Download - Revista Dental Press Estética v3 n1

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ISSN 1807-2488

EstticaRev i s ta Dental Pr es s de volumejaneiro / fevereiro / maro 2006

3 - nmero 1

Publicao oficial da Sociedade Brasileira de Odontologia Esttica

DENTAL PRESS INTERNATIONAL

EstticaR ev is t a D ent al Press de

Sumrio20 27 39 49 72 83 89 99 114Efeito da refrigerao na rugosidade superficial e dureza das resinas compostas durante o procedimento de polimentoPaula de Carvalho Cardoso, Alessandra Arajo, Guilherme Carpena Lopes, lito Araujo, Luiz Narciso Baratieri

volume

janeiro / fevereiro / maro 2006

3 - nmero 1

Aparncia facial e a imagem ideal

Sandra Maria Delgado Cadena, Ctia Maria Fonseca Guerra

Restaurao de borda incisal translcida: um desafio para a Odontologia Esttica. Relato de caso clnicoLeonardo Muniz, Marcos Rhem

Recontorno cosmtico em dentes anteriores superiores: relato de caso clnico Utilizao de imagem digital para diagnstico e planejamento estticoBreno Carnevalli Franco de Carvalho

Daniel Brando Vilela Holanda, Dulce Maria Santos Simes, Juliana Baslio Khalili

Resistncia microtrao de pinos de fibra de vidro em funo do tratamento de superfcie

Alosio Oro Spazzin, Daniel Galafassi, Rgis Sartori, Bruno Carlini Jnior

Na era do clareamento dentrio a laser ainda existe espao para o clareamento caseiro?Fabiano Carlos Marson, Luis Guilherme Sensi, Fabiano de Oliveira Arajo, Mauro Amaral Caldeira de Andrada, lito Arajo

Coroa Endodntica Adesiva como recurso teraputico para dentes tratados endodonticamenteSrgio Sbio, Jos Mondelli, Silvia Sbeghen Sbio, Adilson Yoshio Furuse, Augusto Bodanezi

Onlay Biolgica: uma alternativa para restaurao de dentes posteriores severamente destrudos. Relato de caso clnicoCarolina Nunes Pegoraro, Lucirene Aparecida Domingues, Patrcia Maria Martins Machado Trassi

Sees

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Editorial

Biomimtica - Sidney Kina

Entrevista

Ricardo Mitrani

Caso Selecionado

Olhando para os procedimentos mais comuns: buscando diferenasRonaldo Hirata

Biologia da Esttica

Mancha branca no esmalte: como fundamentar seu diagnstico clnico

Alberto Consolaro e colaborao de Maria Fernanda Martins-Ortiz Consolaro

ISSN 1807-2488 R Dental Press Estt Maring v. 3 n. 1 p. 1-136 jan./fev./mar. 2006

EDITOR EDITORES ASSISTENTES

Sidney Kina - UEM - PR Raquel Sano Suga Terada - UEM - PR Ronaldo Hirata - UFPR - PR Oswaldo Scopin de Andrade - CES - SENAC - SP Laurindo Zanco Furquim - UEM - PR Alberto Consolaro - FOB-USP - SP Antnio Salazar Fonseca - APCD - SP Carlos Alexandre Leopoldo Peersen da Cmara - Clnica particular - Natal - RN Carlos Eduardo Francci - USP - SP Carlos Eduardo Francischone - FOB-USP - SP David A. Garber - Medical College of Georgia School of Dentistry - Atlanta - Georgia Dickson Martins da Fonseca - Clnica particular - Natal - RN Didier Dietschi - Universidade de Geneva - Sua Eduardo Passos Rocha - FOAr-UNESP - SP Euripedes Vedovato - APCD - SP Ewerton Nocchi Conceio - UFRGS - RS Glauco Fioranelli Vieira - USP - SP Jairo Pires de Oliveira - Clnica particular - Ribeiro Preto - SP Joo Carlos Gomes - UEPG - PR Jos Arbex Filho - Clnica particular - Belo Horizonte - MG Jos Roberto Moura Jr. - Clnica particular - Taubat - SP Katia Regina Hostilio Cervantes Dias - UERJ / UFRJ - RJ Luiz Antnio Gaieski Pires - ULBRA - RS Luiz Fernando Pegoraro - FOB-USP - SP Luiz Narciso Baratieri - UFSC - SC Marcelo Fonseca Pereira - Clnica particular - Rio de Janeiro/RJ Marco Antnio Bottino - FOSJC - UNESP - SP Mrio Fernando de Ges - FOP - UNICAMP - SP Markus Lenhard - Clnica particular - Sua Marly Kimie Sonohara - UEM - PR Milko Vilarroel Cortez - Universidade de Valparaso - Chile Pablo Abate - Universidade de Buenos Aires - Argentina Paulo Kano - APCD - SP Renata Corra Pascotto - UEM - PR Ricardo Mitrani - Clnica particular - Mxico Rodolfo Candia Alba Jnior - Clnica particular - SP Sillas Luiz Lordelo Duarte Jnior - FOAr-UNESP - SP Sylvio Monteiro Junior - UFSC - SC Walter Gomes Miranda Jr. - USP - SP August Bruguera - Barcelona - Espanha Gerald Ubassy - Rochefort du Gard - Frana Jos Carlos Romanini - Londrina - PR Luiz Alves Ferreira - So Paulo - SP Marcos Celestrino - So Paulo - SP Oliver Brix - Kelkheim - Alemanha Rolf Ankli - Belo Horizonte - MG Shigeo Kataoka - Osaka - Japo Victor Hugo do Carmo - Cugy - Sua Livio Yoshinaga - Engenheiro e consultor tcnico - SP Any de Ftima Fachin Mendes - Fotgrafa - PR Dudu Medeiros - Fotgrafo - SP

PUBLISHER CONSULTORES CIENTFICOS

CONSULTORES EM PRTESE DENTRIA

CONSULTOR DE TECNOLOGIA CONSULTORES DE FOTOGRAFIA

Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP) Revista Dental Press de Esttica / Dental Press International. -- Vol. 1, n. 1 (out./nov./dez.) (2004) . -- Maring : Dental Press International, 2004Trimestral. ISSN 1807-2488. 1. Esttica (Odontologia) Peridicos I. Dental Press International. II. Ttulo. CDD. 617.643005

DIRETORA Teresa R. D'Aurea Furquim - PRODUTOR E DESIGNER GRFICO Jnior Bianchi ANALISTA DA INFORMAO Carlos Alexandre Venancio - PRODUO GRFICA E ELETRNICA Carlos Eduardo de Lima Saugo - Carlos Eduardo Nakashima - Gildsio Oliveira - Luiz Fernando Batalha - PRODUO GRFICA E ELETRNICA (SBOE) Elizabeth Salgado - BANCO DE DADOS Ademir de Marchi - Clber Augusto Rafael - Erick Francisco da Silva - Mrcia Cristina Plonkski Nogueira - DEPARTAMENTO COMERCIAL Roseneide Martins Garcia - DEPARTAMENTO DE CURSOS E EVENTOS Annabella Borgonhoni - Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA Ivani Baptista - Susy Tiemi Adati Lenartowicz - REVISO Ronis Furquim Siqueira - DEPARTAMENTO FINANCEIRO Roseli Martins - CONSULTORA ADMINISTRATIVA Ester Pacetti Dassa - IMPRESSO RR Donnelley Moore - A Revista Dental Press de Esttica (ISSN 1807-2488) uma publicao trimestral (quatro edies por ano) da Dental Press Editora Ltda. Av. Euclides da Cunha, 1718 - Zona 5 - CEP 87015-180 - Maring - PR - Brasil. Todas as matrias publicadas so de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opinies nelas manifestadas no correspondem, necessariamente, s opinies da Revista. Os servios de propaganda so de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: [email protected] ou pelo fone/fax: (44) 3262-2425.

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Efeito da refrigerao na rugosidade superficial e dureza das resinas compostas durante o procedimento de polimentoPaula de Carvalho Cardoso*, Alessandra Arajo**, Guilherme Carpena Lopes*** lito Araujo***, Luiz Narciso Baratieri****

Resumo O objetivo do trabalho foi avaliar a rugosidade superficial e a dureza Knoop de resina composta aps o polimento a seco e mido. Foram confeccionados 80 corpos de prova de resina composta em matriz especial de 5mm X 3mm. Os espcimes foram polidos com discos abrasivos seqenciais Sof-lex de acordo com cada grupo: Grupo I (n=20) Filtek Supreme + polimento a seco; Grupo II (n=20) Filtek Supreme + polimento mido; Grupo III (n=20) Filtek Z250

+ polimento a seco e Grupo IV (n=20) Filtek Z250 + polimento mido. Dos 80 espcimes confeccionados, 40 foram levados ao rugosmetro para leitura da rugosidade superficial e os outros 40 foram avaliados no microdurmetro com uma carga de 25g por 15 segundos. Os dados foram analisados pelos testes ANOVA e Tukey. Houve diferena estatisticamente significante entre o grupo I e II, com valor de p=0,0003, ou seja, nos grupos da Filtek Supreme o polimento com maior medida da rugosidade

foi mido (Grupo II) e entre o grupo III e IV, com valor de p=0,0023, sendo que os maiores valores de rugosidade foram do grupo IV. Em relao dureza Knoop, verificou-se que no houve diferena estatisticamente significante entre o grupo I e II, com p=0,4537 e entre o grupo III e IV com p=0,9655. Ou seja, no houve diferena na a dureza Knoop entre os grupos. O polimento das resinas compostas estudadas apresentou melhores resultados quando realizado sem refrigerao gua (polimento a seco).

PALAvRAs-ChAve: Resina composta. Rugosidade superficial. Acabamento e polimento. Refrigerao.

* Mestre e doutoranda em Dentstica Restauradora pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, Brasil. ** Graduanda em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, Brasil. *** Mestre e doutor em Dentstica e Professor Titular da Disciplina de Clnica Integrada Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, Brasil. **** Mestre e doutor em Dentstica e Professor Titular e Responsvel da Disciplina de Dentstica da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, Brasil.

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R Dental Press Estt - v. 3, n. 1, p. 20-26, jan./fev./mar. 2006

Efeito da refrigerao na rugosidade superficial e dureza das resinas compostas durante o procedimento de polimento

Influence of the cooling on the surface roughness and hardness of composite resins during polishing procedureAbstractThe purpose of this study was to evaluate the surface roughness and the Knoop hardness of composite resin after dry and wet polishing. Eighty composite resin specimens (5.0mm x 3.0mm) were fabricated using a special mold. Specimens were polished using SofLex serial abrasive disks as follows: Group I (n=20) Filtek Supreme + dry polishing; Group II (n=20) Filtek Supreme + wet polishing; Group III (n=20) Filtek Z250 + dry polishing; Group IV (n=20) - Filtek Z250 + wet polishing. Out of 80 specimens, forty were analyzed using a roughness tester and forty were evaluated using a microhardener with a 25g load for 15s. Data were analyzed using ANOVA and Tukey test. There was statistical difference between the group I and II (p=0.0023), that is, in the Filtek Supreme groups the polishing with the highest roughness values were wet; and between the group III and IV (p=0.0023), with the highest values in the group IV. In relation to the hardness Knoop test, there was no statistical difference between the group I and II (p=0,4537), and the group III and IV (p=0,9655); that is, there is no difference among the groups. The composite resin studied presented better polishing when it was executed dry.

KeY WORDs: Nanocomposite. Surface roughness. Finishing and polishing.

RefeRncias1. JEFFERIES, S. R. The art and science of abrasive finishing and polishing in restorative dentistry. dental Clin North Am, Philadelphia, v. 42, no. 4, p. 613-627, Oct. 1998. 2. HERRGOTT, A. M.; ZIEMIECKI, T. L.; DENNISON, J. B. An evaluation of different composite resin systems finished with various abrasives. J Am dent Assoc, Chicago, v. 119, no. 6, p. 729-732, Dec. 1989. 3. SETCOS, J. C.; TARIM, B.; SUSUKI, S. Surface finish produced on resin composites by new polishing systems. Quintessence Int, Berlin, v. 30, no. 3, p. 169-173, Mar. 1999. 4. DAVIDSON, C. L.; DUYSTERS, P. P. E.; LANGE, C. D. E.; BAUSCH, J. R. Structural changes in composite surface material after dry polishing. J oral Rehabil, Oxford, v. 8, no. 5, p. 431-439, Sept.1981. 5. DODGE, W. W.; DALE, R. A.; COOLEY, R. L.; DUKE, E. S. Comparison of wet and dry finishing of resin composites with aluminum oxide discs. dent Mater J, Tokyo, v. 7, no. 1, p. 18-20, Jan. 1991. 6. STEVENS, M. P. Polymer chemistry. Massachusetts: Addison Wesley, 1975. 7. YAP, A. U.; SAL, C. W.; LYE, K. W. Effects of finishing/polishing time on surfaces characteristics of tooth-coloured restoratives. J oral Rehabil, Oxford, v. 25, no. 6, p. 456-461, June 1998. 8. SOBRINHO, L. C.; DE LIMA, A. A.; CONSANI, S.; SINHORETI, M. A.; KNOWLES, J. C. Influence of curing tip distance on composite Knoop hardness values. Braz dental J, Ribero Preto, v. 11, n. 1, p. 11-17, 2000. 9. AMARAL, C. M.; CASTRO, A. K.; PIMENTA, L. A.; AMBROSANO, G. M. Effect of techniques of composite resin insertion and polymerization on microleakage and microhardness. Braz oral Res, So Paulo, v. 16, n. 3, p. 257-262, jun./set. 2002.

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Endereo para correspondnciaPaula de Carvalho Cardoso Disciplina de Dentstica - STM/CCS/UFSC Campus Universitrio - Trindade - CEP: 88040-900 Florianpolis-SC - Brasil - e-mail: [email protected]

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R Dental Press Estt - v. 3, n. 1, p. 20-26, jan./fev./mar. 2006

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Aparncia facial e a imagem ideal*Sandra Maria Delgado Cadena**, Ctia Maria Fonseca Guerra***

Resumo O objetivo desse estudo transversal foi avaliar a relao entre a aparncia facial, preconizada por padres estticos normativos, com a imagem idealizada em escolares na faixa etria de 10 anos, matriculados nas redes de ensino fundamental pblico e particular da Regio Metropolitana da cidade de Recife/PE. Imagens fotogrficas de um menino e de uma menina portadores de faces equilibradas serviram de modelo-padro e foram modificadas atravs de computao grfica, obtendo-se, para cada um,

quatro tipos faciais diferentes: um harmonioso (face equilibrada, padro I) e trs desarmoniosos, representativos dos padres faciais da Classe II, da Classe III e da face longa. Essas imagens foram apresentadas aos escolares, para que respondessem com qual daquelas crianas eles gostariam de se parecer. Os principais resultados mostraram que 55,4% tiveram como ideal a face equilibrada, mas 44,6% idealizaram outros padres faciais; a classificao do padro facial do grupo apresentou 66,5% de face equilibrada, 14,3% padro II, 13,6%

face longa e 5,6% padro III; a idealizao pela face equilibrada foi maior na rede particular de ensino, sendo comprovada a associao entre a imagem ideal e a rede de ensino (p Tel / Fax: (21) 2239-4370 E-mail: [email protected] / Site: www.sboe.com.brE INSCRIES

INFORMAES

HOSPEDAGENS

Agncia Official Turismo Tel: (51) 3268-2220 e 3268-1585 Site:www.officialturismo.com.br E-mail: [email protected]

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TRANSLADOS

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ncontro Anual

da Sociedade Brasileira de Odontologia Esttica

de

Num dia cinzento, Elisabeth Rosenfeld teve a idia de criar algo para dissipar o mau humor, algo que ajudasse a vencer as amarguras da vida. Surgiu, assim, uma figura risonha: o Kikito, o deus do bom humor. Esta estatueta, devido ao seu xito imediato, passou a ser o smbolo da cidade de Gramado, e depois, o smbolo e prmio mximo dos Festivais de Cinema Brasileiro que desde 1973, oficialmente, realizam-se nessa cidade. O trofu a princpio era confeccionado em madeira de imbuia, medindo 33cm de altura, at o ano de 1989. A partir de 1990 passou a ser feito de bronze. De smbolo de uma cidade a prmio de Festival, foi um salto. Romeu Dutra, em fins de 1970, levou o exemplar do Kikito para Ricardo Cravo Albim, ento presidente do Instituto Nacional do Cinema INC. Ricardo se agradou da estatueta e sugeriu, na ocasio, que a tomassem como trofu mximo dos Festivais de cinema, ainda que alguns preferissem a Hortnsia de Ouro. Este encontro foi marcado pelo ator gacho Jos Lewgoy. Desde a criao do Kikito, por Elisabeth Rosenfeld, tambm a me do artesanato gramadense, esta estatueta tem sido confeccionada pelo escultor Orival da Silva Marques, o Xixo, que trabalhava com Elisabeth nos primeiros anos do Festival. Elisabeth Rosenfeld faleceu em 24 de janeiro de 1980.

SBOE

Fonte: CARRION, Luiz Carlos. Festival de Cinema Brasileiro de Gramado. Porto Alegre: Editora Tch, 1987. p. 23.

www.hotelserrano.com.br

2005

Estheticsin

P

arabns a vocs, mulheres guerreiras!!

A SBOE faz uma pequena homenagem a voc, mulher que busca no dia-a-dia sua independncia, sua liberdade, sua identidade prpria. Voc que luta profissional e emocionalmente, para ser valorizada e compreendida. Voc que a cada momento tenta ser a companheira, a amiga, a "rainha do lar".

Voc que batalha incansavelmente por seus prprios direitos, por um mundo mais justo e por uma sociedade sem violncia. Podemos dizer que no nos bastam os cinco sentidos para perceber toda a sua beleza. Se a histria de Ado e Eva correta, voc Mulher, o significado da aventura e da descoberta do mundo. Enfim, se fssemos Deus, ns com certeza no mais cuidaramos do universo e dessas coisinhas banais. Somente iramos amar as mulheres como elas merecem. E como nunca foram amadas. S isso, definitivamente. Nada mais, nada mais!

Aqui voc encontra a melhor forma para se aperfeioar descontrair&Galeria de fotos: Mulheres da SBOE

Texto de Edson Marques e autores desconhecidos

Uma anlise crtica e atual Da Microscopia operatriaDando continuidade s vrias entrevistas que realizaremos com renomados profissionais e formadores de opinio, temos a satisfao de apresentar-lhes uma bela matria sobre Microscopia Operatria. Temos observado a procura crescente pelos profissionais a esta filosofia de trabalho, com o objetivo de oferecer opes diferentes de tratamento e, em casos indicados, melhores resultados. Com o intuito de aprofundar este tema, com grande honra que apresentamos esta entrevista com os Drs. Glcio Vaz Campos, Jos Roberto Moura e Dickson Martins Fonseca, experientes profissionais em distintas especialidades, cada um relatando sua sincera experincia com a utilizao destes microscpios.Especialista em Periodontia e Prtese Dental; Coordenador do curso: Cirurgia Plstica Periodontal e Introduo Microcirurgia, da EAP APCD central; Introdutor no Brasil da tcnica de microcirurgia periodontal.

Entrevistado Dr. Glcio Vaz de Campos

Claudio de Pinho> O que microscopia operatria? Glcio Vaz de Campos> uma filosofia de trabalho na qual se utiliza o microscpio operatrio (M.O.) em procedimentos clnicos de diagnstico, cirrgicos e no cirrgicos. Jos Roberto Moura> O M.O. gera uma imagem com maior nitidez e profundidade de foco do que os olhos humanos, proporcionando conforto visual durante o trabalho. O profissional tem a mesma sensao como se estivesse observando uma paisagem ao longe, pois os olhos ficam relaxados e orientados num sentido paralelo, e no convergentes, como nas observaes a olho nu ou com lupas. Dickson Martins Fonseca> E tambm em procedimentos laboratoriais em prtese. GVC> O M.O. proporciona aumentos variados de 3x a 30x (dependendo do modelo e configurao) e uma iluminao prxima a 100.000 Luzes. Alm disso, obriga o profissional a trabalhar numa posio totalmente ergonmica e permite a captura e registro de imagem simultnea ao trabalho, em vrios sistemas, como cmeras de filmagem ou de fotos. CP> Como foi o seu primeiro contato com a Microscopia Operatria? GVC> Foi atravs de uma palestra ministrada por Dennis Shanelec, durante o Encontro Anual da Academia Americana de Periodontia, em Nova Iorque, no ano de 1995. O Dr. Shanelec mostrou as vantagens das microcirurgias realizadas com microscpio operatrio. O entusiasmo foi tanto que, em maio de 1996, realizei meu trei-

namento na clnica do Dr. Shanelec em Santa Brbara, Califrnia (EUA). No Brasil, desenvolvi as habilidades necessrias para a microscopia e realizei as minhas primeiras 20 microcirurgias no centro cirrgico da E.A.P. da APCD central. JRM> Tive meu interesse pela magnificao despertado de uma forma inusitada. Estvamos eu, Dickson e o Marcelo Fonseca em um Congresso nos EUA, em 1998, quando na sada do hotel encontramos o Mark Friedman, professor da UCLA. Enquanto esperava pelo seu transporte ao aeroporto nos mostrou em seu laptop, ali mesmo no lobby do hotel, uma palestra que ele estava preparando sobre magnificao. Foi tamanho o seu entusiasmo e o embasamento crtico que ele dispunha que me contagiou imediatamente. Porm aps adquirir o microscpio passei um bom tempo utilizando-o apenas esporadicamente, para checar preparos ou restauraes concludas, at que em uma conversa com o Glcio, ele me alertou para dois fatos que ocorrem com freqncia aos que esto iniciando na microscopia: a falta de treinamento prvio laboratorial, e a subutilizao de uma ferramenta que pode trazer benefcios prticos muito maiores. DMF> O meu 1 contato foi atravs do livro do Prof. Martignoni (incio da dcada 90). Mas logo aps este congresso nos EUA (1998) que JRM se referiu, tive a oportunidade de observar alguns tcnicos de laboratrio que j utilizavam em procedimentos que requeriam maior preciso. Foi ento que conversando com o professor e amigo Daniel Harnist (RJ) durante um congresso de protticos em SP que ele me encorajou a adquirir o microscpio, pois l tinha um estande do fabricante nacional.

Prof. Titular de Especialista em Dentstica Restauradora pela PUCCAMP; Mestre em Prtese Dentria pela UNITAU; Presidente da SBOE (1999-2000 e 2002-2003); Diretor e Membro Credenciado da SBOE; Clnico em tempo integral.

Entrevistado Dr. Jos Roberto Moura

Entrevistado Dr. Dickson Fonseca

Cirurgio-dentista formado pela Univ. Federal - RN 1987; Bolsista do CNPQ de 1987-88; Mestrado em Reabilitao Oral - Prtese pela Faculdade de Odont. de Bauru/SP de 1989-91; Diretor e Membro Credenciado SBOE; Membro da Academia Brasileira de Odontologia Militar; Consultor cientfico da Revista Dental Press de Esttica e do Corpo Editorial do International Journal of Brazilian Dentistry; Exerccio em Clnica privada direcionada odontologia esttica e funcional na cidade de Natal-RN.

ContinuaoAdquirimos eu e o TPD Lcio Gomes, tcnico que trabalha tambm em Natal (na ocasio compramos juntos, ele um de bancada e eu um clnico). At ento no existiam cursos direcionando a sua utilizao clnico-laboratorial voltada para prtese, sendo assim fomos obrigados a fazer uso gradativo e de maneira autodidata. Somente em 2005, fiz um curso com o Glcio na sua clnica, apesar de ter participado de todos os congressos de microscopia da APCD. Recomendo! CP> Quando o Clnico Dentista deve lanar mo desse recurso? GVC> Sempre que a preciso for determinante para o sucesso. Teoricamente, poder-se-ia utilizar o M.O. em todos os procedimentos em Odontologia. A questo que o profissional deve seguir um protocolo de tcnica especfico e submeter-se a um treinamento adequado. JRM> Depois do perodo de adaptao creio, sinceramente, que inexistem procedimentos restauradores que no possam ser realizados com a ajuda do M.O., e com resultados muito superiores, no que diz respeito melhor utilizao dos materiais e das tcnicas restauradoras. DMF> Concordo com JRM e GVC. No entanto, no meu caso, como protesista, a utilizao tanto clnica como laboratorial, sendo esta ltima mais protocolar e de fcil utilizao. Itens como avaliao de conjunto do sorriso, reflexo de luz, corredor bucal, inclinao de dentes etc., fazem com que o profissional da prtese necessite alternar o uso. Mas com certeza, a partir da mnima utilizao, o ganho em qualidade enorme e, com a curva de aprendizado se elevando, tudo melhora! CP> Qual a freqncia de uso do M.O. em seu consultrio? GVC> Na maior parte dos procedimentos clnicos e cirrgicos eu utilizo o microscpio. Quando dominamos o equipamento e estabelecemos um protocolo de uso, no h razo para no utiliz-lo. JRM> Hoje, com os protocolos que aprendi com o Glcio principalmente, utilizo em praticamente todos os procedimentos restauradores, anteriores e posteriores, diretos e indiretos. Inclusive removi o refletor do meu equipo. DMF> Confesso que ainda utilizo em somente 50% dos meus procedimentos! Mas j no sei fazer provisrias e preparos (principalmente de facetas) sem ele. No laboratrio a utilizao chega a 100% em determinados procedimentos. CP> Quais os maiores benefcios para os pacientes que so tratados com esse procedimento? GVC> Os pacientes ganham com a qualidade e segurana dos procedimentos aos quais se submetem. Como o profissional trabalha em condies timas de visualizao e iluminao as possibilidades de atingir a excelncia dos trabalhos executados muito maior. Um exemplo presentes na vida do protesista e, num primeiro momento, bastante desestimulantes. Outro aspecto que pode parecer tolo com relao magnificao a ocluso. Poucos livros e artigos chamam a ateno para o equilbrio oclusal observado com microscpio. incrvel como o ajuste oclusal por desgaste durante as provas facilitado, podendo inclusive, sugerir-se um protocolo com seqncia decrescente de utilizao de marcadores oclusais, tendo como resultado final uma melhor preciso e menores ajustes. Quantos casos no so ajustados e as superfcies oclusais so desgastadas em demasia? A confeco das provisrias um exemplo. Como dou muito valor a elas, j disse que no consigo faz-las sem o M.O. CP> E para o C. D., quais so as vantagens? GVC> A visualizao das estruturas anatmicas, materiais restauradores e componentes protticos com o M.O. permite a identificao de relevos, texturas e detalhes que no seriam visveis a olho nu ou mesmo com lupas. Essa riqueza de detalhes possibilita o aprimoramento das tcnicas j praticadas e o desenvolvimento de novas tcnicas inimaginveis a olho nu. A posio ergonmica que o M.O. determina ao operador bastante vantajosa para a sua sade e para a diminuio do cansao. Outra vantagem importante a documentao dos procedimentos realizada diretamente da cabea ptica do M.O. sem a necessidade do profissional interromper o procedimento ou sair do campo operatrio. O M.O. possui acessrios para a adaptao de cmeras de filmagem e/ou de fotografias. CP> Quais as desvantagens da utilizao do M.O. em Odontologia? GVC> A principal a necessidade de treinamento especifico. Como M.O. exige um campo de trabalho restrito (dimetro de 55mm para aumentos menores e de 11mm para maiores aumentos) no possvel visualizar-se as mos e os dedos. Visualiza-se somente a ponta ativa dos microinstrumentos que so utilizados em movimentos delicados e de pequena amplitude. O desenvolvimento das habilidades necessrias para o uso do M.O. realizado sempre em nvel laboratorial. No possvel iniciar-se em

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uando dominamos o equipamento e estabelecemos um protocolo de uso, no h razo para no utiliz-lo!Dr. Glcio Vaz de Campos

tpico o menor tempo de cicatrizao (50%) das microcirurgias plsticas periodontais em relao s cirurgias convencionais. Alm do menor desconforto ps-operatrio e a ausncia de cicatrizes; o paciente retorna mais rapidamente s suas atividades normais e melhora a sua aceitao para os procedimentos cirrgicos. JRM> Outro exemplo seria a realizao de preparos cavitrios mais conservadores, a insero precisa de materiais restauradores e o acabamento das restauraes sem excessos. Alm, claro, de uma preciso maior no diagnstico de leses cariosas e restauraes que necessitem substituio. Neste caso a remoo do material antigo, principalmente se for esttico, ser mais precisa. DMF> A magnificao na Reabilitao Oral, de uma maneira geral, s veio melhorar todas as etapas, sejam clnicas ou laboratoriais. Termos como desadaptao, desajustes, imperfeies, porosidades e desgastes passam a ser mais m

1microscopia diretamente na boca do paciente. Outras desvantagens seriam o custo inicial do investimento (M.O. e microinstrumentos), a adequao do tempo de trabalho e a adaptao da equipe auxiliar. JRM> O tempo gasto nos procedimentos poderia ser visto num primeiro momento como uma desvantagem, pois ele ser necessariamente mais longo quando se inicia com o M.O. Porm este tempo se torna gradativamente menor at que chegar um momento em que determinados procedimentos sero mais rpidos quando realizados com a microscopia graas melhor visualizao e preciso dos movimentos. DMF> Concordo com eles. No entanto, fico muito triste quando tenho que imaginar a minha realidade local, onde sou constantemente induzido reduo dos custos oramentrios dos pacientes. Eles, bem como os profissionais que no utilizam, precisam saber a diferenciao da utilizao do M.O. e valoriz-la. CP> Qual a sua opinio sobre o futuro da microscopia operatria no Brasil? GVC> Acho bastante promissor, pelas possibilidades que os profissionais tm no Brasil de fazerem cursos de treinamento. O crescimento do uso e o desenvolvimento da tcnica so lentos, porm nota-se uma gradativa aceitao dos profissionais formadores de opinio: os clnicos consagrados e os professores universitrios. Entendo ser prefervel um desenvolvimento lento e seguro a uma exploso de uso sem treinamento adequado e o devido embasamento cientfico. JRM> Creio tambm que os resultados francamente superiores obtidos quando do uso da microscopia, e o conseqente aumento da longevidade das restauraes, acabaro por estimular um nmero cada vez maior de profissionais a optarem por esta valiosa ferramenta. DMF> O futuro promissor! Vrios grupos de estudos e associaes esto sendo formados no Brasil. E j possvel ter uma literatura odontolgica em M.O. Com certeza viro mais trabalhos por a.

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FIGURA 1 e 2 - O Dr. Jos Roberto Moura mostra o posicionamento correto para utilizar o microscpio.

Especialista em Dentstica Restauradora e Diretor Cientfico da SBOE - Sociedade Brasileira de Odontologia Esttica.

Entrevistador Dr. Claudio de Pinho

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