Reunião Ampliada e Descentralizada do CNAS
Mesa Redonda
A Gestão na efetivação do SUAS
Aldaíza Sposati
Porto Alegre ,23 de julho de 2013
“O objetivo geral das conferencias de assistência social de 2013 é analisar, propor e deliberar, com base na avaliação local, as diretrizes para gestão e financiamento do Sistema Único da Assistência Social, reconhecendo a corresponsabilidade de cada ente federado.
A proposta do CNAS é incisiva: os debates e as deliberações das conferências devem se assentar sob a base sólida na avaliação da realidade local e do estágio atual de desenvolvimento do SUAS.”
Palavras da Presidente do CNAS Luziele Tapajós
SUAS+10=busca da construção do edifício Suas com bases sólidas, busca estratégica de opções construtivas assentadas na capacidade de preservação da qualidade e dignidade da vida humana, desenvolvimento do processo construtivo pela vivência de valores democráticos e igualitários sustentados pelo: alargamento do reconhecimento da cidadania, reconhecimento de necessidades sociais de proteção social a condição de direitos, geração de processos horizontais entre os sujeitos construtores da politica pública de assistência social. .
quase 10 anos se passaram. Como estamos?
com certeza temos muitos avanços:há uma estrutura nacional instalada que articula um circuito de comunicação ,orientação, operação em um país de território continental que é seguramente invejável em diversas dimensões; geramos alta capilaridade de presença nos vários cantos do país, embora saibamos que o projeto do edifício SUAS é mais espraiado do que o ponto onde chegamos; conseguimos reverter as representações da sociedade na gestão da politica, embora ainda tenhamos resquícios de soberania de técnicos, de políticos, de primeiras damas,e forte terceirização da gestão.
Quase 10 anos se passaram do inicio da construção do edifício SUAS. Estamos completando 20 anos da promulgação da LOAS como estamos?
a conexão das atenções prestadas pela assistência social e a efetivação de direitos de cidadania
ainda não se consolidou questões persistentes
assistência social é uma politica fraca ou forte? proteção social é símbolo de fraqueza
remuneração é símbolo de força e dispensa atenções de proteção social
convicção quanto a importância de se dispor na sociedade brasileira de política de proteção social fundada na cidadania capaz de responder com qualidade as demandas sociais difícil passagem do entendimento da proteção social enquanto capacidade de um individuo para o âmbito da responsabilidade social e pública em respeito a vida humana digna; difícil passagem do ambiente da assistência social enquanto prática arcaica, com baixo profissionalismo, para um novo ambiente de desenvolvimento de política de cuidados, que demanda conhecimentos, politica de atenções que demanda acessos, politica de cidadania que demanda qualidade e respeito.
as convicções na assistência social como politica pública de direitos permanece frágil
o entendimento de que estamos trabalhando para tornar visíveis situações e cidadãos que eram invisíveis não é ainda um empreendimento suficientemente claro ;
estamos operando em um ambiente que ainda tem força instituinte o que é uma possibilidade mas também um grande risco na medida em que o personalismo é um dos fatores que mais assediam a dinâmica da politica;
,
preparo de cartazes por militantes para uso na passeata do Movimento popular durante a FLIP em ParatyFolha de S.Paulo ,6-7-2013
manifestação popular
- busca de reconhecimento do cidadão-busca de avanço
-superar as soluções pela ordem que terminam por reproduzir o tradicional
- afirmação do controle social
demanda por participação na gestão das politicas sociais públicas
demanda da por transparência e custosdemanda por transparência de coberturademanda por transparência de qualidade
dificuldades para avançar na gestão:
participativa: com servidorese com usuários
com controle social com segurança de direitos
com complementariedade entre serviços de básica e especial e completude em rede
com padrões de qualidade de cobertura e
necessidade de entendimento de que o processo de organização para gestão da proteção social básica ou especial não iniciam na porta do CRAS ou do CREAS.
os desafios em instalar a organicidade entre a iniciativas de uma e outra proteção depende muito da unidade da gestão a quem compete gerar apoios, conhecimentos ,educação permanente dos agentes para que os profissionais de ponta possam ampliar a qualidade de atenção .
Sistema Único de Assistência Social SUAS
garantia de que todo o cidadão terá seus direitos socioassistenciais garantidos em todo o território nacional, todo Estado todo o município
as distancias na construção da unidadeum exercício a partir das despesas dos municípios com a assistência .Fonte: Tesouro Nacional -2013
a classificação dos municípios brasileiros a partir das despesas realizadas mostra-se um indicador revelador de proximidades e distancias de um dado padrão com que a política de assistência social vem se expressando em todo o pais sobretudo pelo nível mais próximo do cidadão ;
a diversidade das realidades dos municípios brasileiros exigiu que fosse realizada a conversão das despesas dos municípios a partir de um fator normalizador com poder analítico de superar as diversidades entre os municípios.
o elemento que mostrou dar conta dessa conversão foi a densidade populacional de cada município a partir do indicador despesa do município na assistência social por habitante
o significado da política de assistência social em cada município brasileiro expresso pelas despesas que assume em relação a cada habitante é entendido como um indicador da força social que essa política está representado na atual conjuntura a partir do real
e não de um padrão idealizado.Despesa dos municípios com assistência social em 2011 -
10,5 bilhões de reais
menor despesa hab/ano
municipiomaior despesa
hab/ano municipiomedia despesa dos
municípios no estado hab./ano
discrepância
Paraná RS$ 16,00
RS$ 386,00
RS$ 66,00
24 vezes
Santa Catarina
RS$ 13,00
RS$ 441,00
RS$ 66,00
34 vezes
Rio Grande do Sul
RS$ 3,00
RS$ 461,00
RS$ 53,00
153 vezes
REGIÃO SUL - 1182 municípios- 16% das despesas dos municípios com assistência social,despesa de 1,67 bi de reais, 27,3 milhões de habitantes, despesa média dos municípios com assistência social 3%, media da despesa por habitante ano RS$ 61,00 Sigla Estado Capital
PR Paraná Curitiba
RS Rio Grande do Sul Porto Alegre
SC Santa Catarina Florianópolis
Sigla Estado Capital
GO Goiás Goiânia
MT Mato Grosso Cuiabá
MS Mato Grosso do Sul Campo Grande
Região Centro-Oeste - 433 municípios, 7% do total de despesas dos municípios com a assistência social, 717,8 milhões, para 11,3 milhões de habitantes, despesa media por habitante /ano em assistência social de RS$ 68,00
menor despesa municipalhab./ano
maior despesa municipalhab/ano
despesa municipal média hab./ano discrepancia
Goiás RS$ 1,00
RS$ 1.003,00
RS$ 54,00
+ de 1000vezes
Mato Grosso do Sul
RS$ 3,00
RS$ 390,00
RS$ 90,00
130 vezes
Mato Grosso
RS$ 2,00
RS$ 282,00
RS$ 60,00
141 vezes
menor despesa municipalhab./ano
maior despesa municipalhab/ano
despesa média hab/ano discrepância
Acre RS$ 21,00
RS$ 84,00
RS$ 41,00
4 vezes
Amazonas RS$ 9,00 RS$ 196,00
RS$ 51,00
22 vezes
Amapá RS$ 11,00
RS$ 201,00
RS$ 23,00
22 vezes
Pará RS$ 2,00
RS$ 218,00
RS$ 38,00
109 vezes
Rondônia RS$ 4,00
RS$ 226,00
RS$ 42,00
5 6vezes
Roraima RS$ 21,00
RS$ 100,00
RS$ 33,00
5 vezes
Tocantins RS$ 25,00
RS$ 433,00
RS$ 73,00
17 vezes
Região Norte- 382 municípios, com 14,5 milhões de habitantes, aplica 6% do montante das despesas com assistência social dos municípios brasileiros, despesa média habitante ano RS$ 43,00
Sigla Estado Capital
AC Acre Rio BrancoAP Amapá MacapáAM Amazonas ManausPA Pará BelémRO Rondonia Porto VelhoRR Roraima Boa VistaTO Tocantins Palmas
REGIÃO SUDESTE- 1599 municípios, com 80,1 milhões de habitantes, com despesa na assistência social de 49% do total dos municípios brasileiros, atingindo 5,1 bilhões no ano de 2011 e despesa média habitante ano de RS$ 64,00
Sigla Estado Capital
ES Espírito Santo Vitória
MG Minas Gerais Belo Horizonte
RJ Rio de Janeiro Rio de Janeiro
SP São Paulo São Paulo
menor despesa municipalhab./ano
maior despesa municipalhab/ano
media depesahab./ano discrepância
Espirito Santo
R$ 11,00 R$ 586,00 R$ 73,00 53 vezes
Minas Gerais
R$ 7,00 R$ 1250,00 R$ 60,00 178 vezes
Rio de Janeiro
R$ 2,00 R$ 582,00 R$ 53,00 264 vezes
São Paulo R$ 3,00 R$ 718,00 R$ 70,00 239 vezes
REGIÃO NORDESTE- 1598 municípios com 11,6 milhões de habitantes, com despesa na politica de assistência social equivalente a 22% do total das despesas dos municípios, ou 2,3 bilhões ano, e uma despesa média habitante/ano em assistência social de RS$ 50,00
Sigla Estado CapitalAL Alagoas MaceióBA Bahia SalvadorCE Ceará FortalezaMA Maranhão São LuizPB Paraíba João Pessoa
PE Pernambuco Recife
PI Piauí Terezina
RNRio
Grande do Norte
Natal
SE Sergipe Aracajúestado
menor despesa municipal hab/ano maior despesa municipal
hab/anomédia da despesa dos
municípios hab/ano discrepância
Alagoas
R$ 21,00 R$163,00 R$43,00 8 vezes
Bahia R$7,00 R$640,00 R$41,00 91 vezesCeará R$ 3,00 R$173,00 R$46,00 58 vezesMaranhão R$ 4,00 R$373,00 R$38,00 93 vezesParaíba R$15,00 R$328,00 R$56,00 22 vezesPernambuco R$14,00 R$263,00 R$46,00 19 vezesPiaui R$ 16,00 R$226,00 R$49,00 14 vezesRio Gr. do Norte
R$12,00 R$732,00 R$67,00 61 vezes
Sergipe R$6,00 R$1089,00 R$68,00 181 vezes
o avanço da assistência social como politica pública de direitos está requerendo a completude das atenções tais como : o reconhecimento do trabalho social como uma oferta especifica de cuidados própria da assistência social a construção da seguridade social pela base com :
construção da gestão municipal do BPC, pois a dinâmica do beneficio permanece apartada no processo de gestão local. Quantos idosos e pessoas
com deficiência não estão sendo incluídos? aproximação do programa estratégia de saúde da família partilhando cuidados
e atenções territorializadas que deveriam incluir a atenção a situações de inadimplência de condicionalidades na saúde dos beneficiários do PBF;
aproximação das unidades gestoras da educação a partir das famílias que recebem PBF considerando sua responsabilidade institucional pelo acesso a
educação da populaçaõ
a distinção entre serviços de proteção básica e especial não deve significar na prática uma separação como feudos .
há múltiplas complementariedades entre trabalhadores de CRAS e de CREAS perante às necessidades do cidadão
dificuldade em estabelecer relação de complementariedade entre os vários serviços: agência do INSS para concessão do BPC e CRAS, CRAS e CREAS, vigilância social e o cotidiano da prática de ponta,
operação individual das organizações conveniadas e dificuldade de se constituírem em rede.
dificuldade em pautar por valores similares as ações dos governos estadual e federal face ao municipal.
preocupação da conferencia em saber o que o SUAS avança na ponta.
questões que se colocam no cotidiano da gestão
- acompanhamento da família entre CRAS-CREAS-CRAS -o que caracteriza a atenção do CRAS trabalho individual ou social? -é correto o CRAS operar os benefícios eventuais?-em muitas gestões a operação do cadastro não fica no CRAS pode ser na mesma secretaria ou outra pasta.-qual o conhecimento advindo do cadastro único que é de fato aplicado na prática cotidianos CRAS?-a relação de referenciamento do CRAS face as famílias beneficiárias de PTR e BPC.-significado concreto de referenciamento par o usuários e para a ação profissional
para concluir é preciso que se torne claro a todos nós, nosso propósito com o SUAS:
desculpe o transtorno,estamos construindo o alargamento
do direito à proteção social dos brasileiros com reconhecimento
igualitário da cidadania.
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