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a PÁGINA 13
CoNheçA A hIstórIA do CAfé PAssAPort, o CAfé CAmPeão em sAbor e quAlIdAde
ANO 3 · NO 8 · Dez 2012/ Fev 2013
FItoterapIaMercado de fitoterápicos para animais cresce25% ao ano
PÁGINA 20
gente da terraEssência Agropecuária acumula títulos e sagra-se vice-campeãno Ranking Paulista do Gir Leiteiro
PÁGINA 28
gIro equestreProjeto de lei declara o manga-larga marchador como “brasileiro”
PÁGINA 22
peIxe com gosto de barro é coIsa do passado. em garça-sp, FrIgoríFIco abate, mensalmente, dez toneladas de peIxes de cultIvo; três mIl quIlos
vIram FIlé de tIlápIa – o preFerIdo dos restaurantes da regIão
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A sua colaboração terá um imenso valor para que consigamos melhorar
sempre, portanto colabore conosco enviando sugestões, críticas e elogios para
o e-mail [email protected].
Há mais, muito mais, para o Natal do que luz de vela e alegria.
É o espírito da doce amizade que brilha em todo o ano,
a consideração e a bondade pelo próximo e, também, a
esperança renascida para a paz e o entendimento entre os homens.
Agradecemos muito pelo que vocês — agricultores, pecuaris-
tas, colaboradores e leitores em geral — têm representado para o
nosso crescimento profissional e por confiarem em nosso trabalho.
Por isso, dedicamos-lhes um Natal cheio de paz e que possamos
continuar juntos neste novo ano que se inicia, colhendo cada vez
mais frutos de um trabalho árduo e bem feito.
Estamos felizes com o nosso trabalho, pois a cada edição faze-
mos novos amigos; a cada edição aparecem mais pessoas encan-
tadoras, como você, o que faz com que nos sintamos orgulhosos.
E é com muito apreço que a Revista Giro Rural deseja ao homem
do campo um Natal repleto de emoção e alegria. E, para 2013, que
venham as boas colheitas, as novas parcerias e a esperança de que,
mais uma vez, o agronegócio do nosso país, principalmente da nos-
sa região e da nossa cidade, brilhe pelo mundo afora. Boas Festas!
Boa leitura!
Laura Whiteman
Diretora
VIVA 2013felIz NAtAl Aos Nossos leItores e PArCeIros!e que VeNhA um ANo de boAs ColheItAs.
GR
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Dez·
201
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013sumário
[email protected](14) 3221-0342
Editor: Luiz Felippe Nogueira | Diretora Administrativa: Laura Whiteman | Jornalista Responsável: Regiane Ferreira – MTB49346/SP |
Design grafico: Mauricio W. Santos | Foto capa: Christoph Burgdorfer | Revisão: Rodrigo Gerdulli | Representação Comercial: Juliane Silva |
Impressão: Gráfica Impress | Tiragem: 3 mil | Circulação Regional: Centro-oeste Paulista | Distribuição dirigida: postada aos produtores
rurais do Centro-oeste Paulista
Pontos de distribuição: à disposição nas empresas anunciantes | À venda nas principais bancas de revistas da região Centro-oeste Paulista.
Leia em nosso blog: www.revistagirorural.blogspot.comSolicite reimpressões editoriais das melhores reportagens da Giro Rural – C.O.P. com a capa da edição. “Os artigos assinados não emitem, necessariamente, a opinião da Giro Rural – C.O.P. Publicação bimestral. Todos anúncios, imagens e artigos publicados e assinados são de responsabilidade de seus respectivos autores.”
Gr
AG RON EGÓCIO, I N FOR MAÇÕE S E OPORTU N I DADE S. AN U NCI E E BON S N EGÓCIOS!
8 Giro notas 360º de notícias do agronegócio.
10 Evento Heringer informa cafeicultores sobre as
vantagens dos seus produtos.
12 Giro culinário Delícias do café.
13 Especial Sabor e qualidade: Você sabia que o café
Passaport nasceu aqui em nossa região?
18 Coopemar Saiba quais são os melhores cafés da
região de Marília.
20 Fitoterapia Utilização das plantas medicinais nos
animais ainda é pequena, porém o mercado cresce a cada ano.
22 Giro equestre O Manga-Larga Marchador é nosso!
24 Cafeicultura Produtor de Echaporã é o primeiro da
região a obter certificação internacional.
26 Sindicato Rural de Marília Novo presidente quer novos associados e
promete melhorar ainda mais os serviços prestados ao homem do campo.
28 Gente da terra Criadora mariliense de Gir Leiteiro
destaca-se em premiação estadual.
30 Cooperativa Sul Brasil Diretores anunciam novidades para o
setor hortifrutigranjeiro.
32 Avicultura Com um plantel de 500 mil aves, a Granja
Shintaku está entre as maiores do Brasil.
34 Giro classificado As melhores oportunidades você
encontra aqui
CAPA
14
Piscicultura“Filé fresco é o preferido dos consumidores”, revela o piscicultor garcense Fernando Nagano.
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360º De notÍcias Do aGroneGócio
Giro notas
Carne de aves ficará 10% mais cara para as festas de fim de ano
Preço da mandioca bate recorde com seca no Nordeste
Por causa da seca que
atinge o Nordeste do país,
principal produtora de
mandioca, os preços da
raiz, da fécula e da farinha
registrados nas últimas se-
manas pelo Centro de Es-
tudos em Economia Apli-
cada (Cepea - Esalq/USP)
foram os maiores desde
o início da série histórica,
em 2002. Nas oito regiões
acompanhadas pelo Ce-
pea nos estados de SC,
PR, SP e MS, a média de
preços das raízes foi de R$
343,15 por tonelada, 36%
acima da registrada em
igual período de 2011. E
o interior paulista come-
mora, sendo que Assis se
destaca na produção de
mandioca para indústria e,
em seguida, são as regiões
de Ourinhos, Mogi-Mirim,
Tupã e Presidente Pruden-
te. Produtores da região de
Tupã acreditam que, até
abril de 2013, os preços
podem chegar a R$ 400.
Com a chegada das
festas de fim de ano cres-
ce a procura por aves para
as tradicionais receitas
das festas comuns a esse
período. O frango espe-
cial – mais pesado que o
frango comum, chegando
a até quatro quilos - por
exemplo, tem lugar garan-
tido na mesa do brasileiro,
assim como o peru.
Dados do Sindicato
das Indústrias de Produ-
tos Avícolas do Estado do
Paraná (Sindiavipar) mos-
tram que o consumo de
carne de frango no Brasil
é de 47,38 kg em média,
por pessoa. Com a chega-
da do mês de dezembro
esse consumo aumenta,
naturalmente, por conta
das tradições dos pratos
que compõem as ceias
das festas, geralmente,
levam o frango – ou peru
– como prato principal.
Fonte: Sindiavipar
mandiocafrango
R. Sebastião Braz de Oliveira, 304 – Marília – SP
Fone/Fax: (14) 3413-1190 · Cel: 9703-6033 · e-mail: [email protected]
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A Fertilizantes Heringer
mais uma vez esteve
presente no concurso
que elege o melhor café
da região, promovido pela Coopera-
tiva dos Cafeicultores da Região de
Marília (Coopemar), no dia 11 de
outubro. Durante o evento, composto
por palestras técnicas que orienta-
ram os cafeicultores para melhorar
a safra do próximo ano, no evento
“Dia de Negócios”, a Fertilizantes
Heringer apresentou o que há de
melhor em sua linha de produtos
para a cafeicultura.
herINGer APreseNtA seus Produtos e AssessorA CAfeICultores em feIrA reAlIzAdA PelA CooPemAr
“O mais importante em participar de um evento
como este é interagir com os agricultores, infor-
mar sobre as nossas novidades de mercado e
assessorar sobre a utilização dos nossos produ-
tos, ou seja, ajudá-los de alguma maneira. Além
disso, os cafeicultores encontram preços espe-
ciais e diferenciados nas lojas da Coopemar”,
explica Guilherme Garcia Gaspar, engenheiro
agrônomo e supervisor técnico da empresa.
GR
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FH Nitro MaisÉ uma tecnologia que consiste em proteger a ureia con-
tra perdas de nitrogênio por volatização. É uma excelente
alternativa à substituição de outras fontes nitrogenadas
convencionais. Além de reduzir significadamente a perda
de N da ureia, a Tecnologia Heringer fornece boro e cobre
totalmente solúveis e, portanto, prontamente disponíveis
para as plantas.
Benefícios
• Alta eficiência e produtividade mesmo sem incorpo-
ração;
• Redução das perdas de amônia (N-NH3) por volati-
zação;
• Fornecimento imediato de boro e cobre;
• Elevada concentração de N;
• Disponível em diversas formulações — pode ser
misturados com outras matérias-primas;
• Melhor relação custo/benefício;
• Produto 100% solúvel em água.
FH Café FoliarÉ um fertilizante foliar produzido com sais de elevada
pureza e solubilidade, indicado para o suprimento de
cobre, zinco, boro e enxofre, podendo também conter
manganês em sua composição. Contribui para o equilíbrio
de nutrientes nas plantas, proporcionando maior produção
e melhor qualidade, além de garantir o fornecimento de
cobre, zinco e boro nas proporções requeridas pelo cafe-
eiro e complementar o fornecimento de enxofre. Como em
muitas situações, a disponibilidade dos micronutrientes no
solo não é suficiente para atender a demanda requerida
para a obtenção de altas produtividades. O FH Café vem
a complementar as necessidades nutricionais exigidas
pela cultura do café.
Benefícios
• Prevenção e correção de deficiências de micronu-
trientes;
• Ramos nutricionalmente equilibrados e vigorosos;
• Plantas com maior potencial produtivo;
• Melhor qualidade da produção;
• Excelente relação custo/benefício;
• Compatível com a maioria dos defensivos
E quem entende do assunto garante que vale a pena
investir na adubação correta das lavouras de café para
garantir um alto potencial produtivo na próxima safra, haja
vista que a região é a terceira maior produtora do estado
de São Paulo. “Como neste ano o café está com menor
produtividade, manteremos a adubação nitrogenada e re-
duziremos um pouco o potássio, pois com baixa produção
de grãos a necessidade de potássio é menor. Para melhorar
a produção, teremos que preparar o café muito bem em
termos de nutrientes e micronutrientes, práticas corretivas
e manutenção. Com mais sistema radicular, troncos mais
desenvolvidos e maior vegetação de folhas, é evidente
que o potássio vai segurar mais a carga”, orienta o Dr.
Godofredo César Vitti, professor de Fertilidade do Solo,
Adubos e Adubação da ESALQ – USP “Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz”.
Para assegurar a maior eficiência da adubação nitro-
genada fornecendo os micronutrientes boro e cobre que
protegem a ureia, a Fertilizantes Heringer oferece o FH
Nitro Mais. De acordo com o supervisor técnico, o fertili-
zante mais conhecido pelos cafeicultores e mais barato é
a ureia, que, convencionalmente, perde-se por evaporação
e volatização em até 50%. Já com a utilização do FH Nitro
Mais, que é a ureia revestida por boro e cobre, perdem-se,
no máximo, 5%. “O preço é 10% mais caro com relação à
ureia normal, porém com a menor perda do fertilizante,
o que aumenta a eficiência do produto. A relação custo/
benefício é totalmente positiva”, conclui.
FertiliZantes HerinGer – Dia De Feira
eVeNto
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reCeItAs Com CAféCafé com Guaraná
Ingredientes:
1 xícara (chá) de café preparado e frio
1 xícara (chá) de conhaque
1 xícara (chá) de guaraná
1 lata de leite condensado
Modo de preparo:
Bater tudo no liquidificador, deixar gelar e servir
com chantili e raspas de chocolate.
Rendimento: 4 porções
Tempo de preparo: 15 minutos.
Suspiros de Café
Ingredientes:
4 claras
10 colheres (sopa) de açúcar
5 colheres (sopa) de café
Modo de preparo:
Bata as claras com o açúcar e o café em banho-maria até
obter um suspiro firme. Retire do banho-maria e bata até
que esfrie. Coloque num saco de confeitar e faça suspiros
sobre papel de lanche numa assadeira. Leve em forno
baixo préaquecido por uns 20 minutos. Deixe secar com a
porta do forno entreaberta por uns 15 minutos.
Rendimento: 130 porções
Tempo de preparo: 35 minutos.
Gr Giro culinárioDelÍcias Do caFé
A Café Passaport foi fundada em 1975, na cidade de
Vera Cruz, interior do estado de São Paulo. Durante
mais de 30 anos, a empresa foi administrada por uma
família local. Em 2007, a Café Passaport foi vendida a
um grupo do setor agropecuário. Com a aquisição, a empresa
passou a contar com uma produção própria de grãos, permitin-
do, dessa forma, o controle completo da fabricação do produto.
O grupo Passaport cultiva apenas café da espécie arábica,
que é cultivada em grandes altitudes e produz um fruto com
aroma intenso. É considerada de qualidade superior ao café
conilon (robusto) e, portanto, seu valor de mercado é significa-
tivamente mais alto.
A responsabilidade ambiental está entre as prioridades da
Café Passaport. Possui uma área de mais de 4 milhões de metros
quadrados de mata nativa preservada, a qual contribui para a
perfeita harmonia entre o meio ambiente e o desenvolvimento
da cultura cafeeira em suas fazendas. A atividade pecuária do
grupo também contribui com o respeito ao meio ambiente. O
uso de fertilizante sintético é significativamente reduzido em
suas lavouras e substituído por adubo orgânico proveniente do
manejo do gado. O blend do Café Passaport é criteriosamente
elaborado, e o processo de torra e moagem do café é controlado
para proporcionar uma bebida de sabor e aroma inconfundíveis.
Descubra o Café Passaport e comprove você mesmo nosso
jeito diferente de fazer café!
em ÁGuA doCe,A tIlÁPIA é ImbAtíVel
É o que afirma o engenheiro eletricista e cafeicultor
garcense Fernando Nagano. Ops! Não estamos
falando de criação de tilápias? Mas, foi justamente
no período em que trabalhou na Cesp (Companhia
Energética de São Paulo), em 1991, que Nagano
manteve os primeiros contatos com a piscicultura, quando
ganhou alguns alevinos por meio do trabalho de reposição de
espécies realizado pela empresa em áreas inundadas pelas
barragens hidrelétricas. A partir daí, formou o plantel de matrizes
e passou a engordá-los e vendê-los para os famosos pesque-
-pagues da época.
Pois é, foi por intermédio da engenharia que o também
piscicultor deu início à criação de peixes na Fazenda Santa Ana,
localizada em Garça, onde além dos 75 hectares ocupados pelo
café mantém três represas com barragens, 22 viveiros para
criação dos alevinos e 60 tanques rede para o confinamento e
engorda de tilápias, bem como o frigorífico Fish Fácil, construído
a partir de investimentos gerados pelo lucro do café.
Hoje, são abatidas cerca de dez toneladas de peixe por mês.
Desse total, são produzidos três mil quilos de filé, uma tonelada
de polpa de peixe, 700 quilos de pele e cinco toneladas de
adubo orgânico (compostagem), utilizado nos cafeeiros. Em
todo esse trabalho, inclusive de pesquisas, Nagano conta com
o apoio da esposa Regina, que é zootecnista com mestrado em
Aquicultura e especializada na área.
A base da criação de peixes da Santa Ana Aquacultura é a
tilápia GIFT (Genetically Improved Farm Tilápia), tida como a
última palavra em melhoramento genético. Proveniente da Ma-
lásia, a linhagem possui alto desempenho, apresentando melhor
crescimento, maior peso individual, “filé” mais espesso e sem
espinhos, melhores índices de reprodução e grande resistência
se comparada às linhagens convencionais. Anualmente, ainda
são produzidos e vendidos 500 mil alevinos para pequenos e
médios produtores. Além da tilápia, que representa 90% do
negócio, o piscicultor faz reprodução de espécies como pacu,
piauçu, curimba, lambari, carpas coloridas e carpas húngaras.
Fernando Nagano, de engenheiro eletricista a criador de tilápias.
Gr
16 G i r o ru r a l
CapaentreVista coM o piscicultor FernanDo naGano, proprietÁrio Do FriGorÍFico FisHFÁcil
Como foi a aquisição da linhagem GIFT, que é hoje o peixe mais criado no mundo e a espécie que melhor responde ao sistema de criação em tanques rede?A base da nossa criação é a tilápia
GIFT. No Brasil, fui um dos primeiros
contemplados, graças à parceria com a
UEM (Universidade Estadual de Maringá),
que trouxe a linhagem para o país. Estou
na quarta geração de matrizes, e na sétima,
segundo uma pesquisadora que esteve na
nossa propriedade, teremos 50% a mais
de ganho de peso em relação à primeira
geração. O peixe está cada vez melhor!
Quais são os produtos comercializados e qual é o mais vendido?O filé fresco de tilápia é o carro-chefe da
nossa produção; não passa pelo processo
de congelamento e é embalado sem
qualquer tipo de conservante ou aditivo.
Em água doce, a tilápia é imbatível pra
consumo. Além da rusticidade, oferece
uma carne branca de altíssima qualidade,
que representa 33% das vendas. Também
temos o filé congelado sem aquela camada
grossa de gelo (legislação permite 6%)
e a polpa congelada, que é ideal para a
fabricação de hambúrgueres e nuggets,
porém oferece um nível de gordura um
pouco mais alto se comparado ao filé.
Já que o filé fresco lidera a preferência dos consumidores, quais são as características ideais do produto?O modelo brasileiro foi copiado do norte-
americano, que quer um filé acima de
150 gramas. Só que fomos pioneiros na
mudança e preconizamos um filé de 100
gramas. Pois para fazer um filé de 150
gramas é preciso ter um peixe de 900
gramas, que demora quase um ano para
engordar, aumentando o tempo de custeio
e configurando uma atividade de alto risco.
No modelo menor, a tilápia fica pronta
em seis meses e o produtor consegue
fazer mais ciclos de produção no mesmo
período.
Quem são os maiores clientes do frigorífico e quanto o consumo cresceu nos últimos anos?Atualmente, vendemos no atacado para
restaurantes regionais, sendo que os
maiores compradores são de Bauru e
Marília, porém temos o Selo de Inspeção
estadual (SISP) para atender todo o estado.
A procura pelos filés cresceu de 20%
a 30%, e tudo isso sem vendedores. É
meio que uma propaganda boca a boca
mesmo. Se o restaurante servir o nosso
peixe uma vez, ele não para, pois terá
um bom feedback do cliente. Graças à
padronização do produto final, garanto o
mesmo sabor diferenciado sempre. É isso
que fideliza e torna a marca conhecida.
Com o SISP, o frigorífico pode atender todo o estado. Por que as vendas estão concentradas aqui?Existe uma demanda maior, como em
São Paulo, por exemplo, mas não consigo
atender. Minha base é aqui e quero
valorizar a região. Agora, passamos por
um momento de escassez de produtos, não
tem peixe para a gente comprar. Por isso,
reprimimos cerca de 20% das entregas e
não conseguimos suprir toda a demanda.
O brasileiro está aprendendo a comer peixe?Sim, no entanto o consumo ainda é muito
diverso. Enquanto a média de consumo no
país é de 8 quilos per capita/ano, Amazônia
consomem 44 quilos per capita/ano, igual
ao Japão. O objetivo estipulado pela FAO
(Food and Agriculture Organization) é
que o brasileiro consuma 12 quilos per
capita/ano.
No geral, o que mais prejudica o aumento desse consumo para se alcançar a meta recomendada?O que temos no Brasil até então é o
consumo daquele peixe de extrativismo
e falta uma cadeia produtiva adequada.
O brasileiro não consome tanto peixe
porque o pescado ofertado é de má
qualidade e não há um padrão. O povo
está acostumado a comer aquele peixe
que viajou cinco dias para chegar ao
entreposto. Depois, vai mais uma semana
para chegar aqui para ser processado e já
não tem mais condições microbiológicas
aceitáveis. Outro problema do extrativismo
está no fato de o peixe estar em rios que
sofrem sazonalmente com mudanças
climáticas, alterando a qualidade da água
e acarretando o famoso gosto de barro na
carne. Na busca por alimentos, ele filtra
algas cianofíceas, que são produzidas em
águas de má qualidade, provocando essas
sensações de mau cheiro, mofo, etc.
Enquanto o extrativismo não cresce 1%, a aquicultura cresce 15% ao ano. Em sua opinião, qual é o diferencial das duas atividades?No extrativismo não é possível controlar a
qualidade da água, que é o que determina
a qualidade do peixe. Se a água é ruim, o
peixe é ruim — o ambiente de criação é
que manda. A diferença é que no cultivo
podemos controlar esses parâmetros,
como, por exemplo, a correção de
acidez, aeração mecânica e controle
de ectoparasitas, entre outros. Porém,
existem rios, como o Paranapanema,
que são de excelente qualidade durante
o ano todo, por isso também criamos lá,
onde seguimos todos os critérios para o
abate, fazendo com que o produto chegue
sempre com o mesmo padrão.
O sistema de depuração do pescado garante um produto final de qualidade superior, isento de odores e sabores indesejados. Como é feita essa limpeza?Fazemos a depuração em água de altíssima
qualidade, sem alimentação, limpando todo
o trato digestório para eliminar todos os
resíduos. Após esse processo, funcionários
especializados fazem a análise sensorial
de cada lote para verificar a existência de
qualquer traço de odor (gosto de barro).
Em seguida, são abatidos por hipotermia,
método mais eficaz e indolor, que evita a
proliferação de bactérias.
Como se faz a carne moída de peixe (polpa), que, inclusive, é utilizada em merendas escolares?Temos uma máquina despolpadora que
retira toda a carne da carcaça, com a qual
obtemos o osso moído de um lado e a
carne moída do outro. Essa carne chega
a representar 10% do rendimento, e quem
a não tem acaba descartando. A CMS
(carne mecanicamente separada) de peixe
tem alto valor nutritivo, com um pouco
mais de gordura em relação ao filé, boa
digestibilidade e baixo custo, por isso faz
parte do cardápio das merendas escolares
de Duartina e Rancharia. Pretendemos
estender o projeto também para Garça.
Já exportou couro de peixe para países como Itália e Alemanha. Como foi esse trabalho?Comercialmente, é um negócio rentável.
Fizemos ótimos trabalhos para a Itália,
Alemanha e Novo Hamburgo, no Sul do
Brasil. Como isso estava desfocando o
meu negócio, pois é uma atividade de
moda, não de criador, resolvi parar. Ainda
enviamos algumas peles para a Itália e
para confecções de artesanato da região
de Garça. Atualmente, estamos testando o
couro de tilápia em uma fábrica de sapatos
espanhola.
Como foi a ideia de utilizar restos de peixes em compostagem orgânica para adubação de café?Não havia como descartar os resíduos
(cabeça, vísceras, nadadeiras, etc.), que
representam 50% da produção. Então,
eu fazia uma silagem, porém não tinha
aplicabilidade. Poderia ser usado na
fabricação da ração do próprio peixe, mas,
por ser muito complexo, não era possível.
Inclusive, é o único elo da cadeia em que
não atuo, por enquanto. Depois de muito
pesquisar, chegamos a uma compostagem
que beneficia as lavouras de café via solo,
pois durante a fermentação biológica
preserva os aminoácidos da matéria
orgânica. Aplicamos toda a produção
de compostagem na lavoura de café,
agregando valor ao produto e beneficiando
a lavoura, haja vista que a planta fica mais
saudável. O que antes era um problema,
transformou-se em um ótimo negócio. Já
estamos pesquisando para saber mais
sobre os benefícios.
Com uma produção de duas mil sacas de café por ano, quanto o senhor economiza utilizando os restos dos peixes nas lavouras?Das quatro adubações durante o ciclo do
café no ano, o meu objetivo é eliminar uma.
Já eliminei meia. Utilizo aproximadamente
80 toneladas de adubos, que custam, em
média, R$ 1 mil cada. Com a compostagem,
economizo em torno de R$ 50 mil. Inclusive,
foi o café que possibilitou a construção do
Fish Fácil. Liguei uma atividade a outra e
estou terminando o ciclo.
O que falta para incentivar a atividade no estado de São Paulo?O maior entrave dentro da piscicultura
hoje é a questão ambiental. Esse é o maior
dilema que São Paulo tem, pois cada
estado legisla de um jeito. No meu caso,
em Palmital, onde também desenvolvo meu
trabalho, ainda não obtive a licença, e sem
a documentação ambiental resolvida não
é possível ter acesso aos créditos oficiais
destinados à atividade. O café é o meu
financiador!
Rua Coronel Joaquim Piza nº 140 7º andar – sala 72Fone: 14 - 3471-1461www.santaanaaqua.com.br
Adap
tado
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Viva
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de
OS BENEFíCIOS dA TILáPIA Faz bem para: coração, cérebro, células, olhos, sistema psicomotor. Ação no organismo: possui ômega-3 em menor quantidade, mas diminui o ris-co de doenças cardíacas e aterosclerose; ajuda a curar inflamações; contribui para o desenvolvimento cerebral e para a regeneração das células nervosas. Contém grande quantidade de ômega-6, que contribui para o desenvolvimento cerebral, psicomotor, da visão e de vários aspectos da função neural. Porém, o consumo excessivo desse tipo de gordura facilita o processo inflamatório e provoca um desequilíbrio na proporção entre os ácidos ômega-6 e ômega-3, portanto é necessário ingerir alimentos ricos em ômega-3 para compensar a inflamação produzida pelo ômega-6. Recomendação: consumir de 2 a 3 vezes por semana (de 400 g a 600 g).
Foto: Eduardo Marques
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Foto: Eduardo Marques
No dia 11 de outubro, a Coo-
perativa dos Cafeicultores
da Região de Marília (Coo-
pemar) premiou os melhores cafés da
região e ainda realizou duas palestras
técnicas importantes para os produ-
tores que já estão tomando fôlego
para a próxima safra. Durante o dia,
os cafeicultores tiveram a oportunida-
de de conhecer e adquirir produtos
e serviços com preços especiais
de diversas empresas. A família do
cooperado também contou com uma
programação especial com curso de
receitas de café, bingo e área de lazer.
Adubação do cafeeiro em ano de
baixa foi o tema da palestra do Dr.
Godofredo César Vitti, Professor de
Fertilidade do Solo, Adubos e Aduba-
ção da ESALQ - USP “Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz”. Ele
deixou claro que os cafeicultores
deverão preparar o café muito bem
para o próximo ano, em termos de
nutrientes, micronutrientes, práticas
corretivas e manutenção. “Vale a pena
investir, pois além de preparar o café
para uma alta produtividade é preciso
levar em conta que ele está muito bem
no mercado internacional, e o Brasil
é o maior produtor. É imprescindível
adubar o café de modo adequado”,
reforçou Vitti.
Sobre a mecanização na cafeicul-
tura que cresce 20% ao ano na região
de Marília e Garça, que vem se me-
canizando há seis anos, o Engenheiro
Agrônomo e gerente de produtos
Colhedoras Jacto, Walmi Gomes Mar-
tin afirmou que o Brasil não ofereceria
todo o café que tem pra vender se não
houvesse a possibilidade do aumento
da mecanização. “O maior desafio da
cafeicultura é manter a competitivi-
dade, e a mecanização otimiza todo
o processo produtivo desde o uso da
terra até a venda de um café de melhor
qualidade”, completou.
Para François Guillaumon, presi-
dente da Coopemar, além dos cafeicul-
tores interagirem com os palestrantes,
também deverão se acostumar com o
Dia de Negócios, aproveitando as pro-
moções e conhecendo novos produtos.
“Foi um dia muito bom e ficou evidente
um ânimo total entre os cafeicultores,
mesmo em um ano em que se registrou
queda na colheita e na qualidade”.
Conheça os melhores
cafés da região
Categoria: cereja natural
1. Marcelo Colombo Filho (Garça)
2. Célio Oderigi de Conte (Alvinlândia)
3. Isidro Colombo (Lupércio)
4. Kazuyashi Sato (Sabino)
5. Marcos Cleber Teruel (Alvinlândia)
6. Florindo Marconato (Padre Nóbrega)
7. Tsuguiu Ikeda (Marília)
8. Maier Pardo (Padre Nóbrega)
9. Leomar Totti (Echaporã)
10. Rosa Colombo Rodrigues (Lupércio)
12º CoNCurso CAfé ColheItA Com quAlIdAdeCoopemar premiou os melhores cafés da região e orientou os cafeicultores para a próxima safra
G i r o ru r a l
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013
Cooperativa dos Cafeicultores da Região de MaríliaRodovia do Contorno, s/nº CEP 17505-200
Fone: (PABX) (14) 3402-9200 - Fax: (14) 3402 - 9201www.coopemar.com.br - E-mail: [email protected]
Filial de Ocauçu - SPRua Pedro Casagrande, nº 35.
(14) 3475-1257
Filial de Vera Cruz - SPRua Paulo Guerreiro Franco, nº 442.
(14) 3492-3002/1766
Filial de Pompeia - SPRua José de Aguiar Moraes, nº 314.
(14) 3452-1499
Filial de Paraguaçu Paulista - SPAvenida Galdino, nº 1083.
(18) 3361-2235*Mudança prevista em janeiro de 2013.
Viveiro de mudas de café comuns e enxertadas das variedades (Obatã,
Mundo Novo, Catucaí, Catuai).
Flora Paulista: cultivo de mudas de eucalipto e mais de 100
espécies de árvores nativas.
Filial de Echaporã - SPRua Geraldo Abreu Pinto, nº 51.
(18) 3356-1105
GR
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plantas que curaMC onsiderada a precursora da medicina moderna,
há mais de três mil anos surgia a fitoterapia, que
consiste no conjunto das técnicas de utilização
dos vegetais no tratamento das doenças e na recuperação
da saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 80%
da população faz uso das plantas ou de suas preparações.
No Brasil, das 55 mil espécies de plantas, ao menos 10
mil podem ser consideradas medicinais, aromáticas e
úteis para o mercado mundial de produtos farmacêuti-
cos, cosméticos e agroquímicos. Porém, apenas 1% dos
fitoterápicos é voltado à medicina veterinária, sendo que
esse setor cresce, em média, 25% ao ano, garantindo um
mercado promissor. De acordo com o médico veterinário
e diretor técnico da Associação Ambientalista de Marília
(ORIGEM), Dr. Ricardo Cavichioli Scaglion, que trabalha
com a fitoterapia em animais há seis anos, falta conheci-
mento e a valorização do poder das plantas medicinais.
Fitoterapia ganha espaço na medicina veterinária e garante mercado promissor
GR
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Em sua opinião, por que a fitoterapia na medicina veterinária ainda é tão pouco disseminada?A maioria dos cursos de Medicina
Veterinária espalhados pelo Brasil
dá pouca ênfase na fitoterapia. E,
tradicionalmente, são exploradas as
práticas terapêuticas convencionais.
Ainda predomina os atributos da
alopatia como terapêutica padrão,
salvo com algumas exceções,
ministradas em poucas instituições
de ensino.
A fitoterapia pode ser aplicada juntamente com o tratamento alopático?
Sim. Trabalhamos não apenas
como uma terapêutica alternativa,
mas como uma importante ferramenta
capaz de se aliar à alopatia, ou mesmo
ser praticada isoladamente, almejando
esgotar os ilimitados recursos ofereci-
dos pelas plantas (princípios ativos na-
turais), cientificamente comprovados.
Quais são as vantagens dessa terapia medicinal?
Além do seu amplo conceito
preventivo e curativo e dos pouquís-
simos efeitos colaterais com eficácia,
a fitoterapia proporciona uma excele
nte relação custo/benefício. É o mais
valioso recurso terapêutico oferecido
pela natureza, e diante disso está a
missão de instituições de pesquisa,
laboratórios, cientistas e da classe
médico-veterinária em promover
maior inserção dessa terapêutica no
mercado.
Por que existe certa resistência por parte da população na utilização dos medicamentos fitoterápicos?
Uma grande parcela da população
desconhece ou, simplesmente, ignora
a importância das plantas medicinais.
Temos a convicção de que o fato
dessa terapêutica não ter alcançado
significativos progressos no campo da
medicina humana e, sobretudo, da me-
dicina veterinária reside basicamente
nessa falta de conhecimento. O que
muita gente não sabe é que podemos
facilmente encontrar na composição
de substâncias sintéticas cerca de 40%
de matéria-prima de origem vegetal.
Muitas substâncias exclusivas de plantas brasileiras estão patenteadas por empresas estrangeiras. O que poderia ser feito para incentivar as pesquisas nacionais?
É imprescindível a desburocratiza-
ção que rege todo o sistema de saúde
no Brasil, que deveria ser alicerçado
pela implementação de bolsas de es-
tudo ligadas integralmente à pesquisa
nas universidades e, em especial, à
extensão, por meio de investimentos
expressivos que facilitem a inclusão de
patentes de matérias-primas genuina-
mente brasileiras no mercado nacional
e internacional.
A palavra fitoterapia é formada de dois radicais
gregos: fito vem de phyton, que significa planta, e
terapia vem de therapia, que significa tratamento,
ou seja, tratamento utilizado pelas plantas.
dr. Ricardo Cavichioli Scaglionmédico veterinário e diretor técnico da
Associação Ambientalista de Marília Arqu
ivo p
esso
al
técnica Milenar GanHa aDeptos na VeterinÁria
fitoterapia
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013
Gr
A Comissão de Agricultura,
Pecuária, Abastecimento
e Desenvolvimento Rural
aprovou, no dia 28 de no-
vembro, o Projeto de Lei 4158/12, do
deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-
-BA), que declara como raça nacional o
cavalo manga-larga marchador. A pro-
posta tramita em caráter conclusivo e
ainda será analisada pela Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania.
O argumento de Maia é que se
trata de uma espécie “genuinamente
brasileira”, com habilidade para a
marcha e origem nos tempos da colo-
nização portuguesa do Brasil.
O relator na comissão, deputado
Abelardo Lupion (DEM-PR), recomen-
dou a aprovação da matéria, pois, afir-
ma, essa raça “foi formada aqui e teve
significativa influência na História do
Brasil, ao participar de todos os ciclos
econômicos como meio de transporte
ou tração, moeda de troca, mercadoria
e lida com o gado”.
Na avaliação de Lupion, a classifi-
cação como raça nacional evitará que
a propriedade intelectual da espécie
seja declarada por algum outro país.
Segundo informações da Associa-
ção Brasileira dos Criadores do Cavalo
Manga-larga Marchador (ABCC Man-
ga-larga Marchador), a raça foi obtida
por meio do cruzamento de cavalos da
raça Alter, trazidos de Portugal pela
família real, com éguas selecionadas
da fazenda do Barão de Alfenas, no Sul
de Minas Gerais, há mais de 200 anos.
Os representantes da raça têm por-
te médio, com altura mínima de 1,47
e máxima de 1,57 m. A espécie tem
sido regularmente criada desde 1949,
quando foi fundada a ABCC Manga-
-larga Marchador, com sede em Belo
Horizonte (MG). Atualmente a entidade
conta com mais de 6,5 mil sócios atu-
antes. Mais de 450 mil animais já foram
registrados. Os objetivos da criação
do manga-larga são as exposições, os
concursos de marcha, o enduro, a lida
com o gado e as provas funcionais.
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GR
24 G i r o Ru r a l
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Gr Cafeicultura
O lote de café certificado está
devidamente identificado e
armazenado na Coopemar.
PequeNo Produtor de CAfé reCebeselo de susteNtAbIlIdAde dA utz(variedades Catucaí e Obatã), que
produziram na última safra 30.000 kg
em coco (ainda com a casca). E o seu
Leomar mostrou que é possível produ-
zir um café de qualidade sem poluir
nem destruir o meio ambiente e res-
peitando direitos sociais e trabalhistas.
Por causa disso, ele foi o primeiro da
região a receber o selo Utz Certified,
certificação internacional para cafés
produzidos de forma sustentável e
que acaba de ser concedido a ele pelo
IGCert, empresa do GenesisGroup.
Segundo seu Leomar, ele não teve
muitas dificuldades para implementar
os requisitos exigidos pela Utz. A maio-
ria, ele já vinha atendendo por conta. É
que, por ser pequena, a propriedade é
tocada por ele e pela própria família,
além de três funcionários que têm
direito a moradia e registro na carteira
de trabalho. Como a propriedade é
cortada por um ribeirão, o maior inves-
timento que ele teve que fazer foram
os R$ 800 gastos na construção de um
depósito de alvenaria onde, a partir de
agora, ficam guardados todos os agro-
tóxicos, com suas etiquetas, prazos de
validade e cartazes alertando para o
perigo do manuseio sem os devidos
equipamentos de segurança. Segun-
do ele, “antes os venenos ficavam
guardados junto com maquinários e
equipamentos. Agora, ficam separa-
dos e em lugar mais seguro. Só que
sempre tivemos respeito com o meio
ambiente. Esse ribeirão é de onde
a gente pega água para quase tudo,
então nossos pulverizados e equipa-
mentos usados com produtos químicos
nunca chegaram nem perto do rio. A
água dele forma até uma lagoa, onde
criamos peixe, inclusive para consumo,
e nunca tivemos nenhum problema de
contaminação”.
Para o produtor, “a certificação da
Utz é um reconhecimento pelo nosso
esforço e mostra que o caminho é
esse mesmo. O produtor que quiser
conseguir melhorar o seu produto,
ganhar mais e ser reconhecido, tem
que procurar a certificação”.
Os cafés certificados do Sítio Bela
Vista já estão na Coopemar, que pre-
tende exportá-lo. Para François Regis
Guillaumon, presidente da cooperativa,
ter entre os associados o primeiro a
receber o selo Utz “com certeza é o
começo de um trabalho muito impor-
tante. Uma das principais vantagens
proporcionadas pela certificação está
na exportação do produto. Sem ela, o
cafeicultor não consegue vender para
fora do país. Ou seja, quem quiser
exportar ou até mesmo vender para
grandes empresas, além de investir
na qualidade do café deverá, indiscuti-
velmente, certificar a sua propriedade.
E nós almejamos em curto prazo que
pelo menos 40% dos nossos coopera-
dos obtenham essa certificação”.
Oprodutor Leomar Totti,
que mora há quase 50
anos no município de
Echaporã, no centro-
-oeste paulista, está se tornando uma
referência em cafeicultura na região
de Marília. Associado da Coopemar,
maior cooperativa agrícola da região,
ele dificilmente não leva para casa
algum prêmio quando participa dos
concursos, instituídos ali há mais de 12
anos, para escolher cafés de qualidade.
E olha que a região tem quase mil pro-
dutores, que plantam 38 mil hectares e
colhem mais de 500 mil sacas por ano.
o sítio dele, o Bela Vista, é peque-
no: são apenas 10 alqueires - ou 26,2
hectares - cultivados com café Arábica
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Conheça os produtos recomendados para o café
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Gr sindicato rural
Quais são suas metas paraos próximos três anos?
Meu maior objetivo é facilitar a
vida do homem do campo, sem contar
que sou um deles (risos)! Melhorare-
mos os serviços e disponibilizaremos
todas as informações necessárias
sobre as leis do novo Código Flores-
tal, intermediando agropecuaristas
e a Secretaria Estadual de Meio
Ambiente.
Até onde vai a atuação do sindicato? O que ele realmente pode fazerpelo Agro?
Representamos a classe e a nossa
função é buscar e reivindicar melho-
rias, cobrando dos administradores
públicos. E isso já fazemos há anos
não só por meio do sindicato, mas tam-
bém pelos conselhos nos quais atuo.
Até hoje, nenhum prefeito conseguiu
resolver todas as carências do setor.
Também nos reunimos com bancos
financiadores para tentar facilitar o
acesso aos créditos rurais, já que é
muito difícil consegui-los.
Marília possui 420 quilômetros de estradas de terra, sendo que de 15% a 20% estão com trechos prejudicados. Qual é o posicionamento do Sindicato Rural frente à Prefeitura?
Temos feito contato constantemen-
te com prefeitos e a Secretaria Munici-
pal de Agricultura, Pecuária e Abaste-
cimento. Pode-se dizer que melhorou
muito, pois tivemos grandes avanços
na conservação e manutenção das
estradas. É importante lembrar que
não temos problemas somente nas
épocas das chuvas, em que ninguém
passa, mas também nas secas, quando
as estradas ficam lotadas de areia, o
que prejudica a passagem.
Além do velho problema das estradas, quais são as maiores dificuldades para o homem do campo hoje?
Primeiramente, é a migração enor-
me para a cidade, o que vem ocorren-
do há tempos, gerando o segundo pro-
blema: falta de mão de obra no campo.
E por que isso acontece? Porque não
se dá atenção ao homem do campo.
Ele não tem assistência médica e social
adequada, por isso migra para a cida-
de, para ter mais qualidade de vida. A
Prefeitura juntamente com os órgãos
competentes deveriam oferecer apoio
para toda a população rural, mediante
trabalhos educativos que atendam,
pelo menos, as áreas de saúde, social e
sanitária. É preciso dar condições téc-
nicas e financeiras (governos federal,
estadual e municipal) para que esse
povo consiga permanecer no campo.
O que melhoraria a escassez de mão de obra qualificada nas propriedades rurais?
Podemos ajudar por meio dos cur-
sos promovidos pelo SENAR (Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural),
destinados ao produtor rural, traba-
lhador rural e seus familiares. Para
saber como participar, basta entrar
em contato conosco, no Sindicato Rural
de Marília. Já temos a programação
para 2013, que contará com cursos de
tratorista, vacinação, doma de animal,
entre outros. Para 2014, destacamos as
maiores necessidades e já enviamos
pedidos de cursos que atendam às
culturas de laranja e seringueira, pois
lá na frente estarão em safra, e a falta
de mão de obra será um problema
ainda mais sério. Para se ter uma ideia,
é necessário um trabalhador para cada
dois mil pés de seringueira. Grandes
produtores de laranja precisam pelo
menos de duas mil pessoas, que muitas
vezes são trazidas de outras cidades.
O Sindicato Rural de Marília rece-
beu, em agosto de 2012, o seu
novo presidente, até então vice,
o agropecuarista Fernando Botelho Villela
Neto. Aos 59 anos, ele também é vice-pre-
sidente do Conselho Municipal Agrícola e
membro da Comissão Municipal de Empre-
go e do Comitê das Bacias Hidrográficas.
Durante o seu mandato, que vai até 2015,
o presidente pretende aperfeiçoar cada vez
mais os serviços prestados, informar corre-
tamente e intermediar os seus associados
com os órgãos governamentais sobre as
leis que norteiam o setor. Outro objetivo é
atrair mais associados, que hoje são 110.
“Só se consegue aumentar o número de
associados oferecendo qualidade no ser-
viço prestado a eles. Quanto mais gente e
mais opiniões, melhor fica”, afirma Villela.
Quando foi a sua primeira participação como presidente do sindicato?
A primeira vez foi em 1994, devido à
saída do Yoshimi Shintaku, logo quando
começou a falar que ia se aposentar e que ia
parar. E, como eu era vice, assumia (risos).
Depois, realmente me candidatei e fui presi-
dente durante três anos. Época em que, com
muita batalha, informatizamos e entregamos
a nova sede do sindicato, projeto iniciado
pelo Shintaku e finalizado por mim.
noVo presiDente quer MelHorar os serViÇos e atrair noVos associaDos
FernanDo Villela
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Gr Gente da terraDalila GalDeano lopes
CrIAdorA mArIlIeNse é VICe-CAmPeã No rANkING PAulIstA do GIr leIteIro 2011/2012
O plantel de Dalila Galdeano Lopes deixa sua marca por onde passa e faz bonito nas maiores exposições agropecuárias do país.
Não é de hoje que a Giro Rural conhece a Dra.
Dalila Galdeano Lopes. Então, não poderíamos
deixar passar um momento tão importante e
glorioso para a Essência Agropecuária, da
nossa querida amiga, que acumulou inúmeros títulos em
todas as seis exposições regionais, estaduais e nacionais
das quais participou neste ano.
Para se ter uma ideia, todos os animais levados por ela
na Expozebu 2012 foram premiados. O evento, promovido
pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ),
aconteceu de 23 de abril a 9 de maio em Uberaba-MG e
é considerado a “Meca do Zebu”. O mesmo sucesso pre-
senteou a criadora com mais uma variedade de prêmios
em Avaré, Ourinhos e Tupã, que receberam milhões de
visitantes por serem exposições grandiosas e as mais im-
portantes do país. Precisa dizer mais alguma coisa? Enfim,
por essas grandes conquistas, a criadora e selecionadora
de Gir Leiteiro, Dra. Dalila, sagrou-se vice-campeã no
Ranking Paulista do Gir Leiteiro 2011/2012.
O prêmio foi entregue na capital paulista em um jantar
promovido pela APCGIL, no dia 21 de novembro, durante a
Feileite 2012 — 6ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva
do Leite. Foram premiados todos os criadores que se
destacaram nas categorias: Melhor Criador, Melhor Ex-
positor, Melhor Macho, Melhor Fêmea e Melhor Matriz de
Concurso Leiteiro.
“Quem ganha com essa premiação não sou eu, e sim
o plantel. Fico satisfeita por que é o resultado de um bom
trabalho. Além disso, é preciso muita dedicação e conhe-
cimento, o que é fundamental. Ganhar um prêmio envolve
uma série de fatores e é necessário ter desde um animal
bom e uma boa equipe até o apoio de amigos e da mídia”,
afirmou a vice-campeã paulista. Ainda com brilho nos olhos,
voz calma e serena, confessou: “Sou apaixonada por eles,
pois fazem parte da minha vida!”.
Para 2013, a criadora adiantou uma novidade sobre o
leite da vaca Gir Leiteiro. Os estudos sobre a presença de
uma proteína chamada Beta-caseína A2 no leite (o que o
torna não alérgico) serão aprofundados. O leite poderá
ajudar na alimentação de pessoas alérgicas a lactose.
GR
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CAMPEONATO MACHOS
Grande Campeão: Jumbo da Essência
Reservado Grande Campeão: Imperador FIV Labry
CAMPEONATO FÊMEAS
Reservada Grande Campeã: Luna FIV da Essência
CAMPEONATO BEZERRA
Campeã: Saudade da Labry
CATEGORIAS dO CAMPEONATO BEZERRA
1ª Categoria – 1º Prêmio: Saudade da Labry
CAMPEONATO NOVILHA MENOR
Campeã: Isis FIV da Essência
Reservada: Dinastia FIV Labry
CAMPEONATO dAS CATEGORIAS NOVILHA MENOR
4ª Categoria – 1º Prêmio: Dinastia FIV Labry / 2º Prêmio:
Carícia FIV Essência
5ª Categoria – 1º Prêmio: Desejada da Labry / 2º Prêmio:
Doçura FIV Essência
6ª Categoria – 1º Prêmio: Isis FIV da Essência
CAMPEONATO NOVILHA MAIOR
Campeã: Fada da Essência
MELHOR NOVILHA
Campeã: Saudade da Labry
Reservada Campeã: Fada da Essência
CATEGORIAS dO CAMPEONATO NOVILHA MAIOR
8ª Categoria – 1º Prêmio: Fada da Essência
CAMPEONATO FÊMEA JOVEM
Campeã: Luna FIV da Essência
12ª Categoria – 1º Prêmio: Luna FIV da Essência
CAMPEONATO VACA JOVEM
Reservada Campeã: Eterna ZBR
CATEGORIAS dO CAMPEONATO VACA JOVEM
13ª Categoria – 2º Prêmio: Labryzinha FIV Labry
14ª Categoria – 1º Prêmio: Eterna ZBR
CAMPEONATO BEZERRO
Reservado Campeão: Eterno da Labry
Criadora brilhou na 1ª Exposição Regional do Gir Leiteiro de Tupã(16 a 20 de outubro)
Confira os destaques da Essência Agropecuária:
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G i r o ru r a l30
A Cooperativa Agrícola Sul Brasil, de Marília,
foi fundada em 1969, quando se localizava
na avenida Feijó. Porém, foi em 1993, ano
em que se desligou da central, que a filial
não só de Marília como de outras cidades passou a
ser independente. A partir daí, a Sul Brasil instalou-se
na avenida das Indústrias. Hoje, conta com mais de 50
funcionários e disponibiliza em sua loja toda linha de
insumos agropecuários necessários para o agronegócio
local e regional, oferecendo uma variedade de produtos
e marcas. Possui duas filiais, localizadas em Guaimbê e
Pompeia, para atender aos 1700 cooperados pecuaristas,
agricultores e hortifrutigranjeiros de Marília e região. E
se engana quem pensou que todo esse caminho desde
a década de 1990 até hoje foi fácil.
“Existia uma cooperativa central e nós éramos, até
então, apenas uma filial. A partir de 1993 ficamos inde-
pendentes de São Paulo, e foi uma fase muito difícil, pois
perdemos o auxílio da central. Carregamos o nome Sul
Brasil como herança, mas não tínhamos mais ligação”,
recorda o engenheiro agrônomo e gerente geral da Sul
Brasil, Sílvio Harada.
E foi justamente nessa época que o forte da economia
local, as granjas, começou a decair, e o cultivo do mara-
cujá ajudou, e muito, os agricultores e na sobrevivência
da Sul Brasil. “A gente acaba acompanhando as fases da
agricultura. Em 1994, quando entrei para a cooperativa,
a produção de maracujá era muito grande. Nossa região
foi destaque na produção e enviava quase todos os frutos
para São Paulo. Foi uma opção excelente e ajudou muito
CooPerAtIVAAGríColAsul brAsIlDepois de duas décadas de
independência da central,
que se dissolveu, diretoria
da Sul Brasil de Marília
revela como venceu a crise
enfrentada na época e
anuncia novidades para o
setor hortifrutigranjeiro.
Cooperativa Agrícola Sul Brasil (Central) em seu antigo endereço, na Avenida Feijó.
31G i r o Ru r a l
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Um trabalho de três gerações“A Sul Brasil é tudo para mim. Apren-
di a trabalhar aqui com o meu pai,
Mário Alves, que hoje está aposentado.
Há um ano, o meu filho, Mário Miranda,
também passou a fazer parte do time,
trabalhando como estoquista na loja.
Espero que trilhe o mesmo caminho e
assim por diante.”
Marcos Bezerra Alves é gerente
de balcão e o funcionário mais antigo
da Sul Brasil, com 26 anos de trabalho.
produtores de hortaliças, a Sul Brasil
pretende atuar na comercialização
dos produtos hortifrutigranjeiros
(hortaliças, frutas e produtos avíco-
las) com o objetivo de assessorar
esses cooperados e melhorar o
abastecimento do mercado. “Quere-
mos criar um setor de mercado em
parceria com o Ceasa. Teremos um
box (armazém) na Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais de
São Paulo (CEAGESP), localizada no
bairro Santa Antonieta, em Marília”,
explica Harada. Ele lembra que,
antigamente, as hortaliças eram en-
viadas até a capital, mas, com tempo,
ficou inviável devido à distância e aos
custos de transporte. “Lá não conse-
guimos competir com os produtores
locais, que colhem seus produtos
pela manhã e duas horas depois já
estão à venda.”
o pessoal. Conseguimos sair do ver-
melho e pagar todas as dívidas por
meio do maracujá, que hoje temos
pouco por aqui”, revela Harada, que
atualmente, juntamente com o médi-
co veterinário Fábio Tiveron, presta
assistência aos cooperados.
“Eles lutaram muito para reer-
guer a cooperativa!”, frisa Yoshicasu
Kaga, presidente da Sul Brasil há sete
anos, que já fazia parte da diretoria
quando estiveram em crise, e agra-
dece a Sílvio Harada, Mitio Sakamoto
e ao funcionário mais antigo, Marcos
Bezerra Alves, pela dedicação.
Com foco na pecuár ia e na
agricultura equilibrada ao setor
hortifrutigranjeiro, de acordo com
o gerente geral o maior objetivo da
cooperativa é amparar o produtor
rural desde o pequeno até o grande,
ajustando-se ao que o mercado está
ditando. “Sempre auxiliamos no que
necessitam. Se vão plantar maracu-
já, por exemplo, estudamos a parte
de comércio, palestras, desenvol-
vimento técnico e auxílio. E se não
der certo, procuramos alternativas.
Somos parceiros do produtor rural
e sabemos que não é fácil. O forte
da cooperativa é isso. A gente cria
laços for tes de amizade com os
cooperados.”
Sul Brasil anuncia expansão do
setor hortifrutigranjeiro com a co-
mercialização de produtos da região
de Marília em entreposto local
Com aproximadamente cem
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Há 82 anos, os imigrantes Massaiti Shintaku
e sua esposa Haruma desembarcaram no
Brasil com a intenção de terem sua terra
e dela gerarem seu próprio negócio. No
início, trabalhavam numa colônia de café próxima a
Lins e, logo depois, mudaram-se para a região de
Marília. Após seis anos, adquiriram uma área de
dez alqueires onde plantaram milho, amendoim, al-
godão e desenvolveram a cultura do bicho da seda.
Dez anos depois, deixaram a agricultura de lado e
viram na avicultura a chance de realizar o sonho do
casal, formando uma modesta granja de 300 cabeças.
Em vinte anos conseguiram aumentar para três mil
aves. Hoje, aos 66 anos, a Granja Shintaku abriga
um plantel de 500 mil aves entre frangos e galinhas
poedeiras com uma produção de quase 300 mil ovos
por dia contabilizando um faturamento médio de 12
milhões ao ano, o que a coloca entre as maiores do
Brasil. Sonho realizado? Quem vai nos responder é
o filho único do casal e atual proprietário da granja,
Yoshimi Shintaku.
O crescimento da granja foi possível graças à de-
dicação de Yoshimi, que, quando assumiu o negócio
dos pais, investia na plantação de poncã, o que rendeu
um bom dinheiro. “Durante esse tempo todo, meu
pai trabalhou na granja e eu, na agricultura. Plantei
melancia por uns quinze anos em áreas arrendadas.
Como acabaram os locais para arrendar acabei plan-
tando poncã. Enquanto poncã tinha boa produção, eu
ampliava a granja. Quando os pés de poncã ficaram
velhos, os substituí pelas seringueiras e passei a me
dedicar somente à granja”, conta o empresário, que
também comercializa látex.
Com mais de 30 anos de trabalho só na avicultura,
ainda constituíram, paralelamente, uma transportado-
ra que freta cargas exclusivamente para a granja e
uma indústria de subprodutos para utilizar ovos de se-
gunda linha (rejeitados por apresentarem defeitos ou
manchas na casca, e que representam 8% do volume
total) como complementos alimentares e cosméticos.
Em busca da realização de um sonho, família Shintaku fez história na avicultura brasileira
A terrA PrometIdA
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Buscando soluções para fazer
crescer ainda mais a produção, o em-
presário implantou métodos e técni-
cas japonesas para a criação de aves
de postura, por meio do professor e
pesquisador japonês Tsuji Kasuo e
do médico veterinário brasileiro Ma-
sahiro Yamaguchi. “Meus três filhos
que trabalham comigo estiveram no
Japão, e o mais velho fez um estágio
justamente voltado para a pesquisa da
galinha poedeira com um professor
que decidiu conhecer nossa granja.
Em sete anos, Tsuji Kasuo nos visitou
oito vezes. Trouxe uma técnica um
pouco diferente, e isso me ajudou
bastante”, recorda Shintaku que fez
alterações relativas a luz, dimensões
das gaiolas, alimentação, higiene,
entre outras, fundamentais para a cria
e recria das frangas.
Qualidade que fideliza os
consumidores
A própria granja produz a ração
fornecida às aves das linhagens:
galinhas Brown (ovo vermelho), e
galinhas brancas das raças Bovans,
Dekalb White, Hisex, Novogen, H&N.
Os ovos produzidos pela granja Shin-
taku são do tipo in natura, do qual não
se usa qualquer tipo de antibiótico e
não se injeta nenhum tipo de defen-
sivo. Para a produção desses ovos
,mantém-se um rigoroso controle de
temperatura, alimentação e higiene
para as aves, que, sadias, geram
ovos da maior qualidade. No setor
de beneficiamento e processamento
dos ovos, eles são classificados por
tamanho e peso, e são higienizados,
selecionados, embalados e enviados
aos compradores.
Aproximadamente 60% dos ovos
são vendidos diretamente aos su-
permercados locais e para redes
nacionais que atendem o estado de
São Paulo. Segundo Shintaku, o maior
desafio é atender às exigências sani-
tárias impostas pelo maior comprador
há cinco anos. “O supermercado
envia um técnico para inspecionar
e comprar o produto. Se não atin-
girmos a pontuação exigida, ele não
compra. Isso acontece duas vezes ao
ano, e, por enquanto, estamos sendo
aprovados”, comemora. Ele ainda
conta que cada supermercado exige
uma embalagem diferente durante o
beneficiamento gerando uma grande
mã de obra, mas afirma valer a pena.
Desde 1997, junto a
uma empresa de nutri-
ção animal, Parte su-
perior do formulário, a
Granja Shintaku passou
a ter uma atuação dife-
renciada com produção
de Ovos Enriquecidos
PUFA Ômega 3 (com
ácidos graxos poli-in-
saturados), obtidos por
meio da mais alta tec-
nologia, desenvolvida
no Japão, a partir de um
avançado processo na-
tural. Quase toda a pro-
dução atual é vendida
para uma grande rede
de supermercados.
A tecnologia japonesa
Ovos Enriquecidos
PUFA Ômega 3
“Quando Tsuji Kasuo veio e viu aquele monte de ovos;comentou: - Se fosse no Japão, mercado nenhumaceitaria a sua produção! E perguntei o porquê?Ele explicou: - Está vendo aquele cocô demosquito no ovo? Eu respondi: - Sim! No Japão, seo ovo apresentar qualquer vestígio de cocô, elenão é consumido! Então, me ensinou o seguinte:- Se você não criar uma galinha sadia, nunca vaiter um ovo sadio! Foram palavras curtas, masque ficaram na minha memória. Entendi que semgalinhas sadias eu não conseguiria atingir meusobjetivos”, finaliza Shintaku.
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