistas

históricas.

A importação de engenheiros é uma tendência que

não pode ser desconsiderada. Por ser assunto polê-

mico, deve ser tratado com a devida seriedade, em-

bora não haja registros de postos de trabalho sendo

ocupados por estrangeiros em detrimento de brasi-

leiros. De qualquer forma, afirma o dirigente, há que

se investigar melhor esse fenômeno no sentido de

buscar uma solução conciliadora, que atenda aos

interesses não só dos trabalhadores (estrangeiros e

brasileiros) como também as necessidades do mercado.

Atrair estudantes para os cursos de Engenharia é um

desafio para o Brasil. Pereira acredita que os jovens

se sentirão motivados a partir do momento em que

a profissão for efetivamente valorizada - em termos

de remuneração sim, mas principalmente pela socie-

dade que consome produtos elaborados, criados,

transformados e construídos com a participação de

engenheiros.

Aloísio deBarros Fagundes, Presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 47

Page 48: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

48

“Provavelmente as pessoas não se

dão conta de que, nos menores de-

talhes de nosso dia-a-dia, esta implí-

cita a presença de um engenheiro.

Por isso, a valorização do profissio-

nal é um processo que tem que

acontecer de fora para dento, da

sociedade para a Engenharia - assim

como ocorre com os médicos,

por exemplo. “É preciso eliminar o

estigma de que a pessoa se gosta de

Matemática, certamente será enge-

nheiro. Saber e gostar de Matemá-

tica são importantes sim. Mais

importante que isso é o instinto

nato daqueles que gostam de "en-

genhar". Esse será o grande "salto

de qualidade" que possibilitara que

cada vez mais e mais pessoas se in-

teressem pela Engenharia”, enfatiza.

O presidente do Instituto de Enge-

nharia de São Paulo, Aloísio de Bar-

ros Fagundes, engenheiro civil

formado pela Universidade de São

Paulo (USP) também analisa o

futuro da Engenharia com otimismo.

“O Brasil apresenta todas as condi-

ções de amplo progresso econô-

mico e exigirá um enorme esforço

para resolver a falta de infraestru-

tura, alem do atendimento vegeta-

tivo”, justifica.

Além das áreas mais conhecidas, a

indústria fina, a nanotecnologia e a

agronomia são áreas que merecem

a atenção dos estudantes que estão

ingressando na Engenharia.“O Brasil

atravessou um longo período de

crise econômica, entre meados da

década de 1980 e o início do

Século XXI. Foram desmobilizadas

grandes empresas estatais que

antes garantiam a aplicação da

engenharia e disto resultou primei-

ramente a dispersão e o desperdí-

cio do enorme “capital intelectivo

da engenharia” então existente e

sobreveio o desemprego no setor.

Secundariamente, por via de conse-

quência, os jovens deixaram de pro-

curar os cursos de engenharia, de

um modo geral”, explica.

Mas o cenário, hoje, é bem dife-

rente. A demanda do mercado de

trabalho e os salários competitivos

são fatores importantes para atrair

jovens estudantes. Para o dirigente,

a profissão é fascinante devido

à visibilidade das realizações, o que

tem despertado o interesse dos

candidatos.

A proposta da Câmara Brasileira da

Indústria da Construção (CBIC),

para melhorar o marco regulatório

e garantir subsídios para o setor,

visando manter a economia nacio-

nal aquecida, deve gerar vagas para

engenheiros nessa área. A assessora

técnica da entidade, Geórgia Grace,

afirma que a Copa do Mundo de

2014, os Jogos Olímpicos de 2016 e

agenda de competitividade nacional

vão demandar melhorias e/ou

a construção da infraestrutura

brasileira, em diversas áreas.

Nesse cenário, além de engenheiros

de campo, serão necessários mais

profissionais da área de gestão.

“As perspectivas de crescimento

nacional e os salários competitivos

são fatores que têm atraído jovens

para a carreira. No entendimento da

CBIC, a indústria da construção está

em todos os projetos, do mais

simples ao mais arrojado”, analisa.

Geórgia Graceassessora técnica

da CBIC

ENGENHARIA | CARREIRA

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 16:35 Página 48

Page 49: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

Engenharia em Foco | Informação Técnica Gestão & Inovação| Notícias do Setor | Cobertura de Eventos Sustentabilidade | Tendências | Meio Ambiente | Ciência e TecnologiaProjetos | Arquitetura | Artigos | Entrevistas e muito mais!

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Uma publicação da SME | Sociedade Mineira de Engenheiros

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 04/12/2012 11:49 Página 49

Page 50: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

Na Petrobras, o Centro de Pesquisas Leopoldo Mi-guez de Mello (Cenpes) é a unidade da Petrobrasresponsável pelas atividades de pesquisa, desenvol-vimento, engenharia básica e gestão tecnológica.Fundado em 1963 para antecipar e prover aempresa de soluções tecnológicas, o Cenpestornou-se parte da cultura da companhia que temcomo característica o foco em resultados. “Na Pe-trobras, a inovação é um meio para a superaçãode obstáculos tecnológicos para atingir suasmetas de negócios”, enfatiza o gerente geral dePesquisa & Desenvolvimento em Abastecimentoe Biocombustíveis, Oscar Chamberlain.

50

P&D | MERCADO

Empresas apostam em P&D e abremoportunidades para engenheiros

É cada vez maior o recurso investido em pesquisa edesenvolvimento (P&D) pelo poder público e tam-bém o aumento da participação da iniciativa privadanesse montante. Investimentos em P&D são funda-mentais para que o Brasil melhore o seu nível decompetitividade internacional.

Ao que tudo indica, empresas de diversoss e gmentos já compreenderam que P&D éimprescindível para o bom andamento dos negócios.Muitas delas, inclusive, investem em centros dedesenvolvimento próprios. Neles, o engenheiro éprofissional considerado estratégico.

Oscar Chamberlain,

engenheiro químico

e gerente geral de

P&D do Cenpes

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 50

Page 51: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

51

Somando os investimentos em projetos próprios

Petrobras e aqueles em parceria com instituições

nacionais de Ciência e Tecnologia, a companhia apli-

cou média US$1,04 bilhão por ano, no período

entre 2009 e 2010. No ano passado, US$1,5 bilhão,

47% a mais que o aplicado no exercício anterior.

“Esses investimentos são crescentes. Em compara-

ção à média de investimentos realizados entre 2001

e 2003, que foi de 160 milhões/ano, o volume atual

é seis vezes maior”, ressalta.

O Cenpes teve sua área duplicada em 2010, passando

a ocupar 300 mil metros quadrados na Ilha do Fun-

dão, no Rio de Janeiro. Com isso, tornou-se um dos

maiores centros de pesquisa aplicada do mundo.

A infraestrutura experimental existente é recurso

fundamental para que a empresa realize sua estra-

tégia tecnológica.

No entanto, pelo porte da Petrobras e sua importân-

cia para o setor de petróleo, gás e energia, sobretudo

no Brasil, a atuação do Cenpes tem influência no de-

senvolvimento da cadeia produtiva. “Atuamos em

parceria com universidades, institutos de pesquisa e

com fornecedores de bens e serviços, incentivando

o desenvolvimento tecnológico em toda a cadeia”,

aponta. Dessa forma, o Centro tornou-se referência

para o setor de Petróleo & Gás mundial.

Dos 1.878 empregados do Cenpes, 806 ocupam ocargo de engenheiro. Esses profissionais dedicam-seàs atividades de P&D, engenharia básica e gestãotecnológica de projetos que visam expandir os limi-tes das atividades da Petrobras, agregar valor e diver-sificar os produtos da companhia e, ainda, garantir asustentabilidade nos produtos e processos. O in-gresso na estatal é por meio de concurso público.

AÇO

Como melhorar a qualidade do aço? Usando P&D. A

Usiminas sabe disso e não é de hoje. Desde 1971 tem

no seu Centro de Tecnologia Usiminas, um de seus di-

ferenciais competitivos, responsável pela melhoria dos

processos, aprimoramento e desenvolvimento de

novos produtos. O setor também comercializa servi-

ços de ensaios e análise, além de assistência técnica.

Divulgção Usiminas

Agencia Petrobras

Centro de Tecnologia da Usiminas

Centro dePesquisasLeopoldoMiguez de

Mello(Cenpes)

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 04/12/2012 11:22 Página 51

Page 52: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

Dos 158 profissionais, 51 são pes-

quisadores. A maioria desses, enge-

nheiros. A empresa investiu R$ 35

milhões em atividades de pesquisa

em 2011. ”Para o Centro de Tec-

nologia, dentro de seus objetivos,

não existe carência de profissio-

nais, pois estes são desenvolvi-

dos internamente pela própria

Usiminas”, afirma o engenheiro

metalúrgico e vice-presidente de

Tecnologia e Qualidade da com-

panhia, Rômel Erwin de Souza.

AUTOMOBILISTICA

A tecnologia que a indústria auto-

motiva vende como sonho de con-

sumo para milhares de motoristas

também é fruto de P&D. A Iveco,

fábrica de caminhões da monta-

dora italiana Fiat, tem o seu Centro

de Desenvolvimento de Produto

(CDP), localizado em Sete Lagoas

(MG). O projeto completou qua-

tro anos em junho deste ano e,

nesse período, lançou as mais

novas famílias de produtos Iveco e

a geração Ecoline. Os pesquisado-

res, entre eles engenheiros, tam-

bém trabalham no desenvolvi-

mento do veículo blindado Gua-

rani e nos estudos e testes de

novas tecnologias de combustíveis

alternativos.

Atualmente, o CDP tem 300 pro-

fissionais contratados. Deles, 200

são engenheiros e técnicos. De

acordo com a empresa, há vagas

abertas devido ao bem-sucedido

processo de crescimento da Iveco

no mercado nacional e sul-ameri-

cano. Uma das áreas é a de ele-

troeletrônica. Mas as pesquisas

para incrementar motores e o

setor de testes também têm es-

paço para mais engenheiros.

MINERAÇÃO

O Brasil vai receber, até 2016,

20% dos investimentos mundiais

previstos para o setor de mine-

ração, segundo dados do Insti-

tuto Brasileiro de Mineração

(IBRAM). O montante de US$ 75

bilhões. Com o desafio de produ-

zir mais com menor custo, as

companhias do segmento estão

apostando em P&D.

Segunda maior mineradora do

mundo, com presença nos cinco

continentes, a brasileira Vale tam-

bém usa a tecnologia para oferecer,

com responsabilidade e respeito

ao meio ambiente, minerais essen-

ciais à vida moderna. Em 2009, a

empresa lançou o Instituto Tecno-

lógico Vale (IVT), instituição que

busca gerar opções de futuro por

meio de pesquisa científica e de-

senvolvimento de tecnologias para

expandir o conhecimento e a fron-

teira de negócios da companhia.

O objetivo do Instituto Tecnoló-

gico Vale é coordenar as ações de

ciência e tecnologia da companhia,

com ênfase em pesquisas de longo

prazo desenvolvidas em parceria

com as comunidades científicas na-

cional e internacional. Uma das

sedes do Instituto é Ouro Preto e

a outra, Belém, nas proximidades

de universidades de referência para

o setor mineral como é o caso da

Universidade Federal de Ouro

Preto (UFOP) e a Universidade

Federal do Pará (UFPA).

52

P&D | MERCADO

Complexo Industrial - Iveco

Studio Cerri

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 52

Page 53: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

Somos o que construímos

www.paranasa.com.br

Há 40 anos a Paranasa atua no segmento da construção civil indus-trial. Toda essa experiência colocou a empresa entre as maiores cons-trutoras do país neste setor, sempre com foco nos pilares da respon-sabilidade econômica, ambiental e social. Como marca registrada, a Paranasa procura superar as expectativas dos clientes combinando engenharia de qualidade com soluções modernas e inteligentes, numa política constante de aperfeiçoamento técnico com custos competitivos.

LF/ M

erca

do

Merca

do/ F

LF

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 53

Page 54: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

54

Apesquisa do Global

Entrepreneurship

Monitor (GEM),

realizada anual-

mente e fruto de parceria entre

o Sebrae e o Instituto Brasileiro

de Qualidade e Produtividade

(IBQP), relativa ao exercício de

2011, e divulgada em outubro

último, demonstra que 14,4 mi-

lhões dos empreendedores bra-

sileiros têm entre 25 e 44 anos

e são movidos pelas oportuni-

dades de bons negócios. Deles,

49% são mulheres.

Juliana de Oliveira Pena, 26 anos,

encaixa-se nesse perfil. Formada

em Engenharia Ambiental pela

Fumec, em 2009, ela comenta que

a sua escolha baseou-se na facili-

dade que sempre teve para as

matérias da área de Exatas e, tam-

bém, na ideia de cuidar do meio

ambiente. “Mas eu não sabia da

magnitude da profissão”, afirma.

Depois de graduada, não precisou

muito tempo para que ela desco-

brisse uma ótima oportunidade

de negócios, na sua área de atua-

ção. A Refúgio Engenharia Am-

biental iniciou as atividades ainda

em 2009, a partir da experiência

em consultoria que a engenheira

adquiriu na universidade. De iní-

cio, a ideia era ingressar nesse

mercado mas um amigo e ca-

louro que já alimentava o mesmo

sonho foi a ajuda que faltava para

investir no próprio negócio. O

CNPJ da empresa veio em junho

do ano seguinte.

Hoje, a engenheira trabalha em

uma área que representa um de-

safio para os projetos de Enge-

nharia. Licenciamento, medição

de ruído ambiental, consultoria e

auditorias ambientais constituem

o portfólio de serviços que a

Oportunidade para empreender e proteger o meio ambiente

NOVOS ENGENHEIROS | JULIANA DE OLIVEIRA PENA

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 54

Page 55: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

55

“Para que tudo tenha o seutempo é necessário planejamento

prévio das atividades a seremrealizadas. Mas tenho que reconhecer que, as vezes,

é inevitável que a empresa tomealgum tempo da vida

familiar e social”

““

Refúgio oferece ao mercado. A

empresa tem crescido porque a

clientela em potencial e aquela

parcela do mercado que já foi con-

quistada, sabem da importância de

considerar o meio ambiente, seja

por consciência e/ou para fazer

frente à fiscalização. “Acredito que

há profissionais suficientes no

mercado mineiro e nacional, uma

vez que muitas formações podem

trabalhar na área de meio am-

biente. Mas faltam profissionais

que consigam se destacar nesse

meio tão interdisciplinar”, argu-

menta.

Para Juliana Pena, o meio am-

biente não é um tema importante

apenas para a Engenharia, mas

para todas as áreas de conheci-

mento. No entanto, o engenheiro

ambiental tem uma visão ampla e

sistêmica dos processos, podendo

atuar como intermediário entre

as pressões para o desenvolvi-

mento e as práticas sustentáveis.

A ideia é trabalhar de forma har-

mônica.

Solteira, a engenheira gosta de

chegar e sair mais tarde da em-

presa. “Para que tudo tenha o seu

tempo é necessário planejamento

prévio das atividades a serem

realizadas. Mas tenho que reco-

nhecer que, as vezes, é inevitável

que a empresa tome algum

tempo da vida familiar e social”,

aponta.

Sobre as diferenças de gênero,

Juliana Pena acredita que as mulhe-

res são melhores no detalhamento

dos projetos e, também, no atendi-

mento aos clientes. Como enge-

nheira ambiental, uma nova área da

Engenharia, ela apoia a Associação

Mineira dos Engenheiros Ambientais

(AMEA), criada recentemente no

Estado.

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 55

Page 56: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

56

69ª SOEA

A 69ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia(Soea), realizada entre 19 e 23 de novembro em Brasília,reuniu profissionais de diversos estados do país paradiscutir a reformulação das leis que regem o SistemaConfea/Crea e Mútua e se posicionar sobre os Projetosde Lei que tramitam noCongresso Nacional, re-ferentes à área tecnoló-gica brasileira.

Em discurso na aberturado evento, o presidentedo Confea, eng. civ. JoséTadeu da Silva, chamou aatenção para a temáticacentral da Semana. Paraele, o tema “Aperfeiçoamento do Sistema Confea/Creae Mútua – Os profissionais como agentes de transfor-mação na sociedade” permite um olhar crítico sobre oscaminhos da engenharia no país, “assim como uma aná-lise sobre o descompasso entre a legislação e o exercíciodas atividades profissionais que se dinamizam a cada dia”.

José Tadeu pontuou ainda que a partir dos debates du-rante a Soea – fórum consultivo que precede o 8º Con-gresso Nacional de Profissionais (CNP) – será possível

fortalecer o comprometimento do Sistema com o pro-gresso do país. “Só assim teremos como atender aos an-seios da nossa sociedade, respeitando as necessidadesde todos e preservando as nossas riquezas naturais paraas futuras gerações, por meio de uma engenharia sus-

tentável”, pontuou. Aossemanistas, o presidenteexplicou que a SemanaOficial deste ano terácontinuidade na 70ª Soeae no 8º CNP, em 2013.“Seguindo a via da de-mocracia, trilhada desdea criação do Sistema,vamos levar o resultadode nossas discussões

para ser debatido junto a outros milhares de profissio-nais”, afirmou.

Também na abertura do evento, foi feita a entrega daLáurea ao Mérito a 25 homenageados, como reconhe-cimento dos que se destacaram nas profissões do Sis-tema. Para o coordenador da Comissão do Mérito, eng.ind. e met. Luiz Ary Romcy, as honrarias “simbolizam agratidão aos que fizeram da engenharia sua razão deviver, com paixão e solidariedade”.

Mais de 2 mil profissionais participaram da 69ª Soeacom sugestões de mudanças na legislação do Sistema

Presidente do Confea,engenheiro civil José Tadeu, destacou a importância da atualização das leis que regem o Sistema profissional

Mais de 2 mil profissionais participaram de palestras e fóruns durante a 69ª Soea

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 56

Page 57: Revista Mineira de Engenharia - 16ª Edição

Profissionais em campo

A 69ª Soea foi além do debate e dateoria. Visitas técnicas ao Estádio Na-cional de Brasília Mané Garrincha,Ponte JK e Torre Digital proporciona-ram aos cerca de 500 participantes aoportunidade de conferir de pertoobras que chamam atenção na capitaldo país. “Essas visitas promovem umavisão maior da obra. Ainda não co-nheci o Mineirão, mas gostei muito doque vi aqui no Mané Garrincha, prin-cipalmente a lona tensionada, que éinovadora”, comentou a engenheiracivil Fernanda Vila Verde, presidente daAmpea. Seu amigo de Minas Gerais, oengenheiro mecânico David Aguiarressaltou a preocupação com a sus-tentabilidade, com a fabricação de

pré-moldados e as reservas energéti-cas fotovoltaicas. “A segurança estru-tural também é muito bem pensada,com uma manutenção fácil e uso devárias janelas de acesso aos pilares, oque dá mais segurança ao público.”

Carta de Brasília

O encerramento da 69ª Soea foi mar-cado pela leitura da Carta de Brasília.O documento, aprovado por unanimi-

dade pelos participantes, destaca a

necessidade de atualização da legisla-

ção e a defesa intransigente da valori-

zação dos que atuam nas profissões

reunidas pelo Sistema. Acesse

www.confea.org.br e leia a Carta na

íntegra. Também no final do evento,

personalidades e danças gaúchas

apresentaram o Crea-RS como anfi-

trião da Semana Oficial de 2013.

Sistema de Audiências Públicasteve mais de 6 mil visualizações

Além da contribuição dos semanis-tas, o Conselho Federal recebeu su-gestões de mudanças na legislaçãopelo Sistema de Audiências Públicas,disponível desde o primeiro dia daSoea, no site do Confea. Até o dia 27de novembro, foram registradas 242opiniões, 6.385 visualizações, além deacessos do exterior, como França,Honduras, Líbia e Estados Unidos.

Intercâmbio de informações

Em 13 palestras ministradas por pro-fissionais de excelência do mercadonacional, foram abordados temascomo inovação tecnológica, segu-rança jurídica, tecnologias veiculares,agronegócio, nanotecnologia e aces-sibilidade. Fóruns e reuniões de tra-balho também promoveraminteração entre os profissionais, quedebateram assuntos como valoriza-

ção profissional e uniformização doSistema. Um dos eventos mais con-corridos, o 1º Fórum de Desenvol-vimento Sustentável foi promovidopelo Grupo de Trabalho Rio+20, doConfea, e contou com palestras dospresidentes do Instituto Brasileirodo Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (Ibama), VolneyZanardi, e do Instituto Chico Men-des de Conservação da Biodiversi-dade (ICMBio), Roberto Vizentin,além do coordenador executivo daRede Nossa São Paulo, MaurícioBroinizi, que falou sobre o ProgramaCidades Sustentáveis, cujo objetivo éoferecer ferramentas para que o de-

senvolvimento das cidades seja am-bientalmente sustentável.

Mudanças na legislação profissionalganharam destaque nos cinco gru-pos de trabalho dedicados ao debatede eixos temáticos relacionados àsLeis nº 5.194/66, nº 4.950-A/66 e nº6.496/77. Coordenados pelas comis-sões permanentes do Confea, osgrupos apresentaram, no último diado evento, suas primeiras contribui-ções sobre salário mínimo profissio-nal, criminalização do exercícioilegal, Anotação de Responsabili-dade Técnica, entidades de classe,mobilidade profissional, entreoutros temas.

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Participantes da Soeavisitaram as obras doEstádio Nacional deBrasília Mané Garrincha

Grupos de trabalhossistematizaram propostade alterações nas leis queregem o Sistema

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Par ticipe e envie seu “causo” para jornal [email protected]

As republicas de estudantes de Ouro Preto, MG,

sempre granjearam grande reputação como residências

de jovens durante os períodos letivos, mas também como

local de eventos os mais diversos, incluindo naturalmente

os festivos. E as festas eram geralmente muito alegres,

principalmente depois que todos atingiam o objetivo

comum: encher a cara. E como. Essa rotina de fim de se-

mana não era, portanto estranha a Repu-

blica Baviera, parte importante do

circuito de Baco da Vila Rica.

Há muitos

anos, num domingo à

noite, a cuíca cantou

solta a noite toda na

Baviera, com muita

bebida, música e pa-

quera, em honra à

visita de colegas uni-

versitários do interior

de São Paulo, também

muito animados. Dentre os an-

fitriões da Baviera, estavam o Rui e o

Zezinho, que ignoraram um fator trágico:

depois do domingo vem sempre a 2ª feira.

Bem cedo na manhã daquela segunda, haveria a aula de

Cálculo Numérico dada pelo professor Marconi. E os dois

amigos tiveram que subir para o Campus do Morro do

Cruzeiro, o Zezinho razoável, mas o Rui numa ressaca fe-

deral, manifestada, sobretudo por um sono incontrolável.

Para o Rui, a aula era imperdível, pois estava pen-

durado em frequência. Só por isso. Iniciada a exposição

do professor Marconi, o Rui não teve outra alternativa

senão colocar seus óculos Ray-Ban escuros, recostar-se

na cadeira e pedir ao Zezinho que o acordasse no mo-

mento da chamada. Mal aguentava manter os olhos aber-

tos, mas a chamada era vital pra ele.

Em poucos segundos já estava em in-

consciência pós-alcoólica, e até

roncando. Foi então que, mi-

nutos depois, o Rui deu-

lhe uma cutucada para

pedir uma borracha.

Para seu espanto, o

Rui despertou, e

de um salto e

exibindo uma cara

de louco, deu um berro:

PRESENTE!!!

Na confusão que se

seguiu, a primeira impressão dos

colegas e do professor foi de um surto

psicótico que exigia auxilio médico urgente. Mas não foi

preciso. O Zezinho conseguiu explicar todo o imbróglio

e o Rui se livrou da internação num hospício, e mais do

que isso recebeu uma presença com louvor: é que sua

presença tinha vencido a ressaca. E o seu grito, mais im-

portante que o do Ipiranga. Mas festa domingo à noite,

pelo amor de Deus, nunca mais...

Por Ubirajara Tadeu Malaquias Baia*

Escrito por Eduardo Távora Médico Nefrologista

CAUSOS DA ENGENHARIA

A presença

Ilustração - Sidney Falcão

* Engenheiro civil e membro da Comissão Técnica de Transportes da SME

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Petrobras e AG Óleo e Gás.Abastecendo o Brasil de soluções.

A Andrade Gutierrez se orgulha de dizer que a parceria entre a AG Óleo e Gás e

a Petrobras possibilitou a realização de diversos projetos importantes para o

desenvolvimento do Brasil, como o Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, a Refi naria Gabriel

Passos (Regap) e a Refi naria de Paulínia (Replan). Por isso, hoje a AG faz questão de

agradecer à Petrobras e, em especial, à sua presidente, Maria das Graças Silva Foster,

pela confi ança depositada em cada uma destas obras. E reafi rma sua crença de que esta

parceria ainda tem muito a contribuir com o crescimento do País.

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